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Estudo Dirigido - Patrimônio e Meio Ambiente - Respondido

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - UNIRIO
INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS NATURAIS
LABORATÓRIO DE MICROPALEONTOLOGIA
Av. Pasteur, 458 Prédio IBIO/CCET sala 504 Urca
Rio de Janeiro - RJ - Brasil  CEP 22.240-490
telefone (55) (21) 22445595
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PATRIMÔNIO E MEIO AMBIENTE
Prof. Lazaro Laut
Geologia Geral e Dinâmica da Terra
1. Explique o princípio do uniformitarismo:
Resposta: “O presente é a chave para o passado”. O princípio do uniformitarismo estabelece que os mesmos processos vêm operando por longos períodos. O passado é igual ao presente inclusive em gênero e intensidade dos processos atuantes da dinâmica interna e externa. Alterações imperceptíveis causadas por processos naturais durante longos períodos podem ter efeitos cumulativos. O princípio do atualismo é muito parecido com o uniformitarismo, porém não estabelece a estrita igualdade de condições entre o presente e o passado da Terra. O atualismo afirma a constância das leis naturais que regem a Terra, mesmo que no passado os produtos e intensidade dos processos geológicos tenham sido algo diferente daquilo que se observa atualmente. 
2. Caracterize as camadas internas da Terra. 
Resposta: A Terra é dividida em três camadas: O núcleo, o manto e a crosta.
Núcleo: É a parte central e mais densa da Terra. Possui um núcleo interno sólido e um núcleo externo líquido. Ambos são constituídos, principalmente, de ferro e níquel. Entre o núcleo externo e o manto inferior existe uma área denominada “Descontinuidade de Gutenberg”, que é onde as ondas S (vibram perpendicularmente) não se propagam e as ondas P (vibram paralelamente) diminuem de velocidade, indicando uma alteração das propriedades do núcleo e do manto (na “Descontinuidade de Gutenberg”, a temperatura é maior que a pressão).
Manto: Circunda o núcleo, compreende o maior volume da Terra (83%) e é onde o magma é formado. É menos denso que o núcleo. O manto pode ser subdivido em três zonas: Manto inferior – Parte sólida que compreende o maior volume da Terra. Manto superior – Recobre o manto inferior e a rocha mantélica (do manto). Astenosfera – Circunda parte do manto superior e tem a mesma composição que este, porém, com caráter plástico e pode ser lentamente fluida. A astenosfera é uma zona de baixa velocidade (é onde as ondas sísmicas perdem velocidade) localizada entre o manto superior e a base da crosta e nela se encontra a “Descontinuidade de Mohorovicic”.
Crosta: É a camada mais externa da Terra. É subdivida em: Crosta continental – Espessa, com quantidade considerável de silício e alumínio. Composição média de suas rochas similar à do granito. Crosta oceânica – Fina e mais densa que a crosta continental. É constituída, essencialmente, por basalto. P.S.: TEM QUE SABER DESENHAR!
3. Explique que evidências conduziram à elaboração do conceito de deriva continental e que mecanismos conduzem tal movimento.
Resposta: A hipótese da deriva continental propõe que todos os continentes um dia estiveram unidos, formando um único “supercontinente” chamado Pangeia. Esse único “supercontinente” se dividiu em outros dois “supercontinentes”: O Gondwana (sul) e a Laurásia (norte). Esses dois “supercontinentes” deram origem aos continentes atuais. Algumas evidências foram usadas para apoiar tal hipótese como, por exemplo, o ajuste continental preciso entre os continentes que ocorre ao longo do sopé continental (no fundo do mar); As semelhanças das sequências das rochas e cadeias de montanhas que, quando “aproximadas”, formam uma única cadeia contínua de mesma idade e estilo de deformação em toda a sua extensão; Além disso, se tem a evidência de registros de fósseis. Fósseis da samambaia Glossopteris, por exemplo, são encontrados em todos os continentes. Tal dispersão não poderia ser explicada pelo vento, uma vez que suas sementes são grandes, e nem pela flutuação nos oceanos, pois a água salgada atrapalharia a sua conservação. A idade geocronológica é similar próximo às cadeias de montanhas do fundo do mar. Conforme se afastam, até chegar aos continentes, as idades continuam similares.
