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Aprendizagem motora aplicada ao futebol e futsal

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METODOLOGIA DO 
FUTEBOL E DO 
FUTSAL
Patrick da Silveira Gonçalves
Aprendizagem 
motora aplicada ao 
futebol e ao futsal
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar os programas de intervenção motora para a aprendizagem 
de habilidades específicas do futebol e do futsal.
 � Desenvolver técnicas específicas para a aprendizagem das habilidades 
motoras do futebol e do futsal.
 � Planejar atividades de intervenção para a aprendizagem de determi-
nada habilidade motora aplicada ao futebol e ao futsal.
Introdução
Assim como grande parte dos esportes coletivos, o futebol e o futsal 
exigem diferentes habilidades motoras específicas para o êxito da equipe 
durante um jogo. Quando os domínios das habilidades não se demons-
tram eficazes, tornam-se necessários programas de intervenção motora 
que busquem aprimorá-los.
Assim, neste capítulo, abordaremos alguns dos princípios que regem 
os programas de intervenção motora para a aprendizagem das habilida-
des específicas do futebol e do futsal, elencando atividades que podem 
ser desenvolvidas com indivíduos iniciantes ou ser adaptadas para aqueles 
com maior experiência nessas modalidades. 
Programas de intervenção motora para a 
aprendizagem de habilidades específicas 
do futebol e do futsal
Tanto o futebol quanto o futsal são dois dos esportes mais praticados no Brasil. 
Com frequência, são objetos de ensino em muitas das instituições escolares 
públicas e privadas, nos clubes esportivos, além de ocuparem algumas horas 
de muitos dos brasileiros como lazer, seja praticando esses esportes com 
amigos, seja assistindo a partidas de futebol e futsal em ginásios e estádios 
destinados à expressão de rendimento. 
Geralmente, em cada um desses espaços, é possível reconhecer a atuação 
de profissionais de Educação Física, tanto como uma maneira de transmitir 
os saberes sobre o esporte, proporcionando sua reflexão crítica, quanto como 
um modo de promover o aperfeiçoamento técnico para o desenvolvimento da 
prática corporal de forma segura, ampliando as possibilidades de que seus 
praticantes sigam na carreira esportiva.
Assim, com as inúmeras possibilidades de proporcionar a aprendizagem 
motora, o profissional de Educação Física deve buscar técnicas diagnostiquem 
seus alunos quanto às habilidades motoras que devem ser ampliadas. Ao atribuir 
a intencionalidade ao seu trabalho, a fim de atingir objetivos específicos, o 
profissional, pautado por planos, estratégias e fins específicos, desenvolve 
uma prática pedagógica. Vale ressaltar que o conceito de prática pedagógica, 
e da própria pedagogia, é bastante amplo, encontrando sentidos e significados 
para diferentes teóricos. No entanto, podemos conceituar a prática pedagógica, 
a partir das palavras de Fernandes (2008, p. 159), como:
A prática intencional de ensino e aprendizagem não reduzida à questão didá-
tica ou às metodologias de estudar e de aprender, mas articulada à educação 
como prática social e ao conhecimento como produção histórica e social, 
datada e situada, numa relação dialética entre prática-teoria, conteúdo-forma 
e perspectivas interdisciplinares.
Uma das possibilidades de desenvolver a prática pedagógica consiste em 
desenvolver programas com o objetivo de atender às necessidades motoras 
de um ou mais sujeitos para que possa(m) desenvolver um esporte ou uma 
atividade física específica. A essas propostas, damos o nome de programas 
de intervenção motora.
Aprendizagem motora aplicada ao futebol e ao futsal2
A intervenção motora, então, pauta-se pelo conjunto de estratégias criadas 
por profissionais, buscando atender a capacidades específicas. Por exemplo, 
pode ser utilizada com crianças que se desenvolvem abaixo do esperado para 
sua idade, na recuperação de atividades de vida diária de indivíduos idosos que 
perderam suas capacidades e, no caso do futebol e do futsal, no aperfeiçoamento 
das habilidades motoras que integram essas modalidades esportivas. 
No campo do ensino dos esportes, a intervenção motora como forma 
intencional e dirigida para as habilidades motoras que se efetivam durante 
as situações de jogos é bastante nova e atinge um público bem delimitado. 
Ainda que possamos encontrar tais propostas em atletas de alto rendimento, a 
intervenção motora se dá com maior ênfase em crianças e adolescentes. E os 
motivos para isso são claros: nessas fases, as dimensões cognitivas, afetivas, 
sociais e físicas estão em formação e o esporte encontra probabilidades maiores 
de auxiliar em seu desenvolvimento humano. De modo geral, a intervenção 
motora se baseia em modos de avaliar a coordenação motora e aplicar tarefas 
direcionadas ao aperfeiçoamento dos padrões motores, além de uma avaliação, 
após o programa de exercícios, para aferir a eficácia do programa interventivo 
e decidir novas metas. 
