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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO PERIODONTITE CRÔNICA RELACIONADA A DIETA: UM ESTUDO RETROSPECTIVO Rodrigo Vieira Dos Santos Universidade Federal de Santa Catarina UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIENCIA DA SAÚDE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA Rodrigo Vieira Dos Santos PERIODONTITE CRÔNICA RELACIONADA A DIETA: UM ESTUDO RETROSPECTIVO Dissertação/Tese submetido(a) ao Programa de Trabalho de Conclusão de Curso da Universidade Federal de Santa Catarina para requisito para conclusão de Graduação em Odontologia Orientador: Prof. Dr. Ricardo de Souza Magini Co-orientador: Doutoranda Bruna Barbosa Côrrea. Florianópolis - SC 2018 Catalogação na fonte elaborada pela biblioteca da Universidade Federal de Santa Catarina Santos, Rodrigo Vieira Periodontite crônica relacionada a dieta: um estudo retrospectivo / Rodrigo Vieira do Santos ; orientador, Ricardo Souza Magini, coorientadora, Bruna Corrêa, 2018. 24 p. Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Graduação em Odontologia, Florianópolis, 2018. Inclui referências. 1. Odontologia. 2. Doença Periodontal. 3. Dieta. 4. Nutrição. I. Souza Magini, Ricardo . II. Corrêa, Bruna. III. Universidade Federal de Santa Catarina. Graduação em Odontologia. IV. Título. RODRIGO VIEIRA DOS SANTOS PERIODONTITE CRÔNICA RELACIONADA A DIETA: UM ESTUDO REALIZADO EM PACIENTES ATENDIDOS NAS CLÍNICAS ODONTOLÓGICAS DA UFSC Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção do título de cirurgião-dentista e aprovado em sua forma final pelo Departamento de Odontologia da Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 15 de maio de 2018. Banca Examinadora: prof.a, Magani Orientador Universidade Federal de Santa Catarina Prof. a Dr. a Ariadne Cristiane Cabral Membro Universidade Federal de Santa Catarina Membro Universidade Federal de Santa Catarina Dedico à minha família, que nunca mediu esforços em me apoiar, e em acreditar no meu potencial. AGRADECIMENTOS Ao final da graduação, não poderia deixar de agradecer àqueles que fizeram este acontecimento possível, seja com algum ensinamento ou apenas pela presença ao longo desta jornada. Primeiramente, Gratidão a Deus, Ele habita no meu ser, por todas as bênçãos que ele me concede diariamente, por me ceder saúde e sabedoria para atingir meus objetivos, com fé nele tudo se torna possível. Grato aos meus pais, Humberto Carlos dos Santos e Valdete Rodrigues Vieira dos Santos pela paciência e pelos ensinamentos e valores passados ao longo dos anos, sem eles, eu não teria chegado até aqui. A minha irmã Juliana Vieira dos Santos que mesmo nos momentos difíceis sempre esteve ao meu lado. A Shaiane, um presente que a vida me deu durante o curso de Odontologia. Obrigado Shai, por ter feito parte desta trajetória, por ter passado energias boas e me incentivado nos momentos de desespero, pelo companheirismo e paciência transmitidos a mim nas horas de estudos em pleno domingo ensolarado. Agradeço por todo amor, carinho e cumplicidade. Que além de seu apoio durante este período, esteve sempre comigo em viagens, festas e jogos, tornando o período de graduação mais tranquilo e feliz. Aos meus familiares e a todos que de alguma forma colaboraram para eu chegar onde cheguei. Que me incentivaram e me deram forças para seguir meu caminho e atingir meus objetivos. Aos meus avôs paternos: Heitor dos Santos (in memorian) e Zélia Zanatta (in memorian), que apesar de não estarem presentes nesse momento, sempre sonhavam com este momento. A minha avô materna Leonides Vieira e meu falecido avô João José Vieira (in memorian), por sempre incentivarem meus estudos. Agradeço a meu orientador e amigo Ricardo Magini, por toda a receptividade, atenção, disponibilidade e dedicação durante o desenvolvimento do trabalho. Uma pessoa incrível, obrigado por ter me aceito como seu orientado desde o primeiro contato e que apesar de sua agenda sempre lotada, nunca deixou de me atender. Pessoa apaixonada pela profissão, no qual pude conhecer melhor, conversar e ter grande aprendizado nestes últimos anos de faculdade. A minha co-orientadora Bruna Côrrea, por toda ajuda fornecida durante a elaboração deste trabalho, demonstrando dedicação em toda a confecção do meu trabalho. Por estar disposta sempre em dar o seu melhor em cada correção, para que cada detalhe deste trabalho saísse da melhor maneira possível. Obrigado pelo auxilio e por tornar esse trabalho possível. Agradeço a toda equipe do setor de triagem, pela receptividade e profissionalismo, por sempre me tratarem muito bem durante todas as tardes em que passei lá durante as férias realizando minha pesquisa de análise de prontuários. Aos meus amigos de infância, e também que conheci durante a graduação, por todos os momentos inesquecíveis, pelo apoio, e me ajudaram quando precisei. Eu tenho certeza que estou cercado de ótimos amigos e agradeço muito por isso. Aos pacientes que atendi durante essa caminhada, que mais que pacientes se tornaram amigos, por me ajudarem a crescer como pessoa e futuro profissional. Em especial a todas as crianças em que atendi, experiência esta que não poderia ter sido melhor. Aos participantes da banca Glaucia Zimmermann e Ariadna, que se disponibilizaram e que muito contribuíram para o aprimoramento deste trabalho. Meu muito Obrigado! E também, aos funcionários e professores da UFSC, que contribuíram e fizeram parte da minha formação em Odontologia. Enfim, queria agradecer a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a formação acadêmica. O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis. “ (José de Alencar, 1829 -1877) RESUMO Visto que a doença periodontal é a principal causa de perdas dentárias em adultos e, sendo a nutrição um dos processos vitais para a hemostasia orgânica, é de grande importância o conhecimento interdisciplinar para melhor compreensão da doença que, pode apresentar influência exercida pela dieta. O objetivo central deste trabalho foi coletar informações sobre pacientes que frequentam as clínicas odontológicas da UFSC, avaliar a dieta destes, analisando os nutrientes ingeridos e hábitos alimentares e de rotina, e buscar uma associação entre esses hábitos com o a doença periodontal crônica, classificando-a segundo sua gravidade. Para tal, utilizou-se os prontuários odontológicos pré-existentes dos sujeitos de pesquisa, que estavam em tratamento ou já haviam sido atendidos nas clínicas odontológicas da UFSC. Trinta prontuário de pacientes foram avaliados do ponto de vista clínico e radiográfico, e todos possuiam idade mínima de 18 anos. Restrições quanto ao sexo não foram aplicadas. Os dados obtidos foram tabelados e organizadosem planilhas do Excel, e aplicado o teste estatístico Exato de Fisher para identificar possíveis associações entre a alimentação de rotina destes pacientes, hábitos de higiene bucal, dados clínicos e socioeconômicos e a doença periodontal. Apenas a associação entre idade e mobilidade dental com os graus de severidade da doença periodontal resultaram em significância estatística (p=0,039 e p=0,001, respectivamente). Pacientes com mais de 50 anos e que apresentaram mobilidade dental, parecem estar mais relacionados com os casos de periodontite crônica classificadas com grau severo. Palavras-chave: Doença. Periodontal. Dieta. Nutrição. ABSTRACT Since periodontal disease is the main cause of dental loss in adults, and seeing that nutrition is one of the vital processes for organic hemostasis, it is of great importance the interdisciplinary knowledge for a better understanding of the disease, which