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1 Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG Escola de Engenharia Departamento de Mecânica - DEMEC EMA184 – Fundamentos da Teoria de Controle Notas de Aula Autor: Prof. Dr. Lázaro Valentim Donadon Versão 5 Março de 2016 2 Sumário 1 INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE CONTROLE .................................................................. 10 1.1 MONITORAMENTO, AUTOMAÇÃO E CONTROLE DE SISTEMAS ....................................................... 10 1.1 DEFINIÇÕES BÁSICAS .................................................................................................................... 12 1.2 EXEMPLO DE UM SISTEMA DE CONTROLE TÍPICO ........................................................................... 13 1.3 DEFINIÇÃO DE SISTEMA DE CONTROLE COM RELAÇÃO AOS SINAIS ............................................... 14 1.4 EXEMPLO DE SISTEMAS CONTROLADOS E DE SISTEMAS AUTOMÁTICOS ....................................... 14 2 MODELAGEM DE SISTEMAS DINÂMICOS ........................................................................... 15 2.1 SISTEMAS MECÂNICOS TRANSLACIONAIS ..................................................................................... 15 2.1.1 Sistema Massa-Mola-Amortecedor..................................................................................... 15 2.1.2 Conjunto de Massas-Molas ................................................................................................ 18 2.1.3 Suspensão Ativa de ¼ de veículo ........................................................................................ 21 2.2 SISTEMAS DE RESERVATÓRIOS ...................................................................................................... 23 2.2.1 Reservatório Simples .......................................................................................................... 23 2.2.2 Exemplo de simulação do escoamento em reservatório simples ........................................ 25 2.2.3 Reservatórios em Série ....................................................................................................... 26 2.2.4 Sistema de Reservatório Composto .................................................................................... 26 2.3 LINEARIZAÇÃO ............................................................................................................................. 29 2.3.1 Uma Variável ...................................................................................................................... 29 2.3.2 Multivariável ...................................................................................................................... 32 2.4 SISTEMAS PENDULARES SIMPLES.................................................................................................. 34 2.4.1 Pêndulo Simples ................................................................................................................. 34 2.4.2 Pêndulo Invertido ............................................................................................................... 35 2.5 REPRESENTAÇÃO EM ESPAÇO DE ESTADO .................................................................................... 38 2.5.1 Representação quando não há derivadas da entrada ......................................................... 39 2.5.2 Representação quando há derivadas da entrada ................................................................ 44 2.5.3 Formulação Alternativa ..................................................................................................... 47 2.5.4 Passagem de espaço de estado para função de transferência ............................................ 49 2.6 CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS QUANTO AO NÚMERO DE ENTRADAS E SAÍDAS ............................ 52 2.7 EXERCÍCIOS PROPOSTOS ............................................................................................................... 52 2.7.1 Sistemas Translacionais ..................................................................................................... 52 2.7.2 Sistemas de Reservatórios .................................................................................................. 52 2.7.3 Linearização ....................................................................................................................... 53 2.7.4 Espaço de Estado................................................................................................................ 54 3 TRANSFORMADA DE LAPLACE .............................................................................................. 55 3.1 DEFINIÇÃO .................................................................................................................................... 55 3.2 TRANSFORMADA DE LAPLACE ...................................................................................................... 55 3.2.1 Funções Simples ................................................................................................................. 55 3.2.2 Propriedades ...................................................................................................................... 58 3.2.3 Funções Especiais .............................................................................................................. 58 3.2.4 Teoremas ............................................................................................................................ 61 3.2.5 Resumo ............................................................................................................................... 65 3.3 TRANSFORMADA INVERSA DE LAPLACE ....................................................................................... 66 3.3.1 Expansão em Frações Parciais .......................................................................................... 66 3.4 APLICAÇÕES DE TRANSFORMADA DE LAPLACE ............................................................................ 73 3.4.1 Solução de Equações Diferenciais ..................................................................................... 73 3.4.2 Funções de Transferência................................................................................................... 77 3.4.3 Classificação das Funções de Transferência ..................................................................... 79 3.5 EXEMPLO UTILIZANDO MATLAB ................................................................................................... 79 3.6 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS ............................................................................................................. 81 3.7 EXERCÍCIOS PROPOSTOS ............................................................................................................... 84 3 4 DIAGRAMA DE BLOCOS ........................................................................................................... 87 4.1 REPRESENTAÇÕES BÁSICAS........................................................................................................... 87 4.1.1 Sistemas em Série ............................................................................................................... 88 4.1.2 Sistemas em Paralelo .......................................................................................................... 88 4.1.3 Sistemas em Realimentação ................................................................................................ 89 4.1.4 Exemplos............................................................................................................................. 89 4.2 ÁLGEBRA DE BLOCOS .................................................................................................................... 91 4.2.1 Sistemas em Paralelo .......................................................................................................... 91 4.2.2 Sistemas em Realimentação ................................................................................................92 4.2.3 Sistemas em Somatório ....................................................................................................... 93 4.2.4 Exemplos............................................................................................................................. 94 4.3 EXEMPLOS RESOLVIDOS ............................................................................................................... 95 4.4 LISTA DE EXERCÍCIOS ................................................................................................................... 