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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA Samara da Silva Pinto Avaliação clínica das exposições ósseas bucais: correção da perspectiva nas imagens fotográficas para mensuração das lesões Florianópolis 2022 Samara da Silva Pinto Avaliação clínica das exposições ósseas bucais: correção da perspectiva nas imagens fotográficas para mensuração das lesões Trabalho de Conclusão de Curso submetido ao curso de Odontologia, do Centro de Ciências da Saúde, da Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito parcial para a obtenção do Título de Cirurgião-Dentista. Orientador: Prof. Gustavo Davi Rabelo, Dr. Coorientadora: Fabiane Smiderle. Florianópolis 2022 Samara da Silva Pinto Avaliação clínica das exposições ósseas bucais: correção da perspectiva nas imagens fotográficas para mensuração das lesões Este Trabalho Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção do Título de cirurgião-dentista e aprovado em sua forma final pelo Curso de Odontologia Florianópolis, 14 de novembro de 2022. ________________________ Prof ª. Drª. Gláucia Santos Zimmermann Coordenadora do Curso Banca Examinadora: ________________________ Prof. Dr. Gustavo Davi Rabelo Orientador UFSC ________________________ Profa. Dra. Anna Torrezani Avaliadora UFSC ________________________ Prof ª. Drª. Liliane Janete Grando Avaliadora UFSC Florianópolis, 2022 RESUMO O monitoramento de lesões de osteonecrose por meio de fotografias clínicas possibilita avaliar mudanças nas características clínicas da lesão, além de fazer diversas medições, o que auxilia na averiguação da efetividade da conduta terapêutica empregada, principalmente, naquelas relacionadas às terapias mais conservadoras. O objetivo deste estudo foi avaliar fotografias clínicas de exposições ósseas bucais a fim de se obter as dimensões das lesões. Ainda, testar a influência da correção da projeção de perspectiva sobre as mensurações. Este estudo foi conduzido em duas fases: a) a fase pré-clínica foi realizada em manequim odontológico, por dois operadores, para testar a influência do posicionamento do operador na obtenção das fotografias e a influência da correção da perspectiva nas medidas de maior comprimento, largura e área lesional; b) a fase clínica foi realizada também para comparar as medidas lesionais com e sem a correção de perspectiva utilizando uma escala pré-fabricada de papel. Esta fase foi realizada utilizando o acervo de imagens do Ambulatório de Estomatologia do Núcleo de Odontologia Hospitalar - Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago – HU/UFSC/EBSERH, sendo aquelas com o diagnóstico de exposição óssea relacionada à osteorradionecrose, osteonecrose medicamentosa e outras exposições. Houve excelente concordância entre os operadores na fase pré-clínica quanto às aferições das lesões sem a correção da perspectiva. No entanto, corrigindo a perspectiva, a única concordância que se manteve como excelente foi a do cálculo da área (p<0,001). Na fase pré-clínica a correção da perspectiva permitiu que os valores médios ficassem mais próximos da medida da lesão da fotografia controle. Não houve diferença significante entre as medidas das lesões comparando as situações com e sem correção de perspectiva, tanto na fase pré-clínica quanto na clínica. Conclui-se que as fotografias clínicas podem ser empregadas para calcular as medidas das lesões de exposição óssea em cavidade bucal. O cálculo das medidas lesionais pode ser feito com a utilização de um dispositivo calibrador inserido no momento da fotografia. A correção da perspectiva do plano da imagem seguida do cálculo da área da lesão permitiu uma boa replicabilidade da mensuração. Palavras-chave: Lesões; Osteonecrose; Fotografia; Diagnóstico. ABSTRACT Osteonecrosis monitoring requires clinical photographs to make it possible to evaluate the alterations in its clinical characteristics, in addition to the measuring of the lesion’s limits, which may be used as a tool to verify the effectiveness of a therapeutic approach, especially those related to conservative therapies. The aim of this study was to evaluate clinical photographs of oral bone exposures in order to obtain the dimensions of the lesions in the image. In addition, to test the perspective correction influence on the results. This study was conducted in two phases: a) a pre- clinical phase was performed on a dental simulator, by two operators, to test the influence of the operator's positioning in obtaining the photographs, and the influence of the perspective correction in the measurements of the higher length and width, and the lesion area; b) a clinical phase, performed to compare the lesion measurements with and without the perspective correction using a prefabricated paper device with a known scale. This phase was conducted using the image collection of the Stomatology service of the Hospital Dentistry Service of Professor Polydoro Ernani de São Thiago University Hospital at the Federal University of Santa Catarina - HU/UFSC/EBSERH, being all images of bone exposure related to osteoradionecrosis, medication-related osteonecrosis of the jaws and others. There was an excellent agreement between operators in the pre-clinical phase regarding the lesion measurements without the perspective correction. However, after correcting the plan by its perspective adjustment, the only agreement that remained with an excellent score was related to the area measurement (p<0.001). In the preclinical phase, the perspective correction was influential to maintain the mean values closer to the control lesions with the original measurements. There was no significant difference between lesion measurements comparing situations with and without the perspective correction, both in the preclinical and clinical phases. In conclusion, clinical photographs can be used to calculate the measurements of the bone exposure lesions in photographs. The calculation of these lesion dimensions can be done using a calibrating device inserted at the time of the photography. Correction of the image perspective on the plan adjustment, followed by the calculation of the lesion area, allowed for good replicability of the measurement method. Keywords: Injuries; Osteonecrosis; Photography; Diagnosis. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ORN Osteorradionecrose MRONJ Osteonecrose dos maxilares relacionada a medicamentos IA Inteligência Artificial Gy Gray OHB Oxigenação Hiperbárica PENTOCLO Pentoxifilina, Tocoferol e Clodronato AAOMS Associação Americana de Cirurgiões Orais e Maxilofaciais BPs Bisfosfonato IV Intravenosa VEGF Fator de Crescimento Endotelial Vascular NOH Núcleo de Odontologia Hospitalar HU Hospital Universitário UFSC Universidade Federal de Santa Catarina EBSERH Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido OMS Organização Mundial da Saúde ROI Regiões de Interesse ICC Coeficiente de Concordância Interclasse SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9 2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 11 2.1 OSTEORRADIONECROSE .......................................................................... 