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CRISE EPILÉPTICA E EPILEPSIA Epilepsia é uma doença caracterizada pela ocorrência de manifestações paroxísticas chamadas crises epiléptica • As crises epilépticas são a manifestação clínica de uma atividade elétrica anormal do córtex cerebral. • É possível que ocorra uma crise epiléptica em um indivíduo sem que ele tenha ou venha a desenvolver epilepsia. • No entanto, todas as pessoas com epilepsia já apresentaram pelo menos uma crise epiléptica na vida. • Convulsão refere-se a uma manifestação motora, que pode ou não ser decorrente de uma crise epiléptica. Fatores de risco: Principais fatores de risco para desenvolvimento de crises epilépticas sintomáticas agudas: 1. TCE (16%); 2. AVC (16%); 3. distúrbios infecciosos (15%); 4. distúrbios tóxico-metabólicos (15%); e 5. abstinência de álcool e substâncias psicoativas (14%) Epidemiologia • Probabilidade de algum indivíduo apresentar uma crise epiléptica em qualquer momento da vida: 5-10% • Em muitos desses casos, pode-se identificar um fator desencadeante. Uma vez resolvido tal fator, a crise não recorrerá. • Por vezes, no entanto, não se identifica o fator causal para a crise. Ainda assim, muitos desses pacientes não voltarão a apresentar crises. Etiologias As causas da epilepsia podem ser genéticas ou adquiridas. As causas adquiridas constituem a grande maioria e incluem: • TCE; • lesões perinatais; • infecções encefálicas (p.ex. Neurocisticercose); e • AVC CRISES EPILÉPTICAS Uma crise epiléptica é a ocorrência transitória de sinais ou sintomas clínicos secundários a uma atividade neuronal anormal excessiva ou sincrônica. • A crise epiléptica é um fenômeno autolimitado. • Ela ocorre por causa de uma descarga elétrica anormal, excessiva e que atinge, de forma síncrona, determinados neurônios do córtex cerebral, gerando diferentes manifestações clínicas, conforme a área comprometida. • Mais de 90% das vezes, a duração de uma crise é inferior a 2 minutos e cessam antes do atendimento médico. • Entre as crises epilépticas, o paciente volta ao seu estado normal. • Período ictal, pós-ictal e interctal. • No período ictal, em geral, não há déficit neurológico, mas no pós-ictal pode haver déficit (p.ex. hemiparesia-paralisia de Todd) Epilepsia A epilepsia é uma doença que se caracteriza por uma predisposição permanente do cérebro em originar crises epilépticas e pelas consequências neurobiológicas, cognitivas, psicológicas e sociais destas crises • As epilepsias constituem um grupo de doenças nas quais um transtorno neurológico subjacente resulta em uma tendência crônica de manifestar crises epilépticas recorrentes não provocadas. • Crises epilépticas não são sinônimos de epilepsia • Crises epilépticas sintomáticas agudas, ou provocadas, constituem cerca de 40% de todos os casos incidentes de crises não febris, geralmente respondem ao tratamento do fator provocador e não demandam tratamento a longo prazo com medicamentos antiepilépticos • Epilepsia é considerada resolvida para indivíduos que tiveram uma síndrome epiléptica idade--dependente mas agora passaram a idade vulnerável ou aqueles que permaneceram livres de crises por pelo menos 10 anos, sem medicações antiepilépticas pelos últimos 5 anos A definição de epilepsia requer a ocorrência de pelo menos uma crise epiléptica. Do ponto de vista prático, a epilepsia pode ser definida por uma das seguintes condições: • Pelo menos 2 crises não provocadas (ou reflexas) ocorrendo em intervalo > 24 horas. • Uma crise não provocada (ou reflexa) e probabilidade de novas crises ocorrerem nos próximos 10 anos, similar ao risco de recorrência geral (pelo menos 60%) após duas crises não provocadas • Diagnóstico de uma síndrome epiléptica. As causas, os tipos e a expressão clínica das epilepsias são numerosas e variadas. • Entretanto, algumas delas estão em conformidade com síndromes epilépticas identificáveis, que consistem em aglomerados de aspectos clínicos e eletroencefalográficos (EEG) que têm causas específicas, que respondem a tratamentos especiais e que podem ter implicações prognósticas específicas. Convulsão/Crise convulsiva Quando o paciente apresenta um quadro paroxístico e autolimitado de manifestações motoras positivas • Forma mais comum de crise epiléptica • Há convulsões não epilépticas, como síncopes, AIT ou mesmo em quadros psicogênicos. Sincope x crise epiléptica A recuperação da consciência é o aspecto mais sensível para diferenciar uma síncope de crise epiléptica. Ela é rápida e instantânea na síncope e lentamente progressiva, acompanhada de confusão, quando a causa é a crise epiléptica. aPode ser súbita com certas arritmias cardíacas. Quando o paciente apresenta a primeira crise epiléptica, podemos ter três opções: • Primeira crise de um quadro de epilepsia; • Crise epiléptica provocada (ou sintomática aguda); • Crise única isolada. Primeiro episódio de crise -> investiga -> acha uma causa = crise provocada. Não achou causa = crise única isolada. • Cerca de 5-10% dos indivíduos terão, durante a vida, uma crise única isolada. A prevalência de epilepsia é de apenas 1%. • A maioria das crises iniciais são crises agudas sintomáticas, que tendem a recorrer enquanto o fator precipitante estiver atuante. • A correção do fator causal e a ausência (ou resolução) de lesão cerebral permanente geralmente tornam a probabilidade de recorrência pequena. CLASSIFICAÇÃO DAS CRISES EPILÉPTICAS Devem ser classificadas como focais, generalizadas, focais e generalizadas (quando ambos os tipos de crises estiverem presentes) ou desconhecidas (quando for impossível classificar as crises como focais ou generalizadas): • Crises de início focal; • Crises de início generalizado; • Crises de início desconhecido; • Crises não classificáveis (Quando a história é insuficiente e os dados clínicos não permitem encaixar a crise descrita em nenhum dos padrões) Crises epilépticas focais são aquelas que se originam em redes neuronais limitadas a um hemisfério cerebral, as quais podem ser restritas ou distribuídas de forma mais ampla • As crises epilépticas focais, que se originam em redes neuronais limitadas a um hemisfério cerebral, produzem sinais e sintomas correspondendo à região específica do cérebro afetada pela crise. Crises epilépticas generalizadas são aquelas que se originam em algum ponto de uma rede neuronal e rapidamente envolvem e se distribuem em redes neuronais bilaterais • Crises epilépticas generalizadas afetam rapidamente extensas redes neuronais em ambos os hemisférios cerebrais, e seus sinais e sintomas são coerentes com o envolvimento substancial de ambos os lados do cérebro O que diferencia uma crise de início focal de uma de início generalizado é o local de aparecimento de descargas elétricas anormais e não o que ocorre com a consciência. Crise de iníco focal: As crises de início focal são aquelas que ocorrem pela atividade elétrica anormal em um único hemisfério. • As crises epilépticas focais iniciam-se de forma localizada numa área específica do cérebro, e suas manifestações clínicas dependem do local de início e propagação da descarga epileptogênica para outras áreas. • Uma crise focal, quando propagada para todo o córtex cerebral, pode terminar numa crise tônico-clônica generalizada, sendo então denominada crise focal com evolução para crise tônico-clônica bilateral Dependendo da região do córtex acometida, o paciente apresentará manifestações específicas: • lobo temporal: manifestações olfativas, auditivas ou psíquicas; • lobo frontal: manifestações motoras; • ínsula: manifestações autonômicas, mal-estar epigástrico; • lobo occipital: manifestações visuais; • lobo parietal: manifestações sensitivas. Classificação das crises focais: Dois aspectosfundamentais são considerados na subdivisão das crises de início focal: alteração ou não da consciência durante a crise (percepção dos eventos por parte do paciente) e tipo de manifestação da crise (motoras e não motoras) • Perceptivas: quando a percepção de si próprio e do meio ambiente é preservada • Disperceptivas ou com comprometimento da percepção: quando a percepção é comprometida • Motoras ou não motoras, e ambos os tipos podem evoluir para crises tonico-clônicas bilaterais (“bilateral” é usado para padrões de propagação e “generalizado” para crises epilépticas que envolvem circuitos bilaterais desde o início) As crises epilépticas mais comuns são as do lobo temporal (70% das crises) • As crises originadas na porção anterior do lobo temporal, o uncus, são caracterizadas pela sensação de cheiro ruim • As crises psíquicas mais comuns são conhecidas como sensação de “déjà vu” e “jamais vu” Nas crises do lobo frontal (20% das crises), as manifestações motoras são as mais frequentes. • Além de abalos musculares contralaterais, algumas crises frontais podem levar a movimentos proximais dos membros bilaterais e a desvio da cabeça e/ou dos olhos para o lado contralateral (versão cefálica e versão ocular). • Após a crise motora, no período pós-ictal, alguns pacientes exibirão um quadro de hemiparesia que poderá durar horas: paralisia de Todd Quando originadas na ínsula, as crises podem caracterizar-se pela clássica sensação de mal- estar epigástrico • Deve ser cogitada a etiologia epiléptica se a duração for de segundos e, eventualmente, seja sucedida por outras manifestações sugestivas de crise, como comprometimento da consciência As crises dos lobos occipital e parietal, mais raras, costumam manifestar-se por meio de fenômenos positivos. • Crises