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Pisa e a relação com a Discalculia


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Pisa e a relação com a Discalculia 
 
Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 
 
Para o Pisa 2022, letramento matemático é definido da seguinte forma: 
 
O letramento matemático é a capacidade individual de raciocinar matematicamente e de 
formular, empregar e interpretar a matemática para resolver problemas em uma variedade de 
contextos do mundo real. Inclui conceitos, procedimentos, fatos e ferramentas para descrever, 
explicar e prever fenômenos. 
Ajuda os indivíduos a conhecer o papel que a matemática desempenha no mundo e a fazer 
julgamentos e tomar decisões bem fundamentadas necessárias para os cidadãos construtivos, 
engajados e reflexivos do século 21. (OECD, p. 5, 2023). 
 
Além disso, a definição de letramento matemático pode ser considerada com relação aos 
seguintes conceitos inter-relacionados: 
 
1) Conhecimento de conteúdo: como o domínio é organizado em categorias; 
2) Processos cognitivos: raciocínio matemático e modelo de solução de problemas; 
3) Contextos: o “cenário” do mundo real no qual os itens são apresentados, incluindo 
selecionar as habilidades do século 21 que são apoiadas e desenvolvidas como parte do 
letramento matemático. 
 
O Ministério da Educação divulgou nesta terça-feira, 6, os resultados do Programa Internacional 
de Avaliação de Estudantes (Pisa) — Programme for International Student Assessment —, da 
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Embora a maioria dos 
estudantes avaliados tenha interesse nas disciplinas relacionadas à ciência (mais da metade 
relata ter interesse ou se divertir ao aprender sobre ciências), o desempenho foi bem abaixo da 
média da OCDE. 
 
O desempenho médio dos jovens estudantes brasileiros na avaliação de ciências foi de 401 
pontos, valor significativamente inferior à média dos estudantes dos países membros da OCDE 
(493). O desempenho médio dos jovens brasileiros da rede estadual foi de 394 pontos. 
 
O que é o exame Pisa? 
O Pisa, que avalia o desempenho de estudantes de 15 e 16 anos, é realizado a cada três anos 
pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) em 81 países, entre 
membros e parceiros da organização. 
 
Qual é o objetivo da Prova Brasil? 
O objetivo das provas é aferir a real situação do sistema educacional brasileiro a partir da 
avaliação de desempenho dos estudantes e fazer o levantamento de informações sobre escolas, 
professores e diretores. 
 
Qual a posição do Brasil no Pisa 2023? 
Na tabela geral, o Brasil está na 53ª posição. Entre as nações latino-americanas, superou a 
Argentina e a Colômbia. Está 19 pontos atrás do México, que ocupa o 49º lugar; a 26 pontos do 
Uruguai (47º), e a 38 pontos do Chile (45º). 
 
Quantos brasileiros sabem matemática básica? 
No Brasil, 73% dos estudantes brasileiros avaliados nesta faixa etária apresentaram 
desempenho em matemática no nível abaixo do básico. O Brasil caiu 5% em matemática, em 
relação ao Pisa de 2018, e ficou no intervalo entre a 62ª e 68º posição no ranking da OCDE. 
 
 
Os principais transtornos de aprendizagem 
 
Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) 
 
É um transtorno caracterizado por dificuldade em manter a atenção e se concentrar em tarefas, 
esquecimento frequente e dificuldade em organizar atividades. 
 
Dislexia 
 
É um transtorno na aprendizagem da leitura e/ ou escrita. Há uma falta de habilidade em 
reconhecer palavras (sinais gráficos) e da compreensão da leitura. A dislexia torna-se mais 
evidente no período de 6 a 7 anos. Observa-se uma dificuldade atípica para aprender a ler, 
escrever, soletrar e calcular. A criança apresenta inteligência normal e boa compreensão da 
língua falada. 
 