Baterias de testes motores
Existem diferentes formas de buscar identificar o nível de aptidão motora 
nos indivíduos. A avaliação do comportamento motor é fundamental para os 
profissionais que atuam com o desenvolvimento humano, tornando possível 
identificar, a partir de protocolos, atrasos no desenvolvimento, comparar 
resultados para verificar alterações e obter algumas pistas capazes de orientar 
os processos de intervenção (DE ROSE JR., 2009).
Existem muitos testes de avaliação que seguem critérios rígidos de 
aplicação, publicados e validados por meio de instituições de renome. 
Também existem instrumentos avaliativos que mais informais e que en-
fatizam alguns aspectos específicos do comportamento motor. Assim, o 
desafio do profissional que lida com o futebol e o futsal é eleger um teste 
adequado para os elementos que deseja mensurar e que esteja de acordo 
com o público-alvo em questão. O teste escolhido deve permitir que o 
profissional de Educação Física responda às seguintes perguntas: o que 
eu estou avaliando? Que estratégias proporcionarei para as aprendizagens 
específicas? Os resultados alcançados foram satisfatórios ou precisarei 
executar uma nova proposta de intervenção? 
3Aprendizagem motora aplicada ao futebol e ao futsal
Em relação à escolha do instrumento de avaliação motora, o profissional de Educação 
Física deve se pautar pela necessidade de desenvolvimento de habilidades motoras 
por parte de seus alunos e pelas características do programa de intervenção. 
De modo geral, um bom instrumento de avaliação deve apresentar confiabi-
lidade, validade e objetividade, isto é, o teste deve ser utilizado para mensurar 
apenas o que é destinado a medir, apresentar consistência nas medições (sem 
que fatores diversos possam modificar os resultados coletados), produzir 
resultados consistentes quando usado por diversos testadores e não depender 
de uma única pessoa. Entre os testes motores mais utilizados, estão o EDM, 
o TGMD-2 e a MABC-2 (DE ROSE JR., 2009).
O EDM (Escala de Desenvolvimento Motor) compreende uma bateria de 
testes brasileira que busca avaliar a motricidade fina, a motricidade global, o 
equilíbrio, o esquema corporal, a organização espacial, a organização temporal 
e a lateralidade em relação à idade biológica. Ao final do teste, obtém-se a 
idade motora dos indivíduos. 
O TGMD-2 (Test of Gross Movement Development) é uma bateria que en-
globa 12 padrões motores fundamentais básicos. Entre as tarefas de locomoção 
estão a corrida, o galope, o saltito, o pulo, o salto horizontal e o deslizamento 
lateral. Nas tarefas de movimentos de controle e manejo de objetos, estão a 
rebatida, o drible, a recepção, o chute, o arremesso (por cima) e o rolamento 
(por baixo). Em específico, esse teste permite verificar se uma criança tem 
algum atraso no desenvolvimento de algum padrão fundamental e compará-la 
com outra criança da mesma idade.
A MABC-2 (Movement Assessment Battery for Children) foi organizada 
de acordo com as faixas etárias de 3 a 6 anos, 7 a 10 anos e 11 a 16 anos, na 
qual cada uma tem seu próprio formulário de registro e contém um total de 
oitotarefas envolvendo habilidades de equilíbrio estático e dinâmico, destreza 
manual e lançar/receber. Essas tarefas foram originalmente escolhidas por 
representarem aspectos de controle motor e coordenação similares aos de 
atividades do cotidiano de crianças e adolescentes. 
Aprendizagem motora aplicada ao futebol e ao futsal4
Habilidades motoras específicas do futebol e do futsal
Muitos dos protocolos de avaliação motora tendem a apresentar escores ge-
rais de praticantes de atividades físicas. No caso dos esportes, em especial 
o futebol e o futsal, algumas das habilidades motoras não são avaliadas em 
muitos dos testes. Nesses casos, o profissional de Educação Física deve buscar 
a observação constante de seus atletas e o registro contínuo das ações motoras 
de modo a coletar informações sobre o desempenho destes frente às tarefas 
exigidas pelas modalidades. 
De modo geral, tanto o futebol quanto o futsal demandam de seus praticantes 
as mesmas habilidades motoras. Voser, Guimarães e Ribeiro (2006) e Freire 
(2006) elencam as habilidades motoras que fundamentam as modalidades 
do futebol e do futsal, elaborando algumas características que as definem, 
descritas a seguir.
 � Finalização: consiste no ato de fazer com que a bola atinja a meta, 
com o pé, a cabeça, o peito ou até mesmo a barriga. Nessa ação, as 
habilidades de apoiar-se, correr, saltar e chutar são mais incidentes.
 � Passe: compreende o ato de entregar a bola a um colega de equipe, 
também podendo ser feito com os pés, a cabeça, o peito ou qualquer outra 
parte do corpo, com exceção dos membros superiores. A exceção está a 
cargo dos goleiros, que podem efetuar os passes também arremessando 
a bola aos seus companheiros de equipe. 
