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livro_Cuidado Integral a Saúde do Adulto II_CENGAGE_V2 (Versão Digital)

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CUIDADO INTEGRAL 
À SAÚDE DO ADULTO II
CUIDADO INTEGRAL 
À SAÚDE DO ADULTO II
ORGANIZADOR WENDEL MOMBAQUE DOS SANTOS
ORGANIZADOR WENDEL MOMBAQUE DOS SANTOS
Cuidado Integral à Saúde do Adulto II
GRUPO SER EDUCACIONAL
Este livro aborda os cuidados com a saúde do adulto e todos os aspectos 
que envolvem o trabalho dos pro�ssionais da enfermagem. Uma obra 
didaticamente preparada para oferecer os principais temas do cuidado dos 
adultos pela equipe de enfermagem, onde serão apresentados aspectos 
epidemiológicos, preventivos, �siopatológicos e terapêuticos das doenças 
mais prevalentes nessa faixa etária, assim como alterações nos padrões de 
adoecimento, prevalência e causas do adoecimento, características das 
doenças crônicas e as fases da doença crônica, no sistema endócrino e no 
sistema hematopoético, principais tipos de anemias que mais acometem a 
população, sistema renal e geniturinário. 
A obra é bastante abrangente e ainda trata das alterações do sistema 
digestivo e do sistema musculoesquelético, focando também em condi-
ções como fraturas, complicações das fraturas, amputação, mobilidade 
física e artrite reumatoide.
Sucesso nos seus estudos!
gente criando futuro
I SBN 9786555581478
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CUIDADO INTEGRAL 
À SAÚDE DO 
ADULTO
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. 
Diretor de EAD: Enzo Moreira
Gerente de design instrucional: Paulo Kazuo Kato 
Coordenadora de projetos EAD: Manuela Martins Alves Gomes
Coordenadora educacional: Pamela Marques
Equipe de apoio educacional: Caroline Guglielmi, Danise Grimm, Jaqueline Morais, Laís Pessoa
Designers gráficos: Kamilla Moreira, Mário Gomes, Sérgio Ramos,Tiago da Rocha
Ilustradores: Anderson Eloy, Luiz Meneghel, Vinícius Manzi 
 
Santos, Wendel Mombaque dos.
 Cuidado Integral à Saúde do Adulto II / Wendel Mombaque dos Santos. – São Paulo: 
Cengage, 2020.
 Bibliografia.
 ISBN 9786555581478
 1. Saúde - Enfermagem. 2. Enfermagem – Clínica Geral/Geriatria.
Grupo Ser Educacional
 Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro 
CEP: 50100-160, Recife - PE 
PABX: (81) 3413-4611 
E-mail: sereducacional@sereducacional.com
“É através da educação que a igualdade de oportunidades surge, e, com 
isso, há um maior desenvolvimento econômico e social para a nação. Há alguns 
anos, o Brasil vive um período de mudanças, e, assim, a educação também 
passa por tais transformações. A demanda por mão de obra qualificada, o 
aumento da competitividade e a produtividade fizeram com que o Ensino 
Superior ganhasse força e fosse tratado como prioridade para o Brasil.
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec, 
tem como objetivo atender a essa demanda e ajudar o País a qualificar 
seus cidadãos em suas formações, contribuindo para o desenvolvimento 
da economia, da crescente globalização, além de garantir o exercício da 
democracia com a ampliação da escolaridade.
Dessa forma, as instituições do Grupo Ser Educacional buscam ampliar 
as competências básicas da educação de seus estudantes, além de oferecer-
lhes uma sólida formação técnica, sempre pensando nas ações dos alunos no 
contexto da sociedade.”
Janguiê Diniz
PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL
Autoria
Wendel Mombaque dos Santos
Graduação em Enfermagem pela Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), especialista em 
Enfermagem do Trabalho pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), especialista em Ciências da 
Saúde pela Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), MBA em Gestão em Saúde pela Universidade 
de São Paulo (USP), mestrE em Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), doutor 
em Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e doutor em Enfermagem em Saúde 
do Adulto pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente é enfermeiro do trabalho da Empresa 
Brasileira de Serviços Hospitalares, colaborador GRADE Center do Joanna Briggs Institute (Australia), 
pesquisador do Joanna Briggs Institute (Australia) e consultor de Avaliação de Tecnologias em Saúde.
SUMÁRIO
Prefácio .................................................................................................................................................8
UNIDADE 1 - Aspectos epidemiológicos e assistência em enfermagem aos adultos ........................9
Introdução.............................................................................................................................................10
1 A Enfermagem e as Doenças Mais Prevalentes em Nossa Sociedade................................................11
2 Alterações nos Padrões de Adoecimento .......................................................................................... 12
3 Prevalência e Causas do Adoecimento .............................................................................................. 15
4 Características das Doenças Crônicas ................................................................................................ 18
5 As fases da Doença Crônica e o Cuidado de Enfermagem .................................................................22
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................27
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................28
UNIDADE 2 - Alterações no sistema endócrino e no sistema hematopoético ..................................31
Introdução.............................................................................................................................................32
1 Diabetes Mellitus ............................................................................................................................... 33
2 Função Tireoide Anormal ................................................................................................................... 36
3 Síndrome de Cushing ......................................................................................................................... 39
4 Sistema Hematopoético ..................................................................................................................... 41
5 Anemia ...............................................................................................................................................42
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................49
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................50
UNIDADE 3 - Cuidado de enfermagem em pacientes com alterações no sistema renal, 
geniturinário e digestivo................................................................................................................53
Introdução.............................................................................................................................................54
1 Diálise .................................................................................................................................................55
2 Doenças Glomerulares Primárias ....................................................................................................... 59
3 Diarreia ..............................................................................................................................................62
4 Distúrbios Gastrointestinais ............................................................................................................... 64
5 Distúrbios Anorretais .........................................................................................................................68
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................71
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................72
UNIDADE 4 - Cuidado de enfermagem em pacientes com alterações 
no sistema musculoesquelético......................................................................................................75
Introdução.............................................................................................................................................76
1 Contusões, Distensões e Entorses ...................................................................................................... 77
2 fraturas ...............................................................................................................................................80
3 Fraturas de Ossos Específicos ............................................................................................................ 82
4 Amputação .........................................................................................................................................89
5 Artrite Reumatoide ............................................................................................................................ 91
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................94
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................95
Este livro aborda os cuidados com a saúde do adulto e todos os aspectos que 
envolvem o trabalho dos profissionais da enfermagem. 
Na primeira unidade, abordaremos os aspectos epidemiológicos, preventivos, 
fisiopatológicos e terapêuticos das doenças mais prevalentes em nosso meio, assim 
como a assistência em enfermagem aos adultos com afecções agudas e crônicas em 
diferentes especialidades. Explicaremos os aspectos importantes sobre a enfermagem 
e as doenças mais prevalentes em nossa sociedade, alterações nos padrões de 
adoecimento, prevalência e causas do adoecimento, características das doenças 
crônicas e as fases da doença crônica.
Na sequência, trataremos das alterações no sistema endócrino e no sistema 
hematopoético, assim como a assistência em enfermagem aos adultos com afecções 
agudas e crônicas em diferentes especialidades. Os principais aspectos clínicos e sobre 
a enfermagem, epidemiológicos, psicossociais que fundamentam o cuidar, o cuidado 
de enfermagem nas doenças relacionadas aos sistemas citados antes. Finalizaremos 
com os principais tipos de anemias que mais acometem a população.
A unidade três abordará as alterações do sistema renal e geniturinário, assim como 
as alterações do sistema digestivo. Os principais pontos a serem estudados sobre o 
cuidar em glomerulonefrite, procedimentos dialíticos, distúrbios hidroeletrolíticos 
e balanço hídrico, assim como diarreias, desnutrição, distúrbios gastrointestinais, 
distúrbios biliares, distúrbios pancreáticos, distúrbios hepáticos e distúrbios anorretais 
serão amplamente discutidos nesta unidade.
A quarta unidade 4, cuidado de enfermagem em pacientes com alterações no 
sistema musculoesquelético, vai tratar da enfermagem na paracentese, assim como 
alterações do sistema musculoesquelético. Discutiremos o papel da enfermagem 
no cuidado dos adultos com doenças musculoesqueléticas, focando também em 
condições como fraturas, complicações das fraturas, amputação, mobilidade física, 
artrite reumatoide.
Esta obra é essencial para seus estudos na área de enfermagem com foco nos 
cuidados com adultos II. Bons estudos!
PREFÁCIO
UNIDADE 1
Aspectos epidemiológicos e assistên-
cia em enfermagem aos adultos
Olá,
Você está na unidade Aspectos epidemiológicos e assistência em enfermagem aos adultos. 
Conheça aqui os aspectos epidemiológicos, preventivos, fisiopatológicos e terapêuticos 
das doenças mais prevalentes em nosso meio, assim como a assistência em enfermagem 
aos adultos com afecções agudas e crônicas em diferentes especialidades.
Iremos aprender aspectos importantes sobre a enfermagem e as doenças mais 
prevalentes em nossa sociedade, alterações nos padrões de adoecimento, prevalência e 
causas do adoecimento, características das doenças crônicas e as fases da doença crônica 
e o cuidado de enfermagem.
Bons estudos!
Introdução
11
1 A ENFERMAGEM E AS DOENÇAS MAIS 
PREVALENTES EM NOSSA SOCIEDADE
A enfermagem está inserida em todos os contextos da atenção à saúde do paciente, desde 
a atenção básica até a atenção em serviços de alta complexidade. Nesse contexto, podemos 
observar as mudanças que a nossa população está enfrentando, principalmente no que tange 
às doenças mais prevalentes. Atualmente, nos deparamos com um aumento das patologias 
crônicas nos serviços de saúde, as quais podem ser acompanhadas de fases agudas provadas por 
diferentes patologias.
Nesse contexto, os Enfermeiros devem compreender quais as mudanças no cuidado de saúde 
são necessárias, assim como as alterações na sociedade e seu impacto nas doenças crônicas e 
agudas. A compreensão destes fatores irá auxiliar a prestar um cuidado de Enfermagem de forma 
mais integral e adequada aos nossos pacientes.
1.1 Mudanças no Cuidado em Saúde
O sistema de prestação de cuidados de saúde está mudando rapidamente à medida que 
a população e as suas necessidades e expectativas de cuidados de saúde estão alterando ao 
longo dos últimos anos (BARROS et al., 2006; SMELTZER; BARE, 2012). A mudança demográfica 
da população, o aumento de doenças crônicas e agudas, a maior ênfase na economia e os 
avanços tecnológicos resultaram em mudanças de ênfase na prestação de serviços de saúde e na 
enfermagem (SMELTZER; BARE, 2012).
