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Gestão de Infraestrutura em Clube de Futebol 2022


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© Copyright 2022 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE)
Direitos reservados e protegidos pela Lei n. 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. 
É proibida a reprodução total ou parcial sem autorização expressa do IFCE.
Capa e projeto gráfico: Tamar Fortes
Capa: Montagem com foto de alessandra barbieri/Pixabay. 
Disponível em: https://bityli.com/CBupqh. Acesso em: 06 abr. 2021. 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará
Sistema de Bibliotecas – SIBI | Campus Fortaleza
T772g Tranchitella, Marina.
 Gestão de infraestruturas em clubes de futebol/ Marina Tranchitella. Fortaleza: IFCE, 2022.
 92 p. il.
 Obra integrante do Programa Academia e Futebol, da Secretaria Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor 
/ Secretaria Especial do Esporte / Ministério da Cidadania, em parceria com o Instituto Federal de Educação, Ciência e 
Tecnologia do Ceará – IFCE, sob a organização dos professores: Kleber Augusto Ribeiro, Emmanuel Alves Carneiro e Lívia 
Maria de Lima Santiago.
. Ebook no formato PDF 17.483 KB
 ISBN: 978-65-86520-10-1
 1. Esportes. 2. Futebol. 3. Clube de futebol – Gestão de infraestruturas. I. Ribeiro, Kleber Augusto (Org.). II. Carneiro, 
Emmanuel Alves (Org.). III. Título.
CDD (20. ed.) 796.334068
O IFCE empenhou-se em identificar todos os responsáveis pelos direitos autorais das imagens e dos textos reproduzidos neste livro. 
Se porventura for constatada omissão na identificação de algum material, dispomo-nos a efetuar, futuramente, os possíveis acertos. 
Presidente
Jair Messias Bolsonaro
Ministro da Cidadania
João Inácio Ribeiro Roma Neto
Secretário Especial do Esporte  MC
Marcelo Reis Magalhães
Secretario Nacional de Futebol 
e Defesa dos Direitos do Torcedor  MC
Ronaldo Lima dos Santos
Assessor da Secretaria Nacional de Futebol 
e Defesa dos Direitos do Torcedor  MC
Luís Antônio Verdini de Carvalho
Assessor da Secretaria Nacional de Futebol 
e Defesa dos Direitos do Torcedor  MC
Wagner Barbosa Martins (in memoriam)
Coordenador Nacional do Programa 
Academia e Futebol  MC
Rogério Gedeon de Araújo
Ministro da Educação
Milton Ribeiro
Secretário de Educação Profissional 
e Tecnológica  MEC
Ariosto Antunes Culau
Reitor do IFCE
José Wally Mendonça Menezes
Pró-reitora de Extensão  IFCE
Ana Cláudia Uchoa Araújo
Pró-reitora de Ensino  IFCE
Cristiane Borges Braga
Pró-reitora de Pesquisa, 
Pós-graduação e Inovação  IFCE
Joélia Marques de Carvalho
Pró-reitor de Gestão de Pessoas  IFCE
Marcel Ribeiro Mendonça
Pró-reitor de Administração 
e Planejamento  IFCE
Reuber Saraiva de Santiago
Diretor do Centro de Referência 
em Educação a Distância  CREaD/IFCE
Igor de Moraes Paim
Diretor Geral do IFCE Campus Fortaleza
José Eduardo Souza Bastos
Diretor de Extensão e Relações Empresariais 
do IFCE Campus Fortaleza
Edson da Silva Almeida
Coordenador-geral e organizador
Emmanuel Alves Carneiro
Coordenador dos cursos e organizador
Kleber Augusto Ribeiro
Coordenadora técnico-pedagógica e organizadora
Lívia Maria de Lima Santiago
Designers educacionais
Luciana Andrade Rodrigues
João Paulo Correia
Ilustração/pesquisa iconográfica
Suzan Pagani Maranhão 
Design gráfico
Tamar Couto Parentes Fortes
Web designers
Fabrice Marc Joye
Carla Machado Paiano
Operadora audiovisual
Luciana Gomes Santos
Elaboração de conteúdo
Marina Tranchitella
Revisão
Vanessa Pinto Rodrigues Farias
Bibliotecária responsável: Erika Cristiny Brandão F. Barbosa CRB N° 3/1099
https://bityli.com/CBupqh
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará
Programa Academia e Futebol
Gestão de Infraestruturas em Clubes de Futebol
Marina Tranchitella
Fortaleza
2022
Prefácio
Ao assumir a Secretaria Nacional de Futebol e Defesa do Direito do Torcedor, tinha como objetivos colimados, entre outros: a capacitação e a consequente melhoria dos profissionais que atuavam no futebol, bem 
como a criação de uma bibliografia que pudesse orientar estes profissionais, porque 
a vivência no mundo futebolístico nos mostrava jovens buscando bibliografia de 
renomados técnicos do exterior que haviam anteriormente aprendido no Brasil as 
técnicas de treinamento que publicavam.
E como fazê-lo? Buscando parcerias com as entidades de ensino. 
Surgiu assim o programa Academia & Futebol, onde por intermédio das 
universidades e Institutos Federais, incentivamos a pesquisa para o desenvolvimento 
do futebol, a capacitação dos profissionais por intermédio de cursos e simpósios, 
e a iniciação desportiva para a revelação de novos atletas proporcionada pelo 
programa Seleções do Futuro.
Hoje, o programa está disseminado nas 27 unidades da federação, por 
intermédio de 32 termos de execução descentralizada e uma das nossas grandes 
parceiras é o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE).
No segmento do esporte, o IFCE é referência na formação de professores 
de educação física e de gestores do esporte. Na área da educação física o IFCE 
possui 3 cursos de licenciatura, nos municípios de Juazeiro do Norte, Canindé e 
Limoeiro do Norte, sendo este último o mais bem avaliado do estado pelo MEC 
(Nota 5 no último ENADE). Na área da gestão do esporte o IFCE possui um dos 
três cursos de graduação do país com oferta regular e o mais bem avaliado do 
país. O Curso Superior Tecnológico em Gestão Desportiva e de Lazer do IFCE – 
Campus Fortaleza obteve nota máxima (5) na recente avaliação do Ministério da 
Educação, realizada no ano de 2019, sendo hoje, o mais bem avaliado do país. 
Além disso, o curso do IFCE é o nono curso com maior procura no SISU no estado 
do Ceará, entre todos os cursos públicos ofertados, sendo referência na formação e 
estudos em gestão do esporte no país. 
Desta parceria, a SNFDT, por intermédio do Instituto Federal de Educação, 
Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), instituição pública, federal e centenária, que 
tem se configurado como referência na formação nas áreas da gestão do esporte e 
da educação física no país, desenvolverá e ofertará para todo o Brasil 8 cursos de 
formação inicial e continuada de 40 horas, na modalidade a distância, em diversas 
dimensões das áreas do futebol e do futsal; e como produto final da parceria SNFDT 
e IFCE, o Programa Academia e Futebol publica este livro que ora apresentamos, 
desenvolvido com rigor técnico e científico por profissionais com destaque no 
cenário nacional, de finalidade didática, que contempla os conteúdos e avaliações 
dos oito cursos desenvolvidos e ofertados pela parceria SNFDT e IFCE.
 Esperamos que esta iniciativa do IFCE seja o embrião e a fonte incentivadora para 
que nossos profissionais e pesquisadores do esporte publiquem suas experiências, 
para que possamos fortalecer o futebol, com uma identidade genuinamente 
brasileira.
Boa leitura.
Ronaldo Lima
Secretário Nacional de Futebol e Defesa do Direito do Torcedor 
6
Gestão de Infraestruturas em Clubes de Futebol
Sobre a autora
Marina Tranchitella
 Formada em Educação Física, mestre em 
Gestão do Esporte, com MBA em Bussiness 
Administration, Membro da Associação Brasileira 
de Segurança, PMP pelo PMI com mais de 10 
anos dedicados à gestão do esporte, entre teoria 
e prática, tendo vivido em 6 países, trabalha 
conforme seus princípios e valores, visando o 
resultado mais eficaz para todos os stakeholders. 
É reconhecida como uma das 50 profissionais 
do futuro pelo PMI-NY, sendo a única na área 
esportiva. Também foi finalista do prêmio SportBiz Latam Executiva do ano em 2020. 
Atuou junto a grandes eventos como Copa do Mundo em 2014, Jogos Olímpicos Rio 
2016 e Jogos Olímpicos da Juventude em Buenos Aires 2018, mais recentemente 
(2019-2021) atuou no futebol como Gerente Executiva de Operações do Sport Club 
Internacional e atualmente (2021) é consultora no Projeto de Transição de Gestão 
da Arena do Grêmio.
7
Marina Tranchitella
Sumário
Apresentação8
Unidade 1  Essência e ecossistema 9
 Tópico 1  O que é essencial 10
 Tópico 2 	Ecossistema do futebol 16
 Referências 25
Unidade 2 	O nascimento de uma infraestrutura de um clube de futebol 27
 Tópico 1 	Da concepção à construção 28
 Tópico 2 	Infraestrutura  lucro ou prejuízo financeiro? 40
 Lista de figuras 48
 Referências 49
Unidade 3  Como operar uma infraestrutura
 de clube de futebol 51
 Tópico 1 	Operação da infraestrutura dos clubes de futebol 52
 Tópico 2 	Comunicação e gestão de pessoas 60
 Referências 69
Unidade 4  O matchday e boas práticas gerenciais 70
 Tópico 1 	Operação matchday 71
 Tópico 2 	Boas práticas gerenciais 78
 Referências 88
Glossário 89
8
Gestão de Infraestruturas em Clubes de Futebol
aPreSentação
O futebol representa, no Brasil, uma parcela significativa da chamada indústria do esporte (setores da economia que envolvem produtos e serviços relacionados ao esporte). O aumento da demanda por produtos 
e serviços do futebol fez com que esse segmento esportivo passasse a movimentar 
quantias cada vez maiores de recursos financeiros; com isso, as organizações 
esportivas estão tendo, inevitavelmente, que pensar na capacitação dos seus 
profissionais. 
