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Micologia Turma 2018. Profa. Chieno Suemitsu Micologia Micologia Etmologia: Subst. grego. Mykes = mycota = fungo. Micologia: Ciência que estuda os fungos Na Micologia estuda-se além de fungos verdadeiros, organismos de vida fúngica que não são fungos, tratados como Pseudofungos Pseudofungos são organismos que são em muitos aspectos morfológicos similares a fungos porém importantes caracteres as distinguem de fungos verdadeiros. • São pseudofungos: • 1.a Oomycetos • 1.b. Mixomycetos • São Fungos verdadeiros • 2.a. Microsporídias • 2.b. Chytridiomycota lato sensu • 2.c. Mucoromycota lato sensu • 2.d. Glomeromycota (insertae sedis) • 2.e. Ascomycota • 2.f. Basidiomycota Conceitos fundamentais em micologia (estrutura) Forma de vida ou Unidades autônomas de sobrevivência e reprodução • Unicelulares celulares • Gregários Leveduriformes (fungos fermentadores) aeróbicos ou anaerobicos • Gregários não leveduriformes • Unicelulares plasmodiais cenocíticos (ameboide multinicelado) Hifa: Filamentos cilíndricos • Hifas sem septos cujos núcleos são moveis (hifa asseptada cenocítica) • hifas septadas com distinção celular que podem ser monocarióticas ou dicarióticas Micélios: emaranhado de hifas. Mofos: micelios algodonados, Prosenquima: Micelios adensados formadoras de coro de frutificação (cogumelos) Esporocarpo: corpo de frutificação de fungos. Esporoteca: estrutura produtora de esporos, correspondente a esporângios Zoosporos; unidade móvel de reprodução sexuada com flagelo Esporos: unidades dispersivas sem flagelos. tipos: clamidósporos, zigosporos, glomerosporos, conidiosporos, ascósporos, basidiósporos, teliósporos, esciosporos. Conceitos fundamentais (modo de vida) Metabolismo respiratório e fermentativo, aeróbico e anaeróbico. Nutrição organotrófica (nutrem de substancias orgânicas) Exodigestão-absorção e fagocitose: fungos lançam enzimas sobre um substrato orgânico digerem e absorvem substancias orgânicas de cadeia química menor Saprotroficos de vida livre: fungos decompositores de matéria orgânica morta Biotroficos simbiontes (= viver juntos; não necessariamente benéficos) • Simbiontes antagônicos: infectante ou parasitários de organismos vivos; • Parasitas intracelulares (infectam e reproduzem dentro das células de seres vivos), • Parasitas extracelulares: biotróficos endoparasitas (infectam tecidos de corpo vivo) e biotróficos exoparasitas (infestam na superfície dos tecidos epidermais não entrando nos tecidos internos) • Biosaprotróficos: infectam seres vivos ainda em vida e matam e os decompõe. • Simbiontes mutualisticos: endossimbiontes ou exosimbiontes. Bases nomenclaturais (=botânica) Normas nomenclaturais Código de Melbourne 2012; normas para nomenclatura de algas fungos e plantas. Embora fungos sejam correlacionados aanimais as bases nomenclaturais seguem (por enquanto) normas botânicas. • Dominio Eucarya, • Suprareino Opistocontae (exceto Oomyceto) • Reino Fungi (exceto oomycetos e mixomycetos) • Filo. Sufixo ...mycota • Subfilo. Sufixo ...mycotina • Classe. Sufixo ...mycete • Ordem Sufixo ...ales, • Família Sufixo ...aceae. • Espécie: binominal com epiteto genérico; um substantivo em maiúsculo e epiteto específico; um adjetivo em minúsculo. Autor validado/ ano de publicação convenções • Escritas: • nomes de filo em maiúscula para titulo. Ex. BASIDIOMYCOTA • No texto maiúscula-minúscula no texto. Ex. Basidiomycota • Sub-filo, Classes e ordems Maiscula-minúscula na titulo e texto . Ex. Basidiomycotina, Basidiomycete, Basidiales. Basidicaceae... • Para referencia em língua portuguesa: no texto: minusculo com i no lugar de ‘y’. Ex. classe: basidiomicete, família: basidiácea. • l.s. = lato sensu. Subcategorias ou categorias complexas relacionadas inclusas. Ex. MIXOGASTRIA L.S. (Mixomycete + Acrasiomycete+ Labiruntilomycete) • s.l. = strictu sensu. Categoria especifica estrita MIXOGASTRIA- Amebozoa História da micologia Humanos, bem antes de registrar sua própria historia, conviveram com fungos em seu ambiente e o consideravam, tal qual plantas, provável recurso para alimentação. Fatos... Uma múmia...