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A PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA O vocábulo prestação, que inicia a definição do CTN de Tributo, pode ser considerado como o ato ou efeito de prestar algo, ou seja, o fornecimento de alguma coisa a alguém determinado. No caso, essa prestação recai sobre as pessoas físicas ou jurídicas, sendo elas as responsáveis pelo cumprimento dessa obrigação. E, tendo o tributo a finalidade arrecadatória e contendo a expressão pecuniária, ou seja, relacionado a dinheiro, verifica- -se que a forma de efetivação dessa prestação se dá com o pagamento em dinheiro, proporcionando ao estado recursos para o desenvolvimento de suas atividades. O papel do Direito Tributário é de garantir a legalidade dessa obrigação com finalidade econômica e, conforme previsão constitucional, prover o estado com recursos, assegurando aos entes políticos condições de atendimento aos objetivos definidos. Essa obrigação, como já verificamos, historicamente se dá com a transferência do patrimônio individual para o Estado – que pode ser também chamada de prestação tributária. Tal prestação ou obrigação nem sempre diz respeito ao pagamento de tributos. São as obrigações acessórias, isto é, ações que divergem do pagamento dos tributos, mas que são igualmente impostas pelos órgãos estatais aos contribuintes para garantia da legalidade dos recolhimentos tributários, sendo que, como exemplo, temos as seguintes obrigações mensais, trimestrais e anuais: 1. GIA - Guia de Informação e Apuração do ICMS – declaração de natureza estadual relacionada às operações que se ajustam ao regime de substituição tributária do ICMS (ST-ICMS). 2. SINTEGRA - Sistema Integrado de Informações sobre Operações Interestaduais com Mercadorias e Serviços – obrigação estadual destinada a empresas que recolhem ICMS e fazem uso do PED (Pagamento Eletrônico de Dados) para emitir documentação fiscal e/ou escriturar os Livros Fiscais. Também é válida para contribuintes que utilizam ECF (Emissor de Cupom Fiscal). 3. EFD ICMS/IPI - Escrituração Fiscal Digital ICMS/ IPI – é uma obrigação acessória de natureza estadual que compõe o SPED (Sistema Público de Escrituração Digital) em substituição à escrituração dos livros em papel. 4. DCTF - Declaração de Débitos Tributários Federais – é de natureza federal e registra informações relacionadas a tributos como: IRPJ, IRRF, IPI, CSLL. 5. EFD Contribuições - Escrituração Fiscal Digital Contribuições – é uma obrigação relativa ao SPED que deve ser enviada pela empresa na escrituração da contribuição ao PIS/PASEP e COFINS. 6. SEFIP/GEFIP - Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social – é uma declaração enviada digitalmente com informações trabalhistas, previdenciárias e relacionadas ao FGTS. A GFIP é gerada de forma automática quando se envia o SEFIP. A GPS (Guia da Previdência Social) também é gerada durante o envio do SEFIP e é usada para recolher o INSS dos funcionários. 7. CAGED - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – é uma declaração digital que possui informações sobre admissões/demissões de empregados que estão registrados sob o regime da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). É usada por programas sociais como o Programa Seguro-Desemprego. 8. ECD - Escrituração Contábil Digital – é uma obrigação de competência da União que integra o SPED, cuja finalidade é substituir a escrituração de papel pela escrituração eletrônica dos seguintes livros: Livro Diário e seus auxiliares; Livro Razão e seus auxiliares; Livro Balancetes Diários, Balanços e fichas de lançamento. 9. ECF - Escrituração Contábil Fiscal – de competência da União e substitui a DIPJ desde 2014. Ela fornece informações sobre operações que interferem na base de cálculo e no valor devido do IRPJ e da CSLL. 10. DIRF - Declaração do Imposto sobre a Renda Retida na Fonte – informa à Receita Federal as retenções de impostos incidentes nos pagamentos e recebimentos da empresa. 11. RAIS - Relação Anual de Informações Sociais – é a declaração que permite ao Governo controlar as atividades trabalhistas no Brasil e identificar o trabalhador com direito ao PIS/PASEP. 12. DIRPF - Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física – é uma declaração dos sócios da empresa que deve ou não ser enviada, dependendo se tais sócios se encaixam ou não em sua previsão legal. Além dessas obrigações, alguns livros devem ser mantidos pela empresa pelo período de cinco anos. São os chamados livros comerciais e fiscais, sendo alguns deles: • Livro Diário; • Livro Razão; • Livro Caixa; • Livro de Registro de Duplicatas; • Livro Registro de Entradas; • Livro Registro de Inventário; • Livro para Registro Permanente de Estoques; • Livro de Movimentação de Combustíveis; • Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR). Observe que não somente a questão tributária é exigida, mas todas as questões relativas às informações que devem ser prestadas ao Fisco, garantindo a exigibilidade e transparência desses recolhimentos. Em resumo, temos as seguintes situações previstas e regulamentadas de obrigatoriedade pelos contribuintes de impostos: a) escrituração de livros contábeis e fiscais; b) guarda de documentos por determinados períodos; c) preenchimento de guias e formulários; d) entrega de declarações pela internet; e) prestação de informações às autoridades fiscais, quando lhes forem exigidas. E, a exemplo do que acontece com a declaração de isenção do Imposto de Renda, os contribuintes que, por alguma particularidade, estiverem dispensados de recolher tributos, devem atentar-se para essas obrigações acessórias, pois o fato de não recolherem impostos não lhes desobriga dessa prestação de informações.