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Vinicius Martins Dias Batista

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO 
Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde 
 
Vinicius Martins Dias Batista 
 
 
 
Avaliação do conhecimento e atitudes dos profissionais de saúde de um 
hospital de ensino sobre proteção radiológica. 
 
 
MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO NAS PROFISSÕES DA SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SOROCABA/SP 
2016
 
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO 
Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde 
Vinicius Martins Dias Batista 
 
Avaliação do conhecimento e atitudes dos profissionais de saúde de um 
hospital de ensino sobre proteção radiológica. 
 
 
MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO NAS PROFISSÕES DA SAÚDE 
 
Trabalho final apresentado à Banca 
Examinadora da Pontifícia Universidade 
Católica de São Paulo, Faculdade de 
Ciências Médicas e da Saúde, como 
exigência parcial para obtenção do título de 
MESTRE PROFISSIONAL em Educação 
nas Profissões da Saúde, sob a orientação do 
Prof. Dr. Fernando Antônio de Almeida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SOROCABA/SP 
2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Elaborado pela Biblioteca Prof. Dr. Luiz Ferraz de Sampaio Júnior. 
Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde – PUC-SP 
 
 
Batista, Vinicius Martins Dias 
B333 Avaliação do conhecimento e atitudes dos profissionais de saúde 
de um hospital de ensino sobre proteção radiológica / Vinicius 
Martins Dias Batista. -- Sorocaba, SP, 2016. 
 
Orientador: Fernando Antônio de Almeida. 
Trabalho Final (Mestrado Profissional) -- Pontifícia 
Universidade Católica de São Paulo, Faculdade de Ciências 
Médicas e da Saúde. 
 
1. Conhecimentos, Atitudes e Prática em Saúde. 2. Proteção 
Radiológica. 3. Educação em Saúde. I. Almeida, Fernando Antonio 
de. II. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Faculdade de 
Ciências Médicas e da Saúde. III. Título. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA: 
 
_________________________________________ 
_________________________________________ 
_________________________________________ 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 Aos meus pais que foram os meus primeiros professores na vida. 
 A minha esposa e amiga Kelly Araújo que sempre me deu apoio e entendeu as minhas 
ausências. 
 Aos meus filhos João Pedro e Gustavo que me enchem de energia diariamente com 
demonstrações de amor genuíno. 
 Aos meus irmãos Guilherme e Paula que tiveram participação importante nessa 
trajetória. 
 Ao meu orientador, exemplo de ser humano, Prof. Dr. Fernando Antônio de Almeida, 
que me conduziu com paciência e carinho demonstrando através de simples atitudes o 
verdadeiro significado da palavra professor. 
 Ao meu ex-aluno e amigo Oberdan, que esteve ao meu lado me apoiando até o final 
deste trabalho. 
 Aos amigos que fiz durante o mestrado, funcionários, alunos e professores pelo convívio 
e aprendizado adquirido. 
 Aos voluntários desta pesquisa, sem eles, ela não seria possível. 
 Ao professor e amigo Clayton Marques que me auxiliou incansavelmente na produção 
dos personagens utilizados no material educativo. 
 Ao Hospital Santa Lucinda por ter permitido que esse trabalho fosse realizado em suas 
dependências, contribuindo com a promoção da educação em saúde, meu muito obrigado a 
todos. 
 
RESUMO 
 
Martins, V.M.D. Avaliação do conhecimento e atitudes dos profissionais de saúde de um 
hospital de ensino sobre proteção radiológica. 
 
Introdução: O conceito de radioproteção é habitualmente reconhecido como importante entre 
os profissionais de saúde de nível técnico e superior, porém, são escassas as informações sobre 
o conhecimento formal e sua aplicação na prática. Percebendo a defasagem no processo de 
proteção radiológica nos setores que utilizam radiação ionizante, resolvi pesquisar o 
conhecimento que os profissionais da saúde têm sobre proteção radiológica e a necessidade de 
intervenção educativa para que os profissionais trabalhem de forma consciente e com proteção 
adequada. Objetivos: Avaliar o conhecimento que os profissionais de saúde de um hospital de 
ensino (HE) têm sobre radioproteção; conscientizar as equipes sobre os efeitos danosos das 
radiações ionizantes e aplicação do princípio ALARA (As Low As Reasonably Achievable) na 
rotina de trabalho e implementar o conhecimento sobre radioproteção através do ensino lúdico 
utilizando material didático e de fácil compreensão. Métodos: Trata-se de um estudo transversal 
exploratório com análise qualitativa das questões abertas e quantitativa das questões dirigidas. 
Foi aplicado um questionário semiestruturado a 59 funcionários dos diferentes setores do HE 
para avaliar o grau de conhecimento existente. A partir dos achados foi elaborada uma cartilha 
com imagens lúdicas para ser distribuída a todos os funcionários do HE. Na semana interna de 
prevenção de acidentes de trabalho do HE foi feita pelos funcionários teatralização sobre a 
radioproteção. Resultados: Na opinião dos participantes o curso técnico ou superior que 
fizeram não forneceu formação sobre radioproteção ou esta foi insuficiente para a prática. O 
ambiente de trabalho, mesmo em um HE, disponibiliza poucas informações sobre radioproteção 
e as normas que a regem. Boa parte dos entrevistados (25%) mesmo tendo conhecimento não 
observam as medidas de radioproteção. Na aferição do conhecimento formal sobre o conceito 
e as medidas habituais de radioproteção observamos que 1/3 dos participantes tem bom 
conhecimento teórico, 1/3 tem conhecimento incompleto e 1/3 desconhece completamente o 
conceito e as ações de radioproteção. Conclusão: Os funcionários de um HE, mesmo os de nível 
superior, têm necessidade de capacitação sobre radioproteção, pois o curso de formação falhou 
neste aspecto. Acreditamos que o mesmo deve acontecer em outras instituições de saúde. As 
ações objetivando a capacitação em radioproteção foram muito bem aceitas pelos funcionários 
e sua tradução efetiva em maior proteção individual e coletiva está sendo avaliada. 
 
Palavras-Chave: Radiação ionizante, proteção radiológica, equipamentos de proteção, educação 
em saúde, educação. 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Martins, V.M.D. Assessment of knowledge and attitudes of health professionals from a 
university hospital about radiation protection 
 
Background: The concept of radioprotection is usually recognized as important among the 
technical level of health professionals and higher. However, the information on the formal 
knowledge and its application in practice are scarce. Noticing the discrepancy in radiation 
protection process in sectors using ionizing radiation, decided to search the knowledge that 
health professionals have on radiation protection and the need for educational intervention for 
professionals to work consciously and with adequate protection. Objectives: To assess the 
knowledge that the health professionals of a university hospital (UH) have about 
radioprotection, educate staff about the harmful effects of ionizing radiation and application of 
the ALARA (As Low As Reasonably Achievable) principle in routine work and implement the 
knowledge of radioprotection through playful learning using teaching materials and easy to 
understand. Methods: This is an exploratory cross-sectional study with a qualitative analysis 
of the open questions and the quantitative issues addressed by a semi-structured questionnaire 
was applied to 59 employees from different sectors of UH to assess the degree of knowledge. 
From the findings it was prepared a booklet with playful images to be distributed to all 
employees of the UH. In the internal prevention week of work accidents at the UH it was made 
by the employees a performance about radioprotection. Results: According to the participants 
with technical or graduated degree, they did not have training on radiation protection as students 
orit was insufficient to practice. The work environment, even in a UH, provides little 
information about radiation protection and the rules which govern it. Much of the respondents 
(25%) even knowing not observe the radiation protection procedures. In the assessment of 
formal knowledge on the concept and the usual measures of radioprotection we observed that 
1/3 of the participants have good theoretical knowledge, 1/3 have incomplete knowledge and 
1/3 is completely unaware of the concept and radioprotection actions. Conclusion: The 
employees of a UH, even at graduated level, need training on radiation protection, because the 
training course failed in this respect. We believe the same should happen in other health 
institutions. The actions aimed at training in radiation protection were very well accepted by 
employees and their effective translation greater individual and collective protection is being 
evaluated. 
 
Keywords: Ionizing radiation, radiation protection, protective devices, health education, 
education. 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
Gráfico 1 
 
Porcentagem sobre o significado do termo proteção radiológica ou 
radioproteção 
 
27 
 
Gráfico 2 
 
Porcentagem sobre a eficiência da formação técnica ou superior em 
proteção radiológica individual ou coletiva 
 
27 
Gráfico 2a 
 
Porcentagem dos participantes que responderam sim, e se consideram 
a formação acadêmica suficiente para a proteção individual e coletiva 
 
28 
Gráfico 3 
 
Porcentagem de capacitação em proteção radiológica no ambiente de 
trabalho 
 
29 
Gráfico 4 
 
Porcentagem sobre o conhecimento de alguma norma regulatória ou 
portaria de proteção radiológica adotada pelo hospital 
 
29 
Gráfico 4a 
 
Porcentagem dos participantes que responderam sim, sobre a 
disponibilidade do documento para consulta 
 
30 
Gráfico 5 
 
Porcentagem do conhecimento de como se proteger dos raios-x 
quando o exame é realizado no ambiente de trabalho 
 
31 
Gráfico 5a 
 
Porcentagem dos participantes que responderam sim, sobre as 
medidas que devem ser adotadas na proteção radiológica 
 
32 
Gráfico 6 
 
Porcentagem da frequência que o profissional toma as atitudes de 
proteção radiológica 
 
32 
Gráfico 7 Porcentagem do interesse dos participantes da pesquisa em receberem 
educação permanente em proteção radiológica 
 
33 
Gráfico 8 Porcentagem sobre a existência de um protocolo escrito a ser 
observado de proteção radiológica no ambiente de trabalho 
 
