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Princípios e fontes do direito do trabalho 
 
 
 
 
 
Arquivo revisado e atualizado até 12/01/2023 
 
 
 
DIREITO DO TRABALHO 
Princípios e fontes do direito do trabalho 
 
 
 3 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
DIREITO DO TRABALHO .............................................................................................................................. 5 
QUAL DEVE SER O FOCO? ....................................................................................................................................5 
1. CONCEITO DE DIREITO DO TRABALHO .....................................................................................................5 
2. FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO .............................................................................5 
2.1. Fontes do Direito do Trabalho ...................................................................................................................5 
3. PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO ................................................................................................ 10 
3.1. Proteção ao trabalhador ........................................................................................................................... 10 
3.2. Imperatividade das normas trabalhistas ............................................................................................. 14 
3.3. Primazia da realidade ................................................................................................................................ 14 
3.4. Inalterabilidade contratual lesiva .......................................................................................................... 15 
3.5. Continuidade da relação de emprego .................................................................................................. 15 
3.6. Indisponibilidade dos direitos trabalhistas ......................................................................................... 16 
3.7. Princípio da intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva ......................................... 16 
4. DIREITO CONSTITUCIONAL TRABALHISTA ........................................................................................... 16 
4.1. Art.7º da Constituição Federal – Análise constitucional via julgados do STF ......................... 17 
4.2. Aplicação dos direitos do art.7º da Constituição Federal ao servidor público ........................ 37 
TAREFAS PARA O ESTUDO ATIVO ................................................................................................................ 41 
 
 
 
 
 
 
DIREITO DO TRABALHO 
Princípios e fontes do direito do trabalho 
 
 
 5 
 
 
DIREITO DO TRABALHO 
 
TEMA DO DIA 
Princípios e fontes do direito do trabalho. Direitos constitucionais dos trabalhadores (Art. 7º 
da Constituição Federal de 1988). 
 
QUAL DEVE SER O FOCO? 
 
1. Princípios do direito do trabalho. Princípio da proteção ao trabalhador. 
2. Princípio da irrenunciabilidade de direitos, da primazia da realidade e da continuidade da 
relação de trabalho. 
 
1. CONCEITO DE DIREITO DO TRABALHO 
 
Segundo Maurício Godinho Delgado, o Direito do Trabalho é ramo jurídico especializado, que 
regula certo tipo de relação laborativa na sociedade contemporânea. Prepondera, hoje, a 
classificação do ramo justrabalhista no segmento do Direito Privado. 
 
Nesse sentido, o autor define o Direito do Trabalho como o complexo de princípios, regras e 
institutos jurídicos que regulam a relação empregatícia de trabalho e outras relações 
normativamente especificadas, englobando, também, os institutos, regras e princípios jurídicos 
concernentes às relações coletivas entre trabalhadores e tomadores de serviços, em especial através 
de suas associações coletivas. 
 
2. FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO 
 
2.1. Fontes do Direito do Trabalho 
 
É o meio pelo qual nascem as normas jurídicas. Podem ser: 
 
● Fontes Materiais (momento pré-jurídico): Fatores e acontecimentos sociais que inspiram o 
legislador, a exemplo das reivindicações sociais por mais direitos trabalhistas. Podem se 
dividir em fontes materiais econômicas (ligadas à existência e evolução do sistema 
capitalista), sociológicas (relacionadas aos distintos processos de agregação de 
trabalhadores assalariados), políticas (relacionadas aos movimentos sociais organizados 
pelos trabalhadores) e, ainda, filosóficas (ideias e pensamentos que influíram na construção 
e mudança do Direito do Trabalho); 
● Fontes Formais (momento tipicamente jurídico): Normas de observância obrigatória da 
sociedade. Segundo Maurício Godinho Delgado, são os mecanismos exteriores e estilizados 
 
 
DIREITO DO TRABALHO 
Princípios e fontes do direito do trabalho 
 
 
 6 
 
 
pelos quais as normas ingressam, instauram-se e cristalizam-se na ordem jurídica. Podem 
ser: 
 
o Fontes formais autônomas: Discutidas e elaboradas diretamente pelas partes, ou 
seja, há imediata participação dos destinatários principais das normas. Ex: Convenção 
coletiva, acordo coletivo, usos e costumes; 
o Fontes formais heterônomas: Possuem origem estatal, ou seja, não se caracteriza 
pela imediata participação dos destinatários principais das normas. Ex: Constituição 
Federal, tratados internacionais, leis, medida provisória, sentenças normativas, 
súmulas vinculantes. 
 
Dispõe a CLT: 
 
Art. 8º - As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de 
disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela 
jurisprudência, por analogia, por eqüidade e outros princípios e normas gerais 
de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os 
usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum 
interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público. 
§ 1º O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho. 
§ 2o Súmulas e outros enunciados de jurisprudência editados pelo Tribunal 
Superior do Trabalho e pelos Tribunais Regionais do Trabalho não poderão 
restringir direitos legalmente previstos nem criar obrigações que não estejam 
previstas em lei. 
§ 3o No exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, a 
Justiça do Trabalho analisará exclusivamente a conformidade dos elementos 
essenciais do negócio jurídico, respeitado o disposto no art. 104 da Lei no 
10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), e balizará sua atuação pelo 
princípio da intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva. 
 
OBSERVAÇÃO 
 
No que se refere às fontes formais heterônomas, o art. 702, alínea ‘‘f‘‘ da CLT dispõe que 
compete ao Tribunal Pleno estabelecer ou alterar súmulas e outros enunciados de 
jurisprudência uniforme, pelo voto de pelo menos dois terços de seus membros, caso a mesma 
matéria já tenha sido decidida de forma idêntica por unanimidade em, no mínimo, dois terços das 
turmas em pelo menos dez sessões diferentes em cada uma delas, podendo, ainda, por maioria 
de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só 
tenha eficácia a partir de sua publicação no Diário Oficial. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm#art104
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm#art104
 
 
DIREITO DO TRABALHO 
Princípios e fontes do direito do trabalho 
 
 
 7 
 
 
 
Ainda a CLT, em seu §3º, prevê que as sessões de julgamento sobre estabelecimento ou 
alteração de súmulas e outros enunciados de jurisprudência deverão ser públicas, divulgadas com, 
no mínimo, trinta dias de antecedência, e deverão possibilitar a sustentação oral pelo Procurador-
Geral do Trabalho, pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, pelo Advogado-
Geral da União e por confederações sindicais ou entidades de classe de âmbito nacional. 
 
Porém, recentemente o Pleno do Tribunal Superior do Trabalho (TST) declarou a 
inconstitucionalidade desses dispositivos legais que modificaram os critériospara a criação ou a 
alteração de súmulas e outros enunciados da jurisprudência uniforme do Tribunal. Assim, por 
maioria, o colegiado concluiu que as alterações, introduzidas pela Reforma Trabalhista, violam a 
prerrogativa de os tribunais, no exercício de sua autonomia administrativa, elaborem seus próprios 
regimentos internos e, por conseguinte, os requisitos de padronização da jurisprudência. 
 
ATENÇÃO: Em caso de conflito entre as fontes formais, há teorias que definem qual norma deve ser 
aplicada: 
 
Teoria do 
conglobamento 
Aplica apenas uma fonte em sua totalidade. Ou seja, não cabe se 
fracionarem preceitos ou institutos jurídicos, realizando-se a 
comparação, em busca da norma mais favorável, a partir da 
totalidade dos sistemas ou diplomas jurídicos comparados (neste 
caso, trata-se do chamado conglobamento amplo, total ou puro) ou, 
pelo menos, a partir de um bloco relevante e coerente dessa 
totalidade (neste caso, trata-se do conglobamento mitigado ou 
setorizado). Majoritária; 
Teoria da 
acumulação/atomização 
O intérprete deve aplicar todas as fontes ao caso concreto, utilizando 
as normas mais favoráveis ao trabalhador e desprezando os 
desfavoráveis. Ou seja, propõe como procedimento de seleção, 
análise e classificação das normas cotejadas, o fracionamento do 
conteúdo dos textos normativos, retirando-se os preceitos e 
institutos singulares de cada um que se destaquem por seu sentido 
mais favorável ao trabalhador. É corrente minoritária. 
 
Contudo, quanto às normas coletivas, a reforma trabalhista deixou expresso que as cláusulas 
de acordo coletivo sempre prevalecerão sobre convenção coletiva, independentemente de seu 
conteúdo ou de serem mais favoráveis ou não ao empregado (art. 620, CLT). 
 
Ainda, a CLT, com a Reforma Trabalhista, passou a dispor sobre as situações em que as 
convenções e acordos coletivos de trabalho prevalecem sobre a lei: 
 
 
DIREITO DO TRABALHO 
Princípios e fontes do direito do trabalho 
 
 
 8 
 
 
 
Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm 
prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: 
I - pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites 
constitucionais; 
II - banco de horas anual; 
III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para 
jornadas superiores a seis horas; 
IV - adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE), de que trata a Lei 
no 13.189, de 19 de novembro de 2015; 
V - plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal 
do empregado, bem como identificação dos cargos que se enquadram como 
funções de confiança; 
VI - regulamento empresarial; 
 VII - representante dos trabalhadores no local de trabalho; 
VIII - teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho 
intermitente; 
IX - remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas pelo 
empregado, e remuneração por desempenho individual; 
X - modalidade de registro de jornada de trabalho; 
XI - troca do dia de feriado; 
XII - enquadramento do grau de insalubridade; 
XII - enquadramento do grau de insalubridade; 
XIII - prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia 
das autoridades competentes do Ministério do Trabalho; 
XIV - prêmios de incentivo em bens ou serviços, eventualmente concedidos 
em programas de incentivo; 
XV - participação nos lucros ou resultados da empresa. 
§ 1º No exame da convenção coletiva ou do acordo coletivo de trabalho, a 
Justiça do Trabalho observará o disposto no § 3o do art. 8o desta 
Consolidação. 
§ 2º A inexistência de expressa indicação de contrapartidas recíprocas em 
convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho não ensejará sua nulidade 
por não caracterizar um vício do negócio jurídico. 
§ 3º Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a convenção 
coletiva ou o acordo coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos 
empregados contra dispensa imotivada durante o prazo de vigência do 
instrumento coletivo. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13189.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13189.htm
 
 
DIREITO DO TRABALHO 
Princípios e fontes do direito do trabalho 
 
 
 9 
 
 
§ 4º Na hipótese de procedência de ação anulatória de cláusula de 
convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, quando houver a 
cláusula compensatória, esta deverá ser igualmente anulada, sem repetição 
do indébito. 
§ 5º Os sindicatos subscritores de convenção coletiva ou de acordo coletivo 
de trabalho deverão participar, como litisconsortes necessários, em ação 
individual ou coletiva, que tenha como objeto a anulação de cláusulas desses 
instrumentos. 
 