Pensar em uma formação voltada especificamente para o futebol, de forma 
acessível, gratuita e de qualidade, tanto na dimensão da gestão como na área técnica 
desportiva, é fundamental para a promoção da empregabilidade no mercado do 
futebol, para o sucesso das organizações esportivas e, consequentemente, para o 
desenvolvimento do esporte nacional.
Nesse sentido, a Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania, 
por intermédio da Secretaria Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor 
(SNFDT), estabeleceu o Programa Academia e Futebol, que, em parceria com o 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), tem como 
objetivo desenvolver e ofertar, para todo o Brasil, cursos de formação inicial e 
continuada, presencial e a distância, em diversas dimensões da gestão e da área 
técnica do futebol e de suas variações.
Como produto de cada curso ofertado, o Programa Academia e Futebol 
publica um livro com finalidade didática, desenvolvido com rigor técnico e científico 
por profissionais com destaque no cenário nacional.
O presente livro é relativo ao curso Gestão de Infraestruturas em Clubes de 
Futebol, que tem por finalidade abordar conceitos e cenários relacionados à gestão 
das instalações e equipamentos de clubes de futebol. A implementação e a gestão 
de infraestruturas nessas organizações do esporte têm ganhado importância a 
cada dia no cenário esportivo mundial, pois têm se demonstrado como altamente 
necessárias para a formação e preparação adequada de atletas e equipes, bem como 
para a ampliação das receitas dos clubes e consequente aquisição e manutenção de 
competitividade esportiva.
Espera-se que as ações de promoção e difusão do conhecimento do Programa 
Academia e Futebol alcancem a todos que almejavam, buscavam ou aguardavam 
por formação pública, gratuita, acessível e de qualidade nas áreas do futebol e do 
futsal e variações.
9
Marina Tranchitella
unidade 1 
Essência e ecossistema
Caro leitor,
Esta é a nossa primeira unidade do livro Gestão de Infraestrutura em Clubes de Futebol. Vamos iniciar nossos estudos tentando compreender a essência e o ecossistema do futebol. Começaremos com uma reflexão 
sobre as nuances que envolvem a gestão de uma infraestrutura, passando pelo 
cenário macro do futebol, as organizações que regem a modalidade, o histórico 
do desenvolvimento das infraestruturas e os modelos de negócio existentes. Será 
um grande prazer tê-lo conosco nesses encontros. Juntos, desvendaremos essa 
apaixonante modalidade.
Bons estudos!
Objetivos
	� Identificar as nuances da gestão de uma infraestrutura;
	� Conhecer o cenário macro do futebol;
	� Estudar as entidades que regem a modalidade;
	� Compreender o histórico do desenvolvimento das infraestruturas;
	� Reconhecer os modelos de negócio existentes.
10
Gestão de Infraestruturas em Clubes de Futebol
o que é eSSencial
O objetivo deste primeiro tópico de nossa unidade 1 é fazer com que você compreenda as nuances que envolvem a gestão de uma infraestrutura. E, para que isso aconteça, começaremos com uma provocação: você já 
parou para pensar que toda infraestrutura é, em si mesma, inanimada? As pessoas 
que nela operam são quem, de fato, conferem vida a ela, regulando-a e moldando-a.
Figura 1 – Dois componentes das nuances da gestão de uma infraestrutura
Fonte: Elaborada pela autora.
Pois é! O questionamento abordado acima, se levarmos em consideração as 
pessoas e a infraestrutura, pode ser transcrito para o nosso dia a dia como: quantas 
vezes você preferiu jogar no campo de várzea com seus amigos, em vez que locar 
aquele campo society onde o serviço era ruim? Quando pensamos em gestão de 
uma infraestrutura, temos sempre que lembrar que é preciso ter como prioridade as 
pessoas, pois sem elas nada acontece.
Muito bem! Avançando e dando seguimento à provocação inicial, é preciso 
destacar que, quando falamos em pessoas, devemos imediatamente pensar em 
propósitos. 
UNIDADE 1 Tópico 1
11
Marina Tranchitella
Figura 2 – Três componentes das nuances da gestão de uma infraestrutura
Fonte: Elaborada pela autora.
Vamos fazer um exercício juntos. Pense 
em você nesse exato momento: qual é o 
propósito deste curso para você? Preencha a 
frase abaixo. Atenção: as opções de resposta 
podem ser as mais variadas possíveis; o 
importante aqui é ser sincero.
Eu fiz esse curso com o propósito de , 
porque eu quero ; isso é importante 
para mim porque e alcançando 
isso eu me sentiria .
Vamos preencher o quadro, de modo ilustrativo, para que possamos continuar 
com nossa linha de raciocínio.
Eu fiz esse curso com o propósito de , 
porque eu quero ; isso é importante 
para mim porque e alcançando 
isso eu me sentiria .
é meu sonho de criança
trabalhar com futebol
me capacitar
realizado
Na verdade, perceba que, na maioria das vezes, nossas tomadas de decisão 
estão direta ou indiretamente relacionadas com a nossa satisfação e realização; o 
que, em outras palavras, poderia ser traduzido pela busca da felicidade.
12
Gestão de Infraestruturas em Clubes de Futebol
Retomemos então nossa sequência: a gestão de infraestrutura está relacionada 
à gestão de pessoas, a qual, por sua vez, tem relação com diferentes propósitos que 
se resumem na felicidade que cada qual busca para si.
Figura 3 – Quatro componentes das nuances da gestão de uma infraestrutura
Fonte: Elaborada pela autora.
O interessante filme Eu maior é um documentário de Fernando 
Schultz e Paulo Schultz, e aborda reflexões coletivas por 
meio de entrevistas com pessoas de diferentes áreas de atuação. O filme 
trata sobre questões da sociedade contemporânea e sobre a busca pela 
felicidade. Para assistir ao filme, acesse o link: https://www.youtube.com/
watch?v=V0gquwUQ-b0. Acesso em: 21 ago. 2021.
https://www.youtube.com/watch?v=V0gquwUQ-b0
https://www.youtube.com/watch?v=V0gquwUQ-b0
13
Marina Tranchitella
Ao longo do livro, buscaremos compreender que diferentes aspectos 
relacionados à gestão de infraestruturas passarão invariavelmente pela gestão de 
pessoas. Lembre-se do que foi dito logo no início: a infraestrutura de um clube de 
futebol é inanimada, e quem dá vida a esse ambiente são as pessoas que ali estão. 
Gerir pessoas é, portanto, gerir propósitos. Por isso, identificar as diferentes 
necessidades e expectativas é fundamental para se alcançar o sucesso. O futebol, 
apesar de ter uma imagem de muito glamour, também tem, por trás dessa vitrine, 
um palco inesgotável de melindres, vaidades, egos, medos. Lembre-se que todo 
excesso esconde uma vulnerabilidade. Cabe aqui trazer uma frase de efeito, mas 
muito elucidativa, do neurocientista Pedro Calabrez (2020): “Teu ego é dotamanho 
da tua fraqueza”. 
Você já ouviu falar no efeito Dunning – Kruger?
Dunning e Kruger são dois cientistas que descobriram um fenômeno muito 
importante: quanto mais incompetente é uma pessoa, mais ela se acha incrível 
naquilo em que ela, na verdade, é incompetente. Pessoas que são, de fato, 
competentes, sabem muito bem que ainda têm muito a aprender. Isso não as 
impede de serem muito confiantes (DUNNING, 2011).
Não nos esqueçamos que, até 
os dias atuais, o ambiente político e 
passional, na maioria dos clubes, se 
sobrepõe ao ambiente profissional. 
A cultura e as superstições também 
entram em cena com muita frequência, 
para não dizer diariamente. É salutar, 
por exemplo, compreender que muitas 
pessoas cruzarão seu caminho com 
a tendência de acharem que sabem 
mais do que você, seja pelo fato de 
estarem no clube há mais tempo, por 
herança familiar ou, ainda, pelo simples fato de serem torcedores. Se você almeja 
ser um profissional destacado nesse ambiente, é inteligente entender de que forma 
esses fatores implicam na solução dos desafios e, consequentemente, no resultado 
do seu trabalho.
Se você tem 
curiosidade sobre o 
tema que envolve a superstição 
no esporte, leia a dissertação de 
mestrado de Erasmo Marcelo 
Damiani, disponível em:
https://repositorio.ufsc.
br/xmlui/bitstream/
handle/123456789/103031/226545.
pdf?sequence=1&isAllowed=y. 
Acesso em: 21 ago. 2021.
14
Gestão de Infraestruturas em Clubes de Futebol
O físico, astrônomo, professor e escritor brasileiro Marcelo Gleiser (2014) 
propõe uma metáfora muito feliz sobre a questão da vaidade humana em relação ao 
conhecimento. Ele relata que tudo o que a gente conhece está numa ilha e que essa 
ilha é cercada pelo desconhecido. À medida que o conhecimento vai avançando, 
essa ilha vai crescendo; mas, à medida que ela cresce, cresce também a margem 
que ela faz, a fronteira com o desconhecido. Ou seja, quanto mais a gente conhece 
sobre as coisas, mais a gente desconhece também. Então, a nossa visão do mundo 
é, necessariamente, incompleta, e devemos viver com essa sabedoria. Isso não nos 
torna menos humanos. Na realidade, nos torna mais humanos e menos deuses.
 Apesar de sua complexidade, não queremos que fatores como os expostos 
acima sejam fonte de desmotivação; pelo contrário, queremos que sejam suficientes 
para te desafiar. E, por meio de exemplos práticos, vamos ajudar você a compreender 
de que modo navegar nesse mundo de altos e baixos, de modo a manter o máximo 
de estabilidade, com constância e consistência, sendo eficiente e eficaz. 
Figura 4 – Definição de constância e consistência, eficiência e eficácia
Fonte: Elaborada pela autora.
Ainda que tenhamos bastante repertório para dividir, é evidente que 
dificilmente conseguiríamos explanar aqui todas as nuances que impactam o 
ecossistema do futebol, modalidade com entropias veladas e históricas. Pensemos 
no Lifelong Learning, um termo em inglês que significa “aprendizado ao longo da 
vida”. Fazendo uma analogia, poderíamos dizer que você está prestes a iniciar o 
Soccerlong Learning, “aprendizado ao longo do futebol”. 