Discalculia 
 
É uma dificuldade específica no aprendizado da matemática. A criança apresenta dificuldade em 
somar e subtrair, discriminar sequências numéricas crescentes e decrescentes, etc. 
 
Dispraxias 
 
É a dificuldade de realizar movimentos mais complexos e automatizá-los. Exemplo: falta de 
coordenação motora, a criança ainda não apresenta a percepção e controle de cada parte do 
corpo, noção de espaço. É “desajeitada”. 
 
Transtorno da Expressão Escrita 
 
Dificuldade em desenvolver as habilidades da escrita. “Letra feia”. 
 
Atraso cognitivo 
 
Quadro de inteligência abaixo da média. O principal sintoma é a dificuldade de raciocínio e 
compreensão. A função intelectual pode ser avaliada por testagem. 
 
Fonte: Dra. Ana Lígia Silveira 
 
 
 
 
 
 
Discalculia 
 
Esse transtorno, específico da aprendizagem em matemática, caracteriza-se como uma 
dificuldade específica no processamento de informações numéricas, aprendizagem de fatos 
aritméticos e realização de cálculos precisos ou fluentes, associada a fatores biológicos e/ou 
pedagógicos. 
 
O conhecimento sobre a discalculia e um possível rastreio para adolescentes é um parâmetro 
para o atendimento educacional especializado e para a sala regular, a fim de desenvolver 
estratégias de intervenção e contribuir com desenvolvimento de habilidades acadêmicas 
básicas. 
 
Dentro do estudo das dificuldades matemáticas está a discalculia, que precisa ser diferenciada 
da simples dificuldade no aprendizado. Segundo Bastos (2016, p. 176), a discalculia “é uma 
alteração específica em aritmética, não atribuível exclusivamente a um retardo mental global 
ou à escolarização inadequada”. Shalev define: 
 
[…] a discalculia do desenvolvimento como um transtorno específico que afeta a aquisição 
normal das habilidades aritméticas. As evidências genéticas, neurobiológicas e epidemiológicas 
indicam que a discalculia, como outros distúrbios de aprendizagem, tem bases cerebrais; 
entretanto, o ensino inadequado e as privações ambientais podem estar envolvidos na sua 
etiologia. (Shalev, citado por Bastos, 2016, p. 176) Dessa forma, faz-se necessário distinguir 
distúrbio neurológico (com base em diversas causas) de dificuldade de aprendizagem 
proporcionada pela falha no processo de ensino. 
 
Vale salientar que discalculia, do ponto de vista neurológico é inabilidade de lidar com números, 
fazendo com que a pessoa faça confusão nos conceitos de forma geral e nas operações 
matemáticas. Dessa forma, é de suma importância um encaminhamento aos profissionais de 
área para que possam diagnosticar as possíveis causas do distúrbio, se biológicas ou falhas no 
processo de ensinagem, para que o encaminhamento correto possa ser aplicado (Olivier, 2011). 
 
Do ponto de vista neurológico, que trata do nível de desenvolvimento, em que a discalculia é 
percebida como transtorno, Garcia, citado por Silva (2014), diz que: 
Discalculia ou Discalculia do desenvolvimento trata-se de um transtorno estrutural da 
maturação das habilidades matemáticas […], se manifesta pela quantidade de erros variados na 
compreensão de números, habilidades de contagem, habilidades computacionais e solução de 
problemas verbais. (Garcia, citado por Silva, 2014, p. 69) 
 
Assim sendo, a investigação deve ser realizada a fim de que se possa praticar o encaminhamento 
adequado, incluindo alunos(as) no processo de ensino, com um encaminhamento que venha 
proporcionar a estimulação processual flexibilizando a aprendizagem. Parece estranho afirmar 
que a aprendizagem deve ocorrer, uma vez que o transtorno seja comprovado. Mas o DMS-5 
(American Psychiatric Association, 2014) permite entender que a aprendizagem ocorre, porém, 
não com a mesma fluência em que ocorre em alunos(as) que não apresentam o distúrbio. Nessa 
perspectiva, Silva (2014) afirma que: 
[...] o processo de aprendizagem da Matemática ocorre em todos, no entanto, no sujeito 
acometido pela discalculia, a mesma ocorre de maneira lenta, havendo assim discrepância 
considerável entre a idade cronológica e a idade mental do mesmo, o que, na visão da grande 
maioria dos educadores, se configura como um dos grandes entraves para a inclusão nocontexto da sala de aula [...]. (Silva, 2014, p. 71) 
 