ATENÇÃO 1 
 
Recentemente o STF, através do julgamento da ADPF 381, invalidou as cláusulas de 
acordos e convenções coletivas referentes ao controle de jornada de motoristas de carga, 
pactuadas entre transportadoras de carga e motoristas, que estabeleciam que a categoria não 
estava sujeita ao controle de jornada antes da vigência da lei 12.619/12. Assim, nesse caso, o 
negociado não deve prevalecer sobre o legislado. 
 
Porém, logo a seguir o STF julgou o Recurso Extraordinário com Agravo (ARE) 
1121633, com repercussão geral reconhecida (Tema 1.046) e fixou a seguinte tese: “São 
constitucionais os acordos e as convenções coletivas que, ao considerarem a adequação 
setorial negociada, pactuam limitações ou afastamentos de direitos trabalhistas, 
independentemente da explicitação especificada de vantagens compensatórias, desde que 
respeitados os direitos absolutamente indisponíveis”. 
 
Assim, o STF decidiu que acordos ou convenções coletivas de trabalho que limitam ou 
suprimem direitos trabalhistas são válidas, desde que seja assegurado um patamar 
civilizatório mínimo ao trabalhador. 
 
ATENÇÃO 2: 
 
As normas coletivas (aquelas oriundas dos acordos coletivos e das convenções 
coletivas) possuem ultratividade? 
 
Ultratividade de uma norma nada mais é do que a produção dos seus efeitos para além do 
seu prazo de existência. 
 
No Direito do Trabalho existia certo consenso de que as normas coletivas (aquelas 
oriundas dos acordos coletivos e das convenções coletivas) possuiriam ultratividade. 
 
 
 
DIREITO DO TRABALHO 
Princípios e fontes do direito do trabalho 
 
 
 10 
 
 
Inclusive, sobre o tema foi editada a Súmula 277 do TST, de seguinte redação: 
 
As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas 
integram os contratos individuais de trabalho e somente poderão ser 
modificadas ou suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho. 
 
Referida questão, todavia, restou superada, em parte, pela Reforma Trabalhista, que 
estabeleceu a seguinte regra: 
 
Art. 614 
 
§ 3º Não será permitido estipular duração de convenção coletiva ou acordo 
coletivo de trabalho superior a dois anos, sendo vedada a ultratividade. 
(Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) 
 
Mas e porque foi resolvido apenas “em parte”? 
 
Por que os fatos ocorridos antes da entrada em vigor da Reforma Trabalhista continuaram 
sob debate, vindo a ser pacificada a questão apenas no julgamento da ADPF 323. 
 
Nesta ADPF, o Supremo Tribunal Federal entendeu ser inconstitucional a Súmula nº 277 
do Tribunal Superior do Trabalho, com a redação conferida pela Resolução nº 185, de 27 de 
setembro de 2012, bem como das decisões judiciais que, mediante interpretação do art. 114, 
§ 2º, da Constituição Federal, na redação dada pela Emenda Constitucional nº 45/2004, 
reconhecem a aplicabilidade do princípio da ultratividade de normas de acordos e de 
convençõescoletivas. 
 
3. PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO 
 
São espécies do gênero “normas”, ao lado das regras. São também chamados de “mandados 
de otimização”, pois representam um “dever-ser” (Robert Alexy). 
 
Influenciam tanto a elaboração das normas quanto em sua interpretação, além de incidir nos 
casos concretos: funções informadora, interpretativa e normativa, respectivamente. 
 
3.1. Proteção ao trabalhador 
 
Objetiva estabelecer o equilíbrio na relação de trabalho, ou seja, promover a igualdade 
material às partes da relação de trabalho, por meio de um protecionismo normativo. Segundo 
 
 
DIREITO DO TRABALHO 
Princípios e fontes do direito do trabalho 
 
 
 11 
 
 
Maurício Godinho Delgado, esse princípio informa o Direito do Trabalho no sentido de formar uma 
teia de proteção à parte vulnerável e hipossuficiente na relação empregatícia, o obreiro, visando 
retificar, no plano jurídico, o desequilíbrio inerente ao plano fático do contrato de trabalho. Este 
princípio influi em todos os seguimentos do direito individual do trabalho. Do princípio da 
proteção ao trabalhador decorrem outros três princípios: 
 
1. In dubio pro operário: Quando houver várias interpretações, deve ser utilizada a mais 
favorável ao empregado. NÃO se aplica o aludido princípio na seara processual. 
 
2. Norma mais favorável: Entre duas ou mais normas, utiliza-se a norma mais favorável 
ao empregado. Esse princípio pode incidir em três momentos distintos: no instante da 
elaboração da regra; no contexto de confronto entre regras concorrentes; ou no contexto de 
interpretação das regras jurídicas. Perceba-se que a norma mais favorável deve ser aplicada 
ao empregado, independemente da hierarquia entre elas. 
 
São exceções aos princípios da norma mais favorável: 
 
• Art. 620 da CLT: condições estabelecidas em ACT sempre prevalecerão sobre as 
estipuladas em CCT; 
• Normas coletivas – autonomia da negociação coletiva; 
• Poder Público: não está autorizado a firmar convenções coletivas de cunho 
econômico, tendo em vista que a Administração pública está adstrita ao princípio 
da legalidade. Sobre o tema, temos a OJ 05 da SDC: 
 
05. 5. DISSÍDIO COLETIVO. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. 
POSSIBILIDADE JURÍDICA. CLÁUSULA DE NATUREZA SOCIAL (redação 
alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) – Res. 
186/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 
Em face de pessoa jurídica de direito público que mantenha empregados, 
cabe dissídio coletivo exclusivamente para apreciação de cláusulas de 
natureza social. Inteligência da Convenção nº 151 da Organização 
Internacional do Trabalho, ratificada pelo Decreto Legislativo nº 206/2010 
 
ATENÇÃO! 
 
Conforme esclarecem Felipe Fernandes, Gustavo Andrade e Raquel Gouveia1, “o princípio da 
legalidade é de extrema importância na atuação prática do administrador público. Mas, o que justifica 
 
1 Direito e Processo do Trabalho para a Advocacia Pública (2021) – 3ª Edição – JusPodivm. 
 
 
DIREITO DO TRABALHO 
Princípios e fontes do direito do trabalho 
 
 
 12 
 
 
tamanha importância? Só quem pode dispor do patrimônio público são os seus titulares. O 
administrador apenas gere em nome e em benefício daqueles. E como é que a coletividade poderá 
expressar sua vontade quando quiser se desfazer de seu patrimônio? Por meio da lei, tendo em vista 
que essa é cunhada por quem a representa. Daí a tamanha impor tância do princípio da legalidade. 
É ele parte do pacto social e confere legitimidade à atuação do administrador público. Além disso, a 
população tem o direito de saber o que está sendo feito com o patri mónio público. Por essa razão, 
salvo exceções legais, a todos os atos administrativos deve ser dada ampla publicidade. Inclusive 
no que tange à intimidade dos servido res públicos, mitigada se comparada à de um empregado 
comum”. 
 
3. Condição mais benéfica: As conquistas dos empregados NÃO podem ser alteradas 
para pior (art. 468, CLT). Entende-se que suas conquistas foram incorporadas ao seu 
“patrimônio individual” (direito adquirido). 
 
Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das 
respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que 
não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena 
de nulidade da cláusula infringente desta garantia. 
§ 1o Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador 
para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente 
ocupado, deixando o exercício de função de confiança. (Redação dada pela 
Lei nº 13.467, de 2017) 
§ 2o A alteração de que trata o § 1o deste artigo, com ou sem justo motivo, 
não assegura ao empregado o direito à manutenção do pagamento da 
gratificação correspondente, que não será incorporada, independentemente 
do tempo de exercício da respectiva função. 
 
Como se pode perceber da leitura do art. 468, tal princípio não é absoluto. São 
exemplos de alterações permitidas a supressão dos salários-condição, do adicional de 
insalubridade, que somente é pago enquanto o trabalhador está exposto ao agente 
insalubre, cessando o pagamento, sem violação a esse princípio, quando da eliminação da 
insalubridade (Súmula 80, TST). Além dessa, são também exceções ao princípio da condição 
mais benéfica: 
 
o Supressão da prestação de horas extras habituais; 
o Art. 457, § 2º, CLT – admite o pagamento habitual e incondicional de determinadas 
verbas, porém veda a incorporação; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1
 
 
DIREITO DO TRABALHO 
Princípios e fontes do direito do trabalho 
 
 
 13 
 
 
o Empregado que reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o 
exercício de função de confiança, não tem direito à incorporação da gratificação, 
independentemente do tempo que exerceu a função de confiança; 
o Empregado que reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o 
exercício de função de confiança, não tem direito à incorporação da gratificação, 
independentemente do tempo que exerceu a função de confiança; 
o Adicional de insalubridade: ainda que percebido o adicional de insalubridade por 
muito tempo, se houver alteração das condições de trabalho pela eliminação ou 
neutralização do agente nocivo, o adicional poderá ter seu grau reduzido ou mesmo o 
pagamento cessado. 
o Opção do empregado por um dos regulamentos da empresa. 
o Possibilidade de retorno do servidor público (da administração direta, autárquica 
e fundacional) à jornada definida em lei ou no contrato, sem pagamentos 
suplementares (OJ 308, SDI-I, TST). 
 