occipitais: Podem ser relatadas luzes piscantes ou fixas, brancas ou coloridas, objetos inespecíficos coloridos e brilhantes ou distorções visuais (macro ou micropsia, metamorfopsia, discromatopsia). • Crises parietais: pode haver parestesias no hemicorpo contralateral quando houver acometimento da área somatossensitiva primária (giro pós-central). Crises de início generalizado: As crises epilépticas de início generalizado são as que envolvem os dois hemisférios, simultaneamente, desde o início do evento. • Podem ser motoras e não motoras (ausências). • Geralmente há perda de consciência Crises motoras: As crises motoras são denominadas de acordo com a fenomenologia dos achados clínicos que ocorrem durante a crise: • Crises tônicas: contração muscular mantida, sem deslocamento, também chamada de isométrica; • Crises clônicas: presença de abalos musculares rítmicos na frequência de 1-3hz; • Crises mioclônicas: abalos musculares breves e arrítmicos; • Crises atônicas: perda de tônus, geralmente acompanhada por queda; • Espasmo: contração de músculos do tórax e abdômen; Crise tônico-clônica • o paciente perde a consciência e apresenta uma fase tônica que, após alguns segundos, é sucedida por outra, clônica. • Durante a fase clônica, o paciente pode apresentar um espasmo laríngeo, que gera um ruído característico: grito epiléptico. • Pode haver rubor ou cianose, além de mordedura de língua e liberação esfincteriana. • Crise mais comum em nosso meio. Mioclonias • São abalos musculares arrítmicos, simétricos, muitas vezes únicos e isolados • Nem todas as mioclonias são epilépticas • As mioclonias podem ser positivas (aumento do tônus, gerando uma contração muscular) ou negativas (redução do tônus, causando um relaxamento muscular). • As mioclonias epilépticas podem ser desencadeadas por estímulos luminosos de alta frequência (luzes piscando) e privação de sono. Crises de ausência/não motoras: As crises de ausência são decorrentes do surgimento de descargas elétricas anormais e síncronas bilaterais e simultâneas nos hemisférios cerebrais, sem que haja comprometimento motor significativo. • Crises de ausência são quase que exclusivas de crianças e adolescentes, sendo extremamente raras em adultos. • Tem início aos 4-8 anos de idade e acomete crianças sem antecedentes neurológicos, com desenvolvimento neuropsicomotor normal. • História familiar de epilepsia (cerca de 50% dos casos) • A hiperventilação pode desencadeá-la • A crise de ausência caracteriza-se por uma ruptura abrupta de contato com o meio, com o paciente permanecendo de olhos abertos, eventualmente apresentando piscamento, desvio ocular para cima e alguns automatismos orais. A duração é de 5-30 segundos e o retorno à consciência é imediato, sem confusão. DIAGNÓSTICO Na maioria dos casos, o diagnóstico é clínico. • Solicita-se que o paciente descreva os fenômenos conscientes da crise, enquanto acompanhantes que tenham presenciado o evento devem descrever os fenômenos ocorridos durante o período de arresponsividade Pergunte: • Presença de aura (manifestação sensorial inicial de uma crise); • Fatores precipitantes da crise; • Idade de início, frequência de ocorrência das crises, e intervalos entre as crises (o mais curto e o mais longo); • Eventos pré- e perinatais, crises no período neonatal, crises febris, qualquer crise não provocada e história de epilepsia na família; • Trauma craniano, infecção ou intoxicações prévias; • Diagnóstico diferencial com outros distúrbios paroxísticos da consciência: síncopes e crises não epilépticas psicogênicas, bem como manifestações neurológicas focais súbitas, como isquemia cerebral aguda e enxaqueca EXAMES COMPLEMENTARES É obrigatória em todos os pacientes que apresentam a primeira crise epiléptica • Eletroencefalograma (EEG): o exame normal NÃO descarta e o exame alterado NÃO confirma. o EEG não é obrigatório (nem essencial) para diagnosticar epilepsia. O diagnóstico de epilepsia é feito com bases na descrição da crise epiléptica. O EEG é capaz de, quando alterado, identificar o tipo e a localização da atividade epileptiforme e orientar na classificação da síndrome epiléptica e na escolha do fármaco antiepiléptico • Eames de imagem [RM ou TC] devem ser solicitados na suspeita de causas estruturais • Todos os pacientes com epilepsia devem ser submetidos a RM ou TC (exceto aqueles com formas típicas de epilepsia generalizada primária ou epilepsias focais autolimitadas da infância com clínica e EEG característicos e resposta adequada às drogas antiepilépticas) • Suspeita de neuroinfecção ou hemorragia subaracnóidea: coleta de líquor lombar TRATAMENTO DAS EPILEPSIAS Os fármacos antiepilépticos são a base do tratamento da epilepsia. • Os tratamentos não medicamentosos são viáveis