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Prévia do material em texto

Imunologia Geral 
e Clínica Aplicada 
à Farmácia
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Me. Ana Carolina Alves Rocha
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Fundamentos de Imunologia
Fundamentos de Imunologia
 
 
• Reconhecer os princípios gerais da imunologia e identificar os órgãos e células do sistema imune;
• Distinguir e conceituar imunidade inata e adaptativa, bem como as células envolvidas;
• Definir os tipos de antígeno;
• Distinguir e classificar a estrutura e a função dos anticorpos.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO 
• Origem do Estudo da Imunologia;
• Princípios Gerais da Imunologia;
• Órgãos e Células do Sistema Imunológico;
• Características da Imunidade;
• Imunidade Inata;
• Imunidade Adaptativa;
• Antígenos e Anticorpos.
UNIDADE Fundamentos de Imunologia
Origem do Estudo da Imunologia
Desde antes da era cristã, a varíola era uma das enfermidades mais mortais. Essa 
doença, que causava fortes diarreias, úlceras na pele e hemorragias fatais, espalhou-se 
pelos vários continentes do mundo. No século XVIII, apenas na Europa, cerca de 
400 mil pessoas morriam todos os anos de varíola, independentemente se eram 
ricos ou pobres.
Mas, em 1789, no interior da Inglaterra, um médico chamado Edward Jenner 
observou que as vacas desenvolviam nas tetas feridas similares (varíola bovina) às 
causadas pela varíola humana. E isso lhe chamou a atenção! As feridas estavam con-
taminando os ordenhadores, que desenvolviam inflamação nas mãos.
O médico também percebeu que as pessoas curadas da varíola bovina não desenvol-
viam a varíola humana, mesmo se elas entrassem em contato com pessoas infectadas.
Em 1796, Jenner resolveu fazer um teste: recolheu pus das mãos de uma orde-
nhadora que havia desenvolvido a doença de origem bovina e aplicou em James 
Phipps, um menino saudável de oito anos (Figura 1). James desenvolveu a varíola 
de forma branda e ficou curado rapidamente. Cerca de dois meses depois, Jenner 
inoculou em James líquido de uma ferida de varíola humana. O menino não adoe-
ceu, o que, na prática, significava que ele estava imune.
Figura 1 – Edward Jenner inocula o líquido de uma ferida de varíola humana em um garoto de 8 anos
Fonte: Wikimedia Commons
Que o nome vacina foi originada da vaca? Saiba mais em: https://bit.ly/2WGHq4v
Para comprovar a eficácia de seu método, Jenner realizou inoculações em outras 
crianças, entre elas, seu filho. Em 1798, seu trabalho foi reconhecido pela comuni-
dade científica. Assim, estava criada a vacina contra a varíola, que só foi completa-
mente erradicada em 1977. 
8
9
Princípios Gerais da Imunologia
A imunologia estuda as reações do sistema imunológico humano contra: a) orga-
nismos invasores, como bactérias, vírus, fungos e parasitas; b) alergias causadas por 
fatores ambientais, como alimentos, plantas, medicamentos, cosméticos e produtos de 
limpeza, entre outros; e c) o próprio corpo humano, no caso de doenças autoimunes, 
como lúpus, artrite reumatoide e esclerose múltipla.
Além disso, a imunologia também pesquisa formas de usar células do sistema 
imune para combater doenças, entre elas, o câncer. Esse tipo de tratamento é 
chamado de terapia celular. 
Em 2019, o Brasil desenvolveu um tratamento que devolveu a vida a um paciente com 
câncer terminal. Acesse o site e saiba mais: https://bit.ly/36cbQP6
O sistema imunológico identifica quando o corpo recebe sangue, órgãos ou parte 
de órgãos de outras pessoas, podendo iniciar uma reação de rejeição. Então, uma 
das frentes de pesquisa da imunologia visa impedir essa reação, que em muitos casos 
pode comprometer o sucesso de um transplante ou transfusão de sangue.
