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LIVRO DE URIANALISE

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Indaial – 2022
Urinálise
Prof. Amir Horiquini Barbosa
1a Edição
Elaboração:
Amir Horiquini Barbosa
Copyright © UNIASSELVI 2022
 Revisão, Diagramação e Produção: 
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
Impresso por:
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI.
Núcleo de Educação a Distância. BARBOSA, Amir Horiquini.
Urinálise. Amir Horiquini Barbosa. Indaial - SC: Arqué, 2022.
179p.
ISBN 978-65-5466-175-1
ISBN Digital 978-65-5466-176-8
“Graduação - EaD”.
1. Urinálise 2. Anatomia 3. Humano 
CDD 616.075
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
É com muita alegria que escrevemos esta apresentação, por poder participar 
da difusão do conhecimento com outras pessoas, construindo cidadãos que mudarão 
o seu meio. Certamente, o conhecimento adquirido por este e outros materiais da vida 
acadêmica são uma luz, uma janela para outro mundo: o mundo da medicina. Conseguir 
entender como o seu, o meu, o nosso corpo funciona.
Costumamos dizer que o mecânico entende como o carro funciona. Enquanto 
isso, nós, estudantes da área da saúde, conhecemos e entendemos melhor dos assuntos 
relacionados a nossa área de atuação. Cada profissional detém o conhecimento de 
partes desta grande máquina biológica que é o corpo humano – que, por sua vez, é 
muito complexa.
Iniciando os nossos estudos, descreveremos, neste momento, o que você verá 
em cada unidade relacionada à urinálise. Na Unidade 1, você entenderá que os rins são 
órgãos vitais, responsáveis pela eliminação de resíduos, sais e água do corpo. Cada 
pessoa tem dois rins, localizados em cada lado da parte inferior das costas. Eles são do 
tamanho de um punho humano e filtram cerca de 200 litros de sangue a cada 24 horas. 
Quando seus rins não estão funcionando como deveriam, esses resíduos começam a se 
acumular e não são eliminados do corpo, gerando patologias.
Existem testes que podem auxiliar no diagnóstico e para realizar esses 
ensaios clínicos é necessário seguir toda uma metodologia de coleta, transporte, 
acondicionamento e tempo das amostras. Todo esse cuidado é para conseguir realizar 
os ensaios com o maior padrão de qualidade possível.
Em seguida, na Unidade 2, os tópicos são mais voltados às recomendações 
e procedimentos aplicados aos testes analíticos, mostrando toda a parte química 
dentro das amostras de urina, os metabólitos presentes, como é feita a pesquisa de 
componentes urinários e compreender a consequência deste desequilíbrio, que são as 
doenças metabólicas relacionadas à urinálise.
Por fim, na Unidade 3, aprenderemos que, além da análise da urina, existem 
outros fluidos corporais que podem apontar mais informações correlacionando-os 
a outras patologias. Devemos compreender quais são e onde coletar estes fluídos 
corporais, analisar e compreender os líquidos cefalorraquidianos que estão ligados às 
meninges, analisar e entender os fluídos sinoviais, e realizar pesquisas de componentes 
em fezes e sêmen.
Novamente agradecido e feliz por produzir este material. Aproveite!
Amir Horiquini
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e 
dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes 
completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você 
acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar 
essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só 
aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
GIO
QR CODE
Olá, eu sou a Gio!
No livro didático, você encontrará blocos com informações 
adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento 
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender 
melhor o que são essas informações adicionais e por que você 
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações 
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais 
e outras fontes de conhecimento que complementam o 
assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos 
os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. 
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um 
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na 
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada 
também digital, em que você pode acompanhar os recursos 
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo 
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura 
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no 
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que 
também contribui para diminuir a extração de árvores para 
produção de folhas de papel, por exemplo.
Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, 
apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, 
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com 
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
Preparamos também um novo layout. Diante disso, você 
verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses 
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos 
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, 
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os 
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confi ra, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
SUMÁRIO
UNIDADE 1 - A URINÁLISE .......................................................................................1
TÓPICO 1 - ANATOMIA E FISIOLOGIA RENAL ........................................................ 3
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3
2 ANATOMIA RENAL ................................................................................................4
2.1 ANATOMIA EXTERNA ............................................................................................................5
2.2 O CÓRTEX E A MEDULA RENAL ........................................................................................5
2.3 HILO RENAL ...........................................................................................................................6
2.4 NÉFRON .................................................................................................................................7
2.5 FLUXO SANGUÍNEO RENAL E GLOMERULAR .............................................................. 8
2.6 REABSORÇÃO TUBULAR ..................................................................................................9
2.6.1 Secreção tubular ......................................................................................................10
2.7 URETERES .............................................................................................................................11
2.7.1 Uretra feminina ...........................................................................................................122.7.2 Uretra masculina .......................................................................................................12
2.8 A FORMAÇÃO DA URINA .................................................................................................13
2.9 SÍNTESE DE VITAMINA D ..................................................................................................14
3 O PAPEL DO RIM NA SECREÇÃO DE ÍONS E EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE.......... 14
3.1 EFEITO HORMONAL NO RIM E NA PRODUÇÃO DE URINA .......................................15
3.1.1 Volume urinário ..........................................................................................................16
3.1.2 Eliminação de drogas e hormônios ......................................................................16
3.1.3 Composição final da urina ....................................................................................... 17
RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................... 18
AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 19
TÓPICO 2 - METÓDOS DE COLETA ....................................................................... 21
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 21
2 OS DIFERENTES TIPOS DE ORGANIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO 
SUPERIOR BRASILEIRO .......................................................................................22
2.1 TIPOS DE AMOSTRA DE URINA ....................................................................................... 22
2.1.1 Instruções de coleta ................................................................................................. 23
2.2 TÉCNICAS PARA COLETA DE AMOSTRA .................................................................... 24
2.2.1 Coleta de amostra masculina ................................................................................ 24
2.2.2 Coleta da amostra feminina .................................................................................. 24
2.2.3 Amostra de cateter ................................................................................................. 25
3 COLETA DE AMOSTRA DE SÊMEN ....................................................................25
3.1 CUIDADOS INICIAIS ........................................................................................................... 26
3.1.1 Coleta de sêmen em casa ........................................................................................27
3.2 COLETA DE AMOSTRA DE SÊMEN .................................................................................27
3.3 TRANSPORTANDO O SÊMEN ..........................................................................................28
3.3.1 Alterações de amostras de sêmen ...................................................................... 29
RESUMO DO TÓPICO 2 ..........................................................................................30
AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 31
TÓPICO 3 - ANÁLISE FÍSICA DA URINA ...............................................................33
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................33
2 EXAME DE CARACTERÍSTICAS FÍSICAS .........................................................34
2.1 COR ........................................................................................................................................34
2.2 CLAREZA ............................................................................................................................. 37
2.3 ODOR .................................................................................................................................... 37
2.4 CONCENTRAÇÃO .............................................................................................................38
3 MÉTODOS DE EXAME ........................................................................................ 40
3.1 URINÔMETRO .....................................................................................................................40
3.2 REFRATÔMETRO ...............................................................................................................41
3.3 TIRAS REAGENTES ........................................................................................................... 42
3.4 DENSIDADE ESPECÍFICA VERSUS OSMOLALIDADE ................................................43
LEITURA COMPLEMENTAR ..................................................................................45
RESUMO DO TÓPICO 3 ......................................................................................... 48
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................49
REFERÊNCIAS .......................................................................................................52
UNIDADE 2 - URINÁLISE II ...................................................................................53
TÓPICO 1 — ANÁLISE QUÍMICA DA URINA ...........................................................55
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................55
2 METODOLOGIA DOS TESTES .............................................................................55
2.1 CONTROLE DE QUALIDADE DOS EXAMES .................................................................. 56
3 PARÂMETROS ANALISADOS ............................................................................ 57
3.1 pH ...........................................................................................................................................57
3.2 PROTEÍNAS ........................................................................................................................58
3.3 GLICOSE ..............................................................................................................................60
3.4 CETONAS .............................................................................................................................61
3.5 BILIRRUBINA E UROBILINOGÊNIO ................................................................................ 62
3.6 SANGUE .............................................................................................................................. 63
3.7 LEUCÓCITOS .......................................................................................................................64
3.8 NITRITO ............................................................................................................................... 65
RESUMO DO TÓPICO 1 ..........................................................................................66
AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 67
TÓPICO 2 - SEDIMENTOS URINÁRIOS .................................................................69
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................69
2 PROCESSAMENTO DA AMOSTRA PARA SEDIMENTOSCOPIA ........................69
2.1 ANÁLISE QUANTITATIVA ................................................................................................. 70
3 ELEMENTOS OBSERVADOS NA URINA ..............................................................71
3.1 HEMÁCIAS ............................................................................................................................72
3.2 LEUCÓCITOS ...................................................................................................................... 73
3.3 CÉLULAS EPITELIAIS ........................................................................................................743.3.1 Células epiteliais escamosas ..................................................................................74
3.3.2 Células epiteliais de transição ou uroteliais .......................................................75
3.3.3 Células epiteliais tubulares ....................................................................................75
3.4 CRISTAIS ..............................................................................................................................76
3.4.1 Cristais normais encontrados na urina ácida .....................................................76
3.4.2 Cristais normais encontrados na urina alcalina .............................................. 78
3.4.3 Cristais anormais encontrados na urina ............................................................79
3.5 CILINDROS ..........................................................................................................................82
3.5.1 Cilindros hialinos .......................................................................................................83
3.5.2 Cilindros céreos .......................................................................................................84
3.5.3 Cilindros de eritrócitos ...........................................................................................84
3.5.4 Cilindros de leucócitos ..........................................................................................84
3.5.5 Cilindros de células epiteliais tubulares renais ................................................85
3.5.6 Cilindros celulares mistos .....................................................................................85
3.5.7 Cilindros granulares.................................................................................................85
3.5.8 Cilindros gordurosos ...............................................................................................86
3.5.9 Cilindros de cristais .................................................................................................86
3.5.10 Cilindros de hemoglobina ....................................................................................86
3.5.11 Cilindros de hemossiderina ..................................................................................86
3.5.12 Cilindros de mioglobina ........................................................................................86
3.6 MUCO ...................................................................................................................................86
3.7 MICRORGANISMOS ........................................................................................................... 87
3.7.1 Bactérias ..................................................................................................................... 87
3.7.2 Fungos ........................................................................................................................88
3.7.3 Parasitas .....................................................................................................................89
3.8 CONTAMINANTES E ARTEFATOS ..................................................................................89
RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................... 91
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................92
TÓPICO 3 - DOENÇAS URINÁRIAS E METABÓLICAS ..........................................95
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................95
2 DISTÚRBIOS RENAIS ........................................................................................95
2.1 GLOMERULONEFRITE ....................................................................................................... 96
2.2 SÍNDROME NEFRÍTICA .................................................................................................... 96
2.3 SÍNDROME NEFRÓTICA ....................................................................................................97
2.4 LESÃO RENAL AGUDA ......................................................................................................97
2.5 LESÃO RENAL CRÔNICA ..................................................................................................97
2.6 NEFROLITÍASE OU CÁLCULOS RENAIS .......................................................................98
2.7 INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU) .........................................................................98
3 DISTÚRBIOS METABÓLICOS EVIDENCIADOS PELA URINA ............................99
3.1 FENILCETONÚRIA ........................................................................................................... 100
3.2 TIROSINÚRIA .................................................................................................................... 100
 3.3 MELANÚRIA ...................................................................................................................... 101
3.4 ALCAPTONÚRIA .............................................................................................................. 101
3.5 DOENÇA DO XAROPE DE BORDO NA URINA ............................................................. 101
3.6 CISTINÚRIA ....................................................................................................................... 102
3.7 DOENÇAS DAS PORFIRINAS ......................................................................................... 102
3.9 DOENÇAS DAS PURINAS .............................................................................................. 102
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................103
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................109
AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 110
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 112
UNIDADE 3 - FLUÍDOS CORPORAIS....................................................................115
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO AOS FLUÍDOS CORPORAIS ......................................117
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................117
2 TIPOS DE FLUIDOS CORPORAIS, COMPOSIÇÃO E FUNÇÃO ..........................117
3 VOLUME DOS FLUIDOS CORPORAL, ASPECTOS E COLETA ..........................119
RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................124
AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 125
TÓPICO 2 - LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO E FLUIDO SINOVIAL .................. 127
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 127
2 FORMAÇÃO, COMPOSIÇÃO E FISIOLOGIA DO FLUIDO CEREBROSPINAL.... 127
3 COLETA E MANIPULAÇÃO DO FLUIDO CEREBROSPINAL ............................. 129
4 ANÁLISE LABORATORIAL DO FLUIDO CEREBROSPINAL .............................130
5 LÍQUIDO SINOVIAL .......................................................................................... 137
6 COLETA E MANIPULAÇÃO DO LÍQUIDO SINOVIAL .........................................138
7 ANÁLISE LABORATORIAL DO LÍQUIDO SINOVIAL ......................................... 139
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................144
AUTOATIVIDADE .................................................................................................145
TÓPICO 3 - LÍQUIDO SEMINAL E LÍQUIDO AMNIÓTICO .................................... 147
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 147
2 COLETAE MANIPULAÇÃO DO SÊMEN ...........................................................148
3 ANÁLISE MACROSCÓPICA .............................................................................150
4 ANÁLISES MICROSCÓPICAS ...........................................................................151
5 TESTES BIOQUÍMICOS E MICROBIOLÓGICOS ................................................154
6 TESTES IMUNOLÓGICOS ................................................................................. 156
7 LÍQUIDO AMNIÓTICO ........................................................................................ 157
8 ANÁLISES LABORATORIAIS DO LÍQUIDO AMNIÓTICO ..................................160
9 CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES SOBRE O LÍQUIDO AMNIÓTICO ............... 166
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................168
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................ 174
AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 175
REFERÊNCIAS ......................................................................................................177
1
UNIDADE 1 -
A URINÁLISE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender como é formada a urina e sua importância;
• discorrer sobre os mecanismos fi siológicos da fi ltração glomerular, da reabsorção 
tubular e do fl uxo sanguíneo renal;
• como devem ser armazenadas as amostras para análise;
• defi nir os termos comumente encontrados em urinálise.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará 
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – ANATOMIA E FISIOLOGIA RENAL 
TÓPICO 2 – MÉTODOS DE COLETA
TÓPICO 3 – ANÁLISE FÍSICA DA URINA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
QR Code abaixo:
3
ANATOMIA E FISIOLOGIA RENAL
1 INTRODUÇÃO
O sistema urinário é composto por quatro componentes principais: o rim, onde 
a urina é formada a partir da filtração do sangue; os ureteres, que são responsáveis por 
transportar a urina para a bexiga; a bexiga, onde é armazenada a urina produzida; e a 
uretra, que conduz a urina para ser excretada (CANOVA et al., 2014; HALL, 2021).
 
