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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL Departamento de Estruturas RESUMO DE MECÂNICA DOS SÓLIDOS II Prof. Dr. Nilson Tadeu Mascia PED: Elias Antonio Nicolas Bruno Fernandes (Rev. 2017) PAD: Bianca Lopes de Oliveira Renato Saldanha Victor (Rev. 2008, 2009) Campinas, 2006 (Revisão 2017) DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 2 SUMÁRIO Introdução ..................................................................................................................................................... 4 1. Flexão geral .............................................................................................................................................. 5 1.1 Geometria das massas ......................................................................................................................... 5 1.1.1 Momentos de segunda ordem .......................................................................................................... 5 1.1.2 Rotação dos eixos (u,v) ................................................................................................................... 6 1.1.3 Círculo de Mohr .............................................................................................................................. 7 1.1.4 Exercícios ........................................................................................................................................ 8 1.2 Tensões Normais à Seção Transversal ............................................................................................. 11 1.2.1 Flexão Pura .................................................................................................................................... 11 1.2.2 Flexão Oblíqua Pura ...................................................................................................................... 12 1.2.3 Exercícios ...................................................................................................................................... 14 1.2.4 Flexão Composta ........................................................................................................................... 17 1.2.5 Flexão Oblíqua Composta ............................................................................................................. 17 1.2.6 Exercícios ...................................................................................................................................... 18 1.2.7 Núcleo central de figuras planas .................................................................................................... 19 1.2.8 Exercícios ...................................................................................................................................... 20 2. Torção ..................................................................................................................................................... 21 2.1 Torção em barras de seção circular .................................................................................................. 21 2.1.1 Tensões de cisalhamento – Lei de Hooke ...................................................................................... 22 2.1.2 Cálculo do giro relativo (φ): .......................................................................................................... 24 2.2 Seção circular de parede espessa (grossa) ........................................................................................ 25 2.3 Seção circular de parede fina (delgada) ............................................................................................ 26 2.4 Exemplo de Diagramas de Momento Torsor .................................................................................... 27 2.4.1 Exercícios ...................................................................................................................................... 27 2.4.2 Momento de torção uniformemente distribuído (m): ..................................................................... 28 2.4.3Momento de torção linearmente distribuído (m): ........................................................................... 28 2.5 Exercícios ......................................................................................................................................... 29 2.6 Torção em barras de seção qualquer ................................................................................................. 31 2.6.1 Deformação φ (rotação elástica) .................................................................................................... 34 2.6.2 Exercícios ...................................................................................................................................... 36 2.7 Analogia de membrana ..................................................................................................................... 36 2.7.1 Torção em seções celulares ........................................................................................................... 38 2.7.2 Exercícios ...................................................................................................................................... 39 3. Centro de Cisalhamento em Seções Simétricas ...................................................................................... 42 3.1 Tensões tangenciais nas seções delgadas abertas ............................................................................. 42 3.2 Centro de cisalhamento em seções delgadas simétricas ................................................................... 47 3.3 Exercícios ......................................................................................................................................... 49 4. Teoria das tensões .................................................................................................................................. 53 4.1 Estado simples (linear/unidimensional) de tensão ............................................................................ 