Outra característica do sistema imunológico é a capacidade de distinguir células, 
órgãos, proteínas e hormônios que naturalmente compõem o corpo humano do que 
são ameaças externas. Isso evita que o sistema imunológico ataque o próprio corpo. 
A exceção para esses casos são as chamadas doenças autoimunes, que ocorrem 
quando há falhas nessa distinção.
O corpo humano se defende de ataques de maneira gradual. A primeira barreira é a 
pele, maior órgão do sistema imunológico. Caso ela seja penetrada, a próxima defesa 
é feita por um exército de células, os fagócitos, que vão tentar destruir o agente invasor. 
Caso os fagócitos não eliminem o invasor, uma nova frente de defesa mais 
específica precisará ser ativada. Durante a fagocitose, o patógeno será digerido em 
pequenos fragmentos, os chamados antígenos. Ainda no interior da célula, esses frag-
mentos serão acoplados em proteínas chamadas MHC Classe II, que irão expressar o 
antígeno, apresentando-o aos linfócitos T helper (Figura 2).
Fagócitos: são células responsáveis por digerir micro-organismos estranhos ao corpo, 
exterminando-os. Esse processo é chamado de fagocitose. Também são responsáveis por 
expressar antígenos.
Patógeno: micro-organismo capaz de provocar infecção.
Expressar: levar para fora da célula moléculas de MHC que foram produzidas em seu interior 
a partir do antígeno.
9
UNIDADE Fundamentos de Imunologia
FAGOCITOSE
4. Célula Apresentadora de Antígeno (APC)
Receptor
MHC Classe II
Partícula do 
patógeno
Célula T helper 
(célula laranja)
3. Ocorre fusão dos lisossomos 
com o fagossomo
2. O patógeno é ingerido 
pelo fagócito
1. Ligação com 
o patógeno
Fagócito
Patógeno
Figura 2 – Apresentação de antígenos pelo fagócito
Fonte: Adaptado de Getty Images
Assista a este vídeo e entenda como funciona o mecanismo de apresentação de antígeno 
pelos fagócitos. Acesse: https://youtu.be/Bgd1qxQ0Dh4
Uma das formas de o sistema imunológico se comunicar com as células, infor-
mando se existe uma invasão ou onde ela está ocorrendo, é por meio da secreção 
de mediadores químicos conhecidos como citocinas. Dependendo da combinação de 
citocinas liberadas, diferentes respostas imunes podem ocorrer.
Citocinas: são substâncias produzidas pelas células de defesa para promover uma resposta 
imune, ativando ou recrutando novas células para intensificar a defesa.
O sistema imunológico tem capacidade de desenvolver memória celular, ou seja, 
consegue reconhecer ataques já ocorridos e responder automaticamente a eles, 
impedindo que o indivíduo desenvolva a doença. 
É importante compreender como o sistema imunológico se organiza no corpo 
humano e como esse exército celular consegue responder de tantas formas diferentes 
aos ataques externos e estranhos. Conhecer as diferentes células e o papel que cada 
uma delas desempenha no desenvolvimento da imunidade e na proteção contra micro-
-organismos, impedindo as doenças, é fundamental para o estudante de Farmácia.
10
11
Órgãos e Células do Sistema Imunológico
Órgãos do sistema imunológico
O sistema imunológico é formado por 10 órgãos linfoides (Figura 3), sendo dois 
primários (Quadro 1) e oito secundários (Quadro 2).
Quadro 1 – Órgãos linfoides primários
Nome Função
Medula óssea Responsável pela produção de todas as células do sistema imunológico e pela maturação delas, com exceção do linfócito T, que é a célula central no processo de resposta imune.
Timo Responsável pela maturação dos linfócitos T.
Quadro 2 – Órgãos linfoides secundários 
Nome Função
Amídalas ou tonsilas Localizadas na garganta, abrigam linfócitos produtores de anticorpos.
Baço
Localizado no abdômen, é constituído pelas polpas branca e vermelha. A branca é cons-
tituída principalmente de linfócitos B e T. Já a vermelha é usada para filtrar o sangue, 
eliminando células velhas e defeituosas.
