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ODONTOPEDIATRIA - TERAPIA PULPAR NA DENTIÇÃO DECÍDUA

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ODONTOPEDIATRIA - TERAPIA PULPAR NA DENTIÇÃO
DECÍDUA
OBJETIVOS:
- Manter a integridade e a saúde dos tecidos dentários :Gengiva espessa, que impede
a irrupção do germe do permanente
- Manter o comprimento do arco e espaço dentário;
- Restaurar a capacidade mastigatório;
- Prevenir anormalidades de fala (começa a falar com a língua no meio dos dentes
anteriores quando os mesmo não se encontram) e desenvolvimento de hábitos
nocivos (deglutição anormal devido a interposição lingual, levando a dificuldade de
oclusão);
FATORES QUE INFLUENCIAM NO SUCESSO:
Diagnósticos correto + técnica correta.
Remoção total de cárie nas paredes circundantes, e remoção seletiva na parede pulpar/axial.
DEVEMOS CONSIDERAR:
- Ciclo vital dos dentes decíduos - tempo que o dente permanece na cavidade bucal:
Em muitas vezes não vale a pena o gasto do tempo com o trat. de um determinado dente,
sendo que o mesmo vai cair em poucos dias/meses.
- Diferenças anatômicas entre os dentes decíduos e permanentes: a polpa
dos dentes decíduos é mais amplo do que os permanentes.
- Relação de proximidades entre as raízes dos dentes decíduos e os germes dos
dentes permanentes sucessores:
Os primeiro e segundos molares decíduos possuem raízes divergentes, que dá lugar para os
permanentes irromperem no meio. Já nos dentes anteriores o dente permanente nasce atrás
dos dentes decíduos.
- Histofisiologia da polpa de dentes decíduos:
- Grau de cooperação e motivação da criança e dos pais: Analisar se é viável fazer
um canal em um paciente que não coopera. Falar com a família em conjunto, para caso
necessário, a extração do dente.
DIAGNÓSTICO DO ESTADO PULPAR:
História Clínica:
- Sistêmica.
- Dor - provocada ou espontânea: Espontânea (inflamação pulpar irreversível ou necrose
pulpar). Provocada (com estímulos, doce, picolé, água, dor provocada pelos túbulos
dentinários (sensibilidade) tudo ok. Quando a dor é com alimentos duros é mais
provável que tenha envolvimento pulpar.
Exame Clínico:
- Visual e tátil;
- Dente e tecidos adjacentes: devem estar em estados bons, para a técnica correta haja
com excelência;
Exame Radiográfico: FUNDAMENTAL, analisar profundidade, comprometimento.
- Periapicais (quando tem dúvida se há comprometimento da polpa) e interproximais
(quando sabe que não atingiu a polpa, da pra analisar os dentes adjacentes)
- Dente e aspectos periapicais e periodontais;
DETERMINAR SE A POLPA PODE SER TRATADA
TÉCNICAS DE TRATAMENTO PULPAR:
Tratamento conservador:
- Proteção do complexo dentino-pulpar:
Técnicas como uso de selantes, restaurações com CIV e resina.
- Capeamento pulpar indireto:
Antigamente. Remoção seletiva da cárie, base de hidróxido de cálcio (acompanhamento por 90
dias), se formou barreira de tecido duro, tira-se tudo até a dentina afetada e restaura
normalmente.
- Capeamento pulpar direto:
Casos em que houve uma exposição acidental da polpa, sem envolvimento de cárie ao redor.
- Pulpotomia: Remove somente a polpa coronária, mantendo a polpa radicular íntegra.
TratamentoRadical:
- Pulpectomia e obturação do canal radicular: Remoção total da polpa, com obturação
dos canais.
PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINO PULPAR:
- Ato de recobrir a dentina sem exposição da polpa, finalidade de isolá-la contra
estímulos nocivos após a remoção do processo carioso, preservando a vitalidade do
dente.
- Paredes: pulpar ou axial;
- Materiais: base de hidróxido de cálcio (PA), óxido de zinco e eugenol, CIV e sistema
adesivo.
- Feito por camadas: Hidróx. Cálcio + CIV + Sist. adesivo + Resina.
CAPEAMENTO PULPAR INDIRETO:
- Procedimento que envolve dentes decíduos com lesões cariosas profundas
aproximando da polpa e sem uma história de dor espontânea ou outros sinais e
sintomas que indiquem inflamação pulpar ou necrose pulpar.
- Objetivo: Preservar a vitalidade do dente.
- Técnica: 1) anestesia 2) Isolamento absoluto 3) remoção da dentina infectada,
preservando a dentina afetada (preservando a parede pulpar) 4) curativo (óx. z e eug.,
hidróxido de cálcio + base, civ) 5) Restauração provisória (60/90 dias) 6) reabertura e
restauração definitiva (após formação de tec duro)
CAPEAMENTO PULPAR DIRETO: Usado em traumatismo dental.
