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AULA 25

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Estudos de casos –
Gestão e Fiscalização 
de Contratos
•Sandro Bernardes
• Auditor do Tribunal de Contas da União
1 - Caso: a área jurídica
recomendou a um gestor uma
determinada decisão quanto ao
processo de contratação. Este,
contudo, desconsiderou a
proposta e determinou o
prosseguimento do processo.
Isso pode ser considerado "erro
grosseiro" imputável à aludida
autoridade?
Sim. 
Jurisprudência do TCU
Para fins de responsabilização perante o TCU, pode ser
tipificada como erro grosseiro (art. 28 do Decreto-lei
4.657/1942 - Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro) a decisão do gestor que desconsidera, sem a
devida motivação, parecer da consultoria jurídica do órgão
ou da entidade que dirige. Tal conduta revela desempenho
aquém do esperado do administrador médio, o que
configura culpa grave, passível de multa.
Acórdão 1264/2019-P
2 - Caso: Criação de compromisso
de terceiros em contratação pública.
Suponha a seguinte situação – o órgão
que você trabalha deseja contratar uma
empresa para gerenciar, controlar e
fornecer combustíveis. Para sso, no
intuito de garantir a segurança da
contratação, a equipe de planejamento
sugeriu que fossem exigidos alvarás de
funcionamento da rede de postos da
rede credenciada. Isso seria possível?
Não. 
Jurisprudência do TCU
(...) as exigências constantes das cláusulas 5.1.1 e 5.1.2
do termo de referência implicam envolver indevidamente
terceiros alheios à relação contratual firmada entre o
órgão contratante e a gerenciadora dos cartões, já que se
exigem, como condição de contratação, alvarás de postos
que integrarão a rede credenciada.
Acórdão 1498/2020-P
3 - Caso: Prorrogação de
contratos de serviços
continuados.
Analise a seguinte situação: Uma
instituição pública deseja prorrogar
um contrato de serviços contínuos e,
ao assim proceder, encontra
restrição (declaração de
inidoneidade) aplicada à empresa.
Seria possível prorrogar o contrato
em questão?
Não. 
Jurisprudência do TCU
É indevida a prorrogação de contrato de prestação de serviços
contínuos celebrado com sociedade empresária que, na vigência do
contrato, seja declarada inidônea para contratar com a Administração
(art. 46 da Lei 8.443/1992) ou que tenha os efeitos dessa sanção a ela
estendidos. Se a contratada deve manter os requisitos de habilitação
durante a execução do contrato (art. 55, inciso XIII, da Lei
8.666/1993) deve, por consequência, deter essa condição quando da
sua prorrogação.
Acórdão 1246/2020-P
4 - Caso: pagamento por
postos de serviços
Ainda é possível o
pagamento por postos de
serviços, em contratos de
terceirização?
Sim, é. Com alguns cuidados. 
Jurisprudência do TCU
Na contratação de prestação de serviços em que, pelas
características do objeto, seja adotada a remuneração por horas
trabalhadas, em detrimento da remuneração por resultados ou
produtos, a Administração deve providenciar o detalhamento do
grau de qualidade exigido em relação aos serviços e fazer a
prévia estimativa da quantidade de horas necessárias à sua
execução. A ausência de previsões desse tipo conduz ao risco de
remuneração pela ineficiência (paradoxo lucro-incompetência).
Acórdão 1262/2020-P
5 - Caso: é possível a
participação de empresas
em recuperação judicial
em processos licitatórios?
Sim, é. Com alguns cuidados. 
Jurisprudência do TCU
Em suas licitações, é possível a participação de empresa em
recuperação judicial, desde que amparada em certidão emitida
pela instância judicial competente, que certifique que a
interessada está apta econômica e financeiramente a participar
de procedimento licitatório nos termos da Lei 8.666/1993“
Acórdão 1201/2020-P
6 - Caso: foi denunciado que
teriam contratados
terceirizados para atividades
acessórias relativas às
atividades dos servidores de
carreira de um órgão. Essa
denúncia merece prosperar?
Não, desde que não se trate de atividades inerentes ao 
plano de cargos e carreiras da instituição. 
Jurisprudência do TCU
É possível a contratação da execução indireta da prestação dos
serviços acessórios ou complementares realizados por servidores
efetivos da área técnica da Fundação Nacional da Saúde, nos
termos da IN MPDG 5/2017 e do Decreto 9.507/2018, desde não
estejam presentes, na relação entre o pessoal da prestadora de
serviço e a Administração Pública, as características da
pessoalidade e da subordinação, próprias da relação
empregatícia, e não se incorra nas vedações do art. 3º do
mencionado decreto, (...)

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