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LIVRO - Pericia Contabil e Arbitragem

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PERÍCIA 
CONTÁBIL E 
ARBITRAGEM
PROF.a TATIANE GARCIA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA
Prof.a Tatiane Garcia
PERÍCIA 
CONTÁBIL E 
ARBITRAGEM
Marília/SP
2022
“A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma 
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à 
geração, sistematização e disseminação do conhecimento, 
para formar profissionais empreendedores que promovam 
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e 
cultural da comunidade em que está inserida.
Missão da Faculdade Católica Paulista
 Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.
 www.uca.edu.br
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma 
sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria, 
salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a 
emissão de conceitos.
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior
PERÍCIA CONTÁBIL 
E ARBITRAGEM
PROF.a TATIANE GARCIA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 5
SUMÁRIO
CAPÍTULO 01
CAPÍTULO 02
CAPÍTULO 03
CAPÍTULO 04
CAPÍTULO 05
CAPÍTULO 06
CAPÍTULO 07
CAPÍTULO 08
CAPÍTULO 09
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
06
11
19
26
29
34
37
42
52
56
60
68
77
82
128
PERÍCIA 
PERÍCIA CONTÁBIL
O PERITO CONTADOR
PERÍCIA CONTÁBIL – NBC TP 01 (R1)
PERÍCIA CONTÁBIL E AUDITORIA CONTÁBIL
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL E A PERÍCIA 
CONTÁBIL
PLANEJAMENTO DA PERÍCIA CONTÁBIL
MODELO EXEMPLIFICATIVOS DA PERÍCIA 
CONTÁBIL
PROVA PERICIAL
PROCEDIMENTOS TÉCNICOS APLICADOS A 
PERÍCIA CONTÁBIL
QUESITOS E HONORÁRIOS
LAUDOS E PARECERES
PARECER TÉCNICO
TIPOS DE LAUDOS
ARBITRAGEM
PERÍCIA CONTÁBIL 
E ARBITRAGEM
PROF.a TATIANE GARCIA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 6
CAPÍTULO 1
PERÍCIA 
Nesta unidade, veremos os aspectos básicos sobre a Perícia para que possamos 
compreender a dinâmica que envolve uma das provas mais importantes para o 
convencimento do juiz. 
1.1 Conceito de Perícia 
O termo perícia advém do latim, ‘peritia’, que significa o conhecimento adquirido pela 
experiência. Assim, a perícia representa a declaração de uma ou mais pessoas que tem 
conhecimento técnico para fazer conhecer um fato cuja existência não pode ser acertada, 
sendo apoiada em conhecimentos técnicos e científicos (D’ÁUREA et al, 1953). 
Neste contexto, a perícia tem relevância por examinar e apresentar com clareza a verdade 
sobre os fatos obscuros de um determinado assunto. Logo, a perícia está vinculada ao 
conhecimento e experiência de determinados objetos. Assim, art. 212 do Código Civil e o 
art. 159 do Código de Processo Penal: “O exame de corpo de delito e outras perícias serão 
realizadas por perito oficial, portador de diploma de curso superior”. Portanto, no parágrafo 
1º do artigo: “Na falta de Perito oficial, o exame será realizado por duas pessoas idôneas, 
portadores de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as 
que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame”. 
Título: Julgamento
Fonte: https://pixabay.com/photos/hammer-books-law-dish-lawyer-719066/
PERÍCIA CONTÁBIL 
E ARBITRAGEM
PROF.a TATIANE GARCIA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 7
A perícia tem a responsabilidade de apresentar as provas mais relevantes para o 
convencimento do juiz. O art. 156 do Código de Processo Civil (CPC) – Lei n. 13.105/2015 
retrata: “O juiz será assistido por um perito quando a prova de um fato depender de 
conhecimento técnico ou científico”. Como o juiz não tem conhecimentos técnicos 
ou científicos em função de ser leigo no assunto, necessita do auxílio do perito para 
coletar todas as informações relevantes do processo para lhe ajudar a entender e 
compreender a questão em julgamento. 
Título: Julgamento
Fonte: https://pixabay.com/vectors/lawyer-attorney-barrister-judge-28838/
Neste segmento, a perícia judicial tem como objetivo principal a utilização dos 
serviços do perito, sendo o perito nomeado pelo próprio juiz para auxiliá-lo em sua 
decisão a partir da habilidade, destreza, exame e vistoria. Conforme Alberto (2017, 
p. 3), “a perícia é um instrumento especial de constatação, prova ou demonstração, 
científica ou técnica, da veracidade de situações, coisas ou fatos”. 
Figura 1 – Preceitos da perícia
Fonte: Soares (2020, p. 12).
PERÍCIA CONTÁBIL 
E ARBITRAGEM
PROF.a TATIANE GARCIA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 8
1.1.1 Classificação da perícia
De acordo com vários autores, existe uma classificação para a perícia, assim, é 
classificada em quatro tipos conforme o quadro abaixo:
Perícia Judicial
Realizada por requerimento ou necessidade dos agentes 
do Poder Judiciário e deve obedecer às regras específicas. 
Esse modelo se divide em duas formas em conformidade 
com o processo judicial: a prova ou o arbitramento. 
A prova será a sua finalidade quando for trazer a verdade 
real, comprovada científica ou tecnicamente, e que poderá 
auxiliar o juiz.
O arbitramento se dá quando o seu objetivo é quantificar a 
obrigação conforme critério técnico.
Perícia Semijudicial
Esse modelo acontece dentro do aparato institucional do 
Estado, porém, externa ao Poder Judiciário. Assim, a sua 
finalidade é ser prova nos ordenamentos institucionais 
usuários, por podem ser policial, parlamentar, administração 
tributária ou conselhos de contribuinte. Desse modo, 
os usuários tem relativo poder jurisdicional, apenas 
assemelhados aos judiciais. 
Perícia Extrajudicial
Acontece fora do ambiente do Estado e da esfera judicial, 
solicitada por partes do ambiente privado (empresa ou 
pessoas físicas). Logo, é subdividida em:
- Demonstrativa: mostra a veracidade ou não do fato.
- Discriminativa: levanta os termos justos do fato em que 
duvida do quantum.
- Comprobativa: comprova fraudes, desvios, simulações e 
entre outros.
Perícia Arbitral
Realizada no âmbito de instância decisória criada pelas 
partes envolvidas e não se enquadra nos tipos apresentados 
antes. Assim, pode ser probante quando sua finalidade é ser 
prova na decisão, ou pode ser decisória quando seu produto 
é a própria arbitragem da controvérsia.
Quadro 1 – Tipos de perícia
Fonte: Adaptado de Santos (2016, p. 14 - 15).
Porém, a Perícia Arbitral acaba sendo uma espécie de perícia extrajudicial. Desse 
modo, segue abaixo uma figura para o entendimento dessa classificação:
PERÍCIA CONTÁBIL 
E ARBITRAGEM
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Figura 1 – Preceitos da perícia
Fonte: Soares (2020, p. 19).
1.1.2 Legislação destinada à perícia e ao perito
No Brasil, a perícia judicial iniciou suas atividades a partir do Decreto-lei nº 1.608/1939. 
Porém, através do Decreto-lei nº 9.295/46, houve a criação do Conselho Federal de 
Contabilidade com as algumas atribuições voltadas para o contador, onde houve a 
instituição da Perícia Contábil no país.
Título: Brasil
Fonte: https://pixabay.com/vectors/search/brasil/
Neste contexto, para uma melhor compreensão sobre a regulamentação e organização 
da perícia judicial, seguem algumas datas e regulamentações:
Ano Regulamentação
1939 Decreto-lei 1.608 – Regras sobre a perícia.
1946 Decreto-lei 8.579 – Alterações nas normas periciais.
1946 Decreto-lei 9.295 – Criação do CFC e regras para perícia contábil.
1973 Lei 5.869 – Legislação ampla para as perícias judiciais.
1992 Lei 8.455 – Observações à pessoa do perito.
1994 Lei 8.852 – Honorários periciais.
2001 Lei 10.358 – Entrega de pareceres e laudos (prazos).
2002 Lei 10.406 – Domínio da matéria pelo perito contábil.
Quadro 2 – Histórico judicial de regulamentação da perícia
Fonte: Adaptado Santos (2016, p. 15 - 16).
PERÍCIA CONTÁBIL 
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1.1.3 Terminologias dos dispositivos reguladores 
Com a regulamentação da perícia no Brasil, existiu a necessidade de criar uma 
nomenclatura para entender a normatização da perícia judicial. Assim, seguem alguns 
conceitos importantes sobre as terminologias.Nomenclatura Conceito
Princípios
Representam fundamentos da ação da ciência sobre o seu objeto 
e seu objetivo. Assim, decorrem as normas e padrões. Destacam-
se pela universalidade e generalidade.
Normas
Representam indicativos comportamentais, assim envolvendo as 
técnicas e a ética, obrigatórios na execução da ciência. Destacam-
se pela generalidade e especificidade e são obedientes aos 
princípios. Desse modo, são mutáveis e adaptáveis à realidade 
do ambiente. 
Padrões
Representam também os comportamentos técnicos e éticos, 
mas originários das ações dos profissionais daquela ciência. 
Representam a práxis adotada, habitualmente ou comumente.
Quadro 3 – Terminologias reguladoras
Fonte: Adaptado Santos (2016, p. 17).
ISTO ESTÁ NA REDE
Link: https://www.infoescola.com/profissoes/perito-judicial/
Na Perícia Judicial temos a figura do perito, que representa a pessoa que é indicada 
pelo juiz por suas qualidades técnicas sobre um determinado assunto. Sobre o 
perito, leia a reportagem acima!
PERÍCIA CONTÁBIL 
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CAPÍTULO 2
PERÍCIA CONTÁBIL
O objetivo desta aula é apresentar o conceito sobre a Perícia Contábil. Assim, a 
Perícia Contábil representa o esclarecimento de determinados fatos de forma judicial 
ou extrajudicial. 
2.1 Perícia Contábil
A perícia contábil tem o objetivo de apresentar uma verdade sobre determinado 
litígio, usando procedimentos normatizados, técnicos e científicos, desenvolvido pelo 
perito formado em Ciências Contábeis. Em virtude disso, o Poder Judiciário tem o 
costume de solicitar a perícia contábil para casos que incluam cálculos. 