may be influenced by diet. The main objective of this study was to collect information about patients attending the dental clinics of UFSC, to evaluate their diet, analyzing the nutrients ingested and eating and routine habits, and to search for an association between these habits and the chronic periodontal disease, classifying it according to their gravity. For that, the pre-existing odontological records of the research subjects were used, which were under treatment or had already been treated in dental clinics of UFSC. Thirty patients were evaluated clinically and radiographically, and all had a minimum age of 18 years. Sex restrictions were not applied. Data were tabulated and organized into Excel spreadsheets, and the statistical test Fisher's Exact was used to identify possible associations between routine feeding of these patients, oral hygiene habits, clinical and socioeconomic data, and periodontal disease. Only the association between age and dental mobility with severity degrees of periodontal disease resulted in statistical significance (p = 0.039 and p = 0.001, respectively). Patients older than 50 years and who had dental mobility appear to be more related to cases of severe grade chronic periodontitis. Keywords: Periodontal. Disease. Diet. Nutrition. LISTA DE TABELAS Tabela 1. Perfil socioeconômico dos pacientes controle e teste (Grupo Controle n=10; Grupo Teste n=20)...............................................................26 Tabela 2. Dados clínicos expressos em valores médios, distribuídos por pacientes controle e teste (Grupo Controle n=10; Grupo Teste n=20).............................................................................................................27 Tabela 3. Dados relativos a mobilidade, lesão de furca e extensão da doença periodontal distribuídos de acordo com a severidade da doença (n=20)............................................................................................................27 Tabela 4. Número de dentes e dados relacionados à higienização distribuídos por pacientes controle e teste (Grupo Controle n=10; Grupo Teste n=20).............................................................................................................28 Tabela 5. Associação entre severidade da doença periodontal, dados socioeconômicos, clínicos e higienização (n=20)............................................................................................................29 Tabela 6. Associação entre diagnóstico periodontal, grupos alimentares e nutrientes (n=30)...........................................................................................30 Tabela 7. Associação entre severidade da doença periodontal, grupos alimentares e nutrientes (n=20).....................................................................31 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CA - Cálcio CEPSH – Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos Fe – Ferro IPV – Índice de Placa Visível ISM – Índice de Sangramento Marginal K – Potássio Mg – Magnésio NCI – Nível clínico de Inserção P – Fósforo PCS – Profundidade Clínica de Sondagem PS – Profundidade de Sondagem SM – Salário mínimo TCC – Trabalho de Conclusão de Curso UEC-MG – Distância entre a junção esmalte-cemento até a margem gengival UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.......................................................................13 2 REVISÃO DE LITERATURA...............................................15 3 OBJETIVOS............................................................................21 3.1 Objetivo Geral........................................................................................21 3.2 Objetivos Específicos.............................................................................21 4 MATERIAIS E MÉTODOS...............................................................22 4.1 DESCRIÇÃO DA AMOSTRA..........................................................22 4.2 PROCEDIMENTOS CLÍNICOS.......................................................23 4.3 ANÁLISE PERIODONTAL...............................................................23 4.3.1 Dentes presentes................................................................................23 4.3.2 Determinação do Nível de Inserção.................................................23 4.3.3 Sangramento......................................................................................24 4.3.4 Índice de Placa Visível......................................................................24 4.3.5 Mobilidade dental e lesões de furca.................................................24 4.4 ANÁLISE NUTRICIONAL...............................................................24 4.5 AVALIAÇÃO DO NÍVEL SÓCIOECONÔMICO............................25 4.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA.................................................................25 5 RESULTADOS..................................................................................26 6 DISCUSSÃO......................................................................................32 7 CONCLUSÃO....................................................................................36 REFERÊNCIAS.................................................................................37 ANEXO 1 – ATA DE APRESENTAÇÃO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO..................................................................................................41 ANEXO 2 - APROVAÇÃO DO CÔMITE DE ÉTICA...............................42 13 1 INTRODUÇÃO Os casos de doença periodontal, cuja prevalência é de alcance universal, destacam-se como uns dos principais problemas de saúde pública na área odontológica nos países subdesenvolvidos e também em regiões desenvolvidas, onde a cárie apresenta índices muito reduzidos ou já sendo mantida sob controle (CHIAPINOTTO, 2000). A doença periodontal afeta as estruturas de suporte do dente e é resultado da interação entre uma microbiota patogênica e a resposta imune do hospedeiro (PAGE, 1982). Todavia, os fatores sistêmicos como: doenças cardiovasculares, fatores hereditários e congênitos, o estresse, tabagismo e a nutrição também podem ser fatores agravantes para o surgimento da doença periodontal. A dieta poderá favorecer uma quantidade maior de biofilme, já que fornecerá nutrientes exclusivos como a sacarose, fazendo que determinadas bactérias do biofilme se multipliquem mais rapidamente. Os constituintes da dieta são importantes, já que nos tempos modernos, a alimentação é rica em lipídios e carboidratos. Dietas ricas em maiores quantidades de nutrientes permitirão queas bactérias do biofilme cresçam mais rapidamente, quando comparado aquelas que não são apresentadas ao mesmo substrato; podendo assim interferir na ocorrência de patologias orais, como a doença periodontal. Além do que, como a dieta está relacionada com a saúde geral do organismo, o nível de nutrição do indivíduo também está estreitamente ligado a manutenção de uma resposta imune satisfatória e, segundo GENCO (1996) e NISHIDA et. al (2000), é, ainda, importante para os cuidados com a manutenção da saúde periodontal. Embora a relação entre nutrição e doença periodontal venha despertando interesse há décadas (CARLOS e WOLFE 1989; MUROFF et al., 1979; NISHIDA et.al. 2000), ainda assim não está claro o papel dos nutrientes no mecanismo da doença periodontal. Vários trabalhos que investigaram esta relação, mostram limitações por não exibirem um controle fiel das variáveis. Tomofuji et al. (2005) analisaram a relação de uma dieta farta em colesterol sobre o periodonto. Neste estudo foi constatado que a dieta promoveu a migração apical do epitélio juncional. Concluíram que elevados níveis de colesterol podem acarretar periodontite e elevar o estímulo inflamatório pelas bactérias na medida em que altos índices de colesterol no plasma sanguíneo aumentam os níveis das citocinas inflamatórias na corrente sanguínea. 