4. O que causa a movimentação das placas tectônicas? O que essa movimentação provoca?
Resposta: As correntes de convecção causam a movimentação das placas. Nesse processo, células de convecção quentes presentes no fundo, movimentam as células de cima, provocando uma ciclagem interna e movimentação das placas. Essa ciclagem ocorre para aquecer as células de cima. Essa movimentação provoca vulcanismos, terremotos e tsunamis. 
5. O que são “hot spots”? Cite um exemplo de local formado por um “hot spot”.
Resposta: São pontos estacionários de alta temperatura presentes no manto e próximos à crosta. Possuem uma câmara magmática muito grande e muito quente e estão abaixo das placas tectônicas. Conforme as placas se movimentam, o magma presente no manto aflora na superfície e, ao ser resfriado, forma cadeias de vulcões. São usados para datar a velocidade de deslocamento da placa (datação radiométrica). Exemplo: Havaí.
6. O que é um limite de placas divergente? Cite exemplos.
Resposta: Um limite divergente de placas ocorre onde as placas estão se separando e uma nova litosfera oceânica está se formando. Nesse limite, o calor do magma que se eleva sob um continente causa uma saliência, produzindo numerosas rachaduras e fraturas. Como a crosta é esticada e afinada, os vales em rifte se desenvolvem e a lava flui no piso dos vales. A expansão contínua separa ainda mais o continente até que um estreito leito oceânico se desenvolva. Como a expansão continua, um sistema de cadeia oceânica se forma e uma bacia oceânica se desenvolve e se alarga. Exemplos: O vale em rifte do leste da África e a cadeia mesoatlântica.
7. O que é um limite de placas convergente? Cite exemplos.
Resposta: Ocorre quando duas placas colidem, podendo uma delas ser subductada (entrar por debaixo da outra) e incorporada na astenosfera. Existem três tipos de limites convergentes: continental-continental, continental-oceânica e oceânica-oceânica.
Continental-continental: Duas placas de mesma densidade colidem e a de menor tamanho é parcialmente deslizada sobre a outra (não ocorre subducção por serem muito espessas), subindo-a e levando à formação de uma cadeia de montanhas. Esse limite propicia maiores terremotos. Exemplo: Himalaia.
Continental-oceânica: Como a crosta oceânica (formada por elementos mais densos, como ferro e magnésio) é mais densa (pesada) que a crosta continental (formada por elementos menos densos, como sílica e alumínio), a crosta mais densa, a oceânica, é subductada e, conforme se aprofunda, derrete, formando o magma juntamente com a água do mar. O magma pode irromper na superfície formando uma cadeia de vulcões ou se cristalizar como um grande corpo ígneo antes de atingir a superfície. Exemplo: Costa sul-americana do Pacífico (Peru-Chile e Andes).
Oceânica-oceânica: Duas placas muito finas e com densidades parecidas convergem e uma delas é subductada. Por serem finas, a placa subductada derrete com muita facilidade a altas temperaturas, gerando muito magma que irá eclodir na placa não-subductada, formando ilhas vulcânicas. Exemplo: Ilhas japonesas.
8. O que é um limite transformante (movimento tangencial)? Exemplifique.
Resposta: Também conhecido como movimento transformante ou transcorrente, ocorre quando as placas tectônicas se movimentam paralelamente. Esse movimento também é conhecido como falha transformante. Não há destruição e nem criação. O atrito transforma uma rocha em outra metamórfica. Exemplo: Falha de Santo André. 
Minerais, Vulcanismo e Rochas
9. Diferencie minerais, mineralóides, rochas e minério. Cite exemplos.
Resposta: Minerais – São sólidos cristalinos inorgânicos presentes na natureza, com composição química bem definida e propriedades físicas características. Possuem arranjo estrutural de átomos bem ordenado, regular e tridimensional. São unidades constituintes das rochas. Exemplos: Quartzo, ouro, prata e diamante.
Mineraloides– Podem ser criados artificialmente e também podem ser orgânicos. Embora sejam cristalinos, não possuem arranjo estrutural cristalino. Exemplo: Pérola, opala e âmbar.
Rochas – São agregados sólidos de um ou mais minerais intimamente unidos. São unidades formadoras da crosta Exemplos: Basalto, arenito e mármore. 