34 
Gráfico 9 Porcentagem sobre a existência de um supervisor técnico de proteção 
radiológica 
 
35 
Gráfico 10 Porcentagem sobre a existência da portaria 453/98 disponível no setor 
 
35 
Gráfico 11 Porcentagem sobre a disponibilidade de dosímetros individuais nos 
setores de radiodiagnóstico 
 
36 
Gráfico 12 Porcentagem sobre a existência da monitoração escrita e periódica da 
dose de radiação dos profissionais expostos 
 
37 
Gráfico 13 Porcentagem sobre o recebimento dos resultados das leituras dos 
dosímetros 
 
38 
 
Gráfico 14 Porcentagem sobre a existência de treinamento registrado com 
informações básicas sobre riscos ocupacionais 
 
38 
Gráfico 15 Porcentagem sobre a existência de documentação escrita dos 
procedimentos de rotina de trabalho, incluindo plano de proteção 
radiológica 
 
39 
Gráfico 16 Porcentagem das áreas que fazem uso de radiação ionizante, se estão 
bem sinalizadas 
 
40 
Gráfico 17 Porcentagem sobre as portas quando fechadas, se permitem o perfeito 
isolamento das salas 
 
40 
Gráfico 18 Porcentagem sobre a localização da cabine de comando, se permitem 
a observação da porta de acesso da sala 
 
41 
Gráfico 19 Porcentagem sobre a existência de programa de qualidade e 
manutenção preventiva regular para assegurar que os equipamentos 
estejam de acordo com as especificações de desempenho 
 
42 
Gráfico 20 Porcentagem sobre a existência de sinalização de advertência quando 
a radiação ionizante está ativa dentro da sala 
 
42 
Gráfico 21 Porcentagem sobre a adequação de carga de radiação realizadas pelos 
técnicos 
 
43 
Gráfico 22 Porcentagem sobre a existência de informativo em local visível 
solicitando às mulheres grávidas que informem ao médico ou ao 
técnico antes da realização do exame 
 
44 
Gráfico 23 Porcentagem sobre o conhecimento da existência de um representante 
do serviço de imagem na CIPA 
 
44 
Gráfico 24 Porcentagem sobre a existência de equipamento de proteção 
individual no serviço de radiologia 
 
45 
Gráfico 25 Porcentagem sobre a existência de aventais de chumbo em número 
suficiente para disponibilizar durante o exame 
 
45 
Gráfico 26 Porcentagem sobre a existência de um fluxograma para procedimento 
em casos de acidentes e emergência 
 
46 
Gráfico 27 Porcentagem sobre a existência de protetores genitais e de tireoide 
disponíveis para pacientes e acompanhantes 
 
47 
Gráfico 28 
 
Porcentagem sobre a existência de orientações escritas sobre o 
descarte dos resíduos gerados pelo serviço de radiologia 
 
48 
 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1: Caracterização da amostra segundo o gênero e idade ............................................. 27 
Tabela 2 - Caracterização da amostra segundo a formação profissional ................................. 28 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas 
AIEA Agência Internacional de Energia Atômica 
ALARA As Low As Reasonably Achievable 
CA Certificado de Aprovação 
CNEN Comissão Nacional de Energia Nuclear 
DSC Discurso do Sujeito Coletivo 
EPIs Equipamentos de Proteção Individual 
FCMS Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde 
Gy Gray 
HSL Hospital Santa Lucinda 
HE Hospital de Ensino 
ICRP Comissão Internacional de Proteção Radiológica 
ICRU Comissão Internacional de Unidades e Medidas das Radiações 
IOE Indivíduo Ocupacionalmente Exposto 
IPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 
IXRPC Comitê Internacional de Proteção aos Raios-X e Radioproteção 
MOI Modelo Operário Italiano 
MS Ministério da Saúde 
mSv miliSievert 
NBPR Normas Básicas de Proteção Radiológica 
NN Norma Nacional 
NR Norma Reguladora 
PUC-SP Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 
SIPAT Semana de Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho 
SUS Sistema Único de Saúde 
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 
UNSCEAR Comitê Científico sobre os Efeitos da Radiação Atômica da Organização 
das Nações Unidas 
UTI Unidade de Terapia Intensiva 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 13 
1.1 AS RADIAÇÕES IONIZANTES E SEUS TIPOS ...................................................................... 13 
1.2 SOBRE UM “NOVO” TIPO DE RAIOS (RAIOS X) ................................................................ 14 
1.3 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES IONIZANTES. ......................................................... 15 
1.3.1 Efeitos à curto prazo ou agudos ............................................................................... 16 
1.3.2 Efeitos à longo prazo ou tardios. ............................................................................. 16 
1.3.2.1 Efeitos genéticos (ou hereditários). .................................................................. 16 
1.3.2.2 Efeitos somáticos. ............................................................................................. 16 
1.4 O HISTÓRICO DAS NORMAS DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA ................................................. 17 
1.5 O SISTEMA DE RADIOPROTEÇÃO OCUPACIONAL. ............................................................ 19 
1.6 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL. .................................................................... 20 
1.7 CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO E EDUCAÇÃOPERMANENTE ........................................ 20 
2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 23 
3 MÉTODOS ........................................................................................................................... 24 
3.3 LOCAL DA PESQUISA ........................................................................................................ 24 
3.1 PARTICIPANTES DA PESQUISA .......................................................................................... 25 
3.2 AVALIAÇÃO DO QUESTIONÁRIO ....................................................................................... 25 
3.4 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS. ................................................................................................. 26 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 27 
4.1 PARTICIPANTES DO ESTUDO ............................................................................................. 27 
4.2 NÍVEL DE FORMAÇÃO DOS PARTICIPANTES ...................................................................... 27 
4.2 RESPOSTAS AO QUESTIONÁRIO ........................................................................................ 29 
4.2.1 Conceituação de proteção radiológica (ou radioproteção) pelos participantes ....... 29 
4.2.2. Os cursos técnicos e de graduação oferecem a formação adequada em 
radioproteção? .................................................................................................................. 30 
4.2.3 Capacitação no ambiente de trabalho sobre radioproteção ..................................... 31 
4.2.4 Conhecimento de normas regulatórias de proteção radiológica adotadas pelo 
hospital. ............................................................................................................................ 32 
 
4.2.5 Proteção dos raios-x durante a realização de exames radiológicos no ambiente de 
trabalho............................................................................................................................. 34 
4.2.6 Adoção regular às medidas de proteção radiológica ............................................... 36 
4.2.6 Interesse em processo de educação permanente em radioproteção ........................ 37 
4.2.7 Protocolos de proteção radiológica ......................................................................... 38 
4.2.8 Supervisor de proteção radiológica ......................................................................... 39 
4.2.9 Disponibilidade da Portaria SMS/MS no 453/1998 ................................................ 40 
4.2.10 Disponibilização e monitoração dos dosímetros ................................................... 41 
4.2.11 Controle clínico e laboratorial do profissional exposto à radiação. ...................... 43 
4.2.12 Treinamento regular sobre os riscos ocupacionais ............................................... 44 
4.2.13 Sinalização das áreas de risco ............................................................................... 46 
4.2.14 Isolamento dos ambientes expostos à radiação ..................................................... 47 
4.2.15 Controle do acesso ................................................................................................ 48 
4.2.16 Programa de controle de qualidade e manutenção preventiva dos equipamentos 49 
4.2.17 Sinalização de advertência de radiação ionizante ativa ........................................ 50 
4.2.18 Adequação das cargas a protocolos pré-estabelecidos .......................................... 51 
4.2.19 Informação às mulheres potencialmente grávidas ................................................ 52 
4.2.20 Representante dos profissionais dos setores de imagem na Comissão Interna de 
Prevenção de Acidentes (CIPA). ..................................................................................... 53 
4.2.21 Disponibilidade de equipamentos de proteção individual .................................... 54 
4.2.22 Protocolos para situações de emergência ou acidentes ......................................... 56 
4.2.23 Equipamentos de proteção para pacientes e acompanhantes ................................ 57 
4.2.24 Descarte de material resíduos ............................................................................... 58 
4.3 RESULTADOS DAS QUESTÕES ABERTAS (QUALITATIVAS) ................................................ 59 
4.3.1 Proteção dos profissionais de saúde contra radiação (25 participantes) ................. 59 
4.3.2 Atitude da empresa para proteger o funcionário (1 participante) ........................... 60 
4.3.3 Uso de equipamento de proteção individual (15 participantes) .............................. 60 
4.3.4 Proteção pessoal e coletiva (6 participantes) .......................................................... 60 
4.3.5 Capacitação de pessoal e monitoramento (1 participante) ...................................... 60 
4.3.6 Documentos/normas (2 participantes) .................................................................... 60 
4.3.7. Não exceder a jornada diária de trabalho (1 participante) ..................................... 60 
4.3.8. Manter distância da fonte de radiação (20 participantes) ...................................... 60 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 62 
 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 63 
APÊNDICE A - RESPOSTAS AO QUESTIONÁRIO APLICADO ................................ 65 
APÊNDICE B - NÚMERO DE RESPOSTAS CORRETAS*, PARCIALMENTE 
CORRETAS E INCORRETAS À QUESTÃO1 “O QUE SIGNIFICA PARA VOCÊ O 
TERMO PROTEÇÃO RADIOLÓGICA OU RADIOPROTEÇÃO”? ............................. 67 
APÊNDICE C - NÚMERO DE RESPOSTAS CORRETAS*, PARCIALMENTE 
CORRETAS E INCORRETAS À QUESTÃO 5A “SE RESPONDEU SIM, QUAIS 
MEDIDAS DEVEM SER ADOTADAS”? ........................................................................... 68 
APÊNDICE D - RESPOSTA À PERGUNTA 6 SOBRE A FREQUÊNCIA COM QUE OS 
PARTICIPANTES TOMAM MEDIDAS DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA. ............... 69 
APÊNDICE E - QUESTIONÁRIO ESTRUTURADO ....................................................... 70 
APÊNDICE F - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ............ 72 
APÊNDICE G - MATERIAL EDUCATIVO COM O TEMA PROTEÇÃO 
RADIOLÓGICA E OS RISCOS QUE AS RADIAÇÕES PODEM CAUSAR. ............... 73 
ANEXO 1: NORMATIZAÇÃO BRASILEIRA DE EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL .... 75 
ANEXO 2: CARTA DE AUTORIZAÇÃO .......................................................................... 80 
ANEXO 3: APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA ........................... 81 
13 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Sou Vinicius Martins, tecnólogo em radiologia, formado na Universidade Paulista, 
campus Sorocaba em 2010 e, atualmente, trabalho com tomografia computadorizada na Santa 
Casa de Misericórdia de Sorocaba e no setor de radiologia intervencionista no Hospital Santa 
Lucinda também de Sorocaba. Atuo como docente no curso superior de Radiologia na 
Universidade Paulista campus Sorocaba e no Serviço Nacional da Indústria (Senai) – São Paulo 
como instrutor de imagens médicas. Percebendo a defasagem no processo de proteção 
radiológica nos setores que utilizam radiação ionizante, resolvi pesquisar o conhecimento que 
os profissionais da saúde têm sobre proteção radiológica e a necessidade de intervenção 
educativa para que os profissionais trabalhem de forma consciente e com proteção adequada. 
Tendo como foco a formação e a capacitação de profissionais da área da saúde para que 
estes possam modificar positivamente o ambiente de trabalho no qual estão inseridos, o 
mestrado profissional teve para mim, através desta pesquisa e da relação com outros 
profissionaisde saúde, um papel fundamental na construção, fundamentação e consolidação de 
conceitos educativos críticos e reflexivos. 
 