14 Segundo Rubinoff et. al (1989), os desenhos de estudos das pesquisas envolvendo dieta e saúde periodontal apresentavam-se mal delineados, além do mais, as metodologias são muitas vezes errôneas, apresentando resultados distintos. Outras pesquisas não retratam a realidade da dieta dos participantes, como o executado por Leggott et al. (1991), no qual os voluntários ficavam confinados num determinado local, alimentando-se com um cardápio estabelecido pelos pesquisadores. Deste modo, os resultados não são muito reveladores, sendo indispensável novas metodologias e a realização de pesquisas com controle mais rígido das variáveis. Visto que a doença periodontal e a dieta podem sofrer a influência de vários fatores, os estudos atuais deveriam ter um maior controle desses componentes, esclarecendo melhor o papel efetivo da dieta sobre a doença periodontal. O epitélio sulcular é uma membrana semipermeável que permite a passagem de enzimas e toxinas bacterianas ao tecido periodontal, caracterizando uma área de constante estresse (ALVARES et.al, 2002). Por isso, devido a intensa renovação celular deste tecido, ocorrendo maior síntese protética, há consequente necessidade de aumentar o aporte de nutrientes para manutenção de sua integridade. Assim como o estado nutricional de uma dieta pode influenciar no surgimento da periodontite, a mesma também pode afetar o fornecimento de nutrientes no local, já que o processo inflamatório do periodonto é um sistema de injúria, ou seja, um processo celular por um agente irritante, isso leva a crer que para que a saúde se normalize, há necessidade de síntese de colágeno e outras moléculas havendo então um suprimento apropriado de vitaminas, proteínas e minerais como ferro e zinco. Os estudos epidemiológicos de prevalência e severidade de doenças e condições bucais são importantes, pois devem subsidiar o incentivo de políticas preventivas e assistenciais de saúde bucal. No Brasil, a maioria dos estudos epidemiológicos em saúde bucal concentra-se na população infantil, particularmente nos escolares, abordando principalmente a cárie dentária (GESSER et.al, 2001). Para a adoção de medidas preventivas e curativas por parte das devidas autoridades competentes, as mesmas devem ter o conhecimento adequado sobre os índices de prevalência de determinada doença para melhor interpretação dos dados. Portanto, é de grande interesse um estudo sobre periodontite na população local, abordando aspectos nutricionais e, relacionando com fatores socioeconômicos da população. 15 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA A periodontite é uma doença das estruturas de suporte dos dentes resultante da interação entre bactérias patogênicas e da resposta imune do hospedeiro. O acúmulo de placa e cálculo produz uma resposta inflamatória de baixo grau no tecido gengival. Se o processo inflamatório progredir, poderá causar uma redução no tecido de suporte, levando a mobilidade dental (RITCHIE et.al. 2003). Ainda segundo Najeeb et.al (2016), a periodontite é definida como uma doença inflamatória dos tecidos de suporte dos dentes, causada por microorganismos específicos ou grupos de microorganismos específicos, resultando em destruição progressiva do ligamento periodontal e do osso alveolar com maior formação de profundidade de sondagem, recessão ou ambos. É sabido que o início da doença periodontal é dependente da presença de microorganismos capazes de provocarem a doença periodontal. (SCHENKEIN, 1999). Para um microorganismo ser considerado agente etiológico, são necessárias algumas características como por exemplo ter a capacidade de colonizar o ambiente da bolsa, a habilidade de evadir as defesas do hospedeiro, e a capacidade de produzir substâncias que atuem diretamente na iniciação da destruição tecidual (BEZERRA, 2007). A prevalência da doença periodontal é universal, sendo um dos principais problemas de saúde pública na área odontológica, tanto em países subdesenvolvidos como também nas regiões mais desenvolvidas, onde a cárie dental apresenta taxas muito reduzidas ou mantida sob controle (CHIAPINOTTO, 2000). A doença periodontal é uma doença infecciosa e relacionada ao estilo de vida associado a vários fatores. Uma pesquisa realizada no Japão também mostrou que a doença periodontal está associada a condições como obesidade, síndromes metabólicas e diabetes (HAMASAK et.al. 2017). Atualmente sabe-se que há mais de 800 tipos diferentes de bactérias interligadas às infecções periodontais, sendo a maioria atuando na corrente sanguínea, sendo capaz de atacar, seriamente, outros órgãos internos, como pulmões, rins, coração, e até o cérebro, sendo que, poderá ocorrer casos de óbitos (LUZ, 1999). Especialistas da saúde revelam que há uma relação entre as doenças da cavidade bucal, como as infecções periodontais e as doenças sistêmicas. Os efeitos da doença periodontal localizada na cavidade bucal são bem conhecidos; contudo, a doença periodontal também poderá provocar consequência sistêmicas no corpo, incluindo 16 uma associação com a doença cardiovascular (GENCO, 1996; FOX,1994). Embora a relação entre nutrição e doença periodontal venha despertando interesse há décadas (CARLOS e WOLFE 1989; MUROFF et al., 1979; NISHIDA et.al. 2000), ainda assim não está claro o papel dos nutrientes no mecanismo da doença periodontal. Vários trabalhos que investigaram esta relação mostram limitações por não exibirem um controle fiel das variáveis. Segundo Rubinoff et. al (1989), os desenhos de estudos das pesquisas apresentavam-se mal delineados, além do mais, as metodologias são muitas vezes errôneas apresentando resultados distintos. Outras pesquisas não retratam a realidade da dieta dos participantes, como o executado por Leggott et al. (1991), o qual os voluntários ficavam confinados num determinado local, alimentando-se com um cardápio estabelecido pelos pesquisadores. Volker (1962), debatendo a interligação doença periodontal e nutrição, relatou que a deficiência nutricional poderia ser um dos fatores responsáveis pela alta prevalência de doença periodontal; porém, vários outros fatores deveriam ser analisados. Contudo, Hornick (2002) defende que, apesar de que o papel da dieta e dos fatores nutricionais no desenvolvimento da doença periodontal ainda não esteja claro, os mecanismos de defesa presentes nos tecidos gengivais e da saliva sofrem interferências pela ingestão de nutrientes e pelo grau de nutrição. Segundo Hornick, pode-se citar como exemploa mucosa gengival em seu estado saudável, em que geralmente, deverá impedir a entrada (penetração) da bactéria, que como consequência, poderá provocar doenças como a gengivite. Todavia, a ausência de vitamina C, do ácido fólico e do zinco podem aumentar a permeabilidade da mucosa, que provocará a irritação e fazer com que as pessoas que contenham essas deficiências sejam mais susceptíveis à placa bacteriana responsável pela doença periodontal. Palmer (2001), defende que os fatores relacionados a nutrição, cuja importância afere a resistência contra a infecção e cicatrização de feridas, também se relacionam a prevenção da doença periodontal e diminuição de sua severidade. Portanto, esses fatores nutricionais incluem a necessidade adequada de cálcio e da vitamina C, assim como quantidades adequadas