Portanto, nosso objetivo não é o de esgotar o tema, mas sim de compartilhar 
experiências vivenciadas ao longo de nossa atuação em infraestruturas de clubes 
15
Marina Tranchitella
de futebol, para que você possa usá-las como referência. Afinal, o mundo do futebol 
é, sob a ótica de quem o opera, muito distinto daquele que aparece pela ótica do 
torcedor. E, uma vez vivenciado esse lado, dificilmente sua visão de torcedor será a 
mesma. 
Ufa! Bastante teoria, não é mesmo? Mas como aplicar tudo isso no dia a dia? 
Então, anota aí nosso primeiro exemplo prático:
Você é o segurança que está no controle de acesso ao 
campo. Um jornalista se aproxima e solicita entrada, 
alegando que tem uma entrevista com um diretor 
do clube que se encontra em campo. Ele não está 
credenciado e você não consegue contato para verificar 
sua procedência com um funcionário superior. Você 
pede para ele aguardar e segue tentando contato.
Ele se exalta, tenta entrar e você se vê diante de uma 
situação na qual deve tomar uma decisão. 
 Quando se deparar com uma situação em que você não tem certeza de como 
proceder, ou sobre o que é correto e ético a ser feito, faça três perguntas essenciais:
Figura 5 – Perguntas norteadoras para tomada de decisão
Fonte: Elaborada pela autora.
Se duas ou mais respostas forem positivas, avance. Se duas ou mais respostas 
forem negativas, recue.
Eu posso deixá-lo acessar o campo? Fisicamente sim. 
Vamos avançar para o próximo tópico onde estudaremos o cenário do 
futebol, as entidades que regem a modalidade, o histórico do desenvolvimento das 
infraestruturas e os diferentes modelos de negócio. Esperamos ter uma jornada leve, 
de troca de conhecimento, porque tão importante quanto tratar de temas complexos 
com seriedade é não se esquecer de se divertir no caminho. 
Preparado?
16
Gestão de Infraestruturas em Clubes de Futebol
ecoSSiStema do futebol
Neste segundo tópico da nossa unidade 1, refletiremos um pouco sobre o cenário do futebol e os principais conceitos que implicam na gestão de infraestruturas. Para isso, primeiramente, é importante que você 
conheça a cadeia hierárquica do futebol e a relação das entidades que governam a 
modalidade, para que depois possamos adentrar no histórico do desenvolvimento 
das infraestruturas dos estádios e nos modelos de negócio existentes. Vamos lá?
A seguir, você conhecerá a pirâmide do esporte. No lado azul, você pode 
observar as entidades que gerenciam o esporte, divididas por limites geográficos e, 
no lado amarelo, os principais produtos de cada nível. 
Figura 6 – Pirâmide do esporte
Fonte: Elaborada pela autora.
UNIDADE 1 Tópico 2
17
Marina Tranchitella
Outro conhecimento importante para que possamos aprofundar nosso estudo 
é entender a hierarquia do futebol representada na imagem a seguir. Ao lado direito, 
também apresentamos os principais produtos de cada entidade, que possuem 
peculiaridades e exigências distintas.
Figura 7 – Linha do futebol e seus produtos
Fonte: Elaborada pela autora.
Um ponto importante a destacar 
é que, na linha do futebol apresentada, 
consideramos os clubes e não as 
seleções. Por isso, na imagem, aparece 
o Mundial de Clubes como produto da 
Federação Internacional de Futebol 
(FIFA), enquanto a Copa do Mundo 
figuraria nas seleções nacionais.
Outro fato curioso é que, se o 
tema for futebol de seleções, a maioria das pessoas visualiza a Copa do Mundo 
como sendo a maior competição da modalidade, quando, na verdade, o futebol 
olímpico ocuparia este espaço. Isso mostra a força que o produto da Federação 
Internacional, conhecida como FIFA, possui perante os apaixonados por futebol. No 
Brasil, algo parecido acontece: muitas vezes a Confederação Brasileira de Futebol 
(CBF) tem maior visibilidade que o próprio Comitê Olímpico Brasileiro (COB).
Saiba mais sobre 
a estrutura da FIFA e da CBF 
acessando os links:
https://www.fifa.com/who-we-are/
https://www.cbf.com.br/a-cbf/
diretoria/index/diretoria. Acesso 
em: 21 ago. 2021.
https://www.fifa.com/who-we-are/
https://www.cbf.com.br/a-cbf/diretoria/index/diretoria
https://www.fifa.com/who-we-are/
https://www.cbf.com.br/a-cbf/diretoria/index/diretoria
https://www.fifa.com/who-we-are/
https://www.cbf.com.br/a-cbf/diretoria/index/diretoria
18
Gestão de Infraestruturas em Clubes de Futebol
A CBF é a entidade máxima do futebol no país. Foi fundada em 24 de setembro 
de 1979 e tem sede no Rio de Janeiro, coordenando, por meio de suas 27 Federações 
Estaduais, a modalidade no Brasil.
A CBF também tem o papel de assegurar condições de infraestrutura para 
que seus produtos possam ser viabilizados.No decorrer do nosso estudo, você 
conhecerá os requisitos necessários para sediar um jogo de futebol, bem como para 
operar o dia do jogo (matchday). Contudo, agora, vamos avançarno histórico das 
infraestruturas dos clubes de futebol.
Quando analisamos estádios ao longo da história, podemos identificar que, 
inicialmente, eles eram designados para as classes econômicas mais altas da 
sociedade. Os estádios passaram, com a popularização do futebol, a ser um ambiente 
mais democrático e que obrigatoriamente deve acomodar um número maior de 
espectadores. Como apresenta Cruz (2005) em seu estudo, somente espectadores 
das classes mais altas e dirigentes dos clubes possuíam assentos cobertos para 
acompanhar a partida, no passado. O restante dos espectadores assistia às partidas em 
pé nos chamados terraces. Curioso é pensar que, atualmente, os estádios voltaram a 
ter esses espaços sem assentos por solicitação de um determinado perfil de torcedor, 
que alega que a atmosfera de jogo é melhor quando se assiste e torce em pé.
Pois bem! Dando continuidade à questão histórica, é possível entender que, 
com um número crescente de pessoas em um mesmo lugar, os estádios passaram 
a ficar atrativos para os políticos. No Brasil, na década de 1950, foram construídos 
estádios com grande capacidade de público, por meio de investimento estatal, tais 
como o Maracanã, Morumbi e Mineirão. Na década de 70, durante o Regime Militar, 
foi a vez do Governo Federal construir estádios como o Vivaldão, em Manaus, e a 
Fonte Nova, em Salvador, utilizando o futebol como instrumento de propaganda 
política (VALERIO; ALMEIDA, 2016).
É fato inconteste que os estádios são palcos de verdadeiras expressões 
sentimentais e simbolizam marcos históricos na vida pessoal de muitos brasileiros. 
Na memória mais recente, temos os estádios construídos e/ou reformados para a 
Copa do Mundo em 2014, ainda com bastante influência do poder público, mas 
também com reforço de empresas privadas.
Ainda no século passado, com o avanço da profissionalização do futebol, ficou 
evidente a necessidade da adequação dos estádios, de modo a se tornarem mais 
confortáveis, modernos e, sobretudo, seguros. Vamos abordar melhor esse tópico 
na próxima unidade.
19
Marina Tranchitella
No Brasil, a recente Política Nacional de Infraestrutura de Esporte (2019) veio 
somar à Política Nacional do Esporte, discorrendo sobre os princípios, objetivos 
e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas ao acompanhamento e 
monitoramento da implantação e manutenção da infraestrutura esportiva no Brasil.
 
Um clube de futebol pode ter registrado, como partes de sua infraestrutura, 
locais administrativos, Centros de Treinamento (conhecidos como CT), clubes sociais 
e, propriamente, o estádio. Os Centros de Treinamentos (CT) de futebol caracterizam 
os espaços físicos utilizados para a realização de treinos com jogadores da equipe 
principal ou de categorias de base. Já o estádio de futebol é, segundo o Programa de 
Esporte, Cidadania e Desenvolvimento (2019), uma edificação esportiva destinada 
prioritariamente à prática do futebol, configurado pela existência concomitante de:
	� área de jogo gramada com dimensões oficiais;
	� arquibancada com condições de assistência ao público;
	� instalações adequadas destinadas a serviços e apoio à prática do esporte 
como:
	− banheiros;
	− vestiários;
	− ambulatórios;
	− depósitos;
	− áreas administrativas;
	− restaurantes/lanchonetes;
	− demais áreas de serviço e apoio.
20
Gestão de Infraestruturas em Clubes de Futebol
No Brasil, a CBF realizou, em 2016, um levantamento no qual foram registrados 
789 estádios, distribuídos conforme a figura a seguir:
Quadro 1 – Distribuição dos estádios no Brasil
Fonte: CBF (2016, p. 6)
Excelente! Você agora sabe como nasceram as infraestruturas do esporte, o 
seu conceito e a quantidade de estádios que possuímos no Brasil. Mas como você 
acha que devemos gerenciá-los? Será que existe uma “receita de bolo” para isso? 
Pinto e Sarmento (2009) afirmam que a procura por um modelo ou fórmula ideal 
de gestão das instalações esportivas originou modelos distintos, apresentados na 
figura a seguir:
Quadro 2 – Modelos de gestão de infraestruturas esportivas
Gestão 
pública ou 
direta
Feita pela própria entidade local, por uma organização local ou 
sociedade cujo capital pertence integralmente à entidade local.
Gestão 
indireta
A gestão é efetuada por uma organização pública de natureza 
privada, como clubes, associações ou empresas. Suas formas 
mais usuais são a concessão, a gestão interessada, o contrato e a 
sociedade de capital misto.
Gestão 
privada
Forma conhecida em que a lógica dominante se restringe ao 
lucro, às regras do mercado livre e ao acesso condicionado a 
determinados setores sociais e econômicos.
Fonte: Adaptado de Pinto; Sarmento (2009) apud Amaral (2019, p. 73).