Essa incapacidade ou pouca habilidade para cálculos e pensamento lógico gera a necessidade 
de se executar um trabalho ressignificando que vise buscar diminuir as disparidades entre os 
alunos(as). “Tais exigências já se encontram amparadas pela lei que rege o ensino brasileiro (LDB 
n. 9.394/1996)” e em seu texto deixam claro que “os sistemas de ensino assegurarão aos 
educandos com necessidades especiais: currículo, métodos, técnicas, recursos educativos e 
organização específica, para atender às suas necessidades” (Brasil, 2010). Dessa forma, vale 
repensar sobre como está ocorrendo o processo ensino-aprendizagem em todas as esferas 
possíveis que compreendam uma educação de qualidade e inclusiva, levando em conta as 
características de cada aprendente. 
 
Sob essa visão é necessário entender que o ensinar e o aprender são dissociáveis, ideia reforçada 
por Freire, quando sugere que “não há docência sem discência” (Freire, 1996, p. 12). Assim 
sendo, ambos devem ser desprovidos de qualquer tipo de resistência quanto<!-- -->às 
diferenças. O educador deve estar consciente de sua missão, valorizar o educando e 
compreender que deve proporcionar aos sujeitos diversos, múltiplas maneiras de aprender, 
estimulando suas habilidades e despertando nestes o desejo pelo aprendizado, permitindo que 
eles percebam que são capazes de aprender, mesmo em meio às dificuldades apresentadas. 
 
Tipos de discalculia 
 
Já se sabe que a discalculia traz consigo necessidades que merecem atenção e se deve buscar 
meios possíveis para que a dificuldade seja sanada, de modo a permitir ao aluno aprender de 
forma significativa numa perspectiva cidadã. 
 
Por esse motivo, é necessário que se compreenda as formas que a discalculia se apresenta. 
Conforme Kocs, citado por Garcia (1998), a discalculia pode ser: 
 
1. Verbal: quando se perceba dificuldades de nomear quantidades matemáticas. 
2. Practognóstica: em que se percebe dificuldades para enumerar, comparar, manipular objetos 
reais ou em imagens matematicamente. 
3. Léxica: manifesta dificuldade com a leitura de símbolos matemáticos. 
4. Gráfica: manifesta dificuldade na escrita de símbolos matemáticos. 
5. Ideognóstica: apresenta dificuldade com compreensão de conceitos e operações mentais. 
6. Operacional: demonstra dificuldade na execução de operações e cálculos numéricos. 
 
Dentro dessa perspectiva colocada pelo autor, percebe-se que pode haver uma multiplicidade 
de possibilidades dentro da discalculia, a qual pode dificultar o diagnóstico atrasando todo o 
processo. Essas variantes prognósticas podem levar a uma confusão no momento de avaliar e, 
assim, a discalculia por vezes tem evidenciação tardia. 
 
 
 
DESAFIOS DO CÁLCULO 
 
O mau rendimento em relação aos cálculos (discalculia), situação que não é incomum no meio 
escolar, ainda é objeto de estudos que venham configurar com clareza o acontecimento. 
 
Conforme Bastos (2016), é grande a diversidade de propostas de estudiosos na área; todavia, o 
autor propõe uma classificação conforme a imagem a seguir. 
 
Dentro dessa perspectiva, percebe- se que as causas podem estar relacionadas a fatores 
neurológicos e não neurológicos. 
 