11 2.2 OSTEONECROSE ASSOCIADA A MEDICAMENTOS ................................ 13 2.2.1 Medicamentos Antirreabsortivos............................................................14 2.2.2 Medicamentos Antiangiogênicos ........................................................... 15 2.3 EXPOSIÇÃO ÓSSEA POR CAUSAS DIVERSAS ........................................ 16 2.4 REGISTRO FOTOGRÁFICO DAS LESÕES ORAIS .................................... 16 3 OBJETIVOS ........................................................................................................... 18 3.1 OBJETIVO GERAL ....................................................................................... 18 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................... 18 4 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 19 4.1 FASE PRÉ-CLÍNICA ..................................................................................... 20 4.2 FASE CLÍNICA ............................................................................................. 23 4.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA ............................................................................... 24 5 RESULTADOS ....................................................................................................... 25 5.1 CONCORDÂNCIA INTEREXAMINADORES E ANÁLISE COMPARATIVA COM E SEM CORREÇÃO DA PERSPECTIVA NAS IMAGENS .......................... 25 5.2 FASE CLÍNICA ............................................................................................. 27 6 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 34 7 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 37 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 38 Anexo 1 – Ata da Defesa ......................................................................................... 41 9 1 INTRODUÇÃO A osteonecrose dos maxilares associada a medicamentos (MRONJ) é um efeito adverso associado aos tratamentos antirreabsortivos utilizados principalmente no tratamento de tumores malignos primários e osteoporose e na prevenção de lesões metastáticas ósseas (RABELO et al., 2014). Além da MRONJ, outras lesões similares podem ocorrer nos ossos maxilares, como por exemplo a osteorradionecrose (ORN), um efeito colateral do uso da radiação ionizante (LIMIRIO et al., 2019; RIBEIRO et al., 2017). A ORN é uma das complicações mais graves da radioterapia designada ao tratamento de doenças malignas da região de cabeça e pescoço, sendo caracterizada pela exposição de osso necrótico, em região previamente irradiada, que não cicatriza por um período mínimo de 3 meses (NABIL; SAMMAN, 2011; RIBEIRO et al., 2017). A ORN deve ter as seguintes características: 1) paciente em tratamento atual ou prévio com drogas antirreabsortivas ou antiangiogênicas; 2) presença de osso exposto ou osso que pode ser sondado através de fístula intra e extraoral, na região maxilofacial, que persiste por mais de oito semanas; 3) sem histórico de radioterapia em região de cabeça e pescoço ou lesão metastática evidente (NEVILLE et al., 2016; RABELO et al., 2014; RIBEIRO et al., 2017). Além destas duas citadas, outras lesões de exposições ósseas também podem ocorrer, porém menos frequentes, e por causas distintas, como por exemplo: exostoses envolvidas em área de trauma, displasias ósseas infectadas, traumas que evoluíram com osteomielite e uso de drogas e/ou substâncias químicas. O monitoramento clínico das exposições ósseas por meio de fotografia tem sido uma manobra empregada por diversos serviços da especialidade de Estomatologia e outras áreas afins. Por meio das fotografias, pode-se avaliar mudanças no aspecto das lesões, alterações de textura, alterações nos padrões de cor, tamanho e forma, e inúmeras outras características que auxiliam no monitoramento da evolução destas condições, além de auxiliarem na escolha da melhor conduta terapêutica (ILHAN; GUNERI; WILDER-SMITH, 2021). Frente ao uso de imagens como medida essencial no monitoramento das lesões orais, entende-se a necessidade de analisar este material na busca de alternativas que possam melhorar condutas semiotécnicas e terapêuticas. 10 Inúmeros são os estudos atuando também em diagnóstico clínico, utilizando fotografias, por vezes, associadas aos resultados e imagens advindas dos exames de anatomia patológica e imaginológicos (FLORES et al., 2022). Para que haja um monitoramento preciso a partir de fotografias, faz-se necessário ajustar a angulação das imagens de forma que sua perspectiva esteja favorável à obtenção das dimensões mais próximas à realidade. Dessa forma, justifica-se avaliar dois atores de extrema importância para obter imagens passiveis de uma medição precisa: o primeiro sendo o uso de fotografias com visualização adequada da lesão, contendo ainda dispositivo de referência de escala, e o segundo sendo a correção da perspectiva quando houver distorções na imagem das estruturas a serem avaliadas. 11 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 OSTEORRADIONECROSE A radioterapia é uma modalidade de tratamento empregada para doenças malignas da região de cabeça e pescoço, sendo geralmente associada ao tratamento cirúrgico, tendo por objetivo atingir células que estão em alta taxa de proliferação (NABIL; SAMMAN, 2011). Pacientes irradiados na região de cabeça e pescoço são suscetíveis a apresentarem sequelas como mucosite, xerostomia, cárie dental, diminuição da microvascularização óssea, atrofia e fibrose dos músculos da mastigação e ORN (SULAIMAN; HURYN; ZLOTOLOW, 2003). O tecido ósseo possui maior resistência à radiação quando comparado a outros tecidos, no entanto, por conta do comprometimento do suprimento sanguíneo e da capacidade de reparo, o osso irradiado tem sua qualidade diminuída (LIMIRIO et al., 2019). Por consequência, uma grave complicação da radioterapia de início tardio é a ORN (NABIL; SAMMAN, 2011; RIBEIRO et al., 2017). A ORN tem como definição um osso necrótico exposto em cavidade oral, por um período maior que 3 meses em uma área previamente irradiada, geralmente associadas com casos de exposição a mais de 50 Gy (LAJOLO et al., 2021; NABIL; SAMMAN, 2011; RIBEIRO et al., 2017). Esse tempo mínimo de 3 meses foi estabelecido pois uma exposição óssea em paciente irradiado por menos de 3 meses pode ser devido ao atraso na cicatrização, o que é aceito, já que o osso irradiado tem sua capacidade de reparo comprometida (NABIL; SAMMAN, 2011). Embora a etiopatogenia da ORN não esteja totalmente compreendida, sabe-se que a radiação ionizante gera uma hipovascularidade, que somada à diminuição de osteoblastos e osteoclastos, resultam em um osso fibrótico, ou seja, um tecido