Neste contexto, a perícia contábil está ligada ao objeto da contabilidade, que é o 
patrimônio. Desta maneira, quando existe uma causa a respeito de fatos que interferem 
ou influenciam o patrimônio de uma pessoa física ou jurídica, fica necessário a opinião 
ou laudo do perito da área contábil. Conforme Sá (2011, p. 02), “Perícia contábil é a 
verificação de fatos ligados ao patrimônio individualizado visando oferecer opinião, 
mediante questão proposta. Para tal opinião realizam-se exames, vistorias, indagações, 
investigações, avaliações, arbitramentos, em suma, todos e qualquer procedimento 
necessário à opinião”. 
Título: Decisão
Fonte: https://pixabay.com/vectors/judgment-justice-judge-hammer-law-6823792/
PERÍCIA CONTÁBIL 
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A perícia contábil tem a relação com casos judiciais que necessitam de informações 
e depoimentos de partes envolvidas no litígio, tais como o autor e o réu. Assim, pela 
busca da verdade em torno dos fatos apresentados, o juiz necessita de um parecer, 
imparcial e técnico, para poder emitir uma decisão sobre o caso em questão. 
De acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade, a perícia é: 
A perícia contábil constitui o conjunto de procedimentos técnico-
científicos destinados a levar à instância decisória elementos de prova 
necessários a subsidiar a justa solução do litígio ou constatação de 
um fato, mediante laudo pericial contábil e/ou parecer contábil, em 
conformidade com as normas jurídicas e profissionais, e a legislação 
específica no que for pertinente. 
Neste segmento, para uma visualização sobre como as verdades são apresentadas, 
e como se mantem o equilíbrio necessário para uma justa decisão sobre o litígio, 
segue um esquema do processo:
Figura 2 – Esquema sobre a busca da verdade na perícia
Fonte: Conselho Regional de Contabilidade do Paraná.
Segundo Ornelas (2017, p. 16), “Perícia Contábil inscreve-se num dos gêneros da 
prova pericial, ou seja, é uma das provas técnicas à disposição das pessoas naturais 
e jurídicas, e serve como meio de prova de determinados fatos ou de questões 
patrimoniais controvertidas”. Neste segmento, segue a definição do Conselho Federal 
de Contabilidade sobre a perícia contábil através de uma representação gráfica:
PERÍCIA CONTÁBIL 
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Figura 3 – Representação gráfica sobre a perícia contábil
Fonte: Conselho Federal de Contabilidade (2015).
Para uma melhor compreensão dos termos apresentado na figura acima, seguem 
algumas definições no quadro abaixo:
Conjunto de procedimentos técnico-
científicos.
Para alcançar o seu produto final, ou seja, o laudo pericial contábil/e/ou parecer 
pericial contábil, o perito judicial ou o assistente técnico deverá se utilizar de 
técnicas e procedimentos científicos, os quais fornecerão dados e informações 
capazes de subsidiar suas conclusões. 
Destinados a levar à instância elementos de 
prova necessários a subsidiar à justa solução 
do litígio ou constatação de um fato.
Diversos são os interessados na prova pericial elaborada pelo perito contador habilitado 
a realiza a atividade. Assim, além das partes, temos o juiz, que formará sua convicção 
baseada nos elementos apresentados pelo perito. Dirimirá, a controvérsia instalada. 
Mediante laudo pericial contábil e/ou parecer 
pericial contábil.
Representam o resultado final do trabalho do perito contábil (do juízo ou 
assistente técnico, respectivamente), ou seja, é o produto do seu trabalho. 
Em conformidade com as normas jurídicas 
e profissionais: as normas jurídicas são 
aquelas, digamos, mais abrangentes, que não 
ficam restritas ao campo da contabilidade.
Por exemplo, são os dispositivos que fazem referência ao tema contidos no 
Código de Processo Civil e no Código Civil. 
Quadro 4 – Definições sobre os termos da perícia contábil
Fonte: Adaptado do Soares (2020, p. 14).
As doutrinas da perícia contábil, bem como outras atribuições executadas pelos 
peritos contábeis, estão definidas nas Normas Brasileiras de Contabilidade. 
2.1.1 Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC)
As Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) representam um conjunto de regras 
e procedimentos de conduta, a denominadas normas profissionais (NBC-Ps), como 
PERÍCIA CONTÁBIL 
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também a doutrina conceitual, os princípios, estrutura técnica e os procedimentos 
que representam as normas técnicas (NBC-Ts). Desse modo, todo esse arcabouço 
regulatório é usado como orientação para realização dos trabalhos e devem estar 
aprovados por resolução publicada pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC). 
Neste contexto, segue um quadro que apresenta como é composta as NBC:
Código de Ética Profissional do Contabilista.
Normas de Contabilidade.
Normas de Auditoria Independente e de Asseguração.
Normas de Auditoria Interna.
Normas de Perícia Contábil.
Quadro 5 – Composição da NBC
Fonte: Adaptado do Santos (2016, p. 27).
Em função das Normas Internacionais de Contabilidade publicadas pelo IASB – 
Comitê Internacional de Normas de Contabilidade, das Normas Internacionais de 
Auditoria e Asseguração, das Normas Internacionais de Contabilidade para o Setor 
Público publicadas pela IFAC – Federação Internacional de Contadores, as Normas 
Brasileiras de Contabilidade estão em processo de harmonização depois da publicação 
da Lei 11.638/07. 
Em decorrência da padronização das normas internacionais de contabilidade no 
Brasil, o Conselho Federal de Contabilidade realiza a divisão abaixo para as normas 
profissionais e técnicas:
Normas 
Profissionais
•	 NBC-PG: Normas gerais aplicadas aos profissionais da área contábil.
•	 NBC-PA: Normas aplicadas especificamente aos contadores que atuam como auditor independente.
•	 NBC-PI: normas aplicadas especificamente aos contadores que atuam como auditor interno.
•	 NBC-PP: são aplicadas especificamente aos contadores que atuam como perito contábil.
Normas 
Técnicas
•	 NBC-TS: são as normas societárias convergentes com as Normas Internacionais.
•	 NBC-TSP: normas ao Setor Público, convergentes com as Normas Internacionais de Contabilidade para 
o Setor Público.
•	 NBC-TE: normas que não possuem Norma Internacional correspondente, observando as NBC-TS.•	 NBC-TA: são as normas de Auditoria convergentes com as Normas Internacionais de Auditoria Indepen-
dente (ISAs) emitidas pela Federação Internacional de Contadores (IFAC).
•	 NBC-TR: são as normas de Revisão convergentes com as Normas Internacionais de Revisão (ISREs), 
emitidas pela IFAC.
•	 NBC-TO: são as normas de Asseguração convergentes com as Normas Internacionais de Asseguração 
(ISAEs), emitidas pela IFAC.
•	 NBC-TSC: são as normas para Serviços Correlatos convergentes com as Normas Internacionais para 
Serviços Correlatos (ISRSs) emitidas pela IFAC.
•	 NBC-TI: são as normas aplicadas aos trabalhos de auditoria interna.
•	 NBC-TP: são as normas aplicadas aos trabalhos de perícia.
Quadro 6 – Divisão das normas profissionais e técnicas
Fonte: Adaptado do Santos (2016, p. 27 - 28).
PERÍCIA CONTÁBIL 
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Caso os profissionais não cumpram com as inobservâncias das Normas Brasileiras 
de Contabilidade, considera-se como uma infração disciplinar, prevista nas alíneas “c”, 
“d” e “e” do artigo 27 do Decreto-Lei nº 9.295/46, e se necessário, aplicável ao Código 
de Ética Profissional do Contador. 
2.1.1.1 Norma Brasileira de Contabilidade – NBC TP 01 (R1) - Perícia Contábil
Em continuidade dos assuntos em torno da Perícia Contábil, agora será apresentado 
a NBC TP 01 (R1) – Perícia Contábil que foi emitida em 19/03/2020.
Neste contexto, o Conselho Federal de Contabilidade, no exercício de suas atribuições 
legais e regimentais e com fundamento no disposto na alínea “f” do art. 6º do Decreto-
Lei nº 9.295/1946, com alterações pela Lei nº 12.249/2010, aprova os itens abaixo 
que fazem parte da composição da norma:
OBJETIVO 1. Esta Norma estabelece diretrizes e procedimentos técnico-científicos a serem observados pelo perito, quando da realização de perícia contábil, no âmbito judicial e extrajudicial.
CONCEITO
2. A perícia contábil é o conjunto de procedimentos técnico-científicos destinados a levar à instância decisória ele-
mentos de prova necessários a subsidiar a justa solução do litígio ou constatação de fato, mediante laudo pericial 
contábil e/ou parecer pericial contábil, em conformidade com as normas jurídicas e profissionais e com a legislação 
específica no que for pertinente.
3. O laudo pericial contábil e o parecer pericial contábil têm por limite o objeto da perícia deferida ou contratada.
4. A perícia contábil é de competência exclusiva de contador em situação regular em Conselho Regional de Contabili-
dade.
5. A perícia judicial é exercida sob a tutela do Poder Judiciário. A perícia extrajudicial é exercida no âmbito arbitral, esta-
tal ou voluntária. A perícia arbitral é exercida sob o controle da lei de arbitragem e pelos regulamentos das Câmaras 
de Arbitragem. Perícias oficial e estatal são executadas sob o controle de órgãos de Estado. Perícia voluntária é 
contratada, espontaneamente, pelo interessado ou de comum acordo entre as partes.
PLANEJAMENTO 6. O planejamento da perícia é a etapa do trabalho pericial, na qual o perito estabelece as diretrizes e a metodologia a serem aplicadas.