308. JORNADA DE TRABALHO. ALTERAÇÃO. RETORNO À JORNADA 
INICIALMENTE CONTRATADA. SERVIDOR PÚBLICO (DJ 11.08.2003) 
O retorno do servidor público (administração direta, autárquica e fundacional) 
à jornada inicialmente contratada não se insere nas vedações do art. 468 da 
CLT, sendo a sua jornada definida em lei e no contrato de trabalho firmado 
entre as partes. 
 
OBSERVAÇÃO 
 
O princípio da proteção tem por objetivo uma intervenção estatal no sentido de proteger a parte mais 
fraca (trabalhador), com o fito de garantir que abusos não sejam perpetrados sob o pretexto de uma 
liberdade contratual. 
 
Não obstante a hipossuficiência do empregado seja a regra que orienta o direito do trabalho, a 
reforma trabalhista de 2017 trouxe uma nova figura: o EMPREGADO HIPERSUFICIENTE! 
 
Art. 444 - As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre 
estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às 
disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam 
aplicáveis e às decisões das autoridades competentes. 
Parágrafo único. A livre estipulação a que se refere o caput deste artigo 
aplica-se às hipóteses previstas no art. 611-A desta Consolidação, com a 
mesma eficácia legal e preponderância sobre os instrumentos coletivos, no 
 
 
DIREITO DO TRABALHOPrincípios e fontes do direito do trabalho 
 
 
 14 
 
 
caso de empregado portador de diploma de nível superior e que perceba 
salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos 
benefícios do Regime Geral de Previdência Social. 
 
OBSERVAÇÃO: 
 
As empresas podem alterar seus regulamentos e, caso haja retirada de direitos na 
alteração, as novas regras somente serão aplicadas aos empregados admitidos após a alteração. 
Entretanto, cumpre ressaltar que na coexistência de dois regulamentos, caso o empregado opte 
por um deles, estará renunciando ao outro. 
 
3.2. Imperatividade das normas trabalhistas 
 
Há restrição das partes em modificar cláusulas contratuais previstas no contrato de trabalho, 
considerando serem as normas justrabalhistas normas essencialmente de ordem pública. No 
entanto, a Reforma Trabalhista flexibilizou a aplicação desse princípio, como, por exemplo, no art. 
611-A da CLT. 
 
3.3. Primazia da realidade 
 
A realidade se sobrepõe às condições contratuais escritas, ou mesmo a ausência de contrato 
escrito ou de anotações na CTPS. Assim, a prática habitual, na qualidade de uso, altera o contrato 
pactuado, gerando direitos e obrigações novos às partes contratantes. 
 
Quanto às anotações da CTPS é importante ressaltar as inclusões na CLT, arts. 29-A e 29-
B, realizada pela Lei nº 14.438/2022, observa-se: 
 
- O empregador que não anotar na CTPS a data de admissão, a remuneração (com a 
especificação do salário, qualquer que seja sua forma de pagamento, seja ele em dinheiro 
ou em utilidades, bem como a estimativa da gorjeta) e as condições especiais, se houver, 
ficará sujeito a multa no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) por empregado prejudicado, 
acrescido de igual valor em cada reincidência. Porém, no caso de microempresa ou de 
empresa de pequeno porte, o valor final da multa aplicada será de R$ 800,00 (oitocentos 
reais) por empregado prejudicado. Essa infração constitui exceção ao critério da dupla visita. 
- O empregador que não realizar as anotações na CTPS da data-base; a qualquer tempo, 
por solicitação do trabalhador; no caso de rescisão contratual; ou necessidade de 
comprovação perante a Previdência Social, ficará sujeito a multa no valor de R$ 600,00 
(seiscentos reais) por empregado prejudicado. 
 
 
 
DIREITO DO TRABALHO 
Princípios e fontes do direito do trabalho 
 
 
 15 
 
 
 
No concurso da PGE - GO (FCC - 2021), o tema foi cobrado da seguinte forma: 
 
 Em relação aos princípios que norteiam o Direito do Trabalho, considerando-se a doutrina, 
a legislação e as Súmulas de Jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, 
 
A) de acordo com o princípio da intangibilidade contratual objetiva, o conteúdo do contrato 
de emprego pode ser modificado, caso ocorra efetiva mudança no plano do sujeito 
empresarial. 
B) o princípio da irrenunciabilidade informa que o Direito do Trabalho impede a supressão 
de direitos trabalhistas em face do exercício, pelo devedor trabalhista, de prerrogativa 
legal. 
C) não há nenhum dispositivo expresso que atribui aos princípios uma função integrativa 
ou que indique a primazia do interesse público na Consolidação das Leis do Trabalho, 
porque a mesma regula o contrato individual nas relações de trabalho. 
D) em razão do princípio da primazia da realidade sobre a forma, o Juiz do Trabalho 
privilegia a situação de fato, devidamente comprovada, em detrimento dos documentos 
ou do rótulo conferido à relação de direito material. 
E) o princípio da continuidade do contrato de trabalho constitui presunção favorável ao 
empregador, razão pela qual tanto o ônus da prova quanto seu término é do empregado, 
nas hipóteses em que são negados a prestação dos serviços e o despedimento. 
 
A alternativa considerada correta foi a letra D. 
 
3.4. Inalterabilidade contratual lesiva 
 
É vedada qualquer alteração contratual lesiva ao empregado, ainda que haja consentimento 
deste. Foi atenuado pela Reforma Trabalhista e o empregado “hipersuficiente” (art. 444, § único, 
CLT – empregado portador de diploma de nível superior e que perceba salário mensal igual ou 
superior a 2 vezes o limite máximo dos benefícios do RGPS). 
 
OBSERVAÇÃO 
 
Intangibilidade contratual objetiva = o contrato de trabalho seria intangível, do ponto de vista 
objetivo, embora mutável do ponto de vista subjetivo, desde que a mudança envolvesse apenas o 
sujeito-empregador. 
 
3.5. Continuidade da relação de emprego 
 
 
 
DIREITO DO TRABALHO 
Princípios e fontes do direito do trabalho 
 
 
 16 
 
 
Em regra, o contrato de trabalho é estabelecido por prazo indeterminado. Logo, o ônus de 
provar a ruptura do contrato de trabalho é do empregador. Nesse sentido, o TST sumulou 
entendimento: 
 
Súmula 212 TST: O ônus de provar o término do contrato de trabalho, 
quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, 
pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção 
favorável ao empregado. 
 
3.6. Indisponibilidade dos direitos trabalhistas 
 
O empregado não pode renunciar aos direitos e vantagens que lhe são assegurados em lei. 
Decorrem os seguintes princípios: 
 
● Princípio da irredutibilidade salarial: Veda-se a redução dos salários, SALVO convenção ou 
acordo coletivo (art. 7º, VI, da CF/88); 
● Princípio da intangibilidade salarial: Veda-se descontos de salários, SALVO casos previstos 
em acordo ou convenção coletiva. Deriva do fato de considerar-se ter o salário caráter 
alimentar. 
 
3.7. Princípio da intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva 
 
Incluído pela Reforma Trabalhista, estabelece que “No exame de convenção coletiva ou acordo 
coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho analisará exclusivamente a conformidade dos elementos 
essenciais do negócio jurídico, respeitado o disposto no art. 104 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro 
de 2002 (Código Civil), e balizará sua atuação pelo princípio da intervenção mínima na autonomia 
da vontade coletiva.” 
 
ATENÇÃO! 
 
Eventos externos, imprevisíveis e totalmente fora do âmbito de controle das partes, podem acabar 
mitigando os princípios trabalhistas, em uma nítida aplicação da ponderação de princípios. É 
justamente o que está ocorrendo durante a pandemia do COVID-19. 
 
4. DIREITO CONSTITUCIONAL TRABALHISTA 
 
O direito ao trabalho é um dos direitos sociais elencados no art. 6º da Constituição Federal. 
Entretanto, a Carta Maior não se contenta apenas em estabelecer o direito ao trabalho como direito 
 
 
DIREITO DO TRABALHO 
Princípios e fontes do direito do trabalho 
 
 
 17 
 
 
social. Ela vai além, e, em seu art. 7º, lista de forma mais detalhada alguns dos direitos dos 
trabalhadores, sem restringir outros que visem à melhoria de sua condição social. 
 
4.1. Art.7º da Constituição Federal – Análise constitucional via julgados do STF 
 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de 
sua condição social: 
Controle concentrado de constitucionalidade 
• (...) deve-se mencionar que o rol de garantias do art. 7º da Constituição não exaure a proteção 
aos direitos sociais. [ADI 639, voto do rel. min. Joaquim Barbosa, j. 2-6-2005, P, DJ de 21-10-2005.] 
Julgado correlato 
• O entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) orienta-se no sentido de que cabe à 
legislação infraconstitucional, com observância das regras de competência de cada ente federado, 
a disciplina da extensão aos servidores públicos civis dos direitos sociais estabelecidos no art. 7º 
do Texto Constitucional. [RE 630.918 AgR-segundo, rel. min. Roberto Barroso, j. 23-3-2018, 1ª T, 
DJE de 12-4-2018.] 
 