ósseo enfraquecido (LAJOLO et al., 2021; RIBEIRO et al., 2017). Somado a isso, eventos traumáticos são fatores de iniciação da ORN, sendo a extração dentária pré ou pós- irradiação a mais comum (LAJOLO et al., 2021). Além das exodontias, traumas causados por próteses, traumas químicos e doença periodontal ou apical, também, podem dar início à lesão de ORN (NABIL; SAMMAN, 2011). No entanto, a ORN pode ocorrer eventualmente sem que haja trauma envolvido ou infecção, devido às 12 altas taxas de radiação que alguns pacientes recebem no tratamento e que são suficientes para gerar necrose óssea (RIBEIRO et al., 2017). Os fatores de risco para o desenvolvimento da ORN podem estar relacionados ao tratamento (dosagem de radiação, região irradiada, técnica de radiação, quimioterapia associada), ao tumor (estadiamento e localização do tumor) e ao paciente (idade, doenças dentárias, má condições orais, extrações pré ou pós- radiação no campo irradiado) (LAJOLO et al., 2021; SULAIMAN; HURYN; ZLOTOLOW, 2003). Embora a ORN possa se apresentar sem exposição óssea (LYONS et al., 2014), a lesão típica da ORNcomeça com exposição de uma parte de osso desvitalizado, progredindo para um sequestro ósseo, fístula orocutânea, ou até mesmo uma possível fratura patológica (NABIL; SAMMAN, 2011). Dentre os sintomas que o paciente possa relatar, encontram-se dor, edema, dificuldade de mastigação, parestesia, disestesia, halitose, disgeusia, e eventualmente casos assintomáticos podem ocorrer (LYONS et al., 2014; NABIL; SAMMAN, 2011). Segundo Nabil e Samman (2011), a maior incidência de ORN se dá sobre a mandíbula quando comparada à maxila. Isso se deve ao perfil de suprimento sanguíneo baixo da mandíbula e por apresentar corticais mais espessas, além de ser irradiada com maior frequência do que a maxila (LYONS et al., 2014; RABELO; BELETTI; DECHICHI, 2010; RIBEIRO et al., 2017). A ORN é uma lesão muito difícil de ser tratada, por isso é recomendada a remoção de focos de infecção oral previamente à radioterapia, além de orientações de higiene bucal e otimização do estado nutricional. Nesse sentido, é necessário adequar o meio bucal do paciente, tratando doenças dentais, como a cárie, para evitar a progressão devido aos efeitos orais da radioterapia, como a xerostomia, podendo aumentar as extrações dentárias e, consequentemente, o risco de ORN (LAJOLO et al., 2021). O tratamento é baseado no estágio da lesão da ORN e em fatores relacionados ao paciente (CAMOLESI et al., 2021). As abordagens de tratamento incluem terapias combinadas, englobando antibióticos e outros fármacos, oxigenação hiperbárica (OHB), debridamento ósseo, ozonioterapia, laserterapia, e ressecção cirúrgica, com ou sem reconstrução de tecido vascularizado, em casos que não houve respostas ao tratamento conservador ou em estágios mais avançados da lesão (CAMOLESI et al., 2021; RIBEIRO et al., 2017). Recentemente, uma opção de tratamento para a ORN tem sido empregada a partir da associação de medicamentos, a pentoxifilina, o tocoferol e o clodronato https://www.sciencedirect.com/topics/medicine-and-dentistry/dysesthesia 13 (PENTOCLO) (RIBEIRO et al., 2017). Existe uma adaptação do protocolo PENTOCLO, para o uso apenas do PENTO, sem a associação com o Clodronato, que é mais utilizado atualmente. 2.2 OSTEONECROSE ASSOCIADA A MEDICAMENTOS A osteonecrose dos maxilares relacionada a medicamentos (MRONJ) é uma complicação grave e debilitante que pode ocorrer em pacientes que fazem uso de medicamentos antirreabsortivos ou antiangiogênicos para o tratamento da osteoporose, neoplasias, ou prevenção de metástases ósseas (GUO et al., 2020; LOPES et al., 2015). Em referência ao tratamento das neoplasias e desordens linfoproliferativas, a MRONJ ocorre com mais frequência em pacientes com mieloma múltiplo, câncer de mama, câncer de próstata e câncer renal (MCGOWAN; MCGOWAN; IVANOVSKI, 2018). Embora a patogênese da MRONJ não esteja esclarecida, as hipóteses atuais envolvem mecanismos multifatoriais. Vários mecanismos foram propostos, incluindo uma remodelação óssea alterada ou uma baixa excessiva da reabsorção óssea, inibição da angiogênese, toxicidade dos tecidos moles, microtrauma constante, supressão da imunidade, infecção, deficiência de vitamina D e possível contribuição de fatores genéticos (GUO et al., 2020; RUGGIERO et al., 2014). Por consenso da Associação Americana de Cirurgiões Orais e Maxilofaciais (AAOMS), para o paciente ser diagnosticado com MRONJ, as seguintes características devem estar presentes: tratamento atual ou anterior com drogas antirreabsortivas ou antiangiogênicas; apresentar osso exposto ou osso que possa ser sondado através de uma fístula intraoral ou extraoral que persiste por mais de 8 semanas na região maxilofacial; sem histórico de radioterapia ou doença metastática óbvia nos maxilares (RUGGIERO et al., 2014). Os fatores de risco associados ao desenvolvimento de MRONJ incluem a cirurgia dentoalveolar, a duração da terapia medicamentosa antirreabsortiva (quanto maior a duração do tratamento, maior é a prevalência de MRONJ), doença periodontal ou patologia periapical preexistente, pacientes com câncer que apresentam coexistência de outras doenças (como diabetes e anemia), pacientes que usam antirreabsortivos em conjunto com os antiangiogênicos (RABELO et al., 2014; RUGGIERO et al., 2014). Além disso, o risco de desenvolver MRONJ em https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0901502719312676?via%3Dihub#! https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0901502719312676?via%3Dihub#! https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0901502719312676?via%3Dihub#! https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0901502719312676?via%3Dihub#! https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0901502719312676?via%3Dihub#! https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0901502719312676?via%3Dihub#! https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0901502719312676?via%3Dihub#! https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0901502719312676?via%3Dihub#! https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0901502719312676?via%3Dihub#! https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0901502719312676?via%3Dihub#! 