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Sistemas Orgânicos Integrados João Victor S. Lima – Medicina – UNINOVAFAPI – 1ºP É a maior glândula do corpo e o segundo maior órgão, depois da pele Localização: está situado principalmente no quadrante superior direito do abdome, onde é protegido pela caixa torácica e pelo diafragma Normalmente, é encontrado profundamente às costelas VII a XI no lado direito Ocupa a maior parte do hipocôndrio direito e do epigástrio superior e estende-se até o hipocôndrio esquerdo Ele move-se junto com o diafragma, o que facilita a sua palpação durante o exame físico Possui duas faces: face diafragmática e a visceral, que são separadas por sua margem inferior aguda, que segue a margem costal direita, inferior ao diafragma Face diafragmática Tem formato convexo (anterior, superior e um pouco posterior) Essa face é lisa e tem forma de cúpula e se relaciona com cavidade da face inferior do diafragma, responsável por separar essa face das pleuras, pulmões, pericárdio e coração Ela é coberta por peritônio visceral, com exceção da área nua do fígado, que está em contato com o diafragma Recessos: são espaços virtuais com líquido peritoneal que lubrifica as membranas peritoneais adjacentes Subfrênicos ou supra-hepáticos Sub-hepático Hepatorrenal (bolsa de Morrison) O líquido que drena da bolsa omental flui para ele Ligamentos: K Ligamento coronário: formado pela reflexão peritoneal do diafragma ao fígado, possuindo duas camadas que se encontram à direita Ligamento triangular esquerdo: é uma mistura do ligamento falciforme e do omento menor Ligamento falciforme: não é de origem embriológica, mas uma reflexão peritoneal da parede abdominal superior desde o umbigo até o fígado, e possui o ligamento redondo do fígado em sua borda livre Ligamento redondo do fígado: é um remanescente fibroso da veia umbilical que ainda se estende da porção interna do umbigo até o fígado Ligamento venoso: também é um remanescente do ducto venoso. No interior do útero ele se estende entre a veia umbilical e a veia cava inferior Face visceral Tem formato relativamente plano, ou até côncava (posteroinferior) Só não é coberta por peritônio na região da fossa da vesícula biliar e da porta do fígado (fissura por onde entram e saem vasos) Não é lisa como a diafragmáticas, pelo contrário, possui várias fissuras e impressões devido ao contato com outros órgãos Fissuras: Fissura sagital direita Fissura umbilical Sistemas Orgânicos Integrados João Victor S. Lima – Medicina – UNINOVAFAPI – 1ºP Fissura do ligamento redondo Fissura do ligamento venoso Impressões: Gástrica Esofágica Supra-renal Duodenal Cólica Espinal Renal Lobos O fígado é dividido externamente em dois lobos anatômicos (hepático direito e esquerdo) e dois lobos acessórios (quadrado e caudado) Lobo hepático direito Lobo hepático esquerdo Lobo quadrado: localizado entre a vesícula biliar e a fissura do ligamento redondo do fígado Lobo caudado: se encontra entre a fissura do ligamento venoso e a veia cava inferior O fígado é subdivido funcionalmente em parte direita e esquerda, sendo que cada uma delas recebe seu próprio ramo primário da artéria hepática e veia porta e é drenada por seu próprio ducto hepático Segmentos hepáticos do fígado Os segmentos são numerados em algarismos romanos, de I até VIII O fígado tem irrigação dupla, uma irrigação venosa dominante e uma arterial menor Artérias Artéria hepática, um ramo do tronco celíaco, que se divide em: Artéria hepática comum Artéria hepática própria A artéria hepática é responsável pela vascularização nutritiva, uma vez que supre o tecido hepático com oxigênio e nutrientes Veias: Veia porta (traz 75 a 80% do sangue para o fígado) Sistemas Orgânicos Integrados João Victor S. Lima – Medicina – UNINOVAFAPI – 1ºP Também é responsável pelo processamento metabólico de substâncias absorvidas no intestino Veia hepática direita Veia hepática intermediária Veia hepática esquerda Veias secundárias Linfonodos hepáticos Linfonodos celíacos Linfonodos frênicos Linfonodos mediastinais posteriores Cisterna do quilo Da face posterior do lobo hepático esquerdo em