55 4.1.1 Círculo de Mohr ............................................................................................................................ 56 4.2 Estado plano (duplo/bidimensional) de tensões ................................................................................ 57 4.2.1 Círculo de Mohr ............................................................................................................................ 58 4.2.2 Tensões principais ( 1 2): ........................................................................................................... 58 4.3 Exercícios ......................................................................................................................................... 59 5. Teoria das deformações .......................................................................................................................... 64 5.1 Coeficiente de Poisson: .................................................................................................................... 64 5.2 Lei de Hooke: ................................................................................................................................... 64 5.3 Exercícios ......................................................................................................................................... 66 6. Energia de Deformação .......................................................................................................................... 70 6.1 Definição .......................................................................................................................................... 71 6.2 Cálculopelas tensões ........................................................................................................................ 71 6.3 Cálculo pelos esforços solicitantes ................................................................................................... 73 6.4 Cálculo pelas cargas (Teorema de Clapeyron) ................................................................................. 74 DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 3 6.5 Teorema de Maxwell ........................................................................................................................ 74 6.6 Teorema de Castigliano .................................................................................................................... 76 6.7 Teorema de Menabrea ...................................................................................................................... 78 6.8 Exercícios ......................................................................................................................................... 79 7. Critérios de Resistência .......................................................................................................................... 84 7.1 Estados Limites ................................................................................................................................ 84 7.2 Critérios de resistência ..................................................................................................................... 84 7.2.1 Critério de Rankine (critério da maior tensão normal) .................................................................. 85 7.2.2 Critério de Tresca (critério da maior tensão de cisalhamento) ...................................................... 85 7.2.3 Critério de Saint Venant (critério de maior deformação normal): ................................................. 86 7.2.5 Critério de Mohr: ........................................................................................................................... 86 7.2.6 Critério de Coulomb: ..................................................................................................................... 87 7.2.7 Critério da Energia de Distorção (critério de Von Mises): ............................................................ 88 7.3 Exercícios ......................................................................................................................................... 91 8. Flambagem ............................................................................................................................................. 94 8.1 Teoria de 1ª ordem ............................................................................................................................ 94 8.2 Teoria de 2ª ordem ............................................................................................................................ 95 8.3 Teoria de 3ª ordem ............................................................................................................................ 95 8.4 Método de equilíbrio ........................................................................................................................ 95 8.5 Barra bi-articulada (articulada-articulada) ........................................................................................ 96 8.6 Comprimento de flambagem (lfl) ou comprimento crítico (lcr) ......................................................... 96 8.7 Contraventamentos ........................................................................................................................... 97 8.8 Raio de giração (i) ............................................................................................................................ 98 8.9 Índice de esbeltez (i) ......................................................................................................................... 98 8.10 Tensão de flambagem ou crítica ..................................................................................................... 98 8.11 Flambagem elástica e plástica ........................................................................................................ 98 8.12 Exercícios ....................................................................................................................................... 99 9. Referências Bibliográficas .................................................................................................................... 