14 pacientes que fazem tratamento para osteoporose com antirreabsortivos orais é muito menor comparado a pacientes com câncer recebendo antirreabsortivos por via endovenosa (RUGGIERO et al., 2014). A prevenção da MRONJ se dá através de uma abordagem multidisciplinar ao paciente que será submetido ao tratamento com antirreabsortivos ou antiangiogênicos. Em relação à abordagem odontológica, uma triagem adequada previamente ao tratamento medicamentoso reduz o risco de desenvolver MRONJ (KÜN-DARBOIS; FAUVEL, 2020; RUGGIERO et al., 2014). Entre os cuidados odontológicos preventivos, deve-se realizar exame completo da cavidade bucal para identificar se há presença de infecção aguda ou de possíveis locais com potencial de infecção. Dessa forma, pode-se prevenir possíveis complicações, como a MRONJ, assim que iniciarem as terapias medicamentosas. Além disso, medidas de motivação do paciente, orientações sobre higiene oral, adequação do meio bucal, aplicações de flúor, avaliação de doenças periodontais, avaliação da estabilidade da prótese dental, acompanhamento odontológico regular para reavaliação e preservação da eliminação de hábitos com o fumo e o álcool, são algumas observações importantes no momento do exame clínico e radiográfico previamente ao tratamento com antirreabsortivos e antiangiogênicos (RIBEIRO et al., 2017; RUGGIERO et al., 2014). Para o tratamento da MRONJ diferentes modalidades terapêuticas podem ser aplicadas de forma associada, sendo uma abordagem individualizada para cada paciente, levando em conta o estado geral e a relação de risco e benefício do tratamento (RIBEIRO et al., 2017). As associações terapêuticas de forma conservadora incluem antibióticos associados a enxaguatório bucal com gluconato de clorexidina 0,12%, controle da dor, ozonioterapia, OHB e laserterapia de baixa potência. O tratamento cirúrgico é indicado para casos com lesão mais avançada, incluindo desbridamento ósseo e ressecção, associado a antibiótico. Nos casos com presença de sequestro ósseo móvel faz-se a remoção para facilitar a cicatrização dos tecidos moles, assim como quando há presença de dentes sintomáticos em osso necrótico a extração é necessária (LOPES et al., 2015; RIBEIRO et al., 2017; RUGGIERO et al., 2014). 2.2.1 Medicamentos Antirreabsortivos 15 Os medicamentos antirreabsortivos atuam na inibição da reabsorção óssea mediada por osteoclastos, sendo usados no tratamento da osteoporose e das alterações do metabolismo ósseo, associadas ou não a neoplasias (BARRETTE et al., 2022). Entre os antirreabsortivos que possam causar MRONJ, têm-se os bisfosfonatos (BPs) e os anticorpos monoclonais, entre eles, o principal é o Denosumabe®. Entre os medicamentos pertencentes à classe dos BPs, têm-seo zoledronato ou ácido zoledrônico, alendronato, pamidronato e ibandronato, e atuam principalmente na inibição dos osteoclastos (GUO et al., 2020; LOPES et al., 2015). Os BPs administrados por via intravenosa (IV) são empregados no controle de condições relacionadas ao câncer como hipercalcemia e na prevenção da metástase óssea (câncer de mama, próstata e pulmão, por exemplo), e para o tratamento da perda óssea relacionada ao mieloma múltiplo. Já os BPs orais são comumente utilizados para o tratamento da osteoporose e osteopenia, mas podem ser empregados para casos menos comuns, como doença de Paget e osteogênese imperfeita (RUGGIERO et al., 2014). O risco de desenvolver MRONJ é maior quando associado aos BPs por via IV em comparação aos administrados por via oral (RABELO et al., 2014; SACCO et al., 2021). Para além dos BPs, outras drogas estão associadas a MRONJ, dentre elas principalmente o Denosumabe, que é um anticorpo monoclonal humano inibidor do ligante RANK, inibindo a função dos osteoclastos e osteoclastogênese (MALUF et al., 2016). Para o tratamento da osteoporose, o denosumabe é administrado por via subcutânea a cada 6 meses, havendo redução do risco de fraturas. Já em relação ao tratamento oncológico, quando administrado mensalmente, o denosumabe é eficaz na redução das complicações relacionadas ao esqueleto, devido à metastase óssea de tumores sólidos (RUGGIERO et al., 2014). 2.2.2 Medicamentos Antiangiogênicos A angiogênese é o processo de formação de novos vasos sanguíneos, sendo uma característica fundamental para o crescimento e invasão tumoral, permitindo que ocorra as metástases tumorais. Esse processo é mediado por sinais químicos, em que o fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) liga-se aos receptores das células endoteliais e estimula a angiogênese, alterando o equilíbrio da neoformação 16 vascular (CAMINHA et al., 2019). Nesse sentido, os medicamentos antiangiogênicos atuam impedindo a ligação entre o VEGF e as células endoteliais, como o Bevacizumabe, ou, então, atuam impedindo que os receptores de VEGF enviem sinais químicos para as células endoteliais, como o Sunitinibe. Por consequência, esse impedimento no processo de angiogênese prejudica o reparo ósseo, levando à diminuição do fluxo sanguíneo e a um possível desenvolvimento de osteonecrose dos maxilares associado a medicamentos antiangiogênicos (CAMINHA et al., 2019). O tempo de aparecimento da lesão de osteonecrose depende do tipo, da dose e da duração do tratamento com antiangiogênicos, e quanto maiores esses índices maiores as chances de desenvolver MRONJ. Esses medicamentos são relativamente atuais e têm sido eficazes no tratamento de tumores gastrointestinais, carcinomas renais, tumores neuroendócrinos e outras malignidades (CAMINHA et al., 2019; RUGGIERO et al., 2014). 2.3 EXPOSIÇÃO ÓSSEA POR CAUSAS DIVERSAS Além da necrose óssea por medicamentos ou radiação, a exposição de tecido ósseo necrosado pode estar presente em outros casos, como por exemplo: 1) Inalação de narcóticos como cocaína e oxicodona, podendo evoluir para necrose e perfuração do palato duro; 2) Raros casos de sequestro ósseo espontâneo a partir de traumas em locais de proeminência óssea recoberta por tecido mucoso fino, como tórus mandibular; 3) Doenças que podem resultar em hipovascularização do tecido ósseo, predispondo à necrose e inflamação ao mínimo estímulo, como osteoporose, disosteosclerose, displasia óssea em estágio final, doença de Paget tardia; 4) Osteonecrose por isquemia como complicação do herpes-zoster (ARCE; ASSAEL, 2009; NEVILLE et al., 2016). 2.4 REGISTRO FOTOGRÁFICO DAS LESÕES ORAIS A fotografia é uma ferramenta muito utilizada na odontologia para planejamento de casos, principalmente na especialidade de ortodontia. Atualmente, a fotografia digital é utilizada em todas as especialidades odontológicas, indo além do planejamento ortodôntico, sendo amplamente empregada nas especialidades como a 17 Estomatologia, auxiliando no monitoramento de lesões bucais e amplamente utilizadas no contexto da Tele-Estomatologia (FLORES et al., 2022; FU et al., 2020). A qualidade da iluminação é um fator muito importante na fotografia e é essencial para valorizar a região a ser fotografada, possibilitando uma melhor e maior visualização de detalhes. Nesse sentido, há dois tipos de fontes de luz utilizadas na odontologia: o flash circular e o flash twin. O flash do tipo circular é mais versátil e prático, oferece uma iluminação mais homogênea e pode ser utilizado para todas as especialidades odontológicas, em especial aquelas que se deseja fotografar com maior distância, como em cirurgias. Já o flash do tipo twin é mais utilizado para a área estética dental anterossuperior em dentística e prótese, possibilitando uma imagem com maior textura, volume e melhor estética, devido à posição das cabeças do flash, não sendo recomendado para fotografia cirúrgica pois promove sombras formadas pelas bochechas (YOSHIO, 2010). A utilização de um protocolo fotográfico faz com que as imagens sigam um padrão. Sendo realizadas de um mesmo modo, isso possibilita a comparação entre imagens obtidas em tempos distintos, podendo, então, acompanhar possíveis alterações (YOSHIO, 2010). O uso de imagens na área da saúde, de um modo geral, tem se mostrado uma ferramenta de grande importância tanto para o monitoramento de patologias como para o diagnóstico não invasivo de doenças, como o câncer de pele. Além disso, têm-se utilizado de fotografias clínicas para o desenvolvimento de ferramentas que utilizam a inteligência artificial para monitoramento e diagnóstico de doenças, como o câncer oral (ILHAN; GUNERI; WILDER-SMITH, 2021). 