Objetivos
7. Os objetivos do planejamento da perícia são:
(a) conhecer o objeto e a finalidade da perícia para permitir a escolha de diretrizes e procedimentos a serem ado-
tados para a elaboração do trabalho pericial;
(b) desenvolver plano de trabalho onde são especificadas as diretrizes e procedimentos a serem adotados na 
perícia;
(c) estabelecer condições para que o plano de trabalho seja cumprido no prazo estabelecido;
(d) identificar potenciais problemas e riscos que possam vir a ocorrer no andamento da perícia;
(e) identificar fatos importantes para a solução da demanda, de forma que não passem despercebidos ou não 
recebam a atenção necessária;
(f) identificar a legislação aplicável ao objeto da perícia;
(g) estabelecer como ocorrerá a divisão das tarefas entre os membros da equipe de trabalho, sempre que o perito 
necessitar de auxiliares.
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Desenvolvimento
8. Elaborado o plano de trabalho pericial, o perito pode convidar os assistentes técnicos para uma reunião de trabalho, 
presencial ou por meio eletrônico, para dar conhecimento do planejamento da execução do trabalho pericial.
9. Ao identificar na etapa de elaboração do planejamento, as diligências necessárias desde que não haja preclusão de 
prova documental, é necessário considerar a legislação aplicável, documentos, registros, livros contábeis, fiscais e 
societários, laudos e pareceres já realizados e outras informações pertinentes para determinar a natureza do traba-
lho a ser executado.
10. O planejamento deve ser realizado pelo perito nomeado ainda que o trabalho venha a ser realizado de forma con-
junta.
11. O planejamento da perícia deve ser mantido por qualquer meio de registro que facilite o entendimento dos procedi-
mentos a serem aplicados e sirva de orientação adequada à execução do trabalho.
12. O planejamento deve ser revisado e atualizado sempre que fatos novos surjam no decorrer da perícia. 
Equipe técnica
13. Quando a perícia exigir o trabalho de terceiros (equipe de apoio, trabalho de especialistas ou profissionais de outras 
áreas de conhecimento), o planejamento deve prever a orientação e a supervisão do perito nomeado, que responde 
pelos trabalhos por eles executados.
Cronograma
14. O perito nomeado deve considerar que o planejamento tem início antes da elaboração da proposta de honorários, 
para apresentá-la à autoridade competente ou ao contratante, há necessidade de se especificarem as etapas do 
trabalho a serem realizadas salvo as que possam surgir quando da execução do trabalho pericial.
15. O plano de trabalho deve evidenciar todas as etapas necessárias à execução da perícia, como: diligências, desloca-
mentos, trabalho de terceiros, pesquisas, cálculos, planilhas, respostas aos quesitos, reuniões com os assistentes 
técnicos, prazo para apresentação do laudo pericial contábil ou oferecimento do parecer pericial contábil.
TERMOS E ATAS
16. Termo de diligência é o instrumento por meio do qual o perito cumpre a determinação legal ou administrativa e so-
licita que sejam colocados à disposição livros, documentos, coisas, dados e informações necessárias à elaboração 
do laudo pericial contábil ou parecer pericial contábil.
17. O termo de diligência serve para formalizar e comprovar o trabalho de campo; deve ser redigido pelo perito nomeado; 
e ser encaminhado ao diligenciado.
18. O perito deve observar os prazos a que está obrigado por força de determinação legal e, dessa forma, definir o prazo 
para o cumprimento da solicitação pelo diligenciado.
19. Caso ocorra a negativa da entrega dos elementos de prova formalmente requeridos, o perito deve se reportar direta-
mente a quem o nomeou, contratou ou indicou, narrando os fatos e solicitando as providências cabíveis.
Estrutura 
do termo de 
diligência
20. O termo deve conter os seguintes itens:
(a) identificação do diligenciado; 
(b) identificação das partes ou dos interessados e, em se tratando de perícia judicial ou arbitral, o número do 
processo ou procedimento, o tipo e o juízo em que tramita;
(c) identificação profissional do perito; 
(d) indicação de que está sendo elaborado nos termos desta Norma;
(e) indicação detalhada dos documentos, coisas, dados e informações, consignando as datas e/ou períodos 
abrangidos, podendo identificar o quesito a que se refere;
(f) indicação do prazo e do local para a exibição dos elementos indicados na alínea anterior;
(g) local, data e assinatura. 
Atas 21. Tudo quanto é debatido e deliberado nas reuniões realizadas pelo perito pode ser lavrado em ata, a qual será assina-da pelos presentes, que receberão uma via da mesma, e uma das vias deve ser juntada com o laudo.
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EXECUÇÃO
22. Ao ser intimado para dar início aostrabalhos periciais, o perito nomeado deve comunicar às partes e aos assistentes 
técnicos: a data e o local de início da produção da prova pericial contábil, exceto se fixados pelo juízo, juízo arbitral 
ou autoridade administrativa:
(a) caso não haja, nos autos, dados suficientes para a localização dos assistentes técnicos, a comunicação deve 
ser feita aos advogados das partes e, caso estes também não tenham informado endereço nas suas petições, 
a comunicação deve ser feita diretamente às partes e/ou ao Juízo, juízo arbitral ou autoridade administrativa;
(b) assim que formalizada sua contratação, pode o assistente técnico manter contato com o perito, colocando-se 
à disposição para cooperar do desenvolvimento do trabalho pericial;
(c) o perito nomeado deve assegurar aos assistentes técnicos o acesso aos autos e aos elementos de prova 
arrecadados durante a perícia, indicando local, data e hora para exame deles; 
(d) os assistentes técnicos têm o dever inalienável de colaborar para a revelação da verdade e comportar-se de 
acordo com a boa-fé e com a equidade, além de cooperar entre si e com o perito nomeado, para que se obte-
nha um resultado da perícia em tempo razoável; 
(e) os assistentes técnicos podem entregar ao perito nomeado cópia do seu parecer prévio, planilhas ou memó-
rias de cálculo, informações e demonstrações que possam esclarecer ou auxiliar o trabalho a ser desenvolvido 
pelo perito nomeado, assegurado o acesso ao outro assistente. 
23. 23. O assistente técnico pode, logo após a sua contratação, manter contato com o advogado da parte que o contra-
tou, requerendo dossiê completo do processo para conhecimento dos fatos e melhor acompanhamento dos atos 
processuais no que for pertinente à perícia. 
24. O perito, enquanto estiver de posse do processo ou de documentos, deve zelar por sua guarda e segurança e ser 
diligente.
25. Para a execução da perícia contábil, o perito deve ater-se ao objeto e ao lapso temporal da perícia a ser realizada. 
26. Mediante termo de diligência, o perito deve solicitar, por escrito, todos os documentos e informações relacionados 
ao objeto da perícia, fixando o prazo para entrega.
27. A eventual recusa no atendimento aos elementos solicitados nas diligências ou qualquer dificuldade na execução 
do trabalho pericial devem ser comunicadas ao juízo, com a devida comprovação ou justificativa, em se tratando de 
perícia judicial; ao juiz arbitral ou à parte contratante, no caso de perícia extrajudicial.
28. O perito pode utilizar os meios que lhe são facultados pela legislação e as normas concernentes ao exercício de 
sua função, com vistas a instruir o laudo pericial contábil ou o parecer pericial contábil com as peças que julgar 
necessárias.
29. O perito deve manter registro dos locais e datas das diligências, nome das pessoas que o atender, livros e documen-
tos ou coisas vistoriadas, examinadas ou arrecadadas, dados e particularidades de interesse da perícia, rubricando 
a documentação examinada, quando julgar necessário e possível, juntando o elemento de prova original, cópia ou 
certidão.
30. A execução da perícia, quando incluir a utilização de equipe técnica, deve ser realizada sob a orientação e supervisão 
do perito, que assume a responsabilidade pelos trabalhos.
31. O perito deve especificar os elementos relevantes que serviram de suporte à conclusão formalizada no laudo pericial 
contábil e no parecer pericial contábil.
Procedimentos
32. Os procedimentos periciais contábeis visam fundamentar o laudo pericial contábil e o parecer pericial contábil e 
abrangem, total ou parcialmente, segundo a natureza e a complexidade da matéria, exame, vistoria, indagação, 
investigação, arbitramento, mensuração, avaliação, certificação e testabilidade. Esses procedimentos são assim 
definidos:
(a) exame é a análise de livros, registros de transações e documentos;
(b) vistoria é a diligência que objetiva a verificação e a constatação de situação, coisa ou fato, de forma circuns-
tancial;
(c) indagação é a busca de informações mediante entrevista com conhecedores do objeto ou de fato relacionado 
à perícia;
(d) investigação é a pesquisa que busca constatar o que está oculto por quaisquer circunstâncias;
(e) arbitramento é a determinação de valores, quantidades ou a solução de controvérsia por critério técnico-cien-
tífico;
(f) mensuração é o ato de qualificação e quantificação física de coisas, bens, direitos e obrigações;
(g) avaliação é o ato de estabelecer o valor de coisas, bens, direitos, obrigações, despesas e receitas; 
(h) certificação é o ato de atestar a informação obtida na formação da prova pericial;
(i) testabilidade é a verificação dos elementos probantes juntados aos autos e o confronto com as premissas 
estabelecidas.
Quadro 7 – NBC TP 01 (R1) – Perícia Contábil
Fonte: Adaptado do Conselho Federal de Contabilidade (2020).
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ISTO ESTÁ NA REDE
Link: https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?codigo=2015/NBCTP01
A redação completa sobre a NBC TP 01 (R1) está disponível no portal do Conselho 
Federal de Contabilidade na internet e pode ser acessada pelo link acima. Vale 
apena conferir!
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CAPÍTULO 3
O PERITO CONTADOR
Em continuidade aos assuntos sobre Perícia Contábil, vamos abordar nesta aula 
os assuntos em torno do Perito-Contador. 
3.1 Perito-Contador
O Perito-Contador é o profissional registrado no Conselho Regional de Contabilidade 
– CRC (de acordo com o Estado de origem), que tem a função de exercer a atividade 
pericial de forma pessoal. Assim, esse profissional deve ser reconhecido por suas 
experiências e qualidades em relação a matéria periciada. 
As Normas Brasileiras de Contabilidade também definem o papel e as atribuições 
do perito. Desse modo, as normas sobre a perícia foram regulamentadas em 1992. 
Contudo, existe uma nova estrutura normativa para a classe contábil, onde a mesma foi 
aprovada pela Resolução NBC PP 01/2015, a NBC-TP-1, que substitui a anterior NBC-P-2, 
que apresentou um maior esclarecimento, abrangência e clareza no direcionamento 
sobre atuação do perito-contador. 