As mudanças na população, em geral, estão afetando a necessidade e a prestação de cuidados 
de saúde enfermagem (BARROS et al., 2006; SMELTZER e BARE, 2012). Não apenas a população 
está aumentando, mas também a composição da população está mudando, como o declínio na 
taxa de natalidade e o aumento da expectativa de vida relacionados à melhoria da assistência 
à saúde que resultaram em menos crianças em idade escolar e mais idosos, em sua maioria 
mulheres (BARROS et al., 2006; CAMPOLINA et al., 2013, SMELTZER; BARE, 2012).
Adicionalmente, a população se tornou mais diversificada culturalmente à medida que um 
número crescente de pessoas de diferentes origens nacionais entra no país (BARROS et al., 2006; 
CAMPOLINA et al., 2013; SEMELTZER, BARE, 2012). Devido a essas mudanças populacionais, 
a necessidade de cuidados de saúde para grupos etários específicos, mulheres e um grupo 
diversificado de pessoas em localizações geográficas específicas está alterando a eficácia dos 
meios tradicionais de prestação de cuidados de saúde e está exigindo mudanças de longo alcance 
na população. (BARROS et al., 2006; CAMPOLINA et al., 2013; SMELTZER; BARE, 2012).
12
1.2 Alterações na Sociedade e seu Impacto nas Doenças Crônicas e 
Agudas
A população mundial continuará a crescer nos próximos anos e espera-se que o número de 
pessoas com mais de 65 anos chegue a 20% da população até 2030. Além disso, as pessoas com 
85 anos ou mais constituem um dos segmentos da população que mais cresce (BARROS et al., 
2006; CAMPOLINA et al., 2013; SMELTZER; BARE, 2012). Nesse sentido, muitos idosos sofrem 
de múltiplas condições crônicas que são exacerbadas por episódios agudos (Barros et al., 2006; 
CAMPOLINA et al., 2013; SMELTZER; BARE,, 2012). As necessidades de cuidados de saúde dos 
idosos são complexas e exigem investimentos significativos, tanto profissionais quanto financeiros 
pelo setor de saúde (BARROS et al., 2006; CAMPOLINA et al., 2013; SMELTZER; BARE,, 2012).
Uma apreciação pelas diversas características e necessidades de indivíduos de origens 
étnicas e culturais variadas é importante nos cuidados desaúde e na enfermagem (SMELTZER; 
BARE, 2012). À medida que a composição cultural da população muda, torna-se cada vez mais 
importante abordar considerações culturais na prestação de cuidados de saúde (CAMPOLINA et 
al., 2013; SMELTZER; BARE, 2012). Pacientes de diversos grupos socioculturais trazem para o 
ambiente de saúde diferentes crenças, valores e práticas de saúde, bem como diferentes fatores 
de risco para algumas doenças e reações únicas ao tratamento (SMELTZER; BARE, 2012).
Para promover um relacionamento eficaz entre enfermeiro e paciente objetivando resultados 
positivos do cuidado, o cuidado de enfermagem deve ser culturalmente competente, apropriado 
e sensível às diferenças culturais (SMELTZER; BARE, 2012). Todas as tentativas devem ser feitas 
para ajudar o indivíduo a manter suas características culturais únicas e fornecer alimentos 
especiais que tenham significado, e providenciar observâncias religiosas especiais pode permitir 
ao paciente manter um sentimento de inteireza quando ele ou ela se sentir isolado da família e 
da comunidade (SMELTZER; BARE, 2012).
Conhecer o significado cultural e social que situações específicas têm para cada paciente 
ajuda a enfermeira a evitar impor um sistema de valores pessoais quando o paciente tem um 
ponto de vista diferente (SMELTZER; BARE, 2012). Na maioria dos casos, a cooperação com o 
plano de assistência é maior quando a comunicação entre a enfermeira, o paciente e a família do 
paciente são direcionados para entender a situação ou o problema e respeitar os objetivos um do 
outro (BARROS et al., 2006; CAMPOLINA et al., 2013; SMELTZER; BARE, 2012).
2 ALTERAÇÕES NOS PADRÕES DE ADOECIMENTO
As alterações no padrão de adoecimento da nossa sociedade estão intimamente ligadas 
na forma que a nossa sociedade está vivendo. Atualmente, temos vivenciado uma evolução no 
aparecimento de doenças crônicas, devido principalmente à maior expectativa de vida associada 
13
à ingesta de alimento calóricos e baixa atividade física. Esses fatores impactam diretamente 
no trabalho do Enfermeiro, uma vez que essa evolução de doenças crônicas e agudas impacta 
diretamente no gerenciamento em enfermagem.
Como primeira etapa do gerenciamento de Enfermagem, devemos compreender a evolução 
das doenças crônicas e agudas ao longo dos últimos anos, desta forma iremos conseguir adequar 
as nossas ações buscando a prevenção e promoção à saúde dos pacientes que iremos atender. 
Vale lembrar que grande parte das atividades que iremos desenvolver com os pacientes com 
doenças crônicas consiste na educação em saúde para que eles possam desenvolver atividades de 
maneira adequada visando à redução dos aspectos limitantes de sua patologia.
2.1 Evolução de Doenças Crônicas e Agudas
Nos últimos 50 anos, os problemas mudaram significativamente, uma vez que muitas doenças 
infecciosas foram controladas ou erradicadas e por outro lado outras como tuberculose, síndrome 
da imunodeficiência adquirida (AIDS) e doenças sexualmente transmissíveis estão em ascensão 
(CHIESA WESTPHAL, AKERMAN, 2008; Lessa, 2004; SMELTZER, BARE, 2012; VERAS, 2011). Um 
número crescente de agentes infecciosos está se tornando resistente à antibioticoterapia como 
resultado do uso inadequado e disseminado de antibióticos (CHIESA WESTPHAL, AKERMAN, 2008; 
Lessa, 2004; SMELTZER, BARE, 2012; Veras, 2011). Portanto, condições que antes eram facilmente 
tratadas tornaram-se complexas e com maior risco de vida do que nunca (SMELTZER, BARE, 2012).
A cronicidade de doenças e incapacidades está aumentando devido ao prolongamento 
da vida e à expansão de opções de tratamento bem-sucedidas para condições, como câncer, 
infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e espinha bífida; muitas pessoas com essas 
condições vivem décadas a mais do que nos anos anteriores (CAMPOLINA et al., 2013; CHIESA 
WESTPHAL, AKERMAN, 2008; Lessa, 2004; SMELTER, BARE, 2012; Veras, 2011). Como a maioria 
dos problemas de saúde vistos hoje é de natureza crônica, muitas pessoas estão aprendendo 
a proteger e maximizar sua saúde dentro dos limites de doenças e incapacidades crônicas 
(CAMPOLINA et al., 2013; Lessa, 2004; SMELTZER, BARE, 2012).
FIQUE DE OLHO
Os enfermeiros devem estar atentos para a evolução das patologias crônicas na nossa 
população, pois a cada ano há um aumento na quantidade de idosos. Nesse sentindo, os 
serviços de saúde deverão se adaptar para atender a uma quantidade maior de pacientes 
com doenças crônicas em detrimento às doenças agudas.
14
À medida que as condições crônicas aumentam, os cuidados de saúde se ampliam, com foco 
na cura e erradicação de doenças, incluindo a prevenção ou tratamento rápido de exacerbações 
de condições crônicas (Campolina et al., 2013; Lessa, 2004; Smeltzer e Bare, 2012). A enfermagem, 
que sempre incentivou os pacientes a assumir o controle de suas condições, desempenha um 
papel proeminente no foco atual no gerenciamento de doenças e incapacidades crônicas (Lessa, 
2004; Smeltzer e Bare, 2012; Veras, 2011).
2.2 Gerenciamento em Enfermagem Frente às Alterações Crônicas e 
Agudas
Trabalhar com pessoas com doenças ou deficiências crônicas e/ou agudas requer não apenas 
lidar com os aspectos médicos de seu distúrbio, mas também trabalhar com toda a pessoa, física, 
emocional e socialmente (FRANZEN et al., 2007; MONTEFUSCO, BACHION, 2011; SMELTZER, BARE, 
2012; TORRES, MONTEIRO, 2006). Essa abordagem holística do cuidado exige que os enfermeiros 
utilizem todo o seu repertório de conhecimentos e habilidades, incluindo conhecimentos das 
ciências sociais, em particular da psicologia (FRANZEN et al., 2007; MONTEFUSCO, BACHION, 
2011; SMELTER, BARE, 2012; TORRES, MONTEIRO, 2006).
As pessoas frequentemente respondem a doenças, ensino de saúde e esquemas de maneiras 
diferentes das expectativas dos profissionais de saúde (FRANZEN et al., 2007; MONTEFUSCO, 
BACHION, 2011; SMELTZER, BARE, 2012; TORRES, MONTEIRO, 2006). Embora a qualidade de 
vida seja geralmente afetada por doenças crônicas, especialmente se a doença for grave, as 
percepções dos pacientes sobre o que constitui qualidade de vida frequentemente direcionam 
seus comportamentos de gestão (SMELTZER, BARE, 2012; TORRES, MONTEIRO, 2006). Enfermeiros 
e outros profissionais de saúde precisam reconhecer isso, mesmo que seja difícil ver os pacientes 
tomarem decisões, e decisões imprudentes sobre estilos de vida e manejo da doença (FRANZEN 
et al., 2007; MONTEFUSCO, BACHION, 2011; SMELTZER, BARE, 2012; TORRES, MONTEIRO, 2006). 
Os indivíduos têm o direito de receber cuidados sem temer o ridículo ou a recusa de tratamento, 
mesmo que tenham causado suas condições médicas por meio de suas próprias indiscrições, 
como fumar ou não seguir os esquemas terapêuticos (FRANZEN et al., 2007; MONTEFUSCO, 
BACHION, 2011; SMELTZER, BARE, 2012; TORRES, MONTEIRO, 2006).
15
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
A trajetória de uma doença também pode ser dividida em fases que permitem um 
pensamento mais preciso sobre a condição de uma pessoa (SMELTZER, BARE, 2012). Isso permite 
que o enfermeiro coloque a situação atual no contexto do que poderia ter acontecido com o 
paciente no passado. Dessa maneira, poderemos abordar mais prontamente os problemas e 
questões subjacentes (FRANZEN et al., 2007; MONREFUSCO, BACHION, 2011; SMELTZER, BARE, 
2012; TORRES, MONTEIRO, 2006).