Todos esses modelos podem e são aplicados à uma infraestrutura de um clube 
de futebol. No Brasil, o termo mais usual para a gestão indireta é PPP, sigla que 
representa a parceria entre o sistema público e a iniciativa privada. Dos 789 estádios 
mapeados pela CBF, mais de 60% são administrados pela gestão pública; os demais 
21
Marina Tranchitella
estão sob gestão privada ou PPP, agrupados e nomeados como particulares 
(conforme aponta o estudo).
Figura 8 – Proprietários dos estádios brasileiros
Fonte: Adaptada de CBF (2016, p. 4)
Focando nas infraestruturas de maior representatividade do futebol brasileiro, 
apresentamos a seguir alguns dos estádios que se enquadram em cada um dos 
modelos citados. Vale lembrar que os estádios com gestão pública são utilizados 
por diferentes clubes, como, por exemplo, o Maracanã, que tem seus mandos de 
jogos por vezes com o Flamengo e, por vezes, com o Fluminense.
Figura 9 – Exemplo dos modelos de gestão de infraestruturas esportivas
Fonte: Elaborada pela autora.
Os estádios que estão sob gestão com modelos de PPP são, em sua grande 
maioria, administrados por três players: o clube, a construtora e uma terceira 
22
Gestão de Infraestruturas em Clubes de Futebol
empresa constituída para realizar a gestão após a reforma da infraestrutura pela 
construtora, ficando atrelado a uma contrapartida de exploração durante um 
determinado período de concessão de uso do espaço. 
O Estádio Beira-Rio teve sua reforma realizada pela Construtora Andrade 
Gutierrez e o Banco BTG Pactual. A construtora e o banco criaram a BRIO (SPE 
Holding Beira-Rio S/A), sua representante nos investimentos e na parceria com o 
Sport Club Internacional, no modelo de gestão compartilhada. Por 20 anos, a BRIO 
explorará alguns ativos, como áreas VIPs (áreas privilegiadas do estádio), A&B 
(Alimentação e Bebida) e propriedades comerciais. De forma semelhante, o Grêmio 
possui a Arena Porto-Alegrense, empresa criada pela OAS e responsável pela gestão 
do estádio, pagamento dos financiamentos da construção junto ao BNDES e pelos 
custos da operação de jogos (funcionários / serviços...). Em contrapartida, a Arena 
Porto-Alegrense recebe a renda dos jogos e explora publicidade e espaços VIPs.
O Complexo Esportivo do Pacaembu, localizado em São Paulo, que foi 
de propriedade da Prefeitura, passou em setembro de 2019 a ser oficialmente 
administrado pela iniciativa privada (concessionária Allegra Pacaembu), com direito 
de exploração de 35 anos. A Vila Belmiro, com o Santos, também negocia com a 
construtora WTorre uma reforma com período de concessão de 30 a 35 anos.
Nosso objetivo não é o de nos aprofundarmos na constituição dos clubes 
de futebol. Contudo, por serem conceitos que se entrelaçam com os modelos de 
23
Marina Tranchitella
negócio de gestão das infraestruturas, conforme apresentado antes, achamos 
válidas tais colocações, para que você possa assimilar ao máximo os conhecimentos 
abordados neste livro.
Pois bem! A grande maioria dos clubes brasileiros são, até os dias de hoje, 
clubes associativos, isto é, sem fins lucrativos, sob grande influência dos sócios 
e com eleições estatutárias a cada dois ou três anos. Mas, certamente, você tem 
ouvido falarbastante em clube empresa, não é mesmo?
O clube empresa é constituído legalmente como uma empresa limitada, com 
um dono claramente definido, que investe e quer retorno, e que se enquadra na lei 
com toda a tributação específica de empresa.
E existe um modelo ideal? Haja visto o que os pesquisadores Pinto e Sarmento 
(2009) já disseram acerca do modelo de gestão de infraestruturas, não existe um 
modelo único. É preciso estudar caso a caso.
Não há uma constituição certa ou errada no futebol mundial. Existem evidências 
de clubes associativos com grande sucesso, como Real Madrid e Barcelona, e 
empresariais, como Manchester City e PSG. 
O tema clube empresa está em voga no Brasil hoje, pois a modalidade passa 
por extrema necessidade de profissionalização. Mas é um ledo engano pensar que o 
simples fato de se tornar uma empresa é já uma garantia de profissionalização. Mais 
do que a forma de constituição, associativa ou empresarial, o que define em grande 
parte o sucesso é a governança que se faz dentro do modelo escolhido.
Caso você queira estudar mais sobre a governança no futebol 
brasileiro, indicamos a leitura dos seguintes materiais:
	− Governança e Desempenho nos Clubes Brasileiros de Futebol. Disponível 
em: https://congressousp.fipecafi.org/anais/18UspInternational/
ArtigosDownload/1042.pdf.
	− Práticas de Governança Corporativa em Organizações sem Fins 
Lucrativos. Disponível em: https://congressousp.fipecafi.org/anais/
artigos92009/432.pdf.
	− Governança Corporativa no Futebol Profissional: Estudo de Caso em um 
Clube de Futebol. Disponível em: https://bdtd.ibict.br/vufind/Record/
USP_f63fba4d0fc227a22f32d9ded5e34245.
Acesso em: 21 ago. 2021.
https://congressousp.fipecafi.org/anais/18UspInternational/ArtigosDownload/1042.pdf
https://congressousp.fipecafi.org/anais/18UspInternational/ArtigosDownload/1042.pdf
https://congressousp.fipecafi.org/anais/artigos92009/432.pdf
https://congressousp.fipecafi.org/anais/artigos92009/432.pdf
https://bdtd.ibict.br/vufind/Record/USP_f63fba4d0fc227a22f32d9ded5e34245
https://bdtd.ibict.br/vufind/Record/USP_f63fba4d0fc227a22f32d9ded5e34245
24
Gestão de Infraestruturas em Clubes de Futebol
Insistimos em dizer que profissionalizar não é inserir uma caixinha de CEO no 
organograma do clube. Mudar o dia a dia do clube, o mindset, isto é, a mentalidade 
e a forma como o clube desenvolve sua função, é muito mais relevante do que 
propriamente o enquadramento jurídico perante os quais estão submetidos os clubes.
Caso você queira estudar mais sobre o tema clube empresa, 
indicamos a leitura do livro O mito do clube-empresa, de Luciano 
Mota, ou dos materiais a seguir:
	− PL n°5082/2016, do Deputado Pedro Paulo. Disponível em: https://www.
camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2082511. 
	− PL n° 5516/2019, do Senador Rodrigo Pacheco e advogados Rodrigo R. 
M. de Castro e José Francisco C. Mansur. Disponível em: https://www25.
senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/139338. Acesso em: 21 
ago. 2021.
O futebol urge por 
profissionalização para sobreviver. 
Entender como a modalidade 
é regida no Brasil, bem como o 
modelo de negócio e de gestão de 
suas infraestruturas, é de extrema 
importância, pois impacta diretamente 
na forma como se dá a relação com os 
stakeholders (partes interessadas) e no 
modo como se planeja uma operação 
com a melhor relação custo-benefício.
Na próxima unidade, estudaremos os elementos que estão presentes na 
construção de uma infraestrutura de um clube de futebol, e como tornar viável sua 
sustentabilidade econômico-financeira.
Não se preocupe com 
os termos em inglês! Você pode 
consultar o material de apoio “Lista 
de Termos” sempre que precisar. 
Nós preferimos não traduzir alguns 
termos, pois será dessa maneira 
que você os ouvirá no seu dia a 
dia, mesmo em estádios e eventos 
no Brasil.
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2082511
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2082511
https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/139338
https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/139338
25
Marina Tranchitella
AMARAL, Cacilda Mendes dos Santos. Instalações Esportivas Voltadas ao Esporte 
de Participação: Proposta de Modelo de Processos de Gestão para a Realidade 
Brasileira. 2019. 286 f. Tese (Doutorado em Ciências) – Área de Concentração 
em Estudos Socioculturais e Comportamentais da Educação Física e Esporte, 
Universidade de São Paulo. São Paulo, 2019.
BRASIL. Resolução nº 1, de 20 de novembro de 2019. Aprova a Política Nacional 
de Infraestrutura de Esporte. Brasília, DF: Ministério da Cidadania (2019). 
Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-n-1-de-20-de-
novembro-de-2019-228863786. Acesso em: 12 out. 2021.
CALABREZ, Pedro. O Ego é o Teu Maior Inimigo. Youtube, 2020. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=Fx57Ul44vQU. Acesso em: 20 set. 2021. 
CBF - Confederação Brasileira de Futebol. Cadastro Nacional de Estádios 
de Futebol. Rev. 6. 2016. Disponível em: https://conteudo.cbf.com.br/
cdn/201601/20160122182359_0.pdf. Acesso em: 30 abr. 2021.
CBF - Confederação Brasileira de Futebol. Estrutura da Diretoria da CBF. 
Disponível em: https://www.cbf.com.br/a-cbf/diretoria/index/diretoria. Acesso 
em: 05 mar. 2021.
CRUZ, Antonio Holzmeister Oswaldo. A nova economia do futebol: uma análise 
do processo de modernização de alguns estádios brasileiros. 2005. 123 f. 
Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Programa de Pós-Graduação em 
Antropologia Social, Museu Nacional, Universidade Federal de Rio de Janeiro. Rio 
de Janeiro, 2005.
DUNNING, D. The Dunning–Kruger effect: On being ignorant of one's own 
ignorance. American Psychological Association, v. 44, p. 247-296, 2011.
FIFA - Federação Internacional de Futebol. About FIFA. Disponível em: https://
www.fifa.com/about-fifa. Acesso em: 05 mar. 2021.
GLEISER, Marcelo. A ilha do conhecimento: os limites da ciência e a busca por 
sentido. 6 ed. Rio de Janeiro: Record, 2014.
PINTO, Assunção A.; SARMENTO, José P. Gestão das Instalações 
Esportivas. Fórum Olímpico de Portugal. Lisboa: 2009. Disponível em: www.
gestaodesportivas.com.br/Gestao das Instalações Esportivas.pdf. Acesso em: 05 
mai. 2021.
POLÍTICA NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE ESPORTE. Diário Oficial da 
União. Resolução n° 1, de 20 de novembro de 2019. Aprova a Política Nacional 
de Infraestrutura de Esporte. Disponível em: https://www.in.gov.br/web/dou/-/
resolucao-n-1-de-20-de-novembro-de-2019-228863786. Acesso em: 29 abr. 2021.