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de 
lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; 
Controle concentrado de constitucionalidade 
• Ação direta de inconstitucionalidade. Art. 3º da MP 1.596-14/1997, convertida na Lei 9.528/1997, 
que adicionou ao art. 453 da CLT um segundoparágrafo para extinguir o vínculo empregatício 
quando da concessão da aposentadoria espontânea. Procedência da ação. (...) 
Os valores sociais do trabalho constituem: a) fundamento da República Federativa do Brasil (inciso 
IV do art. 1º da CF); b) alicerce da ordem econômica, que tem por finalidade assegurar a todos 
existência digna, conforme os ditames da justiça social, e, por um dos seus princípios, a busca do 
pleno emprego (art. 170, caput, VIII); c) base de toda a ordem social (art. 193). 
Esse arcabouço principiológico, densificado em regras como a do inciso I do art. 7º da Magna Carta 
e as do art. 10 do ADCT/1988, desvela um mandamento constitucional que perpassa toda relação 
de emprego, no sentido de sua desejada continuidade. 
A CF versa a aposentadoria como um benefício que se dá mediante o exercício regular de um direito. 
E o certo é que o regular exercício de um direito não é de colocar o seu titular numa situação jurídico-
passiva de efeitos ainda mais drásticos do que aqueles que resultariam do cometimento de uma 
falta grave (sabido que, nesse caso, a ruptura do vínculo empregatício não opera automaticamente). 
O direito à aposentadoria previdenciária, uma vez objetivamente constituído, se dá no âmago de uma 
relação jurídica entre o segurado do Sistema Geral de Previdência e o INSS. 
 
 
DIREITO DO TRABALHO 
Princípios e fontes do direito do trabalho 
 
 
 18 
 
 
Às expensas, portanto, de um sistema atuarial-financeiro que é gerido por esse Instituto mesmo, e 
não às custas deste ou daquele empregador. 
O ordenamento constitucional não autoriza o legislador ordinário a criar modalidade de 
rompimento automático do vínculo de emprego, em desfavor do trabalhador, na situação em que 
este apenas exercita o seu direito de aposentadoria espontânea, sem cometer deslize algum. A 
mera concessão da aposentadoria voluntária ao trabalhador não tem por efeito extinguir, 
instantânea e automaticamente, o seu vínculo de emprego. Inconstitucionalidade do § 2º do art. 
453 da CLT, introduzido pela Lei 9.528/1997. [ADI 1.721, rel. min. Ayres Britto, j. 11-10-2006, P, DJ 
de 29-6-2007.] = AI 756.861 ED, rel. min. Cármen Lúcia, j. 1º-2-2011, 1ª T, DJE de 4-3-2011 
Repercussão geral reconhecida com mérito julgado 
• A intervenção sindical prévia é exigência procedimental imprescindível para a dispensa em massa 
de trabalhadores, que não se confunde com autorização prévia por parte da entidade sindical, ou 
celebração de convenção o acordo coletivo. [RE 999.435, rel. min. Marco Aurélio, red. do ac. min. 
Edson Fachin, j. 8-6-2022, P, DJE de 15-9-2022, Tema 638.] 
 
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; 
III - fundo de garantia do tempo de serviço; 
Repercussão geral reconhecida com mérito julgado 
• FGTS. Cobrança de valores não pagos. Prazo prescricional. Prescrição quinquenal. Art. 7º, XXIX, 
da Constituição. Superação de entendimento anterior sobre prescrição trintenária. 
Inconstitucionalidade dos arts. 23, § 5º, da Lei 8.036/1990 e 55 do Regulamento do FGTS aprovado 
pelo Decreto 99.684/1990. [ARE 709.212, rel. min. Gilmar Mendes, j. 13-11-2014, P, DJE de 19-2-
2015, Tema 608.] 
• É constitucional o art. 19-A da Lei 8.036/1990, o qual dispõe ser devido o depósito do FGTS na 
conta de trabalhador cujo contrato com a administração pública seja declarado nulo por ausência 
de prévia aprovação em concurso público, desde que mantido o seu direito ao salário. Mesmo 
quando reconhecida a nulidade da contratação do empregado público, nos termos do art. 37, § 2º, 
da CF, subsiste o direito do trabalhador ao depósito do FGTS quando reconhecido ser devido o 
salário pelos serviços prestados. [RE 596.478, rel. p/ o ac. min. Dias Toffoli, j. 13-6-2012, P, DJE de 
1º-3-2013, Tema 191.] 
 
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender às suas necessidades 
vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, 
higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder 
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; 
• Súmula Vinculante 16 - Os arts. 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/1998), da Constituição 
referem-se ao total da remuneração percebida pelo servidor público. 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5059065
 
 
DIREITO DO TRABALHO 
Princípios e fontes do direito do trabalho 
 
 
 19 
 
 
• Súmula vinculante 15 - O cálculo de gratificações e outras vantagens do servidor público não 
incide sobre o abono utilizado para se atingir o salário mínimo. 
• Súmula vinculante 6 - Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao 
salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial. 
• Súmula vinculante 4 - Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser 
usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, 
nem ser substituído por decisão judicial. 
 
Controle concentrado de constitucionalidade 
• O texto constitucional (CF, art. 7º, IV, fine) não proíbe a utilização de múltiplos do salário-
mínimo como mera referência paradigmática para definição do valor justo e proporcional do piso 
salarial destinado à remuneração de categorias profissionais especializadas (CF, art. 7º, V), 
impedindo, no entanto, reajustamentos automáticos futuros, destinados à adequação do salário 
inicialmente contratado aos novos valores vigentes para o salário-mínimo nacional. Fixada 
interpretação conforme à Constituição, com adoção da técnica do congelamento da base de cálculo 
dos pisos salariais, a fim de que sejam calculados de acordo com o valor do salário-mínimo vigente 
na data da publicação da ata da sessão de julgamento. [ADPF 53 MC-REF, rel. min. Rosa Weber, j. 
21-2-2022, P, DJE de 18-3-2022.] 
• O trabalho do preso, cuja remuneração é fixada em três quartos do salário mínimo o patamar 
base de remuneração do trabalho do preso (artigo 29, caput, da Lei de Execução Penal) deve ser 
analisada não apenas sob a ótica da regra do salário mínimo (artigo 7º, IV, da CRFB), mas 
também de outros vetores constitucionais, como a busca do pleno emprego (artigo 170, VIII, da 
CRFB) e a individualização da pena na fase de execução (artigo 5º, XLVI, da CRFB). (...) O trabalho 
do condenado constitui um dever, obrigatório na medida de suas aptidões e capacidade, e possui 
finalidades educativa e produtiva, nos termos dos artigos 28, caput, 31 e 39, V, da Lei de Execução 
Penal, em contraste com a liberdade para trabalhar e prover o seu sustento garantida aos que não 
cumprem pena prisional pelo artigo 6º da Constituição. O cumprimento da pena privativa de 
liberdade gera restrições naturais ao exercício do trabalho, com potencial repercussão negativa na 
remuneração da mão de obra, o que se extrai do peculiar regime jurídico a que se submetem os 
trabalhadores presos, a saber: (i) necessidade de implantação de oficinas de trabalho, por 
empregadores privados, referentes a setores de apoio dos presídios (artigo 34, § 2º, da LEP); (ii) a 
finalidade de formação profissional do condenado (artigo 34 da LEP), ainda que não produza 
benefício econômico para terceiros; (iii) a aquisição pelo poder público, com dispensa da concorrência 
pública, dos bens ou produtos do trabalho prisional, sempre que não for possível ou recomendável 
realizar-se a venda a particulares (artigo 35 da LEP); (iv) a necessidade de observância das cautelas 
contra a fuga e em favor da disciplina no trabalho externo (artigo 36 da LEP); (v) a possibilidade de 
revogação da autorização de trabalho externo se o preso tiver comportamento contrário aos 
requisitos de aptidão, disciplina e responsabilidade, bem assim quando praticar fato definido como 
crime ou for punido por falta grave (artigo 37, parágrafo único, da LEP) etc. A legitimidade da 
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=759723719
 