98 5 RESPOSTA DE SISTEMAS LTI ................................................................................................ 103 5.1 RESPOSTA TRANSITÓRIA E RESPOSTA EM REGIME PERMANENTE ............................................... 103 5.1.1 Valor Final ....................................................................................................................... 104 5.1.2 Erro de regime estacionário ............................................................................................. 104 5.2 RESPOSTA DE SISTEMAS DE 1ª ORDEM ......................................................................................... 105 5.3 RESPOSTA DE SISTEMAS DE 2ª ORDEM ......................................................................................... 108 5.4 RESPOSTA DE SISTEMAS DE ORDEM SUPERIOR ............................................................................ 114 5.5 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS ........................................................................................................... 114 5.6 EXERCÍCIOS PROPOSTOS ............................................................................................................. 116 6 AÇÕES BÁSICAS DE CONTROLE .......................................................................................... 120 6.1 AÇÃO DE CONTROLE DE DUAS POSIÇÕES OU “LIGA-DESLIGA” .................................................... 121 6.2 AÇÃO DE CONTROLE PROPORCIONAL (P) ................................................................................... 122 6.3 AÇÃO DE CONTROLE INTEGRAL (I) ............................................................................................. 124 6.4 AÇÃO DE CONTROLE PROPORCIONAL-INTEGRAL (PI) ................................................................. 125 6.5 AÇÃO DE CONTROLE PROPORCIONAL-DERIVATIVA (PD) ........................................................... 126 6.6 AÇÃO DE CONTROLE PROPORCIONAL-INTEGRAL-DERIVATIVA (PID) ........................................ 128 6.7 REJEIÇÃO A DISTÚRBIOS ............................................................................................................. 129 6.8 POSSIBILIDADE DE ESCOLHA DOS POLOS ..................................................................................... 131 6.9 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS ........................................................................................................... 133 6.10 EXERCÍCIOS PROPOSTOS ........................................................................................................ 137 7 CRITÉRIOS DE DESEMPENHO .............................................................................................. 140 7.1 TEMPO DE ACOMODAÇÃO ........................................................................................................... 141 7.2 TEMPO DE PICO ........................................................................................................................... 146 7.3 MÁXIMO SOBRESSINAL ............................................................................................................... 147 7.4 TEMPO DE SUBIDA ....................................................................................................................... 148 7.5 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS ........................................................................................................... 150 7.6 EXERCÍCIOS PROPOSTOS ............................................................................................................. 151 8 ESTABILIDADE .......................................................................................................................... 155 8.1 DEFINIÇÕES BÁSICAS .................................................................................................................. 156 8.1.1 Estabilidade segundo as entradas e saídas ...................................................................... 156 8.1.2 Estabilidade segundo as respostas às condições iniciais ................................................. 156 8.1.3 Estabilidade segundo os polos .......................................................................................... 157 8.2 CRITÉRIO DE ESTABILIDADE DE ROUTH ...................................................................................... 159 8.2.1 Casos Especiais ................................................................................................................ 161 8.2.2 Aplicações em Sistema de Controle .................................................................................. 161 8.3 ESTABILIDADE RELATIVA ........................................................................................................... 165 8.4 EXERCÍCIOS PROPOSTOS ............................................................................................................. 167 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................ 170 4 5 Prefácio Ementa: Análise de um sistema técnico, conceitos fundamentais acerca de modelo, modelagem, análise de modelo e otimização. Modelagem física e matemática de sistemas de Engenharia Mecânica. Análise de resposta transitória. Função de transferência e representação de estados. Diagramas de bloco e fluxos de sinal. Técnicas computacionais para simulação. Noções de identificação de parâmetros. Ações básicas de controle. Aula Datas Assunto Capítulo 1 07/03 Introdução aos Sistemas de Controle Capítulo 1 2 09/03 Modelagem de Sistemas Mecânicos Item 2.1 3 14/03 Transformada de Laplace Itens 3.1e 3.2 4 16/03 Teoremas da Transformada de Laplace Item 3.3 5 21/03 Transformada inversa de Laplace Item 3.4 6 23/03 Diagrama de Blocos Item 4.1 7 28/03 Aula de Estudos 8 30/03 Diagrama de Blocos Itens 4.2 e 4.3 9 04/04 Exercícios 10 06/04 1ª Prova Item 2.1, Capítulos 3 e 4 11 11/04 Resposta de sistemas de 1ª e 2ª ordens Itens 5.1 e 5.2 12 13/05 Resposta de sistemas de 1ª e 2ª ordens Itens 5.3 a 5.5 13 18/04 Ações Básicas de Controle Itens 6.1 a 6.6 14 20/04 Ações Básicas de Controle Itens 6.7 a 6.9 15 25/04 Aula de Estudos 16 27/04 Linearização e Sistemas Pendulares Item 2.3 e 2.4 17 29/04 Modelagem de Reservatórios Item 2.2 18 02/05 Exercícios 19 04/05 2ª Prova Itens 2.3 e 2.4, Capítulos 5, 6 e 7 19 09/05 Critérios de Desempenho Itens 7.1 e 7.2 20 11/05 Critérios de Desempenho Itens 7.3 a 7.5 21 16/05 Estabilidade Itens 8.1 e 8.2 22 19/05 Estabilidade Item 8.3 23 23/05 Representação em Espaço de Estado Item 2.5 24 25/05 Representação em Espaço de Estado Item 2.5 25 30/05 Aula de Estudos 26 01/06 Exercícios 27 08/06 3ª Prova Itens 2.2 e 2.5, Capítulo 8 28 15/06 4ª Prova (Exceto modelagem e Linearização) Capítulos 2 a 8 29 20/06 Exame (Exceto modelagem e Linearização) Capítulos 2 a 8 6 Obs.: Aulas sem conteúdo serão utilizadas para antecipar aulas futuras. Portanto, todas as aulas serão computadas as frequências e serão utilizadas pelo conteúdo da disciplina. 7 Critérios de Avaliação: 1ª Prova P1 – 25 Pontos – Prova Regular 2ª Prova P2 – 25 Pontos – Prova Regular 3ª Prova P3 – 25 Pontos – Prova Regular Composição da 4ª Nota: 3 3P2P1P 4ª Prova utilizada como substitutiva, Regras: Todos podem fazer; Ninguém é obrigado a fazer; Valor de 25 Pontos; Matéria toda;Substitui a 4ª nota; Substitui a menor nota entre P1, P2 e P3 caso seja maior. Exemplos Práticos: Situação Escolhida P1 P2 P3 P4 Nota Final Não fazendo P4 14 15 16 15 60 Fazendo P4 – Bom 20 15 16 20 71 Fazendo P4 – Ruim 14 15 16 10 55 8 Formulário de Consulta Transformadas de Laplace: )s(F)t(fL 1)t(L s1)t(1L as 1eL at 1nn s !ntL 22s)t(senL 22s s)tcos(L Propriedades da Transformada de Laplace: )as(F)t(feL at )s(Feat1atfL as )s(Fdsd1)t(ft nnnn Teoremas da Transformada de Laplace: )s(sFlim)t(flim 0st )s(sFlim)t(flim s0t s )0(fs )s(Fdt)t(fL 1 0t 1n 1n 0t 2n 2n 0t 2n1nn n n dt )t(fd dt )t(fdsdt )t(dfs)0(fs)s(Fsdt )t(fdL Operações Matemáticas: ac bd gdet 1gdc bag 1 32233 asa3as3sas 0030201000 iiz,z,z 3 1i i 321321 zzz fz,z,zfz,z,zf Relações Trigonométricas: Graus 0 30 45 60 90 120 135 150 180 Radianos 0 6 4 3 2 3 2 4 3 6 5 Seno 0 2 1 2 2 2 3 1 2 3 2 2 2 1 0 Cos 1 2 3 2 2 2 1 0 2 1 2 2 2 3 -1 tgtg sinicose i i2 eesin ii 2 eecos ii 9 10 1 Introdução aos Sistemas de Controle 1.1 Monitoramento, Automação e Controle de Sistemas O Monitoramento de Sistemas consiste na retirada de informação pertinente de um determinado sistema através de sensores. Estas informações podem ser utilizadas imediatamente para correções ou