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Módulo 05 (2)

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MÓDULO 5
Condição, termo e encargo
Constituem elementos acidentais do negócio jurídico, introduzidos pelas partes de forma voluntária, e
que passam a ter o mesmo valor dos elementos essenciais.
Em outras palavras, são cláusulas que acarretam modificações nos efeitos do negócio jurídico,
determinadas pela vontade das partes, e não pela lei.
 
1 – Condição (art. 121 CC)
Condição é o acontecimento futuro e incerto de que depende a eficácia do negócio jurídico.
Fica na pendência da sua ocorrência (da condição) o nascimento e a extinção de um direito.
Importa frisar que a condição deriva da vontade das partes, e não da lei.
 
1.2 – Elementos da condição
Os requisitos (ou elementos) para que haja a condição são os seguintes:
Voluntariedade: a cláusula (condição) deve ser voluntária, ou seja, convencionada pelas partes
interessadas, e não decorrente de lei (conditio iuris). Também não é considerada condição a morte em
relação ao testamento, pois esta é intrínseca à aludida figura jurídica.
Futuridade: o evento deve ser futuro (nunca passado ou presente)
Incerteza: o evento deve ser incerto, podendo verificar-se ou não. A incerteza deve ser objetiva, isto é,
deve ser o evento incerto para todos e não apenas para a pessoa declarante.
Possibilidade: o evento deverá ser juridicamente possível
 
1.3 - Espécies de condição
Condição voluntária: “conditio facti”, é aquela estabelecida pelas partes, como requisito de eficácia do
negócio jurídico.
Condição legal: é aquela condição estabelecida por lei (“conditio iuris”). Na realidade, a conditio iuris é
da essência do negócio jurídico, e não convencionada pelas partes, ainda que elas façam referência a
elas no negócio jurídico. Ex: necessidade de casamento para a eficácia de pacto antenupcial (art. 1.653
CC).
O Código Civil atual só considera condição aquela que deriva da vontade das partes – nos termos do
artigo 121 CC.
 
1.4 – Classificação das condições
Quanto à licitude
Podem ser lícitas ou ilícitas. Serão lícitas todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou
aos bons costumes ( art. 122 CC). Serão ilícitas todas as que ferirem a lei, a ordem pública e os bons
costumes.
Quanto à possibilidade
 Possíveis ou impossíveis. As condições impossíveis podem ser física ou juridicamente impossíveis.
Fisicamente impossível: não poderão ser cumpridas por nenhum ser humano.
Juridicamente impossível: esbarra em proibição expressa na lei, fere a moral ou os bons costumes.
Ressalte-se que são consideradas inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas, bem
como as de não fazer coisa impossível (conforme art. 124 CC).
Quanto à fonte de onde emanam: casuais, potestativas e mistas:
Casuais são as que dependem do acaso, do fortuito.
Potestativas são as que decorrem da vontade de uma das partes. Dividem-se em:
- puramente potestativa: considerada ilícita, pois sujeita todo o efeito do ato ao arbítrio de uma das
partes (art. 122CC). Ex: se me aprouver, e eu quiser, a meu critério, etc...
- simplesmente potestativa: são lícitas, pois dependem da vontade de uma das partes e também de
acontecimento exterior. Ex: art. 420 CC, estipulação do direito de arrependimento.
Mistas são as condições que dependem simultaneamente da vontade de uma das partes e da vontade
de um terceiro. Ex: dar-te-ei tal quantia se casares com fulana.
Quanto ao modo de atuação : pode ser suspensiva ou resolutiva. A condição suspensiva impede que o
ato produza efeitos até a realização do evento futuro e incerto. Condição resolutiva é aquele que
extingue, resolve o direito transferido pelo negócio, uma vez ocorrido o evento futuro e incerto.Ex:
doação com condição resolutiva.
 
1.5 – Condição maliciosamente obstada ou provocada
A lei considera verificada a condição não ocorrida devido ao dolo (intenção) de obstá-la, pela parte a
quem prejudica, e, por outro lado, a presume não ocorrida quando for maliciosamente provocada por
aquele a quem aproveita (art. 129CC).
Por exemplo, se na condição suspensiva o credor maliciosamente altera as circunstâncias de fato, ou o
devedor evita que ela se manifeste.
Aqui é importante ressaltar que deve existir dolo por uma das partes.
 