Cada fase da doença traz consigo diferentes problemas, tanto médicos quanto psicossociais 
(SMELTZER, BARE, 2012). Ao pensar em termos de fases e pacientes dentro de uma fase, os 
enfermeiros podem direcionar seus cuidados mais especificamente para cada pessoa (SMELTZER, 
BARE, 2012). Nem toda condição crônica ou aguda é necessariamente fatal, e nem todo paciente 
passa por cada fase possível de uma doença (FRANZEN et al., 2007; MONTEFUSCO, BACHION, 
2011; SMELTZER, BARE, 2012; Torres e Monteiro, 2006).
3 PREVALÊNCIA E CAUSAS DO ADOECIMENTO
O enfermeiro deve compreender a prevalência e as causas do adoecimento, uma vez que 
devemos basearnossa conduta com base nas perspectivas que o adoecimento ocorre em 
nossa população, esse aspecto é fundamental na tomada de decisão da atenção básica, pois 
devemos realizar ações preventivas evitando as principais causas de adoecimento na população. 
Adicionalmente, devemos compreender essa prevalência nas unidades de média e alta 
complexidade, de forma a estarmos preparados para o atendimento deste tipo de paciente.
Desta forma, os enfermeiros devem estar atentos ao contexto geral de adoecimento 
mais prevalente na população em que atua, uma vez que a probabilidade de atendimento de 
determinada patologia pode variar conforme o local de atuação. Por exemplo, possuímos locais 
16
de doenças endêmicas no Brasil que ocorrem no ano inteiro em determinada região e devemos 
nos planejar para o atendimento deste tipo de paciente, assim como devemos estar atentos a 
compreender quais os motivos que levam ao aumento de determinada patologia.
3.1 Perspectivas de Adoecimento
As condições crônicas ocorrem em pessoas de todas as faixas etárias, nível socioeconômico 
e cultura, desta forma estima-se que até 2030 cerca de 150 milhões de pessoas serão afetadas 
(ALVES et al., 2007; DUNCAN et al., 2012; REGO et al., 1990; SMELTZER, BARE, 2012; Veras, 2011). 
Devemos lembrar que nem toda condição crônica é incapacitante e algumas causam apenas 
pequenos inconvenientes na vida do paciente (ALVES et al., 2007; DUNCAN et al., 2012; MALTA et 
al., 2014; MALTA, MERHY , 2010; REGO et al., 1990; SMELTZER, BARE, 2012). No entanto, muitas 
doenças apresentam alterações severas o suficiente para causar grandes limitações de atividade 
(ALVES et al., 2007; DUNCAN et al., 2012; Rego et al., 1990; SMELTZER, BAREE, 2012; Veras, 2011).
As limitações da atividade não se limitam aos adultos, ou seja, estima-se que 6,5% de todas as 
crianças experimentam algum grau de deficiência (ALVES et al., 2007; DUNCAN et al., 2012; REGO 
et al., 1990; SMELTZER, BARE, 2012; VERAS, 2011). 
As condições incapacitantes mais comuns em crianças são doenças respiratórias e deficiência 
mental (DUNCAN et al., 2012; REGO et al., 1990; SMELTZER, BARE, 2012). Pessoas com limitações 
de atividades precisam de assistência com suas atividades da vida diária (ALVES et al., 2007; 
DUNCAN et al., 2012; REGO et al., 1990; SMELTZER, BARE, 2012; Veras, 2011).
Pessoas com limitações de atividade cujas necessidades de assistência médica e pessoal de 
serviços podem não ser atendidos por vários motivos (ALVES et al., 2007; DUNCAN et al., 2012; 
Rego et al., 1990; SMELTZER, BARE, 2012; Veras, 2011). Eles podem ser incapazes de executar 
seus esquemas terapêuticos conforme prescritos ou ter suas prescrições preenchidas a tempo, 
assim como podem perder as consultas médicas e as visitas ao consultório e podem ser incapazes 
de realizar as atividades da vida diária (SMELTZER, BARE, 2012).
As condições crônicas se tornaram a principal causa de problemas relacionados à saúde 
nos países desenvolvidos, e mesmo os países em desenvolvimento estão experimentando um 
aumento nas condições crônicas, dando a esses países a dupla carga de tentar erradicar doenças 
infecciosas enquanto aprendem a gerenciar condições crônicas (ALVES et al., 2007; DUNCAN et 
al., 2012; MALTA, MERHY, 2010; SMELTZER, BARE, 2012).
3.2 Motivos para Aumento das Doenças Crônicas
Algumas das razões pelas quais tantas pessoas sofrem de condições crônicas incluem: 
17
• Uma diminuição na mortalidade por doenças infecciosas, como varíola, difteria e outras 
condições graves.
• Triagem aprimorada e procedimentos de diagnóstico, permitindo a detecção e o trata-
mento precoces de doenças.
• Tratamento rápido e agressivo de condições agudas, como infarto do miocárdio e infec-
ções relacionadas à AIDS.
• Tendência a desenvolver doenças crônicas únicas ou múltiplas com o avanço da idade.
• Fatores modernos de estilo de vida, como tabagismo, estresse crônico e obesidade, que 
aumentam o risco de doenças crônicas, como doença pulmonar, hipertensão e doença 
cardiovascular.
• Vida útil mais longa devido a avanços em tecnologia e farmacologia, melhoria da nutri-
ção, condições de trabalho mais seguras e maior acesso aos cuidados de saúde.
Um grande problema das condições crônicas é que as alterações fisiológicas no corpo 
geralmente ocorrem antes das manifestações sintomáticas da doença, como no caso da 
hipertensão (ALVES et al., 2007; BARROS et al., 2006; CAMPOLINA et al., 2013; DUNCAN et al., 
2012; LESSA, 2004; MALTA, MERHY, 2010; MONTEFISCO, BACHION, 2011; REGO et al., 1990; 
SMELTZER, BAREE, 2012; TORRES, MONTEIRO, 2006; Veras, 2011). Recentemente, foi dada maior 
ênfase à adoção de estilos de vida saudáveis, começando na infância (DUNCAN et al., 2012; 
MALTA et al., 2014; MONTEFISCO, BACHION, 2011; SMELTZER, BAREE, 2012).
Figura 1 - Título: Devemos incentivar aos nossos pacientes a adoção de hábitos saudáveis. 
Fonte: iStock, 2020
#ParaCegoVer: A imagem mostra duas pessoas idosas realizando uma corrida em um parque.
18
Apesar da atenção da mídia sobre os benefícios de manter um estilo de vida saudável, há o 
aumento de pessoas que estão acima do peso, fumam e levam uma vida sedentária (BARROS et 
al., 2006; DUNCAN et al., 2012; MALTA et al., 2014; MONTEFUSCO, BACHION, 2011; SMELTZER, 
BARE, 2012). As consequências de estilos de vida pouco saudáveis incluem um aumento alarmante 
na incidência de diabetes, hipertensão, obesidade e distúrbios respiratórios cardíacos e crônicos 
(BARROS et al., 2006; DUNCAN et al., 2012; FRANZEN et al., 2007; MALTA et al., 2014; MALTA, 
MERHY, 2010; MONTEFUSCO, BACHION, 2011; SMELTZER, BAREE, 2012; Veras, 2011).
4 CARACTERÍSTICAS DAS DOENÇAS CRÔNICAS
As doenças crônicas estão frequentemente presentes nas atividades dos Enfermeiro, 
atualmente nos deparamos com uma ampla variedade desse tipo de doença e das complicações 
que estas podem gerar. Nesse sentido, devemos compreender as características principais das 
doenças crônicas, bem como entender a adesão, tratamento e remissão que estão frequentemente 
relacionadas a esse tipo de patologia.
4.1 Características Principais
Devemos compreender que embora cada doença crônica tenha suas próprias características 
fisiológicas específicas, as condições crônicas compartilham qualidades comuns (SMELTZER, 
BARE, 2012). Muitas condições crônicas podem apresentam dor e fadiga, por exemplo, sintomas 
associados, assim como algum grau de incapacidade geralmente está presente em doenças 
crônicas graves ou avançadas, limitando a participação do paciente nas atividades (SMELTZER, 
BARE, 2012).
Diferente do termo “agudo”, que implica um curso curável e relativamente curto da doença, 
o crônico descreve um longo curso da doença e condições que podem ser incuráveis (ALVEZ et 
al., 2007; DUNCAN et al., 2012; GUALANO, TINUCCI, 2011; MALTA et al., 2014; MALTA, MERHY, 
2010; MALTA, SILVA JR, 2013; REGO et al., 1990; SMELTER, BARE, 2012; TADDEO et al., 2012). É 
essa característica da duração que muitas vezes dificulta o gerenciamento de condições crônicas 
para quem precisa morar com elas (SMELTZER, BARE, 2012).
As pessoas que desenvolvem condições crônicas podem reagir com choque, descrença, 
depressão, raiva, ressentimento ou várias outras emoções (SMELTZER, BARE, 2012). O modo 
como as pessoas reagem e lidam com as condições crônicas geralmente é semelhante ao modo 
como reagem a outros eventos em suas vidas, dependendo, em parte, de sua compreensão da 
condição e de suas percepções de seu potencial impacto na vida de si e da família (ALVES et al., 
2007; DUNCAN et al., 2012; GUALANO, TINUCCI, 2011; MALTA et al., 2014; MALTA, MERHY, 2010; 
MALTA, SILVA JR, 2013; Rego et al., 1990; SMELTZER, BARE, 2012; TADDEO et al., 2012).
19
Os sintomas associados a doenças crônicas são geralmente imprevisíveis, e alguns são 
percebidos como eventos de crise pelos pacientes e suas famílias, que devem enfrentar a incerteza 
de doenças crônicas e as mudanças que isso traz para suas vidas (ALVES et al., 2007; DUNCANet 
al., 2012; GUALANO, TINUCCI, 2011; MALTA et al., 2014; MALTA, MERHY, 2010; MALTA, SILVA JR, 
2013; REGO et al., 1990; SMELTZER, BARE, 2012; TADDEO et al., 2012).
Desta forma, às vezes, é difícil para quem não tem doenças entender como as vidas podem ser 
mudadas, geralmente para sempre, por causa de condições crônicas (ALVEZ et al., 2007; DUNCAN 
et al., 2012; GUALANO, TINUCCI, 2011; MALTA et al., 2014; MALTA, MERHY, 2010; MALTA, SILVA 
JR, 2013; REGO et al., 1990; SMELTZER, BARE, 2012; TADDEO et al., 2012). Também é fácil para os 
profissionais de saúde se concentrarem no tratamento da doença enquanto negligencia a pessoa 
que a tem (ALVES et al., 2007; DUNCAN et al., 2012; MALTA, MERHY, 2010; SMELTZER, BARE, 2012). 