Os rins são órgãos retroperitoneais emparelhados que estão localizados 
dentro da parte inferior das costas, são essenciais para a manutenção da homeostase, 
incluindo a regulação dos fluidos corporais, equilíbrio ácido-base, equilíbrio eletrolítico, 
e a excreção de produtos residuais. Eles também são importantes para a manutenção 
da pressão arterial e da eritropoiese.
 
A função renal é influenciada pelo volume sanguíneo, pressão e composição, 
bem como por hormônios das glândulas suprarrenais e pituitária. A importância do fluxo 
sanguíneo para os rins no processo de formação da urina não pode ser subestimada, uma 
vez que os produtos residuais do metabolismo são removidos do sistema circulatório por 
filtração do sistema renal e excretado pelo sistema urinário. Sem o volume de sangue e 
pressão adequados, a urina não pode ser formada. 
A formação da urina envolve alguns processos complexos, como a filtração do 
sangue, a reabsorção de substâncias essenciais, incluindo a água, e a secreção tubular 
de certas substâncias. Após a formação no rim, a urina passa para bexiga, via ureter, 
onde é temporariamente armazenada antes de ser excretada pela uretra (CANOVA et al., 
2014; HALL, 2021).
As principais funções dos rins são:
• Excreção de resíduos: os rins excretam ureia e ácido úrico na urina, que são 
produtos do metabolismo.
• Reabsorção de nutrientes vitais, que inclui: glicose (em nível plasmático 
normal), aminoácidos, água, sódio, cloreto, potássio, magnésio, cálcio, bicarbonato e 
fosfato.
• Homeostase ácido-base: que é a manutenção do equilíbrio entre ácidos e 
bases químicas, também chamado de pH corporal.
• Manutenção do equilíbrio eletrólito-água: o que é chamado de osmolaridade 
do plasma.
• Secreção hormonal: os rins secretam eritropoietina (regula a produção de 
glóbulos vermelhos na medula óssea), renina (controla a pressão arterial) e calcitriol 
TÓPICO 1 - UNIDADE 1
4
(forma ativa da vitamina D faz com que o osso permaneça forte).
2 ANATOMIA RENAL
 
Os dois rins estão situados na parede posterior da cavidade abdominal, com um 
de cada lado da coluna vertebral. Devido à localização anatômica do fígado, a rim direito 
é ligeiramente mais baixo que o rim esquerdo (CANOVA et al., 2014; HALL, 2021).
Figura 1 – Localizaçâo externa dos rins
 