direção ao hiato esofágico do diafragma para terminarem nos linfonodos gástricos esquerdos Da face diafragmática central anterior ao longo do ligamento falciforme até os linfonodos paraesternais Ao longo do ligamento redondo do fígado até o umbigo e linfáticos da parede anterior do abdome Plexo hepático O fígado também recebe fibras simpáticas do plexo celíaco e fibras parassimpáticas dos troncos vagais anterior e posterior Encontra-se na fossa da vesícula biliar na face visceral do fígado, uma fossa rasa localizada na junção das partes direita e esquerda do fígado Partes Fundo É a extremidade larga e arredondada do órgão que geralmente se projeta a partir da margem inferior do fígado na extremidade da 9 a cartilagem costal direita na linha médio clavicular Corpo: É a parte principal, que toca a face visceral do fígado, o colo transverso e a parte superior do duodeno Colo: É a extremidade estreita e afilada, oposta ao fundo e voltada para a porta do fígado Geralmente faz uma curva em forma de S e se une ao ducto cístico O ducto cístico é responsável por unir o colo da vesícula biliar ao ducto hepático comum A prega espiral é formada pela túnica mucosa do colo da vesícula biliar e ela ajuda a manter o ducto cístico aberto, permitindo que a bile vá para vesícula biliar Ela também oferece resistência adicional ao esvaziamento súbito de bile quando os esfíncteres são fechados ou a pressão intra-abdominal aumenta subitamente Irrigação Artéria cística (originada da artéria hepática direita) A drenagem venosa do colo da vesícula biliar e do ducto cístico flui pelas veias císticas Drenagem linfática A linfa da vesícula biliar vai para os linfonodos hepáticos, através dos linfonodos císticos Inervação Plexo nervoso celíaco: fibras aferentes viscerais e simpáticas Nervo vago: inervação parassimpática Nervo frênico direito Ela exerce papel importante na digestão e na absorção de gorduras, porque os ácidos biliares ajudam a: Emulsificar as grandes partículas de gordura, transformando-as em partículas menores que sofrerão ação das lipases secretadas pelo suco pancreático Absorver os produtos finais da digestão das gorduras através da membrana mucosa intestinal A estimulação parassimpática causa contrações da vesícular biliar e relaxamento dos esfincteres essas respostas são estimuladas pela colecistocinina (CCK), hormônio produzido pelas paredes duodenais quando ingerimos alimentos gordurosos Sistemas Orgânicos Integrados João Victor S. Lima – Medicina – UNINOVAFAPI – 1ºP A bile também serve como meio de excreção de diversos produtos do sangue, como a bilirrubinae o colesterol Etapas da secreção biliar 1. A solução inicial, que contém grandes quantidades de ácidos biliares, colesterol etc., é secretada pelos os hepatócitos para os canalículos biliares, que se originam por entre as células hepáticas 2. A bile flui pelos canalículos em direção aos septos interlobulares para desembocar nos ductos biliares terminais, fluindo, então, para ductos progressivamente maiores e chegando finalmente ao ducto hepático e ao ducto biliar comum Depois, a bile flui diretamente para o duodeno ou é armazenada por minutos ou horas na vesícula biliar, onde chega pelo ducto cístico Enquanto a bile passa pelos ductos biliares, a segunda porção da secreção hepática é acrescentada à bile inicial, uma solução aquosa de íons de sódio e bicarbonato, secretada pelas células epiteliais que revestem os canalículos e ductos Essa segunda secreção aumenta bastante a quantidade total de bile e é estimulada pela secretina, que causa a secreção de bicarbonato para neutralizar o ácido que chega no duodeno vindo do estômago Armazenamento da bile A bile é continuamente secretada pelas células hepáticas, mas a maior parte dela fica armazenada na vesícula biliar até precisar ser secretada para o duodeno Absorção na vesícula biliar A maior parte ocorre pelo transporte ativo de sódio pelo epitélio da vesícula biliar Absorção secundárias de íons de cloreto, água e muitos outros constituintes Composição Componentes: água, sais biliares, bilirrubina, colesterol, ácidos graxos, lecitina, Na+, K+, Ca++, Cl-, HCO3- As