1.1 As radiações ionizantes e seus tipos 
 
Radiação ionizante é o termo usado para descrever o transporte de energia, tanto na 
forma de ondas eletromagnéticas como na forma de partículas subatômicas, capazes de causar 
ionização na matéria. Quando a radiação ionizante passa pela matéria, confere energia por 
excitação ou ionização. Os efeitos da radiação dependem, sobretudo, da quantidade, da 
qualidade da radiação incidente e da natureza do material com o qual está interagindo. 1 
As radiações são classificadas em: i) emissão de nêutrons; ii) radiações gama, ou seja, 
radiação eletromagnética, da mesma natureza que a luz visível, as micro-ondas ou os raios X, 
porém mais energética; iii) radiação alfa (núcleos de hélio, formados por dois prótons e dois 
nêutrons); iv) radiação beta (elétrons ou suas antipartículas, os pósitrons, cuja carga elétrica é 
positiva).(2) Dessa forma, para melhor compreensão, as radiações se apresentam de duas formas. 
Como partículas atômicas ou subatômicas energéticas, tais como partícula alfa, elétrons, 
pósitrons, prótons, nêutrons, que podem ser produzidos em aceleradores de partículas ou em 
reatores ou emitidos espontaneamente de núcleos dos átomos radioativos e a radiação pode 
apresentar-se também em forma de onda eletromagnética, constituída de campo elétrico e 
campo magnético oscilantes, perpendiculares entre si e que se propagam no vácuo com a 
14 
 
velocidade da luz (3x108 m/s). Uma onda eletromagnética é caracterizada pelo comprimento de 
onda ou pela frequência da onda e as várias faixas constituem o espectro eletromagnético, indo 
de ondas de frequência extremamente baixa, passando por ondas de rádio, de TV, micro ondas, 
radiação infravermelha, luz visível, radiação ultravioleta até chegar aos raios x e gama.3 
Em alinhamento com o objetivo desse estudo, vamos ater-nos às radiações 
eletromagnéticas do tipo X que são as mais utilizadas na prática médica. Os profissionais que 
trabalham diretamente expostos à radiação ionizante são denominados pela Comissão Nacional 
de Energia Nuclear, na Norma NN 3.01 de março de 2014 (parágrafo 48), como indivíduo 
Ocupacionalmente Exposto (IOE), ou seja, individuo sujeito à exposição ocupacional às 
radiações ionizantes de qualquer gênero. 
 
1.2 Sobre um “novo” tipo de raios (Raios X) 
 
Wilhelm Conrad Roentgen nasceu em 27 de março de 1845, na cidade alemã de Lennep 
(atual Remscheid), onde atualmente se encontra o museu de Roentgen. Faleceu em Munich 
(Alemanha) em 10 de fevereiro de 1923, tendo sido enterrado na cidade alemã de Giessen. Em 
8 de novembro de 1895, o professor de física teórica, Doutor Wilhelm Conrad Roentgen, 
descobriu os raios-x, em Wurzburg (Alemanha), fato ocorrido a partir das experiências com as 
ampolas de Hittorf (Johann Wilhelm Hittorf - físico alemão) e Crookes (William Crookes – 
físico e químico inglês). Em 22 de novembro de 1895, Roentgen fez a primeira radiografia da 
história, da mão esquerda de Anna Berhta Ludwig Roentgen, sua mulher, e seis dias após 
publicou na revista Sitzungs Berichte, da sociedade Física Médica de Wurzburg, o célebre artigo 
“Sobre um novo tipo de raio – Comunicação prévia”. Posteriormente, outros dois trabalhos 
referentes aos raios-x foram publicados por ele: um ainda em 1896, conhecido como “2ª 
Comunicação” e outro em 1897, conhecido como a “3ª Comunicação”.4 
Durante vários séculos houve muita polêmica quanto à natureza da luz, se ela era uma 
onda ou se era constituída de partículas. A teoria mais moderna, a da dualidade onda partícula, 
desenvolvida por Max Planck e por Albert Einstein a partir de 1901 e posteriormente por Louis 
de Broglie, correlaciona partícula com onda. Segundo esta concepção, uma onda 
eletromagnética é emitida e propaga-se em forma de pequenos pacotes de energia chamado 
fótons. Qualquer tipo de radiação interage com corpos, inclusive o humano, depositando neles 
energia. A forma de interação depende do tipo e da energia da radiação e do meio absorvedor.3 
Os raios-x, radiações ionizantes consideradas nesse estudo, são um tipo de radiação 
semelhante à luz, mas invisíveis e com energia suficiente para atravessar corpos opacos. São 
15 
 
produzidos pelos elétrons que se movem do catodo para o anodo dentro do tubo de raios-x, 
acelerados por uma alta tensão e com produção de fótons (na ordem de 1%) e aumento da 
temperatura do anodo (99%). Esses fótons constituem a radiação que será utilizada para 
produzir a imagem radiográfica. A radiação é produzida no anodo para todas as direções. Por 
isso, o tubo é colocado dentro de uma calota protetora revestida de chumbo. Essa radiação que 
sai do tubo é denominada de radiação primária. Quando o feixe primário atravessa os corpos, 
ele é atenuado na medida em que os fótons vão interagindo com as estruturas internas do corpo, 
resultando em diferentes intensidades devido à absorção do feixe de raios-x. Qualquer objeto 
(pessoa, cadeira, parede) atingido por essa radiação atua como um emissor de radiação, 
chamada de radiação secundária e espalhada.1 
 
1.3 Efeitos biológicos das radiações ionizantes. 
 
As moléculas biológicas são constituídas principalmente por átomos de carbono, 
hidrogênio, oxigênio e nitrogênio. Elétrons provavelmente serão arrancados destes elementos 
no caso de irradiação. Para que ocorra a ionização do material biológico, a energia liberada pela 
radiação deve ser superior à energia de ligação dos elétrons aos átomos destes elementos. A 
energia liberada pela radiação pode produzir também excitação dos átomos e quebra de 
moléculas e, como consequência, formação de íons e radicais livres altamente reativos, que 
podem atacar moléculas de grande importância (como o DNA) do núcleo da célula, causando-
lhes danos. Por ser responsável pela codificação da estrutura molecular de todas as enzimas da 
célula, o DNA passa a ser molécula chave no processo de estabelecimento de danos biológicos. 
A alteração de uma molécula de DNA resulta numa célula capaz de continuar vivendo, mas 
incapaz de se dividir. Assim, a célula acaba morrendo e não renovada. Se isso ocorre em um 
número muito grande de células, sobrevém o mau funcionamento do tecido constituído por 
essas células e, por fim, a sua morte. O efeito das radiações ionizantes em um indivíduo depende 
basicamente da dose absorvida (alta/baixa), da taxa de exposição (crônica/aguda) e da forma 
da exposição (corpo inteiro/localizada). Existem efeitos biológicos da radiação que se 
manifestam a curto e em longo prazo. 5 
 
 
 
16 
 
1.3.1 Efeitos à curto prazo ou agudos 
 
São efeitos observáveis em apenas horas, dias ou semanas após a exposição do individuo à 
radiação. Esses efeitos são geralmente associados a altas doses de radiação acima de 1Gy 
(Gray), recebidas por grandes áreas do corpo, num curto período de tempo. 6 
Dependendo da dose, pode ser provocada a síndrome aguda de radiação, em que podem ocorrer 
náuseas, vômitos, prostração, perda de apetite e de peso, febre, hemorragias dispersas, queda 
de cabelo e forte diarreia.6 
Os três sistemas que sofrem as consequências na síndrome aguda de radiação são o sistema 
hematopoiético (para doses equivalentes abaixo de 5Gy); sistema gastrintestinal (para doses 
equivalentes entre 5 e 20 Gy) e o sistema nervoso central (para doses equivalentes acima de 50 
Gy). 6 
 
1.3.2 Efeitos à longo prazo ou tardios. 
 
São efeitos que podem surgir de altas doses de radiação recebidas num curto intervalo 
de tempo. Por exemplo, há os casos de animais adultos que receberam dose de radiação não 
letal, e que apresentam recuperação aparente, podendo, no entanto, vir a apresentar efeitos 
muitos anos mais tarde. E há os casos que recebem pequenas doses, mas crônicas, em um longo 
intervalo de tempo; são os casos de pessoas ocupacionalmenteexpostas, como radiologistas e 
pesquisadores que lidam com radiação. Os efeitos tardios podem ser genéticos e somáticos.6 
 