Em se tratando de fatores não neurológicos, é perceptível que o meio no qual o aluno está 
inserido influencia grandemente seu desenvolvimento. Dentre os fatores que se desencadeiam 
na escola, o agente principal pode ser o docente e suas práticas. Um ambiente harmonioso é, 
sem dúvidas, favorável ao quesito ensino-aprendizagem. O professor(a) que entende que seu 
papel é o de facilitar o processo obtém êxito e cria uma esfera que desperta interesse pelo 
aprender. 
 
Contudo, existe um conjunto de fatores que compreende também o meio social em que o aluno 
está incluído, que devem ser levados em conta. Falta de condições e cuidados básicos implicam 
um rebaixamento quanto à aprendizagem (Gomes, 2018). 
 
Somando-se a esses fatores, ainda deve ser levada em conta a “ansiedade matemática”, que é 
percebida no aparecimento de um singular nervosismo diante do contato com muitos números. 
Conforme Ilhéu (2019), essa situação pode ser considerada um distúrbio que se manifesta diante 
da “competitividade” e de situações em que o estudante é posto à prova, embora sua origem 
esteja vinculada às operações básicas que não foram devidamente desenvolvidas, o que dificulta 
o aprendizado e, consequentemente, cria estigmas quanto à matemática de uma forma geral. 
 
Dentre os desafios do cálculo, que compreende os fatores neurológicos, há de se destacar os 
distúrbios primários como objeto de estudo. A discalculia do desenvolvimento, assunto que já 
foi tratado anteriormente, mas que merece ser retomado conceitualmente, trata-se, segundo 
Bastos (2016, p. 181), da “dificuldade em aprender matemática, com falhas para adquirir 
adequada proficiência nesse domínio cognitivo, a despeito de inteligência normal, oportunidade 
escolar, estabilidade emocional e necessidade de motivação”, percebendo-se estar ligada a 
aquisição da habilidade. 
 
A acalculia, “que significa a perda da capacidade de executar cálculos e desenvolver o raciocínio 
aritmético” (Bastos, 2016, p. 181), ocorre por conta de algum tipo de lesão sofrida pelo sujeito 
e pode apresentar sintomas como (Pereira, 2018): 
 
• dificuldade em contar de trás para a frente; 
• dificuldade em saber quantas semanas existem num ano; 
• dificuldade em ler e escrever números com diferentes níveis de complexidade; 
• dificuldade em comparar números, de forma a saber qual é maior ou menor; 
• dificuldade em interpretar sinais matemáticos; 
• dificuldade em alinhar números em colunas; 
• dificuldades significativas na transcrição entre números escritos em forma de palavras e 
escritos em forma numérica. 
 
A acalculia, conforme Bastos (2016), compreende três subtipos a se considerar: alexia e agrafia 
para números (comprometimento do hemisfério cerebral esquerdo), em que o sujeito 
demonstra comprometimento na leitura e na escrita quantitativa; acalculia espacial 
(comprometimento do hemisfério cerebral direito), em que o sujeito demonstra 
comprometimento espacial, não conseguindo posicionar os números para executar cálculos; e 
anaritmetia (comprometimento de ambos os hemisférios cerebrais), que implica a incapacidade 
matemática. 
 
Com base nesse panorama, percebe-se a importância da observação e do encaminhamento para 
que o educando possa ser auxiliado no processo educacional a fim de se cumprir o papel social 
da escola, que é promover a inclusão do aluno(a) portador de deficiência, síndrome, transtorno 
ou dificuldade, defendendo os direitos do aprendente e promovendo a tão almejada educação 
cidadã. 
 
DIFICULDADES E A ESCOLA 
 
Dentro do ambiente escolar se vivencia novas experiências a todo instante. É nele também que 
os alunos ressignificam suas vivências a partir de novas experiências e novos aprendizados. 
Dessa forma, é interessante que a escola busque viabilizar meios de permitir a inclusão de uma 
forma global do aluno que apresenta dificuldades no aprendizado. 
 
