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Eletrocardiograma Cardiologia – Clinica Médica I Tássia Clara Fernandes Assis Quais doenças consigo diagnosticar com ECG? 1- Fundamentos do ECG: como entender os princípios básicos? 2- O que mostra o traçado ECG? 3- Como posicionar os eletrodos? 4- Identificação e calibração do ECG 5- Como definir o ritmo e FC? 6- Relação das derivações e as paredes do coração 7- Duração e amplitude das ondas P, Q, R, S, T 8- Segmento PR e ST e suas principais alterações Fundamentos do ECG: como entender os princípios básicos? • O coração é capaz de gerar energia elétrica • A energia elétrica é captada na superfície pelos eletrodos • A energia captada fornece informações anatomia e funcionamento do coração Cada eletrodo olha o coração de um ponto diferente, transmitindo a onda de uma forma diferente O coração é capaz de gerar energia elétrica Geração de energia elétrica ocorre através de troca de íons pela célula No interior da célula cardíaca, o ambiente é mais negativo (-90mV) Quando a célula começa em repouso, é mais negativa por dentro e positiva por fora Com a troca de íons (entrada de sódio), o interior da célula vai ficando mais positivo e o exterior mais negativo O fato de haver essa troca, irá gerar energia e quando despolariza a célula (libera energia), tem o estímulo elétrico Após a despolarização, automaticamente a célula começa a se repolarizar novamente, entrando em repouso Em torno de 50 a 100 vezes por minuto O coração é capaz de gerar energia elétrica Troca de energia gerará potencial de ação Onda P: representa a despolarização dos átrios - sístole dos átrios Complexo QRS: representa a despolarizao dos ventrículos - sístole dos ventrículos Onda T: representa a repolarizacao dos ventrículos - diástole dos ventrículos Repolarizacao dos átrios não é visível porque cai junto a despolarização dos ventrículos (tem energia maior) Estado de período refratário (célula negativa), entrada rápida de sódio e saída de potsssio, saindo energia despolariza do - 1 Nível 2 ocorre troca de potássio e cálcio (mas não tem muita geração de energia, formando linha reta) Após parar de entrar íons positivo, a célula começa a voltar ao repouso e ficar negativa, caindo o potencial de ação até entrar em um novo período refratário O ◦ O coração é capaz de gerar energia elétrica • Cronotropismo • Dromotropismo • Batmotropismo • Inotropismo • Nó sinusal se despolariza mais rápido marca passo do coração CRONOTROPISMO é automaticidade, capacidade de gerar energia, produzir contração e gerar uma frequência cardíaca - medicações cronotropicos negativos - SNA estimula células beta do coração (aumenta frequência cardíaca - beta bloqueadores inibem o cronotropismo, diminuindo FC) DROMOTROPISMO: capacidade de condução dos estimulos elétricos (células intercalares) BATMOTROPISMO: capacidade da célula cardíaca em receber estímulos elétricos, físico e mecanismo e gerar energia Inotopismo: força de coração - medicações isotropicas na insuficiência cardíaca No sinusal: assume função de dar o ritmo e de ditar a frequência do coração - localizado no AD próximo as veias cavas O coração tem capacidade de gerar estímulo elétrico sem ser do marca-passo, porque todas as células tem o automatismo, mas como a despolarização do no sinusal é mais rápida, sobrepõe às demais células A energia elétrica é captada na superfície pelos eletrodos Pessoa que ouve o barulho se distanciando desenha onda negativa Pessoa que ouve o barulho aumentando desenha onda positiva Pessoa por onde a onda passa tem o momento que a onda aproxima e a onda que a onda afasta Sempre que o coração gera energia essa energia gera um vetor, o qual é em direção de