Segundo a NBC PP 01, o perito oficial é aquele que é investido na função, por 
lei, ligado ao órgão especial do Estado destinado, a produzir perícias que exerce a 
atividade por profissão. Neste sentido, desenvolve a atividade como profissão, e assim 
denominado como “perito judicial” ou “perito do juízo”. Porém, a denominação “perito 
oficial” é utilizada para os peritos ligados aos institutos de criminalística e às polícias 
judiciárias dos Estados e da União (SOARES, 2020).
3.1.1 Perito do Juízo
De acordo com o art. 156 do CPP (Código de Processo Penal), o juiz deve ser 
assistido por um perito no caso de a prova do fato depender de conhecimento técnico 
ou científico. O perito será escolhido em seguida da requisição realizada pelo juiz 
presidente dos autos. Assim, a nomeação vem em seguida, quando o profissional (ou 
órgão técnico ou científico) passará a atuar oficialmente no processo que se encontra 
sob a tutela do Poder Judiciário. Portanto, esse perito será denominado como “perito 
do juízo” ou “perito judicial”.
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Figura 4 – Processo de nomeação do perito
Fonte: Soares (2020, p. 25).
O perito é considerado como um profissional que vem auxiliar a justiça. Desse 
modo, o perito encontra-se ao lado do escrivão, do chefe de secretaria, do oficial 
da justiça, do depositário, do administrador, do intérprete, do tradutor, do mediador, 
do conciliador judicial, do partidor, do distribuidor, do contabilista e do regulador de 
avarias (SOARES, 2020).
Contudo, existe uma série de condicionantes a serem observados no processo de 
nomeação do perito juízo, que são (SOARES, 2020):
• Condicionantes profissionais, cadastrais e legais;• Condicionantes ligadas ao conhecimento técnico-científico;
• Condicionantes éticos-morais.
Para uma melhor compreensão sobre os condicionantes, segue a figura abaixo:
Figura 5 – Condicionantes
Fonte: Soares (2020, p. 26).
3.1.1.1 Condicionantes profissionais, cadastrais e legais
Um dos requisitos básicos para que o perito atue na área é que o mesmo tenha 
formação acadêmica e esteja legalmente habilitado e regular com as obrigações do 
conselho de classe correspondente, como o CRC – Conselho Regional de Contabilidade 
(classe contábil).
Neste segmento, a indicação do perito ou órgão técnico-científico pelo juiz demonstra 
a relação de confiança entre o juiz e o perito escolhido. Dessa forma, o Código de 
Processo Civil de 2015, no art. 156, aponta a necessidade de que tais profissionais ou 
órgãos técnico-científico, antes de se colocarem à disposição do magistrado, estejam 
inscritos num cadastro a ser mantido pelo tribunal ao qual aquela autoridade judiciária 
esteja vinculada (SOARES, 2020). Sendo assim, a inclusão de candidatos no cadastro 
passa por uma consulta pública a ser realiza pelos tribunais, através da internet. Assim, 
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essa consulta engloba as universidades, conselhos de classe, Ministério Público (MO), 
Defensoria Pública (DP) e Ordem do Advogados do Brasil (OAB). 
Conforme o CPC (Código de Processo Civil) de 2015, no art. 156, temos o seguinte 
esquema sobre o cadastro do perito:
Figura 6 – Cadastro do perito
Fonte: Soares (2020, p. 28).
Em relação ao Perito Contábil, além de ser contador e estar registrado e regular no 
CRC – Conselho Regional de Contabilidade, precisa realizar o denominado Exame de 
Qualificação Técnica para Perito Contábil (EQT-PC). Com aprovação do exame, que 
acontece a cada ano, fica garantida a inscrição do contador no Cadastro Nacional de 
Peritos Contábeis (CNPC) do CFC.
3.1.1.2 Condicionantes ligadas ao conhecimento técnico-científico
No item conhecimento técnico-científico, o escolhido deverá fazer um exame de 
consciência sobre a sua aptidão em lidar com a matéria do processo que esteja levantando 
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dúvida por parte do juiz e partes envolvidas. Assim, a partir da nomeação, ficará com 
acesso livre aos autos, mediantes vistas, no próprio juízo ou tribunal (SOARES, 2020).
Neste contexto, o que espera por parte do perito é uma opinião emitida por um 
especialista no assunto de que se tem dúvida. Assim, suas conclusões devem ser 
embasadas tecnicamente e cientificamente para garantir uma certa segurança para 
a discussão do assunto em questão. Porém, caso tenha ausência de conhecimento 
técnico ou científico, pode ocorrer a substituição do perito. Caso aconteça a substituição 
do perito, cabe ao perito restituir os valores eventualmente recebidos pelos trabalhos não 
realizados. Desse modo, o perito tem o prazo de 15 (quinze) dias, caso não aconteça, 
fica impedido de atuar na função pelo prazo de 5 (cinco) anos.
3.1.1.3 Condicionantes ético-morais
Neste item, o perito deve ser ético, ou seja, transparecer a ética e a moral. Assim, 
espera-se do perito o respeito e a cordialidade para com os colegas e as partes envolvidas 
no litígio, bem como o irrestrito cumprimento das normas voltadas à conduta ética 
da categoria profissional que está devidamente registrado. 
Neste segmento, o perito contador deve seguir rigorosamente o Código de Ética 
Profissional do Contador e as demais normas emitidas pelo Conselho Federal de 
Contabilidade. Logo, cabe ao perito observar sobre o seu eventual enquadramento 
em hipóteses de impedimento ou suspeição determinados por aspectos legislativos 
e normativos da categoria profissional. Caso não exista nenhum impedimento legal, o 
perito deve aceitar a função através da petição dirigida ao magistrado (SOARES, 2020).
A opinião do perito deve apresentar um peso considerável no resultado do processo. 
Porém, muitas vezes acaba sendo a base para as conclusões e decisões emitidas 
pelo juiz, impactando nos interesses de terceiros. Sendo assim, o CPC - (Código de 
Processo Civil) de 2015 prevê: consequências profissionais e financeiras, caso o juiz e 
as partes se depararem com informações ou conclusões inverídicas, ou mesmo com 
eventuais omissões, que de alguma forma, por culpa ou dolo, pode causar prejuízos 
a partes. Por fim, no art. 158 do CPC/2015 temos:
Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações 
inverídicas responderá pelos prejuízos que causar à parte e ficará 
inabilitado para atuar em outras perícias no prazo de 2 (dois) a 5 
(cinco) anos, independentemente das demais sanções previstas em 
lei, devendo o juiz comunicar o fato ao respectivo órgão de classe 
para adoção das medidas que entender cabíveis.
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Dessa forma, com base no art. 158, pode-se entender (SOARES, 2020).
• Conduta reprovada começa com a prestação de informações inverídicas que, 
como resultado, venham a causar prejuízo à parte;
• A conduta envolve dolo ou culpa, ou seja, independe da vontade do agente 
causador do dano.
• Em sansão administrativa, ficará inabilitado para o exercício da função de perito 
por um prazo que pode variar entre 2 (dois) e 5 (cinco) anos. 
• Não afasta a aplicação de sanções outras, como civis e criminais, a depender 
da extensão do dano e seus efeitos e do enquadramento em algum dispositivo 
correlato.
• Deverá o juiz comunicar o fato ao respectivo órgão de classe. No caso do perito 
contador, o registro deve ser feito junto ao CRC.
3.1.1.3 Condicionantes principais para escolha e nomeação do perito judicial
Por fim, com base nos assuntos apresentados nos tópicos anteriormente, segue 
um resumo, em forma de figura, sobre as condicionantes principais que envolvem a 
escolha e a nomeação do perito judicial na visão de Soares (2020):
Figura 7 – Síntese dos condicionantes de escolha e nomeação do perito 
Fonte: Soares (2020, p. 32).
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3.1.2 Assistente Técnico
No Brasil, temos a figura do assistente técnico, ou seja, o perito assistente. Porém, 
o perito assistente não pertence aos auxiliares da justiça. Assim, são nomeados pelas 
partes, e não pelo juiz. Ou seja, cabe ao juiz acatar ou não a solicitação das partes 
sobre o pedido do assistente técnico. 
Em um litígio, a presença do assistente técnico no processo é facultativa. Sendo 
assim, se uma das partes pedir o assistente técnico, o mesmo deve fazer a indicação 
dentro do prazo máximo de 15 (quinze) dias, a partir da nomeação do perito juízo. 
Sendo assim, no art. 465 do CPC/2015, temos:
Art. 465 O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e 
fixará de imediato o prazo para a entrega do laudo.
§ 1º Incumbe às partes, dentro de 15 (quinze) dias contados da 
intimação do despacho de nomeação do perito:
I – [...]
II – indicar o assistente técnico;
III – [...]
Em suma, a parte contratante e o contratado firmem um contrato de prestação 
de serviços, serão definidas as responsabilidades e prazos. Logo, esse contrato não 
poderá ser anexado ao processo, ou seja, será apenas uma formalidade entre as partes. 
Portanto, a função do assistente técnico é defender os interesses da parte que o 
contratar. Assim, deverá elaborar os quesitos no prazo de 15 (quinze) dias a partir da 
nomeação do perito judicial. Neste segmento, o assistente técnico e o perito do juízo 
não podem ter qualquer tipo de relação profissional entre si. Ambos estão no mesmo 
nível, e assim devem favorecer a harmonia no desenvolvimento dos trabalhos.
De acordo com CPC - (Código de Processo Civil) de 2015, resguarda os direitos dos 
assistentes técnicos em acompanhar as ações (diligencias e exames) realizadas pelo 
perito. Logo, o trabalho do assistente técnico é denominado como parecertécnico. 
Para uma melhor compreensão sobre o trabalho realizado pelo Perito do Juízo e o 
Assistente Técnico, segue uma figura com as principais diferentes entre eles:
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Figura 8 – Diferenças entre o Perito do Juízo e o Assistente Técnico 
Fonte: Soares (2020, p. 36).