102 DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 4 Introdução Esta apostila tem por objeto dar ao aluno que frequenta o curso de Mecânica dos Sólidos II (CV511) um material que o auxilie no acompanhamento das aulas regulares. Não tem por meta substituir outras apostilas ou livros de Mecânica dos Sólidos ou Resistência dos Materiais. Constitui-se como notas de um caderno de um aluno, com a colocação de alguns exemplos adicionais. DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 5 1. Flexão geral 1.1 Geometria das massas 1.1.1 Momentos de segunda ordem Sendo e eixos centrais de inércia. Momentos de inércia centrais: 2 2 Produto de inércia: 2 2 2 2 2 2 2 Momento estático S = 0 em relação ao c.g. 2 c 2 c Sendo “ ” e “c” coordenadas do c.g. em relação ao sistema ( ). DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 6 1.1.2 Rotação dos eixos (u,v) Matriz de transformação de coordenadas: u v cos sen sen cos u cos sen v sen cos u v 2 u ( sen cos ) 2 u 2 sen2 2 cos2 2 sen cos u sen 2 cos 2 2 sen cos v u 2 ( cos sen )2 v cos 2 sen 2 2 sen cos uv uv ( cos sen )( sen cos ) uv sen cos ( cos 2 sen 2 ) Utilizando Arcos duplos: sen 2 2 sen cos cos2 sen 2 cos 2 cos2 sen 2 1 Tem-se: u 2 2 cos 2 sen2 v 2 2 cos 2 sen2 DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 7 uv 2 sen2 cos 2 u 2 2 2 cos 2 sen2 2 uv 2 2 sen2 cos 2 2 u 2 2 uv 2 2 2 2 Pela equação da circunferência: 2 2 2 Com: osição do centro 1.1.3 Círculo de Mohr I1 = momento de inércia máximo I2 = momento de inércia mínimo. Em I1 e I2 tem-se: Iuv = 0. uv2 sen2 cos 2 tg2 2 Propriedade: u v 1 2 Valores de I1 e I2: 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 8 1.1.4 Exercícios 1) Calcular os momentos principais (I1 e I2) de inércia e suas direções ( 1 e 2). 2) Calcular os momentos principais (I1 e I2) de inércia e suas direções ( 1 e 2). 3) Calcular os momentos principais (I1 e I2) de inércia e suas direções ( 1 e 2). 4) Calcular os momentos principais (I1 e I2) de inércia e suas direções ( 1 e 2) DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 9 Resolução do Exercício 4: Divisão da seção em áreas: Centro de gravidade (c.g.): i i i 1 1 11 12 (1 11 12) cm i i i 1 11 12 (1 11 12) cm Momento de inércia de cada seção: Área 1: 1 1 12 1 cm 1 1 12 1 cm DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 10 1 seção retangular Rotação dos eixos da área 1: 1 u 2 2 cos 2 sen2 1 2 cos ( ) cm 1 v 2 2 cos 2 sen2 1 2 cos ( ) cm 1 uv 2 sen2 cos 2 1 2 sen( ) cm Área 2: 2 11 12 12 cm 2 11 12 cm 2 seção retangular Área 3: 12 12 2 cm 12 12 1 cm seção retangular Momento de inércia total: 2 1 12 1 2 11 2 2 12 1 cm 2 2 1 12 2 11 1 2 12 1 2 cm 2 1 ( 12) 1 11 12 cm Direções principais: tg2 2 2 1 2 1 12 2 1 2 2 Momentos principais de inércia: 1 2 2 2 2 2 1 2 1 1 2 2 1 1 2 2 2 ( ) 2 DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 11 1 cm 2 1 cm 1.2 Tensões Normais à Seção Transversal 1.2.1 Flexão Pura Seja: Tem-se a Flexão Pura - quando atua apenas o momento fletor (N=V=0). Considera-se as seguintes hipóteses: 1. A distribuição da tensão normal na seção é linear. 2. O material é isotrópico e segue a lei de Hooke ( ). 3. As seções planas permanecem planas após o carregamento. Tensão ( ): Da hipótese (1): (variação linear) onde constante Sabe-se que: O que resulta em: Sabemos que: DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 12 Assim: 2 2 2 Como: e Desta forma, tem-se que: 1.2.2 Flexão Oblíqua Pura Neste caso o lano de cargas é inclinado de um ângulo θ em relação ao lano vertical. O vetor momento é inclinado do mesmo ângulo em relação ao eixo z. Essa flexão é tratada como a superposição de duas flexões normais (Mz e My): cosθ senθ A tensão normal será: Onde: DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 13 Logo: Sabe-se que: ( ) ( 2 ) ( 2) ( ) 2 ( ) ( 2 ) ( 2) ( ) 2 Como o sistema yz é central de inércia, ou seja, u v (momentos principais de inércia), tem-se: uv v v v v u u u u Assim: u v v v u u u v A linha neutra é o lugar geométrico dos pontos da seção transversal onde as tensões normais são nulas. v v u u u v v v u u v u Sendo: u senθ v cosθ Substituindo: v cosθ senθ u v u v 1 tgθ u v u DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 14 Essa é a equação da linha neutra. v 1 tgθ u v u Se: tg 1 tgθ u v v tg u 1.2.3 Exercícios 1) Calcular os valores extremos de tensão (tração e compressão) que surgirão na viga. O peso próprio é desprezado. A carga P é vertical e passa pelo c.g. da seção. Dados: 12 .1 cm 1. 2 cm e 1 . cm . 2) Qual deve ser o valor do momento fletor admissível num plano que forma com o eixo y um ângulo de ? Dados: 1 cm 2 cm - cm e 1 tf cm2. DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 15 3) Determinar na seção crítica a linha neutra e calcular a flecha máxima em A. 2 tf cm2. Resolução do exercício 1 Calcular os valores extremos de (tração e compressão) que surgirão na viga. O peso próprio é desprezado. A carga P é vertical e passa pelo c.g. da seção. Dados: 12 .1 cm 1. 2 cm e 1 . cm . Solução: a) Características Geométricas Cálculo do CG: Como a seção é simétrica a posição do c.g. é óbvia. Momentos Totais de Inércia e suas direções: DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 16 tg2 2 2 1 1 2 12 1 2 1 2 2 2 2 2 1 2 cm 2 2 cm Eixos u e v: u 2 2 cos 2 sen2 u 2 cm u 2 v 1 b) Tensões Pela regra da mão direita temos: u u v v v u Onde: θ 2 u senθ tf.cm v cosθ 1 1 1 tf.cm 2 v 1 1 1 2u Para a Linha Neutra = 0 2 v 1 1 1 2 u Podemos calcular a LN de duas formas: Admitindo pontos na equação de tensão: u v v 1 v 2 Pelo cálculo do ângulo: v tg u DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 17 tg 1 tgθ u v Para a obtenção dos pontos mais solicitados será necessário fazer uma mudança de base, onde será utilizado a matriz de transformação: u v cos sen sen cos Ponto A: 2 cm u 2 1 cm 1 1 cm 2 1 1 1 1 1 2 ( 2 1) tf cm2 Ponto B: 2 cm u 2 1 cm 1 1 cm 2 1 1 1 1 1 2 2 1 tf cm2 ssim os valores e tremos de são: C tf cm 2 tf cm 2 1.2.4 Flexão Composta Quando atuam no trecho o momento e a força axial (F). Neste caso, tem-se: Flexo-compressão (F < 0); Flexo-tração (F > 0). Na flexão composta tem-se a excentricidade (e). Quando e = 0 tem-se a flexo- compressão ou flexo-tração centrada. Quando não for igual a 0, deve-se considerar a excentricidade. 