Fonte: https://www.freepik.com/free-photo/man-with-backache_6415871.htm#query=rins&posi-
tion=38&from_view=search. Acesso em: 30 jan. 2022.
A estrutura interna do rim consiste em três regiões: o córtex, a medula e a pelve 
renal. O córtex é a camada externa do rim, localizada logo abaixo da cápsula renal. 
Regiões do córtex, chamadas colunas renais, estendem-se para a medula renal ou 
áreas médias do rim. Os vasos sanguíneos que suprem o córtex e a medula passam 
pelas colunas renais. Também dentro da medula estão as pirâmides renais triangulares, 
localizadas entre as colunas. As pontas das pirâmides renais, as papilas, projetam-se 
em um espaço em forma de funil, um cálice menor e vários cálices menores se unem 
para formar um cálice maior (CANOVA et al., 2014, DRAKE, 2005; HALL, 2021). 
Os cálices maiores se unem para formar a pelve renal, que é uma expansão 
do ureter superior. O hilo se abre em este espaço, o seio renal, no qual a pelve renal 
e os vasos sanguíneos renais estão localizados. O córtex e a medula renais contêm 
os túbulos renais, que incluem os túbulos néfrons e os túbulos coletores dutos. Há 
aproximadamente um milhão ou um pouco mais néfrons em cada rim. 
5
 
2.1 ANATOMIA EXTERNA
Para Drake (2005), o rim esquerdo está localizado próximo às vértebras T12 a 
L3, enquanto o direito é mais baixo devido ao leve deslocamento do fígado. As porções 
superiores dos rins são um pouco protegidas pela décima primeira e décima segunda 
costelas (FIGURA 2). 
Cada rim pesa cerca de 125-175g em homens e 115-155g nas mulheres. Eles 
têm cerca de 11 a 14 cm de comprimento, 6 cm de largura e 4 cm de espessura, e são 
diretamente cobertos por uma cápsula fibrosa composta de tecido conjuntivo denso e 
irregular que ajuda a manter sua forma e protegê-los. Esta cápsula é coberta por uma 
camada de tecido adiposo absorvente de choque chamada de gordura renal, que por 
sua vez é envolvida por uma fáscia renal resistente. 
A fáscia e, em menor extensão, o peritônio sobrejacente servem para ancorar 
firmemente os rins à parede abdominal posterior na posição retroperitoneal. Na face 
superior de cada rim está a glândula adrenal. O córtex adrenal influencia diretamente a 
função renal através da produção do hormônio aldosterona para estimular a reabsorção 
de sódio (CANOVA et al., 2014; HALL, 2021).
Figura 2 – Localizaçâo interna dos rins
 
Fonte: https://img.freepik.com/vetores-gratis/infografico-de-estilo-cartoon-de-rins-e-bexiga-huma-
nos_1308-69096.jpg?w=740&t=st=1654265802~exp=1654266402~hmac=5df85412149f88ad-
91f6711263739b2b4ba12f7e9213b23e73b9f02165a7de10. Acesso em: 30 jan. 2022.
2.2 O CÓRTEX E A MEDULA RENAL
Um corte frontal através do rim revela uma região externa chamada de córtex 
renal e uma região interna chamada medula (Figura 3). As colunas renais são extensões 
6
de tecido conjuntivo que se irradiam para baixo do córtex através da medula e separar 
as pirâmides renais e as papilas renais.
As papilas são feixes de ductos coletores que transportam a urina produzida 
pelos néfrons para os cálices do rim seguindo para a excreção. As colunas renais também 
servem para dividir o rim em 6 a 8 lobos e fornecer uma estrutura desuporte para os 
vasos que entram e saem do córtex. As pirâmides e colunas renais juntas constituem 
os lobos renais (DRAKE, 2005).
Figura 3 – Cortex e medula renal
 
Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2017/03/28/21/28/kidney-2183443_960_720.jpg. Acesso em: 30 
jan. 2022.
2.3 HILO RENAL
O hilo renal é o local de entrada e saída das estruturas conectadas aos rins: 
vasos sanguíneos, nervos, vasos linfáticos e ureteres. Os hilos que são voltados para a 
face medial estão encaixados no contorno do córtex. Saindo do hilo está a pelve renal, 
que é formada pelos cálices maior e menor no rim. 
O músculo liso na pelve renal canaliza a urina através do peristaltismo para o 
ureter. As artérias renais se formam diretamente da aorta descendente, enquanto as 
veias renais retornam o sangue limpo diretamente para a veia cava inferior. A artéria, 
veia e pelve renal estão dispostas em uma ordem anterior para posterior.
7
2.4 NÉFRON 
Os néfrons são as unidades funcionais do rim e existem, aproximadamente, 1 
milhão ou um pouco mais de néfrons em cada rim. O néfron consiste em uma rede 
capilar, chamada glomérulo (também conhecido como corpúsculo renal), e um túbulo 
longo que é dividido em três partes: o túbulo contorcido proximal, a alça de Henle e o 
túbulo contorcido distal (CASSOLA, 2000). 
Cada néfron desemboca em um túbulo coletor ao qual outros néfrons estão 
conectados (Figura 4). Os néfrons que estão localizados principalmente dentro do 
córtex são chamados de néfrons corticais.
Figura 4 – Visualização da circulação e dos néfrons
 
Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2022/02/14/20/35/nephron-7013806_960_720.jpg. Acesso em: 
30 jan. 2022.
Os néfrons que se estendem profundamente na medula são chamados de 
néfrons justamedulares. Cada néfron (Figura 5) consiste em duas partes principais: 
um glomérulo e um túbulo. Várias regiões do néfron diferem umas das outras 
anatomicamente e consistem em diferentes tipos de epitélio relacionados a diferentes 
funções. A urina então se acumula na pelve renal e deságua no ureter. O glomérulo e 
os túbulos contorcidos estão localizados no córtex do rim, enquanto a alça de Henle se 
estende até a medula (CANOVA et al., 2014; HALL, 2021).
Figura 5 – Funcionamento dos néfrons
 
Fonte: https://img.freepik.com/free-vector/human-kidney-anatomy-diagram_1308-47317.jpg?w=826&-
t=st=1654265918~exp=1654266518~hmac=ec06aa20a9142545dc83364adbe3a1ad612f3ab60a-
58014dcfac46311d3d0e32. Acesso em: 30 jan. 2022.
8
As células dos néfrons justaglomerulares produzem uma enzima chamada 
Renina, que reage com o precursor angiotensinogênio no sangue para produzir 
angiotensina I. Ela passa pelos pulmões onde a enzima de conversão da angiotensina 
a altera à angiotensina II ativa, que corrige o fluxo sanguíneo renal dilatando a 
arteríola aferente e contraindo arteríola eferente, estimulando a reabsorção de sódio 
no túbulo contorcido proximal e desencadeando a liberação do hormônio aldosterona 
da suprarrenal, glândula e hormônio antidiurético (ADH, também conhecido como 
vasopressina) da glândula pituitária (MOREIRA; BARROS, 2000).
2.5 FLUXO SANGUÍNEO RENAL E GLOMERULAR
Os rins recebem um grande fluxo sanguíneo, aproximadamente 20-25% do 
sangue que sai do ventrículo esquerdo do coração entra nos rins por meio das artérias 
renais (Figura 6). Isso significa que em um adulto normal o sangue passa pelos rins 
a uma taxa de cerca de 1200mL/min, ou 600mL/min/rim. Depois que a artéria renal 
entra no rim, ela se divide em ramos menores até que milhares de minúsculas arteríolas 
sejam formadas, chamadas de arteríolas aferentes, porque transportam o sangue para 
os néfrons. Cada arteríola aferente forma então a rede capilar de um glomérulo (HALL, 
2021).
O glomérulo é circundado por uma estrutura chamada cápsula de Bowman 
(cápsula glomerular), e o espaço que se forma entre a cápsula e o glomérulo é o espaço 
de Bowman. A camada externa (parietal) da cápsula de Bowman é composta por epitélio 
escamoso. Esta camada epitelial repousa sobre uma fina lâmina basal (HALL, 2021). 
Figura 6 – Veias e artérias renais
 
Fonte: https://img.freepik.com/free-vector/kidney-medical-vector-diagram-poster-internal-organ-ar-
tery-tract-vessel-ureter-scheme-illustration_1284-42478.jpg?w=740&t=st=1654265962~ex-
p=1654266562~hmac=3430f2ccbe42475e8a04f5a23e3567a437118b23e7b279530381dc-
f36316a5e5. Acesso em: 30 jan. 2022.
9
A camada interna (ou visceral) da cápsula de Bowman é composta por células 
especializadas conhecidas como podócitos, que têm vários processos de extensão 
que aderem a uma membrana basal que cobre o endotélio escamoso fenestrado dos 
capilares glomerulares (CANOVA et al., 2014; HALL, 2021). 
Além disso, as células endoteliais têm uma carga negativa, conhecida como 
escudo da negatividade, que serve para repelir a maioria das proteínas plasmáticas 
para evitar sua perda do sangue. Os processos podocitários que se estendem formam 
uma rede elaborada de pequenas fendas entre eles, chamadas de fendas de filtração. 
Juntas, essas camadas formam uma barreira de filtração para filtrar o sangue e criar o 
ultrafiltrado.
Como resultado de sua estrutura especial, a parede glomerular atua como um 
ultrafiltro muito permeável à água. A pressão do sangue dentro do glomérulo força a água 
e os solutos dissolvidos com peso molecular inferior a 50.000 através da membrana 
capilar semipermeável e para o espaço de Bowman.
O restante do sangue, incluindo células sanguíneas, proteínas plasmáticas e 
moléculas grandes, deixa o glomérulo através da arteríola eferente e entra em uma 
segunda rede capilar, chamada de capilares peritubulares, que circunda os túbulos 
(CANOVA et al., 2014; HALL, 2021).
2.6 REABSORÇÃO TUBULAR 
 
À medida que o ultrafiltrado, também conhecido como filtrado glomerular, passa 
pelos túbulos proximais, grande parte da água, cloreto de sódio, bicarbonato, potássio, 
cálcio, aminoácidos, fosfato, proteína, glicose e outras substâncias de limiar necessárias 
ao organismo são reabsorvidos e passam de volta para a corrente sanguínea. 
Essas substâncias são reabsorvidas em proporções variadas, de modo que, 
enquanto as proteínas e a glicose, por exemplo, parecem ser quase completamente 
reabsorvidas, o cloreto de sódio é apenas parcialmente reabsorvido e não há reabsorção 
de creatinina. Mais de 80% do filtrado é reabsorvido no túbulo proximal. 
 
