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Estudos de casos – Gestão e Fiscalização de Contratos •Sandro Bernardes • Auditor do Tribunal de Contas da União 1 - Caso: a área jurídica recomendou a um gestor uma determinada decisão quanto ao processo de contratação. Este, contudo, desconsiderou a proposta e determinou o prosseguimento do processo. Isso pode ser considerado "erro grosseiro" imputável à aludida autoridade? Sim. Jurisprudência do TCU Para fins de responsabilização perante o TCU, pode ser tipificada como erro grosseiro (art. 28 do Decreto-lei 4.657/1942 - Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro) a decisão do gestor que desconsidera, sem a devida motivação, parecer da consultoria jurídica do órgão ou da entidade que dirige. Tal conduta revela desempenho aquém do esperado do administrador médio, o que configura culpa grave, passível de multa. Acórdão 1264/2019-P 2 - Caso: Criação de compromisso de terceiros em contratação pública. Suponha a seguinte situação – o órgão que você trabalha deseja contratar uma empresa para gerenciar, controlar e fornecer combustíveis. Para sso, no intuito de garantir a segurança da contratação, a equipe de planejamento sugeriu que fossem exigidos alvarás de funcionamento da rede de postos da rede credenciada. Isso seria possível? Não. Jurisprudência do TCU (...) as exigências constantes das cláusulas 5.1.1 e 5.1.2 do termo de referência implicam envolver indevidamente terceiros alheios à relação contratual firmada entre o órgão contratante e a gerenciadora dos cartões, já que se exigem, como condição de contratação, alvarás de postos que integrarão a rede credenciada. Acórdão 1498/2020-P 3 - Caso: Prorrogação de contratos de serviços continuados. Analise a seguinte situação: Uma instituição pública deseja prorrogar um contrato de serviços contínuos e, ao assim proceder, encontra restrição (declaração de inidoneidade) aplicada à empresa. Seria possível prorrogar o contrato em questão? Não. Jurisprudência do TCU É indevida a prorrogação de contrato de prestação de serviços contínuos celebrado com sociedade empresária que, na vigência do contrato, seja declarada inidônea para contratar com a Administração (art. 46 da Lei 8.443/1992) ou que tenha os efeitos dessa sanção a ela estendidos. Se a contratada deve manter os requisitos de habilitação durante a execução do contrato (art. 55, inciso XIII, da Lei 8.666/1993) deve, por consequência, deter essa condição quando da sua prorrogação. Acórdão 1246/2020-P 4 - Caso: pagamento por postos de serviços Ainda é possível o pagamento por postos de serviços, em contratos de terceirização? Sim, é. Com alguns cuidados. Jurisprudência do TCU Na contratação de prestação de serviços em que, pelas características do objeto, seja adotada a remuneração por horas trabalhadas, em detrimento da remuneração por resultados ou produtos, a Administração deve providenciar o detalhamento do grau de qualidade exigido em relação aos serviços e fazer a prévia estimativa da quantidade de horas necessárias à sua execução. A ausência de previsões desse tipo conduz ao risco de remuneração pela ineficiência (paradoxo lucro-incompetência). Acórdão 1262/2020-P 5 - Caso: é possível a participação de empresas em recuperação judicial em processos licitatórios? Sim, é. Com alguns cuidados. Jurisprudência do TCU Em suas licitações, é possível a participação de empresa em recuperação judicial, desde que amparada em certidão emitida pela instância judicial competente, que certifique que a interessada está apta econômica e financeiramente a participar de procedimento licitatório nos termos da Lei 8.666/1993“ Acórdão 1201/2020-P 6 - Caso: foi denunciado que teriam contratados terceirizados para atividades acessórias relativas às atividades dos servidores de carreira de um órgão. Essa denúncia merece prosperar? Não, desde que não se trate de atividades inerentes ao plano de cargos e carreiras da instituição. Jurisprudência do TCU É possível a contratação da execução indireta da prestação dos serviços acessórios ou complementares realizados por servidores efetivos da área técnica da Fundação Nacional da Saúde, nos termos da IN MPDG 5/2017 e do Decreto 9.507/2018, desde não estejam presentes, na relação entre o pessoal da prestadora de serviço e a Administração Pública, as características da pessoalidade e da subordinação, próprias da relação empregatícia, e não se incorra nas vedações do art. 3º do mencionado decreto, (...)
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