 � Controle de bola ou domínio: consiste em manter a bola sob controle 
e em condições favoráveis para executar uma jogada. Muitas vezes, é 
realizado com os pés, as coxas e o peito, estando o jogador parado, em 
movimento ou saltando. 
 � Desarme: principal recurso da defesa, consiste em interromper a 
progressão ou o controle da bola do jogador adversário, podendo ser 
feito também na antecipação da bola que se desloca em movimento ao 
jogador adversário. 
 � Lançamento: da mesma forma que o passe, busca-se entregar a bola a 
um colega de equipe. No entanto, no lançamento, a trajetória da bola é 
longa e geralmente em fase aérea, exigindo do jogador a previsibilidade 
das ações adversárias, a noção de espaço e a força de membros inferiores. 
 � Cabeceio: trata-se do ato de golpear a bola empregando a cabeça. 
Utilizada tanto em situações de defesa quanto de ataque. 
5Aprendizagem motora aplicada ao futebol e ao futsal
 � Finta ou drible: ação de conduzir a bola com controle e evitando que 
os jogadores adversários realizem o desarme. 
 � Condução: ato no qual um jogador, de posse da bola, se desloca de 
um ponto a outro do campo de jogo, com a finalidade de desenvolver 
um passe, uma finalização ou uma finta sobre o adversário, ao mesmo 
tempo que protege a bola dos desarmes adversários. 
A condução representa uma das principais habilidades téc-
nicas do futebol, tendo em vista o tamanho do campo de 
jogo e as inúmeras situações em que os jogadores devem, 
de posse da bola, se deslocar. Apesar de compreender 
uma tarefa aparentemente fácil, são necessárias inúmeras 
atitudes para uma boa condução. No link ou código a 
seguir, você terá acesso a um vídeo que demonstra as 
principais posturas a serem adotadas durante a condução.
https://goo.gl/in7f2R
O profissional de educação física deve estar atento à execução das habili-
dades específicas, não apenas nos momentos em que os jogos acontecem, mas 
também nas sessões de treinamento, identificando e corrigindo as execuções 
que se apresentam de maneira equivocada. Ao identificar um desempenho 
abaixo do esperado em uma ou mais habilidades motoras específicas por um 
ou mais atletas, o educador deve propor sessões de treinamento voltadas a 
essas habilidades, para aperfeiçoá-las. 
Assim, embora sejam muitas as baterias de avaliação física e motora, o 
profissional de Educação Física deve buscar os protocolos e procedimentos 
que melhor se adaptem ao público e objetivos em que aplicará determinado 
instrumento avaliativo, além de estabelecer intervenções condizentes com 
as habilidades que se almeja desenvolver e com as capacidades dos atletas 
em questão. Para desenvolver as estratégias de ação, são duas atualmente as 
formas mais utilizadas, debatidas a seguir. 
Aprendizagem motora aplicada ao futebol e ao futsal6
Técnicas específicas para a aprendizagem das 
habilidades motoras do futebol e do futsal
O futebol e o futsal, apesar de suas diferenciações táticas e regulamentárias, 
apresentam habilidades motoras bastante comuns à sua prática. Quando em 
jogo, os atletas devem executar com precisão e controle uma série de movimen-
tos. Por exemplo, ao chutar uma bola, a precisão dos movimentos dos membros 
inferiores é enfatizada, devendo-se limitá-los. Quando ação é executada de 
maneira coordenada, o jogador consegue responder às exigências do meio 
em que se encontra e o êxito entre o que pensou em realizar e o que de fato 
foi realizado acontece. 
Vários termos são usados para descrever diferentes formas, níveis e tipos 
de habilidades motoras. A competência motora divide-se em competência 
fundamental e especializada, consistindo em uma série de gestos motores 
realizados com exatidão e precisão. Quando combinamos uma ação organi-
zada de dois ou mais seguimentos do corpo, temos uma habilidade motora 
fundamental, podendo ser caracterizada por movimentos de equilíbrio, loco-
moção ou manipulação (girar, correr, saltar, chutar, driblar, fintar). Já quando 
combinamos uma habilidade motora fundamental com um gesto específico 
de algum esporte, temos uma competência motora específica, a qual, ainda, 
pode ser categorizada em movimentos de equilíbrio, locomoção e manipula-
ção (p. ex., uma defesa de um goleiro) (GALLAHUE; DONNELLY, 2008). 
Vale dizer que as competências motoras fundamentais são desenvolvidas e 
melhoradas na infância, servindo de base para o desenvolvimento futuro de 
competências motoras especializadas, como em atividades de dança e de es-
portes (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013; PAYNE; ISAACS, 2007).