1.2.5 Flexão Oblíqua Composta Neste caso, tem-se duas excentricidades: eu=excentricidade em relação ao eixo u. ev=excentricidade em relação ao eixo v. v v u u u v Superposição de efeitos: DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 18 Nesse caso: u senθ e senθ eu v cosθ e cosθ ev Linha Neutra: v v u u u v 1 e cosθ v u e senθ u v v u e senθ tg u v cte tg u cte a lin a neutra não assa elo c.g. 1.2.6 Exercícios 1) Calcular F, sendo c gf cm 2 e t 1 gf cm 2 . Dados: 1 . cm . cm -2 . 2 cm e cm2. 2) Determinar a carga admissível P sabendo que c 12 gf cm 2 t gf cm 2 e l. Dados: 1 . cm e 1 . cm - . 1 cm . 3) Traçar o diagrama de tensões normais na situação mais crítica. Dados: 1 . 2 cm e . cm -1 . 2 cm 1 e m. DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 19 4) Determinar a posição e o valor de uma carga P de tração que provoca a linha neutra indicada na figura abaixo. A tensão no ponto A vale 1 gf cm 2 . 1.2.7 Núcleo central de figuras planas É a região da seção transversal onde aplicada uma força normal, sua linha neutra não corta a seção. Como consequência, a seção só terá tensões de um mesmo sinal (compressão ou tração) de acordo com o sinal da força. É importante para materiais com baixa resistência a tração (murros de arrimo, chaminés, pilares, etc). Determinação do núcleo central: v v u Com: u ev ev v u Linha neutra: ev v u 1 ev v u u v ev Observações: i. Cada figura plana tem seu núcleo central que não depende de N. ii. A cada par de lados consecutivos do polígono circunscrito corresponderá a um lado do polígono que constitui o núcleo central. DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 20 iii. O ponto de aplicação de N e a LN consequente ficam em semiplanos opostos delimitados pelos eixos centrais (antipolos da LN). iv. O núcleo central terá tantos lados quantos forem os lados (ou vértices) do polígono convexo circunscrito. 1.2.8 Exercícios 1) Traçar o núcleo central para a seção da figura abaixo. 2) Traçar o núcleo central para a seção da figura abaixo. Dados: 2 cm2 u 1.22 .1 1 cm v . 1 cm e - . DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 21 2. Torção 2.1 Torção em barras de seção circular Seja uma barra de seção circular engastada numa extremidade e solicitada na extremidade livre por um momento torsor Mt. No engastamento, surgirá um momento de mesmo valor com sentido oposto. Na deformação elástica, cada seção da barra terá uma rotação (ângulo de torção). arecerá assim em cada seção da arra tensões de cisal amento . Hipóteses básicas: i. As tensões de cisalhamento estão dirigidas perpendicularmente ao raio e seus valores são proporcionais ao mesmo. r r a (2.1) ii. As seções executam rotações elásticas como se fossem corpos rígidos. Seja: DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 22 A tensão aplicada na face 34, e a mesma tensão (reativa) na face oposta 12 são insuficientes para equilibrar o elemento porque as duas forças provocadas por elas formam um binário. Assim, devem existir tensões longitudinais de cisalhamento ( l). O Teorema de Cauchy diz que as tensões em planos perpendiculares são iguais. r t l r t l 2.1.1 Tensões de cisalhamento – Lei de Hooke Após a aplicação do momento torsor Mt, os pontos 3 e 4 passarão a ocupar as osições ’ e ’ devido a distorção . No caso da flexão, a tensão normal é: Analogamente, na torção, a tensão de cisalhamento será: (2.2) Onde G é o módulo de elasticidade transversal. Para materiais isotrópicos, podemos facilmente determinar o módulo de elasticidade transversal, conforme mostrado na equação abaixo: 2(1 ) Onde é o coeficiente de Poisson. Para exemplificar, temos os seguintes valores para o aço: 21 . a . a DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 23 De 2.1 e 2.2 tem-se: r r a Obtém-se o momento torsor Mt, calculando-se o momento resultante das forças elementares aplicadas na seção. Em um anel circular (figura abaixo) de espessura r, o momento t é dado ela resultante das tensões na área elementar A. Sendo: t r r 2 r r Temos: t r a 2 rr r t 2 r r a Integrando a equação acima, obtem-se o momento torsor: t t 2 r r a a 2 r a a a 2 Desta equação, podemos determinar a tensão de cisalhamento ( ) em função do momento torsor ( t) e do diâmetro (D): 2 t a Como a=D/2, para seção circular, tem-se: t Da teoria de flexão, temos a tensão normal ( ) em função do momento fletor (M) e momento de inércia (I), conforme equação abaixo: Sendo W o módulo de resistência à flexão. DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadualde Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 24 Fazendo uma analogia da Teoria de Flexão com a Teoria de Torção, temos a tensão de cisalhamento ( ) em função do momento torsor ( t), conforme equação abaixo: 1 t D t D 1 t t Da equação acima, podemos determinar o módulo de resistência à torção para seção circular cheia: t D 1 2.1.2 Cálculo do giro relativo (φ): Da teoria de pequenos deslocamentos, sabemos que o arco se aproxima da tangente. Como φ é muito pequeno, pode-se aproximar o arco de uma tangente. A partir da figura acima e da teoria de pequenos deslocamentos, temos: tg φ a ( é muito e ueno) Dessa relação temos: φ a Para calcularmos o giro relativo bastar integrar a equação acima: φ φ l a l Da integração vem: φ a l Sendo: DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 25 φ l a Aplicando a equação acima para o caso da seção circular temos: φ 1 tl D D 2 Simplificando temos: φ 2 tl D φ tl D 2 Ou: φ tl t com t D 2 Resumindo, para seção circular cheia: t t t D 1 φ tl t t D 2 2.2 Seção circular de parede espessa (grossa) Com as expressões obtidas anteriormente e considerando a = D/2, tem-se: r r D 2 r r D 2 r t r r 2 r r DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 26 t r 2 r r r t r 2 r 2 r t D 2 2 r r Para obtermos o momento torsor basta integrar a equação acima, logo: t t D 2 d 2 D 2 2 r r D 2 d 2 Finalmente, momento torsor resultante: t 2 D 2 D 2 d 2 Assim a tensão será: t t Com: t D D 2 d 2 Resumindo, temos: φ tl