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Antibacterianos Antibacterianos Professor Davi Campos La Gatta Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Alimentos e Nutrição Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Campo Grande 2020 Alvos farmacológicos * Possível obter seletividade de ação, devido a diferenças entre células procariontes e eucariontes Bactericida X Bacteriostático Bactericida Alvos farmacológicos: afetam a síntese da parede celular em organismos sensíveis. Exemplos: penicilinas, cefalosporinas, glicopeptídeos. Bacteriostático Alvos farmacológicos: rotas biossintéticas (proteínas ou DNA); mantêm a bactéria retida em determinada fase do ciclo celular. Dependendo da concentração, bacteriostáticos podem apresentar características bactericidas. Exemplo: tetraciclinas, macrolídeos Alvos farmacológicos Parede celular Estrutura rígida que recobre a membrana citoplasmática: protege a célula (mantém a pressão osmótica, impede o seu rompimento) Principal componente: peptídeoglicano (mureína) -Camada espessa de mureína (50-100 camadas) -Fina camada de mureína (1-2 camadas) -Estrutura mais complexa: membrana externa -lactâmicos Penicilinas Penicilina G Penicilina V Oxacilina Ampicilina Amoxicilina Piperacilina Ticarcilina Cefalosporinas Carbapenêmicos Meropenem Imipenem Monobactâmicos Aztreonam 1a Geração Cefalexina Cefalotina Cefazolina 2a Geração Cefaclor Cefoxitina Cefuroxima 3a Geração Cefotaxima Ceftriaxona Ceftazidima 4a Geração Cefepima Inibidores síntese parede celular Anel β-lactâmico Síntese da parede celular N-acetil-glicosamina + Ác. N-acetil-murâmico Ligações peptídicas: coesão do peptídeoglicano Beta-lactâmicos Mecanismo de ação Transpeptidase Envolvida na formação das ligações peptídicas da parede celular Beta lactâmicos Inibem a transpeptidase, interrompendo a formação de peptideoglicano Efeitos farmacológicos Ruptura da parede e morte celular: bactericidas 1928-Alexander Fleming Fungo do gênero Penicillium Penicilinas Penicilinas 1)Penicilinas Naturais Penicilina G cristalina Penicilina G procaína Penicilina G benzatina Penicilina V 3)Penicilinas de espectro ampliado Aminopenicilinas Ampicilina Amoxicilina Carboxipenicilinas Carbenicilina Ticarcilina Indanilcarbenicilina Ureidopenicilinas Azlocilina Mezlocilina Piperacilina 2)Penicilinas antiestafilocócias Meticilina Nafcilina Oxacilina Cloxacilina Flucloxacilina Dicloxacilina Gram +, cocos Gram -; anaeróbios Ativas contra Estafilococos e Estreptococos Inativas contra enterococos, cocos e bastonetes Gram- e anaeróbios Espectro das penicilinas naturais e também contra bastonetes Gram- Penicilina G (parenteral) Aquosa IV, a cada 4 h Procaína IM, a cada 12 h Benzatina IM, níveis sanguineos persistem por 3-4 semanas Penicilina V: via oral (presença de alimento atrapalha a absorção) Amoxicilina -Cápsulas, comprimidos, suspensão oral, frasco-ampola - 8/8h Melhor absorção oral , sem interações com alimentos Penicilinas Farmacocinética Se distribuem em tecidos periféricos: articulações, pulmões, pericárdio, leite materno São eliminadas por secreção tubular Não atravessa a Barreira Hematoencefálica (excessão: meningite) 12 Penicilinas Mecanismos de resistência Penetração reduzida do fármaco Bombas de efluxo Modificação no alvo: transpeptidase (Staphyloccocus aureus resistente a meticilina-MRSA) Inativação enzimática: enzimas beta-lactamases Inibidores da beta-lactamase: tazobactam, sulbactam, ácido clavulânico Penicilinas naturais e de espectro ampliado: sensíveis às beta-lactamases Penicilinas Usos clínicos Infecções de tecidos moles causadas por