Por fim, com base nas informações da figura, fica claro as diferenças entre o Perito 
do Juízo e o Assistente Técnico. 
ISTO ESTÁ NA REDE
Link: https://sinpejusnacional.org.br/
Acesse o site do Sindicato Nacional dos Peritos da Justiça para conhecer um pouco 
mais sobre os trabalhos dos peritos. 
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CAPÍTULO 4
PERÍCIA CONTÁBIL 
– NBC TP 01 (R1)
Nesta unidade, seguiremos com a NBC TP 01 (R1) – Perícia Contábil, mostrando 
os outros itens que compõem a norma. 
4.1 NBC TP 01 (R1) – Perícia Contábil
Em continuidade ao conteúdo da NBC TP 01 (R1) – Perícia Contábil, segue o quadro 
abaixo apresentando outros itens importantes que complementam a norma.
LAUDO PERICIAL 
CONTÁBIL E PARECER 
PERICIAL CONTÁBIL
1. Concluídos os trabalhos periciais, o perito nomeado deve apresentar laudo pericial contábil, e o assistente técnico pode oferecer 
seu parecer pericial contábil, obedecendo aos respectivos prazos legais e/ou contratuais.
2. O perito nomeado, depois de protocolado o laudo, pode fornecer cópia aos assistentes técnicos.
3. O assistente técnico não pode validar o laudo pericial quando o documento tiver sido elaborado por leigo ou profissional de 
outra área, devendo, neste caso, oferecer o parecer pericial contábil sobre a matéria periciada. 
4. O laudo pericial contábil e o parecer pericial contábil devem ser elaborados somente por contador ou pessoa jurídica, se a lei 
assim permitir, que estejam devidamente registrados e habilitados. A habilitação é comprovada por intermédio da Certidão de 
Regularidade Profissional emitida por Conselho Regional de Contabilidade ou do Cadastro Nacional de Peritos Contábeis do 
Conselho Federal de Contabilidade. 
5. O laudo pericial contábil e o parecer pericial contábil são documentos escritos, que devem registrar, de forma abrangente, o con-
teúdo da perícia e particularizar os aspectos e as minudências que envolvam o seu objeto e as buscas de elementos de prova 
necessários para a conclusão do seu trabalho.
6. Os peritos devem consignar, no final do laudo pericial contábil ou do parecer pericial contábil, de forma clara e precisa, as suas 
conclusões.
Apresentação do laudo 
pericial contábil e do 
parecer pericial contábil
7. O laudo e o parecer são, respectivamente, orientados e conduzidos pelo perito nomeado e pelo assistente técnico, que devem 
adotar padrão próprio, respeitada a estrutura prevista nas disposições legais, administrativas e nesta Norma.
8. A linguagem adotada pelo perito deve ser clara, concisa, evitando o prolixo e a tergiversação, possibilitando aos julgadores e às 
partes o devido conhecimento da prova técnica e interpretação dos resultados obtidos. As respostas aos quesitos devem ser 
objetivas, completas e não lacônicas. Os termos técnicos devem ser inseridos no laudo e no parecer, de modo a se obter uma 
redação que qualifique o trabalho pericial, respeitadas as Normas Brasileiras de Contabilidade.
9. Tratando-se de termos técnicos atinentes à Ciência Contábil, devem ser acrescidos dos seus respectivos conceitos doutriná-
rios, sentido e alcance contabilístico de cada um dos termos técnicos, além de esclarecimentos adicionais ou em notas de 
rodapé. É recomendada a utilização daqueles termos já consagrados pela literatura contábil.
10. O perito deve elaborar o laudo e o parecer, utilizando-se do vernáculo, sendo admitidas apenas palavras ou expressões idiomá-
ticas de outras línguas de uso comum nos tribunais judiciais ou extrajudiciais.
11. O laudo e o parecer devem contemplar o resultado final alcançado por meio de elementos de prova inclusos nos autos ou arre-
cadados em diligências que o perito tenha efetuado, por intermédio de peças contábeis e quaisquer outros documentos, tipos 
e formas. 
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Terminologia
12. Forma circunstanciada: é a redação pormenorizada e efetuada com cautela em relação aos procedimentos e aos resultados 
obtidos no trabalho pericial. Síntese do objeto da perícia: definir de forma clara o propósito ou a finalidade da perícia.
13. Resumo dos autos: o relato ou a transcrição sucinta, de forma que resulte em leitura compreensiva dos fatos relatados sobre 
as questões básicas, que resultaram na nomeação ou na contratação do perito.
14. Diligência: 
(a) lato sensu: todos os atos adotados pelo perito, inclusive, comunicações às partes e seus assistentes, na busca de docu-
mentos, coisas, dados e informações e outros elementos de prova necessários à elaboração do trabalho pericial; 
(b) stricto sensu: o trabalho de campo na busca de elementos necessários que não estejam juntados aos autos.
15. Critério: é a faculdade que tem o perito de distinguir como proceder em torno dos fatos alegados para decidir as diretrizes e os 
procedimentos que deve seguir na elaboração do trabalho pericial. 
16. Método: é um procedimento de análise técnica e/ou científica de valoração dos elementos probantes que instruíram a demanda, 
predominantemente aceito pelos especialistas da área do conhecimento do qual se originou. 
17. Conclusão: é a exposição sintética da matéria fática constatada, indicando o suporte técnico-científico que justifica as con-
clusões a que chegou o perito ou o assistente técnico. Outras informações ou elementos relevantes, que não constaram da 
quesitação, devem ser consignados.
18. Apêndices: são documentos elaborados pelo perito contábil; e Anexos são documentos entregues a estes pelas partes e por 
terceiros, com o intuito de complementar a argumentação ou elementos de prova.
19. Esclarecimentos: são informações prestadas pelo perito aos pedidos de esclarecimentos sobre trabalho pericial, determinados 
pelas autoridades competentes, por motivos de obscuridade, incompletudes, contradições ou omissões.
20. Os peritos devem, na conclusão do trabalho pericial, considerar as formas explicitadas nos itens seguintes:
(a) omissão de fatos: o perito nomeado não pode omitir nenhum fato relevante encontrado no decorrer de suas pesquisas ou 
diligências, mesmo que não tenha sido objeto de quesitação e desde que esteja relacionado ao objeto da perícia;
(b) a conclusão com quantificação de valores é viável em casos de: apuração de haveres; liquidação de sentença, inclusive 
em processos trabalhistas; resolução de sociedade; avaliação patrimonial, entre outros;
(c) pode ocorrer que, na conclusão, seja necessária a apresentação de alternativas, condicionada às teses apresentadas 
pelas partes, casos em que cada uma apresenta uma versão para a causa. O perito pode apresentar as alternativas 
condicionadas às teses apresentadas, devendo, necessariamente, ser identificados os critérios técnicos que lhes deem 
respaldo;
(d) a conclusão pode ainda reportar-se às respostas apresentadas nos quesitos;
(e) a conclusão pode ser, simplesmente, elucidativa quanto ao objeto da perícia, não envolvendo, necessariamente, quanti-
ficação de valores.
Estrutura
21. O laudo deve conter, no mínimo, os seguintes itens:
(a) identificação do processo ou do procedimento, das partes, dos procuradores e dos assistentes técnicos;
(b) síntese do objeto da perícia;
(c) resumo dos autos; 
(d) análise técnica e/ou científica realizada pelo perito;
(e) método científico adotado para os trabalhos periciais, demonstrando as fontes doutrinárias deste e suas etapas;
(f) relato das diligências realizadas;
(g) transcrição dos quesitos e suas respectivas respostas conclusivas para o laudo pericial contábil;
(h) conclusão;
(i) termo de encerramento, constando a relação de anexos e apêndices;(j) assinatura do perito: deve constar sua categoria profissional de contador, seu número de registro em Conselho Regional 
de Contabilidade e, se houver, o número de inscrição no Cadastro Nacional de Peritos Contábeis (CNPC), e sua função: se 
laudo, perito nomeado e se parecer, assistente técnico da parte. É permitida a utilização da certificação digital, em conso-
nância com a legislação vigente e as normas estabelecidas pela Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileiras - ICP-Brasil;
(k) para elaboração de parecer, aplicam-se o disposto nas alíneas acima, no que couber.
Assinatura em conjunto 22. Quando se tratar de laudo pericial contábil, assinado em conjunto pelos peritos, há responsabilidade solidária sobre o referido documento.
Laudo e parecer de leigo ou 
profissional não habilitado
23. Considera-se leigo ou profissional não habilitado para a elaboração de trabalhos periciais contábeis qualquer profissional que 
não seja contador habilitado perante Conselho Regional de Contabilidade.
Esclarecimentos sobre 
laudo e parecer pericial 
contábil
24. Havendo determinação de esclarecimentos sobre o laudo ou parecer sem a realização de audiência, o perito deve fazer, por es-
crito, observando em suas respostas os mesmos procedimentos adotados quando da feitura do esclarecimento em audiência, 
no que for aplicável. 
25. Quesitos suplementares/complementares formulados sob a forma de esclarecimentos devem ser submetidos à autoridade 
julgadora.
Quadro 8 – NBC TP 01 (R1) – Perícia Contábil
Fonte: Adaptado do Conselho Federal de Contabilidade (2020).
PERÍCIA CONTÁBIL 
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De acordo com a norma apresentada, a perícia contábil tem como objetivo oferecer 
uma opinião sobre atos ou fatos, a verdade encoberta. Desse modo, na figura abaixo 
segue como funciona a nomeação do perito para um litígio:
Figura 9 – Representação gráfica sobre a nomeação do perito
Fonte: Soares (2020, p. 24).
As informações devem ser baseadas em conhecimentos técnico-científico, onde o 
perito deve auxiliar o juiz a encontrar uma solução justa para um litígio. 
ISTO ESTÁ NA REDE
Link: https://crcsp.org.br/portal/fiscalizacao/pericia.htm#
No portal do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo existem 
algumas informações importantes sobre fiscalização e regulamentação da perícia 
contábil. Vale apena conferir!
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CAPÍTULO 5
PERÍCIA CONTÁBIL E 
AUDITORIA CONTÁBIL
Neste tópico, veremos as diferenças entre Perícia Contábil e Auditoria Contábil para 
que você possa entender abrangência dessas duas áreas da contabilidade. 