t t 2 (D d ) 2.3 Seção circular de parede fina (delgada) Refere-se as seções nas quais t<<<dm ou dm t 1 sendo dm o diâmetro médio e t a espessura da parede. Neste caso pode-se considerar que seja uniforme. DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 27 dm 2 t dm t dm 2 t dm 2 t 2 t t dm 2 t 2 Assim: t t t t dm 2 2 E: φ tl t t t dm 2.4 Exemplo de Diagramas de Momento Torsor Com um momento de torção aplicado, tem-se: 2.4.1 Exercícios 1) Traçar o diagrama de momento torsor: DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 28 2) Traçar o diagrama de momento torsor: 2.4.2 Momento de torção uniformemente distribuído (m): t m m t l ml 2.4.3Momento de torção linearmente distribuído (m): t m DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 29 Onde: m tgθ m l t m l Logo: t m 2 2 l E: t( l) m l 2 2 l m l 2 2.5 Exercícios 1) Traçar o diagrama de momento torsor para a estrutura isostática. m1 2 a m2 a 2) Traçar o diagrama de momento torsor para a estrutura hiperestática. m a 3) Traçar o diagrama de momento torsor para a estrutura hiperestática. Dados: M = 5 kN.m; m = 0,3 kN.m/m e L = 1,2 m. DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 30 4) Calcular o giro relativo φ . 5) Calcular o giro relativo φ . 6) Calcular o diâmetro d e o giro φ . Dados: M = 120 N.m; m = 40 N.m/m; a = 1,2 m; b = 0,8 m; adm 1 m 2 e G = 80000 MN/m 2 . DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 31 7) Determinar o momento torsor M. Dados: E = 21000 kN/cm2; G = 7000 kN/cm2; arra 1 cm adm 12 cm 2 e adm cm 2. 2.6 Torção em barras de seção qualquer As barras de seção circular sofrem rotações elásticas e permanecem planas. Já as barras de seção qualquer: sofrem empenamento. DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 32 Hipóteses: i. A espessura t = t(s), pode variar com s, mas é constante em x. ii. As tensões de cisalhamento igualmente distribuídas sobre a espessura t e dirigindo-se paralelas às bordas são funções de s, (s), mas independentes de x. Obs: considerando-se o empenamento nulo tem-se a torção livre (torção de Saint Venant). Equilíbrio de forças: 1t1 2t2 1t1 2t2 (s) t(s) cte (s) t(s) flu o de cisal amento Momento Mt: t (s) t(s) ds Com: ds 2 ds 2 d t (s) t(s) 2 d DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 33 t t (s) t(s) 2 d t 2 (s) t(s) (s) t 2 t(s) (s) t t Com: t 2 t(s) Exemplos: Seção quadrada: a2 t(s) t t 2 a 2 t Seção circular: dm 2 t(s) t t t dm 2 2 Na seção qualquer, se t = t(s): t t e t 2 t(s) má t tmin tmin 2 tmin (s) t(s) flu o de cisal amento DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 34 2.6.1 Deformação φ (rotação elástica) Para definir a deformação precisam ser apresentados alguns conceitos de trabalho/energia: U = energia = T = trabalho d 2 d 1 2 t φ (carregamento lento) Se: t φ (cargas rá idas) U=energia de deformação (interna) T=trabalho externo A carga (F, M) produz esforços (M, V, N e Mt) e tensões ( ). 1 2 (s) t(s) d ds Pela Lei de Hooke: Logo: DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302- Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 35 1 2 (s) 2 t(s) d ds Tem-se: (s) t 2 t(s) 1 2 t 2 t(s) 2 t(s) d ds t 2 2 t(s) d ds t 2 2 d ds t(s) t 2 2 d l ds t(s) Igualando-se o trabalho do esforço Mt com o das tensões tem-se: U=T t 2 l 2 ds t(s) 1 2 t φ φ t l 2 ds t(s) φ t l t t 2 ds t(s) Como t é normalmente constante, ds é o perímetro. Exemplo: t 2 ds t(s) (a ) 2 2(a ) t 2 (a ) 2 t (a ) DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 36 2.6.2 Exercícios 1) Calcular “e” e It. Dados: Mt = 100 tf.cm; t = 0,1 cm e adm 1 tf cm 2. 2) Calcular “a”. Dados: Mt = 250 tf.cm e adm 1 tf cm 2 2.7 Analogia de membrana Imaginemos uma membrana homogênea, com o mesmo contorno da seção transversal do elemento sujeito à torção e solicitada por uma tração uniforme nas bordas e por pressão uniforme. DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 37 Equação diferencial da superfície deformada de uma membrana. 2 2 2 2 Verifica-se que a equação diferencial da superfície elástica da membrana deformada tem a mesma forma da equação diferencial que determina a distribuição das tensões ao longo da barra solicitada à torção. Equação diferencial da torção: 2 2 2 2 Analogia entre as equações diferenciais se: Onde: p=pressão lateral por unicidade de área; K= força de tração por unicidade de comprimento da barra; =ângulo de torção por unicidade de comprimento. DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 38 2.7.1 Torção em seções celulares Equação de equilíbrio da membrana: ds t Placa 1: 1 1 e1 a c a e ( 2 1)(c) Placa 2: 2 2 e2 a c a e ( 2 1)(c) Tensão tangencial: t 2 e Assim: 1 t 2 1 1 1 e1 2 t 2 2 2 2 e2 t 2 2 2 1 e Momento de inércia à torção: t Ângulo de giro: φ t l t t l DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 39 2.7.2 Exercícios 1) Calcular t e φa . Dados: G = 800 kN/cm 2 e adm cm 2. 2) Determinar: a) Wta/Wtf e b) esforço no cordão de solda, sendo Mt = 100 tf.cm. 3) Calcular o deslocamento do ponto A. Dados: t = 0,1 cm; Mt=150 kN.cm e G = 8000 kN/cm 2 . DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 40 Resolução do exercício 3: Placa 1 (=Placa 3) ( ) 2 1 1 1 2 2 1 1 2 Placa 2 1 2 1 1 2 1 1 2 2 1 1 2 DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 41 Volume: 2 1 2 2 1 2 2 2 1 1 2 2 Inércia à torção: t 2 2 1 cm Giro: φ t l t 1 1 1 2 rad Coordenadas do ponto A em relação ao c.g. cm cm v φ ( 2 ) cm v φ ( 2 ) 21 cm Deslocamento: v v 2 v 2 2 cm DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 42 3. Centro de Cisalhamento em Seções Simétricas 3.1 Tensões tangenciais nas seções delgadas abertas Dado um elemento de viga obtido por duas seções: x e x + dx ( ) ( ) t ( ) ( ) As resultantes das trações exercidas sobre o elemento geralmente não serão iguais: t ( ) ( ) t t ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 43 O equilíbrio exige, então, que exista uma força horizontal, que será: t (s) e(s ) ( ) (s) e(s ) (s) ( ) e(s ) ( ) e(s ) (s) ( ) e(s ) (s) ( ) e(s ) Onde: : tensão de cisal amento V: força cortante na seção em estudo; e: espessura da seção; Iz: momento de inércia com relação ao eixo neutro z; S: momento estático da parte