apenas em casos selecionados, e são indicados após a falha dos antiepilépticos Quando iniciar as medicações antiepilépticas? A decisão de iniciar um tratamento antiepiléptico baseia-se fundamentalmente em três critérios: • risco de recorrência de crises; • consequências da continuação das crises para o paciente; e • eficácia e efeitos adversos do fármaco escolhido para o tratamento Crises epilépticas podem ocorrer em vigência de uma condição transitória e reversível, sendo denominadas crises sintomáticas agudas. • Estas crises não necessariamente requerem tratamento com FAEs, mas sim controle do fator desencadeante No caso de uma primeira crise epiléptica não provocada, as chances de recorrência variam de 31% a 56% com um tempo de acompanhamento de 2 a 5 anos. Este risco aumenta, após a segunda crise, para 73% e, depois da terceira, para 76%. • A decisão de iniciar tratamento fica bem mais fortalecida após a ocorrência de duas ou mais crises epilépticas não provocadas com mais de 24 horas de intervalo • Por isso, em geral o tratamento medicamentoso é instituído após uma segunda crise não provocada O uso de FAEs após uma primeira crise reduz o risco de crises subsequentes, entretanto o tratamento nãoafeta o prognóstico de controle das crises e não modifica a história natural da epilepsia. • Recorrência das crises epilépticas são inaceitáveis para pacientes que necessitam dirigir, continuar empregados ou são responsáveis por pessoas mais vulneráveis, nestes indivíduos, é racional optar por tratamento mesmo após uma primeira crise • O tratamento precoce é justificável nos pacientes com vários fatores de risco para recorrência das crises ou naqueles em que a recorrência oferece potenciais consequências relacionadas com a direção de veículos, o trabalho e a segurança em geral. Fármacos antiepilépticos (FAE) Os principais mecanismos de ação dos FAE são: • Potencialização da ação do GABA (principais: benzodiazepínicos, os barbitúricos e a vigabatrina); • Inibição da função dos canais de sódio (principais: fenitoína, valproato, carbamazepina, oxcarbazepina, lamotrigina e a lacosamida); • Inibição da função dos canais de cálcio (principais: etossuximida) • ligação à proteína SV2A da vesícula sináptica • Múltiplos mecanismos de ação (p.ex. Valproato de sódio e o topiramato) • Levetiracetam e os ligantes de canal alfa-2-delta (gabapentina e pregabalina) apresentam outros mecanismos de ação Os FAE também podem ser classificados em indutores e inibidores: • Drogas indutoras: diminuem o nível sérico de outros fármacos, quando em associação. Principais: carbamazepina, a oxcarbazepina, o topiramato (em doses elevadas), a fenitoína e o fenobarbital. • Drogas inibidoras: quando associadas a outras, aumentam os níveis séricos de ambas. Principal: valproato de sódio. Drogas com mecanismo de indução enzimática não devem ser associadas entre si, pois uma reduz o nível sérico da outra. • Use a regra: o hINDU não TOma CAFÉ (INDUtoras: TOpiramato, CArbamazepina/OxCArbazepina, FEnitoína/FEnobarbital). Carbamazepina A carbamazepina é uma medicação de primeira linha para o tratamento das crises epilépticas de início focal. • Efeitos colaterais: confusão, sonolência e síndrome cerebelar. • Ela deve ser monitorizada quanto à ocorrência de trombocitopenia, leucopenia, hepatopatia e hiponatremia, por meio de exames de sangue periódicos • Contraindicação: mioclonias (podem PIORAR os sintomas). • A associação da carbamazepina com a fenitoína (duas drogas com mesmo mecanismo de ação) pode causar uma redução do nível sérico de ambas e aumentar o risco de uma crise epiléptica. • A carbamazepina também precisa ter sua dose aumentada na gestação, o que também poderia agravar o risco de teratogênese (defeito do fechamento do tubo neural) Assim como a carbamazepina, a oxcarbazepina apresenta mecanismo de ação semelhante e também é indicada para o tratamento das crises de início focal. • Ela tem menor efeito sedativo, mas possui maior risco de hiponatremia. • Droga não incluida pelo MS (visto não possuir vantagens terapêuticas em relação aos demais) Fenitoína pode ser usada para crises de início focal ou generalizado, mas não é considerada de primeira escolha para nenhuma delas Efeitos colaterais: • hipertrofia gengival; hirsutismo; rash cutâneo (incluindo a síndrome de Stevens-Johnson); depleção de folato (anemia megaloblástica); osteoporose; confusão; dificuldade de fala; diplopia; ataxia (atrofia cerebelar); neuropatia (após uso crônico); síndrome hemofagocítica (rara); fenômeno de Raynaud (relatos anedóticos); hepatotoxicidade (rara); atrofia óptica (muito raramente) • A síndrome fetal pela fenitoína caracteriza-se principalmente por alterações dismórficas craniofaciais e de membros: microcefalia; palato