Intestinos grosso e delgado Abrigam muitos linfócitos secretores de anticorpos, em especial a Imunoglobulina A (IgA).
Apêndice Abrigam linfócitos.
Linfonodos e vasos linfáticos
Localizados em todo o corpo, em paralelo ao sistema circulatório, abrigam linfócitos B e T 
(virgens ou maduros). Os vasos linfáticos servem como via de trânsito dos linfócitos por 
todo o corpo.
Placas de Peyer Localizadas na mucosa do intestino delgado, abrigam linfócitos e células dendríticas.
 Os órgãos linfoidessecundários são responsáveis por abrigar as células produzidas 
pela medula óssea.
Timo
Baço
Medula óssea
Amígdalas 
ou tonsilas
Linfonodos
Linfonodos
Placas de Peyer
Apêndice
SISTEMA 
IMUNOLÓGICO
Figura 3 – Órgãos linfoides primários e secundários
Fonte: Adaptado de Getty Images
11
UNIDADE Fundamentos de Imunologia
Células do Sistema Imunológico
As células-tronco presentes na medula óssea dão origem a dois tipos de células: 
mieloide, que se transforma (diferencia) em sete outros tipos de células (neutrófilos, 
monócitos, macrófagos, células dendríticas, mastócitos, eosinófilos e basófilos), e lin-
foide, que origina os cinco tipos existentes de linfócitos – linfócitos T helper, linfócitos 
T citotóxicos, linfócitos T reguladores, linfócitos B e células assassinas (Figura 4).
Todas as células mieloides e linfoides, com exceção dos mastócitos e das células 
dendríticas (que não circulam no sangue), são também chamadas de leucócitos.
Célula dendrítica
Neutró�lo
Linfócito B
Plaquetas Monócito
Linfócito T
Mastócito
Eosinó�lo
Célula assassina (NK)
Macrófago
Basó�lo
CÉLULAS DO SISTEMA IMUNOLÓGICO
Figura 4 – Células do sistema imunológico
Fonte: Getty Images 
Células mieloides
As células mieloides dão origem a células do sistema imune, que podem ser ou 
não fagócitos (Quadro 3).
Quadro 3 – Células mieloides
Fagícitos
Neutrófilos
Presentes no sangue, são responsáveis pela primeira linha de defesa contra bactérias e fungos. Quando 
o corpo sofre um ataque, eles migram do sangue para o local infectado, em um processo denominado 
quimiotaxia. Nos processos inflamatórios, são os neutrófilos que produzem pus. É o leucócito mais comum, 
representando 60% a 70% do total.
Monócitos
Macrófagos
Presentes no sangue, os monócitos também integram a primeira linha de defesa. Quando migram para os 
tecidos, passam a chamar-se macrófagos. Além de partículas estranhas, ambos também fagocitam células 
mortas e restos de tecidos.
Células 
Dendríticas
Presentes nos tecidos, são responsáveis por ativar os linfócitos, com o objetivo de desencadear respostas mais 
específicas a ataques externos de qualquer natureza, inclusive do próprio organismo (doenças autoimunes). 
12
13
Não Fagócitos
Mastócitos
Presentes predominantemente no pulmão, na pele e no trato gastrointestinal, são responsáveis por 
desencadear reações alérgicas. Essas reações ocorrem quando os mastócitos são estimulados por fatores 
externos ou ambientais. São células do tipo granulócitos, que têm em seu interior bolsas (vesículas) com 
substâncias químicas (histaminas, prostaglandinas e leucotrienos), que, quando liberadas, causam os 
sintomas das alergias. 
Eosinófilos Presentes no sangue, têm as mesmas funções e características dos mastócitos. Além de desencadear alergias, também atuam contra verminoses (helmintoses).
Basófilos Presentes no sangue em quantidade mínima (no máximo 1% dos leucócitos sanguíneos), também atuam nas respostas alérgicas.