da seção estudada com relação ao eixo neutro z.7 (s) e(s) (s) e(s) ( ) e(s ) e(s) Geralmente e(s ) e(s) constante. ssim: ( ) (s) s Exemplo 1: DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 44 (s) ( ) e(s) ( ) e(s) e e 12 2 e 2 12 2 e 2 2 Variação nas mesas: (s) e s 2 (s) (s) ( ) e(s) (s) e s 2 Tem-se: Obs.: As tensões tangenciais verticais v são desprezadas. DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 45 v ( ) 2 (s) ( ) e(s) e 2 v (s) Para S2 (outra posição de S) na alma: Momento estático (s) e s 2 s e O momento estático é acumulativo. (s) e s 2 e s2 2 e (s) (s) Exemplo 2: (s) e s 2 (mesa) (s) e s 2 s e (mesa alma) (s) s e 2 e s 2 ma e 2 2 e 2 2 2 e 2 DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 46 ma e 2 e 2 (s) (s) e 12 2 e 12 e2 2 1 (s) s 1 (s) s e s 2 s e 2 1 e 2 2 (s) s (s) e s 2 e s2 2 e 2 (s) s e s 2 e s2 2 e 2 s e e e 2 2 DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 47 2 e 2 e e 2 2 e 12 2 e 12 e 2 2 e e 2 ( ) 3.2 Centro de cisalhamento em seções delgadas simétricas O centro de cisalhamento ou centro de torção é o ponto do plano da seção em relação ao qual o momento de todas as resultantes das tensões devidas a é nulo. É o ponto por onde deve passar o plano que contém a resultante de V atuante na seção, para que não haja torção. f tensão de cisal amento devido Forças de cisalhamento na seção 1 (s) s (s) e s 2 1 e s 2 s e 2 2 e s 2 e s2 2 e 2 s e e e 2 2 1 e 12 2 e 12 e 2 e e DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 48 Condições de equivalência: 1 c c 1 c e 2 c 2 e 2 c f e não de ende de . e 12 e 2 2 Obs.: 1. Se a cortante passar pelo C.C. não haverá momento na seção, pois há equivalência entre Vc e M0. 2. e c amarmos de “flu o de tensões” o roduto τ por t, podemos imaginar uma analogia entre “flu o de tensões” ue ercorre a seção e “flu o de água” ue ercorreria um encanamento com a forma da seção analisada. DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 49 t t t t (c ) t f (tensão de cisal amento resultante) t t e Centro de Cisalhamento de Cantoneiras: 3.3 Exercícios 1) Determinar a posição do centro de cisalhamento e calcular as tensões tangenciais. Dado: Iz=2806 cm 4 . DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 50 2) Calcular má . Dado: Iz=895.914 cm 4 . 3) Determinar as tensões principais no ponto A da seção mais solicitada. Dado: Iy=27.937 cm 4 . Resolução do exercício 3: 1 1 2 . 1 t 1 i ti 1 1 1 2 21 21 2 cm t t tmá 1 cm DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 51 ( ) (s) s 1 1 s s 2 s s2 2 1 s s2 2 s 2 12 1 2 1 s 1 1 s 2 1 s s 2 2 2 1 2 1 c 2 12 c c 2 2. 1 . 2 . 2 cm t (1 c) 1 2 f e 2 . 1 2 t f 2 1 DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 52 1 2 2 2 2 2 1 2 2 2 2 ( 1 ) 2 1 2 1 DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 53 4. Teoria das tensões lim d d d tensão normal lim d d d tensão tangencial ou tensão de cisal amento lim d d d t (t) 2 2 DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 54 Obs.: A tensão é definida no ponto. 2 2 2 2 Teorema de Cauchy Genericamente: i i i São seis as tensões no caso tridimensional. Porém, aqui, estudaremos apenas o caso plano (bidimensional). Caso linear: Caso plano: Ensaio de tração: l l DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 55 4.1 Estado simples (linear/unidimensional) de tensão Considere uma barra sem peso, tracionada pela extremidade livre por uma força centrada. uma seção genérica a arecerão tensões normais 1 de modo que se tenha o equilíbrio da seção cortada. Equilíbrio de forças: cos 1 cos DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 56 1 cos 2 cos 1 sen 1 sen cos De outra maneira: cos2 1 cos 2 2 1 2 1 2 cos 2 sen cos s 2 2 1 2 s 2 1 2 2 1 2 cos 2 2 2 1 2 s 2 2 1 2 2 2 1 2 2 Tensões principais: Tensão máxima: 1 Tensão mínima: 2 4.1.1 Círculo de Mohr Nos planos principais (θ e θ ) a tensão tangencial vale zero. Obs: 1. Planos ou direções principais. 2. O ponto do gráfico para o qual convergem todos os planos representativos de cortes na barra é chamado pólo. Convenção de sinais: > 0 TRAÇÃO < 0 COMPRESSÃO DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 57 4.2 Estado plano (duplo/bidimensional) de tensões Considere um elemento infinitesimal com solicitação geral de tensões. Equilíbrio de forças: d d cosθcosθ 2. d senθcosθ d senθsenθ cos 2θ 2 senθcosθ sen 2θ d d senθ cosθ d cosθ cosθ d senθ senθ d cosθ senθ d senθcosθ cos2θ sen2θ Arcos duplos: 2 2 cos 2θ sen2θ 2 sen2θ cos2θ 2 2 2 cos 2θ sen2θ 2 ( ) 22 sen2θ cos2θ 2 DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 58 2 2 ( ) 2 2 2 4.2.1 Círculo de Mohr Centro do círculo: 2 Raio do círculo: 2 2 2 Portanto: 1 2 ma 2 2 ma 4.2.2 Tensões principais ( 1 2): 1 2 2 2 2 2 Na orientação principal, o cisalhamento é nulo, portanto: 2 sen θ cos2θ tg2θ1 2 Direções principais: θ e θ DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 59 Propriedade: 1 2 cte Expressão Matricial das tensões: cos sen sen cos :matri de transformação de coordenadas. 4.3 Exercícios 1) Calcular as tensões principais e suas direções, e desenhar o círculo de Mohr. x = 160 kN/cm 2 , y = 60 kN/cm 2 e xy = 40 kN/cm 2 2) Calcular as tensões de cisalhamento nos cortes I, II e III. Dados: 1 cm 2 cm 2 -1 cm 2. 3) Calcular as tensões principais e suas direções. DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 60 4) Calcular as tensões principais e suas direções. Dados: a cm 2 1 cm 2 c cm 2 5) Calcular as tensões principais e suas direções nos pontos 1 e 2 indicando os planos onde elas atuam. Estes pontos estão na seção transversal do apoio B. Resolução do exercício 5: A obtenção das tensões (normal e tangencial) nos pontos 1 e 2 da seção transversal do apoio B, exige a determinação do momento fletor e da força cortante nessa seção obtidos a seguir: DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 61 2 2 1 2 2 1 2 2 1 2 Características geométricas da seção transversal: 1 12 1 2 1 2 12 1 2 2 .1 cm 1 cm 2 1 1 11 1. 2 cm Cálculo das Tensões Ponto 1 (1) 1 (1) 1 12 1 11 cm2 A tensão (1) será negativo porque o ponto 1 está abaixo da linha neutra, região da seção em que MB causará compressão (ver diagrama de momento fletor). 