1.3.2.1 Efeitos genéticos (ou hereditários). 
 
Consistem em mutações nas células reprodutoras que afetam gerações futuras. Esse 
efeito pode surgir quando os órgãos reprodutores são expostos à radiação e, aparentemente, sem 
afetar o indivíduo que sofreu exposição, mas afetando seus descendentes. Há indicações de que 
quanto maior a dose acumulada maior será o número de mutações ocorridas.6 
 
1.3.2.2 Efeitos somáticos. 
 
Afetam diretamente o indivíduo exposto à radiação e não são transmitidos às gerações 
futuras e podem ser imediatos ou tardios. Os efeitos imediatos são aqueles que ocorrem num 
17 
 
período de horas até algumas semanas após a irradiação. Os efeitos tardios resultam de 
pequenas doses continuadas num longo intervalo de tempo como são os casos que ocorrem em 
pessoas ocupacionalmente expostas, como técnicos em radiologia por exemplo. A gravidade 
desses efeitos dependerá basicamente da dose recebida e da região atingida. Isso se deve ao fato 
de que as diversas regiões do corpo reagem de formas diferentes ao estímulo da radiação. 5 
 
1.4 O histórico das normas de proteção radiológica 
 
Diversos efeitos biológicos foram reportados logo após a descoberta dos raios X. 
Naquela época era prática comum verificar a intensidade dos raios X expondo trabalhadores à 
radiação emitida e medindo o tempo transcorrido até que a região exposta apresentasse alguma 
patologia. Durante as décadas seguintes, foi acumulado um grande número de informações 
sobre os efeitos maléficos da radiação ionizante e, consequentemente, sobre a necessidade de 
regulamentar a exposição de indivíduos a essa radiação bem como aprimorar as técnicas 
empregadas pelo uso de colimadores, filtros, blindagens para a atenuação.7 
Criada em 1928 a Comissão Internacional de Proteção Radiológica (ICRP) no 
Congresso Internacional de Radiologia, com o nome de Comitê Internacional de Proteção aos 
Raios-X e Radioproteção (IXRPC). Em 1950, ambos os nomes e a estrutura foram mudados 
através das recomendações do Segundo Comitê Internacional de Proteção aos Raios-X e 
Radioproteção. A ICRP tem trabalhado juntamente com outras organizações como a Comissão 
Internacional de Unidades e Medidas das Radiações (ICRU), o Comitê Científico sobre os 
Efeitos da Radiação Atômica da Organização das Nações Unidas (UNSCEAR) e a Agência 
Internacional de Energia Atômica (AIEA) que organiza as recomendações da ICRP em 
normas.8 
 Criada em 1977 a publicação 26 da ICRP estabeleceu a filosofia de radioproteção que, 
atualmente, é a mais aceitável. Quantifica-se então, pela primeira vez, o risco dos efeitos 
estocásticos das radiações e propõe um sistema de limitação de dose, sendo compreendido por 
três princípios básicos de radioproteção.8 
No Brasil as Normas Básicas de Proteção Radiológica (NBPR), aprovadas pela 
Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), em 1973, fixaram os princípios básicos de 
proteção contra danos oriundos do uso de radiações e estabeleceram, para vigorar no país, entre 
outros, os limites de dose que vinham sendo recomendados internacionalmente. 
Em agosto de 1988, a CNEN aprovou a norma “Diretrizes Básicas de Radioproteção”, 
em substituição às NBPR de 1973. Esta norma fundamenta-se no conceito de detrimento 
18 
 
introduzido pela ICRP-26, ou seja, no fato de qualquer dose, por menor que seja, está associada 
à ocorrência de danos (efeitos estocásticos), e adotam os três princípios básicos: justificação, 
otimização e limitação de dose. 9 
 
Princípio da Justificação: Qualquer atividade envolvendo radiação ou exposição deve 
ser justificada em relação a outras alternativas e produzir um benefício líquido para a sociedade; 
9 
Princípio da Otimização: As exposições devem ser tão reduzidas quanto razoavelmente 
exequível (ALARA - As Low As Reasonably Achievable), levando-se em consideração fatores 
sociais e econômicos; 9 
Princípio da Limitação da Dose Individual: As doses individuais de trabalhadores e 
indivíduos do público não devem exceder os limites anuais de dose estabelecidos pela ICRP de 
1990 e adotadas no Brasil pela Portaria 453, de 01/06/1998 do Ministério da Saúde onde a dose 
média anual não deve exceder 20 miliSievert (mSv) em qualquer período de 5 anos 
consecutivos, não podendo exceder 50 mSv em nenhum ano para trabalhadores das áreas de 
radiodiagnóstico médico e odontológico. Um Sievert carrega com ele uma chance de 5,5% de 
eventualmente desenvolver câncer.8 
Os riscos ocupacionais dos trabalhadores expostos a radiações ionizantes têm sido 
estudados por autores como Gomes (2002), que abordou as condições de trabalho e riscos de 
exposição em serviços de radiodiagnóstico em hospital público. Estudo esse realizado em 176 
hospitais da rede pública do Estado de são Paulo onde foram constatadas condições precárias 
de trabalho nos serviços de radiologia. Fernandes et al (2005) observaram e entrevistaram 
técnicos e enfermeiros nos locais de trabalho onde constataram os riscos ocupacionais que esses 
indivíduos estavam expostos, elaborando mapas de risco para os locais de trabalho. Entre outros 
aspectos relatados por Fernandes et al (2005), os equipamentos de proteção individual 
constituem o principal aspecto de biossegurança negligenciado. Autores como Luiz et al (2011) 
estudaram uma maneira de aplicar o ensino lúdico para a construção de conceitos e propostas 
de ensino para os profissionais diretamente expostos através de treinamentos e divulgação de 
material de fácil interpretação, obtendo resultados satisfatórios quanto ao conhecimento dos 
profissionais após a divulgação do material e melhorando a capacidade de interpretação dos 
fenômenos radiológicos. Brand et al (2011) realizaram um estudo com oito técnicos em 
radiologia acerca de seus conhecimentos sobre radioproteção e legislação, onde observaram 
deficiência nos saberes sobre esses conceitos. Bernardo (2013) estudou a dose de radiação em 
19 
 
exames de crânio de crianças realizando um treinamento para a equipe de técnicos em 
radiologia em conjunto com o serviço de engenharia hospitalar um projeto para gerar relatórios 
e controles de dose absorvida pelos pacientes. Com a ajuda de protocolos criados 
especificamente para esse tipo de exame os técnicos ampliaram seus conhecimentos sobre 
radioproteção do paciente e para o profissional exposto.10,11,12,13,14 
De acordo com Poletto (2007), em muitas situações, o técnico de radiologia tem contato 
mais próximo e prolongado com pacientes, muitas vezes portadores de doenças contagiosas, e 
não faz uso dos EPIs devido o seu estado de desgaste ou ausência dos mesmos.15 
Outro aspecto diz respeito à monitoração individual de dose que, de acordo com a 
Portaria nº 453, é de uso obrigatório “durante a sua jornada de trabalho e enquanto permanecer 
na área controlada”. 16 
Programas computacionais de monitorização ocupacional em radiologia foram 
desenvolvidos para o monitoramento dos riscos ocupacionais, de acordo com as diretrizes de 
proteção radiológica.17,18 
 
1.5 O Sistema de Radioproteção Ocupacional. 
 
A proteção radiológica tem por objetivo proteger adequadamente os profissionais 
expostos à radiação sem limitar desnecessariamente as práticas benéficas obtidas pela radiação 
ionizante. O sistema de radioproteção é fundamentado em princípios básicos, que visam 
garantir que a dose equivalente recebida por alguma pessoa seja tão baixa quanto razoavelmente 
exequível (princípio as low as reasonably achievable, ALARA); que nenhum emprego de 
radiação seja injustificado em relação a seus benefícios e que a dose equivalente não exceda os 
limites anuais de dose para os profissionais. Dessa forma, em um programa de monitoração 
ocupacional, os pontos de maior preocupação com os indivíduos expostos são: a jornada de 
trabalho, a formação dosprofissionais, treinamento periódico, a dosimetria pessoal e os exames 
médicos e laboratoriais de rotina. 16 
Ainda conforme a regulamentação da Associação Brasileira de Normas Técnicas 
(ABNT), todo profissional que trabalha com radiodiagnóstico deve usar um dosímetro sempre 
e somente quando estiver na área de risco e ainda submetê-lo mensalmente à leitura dos dados 
nele contido, a fim de monitorizar a radiação individual acumulada. 19 
 Com isto obtêm-se informações acerca da exposição à radiação ionizante. Atualmente, 
a maioria dos serviços fornece monitores ou dosímetros individuais para os profissionais. No 
20 
 
entanto, verifica-se que em alguns casos os profissionais desconhecem a importância do uso 
dos dosímetros individuais e os limites de doses mensais recomendados. É um hábito comum 
o armazenamento de forma coletiva e não individual dos dosímetros junto ao monitor padrão 
ao final do expediente, e a não utilização correta contínua dos mesmos, conforme se 
recomenda.16,20,7 
 