armazenadas para utilização posterior. Exemplos deste sistema podem ser representados pelo monitoramento de temperatura em caldeiras, pressão em autoclaves, etc. Figura 1-1: Sistema de Monitoração A Automação de Sistemas visa tornar um processo automático, por exemplo, um sistema de embalagem de produtos, conhecida popularmente por embaladora, onde os produtos recebem um rótulo, depois são acondicionados em embalagens individuais e, finalmente, são colocados em caixas contendo vários produtos. Aquilo que antes era um processo manual torna-se agora um processo automático feito por uma máquina. Figura 1-2: Sistema Automático sem sistema de monitoração Este sistema automático sem monitoração é muito difícil de ser encontrado na prática, em geral os sistemas automáticos possuem um sistema de sensores para fornecer informação da situação atual do processo automático. Por exemplo, no caso da embaladora, haverá sensores que darão informação do posicionamento do produto, se há produto e qual a posição dele, etc. Outro exemplo é o portão automático em que sensores informam a posição do portão, se há a presença de um objeto na frente, etc. Portanto, um sistema automático é constituído por, 11 Figura 1-3: Sistema Automático com monitoração Neste caso, o processamento digital colhe as informações e processa para uma tomada de decisão para aplicação da ação. São utilizados para isso a lógica combinatória, na qual a saída é formada por uma cominação da entrada, e a lógica sequencial, onde as saídas são formadas pela combinação das entradas e das saídas ocorrendo um sequenciamento de atuações. O sistema automático não corrige o sistema. Exemplos deste caso podem ser as máquinas automáticas que possuem controle via CLP. Figura 1-4: Elementos básicos de um sistema automatizado Já o Controle de Sistemas é atuar de uma forma satisfatória em um processo ou sistema físico com o intuito de melhorar o seu desempenho ou para corrigir o processo. Neste tipo de atividade está associada uma referência a ser seguida pelo sistema controlado. Exemplos deste caso são os controladores industriais com os utilizados em cilindros de laminação, onde se deseja que os rolos se mantenham a uma determinada distância, esta é a referencia a ser seguida, independente da entrada de material. Manter uma sala climatizada há uma determinada temperatura e umidade, são as referencias a serem seguidas. Estas referências podem ser zero, como no caso de controle de vibração que há em helicópteros onde se deseja que a vibração proveniente das pás do rotor não entre na cabine. Figura 1-5: Sistema de Controle 12 Uma forma conveniente de entender um processo de controle de sistemas é descrito abaixo, onde o ambiente computacional adquire os dados provenientes do sensor, compara com uma resposta desejável, calcula uma correção através do controlador, gerando assim a chamada lei de controle que é implementada no sistema mecânico através do atuador. Note que neste tipo de estratégia ocorre rejeição à distúrbios, pois espera-se que a resposta obtida seja sempre igual à resposta desejada. Figura 1-6: Elementos básicos de um sistema controlado Observe que na prática, poderá haver sistemas automatizados e controlados ao mesmo tempo. Porém, tanto o controlado quanto o automatizado possui um sistema de monitoramento associado. 1.1 Definições básicas Para entender o processo de controle, toma-se como exemplo o sistema controle de velocidade de um carro, no qual se pretende manter a velocidade sempre constante, chamada de referência a ser seguida, independente do carro estar em uma reta, uma subida ou uma descida, os quais chamados de distúrbios. Distúrbio é um sinal que tende a afetar de maneira adversa o valor da resposta do sistema a ser controlado. Para iniciar o procedimento, é necessário fazer o modelo matemático do veiculo. Para simplificar o equacionamento, assume-se que o veículo estará andando a certa velocidade e já em marcha adequada para isso ou que seja do tipo automático, chamado de condições de modelagem. Desta forma, o que controla a velocidade é simplesmente o acelerador. Sistema sem controle ou com controle manual é aquele em que o operador é responsável por ajustar a resposta do sistema alterando manualmente a entrada, no caso do veículo, o motorista aciona o acelerador para alterar a velocidade do veiculo. Sistema controlado é aquele em que o operador ajusta a referencia a ser seguida e o sistema de controle altera a entrada do sistema para obter uma resposta em geral igual à referencia a ser seguida. No caso do veiculo, o operador informa a velocidade a ser mantida e quem acelera ou desacelera o veiculo é o sistema de controle acionado automaticamente o acelerador. 13 1.2 Exemplo de um sistema de controle típico Um sistema de controle típico possui a seguinte representação em diagrama de blocos com as funções e sinais escritas em Laplace, Figura 1-7: Sistema de controle típico Sendo que os sinais são dados por, R(s) é a referencia a ser seguida definida pelo operador; E(s) é o erro do sistema de controle; U(s) é a lei de controle por ser a saída do controlador, mas ao mesmo tempo é a entrada da planta a ser controlada; Y(s) é a resposta controlada real; X(s) é a resposta medida pelo sensor de erro. Sendo que os blocos representam as equações dinâmicas conforme, G(s) é o processo a ser controlado; H(s) é o sensor de erro ou de medida; PID(s) é o sistema de controle. No exemplo do controle de velocidade tem-se, Y(s) é a velocidade real ou verdadeira do veículo; X(s) é a velocidade medida pelo velocímetro, em geral, espera-se que esta seja idêntica à velocidade do veículo Y(s); R(s) é a velocidade desejada definida pelo motorista que o veículo deve manter; E(s) é a diferença entre a velocidade medida com a velocidade desejada; G(s) é a relação matemática que correlaciona a posição do acelerador com a velocidade do veículo; H(s) é a relação matemática que correlaciona a velocidade verdadeira do veículo com a velocidade medida, todo sensor de medida possui uma relação deste tipo; M(s) é a relação matemática que correlaciona a diferença E(s) com o que deve ser feito com o acelerador para que E(s) =0; U(s) é a posição do acelerador, note que se E(s) = 0, o acelerador deve permanecer na mesma posição. 14 1.3 Definição de Sistema de Controle com relação aos sinais Controlar um sistema pode ser entendido como ajustar a entrada U(s) automaticamente por um sistema de controle M(s) para a resposta Y(s) seja igual à definida por R(s). Esta compreende o sistema de controle mais simples possível. Variável Controlada Y(s) é a grandeza ou a condição que é medida e controlada. Variável Manipulada U(s) é a grandeza ou condição modificada pelo controlador M(s) de modo que afete o valor da variável controlada. Controlar significa medir o valor da variável controlada do sistema e utilizar a variável manipulada do sistema para corrigir ou limitar os desvios do valor médio a partir de um valor desejado. 1.4 Exemplo de Sistemas Controlados e de Sistemas Automáticos Supondo uma caixa d’agua, o controle de nível de água pode ser feito de duas formas ou por um sistema controlado ou por um sistema automatizado. A escolha vai depender do tipo de fornecimento de água. Quando a água tem um fornecimento contínuo através do sistema de encanamento, como ocorre onde há água encanada a melhor solução é o sistema controlado onde tem-se uma boia, a boia é o sistema de controle e o medidor ao mesmo tempo. Ela é considerada um sistema de controle, pois independente de qualquer distúrbio no nível, ela vai manter o sistema sempre na mesma posição. Quando a água é fornecida através de uma bomba, opta-se pelo sistema automático, isto é, dentro da caixa d’agua ha dois sensores de nível, uma para nível baixo para ligar a bomba e outro para nível alto desligando a bomba. Neste caso não há rejeição a distúrbios, pois o sistema não mantem o nível de água constante. 15 2 Modelagem de Sistemas dinâmicos A modelagem dinâmica de um sistema ou processo consiste em escrever sua equação dinâmica utilizando algum método matemático, como por exemplo, 2ª lei de Newton ou Lagrange. Sempre que isso for feito, deve-se ter em mente que a passagem do modelo físico para o modelo matemático envolve uma série de restrições ou condições de modelagem impostas. Isto é feito para facilitar a modelagem ou para impor determinadas condições necessárias para a compreensão de um determinado fenômeno físico. A modelagem sempre será feita baseada nos Graus de Liberdade do sistema. Os graus de liberdade são definidos pelo número de movimentos independentes que o modelo pode fazer. Em geral, toda modelagem envolve a definição do par dual que define o tipo de modelo a ser feito, por exemplo, em sistemas mecânicos é o Deslocamento e Força e Rotação e Momento, em sistemas elétricos é a voltagem e corrente. 