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1 ATB Principais agentes da Rinossinusite ● Streptococcus pneumoniae (e outras espécies) ● Haemophilus influenzae ● Moraxella catarrhalis Os estreptococos podem ser classificados em um grupo chamado de anginosus ou também chamado de milleri, que é formado por: ● Streptococcus anginosus ● Streptococcus constellatus ● Streptococcus intermedius O Streptococcus pneumoniae faz parte da microbiota normal da boca e nasofaringe, mas na nos seios paranasais podem provocar infecções. Ceftriaxona Foi prescrita inicialmente para o paciente do caso. Trata-se de um β-lactâmico, mais especificamente uma cefalosporina de 3ª geração. Nota: a atividade dos β-lactâmicos está em uma estrutura chamada anel β-lactâmico, que inibe a síntese da parede celular; se ligam nas PLPs (proteínas ligadoras de penicilinas) da parede das bactérias. Sabe-se que a ceftriaxona tem boa atividade contra gram positivos e gram negativos, como bactérias da família enterobacteriaceae. A paciente do caso não evolui bem, e após a realização da punção liquórica, foi revelada a presença de cocos gram positivos. Mesmo sem saber qual exatamente é o agente, já é possível tratar o paciente para os cocos gram positivos. Por esse motivo, a antibioticoterapia foi alterada para meropenem e vancomicina. Troca por Meropenem É um β-lactâmico do grupo dos carbapenêmicos, formado pelo próprio meropenem, imipenem, ertapenem e doripenem. O meropenem é um antimicrobiano utilizado em infecções de média e extrema gravidade, com disponibilidade somente hospitalar. Seu espectro de ação é muito amplo, afetando bactérias que as penicilinas e cefalosporinas não atingem. ● Mecanismo de ação São bactericidas que inibem a ação de transpeptidases bacterianas, responsáveis por fazer a ligação cruzada das cadeias de peptideoglicanos, impedido a síntese de uma parede celular com peptidoglicano íntegro e rijo, levando a morte celular por autólise, afinal a parede sintetizada pela bactéria é fraca. 2 A ação do meropenem é no estágio III. Como dito anteriormente, meropenem é uma droga de amplo espectro, atingindo bactérias gram positivas, gram negativas, aeróbias e anaeróbias; também atinge Pseudomonas, Acinetobacter e floras hospitalares.. É uma droga resistente à hidrólise por β-lactamase. Mecanismos de resistência das bactérias Alteração de alvo do sítio de ligação, perda de porinas, efluxo e produção de enzimas que quebram o anel β-lactâmico. O meropenem é uma droga resistente à ação das enzimas bacterianas. Apesar disso, o meropenem não é resistente à ação enzimática de todas bactérias: um exemplo é a KPC, a Klebsiella pneumoniae produtora de carbapenemase, que quebra o anel de todos os β-lactâmicos. Associação com Vancomicina? Foi associada ao meropenem porque o paciente já apresentava um quadro grave infeccioso, evoluindo para meningite; a ideia era evitar complicações, como sepse. A vancomicina é a droga mais usada empiricamente em situações de complicações infecciosas com risco de sepse e meningite. Indicações da Vancomicina (Grupo: Glicopeptídeos) Infecções de média e extrema gravidade em ambiente hospitalar. Essa droga possui caráter hidrofílico e moléculas grandes, e por isso, não atravessa bem as membranas biológicas – essa característica impede sua ação contra bactérias gram negativas (as bactérias gram negativas possuem uma membrana externa que a droga não consegue ultrapassar, diferente das gram positivas). 3 Apesar da dificuldade de atravessar membranas, pode ser usada na meningite, pois essa barreira biológica não está normal: devido ao processo inflamatório/infeccioso, pode ser usada nessas situações (o mesmo se aplica aos β-lactâmicos, que também possuem característica hidrofílica, mas são usados na meningite). Em condições normais, portanto, sua ação é só em gram positivas: ● Staphylococcus aureus ● Staphylococcus epidermidis ● S. pneumoniae e outras espécies de Streptococcus ● Enterococcus ● Bacillus ● Clostridium O maior uso da vancomicina (primeira escolha) é contra a MRSA (Staphylococcus aureus resistente à meticilina). Mecanismo de ação da Vancomicina Também atua inibindo a parede celular, mas em outro local. Atua no estágio II: interage com o precursor D-alanil-D-alanina inibindo a polimerização linear. Produz morte bacteriana (bactericida). Farmacocinética Não é absorvida sistemicamente se administrada via oral, afinal não atravessa as barreiras biológicas. Seu uso principal é via endovenosa/intravenosa. Nunca deve ser usada via intramuscular, pois pode provocar necrose tecidual. Seu uso via oral possui uma única exceção, na qual é desejado o efeito local, isto é, na luz intestinal: colite pseudomembranosa grave (Clostridium difficile). Usos terapêuticos ● Colite pseudomembranosa grave (C.difficile) ● Infecções graves por MRSA ● Pacientes com sepse e meningite (componente empírico) – evita complicações ● Endocardites por Streptococcus do grupo viridans e enterocócicas Efeito adverso ● Síndrome do pescoço vermelho ou homem vermelho (rubor, taquicardia e hipotensão) ○ Decorrente de infusões rápidas (sempre deve ser lento) ○ Outro motivo: apresentam efeito direto sobre os mastócitos, que liberam histamina, provocando rubor ■ Podem ser usados anti-histamínicos ou corticóides (casos graves) ● Ototoxicidade e nefrotoxicidade (não são contraindicações absolutas)
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