A estrutura única do túbulo proximal torna possível essa reabsorção. As 
células epiteliais que revestem esta porção do túbulo têm uma borda em escova de 
microvilosidades que fornece uma grande área de superfície para reabsorção e secreção. 
Essas microvilosidades contêm várias enzimas, como a anidrase carbônica, que auxiliam 
nesse processo. Substâncias limiares são aquelas que são quase completamente 
reabsorvidas pelos túbulos renais quando sua concentração no plasma está dentro dos 
limites normais. 
 
Quando o nível plasmático normal é excedido, a substância não é mais 
10
totalmente reabsorvida e, portanto, aparece na urina. A glicose é uma substância de 
alto limiar porque geralmente não aparece na urina até que a concentração plasmática 
exceda cerca de 160-180 mg/dL. Algumas das outras substâncias limiares incluem 
cloreto de sódio, aminoácidos, potássio, creatina e ácido ascórbico. 
 
À medida que o filtrado se move através dos túbulos, várias substâncias são 
adicionadas a ele pelo processo de secreção tubular. No túbulo proximal, sulfatos, 
glicuronídeos, hipuratos, íons de hidrogênio e drogas como a penicilina são algumas 
das substâncias secretadas. No túbulo proximal e distal, os íons hidrogênio são trocados 
pelos íons sódio do bicarbonato de sódio (CANOVA et al., 2014; DRAKE, 2005; HALL, 
2021). 
 
Os íons de hidrogênio então se combinam com o bicarbonato no filtrado para 
formar ácido carbônico que na presença de anidrase carbônica se decompõe em água 
e dióxido de carbono, o dióxido de carbono então se difunde de volta para fora do 
túbulo e, assim, tanto o sódio quanto o bicarbonatosão reabsorvidos, assim como o 
túbulo proximal, o ramo descendente da alça de Henle é muito permeável à água, mas 
a reabsorção de solutos não ocorre nessa parte da alça.
 
O ramo ascendente, entretanto, é quase impermeável à água, mas há reabsorção 
ativa de sódio, cloreto, cálcio e magnésio. Devido à perda de cloreto de sódio, o fluido 
que sai da alça de Henle tem uma osmolalidade menor que o plasma. Nesta seção do 
túbulo e no túbulo restante, o íon hidrogênio e a amônia são secretados. 
 
O mecanismo que proporciona a absorção de água da alça descendente e a 
reabsorção de soluto sem água no ramo ascendente é chamado de multiplicação em 
contracorrente. Existe um conjunto de vasos sanguíneos chamado vasa recta que é 
paralelo e tem o mesmo formato da alça de Henle. Nos vasos retos, os solutos difundem-
se para fora do interstício da medula oblonga para o ramo ascendente e depois para fora 
do ramo ascendente de volta para o interstício. 
 
A água, no entanto, se move na direção oposta ou sai do ramo descendente e 
volta para o ascendente. O efeito final é reter apenas soluto, e não água, no interstício da 
medula. Esse processo, associado à reabsorção do soluto da alça de Henle ascendente, 
resulta em um interstício hipertônico, fazendo com que a água seja absorvida da alça 
descendente e do túbulo coletor. Cerca de 90% do filtrado glomerular é reabsorvido 
ao atingir o túbulo distal. A ureia também é reabsorvida no ducto coletor. Algumas 
reabsorções são passivas e outras requerem energia para o transporte ativo através das 
células (MOREIRA; BARROS, 2000).
2.6.1 Secreção tubular 
Em contraste com a reabsorção, que remove substâncias dos túbulos para 
retenção pelo corpo, a secreção tubular envolve o envio de moléculas do sangue nos 
11
capilares peritubulares para o filtrado tubular para excreção. O processo de secreção 
tubular: 
• Remove resíduos estranhos desnecessários que não são filtrados pelo 
glomérulo, incluindo vários medicamentos e toxinas; e 
• Promove a secreção de íons de hidrogênio e outros íons para ajudar a regular 
o equilíbrio ácido-base e eletrolítico. 
Medicamentos e substâncias estranhas são frequentemente ligados a proteínas 
transportadoras e, portanto, não podem ser removidos da circulação durante a filtração 
glomerular. Para serem removidas da circulação pelo corpo, essas substâncias estranhas 
desenvolvem uma afinidade maior pelas células do túbulo contorcido proximal do que 
por suas moléculas transportadoras e são então transportadas através das células 
tubulares para o filtrado tubular. 
Vários íons também são secretados, incluindo íons de hidrogênio, íons de 
amônio, íons de sódio, íons de potássio, íons de bicarbonato, ácido úrico e alguns ácidos 
e bases fracos. Grande parte dessa atividade requer transporte ativo pelas células e 
gasto de energia (CANOVA et al., 2014; HALL, 2021).
2.7 URETERES
Os rins e os ureteres são completamente retroperitoneais e a bexiga tem uma 
cobertura peritoneal apenas sobre a cúpula. À medida que a urina é formada, ela drena 
para os cálices do rim, que se fundem para formar a pelve renal em forma de funil no 
hilo de cada rim. O hilo se estreita para se tornar o ureter de cada rim (CASSOLA, 2000). 
À medida que a urina passa pelo ureter, ela não drena passivamente para a 
bexiga, mas é impulsionada por ondas de peristaltismo. À medida que os ureteres 
entram na pelve, eles varrem lateralmente, abraçando as paredes pélvicas. À medida 
que se aproximam da bexiga, eles giram medialmente e perfuram a parede da bexiga 
obliquamente. 
Isso é importante porque cria uma válvula unidirecional (um esfíncter fisiológico 
em vez de um esfíncter anatômico) que permite a entrada de urina na bexiga, mas evita 
o refluxo da urina da bexiga de volta ao ureter. As crianças nascidas sem esse curso 
oblíquo do ureter através da parede da bexiga são suscetíveis ao “refluxo vesicoureteral”, 
o que aumenta drasticamente o risco de infecção do trato urinário (ITU) grave (KUMAR, 
2012). 
A gravidez também aumenta a probabilidade de refluxo e infecções urinárias, os 
ureteres têm aproximadamente 30 cm de comprimento, a mucosa interna é revestida 
com epitélio de transição e células caliciformes espalhadas que secretam muco protetor, 
a camada muscular do ureter consiste em músculos lisos longitudinais e circulares 
12
que criam as contrações peristálticas para mover a urina para a bexiga sem a ajuda da 
densidade (CANOVA et al., 2014; HALL, 2021). 
Finalmente, uma camada adventícia frouxa composta de colágeno e gordura 
âncora os ureteres entre o peritônio parietal e a parede abdominal posterior.
2.7.1 Uretra feminina
 
O orifício uretral externo está embutido na parede vaginal anterior inferior 
ao clitóris, superior à abertura vaginal (introito) e medial aos pequenos lábios, seu 
comprimento curto, cerca de 4 cm, é uma barreira menor para bactérias fecais do 
que a uretra masculina mais longa e é a melhor explicação para a maior incidência de 
infecções em mulheres. 
 
O controle voluntário do esfíncter uretral externo é uma função do nervo 
pudendo. Ele surge na região sacral da medula espinhal, viajando através dos nervos 
S2-S4 do plexo sacral.
2.7.2 Uretra masculina
 
A uretra masculina passa pela próstata imediatamente inferior à bexiga antes 
de passar abaixo da sínfise púbica, o comprimento da uretra masculina varia entre os 
homens, mas tem uma média de 20 cm de comprimento. 
A próstata é dividida em quatro regiões: 
• Uretra pré-prostática.
• Uretra prostática.
• Uretra membranosa.
• Uretra esponjosa ou peniana. 
 
A uretra pré-prostática é muito curta e incorporada à parede da bexiga, a uretra 
prostática passa através da próstata. Durante a relação sexual, recebe espermatozoides 
através dos ductos ejaculatórios e secreções das vesículas seminais. As glândulas de 
Cowper emparelhadas (glândulas bulbouretrais) produzem e secretam muco na uretra 
para tamponar o pH uretral durante a estimulação sexual, o muco neutraliza o ambiente 
geralmente ácido e lubrifica a uretra, diminuindo a resistência à ejaculação. 
 