2.1 Sistemas Mecânicos Translacionais Para a modelagem dos sistemas translacionais será utilizada a 2ª lei de Newton. 2.1.1 Sistema Massa-Mola-Amortecedor Considerando o sistema definido na figura abaixo. As condições para escrever o modelo matemático através do modelo físico são dadas por, 1. Só pode ocorrer movimento de translação na direção horizontal. Isso significa que não pode haver movimento de rotação e o móvel não pode se descolar da base de apoio; 2. Apesar da mola e amortecedor estarem deslocados, a aplicação das suas forças é feita no mesmo ponto, não causando momento, o mesmo acontece com a força externa f(t); 3. A constante de rigidez K, o coeficiente de amortecimento C e a massa M são constantes ao longo do tempo; 4. A mola e o amortecedor inicialmente não estão tensionados, o sistema está em repouso; 5. As forças de inércia, da mola e do amortecedor são consideradas lineares; 6. Não há restrição quanto ao estiramento da mola e do amortecedor, isto significa que não há fim de curso; 7. O eixo inercial y está colocado em cima do CG (Centro de Gravidade) da massa M. 16 Figura 2-1: Sistema Massa-Mola-Amortecedor Das condições impostas, tem-se: 1. Apenas uma coordenada independente denominada de y, que será definida como positiva para a direita; 2. A massa M fará movimentos em torno da sua posição inicial que será considerada como marco zero ou y(0) = 0; 3. Os movimentos serão realizados apenas na direção do deslocamento, portanto não é necessária a colocação da força peso. A modelagem é feita através da construção do DCL (Diagrama de Corpo Livre). Para a colocação das forças correspondentes às forças da mola e do amortecedor, assume-se um deslocamento virtual na direção positiva de y. Neste caso, as reações são opostas ao movimento fictício, assim, Figura 2-2: Diagrama de Corpo Livre do Massa-Mola-Amortecedor. Direção direita Aplicando somatória de forças no eixo y, )t(f)t(yC)t(Ky)t(yMmaF Chegando a, )t(f)t(Ky)t(yC)t(yM (2.1) Agora, invertendo a direção do eixo coordenado inercial y, isto é, assumindo que o eixo é positivo para a esquerda conforme figura abaixo, 17 Figura 2-3: Diagrama de Corpo Livre do Massa-Mola-Amortecedor. Direção esquerda Aplicando somatória de forças no eixo y, )t(f)t(yC)t(Ky)t(yMmaF Chegando a, )t(f)t(Ky)t(yC)t(yM (2.2) Comparando a Eq. (2.1) com a Eq.(2.2) observa-se que a única diferença é a direção da força externa f(t), mas deve ser lembrado que a direção positiva dos eixos coordenados é diferente. Como exemplo de resposta para o deslocamento da massa M, assumindo massa M = 2 kg, C = 1 Ns/m e K = 5 N/m, a reposta y(t) para uma entrada f(t) = 10 N para as Eqs (2.1) e (2.2), as posições y(t) da massa M em função do tempo pode ser observada na figura abaixo. Observa-se que a diferença ocorre no deslocamento da massa. A Figura 2-4(a) o eixo coordenado e a força f(t) estão para a direita, significando que a massa se desloca para a direita enquanto que na Figura 2-4(b) o eixo coordenado é positivo para a esquerda enquanto a força f(t) está para a direita, isto significa que massa se desloca no sentido negativo. (a) Eixo positivo DIREITA – Eq. (2.1) (b) Eixo positivo ESQUERDA – Eq. (2.2) Figura 2-4: Resposta do sistema Massa-Mola-Amortecedor para f(t) = 10N 0 5 10 15 20 25 300 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 Resposta à força f(t) = 10 N De slo cam en to y (t) [me tro s] Tempo [Segundos] 0 5 10 15 20 25 30-3.5 -3 -2.5 -2 -1.5 -1 -0.5 0 Resposta à força f(t) = 10 N De slo cam en to y (t) [me tro s] Tempo [Segundos] 18 2.1.2 Conjunto de Massas-Molas Considerando o conjunto de massas-molas-amortecedores da figura abaixo. Para escrever a equação de movimento, deve ser assumido que, 1. Só pode ocorrer movimento de translação na direção horizontal. Isso significa que não pode haver movimento de rotação e o móvel não pode se descolar da base de apoio; 2. Apesar da mola e amortecedor estarem deslocados, a aplicação das suas forças é feita no mesmo ponto, não causando momento, o mesmo acontece com as forças externas; 3. As constantes de rigidez, os coeficientes de amortecimento e a massas são constantes ao longo do tempo; 4. As molas e os amortecedores inicialmente não estão tensionados, o sistema está em repouso; 5. As forças de inércia, das molas e dos amortecedores são consideradas lineares; 6. Não há restrição quanto ao estiramento das molas e dos amortecedores, isto significa que não há fim de curso; 7. Os eixos inerciais estão colocados em cima do CG (Centro de Gravidade) das massas. Figura 2-5: Conjunto de Massas-Molas-Amortecedores – Variação #1 Das condições impostas, tem-se: 1. Três coordenadas independentes, x, y e z, pois cada bloco pode se mover independente uma da outra; 4. As massas farão movimentos em torno de suas posições iniciais que serão consideradas como marco zero, x(0) = 0, y(0) = 0 e z(0) = 0; 2. Os movimentos serão realizados apenas na direção do deslocamento, portanto não é necessária a colocação da força peso. Neste caso, o DCL precisa serfeito para cada massa. As forças de reação de cada amortecedor e mola são colocadas assumindo um deslocamento positivo fictício para a massa em analise enquanto as outras massas estão paradas. Assim, observam-se as reações das molas 19 e amortecedores em sentidos opostos ao eixo coordenado considerado. Como regra geral, os deslocamentos ou velocidades são colocados assumindo a coordenada atual subtraída da coordenada à qual a força está conectada se as direções das duas coordenadas são iguais, então se tem para as massas os DCLs apresentados na figura abaixo. (b) Massa M2 (a) Massa M1 (c) Massa M3 Figura 2-6: DCL do conjunto de massas-molas-amortecedores – Variação #1 Observe que apesar das forças possuem os mesmos sentidos as coordenadas estão em oposição, significando que no somatório as forças estão em oposição. Aplicando o somatório de forças em cada bloco encontra-se: Para a massa M1, 1uzx5Kzx5Cyx3Kyx3Cx1Kx1Cx1M Para a massa M2, 2uzy4Kzy4Cxy3Kxy3Cy2Ky2Cy2M Para a massa M3, 3uxz5Kxz5Cyz4Kyz4Cz3M Escrevendo a Equação de Movimento na forma matricial encontra-se, 20 3u 2u 1u 100 010 001 z y x 5K4K4K5K 4K4K3K2K3K 5K3K5K3K1K z y x 5C4C4C5C 4C4C3C2C3C 5C3C5C3C1C z y x 3M00 02M0 001M (2.3) Uma forma de verificar se as equações estão corretas é verificar se a matriz de massa é diagonal, a matriz de amortecimento e rigidez deve possuir a diagonal principal positiva, os termos fora da diagonal principal devem ser todos negativos e a matriz deve ser simétrica. Estas Verificações são válidas para conjunto de massas-molas-amortecedores quando todos os eixos inerciais possuem a mesma direção positiva. Agora, resolvendo o mesmo problema, mas invertendo a direção positiva do eixo inerciais da massa M2 conforme figura abaixo. Figura 2-7: Conjunto de Massas-Molas-Amortecedores – Variação #2 Com a mudança de direção do eixo inercial y, deve-se verificar as novas direções das forças do móvel ao qual ele está referenciado, neste caso a massa M2. Além disso, quando as coordenadas possuírem sentidos opostos, elas deverão ser somadas nas forças. Desta forma, a nova configuração das forças fica como apresentado na figura abaixo. (b) Massa M2 21 (a) Massa M1 (c) Massa M3 Figura 2-8: DCL do conjunto de massas-molas-amortecedores – Variação #2 Aplicando Somatório de Forças, encontra-se, Para a massa M1, 1uzx5Kzx5Cyx3Kyx3Cx1Kx1Cx1M Para a massa M2, 2uzy4Kzy4Cxy3Kxy3Cy2Ky2Cy2M Para a massa M3, 3uxz5Kxz5Cyz4Kyz4Cz3M Escrevendo a Equação de Movimento na forma matricial encontra-se, 3u 2u 1u 100 010 001 z y x 5K4K4K5K 4K4K3K2K3K 5K3K5K3K1K z y x 5C4C4C5C 4C4C3C2C3C 5C3C5C3C1C z y x 3M00 02M0 001M (2.4) Como verificação das matrizes, observa-se que a simetria e os valores positivos da diagonal principal das matrizes de amortecimento e rigidez se mantiveram, a única alteração foi em relação aos termos fora da diagonal principal, que quando relacionados ao eixo que possui direção positiva invertida apresentaram termos positivos. 