 
DIREITO DO TRABALHO 
Princípios e fontes do direitodo trabalho 
 
 
 20 
 
 
diferenciação entre o trabalho do preso e o dos empregados em geral na política pública de limites 
mínimos de remuneração é evidenciada pela distinta lógica econômica do labor no sistema 
executório penal, que pode até mesmo ser subsidiado pelo Erário, de modo que o discrímen 
promove, em vez de violar, o mandamento de isonomia contido no artigo 5º, caput, da Constituição, 
no seu aspecto material. A autorização legal para a percepção de remuneração inferior ao salário 
mínimo no trabalho do preso é acompanhada de medidas compensatórias, quais sejam: (i) é fixado 
um patamar mínimo de três quartos do salário mínimo, percentual razoável para configurar uma 
justa remuneração pelo trabalho humano, nos termos definidos democraticamente pelo Parlamento; 
(ii) são impostos ao Estado deveres de prestação material em relação ao interno, a fim de garantir o 
atendimento de todas as suas carências básicas; e (iii) concede-se ao preso o benefício da remição 
da pena, na proporção de 1 (um) dia de redução da sanção criminal para cada 3 (três) dias de 
trabalho. O salário mínimo, na dicção do artigo 7º, IV, da Constituição, visa satisfazer as necessidades 
vitais básicas do trabalhador e as de sua família “com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, 
vestuário, higiene, transporte e previdência social”, ao passo que o preso, conforme previsão legal, 
já deve ter atendidas pelo Estado boa parte das necessidades vitais básicas que o salário mínimo 
objetiva atender, tais como educação (artigos 17 e seguintes da LEP), alojamento (artigo 88 da LEP), 
saúde (artigo 14 da LEP), alimentação, vestuário e higiene (artigo 12 da LEP). (...) O patamar mínimo 
diferenciado de remuneração aos presos previsto no artigo 29, caput, da Lei de Execução Penal não 
representa violação aos princípios da dignidade humana (artigo 1º, III, da CRFB) e da isonomia (artigo 
5º, caput, da CRFB), sendo inaplicável à hipótese a garantia de salário mínimo prevista no artigo 7º, 
IV, da Constituição. [ADPF 336, rel. min. Luiz Fux, j. 1º-3-2021, P, DJE de 10-5-2021] 
• É constitucional referência ao salário mínimo contida em norma de regência de benefício 
assistencial como a fixar valor unitário na data da edição da lei, vedada vinculação futura como 
mecanismo de indexação. [ADI 4.726, rel. min. Marco Aurélio, j. 11-11-2020, P, DJE de 30-11-2020.] 
• Piso salarial dos técnicos em radiologia. Adicional de insalubridade. Indexação ao salário mínimo. 
(...) Inconstitucionalidade da indexação de piso salarial ao valor do salário mínimo. Congelamento 
da base de cálculo, a fim de que seja calculada de acordo com o valor de dois salários mínimos 
vigentes na data de estabilização da decisão que deferiu a medida cautelar. Não-recepção do art. 16 
da Lei 7.394/1985. [ADPF 151, rel. min. Roberto Barroso, j. 7-2-2019, P, DJE de 11-4-2019.] 
• Não encontra amparo no Texto Constitucional revisão de benefício previdenciário pelo valor 
nominal do salário mínimo. [RE 968.414, rel. min. Marco Aurélio, j. 15-5-2020, P, DJE de 3-6-2020, 
Tema 996.] 
Repercussão geral reconhecida com mérito julgado 
• (...) ”[é] defeso o pagamento de remuneração em valor inferior ao salário mínimo ao servidor 
público, ainda que labore em jornada reduzida de trabalho”. [RE 964.659, rel. min. Dias Toffoli, j. 
8-8-2022, P, DJE de 1º-9-2022, Tema 900.] 
• (...) a vedação da vinculação ao salário mínimo insculpida no art. 7º,IV, da Constituição visa 
impossibilitar a utilização do mencionado parâmetro como fator de indexação para as obrigações 
não dotadas de caráter alimentar. Conforme precedentes desta Suprema Corte, a utilização do 
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=755794450
 
 
DIREITO DO TRABALHO 
Princípios e fontes do direito do trabalho 
 
 
 21 
 
 
salário mínimo como base de cálculo do valor da pensão alimentícia não ofende o dispositivo 
constitucional invocado, dada a premissa de que a prestação tem por objetivo a preservação da 
subsistência humana e o resguardo do padrão de vida daquele que a percebe, o qual é 
hipossuficiente e, por isso mesmo, dependente do alimentante, seja por vínculo de parentesco, seja 
por vínculo familiar. [ARE 842.157 RG, voto do rel. min. Dias Toffoli, j. 4-2015, P, DJE de 20-8-2015, 
Tema 821.] 
• O Plenário, no julgamento do RE 199.098/SC e RE 265.129/RS, rel. min. Ilmar Galvão, decidiu que 
o art. 7º, IV, da Constituição refere-se ao total da remuneração percebida pelo servidor e não 
apenas ao vencimento-base. (...) Ambas as Turmas da Corte, seguindo a orientação firmada pelo 
Plenário, corroboraram o entendimento de que a remuneração total do servidor, e não o seu 
salário-base, é que não pode ser inferior ao salário mínimo. [RE 582.019 QO-RG, voto do rel. min. 
Ricardo Lewandowski, j. 13-11-2008, P, DJE de 13-2-2009, Tema 142.] 
• Serviço militar obrigatório. Soldo. Valor inferior ao salário mínimo. Violação aos arts. 1º, III; 5º, 
caput; e 7º, IV, da CF. Inocorrência. (...) A CF não estendeu aos militares a garantia de remuneração 
não inferior ao salário mínimo, como o fez para outras categorias de trabalhadores. O regime a 
que submetem os militares não se confunde com aquele aplicável aos servidores civis, visto que têm 
direitos, garantias, prerrogativas e impedimentos próprios. Os cidadãos que prestam serviço militar 
obrigatório exercem um múnus público relacionado com a defesa da soberania da pátria. A obrigação 
do Estado quanto aos conscritos limita-se a fornecer-lhes as condições materiais para a adequada 
prestação do serviço militar obrigatório nas Forças Armadas. [RE 570.177, rel. min. Ricardo 
Lewandowski, j. 30-4-2008, P, DJE de 27-6-2008, Tema 15.] 
• Adicional de insalubridade. Base de cálculo. Salário mínimo. Mesmo em se tratando de adicional de 
insalubridade, descabe considerar o salário mínimo como base de cálculo. Verbete Vinculante 4 da 
Súmula do Supremo. Agravo. Reforma. Alcance. Afasta-se a observância do verbete vinculante 
quando conclusão diversa acarreta o prejuízo do recorrente. [RE 388.658 AgR, rel. min. Marco Aurélio, 
j. 12-8-2008, 1ª T, DJE de 26-9-2008.] 
 
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho; 
Controle concentrado de constitucionalidade 
• A jurisprudência desta Corte entende violar o princípio federativo a estipulação de piso 
remuneratório nacional apenas em relação aos servidores públicos efetivos, por interferir na 
autonomia administrativa dos demais entes federados. Em relação aos empregados públicos 
sujeitos ao vínculo jurídico celetista estendem-se, no ponto, as mesmas garantias dos 
trabalhadores em geral. A adoção da técnica de ‘congelamento’ da base de cálculo do piso salarial 
não importa em nenhuma distinção salarial entre empregados antigos e novos contratados. O piso 
salarial constitui referência mínima de contratação. Não define, por si só, qual será o salário 
efetivamente pago. Apenas impõe limite mínimo para as contratações. [ADPF 53 ED, ADPF 149 
ED e ADPF 171 ED, rel. min. Rosa Weber, j. 4-7-2022, P, DJE de 12-7-2022.] 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2226674
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2636780
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2636780
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2679000
 
 
DIREITO DO TRABALHO 
Princípios e fontes do direito do trabalho 
 
 
 22 
 
 
• O texto constitucional (CF, art. 7º, IV, fine) não proíbe a utilização de múltiplos do salário-
mínimo como mera referência paradigmática para definição do valor justo e proporcional do piso 
salarial destinado à remuneração de categorias profissionais especializadas (CF, art. 7º, V), 
impedindo, no entanto, reajustamentos automáticos futuros, destinados à adequação do salário 
inicialmente contratado aos novos valores vigentes para o salário-mínimo nacional. Fixada 
interpretação conforme à Constituição, com adoção da técnica do congelamento da base de cálculo 
dos pisos salariais, a fim deque sejam calculados de acordo com o valor do salário-mínimo vigente 
na data da publicação da ata da sessão de julgamento. [ADPF 53 MC-REF, rel. min. Rosa Weber, j. 
21-2-2022, P, DJE de 18-3-2022.] 
• A menção ao dever de obediência a patamar mínimo fixado em lei foi feita – em relação aos 
trabalhadores alcançados pela lei estadual, não abrangidos por nenhuma forma de negociação 
coletiva anterior – como reforço argumentativo, com o intuito de realçar a liberdade de atuação dos 
órgãos sindicais na construção das políticas salariais dos seus representados. 
Como foi destacado, o piso salarial fixado pela legislação estadual, em razão da limitação contida 
na LC federal 103/2000 e conforme ressalva expressa no art. 3º da lei estadual questionada, não 
incidirá sobre as profissões que tenham convenção ou acordo coletivo de trabalho, preservando-
se e ressalvando-se os pisos salariais assim definidos. Por sua vez, em relação aos trabalhadores 
não abrangidos por nenhuma forma anterior de negociação coletiva, o piso salarial estadual 
incidirá, passando a ser esse, portanto, o patamar mínimo legalmente assegurado à categoria, e 
não mais o “salário mínimo nacional”. 
A lei questionada não viola o princípio do pleno emprego. Ao contrário, a instituição do piso salarial 
regional visa, exatamente, reduzir as desigualdades sociais, conferindo proteção aos trabalhadores 
e assegurando a eles melhores condições salariais. Não viola o poder normativo da Justiça do 
Trabalho (art. 114, § 2º, da Lei Maior) o fato de a lei estadual não ter excluído dos seus efeitos a 
hipótese de piso salarial determinado em dissídio coletivo. A lei atuou nos exatos contornos da 
autorização conferida pela delegação legislativa. A lei impugnada realiza materialmente o princípio 
constitucional da isonomia, uma vez que o tratamento diferenciado aos trabalhadores agraciados 
com a instituição do piso salarial regional visa reduzir as desigualdades sociais. 
A LC federal 103/2000 teve por objetivo maior assegurar àquelas classes de trabalhadores 
menos mobilizadas e, portanto, com menor capacidade de organização sindical, um patamar 
mínimo de salário. 
A fim de manter-se o incentivo à negociação coletiva (art. 7º, XXVI, CF/1988), os pisos salariais 
regionais somente serão estabelecidos por lei naqueles casos em que não haja convenção ou 
acordo coletivo de trabalho. As entidades sindicais continuarão podendo atuar nas negociações 
coletivas, desde que respeitado o patamar mínimo legalmente assegurado. 
A parte final do parágrafo único do art. 2º da LC 459/2009, ao determinar a participação do 
“Governo do Estado de Santa Catarina” nas negociações entre as entidades sindicais de 
trabalhadores e empregadores para atualização dos pisos salariais fixados na referida lei 
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=759723719
 
 
DIREITO DO TRABALHO 
Princípios e fontes do direito do trabalho 
 
 
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complementar, ofende o princípio da autonomia sindical (art. 8º, I, CF/1988) e extrapola os 
contornos da competência legislativa delegada pela União. 
As negociações coletivas devem ocorrer com a participação dos representantes dos empregadores 
e dos trabalhadores, sem intromissão do governo (princípio da negociação livre). Ao criar 
mecanismo de participação estatal compulsória nas negociações coletivas, o Estado de Santa 
Catarina legisla sobre “direito coletivo do trabalho”, não se restringindo a instituir o piso salarial 
previsto no inciso V do art. 7º da CF. 
[ADI 4.364, rel. min. Dias Toffoli, j. 2-3-2011, P, DJE de 16-5-2011.] 
Vide ADI 4.364 ED, rel. min. Dias Toffoli, j. 29-5-2013, P, DJE de 20-9-2013. 
 