onde está sendo gerada a energia Quando a força do vetor estiver indo ao eletrodo, desenha onda positiva e se estiver distante, a onda será negativa A energia captada fornece informações anatomia e funcionamento do coração A energia captada fornece informações anatomia e funcionamento do coração Eletrodos são colocados em 3 pontos principais com o coração no meio (fixo) Eletrodos fixos O biotipo do paciente tem relação com o sentido da ponta do coração - longilíneo mais o baixo, brevelíneo mais horizontalizado e normolineo bo 5EIC LHM, a cerca de 60 graus - varia de 0 a 90 Por causa da força de contração do ventrículo esquerdo, o principal vetor do coração aponta para baixo e para a esquerda Referência será como se tivesse um eletrodo na ponta do coração - foco mitral Como despolariza para baixo e para a esquerda, o lado positivo da seta será para baixo e para esquerda Eletrodo em A vê o fundo da seta, gerando onda negativa Elétrico em B vê onda positiva Eletrodo em C vê onda positiva e negativa O que mostra o traçado do ECG? No sinusal despolariza, passa pelos feixes internodais, chega no no atrioventricular que freia o impulso Estímulo do feixe de Hiss e as redes de ourkinje Onda P • Fig 2.7 e 2.8 Como gera onda P? A despolarização dos átrios gera vetor para baixo e para a esquerda, e o vetor resultante desses dois é para baixo e para a esquerda Onda P positiva porque vai em direção ao eletrodo na ponta do coração É a primeira onda positiva do eletro Segmento PR O no sinusal dispara o estímulo para o átrio contrair, mas no no AV tem freada para o átrio terminar de contrair Durante esse período, tem uma certa parada de troca de íons (período como se fosse de repouso), sem geração de energia e apresentação de linha reta Após despolarização dos átrios tem a linha reta (segmento PR) para só depois começar a despolarização dos ventrículos Onda Q Despolarização dos ventrículos O ventrículo despolariza em 3 momentos (didaticamente) em onda Q, R e S Despolariza primeiro a parte septal do coração - formação de vetor resultante para direita e para baixo. Ponto de referência na ponta do coração, mostrando onda negativa Onda q é pequena porque o septo não é a maior part dos ventrículos Onda R Despolarização dos ventrículos - parede livre dos ventrículos Principal part da massa muscular nos ventrículos (esquerdo) Somatória dos vetores é para baixo e para esquerda, no sentido do eletrodo - onda grande e positiva Quanto mais massa muscular tem no coração, maior o complexo QRS e amplitude da onda R -paciente hipertenso e jovem com hipertrofia cardíaca, tem amplas ondas R A despolarização dos ventrículos é do endocárdico para o epicárdio (de dentro para fora) Onda R Onda S Despolarização da porção basal das paredes do coração, com vetor resultando para cima e para direita Vetor resultando afastando do eletrodo, formando onda S negativa Finalização da despolarização do ventrículo Onda T Período refratário correspondente ao segmento ST - não há troca de energia, formando uma linha reta enta a onda S até o início da onda T Onda t corresponde a repolarizacao dos ventrículos Geralmente tem o mesmo sentido de despolarização do complexo QRS (positiva - PARA BAIXO E PARA ESQUERDA) - amplitude da onda T é em torno de 30% do QRS Como começa a despolarização de dentro para fora, a recuperação é de fora para dentro (parte externa mais vascularizada, onde ficam as coronárias permitindo melhor recuperação do coração) NO IAM COMO OCORRE PERDA CELULAR, ALTERA ESSE SEGMENTO ST Eletrocardiograma Onda U corresponde ao final da representação da repolarizacao ventricular, mas não tem significado Nem sempre o complexo QRS aparece perfeito porque as vezes a despolarização