2.1.3 Suspensão Ativa de ¼ de veículo A suspensão ativa que será apresentada se refere ao modelo padrão de ¼ de veículo ou modelo de 2 graus de liberdade. Para passar do modelo físico para o modelo matemático as seguintes considerações devem ser feitas, 22 1. Os deslocamentos são todos na direção vertical; 2. Não ocorre rotação das massas; 3. Todos os movimentos são feitos no plano vertical; 4. As forças de reação do amortecedor e da mola não geral momento; 5. As forças da mola e do amortecedor são lineares; 6. O pneu será modelado como uma rigidez pura; 7. Não ocorre fim de curso para o amortecedor e mola; 8. O pneu se mantém sempre em contato com o solo; 9. O modelo será feito a partir do repouso; 10. A força de controle será feita por um cilindro de dupla ação. As considerações feitas acima são todas aceitas e utilizadas em modelos mais avançados. As condições mais difíceis de serem cumpridas são a n°7 e n°8. Na prática a força da mola só é linear na região central de deslocamento, quando chega próximo ao fim de curso, a rigidez se torna cúbica aumentando força da mola. Assim, a principal restrição acaba sendo o contato do pneu com o solo para uma situação real. Sendo que, Ms é a massa suspensa de ¼ de veiculo; Mn é a massa não suspensa representada pelo conjunto roda, pneu e suspensão; Ys é o deslocamento da massa Ms; Yn é o deslocamento da massa Mn; K é a rigidez da suspensão; C é o amortecimento da suspensão; Kp é a rigidez do pneu; w(t) é o deslocamento da via ou perturbação; u(t) é a força de controle. Figura 2-9: Suspensão Ativa de ¼ de veiculo O objetivo da suspensão ativa é evitar que os distúrbios indesejáveis da via afetem a massa suspensa. Como objetivo da suspensão ativa pode ser minimizar o deslocamento ou a aceleração da massa suspensa. A minimização do deslocamento é feita para suspensões com caráter esportivo e a minimização da aceleração é feita para efeitos de conforto. Desta forma, esportividade e conforto são parâmetros conflitantes no desenvolvimento de suspensões veiculares. Construindo o DCL para as duas massas e assumindo que a força de controle u(t) será positiva quando afasta as massas e negativa quando aproxima as massas e o distúrbio da via é positivo no mesmo sentido dos deslocamentos das massas, encontra-se a figura abaixo. 23 (a) Massa Suspensa (c) Massa não suspensa Figura 2-10: DCL da Suspensão Ativa de ¼ de veiculo Para a massa Ms, )t(u)t(y)t(yC)t(y)t(yK)t(yM nsnsss Para a massa Mn, )t(u)t(w)t(yK)t(y)t(yC)t(y)t(yK)t(yM npsnsnnn Escrevendo a Equação de Movimento na forma matricial encontra-se, )t(w )t(u K1 01 )t(y )t(y KKK KK )t(y )t(y CC CC )t(y )t(y M0 0M pn s pn s n s n s (2.5) 2.2 Sistemas de reservatórios Para a modelagem de reservatórios será assumido que todos os sistemas apresentados partem do pressuposto que já havia fluxo Q entrando e saindo e as alturas H dos reservatórios já estavam constantes. Portanto, é considerado que a modelagem apresentada a seguir não contempla o reservatório vazio. Além disso, será considerado escoamento laminar. 2.2.1 Reservatório Simples Considere o reservatório apresentado abaixo. Nele, inicialmente entra Q(t) e sai Q(t), o liquido permanece em uma altura H dentro do reservatório devido à resistência R. A modelagem será feita supondo a variação em torno desta condição inicial. 24 Figura 2-11: Reservatório simples A resistência R ao fluxo de liquido em uma tubulação ou restrição é definida como a variação na diferença de nível (a diferença entre o nível dos líquidos nos dois reservatórios) necessária para causar a variação unitária na vazão, assim, R = (Variação na diferença de nível, m)/(Variação na vazão em volume, m3/s) Considerando que o fluxo seja laminar, então, Q H dQ dHR A Capacitância C de um reservatório é definida como a variação na quantidade de liquido armazenado necessário para causaruma mudança unitária no potencial (altura). O potencial é a grandeza que indica o nível de energia do sistema. Assim, C = (Variação na quantidade de liquido armazenado, m3)/(Variação na altura, m) Notar que capacidade (m3) e capacitância (m2) são diferentes. A capacitância do reservatório é igual à sua secção transversal. Se esta for constante, a capacitância será constante para qualquer altura do nível. Sendo assim, tem-se, Q é a vazão em regime permanente, m3/s; qi(t) é um pequeno desvio de entrada em relação ao seu regime permanente, m3/s; qo(t) é um pequeno desvio de saída em relação ao seu regime permanente, m3/s; H é a altura do nível de liquido em regime permanente, m; h(t) é um pequeno desvio de nível a partir do seu valor de regime permanente, m; Aplicando a conservação de massa: “A variação na quantidade que entra menos a variação na quantidade que sai é a variação da quantidade armazenada”. Assim, Cdh(t) = ( qi(t) – qo(t) ) dt (2.6) A partir da definição de resistência, a relação entre qo(t) e h(t) é dada por, 25 R )t(h)t(q)t(q )t(hR o o (2.7) Portanto, substituindo Eq(2.7) na Eq(2.6), )t(qR )t(h dt )t(dhC i A equação acima relaciona a variação na entrada qi(t) com a variação da altura h(t). Aplicando a transformada de Laplace para encontrar a função de transferência, 1RCs R )s(Q )s(H i Para a relação entre a entrada Qi(s) e a saída Qo(s) é substituída a transformada de Laplace da Eq(2.7), assim, 1RCs 1 )s(Q )s(Q i o Onde foi substituída a relação, )s(HR 1)s(Qo 2.2.2 Exemplo de simulação do escoamento em reservatório simples Assumindo um reservatório simples com área A = 6 m2 resistência R = 75 m/(m3/s). As funções de transferência que correlacionam uma variação no fluxo de entrada com as variações na altura e no fluxo de saída são dada por, 1s450 75 )s(Q )s(H i e 1s450 1 )s(Q )s(Q i o Observa-se que a constante de tempo é de 450 segundos e que uma variação unitária na entrada acarreta um aumento na altura em 75 metros, parece muito, mas uma entrada unitária é um aumento de 1 m3/s em um tanque de 6 m2 de área. Do ponto de vista físico um aumento de vazão em 1 m3/s em um tanque de área 6 m2 parece não ser possível ou improvável de ser realizado fisicamente. Contudo um aumento de 10 litros/segundo acarretaria um aumento de 0,75 metros do nível armazenado. 26 2.2.3 Reservatórios em Série Quando os reservatórios estão conforme apresentados na figura abaixo, verifica-se que a entrada de um reservatório é saída do outro. Esta configuração caracteriza que os tanques estão em série. Portanto, as funções de transferência que regem o sistema são dadas por, 1sCR 1 )s(Q )s(Q 111 2 e 1sCR 1 )s(Q )s(Q 222 3 Então, 1sCRCRsCRCR 11sCR 11sCR 1)s(Q )s(Q 221122211221113 Observe que neste caso o resultante é um sistema de 2ª ordem com raízes reais distintas, com frequência natural dada por, 2211 n CRCR 1 rad/s 2.2.4 Sistema de Reservatório Composto A modelagem do sistema de tanques apresentado abaixo, o principio é o mesmo utilizado acima, isto é, inicialmente em regime permanente os escoamentos eram Q e as alturas H1 e H2. 27 Figura 2-12: Acoplamento de reservatórios Resistência R1, 1 2112 12 211 R )t(h)t(h)t(q)t(q )t(h)t(hR (2.8) Resistência R2, 2 2o o 22 R )t(h)t(q)t(q )t(hR (2.9) Conservação de massa para o reservatório 1, )t(q)t(qdt )t(dhC 12i11 (2.10) Conservação de massa para o reservatório 2, )t(q)t(qdt )t(dhC o1222 (2.11) As equações (2.8) a (2.11) formam o conjunto de equações diferenciais para o conjunto de reservatório. Para encontrar a função de transferência Qo(s)/ Qi(s), aplica-se a transformada de Laplace nas Equações (2.8) a (2.11), mas aqui será utilizado o procedimento de diagrama de blocos. 28 Figura 2-13: Diagrama de blocos das equações do reservatório - separados Montando os blocos, encontra-se, Figura 2-14: Diagrama de blocos das equações do reservatório – juntas - a Aplicando álgebra de blocos, movendo H2(s) e incluindo 1/C1s, encontra-se, Figura 2-15: Diagrama de blocos das equações do reservatório – juntas - b Resolvendo as realimentações internas, Figura 2-16: Diagrama de blocos das equações do reservatório – juntas - c Desta forma, 29 1sCRCRCRsCRCR 1 sCR1sCR1sCR 11 1sCR1sCR 1 )s(Q )s(Q 122211 2 221112 2211 2211 i o Observe que o sistema resultante é um sistema de 2ª ordem com frequência natural dada por, 2211 n CRCR 1 rad/s A frequência natural é exatamente a mesma para o sistema em série, contudo o fator de amortecimento é maior, pois o termo com “s” possui um fator a mais “R2C1”. Sendo assim, um sistema mais amortecido. 2.3 Linearização Para a aplicação da transformada de Laplace ser aplicada, as equações de movimento precisam estar na forma linear. Um sistema linear obedece aos princípios da superposição de resultados e da multiplicação por constante, isto é, Entrada Saída X1(t) Y1(t) X2(t) Y2(t) X1(t) + X2(t) Y1(t) + Y2(t) αX1(t) + β X2(t) αY1(t) + β Y2(t) Uma forma de realizar a linearização é a expansão do termo não linear em Série de Taylor tomando apenas os termos lineares, isto é, os termos não lineares são desconsiderados. Mas para isso é necessário assumir um ponto entorno do qual a expansão será válida. 