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Ana Izabel - Resumo Prefácio para a crítica da economia política-monitoria

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Disciplina: Questão social no Brasil 
Monitoria 
Texto 1- Prefácio para a crítica da Economia Política 
______________________________________________________________________ 
 
• Para o pensamento de Marx não basta somar as partes ou os fragmentos para se 
explicar algum elemento da realidade, também é insuficiente entender quaisquer 
processos a partir do isolamento das categorias elementares. O seu método exige um 
conceito de totalidade concreta, as relações abstratas devem ascender à reprodução 
do concreto por meio do pensamento: aqui se faz a necessidade da instrumentalidade 
e uma intervenção política. 
• Essa intervenção política é necessária para a não naturalização dos processos, mas 
entende-los através de suas condições materiais e historicamente determinadas. A 
miséria se for analisada separadamente do processo se torna apenas um sinônimo de 
fome, desnutrição e é dada como um processo natural, entretanto uma vez colocada no 
pensamento crítico, sabemos que a sua trajetória se difere: na Idade Média era dada 
pela insuficiência da força produtiva de produzir alimentos e consequentemente, sua 
escassez; no capitalismo sabemos que não é pela falta dessa força produtiva tampouco 
pela escassez. 
• Para alcançarmos a totalidade concreta, o homem precisa estar inserido no mundo e é 
só a partir das condições materiais de existência que poderá ter uma ação consciente: a 
transformação do todo real concreto em conceitos e posteriormente a teorização. 
• Antes de fazer qualquer interpretação da realidade temos que ficar atentos: no 
mundo em que vivemos, estamos inseridos numa classe social e se esta é hegemônica, 
há o pressuposto da denominação e é preciso portanto, a predisposição de querer ver 
para além do aparente. 
• O homem consciente é aquele que antes de mais nada precisa satisfazer suas 
necessidades naturais e imediatas, só assim ele pode satisfazer-se socialmente, pois a 
necessidade material vincula-se automaticamente à necessidade de reproduzir: para o 
campo de possiblidades, os interesses materiais devem ser satisfeitos. É nessa perspectiva 
que a concepção de trabalho é para Marx: aquele que produz o ser social, que atende as 
necessidades sociais e materiais, que cria o valor de uso, a utilidade para o homem, mas 
que no encontro com o Capitalismo, o trabalho encontra limitações de expandir-se para 
além do ser individual. 
• A partir disso, temos a seguinte afirmação: todo homem é capaz de raciocinar, o que 
limita seu desenvolvimento é a escassez de recursos materiais. 
 
• E para ir além do aparente, é necessário uma consciência filosófica: condições 
necessárias para que o homem possa sair de sua alienação e dessa forma entender a 
realidade como ela é. É dessa forma que para entendermos a questão social, investigar 
as causas estruturais é fundamental. Se nos afastarmos desse método, cairemos na 
aparência imediata: a questão da terra por exemplo, se transforma numa questão 
meramente política e não uma configuração brasileira, ou seja basta reformismos para 
maquiar a real conjuntura. É esta consciência filosófica que nos permitirá o alcance do 
ser genérico. 
• O abstrato está a nível do pensamento que só pode ser construído através do concreto 
e dessa forma se faz a volta para a realidade, uma vez feita de forma crítica, ela volta 
sempre enriquecida. 
 
É a partir do método de Marx que iremos entender a questão social no Brasil, o 
diálogo com sua diversidade da formação sócio histórica, mas que deve ser colocada 
no bojo da totalidade. O no trato da questão social, profissional tem a responsabilidade 
mínima de fazer a leitura para desmitificar processos e compreender que naturalização 
não explica, não se constitui como um método científico que justifique as expressões 
da questão social. É o método de Marx que surge para a profissão como uma premissa 
norteadora de nossas reflexões como profissional crítico e é a partir desse pensamento 
que a obscuridade dos processos se clareará: a verdadeira gênese da violência na 
periferia, o mito da guerra ao tráfico, etc. 
 