UNIDADE 1 RefeRências
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-n-1-de-20-de-novembro-de-2019-228863786
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-n-1-de-20-de-novembro-de-2019-228863786
https://www.youtube.com/watch?v=Fx57Ul44vQU
https://conteudo.cbf.com.br/cdn/201601/20160122182359_0.pdf
https://conteudo.cbf.com.br/cdn/201601/20160122182359_0.pdf
https://www.cbf.com.br/a-cbf/diretoria/index/diretoria
https://ludopedio.com.br/autores/antonio-holzmeister-oswaldo-cruz
https://www.fifa.com/about-fifa
https://www.fifa.com/about-fifa
http://www.gestaodesportivas.com.br/Gestao das Instalações Esportivas.pdf
http://www.gestaodesportivas.com.br/Gestao das Instalações Esportivas.pdf
https://www.in.gov.br/web/dou/-/resolucao-n-1-de-20-de-novembro-de-2019-228863786
https://www.in.gov.br/web/dou/-/resolucao-n-1-de-20-de-novembro-de-2019-228863786
26
Gestão de Infraestruturas em Clubes de Futebol
PROGRAMA – ESPORTE, CIDADANIA E DESENVOLVIMENTO (2035). Secretaria 
Especial do Esporte. 2019. Aprova as Diretrizes Programáticas da Secretaria 
Especial do Esporte relativas às ações orçamentárias que lastreiam as operações 
voltadas para a infraestrutura de esporte. Disponível em: https://www.gov.
br/cidadania/pt-br/composicao/esporte/infraestrutura-de-esporte/arquivos/
biblioteca-de-projetos-de-referencia/2019_10_02_diretrizes_programaticas.pdf. 
Acesso em: 21 jul. 2021.
VALERIO,Lutiano. D.; ALMEIDA, Marcos Antônio. B. O ESTÁDIO DE FUTEBOL: 
perspectivas históricas, políticas e econômicas sobre este espaço de prática 
futebolística. Revista Brasileira de Estudos do Lazer. Belo Horizonte, v. 3, n. 3, p. 
100-117, set/dez. 2016.
https://www.gov.br/cidadania/pt-br/composicao/esporte/infraestrutura-de-esporte/arquivos/biblioteca-de-projetos-de-referencia/2019_10_02_diretrizes_programaticas.pdf
https://www.gov.br/cidadania/pt-br/composicao/esporte/infraestrutura-de-esporte/arquivos/biblioteca-de-projetos-de-referencia/2019_10_02_diretrizes_programaticas.pdf
https://www.gov.br/cidadania/pt-br/composicao/esporte/infraestrutura-de-esporte/arquivos/biblioteca-de-projetos-de-referencia/2019_10_02_diretrizes_programaticas.pdf
27
Marina Tranchitella
unidade 2
O nascimento de uma infraestrutura 
de um clube de futebol
Caro leitor,
Nesta unidade refletiremos sobre a construção e gestão de uma infraestrutura de um clube de futebol. Você já parou para pensar em todos os requisitos necessários para deixar em pé uma infraestrutura? Pois é, 
são vários! Vamos mergulhar em todos eles, fase a fase, bem como compreender 
a vida da infraestrutura, no seu dia a dia e em dias de jogos. Esse assunto pode 
soar um pouco menos atrativo, mas conhecer esses passos é de suma importância. 
Afinal, sem esse conhecimento nossos eventos não seriam possíveis. 
Além disso, compreenderemos como viabilizar a sustentabilidade econômico-
financeira da infraestrutura de um clube de futebol, explanando os tipos de receitas, 
despesas e suas formas de exploração.
Então, vamos lá? Preparado? 
Objetivos 
	� Entender as exigências para a construção de estádios por meio da história;
	� Conhecer os principais requisitos exigidos no Brasil para a construção de 
estádios;
	� Identificar as principais fontes de receita e despesa de uma infraestrutura;
	� Compreender como viabilizar econômico-financeiramente a infraestrutura.
28
Gestão de Infraestruturas em Clubes de Futebol
da concePção à conStrução 
Na última unidade, falamos sobre as infraestruturas relacionadas a um clube de futebol: centros de treinamento, prédios administrativos, clubes sociais e, propriamente, o estádio, edificação esportiva destinada 
prioritariamente à prática do futebol. Nessa unidade, focaremos na construção do 
estádio, palco dos grandes jogos.
Antes de falarmos sobre os requisitos, isto é, as necessidades exigidas 
atualmente para liberação da construção e operação de um estádio de futebol, 
vale realizar um passeio pela história, para compreender os principais marcos que 
alteraram tais obrigatoriedades, porquanto as mudanças que as infraestruturas 
sofreram ao longo do tempo estiveram invariavelmente vinculadas aos acidentes 
que aconteceram no cenário futebolístico. 
No mundo, o primeiro país a tentar balizar os requisitos mínimos relacionados 
a essas construções foi também o berço da modalidade, a Inglaterra. Em 1923, o 
Parlamento Inglês criou o primeiro relatório prevendo medidas para a melhoria das 
condições nos estádios (GIULIANOTTI, 2002). No entanto, o documento não foi 
acatado pelos estádios, fazendo com que as tragédias continuassem acontecendo 
nestes espaços. Após inúmeras tentativas de regulamentação dos estádios, 
foi lançado, em 1986, o Relatório Popplewell (LA CORTE, 2007); e, em 1990, foi 
publicado o relatório Taylor Report, usado como referência até os dias atuais. A 
seguir, destacamos as principais recomendações propostas pelo documento. 
UNIDADE 2 Tópico 1
29
Marina Tranchitella
Figura 10 – Recomendações do Taylor Report
Fonte: Adaptada de Taylor Report (1989).
No Brasil, infelizmente, tais incidências também aconteceram. Podemos destacar 
alguns episódios, como o ocorrido em 19 de julho de 1992, quando, lotado para a 
final do Campeonato Brasileiro entre Botafogo e Flamengo, o Estádio Maracanã teve 
as grades das arquibancadas, com sinais de desgaste e má conservação, cedidas 
por não suportarem a pressão dos torcedores, resultando em 3 mortes e 90 feridos. 
Outro episódio que marcou o futebol brasileiro ocorreu no Estádio São 
Januário, na final da Copa João Havelange, entre Vasco e São Caetano, no dia 30 de 
dezembro de 2000. Torcedores do São Caetano começaram a correr em direção à 
grade que separava a torcida do gramado para fugir de uma briga. Com a pressão 
gerada, a grade também cedeu, deixando 175 pessoas feridas. 
Mais recentemente, em 25 de novembro de 2007, num incidente conhecido 
como a tragédia da Fonte Nova, 7 torcedores que assistiam à partida entre Bahia e 
Vila Nova morreram ao despencar de uma altura de cerca de 20 metros, após parte 
da estrutura de concreto da arquibancada do anel superior do estádio ceder.
30
Gestão de Infraestruturas em Clubes de Futebol
Assista ao vídeo Memória: Tragédia da Fonte Nova completa 10 anos 
e reflita sobre a importância da infraestrutura dos estádios. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=NQdMgw4hJ2c. Acesso em: 26 set. 2021.
Todos esses tristes fatos levaram o Brasil a também estabelecer regramentos 
mínimos para que os estádios sediassem jogos. Em 2009, o então Ministério do 
Esporte implementou o artigo 23 do Estatuto de Defesa do Torcedor, tornando 
obrigatória a apresentação de mais laudos técnicos. Em 2010, aprofundando o 
tema, foi implementado, no mesmo documento, novas medidas para o combate 
à violência, melhoria das condições de acesso e permanência nos estádios. E, em 
2013, com a proximidade da Copa das Confederações (ocorrida naquele mesmo 
ano), da Copa do Mundo FIFA 2014 e dos Jogos Olímpicos Rio 2016, foi apresentado 
o Guia de Recomendações de Parâmetros e Dimensionamentos para Segurança e 
Conforto em Estádios de Futebol (2011), adaptando à realidade brasileira os padrões 
adotados por entidades internacionais, como a Federação Internacional de Futebol 
Associado (FIFA) e a União das Federações Europeias de Futebol (UEFA). 
Muito bem! Agora que você já compreendeu os marcos históricos que 
contextualizaram e que ainda balizam as exigências atuais (no que se refere aos 
estádios de futebol), podemos dar continuidade ao nosso capítulo, avançando para 
as fases que fazem parte do processo de construção dos estádios.
Por serem projetos com alto grau de complexidade, com grande impacto no 
cenário para o qual são concebidos (seja por questões legais, ambientais, sociais e/
ou econômicas), toda construção desse porte é realizada em fases. Essas fases se 
estendem por anos, e vale dizer que o tempo, nesse caso, é inversamente proporcional 
à qualidade do planejamento. Isto quer dizer que, se houver mudança e/ou inclusões 
de necessidades dos stakeholders a qualquer momento, se o investimento e o 
desembolso financeiro estiverem aquém do planejado ou, ainda, não partir de um 
embasamento legal com os documentos necessários e com seus prazos reais de 
vencimento, inevitavelmente o tempo do projeto se estende, o que, quase sempre, 
faz aumentar também o custo da obra. 
Aqueles que já tiveram algum contato com a área de projetos conhecem bem o 
triângulo de ferro: em cada um dos vértices do triângulo existe um fator primordial 
para a entrega e sucesso do projeto; se um deles é alterado, os outros também são 
impactados.
https://www.youtube.com/watch?v=NQdMgw4hJ2c
31
Marina Tranchitella
Figura 11 – Triângulo de ferro
Fonte: Adaptada de PMBOK Guide (2017).
Portanto, para que o desenvolvimento dessas fases ocorra de forma saudável 
e sem grande prejuízo em relação ao prazo e aos recursos planejados, é preciso que 
se estabeleça um bom planejamento. Em relação aos estádios de futebol, listamos 
alguns pontos principais para que se inicie o planejamento de sua construção.
Figura 12 – Planejamento da construção de um estádio
Fonte: BRASIL (2011).