2.3.1 Uma Variável A Série de Taylor para uma variável, supondo a função f(x) em torno da posição x = a, é dada por, ax)x(fdxd)a(fxf axL Onde fL(x) é a função linearizada de f(x) em torno do ponto x =a. Exemplo 1: Linearizar a equação abaixo em torno do ponto θ = 0. g(θ) = cos(θ) 30 1)0)(0sin()0cos(0)(gdd)0(gg 0L Figura 2-17: Linearização de cos(θ) em torno de θ = 0 Exemplo 2: Linearizar a equação abaixo em torno do ponto θ = 0. g(θ) = sen(θ) )0)(0cos()0sin(0)(gdd)0(gg 0L -40 -30 -20 -10 0 10 20 30 400.7 0.75 0.8 0.85 0.9 0.95 1 1.05 1.1 Co s( ) [Graus] Cos() linear Valor Exato5% de erro 31 Figura 2-18: Linearização de sen(θ) em torno de θ = 0 Exemplo 3: Linearizar a equação abaixo em torno do ponto x = π/4, xsinx)x(g 2 Então, 4xxcosx)xsin(x24sin4)x(g 4x)x(gdx d 4gxg 4x 2 2 L 4x L Chegando a, 4x32 2 4 2 32 2 4x4cos4)4sin(424sin4)x(g 22 22 L -100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100-2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 Sin ( ) [Graus] Sin() linear Exato Erro 5% 32 Figura 2-19: Linearização de xsinx)x(g 2 em torno de x = π/4 2.3.2 Multivariável A Série de Taylor para funções multivariáveis. Supondo a função f(x,y,z) em torno da posição (x,y,z) = (a,b,c), é dada por, cz)z,y,x(fzby)z,y,x(fy ax)z,y,x(fx)c,b,a(fz,y,xf )c,b,a()z,y,x()c,b,a()z,y,x( )c,b,a()z,y,x( L Onde fL(x,y,z) é a função linearizada de f(x,y,z) em torno do ponto (x,y,z) =(a,b,c). Exemplo: Obter a linearização para o ponto (x,θ) = (1,π/4). umgLexcosx3 0mLsinxcosx x22 2 A linearização pode ser feita por partes. Para isso, devem ser observados quais são os termos não lineares. Iniciando pela 1ª equação, o termo não linear é dado por sinxcos . Assim, aplicando a linearização de )sin(x)cos(,xf para (x,θ) = (1,π/4), -2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 Função G(x) Va lore s d e g (x) x não-linear linearizada Ponto exato 5% de diferença 33 4),x(f1x),x(fx)4,1(f,xf)4,1(),x()4,1(),x(L As derivadas parciais, cosxsinsinxcos sinsinxcosx Resultando em, 44cos4sin1x4sin4sin4cos,xfL 1x221x222sinxcos Para a segunda equação, o termo não-linear é x22 excosx3 , mas deve ser observado que há a derivada em relação ao tempo que é um termo linear, então deve-se separar este termo, fazendo cosx3,xf 2 , sinx3cosx3 cosx6cosx3x 22 2 Então, 44sin31x4cos64cos3,xfL 42231x226223cosx3 2 Para a exponencial, x2x2 e2ex Resultando em, 1x2e1xe2ee 222x2 Juntando as soluções para compor as novas equações, 34 umgLexcosx3 0mLsinxcosx x22 2 → umgLex42231x226223 0mL1x2 2x 2 2 Observe que nesta linearização foi considerado que a derivada multiplicada pela coordenada não pode ser linearizada, por isso considerada como zero. 2.4 Sistemas Pendulares Simples Os sistemas pendulares são utilizados como exemplos de sistemas não-lineares mas que podem ser controlados em torno de uma posição de equilíbrio. 2.4.1 Pêndulo Simples Considerando o sistema apresentado na figura abaixo. Encontrar a equação de movimento na forma linear para uma entrada nula, isto é, equação linear homogênea. Figura 2-20: Pêndulo simples Aplicando somatório dos momentos no ponto de apoio da haste, Mh IIsin2LmgsinMgLIM Como curiosidade, os momentos de inércia são dados por, 2M MLI Massa pontual girando a uma distância L; 3 mLI 2h Haste de comprimento L girando pela base; Assim, a equação de movimento não-linear fica, 35 0singM2 mLM3 m Aplicando a linearização para o ponto θ = 0, 0gM2 mLM3 m Neste modelo foi desprezado o efeito da fricção entre a haste e o apoio, observa-se pela equação de movimento que não aparece o termo da derivada de θ que caracterizaria a presença de amortecimento se considerado um modelo de 2ª ordem. 2.4.2 Pêndulo Invertido O objetivo do sistema é manter a haste na posição vertical escolhendo a posição de parada do carro M através da ação de controle u(t). Figura 2-21: Pêndulo invertido Para fazer o equacionamento, deve-se separar os objetos através do DCL (Diagrama de Corpo Livre). Além disso, como o objetivo é posicionar o carro M no espaço, será dotado um sistema de coordenadas inercial. Figura 2-22: Pêndulo invertido - DCL Aplicando somatório de forças na direção horizontal do carro, )t(xMH)t(umaFx C (2.12) 36 Aplicando somatório de forças e momentos na haste com a massa, )t(xM)t(xmHmaFx CGMCGh (2.13) )t(yM)t(ymgMmVmaFy CGMCGh (2.14) )t(IIsin2LMgcos2LHsin2LVIM MhCGh (2.15) Como se observa, é necessário encontrar a relação do centro de gravidade para a haste e para a massa M. Abaixo a relação para a haste, pois a diferença entre a massa L/2, )t(sin)t()t(cos)t(L)t(x)t(x )t(sin)t()t(cos)t(2 L)t(x)t(x )t(cos)t(2 L)t(x)t(x )t(sin2 L)t(x)t(x 2 CGM 2 CGh CGh CGh (2.16) )t(cos)t()t(sin)t(L)t(y )t(cos)t()t(sin)t(2 L)t(y )t(sin)t(2 L)t(y )t(cos2 L)t(y 2 CGM 2 CGh CGh CGh (2.17) As equações de movimento são encontradas substituindo (2.16) em (2.13) e então em (2.12), assim, )t(u)t(sin)t()t(cos)t(L)t(xM )t(sin)t()t(cos)t(2 L)t(xm)t(xM 2 2 C Reagrupando, )t(u)t(sin)t()t(cos)t(2LM2m)t(xMMm 2C (2.18) Agora substituindo (2.13) e (2.14) em (2.15), 37 0sin2LMgcos2L)t(xM)t(xm sin2 LMm)t(yM)t(ym)t(II CGMCGh CGMCGhMh Reagrupando, 0sin2LgM2mcos2L)t(xM)t(xm sin2 L)t(yM)t(ym)t(II CGMCGh CGMCGhMh Agora substituindo (2.16) e (2.17) na equação acima, 0sin2LgM2m )t(sin)t()t(cos)t(cos4 LM2mcos2 L)t(xMm )t(cos)t()t(sin)t(4 LsinM2m)t(II 22 22 Mh (2.19) Assim, as equações (2.18) e (2.19) são as equações não-lineares do pendulo invertido. Para encontrar as equações na forma linear, considera-se o ponto em torno de θ = 0. Assim, )t(u)t(2LM2m)t(xMMm C (2.20) 02LgM2m)t(x2LMm)t(4LM2mII 2 Mh (2.21) Como os momentos de inércia são dados por, 2M MLI Massa pontual girando a uma distância L; 12 mLI 2h Haste de comprimento L girando pelo Centro de Gravidade; Assim, o a equação de movimento linear na forma de matriz é dada por, 0 )t(u )t( )t(x 2 gLM2m0 00 )t( )t(x L4 M3 3 m 2 LMm 2 LMmMMm 2 C Comentário sobre linearização: Em geral a linearização é feita durante o processo de modelagem e não aplicado diretamente na equação não-linear final, assim como o objetivo é 38 encontrar a equação do pendulo invertido linear, os termos não lineares dos centros de gravidade poderiam ser encontrados conforme, )t(sin)t()t(cos)t(2L)t(x)t(x )t(cos)t(2 L)t(x)t(x )t(sin2 L)t(x)t(x 2 CGh CGh CGh → )t(2 L)t(x)t(x )t(2 L)t(x)t(x )t(2 L)t(x)t(x CGh CGh CGh Para a outra parte, )t(cos)t()t(sin)t(2L)t(y )t(sin)t(2 L)t(y )t(cos2 L)t(y 2 CGh CGh CGh → 0)t(y 0)t(y 2 L)t(y CGh CGh CGh 2.5 Representação em Espaço de Estado A representação em espaço de estado é uma alternativa para a representação em função de transferência. Ele é extremamente útil quando o sistema a ser representado possui múltiplas entradas e saídas. Além disso, ela é utilizada pelo método de controle de alocação de polos por necessitar de uma realimentação de estado. O Estado de um sistema dinâmico é o menor conjunto de variáveis (chamada variáveis de estado), tais que o conhecimento dessas variáveis em t = t0, junto ao conhecimento da entrada para t ≥ t0, determina completamente o comportamento do sistema para qualquer instante t ≥ t0. As Variáveis de Estado de um sistema dinâmico são aquelas que constituem o menor conjunto de variáveis capaz de determinar o estado desse sistema dinâmico. A representação em espaço de estado é definida por, 1rrm1nnm1m 1rrn1nnn1n )t(uD)t(xC)t(y )t(uB)t(xA)t(x Vetor de estado x(t) é o vetor de ordem n que contém todos os estados. Vetor de saída y(t) é o vetor de ordem m que contém todas as respostas. Vetor de entrada u(t) é o vetor de ordem r que contém todas as entradas. Matriz de estado A é a matriz de ordem n×n que contém os autovalores e os autovetores do sistema. Os autovalores são os polos do sistema. 39 Matriz de entrada B é a matriz de ordem n×r da entrada. Matriz de saída C é a matriz de ordem m×n da saída. Matriz de transmissão direta D é matriz de ordem m×r que correlaciona diretamente a entrada com a saída. A representação em diagramas de bloco do sistema acima é dada por, Figura 2-23: Representação em diagrama de blocos do espaço de estado. Ao contrário da representação em Função de Transferência, a representação de espaço de estado não é única. Dependendo da escolha dos estados, gera-se uma representação diferente. Como curiosidade, veja capítulo 9 do Ogata onde há a representaçãoem espaço de estado nas formas canônicas controlável, observável e de Jordan. 