A uretra membranosa passa pelos músculos profundos do períneo, onde é 
envolvida pelos esfíncteres uretrais sobrejacentes, a uretra esponjosa sai na ponta 
(orifício uretral externo) do pênis após passar pelo corpo esponjoso, as glândulas 
mucosas são encontradas ao longo de grande parte do comprimento da uretra e 
protegem a uretra dos extremos do pH da urina. A inervação é a mesma entre homens 
e mulheres.
13
2.8 A FORMAÇÃO DA URINA 
Aproximadamente 120ml/min, ou um quinto, do plasma renal é filtrado através 
dos glomérulos formando o que é conhecido como ultrafiltrado, que é processado à 
medida que passa pelo néfron. O ultrafiltrado tem a mesma composição do plasma 
sanguíneo, mas normalmente é livre de proteínas, exceto por cerca de 10 mg/dL de 
proteína de baixo peso molecular. Alguns dos produtos filtrados incluem:
• água;
• glicose; 
• eletrólitos; 
• aminoácidos; 
• ureia; 
• ácido úrico; 
• creatinina;
• amônia. 
A taxa de filtração, glomerular é proporcional ao tamanho do corpo e, portanto, 
varia com a idade e o sexo. A taxa de filtração glomerular é um importante indicador da 
função renal e é usada para monitorar a progressão da doença renal. Pode ser calculada 
com testes de depuração ou através de uma taxa de filtração glomerular estimada 
calculada. 
Os testes de depuração exigem a coleta de uma amostra de urina de 24 horas, 
junto a uma amostra de sangue. Para o reconhecimento precoce da doença renal crônica, 
é altamente recomendável que os laboratórios clínicos relatem automaticamente e, 
com os valores de creatinina sérica, quando esta for medida (MOTTA; CORRÊA; MOTTA, 
2004).
A taxa de filtração glomerular (TFGe) avalia como os rins estão a filtrar os resíduos 
tóxicos do sangue e é considerada a melhor medida global da função renal, ajudando a 
determinar se existe alguma lesão renal.
Valores de referência para a taxa de filtração glomerular:
• Normal: 90 mL/minx 1,73m 2 (estádio G1).
• Redução Discreta: 89 – 60 mL/min x 1,73m 2 (estádio G2).
• Redução Discreta-Moderada: 59 – 45 mL/min x 1,73m 2 (estádio G3a).
• Redução Moderada-Severa: 44 – 30 mL/min x 1,73m2 (estádio G3b).
• Redução Severa: 29 – 15 mL/min x 1,73m 2 (estádio G4).
• Falência Renal: 15 mL/min x 1,73m 2 (estádio G5).
14
2.9 SÍNTESE DE VITAMINA D
 
Para que a vitamina D se torne ativa, ela deve sofrer uma reação de hidroxilação 
no rim, ou seja, um grupo –OH deve ser adicionado ao calcidiol para formar o calcitriol 
(1,25-dihidroxicolecalciferol), a vitamina D ativada é importante para a absorção de Ca++ 
no trato digestivo, sua reabsorção no rim e a manutenção de concentrações séricas 
normais de Ca++ e fosfato (CANOVA et al., 2014; DRAKE, 2005; HALL, 2021). 
 
O cálcio é de vital importância para a saúde óssea, contração muscular, secreção 
hormonal e liberação de neurotransmissores, Ca++ inadequado leva a distúrbios 
como osteoporose e osteomalácia em adultos e raquitismo em crianças. Os déficits 
também podem resultar em problemas com proliferação celular, função neuromuscular, 
coagulação sanguínea e resposta inflamatória. 
 
Pesquisas recentes confirmaram que os receptores de vitamina D estão 
presentes na maioria, senão em todas as células do corpo, refletindo a importância 
sistêmica da vitamina D. Muitos cientistas sugeriram que ela seja chamada de hormônio 
em vez de vitamina.
3 O PAPEL DO RIM NA SECREÇÃO DE ÍONS E EQUILÍBRIO 
ÁCIDO-BASE
Os rins e os pulmões têm o papel crucial de regular o equilíbrio ácido-base. No 
rim, três mecanismos secretores desempenham um papel fundamental na manutenção 
da homeostase do pH sanguíneo (CANOVA et al., 2014; DRAKE, 2005; HALL, 2021). Esses 
três mecanismos dependem direta ou indiretamente da secreção tubular de ácido 
como íons hidrogênio (íons H+) e alguns da secreção ou reabsorção de álcali como íon 
bicarbonato (HCO3-). Os mecanismos são:
• Em condições de acidose sanguínea, os íons H+ são secretados em troca de 
íons sódio e bicarbonato.
• Também em condições de acidose, a amônia se difunde para o lúmen tubular 
e subsequentemente os íons sódio são reabsorvidos enquanto os íons amônio são 
excretados.
• Em condições sanguíneas de alcalose, a secreção tubular de H+ é minimizada 
e bicarbonato adicional é secretado do corpo. 
A amônia que é secretada combina com íons de hidrogênio para formar íons de 
amônio (NH3+ + H+ = NH4+) no lúmen tubular e isso ajuda a regular a concentração de 
íons de hidrogênio (H+) da urina. Os íons de hidrogênio são produzidos como resíduos 
do metabolismo e geralmente são secretados. 
O bicarbonato também pode ser secretado, mas é mais frequentemente 
reabsorvido (geralmente até 100%) para ajudar a manter o pH sanguíneo adequado. 
15
A principal função dos túbulos distais e coletores é o ajuste do pH, osmolalidade 
e conteúdo eletrolítico da urina bem como a regulação dessas substâncias ainda 
presentes no filtrado (HALL, 2021). 
Os íons potássio, amônia e hidrogênio são secretados por essa porção do néfron, 
enquanto o sódio e o bicarbonato são reabsorvidos pelo mesmo mecanismo do túbulo 
proximal.
Osmolalidade refere-se ao número de partículas osmoticamente (difusão de 
um líquido através de uma membrana) ativas de soluto presentes em um 
quilograma do solvente.
NOTA
3.1 EFEITO HORMONAL NO RIM E NA PRODUÇÃO DE URINA 
Os íons de potássio também são trocados por íons de sódio, e essa troca 
é intensificada pela aldosterona, que é secretada pelo córtex adrenal. A aldosterona 
aumenta o sódio no sangue, que por sua vez aumenta a água do corpo à medida que a 
água segue o sal, aumentando a pressão arterial (HALL, 2021; ZATZ, 2011). 
A liberação de aldosterona também é desencadeada pela angiotensina II, a 
liberação de aldosterona pela via da angiotensina contribui para a hipertensão e esse 
processo é o alvo da terapia hipertensiva. A absorção de água na porção distal do néfron 
é regulada pelo ADH (hormônio antidiurético/arginina-vasopressina) que é secretado 
pela glândula pituitária (HALL, 2021). 
Quando o corpo precisa conservar água, o ADH é secretado e as paredes dos 
túbulos distais e coletores tornam-se muito permeáveis pelo ADH, permitindo assim 
que a água seja reabsorvida. Se o corpo tem excesso de água, menos ADH é produzido, 
as paredes dos túbulos tornam-se menos permeáveis e o volume de urina excretado 
aumenta. ADH insuficiente resulta em diabetes insipidus (HALL, 2021). 
A excreção de ADH quando não é necessária é chamada de síndrome do 
hormônio antidiurético inapropriado (SIADH). SIADH pode ser uma complicação de lesão 
cerebral, pneumonia, crescimento tumoral e certos medicamentos. 
A SIADH é uma condição de secreção contínua de ADH apesar da hipotonicidade 
plasmática e de um volume plasmático normal ou expandido que resulta em volume 
plasmático alto, osmolaridade sérica baixa, osmolaridade urinária alta, sódio plasmático 
16
baixo e sódio urinário acima do normal (HALL, 2021).
O diabetes insípido é a falta do hormônio vasopressina (hormônio antidiurético), 
que causa a produção excessiva de urina muito diluída (poliúria).
NOTA
3.1.1 Volume urinário 
Dos aproximadamente 120mL/min que são filtrados no glomérulo, apenas uma 
média de 1ml/min é finalmente excretada na urina. Essa quantidade pode variar de 0,3ml 
em desidratação a 15ml em hidratação excessiva. 
Para um adulto, o volume médio diário normal de urina é de cerca de 1.200 a 
1.500 mL, com mais urina produzida durante o dia do que à noite. No entanto, a faixa 
normal pode ser de 600 a 2.000mL/24 h. 
A poliúria é um aumento anormal no volume de urina (>2500mL), como no 
diabetes insípido e no diabetes mellitus. A oligúria é uma diminuição do volume urinário, 
como ocorre no choque e na nefrite aguda. Em um adulto, é frequentemente definido 
como <500mL/24h ou <300mL/m2/24h. 
O termo anúria designa a supressão completa da formação de urina, embora no 
sentido mais amplo do termo às vezes seja definido como <100mL /24h durante dois ou 
três dias consecutivos, apesar de uma alta ingestão de líquidos.
3.1.2 Eliminação de drogas e hormônios
Os fármacos hidrossolúveis podem ser excretados na urina e são influenciados 
por um ou todos os seguintes processos: filtração glomerular, secreção tubular ou 
reabsorção tubular. Drogas que são estruturalmente pequenas podem ser filtradas pelo 
glomérulo com o filtrado. Grandes moléculas de drogas como a heparina ou aquelas que 
estão ligadas às proteínas plasmáticas não podem ser filtradas e não são prontamente 
eliminadas (KUMAR, 2012). 
Alguns fármacos podem ser eliminados por proteínas transportadoras que 
permitem a secreção do fármaco no lúmen do túbulo. Existem carreadores específicos 
que eliminam drogas básicas (como dopamina ou histamina) ou ácidas (como penicilina 
ou indometacina). Como é o caso de outras substâncias, os fármacos podem ser filtrados 
e reabsorvidos passivamente ao longo de um gradiente de concentração (FRANCO et 
al., 2010).
17
3.1.3 Composição final da urina
 