Relacionado com o transtorno neurobiológico que provoca uma desordem no desenvolvimento 
das habilidades numéricas, em que o aprendente, em função disso, não consegue realizar 
cálculos matemáticos, toda atenção por parte do professor é necessária. Perceber o 
comportamento de tais alunos(as) é de suma importância, uma vez que estes dão sinais claros 
de suas dificuldades. A apatia faz parte do processo e, consequentemente, percebe-se que esse 
aluno não consegue alcançar os objetivos preestabelecidos. O fato de não conseguir quantificar 
e relacionar as situações e as operações matemáticas, desde as mais básicas às mais elaboradas, 
e não apresentar orientação espacial, dentre outras, são algumas das dificuldades que a 
discalculia apresenta e que, seobservadas criteriosamente, podem ser trabalhadas com 
intervenções significativas, a fim de auxiliar o estudante (Noé, s.d.). 
 
Nos dias atuais, muito mais que em tempos remotos, ser observador deve ser uma das 
características do profissional da educação. 
 
Barreto (2015) afirma que: 
É o professor o único profissional que forma a base e modela importantes características em 
todos os diferentes profissionais em sua sociedade, que, por sua vez, depois de formados, ao 
atuarem e conviverem com seus pares determinam o futuro que desejam e as modificações que 
julguem necessárias. (Barreto, 2014, p. 12) 
 
Dessa forma, percebe-se claramente a necessidade de o professor(a) ter consciência de sua 
importância e de como sua ação e intervenção pode influenciar o futuro de seu aluno(a). 
Assim, observar alunos que não conseguem realizar as atividades propostas e não se mostram 
participativos é um verificador que deve ser levado em conta evitando a exclusão. 
 
O contato aproximado do professor(a) sem dúvidas favorece a aprendizagem e serve de apoio 
aos alunos(as) de forma geral e principalmente diante de quadros de dificuldades. Não obstante 
a isso, estabelecer uma ponte de ligação com a família é fundamental num trabalho conjunto 
para benefício do aprendente. A escola deve buscar meios de interagir com o aluno com 
dificuldades e proporcionar ao educador meios de trabalhar com as possíveis dificuldades do 
educando. 
 
Nos dias atuais é de suma importância utilizar-se da neurociência para alavancar a educação e 
ainda mais como meio contribuinte para trabalhar as dificuldades manifestas nos alunos. 
Entender que ela esclarece fatos acerca da cognição e das vias de conhecimento cerebral e seu 
funcionamento é perceber que a neurociência só vem reforçar as ideias de teóricos do passado, 
e permitir perceber como o cérebro aprende. Assim sendo, percebe-se que se trata de uma 
ferramenta indispensável para o educador. 
 
Há uma necessidade vigente de ter em mente que a educação conta sobremaneira com a 
“emoção” e que esta interfere nos processos, sendo “fundamental para a aprendizagem” (Salla, 
2012). Dessa maneira, é notável a importância da ferramenta, que acaba por ser indispensável 
para o educador. Nessa perspectiva, sabe-se que o educador que busca uma educação voltada 
à cidadania deve repensar suas práticas, utilizar-se de todos os meios possíveis e se manter 
atualizado sobre as novas possibilidades e metodologias para construir uma educação eficaz. 
 
Focar o aluno e estimulá-lo a ser participativo faz da escola um ambiente de construção do 
saber. Ressignificar a educação é a maior necessidade atual para se transpor as dificuldades e se 
consolidar os objetivos traçados. 
 