Para Pérez e Bañuelos (1997), o controle motor que permite a coordenação 
dos movimentos se dá por meio de um processo de reinformação, ou feed-
back, no qual as inúmeras tentativas e a integração perceptiva transmitem 
informações a respeito das tarefas a desempenhar. Com o passar do tempo 
e as inúmeras exigências em uma mesma tarefa, o feedback tende a ser mais 
efetivo, promovendo um controle motor maior.
Nem todas as tarefas motoras são iguais, já que sua complexidade depende 
de diversos processos. Por exemplo, as tarefas que dependem de maior ve-
locidade e precisão de realização tendem a ser mais complexas que aquelas 
que não necessitam de velocidade. Do mesmo modo, tarefas que exigem um 
grande número de músculos envolvidos também tendem a ser mais complexas 
que aquelas que não necessitam de diferentes grupos musculares. 
7Aprendizagem motora aplicada ao futebol e ao futsal
É preciso ainda considerar as variáveis ambientais: as tarefas podem ser 
classificadas como fechadas, quando desempenhadas por um mínimo de 
alterações ambientais, com maior previsibilidade do indivíduo que a executa; 
ou abertas, quando as alterações ambientais são imprevisíveis ao indivíduo 
que executará alguma tarefa. 
Para compreender melhor as diferentes formas de classificação das habilidades motoras, 
observe os exemplos no quadro a seguir.
Forma de classificação das 
habilidades motoras
Exemplo no futebol ou no futsal
Tarefas que envolvem uma maior 
quantidade grupos musculares
Realizar uma finta do tipo “janelinha”
Tarefas que envolvem uma menor 
quantidade de grupos musculares
Correr em direção à bola
Atividades abertas Realizar um passe sob forte marcação
Atividades fechadas Cobrar uma penalidade
No Brasil,assim como o campo da Educação Física em geral, a intervenção 
motora nos esportes para ampliar o repertório motor e aperfeiçoar os gestos 
técnicos também atravessou diversas fases. Realizando uma retrospectiva 
recente, Paes e Balbino (2005) apontam que a prática pedagógica de professores 
de intervenção esportiva acontecia para atender a alguns objetivos, conforme 
visto a seguir.
 � Movimentos básicos do esporte: até a década de 1970, os objetivos 
do professor visavam ao desenvolvimento dos movimentos básicos da 
modalidade em seus alunos, ou seja, estes deveriam ser capazes de 
executar gestos motores, como passe, drible, chute, arremesso e controle 
do corpo. Geralmente, o modo como o trabalho era conduzido consistia 
na repetição das tarefas, de modo a automatizá-las.
Aprendizagem motora aplicada ao futebol e ao futsal8
 � Aquisição das habilidades básicas: após a década de 1970, a iniciação 
esportiva sofreu bastante influência da tendência desenvolvimentista. 
Com isso, antes de os alunos aprenderem as especificidades da mo-
dalidade, deveriam aprender os movimentos e as habilidades básicas, 
como correr, saltar, pular, arremessar, etc. 
 � Compreensão do gesto técnico: as tendências construtivistas trouxeram 
uma nova abordagem de trabalho do professor junto a seus alunos. Nessa 
perspectiva, a construção dos gestos motores pelos sujeitos iniciantes 
compreendia o foco principal de trabalho. 
Essas diferentes concepções de abordar o ensino dos esportes coletivos 
deram origem a duas grandes tendências com a proposição de ampliar as 
habilidades motoras, conforme observado adiante. Diversos autores buscaram 
descrever as principais formas de desenvolvimento das habilidades dos espor-
tes coletivos, sendo criados, por consequência, vários termos. Apesar dessa 
grande diversidade, é possível categorizar as diferentes nomenclaturas em dois 
grandes grupos com abordagens metodológicas diferentes: um voltado para 
o aprendizado dos elementos que constituem a modalidade e outro pautado 
pelas aprendizagens em decorrência da experiência dos atletas em situações 
de jogo ou semelhantes a elas. O Quadro 1 demonstra algumas das principais 
abordagens interventivas.
A partir do Quadro 1, é possível considerar que existem dois grupos distintos 
— um pauta-se pelo ensino da técnica, de maneira isolada ao jogo, e o outro 
por situações imprevisíveis. Certamente, não há um modelo único e perfeito 
nem mesmo algum totalmente reprovável. A intenção que fazemos agora 
não é a de atribuir um olhar maniqueísta sobre as perspectivas construídas, 
mas de conhecer as diversas opções possíveis de modo a refletir sobre suas 
implicações (SANTINI; VOSER, 2008).
De maneira recorrente, os profissionais de Educação Física optam pela 
primeira possibilidade de aprendizagem motora, já que os objetivos se demons-
tram mais evidentes e o controle sobre as variáveis ambientais e o grupo de 
atletas é maior. Entretanto, devemos salientar que um modelo voltado apenas 
à repetição de tarefas motoras bem estabelecidas apresenta aos jogadores uma 
falta de experiência do uso dessas mesmas habilidades em situações de jogo, 
nas quais a imprevisibilidade é muito maior e a exigência da criatividade e 
da tomada de decisões rápidas aumenta. 