 
__________________________________________________________________________ 
 
Recapitulando alguns conceitos: 
 
• A Economia Política clássica adquire um corpo teórico reconhecido no século XIX, 
mas foi nos séculos XVII e XVIII. Tinha o interesse de compreender o conjunto das 
relações sociais que estavam surgindo na Crise do Antigo Regime. Tinha o 
pressuposto heurístico (conhecimento científico) de fundar uma teoria social onde 
deveria estabelecer uma visão articulada do conjunto da vida social com intervenção 
política e social. 
• As principais categorias e instituições econômicas são vistas de forma naturalizada, 
eternas e invariáveis na sua estrutura fundamental. 
Adam Smith e David Ricardo tinham 3 pressupostos na Economia Política Clássica: 
1. Visão global da vida social (explicação do conjunto das relações sociais), não há 
uma economia deslocada do processo histórico e social. 
2. Primazia da produção e não da circulação. Tem a ideia de produção de riquezas 
(valor) que está centrada no trabalho 
3. As categorias da economia como se fossem permanentes a qualquer modo de 
produção, não restringindo ao capitalismo, são a-históricas. 
 
 
 
 
Se eleva a nível do 
pensamento o que é real 
D evolvo como concreto 
pensado ( construções de 
pens amento que buscam 
o entendimento) 
Sempre relaciono como 
um processo histórico 
É a partir do método de Marx que iremos entender a questão social no Brasil, 
o diálogo com sua diversidade da formação sócio histórica, mas que deve ser 
colocada no bojo da totalidade. E no trato da questão social, o profissional 
tem a responsabilidade mínima de fazer a leitura para desmitificar processos 
e compreender que a naturalização não explica, não se constitui como um 
método científico que justifique as expressões da questão social. É o 
método de Marx que surge para a profissão como uma premissa norteadora de 
nossas reflexões como profissional crítico e é a partir desse pensamento que a 
obscuridade dos processos se clareará: a verdadeira gênese da violência na 
periferia, o mito da guerra ao tráfico, etc. 
 
• 1848: há a perda da perspectiva de totalidade e a dissolução da economia política: uma 
economia que se volta apenas a circulação e não da produção. O método dos 
economistas clássicos é a permanência da naturalização da desigualdade. 
• A crítica da economia política tem como teoria social que só é possível na sociedade 
burguesa (era moderna) onde há perspectiva de classes e objetividade científica (a 
verdade cientifica). Marx possui um olhar analítico: 
Concreto é concreto- a unidade do diverso que é uma totalidade que se movimenta 
entre diversidades, uma unidade que faz o funcionamento do capitalismo e que nela há 
diferenças incontáveis; para compreender as diversidades (as contradições) devem ser 
entendidas pelo todo. 
 
Categorias centrais da Economia Política: 
• Forças produtivas 
• Relações sociais de produção 
• Modo de produção 
• Excedente 
As categorias são para os autores reais, históricas e ao mesmo tempo são reflexivas e que 
expressam uma forma concreta da existência do ser social, possuem sua forma ontológica, 
real e histórica. 
Exemplo: dinheiro tem a relação valor (categoria), nós o operamos, sabemos lidar com trocas, 
mas há num contexto social um desconhecimento teórico, ou seja não precisamos da 
dimensão teórica para lidar com as categorias, elas existem independentes do seu 
conhecimento teórico ou não. 
 
As forças produtivas é um conjunto de: 
1. Objeto de trabalho: pode ser a parte bruta da natureza ou parte da natureza já 
transformada, ou seja é aquilo que será transformado pelo homem. 
2. Meios de trabalho: instrumentos que possibilitam a transformação do objeto (são 
geralmente a natureza adaptada). 
3. Força de trabalho: açãohumana de alteração do objeto a partir do meio de trabalho 
As forças produtivas são portanto, a capacidade de produtividade de cada sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Forças produtivas 
 capacidade de 
 produção 
O bjeto de trabalho 
M eios de trabalho 
Força de trabalho 
Concreto é concreto- a unidade do diverso que é uma totalidade que se 
movimenta entre diversidades, uma unidade que faz o funcionamento do 
capitalismo e que nela há diferenças incontáveis; para compreender as 
diversidades (as contradições) devem ser entendidas pelo todo. 
 