de proteína, calorias, ferro e zinco. Os açúcares contribuem para a cárie dentária e podem influenciar no estabelecimento da doença periodontal, pois as bactérias os fermentam e produzem ácido, podendo levar a desmineralização da estrutura dentária. A ingestão de açúcar tem sido estabelecida como o principal fator que contribuiu para a formação de 17 placas. Observou-se que a sacarose é mais cariogênica que a frutose e a glicose (Najeeb et.al , 2016). O ácido ascórbico (vitamina C) é uma vitamina hidrossolúvel, facilmente oxidável e instável em temperaturas elevadas, armazenadas nos leucócitos e posteriormente é transferida para o plasma e para os tecidos em maior concentração. Os níveis encontrados no epitélio sulcular coincidem com os encontrados em uma dieta. Umas das funções desta vitamina é atuar como co-fator da hidroxilação da prolina e da lisina na biossíntese do colágeno. Sua deficiência afeta a permeabilidade capilar devido à interferência na síntese da membrana basal (ALVARES et.al, 2002). As possíveis relações entre a vitamina C e a doença periodontal datam de décadas, porém as intervenções clínicas são ainda escassas e de acordo com Grobler (1989), as deficiências de vitamina C aumentam a permeabilidade da barreira gengival no sulco gengival, aumentando a suscetibilidade às doenças periodontais. Na odontologia, o conhecimento das características clínicas da deficiência de zinco é de suma importância pois quadros de gengivite crônica, tão comuns na rotina do consultório, estão relacionados com a baixa ingestão deste mineral. Além disso, a gengiva é um local de grande armazenamento de zinco e possui uma intensa renovação deste mineral, o que aumenta seu requerimento e torna este tecido sensível as alterações do mesmo (ALVARES et.al, 2002). A disposição da dieta parece modificar a distribuição e metabolismo dos microorganismos na placa bacteriana, no entanto a maioria destas alterações ocorre na placa supragengival. A placa subgengival mostra estar protegida destas alterações devido a sua localização. O biofilme subgengival é nutrido pelo fluido crevicular e pelas células do seu hospedeiro, dessa forma o efeito da dieta parece ser mais propriamente sistêmico do que local (Alfano, 1976). Um estudo publicado por Morita et al. (2004) no Japão, mostrou a relação entre o nível de triglicerídeos dos participantes portadores de doença periodontal e indivíduos não portadores. Como resultado o estudo mostrou que a média do nível de triglicerídeos foi significativamente maior no grupo com doença periodontal, já o nível médio de colesterol HDL foi maior no grupo controle. Sendo assim, concluíram que por mais que os níveis elevados de triglicerídeos estejam relacionados a periodontite severa, é necessário serem realizados novos estudos afim de confirmar a interligação entre consumo de lipídios com o surgimento da doença periodontal. Todavia, Tomofuji et al. (2005) estuda os efeitos de uma dieta farta em colesterol e o periodonto. Através deste estudo pode-se comprovar que a dieta influenciou em uma 18 migração apical do epitélio juncional. De maneira geral, após as pesquisas entenderam que o elevado nível de colesterol poderá provocar uma futura periodontite e aumentar o estímulo inflamatório proporcionado pelas bactérias juntos aos altos níveis de colesterol no plasma sanguíneo, aumentando os níveis das citocinas inflamatórias na corrente sanguínea. Açúcares e carboidratos são conhecidos não só pelo aumento do risco de cárie dental, mas também por sangramento gengival. Sete ensaios controlados e documentados relacionam o aumento do sangramento gengival com o aumento no consumo de açúcares (Woelber et.al 2016). Este aumento no sangramento gengival foi observado mesmo em estudantes em que mantinham excelente higiene oral e que proviam de tratamento odontológico regular. Um interessante estudo a respeito do papel dos alimentos refinados e sangramento gengival foi realizado onde os indivíduos viviam em uma dieta precária, sem o consumo de alimentos industrializados, por 4 semanas e sem acesso a escovas dentárias. Alguns profissionais da área odontológica esperavam que a condição gengival destas pessoas pioraria, mas surpreendentemente, ocorreu o oposto. Apesar do aumento de placa dentária o sangramento gengival diminuiu (Baumgartner et.al 2009). Há evidências que frutas, leite e outros produtos lácteos podem ter uma perspectiva dental podendo trazer benefícios adicionais para a saúde devido ao seu conteúdo de cálcio, fosfato e diferentes proteínas. As diferentes ações de alimentos funcionais incluem um número de atividades antibacterianas influenciando na redução da acidogenicidade do biofilme dental e tendo efeito nas propriedades adesivas e em remineralização. Também os probióticos são hoje já explorados como uma estratégia tanto contra cáries como doenças periodontais (Lingstrom et.al 2017). Sabe-se, por exemplo, que a suplementação de vitamina C pode curar e evitar o escorbuto, que além de mal-estar, letargia e manchas na pele, apresenta características periodontais que incluem sangramentos, gengiva inflamadas e dolorosas. A aplicação de sal de magnésio contendo vitamina C, não só melhora a síntese de colágeno, mas pode também diminuir a inflamação induzida por fibroblastos gengivais (Najeeb et.al 2016). Um dentifrício contendo o sal de magnésio com vitamina C, foi utilizado com sucesso para reduzir a inflamação gengival em um ensaio clínico de Shimabukuro et.al (2015). Devido aos seus efeitos positivos na saúde periodontal, a vitamina C 19 também pode ser utilizada em revestimentos de gel para aumentar a osseointegração dos implantes dentários e melhorar o pós-cirúrgico periodontal (Najeeb et.al, 2016). O papel do licopeno (pigmento vermelho presente em vegetais como tomates, cenouras e melancias) foi investigado em alguns estudos como complemento da terapia periodontal não-cirúrgica. Um estudo de Chandra et.al (2007), sugeriu que a sua suplementação pode promover melhoria na saúde periodontal, estudos posteriores também encontraram um possível papel terapêutico do licopeno no manejo da periodontite. De fato, o efeito antioxidativo do licopeno no periodonto garante mais pesquisas antes que possa ser defendido como um suplemento dietético como um complemento à terapia periodontal cirúrgica e não cirúrgica (Najeeb et.al 2016). Tratando-se de saúde oral e periodontite, segundo estudo de Kyungdo Han (2017), em que, à partir de participantes voluntários na Coréia, foram avaliados a hora do dia em que estes escovavam os dentes e os produtos que utilizavam, além de calcular a frequência de escovação diária, uso do fio dental e enxaguante bucal. Foi avaliado também, o uso de escovas elétricas, escovas interdentais e dispositivos de irrigação e, ainda classificando o estado mastigatório e capacidade como favoráveis, médios e problemáticos. Segundo Kyungdo, este estudo mostrou claramente que uma menor prevalência de doença periodontalfoi associada a escovação dos dentes após o almoço e uma escovação antes da hora de dormir. O uso de fio dental e uma escovação logo após a refeição foram associados com menor índice de doença periodontal. As doenças periodontais são, atualmente, um problema de saúde mundial de grandes proporções, em que embora o fato de vir aumentando a idade das populações em todos os continentes do mundo, necessita de um controle e prevenção maiores em relação a estas doenças (BURT, 1986; ETTINGER, 1993; ORGANIZAÇÂO MUNDIAL DE SAÚDE, 1991). No Brasil, cujo país está em desenvolvimento em relação a economia frente a outros países, pode se destacar que a cárie está presente na