9Aprendizagem motora aplicada ao futebol e ao futsal
Fonte: Adaptado de Bayer (1994), Garganta (1998), Greco (2001, 2005) e Greco e Benda (1998).
Denominações 
das abordagens
Autor Características principais
Métodos 
tradicionais
Claude Bayer Consistem na decomposição dos 
elementos do jogo. Por exemplo, os 
alunos aprendem chutes, dribles e 
passes de maneira individualizada, 
sem uma aplicação prática no jogo. 
Essa metodologia está ancorada 
na repetição e na memorização de 
movimentos, facilitando a “modelagem” 
dos movimentos corporais dos alunos 
ao desejo do professor. Buscam evoluir 
os fundamentos técnicos de modo 
hierárquico (do menos complexo 
em habilidades motoras ao mais 
complexo) e a própria execução do 
movimento em si. Essa forma de 
trabalho predomina em escolas e clubes 
de iniciação esportiva. Possibilitam 
uma execução técnica aprimorada. 
Centrada na 
técnica
Júlio 
Garganta
Analítico-sintética Pablo Greco
Centrada no jogo Claude Bayer Diferentemente das abordagens que 
partem do ensino fragmentado da 
técnica, estas buscam criar situações 
de imprevisibilidades de situações já 
vividas, de modo que o aluno busque 
possibilidades de resolver problemas 
a partir da iniciativa, da reflexão e da 
criatividade. As atividades não se baseiam 
apenas nos movimentos repetitivos 
planejados pelo professor, mas também 
partem do interesse dos alunos. Trata-se 
da forma menos comum de trabalho, 
uma vez que o professor tem menor 
domínio sobre as imprevisibilidades. 
Oportuniza um melhor aprendizado 
tático, além da resposta das habilidades 
motoras em situações imprevisíveis.
Métodos ativos Júlio 
Garganta
Global-funcional 
(situacional)
Pablo Greco
Quadro 1. Abordagens metodológicas dos esportes coletivos
Aprendizagem motora aplicada ao futebol e ao futsal10
Por sua vez, o modelo que privilegia as aprendizagens a partir de situa-
ções de jogo pode apresentar um comprometimento quanto à aquisição das 
habilidades técnicas, uma vez que os chutes, os dribles e os passes podem 
ser oportunizados em menores quantidades de situações. Por exemplo, em 
uma proposta voltada para a aquisição de habilidades específicas, um mesmo 
jogador consegue executar dezenas de vezes a finalização, enquanto em uma 
proposta baseada nas situações de jogo as finalizações se restringirão ao 
número de vezes que a bola chega a determinado jogador e que, frente a uma 
defesa forte, pode não ter nenhuma chance de finalizar. 
Diante dessa dicotomia, que apresenta as vantagens e desvantagens nos 
dois modos de promover as habilidades específicas do futebol e do futsal, 
Xavier (1986) aponta para a necessidade de desenvolver um modelo misto, no 
qual os fundamentos técnicos, isoladamente, devem acompanhar os exercícios 
voltados à situação prática dos jogos. Nesse aspecto, teríamos um modelo 
que privilegia as duas formas de aprendizagem do futebol e do futsal, o qual 
não apresenta apenas vantagens diante das demais possibilidades. Devemos 
salientar, no entanto, que a divisão do tempo em duas propostas distintas pode 
levar a um aprofundamento raso nas duas possibilidades. 
De fato, as possibilidades de proporcionar a aprendizagem motora de-
vem ser essencialmente voltadas ao desenvolvimento de todos os campos 
de manifestação das habilidades. No entanto, cabe destacar que o futebol e 
o futsal, ainda que possam promover todas as diversas habilidades, carecem 
do olhar atento dos profissionais de Educação Física para que estes consigam 
diagnosticar quais aprendizagens estão sendo atingidas e quais precisam de 
uma ênfase maior, direcionando atividades para o aperfeiçoamento das habi-
lidades motoras específicas dessas modalidades. A seguir, vamos apresentar 
algumas propostas de desenvolvimento de atividades que buscam promover 
as habilidades motoras aplicadas ao futebol e ao futsal. 
Atividades de intervenção para 
a aprendizagem de habilidades motoras 
aplicadas ao futebol e ao futsal
Não há dúvidas de que existem inúmeras maneiras de proporcionar a aprendi-
zagem das habilidades motoras específicas do futebol e do futsal. As ênfases 
técnicas de intervenção dessas aprendizagens podem variar conforme as 
necessidades do grupo ou dos atletas, a característica tática da equipe, o nível 
11Aprendizagem motora aplicada ao futebol e ao futsal
de contato com o futebol ou futsal que os praticantes apresentam, as posições 
táticas de cada jogador em campo de jogo, entre inúmeros outros fatores.