Os principais constituintes da urina são água, ureia, ácido úrico, creatinina, sódio, 
potássio, cloreto, cálcio, magnésio, fosfatos, sulfatos e amônia. Em 24 horas, o corpo 
excreta aproximadamente 60g de material dissolvido, metade do qual é ureia. Em algumas 
condições patológicas, certas substâncias aparecem em grandes quantidades, como: 
• corpos cetônicos;
• proteínas;
• glicose;
• porfirinas; 
• bilirrubina. 
 
A urina também pode conter estruturas como cilindros, cristais, células 
sanguíneas e células epiteliais, algumas delas são consideradas normais, enquanto 
outras são observadas em vários distúrbios renais e metabólico, três categorias de 
células epiteliais encontradas na urina são células epiteliais escamosas, células epiteliais 
uroteliais (transicionais) e células tubulares renais. células epiteliais (HALL, 2021). 
 
Células epiteliais escamosas revestem a uretra e a vagina da mulher e a porção 
distal da uretra dos homens, as células epiteliais escamosassão as mais comuns e o maior 
número de células observadas na urina, as células epiteliais escamosas são geralmente 
encontradas na urina devido à contaminação vaginal (NASCIMENTO et al., 2018). 
 
As células uroteliais revestem os cálices renais, a pelve renal, os ureteres, a 
bexiga e, no homem, grande parte da uretra. Uma célula urotelial ocasional, também 
conhecida como célula de transição, pode ser vista em pacientes normais ou após 
cateterismo. Números aumentados de células uroteliais são observados em infecções 
do trato urinário e no carcinoma de células transicionais (HALL, 2021). 
As células uroteliais variam muito em tamanho, dependendo de onde no trato 
urinário elas surgem. Conforme descrito anteriormente, cada parte do túbulo renal é 
revestida com uma única camada de células epiteliais caracteristicamente diferentes, 
chamadas células epiteliais tubulares renais. Uma célula epitelial tubular renal ocasional 
pode ser vista em um indivíduo saudável. 
As células epiteliais tubulares renais podem ser observadas em número aumentado 
ou em fragmentos ou cilindros de várias células na doença tubular isquêmica aguda, na 
doença tubular renal tóxica ou na necrose tubular. Na síndrome nefrótica, essas células 
absorvem e ficam ingurgitadas com gordura. Essas células, cheias de lipídios, também 
são conhecidas como corpos gordurosos ovais (NASCIMENTO et al., 2018). 
 
Alguns dos distúrbios renais que um exame de urina pode ajudar no diagnóstico 
incluem cistite, que é a inflamação da bexiga; nefrite, que é a inflamação do rim e pode 
estar presente com infecção bacteriana (pielonefrite) ou sem infecção (glomerulonefrite); 
e nefrose (síndrome nefrótica), que é a degeneração do rim sem inflamação.
18
Neste tópico, você aprendeu:
• O sistema urinário é composto por quatro componentes principais: o rim, onde a 
urina é formada a partir da filtração do sangue; os ureteres, que são responsáveis por 
transportar a urina para a bexiga; a bexiga, onde é armazenada a urina produzida; e a 
uretra, que conduz a urina para ser excretada. 
• O rim esquerdo está localizado próximo às vértebras T12 a L3, enquanto o direito é 
mais baixo devido ao leve deslocamento do fígado. As porções superiores dos rins 
são um pouco protegidas pela décima primeira e décima segunda costelas. Na face 
superior de cada rim está a glândula adrenal. 
• Os rins recebem um grande fluxo sanguíneo, aproximadamente 20-25% do sangue 
que sai do ventrículo esquerdo do coração entra nos rins por meio das artérias renais. 
• Em um adulto normal, o sangue passa pelos rins a uma taxa de cerca de 1200mL/min, 
ou 600mL/min/rim. Depois que a artéria renal entra no rim, ela se divide em ramos 
menores até que milhares de minúsculas arteríolas sejam formadas. O restante do 
sangue, incluindo células sanguíneas, proteínas plasmáticas e moléculas grandes, 
deixa o glomérulo através da arteríola eferente e entra em uma segunda rede capilar, 
chamada de capilares peritubulares, que circunda os túbulos.
• Os rins recebem um grande fluxo sanguíneo, aproximadamente 20-25% do sangue 
que sai do ventrículo esquerdo do coração entra nos rins por meio das artérias renais. 
• Quando a artéria renal entra no rim, ela se divide em ramos menores até que milhares 
de minúsculas arteríolas sejam formadas. O restante do sangue, incluindo células 
sanguíneas, proteínas plasmáticas e moléculas grandes, deixa o glomérulo através 
da arteríola eferente e entra em uma segunda rede capilar, chamada de capilares 
peritubulares, que circunda os túbulos.
• Para que a vitamina D se torne ativa, ela deve sofrer uma reação de hidroxilação no 
rim, a vitamina D ativada é importante para a absorção de Ca++ no trato digestivo, 
sua reabsorção no rim e a manutenção de concentrações séricas normais de Ca++ e 
fosfato. A concentração de Ca++ inadequado leva a distúrbios como osteoporose e 
osteomalácia em adultos e raquitismo em crianças.
• Os íons de potássio também são trocados por íons de sódio, e essa troca é intensificada 
pela aldosterona, que é secretada pelo córtex adrenal. A aldosterona aumenta o sódio 
no sangue, que por sua vez aumenta a água do corpo à medida que a água segue 
o sal, aumentando a pressão arterial. Alguns fármacos podem ser eliminados por 
proteínas transportadoras que permitem a secreção do fármaco no lúmen do túbulo.
RESUMO DO TÓPICO 1
19
AUTOATIVIDADE
1 As porções superiores dos rins são um pouco protegidas pela décima primeira e 
décima segunda costelas. Cada rim pesa cerca de 125-175 g em homens e 115-155 
g nas mulheres. Eles têm cerca de 11 a 14 cm de comprimento, 6 cm de largura e 4 
cm de espessura, e são diretamente cobertos por uma cápsula fibrosa composta de 
tecido conjuntivo denso e irregular que ajuda a manter sua forma e protegê-los. Esta 
cápsula é coberta por uma camada de tecido adiposo absorvente de choque chamada 
de gordura renal, que por sua vez é envolvida por uma fáscia renal resistente. Sobre 
estas grandes áreas do conhecimento da anatomia humana, assinale a alternativa 
CORRETA:
a) ( ) O rim esquerdo está localizado próximo às vértebras T12 a L3, enquanto o direito 
é mais baixo devido ao leve deslocamento do fígado.
b) ( ) O rim esquerdo está localizado próximo às vértebras T12 a L3, e são localizados e 
pareados entre as costelas.
c) ( ) O rim esquerdo está localizado próximo às vértebras T12 a L3, enquanto o direito 
é mais alto devido ao alto deslocamento do fígado.
d) ( ) O rim esquerdo está localizado próximo às vértebras T13 a L4, enquanto o direito 
é mais baixo devido ao leve deslocamento do fígado.
2 Como resultado de sua estrutura especial, a parede glomerular atua como um ultrafiltro 
muito permeável à água. A pressão do sangue dentro do glomérulo força a água e 
os solutos dissolvidos com peso molecular inferior a 50.000 através da membrana 
capilar semipermeável e para o espaço de Bowman. Com base nas definições, analise 
as sentenças a seguir:
I- O restante do sangue, incluindo células sanguíneas, proteínas plasmáticas e moléculas 
grandes, deixa o glomérulo através da arteríola eferente.
II- E entra em uma rede linfática, chamada de linfonodos peritubulares, 
III- Que por fim circunda os túbulos renais.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
20
3 Os rins e os pulmões têm o papel crucial de regular o equilíbrio ácido-base. No rim, 
três mecanismos secretores desempenham um papel fundamental na manutenção 
da homeostase do pH sanguíneo. Esses três mecanismos dependem direta ou 
indiretamente da secreção tubular de ácido como íons hidrogênio (íons H+) e alguns 
da secreção ou reabsorção de álcali como íon bicarbonato (HCO3-). Diante disso, 
classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) Em condições de acidose sanguínea, os íons H+ são secretados em troca de íons 
sódio e bicarbonato.
( ) Também em condições de acidose, a amônia se difunde para o lúmen tubular e 
subsequentemente os íons sódio são reabsorvidos enquanto os íons amônio são 
excretados.
( ) Em condições sanguíneas de alcalose, a secreção tubular de H+ é minimizada e 
bicarbonato adicional é secretado do corpo. 
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) V – V – V.
4 A taxa de filtração glomerular é proporcional ao tamanho do corpo e, portanto, varia 
com a idade e o sexo. A taxa de filtração glomerular é um importante indicador 
da função renal e é usada para monitorar a progressão da doença renal. Pode ser 
calculada com testes de depuração ou através de uma taxa de filtração glomerular 
estimada e calculada. Disserte sobre esta área de filtração glomerular e cite de forma 
simples os valores de referências utilizados como referencias na avaliação da taxa de 
filtração glomerular.
5 A uretra masculina passapela próstata imediatamente inferior à bexiga antes de 
passar abaixo da sínfise púbica, o comprimento da uretra masculina varia entre os 
homens, mas tem uma média de 20 cm de comprimento. A uretra pré-prostática 
é muito curta e incorporada à parede da bexiga, a uretra prostática passa através 
da próstata. Durante a relação sexual, recebe espermatozoides através dos 
ductos ejaculatórios e secreções das vesículas seminais. As glândulas de Cowper 
emparelhadas (glândulas bulbouretrais) produzem e secretam muco na uretra para 
tamponar o pH uretral durante a estimulação sexual, o muco neutraliza o ambiente 
geralmente ácido e lubrifica a uretra, diminuindo a resistência à ejaculação. Neste 
contexto, disserte sobre as divisões da uretra.
21
METÓDOS DE COLETA
1 INTRODUÇÃO
A maioria das pessoas já precisou realizar uma análise de amostra de urina 
em algum momento de sua vida. A amostra pode ser analisada usando vários testes 
diferentes e estes podem ajudar os médicos a diagnosticar certas doenças ou monitorar 
seu progresso. Por exemplo, tiras de teste de urina podem mostrar se você tem uma 
infecção do trato urinário ou diabetes (HALL, 2021).
 