As relações sociais de produção são consequências da atividade econômica onde implica a 
cooperação e divisão do trabalho, trata-se da organização social. É a partir delas que temos a 
superestrutura: relações jurídicas que são devido às condições materiais. 
O modo de produção: forças produtivas + relações sociais de produção. 
• Comunidade primitiva 
• Escravismo 
• Modo de produção feudal 
• Capitalismo 
• Socialismo 
 
 A questão social e sua gênese 
 
A questão social é central ao Serviço Social, pois as suas expressões se colocam 
como um objeto de intervenção da profissão e é através dela que entendemos a gênese da 
profissão. A questão social é reconhecida quando todas as suas manifestações passam a 
atrapalhar o desenvolvimento da produção capitalista e o Estado passa a ter a necessidade 
de articulação. Se expressa pela forma de organização do obtenção de direitos. Se ela se 
vincula à exploração do trabalho, devemos pontuar que tipo de trabalho é esse: o trabalho 
que no modo de produção capitalista tem a dimensão abstrata priorizada em relação à 
dimensão concreta, respectivamente representam o trabalho como gerador de valor de 
troca (aquele que gera mais-valia) e o trabalho como gerador de valor de uso (a utilidade 
que representa ao homem). 
O seu surgimento no contexto histórico e social se fará presente a partir de 1830: o 
contexto do século XIX tem em seu eixo um conjunto de lutas vinculadas ao operariado 
nascente que através de impactos da primeira onda industrializante, toma consciência social 
da sua situação de miséria, esses trabalhadores orientados pelos socialistas utópicos se 
revoltam contra o modo de produção, porém de forma restrita, pois apenas relaciona a sua 
condição de vida à pobreza absoluta. A tomada de consciência vinculada às organizações 
pelo operariado é que se explicita a chamada questão social. A questão social se 
apresenta como um fenômeno novo porque pela “primeira vez na história registrada a 
pobreza crescia na razão direta em que aumentava a capacidade social de produzir 
riquezas”. O paradoxal consiste que na sociedade capitalista temos a capacidade das forças 
produtivas de produzir mais bens e serviços, mas em contrapartida a apropriação é feita por 
poucos. 
Em 1848 com a decadência ideológica da burguesia, a questão social será apropriada 
pelo pensamento conservador e esse pensamento vai tratá-la como "questão operária". A 
decadência ideológica ocorre quando a burguesia passa a ser classe dominante e procura 
meios de se conservar no poder, justificando o seu status através da ideologia política 
(liberalismo). Há a perda da dimensão econômica e social e passa a naturalizar a questão 
social como se fosse um "problema" como qualquer outro das outras formas 
antecedentes de produção. As teorias que permitem uma explicação particularista da 
questão social são os economistas clássicos e o liberalismo. 
É a partir do pensamento que conservador que se naturaliza a questão social como 
um conjunto de problemas da sociedade moderna que podem ser amenizados, porém não 
eliminados, pois não há a problematização estrutural da ordem econômico e social. Aqui 
se assenta a moralização das manifestações da questão social que é colocada de forma 
individualizante e psicologizante para os indivíduos. Esse mesmo pensamento sustentará 
a lógica positivista em que coloca as "partes" de forma autônomas e independentes 
(problema de habitação, emprego, escolaridade). Tais fragmentações serão colocadas 
também nas políticas sociais: política de educação, previdenciária, etc. O assistente social 
vai surgir com o objetivo de materializar essas políticas que são vinculadas ao pensamento 
conservador para aliviar as reivindicações operárias, aqui o Estado utiliza tanto o consenso 
e a força. O pensamento conservador interpreta a questão social através da dimensão laica 
e religiosa: o primeiro relaciona-se com uma condição divina à pobreza, o segundo trata-se 
de uma condição inerente à sociedade moderna, ambas fundamentadas numa ação 
moralizadora do homem. A ação do conservadorismo preza em primeiro lugar a 
conservação da propriedade privada dos meios fundamentais de produção. 
 
 
 
Bibliografia Complementar: 
 
NETTO, José Paulo; BRAZ, Marcelo. Economia Política: uma introdução crítica. São Paulo: 
Cortez, 2006. 
NETTO, José Paulo. Capitalismo e barbárie contemporânea. Espírito Santo: Programa de 
Pós-graduação em Política social da Universidade Federal do Espírito Santo, 2011.

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