do septo e da parede basal gera energia tão pequena que nem gera onda no eletro Tamponamento cardíaco e fatores que atrapalham a transmissão elétrica deixam a onda pequena Existe a denominação segmento PR e intervalo PR - segmento é entre final da onda P e início da r - intervalo é do início da onda P até início da onda R O mesmo acontece para ST O intervalo PR é importante medir para saber se o paciente tem bloqueio atrioventricular (1, 2 ou 3 grau) O segmento ST é olhado para dar diagnóstico de IAM Intervalo QT: quando é muito longo, pacientetem tendência a ter taquiarritimia que são potencialmente fatais - tem medicações e doenças que prolongam esse intervalo O que muda o tamanho dos complexos? - quantidade de massa muscular - tamponamento cardíaco, DPOC, obesidade, atrapalhando a captação de energia, pode levar a onda menor O fato do paciente ser mais brevelineo, longilíneo ou normolineo, muda o eixo do coração, o qual estará mais próximo à 0 ou 90 graus Como posicionar os eletrodos no paciente? V1 e V2 na linha para external - 4 EIC V4 na linha hemiclavicular V3 entre V2 e V4 V5 linha axilar anterior V6 linha axilar média Nível do apêndice xifoide Desvio muito grande para a direita: sobrecarga de câmara direita? Doença pulmonar importante? Situs I versus quando paciente tem dextrocardia Como posicionar os eletrodos no paciente? Derivações precordiais: V1 a V6 - colocadas no tórax - VD, septo e maior parte do VE Derivacaoes unipolars: AVR, AVL E AVF Derivações bipolares: D1 a D3 - vê diferença de cargas de lado o outro AVF não gera nenhuma derivação - perna esquerda. Não transmite nenhum tipo de estímulo Triângulo de Eithoven } PERIFÉRICAS Primeiro passos para interpretar um ECG? Cada quadrado tem 1mm ou 1 mV de distância e duração de 0,04 segundos - agrupamento de 5 quadradinhos Importante para cauclular tamanho e duração das ondas Quando o impulso passa de forma mais lenta, a onda pode durar mais ou menos Amplitude ampliada pode indicar sobrecarga na onda Na vertical vê a amplitude e na horizontal a duração A velocidade do papel é 25mm/segundo - tem que conferir se está calibrado - indica que velocidade está correndo de acordo com a tabela acima O normal de amplitude é que a calibração tenha 10 de altura - quadradinho da ponta tem que ter 2 quadradinhos de altura Pode ser feito para pacientes muito obesos - altera a calibração Paciente com QRS amplo, misturando ondas Tem que estar nessa posição Como definir o ritmo e frequência cardíaca? • Figura 6.2 e 6.3 Para definir o eixo cardíaco, vê a rosa dos ventos O nosso coração está na posição de DII Paciente mais brevelineo vai mais a 0 graus Normolineo coração está a mais ou menos 60 graus Mais longilíneo vai mais a 90 graus Para ver se o ritmo é sinusal, tem que ver se o complexo QRS procede dos átrios - quando tem estímulo gerado dos átrios, tem onda P positiva (despolarização dos átrios para baixo e para a esquerda) - quando a onda P é negativa, indica que o ritmo não está vindo do no sinusal (pode estar vindo de outro lugar do átrio) Como definir o ritmo e frequência cardíaca? D2 é o ponto de referência (como se fosse o eletrodo A) Onda p tem que ser positiva em DI e em AVF (nos dois o vetor resultando é para baixo e para esquerda) - D1 DEITADO E AVF EM PÉ Onda P tem que ser positiva em D2 longo - observa se são positivas e se são seguidas de QRS, além de observar se são parecidas QUANDO TEM ESSAS 3 CARACTERÍSTICAS, CHEGA A CONCLUSÃO QUE O RITMO É SINUSAL - RITMO ORIUNDO DA PARTE CERTA DO CORAÇÃO É muito comum que em V1 a onda P seja negativa, então não é referência para olhar onda P Como definir o ritmo e frequência cardíaca? • Ritmo sinusal • Onda P positivas em DI e AVF • Ondas P com mesma morfologia • Ondas P seguidas de QRS Como definir o ritmo e frequência cardíaca? Para determinar a frequência cardíaca Calcula o intervalo entre duas ondas r - contar a quantidade de quadradinhos pequenininhos q será a parte de baixo da divisão do 1500 - 1500 dividido por quantidade de quadrados pequenos - VALOR MAIS FIDEDIGNO - 300 dividido por quantidade de quadrados grandes O V1 vê o ventrículo esquerdo mais longe (onda R pequena), vendo melhor a despolarização da parte basal do coração - onda R pequena e onda S grande Em V2, já está mais próximo do lado esquerdo do coração, enxergando onda R um pouco maior e onda S um pouco menor O V3 está no meio, vendo tanto o estímulo chegando quanto passando por ele Em V4, está na ponta do VÊ, vendo onda R bem a olha e onda S pequena Isso é chamado de progressão de onda R na parede anterior do coração Primeira onda positiva que aparece é P - segunda positiva é R (no complexo QRS) - cuidado pq se começa no complexo QRS, a primeira positiva será R Segunda onda negativa que aparece é Q O O O Como definir o ritmo e frequência cardíaca? • E quando o ritmo é irregular? • Contar o numero de QRS no DII longo e multiplicar por 6 Vai no D2 longo, conta a quantidade de ondas R e multiplica por 6 Essa não é uma regra usada para definir o ritmo sinusal - usado para ritmo irregular Relação das derivações e as paredes do coração Cada derivação representa uma parede do coração As derivações D2, D3 e AVF que estão na part inferior, olham a parede inferior do coração que é irrigada pela coronária direita - IAM de coronária direita, terá alterações dessas derivações - supra D1 e AVL estão na parte lateral e em cima - vê a parede lateral alta do coração, irritada pela artéria circunflexa - infarto de circunflexa terá supra de V1, AVL, de V5 e de V6 De V1 a V4 vê a parede septal e anterior do ventrículo esquerdo V1 A V6: PAREDE ANTERIOR DO VENTRÍCULO ESQUERDO Descendente anterior irriga parede anterior e septal Artéria circunflexa parede lateral Coronária direita irriga a parede inferior Ritmo sinusal: DI, aVf e DII longo Duração e amplitude das ondas • Onda P: amplitude de 2,5mm e duração de igual ou inferior a 110ms Mais de 2,5 mm de duração, indica sobrecarga de átrio esquerdo Quanto tem amplitude maior que 2,5 mm indica sobrecarga de átrio direito Duração e amplitude das ondas Onda P ampla- sinal de sobrecarga Duração e amplitude das ondas • QRS: amplitude entre 10-30mm e duração inferior a 120ms Ate 2,5 de duração e ate 30mm de amplitude Se dura mais que 2,5 quadradinhos, pode ter bloqueio de ramo esquerdo ou direito Se tem mais de 30mm de amplitude, tem sinal de sobrecarga do ventrículo esquerdo Duração e amplitude das ondas Duração e amplitude das ondas Duração e amplitude das ondas Duração maior que 2,5 Duração e amplitude das ondas QRS Duração e amplitude das ondas • Onda Q patológica: quando dura mais de 0,4ms ou tem amplitude maior que 25% da onda R correspondente Onda Q maior que a onda R geralmente indica sinal de cicatriz de infarto - tem que ser proporcional a onda R Duração e amplitude das ondas • Onda T: amplitude de 10-30% do QRS Isso geralmente ocorre na fase hiperaguda de infarto ou no paciente com insuficiência de potássio Duração e amplitude das ondas • Segmento PR: duração entre 120 a 200ms Onda P grudada no QRS, sem período refratário - pode ser arritmia (pré excitação na síndrome de von parkinson white) Varia de 3 a 5 quadrados Duração e amplitude das ondas • Segmento ST: entre onda S e onda T, nivelo pelo intervalo PR Segmento ST se altera quando tem IAM Duração e amplitude das ondas Duração e amplitude das ondas
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