população em todas as idades, e envolve um problema de saúde pública, os esforços precisam também ser constantes no sentido de evitar as doenças periodontais com maior prevenção com o objetivo de manter o controle da doença. A gengivite é um problema comum, em que não necessariamente evolui para periodontite, havendo ampla evidência de pessoas e grupos populacionais que apresentam longo tempo sem apresentar evolução para esta última (SHEIHAM et.al, 1991). Os casos de prevalência da doença periodontal destrutiva são de nível baixo e, mantém em um nível 20 internacional controlado, principalmente nos países industrializados, constata-se redução significativa em jovens e adultos (WHO et.al, 1998). Contudo, é sábio que se tenha por cuidado controlar o acúmulo de placa e a gengivite para impedir sua expansão para o patamar de uma doença periodontal destrutiva (CHIAPINOTTO, 2000). Estudos internacionais têm demonstrado que gengivite e periodontite apresentam maiores prevalências em populações com piores indicadores socioeconômicos, como renda e escolaridade. Essa mesma situação foi confirmada no Brasil (GESSER et.al, 2001). A relação entre a saúde periodontal e nível sócioeconômico foi investigada por Enwonwu (1970) a partir de uma pesquisa realizada com 941 pessoas de um determinado grupo racial na Nigéria. A avaliação do grau de nutrição dessa comunidade foi efetuada a partir das análises de consumo nutricional e da avaliação da hemoglobina e dos níveis de proteínas e vitamina C. A severidade da doença periodontal observada no estudo foi relacionada ao nível sócioeconômico dos participantes. Os resultados revelaram que os fatores nutricionais sozinhos, não causaram as alterações encontradas no periodonto, mas que contribuíram para a gravidade das lesões devido à deficiência do padrão imunológico e por influenciar no grau de cicatrização dos tecidos dos indivíduos analisados. Além de que muitos outros estudos indicam para relação existente entre doença periodontal e condições socioeconômicas. 21 3 OBJETIVOS A seguir segue o Objetivo Geral e Específico para indicar o que deseja alcançar com este artigo. 3.1 Objetivo Geral Coletar informações sobre pacientes que frequentam as clínicas odontológicas da UFSC e, analisar a dieta destes, por meio de avaliação nutricional, buscando encontrar associação com a doença periodontal crônica, classificando-a de acordo com a sua severidade. 3.2 Objetivos Específicos - Relacionar dieta, incluindo os grupos alimentares e nutrientes ingeridos pelos participantes, com a doença periodontal; - Realizar um comparativo entre os nutrientes da dieta de pacientes do grupo controle com o grupo experimental envolvidos no estudo; - Correlacionar hábitos de higiene bucal, dados clínicos e socioeconômicos com os diferentes graus de severidade da doença periodontal crônica. 22 4 MATERIAIS E MÉTODOS 4.1 DESCRIÇÃO DA AMOSTRA Para realização deste estudo, foram selecionados 30 prontuários dos últimos 10 anos, de pacientes de ambos os sexos, com participação voluntária. Esta pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos (CEPSH), com certificado de Apresentação para Apreciação Ética de número 87318318.1.0000.0121. Todos os envolvidos tiveram que assinar um termo de consentimento livre e esclarecido, o qual autoriza o uso de informações do prontuário para fins de estudo mediante anonimato. O Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), juntamente com uma autorização por escrito assinada pelo chefe de departamento, responsável legal pelo setor de triagem das clínicas odontológicas, autorizando a análise de prontuários, foram encaminhados ao Comitê de Ética. Ressalta-se que o referido estudo foi feito através de análises de prontuários de pacientes que estão em atendimento nas clínicas odontológicas da UFSC, ou que já receberam alta. Os critérios de inclusão abrangem: (1) ser ou ter sido Paciente da UFSC; (2) de ambos os sexos, (3) possuir idade mínima de 18 anos; (4) apresentar boa condição de saúde sistêmica. Como critérios de exclusão: (1) não ser gestante; (2) não ser diabético ou apresentar outra desordem metabólica; (3) não ser usuário de drogas; (4) não estar passando por restrições alimentares. Os participantes envolvidos no estudo foram divididos em 2 grupos: Grupo Controle (n=10) – pacientes saudáveis, sem diagnóstico de periodontite; e Grupo Teste (n=20) – pacientes diagnosticados com periodontite crônica, independente do grau (leve, moderada ou severa) e extensão (localizada ou generalizada), sendo incluídas nesse grupo participantes que apresentavam elementos dentais com perda de inserção clínica ≥ 1mm. 23 4.2 PROCEDIMENTOS CLÍNICOS Os participantes envolvidos no estudo, passaram por exame radiográfico e exames clínicos durante tratamento na UFSC, que incluem: Sondagem e realização de periograma com obtenção do nível clínico de Inserção, além de análise quanto à: Mobilidade, sangramento, índice de placa visível e possíveis lesões de furca. 4.3 ANÁLISE PERIODONTAL Os periogramas foram analisados a partir de prontuários os quais comprovavam que o paciente foi submetido a exame clínico completo e concluído análise periodontal através do uso da sonda periodontal. A partir dos periogramas dos pacientes foram avaliados os seguintes itens: 4.3.1 Dentes presentes: O total de número de dentes em boca foi registrado. 4.3.2 Determinação do Nível de Inserção: Foi estabelecido através da sondagem periodontal em seis pontos (mésio- vestibular, vestibular, disto-vestibular, mésio-lingual, lingual e disto-lingual). Primeiramente foi avaliado a distância entre a junção esmalte-cemento até a margem gengival (UEC-MG) a qual registra recessões e hiperplasias de cada dente a partir disto foi somado este valor com a profundidade de sondagem (PS) e determinado então o nível de inserção clínica (NCI). Logo após, a partir dos valores do nível de inserção clínica obtemos o valor da perda de inserção periodontal em cada sítio e então foi avaliada esta perda de inserção óssea pela análise radiográfica, por fim cada participante com doença periodontal crônica foi classificado quanto a sua extensão da seguinte maneira: Em localizada para os pacientes com até 30% dos sítios com perda de inserção periodontal e em Generalizada para os casos em que mais de 30% dos sítios apresentavam perda de inserção. Além disso, os pacientes diagnosticados com periodontite crônica foram subdivididos de acordo com a severidade e demonstrado em percentuais, para isso foi levado em consideração o sítio em que apresentou a maior perda de inserção e a partir de então os participantes foram classificados como portadores de Periodontite crônica leve (1 a 2mm), moderada (3 a 4mm) ou severa (5mm ou mais) e então. Foi calculado a média de 24 profundidade clínica de sondagem dos pacientes com doença periodontal além da média de perda de inserção nos sítios afetados. 4.3.3 Sangramento:O índice de sangramento gengival detectado durante a sondagem e registrado no periograma junto a profundidade clínica de sondagem foi levado em consideração para este estudo, através do índice de sangramento de cada participante envolvido. Grande parte dos prontuários avaliados não constavam o resultado final deste índice de sangramento, portanto a partir dos sítios com sangramento marginal foi calculado o percentual relativo ao número total de sítios de cada paciente a partir do respectivo periograma. 4.3.4 Índice de Placa Visível: A presença de depósitos microbianos (placa bacteriana) foi registrada neste estudo, através da análise de prontuários que continham, em anexo, os resultados do exame de Índice de Placa de O’lleary com o uso de corantes. 