O primeiro passo para a construção de qualquer obra é fazer um levantamento 
topográfico planialtimétrico cadastral do terreno. No caso de uma infraestrutura 
para o esporte, esse terreno deveincluir não só as áreas destinadas à modalidade, 
mas também as áreas necessárias para estacionamentos, circulação de pedestres 
e veículos, acessos diferenciados exigidos, além de espaço para áreas técnicas 
complementares que necessitam ser planejadas próximas ao estádio.
32
Gestão de Infraestruturas em Clubes de Futebol
De acordo com a Política Nacional de Infraestrutura de Esporte (2019), um 
estádio é composto da área de jogo, com dimensões oficiais; arquibancada com 
condições de assistência ao público; e instalações adequadas destinadas a serviços 
e apoio à prática do esporte (como banheiros; vestiários; ambulatórios; depósitos; 
áreas administrativas; restaurantes/lanchonetes e demais áreas de serviço e apoio).
Figura 13 – Exemplo de áreas operacionais de uma infraestrutura
Fonte: FIFA (2011). 
Além de planejar as áreas, é importante planejar os fluxos de pessoas e 
veículos. Quando falamos de fluxos, podemos, por exemplo, pensar nas zonas de 
segurança. Faz sentido planejar esses controles considerando o fluxo que acontece 
de fato, isto é, de fora da infraestrutura para dentro. Na figura a seguir, apresentamos 
desde a fronteira do país (perímetro necessário em jogos com trânsito de pessoas, 
torcedores ou atletas internacionais), até a área de competições (campo de jogo), 
palco do espetáculo.
33
Marina Tranchitella
Figura 14 – Perímetros e áreas de controle da infraestrutura
Fonte: Elaborada pela autora.
Fluxos cruzados também são problemáticos para a operação de infraestruturas. 
Saídas de emergência devem estar mapeadas, testadas e desobstruídas. Infelizmente, 
o Brasil também registra incidentes relacionados a isso: em 17 de outubro de 2012, 
na Vila Belmiro, um desnível de cerca de um metro entre o campo e o saguão 
do estádio impediu que a ambulância entrasse no gramado e fosse até o atleta 
que estava desmaiado, demorando cerca de dez minutos para que ela deixasse o 
estádio a caminho do hospital. Após o acidente, o Santos, proprietário do estádio, 
mudou o portão de acesso de ambulâncias. Relatos da época contam que jogadores 
angustiados chegaram a retirar as placas de publicidade no intuito de viabilizar a 
entrada da ambulância em campo.
Para que os fluxos funcionem de maneira eficaz, é preciso também planejar 
os controles de acesso aos perímetros e áreas, evitando circulação de pessoas e 
veículos em locais indevidos. Nesse sentido, torna-se impreterível um organizado 
sistema de credenciamento com um apoio visual para os acessos, conhecido como 
gabarito ou espelho.
Além disso, é preciso planejar os acessos aos perímetros e áreas, conforme 
podemos ver na figura a seguir:
34
Gestão de Infraestruturas em Clubes de Futebol
Figura 15 – Acessos à infraestrutura, serviços de emergência e acessibilidade
Fonte: Elaborada pela autora, com fotos de Governo Federal Brasileiro (CC BY-SA 3.0) e André Gustavo Stumpf 
(CC BY 2.0)/Wikimedia Commons; e Agência Brasil (2014).
Planejar uma operação para um estádio de futebol é algo complexo e deve, 
sim, ser pensado de modo individualizado, conforme o contexto. No entanto, 
existem operações padronizadas que se repetem, independentemente de onde 
esteja localizada a infraestrutura. Diante disso, parece-nos factível que se tenha 
um padrão de funcionamento entre infraestruturas similares; mas o fato é que 
ainda carecemos de documentos que balizem, por exemplo, o dimensionamento 
de espaço x serviço x número de staff (força de trabalho) x número de público a 
ser atendido. A maioria dos cálculos atuais versam sobre questões de segurança e 
evacuação das infraestruturas; como, por exemplo, a inclinação das arquibancadas, 
com recomendação de um ângulo máximo de 34º de inclinação, para que não 
se tornem perigosas nem desconfortáveis a ponto de criarem uma sensação de 
vertigem.
Alguns poucos materiais trazem tópicos que versam sobre outros assuntos. A 
seguir exemplificaremos dois deles:
O primeiro exemplo que podemos encontrar é referente ao tamanho de área 
de estacionamento necessário para carros e ônibus. O estacionamento pode ser 
projetado para comportar uma área aproximada de 10 mil m2 para 400 carros ou 138 
ônibus. Esta área total está relacionada ao cálculo apresentado na figura a seguir:
https://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0
https://creativecommons.org/licenses/by/2.0
35
Marina Tranchitella
Figura 16 – Cálculo previsto para determinação da área de estacionamento
Fonte: BRASIL (2011, p. 51).
Outro exemplo é relativo aos sanitários, que em estádios de futebol são 
utilizados com maior demanda em pequenos períodos. Deve-se calculá-los com 
cuidado, para atender a contento, podendo-se adotar o dimensionamento proposto 
a seguir:
Figura 17 – Quantitativo mínimo de sanitários para homens e mulheres
Fonte: BRASIL (2011, p. 141).
Ambas as referências supracitadas foram retiradas do Guia de Recomendações de Parâmetros 
e Dimensionamentos para Segurança e Conforto em Estádios de Futebol, do Ministério do Esporte 
(2011). Outro material que é utilizado comumente como referência é chamado de Green Guide – Guide 
to Safety at Sports Grounds, do Departamento de Cultura (2008), Mídia e Esporte, do governo do Reino 
Unido.
36
Gestão de Infraestruturas em Clubes de Futebol
Atualmente, podemos observar a construção do estádio do Clube 
Atlético Mineiro, conhecido como Galo. Acesse os links a seguir e assista aos 
vídeos:
Mais um gigante no campo da Arena MRV. Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=LIkr1jxAVZ4&t=8s. Acesso em: 21 ago. 2021.
Arena MRV: feita de paixão. Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=BhENXQJX_Zg&t=204s. Acesso em: 21 ago. 2021.
São muitos os aspectos que devem ser planejados para que se alcance uma 
infraestrutura ideal, não só do ponto de vista estético como também do ponto 
de vista operacional. Lembra quando falamos, ainda na primeira unidade, sobre 
gerenciar as necessidades e expectativas de cada pessoa? Pois bem, é um exercício 
se colocar no lugar de cada cliente que consumirá o estádio para que consigamos 
projetar o maior número de soluções possíveis. 
Por exemplo: os estádios são planejados na orientação norte-sul a fim de não 
atrapalhar os goleiros com a incidência de raios solares diretos. E, por serem o principal 
cliente da infraestrutura quando o tema é uma partida de futebol, faz sentido atender 
a essa demanda. No entanto, quando pensamos na operação como um todo, não 
podemos esquecer dos outros clientes, como a imprensa e os clientes VIPs. 
É preciso planejar o local da 
mídia para que não exista sombras 
no campo durante o jogo. É preciso 
também alocar os VIPs em assentos, 
os quais deverão estar resguardados 
da incidência de luz solar. Mas se, por 
um lado, as pessoas não querem a 
incidência de sol, quando o assunto 
é gramado natural, a questão muda 
de foco. É preciso um planejamento 
minucioso para conseguir manter a qualidade da grama em todas as estações do 
ano e em conformidade com um calendário de jogos que, para clubes da série A, 
pode chegar a 35 por ano, em casa.
Um aspecto bastante relevante quando se planeja a construção de uma 
infraestrutura, já citado brevemente no início da unidade, é relativo ao impacto social 
Acesse o vídeo a seguir 
e veja como é realizado 
o tratamento do gramado de um 
campo de futebol. 
Disponível em: https://
www.youtube.com/
watch?v=EsT9BykMtB8. Acesso em: 
21 ago. 2021.
https://www.youtube.com/watch?v=LIkr1jxAVZ4&t=8s
https://www.youtube.com/watch?v=LIkr1jxAVZ4&t=8s
https://www.youtube.com/watch?v=BhENXQJX_Zg&t=204s
https://www.youtube.com/watch?v=BhENXQJX_Zg&t=204s
https://www.youtube.com/watch?v=EsT9BykMtB8
https://www.youtube.com/watch?v=EsT9BykMtB8
https://www.youtube.com/watch?v=EsT9BykMtB8
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Marina Tranchitella
e ambiental trazido por ela. A realização de estudos de impactos está prevista pelo 
art. 225, §1º, IV, da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, como 
um requisito essencialpara a infraestrutura ou atividade potencialmente causadora 
de significativa degradação do meio ambiente, objetivando evitar danos futuros 
e irreversíveis. Não vamos discorrer sobre o tema, mas, caso você tenha interesse 
em entender o tamanho de uma obra como a de um estádio de futebol, você pode 
acessar o site do Clube Atlético Mineiro, que está construindo seu próprio estádio, e 
observar as fases que já citamos ao longo do nosso estudo.
Muito bem! Já passeamos pelas fases de construção dos estádios e de seus 
requisitos estruturais; a seguir, listamos os principais requisitos legais, isto é, que 
implicam na viabilidade operacional da infraestrutura de um clube de futebol. Vale 
dizer que, principalmente no que se refere aos laudos citados abaixo, há a exigência 
de diversos documentos para que se tenha a aprovação da construção.
Quadro 3 – Documentos necessários para a viabilidade operacional 
de uma infraestrutura de clube de futebol
Carta de Habitação
IPTU
Licença Operacional (LO)
Alvará de Funcionamento
Alvará PPCI
Alvará Sanitário
Licenciamento Ambiental dos Veículos de 
Divulgação (VD)
Apólice de Seguro do Estádio Patrimonial e 
de Responsabilidade Civil
Laudo Estrutural do Estádio
Laudo de Vistoria de Engenharia e 
Acessibilidade e Conforto
Laudo de Segurança
Laudo de Prevenção e Combate de Incêndio 
e Pânico
Laudo de Condições Sanitárias e de Higiene
Seguro Patrimonial
Seguro de Responsabilidade Civil
 Fonte: Elaborado pela autora.