fendido; atraso mental; nariz arrebitado; hipoplasia facial; lábio superior menor; hipoplasia distal. Fenobarbital Tratamento de crises focais e generalizadas de pacientes de qualquer idade, inclusive recém- nascidos. • Pouco utilizado por ser um potente indutor enzimático e em decorrência dos efeitos adversos na esfera cognitiva. Entretanto, por ser uma medicação amplamente disponível, ministrada em uma tomada diária e de baixo custo pode ser uma opção para pobres • Droga de escolha no período neonatal • Apresenta eficácia equivalente à de fenitoína no tratamento em monoterapia tanto de crises focais como nas generalizadas • Ele pode ser usado em crises de início focal ou generalizado, mas não apresenta eficácia nas crises de ausência ou espasmos infantis. • Efeitos colaterais: tontura, sedação, prejuízo cognitivo e de concentração. Ácido valproico/valproato de sódio/divalproato de sódio • Indicação: Monoterapia e terapia adjuvante de pacientes com mais de 10 anos de idade e com qualquer forma de epilepsia • Fármaco antiepiléptico de primeira escolha para as crises generalizadas • Valproato é a forma ativa do ácido valproico • Indicado para todos os tipos de crises epilépticas, mas é a droga de escolha para o tratamento das crises de início generalizado, incluindo ausências e mioclonias • Efeitos colaterais: mais comuns são os gastrintestinais (dor abdominal, náuseas e vômitos), ganho de peso, alopecia e hepatotoxicidade. • O ácido valproico não deve ser associado ao anticoncepcional, que reduz seu nível sérico • Fármaco antiepiléptico com maior risco de teratogênese (espinha bífida e mielomeningocele) Lamotrigina • Medicação de primeira linha para pacientes com epilepsias focais e generalizadas • Uma das medicações com menor incidência de efeitos teratogênicos • Efeitos colaterais: ataxia; diplopia; insônia; cefaleia; irritabilidade; erupção cutânea (incluindo síndrome de Stevens-Johnson) Topiramato • pode ser indicado para todos os tipos de crises. • pode ser usado em monoterapia, tanto em crises de início focal quanto generalizado, mas não é a primeira opção em nenhum dos casos (devido aos efeitos adversos) • usado no tratamento profilático da enxaqueca e da cefaleia em salvas • Evitar em mulheres que usam anticoncepcional • Efeitos colaterais: comprometimento cognitivo, nefrolitíase, diminuição do apetite, afasia, glaucoma agudo e encefalopatia Gabapentina São medicações usadas mais em quadros de dor neuropática do que propriamente em epilepsia. • A gabapentina é uma boa indicação em pacientes idosos, pois influencia pouco na cognição. • Em idosos, as drogas de escolha para o tratamento de epilepsia são a lamotrigina e a gabapentina. • Podem causar aumento de peso Outras drogas • Vigabatrina: droga de escolha nas síndromes de West e Lennox-Gastaut • Levetiracetam: medicação com menor incidência de efeitos teratogênicos. Considerado primeira linha para epilepsias focais e generalizadas • etossuximida: crises de ausência da infância QUAL MEDICAMENTO ESCOLHER? Devemos iniciar o tratamento em monoterapia (a associação de um segundo ou terceiro medicamento acrescenta pouco em sua eficácia) • O uso de monoterapia é preferido, e a titulação da medicação selecionada deve ser realizada de forma gradual, minimizando o risco de efeitos adversos • Em caso da falha no controle das crises, a dose deve ser aumentada até a máxima tolerada antes de afirmar que uma medicação foi ineficaz. O primeiro aspecto que deve ser considerado na escolha do tratamento é o tipo de crise: • Drogas de primeira escolha para crises de início focal: carbamazepina e a lamotrigina (preferência pela lamotrigina). • Crises de início generalizado: ácido valproico ou lamotrigina (preferência pelo ácido valproico). Recomendações da ILAE: • Adultos com epilepsia focal – carbamazepina, fenitoína e ácido valproico; • Crianças com epilepsia focal – carbamazepina; • Idosos com epilepsia focal – lamotrigina e gabapentina; Os principais efeitos adversos relacionados com os FAEs são dose--dependentes • Se os efeitos adversos ocorrerem, a medicação deve ser reduzida até a dose que não os produziu, ou seja, a dose máxima tolerada. Critériospara troca de fármaco (manutenção de monoterapia) Asseguradas a adesão, recomenda-se a troca de fármacos nas seguintes situações: A. Intolerância à primeira monoterapia ou B. Falha no controle ou exacerbação de crises. A troca de fármacos deve ser feita numa sequência racional, procedendo-se primeiro à introdução gradual do segundo fármaco, com dose gradativa até que as crises sejam controladas, ou que o paciente demonstre intolerância. Se ocorrer o controle de crises, o primeiro fármaco passa a ser retirado gradativamente. Em caso de falha do primeiro fármaco, deve-se tentar