4.3.5 Mobilidade dental e lesões de furca: A partir dos dados do Periograma e dos dados obtidos do exame clínico feito durante a elaboração do odontograma, foi elaborado um gráfico relacionando os pacientes com doença periodontal crônica que apresentavam mobilidade dental e exposição da furca (lesão de furca). 4.4ANÁLISE NUTRICIONAL Para a Para a avaliação dos hábitos de rotina alimentares de cada participante foi utilizado o questionário de frequência alimentar dos respectivos prontuários da UFSC, em que seu objetivo central foi fazer um parâmetro entre os alimentos consumidos com maior frequência pelos pacientes com periodontite crônica e comparar com os ingeridos em refeições por pacientes saudáveis, estes dados foram organizados em tabelas e avaliado desta forma os grupos alimentares e nutrientes mais consumidos entre os pacientes diagnosticados com periodontite em suas rotinas. Primeiramente foi levado em consideração o alimento em si dos pacientes dos grupos controle e teste e em seguida os mesmos foram classificados em grupos alimentares e então foi 25 determinado os nutrientes equivalentes as respectivas dietas e feita a mesma associação. Desta forma foram considerados os alimentos ingeridos e desconsiderada a forma de preparação que foi utilizada ou com a mistura de alimentos. 4.5 AVALIAÇÃO DO NÍVEL SOCIOECONÔMICO Foi realizada através do questionário anexo aos prontuários, classificando os indivíduos, com ou sem doença periodontal, de acordo com a renda familiar com referência no salário mínimo nacional, sendo classificados com renda menor ou igual a 3 salários mínimos ou maior que 3 salários mínimos. 4.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA Os dados obtidos foram organizados em planilhas do Excel e o resultado das análises foram expressos em tabelas com as frequências relativa e absoluta para cada grupo (controle e teste). Para testar associação entre os dados relacionados a dieta, higiene oral, dados clínicos e socioeconômico dos participantes, com a doença periodontal, empregou-se o teste estatístico Exato de Fisher. 26 5 RESULTADOS Foram examinados 30 pacientes – 21 mulheres e 9 homens, distribuídos em 02 grupos – Grupo Controle (n=10) e Grupo Teste (n=20). A idade variou de 18 a 67 anos, sendo que a média foi de 41,8 ±14,6 anos. Os dados socioeconômicos (idade, sexo e renda – com base no salário mínimo nacional), foram distribuídos entre os grupos e, a frequência pode ser observada na Tabela 1. Tabela 1- A Perfil socioeconômico dos pacientes controle e teste (Grupo Controle n=10; Grupo Teste n=20). Grupo Controle (%) Grupo Teste (%) Idade 18-50 8 (80,0) 11 (55,0) > 50 2 (20,0) 9 (45,0) Sexo Feminino 6 (60,0) 15 (75,0) Masculino 4 (40,0) 5 (25,0) Renda (SM) ≤ 3 5 (50,0) 14 (70,0) > 3 5 (50,0) 6 (30,0) SM – salário mínimo FONTE: O Próprio Autor NOTAS: SM – salário mínimo Em relação aos fatores clínicos avaliados (IPV, IS, PSC, mobilidade, lesão de furca, extensão e severidade da doença), a distribuição dos dados pode ser observada nas Tabelas 2 e 3. A Tabela 2 apresenta a frequência dos três primeiros, distribuída entre os Grupos Controle e Teste. Os valores foram registrados segundo as médias, sendo o IPV (índice de placa visível) e ISM (índice de sangramento marginal) expressos em procentagem e a PCS (profundidade clínica de sondagem) em milímetros. A Tabela 3 apresenta a frequência dos dados relativos à mobilidade, lesão de furca e extensão da doença periodontal, distribuídos de acordo com a severidade da doença. 27 Tabela 2- Dados clínicos expressos em valores médios, distribuídos por pacientes controle e teste (Grupo Controle n=10; Grupo Teste n=20). Grupo Controle Grupo Teste IPV (%) 8 31 IS (%) 12 30 PCS (mm) 1,42 2,28 FONTE: O Próprio Autor NOTAS: IPV – índice de placa visível. ISM – índice de sangramento marginal PCS – profundidade clínica de sondagem Tabela 3- Dados relativos a mobilidade, lesão de furca e extensão da doença periodontal distribuídos de acordo com a severidade da doença (n=20). Severidade da DP Leve (%) Moderada (%) Severa (%) Mobilidade Sim 1 (14,3) - 8 (88,9) Não 6 (85,7) 4 (100,0) 1 (11,1) Furca Sim - 2 (50,0) 4 (44,4) Não 7 (100,0) 2 (50,0) 5 (55,6) Extensão Localizada 7 (100,0) 2 (50,0) 4 (44,4) Generalizada - 2 (50,0) 5 (55,6) FONTE: O Próprio Autor NOTAS: DP – doença periodontal Para os dados relativos ao número de dentes e hábitos de higienização (número de escovações/dia e uso do fio dental), a Tabela 4 mostra a distribuíção destes. A grande maioria dos pacientes do grupo controle apresentavam mais de 20 dentes em boca (90%), no grupo teste esta diferença não foi tão grande, sendo que 40% dos pacientes apresentavam 20 dentes ou menos em boca. Uma maior frequência na escovação e uso do fio dental também podem ser observadas no grupo controle. 28 Tabela 4- Número de dentes e dados relacionados à higienização distribuídos por pacientes controle e teste (Grupo Controle n=10; Grupo Teste n=20). Grupo Controle (%) Grupo Teste (%) Nº dentes ≤ 20 1 (10,0) 8 (40,0) > 20 9 (90,0) 12 (60,0) Nº escovação 1-2 1 (10,0) 6 (30,0) ≥ 3 9 (90,0) 14 (70,0) Fio dental Sim 7 (70,0) 11 (55,0) Não 3 (30,0) 9 (45,0) FONTE: O Próprio Autor Foram testadas as associações entre a severidade da doença periodontal, dados clínicos e relativos a higienização. A Tabela 5 apresenta estes resultados, observa-se que apenas idade e mobilidade tiveram significância estatística (p=0,039 e p=0,001, respectivamente). 29 Tabela 5- Associação entre severidade da doença periodontal, dados socioeconômicos, clínicos e higienização (n=20). Severidade da DP P valor** Leve (%) Moderada (%) Severa (%) Idade 0,039* 18-50 6 (85,7) 3 (75,0) 2 (22,2) > 50 1 (14,3) 1 (25,0) 7 (77,8) Sexo 1 Feminino 5 (71,4) 3 (75,0) 7 (77,8) Masculino 2 (28,6) 1 (25,0) 2 (22,2) Renda (SM) 1 ≤ 3 5 (71,4) 3 (75,0) 6 (66,7) > 3 2 (28,6) 1 (25,0) 3 (33,3) Nº dentes 0,720 ≤ 20 2 (28,6) 2 (50,0) 4 (44,4) > 20 5 (71,4) 2 (50,0) 5 (55,6) Nº escovação 0,196 1-2 4 (57,1) 1 (25,0) 1 (11,1) ≥ 3 3 (42,9) 3 (75,0) 8 (88,9) Fio dental 0,527 Sim 5 (71,4) 2 (50,0) 4 (44,4) Não 2 (28,6) 2 (50,0) 5 (55,6) Mobilidade 0,001* Sim 1 (14,3) - 8 (88,9) Não 6 (85,7) 4 (100,0) 1 (11,1) Furca 0,082 Sim - 2 (50,0) 4 (44,4) Não 7 (100,0) 2 (50,0) 5 (55,6) Fonte: O Próprio Autor SM – salário mínimo. DP – doença periodontal **Teste Exato de Fisher. *Estatisticamente significativo para p≤0,05. A Tabela 6 apresenta a associação dos dados relativos à dieta (grupos alimentares e nutrientes) e diagnóstico, enquanto a Tabela 7 traz a associação com a severidade da doença. Os dados foram obtidos a partir do questionário da frequência alimentar dos participantes e retratam os grupos alimentaresconsumidos com maior frequência no total da amostra analisada. Foram também analisados os principais nutrientes contidos na dieta de rotina dos participantes deste estudo. Em 30 ambos os casos, não houveram resultados que apresentassem diferença estatística. Para os grupos alimentares e nutrientes, as respostas dos pacientes poderiam estar contidas em mais de uma opção. Tabela 6- Associação entre diagnóstico periodontal, grupos alimentares e nutrientes (n=30). Diagnóstico P valor** Saudável (%) Doença Periodontal (%) Grupos Alimentares Açúcares e doces 4 (40,0) 11 (55,0) 0,700 Carne e ovos 5 (50,0) 14 (70,0) 0,425 Cerais 8 (80,0) 14 (70,0) 0,682 Frutas 6 (60,0) 9 (45,0) 0,700 Hortaliças 6 (60,0) 6 (30,0) 0,139 Leguminosas 7 (70,0) 10 (50,0) 0,440 Leites e derivados 5 (50,0) 16 (80,0) 0,115 Óleos e gorduras 4 (40,0) 12 (60,0) 0,442 Nutrientes Albumina 5 (50,0) 12 (60,0) 0,705 Ca 6 (60,0) 16 (80,0) 0,384 Fe 6 (60,0) 11 (55,0) 1 Fibra Alimentar 8 (80,0) 15 (75,0) 1 K 9 (90,0) 15 (75,0) 0,633 Mg 5 (50,0) 9 (45,0) 1 P 6 (60,0) 13 (65,0) 1 Vit. A 7 (70,0) 9 (45,0) 0,260 Vit. C 7 (70,0) 7 (35,0) 0,122 Vit. Complexo B 4 (40,0) 8 (40,0) 1 Fonte: O Próprio Autor **Teste Exato de Fisher. *Estatisticamente significativo para p≤0,05. 