estreptococos, estafilococos, gram negativos -Infecções de pele e do trato respiratório -Mastite (intramamária) Penicilinas Efeitos tóxicos e interações Relativamente atóxicos Anafilaxia (broncoespasmo, edema de glote, hipotensão, choque) Atenção: verificar histórico de alergia Irritação gastrintestinal (via oral) Alteração da microbiota intestinal e vaginal Infecções oportunistas Cefalosporinas Atividade contra Gram positivos Atividade contra Gram negativos 1ª geração 2ª geração 3ª geração 4ª geração Administração: 1ª e 2ª gerações: via oral e parenteral 3ª e 4ª gerações: via parenteral (IM e IV) Vantagens frente às penicilinas: -maior resistência às beta-lactamases, -menos alergênicas Alternativa às penicilinas em caso de alergia ou resistência Desvantagens: Nefrotoxicidade Enterobacter com o gene AmpC: resistente à 1ª, 2ª, 3ª gerações 4ª geração: ativa contra Enterobacter 3ª e 4ª gerações: ativas contra P. aeruginosa Cefalosporinas Carbapenêmicos Imipenem Meropenem Ertapenem Doripenem Possuem um grande espectro de atividade (Gram positivos, Gram negativos e anaeróbios). Estáveis na presença de beta-lactamases AmpC. KpC (K. pneumoniae carbapenemase positivo), C. difficile, Enterococcus faecium, MRSA, Burkholderia cepacia são resistentes. Imipenem Carbapenêmicos Farmacocinética Administração: via parenteral (I.V. e I.M.) Penetram no sistema nervoso central Imipenem: metabolizado por desidropeptidases encontradas nos túbulos renais Associado a cilastatina: inibidor da desidropeptidase renal aumenta o t1/2 Depuração renal Toxicidade Náuseas, vômitos, diarreia, irritação no local da injeção, convulsões (pacientes com insuficiência renal) Monobactâmicos Aztreonam Ativo somente contra bactérias Gram negativas aeróbias: Pseudomonas Pacientes alérgicos a outros fármacos Glicopeptídeos Vancomicina Teicoplanina Vancomicina -Estrutura volumosa formada por aminoácidos intercalados com moléculas de glicose -Hidrossolúveis -Administração: intravenosa Exceção: teicoplanina (I.V. e I.M.) -Não penetram na barreira hematoencefálica (exceto na inflamação). Glicopeptídeos Mecanismo de ação Transpeptidase Glicopeptídeos Mecanismo de ação Transpeptidase GP GP Resistência: substituição da alanina por lactato (Staphylococcus aureus resistente à vancomicina - VRSA) Glicopeptídeos Usos clínicos Infecções generalizadas e de tecidos moles causadas por bactérias Gram positivas Stapyloccocus aureus resistente à meticilina Infecção intestinal por C. difficile (via oral) Glicopeptídeos Reações adversas Dor no local da injeção Febre Ototoxicidade Nefrotoxicidade Alergia Bacitracina PARÂMETROS FARMACOCINÉTICOS Uso tópico INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS Lesões superficiais da pele ou mucosas Profilaxia cirúrgica ESPECTRO DE AÇÃO Microorganismos Gram positivos Bacitracina Inibidores da síntese proteica e da síntese do DNA Inibidores da transcrição RNA polimerase: síntese de RNAm à partir da leitura de segmentos do DNA Rifampicina: Inibe a RNA polimerase bacteriana M. tuberculosis, Rhodococcus equi, Streptococcus sp, Stapylococcus sp. Infecções em cães, gatos, equinos e bovinos Resistência: modificação no alvo Toxicidade: hepatite medicamentosa Potente indutora do citocromo P450. 