18 3 OBJETIVOS 3.1 OBJETIVO GERAL Avaliar as exposições ósseas bucais por meio do uso de fotografias clínicas, utilizando a correção da perspectiva de plano da imagem com o auxílio de uma escala calibradora e posterior aferição das medidas lesionais. 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Realizar um estudo pré-clínico em manequins odontológicos para identificar parâmetros que facilitem a aquisição fotográfica, incluindo melhor posicionamento do operador. Testar a correção de perspectiva do plano da imagem, utilizando escala calibradora para aferições de medidas, nas imagens obtidas no estudo pré- clínico. Avaliar a concordância entre operadores na correção da perspectiva nos plano da imagem. Mensurar as lesões de exposição óssea em fotografias clínicas utilizando escala calibradora e correção de perspectiva do plano da imagem. Comparar as medidas lesionais com e sem a correção da perspectiva na imagem. 19 4 MATERIAIS E MÉTODOS O presente estudo está inserido no macroprojeto intitulado “Inteligência Artificial no diagnóstico e monitoramento de lesões orais”, registrado no Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFSC (CEPSH-UFSC), com número CAAE 46527321.0.3001.0075, aprovado no parecer consubstanciado de número 4.798.415. Este estudo foi realizado em duas fases: pré-clínica e clínica. A fase pré- clínica estabeleceu-se para determinar as melhores condições de obtenção das fotografias de modo que possibilitasse a mensuração das lesões o mais próximo possível da realidade. Para isso, foi utilizado manequim odontológico acoplado a um suporte que simula a posição do paciente em cadeira odontológica, utilizado nos laboratórios de pré-clínica do curso de Graduação em Odontologia da UFSC. Depois de obtidas as imagens fotográficas, realizou-se a correção de perspectiva do plano da imagem, a fim de se deixar a lesão no plano correto com a posterior aferição das medições do maior comprimento, largura e área da lesão fictícia, desenhada manualmente nos manequins. Nesta fase do estudo, foram considerados os seguintes pontos no momento da aquisiçãofotográfica: melhor posição da câmera em relação à lesão, a influência da entrada de luz, e a presença de dispositivo de escala. Nesse contexto, realizou-se um teste com fotografias padronizadas, com uma escala de referência presente, seguida de correção da perspectiva da imagem em software específico, corrigindo-a em profundidade. Para avaliação e processamento das imagens do estudo, tanto na fase pré- clínica quanto na fase clínica, utilizou-se o software de domínio público FIJI – Image J (ImageJ 1.53, Wayne Rasband and contributors, National Institutes of Health, USA). Dois operadores previamente calibrados participaram da fase pré-clínica de correção de perspectiva das imagens, seguida do cálculo da área das lesões. Os resultados preliminares da fase pré-clínica, como melhor posição da câmera e colocação de um dispositivo de escala, foram depois sendo incorporados pela equipe do macroprojeto durante a obtenção de imagens de lesões de osteonecrose e lesões de exposição óssea de pacientes atendidos no Núcleo de Odontologia Hospitalar (NOH) do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago - HU/UFSC/EBSERH. Todos os pacientes fotografados no Ambulatório 20 de Estomatologia completam a assinatura de termo de concordância com uso de imagens, e posteriormente, estas são automaticamente incluídas no acervo de imagens do NOH/HU/UFSC. As fotografias da fase clínica deste estudo foram obtidas diretamente do acervo, sendo estas capturadas com câmera fotográfica profissional modelo EOS Rebel XS (Canon), acoplada a um flash circular MR-14EX II Macro Ring Lite e com uso de lente de 100 mm (Canon). As imagens utilizadas na fase clínica foram capturadas durante os anos de 2021 e 2022. A equipe utilizou, sempre durante as fotografias, equipamentos de proteção individual e medidas para prevenção e controle da disseminação do SARS-CoV-2, seguindo as recomendações institucionais. 4.1 FASE PRÉ-CLÍNICA As fotografias da fase pré-clínica foram feitas utilizando manequim odontológico. Previamente, desenhou-se no manequim áreas que mimetizassem lesões orais. Para essa etapa, utilizou-se uma máquina fotográfica, modelo D90 (Nikon), acoplada ao flash próprio do equipamento e lente AF-S Micro NIKKOR 60mm 1:2.8 G ED. Foram desenhadas 4 lesões em diferentes locais anatômicos do manequim odontológico e realizadas 6 capturas para cada lesão. A primeira tomada fotográfica foi realizada fora do manequim, de modo que a lente ficasse paralela à lesão a ser fotografada e com distância padronizada, em bancada, para obtenção da medida original da lesão, sem distorções (a captura da imagem controle foi realizada em um plano perpendicular à lesão, com distância padronizada de 15 cm entre o objeto e a lente da máquina fotográfica, Figura 1), e esta foi chamada de fotografia controle. As outras tomadas foram realizadas com o manequim posicionado na cabeça artificial padrão do laboratório de pré-clínica, em 5 posições distintas em relação do manequim para o operador: paralela, superior, inferior, direita e esquerda à lesão. Nestas tomadas, o operador estava posicionado de acordo com os planos de referência, e realizava a fotografia baseando-se nos procedimentos que são realizados em prática clínica, respeitando as peculiaridades de se realizar fotografias intraorais de pacientes. 