Em todas as doenças, mas ainda mais com condições crônicas, a doença não pode ser 
separada da pessoa (Alves et al., 2007; Duncan et al., 2012; GUALANO, TINUCCI, 2011; MALTA et 
al., 2014; MALTA, MERHY, 2010; MALTA, SILVA JR, 2013; REGO et al., 1990; SMELTZER, BARE, 2012; 
TADDEO et al., 2012).
A doença crônica é algo que as pessoas devem enfrentar diariamente e os enfermeiros são 
incapazes de se relacionar com o que as pessoas estão enfrentando ou planejam intervenções 
eficazes, a menos que compreendam completamente o que significa ter uma doença crônica 
(SMELTZER, BARE, 2012).
Gerenciar doenças crônicas envolve mais do que gerenciar problemas clínicos, os problemas 
psicológicos e sociais associados também devem ser abordados, pois viver por longos períodos 
com sintomas de doença e incapacidade pode ameaçar a identidade, provocar mudanças de 
papel, alterar a imagem corporal e prejudicar o estilo de vida (ALVES et al., 2007; DUNCAN et 
al., 2012; GUALANO, TINUCCI, 2011; MALTA et al., 2014; MALTA, MERHY, 2010; MALTA, SILVA 
JR, 2013; REGO et al., 1990; SMELTZER, BARE, 2012; TADDEO et al., 2012). Isso significa que são 
necessárias adaptações e acomodações contínuas, dependendo da idade e da situação da vida e 
cada grande mudança ou diminuição da capacidade funcional requer adaptação física, emocional 
e social adicional para os pacientes e suas famílias (DUNCAN et al., 2012; MALTA et al., 2014; 
MALTA, SILVA JR, 2013; MONTEFUSCO, BACHION, 2011; SMELTZER, BARE, 2012; TADDEO et al., 
2012; VERAS, 2011).
As condições crônicas geralmente envolvem muitas fases diferentes ao longo da vida de uma 
pessoa, na qual pode haver períodos agudos, períodos estáveis e instáveis, crises e remissões 
(ALVES et al., 2007; DUNCAN et al., 2012; GUALANO, TINUCCI, 2011; MALTA et al., 2014; MALTA, 
MERHY, 2010; MALTA, SILVA JR, 2013; REGO et al., 1990; SMELTZER, BARE, 2012; TADDEO et al., 
2012). Cada fase traz seu próprio conjunto de problemas físicos, psicológicos e sociais, e cada um 
exige diferentes regimes e tipos de gerenciamento (SMELTZER, BAREE, 2012)
20
4.2 Adesão, Tratamento e Remissão
Manter as condições crônicas sob controle requer adesão persistente aos esquemas 
terapêuticos e deixar de aderir a um plano de tratamento ou de seguir um regime de maneira 
consistente aumenta os riscos de desenvolver complicações e acelerar o processo da doença 
(ALVES et al., 2007; DUNCAN et al., 2012; GUALANO, TINUCCI, 2011; MALTA et al., 2014; MALTA, 
MERHY, 2010; MALTA, SILVA JR, 2013; REGO et al., 1990; SMELTZER, BARE, 2012; TADDEO 
et al., 2012). No entanto, as realidades da vida cotidiana – incluindo o impacto da cultura, 
valores e fatores socioeconômicos – afetam o grau em que as pessoas aderem a um regime 
de tratamento (SMELTZER, BARE, 2012). O gerenciamento de uma doença crônica leva tempo, 
requer conhecimento e planejamento e pode ser desconfortável e inconveniente (ALVES et al., 
2007; DUNCAN et al., 2012; GUALANO, TINUCCI, 2011; MALTA et al., 2014; MALTA, MERHY, 2010; 
MALTA, SILVA JR, 2013; REGO et al., 1990; SMELTZER, BARE, 2012; TADDEO et al., 2012).
Não é incomum os pacientes interromperem o uso de medicamentos ou alterar as doses 
devido a efeitos colaterais mais perturbadores do que os sintomas da doença (ALVES et al., 
2007; DUNCAN et al., 2012; GUALANO, TINUCCI, 2011; MALTA et al., 2014; MALTA, MERHY, 
2010; MALTA, SILVA JR, 2013; REGO et al., 1990; SMELTZER, BARE, 2012; TADDEO et al., 2012). 
As pessoas também frequentemente cortam tratamentos que consideram excessivamente 
demorados, fatigantes ou dispendiosos (ALVES et al., 2007; DUNCAN et al., 2012; SMELTZER, 
BARE, 2012; TADDEO et al., 2012).
Uma doença crônica pode levar ao desenvolvimento de outras condições crônicas (Alves et 
al., 2007; Duncan et al., 2012; GUALANO, TINUCCI, 2011; MALTA et al., 2014; MALTA, MERHY, 
2010; MALTA, SILVA JR, 2013; REGO et al., 1990; SMELTZER, BARE, 2012; TADDEO et al., 2012). O 
diabetes pode eventualmente levar a alterações neurológicas e vasculares que podem resultar 
em visão, doença cardíaca e renal e disfunção erétil (ALVES et al., 2007; DUNCAN et al., 2012; 
GUALANO, TINUCCI, 2011; MALTA et al., 2014; MALTA, MERHY, 2010; Malta e Silva Jr, 2013; Rego 
et al., 1990; SMELTZER, BARE, 2012; TADDEO et al., 2012).
A doença crônica afeta toda a família, a qual pode ser dramaticamente alterada como resultado 
de inversões de papéis, papéis não preenchidos, perda de renda, tempo gasto no gerenciamento 
FIQUE DE OLHO
Devemos lembrar que toda doença crônica pode levar ao aparecimento de patologias agudas 
associadas. Nesse sentindo, o Enfermeiro deve estar atento aos sintomas apresentados pelo 
paciente, pois além dos cuidados necessários devido à cronicidade da patologia de base, 
pode ser necessário medidas adicionais de cuidados de enfermagem.
21
de doenças, diminuição das atividades de socialização familiar e custos de tratamento (SMELTZER, 
BARE, 2012). Estresse e fadiga do cuidador são comuns em condições crônicas graves, e toda a 
família, e não apenas o indivíduo, precisa de cuidados (ALVES et al., 2007; DUNCAN et al., 2012; 
GUALANO, TINUCCI, 2011; MALTA et al., 2014; MALTA, MERHY, 2010; MALTA, SILVA JR, 2013; 
REGO et al., 1990; SMELTZER, BARE, 2012; TADDEO et al., 2012).
A principal responsabilidade pelo manejo diário das doenças recai sobre os ombros dos 
doentes crônicos e suas famílias (SMELTZER, BAREe, 2012). No sistema de saúde de hoje, 
especialmente com condições crônicas, gestão cotidiana ou autocuidado, tornou-se cada vez 
mais uma parte importante do papel do paciente ou da família (ALVES et al., 2007; DUNCAN et 
al., 2012; GUALANO, TINUCCI, 2011; MALTA et al., 2014; MALTA, MERHY, 2010;MALTA, SILVA JR, 
2013; REGO et al., 1990; SMELTZER, BARE, 2012; TADDEO et al., 2012). O lar, e não o hospital, é 
o centro de atendimento em condições crônicas, pois é nesse local que ocorre o gerenciamento 
diário (SMELTZER, BARE, 2012).
O gerenciamento de condições crônicas é um processo de descoberta. As pessoas podem 
ser ensinadas a gerenciar suas condições (ALVES et al., 2007; DUNCAN et al., 2012; GUALANO, 
TINUCCI, 2011; MALTA et al., 2014; MALTA, MERHY, 2010; MALTA, SILVA JR, 2013; REGO et al., 
1990; SMELTZER, BARE, 2012; TADDEO et al., 2012). Ensinar sobre sintomas, no entanto, não é 
o mesmo que experimentá-los e cada pessoa deve descobrir como seu próprio corpo reage sob 
condições variadas (SMELTZER, BARE, 2012; Taddeo et al., 2012).
Gerenciar condições crônicas é um processo colaborativo e os problemas médicos, sociais 
e psicológicos associados a problemas crônicos tendem a ser complexos, especialmente em 
condições severas (ALVES et al., 2007; DUNCAN et al., 2012; GUALANO, TINUCCI, 2011; MALTA et 
al., 2014; MALTA, MERHY, 2010; MALTA, SILVA JR, 2013; REGO et al., 1990; SMELTZER, BARE, 2012; 
TADDEO et al., 2012). Portanto, o gerenciamento de condições crônicas deve ser pensado como 
um processo colaborativo que envolve muitos profissionais de saúde trabalhando em conjunto 
com os pacientes e suas famílias para fornecer toda a gama de serviços que muitas vezes são 
necessários para gerenciar em casa (DUNCAN et al., 2012; GUALANO, TINUCCI, 2011; Montefusco 
e Bachion, 2011; SMELTZER, BARE, 2012).
O gerenciamento de condições crônicas é caro, umavez que o dinheiro paga por hospitalizações 
e compra de equipamentos, medicamentos e serviços de apoio (ALVES et al., 2007; CAMPOLINA 
et al., 2013; DUNCAN et al., 2012; FRANZEN et al., 2007; GUALANO, TINUCCI, 2011; MALTA et al., 
2014; MALTA, MERHY, 2010; Malta e Silva Jr, 2013; REGO et al., 1990; SMELTZER, BARE, 2012; 
TADDEO et al., 2012). Por exemplo, o tempo de internação e os encargos hospitalares são mais altos 
para condições pediátricas agudas se uma criança também tiver uma condição crônica (DUNCAN 
et al., 2012; GUALANO, TINUCCI, 2011; MONTEFUSCO, BACHION, 2011; SMELTZER, BARE, 2012). 
Não é provável que os custos gerais de assistência médica diminuam até que haja uma tendência 
22
substancial de queda na incidência de condições crônicas e nos custos de assistência médica 
crônica (ALVES et al., 2007; CAMPOLINA et al., 2013; DUNCAN et al., 2012; FRANZEN et al., 2007; 
GUALANO, TINUCCI, 2011; MALTA et al., 2014; MALTA, MERHY, 2010; MALTA, SILVA JR, 2013; 
REGO et al., 1990; SMELTZER, BARE, 2012; TADDEO et al., 2012).