Ötzi, uma múmia cujo derretimento do gelo dos alpes expos tinha 5300 anos e carregava em seu traje um cogumelo, provavelmente alimentar. Na Grécia, Roma, Índia e México os fungos eram sagrados e considerado alimento de Deuses, apreciados em rituais místicos e religiosos Primeiros registros datam de cerca de 3500 aC. Rituais egípcios registram uso de fungos cerca de 1500 aC. para cura de enfermidades, fermentação de pão e cerveja. Na antiga Grécia havia uma povoação de Micena que significa “fungo”. Conta a lenda que Perseu, um herói grego, em um momento crucial matou a sede em um basidiocarpo do fungo Micena e à nova terra de sua conquista nomeou-a Micena. Teophrasto 380ac. Definiu os fungos como plantas imperfeitas, sem raízes, folhas, flores e frutos Nicander de Colofó 182anos aC. em sua obra “Alexifarmaca” escreveu que fungos originavam do solo por ação das chuvas Mycenas uma localidade da Grecia que recebeu o nome do fungo Mycena. Mycena meliigena Micena 2 mil anos antes de Cristo História • Eurípedes registrou intoxicação por fungos em vários membros de sua família. • Dioscórides propôs a separação de fungos comestíveis e fungos tóxicos • Na Roma, César apreciava uma espécie de fungo a que se denominou Amanita caesarea. Porém o habito deste consumo causou a morte de outro imperador; Cláudio, cuja esposa confundiu a espécie e serviu Amanita phalloides, espécies muito similares, em uma refeição que lhe custou a vida. • Plinio apresentou métodos de classificar fungos venenosos e fungos comestíveis, porém seus critérios baseiam-se mais em crendices e bruxarias do que em algum fundamento científico • Povos do norte da Europa utilizam a Amanita muscarea como alucinogeno em festas e rituais religiosos • Um fungo de cereais; Claviceps purpúrea, contaminou pães e alimentos causando ergotismo na idade média. Nesta enfermidade causada pela micotoxina ergotina, as extremidades do corpo como dedos perdem a função e desenvolvem necrosamento, podendo causar a morte A. phalloides toxica que matou Claudius Amanita caesarea e Julio César Amanita muscarea alucionogena dos contos infanto juvenis https://www.google.com.br/imgres?imgurl=https%3A%2F%2Fc8.alamy.com%2Fcomp%2FCFGJGH%2Fgaius-julius-caesar-100-44-bc-roman-emperor-general-statesman-by-nicolas-CFGJGH.jpg&imgrefurl=https%3A%2F%2Fwww.alamy.com%2Fstock-photo-gaius-julius-caesar-100-44-bc-roman-emperor-general-statesman-by-nicolas-44006385.html&docid=u3jKk6-tvHRjMM&tbnid=fPbgQPT_eQ4QRM%3A&vet=10ahUKEwjwp9eohabhAhUnw1kKHdhGCesQMwhQKBIwEg..i&w=884&h=1390&client=opera&bih=418&biw=884&q=caesar%20roman%20emperor&ved=0ahUKEwjwp9eohabhAhUnw1kKHdhGCesQMwhQKBIwEg&iact=mrc&uact=8 História • No renascimento ressurgiram importantes obras que buscavam desmistificar a “maldição” mitológica dos fungos. Também o fato de surgir a imprensa favoreceu a difusão destas obras tais como: • Thetrum fungurum e Fungus in Pannoni abservatorum brevis história que “demonizou” os fungos • O uso e conhecimento sobre fungos na América Central (Guatemala, Yucatán) foi registrada por frei Bernardino Sahagun • Linnée propôs uma classificação hierárquica também para gêneros de fungos alocando-os entre “plantas imperfeitas”. • Luís XIV na França resgatou a culinária difundindo o habito entre os nobres. • Muitos europeus (portuguses, franceses alemães etc.) ainda hoje mantêm a tradição de campeonato de coleta de cogumelos comestíveis nos bosques entre as quais a valiosa trufa • Contudo, muito sobre fungos ainda era povoada por mito, lendas e obscurantismos. Aqueles que se diziam cientistas tinha como principal foco de estudo determinar macrofungos (cogumelos) comestíveis de fungos mortais e intoxicantes. História • O surgimento de microscopia ótica revelou mais segredos sobre a estrutura dos fungos e uma nova micologia se desenvolveu.• No século XIX a micologia ganhou estatura de disciplina, embora, ainda vinculada a botânica. Características morfológicas e estrutura microscópica entraram como critérios classificatórios • O século XIX e XX foram prolíficos para as ciências da vida, assim como para a micologia • Christiaan Henrique Persoon (Sul africano) foi considerado pai da micologia. Publicou “Synopsis Methodica Fungorum” em 1801. • Elias Fries; naturalista sueco. Outro pai da micologia introduziu a taxonomia moderna de fungos. Publicou Systema Mycologicum e Elenchus fungorum de 1818 a 1828. • Joseph-Henri Léveillé, francês é considerado precursor na micologia moderna (descreveu Basidiomycetos) • Era um período que, apesar da microscopia ótica, os estudos de fungos se focavam sobre cogumelos e orelhas de pau ou outro tipo de esporomas macroscópicos. História • Em 1969 Whittaker em seu sistema de 5 reinos separou definitivamente os vegetais de fungos, atribuindo a este a estatura de reino; Reino Fungi. Neste agregavam grupos bastante variados de organismos pouco compreendidos que não eram vegetais, animais ou protistas. E era muito pouco o conhecimento sobre fungos. • Século XX e XXI a classificação filogenética usando dados moleculares iniciou-se a