2.5.1 Representação quando não há derivadas da entrada Para a representação em espaço de estado quando não há derivadas da entrada, considera-se a seguinte equação diferencial de ordem n, )t(u)t(ya)t(ya)t(ya)t(y n1n )1n( 1 )n( Observando que as condições iniciais são nulas. Definindo os estados conforme, )t(y )t(y )t(y )t(x )t(x )t(x )t(x )1n( n 2 1 1n As derivadas dos estados são dadas por, 40 )t(x )t(x )t(x )t(y )t(y )t(y )t(x )t(x )t(x n 3 2 )1n( 1n 2 1 A última derivada vem da própria equação reescrita da seguinte forma, )t(u)t(xa)t(xa)t(xa)t(x n121n1nn Ou na forma de estado, )t(u 1 0 0 0 )t(x )t(x )t(x )t(x aaaa 1000 0100 0010 )t(x )t(x )t(x )t(x n 1n 2 1 12n1nnn 1n 2 1 )t(u0 )t(x )t(x )t(x 001)t(y n 2 1 Observe que a representação em função de transferência é dada por, n1n 1n 1 n asasas 1 )s(U )s(Y Observe que para a transformação e comparação deve-se perceber que a maior derivada de y(t) é igual à unidade assim como u(t). Exemplo 1: Apenas uma equação. Representação em espaço de estado de, )t(f)t(Ky)t(yC)t(yM Número de estados: 1 equação de 2ª ordem n = 2; Número de entradas: 1 entrada f(t) r = 1; Número de saídas: 1 saída y(t) m =1; Vetor de estados, )t(x )t(x)t(x 2 1 12 Relação do vetor de estado com as variáveis do problema, 41 )t(y )t(y )t(x )t(x)t(x 2 1 12 Equações de estado devem ser definidas de tal forma que do lado esquerdo seja a derivada dos estados e do lado direito apenas os estados, isto é, não pode haver derivadas dos estados do lado direito das equações de estado. Assim, )t(x)t(y)t(x 21 A segunda equação de estado vem da equação diferencial, pois )t(y)t(x 2 , )t(fM 1)t(yM K)t(yM C)t(y )t(f)t(Ky)t(yC)t(yM Substituindo os estados, encontra-se, )t(fM 1)t(xM K)t(xM C)t(x 122 Escrevendo as equações de estado, )t(u M 10)t(x )t(x M C M K 10)t(x )t(x 2 1 2 1 (2.22) Como o objetivo é medir a entrada y(t) ela é dada pelo estado x1(t), assim, )t(u0)t(x )t(x01)t(y 21 (2.23) As equações (2.22) e (2.23) formam a representação em espaço de estado. Observe que a matriz D é nula, pois não houve uma ligação direta entre a entrada e a saída. Exemplo 2: Múltiplas Equações. Suspensão Ativa, equação de movimento, )t(w )t(u K1 01 )t(y )t(y KKK KK )t(y )t(y CC CC )t(y )t(y M0 0M pn s pn s n s n s Número de estados: 2 equações de 2ª ordem n = 4; Número de entradas: 2 entrada u(t) e w(t) r = 2; Número de saídas: 2 saídas ys(t) e yn(t) m =2; Vetor de estados e relação com as variáveis, 42 )t(y )t(y )t(y )t(y )t(x )t(x )t(x )t(x )t(x n s n s 4 3 2 1 14 Equações de estado, )t(x)t(y)t(x )t(x)t(y)t(x 4n2 3s1 As outras duas equações vêm das equações de movimento conforme, Como, )t(u)t(y)t(yC)t(y)t(yK)t(yM nsnsss Então, )t(uM1)t(x)t(xMC)t(x)t(xMK)t(x s43s21s3 E, )t(u)t(w)t(yK)t(y)t(yC)t(y)t(yK)t(yM npsnsnnn Então, )t(uM1)t(w)t(xMK)t(x)t(xMC)t(x)t(xMK)t(x n2np34n12n4 Na forma matricial, )t(w )t(u M K M 1 0M 1 00 00 )t(x )t(x )t(x )t(x M C M C M KK M K M C M C M K M K 1000 0100 )t(x )t(x )t(x )t(x n p n s 4 3 2 1 nnn p n ssss 4 3 2 1 Para a resposta, assumindo que é necessário medir apenas o deslocamento yn(t) e ys(t) )t(w )t(u 00 00 )t(x )t(x )t(x )t(x 0010 0001 )t(y )t(y )t(y )t(y 4 3 2 1 2 1 n s A matriz D é uma matriz nula, foi indicada apenas por conveniência para ser observado a sua dimensão. 43 Para demostrar o potencial da modelagem de estado, será feita uma saída na qual são apresentados os deslocamentos, velocidades e acelerações tal que, )t(y )t(y )t(y )t(y )t(y )t(y )t(y )t(y )t(y )t(y )t(y )t(y )t(y n s n s n s 6 5 4 3 2 1 16 Neste caso, as acelerações são dadas pelas próprias equações de estado, sendo escritas nas saídas como, )t(w )t(u M K M 1 0M 1 00 00 00 00 )t(x )t(x )t(x )t(x M C M C M KK M K M C M C M K M K 1000 0100 0010 0001 )t(y )t(y )t(y )t(y )t(y )t(y n p n s4 3 2 1 nnn p n ssss 6 5 4 3 2 1 Assim, a saída é sempre composta por uma combinação linear das variáveis de estado. Curiosidade:Observe que se as variáveis de estado estiverem ordenadas como sendo as variáveis lineares e depois suas derivadas, ou como neste caso, deslocamento e velocidade, assim como foram escolhidas originalmente, isto é, )t(y )t(y )t(y )t(y )t(x )t(x )t(x )t(x )t(x n s n s 4 3 2 1 14 Partindo da Equação original, que pode ser escrita na forma compacta como, )t(f)t(xK)t(xC)t(xM Dividindo pela massa, )t(fM)t(xCM)t(xKM)t(x 111 Observe que as equações de estado na forma matricial podem ser escritas como, 44 )t(u)t(fM ]0[}x{ }x{CMKM ]I[]0[}x{ }x{ 1vd11vd Onde, )t(w )t(u)t(u;)t(y )t(yx;)t(y )t(yx n s v n s d ppn s K1 01)]t(f[;KKK KK]K[;CC CC]C[;M0 0M]M[ 2.5.2 Representação quando há derivadas da entrada Quando há derivadas da entrada, há a necessidade de se dividir em duas equações conforme apresentado abaixo. Supondo a seguinte equação de movimento, )t(r2)t(r7)t(r)t(c24)t(c26)t(c9)t(c Cuja função de transferência é dada por, 24s26s9s 2s7s )s(R )s(C 23 2 Dividindo em duas funções de transferência entre o denominador e o numerador formando dois sistemas em série tal que a entrada de um é a saída do outro conforme, 24s26s9s 1 )s(R )s(Z 23 e 2s7s)s(Z )s(C 2 Como já foi visto antes a representação em Espaço de Estado para a Função de Transferência definida por Z(s)/R(s) é feita conforme a aplicação da transformada inversa para voltar para equação diferencial, )s(R)s(Z24s26s9s 23 Chegando a, )t(r)t(z24)t(z26)t(z9)t(z Número de estados: 1 equação de 3ª ordem n = 3; Número de entradas: 1 entrada r(t) r = 1; Número de saídas: 1 saída z(t) m =1; Vetor de estados e a sua relação com as variáveis do problema, 45 z z z x x x )t(x 3 2 1 13 Equações de estado, )t(x)t(z)t(x )t(x)t(z)t(x 32 21 A última equaçãode estado é dada por, )t(r)t(x24)t(x26)t(x9 )t(r)t(z24)t(z26)t(z9)t(z)t(x 123 3 , Então, escrevendo as equações de estado na forma matricial, )t(r 1 0 0 )t(x )t(x )t(x 92624 100 010 )t(x )t(x )t(x 3 2 1 3 2 1 Agora pegando a segunda função de transferência C(s)/Z(s) e passando para equação diferencial, )z(Z2s7s)s(C 2 Aplicando a transformada de Laplace inversa, )t(z2)t(z7)t(z)t(c Substituindo os estados definidos anteriormente para as derivadas de z(t), )t(x2)t(x7)t(x)t(c 123 Desta forma a resposta será dada por, )t(x )t(x )t(x 172)t(c 3 2 1 Exemplo: Passar para Espaço de Estado a seguinte função de transferência, 24s26s9s2 20s3s2s )s(R )s(C 23 23 46 Realizando a divisão para o maior grau do denominador ser unitário, 12s13s2 9s 10s2 3ss2 1 )s(R )s(C 23 23 Separando em duas funções de transferências em série, 12s13s2 9s 1 )s(R )s(Z 23 e 10s2 3ss2 1 )s(Z )s(C 23 Aplicando a transformação para Z(s)/R(s), )s(R)s(Z12s13s2 9s 23 Aplicando a transformada inversa de Laplace para voltar para equação diferencial, )t(r)t(z12)t(z13)t(z2 9)t(z Número de estados: 1 equação de 3ª ordem n = 3; Número de entradas: 1 entrada r(t) r = 1; Número de saídas: 1 saída z(t) m =1; Vetor de estados e a sua relação com as variáveis do problema, z z z x x x )t(x 3 2 1 13 Equações de estado, )t(x)t(z)t(x )t(x)t(z)t(x 32 21 A última equação de estado é dada por, )t(r)t(x12)t(x13)t(x2 9)t(z)t(x 1233 , Então, escrevendo as equações de estado na forma matricial, 47 )t(r 1 0 0 )t(x )t(x )t(x 2 91312 100 010 )t(x )t(x )t(x 3 2 1 3 2 1 Agora pegando a segunda função de transferência C(s)/Z(s) e passando para equação diferencia, )s(Z10s2 3ss2 1)s(C 23 Aplicando a transformada de Laplace inversa, )t(z10)t(z2 3)t(z)t(z2 1)t(c Substituindo os estados definidos anteriormente para as derivadas de z(t), )t(x10)t(x2 3)t(x)t(x2 1)t(c 1233 Chegando a, )t(x10)t(x2 3)t(x)t(rx12x13x2 9 2 1)t(c 123123 Então, a última equação fica, )t(r2 1)t(x4)t(x5)t(x4 5)t(c 123 Desta forma a resposta será dada por, )t(r2 1 )t(x )t(x )t(x 4 554)t(c 3 2 1 2.5.3 Formulação Alternativa Considerando o sistema como apresentado abaixo, )t(ub)t(ub)t(xb)t(ub)t(ya)t(ya)t(ya)t(y n1n )1n( 1 )n( 0n1n )1n( 1 )n( 48 O problema está na escolha dos estados para eliminar as derivadas da entrada nas equações de estado. Uma maneira é fazendo a definição dos estados conforme, uxx uxuuuyx uxuuyx uyx 1n1nn 222103 11102 01 Onde os βs são definidos por, 01n12n2n11n1n 03122133 021122 0111 00 aaab aaab aab ab b Com estas escolhas obtêm-se as seguintes equações de estado, uxx uxx uxx 1nn1n 232 121 A última equação de estado vem da substituição dos estados na equação diferencial original, encontrando, uxaxaxax nn121n1nn Para encontrar a equação acima ver problema A.2.6 do Ogata. Com estas definições, a representação em espaço de estado fica, )t(u )t(x )t(x )t(x )t(x aaaa 1000 0100 0010 )t(x )t(x )t(x )t(x n 1n 2 1 n 1n 2 1 12n1nnn 1n 2 1 49 u )t(x )t(x )t(x 001)t(y 0 n 2 1 Observe que a função de transferência para a equação diferencial fica, n1n 1n 1 n n1n 1n 1 n 0 asasas bsbsbsb )s(U )s(Y Exemplo: Passar o sistema abaixo de função de transferência para espaço de estado. 