As condições crônicas levantam questões éticas difíceis para o paciente, profissionais de saúde e 
sociedade (GUALANO, TINUCCI, 2011; Malta et al., 2014; SMELTZER, BARE, 2012; Torres e Monteiro, 
2006). Não existem soluções fáceis para problemas como estabelecer controles de custos, como 
alocar recursos escassos, como determinar o que constitui qualidade de vida e quando interromper 
o suporte à vida (SMELTZER, BARE, 2012). Pacientes, famílias e sociedade respondem a questões 
éticas de acordo com seus próprios padrões morais e definições de qualidade de vida (DUNCAN et 
al., 2012; GUALANO, TINUCCI, 2011; SMELTZER, BARE, 2012; TADDEO et al., 2012).
Viver com doença crônica significa “viver com”, e embora os profissionais de saúde tenham 
alguma noção sobre a progressão usual de uma doença crônica, como a doença de Parkinson, 
muitas variáveis específicas entram em cada caso que ninguém pode prever com certeza o curso 
da doença de um indivíduo (DUNCAN et al., 2012; GUALANO, TINUCCI, 2011; SMELTZER, BARE, 
2012; TADDEO et al., 2012). Além disso, mesmo quando um paciente está “em remissão” ou “livre 
de doença”, ele ou ela sente uma dúvida persistente e teme que a doença seja reativada (ALVES 
et al., 2007; CAMPOLINA et al., 2013; DUNCAN et al., 2012; FRANZEN et al., 2007; GUALANO, 
TINUCCI, 2011; MALTA et al., 2014; MALTA, MERHY, 2010; MALTA, SILVA JR, 2013; REGO et al., 
1990; SMELTZER, BARE, 2012; TADDEO et al., 2012).
5 AS FASES DA DOENÇA CRÔNICA E O CUIDADO DE 
ENFERMAGEM
O enfermeiro deve compreender as fases da doença crônicas e quais os cuidados de 
enfermagem que devemos e podemos realizar em cada uma das fases. 
Diferentemente de uma doença aguda, as fases da doença crônica podem levar vários anos 
até sofrer alguma alteração, sendo fundamental que por meio dos cuidados de Enfermagem que 
o paciente não suba as fases apresentadas a seguir.
Nesse contexto, o enfermeiro deve atuar de maneira preventiva e de promoção à saúde nas 
fases iniciais, já nas fases finais também é necessário atuar de maneira curativa.
5.1 Fases da Doença Crônicas
As condições crônicas podem ser caracterizadas por nove fases diferentes (ALVES et al., 2007; 
CAMPOLINA et al., 2013; DUNCAN et al., 2012; FRANZEN et al., 2007; GUALANO, TINUCCI, 2011; 
23
MALTA et al., 2014; MALTA, MERHY, 2010; MALTA, SILVA JR, 2013; REGO et al., 1990; SMELTZER, 
BARE, 2012; TADDEO et al., 2012).
Primeira Fase
A primeira consiste na fase pré-setorial, a qual descreve o estágio em que a pessoa corre o 
risco de desenvolver uma condição crônica devido a fatores genéticos ou comportamentos de 
estilo de vida que aumentam a suscetibilidade a doenças crônicas (SMELTZER, BARE, 2012)
Segunda Fase
A segunda fase, ou fase da trajetória, é caracterizada pelo aparecimento de sintomas ou 
incapacidade associada a uma condição crônica (SMELTZER, BARE, 2012). Como os sintomas estão 
sendo avaliados e os testes de diagnóstico são realizados, essa fase geralmente é acompanhada 
de incertezas, à medida que a pessoa aguarda um diagnóstico (SMELTZER, BARE, 2012). O cuidado 
de enfermagem geralmente envolve preparar os pacientes para testes de diagnóstico e oferecer 
apoio emocional (ALVES et al., 2007; CAMPOLINA et al., 2013; DUNCAN et al., 2012; FRANZEN et 
al., 2007; GUALANO, TINUCCI, 2011; MALTA et al., 2014; MALTA, NERHY, 2010; MALTA, SILVA JR, 
2013; REGO et al., 1990; SMELTZER, BARE, 2012; TADDEO et al., 2012).
Terceira Fase
A fase estável da trajetória (3ª fase) indica que os sintomas e a incapacidade estão sendo 
gerenciados adequadamente (SMELTZER, BARE, 2012). Embora o paciente esteja indo bem, os 
cuidados de enfermagem ainda são importantes neste momento para reforçar comportamentos 
positivos e oferecer monitoramento contínuo (SMELTZER, BARE, 2012).
Quarta Fase
A fase instável (4ª fase) é caracterizada por uma exacerbação dos sintomas da doença, 
desenvolvimento de complicações ou reativação de uma doença em remissão (SMELTZER, 
BARE, 2012). Durante esta fase, as atividades diárias de uma pessoa podem ser interrompidas 
temporariamente porque os sintomas não são bem controlados e durante esse período 
de incerteza, os pacientes buscam orientação e apoio nos enfermeiros (ALVES et al., 2007; 
CAMPOLINA et al., 2013; DUNCAN et al., 2012; FRANZEN et al., 2007; GUALANO, TINUCCI, 2011; 
MALTA et al., 2014; MALTA, MERHY, 2010; MALTA, SILVA JR, 2013; REGO et al., 1990; SMELTZER, 
BARE, 2012; TADDEO et al., 2012).
Quinta Fase
A fase aguda (5ª fase) é caracterizada pelo aparecimento repentino de sintomas ou 
complicações graves ou não aliviados que requerem hospitalização para seu manejo (SMELTZER, 
24
BARE, 2012). Essa fase pode exigir uma grande modificação das atividades habituais da pessoa 
por um período (SMELTZER, BARE, 2012). Os enfermeiros estão intensamente envolvidos no 
atendimento ao paciente com doença crônica durante esse período, prestando atendimento 
direto e apoio emocional ao paciente e familiares (SMELTZER, BARE, 2012).
Sexta Fase
A fase de crise (6ª fase) é caracterizada por uma situação crítica ou com risco de vida que requer 
tratamento ou cuidados de emergência (ALVES et al., 2007; CAMPOLINA et al., 2013; DUNCAN et 
al., 2012; FRANZEN et al., 2007; GUALANO, TINUCCI, 2011; MALTA et al., 2014; MALTA, MERHY, 
2010; MALTA, SILVA JR, 2013; REGO et al., 1990; SMELTZER, BARE, 2012; TADDEO et al., 2012). 
Durante esta fase, os pacientes e suas famílias dependem da habilidade, conhecimento e apoio 
de enfermeiros e outros profissionais para estabilizar suas condições (SMELTZER, BARE, 2012).
Sétima Fase
A fase de retorno (7ª fase) é o período na trajetória marcada pela recuperação após um 
período agudo (SMELTZER, BARE, 2012). Inclui aprender a conviver com ou superar deficiências 
e o retorno a um modo de vida aceitável dentro das limitações impostas pela condição crônica 
(SMELTZER, BARE, 2012). Embora aspectos do cuidado possam mudar para outros prestadores de 
cuidados de saúde durante a fase de reabilitação, o papel dos enfermeiros como organizadores 
do cuidado e colaboradores na recuperação dos pacientes é essencial (SMELTZER, BARE, 2012).
Oitava Fase
A fase descendente (8ª fase) marca o agravamento de uma condição (SMELTZER, BARE, 
2012). Os sintomas e a incapacidade continuam a progredir, apesar das tentativas de obter algum 
controle por meio de regimes de tratamento e manejo (ALVES et al., 2007; CAMPOLINA et al., 
2013; DUCNAN et al., 2012; FRANZEN et al., 2007; GUALANO, TINUCCI, 2011; MALTA et al., 2014; 
MALTA, MERHY, 2010; MALTA, SILVA JR, 2013; REGO et al., 1990; SMELTZER, BARE, 2012; TADDEO 
et al., 2012). Como os pacientes ainda não estão agudos, mas geralmente moram em casa durante 
esse período, seu contato com os enfermeiros costuma ser limitado e a presença de apoio dos 
enfermeiros é necessária, no entanto, devido a problemas de ajuste (SMELTZER, BARE, 2012).
Nona Fase
A fase da morte (9ª fase) é caracterizada pelo declínio gradual ou rápidona trajetória, apesar 
dos esforços para deter o distúrbio ou retardar o declínio por meio do manejo da doença e é 
caracterizada pelo fracasso das funções corporais que mantêm a vida (SMELTZER, BARE, 2012). 
Durante esta fase, os enfermeiros prestam cuidados diretos e de suporte aos pacientes e suas 
famílias por meio de programas de cuidados paliativos (ALVES et al., 2007; CAMPOLINA et al., 
25
2013; DUNCAN et al., 2012; FRANZEN et al., 2007; GUALANO, TINUCCI, 2011; MALTA et al., 2014; 
MALTA, MERHY, 2010; MALTA, SILVA JR, 2013; REGO et al., 1990; SMELTZER, BARE, 2012; TADDEO 
et al., 2012)
5.2 Cuidados de Enfermagem
O cuidado de enfermagem a pacientes com condições crônicas é variado e pode incluir a 
prestação de cuidados diretos ou de suporte ao paciente (FRANZEN et al., 2007; SMELTZER, BARE, 
2012; TADDEO et al., 2012). Esses cuidados geralmente são prestados na ambulatorialmente, no 
hospital ou na casa do paciente, dependendo do status e fase da doença (BARROS et al., 2006; 
REGO et al., 1990; SMELTZER, BARE, 2012). Os cuidados diretos podem incluir a avaliação do 
status físico do paciente, o fornecimento de cuidados em feridas, o gerenciamento e a supervisão 
de regimes de medicamentos (ALVES et al., 2007; CAMPOLINA et al., 2013; DUNCAN et al., 2012; 
FRANZEN et al., 2007; GUALANO, TINUCCI, 2011; MALTA et al., 2014; MALTA, MERHY, 2010; 
MALTA, SILVA JR, 2013; REGO et al., 1990; SMELTZER, BARE, 2012; TADDEO et al., 2012).
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A disponibilidade da assistência de enfermagem é um dos principais motivos pelos quais os 
pacientes podem permanecer em casa e retornar a uma vida um tanto normal após um episódio 
agudo de doença (Barros et al., 2006; Rego et al., 1990; SMELTZER, BARE, 2012). Como grande 
parte da responsabilidade cotidiana pelo gerenciamento de condições crônicas recai sobre 
o paciente e a família, os enfermeiros geralmente prestam cuidados de suporte, a menos que 
o paciente seja hospitalizado (BARROS et al., 2006; MALTA, SILVA JR, 2013; REGO et al., 1990; 
SMELTZER, BARE, 2012; TADDEO et al., 2012).