Evidentemente, ainda que os atletas apresentem uma boa técnica ao reali-
zarem determinada habilidade em detrimento de outras, isso não impede que 
ela continue sendo aprimorada. Desse modo, é importante que o profissional 
de Educação Física procure elaborar propostas de intervençãoque busquem 
o melhor desempenho em habilidades motoras que se demonstrem ineficazes 
e a manutenção das habilidades já atingidas. 
As atividades de intervenção podem variar quanto ao seu nível de com-
plexidade. No caso de indivíduos iniciantes da prática do futebol e do futsal, 
o uso de tarefas fechadas pode constituir uma boa opção, já que as situações 
imprevisíveis são reduzidas e, consequentemente, as chances de o praticante 
obter o êxito aumentam, ampliando também seu engajamento na modalidade 
esportiva. Já no caso de atletas de alto rendimento, as propostas devem se 
basear em jogos situacionais, uma vez que se aproximam de modo mais efetivo 
das experiências que o jogador vivenciará durante um jogo. 
De modo geral, ao elaborar atividades de intervenção, é importante con-
seguir reproduzir as situações que cada atleta experimentará durante um jogo 
e proporcionar o máximo de oportunidades para a realização das habilidades 
motoras das modalidades. Nesse sentido, Monteiro, Cardoso e Cruz Júnior 
(2011) elaboraram uma proposta de atividades que podem ser desenvolvidas 
com atletas iniciantes e, com as devidas adaptações, com atletas experientes. 
Os autores também explicam que elaborar atividades a partir do que os atletas 
já conhecem facilitam a prática e aumenta o engajamento dos jogadores. A 
seguir, apresentaremos algumas dessas possibilidades de atividades utilizadas 
como propostas de intervenção para a aprendizagem de habilidades motoras. 
Atividades para finalização
A finalização é o ponto máximo de uma partida de futebol ou de futsal, pois, 
por meio dela, executam-se os gols. Uma finalização correta resulta em um gol 
convertido. Em situações de jogo, as oportunidades de finalização são bastante 
restritas aos jogadores, principalmente no futebol, em que as dimensões do 
campo e a quantidade de jogadores são maiores. A dinâmica do futebol ou do 
futsal não permite a previsão de uma oportunidade de criação de finalização. 
Assim, é importante que todos os jogadores, quando tal oportunidade surgir, 
estejam aptos a finalizar. A seguir, são apresentadas algumas atividades muito 
Aprendizagem motora aplicada ao futebol e ao futsal12
conhecidas por crianças e que podem ser desenvolvidas, aumentando o seu 
grau de complexidade à medida que os jogadores aperfeiçoam a sua capacidade 
de finalização.
 � Rebatida: jogo bastante popular entre aqueles que praticam o futebol 
em escolas, praças e parques. Em uma quadra com dimensões não 
muito grandes, os jogadores tentam fazer gols finalizando contra a meta 
adversária. Para tanto, os chutes devem ser fortes e precisos. Esse jogo, 
geralmente praticado em duplas, destaca-se pela quantidade de chutes 
realizados. As regras são diversas e podem ser adaptadas, como não 
permitir o uso das mãos para interromper a trajetória da bola e realizar 
chutes apenas de um local específico.
 � Futbeisebol: mais indicado para treinar a potência do chute, trata-se 
de uma adaptação do jogo de beisebol para o futebol. Consiste na de-
marcação de uma área no campo com quatro lados iguais, formando a 
figura de um quadrado, com um aluno em cada um dos cantos. Esses 
quatro alunos jogam em um mesmo time e jogam contra outro aluno 
que, de um ponto determinado no chão, chuta a bola a maior distância 
possível. Enquanto um dos quatro do outro time vai buscar a bola, 
aquele que chutou a bola procura conquistar o maior número de bases 
possível (a cada verso do quadrado que ele chegar, conquista uma 
base). Quando o jogador que foi buscar a bola conseguir, chutando-a 
direto ou passando-a a um companheiro, que ela passe sobre uma das 
laterais do quadrado, o adversário para de marcar os pontos. Um a um, 
os jogadores se revezam nos chutes. Podem ser usadas várias áreas de 
jogo em um campo de futebol.
 � Levantadinha: baseia-se na cooperação de duplas contra um goleiro, 
que deve impedir os gols. Para efetuar as finalizações, um dos jogadores 
da dupla deve, controlando a bola, fazer com que assuma uma trajetória 
aérea em direção ao companheiro, que deverá realizar a finalização 
antes que ela toque o solo. 
 � Centroavante: nesse jogo, o centroavante fica em determinado espaço 
da linha de ataque contra o goleiro, podendo dar no máximo dois toques 
na bola; dessa forma, o atacante pode finalizar de diferentes maneiras: 
de longe, mais próximo do gol, com bola rasteira, bola no alto, colocando 
a bola ou com um chute forte.