1.6 Equipamentos de proteção individual. 
 
Segundo a norma reguladora NR 6 (2010), criada pelo Ministério do Trabalho e 
Emprego a fim de promover a saúde e a segurança do trabalhador, equipamento de proteção 
individual (EPI) é todo dispositivo que o trabalhador deve usar para protegê-lo dos perigos que 
podem ameaçar sua segurança e sua saúde. Deve, ainda, ter o Certificado de Aprovação (CA) 
concedido pelo Ministério do Trabalho e Emprego a quem cabe fiscalizar a qualidade dos 
EPIs.21 
Os EPIs para proteção radiológica são os seguintes: a) aventais plumbíferos com 0,5 
mm equivalentes de chumbo; b) protetores de tireoide plumbíferos com 0,5 mm equivalentes 
de chumbo; c) luvas plumbíferas com dedos de 0,25mm equivalentes de chumbo; d) óculos 
com vidro plumbífero anterior e lateral de 0,5mm equivalentes de chumbo. 20,7 
Além dos equipamentos listados acima, todo equipamento de fluoroscopia deve possuir 
cortina ou saiote plumbífero, inferior e lateral, assim como biombos ou anteparos móveis de 
chumbo, com espessura não inferior a 0,5 mm equivalentes de chumbo para a proteção do 
operador contra a radiação que atinge o paciente e é propagada em várias direções. Estudos 
feitos com procedimentos de cateterismo cardíaco relatam que há uma redução das doses 
absorvidas pelos médicos operador/es em 50% quando o anteparo de chumbo lateral está bem 
localizado entre o médico e o paciente durante o exame. Os biombos móveis, quando bem 
utilizados, reduzem a exposição dos profissionais que operam o aparelho de hemodinâmica em 
até 85% da radiação; quando os biombos não são utilizados, a simples atitude de dar alguns 
passos distanciando-se da mesa de exame pode reduzir pela metade a radiação secundária. 
22,23,19 
 
1.7 Construção do conhecimento e educação permanente 
 
21 
 
Segundo Luizet al (2011), o conceito de física das radiações é um tema pouco abordado 
no ensino médio bem como a má formação de alguns discentes de cursos especializados em 
radiologia representa um fator preocupante para a exposição ocupacional e para o público geral. 
O ensino da física nuclear básica nas escolas e nos cursos especializados poderia reduzir 
exposições desnecessárias à radiação. Dessa forma, um grande desafio se apresenta como sendo 
a transformação do conhecimento científico em conteúdo didático sem perder as suas 
características e complexidades. 12 
Segundo Morin (2006), os métodos de ensino atuais simplificam demais o 
conhecimento de modo a mutilar a realidade ou fenômenos de que tratam, sugerindo dessa 
forma outro problema: como elucidar a complexidade de modo não simplificador?24 
Uma das “chaves” para elucidar o conceito de proteção radiológica de forma simples, 
porém, sem desprezar a sua complexidade, é através do conceito de ludicidade. A palavra lúdico 
vem do latim ludus que significa divertimento, em se tratando de uma função educativa pode 
ser usado para o conhecimento e compreensão de temas complexos.12 
Segundo Santos (2010), o ensino através do lúdico proporciona uma condição de 
vivenciar situações-problemas no que se refere às atividades que estimulam a lógica e o 
raciocínio favorecendo a combinação de ideias levando a retenção do conhecimento estudado.6 
Para reforçar a importância da atualização no setor de radiologia o Ministério da Saúde, 
a partir da Portaria 453, de 1998, estabelece o dever das instituições prestadoras do serviço de 
operacionalizar programas de educação em saúde, pelo menos anualmente. Esta mesma 
resolução define alguns assuntos que devem ser socializados, tais como procedimentos de 
operações de equipamentos, uso adequado dos dosímetros individuais, uso de EPI tanto para os 
trabalhadores, como para pacientes e acompanhantes, entre outros relacionados à segurança do 
setor.16 
Por meio da educação permanente abre-se a possibilidade de uma nova ação, de um 
novo espaço de ação e reação, e, portanto, possível, neste contexto, de trilhar-se um caminho 
mais seguro.1 
A educação permanente em saúde precisa ser entendida, ao mesmo tempo, como uma 
prática de ensino-aprendizagem e como uma política de educação na saúde. Ela se parece com 
muitas vertentes brasileiras da educação popular em saúde e compartilha muitos de seus 
conceitos, mas enquanto a educação popular tem em vista a cidadania, a educação permanente 
tem em vista o trabalho. 
A educação permanente em saúde se apoia no conceito de ensino problematizador 
(inserido de maneira crítica na realidade e com igualdade do educador em relação ao educando) 
http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/edupersau.html
http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/edu.html
http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/sau.html
http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/edupersau.html
http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/tra.html
http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/edupersau.html
22 
 
e de aprendizagem significativa (interessada nas experiências anteriores e nas vivências 
pessoais dos alunos, desejosos em aprender mais), ou seja, ensino-aprendizagem embasado na 
produção de conhecimentos que respondam a perguntas que pertencem ao universo de 
experiências e vivências de quem aprende e que gerem novas perguntas sobre o ser e o atuar no 
mundo.28 É contrária ao ensino-aprendizagem mecânico, quando os conhecimentos são 
considerados em si, sem a necessária conexão com o cotidiano, e os alunos se tornam meros 
escutadores e absorvedores do conhecimento do outro. Portanto, apesar de parecer, em uma 
compreensão mais apressada, apenas um nome diferente ou uma designação da moda para 
justificar a formação contínua e o desenvolvimento continuado dos trabalhadores, é um 
conceito forte e desafiante para pensar as ligações entre a educação e o trabalho em saúde, para 
colocar em questão a relevância social do ensino e as articulações da formação com a mudança 
no conhecimento e no exercício profissional, trazendo, junto dos saberes técnicos e científicos, 
as dimensões éticas da vida, do trabalho, do homem, da saúde, da educação e das relações. 28 
A educação permanente em saúde não expressa, portanto, uma opção didático-
pedagógica, expressa sim uma opção político-pedagógica. A partir desse desafio político-
pedagógico, a ‘educação permanente em saúde’ foi amplamente debatida pela sociedade 
brasileira organizada em torno da temática da saúde, tendo sido aprovada na XII Conferência 
Nacional de Saúde e no Conselho Nacional de Saúde (CNS) como política específica no 
interesse do sistema de saúde nacional, o que se pode constatar por meio da Resolução CNS n. 
353/2003 e da Portaria MS/GM n. 198/2004. 28 A educação permanente em saúde tornou-se, 
dessa forma, a estratégia preferencial para a formação e o desenvolvimento de trabalhadores 
para a saúde. 
Uma condição indispensável para um aluno, trabalhador de saúde, gestor ou usuário do 
sistema de saúdemudar ou incorporar novos elementos à sua prática e aos seus conceitos é o 
desconforto com a realidade naquilo que ela deixa a desejar de integralidade e de implicação 
com os usuários. A necessidade de mudança, transformação ou crescimento vem da percepção 
de que a maneira vigente de fazer ou de pensar alguma coisa está insatisfatória ou insuficiente 
em dar conta dos desafios do trabalho em saúde. Esse desconforto funciona como um 
estranhamento da realidade, sentindo que algo está em desacordo com as necessidades vividas 
ou percebidas pessoalmente, coletivamente ou institucionalmente. 28 
http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/trasau.html
http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/edupersau.html
http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/edupersau.html
http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/edupersau.html
http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/intsau.html
http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/trasau.html
23 
 
2 OBJETIVOS 
 
 Avaliar o conhecimento que os profissionais de saúde de um hospital de ensino têm 
sobre radioproteção. 
 Provocar nos profissionais de saúde de um hospital de ensino a reflexão sobre práticas 
relacionadas à exposição e proteção radiológica em seu cotidiano. 
 
 
 
24 
 
3 MÉTODOS 
 
Trata-se de um estudo transversal exploratório com análise qualitativa e quantitativa. 
Como referencial teórico será utilizado o Modelo Operário Italiano (MOI), método 
formulado em seus elementos fundamentais pelos operários italianos, com assessoria técnica 
de médicos, engenheiros e outros profissionais.25 
O modelo possibilita aos trabalhadores, com auxílio de técnicos, a reconstrução de seus 
processos de trabalho, com a identificação dos riscos e dos danos a que estão expostos. O MOI 
foi desenvolvido com um método de geração do conhecimento para a ação. Seu princípio 
fundamental é o da transformação das condições de trabalho, com vistas ao bem-estar e a 
proteção da saúde dos trabalhadores. Para isso, baseia-se no conhecimento detalhado do 
processo de trabalho. A inovação introduzida pelo MOI, em relação às práticas tradicionais de 
investigação da saúde dos trabalhadores, está sintetizada em sua operacionalização. Os 
conceitos básicos que sustentam o MOI são a valorização da experiência ou subjetividade do 
profissional, não delegação da produção do conhecimento, levantamento das informações por 
grupos homogêneos de trabalhadores e a validação consensual das informações.25 
 
3.3 Local da pesquisa 
 
Hospital Santa Lucinda (HSL) em Sorocaba, SP, um hospital de ensino próprio da 
Fundação São Paulo, mantenedora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). 
É certificado como Hospital de Ensino desde 2004, sob a coordenação do Ministério da Saúde 
(MS) e do Ministério da Educação (MEC). Os Hospitais de Ensino desenvolvem, além das 
tradicionais atividades de atenção à saúde, a formação de recursos humanos na área da saúde e 
pesquisa e desenvolvimento tecnológico para o SUS. Os Hospitais de Ensino pertencem ou são 
conveniados a uma Instituição de Ensino Superior, pública ou privada, que sirva de campo para 
a prática de atividades de ensino na área da saúde e certificada conforme estabelecido na 
Portaria Interministerial MEC/MS nº 285, de 25 de março de 2015. Atualmente o HSL possui 
uma parceria com a Prefeitura de Sorocaba, atendendo também usuários do SUS, sendo que 
70% dos atendimentos no HSL são correspondentes ao SUS com usuários vindos de quase 50 
cidades da região. Por ser um hospital próprio da Fundação São Paulo/PUC-SP o HSL atua 
como campo de estágio nas áreas de biologia, medicina e enfermagem, não só da PUC-SP, mas 
também de outras instituições de ensino superior e técnico. O HSL possui as áreas nas 
25 
 
especialidades de cardiologia, otorrinolaringologia, cirurgia geral, pediatria, urologia, 
ortopedia, maternidade, ambulatório médico de especialidades, centro de cardiologia e 
radiologia intervencionista, cirurgia cardíaca, centro de diálise e transplante renal, litotripsia, 
unidade de terapia intensiva (UTI) adultos e UTI neonatal. 
 O HSL tem 132 leitos disponíveis nas diferentes áreas de internação. O hospital tem 
ainda o ambulatório de especialidades com atendimento ao SUS e a convênios. O corpo de 
funcionários conta com 240 funcionários administrativos, 238 profissionais de enfermagem, 10 
técnicos de radiologia e um corpo clínico com mais de 200 médicos. 
 O serviço de diagnóstico por imagem no HSL é composto por salas de raios-x, setor de 
densitometria óssea, mamografia, hemodinâmica, centro cirúrgico, equipamentos portáteis e 
tomografia computadorizada. 
 