31 Tabela 7. Associação entre severidade da doença periodontal, grupos alimentares e nutrientes (n=20). Severidade da DP P valor** Leve (%) Moderada (%) Severa (%) Grupos Alimentares Açúcares e doces 4 (57,1) 2 (50,0) 5 (55,6) 1 Carne e ovos 5 (71,4) 2 (50,0) 7 (77,8) 0,688 Cerais 5 (71,4) 2 (50,0) 7 (77,8) 0,688 Frutas 2 (28,6) 2 (50,0) 5 (55,6) 0,527 Hortaliças 2 (28,6) 1 (25,0) 3 (33,3) 1 Leguminosas 3 (42,9) 2 (50,0) 4 (55,6) 1 Leites e derivados 6 (85,7) 2 (50,0) 8 (88,9) 0,359 Óleos e gorduras 5 (71,4) 2 (50,0) 5 (55,6) 0,720 Nutrientes Albumina 5 (71,4) 2 (50,0) 5 (55,6) 0,720 Ca 6 (85,7) 2 (50,0) 8 (88,9) 0,359 Fe 4 (57,1) 2 (50,0) 5 (55,6) 1 Fibra Alimentar 6 (85,7) 2 (50,0) 7 (77,8) 0,539 K 6 (85,7) 2 (50,0) 7 (77,8) 0,539 Mg 2 (28,6) 2 (50,0) 5 (55,6) 0,527 P 5 (71,4) 2 (50,0) 6 (66,7) 0,848 Vit. A 2 (28,6) 2 (50,0) 5 (55,6) 0,527 Vit. C 2 (28,6) 2 (50,0) 3 (33,3) 0,848 Vit. Complexo B 2 (28,6) 2 (50,0) 4 (44,4) 0,720 Fonte: O Próprio Autor **Teste Exato de Fisher. *Estatisticamente significativo para p≤0,05. 32 6 DISCUSSÃO Com a idade notam-se mudanças na cavidade bucal, as quais despertam o interesse pela pesquisa e avaliação das condições sócioeconômicas e de saúde nessa faixa etária (ROCHA et.al, 2005). Apesar dos estudo da mucosa bucal da população idosa identificarem características clínicas de normalidade, entende-se que apresenta menos resistência do que a mucosa de um indivíduo jovem, pois os tecidos da cavidade bucal, assim como outros tecidos do organismo humano, sofrem alterações significantes durante o processo de envelhecimento (FRARE, 1997). No que se refere a idade dos pacientes do presente estudo observa-se que, no grupo controle, 80% dos pacientes tinham idades entre 18 e 50 anos, enquanto que no grupo teste este percentual correspondeu a 55%. A idade foi associada a severidade da doença periodontal (p=0,039), mostrando que a maioria dos paciente que apresentavam idade > 50 anos, foram diagnosticados com doença periodontal crônica severa (77,8%). Metade dos participantes do grupo controle apresentaram renda familiar menor ou igual a 3 salários mínimos, entre os pacientes do grupo teste, este percentual foi de 70%. Gesser et.al (2001) avaliaram a relação do nível social com a saúde periodontal de pacientes e concluíram que o estado socioeconômico está diretamente relacionado com a saúde periodontal e, afirmaram que um dos motivos para isso, é a alimentação de baixa qualidade que exerce fator determinante para saúde do periodonto, além da negligência por parte das pessoas com baixo poder aquisitivo em relação à sua saúde oral. Entretanto, neste estudo a renda não foi associada à doença periodontal. Nesta pesquisa, apenas 10% dos pacientes saudáveis apresentaram 20 dentes ou menos, já entre os pacientes com periodontite crônica este percentual chegou a 40%. De acordo com Daly et.al (2003), indivíduos com 21 dentes ou mais, quando comparados com os que possuem menos de 20 dentes, consomem a maioria dos nutrientes e a diminuição do número de dentes contribui para o aumento do risco nutricional, já que a variedade de alimentos nas refeições diminui com essa redução. Portanto índividuos com menos de 20 dentes possuem uma dieta mais restritiva, devido a maior dificuldade mastigatória e por isso acabam consumindo menos nutrientes em sua dieta. Apesar disso, quando testada a associação entre número de dentes e severidade da doença, os resultados obtidos não apresentaram significância estatística neste estudo. 33 Foi avaliado o índice de placa visível, índice de sangramento marginal e profundidade clínica de sondagem de todos os participantes da pesquisa. Como era esperado, todas estas variáveis foram mais elevadas em pacientes do grupo teste, o que retrata, segundo Alvares et.al (2002), que o início e a progressão da periodontite envolvem a colonização bacteriana da superfície dentária, penetração das bactérias e seus produtos no tecido conjuntivo e formação da placa bacteriana, gerando estímulo da resposta inflamatória e consequente sangramento. Essa resposta inflamatória, por sua vez, induz a destruição do tecido conjuntivo e osso alveolar e limita o processo de reparo tecidual. Nota-se que, no grupo controle, alimentos ricos em açúcares e gorduras apresentaram uma frequência menor de ingestão quando comparados ao grupo teste, e uma maior ingestão de frutas, hortaliças, cereais e leguminosas, sugerindo que a alimentação de rotina pode intervir no estabelecimento da doença periodontal. Porém, não houve associação entre os grupos alimentares com o dignóstico e/ou severeidade da doença periodontal. De acordo com Gesser et al. (2001) vários outros fatores podem interferir na alimentação das pessoas, como a renda famíliar, negligência alimentar que pode ser influenciada, por exemplo, pelo número de dentes apresentado por um indivíduo. Morita et.al (2004), em seu estudo mostraram a relação entre o nível de triglicerídeos dos participantes entre portadores de doença periodontal e indivíduos não portadores, o estudo demonstrou que a média do nível de triglicerídeos foi significativamente maior no grupo com doença periodontal, enquanto o nível médio de colesterol HDL foi maior no grupo controle. Concluíram ainda que os níveis elevados de triglicerídeos estão relacionados a periodontite mais severa. Tomofujii et.al (2005) também analisaram a relação de uma dieta farta em colesterol sobre o periodonto e concluíram que elevados níveis de colesterol podem acarretar em periodontite e elevar o estímulo inflamatório pelas bactérias na medida que aumentam os níveis de citocinas inflamatórias na corrente sanguínea. Portanto, os tecidos periodontais acabam sendo afetados à medida em que alimentos açúcarados e gorduras acabam por aumentar o nível de triglicerídeos no sangue além do colesterol, gerando um aumento da inflamação no periodonto. A relação entre dieta e doença periodontal não tem sido amplamente discutida na literatura da mesma forma como se tem discutido os efeitos de doenças sistêmicas e sua relação com a doença periodontal. O conhecimento cientifico do papel dos nutrientes e sua influência sobre a periodontite ainda precisa ser melhor estudado para 34 que se comprovem ou não a relação entre dieta e doença periodontal (NISHIDA et.al. 2000). Porém, por mais que as pesquisas sobre este tema sejam muito limitadas, o que se observana literatura é que os artigos afirmam, na grande maioria, que parece existir sim uma relação entre a dieta e o estabelecimento da doença periodontal. O cirurgião dentista pode, além de atuar removendo os agentes etiológicos locais da doença periodontal (através de raspagens e profilaxias, por exemplo), melhorar as características gerais do paciente através de parcerias com médicos e nutricionistas, auxiliando no aconselhamento nutricional e melhora da saúde geral do paciente. Alvares et.al (2002), ressalta a interferência das vitaminas A, C, D e dos minerais cálcio, fósforo, ferro e zinco na etiologia das doenças periodontais e, afirma que o processo inflamatório do periodonto é uma manifestação de injúria celular por um agente irritante e que interfere com o suprimento de nutrientes à região, sendo necessário a síntese de macromoléculas como o ácido ascórbico (vitamina C), vitamina A e D, proteínas e minerais como o ferro e o zinco para que a saúde se