sempre fazer a substituição gradual por outro, de primeira escolha, mantendo-se a monoterapia • Na necessidade de troca, a medicação nova deve ser introduzida até sua dose- alvo. Sua eficácia e tolerabilidade devem ser observadas. Em seguida, o primeiro FAE pode ser gradualmente retirado Critérios para o uso de associação medicamentosa Poderá ser aplicada uma associação de fármacos em caso de controle inadequado de crises com duas monoterapias sequenciais. • Em caso de falha na segunda tentativa de monoterapia, pode-se tentar a combinação de dois fármacos antiepilépticos • Há sinergismo entre o ácido valproico e a lamotrigina, quando utilizados em combinação, no tratamento de crises focais e generalizadas • As associações devem utilizar um fármaco de espectro amplo (p.ex. ácido valproico, lamotrigina, topiramato, levetiracetam) com um de espectro restrito (p.ex. carbamazepina, fenitoína, fenobarbital). • As associações de FAEs consideradas mais eficazes são: valproato + lamotrigina, associação de carbamazepina + clobazam, associações com levetiracetam, topiramato e lacosamida • Evite usar dois fármacos com o mesmo mecanismo de ação (p.ex. carbamazepina + fenitoína ou fenobarbital + ácido valproico). • Poucos pacientes parecem obter benefício adicional com > 2 fármacos, por isso, tal conduta não é recomendada Tempo de tratamento e critérios de interrupção Entre as razões para interromper o tratamento estão os efeitos adversos, potencial efeito teratogênico, inconveniências do tratamento medicamentoso e efeitos adversos associados ao uso crônico de um FAE • Quanto maior o tempo sem crises, maior a chance de permanecer sem crises após a interrupção dos FAEs. • Em geral, a retirada das medicações é considerada quando o paciente permanece por 2 anos sem crises. O tempo de tratamento da epilepsia, em geral, não pode ser pré-determinado. Porém, há duas situações em que ele pode ser interrompido: • Por falha do tratamento ou • Por remissão completa das crises. Por falha de tratamento: • O período de avaliação da resposta será de 3 meses com o tratamento em doses máximas toleradas (com o aumento gradual da dose até o controle das crises epilépticas ou presença de efeitos adversos inaceitáveis), após o que, caso não haja resposta, um segundo fármaco será adicionado ao esquema terapêutico. • Se o aumento gradual não produz uma redução na quantidade ou gravidade das crises epilépticas, provavelmente o paciente não terá as crises com este antiepiléptico, não sendo necessário atingir a dose máxima tolerada, e, sim, substituir por um outro antiepiléptico com um mecanismo de ação diferente. • Pacientes que permanecerem apresentando crises epilépticas apesar do uso de pelo menos 2 antiepilépticos adequadamente escolhidos e utilizados em esquemas adequados de doses, tanto em monoterapia como em combinação, serão considerados refratários ao tratamento medicamentoso. Encaminhe-o! Por remissão das crises: O paciente é considerado livre de crises quando elas não ocorrerem após um intervalo 3x maior que o intervalo de crises vigente anteriormente à introdução do tratamento, ou por pelo menos 1 ano • Crianças: esperar pelo menos 2 anos livres de crises antes da retirada do fármaco antiepiléptico, principalmente se o paciente tiver crises focais ou EEG anormal. • Inexistem evidências para determinar quando suspender o tratamento em crianças e adolescentes com crises generalizadas nem em adultos livres de crises Monitorização O período de reavaliação é de 3 meses: • Avalie: redução do número de crises (diário de crises) e tolerabilidade ao(s) medicamento(s), (levando em consideração os efeitos adversos, especialmente os cognitivos e comportamentais). • Diário de crises: doses do fármaco em uso, descrição das crises e efeitos adversos Recomenda-se a realização de exames laboratoriais numa frequência anual, realizando-se: • Hemograma; • contagem de plaquetas; • Função hepática (ALT/TGP e AST/TGO); • eletrólitos (sódio, potássio); • perfil lipídico (colesterol total e frações, triglicerídeos); • vitamina D; e • função tireoideana (TSH, T4 livre) Os principais efeitos adversos relatados encontram-se a seguir arrolados: • Ácido valproico/valproato de sódio: sonolência, cansaço, tremor, alterações da função do fígado, diminuição das plaquetas, ganho de peso, queda de cabelos; • Carbamazepina: vermelhidão da pele, sonolência, ganho de peso, diarreia, náusea, vômitos, problemas para caminhar, mudanças de humor, tremor, transtorno de memória, visão dupla e impotência; • Fenitoína: incoordenação, sonolência, aumento do volume e sangramento das gengivas, crescimento de pelos no corpo e na face; • Fenobarbital: tontura, sonolência, depressão, mudança no comportamento, transtornos de memória e de