1 2 2 2 2 2 1 2 . ( cm2) Estado de Tensão DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 62 Ponto 2 1 1 . 2 1 2 1 1 cm2 1 12 1 1 cm2 O estado de tensões em torno do ponto 2 pode ser representado por um elemento de área como se mostra na figura e respeitados as convenções de sinais para esforços solicitantes e tensões, resultam os sentidos indicados. Estado de Tensão no ponto 2 1 2 1 2 1 2 2 2 1 2 . ( cm2) Obs.: xy > 0 e V < 0, isto ocorre devido à convenção de sinais adotados para tensão tangencial e força cortante. Círculo de Mohr Ponto 1: não é necessário determinar as direções principais, visto que, (1) e y = 0 Ponto 2: tg2θ1 2 1 2 θ1 1 DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 63 DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 64 5. Teoria das deformações Deformações Normais: u v 1 tg 1 u 2 tg 2 v 1 2 v u Onde: =deformação tangencial ou distorção. 5.1 Coeficiente de Poisson: Considerando solicitação apenas na direção x, temos: Em materiais isotrópicos (que têm o mesmo comportamento elástico em todas as direções): 0 < < 0,5 5.2 Lei de Hooke: A lei de Hooke estabelece que a tensão aplicada provoque deformação proporcional. Pode-se afirmar então que se em todos os pontos de um sólido elástico atua tensão de direção constante um com rimento l, sofrerá, na direção da tensão, uma variação de comprimento: l l Considerando agora que ocorra solicitação em mais de uma direção, pode-se avaliar o efeito de cada tensão isoladamente: l l Tensão apenas na direção x: l l DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 65 l l l l Tensão apenas na direção y: l l l l l l Tensão apenas na direção z: l l l l l l Por superposição de efeitos: l l l l Analogamente, ocorre nas outras direções. Além disso, para a distorção, tem-se: Onde G é o módulo de elasticidade transversal: 2(1 ) Num estado triplo de deformações, temos: Num estado plano de deformações, temos apenas: DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 66 Para calcular a deformação ( ) de um plano inclinado de θ em relação ao ei o original x, tem-se: 2 2 cos 2θ 2 sen2θ 2 2 cos 2θ 2 sen2θ sen 2θ cos2θ Deformações principais ( 1 e 2): 1 2 2 2 2 2 2 5.3 Exercícios 1) Calcular as tensões e . 2) Calcular lx do sólido I. 1 cm 2 cm 2 1 cm 2 e . DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária“Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 67 3) Qual o deslocamento total em y e a carga máxima. Dados: E = 100 tf/cm2 e . 4) Determinar as tensões. Dados: a = 200 x 10 -6 ; b = 300 x 10 -6 a= 2; E=20.000 kN/cm 2 e . 5) Para o tubo de parede fina; calcular Mt e F. Dados: a -1 1 - 1 - 21. cm2 6) Desenhar o círculo de Mohr. Dados: - 1 - 1 1 - e 1 -2 rad. DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 68 7) No ponto O da viga indicada na figura foram medidas as deformações nas direções A e B e encontrados: a 1 - 1 - Sabendo-se que essa viga está solicitada apenas por M e V, calcular esses valores. Dados: cm2 21. cm2 . Resolução do exercício 3: Estágio 1: e l 2 cm l l 2 2 1 1 ( ) 1 1 1 . 1 tf 1 ( ) 1 1 1 1 Estágio 2: e l 2 cm l l 2 2 1 1 ( ) 1 1 1 . 1 ( ) DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 69 1 1 . 1 . 1 1 Resolvendo o sistema: 1 tf cm 2 1 tf Carga Total: total 1 2 1 1 1 1 tf 1 ( ) 1 1 1 1 . 1 Deslocamento total em y: l l 12 cm DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 70 6. Energia de Deformação Na mecânica, uma força realiza trabalho quando sofre um deslocamento dx na mesma direção dela. Por exemplo, ao calcular o trabalho realizado por uma força axial aplicada na extremidade da barra. Como a força N aumenta gradualmente de 0 até P, o deslocamento varia de 0 até Δl. Se o material comportar-se de maneira linear-elástica, a força será diretamente proporcional ao deslocamento, ou seja: Onde: constante Pela Lei de Hooke: 1 ( ) sendo l l l l l O trabalho realizado será: l l l 2 2 l 2 DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 71 1 2 l Sendo U a energia de deformação (carregamento lento). O carregamento lento é o carregamento aplicado de zero até o valor final. Em caso de carregamentos rápidos (carregamentos instantâneos), temos: l, uma vez que o gráfico apresenta-se como um retângulo. Exemplos: Carregamento lento: peso próprio da estrutura. Carregamento rápido: ação do vento. 6.1 Definição Energia de deformação é definida como a capacidade de produzir trabalho. A energia armazenada em sólidos elásticos devido à deformação dos elementos sob ações externas é igual ao trabalho interno. Objetivos: i. Calcular deslocamentos; ii. Calcular incógnitas hiperestáticas. Métodos de cálculo da energia de deformação: i. Pelas tensões; ii. Pelos esforços solicitantes; iii. Pelas cargas. 6.2 Cálculo pelas tensões Seja um elemento no estado triplo de tensões. Efeito total = somatório dos efeitos parciais (superposição de efeitos). Modelo de cálculo: Trabalho é força por deslocamento. Se o elemento de volume está submetido à tensão x temos: Força: Deslocamento: Trabalho: d 1 2 ( olume) DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 72 1 2 Analogamente: 1 2 1 2 Efeito total: i i 1 2 1 2 1 2 Dividindo ambos os lados por : i i Sendo: =Energia específica de deformação (só as tensões normais). Para um elemento de volume, a tensão de cisalhamento provoca deformação no elemento. Assim, a energia de deformação armazenada no elemento é: 1 2 1 2 1 2 Efeito total: i i i Sendo: = Energia específica de deformação (só as tensões de cisalhamento). Efeito global: DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 73 i i volume volume Ou seja: 1 2 ( ) d v 6.3 Cálculo pelos esforços solicitantes Considere uma viga: od v o 1 2 ( ) Pela Lei de Hooke: e o 1 2 2 2 1 2 1 2 1 2 o 1 2 1 2 2 2 2 2 2 1 2 2 2 2 o 1 2 1 2 2 2 2 2 2 1 2 2 2 2 l Resolvendo as integrais de área, temos: DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 74 1 2 2 2 1 2 c 2 l Onde c é o fator de forma: c 2 2 2 Observação: No caso da Torção: t t t t t Ou seja: 1 2 2 2 1 2 c 2 t 2 2 t l 1 2 2 2 c 2 t 2 t estrutura 6.4 Cálculo pelas cargas (Teorema de Clapeyron) t t onde tra al o. T = U onde U = energia de deformação. Observação: Teoria de 1 a ordem: pontos Ai e Bi muito próximos. i 1 2 ivi Ou genericamente: 1 2 ivi Pode-se, portanto, calcular o deslocamento no ponto e na direção da força ou momento aplicado, com esse teorema. A aplicação é bastante limitada, pois apenas uma força externa ou momento pode atuar na estrutura. 