3.1 Participantes da Pesquisa 
 
 Foram convidados todos os funcionários dos setores considerados “áreas controladas” 
do Hospital Santa Lucinda, especificamente setor de hemodinâmica e setor de imagem. 
 Foram convidados todos os funcionários profissionais de saúde de setor clínico e centro 
cirúrgico do HSL expostos, mesmo que eventualmente, à radiação ionizante. 
Os participantes receberam todas as informações a respeito do projeto, leram e 
assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e só depois responderam a 
o questionário construído pelo autor para avaliar o conhecimento prévio sobre proteção 
radiológica. O questionário foi dividido em 2 partes, a primeira (geral) respondida por todos os 
participantes e a 2ª parte específica para profissionais que trabalham em “áreas controladas”. 
O questionário foi apresentado e distribuído pelo pesquisador responsável aos 
participantes da pesquisa. Cada participante recebeu um questionário e depois de uma semana 
foi feito o recolhimento. O período de coleta de dados foi de julho a novembro de 2014. Houve 
baixa adesão de profissionais médicos no centro cirúrgico e alguns profissionais não 
devolveram o questionário alegando ter perdido. 
 
3.2 Avaliação do questionário 
 
 A análise dos dados qualitativos foi realizada pelo método do discurso do sujeito 
coletivo. 26 
26 
 
 Na análise das respostas dirigidas foi aplicada a estatística descritiva. 
 Foram elaboradas tabelas para a demonstração dos dados coletados. 
 O método do Discurso do Sujeito Coletivo consiste em uma técnica de tabulação e 
organização de dados qualitativos, desenvolvido por Lefevre e Lefevre no fim da década de 90, 
e tem como fundamento a teoria da Representação Social. O DSC é um discurso-síntese 
elaborado com partes de discursos de sentido semelhante, por meio de procedimentos 
sistemáticos e padronizados. Ele representa uma mudança nas pesquisas qualitativas porque 
permitem que se conheça os pensamentos, representações, crenças e valores de uma 
coletividade sobre um determinado tema utilizando-se de métodos científicos. A aplicação da 
técnica do DSC a um grande número de pesquisas no campo da saúde e também em outras 
áreas do conhecimento, tem demonstrado sua eficácia para o processamento e expressão das 
opiniões coletivas. 
 Tendo como fundamento a teoria da Representação Social e seus pressupostos 
sociológicos, a proposta consiste basicamente em analisar o material verbal coletado, extraído 
de cada um dos depoimentos. O DSC é uma modalidade de apresentação de resultados de 
pesquisas qualitativas, apresentado na primeira pessoa do singular, expediente que visa 
expressar o pensamento de uma coletividade, como se esta coletividade fosse o emissor de um 
discurso. Esta técnica consiste em selecionar, de cada resposta individual a uma questão, as 
expressões chaves, que são trechos mais significativos destas respostas. A essas expressões 
chaves correspondem ideias centrais que são a síntese do conteúdo discursivo manifestado e o 
pensamento de um grupo ou coletividade aparece como se fosse um discurso individual.27 
 
3.4 Considerações éticas. 
 
O projeto de pesquisa e o TCLE (Apêndice 2) foram submetidos ao Comitêde Ética em 
Pesquisa da FCMS/PUC-SP e o projeto só teve início após a sua aprovação. 
Ao final do estudo os resultados e análise técnica foram comunicados ao CEP-FCMS-
PUC/SP, aos responsáveis pela radioproteção no HSL e foi solicitado um momento para 
comunicação dos resultados a toda a comunidade envolvida, durante a Semana de Interna de 
Prevenção de Acidentes do Trabalho (SIPAT). 
 
27 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
4.1 Participantes do estudo 
 
Durante a pesquisa 59 colaboradores se propuseram a participar e responder ao 
questionário. Desse total, 14 homens e 45 mulheres dos setores de hemodinâmica, imagem, 
UTI adulto e neonatal, pediatria, centro cirúrgico, limpeza e engenharia clínica. 
 
Tabela 1: Caracterização da amostra segundo o gênero e idade 
Gênero N (%) Idade 
Média (DP) 
Homens 14 (24) 32 (7,5) 
Mulheres 45 (76) 34 (7,3) 
Total 59 (100) 33 (7,25) 
Fonte: tabela elaborada pelo autor. 
4.2 Nível de formação dos participantes 
 
Profissionais da saúde de várias áreas dentro do hospital participaram da pesquisa sendo 
na sua maioria profissionais da equipe de enfermagem (44) o que é justificado pela maior 
quantidade dessa categoria representada no hospital pesquisado. 
28 
 
Tabela 2 - Caracterização da amostra segundo a formação profissional 
 Grau de Instrução 
Formação N(%) 
Superior 
N(%) 
Técnico 
N(%) 
Enfermagem 44 (75) 13 (30) 31 (70) 
Médico 4 (7) 4 (100) - 
Radiologia 2 (3) 1 (50) 1 (50) 
Outros 8 (14) 6 (75) 2 (25) 
Não respondeu 1(1) - - 
Total 59 (100) 24 (41) 33 (59) 
Fonte: tabela elaborada pelo autor. 
29 
 
4.2 Respostas ao questionário 
 
4.2.1 Conceituação de proteção radiológica (ou radioproteção) pelos participantes 
 
O gráfico 1 corresponde à primeira pergunta do questionário. Tratava-se de uma questão 
aberta onde solicitávamos para o participante dizer o que entendia por "proteção radiológica ou 
radioproteção". Por se tratar de uma questão técnica a correção foi feita pelo pesquisador 
responsável e por um segundo professor independente que classificaram por consenso as 
respostas em "correta" quando o participante soube expressar o conceito de proteção 
radiológica; "parcialmente correta" quando havia elementos conceituais presentes, mas não 
completamente corretos, "incorreta" quando não existia qualquer elemento conceitual presente 
na resposta. Houve 17% dos participantes que não responderam, o que deve ser considerado 
como se eles não tivessem sequer ideia do que se estava perguntando. 
 Exemplos de resposta considerada correta: 
 "Acredito que deve ser referente ao uso de roupa de proteção ao se expor ao raio; e o 
uso de dosímetro para medição da radiação mensal." 
Exemplo de resposta parcialmente correta: 
 Penso que proteção radiológica é nos afastarmos do local onde está sendo realizado o 
raio-x. 
Exemplo de resposta incorreta: 
 Todo método de proteção contra as radiações, provenientes de aparelhos, raios UVA, 
UVB. 
 Como se depreende, dois terços dos participantes (39/59) não têm uma compreensão 
correta do conceito de radioproteção. 
 A análise qualitativa das respostas à questão 1 serão apresentadas posteriormente e 
baseada no DSC. 
 
 
30 
 
Gráfico 1 - O que significa para você o termo “proteção radiológica” ou ”radioproteção”? 
 
Fonte: gráfico elaborado pelo autor. 
 
4.2.2. Os cursos técnicos e de graduação oferecem a formação adequada em 
radioproteção? 
 
Em relação à questão 2, na visão da maioria dos participantes (61%) o curso técnico 
ou de graduação não ofereceu a formação sobre proteção radiológica individual e coletiva. 
 
Gráfico 2 - Seu curso técnico ou de graduação ofereceu formação em proteção radiológica 
individual e coletiva? 
 
 
Fonte: gráfico elaborado pelo autor. 
 
34%
34%
15%
17%
1. O que significa para você o termo “proteção radiológica” ou 
”radioproteção”?
Correta
Parcialmente correta
Incorreta
Não respondeu
37%
61%
2%
2. Seu curso técnico ou de graduação ofereceu formação em proteção 
radiológica individual e coletiva?
Sim
Não
Não respondeu
31 
 
Mesmo aqueles que receberam formação em seus cursos regulares técnicos ou de 
graduação, grande parte (59%), não consideram que tenha sido adequada e suficiente para a 
prática profissional. (Gráfico 2a) 
 
Gráfico 2a - Se respondeu sim, você considera está formação suficiente para sua proteção na 
vida profissional? 
 
Fonte: gráfico elaborado pelo autor. 
4.2.3 Capacitação no ambiente de trabalho sobre radioproteção 
 
 Considerando que a equipe multiprofissional precisa estar sempre atualizada nas 
questões de trabalho e de segurança, tanto do paciente como do profissional, e, como antevimos 
e foi confirmado nas questões anteriores (gráficos 2 e 2a), os cursos atualmente não oferecem 
a formação necessária, a questão de capacitação em proteção radiológica no ambiente de 
trabalho foi inserida no questionário. Dos entrevistados 74% dizem não ter recebido qualquer 
capacitação em proteção radiológica no ambiente de trabalho. (Gráfico 3) 
 
 
41%
59%
2.a Se respondeu sim, você considera está formação suficiente para 
sua proteção na vida profissional?
Sim
Não
32 
 
Gráfico 3 - No seu ambiente de trabalho foi-lhe oferecida alguma capacitação no sentido de 
proteção radiológica? 
 
Fonte: gráfico elaborado pelo autor. 
 