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Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
Os cuidados de suporte podem incluir monitoramento contínuo, ensino, aconselhamento 
(BARROS et al., 2006; MALTA, SILVA JR, 2013; REGO et al., 1990; SMELTZER, BARE, 2012; TADDEO 
et al., 2012). A prestação de cuidados de suporte é tão importante quanto a realização de 
cuidados técnicos, e por meio do monitoramento contínuo que pode ocorrer em casa ou em 
uma clínica de enfermagem, o enfermeiro pode detectar complicações iminentes, como sinais 
de insuficiência cardíaca, assim devemos detectar esses sinais antes que eles sejam perceptíveis 
para o paciente e pode fazer um encaminhamento para avaliação médica, impedindo assim uma 
hospitalização (ALVES et al., 2007; CAMPOLINA et al., 2013; DUNCAN et al., 2012; FRANZEN et al., 
2007; GUALANO, TINUCCI, 2011; MALTA et al., 2014; MALTA MERHY, 2010; MALTA, SILVA JR, 2013; 
Rego et al., 1990; SMELTZER, BARE, 2012; TADDEO et al., 2012).
27
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• compreender as fases da doença crônica e o cuidado de enfermagem;
• compreender o processo de enfermagem frente às doenças mais prevalentes em 
nossa sociedade;
• identificar características das doenças crônicas;
• identificar a prevalência e as causas do adoecimento;
• identificar as alterações nos padrões de adoecimento.
PARA RESUMIR
ALVES, L. C. et al. A influência das doenças crônicas na capacidade funcional dos idosos 
do Município de São Paulo, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, v. 23, p. 1924–1930, 2007.
BARROS, M. B. DE A. et al. Desigualdades sociais na prevalência de doenças crônicas no 
Brasil, PNAD-2003. Ciência & Saúde Coletiva, v. 11, p. 911–926, 2006.
CAMPOLINA, A. G. et al. A transição de saúde e as mudanças na expectativa de vida 
saudável da população idosa: possíveis impactos da prevenção de doenças crônicas. 
Cadernos de Saúde Pública, v. 29, n. 6, p. 1217–1229, 2013.
CHIESA, A. M.; WESTPHAL, M. F.; AKERMAN, M. Doenças respiratórias agudas: um estu-
do das desigualdades em saúde. Cadernos de Saúde Pública, v. 24, n. 1, p. 55–69, 2008.
DUNCAN, B. B. et al. Doenças crônicas não transmissíveis no Brasil: prioridade para en-
frentamento e investigação. Revista de saúde pública, v. 46, p. 126–134, 2012.
FRANZEN, E. et al. Adultos e idosos com doenças crônicas: implicações para o cuidado de 
enfermagem. Revista HCPA. Porto Alegre. Vol. 27, n. 2 (2007), p. 28-31, 2007.
GUALANO, B.; TINUCCI, T. Sedentarismo, exercício físico e doenças crônicas. Revista Bra-
sileira de Educação Física e Esporte, v. 25, n. SPE, p. 37–43, 2011.
LESSA, I. Doenças crônicas não-transmissíveis no Brasil: um desafio para a complexa 
tarefa da vigilância. Ciência & Saúde Coletiva, v. 9, n. 4, p. 931–943, 2004
MALTA, D. C. et al. Mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis no Brasil e suas 
regiões, 2000 a 2011. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 23, p. 599–608, 2014.
MALTA, D. C.; MERHY, E. E. O percurso da linha do cuidado sob a perspectiva das doenças 
crônicas não transmissíveis. Interface-Comunicação, Saúde, Educação, v. 14, n. 34, p. 
593–606, 2010.
MALTA, D. C.; SILVA JR, J. B. DA. O Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das 
Doenças Crônicas Não Transmissíveis no Brasil e a definição das metas globais para o en-
frentamento dessas doenças até 2025: uma revisão. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 
v. 22, n. 1, p. 151–164, 2013.
MONTEFUSCO, S. A. R.; BACHION, M. M. Manutenção do lar prejudicada: diagnóstico de 
enfermagem em familiares de pacientes hospitalizados com doenças crônicas. 2011.
REGO, R. A. et al. Fatores de risco para doenças crônicas não-transmissíveis: inquérito 
domiciliar no município de São Paulo, SP (Brasil). Metodologia e resultados preliminares. 
Revista de Saúde Pública, v. 24, n. 4, p. 277–285, 1990.
SMELTZER, S. C.; BARE, B. G. Brunner e Suddarth: tratado de enfermagem médico-cirúrgi-
ca. Todos os volumes. [s.l.] Guanabara Koogan, 2012.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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doenças crônicas. Ciência & Saúde Coletiva, v. 17, p. 2923–2930, 2012.
TORRES, H. DE C.; MONTEIRO, M. R. P. Educação em saúde sobre doenças crônicas não-
-transmissíveis no Programa Saúde da Família em Belo Horizonte/MG. Revista Mineira de 
Enfermagem, v. 10, n. 4, p. 402–406, 2006.
VERAS, R. P. Estratégias para o enfrentamento das doenças crônicas: um modelo em 
que todos ganham. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 14, n. 4, p. 779–786, 
2011.
UNIDADE 2
Alterações no sistema endócrino e 
no sistema hematopoético
Olá,
Você está na unidade Alterações no Sistema Endócrino e no Sistema Hematopoético. 
Conheça aqui como se dão essas alterações e como ocorre a assistência em enfermagem 
aos adultos com afecções agudas e crônicas em diferentes especialidades. Iremos aprender 
aspectos importantes sobre a enfermagem e os aspectos clínicos, epidemiológicos, 
psicossociais que fundamentam o cuidar, o cuidado de enfermagem nas doenças 
relacionadas aos sistemas citados anteriormente, assim como a abordagem dos principais 
tipos de anemias que mais acometem a população.
Bons estudos!
Introdução
33
1 DIABETES MELLITUS
Diabetes mellitus é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia 
resultantes de defeitos na secreção de insulina, ação da insulina ou ambos (SMELTZER; BARE, 
2012). Normalmente, uma certa quantidade de glicose circula no sangue e as principais fontes 
dessa glicose são a absorção de alimentos ingeridos em trato gastrointestinal e formação de 
glicose pelo fígado a partir de substâncias alimentares ( SMELTZER; BARE , 2012).
A insulina, que é um hormônio produzido pelo pâncreas, controla o nível de glicose no 
sangue, regulando a produção e armazenamento de glicose (SMELTZER; BARE, 2012). No caso dos 
pacientes diabéticos, as células podem parar de responder à insulina ouo pâncreas pode parar de 
produzir insulina inteiramente, ou seja, isso leva à hiperglicemia, que pode resultar em quadros 
agudos de complicações metabólicas, como cetoacidose diabética e síndrome hiperosmolar 
hiperglicêmica (SMELTZER; BARE , 2012).
Além disso, os efeitos a longo prazo da hiperglicemia contribuem para a doença macrovascular, 
podendo levar a complicações gerais, complicações microvasculares crônicas e complicações 
neuropáticas (SMELTZER; BARE , 2012).
1.1 Diabetes Tipo 1
O diabetes tipo 1 é caracterizado pela destruição de células beta do pâncreas, o qual pode 
ter origem por uma combinação genética, imunológica e, possivelmente, fatores ambientais 
(ASSOCIATION, 2014; SARAIVA et al., 2019; SMELTZER; BARE, 2012). Embora os eventos que levam 
à destruição das células beta não sejam totalmente compreendidos, é geralmente aceito que 
uma suscetibilidade genética seja um fator subjacente comum no desenvolvimento de diabetes 
tipo 1, ou seja, as pessoas herdam uma predisposição genética, ou tendência ao desenvolvimento 
de diabetes tipo 1 (ASSOCIATION, 2014; SARAIVA et al., 2019; SARTORELLI; FRANCO, 2003).
A tendência genética é comumente encontrada em pessoas com certos HLA (humanos 
antígeno leucocitário) e cerca de 95% dos caucasianos com diabetes tipo 1 apresentam tipos 
específicos de HLA (DR3 ou DR4) e o risco de desenvolver esse tipo de diabetes aumenta três a 
cinco vezes em pessoas que têm um desses dois tipos de HLA e o risco aumenta 10 a 20 vezes nas 
pessoas que têm os tipos DR3 e DR4 HLA (SMELTZER; BARE, 2012).
Independentemente da etiologia específica, a destruição das células beta resulta em 
diminuição da produção de insulina, produção não controlada de glicose pelo fígado e 
hiperglicemia em jejum (SARAIVA et al., 2019; SARTORELLI; FRANCO, 2003; SMELTZER; BARE, 
2012). Além disso, a glicose derivada dos alimentos não pode ser armazenada no fígado, mas 
permanece na corrente sanguínea e contribui para a hiperglicemia pós-prandial (SMELTZER; BARE 
, 2012). Se a concentração de glicose no sangue exceder o limiar renal de glicose, geralmente 180 
34
a 200 mg/dL, os rins não podem reabsorver toda a glicose filtrada e a glicose aparece na urina 
(SARAIVA et al., 2019; SMELTZER; BARE, 2012).
 Quando o excesso de glicose é excretado na urina, é acompanhado por perda excessiva de 
líquidos e eletrólitos (SMELTZER; BARE, 2012). Como a insulina normalmente inibe a glicogenólise 
e a gliconeogênese, em pessoas com deficiência de insulina, esses processos ocorrem de forma 
irrestrita e contribuem ainda mais para a hiperglicemia (SARAIVA et al., 2019; SARTORELLI; 
FRANCO, 2003; SMELTZER; BARE, 2012). Além disso, ocorre a quebra de gordura, resultando em 
um aumento na produção de corpos cetônicos, que são os subprodutos da quebra de gordura 
(SMELTZER; BARE, 2012).
1.2 Diabetes Tipo 2
Os dois principais problemas relacionados à insulina no diabetes tipo 2 são resistência 
à insulina e secreção diminuída de insulina, na qual a resistência a insulina refere-se a uma 
sensibilidade diminuída do tecido à insulina (SARTORELLI; FRANCO, 2003; SMELTZER; BARE, 
2012). Normalmente, a insulina se liga a receptores especiais nas superfícies celulares e inicia 
uma série de reações envolvidas no metabolismo da glicose e no diabetes tipo 2, essas reações 
intracelulares são diminuídas, tornando insulina menos eficaz em estimular a captação de glicose 
pelos tecidos e na regulação da liberação de glicose pelo fígado (SARTORELLI; FRANCO, 2003; 
SMELTZER; BARE, 2012).