Células linfoides
As células linfoides dão origem aos cinco tipos de linfócitos. Todos, com exceção 
das células assassinas, precisam ser ativados por antígenos. Antes dessa ativação, 
são chamados de células virgens e, após, de células efetoras (Quadro 4).
Quadro 4 – Células linfoides
Linfócitos T
Linfócitos T helper
(Th, CD4)
São as células-chave das respostas imunológicas. São amadurecidas no timo, circulam no 
sangue e preenchem todos os órgãos linfoides secundários do sistema imunológico. Uti-
lizam a proteína receptor de célula T (TCR), presente em sua membrana citoplasmática, 
para reconhecer os antígenos levados pelos fagócitos por meio da molécula MHC Classe II. 
Após esse reconhecimento, o linfócito é ativado e dá início ao processo de resposta imune.
Linfócitos T citotóxicos 
(Tc, CD8)
São responsáveis por exterminar células infectadas por vírus ou outros micro-organis-
mos intracelulares. Utilizam a proteína receptor TCL, presente em sua membrana cito-
plasmática, para reconhecer os antígenos presentes nas células infectadas. Isso ocorre 
por meio da molécula MHC Classe I, que irá ativar o linfócito T citotóxico, eliminando a 
célula infectada. 
Linfócitos T reguladores São responsáveis por suprimir respostas autorreativas do sistema imunológico ao pró-prio corpo humano, inibindo o desenvolvimento de doenças autoimunes. 
Outros Linfócitos
Linfócitos B
Quando ativados por um antígeno, passam a se chamar plasmócitos e iniciam a produção 
de anticorpos altamente específicos. Após a ativação, são criadas cópias idênticas desses 
plasmócitos, que ficam abrigados nos linfonodos. Essas cópias têm memória celular e 
entram em ação caso haja no futuro algum ataque pelo mesmo agente infeccioso.
Células assassinas 
(NK – Natural Killer)
Presentes no sangue, são responsáveis por exterminar células infectadas sem identificar 
o antígeno. Também podem exterminar células tumorais e aberrantes (anormais). 
Fazem parte da imunidade inata, ou seja, da primeira linha de defesa.
Características da Imunidade
As respostas imunes podem se dar de forma natural (imunidade inata) ou mediante 
adaptação ao agente patogênico (imunidade adaptativa). Podem ser mediadas por 
células (imunidade celular) ou por proteínas (imunidade humoral). 
Além disso, as linhas de defesa podem ser específicas ou inespecíficas. A defesa 
específica significa que o sistema imunológico consegue identificar o agente estra-
nho e adaptar-se a ele de maneira especializada. Já no caso da defesa inespecífica, 
o corpo sabe que há um agente estranho, mas não reconhece qual é, respondendo 
de maneira igual para todos. 
13
UNIDADE Fundamentos de Imunologia
Imunidade Inata
A imunidade inata ou natural está presente desde o nascimento e inclui vários 
elementos que defendem o organismo de maneira inespecífica, como, por exem-
plo, barreiras físicas (pele) e processos de fagocitose. Quando o micro-organismo 
consegue penetrar a pele, o sistema imunológico inato reconhece que há algo 
estranho. A resposta imune inata contra bactérias e fungos começa com a fagoci-
tose. O objetivo dos fagócitos é digerir esses micro-organismos e eliminá-los. É a 
primeira resposta do corpo contra os organismos estranhos.
No caso de vírus, a resposta imune inata é diferente. Ao infectar o interior das 
células, o vírus gera um mecanismo de defesa que faz com que proteínas presentes 
na membrana citoplasmática sejam inibidas. Desse modo, as células não são mais 
reconhecidas como saudáveis e são eliminadas pelas células assassinas (NK). Esse 
mesmo mecanismo pode ocorrer em células cancerígenas. 
Os mecanismos imunes inatos também eliminam células danificadas e iniciam o 
processo de reparo dos tecidos.