21 Figura 1– Padronização da captura de imagens controle em que a objetiva está paralela à lesão a ser fotografada (A). Modelo de gesso contendo a lesão desenhada em preto, com a sobreposição da escala calibradora em azul, posicionado dentro do manequim odontológico (B). Fonte: elaborado pelo autor Foi utilizado um dispositivo do tipo quadrado de plástico sobre as lesões durante as capturas, a fim de se obter escalas padronizadas. Foram confeccionados dois quadrados: um quadrado azul medindo 9 mm² (3 mm x 3 mm) e um quadrado preto medindo 16 mm² (4 mm x 4 mm). Estes quadrados eram posicionados sobre as lesões desenhadas nos manequins (Figura 2), objetivando a posterior calibração do software, visto que as dimensões dos quadrados eram conhecidas. Em seguida, todas as fotografias foram organizadas e importadas para o software Fiji/ImageJ, onde prosseguiu-se com as medições por dois operadores distintos (a autora deste TCC Samara Silva Pinto e a coorientadora Fabiane Smiderle). Para as medições, primeiramente, foi realizado o ajuste da perspectiva da imagem em questão seguindo os seguintes passos: File > Open > Multi-point > marcação dos ângulos do quadrado de referência > Plugins > Transform > Interactive Perspective, e então feito o ajuste da perspectiva diretamente nos pontos previamente marcados, ajustando a imagem de forma com que o quadrado de referência ficasse com as dimensões das arestas iguais. Em seguida, fez se a 22 remoção da seleção dos pontos no quadrado através dos passos: Edit > Selection > Selection None. Esta metodologia é exemplificada na figura 2. Figura 2 – Metodologia da correção de perspectiva na imagem no software ImageJ. 1) Manequim evidenciando lesão em preto, com a sobreposição do quadrado de escala (em azul – seta branca). 2) Utilização da ferramenta Multi-point para marcação das quatro extremidades do quadrado. 3) Interface do software ImageJ com a lista de funcionalidades aberta, evidenciando a escolha da ferramenta Interactive Perspective. 4) Imagem com a correção de perspectiva realizada. Nota-se bordas em preto após a correção da perspectiva, deixando o quadrado com as reais características geométricas do mesmo: uma figura geométrica com quatro lados de mesmo comprimento e quatro ângulos retos. Fonte: elaborado pelo autor 1 2 3 4 23 Após a correção da perspectiva, foi corrigida a escala utilizando a sequência: Straight > delineamento de uma linha que vai de uma aresta até a aresta oposta do quadrado > Analyze > Set Scale > Known Distance (3 ou 4 mm, de acordo com o tamanho de quadrado utilizado na fotografia) > Unit Of Length (mm) > Ok. Esta sequencia de passos calibra a escala em pixels para milímetros, para posterior medição das lesões. Com a escala calibrada na imagem, seguiu-se com a obtenção das medidas de altura, largura e área total da lesão. Para isso, a delimitação manual de cada lesão era realizada, e as área lesional era denominada Região de Interesse (ROI). Através da ferramenta de criação e gerenciamento das ROIs (seguindo os comandos Analyze > Tools > ROI Manager, foi possível realizar os seguintes delineamentos: 1) altura da lesão: Straigth > delineamento da altura > Add; 2) largura da lesão: Straigth > delineamento da largura > Add; 3) delineamento da área total: Polygon Selections > delineamento da área > Add. Após adicionar as referências das três medidas, obtinham-se as medições por meio do comando Measure (Ctrl+M). Desta forma, os dois operadores realizaram as medições de cada lesão e os valores foram anotados em planilha. Pra fins de comparação, após as análises com correção de perspectiva, foram também realizadas as medições sem a correção de perspectiva. 4.2 FASE CLÍNICA A fase clínica foi conduzida com imagens do acervo do NOH/HU/UFSC contendo todas as imagens de pacientes com exposições ósseas, que continham algum dispositivo de escala na imagem, atendidos entre os anos de 2021 e 2022. Como rotina do serviço, para as fotografias de exposições ósseas em cavidade bucal, por orientação da equipe do macroprojeto, utiliza-se um dispositivo simples de papel, de medidas conhecidas (5 x 5 mm), comprados em papelaria do tipo caderno com folhas quadriculadas (do tipo grid). Foram selecionadas 5 fotos de pacientes que preenchiam o critério mencionado de fotografias com o dispositivo de papel. As lesões foram medidas seguindo o protocolo estabelecido na fase pré-clínica, no qual, primeiramente, ajustou-se a perspectivadas imagens que apresentavam o plano da lesão corrigido, e depois se seguiu com as medições de maior comprimento, largura e área da lesão. A fim de se testar a influência da perspectiva 24 na obtenção das medidas, foi realizado também as mesmas medições nas mesmas imagens, sem o ajuste de perspectiva. As referidas imagens estão dispostas nos resultados, contendo as mensurações das lesões (Figuras de 4 a 8). 4.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA Para os dados da fase pré-clínica, os valores calculados pelas duas operadoras foram reunidos e foi realizada a análise de concordância, em que os resultados são expressos pelo Coeficiente de Concordância Interclasse (ICC) a partir do software SPSS Statistics versão 28.0. Para classificação da concordância, foram considerados os seguintes valores: abaixo de 0,4 correspondem a uma correlação pobre, entre 0,4 e 0,6 uma correlação razoável, de 0,6 a 0,75 foi considerada boa concordância e acima de 0,75 uma concordância excelente. Para as quatro lesões foram realizados gráficos de dispersão contendo média e desvio-padrão, possibilitando comparação visual com o valor da fotografia controle. A distribuição dos dados foi avaliada pelo teste de Shapiro-Wilk e, posteriormente, análise comparativa das situações com e sem correção da perspectiva para as medidas de altura, largura e área total foi realizada pelo teste de Mann Whitney, com significância de 95% (p<0,05). As últimas análises mencionadas foram realizadas no software GraphPad Prism 9. Na fase clínica, a análise comparativa das situações com e sem correção de perspectiva foram realizadas pelo teste Wilcoxon (não paramétrico, análise pareada), realizado posteriormente ao teste de Shapiro-Wilk de análise da distribuição dos dados. As análises comparativas também foram realizadas no software GraphPad Prism 9. 25 5 RESULTADOS 5.1 CONCORDÂNCIA INTEREXAMINADORES E ANÁLISE COMPARATIVA COM E SEM CORREÇÃO DA PERSPECTIVA NAS IMAGENS Na fase pré-clínica, a variação do ICC foi de 0,716 até 0,909 na análise interexaminadores quando não houve correção de perspectiva (Tabela 1) e com a perspectiva das imagens corrigida foi de 0,257 a 0,767 (Tabela 2). Tabela 1 – Coeficiente de concordância intraclasse interexaminadores para as fotografias que foram mensuradas sem a correção da perspectiva. Coeficiente de Concordância Intraclasse sem correção da perspectiva Fase Pré-Clínica Valor p Correlação Inter examinadores Altura 0,716 0.002 Boa Largura 0,864 <0.001 Excelente Área 0,909 <0.001 Excelente Fonte: elaborado pelo autor. Na Tabela 1 as medições realizadas tiveram uma concordância boa à excelente entre os examinadores. Tabela 2 – Coeficiente de concordância Intraclasse Inter examinadores para fotografias que foram mensuradas com a correção da perspectiva. Coeficiente de Concordância Intraclasse com correção da perspectiva Fase Pré-Clínica Valor p Classificação Altura 0,257 0.23 Pobre Largura 0,365 0.12 Pobre Área 0,767 <0.001 Excelente Fonte: elaborado pelo autor. Entretanto, como observado na Tabela 2, a concordância entre os examinadores com o ajuste da perspectiva foi pobre para as medições de altura e largura, ficando apenas a área lesional com concordância excelente entre os dois operadores. 