PRÁTICAS DOCENTES 
 
Não é novidade que o professor(a) é um agente de mudança, que influencia sobremaneira a 
sociedade de forma geral, pois é um formador de opiniões que multiplica saberes em todos os 
níveis da vida do educando. O docente tem a sublime missão de ressignificar a educação, 
trazendo em pauta práticas colaborativas que tencionem promover integração entre os 
estudantes. Interagir com o grupo é vital, promover a interdisciplinaridade no 
compartilhamento das práticas é essencial. Utilizar-se de todas as possiblidades, inclusive da 
neurociência, como ferramenta auxiliadora pode alavancar o processo. Claro que este estudo 
não tem o interesse de estabelecer uma postura para o professor, mas sim sugerir caminhos 
possíveis para a consolidação de uma educação inovadora e inclusiva. 
 
É relevante buscar se apropriar de novos saberes e pesquisas que estão disponíveis para todo 
aquele que busca uma educação eficaz. Faz-se necessário compreender que o estudado hoje 
depende dos esforços de ontem, e que num movimento cíclico a educação se faz e refaz 
perpassando as gerações por meio dos conhecimentos e das vivências adquiridos ao longo do 
tempo. 
 
De acordo com Barreto (2014, p. 57), “podemos considerar que o conhecimento e 
principalmente o uso destes saberes, tanto no ambiente escolar quanto na sociedade em geral, 
é fundamental para determinar a transmissão da cultura para as próximas gerações”. O autor 
afirma, ainda, que esse fator implica a “qualidade de vida futura de nossa sociedade”. Assim, 
percebe-se que a educação tem um poder transformador e o docente é quem proporciona essa 
dinâmica com suas práticas inventivas e novas metodologias adaptadas à realidade de seus 
educandos. Explorar as capacidades dentro das dificuldades dos educandos, despertando novas 
habilidades, é fundamental. Parece uma afirmação paradigmática, porém é nessa ótica que as 
mudanças ocorrem, uma vez que na possível inabilidade possa aparecer uma nova forma de 
aprender. 
 
Possiblidades na ação docente 
 
Dentre a gama de possibilidades para estimulação do aluno(a) com dificuldades, utilizar-se de 
jogos pode ser um meio que privilegie significativamente a educação, uma vez que nos jogos 
são descobertas possibilidades de compreensão, raciocínio e capacidade de resolução de 
problemas. Os jogos, com direcionamento, ampliam as possiblidades de compreensão, inclusive 
de alunos com dificuldades, pois permitem eles vivenciarem novas experiências enquanto 
jogam. Conforme Castanho (2013), “ensinar passou a ser compreendido como criar condições 
adequadas a esse processo e à realização de intervenções com vistas a possibilidade de 
avanços”. 
 
Com isso, percebe-se que os jogos são fortes aliados da educação, uma vez que estão ligados às 
mais remotas experiências humanas. Utilizar jogos é, sem dúvidas, uma obtenção de novos 
conhecimentos e, sendo assim, promove o encontro com novos saberes e novas experiências. 
 
Defender a ideia da utilização dos jogos, da ludicidade, é saber sua eficácia e a consolidação e 
entender que não se trata somente de uma oportunidade coadjuvante do aprendizado e sim de 
um direito do aluno(a) (Ortiz, 2005). Percebe-se então que o aprender está vestido de diversão, 
e o docente responsável pelo processo se utiliza desse momento que favorece seu objetivo 
maior: ensinar. 
Intencionar o educar é poder se utilizar de métodos diversificados enquanto se ensina, com 
objetivo traçado. Nessa ótica, os jogos “se transformam em contextos de aprendizagem” 
(Castanho, 2013). 
 
Utilizar-se de novas ferramentas, novas pesquisas, novas metodologias é fundamental para se 
transpor barreiras na educação, desde que o professor saiba estabelecer seus objetivos e suas 
metas educacionais no contexto de um ensino eficaz que possua dificuldades ou não, mas que 
valorize o sujeito sempre. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
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[recurso eletrônico]: DSM-5. Tradução de Maria Inês Corrêa Nascimento et al. 5. ed. Porto 
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BARRETO, F. C. Estratégias docentes eficazes: quando a neurociência, as teorias de 
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2014. 
 
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