concentração, hiperatividade em crianças; • Lamotrigina: dor de cabeça, náusea, vômitos, visão dupla, tonturas, incoordenação e tremor; SITUAÇÕES ESPECIAIS Idosos (>60 anos) • Mais sujeitos a efeitos adversos e têm uma janela terapêutica mais estreita e um maior grau de variação interindividual dos efeitos dos fármacos antiepilépticos. • Evite antiepilépticos indutores enzimáticos (carbamazepina, fenitoína, fenobarbital), por terem interações com os outros inúmeros fármacos necessários nesta faixa etária e também por poderem provocar mais frequentemente osteoporose. • O escalonamento de dose deve ser mais lento, e a dose máxima a ser atingida deve ser menor do que a normalmente recomendada Praticamente todos os FAE podem causar prejuízo cognitivo. • Os medicamentos mais associados a esses efeitos são o fenobarbital, os benzodiazepínicos e o topiramato • Os menores índices de efeitos cognitivos são vistos com lamotrigina, gabapentina e levetiracetam. Mulheres (em idade fértil) • Crises tônico-clônicas generalizadas (TCG) não controladas podem ser prejudiciais ao feto • Sempre que possível, o ácido valproico deve ser evitado em mulheres em idade fértil (risco de espina bífida, defeitos de septo atrial, fenda palatina, craniossinostose). • Quando usado em mulheres em idade fértil, o ácido valproico deve ser prescrito na menor dose efetiva, quando possível em doses não superiores a 500-600 mg/dia. • Crianças com exposição pré-natal ao ácido valproico podem apresentar rebaixamento do QI e maiores índices de incapacidades motoras e de linguagem, além de uma maior associação com transtornos do espectro autista • Qualquer mudança do fármaco deve ser feita bem antes da concepção. • Use um mínimo de fármacos, com uma dose mínima que controle as crises Além do ácido valproico, outros FAE estão implicados em malformações congênitas de bebês expostos a eles durante a gestação: • são os casos do fenobarbital (malformações cardíacas), carbamazepina, fenitoína e lamotrigina, estes últimos implicados na ocorrência de fenda palatina, lábio leporino e hipospadia. • No entanto, o impacto das crises TCG durante este período tem consequências mais sérias ainda para o feto Regra geral (há exceções): Uma vez que a paciente esteja grávida, NÃO se modifica o esquema de medicações para evitar a teratogenicidade das drogas usadas. • O risco de malformações com FAE é baixo e, quando se modificamos tratamentos, o risco de uma crise aumenta. A crise muitas vezes é pior para o concepto do que o uso do FAE pela mãe • A maior vulnerabilidade a qualquer medicamento potencialmente teratogênico ocorre, principalmente, nas primeiras 9 semanas após a última menstruação. Momento em que geralmente ocorre a consulta pré-natal. • Alterar o esquema de FAE geralmente envolve a sobreposição síncrona de medicamentos. Dessa maneira, a troca de medicamentos aumenta tanto o risco de crises como o de efeitos colaterais e teratogênicos dos FAEs. Dieta cetogênica Está indicada para pacientes desde a infância até a fase adulta com epilepsia refratária. • Em torno de 10% dos pacientes podem ficar livres de crises, e cerca de 40% dos pacientes têm redução delas em 50%. • Um dos principais objetivos da DC, além do controle das crises, é a redução das doses dos fármacos antiepilépticos Tratamento cirurgico A cirurgia é considerada em pacientes com crises epilépticas focais resistentes aos medicamentos, descontroladas e incapacitantes, e se as crises são originárias de uma região que pode ser removida com um risco inexistente ou mínimo de causar alguma disfunção neurológica ou cognitiva ESTADO DE MAL EPILÉPTICO A partir de 30 minutos de atividade epiléptica contínua, existe uma alta probabilidade de ocorrer lesão neuronal e essa situação recebe o nome de estado de mal epiléptico. • Condição resultante da falha dos mecanismos responsáveis pelo término das crises epilépticas ou pelo desencadeamento de mecanismos que levam ao prolongamento anormal das crises • Ele pode manifestar-se através de crises focais ou generalizadas. • O estado de mal epiléptico também pode evoluir com várias complicações clínicas graves, o que poderia colocar a vida do paciente em risco Causas O estado de mal epiléptico pode ser a primeira manifestação de epilepsia em 12% dos pacientes pediátricos. As causas nesse grupo etário são: • neuroinfecções; • lesões hipóxico-isquêmicas; • distúrbios metabólicos (hipoglicemia, erros inatos do metabolismo); • distúrbios hidroeletrolíticos; • traumatismo cranioencefálico; • drogas, intoxicações e envenenamentos; • convulsões febris; • evento cerebrovascular Diagnóstico operacional: • Crise com duração ≥ 5 minutos; • duas ou mais crises sem recuperação da consciência entre elas. De acordo com a duração da(s) crise(s), o