substâncias mais abundantes, secretadas na bile, são os sais biliares, sendo estes responsáveis por cerca da metade dos solutos na bile Também secretados ou excretados em grandes concentrações são a bilirrubina, o colesterol, a lecitina e os eletrólitos usuais do plasma Alguns componentes da bile são reabsorvidos, como a água e eletrólitos (exceto os íons de cálcio), mas os outros componentes não são reabsorvidos, então, ficam concentrados na vesícula biliar Esvaziamento da vesícula biliar O esvaziamento ocorre por meio de contrações rítmicas da parede da vesícula biliar, junto com o relaxamento do esfíncter de Oddi, que controla a entrada do ducto biliar comum no duodeno O principal estimulante do esvaziamento da vesícula biliar é o hormônio colescitocinina, que é liberada no sangue quando alimentos gordurosos chegam até o duodeno Mas as fibras nervosas secretoras de acetilcolina também estimulam o esvaziamento da vesícula, só que com menor intensidade Como a vesícula biliar é responsável por armazenar a bile produzida pelo fígado, depois de removida, o corpo fica sem um local de armazenamento dessa substância e, por isso, ela vai ser liberada diretamente no intestino delgado para digerir os alimentos Quando uma comida que possui muita gordura ou fibras é ingerida depois da retirada da vesícula biliar, o corpo vai ter mais dificuldade no processo de digestão, causando gases, inchaço, náuseas e diarreia Para evitar essas alterações, o indivíduo deve reduzir a quantidade de gordura ingerida durante as refeições, também é ideal reduzir os alimentos rico em fibras e que contenham cafeína São moléculas orgânicas insolúveis em água, mas solúveis em algumas substâncias como álcool, éter e acetona São encontrados em alimentos tanto de origem animal quanto vegetal Reserva de energia Quando precisamos, o nosso organismo usa as moléculas de lipídios armazenadas para produzir energia Isolante térmico Formam uma camada de células gordurosas que ajuda a manter a temperatura corporal Ácidos graxos Usados na síntese de moléculas orgânicas e das membranas celulares Absorção de vitaminas Sistemas Orgânicos Integrados João Victor S. Lima – Medicina – UNINOVAFAPI – 1ºP Auxiliam na absorção das vitaminas que não são hidrossolúveis, mas sim lipossolúveis, como as vitaminas A, D, E e K Ácidos graxos É formada por cadeias de carbono e um grupamento carboxila ( —COOH) nas extremidades Podem ser saturados (quando os carbonos apresentam ligações simples) ou insaturados (quando apresentam pelo menos uma ligação dupla) Funções: são as principais fontes de energia para o funcionamento do osso organismo Quando a pessoa encontra-se no estado de jejum, a energia que ela precisa vai ser produzida através do metabolismo de gordura, e para que isso aconteça, deve haver a catabolização do tecido adiposo em ácidos graxos livres e glicerol Os ácidos graxos livres são metabolizados no fígado e tecido periférico via beta-oxidação em acetil CoA O glicerol é utilizado pelo fígado para a síntese de triglicerídios ou neoglicogênese. Triaglicerídeos Fazem parte do grupo dos glicerídeos, formados por ácido graxo + glicerol Em relação aos triglicerídeos, estes são compostos por três ácidos graxos, unidos com ligações éster ao glicerol e são formados a partir da reação de esterificação, que ocorre entre três hidroxilas do glicerol e os ácidos graxos Também chamados de triglicerídeos, eles são as principais gorduras do nosso organismo e também a reserva de energia do nosso corpo Funcionam como reserva energética pois possuem ligações químicas que podem ser convertidas em energia e porque a hidrofobicidade dos ácidos graxos em ambientes aquosos, tentem a se compactar, permitindo guardar mais, ocupando menos espaço A estocagem da gordura acontece pelos adipócitos Fosfolipídios São os derivados dos lipídios que contêm fósforo São anfipáticos, ou seja, são polar e apolar ao mesmo tempo Estão presentes compondo as membranas biológicas Os tipos mais comuns são os glicerofosfolipídeos e os esfingolipídeos Glicerofosfolipídeo Neles, as regiões hidrofóbicas são compostas por dois ácidos graxos ligados ao