Os mecanismos exatos que levam à resistência à insulina e diminuição da insulina na 
secreção na diabetes tipo 2 é desconhecida e para superar a resistência à insulina e impedir 
o acúmulo de glicose no sangue, quantidades aumentadas de insulina devem ser secretadas 
para manter o nível de glicose em um nível normal ou ligeiramente elevado nível (SARAIVA ET 
AL., 2019; SARTORELLI; FRANCO, 2003; SMELTZER; BARE, 2012). No entanto, se as células beta 
não conseguirem acompanhar o aumento da demanda por insulina, o nível de glicose aumenta 
e o tipo 2 de diabetes se desenvolve (ASSOCIATION, 2014; SARAIVA et al., 2019; SARTORELLI; 
FRANCO, 2003; SMELTZER; BARE, 2012).
Apesar da diminuição da secreção de insulina, característica da diabetes tipo 2, existe 
insulina suficiente para prevenir a repartição da gordura e produção associada de cetona 
corpos (SMELTZER; BARE, 2012). Para a maioria dos pacientes, o diabetes tipo 2 é detectado 
incidentalmente e uma consequência da não detecção de diabetes é que complicações a longo 
prazo podem se desenvolver antes que o diagnóstico real de diabetes seja feito (SARTORELLI; 
FRANCO, 2003; SMELTZER; BARE, 2012).
Como a resistência à insulina está associada à obesidade, o principal tratamento da diabetes 
tipo 2 é a perda de peso, e a prática de exercício físico também é importante para melhorar a 
eficácia da insulina; nesse sentido, há o uso de antidiabético oral que agentes que podem ser 
35
adicionados se a dieta e o exercício não forem bem-sucedidos no controle dos níveis de glicose 
no sangue (JOVANOVIC; PETTITT, 2001; SARTORELLI; FRANCO, 2003; SMELTZER; BARE, 2012). A 
insulina pode ser adicionada à terapia com agentes orais, ou os pacientes podem passar para 
terapia com insulina inteiramente e alguns pacientes necessitam de insulina continuamente, 
além disso outros podem necessitar de insulina temporariamente durante períodos de estresse 
fisiológico agudo, como doença ou cirurgia (JOVANOVIC; PETTITT, 2001; SARTORELLI; FRANCO, 
2003; SMELTZER; BARE, 2012).
• O diabetes tipo 2 pode ser prevenido ou atrasado em pessoas com alto risco de contrair 
a doença, por meio da redução de peso e aumento da participação em exercícios mode-
rados, assim como a metformina também impede ou atrasa o início
• diabetes tipo 2, mas em menor grau (SMELTZER; BARE, 2012).
1.3 Diabetes Gestacional
O diabetes gestacional é qualquer grau de intolerância à glicose com seu início durante a 
gravidez, desta forma a hiperglicemia se desenvolve durante a gravidez por causa da secreção de 
hormônios da placenta, que causa resistência à insulina (JOVANOVIC; PETTITT, 2001; SMELTZER; 
BARE, 2012). O diabetes gestacional ocorre em até 14% das mulheres grávidas e aumenta o risco 
de distúrbios hipertensivos durante a gravidez (JOVANOVIC; PETTITT, 2001; SMELTZER; BARE, 2012).
O gerenciamento inicial inclui modificação na dieta e monitoramento da glicemia e se persistir 
a hiperglicemia, é prescrita insulina (JOVANOVIC; PETTITT, 2001; SMELTZER; BARE, 2012). Após 
o parto, os níveis de glicose no sangue na mulher com diabetes gestacional retornam ao normal 
(JOVANOVIC; PETTITT, 2001; SMELTZER; BARE, 2012). No entanto, muitas mulheres que tiveram 
diabetes gestacional desenvolvem diabetes tipo 2 mais tarde e, portanto, todas as mulheres 
que tiveram diabetes gestacional devem ser aconselhadas a manter seu peso corporal ideal e 
a exercite-se regularmente para reduzir o risco de diabetes tipo 2 (JOVANOVIC; PETTITT, 2001; 
SMELTZER; BARE, 2012).
FIQUE DE OLHO
A avaliação dos exames de glicemia deve ser realizada no pré-natal de todas as gestantes, 
devido ao risco do desenvolvimento de diabetes. No puerpério, deve ser mantida essa rotina 
a fim de avaliar a possibilidade de manutenção do diabetes após o período gestacional, uma 
vez que essa população apresenta um risco elevado de desenvolvimento desta patologia.
36
2 FUNÇÃO TIREOIDE ANORMAL
A secreção inadequada do hormônio tireoidiano durante o desenvolvimento fetal e 
neonatal resulta em crescimento físico e mental atrofiado devido à depressão geral da atividade 
metabólica (DOUGLAS; DOUGLAS, 2002; MACIEL, 2007; SMELTZER; BARE, 2012). Nos adultos, 
o hipotireoidismo se manifesta como letargia, pensamento lento e lentidão generalizada das 
funções do corpo (SMELTZER; BARE, 2012). A secreção excessiva de hormônios da tireoide se 
manifesta por uma taxa metabólica bastante aumentada e muitas outras características do 
hipertireoidismo resultam do aumentoda resposta das catecolaminas circulantes (GUYTON et al., 
2006; HORMONAL, 2009; MACIEL, 2007; SMELTZER; BARE, 2012).
A secreção excessiva de hormônios da tireoide geralmente está associada a um aumento 
da glândula tireoide (GUYTON et al., 2006; HORMONAL, 2009; MACIEL, 2007; SMELTZER; BARE, 
2012). O bócio também ocorre comumente com deficiência de iodo e nesta última condição, a 
falta de iodo resulta em baixos níveis de hormônios tireoidianos circulantes, o que causa aumento 
na liberação de TSH, o qual causa superprodução de tireoglobulina e hipertrofia da glândula 
tireoide (GUYTON et al., 2006; HORMONAL, 2009; MACIEL, 2007; SMELTZER; BARE, 2012). O 
termo eutireoideo refere-se à produção de hormônios da tireoide que está dentro dos limites 
normais (GUYTON et al., 2006; HORMONAL, 2009; MACIEL, 2007; SMELTZER; BARE, 2012).
 Nesse sentindo, iremos atender diferentes pacientes com os mais diversos tipos de alterações 
da função tireoide. Para as alterações que podemos presenciar aos nossos pacientes, devemos 
estar atentos às características do hipotireoidismo, hipertireoidismo e tireoidite.
Figura 1 - Tireoide 
Fonte: FatCamera, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: Na imagem, uma mulher está no consultório do médico e ela está fazendo um 
exame de tireoide.
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2.1 Hipotireoidismo
O hipotireoidismo resulta de níveis abaixo do ideal do hormônio da tireoide, a qual pode 
afetar todas as funções do corpo e pode variar de formas subclínicas leves a uma forma avançada 
(ISOLAN-CURY et al., 2007; KNOBEL, NOGUEIRA; MEDEIROS-NETO, 2001; NASCIMENTO et al., 
2003; SMELTZER; BARE, 2012). A causa mais comum de hipotireoidismo em adultos é a tireoidite 
autoimune (doença de Hashimoto), na qual o sistema imunológico ataca a glândula tireoide 
(ISOLAN-CURY et al., 2007; KNOBEL, NOGUEIRA; MEDEIROS-NETO, 2001; NASCIMENTO et al., 
2003; SMELTZER; BARE, 2012).
Os sintomas de hipertireoidismo podem ser seguidos posteriormente pelos de hipotireoidismo 
e mixedema (ISOLAN-CURY et al., 2007; NASCIMENTO et al., 2003; SMELTZER; BARE, 2012). O 
hipotireoidismo também ocorre comumente em pacientes com hipertireoidismo anterior que 
foram tratados com medicamentos com iodo ou antitireoidiano ou que foram submetidos 
a cirurgia e ocorre com mais frequência em mulheres mais velhas (SMELTZER; BARE, 2012). A 
radioterapia para câncer de cabeça e pescoço também pode causar hipotireoidismo em homens 
mais velhos e portanto, o teste da função da tireoide é recomendado para todos os pacientes que 
recebem esse tratamento (MACIEL, 2007; SMELTZER; BARE, 2012).
2.2 Hipertireoidismo
O hipertireoidismo é o segundo distúrbio endócrino mais prevalente, depois do diabetes 
mellitus, sendo que a doença de Graves, o tipo mais comum de hipertireoidismo que resulta 
de uma produção excessiva de hormônios da tireoide causada por estimulação anormal da 
glândula tireoide por imunoglobulinas circulantes (ANDRADE, GROSS E MAIA, 2001; OLIVEIRA E 
MALDONADO, 2014; SANDRINI et al., 2001; SANTOS et al., 2002; SMELTZER; BARE, 2012).
38
O hipertireoidismo afeta as mulheres oito vezes mais frequentemente que os homens, 
com início geralmente entre a segunda e a quarta década (ANDRADE, GROSS E MAIA, 2001; 
OLIVEIRA E MALDONADO, 2014; SANDRINI et al., 2001; SANTOS et al., 2002; SMELTZER; BARE, 
2012). Pode aparecer após um choque emocional, estresse ou infecção, mas o significado exato 
desses relacionamentos não é compreendido (SMELTZER; BARE, 2012). Outras causas comuns 
de hipertireoidismo incluem tireoidite e ingestão excessiva de hormônio da tireoide (OLIVEIRA; 
MALDONADO, 2014; SANDRINI et al., 2001; SANTOS et al., 2002; SMELTZER; BARE, 2012).
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2.3 Tireoidite
A tireoidite, inflamação da glândula tireoide, pode ser aguda, subaguda ou crônica e cada tipo 
de tireoidite é caracterizada por inflamação, fibrose ou infiltração linfocítica da glândula tireoide 
(SMELTZER; BARe, 2012).
A tireoidite aguda é um distúrbio raro causado pela infecção da glândula tireoide por bactérias, 
fungos, micobactérias ou parasitas (SETIAN et al., 2014; SMELTZER; BARE, 2012; YAMASHIRO et al., 
2007). A infecção geralmente causa dor e inchaço no pescoço anterior, febre, disfagia e disfonia, 
assim como faringite ou dor faríngea estão frequentemente presentes (SMELTZER; BARE, 2012).