50S 30S Sítio P Sítio A RNAm aa RNAt aa RNAt aa RNAt Alvos farmacológicos Ligação do RNAt no sítio A (ancoragem do RNAt) Translocação (deslocamento do RNAt do sítio A para o sítio P) Transpeptidação Códons de iniciação do RNAm Tradução de proteínas Ribossomos Macrolídeos e lincosamidas Tetraciclinas Aminoglicosídeos Cloranfenicol Inibidores da tradução de proteínas Bactericidas X Bacteriostáticos Macrolídeos e lincosamidas Macrolídeos Eritromicina, azitromicina, claritromicina, tilosina, espiramicina, tulatromicina Lincosamidas Clindamicina e pirlimicina 34 50S 30S Sítio P Sítio A RNAm aa RNAt aa RNAt aa RNAt Macrolídeos e lincosamidas Mecanismo de ação Inibem a translocação do RNAt entre o sítio A e o sítio P Cinética: Administração oral, intravenosa e intramuscular Oral: comprimidos revestidos, preparações a serem misturadas a ração (aves e suínos); Intravenosa e intramuscular: herbívoros (ruminantes, equinos e coelhos); Intramamária: bovinos Não atravessa a barreira hematoencefálica; Atravessa a placenta atinge o feto Reações adversas: Distúrbios doTGI: anorexia, náuseas, vômitos (cães e gatos) Eritromicina e clindamicinadiarreia (equinos, coelhos e ruminantes); Reações alérgicas. Macrolídeos e lincosamidas Características gerais 36 Macrolídeos Atividade antibacteriana Gram positivos estafilococos, estreptococos, corinebactéricas, Rhodococcus equi Mycoplasma bovis Infecções pulmonares e mastite Resistência Bombas de efluxo Esterases (enterobactérias) Modificação no sítio de ligação no ribossomo Ocorre resistência cruzada Tradução de proteínas Tetraciclinas Administração: oral e parenteral (tetraciclina, doxiciclina, tigeciclina) Eliminação: renal e hepática 50S 30S Sítio P Sítio A RNAm aa RNAt aa RNAt aa RNAt Tetraciclinas Mecanismo de ação Se ligam à subunidade 30S, impedindo a ligação do RNAt ao sítio A Tetraciclinas Atividade antibacteriana e resistência Ricketsiae ricketsii Mycoplasma sp Cães, gatos, equinos, bovinos e suínos Resistência -Bombas de efluxo -Síntese de proteínas que comprometem a ligação do fármaco ao ribossomo -Inativação enzimática Tetraciclinas Toxicidade e interações Distúrbios gastrintestinais: náuseas, vômitos, diarreia, hepatite medicamentosa -Formam complexos com cátions bi e tri-valentes: Ca2+, Mg2+, Fe2+, Al3+ (antiácidos e alimentos) -Contra indicação: Amamentação, gestação, animais jovens ou em fase de crescimento (deposição em ossos e dentes) Equinos e bovinos: via oral diarreia grave por superinfecção Aminoglicosídeos Estreptomicina, amicacina, gentamicina, neomicina, canamicina, tobramicina Química: fármacos altamente hidrossolúveis Vias de administração: IV, IM, tópica Baixa permeação no peptídeoglicano em bactéricas Gram+ Atravessa a membrana externa bactéricas Gram- através dos POROS Aminoglicosídeos Mecanismo de ação AUG 1)Se ligam ao códon de iniciação (AUG) ↓ Induzem uma leitura incorreta do RNA formação de proteínas afuncionais ou tóxicas 2) Atividade bactericida -Infecções por bactéricas Gram negativas (Pseudomonas aeruginosa) -Infecções por bactéricas Gram positivas (associados à vancomicina ou β-lactâmicos) Toxicidade Nefrotoxicidade -Queda da função renal Insuficiência renal aguda Ototoxicidade -Desequilíbrio, perda de audição Pacientes com maior risco de eventos adversos Doses repetidas durante mais de 7 a 10 dias Idosos Nefropatas Aminoglicosídeos Farmacocinética Resistência Inativação enzimática: aminoglicosidases Anfenicois Amplo espectro de ação: Gram positivos e Gram negativos Ricketsiae, Mycoplasma Farmacocinética Administração: oral, parenteral e tópica (colírios) Se distribui em todos os tecidos Metabolismo: reações de fase 2 (conjugação) Eliminação: fezes e urina Cloranfenicol, tianfenicol, florfenicol 50S 30S Sítio P Sítio A RNAm aa RNAt aa RNAt aa RNAt Cloranfenicol Mecanismo de ação Se liga à subunidade 50S, inibindo a transpeptidação (formação da ligação peptídica entre os dois a.a. adjacentes) Cloranfenicol Usos clínicos Cloranfenicol Efeitos tóxicos Náuseas, vômitos e diarreia