26 Na análise comparativa entre as medições nas situações com e sem o ajuste de perspectiva, na fase pré-clínica, não houve diferença significante entre as medidas (Tabela 3). Tabela 3 – Análise comparativa das medidas de altura, largura e área total das lesões fictícias da fase pré-clínica, com e sem a etapa de correção de perspectiva. Medidas Com correção da perspectiva Sem correção da perspectiva P Fase pré-clínica Altura (mm) 8,28 (2,11) 7,52 (1,66) 0,25 Largura (mm) 11,10 (2,47) 11,38 (3,39) 0,74 Área total (mm²) 80,01 (18,60) 76,20 (16,95) 0,62 Fonte: elaborado pelo autor. Legenda: Média (Desvio-padrão). Teste de Mann Whitney, com significância em 95% (p<0,05). Na análise qualitativa sobre as médias dos valores de largura em relação à medida original da lesão no manequim, foi observado que os traços representativos das médias com a correção da perspectiva estavam mais próximos dos traços das medidas do controle para as lesões 2 e 3, e para a lesão 4 notou-se o contrário, onde o traço mais longe ficou para a correção da perspectiva. Na lesão 1 os traços ficaram bem próximos, independente da correção. Na dispersão dos valores individuais, notou-se que na lesão 1 havia mais homogeneidade na distribuição dos valores. Nas lesões 2 e 4 pareceu que houve similaridade na distribuição dos valores individuais, sendo na lesão 2 sem grandes variações, já na lesão 4 com uma variação maior, vista tanto para as situações com e sem correção da perspectiva. Na lesão 3 foi mais atípico, pois a distribuição foi mais variada com a correção da perspectiva (Figura 3). Figura 3 – Média e desvio-padrão da largura das lesões da fase pré-clínica, representada em gráficos, com a calibração pela imagem controle (fotografia paralela ao manequim, posicionado em bancada, como demonstrado na Figura 1 – medida representada pelo triângulo nos gráficos). O traço central representa a média, enquanto os traços distantes acima e abaixo representam o desvio-padrão. 27 Cada lesão foi fotografada em posições diferentes do operador com o plano da lesão, e depois, foi calculada a largura, sem (SP, quadrados) e com (CP, losangos) a correção da perspectiva para cada situação. Fonte: elaborado pelo autor. 5.2 FASE CLÍNICA Foram utilizadas 5 imagens do acervo fotográfico do NOH/HU/UFSC de exposições ósseas que foram fotografadas utilizando a escala calibradora acessória em papel. Os pacientes foram diagnosticados com: duas pacientes do sexo feminino diagnosticadas com exposição óssea devido à infecção secundária na Displasia Cemento-óssea (Figuras 4 e 5); uma paciente do sexo feminino diagnosticada com osteonecrose medicamentosa pelo uso de Denosumabe® (Figura 6); um paciente do sexo masculino diagnosticado com osteorradionecrose em maxila (Figura 7); e por fim um paciente do sexo masculino com exposição óssea devido ao uso crônico de substância química (cocaína) (Figura 8). As medidas lesionais foram calculadas com e sem a correção da perspectiva e estão evidenciadas nas figuras abaixo. 28 Figura 4 – Paciente com displasia cemento óssea florida infectada com áreas de exposição óssea em rebordo alveolar edêntulo inferior (A). Imagem com perspectiva ajustada (B). Delimitação das dimensões da lesão (C). ROI contendo as medidas do comprimento (1), largura (2) e área (3) da lesão (D). Imagem sem ajuste de perspectiva com delimitação das dimensões da lesão (E). ROI contendo as medidas do comprimento (1), largura (2) e área (3) da lesão sem ajuste de perspectiva (F). Fonte: elaborado pelo autor. 29 Figura 5 – Paciente com displasia cemento óssea florida infectada com áreas de exposição óssea em rebordo alveolar edêntulo inferior(A). Imagem com perspectiva ajustada (B). Delimitação das dimensões das lesões 1, 2 e 3 (C). ROI contendo as medidas, respectivamente, do comprimento, largura e área de cada uma das três lesões (D). Imagem sem ajuste de perspectiva com delimitação das dimensões das lesões 1, 2, 3 (E). ROI contendo as medidas, respectivamente, do comprimento, largura e área de cada uma das três lesões, sem ajuste de perspectiva (F). Fonte: elaborado pelo autor. 30 Figura 6 – Paciente com osteonecrose medicamentosa com áreas de exposição óssea em rebordo alveolar superior direito, em região de segundo pré-molar extraído (A). Imagem com perspectiva ajustada (B). Delimitação das dimensões da lesão (C). ROI contendo as medidas do comprimento (1), largura (2) e área (3) da lesão (D). Imagem sem ajuste de perspectivacom delimitação das dimensões da lesão (E). ROI contendo as medidas do comprimento (1), largura (2) e área (3) da lesão sem ajuste de perspectiva (F). Pós-operatório de ostectomia do tecido ósseo necrótico, com fechamento total da exposição óssea (G). Fonte: elaborado pelo autor. 31 Figura 7 – Paciente com lesão mista, pois o mesmo havia sido submetido a radioterapia em região de cabeça no passado, e também fez uso do de bisfosfonatos endovenoso, e apresentou-se com áreas de exposição óssea em região anterior de maxila (A). Delimitação das dimensões da lesão (B). ROI contendo as medidas do comprimento (1), largura (2) e área (3) da lesão (C). Não houve necessidade de ajuste da perspectiva da imagem, pois esta não apresentava angulações que possibilitassem distorções nas dimensões. Fonte: elaborado pelo autor. 32 Figura 8 – Paciente com necrose óssea por uso de substância química em região anterior de maxila (A). Imagem com perspectiva ajustada (B). Delimitação das dimensões da lesão (C). ROI contendo as medidas do comprimento (1), largura (2) e área (3) da lesão (D). Imagem sem ajuste de perspectiva com delimitação das dimensões da lesão (E). ROI contendo as medidas do comprimento (1), largura (2) e área (3) da lesão sem ajuste de perspectiva (F). Fonte: elaborado pelo autor. As medias lesionais e suas respectivas comparações estão dispostas na Tabela 4. Pequenas variações foram observadas nos valores encontrados, no entanto, sem diferença estatística significante na análise pareada. 33 Tabela 4 – Análise comparativa das medidas de altura, largura e área total das lesões diagnosticadas nos cinco pacientes, com e sem a etapa de correção de perspectiva. Todas as medidas encontram-se na unidade de milímetros. Pacientes Com correção da perspectiva Sem correção da perspectiva Comprimento Largura Área Comprimento Largura Área 1 4,223 1,772 6,135 4,285 2,164 6,875 2 2.1 3,202 1,545 3,432 2,900 1,202 2,579 2.2 2,604 2,712 4,103 2,401 2,562 3,293 2.3 4,560 2,500 6,707 4,150 2,228 6,015 3 14,514 13,343 71,274 15,271 13,415 70,929 4 28,193 11,382 232,210 28,193 11,382 232,210 5 28,218 11,247 262,422 37,587 8,546 306,794 Valor de P Comprimento Largura Área 0,84 0,43 0,84 Fonte: elaborado pelo autor. Teste de Wilcoxon, significância em p<0,05. 