restabeleça. O fluído gengival e a saliva fazem parte da interação entre nutrição e periodonto. Este fluído contém componentes como: cálcio, sódio, potássio e albumina e a alimentação pode influenciar sua composição favorável ou desfavoravelmente ao desenvolvimento bacteriano, assim como na saliva, através de alterações no pH da placa (ALVARES et.al, 2002). Neste estudo, os resultados mais expressivos quanto aos nutrientes, foram encontrados relacionados às vitaminas A e C, sendo mais presentes na alimentação de pacientes saudáveis. Entretanto, estes resultados não apresentaram diferença estatística. Segundo Hamasaki et.al (2017), é necessário padronizar os métodos de coleta de dados sobre dieta e estabelecer um parâmetro. Devemos considerar o relatório de acordo com o país e região, ou seja, estabelecer os nutrientes presentes nos diferentes alimentos de origem de cada cultura. Portanto, é primordial considerar as características dos hábitos alimentares específicos regionais. Ainda não está claro o papel dos nutrientes no mecanismo da doença periodontal, além de que vários trabalhos que investigaram esta relação, mostraram limitações por não exibirem um controle fiel das variáveis. Segundo Robinoff et.al (1989), os desenhos de estudos das pesquisas se apresentam mal delineados, além do mais, as metodologias são muitas vezes errôneas, apresentando resultados distintos. Setenta por cento dos pacientes com periodontite crônica escovavam os dentes três ou mais vezes ao dia e 55% deles utilizam o 35 fio dental diariamente. Entre os pacientes com periodonto saudável, 90% escovavam os dentes três ou mais vezes ao dia e 70% deles utilizam fio dental diariamente. Lingstrom (2017) afirma que uma boa higienização evita a colonização bacteriana e formação de placa bacteriana o que leva a inflamação, sendo esse o principal agente etiológico da doença periodontal. Portanto é fundamental uma boa higiene bucal para manter o periodonto saudável. Apesar das diferenças encontradas nas frequências distribuídas entre as variáveis do estudo, associações positivas foram encontradas apenas entre idade e mobilidade dental com a severidade da doença periodontal. Este fato pode ser expliacado devido limitações do estudo, como por exemplo ter-se utilizado uma amostra pequena. Devido a limitações vistas, o modelo ideal de pesquisa seria a avaliação de um número maior e prontuários de pacientes, porém a grande maioria dos prontuários não estão devidamente preenchidos, além do que muitos deles inclusive não contém sequer os periogramas completos o que acaba por dificultar no andamento da pesquisa. 36 7 CONCLUSÃO Concluímos que: • A idade está associada à doença periodontal crônica, sendo que os pacientes classificados no grau severo, apresentam, na sua maioria, mais de 50 anos; • Mobilidade dental aumentada apresentou associação positiva com a doença periodontal crônica e a maioria dos pacientes com o grau severo da doença apresentam esta sequela; • Não foi possível estabelecer uma relação entre sexo, renda, dieta e outros dados clínicos com a doença periodontal. 37 REFERÊNCIAS SOBRENOME DO AUTOR, Pré nome. Título. Local: Editora, ano. ALVARES, J. et.al. The Nutrient’s role in the periodontal disease. Araraquara, v.59, n.4, p.277-279, Jul., 2002. 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DADOS DO PARECER Número do Parecer: 2.725.487 Apresentação do Projeto: Trata o presente projeto, intitulado “Periodontite relacionada à dieta: um estudo realizado em pacientes atendidos nas clínicas odontológicas da UFSC”, de uma pesquisa de TCC submetido pelo Prof. Ricardo Magini, que assina a folha de rosto como pesquisador responsável, juntamente com a Prof. Rubens Rodrigues Filho, Coordenador do Curso de Graduação em Odontologia/CCS/UFSC. 43 A pesquisa é do tipo retrospectiva, que pretende coletar informações sobre pacientes que frequentam as clínicas odontológicas da UFSC, avaliar a dieta destes, analisando os nutrientes ingeridos e hábitos alimentares e de rotina, e fazer uma associação entre esses hábitos com o surgimento da doença periodontal, classificando-a de acordo com a sua gravidade. Pretende-se incluir nesta pesquisa 30 voluntários acima de 18 anos de idade (20 com doença periodontal e 10 sem doença periodontal), dos quais será consultado o prontuário odontológicos pré -existentes nas clínicas de odontológicas da UFSC. As informações obtidas a partir dos prontuários dos pacientes envolvem itens relacionados à alimentação dos participantes, hábitos de higiene oral, classificação sócio-econômica e escolaridade; também serão analisadas as radiografias e feito uma consulta de periogramas. Objetivo da Pesquisa: Objetivo Geral: Coletar informações sobre pacientes que frequentam as clínicas odontológicas da UFSC e, analisar a dieta destes, por meio de avaliação nutricional, buscando encontrar associação 44 com o surgimento da doença periodontal, classificando-a de acordo com a sua gravidade. Objetivos Específicos: 1) Relacionar dieta, incluindo os hábitos alimentares de rotina dos participantes, com a doença periodontal. 2) Fazer uma associação entre dieta e o grau de periodontite. 3) Realizar um comparativo entre os nutrientes da dieta de pacientesdo grupo controle com o grupoexperimental envolvidos no estudo. 4) Correlacionar hábitos de higiene bucal com periodontite, além do nível sócioeconômico dos participantescom sua prevalência. Avaliação dos Riscos e Benefícios: De acordo com o que foi citado no TCLE apresentado: RISCOS: (1) O paciente, se necessário, terá que se dirigir a UFSC para realização de algum eventual exame complementar; (2) Apesar do caráter de sigilo e anonimato da pesquisa, sempre existe a possibilidade, mesmo que remota, da quebra de sigilo, mesmo que involuntário e não intencional. BENEFÍCIOS: (1) O participante estará contribuindo para a produção de conhecimento científico sobre o tema. (2) Os resultados obtidos com este estudo poderão auxiliar na compreensão sobre a doença periodontal e sua possível relação com a dieta. 45 Comentários e Considerações sobre a Pesquisa: Pode contribuir para o conhecimento generalizável sobre o tema. Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória: Adequados. Recomendações: Sem recomendações. Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações: Considerando que todas as pendências indicadas na primeira versão desta solicitação foram devidamente atendidas e justificadas, não há nenhuma inadequação no presente processo. Considerações Finais a critério do CEP: Página 02 de Continuação do Parecer: 2.725.487 Este parecer foi elaborado baseado nos documentos abaixo relacionados: Tipo Documento Arquivo Postagem Autor Situaçã o Informações Básicas do Projeto PB_INFORMAÇÕES_BÁSICAS_DO _P ROJETO_1106996.pdf 12/06/201 8 15:50:48 Aceito Outros RESPOSTA_AS_PENDENCIAS2.pdf 12/06/201 8 15:50:19 Ricard o de Souza Magini Aceito TCLE / Termos de Assentiment o / Justificativa de Ausência TCLE.pdf 12/06/201 8 15:49:33 Ricard o de Souza Magini Aceito 46 Folha de Rosto FOLHA_DE_ROSTO.pdf 13/05/201 8 23:16:01 Ricard o de Souza Magini Aceito Declaração de Instituição e Infraestrutur a autorizacao.pdf 10/04/201 8 00:58:28 Ricard o de Souza Magini Aceito Declaração de Instituição e Infraestrutur a resolucao.pdf 10/04/201 8 00:58:01 Ricard o de Souza Magini Aceito Projeto Detalhado / Brochura Investigador PROJETO_FINAL.pdf 10/04/201 8 00:56:31 Ricard o de Souza Magini Aceito Situação do Parecer: Aprovado Necessita Apreciação da CONEP: Não FLORIANOPOLIS, 20 de Junho de 2018 Assinado por: Maria Luiza Bazzo (Coordenador)
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