Minério – É quando o mineral ou a rocha apresenta importância econômica. Possui uma composição mineral especial, pois nele estão presentes de forma concentrada minerais que costumam ocorrer de forma dispersa. Exemplos: Minério de estanho em granito, minério de ferro em basalto e minério de alumínio em bauxita. 
10. Como os minerais podem ser formados? Cite exemplos.
Resposta: Solução – Ocorre quando substâncias (principalmente haletos) se precipitam em água. Exemplos: Sal gema e gipsita. Massa ou fusão – Quando ocorre o resfriamento direto do magma. Exemplos: Feldspato e mica. Sublimação – Ocorre quando gases, em contato com o ar, se solidificam. Acontece em regiões de minas e vulcânicas. Exemplo: Enxofre.
11. Explique as sequências de formação de minerais.
Resposta: Uma vez que os minerais têm ponto de fusão e pressão específicos de formação, eles acabam formando séries. Diante disso, existem duas séries de formação para os minerais: uma descontínua e uma contínua. A sequência de Bowen é uma série descontínua, onde os minerais são formados de acordo com o ponto de fusão (influenciados pela pressão e pela temperatura). Em rochas ácidas, vai da mais clara para a mais escura. Na série contínua o mineral não se transforma, apenas se recombina através de reações químicas. Os plagioclásios (silicatos não-ferromagnesianos) são os únicos dessa série. 
12. Explique a diferença e ambiente de formação dos magmas basálticos, graníticos e andesíticos.
Resposta: Os magmas graníticos são formados a partir da subducção de uma placa oceânica com uma continental (rica em sílica e alumínio) e, por isso, são ricos em sílica, apresentando teores maiores que 65%. Já os magmas basálticos são formados a partir da subducção de uma placa oceânica (rica em ferro e magnésio) com uma oceânica e, por isso, possuem teor de sílica variando entre 45% e 52%. Os magmas andesíticos são formados a partir da cristalização fracionada do magma basáltico ou a partir da mistura dos dois magmas (basáltico e granítico) e, por isso, pode envolver assimilação (processo onde câmaras magmáticas se comunicam e trocam composição química ou o magma se incorpora a rochas encaixantes). Os magmas graníticos, por possuírem maiores teores de sílica, são mais viscosos e possuem mobilidade reduzida antes de atingirem a superfície. Os magmas basálticos, por possuírem menor viscosidade, têm alta mobilidade e por isso possuem efeito piroclástico. 
13. Explique as diferenças e os produtos gerados por um vulcão de lava básica e um de lava ácida. Cite exemplos. 
Resposta: Lavas básicas possuem teor menor de sílica e, por isso, baixa viscosidade, mas são mais densas por terem altos teores de ferro e magnésio. Devido a essa alta densidade, apresentam erupção explosiva para poderem atingir a superfície (esse comportamento também se deve à mistura com outros materiais). Alguns produtos gerados são materiais piroclásticos, como: poeiras/cinza, blocos e bombas. Embora possuam altos teores de um material menos denso, que é a sílica, as lavas ácidas têm a sua velocidade reduzida antes de atingirem a superfície por conta da alta viscosidade que esta sílica lhes confere e, por isso, apresentam uma erupção efusiva, com lava que escoa pela superfície. Causam maiores estragos porque alcançam maiores distâncias. Os únicos produtos originados são rochas vulcânicas e a própria lava.
14. Explique a diferença entre o processo de formação de uma rocha magmática afanítica para uma pegmatítica.
Resposta: Quando o resfriamento do magma é rápido, como em rochas formadas na superfície ou próximas a ela, a taxa de formação da rocha excede a taxa de crescimento dos grãos, resultando em grãos muito pequenos e finos, invisíveis a olho nu, classificando a textura dessa rocha como afanítica. Essas rochas podem conter vesículas (bolhas de gás). Quando o resfriamento é lento, ele permite que ocorra a formação e crescimento de cristais maiores, visíveis a olho nu, como ocorre em rochas com textura pegmatítica. Rochas com essa textura são formadas no estágio final de cristalização de magmas graníticos. 