glicerol São lipídios de membrana derivados do composto precursor ácido fosfatídico. Esfingolipídios São lipídios de membrana, formados por uma molécula de aminoálcool, esfingosina (de cadeia longa) ou um de seus derivados, um ácido graxo de cadeia longa e a cabeça polar unido por uma ligação glicosídica ou ligação fosfodiéster. Esteroides Classe de lipídios que formado por hidrocarbonetos com 17 átomos de carbono ligados em quatro estruturas cíclicas O que diferencia um esteroide de outro é o seu grupo funcional Colesterol: É importante para o nosso organismo pois participa da estrutura das membranas biológicas e também é responsável pela síntese de vários compostos, como a vitamina D e os hormônios sexuais masculino e feminino Pode ser encontrado em alimentos como as gorduras de origem animal (carnes vermelhas, ovos e laticínios) Quando consumido em excesso, pode causar problemas à saúde, como a aterosclerose Tipos: HDL: “colesterol bom” LDL: “colesterol ruim” Testosterona: Ela é muito importante no organismo masculino, pois promove e mantém a produção de espermatozoides e de características masculinas Sua produção se dá pelas três glândulas esteroidais, que são: córtex adrenal, testículos e ovário Esteroides anabolizantes: compostos que podem ser naturais ou sintéticos, derivados da testosterona, que aumentam a força e massa muscular de uma pessoa Estradiol Principal hormônio sexual feminino e é a base para os estrógenos, outros hormônios sexuais femininos, como a progesterona Principais funções: Regular o ciclo menstrual feminino, a ovulação e o comportamento feminino Aumentar a síntese de proteínas no útero, vagina e glândulas mamárias Estimular a estrutura óssea do formatodo corpo feminino Estômago O pH ácido do estômago não permite a ação adequada da lipase gástrica, diminuindo a velocidade de sua ação enzimática, havendo apenas a quebra de algumas ligações de ésteres de ácidos graxos de cadeia curta O estomago participa da digestão dos lipídios principalmente através de seus movimentos peristálticos, produzindo uma emulsificação dos lipídios, dispersando-os de maneira equivalente pelo bolo alimentar Intestino A chegada do bolo alimenta no duodeno estimula a liberação do hormônio digestivo colecistocinina, que promove a contração da Sistemas Orgânicos Integrados João Victor S. Lima – Medicina – UNINOVAFAPI – 1ºP vesícula biliar, liberando a bile para o duodeno e estimula a secreção pancreática Os ácidos biliares são derivados do colesterol e sintetizados no fígado Sais biliares fazem a emulsificação da gordura, permitindo a atuação da enzima lipase pancreática, que quebra os triglicérideos em diglicérideos e ácidos graxos livres Os diglicérideos sofrem uma nova ação da lipase dando origem a monoglicérideos, ácidos graxos e glicerol Mais ou menos 70% dos diglicerídeos vão ser absorvidos pela mucosa intestinal, sendo que os outros 30% vão ser convertidos em moléculas menores A colescistocinina também estimula o pâncreas a liberar o suco pancreático, junto com a secretina, liberada pelo duodeno O suco pancreático possui várias enzimas digestivas (principalmente proteases e carboidratases) sendo a lipase pancreática a responsável pela hidrólise das ligações ésteres dos lipídios liberando grandes quantidades de colesterol, Ácidos Graxos, glicerol e outras moléculas Os ácidos graxos e monoglicerídeos resultantes da degradação formam as micelas, que facilitam a passagem dos lipídios pelo ambiente aquoso do lúmem intestinal para borda em escova A partir daí, com as moléculas estando em tamanhos menores, elas poderão ser absorvidas pelo mucosa intestinal Referências: HARVEY, Richard A. FERRIER, Denise R. Bioquímica ilustrada. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. NELSON, David L. COX, Michael M. Princípios de Bioquímica de Lehninger. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. HALL, John E. Tratado de Fisiologia Médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de anatomia e fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. Gray’s Anatomia Vídeos no Youtube e SanarFlix
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