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; 
Controle concentrado de constitucionalidade 
A temporariedade e a excepcionalidade da medida, que é destinada (...) a manter empregos e a 
atividade econômica nacional, a proporcionalidade, porque há uma redução remuneratória com 
redução da carga horária, além da complementação parcial por parte do Poder Público, e a 
finalidade maior da medida provisória de preservar o vínculo trabalhista e a renda do trabalhador 
para a sua subsistência, para a subsistência da sua família, estão (...) em absoluta consonância 
com uma proteção social ao emprego, ao trabalho, a proteção à dignidade da pessoa humana, o 
respeito aos valores sociais do trabalho e à livre iniciativa. (...) Neste momento, há necessidade da 
garantia, de segurança jurídica, de boa -fé, para que empregado e empregador saibam que, 
assinando o acordo reduzindo proporcionalmente sua renda e o horário a ser trabalhado, o 
empregado receberá um auxílio emergencial e poderá, com isso, garantir, daqui a três meses, a 
manutenção do seu emprego e sua subsistência, sem que sejam empregados e empregadores, após 
isso, surpreendidos por uma quebra de contrato, por uma quebra de acordo por parte dos sindicatos. 
[ADI 6.363 MC-Ref, voto do redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, j. 16 e 17-4-2020, 
P, DJE de 24-11-2020.] 
Julgados Correlatos 
→ Transposição do regime celetista para o estatutário. Inexistência de direito adquirido a regime 
jurídico. Possibilidade de diminuição ou supressão de vantagens sem redução do valor da 
remuneração. [RE 599.618 ED, rel. min. Cármen Lúcia, j. 1º-2-2011, 1ª T, DJE de 14-3-2011.] Vide 
RE 212.131, rel. min. Ilmar Galvão, j. 3-8-1999, 1ª T, DJ de 29-10-1999. 
→ Funcionário público. Conversão compulsória do regime contratual em estatutário. Redução 
verificada na remuneração. Art. 7º, VI, c/c art. 39, § 2º, da Constituição. Situação incompatível com 
o princípio da irredutibilidade que protegia os salários e protege os vencimentos do servidor, 
exsurgindo, como solução razoável para o impasse, o enquadramento do servidor do nível mais 
alto da categoria funcional que veio a integrar, convertido, ainda, eventual excesso 
remuneratório verificado em vantagem pessoal a ser absorvida em futuras concessões de 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5886604
 
 
DIREITO DO TRABALHO 
Princípios e fontes do direito do trabalho 
 
 
 24 
 
 
aumento real ou específico. [RE 212.131, rel. min. Ilmar Galvão, j. 3-8-1999, 1ª T, DJ de 29-10-
1999.] 
 
VII- garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável; 
• Súmula vinculante 6 - Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao 
salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial. 
Repercussão geral reconhecida com mérito julgado: 
• Serviço militar obrigatório. Soldo. Valor inferior ao salário mínimo. Violação aos arts. 1º, III; 5º, 
caput; e 7º, IV, da CF. Inocorrência. (...) 
A CF não estendeu aos militares a garantia de remuneração não inferior ao salário mínimo, como 
o fez para outras categorias de trabalhadores. O regime a que submetem os militares não se 
confunde com aquele aplicável aos servidores civis, visto que têm direitos, garantias, 
prerrogativas e impedimentos próprios. Os cidadãos que prestam serviço militar obrigatório 
exercem um múnus público relacionado com a defesa da soberania da pátria. A obrigação do Estado 
quanto aos conscritos limita-se a fornecer-lhes as condições materiais para a adequada prestação 
do serviço militar obrigatório nas Forças Armadas. [RE 570.177, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 
30-4-2008, P, DJE de 27-6-2008, Tema 15.] 
 
VIII- décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria; 
→ A natureza da gratificação natalina é remuneratória e integra, para todos os efeitos, a 
remuneração do empregado, conforme estabelece a Súmula 207/STF. [RE 260.922, rel. p/ o ac. min. 
Maurício Corrêa, j. 30-5-2000, 2ª T, DJ de 20-10-2000.] 
 
IX- remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; 
X- proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; 
XI- participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, 
participação na gestão daempresa, conforme definido em lei; 
→ Pela Constituição da República de 1988 se objetiva estimular a integração do trabalhador ao 
desenvolvimento da empresa pela participação negociada nos ganhos econômicos (inc. XI do art. 7º 
e § 4º do art. 218). Não (se) demonstra inconstitucionalidade de normal pela (qual) se prevê a 
participação nos lucros e resultados pelos trabalhadores das empresas estatais,2 de acordo com as 
diretrizes específicas elaboradas pelo Poder Executivo a que estejam submetidas respectivas 
entidades. As empresas estatais, embora sujeitas a controle público, são competentes para celebrar 
negociação coletiva sobre participação em lucros e resultados. [ADI 5.417, rel. min. Cármen Lúcia, j. 
7-12-2020, P, DJE de 4-2-2021.] 
 
2. A redação original foi corrigida livremente pelos autores. 
 
 
DIREITO DO TRABALHO 
Princípios e fontes do direito do trabalho 
 
 
 25 
 
 
→ Constituição do Estado de Santa Catarina. Impugnação ao art. 14, II, da Constituição Estadual e 
ao inteiro teor da Lei Estadual disciplinadora 1.178/1994. (...) Normas que instituem a participação 
obrigatória de 1 (um) representante dos empregados, por eles indicado, mediante processo eletivo, 
no conselho de administração e na diretoria das empresas públicas, sociedades de economia mista 
e suas subsidiárias. Exercício do direito assegurado pelo art. 7º, XII, da CRFB/88. A gestão 
democrática, constitucionalmente contemplada no preceito alusivo aos direitos trabalhistas 
(CFRB/88, art. 7º, XI), é instrumento de participação do cidadão - do empregado - nos espaços 
públicos de que faz parte, além de ser desdobramento do disposto no artigo 1º, inciso II, que elege 
a cidadania como fundamento do estado brasileiro. [ADI 1.229, rel. min. Edson Fachin, j. 23-8-2019, 
P, DJE de 9-9-2019.] 
• Participação dos empregados na gestão da empresa: admitida, com base no art. 7º, XI, CF, parece 
que, na eleição do representante, o sufrágio deve ser concedido apenas aos empregados em atividade, 
não aos inativos. [ADI 2.296 MC, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 16-11-2000, P, DJ de 23-2-2001.] 
Repercussão geral reconhecida com mérito julgado 
• Segundo afirmado por precedentes de ambas as Turmas deste STF, a eficácia do preceito veiculado 
pelo art. 7º, XI, da CF – inclusive no que se refere à natureza jurídica dos valores pagos a 
trabalhadores sob a forma de participação nos lucros para fins tributários – depende de 
regulamentação. Na medida em que a disciplina do direito à participação nos lucros somente se 
operou com a edição da MP 794/1994 e que o fato gerador em causa concretizou-se antes da vigência 
desse ato normativo, deve incidir, sobre os valores em questão, a respectiva contribuição 
previdenciária. [RE 569.441, rel. p/ o ac. min. Teori Zavascki, j. 30-10-2014, P, DJE de 10-2-2015, 
Tema 344.] 
 
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da 
lei; (Redação da EC 20/1998) 
• Salário-família. Direito incorporado ao patrimônio do servidor público. Supressão indevida pela 
administração pública. Transgressão às garantias constitucionais da irredutibilidade de vencimentos 
e do direito adquirido.” (AI 817.010-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 27-3-2012, 
Segunda Turma, DJE de 12-4-2012.) 
 
XIII- duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, 
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção 
coletiva de trabalho; 
Controle concentrado de constitucionalidade 
• A jornada de 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso não afronta o art. 7º, XIII, da 
Constituição da República, pois encontra-se respaldada na faculdade, conferida pela norma 
constitucional, de compensação de horários. A proteção à saúde do trabalhador (art. 196 da CRFB) 
 
 
DIREITO DO TRABALHO 
Princípios e fontes do direito do trabalho 
 
 
 26 
 
 
e à redução dos riscos inerentes ao trabalho (art. 7º, XXII, da CRFB) não é ipso facto desrespeitada 
pela jornada de trabalho dos bombeiros civis, tendo em vista que, para cada 12 horas trabalhadas, 
há 36 horas de descanso e também prevalece o limite de 36 horas de jornada semanal. [ADI 4.842, 
rel. min. Edson Fachin, j. 14-9-2016, P, DJE de 8-8-2017.] 
 
XIV- jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, 
salvo negociação coletiva; 
• Súmula 675 STF: Os intervalos fixados para descanso e alimentação durante a jornada de seis horas 
não descaracterizam o sistema de turnos ininterruptos de revezamento para o efeito do art. 7º, XIV, da 
Constituição. 
 
XV- repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; 
XVI- remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do 
normal; 
• O art. 7º, XVI, da CF, que cuida do direito dos trabalhadores urbanos e rurais à remuneração pelo 
serviço extraordinário com acréscimo de, no mínimo, 50%, aplica-se imediatamente aos 
servidores públicos, por consistir em norma autoaplicável. [AI 642.528 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 
25-9-2012, 1ª T, DJE de 15-10-2012.] 
 