- Proteção de uma polpa exposta resultante de uma injúria traumática ou da remoção de
cárie profunda durante o preparo cavitário;
- Material biocompatível em contato direto com o tecido pulpar antes da colocação do
material restaurador - Hidróxido de cálcio.
- Objetivo: Preservar a vitalidade do dente.
- Critérios: Pequenas exposição acidental, área isenta de dentina cariada, ausência de
inflamação pulpar, polpa hígida não contaminada por saliva, dente que ainda não
iniciaram o processo de reabsorção (polpa velha, não vale a pena a aplicação da
técnica)
PULPOTOMIA:
- É descrita como a amputação da porção coronária da polpa dentária inflamada, seguida
pelo tratamento do remanescente pulpar vital através de técnicas farmacológicas ou não
que visam a preservação de sua saúde.
- Indicação: inflamação pulpar restrita a polpa coronária, exposiçã pulpar com dentina
cariada ao redor;
- Contra-indicação: evidência radiográfica de reabsorção interna ou externa, evidência
de patologia periapical ou região de furca, dentes irreparáveis (cáries até a altura do
osso, com invasão do espaço biológico), dentes com mais de ⅔ de reabsorção
radicular,
FARMACOLÓGICAS NÃO FARMACOLÓGICAS
Formocresol Pulpotomia eletrocirúrgica
Glutaraldeído Pulpotomia com laser de alta energia
Hidróxido de Cálcio Pulpotomia seguida de irradiação a laser de
baixa energia
MTA (Mineral trioxide aggregate)
Pasta Guedes-Pinto
Técnica:
1) Anestesia Local;
2) Isolamento Absoluto;
3) Remoção de todo o tecido cariado;
4) Remoção do teto da câmara pulpar, com pontas diamantadas (sem ponta ativa, endo z)
em moto de alta velocidade, sob refrigeração
5) Amputação da polpa coronária com escavados afiados ou instrumentos rotatórios
esféricos em motor de baixa velocidade (uso de broca nova e estéril)
6) Irrigação com soro fisiológico ou hipoclorito de sódio 1% (mais recomendado);
7) Aplicação de bolinhas de algodão esterilizados sobre o local da amputação por alguns
minutos, de modo a obter uma completa hemostasia.
8) Colocação da pasta de Hidróxido de cálcio (pó + soro, anestésico);
9) Limpar a cavidade com bolinha de algodão com soro;
10) Colocação de uma base de óxido de zinco e eugenol
11) Restauração com CIV ou resina
12) Radiografia final;
Pulpotomia pode falhar na medida que a restauração for defeituosa.
PULPECTOMIA:
- Remoção total da polpa - coronária e radicular
- Indicações: Inflamação crônica da polpa radicular, necrose da polpa radicular;
- Contra-indicação: dentes decíduos com mais de ⅔ de reabsorção, Dentes irreparáveis,
perfuração de assoalho da câmara pulpar, evidência radiográfica de reabsorção interna
ou externa, presença de extensa reabsorção óssea envolvendo a cripta do dente
permanente sucessor, estado de saúde geral debilitado.
- Características ideias para obturação (MATERIAL) de um dente decíduo:
reabsorção ideal a raiz do dente decíduo, não ser danoso aos tecidos periapicais, ao
dente permanente sucessor, absorver rapidamente se pressionado além do ápice,
antisséptico, obturar facilmente os canais, aderir-se às paredes, ser facilmente
removido, ser radiopaco, não manchar os dentes. NENHUM MATERIAL DISPONÍVEL
ATENDE A TODO ESSES REQUISITOS.
- MATERIAIS: óxido de zinco e eugenol, hidróxidos de cálcio, e pastas iodoformosas
(guedes pinto)
Técnica:
1) Anestesia;
2) Isolamento Absoluto;
3) Remoção do tecido cariado;
4) Remoção do teto da câmara pulpar;
5) Remoção do conteúdo da câmara pulpar;
6) Irrigação abundante com hipoclorito de sódio;
7) Localização do canais radiculares;
8) Irrigação abundante com Hipoclorito de sódio;
9) PQM (preparo químico mecânico) dos canais com limas Kerr, até 1 mm aquém da
medida do instrumento intracanal (utilizar pelo menos 3 tamanho diferentes).
10) Irrigação final.
11) Secagem;
12) Obturação dos canais radiculares com o material escolhido (óxido de zinco e eugenol,pasta guedes-pinto ou hidróxido de cálcio) (levar o material com lima/lentulo fazendo
movimento vibratório e depois comprimir com algodão para o material descer)
13) Selamento da entrada dos canais com guta-percha
14) Preenchimento da câmara com pulpar com cimento apropriado;
15) Radiografia final;
16) Restauração definitiva.
Geralmente dividido em 3 sessões (remove a polpa e medicação intracanal, obturação e
restauração)
Obtenção do comprimento de trabalho (com uma radiografia periapical, medir a distância da
oclusal até o germe permanente, reduzindo 1mm)

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