A imunidade inata é composta pelas seguintes células: neutrófilos, monócitos, 
macrófagos, células dendríticas, mastócitos, eosinófilos, basófilos e células assassinas 
(NK), que estão prontas para reagir em caso de ataques ao corpo humano. 
Além das células, outros mediadores bioquímicos, como proteínas (entre elas a 
do complemento), hormônios, citocinas, interleucinas e histaminas, também parti-
cipam da resposta imune. Em parceria com as células, esses mediadores são res-
ponsáveis por recrutar outras células da imunidade inata para combater os agentes 
estranhos e também para ativar a imunidade adaptativa, se necessário.
Uma das respostas do sistema imune inato é a inflamação, processo pelo 
qual leucócitos que estão circulando no sangue e proteínas plasmáticas são tra-
zidos para os locais de infecção nos tecidos e ativados para eliminar os agentes 
agressores. A inflamação também é a principal reação às células danificadas 
ou mortas.
A imunidade inata não conta com mecanismos de memória celular, ou seja, não 
é capaz de combater de forma especializada agentes estranhos que já passaram pelo 
corpo humano. O combate ocorre como se fosse a primeira vez. Para que haja a 
memória celular, é preciso ativar a imunidade adaptativa.
Imunidade Adaptativa
A imunidade adaptativa é especializada e específica e inicia-seapós ativação dos 
linfócitos T e B pelos antígenos. Essa ativação pode ocorrer de várias formas, como 
descrito a seguir (Figura 5).
14
15
1. APRESENTAÇÃO DE ANTÍGENO
Patógeno 
(hexágono vermelho)
MHC Classe II
Linfócito T virgem 
Antígeno 
Célula 
dendrítica 
2. ATIVAÇÃO
3. SELEÇÃO CLONAL 
4. DIFERENCIAÇÃO 
Células de 
memória 
Células 
efetoras 
Citocinas
Fagócitos 
T CD8 Linfócito B 
5. ATIVAÇÃO DE CÉLULAS IMUNES
SISTEMA IMUNE ADAPTATIVO
Figura 5 – Ativação das células do sistema imune
Fonte: Adaptado de Getty Images
Fagocitose do Micro-Organismo Invasor
Esses micro-organismos são identificados e digeridos pelos fagócitos, que passam 
então a ser chamados de células apresentadoras de antígenos (APC). Essas APCs 
originam partículas menores, os antígenos, que serão expressadas (colocadas para 
fora da célula) pela proteína MHC Classe II e ativarão os linfócitos T e B da imuni-
dade adaptativa (Figura 6). 
FAGOCITOSE
4. Célula Apresentadora de Antígeno (APC)
Receptor
MHC Classe II
Partícula do 
patógeno
Célula T helper 
(célula laranja)
3. Ocorre fusão dos lisossomos 
com o fagossomo
2. O patógeno é ingerido 
pelo fagócito
1. Ligação com 
o patógeno
Fagócito
Patógeno
Figura 6 – Fagocitose e apresentação de antígeno para linfócito T helper
Fonte: Adaptado de Getty Images
15
UNIDADE Fundamentos de Imunologia
Por Meio da Infecção de Células Saudáveis
Essas células produzem em seu interior, com base no agente infeccioso, os 
antígenos, que são expressados pela proteína MHC Classe I. Esses antígenos 
ativam os linfócitos T citotóxicos, que exterminarão as células infectadas, contro-
lando a infecção (Figura 7). 
Vírus
Célula 
Célula 
infectada Linfócito T 
Citocinas
Ativação de 
linfócito T
Fagócito
Morte celular 
ou apoptose
Replicação
ATIVAÇÃO DE LINFÓCITO T
Figura 7 – Ativação do linfócito T
Fonte: Adaptado de Getty Images
Ativação Direta do Linfócito B
Esse tipo de célula tem, no exterior da membrana citoplasmática, receptores que 
identificam antígenos de baixa complexidade (IgD). Com isso, ativam automatica-
mente a imunidade adaptativa e iniciam a produção de anticorpos. Esses antígenos 
podem ser apresentados diretamente ao linfócito B (Figuras 8, 9 e 10).
