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Acosta - Estudo Dirigido P2

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1. Quais as criticas formuladas por Iamamoto e Netto ao “Serviço Social Alternativo” do CELATS?
O “Serviço Social Alternativo” é criticado por José Paulo Netto e Marilda Iamamoto, por ser considerado messianismo (inserido no método BH – assistentes sociais como salvadores da humanidade); simplificação da ideia de povo (simplificação da luta de classes); homogeneização (não somos Nicarágua, somos o Brasil).
2. Qual o contexto no qual foi formulado o projeto do “Serviço Social Alternativo” do CELATS?
O “Serviço Social Alternativo” foi formulado em um quadro político onde ocorria a Revolução sandinista (Revolução nicaraguense) e, no Brasil, o debate sobre o que se tornaria, mais adiante, a Constituição de 1988. Com isso, a CELATS (1975) faz crítica a alguns desvios do debate da reconceitualização e, assim, propõe um Serviço Social alternativo, visando um sujeito popular que iria realizar uma transformação popular.
3. Explicite a trajetória recente da política de assistência social
O debate sobre a política de assistência no Brasil se inicia em 80, mas ganha força em 88 com a Constituição, pois passa a ser considerada um direito social junto com a saúde e a previdência (compondo a Seguridade Social). 
Há três marcos importantes da trajetória da assistência social: o primeiro se refere a Constituição Federal de 1988, tornando a assistência social como direito social, pois antes era voltado ao clientelismo (ajuda social em troca de algo), ideologia do favor, filantrópico; o segundo seria a LOAS, a qual regulamenta a assistência social; e, por último, o SUAS, onde a LOAS se materializa, a partir de um Sistema Único de Assistência Social.
O debate havia sido rejeitado/desconsiderado na reconceituação, pelo fato dos assistentes sociais serem considerados trabalhadores da assistência social, é recuperado. Desse modo, fica clara a diferença entre assistência social e assistencialismo, 
Entretanto, conforme se aumenta a política de assistência, diminui a política de previdência (debate contemporâneo) e o Estado passa a exercer a função de um aparelho assistencial e penal.;
4. Quais as críticas que podem ser formuladas hoje à política de assistência social?
Há dois principais elementos que fundamentam as críticas sobre a política de assistência social hoje no Brasil. O primeiro seria o processo de terceirização das Políticas Sociais, onde o terceiro setor (como as ONG´s) passam a ser responsáveis por essas políticas, levando a precarização; e o segundo elemento é o embate entre as políticas previdenciária e as políticas de assistência, pois são destinadas para aqueles que trabalham informalmente e, conforme se aumenta a política de assistência, diminui a política de previdência e o Estado passa a exercer a função de um aparelho assistencial e penal.
5. Em que consiste a crise do trabalho? Explicite
O debate sobre a crise do trabalho se dá desde o início dos anos 70. Consiste no fenômeno de que, cada vez mais, temos menos trabalhadores no setor industrial, no deslocamento e desemprego dos operários para setor de serviços - devido a substituição deles por máquinas – na precarização e desestruturação do trabalho. Desse modo, o fim do trabalho se refere ao fim do fordismo, fim de um trabalho fragmentado, produção e consumo de massa. Há três dimensões da crise do trabalho:
1.filosófica: o trabalho perdeu a capacidade emancipatória; torna-se uma forma de racionalidade instrumental, ou seja, o positivismo leva a racionalidade cientificada para a sociedade, tratando-a como objeto e algo manipulado.
2.sociológica: transição de uma sociedade industrial para uma pós-industrial – a indústria perde a capacidade de gerar emprego; tendência de que, cada vez mais, o conhecimento é importante na produção
3.produção: avanço no processo de precarização e terceirização do trabalho – pós fordismo; trabalhadores tratados como empresas autônomas, gerando precarização do trabalho e retirando seus benefícios sociais.