15. Explique os tipos de intemperismo e seus ambientes de atuação citando exemplos.
Resposta: O intemperismo é o conjunto de modificações físicas e químicas que as rochas sofrem na interação com a atmosfera, hidrosfera e biosfera. Ou seja, só ocorre com material exposto à superfície ou próximo a ela. Intemperismo físico – São modificações que ocorrem nas rochas que causam desagregação, separação dos grãos minerais e fragmentação, transformando a rocha em material descontínuo e friável, mas conservando a composição do material parental. O intemperismo físico pode ocorrer, por exemplo, em elevadas latitudes, onde se terá a ação de congelamento e descongelamento contínuo que criará fraturas na rocha; Nos desertos, onde se tem grande amplitude térmica, com expansão e contração das moléculas; e lugares onde se têm um grande número de animais entocados e plantas, especialmente, grandes árvores e arbustos, pois estes perfuram/quebram as rochas. Ocorre em ambientes mais secos. Intemperismo químico – São modificações químicas que ocorrem nas rochas, podendo alterar também o material parental. Nesse tipo de intemperismo ocorrem modificações mineralógicas. Os principais ambientes onde ocorre intemperismo químico são aqueles com alto índices de chuva e os ambientes frios, onde a degradação da matéria orgânica não é completa. Ocorre em ambientes mais úmidos.
16. O que é sedimento?
Resposta: São partículas sólidas depositadas, originadas do intemperismo mecânico (físico) e químico, provenientes de rochas e material orgânico. Todo sedimento passa pelos processos de intemperismo, erosão, transporte e deposição.
17. O que são rochas sedimentares e quais são os tipos que podemos encontrar. Cite exemplos.
Resposta: Somente encontradas na crosta, são rochas provenientes da deposição de materiais, sejam eles fragmentos de outras rochas, químicos precipitados ou material orgânico. O processo de formação de uma rocha sedimentar implica, geralmente, na ocorrência do processo de meteorização (intemperismo), erosão (remoção do material resultante da meteorização), transporte (movimento do material erodido), sedimentação (deposição) e diagênese (consolidação dos sedimentos). As rochas sedimentares podem ser detríticas, químicas ou bioquímicas. Rochas sedimentares detríticas – São formadas por detritos, partículas sólidas como areia e cascalho, originados de material parental. São classificadas pelo tamanho de suas partículas. Exemplos: Arenito, conglomerado e brecha sedimentar. Rochas sedimentares químicas – São rochas originadas por processos químicos e formadas a partir de compostos variados e íons dissolvidos durante o intemperismo químico. Exemplos: Gesso, calcário e dolomito. Rochas sedimentares bioquímicas – São rochas químicas formadas com a participação de organismos. Exemplos: Giz, carvão, sílex e coquina. 
18. Explique as etapas de formação de rochas sedimentares.
Resposta: As rochas sedimentares são formadas em cinco etapas: Meteorização, erosão, transporte, sedimentação e diagênese. Meteorização – É o conjunto de processos físicos e químicos que levam à alteração das características originais das rochas, ou seja, na meteorização ocorre um intemperismo. Pode ser realizada por fatores climáticos, pela água e pelos seres vivos. O intemperismo pode ser dividido em químico, que são modificações químicas que ocorrem nas rochas, podendo alterar também o material parental, ocorrendo modificações mineralógicas, ou físico, que são modificações que ocorrem nas rochas que causam desagregação, separação dos grãos minerais e fragmentação, transformando a rocha em material descontínuo e friável, mas conservandoa composição do material parental. Erosão – É o conjunto de processos físicos que permitem remover os materiais resultantes da meteorização. Não é intemperismo. É realizada pelos agentes erosivos: água da chuva, mar, rios, glaciares e vento. Transporte – É o movimento dos materiais erodidos. Os principais agentes do transporte são: gravidade, água, vento e geleiras. Sedimentação – Deposição dos materiais, onde a maior partícula se depositará primeiro e a menor depois. Geralmente, forma uma sucessão de camadas, os estratos. Diagênese – Conjunto de alterações químicas, estruturais e de pressão que o sedimento sofre após a sua deposição até ser litificado (passar do estágio inconsolidado para o consolidado).
19. Quais as estruturas sedimentares mais comuns, suas características e em que ambientes elas podem ser formadas?
Resposta: As rochas sedimentares possuem seis estruturas sedimentares mais comuns: Os hiatos, o acamamento gradacional, os turbiditos, a estratificação cruzada, as ripple marks e as mud cracks. Hiatos – São “vãos” existentes em um corpo rochoso onde há diferenciação estratigráfica entre a rocha abaixo e a rocha acima. São informações “perdidas”, pois representam falta de registro geológico, e indicam provável erosão ou sedimentação estagnada. 