Linfócito B
Célula 
infectada
Célula saudável
ATIVAÇÃO DE LINFÓCITO B
Citocinas
Ativação de 
linfócito B
Linfócito B efetor
Linfócito B 
de memória
Seleção clonal 
Fagócito
Vírus
Plasmócito 
Anticorpos
FIGURA 8 – Ativação de linfócitos B a partir de uma célula infectada
Fonte: Adaptado de Getty Images
16
17
ATIVAÇÃO DO LINFÓCITO B
Linfócito B 
ativado
Linfoblasto
Linfócito B 
efetor
Linfócito B virgem
Linfócito B 
de memória
Vírus
Antígeno
Anticorpos
Plasmócito 
Figura 9 – Ativação de linfócitos B a partir da interação com o antígeno
Fonte: Adaptado de Getty Images
Interleukine
Linfócito B 
de memória
Anticorpos
Plasmócito
Antígeno
Linfócito B Linfócito T 
helper
Figura 10 – Ativação de linfócitos B a partir do linfócito T helper
Fonte: Adaptado de Getty Images
É importante ressaltar que a resposta imune adaptativa é definida pelos antíge-
nos, pois são eles que definirão a especificidade da resposta. Para que seja possível 
compreender os diversos tipos de respostas imunes adaptativas e a ativação de me-
canismos de memória imunológica, é preciso compreender a estrutura e funcionali-
dade dos antígenos e dos anticorpos.
17
UNIDADE Fundamentos de Imunologia
Antígenos e Anticorpos
Antígenos
Antígeno é toda substância estranha ao organismo que pode desencadear a 
produção de anticorpos. Também conhecidos por imunogênicos ou imunógenos, 
podem ser proteínas, carboidratos, lipídios, ácidos nucleicos ou pequenos agrupa-
mentos químicos conhecidos como haptenos. Na prática, qualquer substância pode 
ser um antígeno.
Os antígenos podem ser encontrados em microrganismos, agentes infecciosos 
maiores (como vermes ou parasitas), substâncias ingeridas (como alimentos) ou ina-
ladas (como pólen), órgãos ou tecidos transplantados e até no nosso próprio organismo 
(antígenos próprios).
Existem dois tipos de antígenos: exógenos e endógenos. A diferença é a forma 
pela qual eles são originados. Os exógenos são obtidos por meio das células apre-
sentadoras de antígenos (APC), sendo capazes de ativar os linfócitos T helper, e os 
endógenos, por meio de infecção celular.
A imunogenicidade (maneira pela qual o sistema imune adaptativo é ativado) 
depende de quatro propriedades do antígeno: natureza (se é estranho ao corpo 
ou se é próprio), tamanho molecular, composição e complexidade bioquímica. 
A respostas imunes adaptativas ocorrerão de acordo com essas propriedades e 
podem desencadear a produção de anticorpos.
Anticorpos
Anticorpos ou imunoglobulinas são proteínas que têm como principal função neu-
tralizar agentes invasores, impedindo o surgimento de infecções. Secretados pelos 
plasmócitos (linfócitos B ativados pelos antígenos), neutralizam de forma especializada 
e específica os agentes invasores.
Podem se apresentar de duas formas: secretados pelos plasmócitos e presentes na 
corrente sanguínea, ou ligados à membrana de linfócitos B, o que confere a esses lin-
fócitos especificidade antigênica. Também funcionam como receptores de antígenos 
mais simples (haptenos e cadeias de aminoácidos). 
Estruturalmente, os anticorpos são compostos por duas cadeias leves idênticas 
e duas pesadas, também idênticas. Essas quatro cadeias estão dispostas de modo a 
formar uma molécula em forma de Y (monômero).
As cadeias leves e pesadas se ligam por meio de pontes dissulfetos, que variam 
em quantidade e posição, de acordo com as diferentes classes de anticorpos. Além 
disso, possuem uma região constante e uma variável, também conhecida por epítopo, 
que confere especificidade ao anticorpo (Figura 11).