6.5 Teorema de Maxwell Trata de uma estrutura elástica com duas cargas Pi e Pk. Seja a viga abaixo. Por superposição de efeitos: Considere a teoria de 1 a ordem. DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo -Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 75 Observação: n indica o deslocamento, sendo o 1º índice, n, a posição do deslocamento e o 2º índice, j, índica a posição da carga que provocou o deslocamento. Assim: vi i ii i v i i Calcula-se agora o trabalho executado pelas cargas, que deve ser igual a energia de deformação acumulada na viga deformada. Existem duas formas de carregamento: 1 a forma de carregamento: Aplica-se apenas Pi que varia de 0 até Pi. Numa segunda fase de carregamento, Pi permanece constante enquanto Pk cresce de 0 até Pk. Apenas as parcelas correspondentes as cargas crescentes levam o fator 1/2, não aquelas referentes as cargas constantes. Assim o trabalho executado vale: 1 1 2 i i ii 1 i i 1 2 2ª forma de carregamento: Portanto o trabalho executado vale: 2 1 2 1 2 i i ii 1 i i Porém o trabalho realizado é o mesmo: T1 = T2. Substituindo os valores, tem-se que: 1 2 DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 76 1 2 i i ii 1 i i 1 2 1 2 1 2 i i ii 1 i i 1 i i 1 i i i i Observações: Se substituirmos as forças Pi e Pk por um grupo de forças, temos o Teorema de Betti. O Teorema de Maxwell vale se substituirmos forças por momentos. Enunciado: “O deslocamento de um ponto i na direção i quando aplicada uma carga no ponto k é igual ao deslocamento de um ponto k na direção k quando aplicada uma carga no ponto i”. 6.6 Teorema de Castigliano “ derivada arcial da energia de deformação em relação a uma carga Pk é igual ao deslocamento elástico vk do onto de a licação da carga” (vk é definido como a projeção do deslocamento sobre a direção da carga). Este teorema enuncia derivada parcial porque U é função de muitas variáveis. Considerando as cargas como variáveis independentes, os deslocamentos são funções lineares delas: v1 1 11 i 1i 1 n 1n vi 1 i1 i ii i n in v 1 1 i i n n 1 2 ivi n i 1 1 2 i vi n i 1 i vi n i 1 Na primeira soma: i i Na segunda soma: v1 1 v2 2 Portanto: 1 2 v 1 1 2 2 Mas: v 1 1 2 2 DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 77 E pelo teorema de Maxwell, tem se: i i Assim: 1 2 v v v Como: 1 2 2 2 c 2 2 t est Assim: i i 1 2 2 2 c 2 2 t est i i i c i t i est i c t est É importante lembrar que ao determinar N, M, V e T da estrutura, devemos deixá-los em função de kP (ela existindo ou não), para só no final dos cálculos (após a fase da integração) a substituirmos por seu valor original (seja ele nulo ou não). Observação prática: Para facilitar os cálculos, para certos tipos especiais de estrutura, podemos desconsiderar certas parcelas da energia, já que são muito menores que as outras. Vigas e pórticos planos: Aqui, o momento fletor é responsável por gerar uma energia muito maior que as geradas pela normal, cortante e momento torçor. Portanto, simplificaremos para: v est Treliças e tirantes: Neste caso, as barras sofrem somente solicitação normal, ou seja: v t est DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 78 v est Como a força normal nas barras é uma função de grau zero (um valor constante na barra toda), podemos dizer que N independe de x, ou seja: l l l Onde l é o comprimento da barra. Considerando que o mesmo vale para temos: v treliça arra i n i 1 v l Observações: No caso de um pórtico atirantado, devemos usar: v rtico tirante Como o teorema de Maxwell vale se substituirmos forças por momentos (e, naturalmente, deslocamentos (translação) por giros (rotação), podemos assim determinar, ao invés do deslocamento kv de um ponto, o seu giro absoluto (para vigas e pórticos planos): estrutura Sendo o momento no ponto k desejado, de mesmo sentido do giro k . 6.7 Teorema de Menabrea Usado para resolver problemas hiperestáticos, ele nada mais é que o teorema de Castigliano usado com o propósito inverso (num ponto onde o deslocamento já é conhecido e a força lá atuante, não). Num apoio fixo, por exemplo, temos reações em duas direções. Ou seja, sabemos que esse ponto tem deslocamento, nessas duas direções, nulo. Sendo assim, podemos descobrir uma das reações da seguinte forma: v DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 79 Neste caso, é a própria reação do apoio – uma incógnita hiperestática. 6.8 Exercícios 1) Calcular o deslocamento vertical do ponto A. 2) Calcular o deslocamento vertical no meio do vão. 3) Calcular o deslocamento vertical na extremidade livre do vão. 4) Determinar as reações dos apoios da viga. 5) Calcular a força na barra e o deslocamento vertical do ponto B. Dados: Viga (E e I) e Barra (Eb e Ab). DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 80 6) Calcular o deslocamento vertical do nó 5 (EA = constante). 7) Calcular o deslocamento vertical na extremidade livre do balanço. Dados: E = 2.100 tf/cm 2 ; I = 1000 cm 4 e P = 2 tf. 8) Calcular a força no tirante. Arco: meia-circunferência (raio = r). 9) Calcular as forças nas barras e o deslocamento vertical do ponto A. DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo - Caixa Postal 6021 Tel: 019-788.2302 - Fax: 019-788.2328 - Cep: 13.083-970 - Campinas – SP 81 10) Calcular as forças nas barras e seus alongamentos. Dados: A1 = A2 = 1 cm 2 ; L1 = 100 cm; L2 = 200 cm; E = 2.100.000 tf/cm 2 ; Iviga = 5.557,3 cm 4 ; Aviga = 112 cm 2 e L = 200 cm. 11) Calcular o deslocamento horizontal e vertical no ponto de aplicação da carga P. Dado: c = constante da mola. Resolução do exercício 7: Foi escolhida como incógnita hiperestática o apoio móvel vertical (R). 2 1 2 DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS Faculdade de Engenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária “Zeferino Vaz” - Distrito Barão Geraldo -
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