Acamamento gradacional (ou estratificação) – É um decréscimo para cima no tamanho dos grãos (as camadas de cima possuem grãos menores). Indica a acumulação progressiva de qualquer material, formando estratos com diferenciação física e/ou passagens bruscas ou transicionais de textura e estrutura. Se forma em corpos d’água, principalmente os oceanos, pela sedimentação de correntes de turbidez, onde há a deposição de sedimentos maiores, seguidos de sedimentos menores quando as correntes ficam lentas.
Turbiditos – São exemplos de acamamento gradacional e ocorre em taludes, onde este é desestabilizado e o material é transportado por gravidade. 
Estratificação cruzada – É o arranjo das camadas em um ângulo que indica a direção do fluxo da corrente de água ou da deposição pelo vento. Por exemplo, se a estratificação cruzada está inclinada para baixo, significa que as correntes responsáveis pela estratificação fluíram do norte para o sul. Ocorre, por exemplo, em ambientes deposicionais como dunas de areia e ao longo da linha costeira.
Ripple marks (marcas de onda) – São saliências contínuas que formam pequenos “vales”, atribuindo uma aparência corrugada à superfície onde elas ocorrem. São encontradas, normalmente, nos depósitos de areia presentes em ambientes aquáticos que possuem ondas e em desertos, onde o vento produzirá esse efeito.
Mud cracks (gretas de ressecamento) ou rachaduras de lama – Ocorre em sedimentos ricos em argila seca, que encolhe e desenvolve fraturas interseccionais. Indicam seca periódica. Ocorre, por exemplo, em ambientes como uma planície aluvial de rio ou perto de margens de lagos.
20. Diferencie metamorfismo dinâmico, de contato e regional e que tipo de produtos pode-se obter em cada um deles.
Resposta: O metamorfismo dinâmico, em sua maior parte, está associado a zonas de falhas, onde as rochas estão sujeitas a pressões diferenciais elevadas. Resulta em rochas metamórficas denominadas milonitos, geralmente restritas a estreitas zonas adjacentes as falhas, caracterizadas por serem rochas duras, densas e finamente granuladas (muitas com laminações finas). O metamorfismo de contato ocorre em rochas encaixantes ao redor de intrusões magmáticas, pelo calor liberado pelo magma durante o seu resfriamento, formando auréolas de metamorfismo de contato (zonas concêntricas com conjuntos de minerais distintos que indicam decréscimo de temperatura com a distância da intrusão). O metamorfismo de contato pode gerar dois tipos de rocha: Aquelas que resultam do aquecimento da rocha encaixante e aquelas modificadas pelas soluções quentes. Já o metamorfismo regional ocorre sobre uma grande área e é normalmente causado pelas elevadas taxas de temperatura, pressão e deformação localizadas nas porções mais profundas da crosta. Esse tipo de metamorfismo gera uma gradação de intensidade metamórfica das áreas que foram sujeitas a maiores e menores temperatura e pressão e as rochas resultantes geralmente apresentam estrutura foliada.
21. Explique o ciclo das rochas.
Resposta: As rochas da Terra estão continuamente se reciclando, pois o planeta é muito dinâmico. Por isso, as rochas da Terra são consideradas “jovens”. Essa ciclagem acontece da seguinte forma: Se o magma se resfriar na superfície, dará origem às chamadas rochas ígneas vulcânicas (ou extrusivas). As rochas ígneas vulcânicas estão sofrendo constantes ações de agentes intempéricos por estarem expostas. Esse intemperismo constante reduzirá a rocha ígnea à fragmentos que, se chegarem a um estágio friável e passarem pela pedogênese, formará os solos. O último horizonte do solo, por estar mais distante da ação da água, do ar e da ação biológica, poderá ser compactado e transformado em uma rocha sedimentar. Porém, se esses fragmentos forem depositados na superfície e sofrerem transformações diagenéticas, litificando o material, também formarão rochas sedimentares. Se, por algum motivo, o ambiente em que essa rocha está localizada tiver sua pressão e/ou temperatura aumentados, ela se transformará em uma rocha metamórfica. Essa transformação também pode acontecer em uma rocha ígnea. Se essa nova rocha originada enfrentar condições ainda mais altas de pressão e, principalmente, temperatura, ocorrerá uma fusão parcial, possibilitando a formação de uma nova rocha ígnea. 