A cor, o odor e a quantidade de urina já podem indicar se algo está errado, por 
exemplo, alguém apresentar a urina muito escura e em pouca quantidade, pode ser um 
sinal de que não bebeu água o suficiente ou que seus rins não estão mais funcionando 
corretamente, urina turva ou escamosa pode ser um sinal de infecção do trato urinário 
e se a urina for de cor avermelhada, pode indicar a presença de sangue. Para saber 
mais, a urina precisa ser testada usando uma tira de teste ou ser realizado mais exames 
laboratoriais (FIGURA 7).
Figura 7 – Tira reagente para urina
UNIDADE 1 TÓPICO 2 - 
 
Fonte: https://img.freepik.com/free-vector/urine-test-disease-check-up-hospital-clinical-labora-
tory_87771-10493.jpg?w=740&t=st=1654265980~exp=1654266580~hmac=a58c97f2c12bdc9e-
857ddd4f63359f7b7edbbfb494ac0a12f3beb8a06b6224db. Acesso em: 30 jan. 2022.
 
22
2 OS DIFERENTES TIPOS DE ORGANIZAÇÃO DAS 
INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO
A coleta de amostras biológicas deve seguir várias padronizações com a 
finalidade de garantir a qualidade da amostra coletada, isso significa não contaminar a 
amostra com bactérias, ou transportá-la ou armazená-la inadequadamente. 
2.1 TIPOS DE AMOSTRA DE URINA
A urina é um tipo de amostra que pode ser facilmente coletada. O teste de 
urinálise pode fornecer ao médico informações valiosas sobre muitos sistemas do 
corpo, especialmente a função renal. O médico usa as informações do teste de urina 
para diagnosticar e tratar muitas doenças.
Tipos de amostras de urina:
• Amostra aleatória: amostra que é coletada a qualquer hora do dia. Geralmente usado 
apenas para triagem de rotina porque a composição da urina muda ao longo do dia.
• Primeira amostra: amostra se refere à primeira amostra da manhã. Esta amostra 
é coletada na primeira vez que o paciente urina pela manhã. A primeira amostra é 
a mais concentrada e a preferida para testes de gravidez, culturas bacterianas e 
exames microscópicos.
• Coleta de urina 24 horas: estas amostras são usadas quando o médico exige que as 
Os resultados do teste podem nos dizer, por exemplo, quanta proteína e creatinina 
estão na urina. Se o produto metabólico creatinina estiver abaixo dos níveis normais pode 
indicar que os rins não estejam funcionando adequadamente. Além disso, altos níveis de 
proteína na urina, conhecidos como proteinúria, podem ser causados por condições como 
insuficiência cardíaca, diabetes, inflamação da pelve renal, infecções do trato urinário, 
doença renal ou câncer renal (FRANCO et al., 2010; MOTTA; CORRÊA; MOTTA, 2004).
As drogas também podem ser detectadas na urina, visto que elas ficam por um 
tempo no nosso organismo após serem usadas. Dependendo do tipo de teste, a cannabis 
pode ser detectada até várias semanas após ser consumida, drogas como cocaína, ecstasy 
ou heroína podem aparecer nos resultados dos testes por até cinco dias, e mais, amostras 
de urina também podem ser usadas para testar atletas em testes antidoping, os quais 
podem fazer uso de substâncias proibidas que ajudem a melhorar o seu desempenho.
 
Como podemos perceber as mostras de urina podem dizer muito sobre a nossa 
condição de saúde, entretanto, o método de coleta é de suma importância para que os 
resultados sejam reais e indicar o verdadeiro resultado, quando fazemos a coleta evitamos 
o surgimento de falso positivo/negativo que são erros que acontecem por coleta realizada 
de maneira errada, neste tópico vamos falar sobre os métodos de coleta de urina para 
laboratório de análises clínicas (FRANCO et al., 2010 MOTTA; CORRÊA; MOTTA, 2004).
23
amostras de urina sejam colhidas em intervalos específicos durante o dia. Como as 
amostras de urina de vinte e quatro, elas são necessárias para testes de depuração 
de creatinina e muitos outros estudos hormonais.
• Coleta de amostra de jato médio: este tipo de amostra é coletado se a urina é coletada 
para a realização de exames de cultura bacterina ou usada para citologia.
• Amostra cateterizada: estas amostras são obtidas através da inserção de um 
cateter ou tubo flexível estéril na bexiga através da uretra para retirar a urina. Este 
procedimento é feito apenas por uma equipe treinada. 
2.1.1 Instruções de coleta
Amostra de rotina ou aleatória: o paciente recebe um recipiente de coleta não 
estéril e é instruído a coletar uma amostra de jato médio no recipiente. Este tipo de 
amostra é usado rotineiramente para urinálise e não pode ser usado para cultura e 
sensibilidade (FRANCO et al., 2010 MOTTA; CORRÊA; MOTTA, 2004).
Primeira amostra de urina: o paciente recebe um recipiente de urina para levar 
para casa e é instruído a coletar a primeira amostra da urina pela manhã. Como a urina 
não é estável, a amostra deve ser devolvida ao laboratório dentro de uma hora após a 
coleta, porém, se isso não for possível, a amostra deve ser refrigerada até que possa 
ser testada (FRANCO et al., 2010 MOTTA; CORRÊA; MOTTA, 2004).
Coleta de urina 24 horas: as amostras são coletadas ao longo de todo o dia até 
completar as 24 horas necessárias. 
• O paciente recebe um recipiente grande (aproximadamente um galão) que é rotulado 
com o nome do paciente e é fornecido um espaço para escrever o intervalo de coleta 
(horário de início e término das coletas).
• Antes da emissão do recipiente para a coleta de urina 24 horas, o tipo de teste 
solicitado é verificado quanto aos requisitos de preservação. Essas informações 
podem ser encontradas no manual de coleta de amostras do laboratório e qualquer 
adição de algum líquido preservativos necessária é feita por um técnico. 
• As amostras de urina de 24 horas também geralmente precisam ser refrigeradas 
durante o período de coleta. Esta informação deve constar no rótulo do recipiente 
entregue ao paciente.
• O teste geralmente começa pela manhã. O paciente é orientado a esvaziar toda 
a bexiga e descartar a primeira urina no vaso sanitário e registrar na etiqueta do 
recipiente, nas próximas 24 horas, toda a urina deve ser coletada e guardada no 
recipiente.
• No dia seguinte, no mesmo horário em que o teste começou, o paciente deverá 
coletar toda a urina no recipiente e registrar o horário de término do teste. O paciente 
deve ser instruído a evitar a contaminação fecal da amostra.
• A amostra de urina de 24 horas é levada ao laboratório o mais breve possível, após o 
término do período de coleta.
24
2.2 TÉCNICAS PARA COLETA DE AMOSTRA 
Caso seja solicitado uma coleta de urina limpa, é necessário que a amostra de 
urina esteja livre da maioria dos germes que normalmente são encontrados na pele 
do sistema urinário. Isso é importante para evitar a contaminação da amostra de urina 
com bactérias que normalmente estão presentes na uretra (RSBPC, 2017). 
Essas técnicas são usadas em exames de urina de rotina, cultura de urina ou 
outro exame de urina testes que requeremamostras de urina estéril para resultados 
precisos. Seguem as recomendações para as coletas de urina masculino e feminino 
(RSBPC, 2017; FRANCO et al., 2010 MOTTA; CORRÊA; MOTTA, 2004).
2.2.1 Coleta de amostra masculina
• Lave bem as mãos com água e sabão.
• Se necessário, retraia o prepúcio para longe da abertura do canal urinário.
• Use lenços umedecidos para limpar a cabeça do pênis, incluindo a abertura uretral.
• Elimine o primeiro jato e depois pare. Espere até que o fluxo de urina esteja bem 
estabelecido antes de parar.
• Posicione o recipiente vazio no caminho do fluxo de urina.
• Reinicie o fluxo de urina, isso permitirá a coleta do jato médio da urina.
• Aperte bem a tampa do recipiente e evite tocar dentro do recipiente.
• Certifique-se de que o recipiente seja identificado o seu nome e data de nascimento.
• Leve a amostra de urina coletada ao laboratório. 
• Se você tiver alguma dúvida, sinta-se à vontade para perguntar aos funcionários do 
laboratório (RSBPC, 2017).
2.2.2 Coleta da amostra feminina
• Lave bem as mãos com água e sabão.
• Se estiver menstruada, insira um absorvente interno novo para parar o fluxo.
• Separe as dobras cutâneas ao redor do trato urinário e higienize a área no sentido da 
frente para trás. 
• Elimine o primeiro jato e depois pare. Espere até que o fluxo de urina esteja bem 
estabelecido antes de parar.
• Posicione o recipiente vazio no caminho do fluxo de urina.
• Reinicie o fluxo de urina, isso permitirá a coleta do jato médio da urina.
• Aperte bem a tampa do recipiente e evite tocar dentro do recipiente.
• Certifique-se de que o recipiente seja identificado o seu nome e data de nascimento.
• Leve a amostra de urina coletada ao laboratório. 
• Se você tiver alguma dúvida, sinta-se à vontade para perguntar aos funcionários do 
laboratório (RSBPC, 2017).
25
2.2.3 Amostra de cateter
Estas amostras são coletadas apenas por uma equipe treinada, todas as 
amostras de urina devem ser prontamente enviadas ao laboratório, as amostras 
(Figura 8) devem conter etiquetas de identificação do paciente, data da coleta, equipe 
de coleta e médico solicitante (RSBPC, 2017).
Figura 8 – Urina coletada 
 