2 – Termo
Significa o dia e o momento do início e fim da eficácia do negócio jurídico. Pode ser medido em hora,
dia, mês ou ano.
O termo inicial suspende o exercício do direito, porém não suspende a aquisição do direito (art. 131 CC),
pois este é dotado de certeza, diferentemente da condição, em que o evento futuro é incerto.
Assim, pode-se dizer que o termo assemelha-se à condição suspensiva, pois suspende o exercício do
direito. Porém, difere desta última pois não suspende a aquisição do direito, apenas protelando-o para o
futuro, sendo o evento futuro certo, ao contrário da condição suspensiva, em que o evento futuro é 
incerto.
Alguns negócios jurídicos não admitem termo, da mesma forma que não admitem condição, por
exemplo os direitos de personalidade e o direito de família.
 
2.1 – Espécies
- Termo convencional: ocorre pela vontade das partes.
- Termo de direito: decorre da lei.
- Termo de graça: dilação do prazo concedida ao devedor.
- Termo certo: refere-se a determinada data.
- Termo incerto: incerteza da data de sua verificação. Ex: termo inicial será a morte de tal pessoa: sabe-
se que ela irá morrer, não se sabe ao certo o dia.
- Termo inicial ou suspensivo (dies a quo): contrato celebrado dia 10, mas que passará a ter vigência a
partir do dia 20 (dies a quo)
- Termo final ou resolutivo (dies ad quem): data em que cessa os efeitos do contrato.
- Termo essencial: o efeito pretendido deve ocorrer no momento preciso, sob pena de perder seu valor.
Ex: entrega de um vestido de casamento.
- Termo não essencial: momento não é dotado de precisão
.- Termo inicial impossível : demonstra a inexistência da vontade real de celebrar o negócio jurídico,
sendo portanto nulo, como ocorre na condição suspensiva. Ex: início do contrato em 30/02.
- Termo final impossível: considerado inexistente, pois demonstra que as partes não desejam que o
negócio se resolva. Ex: Término do contrato em 30/02.
 
2.2 - Contagem de prazos
Mister ressaltar que o conceito de termo não se confunde com prazo.
Prazo é o intervalo compreendido entre o termo a quo e o termo ad quem (art. 132/134 CC).
Os dias são contados por inteiro (24 h), por ex. das 14 h de hoje às 14 h de amanhã.
Na contagem de prazos extingue-se o dia do início e inclui-se o último dia, e se este cair em feriado,
considera-se prorrogado até o próximo dia útil (art. 132, § 1º CC).
Outras definições também relevantes:
Meado : 15º dia do mês (art. 132, § 2º).
Ano bissexto: regra do art. 132, § 3º.
Os prazos contados em hora computam minuto a minuto (art. 132, § 4º).
 
3 – Encargo ou modo
Constitui cláusula acessória às liberalidades, pela qual se impõe alguma obrigação ao beneficiário
(artigo 136 CC). Ocorre em doações e testamentos.
Admite-se o encargo também em declarações unilaterais de vontade, como por exemplo na promessa
de recompensa.
É inerente aos negócios jurídicos gratuitos ou benéficos, pois se fosse possível em negócios onerosos
seria equivalente à contraprestação.
Comum em doações feitas ao Município ou Estado, com obrigação de construção de hospital, escola,
etc, e também em heranças com a obrigação do beneficiário de cuidar de determinada pessoa ou até
mesmo de animal de estimação.
Constitui-se geralmente em obrigação de dar, de fazer e de não fazer.
Caracteriza-se pelo seu cunho obrigatório, podendo inclusive ser exigido em ação cominatória.
O encargo difere da condição suspensiva, pois esta impede a aquisição de direitos, enquanto o encargo
não suspende a aquisição nem o exercício do direito. A condição é imposta com o emprego da partícula
“se” e o encargo com a expressão “para que” ou “com a obrigação de”. O encargo é coercitivo, mas não
suspensivo, ao contrário da condição suspensiva.
O encargo igualmente difere da condição resolutiva, pois não implica na revogação do ato.
O encargopoderá ser imposto como condição suspensiva, com estipulação expressa (art. 136 CC,
segunda parte).
Já o encargo ilícito ou impossível é considerado inexistente (nos termos do art. 137 CC).
Obs: se o encargo ilícito for objeto do negócio jurídico como razão da liberalidade, o negócio jurídico
será nulo. Ex: doação de imóvel para que lá se mantenha casa de prostituição.

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