Resumo de informações essenciais sobre rochas ígneas e vulcanismo:
*Tal associação não é válida para o núcleo da Terra, pois este é rico em ferro e níquel.
	Elemento
	Densidade
	Teor
	Elemento mais comum de estar associado
	Classificação
	Cor
	Magmas gerados
	Lavas geradas
	Viscosidade
	Rochas geradas
	Profundidade
	Placa tectônica
	Textura
	Velocidade de resfriamento
	Exemplo de rocha
	Sílica
	Baixa
	>65%
	Alumínio
	Ácida
	Clara
	Graníticos/ácidos
	Ácida
	Alta
	Félsicas
	Intrusiva
	Continental
	Fanerítica
	Lenta
	Granito
	Ferro
	Alta
	45-52%
	Magnésio*
	Básica
	Escura
	Basálticos/básicos
	Básica
	Baixa
	Máficas
	Extrusiva
	Oceânica
	Afanítica
	Rápida
	Basalto
Quaternário e glaciações
22. O que é quaternário e quais são suas subdivisões? Explique.
Resposta: O quaternário é uma unidade de tempo utilizado para demarcar um período específico de desenvolvimento da Terra e da vida nela contida. É o período geológico recente. Abrange os últimos 2 milhões de anos até os dias atuais. É dividido em Pleistoceno e Holoceno. Pleistoceno (Era do Gelo) – No Pleistoceno ocorreram vários intervalos de ampla glaciação continental, principalmente no hemisfério norte, com períodos interglaciais mais quentes. Geleiras de vale (geleiras confinadas pela topografia) ocorreram em elevações e latitudes mais baixas e em maiores extensões. Holoceno – São os dias atuais. Foi iniciado cerca de 10 mil anos atrás e é nele que surgiram os primeiros hominídeos (cerca de sete milhões de anos atrás).
23. Cite pelo menos dois exemplos que indicam a existência de períodos glaciais no Quaternário.
Resposta: Morfologias típicas de abrasão glacial, como a existência de vales glaciais em “U” e ranhuras existentes em rochas e que indicam a passagem das geleiras. Varvitos são rochas glaciais formadas a partir de depósito de sedimentos no período de descongelamento de um lago. Quando o lago congela, sedimentos bem finos vão precipitando, formando camadas bem retas. Varvitos são encontrados em Botucatu, São Paulo.
24. Quais mecanismos podem provocar glaciações?
Resposta: Excentricidade orbital – Ocorre mudanças na órbita da Terra em relação ao Sol, o que provoca períodos de frio muito extensos. Obliquidade – Ocorre uma mudança no eixo da Terra. Quanto mais a Terra se inclina, mais afasta o hemisfério norte do Sol. Precessão dos equinócios – Ocorre quando a inclinação da Terra muda e aumenta a diferenciação da insolação da Terra. Terremotos etsunamis são capazes de mudar a inclinação da Terra. O ciclo de Milankovitch (variação orbital que faz com que a radiação solar chegue de forma diferente nos hemisférios) está relacionado com os três mecanismos.
25. O que é pequena idade do gelo?
Resposta: A pequena idade do gelo foi o mais recente arrefecimento ocorrido na Terra a ponto de causar a expansão das geleiras (ocorreu entre 1500 e 1800). Um exemplo que ilustra o cenário “glacial” da época é que se podia ir a pé de Manhattan à Staten Island e o rio Tâmisa congelou. Gerou um profundo impacto social, com o abandono da Groenlândia pelos vikings e a morte de milhares de pessoas uma vez que as geleiras nos Alpes cobriam aldeias inteiras.
26. O que são morenas?
Resposta: As morenas ou morainas são consideradas os depósitos glaciais mais importantes. São formadas adjacentemente às geleiras e estão presentes tanto no continente quanto nos vales glaciais. São depósitos de rochas caoticamente misturadas e com sedimento pouco selecionado. Os blocos possuem formato irregular, com uma face lisa, que pode entrar em contato com outras rochas. Ocorre quando a geleira se expande e “empurra” a rocha. Quando a capa de gelo começa a derreter, os pacotes de sedimentos e pedaços de rochas ficam abandonados.

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