FONTE: https://img.freepik.com/free-photo/close-up-male-s-hand-holding-container-with-urine-sam-
ple_171337-1523.jpg?w=740&t=st=1654265998~exp=1654266598~hmac=5b5e1bfc7909fe-
3414a5d0c831b6203c2f20872654c72db374307224676c0cac. Acesso em: 30 jan. 2022.
3 COLETA DE AMOSTRA DE SÊMEN 
Se o casal está tendo problemas para engravidar, um dos primeiros testes que 
o médico provavelmente pedirá é uma análise de sêmen.
Embora homens e mulheres possam ter problemas reprodutivos, problemas 
com a fertilidade masculina podem desempenhar um papel em até metade de todos 
os casos de infertilidade. A infertilidade masculina, muitas vezes, é causada pela baixa 
produção de esperma (FRANCO et al., 2010 MOTTA; CORRÊA; MOTTA, 2004; TREVEDI, 
2014).
Outra razão pela qual os homens precisarão de uma análise de sêmen é para 
se ter certeza de que uma vasectomia (um procedimento para prevenir a gravidez) 
foi bem-sucedida, geralmente é feito de 8 a 16 semanas após a cirurgia para ver se o 
homem ainda está produzindo esperma saudável.
Não é incomum se sentir um pouco desconfortável ao coletar uma amostra de 
26
sêmen para análise de espermograma. Muitos homens descrevem a experiência como 
estranha e até um pouco embaraçosa, uma vez que, as condições podem ser menos 
do que ideais, visto que o teste está sendo realizado “sob demanda”, provavelmente 
em um ambiente anônimo e estéril, com toda a equipe da clínica ciente do que está 
fazendo, sendo que normalmente é algo privado (FRANCO et al., 2010; MOTTA; CORRÊA; 
MOTTA, 2004). 
3.1 CUIDADOS INICIAIS
Inicialmente será necessário o homem se abster de qualquer atividade sexual 
por pelo menos dois dias, mas não mais de cinco a sete dias antes de sua amostra 
ser coletada, isso significa sem sexo ou sem ejaculação de qualquer tipo, incluindo 
masturbação. O tempo médio de abstinência são 3 a 7 dias e cada laboratório tem 
seus próprios critérios, portanto, é importante verificar as exigências diretamente com 
o laboratório onde será realizado o exame (NASCIMENTO et al., 2018). 
O tempo é um fator importante, pois períodos mais longos ou mais curtos de 
abstinência podem resultar em uma menor contagem ou diminuição da motilidade ou 
movimento dos espermatozoides. Amostras produzidas após dois dias de abstinência 
geralmente terão o maior número de espermatozoides móveis com a maior velocidade 
de avanço quando comparadas às amostras produzidas após períodos mais curtos ou 
mais longos de abstinência. 
Alguns homens pensam em guardar todo o seu esperma (Figura 9) para o dia 
do teste, é o preferível, porém esperar muito tempo até a ejaculação é um grande erro, 
pois o esperma mais velho começa a morrer se as ejaculações não forem frequentes, 
a porcentagem de esperma vivo diminui com o aumento da abstinência (MOTTA; 
CORRÊA; MOTTA, 2004).
Figura 9 – Amostra de espermatozoides 
 
FONTE: https://img.freepik.com/free-photo/3d-render-medical-abstract-showing-sperm-meeting-egg-
-cell_1048-6290.jpg?w=740&t=st=1654266024~exp=1654266624~hmac=039265fb09123c37f-
c383b2447d6deca8a20a2253919461c08c98a2d17811ce7. Acesso em: 30 jan. 2022.
27
Também precisará desistir de alguns hábitos (potencialmente) prejudiciais, 
como limitar o fumo, a bebida e, claro, as drogas durante os 10 dias anteriores à coleta 
de esperma (FRANCO et al., 2010).
3.1.1 Coleta de sêmen em casa
Uma amostra pode ser coletada em casa em circunstâncias excepcionais, 
como a incapacidade demonstrada de produzir uma amostra por masturbação na 
clínica ou a falta de instalações adequadas perto do laboratório.
O homem deve receber instruções claras, orais ou por escrito e faladas, sobre 
a coleta e o transporte da amostra de sêmen. As instruções devem enfatizar que 
a amostra de sêmen precisa ser completa, ou seja, que todo o ejaculado deve ser 
coletado, incluindo a primeira porção, rica em espermatozoides, e que o homem deve 
relatar qualquer perda de qualquer fração da amostra. Deve ser anotado no relatório se 
a amostra estiver incompleta.
O homem deve receber um recipiente pré-identificado, etiquetado com o 
seu nome e seu número de identificação, registrar o tempo de produção de sêmen e 
entregar a amostra ao laboratório dentro de uma hora após a coleta.
 Durante o transporte para o laboratório, a amostra deve ser mantida entre 20 
°C e 37 °C. O resultado laboratorial deve mencionar que a amostra foi coletada em casa 
ou em outro local fora do laboratório.
Uma amostra pode ser coletada em um preservativo durante a relação sexual 
somente em circunstâncias excepcionais, como a incapacidade demonstrada de 
produzir uma amostra por meio da masturbação. Somente preservativos especiais não 
tóxicos projetados para coleta de sêmen devem ser usados; tais preservativos estão 
disponíveis comercialmente.
O homem deve receber informações do fabricante sobre como usar o 
preservativo, fechá-lo e enviá-lo ou transportá-lo para o laboratório, o homem deve 
registrar o tempo de produção de sêmen e entregar a amostra ao laboratório dentro de 
uma hora após a coleta (FRANCO et al., 2010; MOTTA; CORRÊA; MOTTA, 2004).
3.2 COLETA DE AMOSTRA DE SÊMEN
A masturbação é, provavelmente, a maneira como será realizada a coleta da 
amostra de sêmen, e a maioria dos laboratórios recomenda que a ejaculação seja 
diretamente em um copo de coleta fornecido sem o uso de preservativo, entretanto, 
caso seja necessário o uso do preservativo, o próprio laboratório (Figura 10) fornecerá um 
preservativo especial para coleta de sêmen (que não contém substância espermicida). 
28
Se o homem tiver infertilidade masculina grave, resultando em poucos ou 
nenhum esperma, pode ser necessário um procedimento cirúrgico, como aspiração 
microcirúrgica de espermatozoides do epidídimo ou aspiração de espermatozoides 
testiculares. 
Figura 10 – Análise do espermograma
 
FONTE: https://images.unsplash.com/photo-1562789233-495f52b583dd?ixlib=rb-1.2.1&ixid=MnwxMjA-

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