5.1 Perícia Contábil 
A perícia tem como objetivo básico o esclarecimento dos fatos em relação a um 
processo de litígio, seja de forma judicial ou extrajudicial. Assim, os mesmos devem 
ser comprovados por laudos e pareceres. 
Título: Perícia
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/contabilidade-analise-pesquisa-negocio-8296981/
Neste contexto, a perícia se envolve com o questionamento para que possa produzir 
provas para veracidade dos fatos. Dessa forma, a perícia representa um meio de prova 
previsto no direito através de documentos, testemunha e depoimento pessoal. Conforme 
as Norma Brasileira de Contabilidade, a perícia contábil representa “o conjunto de 
procedimentos técnicos, que tem por objetivo a emissão de laudo ou parecer sobre 
questões contábeis, mediante exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento, 
avaliação ou certificado”.
PERÍCIA CONTÁBIL 
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Sendo assim, os trabalhos da Perícia Contábil são de prerrogativa dos Contadores 
conforme a Resolução CFC nº 560/83. Logo, os peritos podem desenvolver os seguintes 
trabalhos (CRC, 2022):
• Avaliação dos fundos de comércio;
• Apuração do valor patrimonial de participações, quotas ou ações;
• Reavaliações e medição dos fatos incidentes sobre o patrimônio e o resultado 
periódico de quaisquer entidades;
• Regulações judiciais ou extrajudiciais, de avarias grossas ou comuns;
• Revisões de balanços, contas ou quaisquer demonstrações ou registros contábeis 
quando decorrentes de trabalho pericial;
• Apuração de haveres e avaliações de direitos e obrigações, do acervo patrimonial 
de quaisquer entidades, em vista de liquidação, fusão, cisão, expropriação no 
interesse público, transformação ou incorporação dessas entidades, bem como 
em razão de entrada, retirada, exclusão ou falecimento de sócios, quotistas ou 
acionistas;
• Levantamentos de balanços especiais para fins de determinação do patrimônio 
líquido;
• Magistério de disciplina de Perícia Contábil, nos Cursos de Ciências Contábeis;
• Assistência ao administrador judicial na recuperação judicial, extrajudicial e 
falência (Lei nº 11.101-05), e aos liquidantes de qualquer massa ou acervo 
patrimonial;
• Perito-contador do Juízo (nomeado pelos magistrados das diversas áreas do 
Judiciário, inclusive podendo atuar na área arbitral);
• Perito-contador assistente (contratado pelas partes).
5.2 Auditoria Contábil 
A Auditoria Contábil tem a finalidade de verificar os registros ou procedimentos 
realizados no processo da escrituração contábil das organizações, e a partir disso, 
expressa os seus resultados mediante relatórios. Dessa forma, a auditoria tende a ser 
constante, atendendo um maior número de usuários. 
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Título: Auditoria 
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/contabilidade-comercio-negocios-documentos-7681091/
No desenvolvimento dos seus trabalhos, a auditoria se preocupa com a amostragem 
para verificação dos procedimentos. Sendo assim, examina minuciosamente os 
registros e documentos da organização. Contudo, está relacionada à gestão porque 
também analisa os dados contábeis e financeiros, assim, investiga os procedimentos 
administrativos, técnicos e éticos.
Conforme o CRC/Ceará, são oito as áreas beneficiadas com uma auditoria, tais como:
• Administrativa;
• Patrimonial;
• Fiscal;
• Técnica;
• Financeira;
• Econômica;
• Ética;
• Social.
A Auditoria também pode ajudar na identificação de erros e fraudes, tais como:
• Alteração e manipulação de documentos e registros;
• Omissão de transações em registros contábeis;
• Apropriação indevida de ativos;
• Práticas indevidas na contabilidade;
• Transações sem comprovação registradas;
• Erros nos cálculos nas demonstrações contábeis;
• Interpretação incorreta das normas, regulamentos e legislação.
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5.2 Perícia Contábil versus Auditoria Contábil 
Anteriormente, houve a apresentação dos conceitos básicos em torno da Perícia 
Contábil e da Auditoria Contábil. Em continuidade, vamos apresentar as principais 
diferenças entre elas.
PERÍCIA AUDITORIA
Exercida somente por Pessoa Física, na esfera 
judicial, pois depende de um profissional de nível 
universitário (CPC, art. 145).
Pode ser executada tanto por Pessoa Física 
quanto por Pessoa Jurídica.
O Perito tem autoridade e independência de juízo 
acadêmico concedida pelo juiz. Responde civil 
e criminalmente pelo resultado de sua opinião. 
Pode ser realizada por Pessoa Jurídica quando 
extrajudicial, hipótese do art. 8 da Lei 6.404/76
O Auditor não tem autoridade. É um prestador 
de serviço contratado peça empresa, com 
independência e responsabilidade civil e criminal 
sobre a opinião.
A Perícia serve a uma época, questionamento 
específico, por exemplo, apuração de haveres na 
dissolução da sociedade.
Tende à necessidade constante, como 
exemplo: a auditoria de balanço, que repete- se 
anualmente.
A Perícia se prende ao caráter científico de uma 
prova com o objetivo de esclarecer controvérsias. 
Não se repete. É específica.
A auditoria se prende à continuidade de uma 
gestão; Parecer sobre Atos e Fatos contábeis. Écontínua e repetitiva
É específica, restrita aos quesitos e pontos 
controvertidos, especificados pelo condutor 
judicial.
Pode ser específica ou não. Exemplo: auditoria de 
Recursos Humanos ou de toda empresa.
Sua análise é irrestrita e abrangente. Feita por amostragem; Observa Atos e Fatos 
mais significativos pela sua relevância.
Objetivo do trabalho: emissão do Laudo
Pericial ou do Parecer Técnico.
Objetivo do trabalho: emissão de Parecer de 
Auditoria e/ou Relatório de Auditoria para 
orientação preventiva ou corretiva.
Usuários do serviço: as partes e, principalmente, 
a justiça.
Usuários do serviço: Sócios, Investidores, 
Administradores.
Resolução nº 1502/2016; Resolução 1513/2017; 
Norma Brasileira de Contabilidade PP02; 
Resolução nº 1519/2019. Norma Brasileira de 
Contabilidade NBC PP01 (R1)/2020.
Resolução nº 1600/2020; Resolução 
nº 1601/2020; CTA29 2020; Resolução 
CTO04(R1)/2020; Resolução CTO05 dá 
nova redação ao CTO05. 24/12/2020; 
NBCPA13(R3)/2020.
Objeto é a Prova de um Fato ou Ato. Objeto é a Segurança dos Controles
Interno.
Quadro 9 – Diferenças entre Perícia Contábil e Auditoria Contábil
Fonte: Adaptado de Andrade (2015).
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ISTO ESTÁ NA REDE
Link: https://cfc.org.br/wp-content/uploads/2018/04/0_livro_auditoria-e-pericia.pdf
No portal do Conselho Federal de Contabilidade existem algumas informações 
importantes sobre Auditoria e Perícia. Vale apena conferir!
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CAPÍTULO 6
CÓDIGO DE PROCESSO 
CIVIL E A PERÍCIA CONTÁBIL
6.1 A Perícia Contábil versus o Código de Processo Civil
O Código de Processo Civil foi alterado em 2015, promoveu algumas mudanças 
significativas para o exercício da atividade de Perícia Contábil. Logo, essas alterações 
foram relevantes para o reconhecimento do trabalho pericial, e estão na seção II (artigos 
156 a 158) do perito e na seção X (artigos 464 a 484) da prova pericial.
Título: Perícia
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/advogado-etnico-serio-discutindo-novo-caso-com-um-colega-5668798/
Neste contexto, um dos pontos importantes no CPC é que o perito era nomeado 
pelo Juiz, que tinha total liberdade para escolher entre os profissionais habilitados e 
cadastrados no Cartório. Porém, em conformidade com os artigos 156 a 158 do novo 
CPC (2015), para nomear um perito, o juiz deverá escolher entre os profissionais de 
nível universitário e inscritos no órgão de classe e que tenham cadastro atualizado 
no Tribunal de Justiça do estado de atuação.
Contudo, é exigido do profissional a especialidade no objeto da perícia; ou seja, o 
profissional contábil que deseja atuar na área de perícia, deve atender as exigências 
do novo CPC e do Conselho Federal de Contabilidade, como o Cadastro Nacional de 
Peritos e o Exame de Qualificação.
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6.1.1 Principais alterações
Neste tópico, vamos contextualizar as principais alterações do CPC que aconteceram 
em 2015. Assim, segue:
a) A especialização 
do perito no objeto da 
perícia – Seção II, art. 
156 e Seção X art. 465 
§1º ao 6º, CPC/2015.
Comprovação da especialidade na matéria, sobre a qual deverão atuar, 
mediante certidão do órgão profissional em que estiverem inscritos. 
Assim, os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas 
para manutenção do cadastro, considerando a formação profissional, a 
atualização do conhecimento e a experiência dos peritos interessados. 
No caso de Audiências de Esclarecimentos: Uma Audiência de 
Esclarecimento ocorre quando o Advogado (de uma das partes ou de 
ambas as partes), não compreende o que o Perito afirmou em seu Laudo 
Pericial. Para ocorrer a Audiência, o perito é comunicado com antecedência 
e recebe os questionamentos que deverá responder.
As Audiências ocorrem em uma sala menor, com a presença do Juiz, 
dos Advogados, de um Escrivão e do Perito. É o Juiz quem pode fazer as 
perguntas (os quesitos) e o Perito deve responder diretamente ao Juiz. As 
perguntas e respostas são transcritas pelo Escrivão na Ata da Audiência, 
que será assinada por todos os presentes, incluindo o Juiz e o Perito.
b) Critérios para a 
escolha do perito, art. 
156, §1º, art. 375 e art. 
465 do CPC/2015.