4.2.4 Conhecimento de normas regulatórias de proteção radiológica adotadas pelo 
hospital. 
 
De acordo com o gráfico 4, 68% dos entrevistados afirmam não se lembrar de alguma 
norma de proteção radiológica adota pelo hospital. (Gráfico 4) 
24%
74%
2%
3. No seu ambiente de trabalho foi-lhe oferecida alguma capacitação 
no sentido de proteção radiológica?
Sim
Não
Não respondeu
33 
 
Gráfico 4 - Você tem conhecimento de alguma norma regulatória ou portaria de proteção 
radiológica adotada pelo hospital? 
 
Fonte: gráfico elaborado pelo autor. 
 
Dos que responderam que há normas regulatórias sobre proteção radiológica no hospital 
pesquisado, 71% afirmam que as normas estão disponíveis para consulta. (Gráfico 4a) 
29%
68%
3%
4. Você tem conhecimento de alguma norma regulatória ou portaria 
de proteção radiológica adotada pelo hospital?
Sim
Não
Não respondeu
34 
 
Gráfico 4a – Se respondeu sim, ela está disponível para consulta no ambiente de 
trabalho? 
 
Fonte: gráfico elaborado pelo autor. 
 
4.2.5 Proteção dos raios-x durante a realização de exames radiológicos no ambiente de 
trabalho. 
 
 Apesar de a maioria dos entrevistados não se lembrar de nenhuma norma de proteção 
radiológica, em detrimento do conhecimento formal sobre radioproteção, 85% afirmam saber 
como se proteger dos raios-x quando os exames radiológicos são realizados no setor onde 
trabalham. (Gráfico 5) 
35 
 
Gráfico 5 - Você sabe como se proteger dos raios-x quando o exame é realizado em 
pacientes no seu ambiente de trabalho? 
Fonte: gráfico elaborado pelo autor. 
 Quando o entrevistado referiu saber se proteger, foi pedido que explicasse as medidas 
adotadas por ele próprio de modo a se proteger da exposição à radiação. Por se tratar de uma 
questão técnica e aberta a correção foi feita pelo pesquisador, da mesma forma que foi feito na 
questão 1. Uma parte dos participantes (24%) soube responder corretamente as medidas 
necessárias para se proteção da exposição aos raios-x em seu ambiente de trabalho e 46% 
mostram ter um conhecimento parcial das medidas necessárias para se proteger das radiações. 
Trinta por cento dos participantes não responderam ou o fizeram de maneira equivocada. 
(Gráfico 5a) 
Exemplos de resposta correta: 
 O uso do colete quando é necessário a presença da enfermagem ao lado do paciente no 
momento do RX, porém quando possível devemos nos distanciar do paciente. 
Exemplo de resposta parcialmente correta: 
 Usar colete de chumbo e protetor de tireoide. 
Exemplo de resposta incorreta: 
 Afastar a 1metro de distância. 
85%12%
3%
5. Você sabe como se proteger dos raios-x quando o exame é realizado 
em pacientes no seu ambiente de trabalho?
Sim
Não
Não Respondeu
36 
 
Gráfico 5a - Se respondeu sim, quais medidas devem ser adotadas? 
Fonte: gráfico elaborado pelo autor. 
4.2.6 Adoção regular às medidas de proteção radiológica 
 
 Considerando que as medidas de proteção radiológica devem ser sempre adotadas 
independentes das situações, apenas 60% dos entrevistados dizem adotar regularmente as 
medidas de proteção de que têm conhecimento e 14% nunca adotam as medidas de 
radioproteção na realização do exame. (Gráfico 6) 
24%
46%
15%
15%
5.a Se respondeu sim, quais medidas devem ser adotadas?
Correta
Parcialmente correta
Incorreta
Não Respondeu
37 
 
Gráfico 6 - Com que frequência você toma estas atitudes de proteção radiológica? 
Fonte: gráfico elaborado pelo autor. 
 
4.2.6 Interesse em processo de educação permanente em radioproteção 
 
 O intuito dessa pesquisa, além de mostrar os resultados sobre o conhecimento que os 
funcionários têm sobre radioproteção, também é oferecer valor tangível para que os 
funcionários possam adotar medidas corretas de radioproteção com embasamento no 
conhecimento prático estabelecido pela portaria 453 do Ministério da Saúde. Assim, os 
participantes da pesquisa foram questionados quanto ao interesse em participar de um processo 
de educação permanente sobre radioproteção no hospital. A grande maioria (87% dos 
participantes) tem interesse em participar de um treinamento sobre radioproteção. (Gráfico 7) 
 
 
 
 
 
60%16%
14%
10%
6. Com que frequência você toma estas atitudes de proteção 
radiológica?
Sempre
Quase sempre
Nunca
Não respondeu
38 
 
 
Gráfico 7 - Você teria interesse em participar de um processo de educação permanente sobre 
radioproteção no hospital? 
Fonte: gráfico elaborado pelo autor. 
4.2.7 Protocolos de proteção radiológica 
 
 A questão seguinte se refere aos protocolos adotados pelo hospital pesquisado sobre 
proteção radiológica, onde apenas 14% dos entrevistados afirmam haver um protocolo a ser 
seguido nas realizações de exames por imagem que utilizam radiação ionizante. (Gráfico 8) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
87%
13%
7. Você teria interesse em participar de um processo de educação 
permanente sobre radioproteção no hospital?
Sim
Não
39 
 
 
 
Gráfico 8 - Há um protocolo escrito a ser observado de proteção radiológica no seu ambiente 
de trabalho? 
Fonte: gráfico elaborado pelo autor. 
 
4.2.8 Supervisor de proteção radiológica 
 
 De acordo com a norma NN 3.01 da CNEN de 2004, supervisor de proteção radiológica 
ou supervisor de radioproteção é o indivíduo com habilitação de qualificação emitida pela 
CNEN, no âmbito de sua atuação, formalmente designado pelo titular da instalação para 
assumira condução das tarefas relativas às ações de proteção radiológica na instalação 
relacionada àquela prática. Dessa forma, o gráfico 9 nos mostra que essa função não está bem 
determinada, de modo que apenas 14% afirmam haver um supervisor de radioproteção. 
(Gráfico 9) 
 
14%
74%
12%
8. Há um protocolo escrito a ser observado de proteção radiológica no 
seu ambiente de trabalho?
Sim
Não
Não respondeu
40 
 
Gráfico 9 –Há um supervisor técnico de proteção radiológica? 
 
 
Fonte: gráfico elaborado pelo autor. 
 
4.2.9 Disponibilidade da Portaria SMS/MS no 453/1998 
 
 A Portaria 453 estabelece as diretrizes básicas de proteção radiológica em 
radiodiagnóstico de modo que é preciso manter um exemplar na instituição em caso de dúvidas 
sobre as normas. O gráfico seguinte representa uma divergência dos participantes em relação a 
essa questão (Gráfico 10). Na realidade, nenhuma das instalações do hospital visitadas tem esta 
portaria disponível para consulta. 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
Gráfico 10 - Existe um exemplar da Portaria SMS/MS nº453/1998 disponível no setor? 
Fonte: gráfico elaborado pelo autor. 
4.2.10 Disponibilização e monitoração dos dosímetros 
 
 A portaria 453 do Ministério da Saúde estabelece que o dosímetro deve ser usado por 
todo indivíduo que trabalha com raios-x diagnósticos, deve usar, durante toda sua jornada de 
trabalho e enquanto permanecer em área controlada. Dosímetro individual de leitura indireta 
deve ter sua leitura realizada e trocado mensalmente. Há uma divergência entre os entrevistados 
onde 42% diz haver dosímetros para os IOEs e 42% diz não haver. (Gráfico 11) 
 
 
 
 
 
 
44%
31%
25%
10. Existe um exemplar da Portaria SMS/MS nº453/1998 disponível no 
setor?
Sim
Não
Não respondeu
42 
 
Gráfico 11 - Há dosímetros individuais disponibilizados para os profissionais de saúde que 
atuam nos setores de radiodiagnóstico? 
Fonte: gráfico elaborado pelo autor. 
 
A monitoração só pode ser descrita se houver a apresentação adequada do dosímetro. 
Como na questão 11 a divergência ainda persiste na questão 12, de forma que 42% dizem não 
haver uma monitorização mensal. (Gráfico 12) 
42%
42%
16%
11. Há dosímetros individuais disponibilizados para os profissionais de 
saúde que atuam nos setores de radiodiagnóstico?
Sim
Não
Não respondeu
43 
 
Gráfico 12 – Há monitoração escrita e periódica da dose de radiação nos profissionais 
expostos? 
 
Fonte: gráfico elaborado pelo autor. 
 
4.2.11 Controle clínico e laboratorial do profissional exposto à radiação. 
 
 A Portaria 453 do Ministério da Saúde estabelece que todo indivíduo ocupacionalmente 
exposto deve ser submetido a um programa de controle de saúde baseado nos princípios gerais 
de saúde ocupacional. Sendo que, dos entrevistados, apenas 39% afirmam que recebem 
resultados de monitorização de dosímetros e exames clínicos. (Gráfico 13) 
44 
 
Gráfico 13 - Os profissionais recebem os resultados das leituras dos dosímetros e dos exames 
clínicos realizados? 
Fonte: gráfico elaborado pelo autor. 
 
4.2.12 Treinamento regular sobre os riscos ocupacionais 
 
 Segundo 64% dos entrevistados não há registros de treinamentos e informações sobre 
riscos ocupacionais. (Gráfico 14) 
 
 
39%
46%
15%
13. Os profissionais recebem os resultados das leituras dos dosímetros e 
dos exames clínicos realizados?
Sim
Não
Não respondeu
45 
 
Gráfico 14 – Há treinamento registrado sobre informações básicas sobre riscos ocupacionais? 
 
Fonte: gráfico elaborado pelo autor. 
 
 Segundo a Norma Regulatória 32 todo o local de trabalho que faz uso de radiações 
ionizantes deve manter a disposição dos trabalhadores o Plano de Proteção Radiológica.19 
Quando os entrevistados foram questionados sobre esse plano de proteção radiológica 64% 
dizem desconhecê-lo. (Gráfico 15) 
46 
 
Gráfico 15 - Existe documentação escrita dos procedimentos de rotina de trabalho, incluindo 
plano de proteção radiológica? 
Fonte: gráfico elaborado pelo autor. 
 