6. Como justifica Iamamoto a formulação do exercício profissional como processo de trabalho?
Iamamoto justifica a formulação do exercício profissional como processo de trabalho, por acreditar que o Serviço Social seja uma especialização do trabalho, desse modo o exercício profissional pode ser entendido como um processo de trabalho. Portanto pode-se definir que o objeto de trabalho do Serviço Social seja a Questão Social (ou reflexos dela); o instrumento, as Políticas Sociais; e o produto, a cidadania, fundamentados no exercício do assistente social como sujeito trabalhador, o qual possui autonomia relativa, por estar submetido à lógica do trabalho na sociedade capitalista.
7. Quais são os elementos do processo de trabalho que estão presentes no exercício profissional?
Pelo fato do Serviço Social ser visto como especialização do trabalho, então o exercício profissional pode ser entendido como um processo de trabalho, além de ter definido seu objeto (Questão Social), instrumento (Políticas Sociais), produto (cidadania) e um sujeito (profissional que possui certa autonomia e defende os direitos sociais), no qual opera com o instrumento do Serviço Social para transformar o objeto deste em produto.
8. Em que consiste a condição pós moderna? Qual o fundamento social?
A condição pós moderna consiste na crise da razão, pois há o predomínio de seu uso instrumental, como fundamento social, onde é utilizado apenas para realizar cálculos e não de forma “nobre”. Diante essa crise, abrem-se dois caminhos: o primeiro seria continuar a defender a razão universal, como o iluminismo; e o segundo seria o caminho pós moderno, onde acreditam que cada grupo social – homens, mulheres, negros, brancos, gays, héteros, etc. – tem a sua razão e, por isso, não existe uma razão universal, mas sim uma universalidade a partir da multidiversidade, como defende Boaventura de Sousa Santos.
9. Quais são as novas perspectivas que J. P. Netto acrescenta nos anos noventa no Serviço Social. Explicite
As novas perspectivas são:
- neoconservadorismo: Habberman – defende o espaço público contra o Estado e o mercado, mas sem derrubar o capitalismo; defende o terceiro setor (parceria público e privado) como ampliação da esfera pública
- aparentemente radical: defende o terceiro setor, pois ele estaria construído uma força que poderia se contrapor ao capitalismo, ou seja, luta contra o capitalismo a partir do terceiro setor, como as ONG´s.
10. Qual a relação entre projeto societário e projeto profissional?
O projeto profissional é um projeto de uma categoria hegemônica daqueles que saíram prestigiados do “Congresso da Virada”. Esse projeto é especificamente dos profissionais do Serviço Social, mas o projeto societário é um projeto de classe, da sociedade, por isso atravessa o Serviço Social. Dessa forma, há a distinção entre esses dois tipos de projeto, entretendo relacionam entre sim.
11. Quais são os componentes que materializam a dimensão jurídico-política do projeto ético-política na contemporaneidade?
O projeto ético político não se resumo como um único documento, mas há componentes que o materializam, a partir de três dimensões:
1.produção de conhecimento (publicações)
2.político organizativa (assistentes sociais organizados por identidades, como CFESS, CRESS, ABEPSS e etc.)
3.jurídico-política, dividida em dois marcos: a dos próprios da categoria, referente ao código de ética e a leia de regulamentação profissional, ambos de 1993, e às diretrizes curriculares de 1996; e o outro no que diz respeito ao social/estatal, baseado na legislação, como a Constituição Federal de 88, LOAS, SUAS, ECA, etc.
12. Explicite que foi o “congresso da virada”. Quando aconteceu? Porque ficou conhecido com essa denominação? 
O Congresso da Virada ocorreu em 1979, no III CBAS, em São Paulo, que demonstrou novas possibilidades de análise da vida social, da profissão e dos indivíduos com os quais o Serviço Social trabalha, além de produzir o projeto ético-político. Esse Congresso recebeu tal denominação por ser o “divisor” de águas entre um Serviço Social tradicional eum crítico, capaz de analisar todas as dimensões da realidade contraditória do mundo capitalista, isso porque a mesa de honra (composta por autoridades governamentais) foi substituída por trabalhadores e sindicalistas, entre eles Lula, representando a ruptura do Serviço Social com a relação tradicional que tinham com essas autoridades e a criação da parceria com a classe trabalhadora.

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