estado de mal epiléptico é classificado da seguinte maneira: • 5 minutos: iminente; • 30 minutos: estabelecido; • 60 minutos: refratário; • 24 horas: superrefratário Manejo • 1ª fase: suporte inicial; • 2ª fase: tratamento farmacológico inicial; • 3ª fase: drogas para profilaxia da recorrência. Suporte inicial: ABC+MOVE • Se hipoglicemia: dar tiamina (vitamina B1) e, em seguida, glicose hipertônica, para a profilaxia da encefalopatia de Wernicke-Korsakoff. Tratamento farmacológico: benzodiazepínicos (primeira linha), depois um agente antiepiléptico EV (segunda linha), seguido, quando necessário, por anestesia geral (terceira linha). • Droga de escolha: diazepam EV, na dose usual de 5 a 10 mg, conforme a necessidade, até uma dose máxima de 20 mg, numa velocidade de infusão de 5 mg/min, para evitar depressão respiratória. Mesmo que a crise cesse, o índice de recorrência é alto, e a maioria dos pacientes irá precisar de fármacos antiepilépticos de segunda linha. Neste estágio, há dois fármacos disponíveis para uso EV: A. fenitoína, na dose de 15-20 mg/kg, numa velocidade de infusão máxima de 50 mg/min, que deve ser administrada através de uma veia calibrosa ou central, com monitorização do ECG e da PA; B. fenobarbital 15 mg/kg, infundidos a 100 mg/min36. Se as crises recorrerem, em pacientes que estão hemodinamicamente estáveis, deve-se otimizar a dose do primeiro fármaco de segunda linha e, após, considerar o uso de um segundo fármaco de segunda linha Hidantalização no estado de mal epiléptico 1. Dose: 20mg/kg (15-20), IV, em acesso único, numa velocidade de infusão máxima de 50 mg/min 2. A fenitoína só pode ser diluída em soro fisiológico, porque precipita em soro glicosado. Ela não deve ser administrada por via intramuscular. 3. A velocidade de infusão máxima é de 50mg/min para evitar complicações. 4. A administração rápida de fenitoína pode gerar arritmias cardíacas (bradiarritmia por prolongamento do intervalo QT) e hipotensão arterial. 5. O paciente deve estar monitorizado e permanecer deitado enquanto o medicamento é administrado. 6. Se o estado de mal epiléptico persistir, a fenitoína pode ser administrada mais uma vez, após 10 minutos do final da dose de ataque, porém com metade da dose (10mg/kg). 7. Caso haja melhora das crises, a fenitoína é prescrita em doses habituais de manutenção (200-300 mg/dia em 2-3 tomadas O passo seguinte (após 30 minutos da admissão, sem resposta) é a terceira linha, que utiliza anestesia geral, com intubação e ventilação. Podem ser utilizados: 1. propofol (1,5 a 3 mg/kg, em bolo – com atenção para a ocorrência de hipotensão e bradicardia) e 1 a 5 mg/kg/h, na manutenção; 2. midazolam (1 mg EV em bolo; após 0,05 a 0,20 mg/kg/hora; ou ainda 3. tiopental 3 a 5 mg/kg/h CRISES FEBRIS • Transtorno convulsivo mais comum na infância • Diagnóstico é clínico. Crise febril simples (CFS) • Definida como uma breve (<15 min) convulsão generalizada, não recorrente dentro de 24 horas, que ocorre durante uma doença febril não resultante de uma doença aguda do sistema nervoso, em uma criança com idade entre 6 meses e 5 anos, sem déficits neurológicos e sem crises epilépticas afebris anteriores. • não estão recomendados exames laboratoriais de rotina, nem EEG ou exames de imagens. • Uma punção lombar só é indicada, nestes casos, na presença de sinais meníngeos, em pacientes em uso de antibióticos nos dias que antecederam a crise e em crianças com menos de 18 meses de idade com sinais de deterioração clínica Crise febril complexa (CFC) • Definida como uma crise focal ou generalizada, prolongada (> 15 min), recorrendo mais de uma vez em 24 horas, ou associada a anormalidades neurológicas pós-ictais, mais frequentemente uma paralisia (de Todd), ou com déficits neurológicos anteriores • Estão recomendados exames laboratoriais, de imagem, EEG e punção lombar, na busca de uma causa para a condição Manejo Na maioria dos casos, as CFS cessam espontaneamente (em 2 a 3 minutos) e não requerem tratamento • Principais fatores de risco para recorrência de crises febris: primeira ocorrência de CF com <1 ano, história familiar de epilepsia ou CF e curta duração do episódio febril • A frequência de recorrência é de 10% em pacientes sem fatores de risco; 25% a 50% na presença de 1 a 2 fatores de risco; 50% a 100% na presença de 3 ou mais fatores de risco O risco de epilepsia é estimado em cerca de 1% a 1,5% em pacientes com, apenas um pouco maior que a incidência na população em geral, que é aproximadamente 0,5%. • O risco de epilepsia em indivíduos com CFC é estimado entre 4 e 15%. • A indicação da profilaxia pode ser feita após o primeiro episódio caso, desde que um ou mais fatores preditivos estejam presentes
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