busca pelas relações de parentesco entre os diversos grupos de fungos e com novas tecnologias, ainda mais sofisticadas, muitos outros grupos basais e microscópicos foram desvendadas e também o sistema de Whittaker foi questionada. • Entre os sistemas supostamente filogenéicos destacam-se Alexopoulos (1996), Kirk et al (2001), Webster (2003), Agrios (2005), Hibbett (2007) e Stapafora (2008-...). Qual sistema estudar? • Devido a rápidas mudanças que ocorrem em sistemas de classificação filogenéticos em todos os campos de estudos de biodiversidade, muitos docentes de cursos superiores deixaram de utilizar livros quando se trata de classificação. As propostas classificatórias são acompanhadas em sites específicos como tolweb (Tree of life Project) aplica sistema de Hibbett et al. (2007) • Nesta disciplina será apresentada a classificação de fungos baseado em Hilbert 2007, com atualizações observadas em Tolweb 2017. Micologia no ensino educação • Os fungos são parte das ciências naturais e compõe (incorretamente) o conteúdo da botânica. Recomendado pelo PCN-Ciências, é abordado no ensino básico nas séries finais do ensino fundamental apenas diferenciando-os de outros reinos de organismos vivos do mundo. • Abordam os mofos e bolores sobre alimentos, as micoses cutâneas comuns e a levedura utilizado na panificação. Dispensam algumas poucas páginas; de 1 a 4 p de um livro de ciências • No ensino médio muito pouco é acrescentado aos mesmos. • No ensino superior é componente curricular do curso de Biologia, medicina, agronomia e recentemente nos cursos de graduação aplicada como Biotecnologia. A abordagem nos três últimos é focada em sua área; micologia médica, fitopatologia, metabolismo fúngico. No curso de Biologia a micologia dá maior abrangência temática porém o faz de modo bastante superficial. Micologia médica • Uma das subáreas da Micologia, bastante avançada é a de Micologia médica. Tanto para estudos de doenças fúngicas em animais e plantas, assim como para produção de bioelementos medicamentosos. Ex. • Micoses cutâneas (tinha ou pano branco, caspa, ) • Micoses oculares • Onicomicoses (micose de unhas) • Coccidioses e paracoccidiose micoses em gatos e humanos • Microsporidiose (micoses intracelulares) • Candidiases Agromicologia • Associações beneficas • Micorrizas • Controle biológico de pragas • Bioremediação de solos • Descontaminações de poluentes e processamento de resíduos • Associações antagônicas • fitopatologias • Doenças fúngicas nas culturas agrícolas e fitopatógenos na produção de alimentos • Aspergiloses e contaminações alimenticias pos-colheitas • zoopatologias Bromatomicologia Fungos fermentadores: fermentação alcoólica e fermentação láctica • Panificação e cerveja • Vinhos e bebidas alcoolicas • Queijos e fermentação láctea: queijos, iogurtes etc. • Combustiveis • Produção de alcool Nutrologia • Cultura, produção e comércio de fungos macroscópicos comestíveis • Champgnhon, shiitaque, shimeji, • Produção de alimentos pré e pró-bióticos derivados de fermentação • Chucrute, shoyu, misso, vinho, tucupi, caxiri, tarubá, etc. Micotoxicologia e micetologia • Micotoxinas • Bioelementos fúngicos (enzimologia) • Fungos bioluminescentes • Fungos psicotrópicos e alucinogenos neurotoxinas: o caso dos fungos que controlam o sistema nervoso (fungos zumbi) Veja no youtube. Paul Stamets (biorremediação e uso medicinal dos fungos pscotropicos. Salvar o mundo com fungos....) https://www.youtube.com/watch?v=XI5frPV58tY https://www.youtube.com/watch?v=XI5frPV58tY Leitura interessante. Uma leitura muito interessante e até importante para conhecer o que pode representar os fungos para a humanidade e o mundo. Sheldrake, M. A trama da vida: como os fungos constroem o mundo. Tradução em português: Gilberto Stan Fosforo Editora, 2021. 368 pp • Disponível em Amazon kindle Próxima aula: Posição dos organismos de vida fúngica na árvore da vida (TOL; Tree Of Life) Os pseudofungos oomicetos e mixomicetos Slide 1: Micologia Slide 2: Micologia Slide 3: Conceitos fundamentais em micologia (estrutura) Slide 4: Conceitos fundamentais (modo de vida) Slide 5: Bases nomenclaturais (=botânica) Slide 6: convenções Slide 7: História da micologia Slide 8 Slide 9: História Slide 10 Slide 11: História Slide 12: História Slide 13: História Slide 14: Qual sistema estudar? Slide 15: Micologia no ensino educação Slide 16: Micologia médica Slide 17: Agromicologia Slide 18: Bromatomicologia Slide 19: Nutrologia Slide 20: Micotoxicologia e micetologia Slide 21: Leitura interessante. Slide 22
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