4.2.13 Sinalização das áreas de risco 
 
 A Portaria 453 estabelece que é preciso manter a sinalização visível na face exterior das 
portas de acesso, contendo o símbolo internacional da radiação ionizante acompanhado das 
inscrições: "raios-x, entrada restrita "ou “raios-x, entrada proibida a pessoas não autorizadas”. 
E ainda deve haver (entre outras) a sinalização luminosa vermelha acima da face externa da 
porta de acesso, acompanhada do seguinte aviso de advertência: "Quando a luz vermelha estiver 
acesa, a entrada é proibida". A sinalização luminosa deve ser acionada durante os 
procedimentos radiológicos indicando que o gerador está ligado e que pode haver exposição. 
Segundo 64% dos entrevistados as áreas estão bem sinalizadas. (Gráfico 16) 
17%
64%
19%
15. Existe documentação escrita dos procedimentos de rotina de 
trabalho, incluindo plano de proteção radiológica?
Sim
Não
Não respondeu
47 
 
Gráfico 16 – As instalações das áreas onde se faz uso de radiação ionizante estão bem 
sinalizadas? 
 
Fonte: gráfico elaborado peloautor. 
 
4.2.14 Isolamento dos ambientes expostos à radiação 
 
 Ainda segundo a Portaria 453 as paredes, piso, teto e portas devem ter blindagem que 
proporcionem proteção radiológica às áreas adjacentes. Dos entrevistados 62% afirmam que as 
portas permitem o isolamento das áreas contíguas e 38% responderam negativamente ou não 
responderam à questão. (Gráfico 17) 
 
48 
 
Gráfico 17 – As portas, quando fechadas, permitem o perfeito isolamento das salas? 
 
Fonte: gráfico elaborado pelo autor. 
 
Com exceção da última questão, deste ponto em diante o questionário foi respondido 
apenas pelos participantes que trabalham em setores técnicos de radiologia (laboratório de 
imagem e setor de hemodinâmica, 53 participantes) 
 
 4.2.15 Controle do acesso 
 
 Para que não haja exposição de modo acidental nos trabalhadores a cabine de comando 
deve permitir a visualização da porta de acesso à sala de exames. Segundo 82% dos 
entrevistados a porta de acesso é visível da cabine de comando. (Gráfico 18) 
 
 
 
 
 
 
49 
 
 
Gráfico 18 – A localização da cabine de comando permite à observação da porta de acesso da 
sala? 
 
Fonte: gráfico elaborado pelo autor. 
 
4.2.16 Programa de controle de qualidade e manutenção preventiva dos equipamentos 
 
 A Portaria 453 estabelece ainda que tomar todas as medidas necessárias para evitar 
falhas e erros, incluindo implementação de procedimentos adequados de calibração, controle 
de qualidade e operação dos equipamentos de raios-x. Segundo 80% dos entrevistados a 
manutenção preventiva é realizada regularmente. (Gráfico 19) 
50 
 
Gráfico 19 – Existe programa de controle de qualidade e manutenção preventiva regular para 
assegurar que os equipamentos estejam de acordo com as especificações de desempenho? 
 
Fonte: gráfico elaborado pelo autor. 
 
4.2.17 Sinalização de advertência de radiação ionizante ativa 
 
 Sinalização luminosa vermelha acima da face externa da porta de acesso é o que 
determina a Portaria 453. Segundo 100% dos entrevistados as salas contêm a luz de aviso 
vermelha. (Gráfico 20) 
51 
 
Gráfico 20 – Existe sinalização de advertência quando a radiação ionizante está ativa dentro 
da sala? 
 
Fonte: gráfico elaborado pelo autor. 
 
4.2.18 Adequação das cargas a protocolos pré-estabelecidos 
 
 De acordo com a Portaria 453 deve haver documentação fornecida pelo fabricante 
relativa às características técnicas, especificações de desempenho, instruções de operação, de 
manutenção e de proteção radiológica, com tradução para a língua portuguesa, quando se tratar 
de equipamento importado. Essa questão foi direcionada para os colaboradores que trabalham 
diretamente com o equipamento emissor de radiação. Segundo a pesquisa 73% dos 
entrevistados fazem adequação da carga de radiação durante o exame. (Gráfico 21) 
52 
 
Gráfico 21 - Os técnicos fazem adequação de carga a ser utilizada segundo os protocolos pré-
estabelecido no equipamento? 
Fonte: gráfico elaborado pelo autor. 
4.2.19 Informação às mulheres potencialmente grávidas 
 
 Segundo a Portaria 453, o serviço de radiodiagnóstico deve implantar um sistema de 
controle de exposição médica de modo a evitar exposição inadvertida de pacientes grávidas, 
incluindo avisos de advertência como: "Mulheres grávidas ou com suspeita de gravidez: favor 
informarem ao médico ou ao técnico antes do exame". Na pesquisa 65% dos entrevistados 
afirmaram haver avisos em locais visíveis sobre possibilidade de gravidez. (Gráfico 22) 
 
 
 
 
 
 
 
73%
27%
21. Os técnicos fazem adequação de carga a ser utilizada segundo os 
protocolos pré-estabelecido no equipamento?
Sim
Não
53 
 
Gráfico 22 - Existe informativo em local visível solicitando às mulheres que informem ao 
médico ou ao técnico antes da realização do exame, a existência ou suspeita de gravidez? 
Fonte: gráfico elaborado pelo autor. 
 
4.2.20 Representante dos profissionais dos setores de imagem na Comissão Interna de 
Prevenção de Acidentes (CIPA). 
 
 A maioria (56%) dos participantes refere haver representante dos funcionários dos 
setores de imagem na CIPA. (Gráfico 23). Existe a CIPA, porém não temos representação de 
profissionais de imagem na composição do grupo dentro do hospital pesquisado. 
 
 
 
 
 
 
 
65%
35%
22. Existe informativo em local visível solicitando às mulheres que 
informem ao médico ou ao técnico antes da realização do exame, a 
existência ou suspeita de gravidez?
Sim
Não
54 
 
 
 
Gráfico 23 - Existe informativo em local visível solicitando às mulheres que informem ao 
médico ou ao técnico antes da realização do exame, a existência ou suspeita de gravidez? 
 
Fonte: gráfico elaborado pelo autor. 
4.2.21 Disponibilidade de equipamentos de proteção individual 
 
 Caracterizam-se nessa questão os equipamentos de proteção individual (EPI) como 
coletes e saiotes plumbíferos, óculos plumbífero e protetores de tireoide. De acordo com 94% 
dos entrevistados existe esse tipo de EPI disponível no setor. (Gráfico 24) 
56%
44%
23. Existe representante do serviço de imagem na CIPA (Comissão 
Interna de Prevenção de Acidentes)?
Sim
Não
55 
 
Gráfico 24 - Existe EPI (Equipamento de Proteção Individual) disponível no serviço? 
Fonte: gráfico elaborado pelo autor. 
 Em complementação à pergunta anterior, foi questionado aos participantes se há 
aventais de chumbo para toda a equipe, e 94% responderam que sim. (Gráfico 25) 
 
94%
6%
24. Existe EPI (Equipamento de Proteção Individual) disponível no 
serviço?
Sim
Não
56 
 
Gráfico 25 - Existem aventais de chumbo em número suficiente para disponibilizar durante o 
exame? 
Fonte: gráfico elaborado pelo autor. 
4.2.22 Protocolos para situações de emergência ou acidentes 
 
 Protocolos de proteção radiológica devem ser implantados para organizar os planos de 
proteção em caso de acidentes ou emergências. Dos entrevistados 70% dizem não haver um 
protocolo de medidas a serem adotas em caso de acidentes. (Gráfico 26) 
94%
6%
25. Existem aventais de chumbo em número suficiente para 
disponibilizar durante o exame?
Sim
Não
57 
 
Gráfico 26 - Existem protocolos/fluxograma sobre procedimentos a serem adotados em caso 
de acidentes ou emergências? 
Fonte: gráfico elaborado pelo autor. 
 
 4.2.23 Equipamentos de proteção para pacientes e acompanhantes 
 
 A Portaria 453 estabelece ainda que protetores de tireoide e de genitais estejam 
disponíveis para pacientes (desde que não atrapalhe na visualização da imagem) e 
acompanhantes se necessário. Dos entrevistados 50% afirmam não haver protetores para 
pacientes e acompanhantes. (Gráfico 27) 
30%
70%
26. Existem protocolos/fluxograma sobre procedimentos a serem 
adotados em caso de acidentes ou emergências?
Sim
Não
58 
 
Gráfico 27 – Existem protetores para os genitais e para a tireoide disponíveis para paciente e 
acompanhantes? 
 
Fonte: gráfico elaborado pelo autor. 
 
4.2.24 Descarte de material resíduos 
 
 A NR-32 estabelece que cabe ao empregador capacitar os trabalhadores para o descarte 
e transporte de resíduos radioativos. Nessa questão 81% dos entrevistados afirmam haver um 
plano de descartes estabelecido pelo hospital nesse quesito. (Gráfico 28) 
 
 
 
 
 
 
 
 
59 
 
 
Gráfico 28 - Existem orientações escritas sobre o descarte dos resíduos gerados pelo serviço 
de radiologia? 
Fonte: gráfico elaborado pelo autor. 
4.3 Resultados das questões abertas (qualitativas) 
 
 Os resultados qualitativos se referem às respostas produzidas pelos participantes. As 
categorias foram criadas em função do que sugerem as respostas às duas questões abertas e 
visam os objetivos da pesquisa. São elas: proteção dos profissionais de saúde contra radiação; 
atitude da empresa para proteger o funcionário; equipamentos de proteção individual; proteção 
contra radiação, proteção individual e coletiva contra radiação;

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