13Aprendizagem motora aplicada ao futebol e ao futsal
As atividades listadas se baseiam, predominantemente, em situações fecha-
das, com pouca imprevisibilidade. Para aumentar o nível de complexidade, o 
professor pode adaptar as regras, inserindo um ou mais jogadores que deverão 
dificultar ou tentar impedir a realização das finalizações, aproximando as 
tarefas das situações reais de jogo. 
Atividades para o passe
O passe consiste na principal habilidade que faz um time progredir ao ataque 
ou reter a posse de bola. Em situações de jogo, os espaços geralmente são 
reduzidos para a realização de passes e o tempo de que cada jogador dispõe 
para realizar esse fundamento é delimitado pela movimentação e a aproximação 
dos jogadores adversários. Portanto, as atividades voltadas ao passe devem 
privilegiar, além da quantidade de tentativas, situações nas quais se exige 
a tomada de decisão dos jogadores, demandando ações rápidas e precisas. 
Algumas atividades para essa habilidade são listadas a seguir.
 � Bobinho: em uma roda de jogadores, deve-se passar a bola sem permi-
tir que um jogador, ao centro da roda (o bobinho), consiga interceptar 
o passe. O jogador que erra o passe troca de posição com o bobinho. 
Se este tocá-la, quem perdeu a bola vai para a roda. Para aumentar 
as oportunidades de efetuar o passe, recomenda-se que a roda nunca 
seja formada por muitos alunos. Com o domínio dessa habilidade, 
o professor pode propor variações que aumentem a complexidade 
da tarefa, como utilizar dois ou mais jogadores, delimitar o número 
de toques na bola dos jogadores que efetuam os passes, reduzir os 
espaços do jogo, etc.
 � Passa 10: nesse jogo, disputado entre duas ou mais equipes, o obje-
tivo consiste em que os grupos de jogadores realizem determinado 
número de passes (geralmente dez). Ao atingir o número de passes 
delimitados, a equipe marca um ponto. Para aumentar a comple-
xidade do jogo, o professor pode delimitar o número de toques na 
bola por cada jogador, o tempo de realização dos passes, a redução 
do espaço de jogo, etc.
Aprendizagem motora aplicada ao futebol e ao futsal14
Nos últimos anos, a habilidade do passe tem se destacado no futebol. Muitas equipes 
vêm treinando estilos de jogo que privilegiam passes rápidos e precisos, progredindo 
em direção à meta adversária. Exemplo disso é a equipe inglesa do Manchester City que, 
durante um único jogo realizado pelo campeonato nacional em 2018, efetuou 1.015 
passes, acertando 927 (o recorde da competição), promovendo um aproveitamento 
de 91,3% de passes corretos. Na partida em questão, a equipe do Manchester City 
derrotou a equipe do Chelsea, marcando um gol.
Atividades para o controle de bola e domínio
O controle e o domínio da bola são essenciais para os jogadores de futebol e 
de futsal. Se realizados de maneira efetiva, permitem o início de uma jogada, 
como a condução, um passe ou uma finalização. Pelo contrário, sua execução 
incorreta possibilita a posse de bola às equipes adversárias e, consequente-
mente, o início de uma jogada, colocando sua equipe em risco. 
 � Embaixadinha: este jogo se baseia em uma brincadeira, muitas vezes 
realizada de maneira individual, na qual o jogador deverá manter a bola 
no alto, chutando-a e com os pés, mantendo a maior parte do tempo 
o controle sobre esse movimento, utilizando também o peito, a coxa, 
a cabeça ou outras partes do corpo. Para aumentar a complexidade 
desse jogo, pode ser desenvolvido em duplas, quando um atleta realiza 
o domínio e o controle da bola, passando ao seu companheiro, sem 
permitirque toque o solo.
 � Futevôlei: variação do futebol, é disputado em uma quadra com me-
didas próximas às do voleibol de areia. Nessa atividade, em duplas ou 
trios, cada equipe tenta fazer com que a bola toque o solo adversário, 
evitando que a outra equipe faça o mesmo. Em um primeiro momento, 
o professor pode proporcionar que a bola toque no máximo uma vez 
no solo, que o uso das mãos seja permitido em algumas situações e 
que a rede seja baixa, aumentando as chances de êxito dos jogadores. 
15Aprendizagem motora aplicada ao futebol e ao futsal
Atividades de desarme
 � Bobinho: como foi sugerido para o aperfeiçoamento da habilidade de 
passar, o bobinho também é uma possibilidade de atividade de desarme, 
já que o jogador central (o bobinho) deve realizar a intervenção da 
trajetória da bola ou a tomada desta dos demais jogadores. 
 � Saída com atraso: essa atividade consiste em lançar a bola em direção 
ao goleiro e dois jogadores, um na condição de atacante e o outro na 
de defensor, devem buscar disputar a sua posse. O atacante, que sai 
pouco antes do defensor, deve procurar dominar a bola, conduzi-la e 
realizar a finalização. E o jogador defensor precisa recuperar a bola 
que está na posse do atacante. Como variação, podem ser utilizados 
mais jogadores, como dois atacantes ou dois defensores, tal como as 
situações reais dos jogos. 