34 6 DISCUSSÃO As exposições ósseas bucais são lesões de difícil remissão e de tratamento, muitas vezes, prolongado. O acompanhamento da evolução/involução dessas lesões é muito importante para avaliação do sucesso do tratamento proposto e tomada de decisão sobre novas intervenções. As fotografias clínicas foram eficientes em permitir a mensuração das medidas da lesão, e foram avaliadas as medições com e sem a correção da perspectiva das imagens, em situações distintas, sendo a situação pré-clínica em um esquema de ambiente controlado, e na situação clínica, mostrando a aplicabilidade diretamente no paciente, evidenciando que as fotografias podem servir para além da análise qualitativa, que carrega maior subjetividade. Na avaliação das lesões reais de fotografias de pacientes, a utilização da escala em papel permitiu a correção da perspectiva, utilizando o software Fiji/ImageJ. Tanto a utilização de uma escala em papel, previamente fabricado, quanto a utilização de um software de domínio público, foram propostas em termos da democratização do método, pois tem acesso fácil e aberto. O teste fotográfico em manequim odontológico foi importante para ter um ambiente controlado, onde foi avaliada a ação de possíveis fatores influenciadores que possibilitassem uma condição ideal de medição das dimensões das lesões, e que fosse o mais fiel possível. Ainda, entendeu-se que seria necessário o uso de um dispositivo de escala com medidas conhecidas, possibilitando a calibração da escala da imagem, além disso, ajustando a perspectiva com mais precisão (BALDASSO et al., 2016; MOUSSA et al., 2021). Neste estudo, observamos alguns fatores importantes: a) quanto mais paralela a lente estiver em relação a lesão, menos distorções haverá e mais fiel será a obtenção das medidas aferidas; b) lesões em que não se consegue manter um plano paralelo à lente, devido localização intraoral que não permita estabelecer essa relação, por exemplo, necessitam de ajuste da perspectiva da imagem a fim de corrigir o plano da lesão, diminuindo as distorções; c) evitar que haja sombra sobre a lesão, permitindo uma melhor visualização durante as delimitações dos parâmetros (altura, largura e área). Na fase pré-clínica, obtivemos uma concordância excelente nas medições sem que houvesse sido corrigida a perspectiva das imagens. Já com o ajuste da perspectiva, a concordância se manteve excelente apenas para o cálculo da área. 35 Com esse resultado, entendemos que a não padronização entre os examinadores sobre o posicionamento dos eixos de comprimento e largura pode ter influenciado na perda de concordância. Existe uma subjetividade na escolha do maior eixo das lesões, quando a intenção é calcular maior largura e maior espessura. Sugere-se que, para medidas em situações individuais, pode-se trabalhar sem a correção da perspectiva e fazer medidas lineares. No entanto, para permitir replicabilidade do método e aferições múltiplas, por exemplo em pesquisas científicas com mais de um operador, sugere-se então que se atenha apenas ao cálculo da área. Moussa et al. (2021), em seu estudo, concluíram que medições lineares feitas em fotografias 2D não apresentam distorções significantes em relação às medições da imagem controle, com as proporções reais. Perante nossos achados e os dados na literatura, acreditamos que a área da lesão é a medida mais importante para avaliar a evolução/involução da lesão e o ajuste de perspectiva é indicado para o cálculo da área, visto que com a perspectiva ajustada o plano da lesão é corrigido quanto a sua profundidade, diminuindo as distorções, o que acreditamos influenciar na obtenção mais real das medições. Além do que, segundo Baldasso et al. (2016), imagens distorcidas perdem suas dimensões reais proporcionalmente à distorção e ao analisar imagens distorcidas de uma mesma lesão, a comparação se dá de maneira qualitativa e não quantitativa, a qual é a ideal para comparações objetivas entre imagens com objetivo de acompanhamento das lesões. Logo, ao corrigir a perspectiva a distorção da imagem é revertida, desde que se mantenha a escala real da imagem através do dispositivo de escala, sendo possível obter medições mais objetivas e reais (BALDASSO et al., 2016). Para minimizar a distorção da imagem, o posicionamento da câmera em relação à lesão é um fator principiante para se chegar mais próximo possível das medidas reais. Quanto mais paralela a lente estiver da lesão, menos distorções haverá e menos correção de perspectiva será necessária, assim diminuímos as chances de perda de precisão das medições. Em relação à iluminação, é importante realizar um afastamento de estruturas moles orais, como bochecha e lábio, para permitir a maior quantidade possível de entrada de luz. Segundo Yoshio (2010), a iluminação é um fator determinante para visualizar os detalhes, sendo eles importantes para que possamos determinar os limites das lesões para as medições. Por isso, utilizamos uma fonte de luz do tipo flash circular, que segundo Yoshio 36 (2010) é o melhor indicado quando se deseja uma iluminação mais homogênea, além de minimizar a presença de sombra formada pelas bochechas. Na fase clínica do estudo, as medições foram realizadas nas imagens com e sem o ajuste da perspectiva, por apenas um examinador, para avaliar a aplicabilidade do que foi discutido na fase pré-clínica. As comparações revelaram não haver diferença significante entre as medições com e sem ajuste da perspectiva.No entanto, deve-se interpretar esses dados com cautela, uma vez que retratam um número pequeno de casos, contando com apenas 5 situações clínicas. Estudos clínicos requerem maior número de fotografia, que não foi possível devido as limitações deste estudo. Dentre as limitações que influenciaram no número de fotografias passíveis de análise, consideramos principalmente a ocorrência da pandemia da COVID-19, o que inviabilizou momentaneamente a condução da pesquisa. As limitações de se obter um registro fotográfico adequado, utilizando a escala, também foi um fator considerado. 37 7 CONCLUSÃO Conclui-se que: As fotografias clínicas podem ser empregadas para calcular as medidas lesionais das exposições ósseas em cavidade bucal, a fim de serem utilizadas como ferramentas de acompanhamento e averiguação de eficácia dos tratamentos. A utilização de um dispositivo calibrador com escala, do tipo pré-fabricado, foi efetiva para permitir o cálculo das dimensões lesionais. A correção da perspectiva do plano da lesão seguida do cálculo da área permitiu boa replicabilidade do método de mensuração em relação aos valores reais das lesões. A aferição das medidas não mostrou diferenças significantes comparando as situações com e sem correção da perspectiva, no entanto, foram poucas as situações clínicas testadas. 38 REFERÊNCIAS ARCE, Kevin; ASSAEL, Leon A. Imaging Findings in Osteonecrosis of Jaws. YJOMS, [S. l.], v. 67, n. 5, p. 75–84, 2009. ISSN: 0278-2391. 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