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Gestão de Infraestruturas em Clubes de Futebol
Você poderá aprofundar seus estudos consultando as normas da 
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), recomendações 
e instruções técnicas da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros, das 
organizações de Defesa Civil. Além disso, também pode estudar as legislações 
ambientais, de proteção ao patrimônio edificado, urbanísticas e de edificações 
vigentes, nos níveis municipal, estadual e federal aplicáveis em cada situação. 
Acesse os links a seguir:
http://www.federacaopr.com.br/Recursos/pdf/legislacao/6.pdf.
http://arquivo.esporte.gov.br/arquivos/ascom/publicacoes/Guia%20
de%20Recomendaes%20de%20Parmetros%20e%20Dimensionamentos%20
para%20Segurana%20e%20Conforto%20em%20Estdios%20de%20Futebol.
pdf.
 Acesso em: 21 ago. 2021.
Estamos chegando ao final do nosso primeiro tópico. Mas, antes de encerrar, 
gostaríamos que você compreendesse que uma infraestrutura tem seu funcionamento 
organizado sob duas óticas: primeiramente, sob a ótica do funcionamento diário, 
chamado de modo orgânico. Nesses dias, a infraestrutura está sendo usada em 
suas áreas administrativas e se preparando para o próximo jogo ou evento. Existe 
também a possibilidade de haver atividades comerciais no dia a dia, como os 
conhecidos tours, entre outras formas de exploração, que serão detalhadas no 
próximo tópico. Já em dias de jogos e eventos, a infraestrutura deve ser operada 
sob outra ótica: nesses dias, é comum que se alterem os fluxos de acesso, e que se 
tenha um credenciamento específico; também há restrições de circulação impostas 
pelos regulamentos e contratos de jogos e shows.
http://www.federacaopr.com.br/Recursos/pdf/legislacao/6.pdf
http://arquivo.esporte.gov.br/arquivos/ascom/publicacoes/Guia%20de%20Recomendaes%20de%20Parmetros%20
http://arquivo.esporte.gov.br/arquivos/ascom/publicacoes/Guia%20de%20Recomendaes%20de%20Parmetros%20
http://arquivo.esporte.gov.br/arquivos/ascom/publicacoes/Guia%20de%20Recomendaes%20de%20Parmetros%20
http://arquivo.esporte.gov.br/arquivos/ascom/publicacoes/Guia%20de%20Recomendaes%20de%20Parmetros%20
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Marina Tranchitella
Figura 18 – Funcionamento da infraestrutura no modo orgânico e no matchday (MD)
Fonte: Elaborada pela autora.
É importante frisar que nessa 
unidade analisamos a infraestrutura 
do ponto de vista físico. No entanto, a 
estrutura está relacionada à atividade 
fim da infraestrutura e de modo 
direto ou indireto ao nível de serviço 
oferecido ao espectador. Na próxima 
unidade, vamos explorar melhor esses 
serviços, fazendo uma comparação 
com a famosa Pirâmide de Maslow, 
que fala sobre as necessidades 
humanas. 
Muito bem! Acredito que agora 
você já seja capaz de listar alguns 
requisitos para a construção de um estádio de futebol; mas como manter uma 
sustentabilidade econômico-financeira? Esse é o tema do nosso segundo tópico da 
unidade 2. Preparados?
No modo orgânico 
de funcionamento, há serviços 
patrimoniais de segurança, serviços 
diários de limpeza, de alimentação 
e de estacionamento, comuns 
a qualquer outra empresa. Em 
dias de jogo/evento, o número 
dos recursos humanos se altera 
consideravelmente, assim como 
outras áreas passam a atuar de 
modo mais representativo que no 
modo orgânico.
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Gestão de Infraestruturas em Clubes de Futebol
infraeStrutura  lucro ou Prejuízo financeiro?
No primeiro tópico, pudemos compreender quão complexa é a construção de uma infraestrutura. Mas a complexidade não se limita somente ao período de construção, e se estende ao período de sua gestão. Isso 
ocorre porque, para que se mantenha uma infraestrutura rentável, é necessário um 
planejamento para além do campo de jogo. 
Primeiramente, devemos entender que diferenciar as receitas da infraestrutura 
das receitas do clube de futebol propriamente dito não é tarefa simples. Vocês se 
lembram dos diferentes modelos de negócio existentes? Pois é! Cada um deles 
impacta diferentemente na forma de distribuição das questões financeiras. 
Um estudo recente da Pluri Consultoria apresentou as principais fontes de 
receita de um clube de futebol: venda de jogadores, matchday, transmissões/
cotas de participação, marketing/comercial, entre outras fontes de menor impacto. 
De acordo com o estudo, considerando o período de 2010 a 2019, verificou-se o 
crescimento de 250% da receita dos principais clubes brasileiros, destacando-se 
a venda de jogadores como a receita que mais cresceu neste período (544%). Na 
figura a seguir, pode-se observar o comportamento ao longo do tempo de cada 
uma das fontes de receita. 
UNIDADE 2 Tópico 2
41
Marina Tranchitella
Figura 19 – Evolução da distribuição da receita no futebol de 24 clubes brasileiros
Fonte: Pluri Consultoria (2020, p. 9).
A depender do modelo de negócio, algumas receitas acima expostas podem ser 
exclusivas da infraestrutura, ou rateadas com o clube de futebol, como já explicado 
anteriormente. Talvez isso possa soar um pouco complexo para quem nunca esteve 
em contato com esse ambiente, mas vamos exemplificar a seguir para que você 
possa compreender melhor.
A receita oriunda do matchday, por exemplo, segundo o estudo citado, 
representa uma média de 18% da receita total. Você sabe como se calcula essa 
entrada de dinheiro? Na maioria das vezes, é uma composição entre a receita do 
quadro social e a bilheteria do jogo. No entanto, o quadro social é uma receita 
recorrente, isto é, que possui um fluxo mensal, e não compõe exclusivamente a 
receita do dia do jogo. Outra ressalva que se faz é em relação à bilheteria do jogo: 
ela se baseia no boletim financeiro, conhecido como borderô. Este último tem seus 
dados imputados de acordo com os regramentos das federações estaduais, sendo 
autorizado um valor estimado em alguns casos como ingressos de permuta ou 
cortesia, não representando realisticamente o fluxo de caixa do dia da partida. 
Outras receitas que também são diretamente influenciadas pelo matchday são 
as advindas do consumo de alimentos e bebidas, do estacionamento e da própria 
venda de produtos licenciados. Se fizermos um recorte da fonte de receita nomeada 
no estudo como marketing/comercial, podemos também observar correlação com 
o dia do jogo, a citar: a venda de camarotes, o serviço de hospitalidade, os espaços 
42
Gestão de Infraestruturas em Clubes de Futebol
publicitários (placas de campo, anéis da arquibancada, quiosques no entorno), bem 
como a concessão do nome do estádio,conhecido como naming rights. 
No entanto, se, por um lado, 
estabelecer premissas que carimbem 
uma receita como sendo exclusiva da 
infraestrutura e/ou do clube é tarefa 
complexa, por outro, é fato inexorável que 
a maioria dos clubes no Brasil tem suas 
despesas iguais ou superiores às receitas, 
e muitos estádios ainda são considerados 
“elefantes brancos”.
A baixa capacidade de gerar receita 
através da ocupação dos estádios e o 
baixo interesse do setor privado em 
participar efetivamente com investimentos 
nos permite a verificação de um potencial comprometimento da capacidade de 
retorno dos investimentos realizados e da capacidade de promover as manutenções 
necessárias à “saúde” estrutural desses empreendimentos (CÉSAR et al., 2013).
Antes de adentrarmos especificamente nesse tópico, vale apresentar quais 
são as principais despesas de uma infraestrutura. Lembre-se que as despesas se 
alteram conforme a frequência de uso da infraestrutura, seja para jogo ou shows.
Dividimos as despesas em quatro categorias: manutenção, administrativas, 
legais e depreciação.
Elefante branco é 
uma expressão utilizada para 
designar uma coisa pouco 
prática, que causa grande 
incômodo; presente incômodo 
e sem utilidade; obra grande 
e pomposa sem serventia; 
tudo que serve para nada, mas 
custa caro para ser dispensado 
(Jusbrasil, 2013 apud Ari 
Riboldi, 2013).
43
Marina Tranchitella
Figura 20 – Exemplo de despesas da infraestrutura
Fonte: Elaborada pela autora.
Agora que você já compreende as receitas e despesas, podemos voltar à 
nossa questão desafiadora do retorno necessário para que a infraestrutura seja 
economicamente viável. Quais seriam as possíveis soluções? 
Dividimos essa questão em duas grandes frentes: a primeira é, de fato, uma 
gestão eficaz do estádio, que evita desperdícios e otimiza ao máximo as atividades 
diárias e rotineiras. Já a segunda abrange a exploração da infraestrutura, seja pela 
ótica comercial, de arena multiuso, seja pela melhoria na experiência do torcedor, 
conhecido pelo termo em inglês Fan Experience. 
44
Gestão de Infraestruturas em Clubes de Futebol
Quando falamos em gestão eficaz, podemos citar as chamadas construções 
sustentáveis, que possuem indicadores e diretrizes com o objetivo de promover 
menores impactos e ganhos superiores aos empreendimentos não sustentáveis. 
Na última década, a FIFA fortaleceu seus requisitos e programas relacionados à 
construção sustentável, o que pode ser visto na estratégia de sustentabilidade da 
Copa do Mundo FIFA Qatar 2022, a qual inclui um conjunto abrangente de iniciativas 
para mitigar as emissões de poluentes relacionados aos estádios, tratando também 
das questões relativas à eficiência energética, transporte de baixa emissão e práticas 
sustentáveis de gestão de resíduos em canteiros de estádios.
Caso você se interesse pelo tema, poderá acessar os documentos 
referentes à sustentabilidade da Copa do Mundo do Catar 2022 
no link:
https://www.fifa.com/tournaments/mens/worldcup/qatar2022/news/fifa-
world-cup-2022tm-first-sustainability-progress-report-published
Acesso em: 21 ago. 2021.