Atividades de lançamento
Os lançamentos são utilizados com maior intensidade no futebol, já que as 
dimensões do campo exigem, muitas vezes, a transição rápida da bola, o que 
não se dá com tanta eficácia quando utilizados passes ou a condução da bola. 
Apesar disso, as atividades de lançamento também devem ser promovidas 
no futsal, uma vez que em alguns momentos do jogo esse fundamento pode 
ser essencial.
 � Futemão: baseia-se em receber a bola com as mãos e efetuar os lança-
mentos com os pés. A trajetória da bola entre as mãos e os pés favorece a 
realização dos lançamentos. À exceção dessas regras, o jogo se asseme-
lha ao futebol comum. Outra regra a ser elaborada são as finalizações, 
que poderão ser realizadas apenas com cabeceios. 
 � Futetênis: com inspiração no tênis, esse jogo se baseia na delimitação 
de zonas na quadra ou no campo, no qual, por meio de lançamentos, 
os jogadores devem fazer com que a bola toque o local delimitado. 
Aprendizagem motora aplicada ao futebol e ao futsal16
Atividades para cabeceio
Assim como os lançamentos, os cabeceios são empregados com maior inten-
sidade no futebol. No futsal, as dimensões da quadra, o peso da bola e o estilo 
de jogo os tornam raros. Apesar disso, esta habilidade pode ser treinada com 
jogadores de futsal, uma vez que são recorrentes às vezes em que a bola, em 
sua fase aérea, permite ao jogador que a faça ingressar na meta adversária. 
 � Cruzamentos com cabeceio: consiste em realizar lançamentos a uma 
área próxima ao goleiro, em que o jogador deve, por meio de cabeceios, 
fazer com que ingresse na meta. No caso de jogadores iniciantes, os 
lançamentos podem ser feitos com as mãos, facilitando a previsão da 
área na qual o cabeceio deverá ser realizado. Para aumentar a comple-
xidade da tarefa, podem ser inseridos mais jogadores, exercendo tarefas 
diferentes, como dois jogadores tentando efetuar gols de cabeça e, ao 
mesmo tempo, outros dois jogadores tentando afastar a bola, também de 
cabeça, para uma área longe da meta. Nos jogos de futebol, o cabeceio 
é um importante recurso, tanto para jogadas de finalização quanto para 
aquelas que fazem interceptar a bola lançada pelo adversário (Figura 1).
 � Futevôlei de cabeça: igual ao futevôlei descrito anteriormente, porém 
só valem passes de cabeça.
Figura 1. Cristiano Ronaldo, jogador da Seleção de Portugal, realizando um cabeceio.
Fonte: Goal Brasil (2016, documento on-line).
17Aprendizagem motora aplicada ao futebol e ao futsal
Atividades para finta ou drible
As fintas e os dribles são jogadas individuais que visam à superação da marca-
ção de um adversário. São muito importantes no futebol e no futsal, uma vez 
que, ao efetuar uma finta, o jogador desarma a defesa adversária, colocando 
o seu time em superioridade numérica.
 � Cada um por si: os jogadores devem se posicionar em campo. Cada 
dupla deve dispor de uma bola. Um dos jogadores, de posse da bola, 
deve impedir que o colega toque a bola por meio de dribles e fintas. 
 � Jogo de três: variação do jogo cada um por si, neste os jogadores das 
duplas devem buscar, além da realização de fintas e dribles para impedir 
que um dos jogadores recupere a bola, efetuar a finalização em uma 
meta protegida por um goleiro. 
Atividades para condução
 � Zerinho: voltado para a iniciação, consiste em passar por baixo de uma 
corda em movimentos circulares, conduzindo a bola e evitando que a 
corda toque o jogador. 
 � Pega-pega com a bola: todos os alunos deverão estar com uma bola, 
menos o pegador, que, ao pegar o colega, fica com a sua bola e este 
então passa a ser o novo pegador; esse jogo pode variar com mais de 
um pegador e com a condução da bola com diferentes partes do pé.
Diante do exposto, podemos estabelecer atividades básicas para a aprendiza-
gem das habilidades motoras específicas do futebol e do futsal. Evidentemente, 
ao abordar as habilidades específicas, é prudente que habilidades motoras 
gerais, como correr, pular e saltar, estejam bem definidas. As atividades, 
conforme os jogadores vão demonstrando domínio, devem avançar em com-
plexidade, aproximando-se das situações vivenciadas nos jogos. Os profis-
sionais de Educação Física, portanto, devem estar atentos às especificidades 
dos seus alunos ou atletas, buscando identificar quais as suas necessidades e 
potencialidades, elencando programas de intervenção motora que melhor se 
adaptem às necessidades de determinados jogadores ou da equipe. 
Aprendizagem motora aplicada ao futebol e ao futsal18
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