Nomeados entre os profissionais legalmente habilitados nos órgãos técnicos 
ou científicos, devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal 
ao qual o juiz está vinculado. O atual CPC (2015) afirma que o perito deve 
ser especializado na área da perícia que atua. Ou seja, não apenas ter nível 
universitário, mas também ter conhecimento especializado no assunto e 
comprovar isto cada vez que é nomeado e aceita a incumbência. Após a 
nomeação do perito, as partes têm 15 (quinze) dias para verificar se existe 
algum impedimento em relação ao perito nomeado, deferir ou indeferir a 
nomeação, indicar o assistente técnico e apresentar os quesitos. Antes eram 
apenas 5 (cinco) dias. Atualmente, o perito tem o prazo determinado no CPC 
(2015) para apresentar a proposta de honorários e a especialização no objeto 
da perícia e a comunicação será por meio de e-mail. Após isso, as partes 
também têm o prazo de 5 (cinco) dias para aceitar ou contestar a proposta de 
honorários do perito no início dos trabalhos.
c) Adiantamento de 
50% dos honorários – 
art. 95 e art. 465 § 4º 
do CPC/2015.
Essa modificação possibilitará aos profissionais peritos cobrir os custos 
dos trabalhos periciais com a elaboração do laudo, que anteriormente 
demandava de recursos próprios, até a término do processo. 
d) A perícia consensual 
– art. 471, CPC/2015.
A perícia consensual ocorre quando as partes entram em acordo e 
escolhem o mesmo profissional para realizar a perícia. Isso é detalhado 
no artigo 471 em seus 3 parágrafos do novo CPC (2015). 
e) A exigência da 
divulgação do método 
científico utilizado 
na perícia – art. 473, 
CPC/2015.
O artigo determina acréscimos sobre o método científico que será utilizado 
para a realização da perícia, demonstrando com detalhes como se chegou 
aos resultados apresentados e que o método e a metodologia utilizados 
deverão ser comprovados cientificamente e aceitos pela maioria dos 
profissionais. 
Impõe, explicitamente que o perito deve explicar o método utilizado para 
a realização da perícia, além de fazer em linguagem simplificada para que 
o magistrado e as partes compreendam o resultado. O perito deve ser 
imparcial, mas pode solicitar como prova todos os meios necessários, o 
que já era previsto no CPC (1973).
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f) A Prova Pericial 
simplificada – art. 464, 
CPC/2015.
A prova pericial simplificada é definida no artigo 464, com seus 4 parágrafos 
do novo CPC (2015). Essa é uma modificação importante.
No CPC (2015), as partes podem solicitar uma substituição da perícia a 
ser realizada ao magistrado, por prova técnica simplificada.
g) Perito como auxiliar 
da justiça – art. 149, 
CPC/2015.
O perito sempre foi equiparado a um auxiliar de justiça, mas com o novo 
CPC (2015) houve destaque ao papel do profissional contabilista como 
perito, que passou a ter o status de auxiliar de justiça.
h) Acompanhamento do 
trabalho do perito pelos 
assistentes técnicos, 
Art. 466, CPC/2015.
Essa obrigação deve ser respeitada e alvo de cuidado pelos Peritos. Existe 
a possibilidade de impugnação de Laudo Pericial, caso os assistentes e as 
Partes não sejam comunicados do início dos trabalhos periciais.
i) A execução de 
honorários periciais, 
Art. 515 Inciso V.
O CPC de 1973 em seu art. 585 (descrito abaixo), destacava que os 
honorários periciais (dentre outros), aprovados por decisão judicial eram 
títulos executivos extrajudiciais, já no novo CPC trata os honorários 
periciais como título judicial.
Quadro 10 – Principais alterações do CPC/2015
Fonte: Adaptado de Andrade(2021).
ISTO ESTÁ NA REDE
Link: https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/587896/CPC_normas_
correlatas_14ed.pdf
No portal do Senado Federal é possível verificar a 14ª edição atualizada do Código 
de Processo Civil. Vale apena conferir!
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CAPÍTULO 7
PLANEJAMENTO DA 
PERÍCIA CONTÁBIL
Antes de iniciar os seus trabalhos, o perito contábil deve realizar o planejamento 
da perícia. Sendo assim, nos tópicos a seguir seguem os assuntos relacionados ao 
planejamento. 
7.1 Planejamento da Perícia
O planejamento da perícia é a fase do trabalho pericial que acontece antes das 
diligências, pesquisas, cálculos e respostas aos quesitos, no qual o perito do juízo 
determina aos critérios periciais a serem utilizados, assim, o mesmo elaborado de 
acordo com objeto da perícia. Neste sentido, os documentos dos autos devem ser 
suporte para a geração de informações para o desenvolvimento do planejamento da 
perícia. 
Título: Planejamento
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/homem-em-pe-na-frente-do-quadro-branco-1181345/
No caso de diligências, na etapa da criação do planejamento, deve ser considerado 
a prova documental, a legislação aplicável, documentos, registros, livros contábeis, 
fiscais e societários, laudos e pareceres realizados e entre outras informações. 
PERÍCIA CONTÁBIL 
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No processo da execução da perícia, o perito precisa ficar atento ao objeto e ao 
tempo da perícia na sua execução. Caso necessário, o planejamento da perícia deve 
ser revisto e atualizado sempre que surgirem novos fatos.
Dessa forma, o planejamento da perícia é uma das fases do trabalho pericial. 
Portanto, seguem os objetivos do planejamento da perícia (CFC, 2022):
• conhecer o objeto e a finalidade da perícia para permitir a escolha de diretrizes 
e procedimentos a serem adotados para a elaboração do trabalho pericial;
• desenvolver plano de trabalho onde são especificadas as diretrizes e 
procedimentos a serem adotados na perícia;
• estabelecer condições para que o plano de trabalho seja cumprido no prazo 
estabelecido;
• identificar potenciais problemas e riscos que possam vir a ocorrer no andamento 
da perícia;
• identificar fatos importantes para a solução da demanda, de forma que não 
passem despercebidos ou não recebam a atenção necessária;
• identificar a legislação aplicável ao objeto da perícia;
• estabelecer como ocorrerá a divisão das tarefas entre os membros da equipe 
de trabalho, sempre que o perito necessitar de auxiliares.
7.1.1 Fases do planejamento da perícia
Para um melhor entendimento sobre o planejamento da perícia contábil, segue a 
abaixo o quadro com algumas explicações:
É a etapa inicial do trabalho pericial 
que antecede as diligências, pesquisas, 
cálculos e respostas aos quesitos, na 
qual o perito do juízo estabelece:
•	 A metodologia dos procedimentos periciais a serem aplicados;
•	 Elabora o laudo pericial contábil a partir do conhecimento do objeto 
da perícia.
Considerações no planejamento da 
perícia
•	 Objeto e prazo da perícia; 
•	 O conhecimento detalhado dos fatos;
•	 As diligências a serem realizadas;
•	 Os livros e documentos a serem compulsados;
•	 A natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos;
•	 A especialização da equipe de trabalho;
•	 Os quesitos;
•	 O tempo necessário para elaboração do trabalho.
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Cuidados necessários para a perícia •	 Ter conhecimento sobre os motivos que resultaram no processo e 
consequentemente na necessidade da perícia.
•	 Conhecer cada um dos procedimentos de trabalho estabelecidos pela 
empresa e os métodos adotados pelos funcionários.
•	 Certificar que os procedimentos estabelecidos estão de acordo com 
as normas periciais.
•	 Verificar se os métodos adotados pelos funcionários são condizentes 
os procedimentos.
•	 Entender os motivos pelos quais os métodos adotados não estão de 
acordo com os procedimentos.
•	 Saiba onde e como encontrar evidências que sustentem as afirma-
ções defendidas pela empresa.
•	 Manter o foco no objeto da perícia, independentemente da área ou 
profissional envolvido.
•	 Estabelecer uma comunicação clara e eficaz entre as áreas e profis-
sionais envolvidos.
•	 Garantir que os profissionais que acompanham as perícias sejam ca-
pacitados, orientados e convictos da tese defendida pela empresa.
•	 Cuidar para que os envolvidos na perícia não estejam diretamente li-
gadas as causas que levaram ao litígio.
•	 Facilitar o trabalho do perito de forma “inteligente”.
•	 Verifique se todas as informações levantadas anteriormente são ve-
rídicas
•	 Use a seu favor todo o tempo disponível para levantar as informações 
e conhecer a empresa.
•	 Provavelmente o perito não terá a mesma disponibilidade de tempo.
•	 Seja crítico na análise de documentos e consistente em suas coloca-
ções para evitar contradições.
•	 Utilize equipamentos de avaliação em conformidade com as normas 
regulamentadoras.
•	 Seja breve na introdução do parecer técnico.
•	 Apresente o objetivo do parecer técnico.
•	 Leia a inicial.
•	 Qualifique adequadamente todos os envolvidos na perícia.
•	 Utilize documentos legais para descrever as partes.
•	 Tabule as informações sobre as funções, períodos e locais de traba-
lho de forma cronológica.
Os objetivos do planejamento da perícia •	 Conhecer o objeto e a finalidade, a fim de permitir a adoção de proce-
dimentos que conduzam à revelação da verdade, a qual subsidiará o 
juízo, o árbitro ou o
•	 interessado a tomar a decisão a respeito da lide;
•	 Definir a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos 
a serem aplicados, em consonância com o objeto da perícia judicial;
•	 Estabelecer condições para que o trabalho seja cumprido no prazo 
estabelecido;
•	 Identificar potenciais problemas e riscos que possam vir a ocorrer no 
andamento da perícia judicial;
•	 Identificar fatos importantes para a solução da demanda, de forma 
que não passem despercebidos ou não recebam a atenção necessá-
ria;
•	 Identificar a legislação aplicável ao objeto da perícia judicial;
•	 Estabelecer como ocorrerá a divisão das tarefas entre os membros da 
equipe de trabalho, sempre que o perito necessitar
•	 de auxiliares;
•	 Facilitar a execução e a revisão dos trabalhos.
Quadro 11 – Planejamento da Perícia Contábil
Fonte: Adaptado de Crepaldi (2022).
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7.1.2 Cronograma da perícia contábil
Cronograma representa uma tabela onde se encontra as atividades que serão 
desenvolvidas pelo perito contador e perito contador assistente, assim, contém as 
etapas de execução dos trabalhos, o tempo que será gasto nas etapas e os valores 
dos honorários. Sendo assim, o cronograma tem o objetivo de prever as tarefas que 
serão executadas, com ele pode prever também a necessidade de maior prazo para 
realização da perícia.