18
19
Região constante 
da cadeia leve
Região variável 
da cadeia pesada 
Ligação 
dissulfeto
Região variável 
da cadeia leve
Região constante 
da cadeia pesada
IMUNOGLOBULINA
CL
CH1
VL
VH
CH2
CH3
Figura 11 – Estrutura de um monômero de imunoglobulina (anticorpo)
Fonte: Adaptado de Getty Images
Os linfócitos B ativados entram em um processo chamado de seleção clonal, ou seja, 
começam a se dividir. Parte das células originadas se transforma em plasmócitos, pro-
dutoras de anticorpos. Outra parte origina linfócitos que ficarão inertes e terão memória 
celular, podendo ser ativados em caso de uma exposição ao mesmo agente infeccioso.
Os anticorpos são divididos em cinco classes: 
Classe Descrição
Cadeia J Proteína 
secretória
Figura 12 – Imunoglobulina A (IgA)
Fonte: Adaptado de Getty Images
Apresenta-se de forma monomérica (um monô-
mero) ou dimérica (dois monômeros). Também 
é conhecida como anticorpos de mucosas. Está 
presente nas mucosas da boca, dos olhos, do 
trato gastrointestinal, na saliva, nas lágrimas e 
no leite materno. Impede que agentes externos 
grudem no tecido epitelial das mucosas e pro-
voquem infecções. Uma pessoa com imunidade 
baixa (imunodeprimida) tem maiores chances 
de desenvolver doenças nas mucosas.
Cadeia J
Ponte dissulfeto
Figura 13 – Imunoglobulina M (IgM)
Fonte: Adaptado de Getty Images
Apresenta-se de forma pentamérica (cinco mo-
nômeros) ou monomérica (nas membranas dos 
linfócitos B). É responsável pela resposta primá-
ria aos antígenos, sendo a primeira a aumentar 
a concentração no sangue durante a fase aguda 
dos processos infecciosos.
19
UNIDADE Fundamentos de Imunologia
Classe Descrição
Figura 14 – Imunoglobulina G (IgG)
Fonte: Adaptado de Getty Images
Apresenta-se de forma monomérica. É a mais 
abundante no sangue e a mais importante da 
resposta imune de memória. Pode atravessar a 
barreira placentária e conferir imunidade ao feto. 
Transmitida pela mãe através da placenta, pode 
permanecer circulando no sangue do filho até 
cerca de dois anos de idade.
Figura 15 – Imunoglobulina E (IgE) 
Fonte: Adaptado de Getty Images
Apresenta-se de forma monomérica. Normal-
mente está relacionada àdefesa contra para-
sitoses e alergias. A resposta alérgica mediada 
pela IgE ocorre pela ligação aos receptores pre-
sentes nas superfícies de mastócitos, eosinófilos 
e basófilos.
Figura 16 – Imunoglobulina D (igD)
Fonte: Adaptado de Getty Images
Apresenta-se de forma monomérica na superfície 
dos linfócitos B. Funciona como receptor de antí-
genos, ativando a imunidade adaptativa.
20
21
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Immune System, Part 1: Crash Course A&P
https://youtu.be/GIJK3dwCWCw
Immune System, Part 2: Crash Course A&P
https://youtu.be/2DFN4IBZ3rI
 Leitura
Sistema Imunitário – Parte I Fundamentos da imunidade inata com ênfase nos mecanismos 
moleculares e celulares da resposta inflamatória
https://bit.ly/3cTTd52
Imunoglobulinas
https://bit.ly/2zS8che
Imunologia
https://bit.ly/2zNSeFb
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UNIDADE Fundamentos de Imunologia
Referências
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2010. (e-book)
DELVES, P. J. Fundamentos de imunologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
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MCPHERSON, R. A.; PINCUS, M. R. Diagnósticos clínicos e tratamento por 
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SILVA, A. G. T. Imunologia aplicada: fundamentos, técnicas laboratoriais e diag-
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