Ainda na temática de gestão eficaz, podemos citar a gestão profissional, 
otimizada e imprescindível para a sobrevivência dos estádios. Em 2015, se 
https://www.fifa.com/tournaments/mens/worldcup/qatar2022/news/fifa-world-cup-2022tm-first-sustainability-progress-report-published
https://www.fifa.com/tournaments/mens/worldcup/qatar2022/news/fifa-world-cup-2022tm-first-sustainability-progress-report-published
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Marina Tranchitella
promulgou a Lei nº.13.155, que dispôs sobre a gestão temerária no âmbito das 
entidades desportivas profissionais de futebol, estabelecendo princípios e práticas 
de responsabilidade fiscal e financeira e de gestão transparente e democrática para 
entidades desportivas, criando a Autoridade Pública de Governança do Futebol, 
conhecida pela sigla APFUT. 
Caso você se interesse pelo tema responsabilidade fiscal, acesse 
o Decreto Nº 8.642 de 2016, que dispõe sobre Autoridade Pública 
de Governança do Futebol - APFUT, criada pela Lei nº 13.155, de 4 de agosto 
de 2015, e dá outras providências. Disponível em:
Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/decreto/
D8642.htm. Acesso em: 21 ago. 2021.
Já em relação à exploração da infraestrutura, trazemos conceitos como arena 
multiuso e Fan Experience. De acordo com Motta (2012, p.23), “arenas multiusos 
são centros modernos que agregam atividades e estruturas de esporte, lazer, 
cultura e serviços diversos”; ou seja, é a capacidade de entregar as mais diferentes 
experiências a variados grupos de interesse, de ação social a eventos corporativos, 
simultaneamente. 
Temos que minar o estigma de que, com uma arena multiuso, o futebol perde o 
protagonismo. Modelos consagrados de estádio na Europa e nos Estados Unidos não 
estão calcados exclusivamente em gerar receita em dias sem jogos, mas também, 
e em alguns casos principalmente, na capacidade de multiplicar a receita quando 
há um grande fluxo de pessoas. São grandes referências de arenas multifuncionais: 
Allianz Arena (Munique, Alemanha), Madison Square Garden (Nova Iorque, Estados 
Unidos), Amsterdam Arena (Amsterdam, Países Baixos), Emirates Stadium (Londres, 
Inglaterra) e Wembley National Stadium (Londres, Inglaterra), palcos de grandes 
eventos esportivos e não esportivos. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/decreto/D8642.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/decreto/D8642.htm
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Gestão de Infraestruturas em Clubes de Futebol
Figura 21 - Show no Estádio do Morumbi
Fonte: Imagem de Tales.ebner, Domínio público/Wikimedia Commons
Com relação às receitas em dias sem jogos, podemos citar o investimento em 
coworking, restaurantes, hotéis, entre outros.
Não obstante, nesse contexto se atrela também o conceito de Fan Experience 
(experiência do torcedor), e a necessidade de se estar cada vez mais próximo da 
tecnologia. Ativações nos dias de jogos, para atrair o torcedor ao estádio horas 
antes da partida, em conjunto com a ideia de multi eventos no mesmo dia, parece 
ser uma saída bastante interessante. O Super Bowl, jogo final do campeonato da 
NFL, a principal liga de futebol americano dos Estados Unidos, por exemplo, conta 
com pré-show, show do intervalo e diversas ativações no entorno do estádio ao 
longo do dia do evento principal. 
Um material muito interessante sobre o fã do futuro foi publicado recentemente 
pela European Club Association (ECA) e traz os aspectos apontados pela associação 
com relação aos fatores que influenciam o fã de futebol atualmente.
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Show_-_u2_-_vertigo_tour_-_brazil_-_01.jpg
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Show_-_u2_-_vertigo_tour_-_brazil_-_01.jpg
47
Marina Tranchitella
Figura 22 - Fatores que influenciam o fã de futebol
Fonte: Adaptada de ECA (2020, p. 2).
Portanto, é notável que existem recursos possíveis para tornar uma infraestrutura 
sustentável. É preciso pensar fora da caixa e buscar o desenvolvimento gerencial 
sustentável, baseando-se nas vertentes social, econômica e ambiental, conhecidas 
como Triple Bottom Line (ELKINGTON, 1998). Em outras palavras, os gestores das 
infraestruturas devem possuir metas mais arrojadas e inteligentes, como a redução 
de seus custos operacionais e produtivos, a redução de seus passivos ambientais e 
trabalhistas, a melhora da imagem institucional e das relações com seus stakeholders.
Pois bem, já deu para perceber que temos um cenário bastante desafiador. 
Agora que você já conheceu os elementos que estão presentes na concepção, 
construção e gestão de uma infraestrutura de um clube de futebol, bem como os 
aspectos para torná-la viável econômica e financeiramente, vamos mergulhar, na 
próxima unidade, em sua estrutura organizacional, explicitando seus departamentos 
e suas relações.
48
Gestão de Infraestruturasem Clubes de Futebol
UNIDADE 2 LisTa de figuRas
Figura 15
Fonte: Elaborada pela autora, com fotos de Governo Federal Brasileiro (CC BY-
SA 3.0)/Wikimedia Commons; André Gustavo Stumpf (CC BY 2.0)/Wikimedia 
Commons; e Sabrina Craid/Agência Brasil (2014). Disponíveis em: https://bityli.
com/qWL356; https://bityli.com/OImMLy; e https://bityli.com/Zeqt2e. Acesso 
em: 18 out. 2021.
Figura 21
Fonte: Imagem de Tales.ebner, Domínio público/Wikimedia Commons. Disponível 
em: https://bityli.com/OImMLy . Acesso em: 18 out. 2021.
https://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0
https://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0
https://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/
https://creativecommons.org/licenses/by/2.0
https://creativecommons.org/licenses/by/2.0
https://creativecommons.org/licenses/by/2.0
https://bityli.com/qWL356
https://bityli.com/qWL356
https://bityli.com/OImMLy
https://bityli.com/Zeqt2e
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Show_-_u2_-_vertigo_tour_-_brazil_-_01.jpg
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Show_-_u2_-_vertigo_tour_-_brazil_-_01.jpg
https://bityli.com/OImMLy
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Marina Tranchitella
BRASIL. Diário Oficial da União. Resolução n° 1, de 20 de novembro de 2019. 
Brasília, 2019.
BRASIL. Ministério do Esporte. Guia de recomendações de parâmetros e 
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2011.
BRASIL. Ministério do Esporte. Portaria n° 124, de 17 de julho de 2009. Brasília, 
2009.
BRASIL. Presidência da República. Decreto nº 8.642, de 19 de janeiro de 2016, 
que dispõe sobre Autoridade Pública de Governança do Futebol – APFUT. Brasília, 
2016.
CÉSAR, Fábio S.; MAZZEI, Leandro. C.; ROCCO, Ary. J.; OLIVEIRA, Luciana. M. R. 
Sustentabilidade em Arenas e Estádios: Estudo sobre as Instalações da Copa do 
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UNIDADE 2 RefeRências
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https://espaco-vital.jusbrasil.com.br/noticias/100697479/o-que-significa-elefante-branco
https://espaco-vital.jusbrasil.com.br/noticias/100697479/o-que-significa-elefante-branco
50
Gestão de Infraestruturas em Clubes de Futebol
LA CORTE, Carlos de. Estádios brasileiros de futebol uma análise de desempenho 
técnico, funcional e de gestão. 2007. Tese (Doutorado em Arquitetura). Faculdade 
de Arquitetura e Urbanismo – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007. 
LANCE. Há 25 anos, uma tragédia acontecia em final de Brasileiro no Maracanã. 
2017. Disponível em: <https://www.lance.com.br/brasileirao/anos-uma-tragedia-
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https://www.ocuriosodofutebol.com.br/2016/12/vasco-x-sao-caetano-em-2000-o-jogo-que.html
https://www.ocuriosodofutebol.com.br/2016/12/vasco-x-sao-caetano-em-2000-o-jogo-que.html
https://www.pluriconsultoria.com.br/wp-content/uploads/2020/11/A-Evolu%C3%A7%C3%A3o-das-Receitas-no-Futebol-Brasileiro-PLURI-Consultoria.pdf
https://www.pluriconsultoria.com.br/wp-content/uploads/2020/11/A-Evolu%C3%A7%C3%A3o-das-Receitas-no-Futebol-Brasileiro-PLURI-Consultoria.pdf
https://www.pluriconsultoria.com.br/wp-content/uploads/2020/11/A-Evolu%C3%A7%C3%A3o-das-Receitas-no-Futebol-Brasileiro-PLURI-Consultoria.pdf
51
Marina Tranchitella
unidade 3
Como operar uma infraestrutura 
de clube de futebol
Caro leitor,
Nesta unidade, abordaremos a estrutura organizacional do clube de futebol, evidenciando como o departamento de operações atua. Além disso, elucidaremos a importância de uma comunicação clara e sem 
ruídos, trazendo exemplos de protocolos de rádios.
Listaremos os diferentes clientes que consomem a infraestrutura, bem como a 
importância da Gestão de pessoas.
Vamos lá?
Objetivos
	� Entender a estrutura organizacional de um clube de futebol
	� Compreender o papel do Departamento de Operações
	� Conhecer os clientes da infraestrutura
	� Compreender o valor da comunicação
	� Analisar a importância da gestão de pessoas
52
Gestão de Infraestruturas em Clubes de Futebol
UNIDADE 3 Tópico 1
oPeração da infraeStrutura doS clubeS de futebol
Até esse momento, você já compreendeu qual o cenário do futebol, as organizações que regem a modalidade, conceitos e modelos de negócio existentes, bem como as fases de construção dos estádios, os 
documentos obrigatórios e o potencial mercadológico e comercial a ser explorado 
neste setor. Muito bem!
Nesse primeiro tópico da terceira unidade, iremos abordar a operação de uma 
infraestrutura de um clube de futebol. Para isso, primeiramente, vamos compreender 
o que são os departamentos, também chamados de áreas funcionais.
De acordo com Schermerhorn (1999), uma estrutura organizacional é o 
sistema de redes de tarefas, isto é, as relações entre quem se reporta a quem e 
as comunicações que inter-relacionam o trabalho de indivíduos e grupos. Nas 
estruturas de clubes de futebol, o organograma varia bastante, haja visto o número 
de modelos de negócios existentes e a falta de padronização com relação a cargos 
e salários de executivos, diretores, gerentes,