Neste contexto, segue um modelo de cronograma de perícia:
Figura 10 – Cronograma Pericial
Fonte: Crepaldi (2022, p. 5).
7.1.2 Metodologia de trabalha da perícia contábil
A prova pericial deve ser desenvolvida com aplicação de métodos e procedimentos 
técnicos a partida da verdade total, assim, tem a função de estabelecer uma conexão 
do dado ao objeto de pedir da ação, se torna uma certeza jurídica para o magistrado 
quanto a sua sentença.
Neste sentido, segue um modelo de metodologia de trabalho da perícia judicial 
contábil:
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Figura 11 – Metodologia da Perícia
Fonte: Crepaldi (2022, p. 16).
ISTO ESTÁ NA REDE
Link: https://www.apcec.org.br/
No link acima, você poderá conhecer a APCEC – Associação dos Peritos 
Contadores do Estado do Ceará. Vale apena conferir!
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CAPÍTULO 8
MODELO EXEMPLIFICATIVOS 
DA PERÍCIA CONTÁBIL
Quando falamos em Perícia Contábil precisamos entender que existem alguns 
modelos exemplificativos de como devem ser redigidos os termos de diligência 
e planejamento. Sendo assim, essa unidade vai apresentar os principais modelos 
utilizados pelos peritos.
8.1 Modelos 
Nos próximos tópicos serão apresentados os modelos utilizados no processo da 
perícia. Dessa forma, todos os modelos estão de acordo com a NBC TP 01 (R1):
• Modelo nº 01 – Termo de Diligência na Perícia Judicial.
• Modelo nº 02 – Termo de Diligência na Perícia Extrajudicial.
• Modelo nº 03 – Termo de Diligência na Perícia Arbitral.
• Modelo nº 04 – Termo de Comunicação do Início dos Trabalhos na Perícia 
Judicial.
• Modelo nº 05 – Termo de Comunicação do Início dos Trabalhos na Perícia 
Extrajudicial.
• Modelo nº 06 – Termo de Comunicação do Início dos Trabalhos na Perícia Arbitral.
• Modelo nº 07 – Planejamento para Perícia Judicial.
8.1.1 Modelo nº 01 – Termo de Diligência na Perícia Judicial
MODELO N.º 01 – TERMO DE DILIGÊNCIA NA PERÍCIA JUDICIAL
TERMO DE DILIGÊNCIA N.º.../PROCESSO/Procedimento N.º...
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Prezado(a) Senhor(a) 
IDENTIFICAÇÃO DO DILIGENCIADO
SECRETARIA:
PARTES:
PERITO DO JUÍZO: (categoria e n.º do registro)
ASSISTENTE TÉCNICO: (categoria e n.º do registro)
Na condição de perito do juízo, nomeado pelo Juízo em referência e/ou assistente 
técnico indicado pelas partes, nos termos do §3º do Art. 473 do Novo Código do 
Processo Civil e das Normas Brasileiras de Contabilidade, solicita-se que sejam 
fornecidos ou postos à disposição, para análise, os documentos a seguir indicados:
1.
2.
3.
4.
etc.
Para que se possa cumprir o prazo estabelecido para a elaboração e a entrega do 
laudo pericial contábil ou do parecer técnico-contábil, é necessário que os documentos 
requisitados sejam fornecidos ou postos à disposição deste perito até o dia __/__/__, 
às __h, no endereço ........ (do perito do juízo e/ou assistente técnico, e/ou parte). 
Solicita-se que seja comunicado quando os documentos tiverem sido remetidos ou 
estiverem à disposição para análise.
Em caso de dúvida, solicita-se esclarecê-la diretamente com o signatário no endereço 
e telefones indicados.
Local e data
Assinatura
Nome do perito
Números de registro no CRC e, se houver, no CNPC e categoria profissional de 
contador.
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8.1.2 Modelo nº 02 – Termo de Diligência na Perícia Extrajudicial
MODELO N.º 02 – TERMO DE DILIGÊNCIA NA PERÍCIA EXTRAJUDICIAL
TERMO DE DILIGÊNCIA N.º .../PROCESSO N.º ...
ENDEREÇAMENTO DO DILIGENCIADO
EXTRAJUDICIAL
PARTE CONTRATANTE:
PERITO DO JUÍZO: (categoria e n.º do registro)
ASSISTENTE TÉCNICO: (categoria e n.º do registro)
Na condição de perito do juízo e/ou assistente técnico, escolhido pelas partes, em 
consonância com as Normas Brasileiras de Contabilidade, nos termos contratuais, 
solicita-se que sejam fornecidos ou postos à disposição, para análise, os documentos 
a seguir indicados:
1.
2.
3.
4.
etc.
Para que se possa cumprir o prazo estabelecido para a elaboração e a entrega do 
laudo pericial contábil ou parecer técnico-contábil, é necessário que os documentos 
solicitados sejam fornecidos ou postos à disposição deste perito até o dia __/__/__, 
às __h, no endereço ........ (do perito do Juízo e/ou assistente técnico, e/ou parte). 
Solicita-se que seja comunicado quando os documentos tiverem sido remetidos ou 
estiverem à disposição para análise.
Em caso de dúvida, solicita-se esclarecê-la diretamente com o signatário no endereço 
e telefones indicados.
Local e data
Assinatura
Nome do perito
Números de registro no CRC e, se houver, no CNPC e categoria profissional de 
contador.
PERÍCIA CONTÁBIL 
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8.1.3 Modelo nº 03 – Termo de Diligência na Perícia Arbitral
MODELO N.º 3 – TERMO DE DILIGÊNCIA NA PERÍCIA ARBITRAL
TERMO DE DILIGÊNCIA N.º .../PROCESSO N.º ...
ENDEREÇAMENTO DO DILIGENCIADO
ARBITRAL
CÂMARA ARBITRAL:
ÁRBITRO:
JUIZ ARBITRAL:
PARTES:
PERITO: (categoria e n.º do registro)
Na condição de perito nomeado e/ou assistente técnico, indicado pelas partes, nos 
termos da Lei n.º 9.307/1996 ou do regulamento da Câmara de Mediação e Arbitragem, 
......, e ainda em consonância com as Normas Brasileiras de Contabilidade, solicita-se 
que sejam fornecidos ou postos à disposição, para análise, os documentos a seguir 
indicados:
1.
2.
3. 
etc.
Para que se possa cumprir o prazo estabelecido para a elaboração e a entrega do 
laudo pericial contábil ou parecer técnico-contábil, é necessário que os documentos 
solicitados sejam fornecidos ou postos à disposição deste perito até o dia __/__/__, 
às __h, no endereço ........ (do perito nomeado e/ou assistente técnico, e/ou parte). 
Solicita-se que seja comunicado quando os documentos tiverem sido remetidos ou 
estiverem à disposição para análise.
Em caso de dúvida, solicita-se esclarecê-la diretamente com o signatário nos 
endereços e telefones indicados.
Local e data
Assinatura
Nome do perito
Números de registro no CRC e, se houver, no CNPC e categoria profissional de 
contador.
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8.1.4 Modelo nº 04 – Termo de Comunicação do Início dos Trabalhos na Perícia 
Judicial
MODELO N.º 04 – Termo de Comunicação do Início dos Trabalhos na Perícia 
Judicial
Termo de Comunicação do Início dos Trabalhos N.º.../PROCESSO/Procedimento 
N.º...
Prezado(a) Senhor(a)
IDENTIFICAÇÃO DO DILIGENCIADO
SECRETARIA:
PARTES:
PERITO DO JUÍZO: (categoria e n.º do registro)
Na condição de perito do juízo, nomeado pelo Juízo em referência, nos termos do 
Art. 474 do Novo Código do Processo Civil e dos itens 16 e 22 da NBC TP 01 – Perícia 
Contábil, comunica o início dos trabalhos periciais a ser realizados no escritório deste 
perito (citar local, dia e hora).
Em caso de dúvida, solicita-se esclarecê-la diretamente com o signatário no endereço 
e telefones indicados.
Local e data
Assinatura
Nome do perito
Números de registro no CRC e, se houver, no CNPC e categoria profissional de 
contador.
PERÍCIA CONTÁBIL 
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8.1.5 Modelo nº 05 – Termo de Comunicação do Início dos Trabalhos na Perícia 
Extrajudicial
 
MODELO N.º 05 – Termo de Comunicação do Início dos Trabalhos na Perícia 
Extrajudicial
Termo de Comunicação do Início dos Trabalhos
Prezado(a) Senhor(a)
IDENTIFICAÇÃO DOS INTERESSADOS
PARTES:
PERITO CONTRATADO: (categoria e n.º dos registros)
Na condição de perito contratado, nos termos do Art. 474 do Novo Código do 
Processo Civil e dos itens 16 e 22 da NBC TP 01 (R1) – Perícia Contábil, comunica o 
início dos trabalhos periciais a serem realizados no escritório deste perito (citar local, 
dia e hora).
Em caso de dúvida, solicita-se esclarecê-la diretamente com o signatário no endereço 
e telefones indicados.
Local e data
Assinatura
Nome do perito
Números de registro no CRC e, se houver, no CNPC e categoria profissional de 
contador.
PERÍCIA CONTÁBIL 
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8.1.6 Modelo nº 06 – Termo de Comunicação do Início dos Trabalhos na Perícia 
Arbitral
MODELO N.º 06 – Termo de Comunicação do Início dos Trabalhos na Perícia 
Arbitral
Termo de Comunicação do Início dos Trabalhos Procedimento N.º...
Prezado(a) Senhor(a)
IDENTIFICAÇÃO DO DILIGENCIADO
PARTES:
PERITO ARBITRAL: (categoria e n.º do registro)
Na condição de perito arbitral, nomeado pelo Árbitro/Tribunal Arbitral, nos termos 
definidos pelo procedimento e dos itens 16 e 22 da NBC TP 01 (R1) – Perícia Contábil, 
comunica o início dos trabalhos periciais a serem realizados no escritório deste perito 
(citar local, dia e hora).
Em caso de dúvida,