XVII- gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário 
normal; 
Controle concentrado de constitucionalidade 
• (...) o Supremo entende que a limitação do adicional de férias anuais dos membros da magistratura 
e do ministério público constitui flagrante ofensa ao art. 7º, XVII, da Constituição Federal, que 
assegura aos trabalhadores em geral férias anuais remuneradas com adicional mínimo de um terço 
calculado sobre o salário normal. Desse modo, se as férias forem de sessenta dias (dois períodos de 
trinta dias), o adicional de um terço incidirá sobre o valor correspondente a dois salários, pois, caso 
contrário, se o adicional incidisse apenas sobre um período de trinta dias (salário mensal), as férias 
de sessenta dias seriam remuneradas pela metade (um sexto), em flagrante ofensa à Constituição 
Federal. Ação julgada procedente para declarar a inconstitucionalidade da expressão ‘mensal’ 
contida nos arts. 1º e 2º da Lei 8.870/89, da expressão ‘mensal’ contida nos arts. 1º e 2º da Lei 
8.874/89 e da expressão ‘vedada, em caso de acumulação de férias, a dupla percepção da 
vantagem’, contida no art. 3º da Lei 8.874/89, ambas do Estado do Rio Grande do Sul. [ADI 2.964, 
rel. min. Gilmar Mendes, j. 9-5-2019, P, DJE de 1º-8-2019.] 
• O direito às férias remuneradas é assegurado ao servidor público em atividade. O acréscimo de 1/3 
da remuneração segue o principal: somente faz jus a esse acréscimo o servidor com direito ao gozo 
 
 
DIREITO DO TRABALHO 
Princípios e fontes do direito do trabalho 
 
 
 27 
 
 
de férias remuneradas. CF, art. 7º, XVII. Servidor público aposentado não tem direito, obviamente, 
ao gozo de férias. [ADI 2.579, rel. min. Carlos Velloso, j. 21-8-2003, P, DJ de 26-9-2003.] = ADI 
1.158, rel. min. Dias Toffoli, j. 20-8-2014, P, DJE de 8-10-2014. 
Repercussão geral reconhecida com mérito julgado 
• É legítima a incidência de contribuição social sobre o valor satisfeito a título de terço constitucional 
de férias. [RE 1.072.485, rel. min. Marco Aurélio, j. 31-8-2020, P, DJE de 2-10-2020, Tema 985.] 
• O direito individual às férias é adquirido após o período de doze meses trabalhados, sendo devido 
o pagamento do terço constitucional independente do exercício desse direito. 
A ausência de previsão legal não pode restringir o direito ao pagamento do terço constitucional 
aos servidores exonerados de cargos comissionados que não usufruíram férias. 
O não pagamento do terço constitucional àquele que não usufruiu o direito de férias é penalizá-lo 
duas vezes: primeiro por não ter se valido de seu direito ao descanso, cuja finalidade é preservar a 
saúde física e psíquica do trabalhador; segundo por vedar-lhe o direito ao acréscimo financeiro que 
teria recebido se tivesse usufruído das férias no momento correto. [RE 570.908, rel. min. Cármen 
Lúcia, j. 16-9-2009, P, DJE de 12-3-2010, Tema 30.] 
• Épacífica a jurisprudência desta Corte no sentido de que o servidor público aposentado tem 
direito ao recebimento de indenização pelas férias não gozadas, adquiridas ao tempo da 
atividade, sob pena de enriquecimento sem causa da administração. [RE 234.485 AgR, rel. min. 
Dias Toffoli, j. 2-8-2011, 1ª T, DJE de 19-9-2011.] = ARE 726.294 AgR, rel. min. Gilmar Mendes, j. 
5-2-2013, 2ª T, DJE de 25-2-2013. 
• O STF, em sucessivos julgamentos, firmou entendimento no sentido da não incidência de 
contribuição social sobre o adicional de um terço, a que se refere o art. 7º, XVII, da CF. 
Precedentes. [RE 587.941 AgR, rel. min. Celso de Mello, j. 30-9-2008, 2ª T, DJE de 21-11-2008.] = 
AI 710.361 AgR, rel. min. Cármen Lúcia, j. 7-4-2009, 1ª T, DJE de 8-5-2009. 
 
XVIII- licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte 
dias; 
Controle concentrado de constitucionalidade 
• (...) interpretação conforme à Constituição ao artigo 392, §1º, da CLT, assim como ao artigo 71 da 
Lei n.º 8.213/91 e, por arrastamento, ao artigo 93 do seu Regulamento (Decreto n.º 3.048/99), de 
modo a se considerar como termo inicial da licença-maternidade e do respectivo salário-
maternidade a alta hospitalar do recém-nascido e/ou de sua mãe, o que ocorrer por último, 
prorrogando-se em todo o período os benefícios, quando o período de internação exceder as 
duas semanas previstas no art. 392, §2º, da CLT, e no art. 93, §3º, do Decreto n.º 3.048/99. [ADI 
6.327, rel. min. Edson Fachin, j. 24-10-2022, P, DJE de 7-11-2022.] 
Repercussão geral reconhecida com mérito julgado 
• A licença-maternidade prevista no artigo 7º, XVIII, da Constituição abrange tanto a licença-
gestante quanto a licença-adotante, ambas asseguradas pelo prazo mínimo de 120 dias. 
 
 
DIREITO DO TRABALHO 
Princípios e fontes do direito do trabalho 
 
 
 28 
 
 
Interpretação sistemática da Constituição à luz da dignidade da pessoa humana, da igualdade entre 
filhos biológicos e adotados, da doutrina da proteção integral, do princípio da prioridade e do 
interesse superior do menor. (...) 
Tese de repercussão geral: “Os prazos da licença-adotante não podem ser inferiores aos prazos da 
licença-gestante, o mesmo valendo para as respectivas prorrogações. Em relação à licença-
adotante, não é possível fixar prazos diversos em função da idade da criança adotada”. [RE 
778.889, rel. min. Roberto Barroso, j. 10-3-2016, P, DJE de 1º-8-2016, Tema 782.] 
• A estabilidade provisória advinda de licença-maternidade decorre de proteção constitucional às 
trabalhadoras em geral. O direito amparado pelo art. 7º, XVIII, da CF, nos termos do art. 142, VIII, da 
CF/1988, alcança as militares. [RE 523.572 AgR, rel. min. Ellen Gracie, j. 6-10-2009, 2ª T, DJE de 
29-10-2009.] = AI 811.376 AgR, rel. min. Gilmar Mendes, j. 1º-3-2011, 2ª T, DJE de 23-3-2011. 
• O STF fixou entendimento no sentido de que as servidoras públicas e empregadas gestantes, 
inclusive as contratadas a título precário, independentemente do regime jurídico de trabalho, têm 
direito à licença-maternidade de 120 dias e à estabilidade provisória desde a confirmação da 
gravidez até 5 meses após o parto, nos termos do art. 7º, XVIII, da Constituição do Brasil e do art. 
10, II, b, do ADCT. [RE 600.057 AgR, rel. min. Eros Grau, j. 29-9-2009, 2ª T, DJE de 23-10-2009.] = 
RE 634.093 AgR, rel. min. Celso de Mello, j. 22-11-2011, 2ª T, DJE de 7-12-2011. 
 
ATENÇÃO! O TST possui entendimento diverso, inclusive, o STF deve analisar tese citada no 
tópico anterior sobre empregada temporária gestante. Em novembro de 2019, o Pleno do TST, 
ao julgar IAC nº 2 sob processo nº 5639-31.2013.5.12.0051, fixou a seguinte tese: "É inaplicável 
ao regime de trabalho temporário, disciplinado pela Lei nº 6.019/74, a garantia de estabilidade 
provisória à empregada gestante, prevista no art. 10, II, b, do Ato das Disposições Constitucionais 
Transitórias". 
 
XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei; 
XX- proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da 
lei; 
O art. 384 da CLT, em relação ao período anterior à edição da Lei n. 13.467/2017, foi recepcionado 
pela Constituição Federal de 1988, aplicando-se a todas as mulheres trabalhadoras.[RE 658.312 2º 
Julg, rel. min. Dias Toffoli, j. 14-9-2021, P, DJE de 6-12-2021, Tema 528.] 
Atenção: Referido dispositivo já foi revogado pela Lei nº 13.467, de 2017. 
 
XXI – aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos 
da lei; 
XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e 
segurança; 
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4145394
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4145394
 
 
DIREITO DO TRABALHO 
Princípios e fontes do direito do trabalho 
 
 
 29 
 
 
• Súmula 736: Compete à Justiça do Trabalho julgar as ações que tenham como causa de pedir o 
descumprimento de normas trabalhistas relativas à segurança, higiene e saúde dos trabalhadores. 
Controle concentrado de constitucionalidade 
•O consenso dos órgãos oficiais de saúde geral e de saúde do trabalhador em torno da natureza 
altamente cancerígena do amianto crisotila, a existência de materiais alternativos à fibra de amianto 
e a ausência de revisão da legislação federal revelam a inconstitucionalidade superveniente (sob a 
óptica material) da Lei Federal 9.055/1995, por ofensa ao direito à saúde (art. 6º e 196, CF/88), ao 
dever estatal de redução dos riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de saúde, higiene e 
segurança (art. 7º, inciso XXII, CF/88), e à proteção do meio ambiente (art. 225, CF/88). Diante da 
invalidade da norma geral federal, os estados-membros passam a ter competência legislativa 
plena sobre a matéria, nos termos do art. 24, § 3º, da CF/88. Tendo em vista que a Lei 
12.684/2007 do Estado de São Paulo proíbe a utilização do amianto crisotila nas atividades que 
menciona, em consonância com os preceitos constitucionais (em especial, os arts. 6º, 7º, inciso 
XXII; 196 e 225 da CF/88) e com os compromissos internacionais subscritos pelo Estado 
brasileiro, não incide ela no mesmo vício de inconstitucionalidade material da legislação federal. 
[ADI 3.937, red. do ac. min. Dias Toffoli, j. 24-8-2017, P, DJE de 1º-2-2019.] 
 
XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma 
da lei; 
• Súmula vinculante 4 – Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser 
usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem 
ser substituído por decisão judicial. 
• PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. 
RECONHECIMENTO PELA ADMINISTRAÇÃO. RETROAÇÃO DOS EFEITOS DO LAUDO. 
IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES DO STJ. INCIDENTE PROVIDO. 
1. Cinge-se a controvérsia do incidente sobre a possibilidade ou não de estender o pagamento do 
adicional de insalubridade e periculosidade ao servidor em período anterior à formalização do laudo 
pericial. 
2. O artigo 6º do Decreto n. 97.458/1989, que regulamenta a concessão dos adicionais de 
insalubridades, estabelece textualmente que “[a] execução do pagamento somente será processada 
à vista de portaria de localização ou de exercício do servidor e de portaria de concessão do adicional, 
bem assim de laudo pericial, cabendo à autoridade pagadora conferir a exatidão esses documentos 
antes de autorizar o pagamento.” 
3. A questão aqui trazida não é nova. Isso porque, em situação que se assemelha ao caso dos autos, 
o Superior Tribunal de Justiça tem reiteradamente decidido no sentido de que “o pagamento de 
insalubridade está condicionado ao laudo que prova efetivamente as condições insalubres a que 
estão submetidos os Servidores. Assim, não cabe seu pagamento pelo período que antecedeu a 
perícia e a formalização do laudo comprobatório, devendo ser afastada a possibilidade de 
 
 
DIREITO DO TRABALHO 
Princípios e fontes do direitodo trabalho 
 
 
 30 
 
 
presumir insalubridade em épocas passadas, emprestando-se efeitos retroativos a laudo pericial 
atual” (Resp 1.400.637/RS, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, Dje 24.11.2015). No 
mesmo sentido: Resp 1.652.391/RS, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, Dje 
17.5.2017; Resp 1.648.791/SC, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, Dje 24.4.2017; 
Resp 1.606.212/ES, Rel. Ministro Og Fernandes, Segunda Turma, Dje 20.9.2016; Edcl no AgRg no 
Resp 1.2844.38/SP, Rel. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira Turma, Dje 31.8.2016. 
4. O acórdão recorrido destoa do atual entendimento do STJ, razão pela qual merece prosperar a 
irresignação. 
5. Pedido julgado procedente, a fim de determinar o termo inicial do adicional de insalubridade à 
data do laudo pericial. 
(PUIL 413/RS, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 
11/04/2018, Dje 18/04/2018) 
 
XXIV- aposentadoria; 
• Previdência social: aposentadoria espontânea não implica, por si só, extinção do contrato de 
trabalho. Despedida arbitrária ou sem justa causa (CF, art. 7º, I): viola a garantia constitucional o 
acórdão que, partindo de premissa derivada de interpretação conferida ao art. 453, caput, da CLT 
(redação alterada pela Lei 6.204/1975), decide que a aposentadoria espontânea extingue o contrato 
de trabalho, mesmo quando o empregado continua a trabalhar na empresa após a concessão do 
benefício previdenciário. 
A aposentadoria espontânea pode ou não ser acompanhada do afastamento do empregado de seu 
trabalho: só há readmissão quando o trabalhador aposentado tiver encerrado a relação de trabalho 
e posteriormente iniciado outra; caso haja continuidade do trabalho, mesmo após a aposentadoria 
espontânea, não se pode falar em extinção do contrato de trabalho e, portanto, em readmissão.[RE 
449.420, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 16-8-2005, 1ª T, DJ de 14-10-2005.] = RE 487.734 AgR, 
rel. min. Cármen Lúcia, j. 13-10-2009, 1ª T, DJE de 13-11-2009. 
 Observação: Importante observar que, com relação aos servidores públicos estatutários e 
empregados públicos, de acordo com a Emenda Constitucional n. 103/2019 (Reforma da 
Previdência), “a aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente 
de cargo, emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará 
o rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição.” (art. 37, § 14, da 
Constituição Federal) 
 
XXV- assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de 
idade em creches e pré-escolas; (Redação da EC 53/2006) 
XXVI- reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; 
Controle concentrado de constitucionalidade 
 
 
DIREITO DO TRABALHO 
Princípios e fontes do direito do trabalho 
 
 
 31 
 
 
• A fixação da jornada de trabalho mediante lei (tal como sucedeu em relação aos Assistentes 
Sociais), além de não traduzir ofensa à autonomia sindical ou ao processo de negociação coletiva 
para deliberar sobre esse tema, revela-se plenamente legítima e inteiramente compatível com o 
texto da Constituição da República, seja porque a Lei nº 12.317/2010 emanou de pessoa estatal 
competente (CF, art. 22, I), seja, ainda, porque mencionado diploma legislativo veiculou, no caso, 
norma claramente favorável a essa categoria profissional, pois instituiu, “in melius”, regime jurídico 
mais benéfico pertinente à jornada de trabalho em favor dos Assistentes Sociais, consideradas, para 
tanto, as peculiaridades e as condições a que estão sujeitos referidos profissionais no desempenho 
de sua atividade laboral. [ADI 4.468, rel. min. Celso de Mello, j. 13-10-2020, P, DJE de 27-10-2020.] 
• A Constituição da República não disciplina a vigência e a eficácia das convenções e acordos 
coletivos de trabalho. A conformação desses institutos é de competência do legislador ordinário, que 
deverá, à luz das demais normas constitucionais, eleger políticas legislativas capazes de viabilizar a 
concretização dos direitos dos trabalhadores. [ADI 2.288, rel. min. Cármen Lúcia, j. 4-6-2020, P, DJE 
de 9-9-2020.] 
• A Lei 9.610 submete a possibilidade do contrato de trabalho por prazo determinado à existência 
de acordo ou convenção coletiva de trabalho. A possibilidade de tais acordos e convenções é prevista 
na Constituição Federal, que, além de prever sua ocorrência no caso de redução do salário (art. 7º, 
VI) e compensação ou redução de jornada (art. 7º, XIII), expressamente reconhece sua validade no 
inciso XXVI do art. 7º (...). Ressalto que há uma tendência em respeitar a autonomia nas relações de 
trabalho, decorrentes dos acordos e convenções coletivas, cuja importância é reafirmada na 
chamada Reforma Trabalhista, operada pela Lei 13.467, de 13 de julho de 2017. (...) todos os direitos 
sociais do trabalhador, reconhecidos pela Constituição de 1988 estão preservados pela norma 
impugnada, não havendo, portanto, afronta constitucional na criação, por lei, da modalidade de 
contrato de trabalho por prazo determinado de que trata a Lei 9.610, de 1998. [ADI 1.764, voto do 
rel. min. Gilmar Mendes, j. 20-4-2020, P, DJE de 29-5-2020.] 
Repercussão geral reconhecida com mérito julgado 
• São constitucionais os acordos e as convenções coletivos que, ao considerarem a adequação 
setorial negociada, pactuam limitações ou afastamentos de direitos trabalhistas, 
independentemente da explicitação especificada de vantagens compensatórias, desde que 
respeitados os direitos absolutamente indisponíveis. [ARE 1.121.633, rel. min. Gilmar Mendes, j. 2-
6-2022, P, Informativo 1.057, RG, Tema 1.046] 
• A Constituição de 1988, em seu art. 7º, XXVI, prestigiou a autonomia coletiva da vontade e a 
autocomposição dos conflitos trabalhistas, acompanhando a tendência mundial ao crescente 
reconhecimento dos mecanismos de negociação coletiva, retratada na Convenção 98/1949 e na 
Convenção 154/1981 da Organização Internacional do Trabalho. 
O reconhecimento dos acordos e convenções coletivas permite que os trabalhadores contribuam 
para a formulação das normas que regerão a sua própria vida. 
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5415427
https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/informativoSTF/anexo/Informativo_PDF/Informativo_stf_1057.pdf
 
 
DIREITO DO TRABALHO 
Princípios e fontes do direito do trabalho 
 
 
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Os planos de dispensa incentivada permitem reduzir as repercussões sociais das dispensas, 
assegurando àqueles que optam por seu desligamento da empresa condições econômicas mais 
vantajosas do que aquelas que decorreriam do mero desligamento por decisão do empregador. 
É importante, por isso, assegurar a credibilidade de tais planos, a fim de preservar a sua função 
protetiva e de não desestimular o seu uso. (...) 
Afirmação, em repercussão geral, da seguinte tese: "A transação extrajudicial que importa rescisão 
do contrato de trabalho, em razão de adesão voluntária do empregado a plano de dispensa 
incentivada, enseja quitação ampla e irrestrita de todas as parcelas objeto do contrato de 
emprego, caso essa condição tenha constado expressamente do acordo coletivo que aprovou o 
plano, bem como dos demais instrumentos celebrados com o empregado". [RE 590.415, rel. min. 
Roberto Barroso, j. 30-4-2015, P, DJE de 29-5-2015, Tema 152.] 
Vide RE 895.759 AgR-segundo, rel. min. Teori Zavascki, j. 8-12-2016, 2ª T, DJE de 23-5-2017. 
→ Conforme assentado pelo Plenário do STF no julgamento do RE 590.415 (rel. min. Roberto 
Barroso, DJE de 29-5-2015, Tema 152), a CF "reconheceu as convenções e os acordos coletivos 
como instrumentos legítimos de prevenção e de autocomposição de conflitos trabalhistas", 
tornando explícita inclusive "a possibilidade desses instrumentos para a redução de direitos 
trabalhistas". 
Ainda segundo esse precedente, as normas coletivas de trabalho podem prevalecer sobre "o 
padrão geral heterônomo, mesmo que sejam restritivas dos direitos dos trabalhadores, desde 
que não transacionem setorialmente

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