8s6s4s2 2s3)s(G 23 2 Para a comparação com a formulação proposta, deve-se dividir a função de transferência por 2, assim, 32 2 1 3 3 2 1 23 2 asasas bsb 4s3s2s 1s2/3)s(G Assim, 2/52/33321 32/32 2/3 0 3 2 1 0 Montando a representação em espaço de estado, )t(u 2/5 3 2/3 )t(x )t(x )t(x 234 100 010 )t(x )t(x )t(x 3 2 1 3 2 1 )t(x )t(x )t(x 001)t(y 3 2 1 2.5.4 Passagem de espaço de estado para função de transferência Pode-se também passar de Espaço de Estado para função de transferência, conforme mostrado abaixo. Partindo da representação em espaço de estado, 50 1rrm1nnm1m 1rrn1nnn1n )t(uD)t(xC)t(y )t(uB)t(xA)t(x Aplicando transformada de Laplace, na 1ª equação, )s(BUAsI)s(X)s(BU)s(XAsI )s(UB)s(XA)s(XsI 1 1rrn1nnn1n Substituindo na transformada de Laplace da 2ª equação, )s(DU)s(BUAsIC)s(Y )s(DU)s(CX)s(Y 1 Chegando a, DBAsIC)s(U )s(Y 1 Onde I representa a matriz identidade de ordem “n”. Como Y(s) possui dimensão “m” e U(s) possui dimensão “r”, então são geradas “ rm ” funções de transferências sendo que todas possuem o mesmo denominador que é formado por (sI - A)-1. Deve-se verificar se ocorre cancelamento entre polos e zeros. Exemplo: considerando a seguinte representação em espaço de estado, )t(u 0 0 2 )t(x )t(x )t(x 010 002 22/32 )t(x )t(x )t(x 3 2 1 3 2 1 )t(x )t(x )t(x 4/104/3)t(y 3 2 1 Aplicando a fórmula para conversão para função de transferência, 0 0 2 010 002 22/32 100 010 001 s4/104/3BAsIC)s(U )s(Y 1 1 Resolvendo a parte interna, 51 0 0 2 s10 0s2 22/32s 4/104/3)s(U )s(Y 1 Invertendo a matriz, 0 0 2 3s2s2s2 4s2ss2 s22 4s3s 4s3s2s 14/104/3)s(U )s(Y 2 2 2 23 Resolvendo as multiplicações, 0 0 2 4 3s4s 8 8s7 4 2s3 4s3s2s 1 )s(U )s(Y 22 23 Resultando em, 8s6s4s2 2s3 )s(U )s(Y 23 2 Curiosidade: Observe que esta função de transferência gerou outra representação em espaço de estado. Isso significa que a representação em espaço de estado não é única. Existem algumas representações de espaço de estado padrões, são elas as Formas Canônicas Controlável, Observável e de Jordan. Se for possível escrever a forma canônica controlável, significa que o sistema é de estado completamente controlável, isto é, é possível passar o sistema do estado A para o estado B em um tempo finito utilizando uma lei de controle finita. Em outras palavras é possível controlar todo o sistema. Se for possível escrever a forma canônica observável, significa que todos os estados do sistema são conhecidos a qualquer instante de tempo, isto é, os estados podem ser medidos e previstos. Em outras palavras, qualquer informação do sistema pode ser obtida a qualquer instante de tempo. A forma canônica de Jordam é uma representação na qual a matriz A é uma forma diagonalcom os termos da diagonal sendo os polos do sistema. 52 2.6 Classificação dos Sistemas quanto ao número de entradas e Saídas Uma entrada x Uma saída: SISO (Single Input, Single Output) Múltiplas entradas x Uma saída: MISO (Multiple Inputs, Single Output) Uma entrada x Múltiplas saídas: SIMO (Single Input, Multiple Outputs) Múltiplas entradas x Múltiplas saídas: MIMO (Multiple Inputs, Multiple Outputs) 2.7 Exercícios Propostos 2.7.1 Sistemas Translacionais Encontrar as equações de movimento na forma matricial para os sistemas abaixo. (a) (b) (c) 2.7.2 Sistemas de Reservatórios Para o sistema abaixo, Encontrar as equações dinâmicas que descrevem o sistema de reservatórios: Montar o diagrama de blocos. Supondo q1(t) = 0, encontrar Q3(s)/Q2(s); 53 Para o sistema abaixo, encontrar as funções de transferência definidas por: A entrada Q1(s) com a saída Q4(s) A entrada Q1(s) com a altura H3(s) A altura H1(s) com a altura H3(s) 2.7.3 Linearização Encontrar as formas linearizadas para as seguintes equações, 2xyy,xg para (x,y) = (-1,1) 2x zysinez,y,xg para (x,y,z) = (1,0,-1) 225421x12222 u34 uux211x2ln1ex1 2x 1 para o ponto 1,1,1u,x,x 21 e) 0Kx)sin(x)cos(e umgL)xcos()sin(x x para o ponto 0,1,x 54 2.7.4 Espaço de Estado Encontrar representação em Espaço de Estado para, )t(u4)t(x3)t(x7)t(x Medindo apenas x(t); Medindo apenas )t(x2)t(x3 ; Medindo apenas )t(u5)t(x2)t(x3 ; 1s2s3s4s5 7s3 )s(R )s(C)s(G 234 Medindo apenas c(t), Medindo apenas )t(c3)t(c2 ; )s(D1s2s3s2 5)s(U1s2s3s2 7)s(C 2323 Medindo tudo ao mesmo tempo c(t), )t(c , )t(c e )t(d5)t(u2)t(c3 , isto é, todas as respostas devem estar contidas na resposta y(t) Modelo translacional b Medindo y1(t), y2(t) e y3(t) Passar de Espaço de estado para Função de Transferência, )t(u 0 2 3 )t(x )t(x )t(x 020 001 22/33 )t(x )t(x )t(x 3 2 1 3 2 1 )t(x )t(x )t(x 4/104/3)t(y 3 2 1 55 3 Transformada de Laplace A vantagem na utilização da transformada de Laplace para se estudar a resposta de sistemas consiste no fato que a transformada de Laplace transforma uma equação diferencial em uma equação algébrica, onde é aplicada a entrada e então calculada a transformada inversa de Laplace para obter a resposta temporal. Deve-se observar que sempre que possível, será mantido o formalismo matemático para obtenção dos resultados. Porém, o foco principal não é a obtenção da transformada ou transformada inversa de Laplace, mas apenas a sua aplicação na obtenção das respostas temporais. Sendo assim, o objetivo será criar uma tabela de consulta com as principais transformadas e utilizá-las. 3.1 Definição A Transformada de Laplace é definida por, 0 stdte)t(f)s(F)t(fL (1) Onde f(t) é a função temporal sendo que f(t) = 0 para t < 0; s é a variável complexa; L é o operador da transformada; F(s) é a transformada de Laplace de f(t). Observe que uma condição imposta para a realização da transformada de Laplace da função f(t) é, f(t) = 0, para t < 0 Está condição é conhecida como CAUSALIDADE, significando que a função só existe para a parte positiva dos tempos ou que fisicamente um sistema só pode responder à uma determinada entrada depois da existência da própria entrada. 3.2 Transformada de Laplace 3.2.1 Funções Simples Função Exponencial: 0t0 0tAe)t(f t 56 Onde A e α são constantes em relação ao tempo. A transformada de Laplace aplicando a definição, s As 10AseAdteAdteAeAeL 0 ts 0 ts 0 sttt Função Degrau: 0t0 0tA)t(f Onde A é constante em relação ao tempo. Esta transformada é um caso especial da função exponencial onde foi feito α = 0. Note que ela não é definida para t = 0. sAs10AseAdtAeAL 0 st 0 st Função Degrau Unitário: 0t0 0t1)t(1 Note que ela não é definida para t = 0, sua transformada é dada por, s1s10sedtedte)t(1)t(1L 0 st 0 st 0 st Observe que se pode transformar qualquer função em uma função causal multiplicando-a pelo degrau unitário. Além disso, as transformadas podem ser definidas utilizando a função degrau unitário. Por exemplo, s AdteAAeLdte)t(1AAe)t(1L 0 tst0 tst Função Rampa: 0t0 0tAt)t(f Sua transformada é dada por, 57 0 st 0 st dtteAdtAteAtL Aplicando integral por partes, sendo que, b a b a b a vduuvudv Então, fazendo, u = t → du = dt e dtedv st → s ev st 0 2 st 0 st 0 st 0 st 0 st s e s etAdts e s etAdtteAAtL Como stte é indeterminado para t →∞, então, Aplicando L’Hôpital, 0se 1Lime tLim sttHôpital'Lstt Desta forma, 22 0 2 st s A s 10As eAAtL Função Senoidal: 0t0 0ttsinA)t(f Aplicando a definição, 0 stdtetsinAtsinAL Sabendo-se que, pelo teorema de Euler, tjtj eej21tsin 58 222222 0 sttj 0 sttj 0 sttjtj 0 st s A s j2 j2 A s jsjs j2 A js 1 js 1 j2 A dteedteej2 Adteeej2 1AdtetsinAtsinAL Função Cossenoidal: 0t0 0ttcosA)t(f Sabendo-se que, pelo teorema de Euler, tjtj ee21tcos 222222 0 sttj 0 sttj 0 sttjtj 0 st s As s s2 2 A s jsjs 2 A js 1 js 1 2 A dteedtee2 Adteee2 1AdtetcosAtcosAL 3.2.2 Propriedades As propriedades da transformada de Laplace são as mesmas propriedades vindas da integral. Sendo assim, como propriedades tem-se a transformada da soma de funções temporais é a soma das transformadas e a multiplicação por constantes, então, L[αf(t)+βg(t)] = αL[f(t)]+βL[g(t)] Sendo α e β constantes. Prova: )s(G)s(Fdte)t(gdte)t(fdte)t(g)t(f 0 st 0 st 0 st 3.2.3 Funções Especiais Função Transladada: A função transladada é definida por at1atf com t < a. As funções f(t), f(t)1(t) e at1atf são apresentadas abaixo. 59 Figura 3-1: Função transladada Aplicando a definição de Transformada de Laplace, 0 stdteat1atfat1atfL Aplicando uma substituição de variável tal que at , a as 0 st de1fdteat1atf Como aparece o degrau unitário 1(τ) e a integral é feita em “τ”, então de “– a” a 0 a integral já é zero, assim, 0 sas0 sasa as defedeefde1f Observe que, antes a definição de transformada de Laplace fazia a transformação de “t” para “s”, agora é feita a transformação de “τ” para “s”, então, )s(Fedefeat1atfL as 0 sas Onde α é o tempo de translação e F(s) é a Transformada de Laplace de f(t). Função Pulso Retangular: tt,0t0 tt0t A )t(f 0 0 0 Reescrevendo a função como uma soma de dois pulsos defasados, )tt(1tA)t(1tAtf 000 60 Então, aplicando a transformada de Laplace, 00 st 0 st 00 0 00 e1st A s e t A s 1 t A )tt(1Lt A)t(1Lt