Supressão reversível da produção de eritrócitos Anemia aplásica (raro) Recém-nascidos: carecem do sistema de conjugação “Síndrome do bebê cinzento” Coloração acinzentada, choque, hipotermia, flacidez Bezerros: >10-12 semanas de idade Potros: >1 semana de idade de idade Inibidores da síntese e integridade do DNA Inibição a síntese de nucleotídeos do DNA Inibição da replicação do DNA Metronidazol Antissépticos urinários Antagonistas do ácido fólico Antagonistas do ácido fólico Ácido p- aminobenzóico Folato Tetraidrofolato Nucleotídeos DNA -Ácido fólico: importante na síntese de nucleotídeos do DNA -Humanos: dieta, bactérias intestinais -Bactérias: sintetizado Diidropteroato sintase Diidrofolato redutase Sulfonamidas Trimetoprima Pirimetamina Sulfametoxazol + Trimetoprima (Bactrin*) Sulfas + Tetraciclinas ↓ Sinergismo Reações adversas: hipersensibilidade, cristalúria Contra-indicação: gestação e recém-nascidos Antagonistas do ácido fólico Usos clínicos Taxa de absorção varia de acordo com a espécie Aves>cães e gatos> suínos e equinos> bovinos Aves: redução da postura de ovos ou ovos defeituosos Cães: ceratoconjuntivite, redução de espermatozóides Bovinos: neurite periférica Inibidores da síntese e integridade do DNA Fluoroquinolonas Ciprofloxacina, ofloxacina, norfloxacina, gatifloxacina, gemifloxacina, gatifloxacina, moxifloxacina. Uso veterinário: enrofloxacino, orbifloxacino, difloxacino, marbofloxacino, pradofloxacino Interferem na replicação do DNA. Fluoroquinolonas Amplo espectro de ação: Gram +, Gram –, anaeróbios Excelente biodisponibilidade Boa penetração tissular Usos clínicos Pneumonia atípica (Legionella, Mycoplasma e M. tuberculosis) Infecções do trato urinário (P. aeruginosa, E.coli ) Diarreia bacteriana (Shigella, Salmonela) Meningoencefalite bacteriana Infecções nas articulações, ossos e peritôneo (P. aeruginosa e Enterobacter) Inibidores da síntese e integridade do DNA Fluoroquinolonas Reações adversas -Artropatia (cães jovens e potros); -Cristalúria em animais com urina alcalina (bovinos, equinos e ovinos); -Degeneração da retina em felinos e animais idosos (enrofloxacino); -Atrofia testicular em cães; -Teratogenicidade Resistência: alterações nas enzimas alvo Inibidores da síntese e integridade do DNA Fluoroquinolonas Antissépticos urinários Mecanismo de ação 1-Sofre redução enzimática por nitrorredutases 2-Formação de radicais livres 3-Lesão nos ribossomos, RNA, DNA e membrana plasmática Uso clínico: infecção do trato urinário em cães Nitrofurantoína Administração: via oral Eliminação: secreção e filtração glomerular ↓ Alta concentração na urina, baixo efeito sistêmico Reações adversas: anorexia, náuseas, vômitos Polimixinas Polimixina B É um detergente catiônico Causa rompimento da membrana celular Liga-se a endotoxina bacteriana Gram positivos, Neisseria e Proteus são resistentes Uso tópico Pomadas e cremes (associada à neomicina e/ou bacitracina) profilaxia cirúrgica Usos sistêmico (parenteral) Endotoxemia em várias espécies animais Efeitos tóxicos: hepatotoxicidade e nefrotoxicidade Antimicrobianos na mastite Agentes etiológicos Gram positivos: estafilococos, estreptococos e corinebactérias Gram negativos: Enterobacteriaceae (E. coli, Klebsiela, Citrobacter, Shigella, Proteus, Serratia e outros) Aplicação intramamária penicilinas (amoxicilina, ampicilina), eritromicina, estreptomicina, neomicina, cefalosporinas Aplicação sistêmica I.M. ou S.C. eritromicina, tetraciclinas, trimetoprima, fuoloroquinolonas Aplicação intramamária + aplicação sistêmica aumento de 50% taxa de cura
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