A tireoidite subaguda pode ser tireoidite granulomatosa subaguda ou tireoidite indolor, assim 
como é um distúrbio inflamatório da glândula tireoide que afeta predominantemente mulheres entre 
40 e 50 anos (ANDRADE, GROSS, MAIA, 2001; SETIAN et al., 2014; SMELTZER; BARE, 2012; YAMASHIRO 
et al., 2007). A condição se apresenta como um inchaço doloroso no pescoço anterior, que dura 1 a 2 
meses e, depois, desaparece espontaneamente, sem efeito residual (SMELTZER; BARE, 2012).
A tireoide aumenta simetricamente e pode ser dolorosa e a pele subjacente é frequentemente 
avermelhada e quente, assim como a deglutição pode ser difícil e desconfortável. Irritabilidade, 
39
nervosismo, insônia e perda de peso – manifestações de hipertireoidismo – são comuns e 
muitos pacientes também sofrem calafrios e febre (SANDRINI et al., 2001; SANTOS et al., 2002; 
SMELTZER; BARE, 2012; YAMASHIRO et al., 2007).
 Os agentes antitireoidianos, que bloqueiam a síntese de T3 e T4, não são eficazes na tireoidite 
porque a tireotoxicose associada resulta da liberação de hormônios da tireoide armazenados e 
não do aumento da síntese (SMELTZER; BARE, 2012). Em casos mais graves, corticosteroides orais 
podem ser prescritos para reduzir o inchaço e aliviar a dor e em alguns casos, o hipotireoidismo 
temporário pode se desenvolver e pode exigir terapia hormonal da tireoide, na qual o 
monitoramento de acompanhamento é necessário para documentar o retorno do paciente ao 
estado eutireoideo (SMELTZER; BARE, 2012).
A tireoidite indolor geralmente ocorre no período pós-parto e acredita-se ser um processo 
autoimune, na qual sintomas de hipertireoidismo ou hipotireoidismo são possíveis (ANDRADE, 
GROSS, MAIA, 2001; SMELTZER; BARE, 2012; YAMASHIro et al., 2007). O tratamento é direcionado 
aos sintomas, e o acompanhamento anual é recomendado para determinar a necessidade do 
paciente de tratamento de hipotireoidismo subsequente (SMELTZER; BARE, 2012).
A tireoidite crônica, que ocorre com mais frequência em mulheres entre 30 e 50 anos, foi 
denominada doença de Hashimoto, ou tireoidite linfocítica crônica e seu diagnóstico é baseado 
na aparência histológica da glândula inflamada (SMELTZER; BARE, 2012). Ao contrário da tireoidite 
aguda, as formas crônicas geralmente não são acompanhadas de dor, sintomas de pressão ou 
febre, e a atividade da tireoide é normalmente normal ou baixa, em vez de aumentada (SETIAN 
et al., 2014; SMELTZER; BARE, 2012).
3 SÍNDROME DE CUSHING
A síndrome de Cushing resulta de atividade adrenocortical excessiva, e não deficiente 
(CASTRO; MOREIRA, 2002; GUTIÉRREZ RESTREPO, LATORRE SIERRA, CAMPUZANO MAYA, 2009; 
PEREIRA, ARAÚJO; BISI, 2001; ROLLIN; CZEPIELEWSKI, 2003; SMELTZER; BARE, 2012). A síndrome 
pode resultar da administração excessiva de corticosteroides ou da hiperplasia do córtex adrenal 
(SMELTZER; BARE, 2012).
FIQUE DE OLHO
A avaliação da tireoide deve fazer parte do exame físico de todos os pacientes, uma vez 
que ela pode apresentar alterações no seu tamanho e forma. Essa alteração pode indicar 
alterações fisiológicas no desenvolvimento da mesma e deve ser observado os sinais e 
sintomas do paciente fazendo uma possível relação com a alteração da tireoide.
40
Nesse sentindo, devemos compreender que os medicamentos que podemos administrar 
aos pacientes podem causar patologias adicionais. Dessa forma, devemos estar atentos ao 
histórico de enfermagem para procurar identificar os fatores que podem contribuir para a 
ocorrência dessa síndrome.
3.1 Fisiopatologia
A síndrome de Cushing é comumente causada pelo uso de medicamentos com corticosteroides 
e raramente ocorre devidoà produção excessiva de corticosteroides pelo córtex adrenal 
(CASTRO; MOREIRA, 2002; GUTIÉRREZ RESTREPO, LATORRE SIERRA, CAMPUZANO MAYA, 2009; 
PEREIRA, ARAÚJO; BISI, 2001; ROLLIN; CZEPIELEWSKI, 2003; SMELTZER; BARE, 2012). No entanto, 
a superprodução de corticosteroides endógenos pode ser causada por vários mecanismos, 
incluindo um tumor da hipófise que produz ACTH e estimula o córtex adrenal a aumentar sua 
secreção hormonal, apesar da produção de quantidades adequadas (CASTRO; MOREIRA, 2002; 
GUTIÉRREZ RESTREPO, LATORRE SIERRA, CAMPUZANO MAYA, 2009; PEREIRA, ARAÚJO; BISI, 2001; 
ROLLIN; CZEPIELEWSKI, 2003; SMELTZER; BARE, 2012).
A hiperplasia primária das glândulas suprarrenais na ausência de um tumor hipofisário é menos 
comum (CASTRO; MOREIRA, 2002; GUTIÉRREZ RESTREPO, LATORRE SIERRA, CAMPUZANO MAYA, 
2009; PEREIRA, ARAÚJO; BISI, 2001; ROLLIN; CZEPIELEWSKI, 2003; SMELTZER; BARE, 2012). Outra 
causa menos comum da síndrome de Cushing é a produção ectópica de ACTH por malignidades 
e o carcinoma broncogênico é o tipo mais comum dessas neoplasias. Independentemente da 
causa, os mecanismos normais de feedback que controlam a função do córtex adrenal tornam-se 
ineficazes, e o padrão diurno usual do cortisol é perdido (CASTRO; MOREIRA, 2002; GUTIÉRREZ 
RESTREPO, LATORRE SIERRA, CAMPUZANO MAYA, 2009; PEREIRA, ARAÚJO; BISI, 2001; ROLLIN; 
CZEPIELEWSKI, 2003; SMELTZER; BARE, 2012). Os sinais e sintomas da síndrome de Cushing são 
principalmente resultado da secreção excessiva de glicocorticóides e andrógenos, embora a 
secreção de mineralocorticóides também possa ser afetada (CASTRO; MOREIRA, 2002; GUTIÉRREZ 
RESTREPO, LATORRE SIERRA, CAMPUZANO MAYA, 2009; PEREIRA, ARAÚJO; BISI, 2001; ROLLIN; 
CZEPIELEWSKI, 2003; SMELTZER; BARE, 2012).
3.2 Manifestações Clínicas
Quando ocorre a superprodução do hormônio cortical adrenal, a interrupção do crescimento, 
a obesidade e as alterações musculoesqueléticas ocorrem juntamente com a intolerância à glicose 
(CASTRO; MOREIRA, 2002; GUTIÉRREZ RESTREPO, LATORRE SIERRA; CAMPUZANO MAYA, 2009; 
SMELTZER; BARE, 2012). A imagem clássica da síndrome de Cushing no adulto é a da obesidade 
do tipo central, com uma “corcova de búfalo” gordurosa no pescoço e nas áreas supraclaviculares, 
um tronco pesado e extremidades relativamente finas (CASTRO; MOREIRA, 2002; GUTIÉRREZ 
RESTREPO, LATORRE SIERRA, CAMPUZANO MAYA, 2009; PEREIRA, ARAÚJO, BISI, 2001; ROLLIN; 
CZEPIELEWSKI, 2003; SMELTZER. BARE, 2012).
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O paciente desenvolve uma aparência de “face da lua” e pode experimentar um aumento 
da oleosidade da pele e acne, assim como há maior suscetibilidade à infecção. Hiperglicemia 
ou diabetes evidente podem se desenvolver (CASTRO; MOREIRA, 2002; GUTIÉRREZ RESTREPO, 
LATORRE SIERRA, CAMPUZANO MAYA, 2009; PEREIRA, ARAÚJO, BISI, 2001; ROLLIN; CZEPIELEWSKI, 
2003; SMELTZER. BARE, 2012). O paciente também pode relatar ganho de peso, cicatrização lenta 
de pequenos cortes e contusões (GUTIÉRREZ RESTREPO, LATORRE SIERRA, CAMPUZANO MAYA, 
2009; SMELTZER; BARE, 2012).
Mulheres de 20 a 40 anos têm cinco vezes mais chances do que os homens de desenvolver a 
síndrome de Cushing e, em mulheres de todas as idades, pode ocorrer como resultado do excesso 
de andrógenos (CASTRO; MOREIRA, 2002; GUTIÉRREZ RESTREPO, LATORRE SIERRA, CAMPUZANO 
MAYA, 2009; PEREIRA, ARAÚJO, BISI, 2001; ROLLIN; CZEPIELEWSKI, 2003; SMELTZER. BARE, 2012). 
A virilização é caracterizada pelo aparecimento de traços masculinos e pela recessão de traços 
femininos (GUTIÉRREZ RESTREPO, LATORRE SIERRA, CAMPUZANO MAYA, 2009; SMELTZER; BARE, 
2012). Há um crescimento excessivo de pelos no rosto, as mamas atrofiam, a menstruação cessa, 
o clitóris aumenta e a voz se aprofunda (GUTIÉRREZ RESTREPO, LATORRE SIERRA, CAMPUZANO 
MAYA, 2009; SMELTZER; BARE, 2012).
As mudanças ocorrem no humor e na atividade mental, e a psicose pode se desenvolver, assim 
como a angústia e depressão são comuns e são aumentadas pela severidade das alterações físicas 
que ocorrem com essa síndrome (GUTIÉRREZ RESTREPO, LATORRE SIERRA, CAMPUZANO MAYA, 
2009; SMELTZER; BARE, 2012). Se a síndrome de Cushing é uma consequência do tumor da hipófise, 
podem ocorrer distúrbios visuais devido à pressão do crescimento do tumor no quiasma óptico 
(GUTIÉRREZ RESTREPO, LATORRE SIERRA, CAMPUZANO MAYA, 2009; SMELTZER; BARE, 2012).
4 SISTEMA HEMATOPOÉTICO
A maioria das doenças hematológicas reflete um defeito no sistema hematopoiético ou 
hemostático (SMELTZER; BARE, 2012). O defeito pode ser quantitativo (por exemplo, aumento ou 
diminuição da produção de células), qualitativa (por exemplo, as células produzidas com defeito 
em sua capacidade funcional normal), ou ambos (SMELTZER; BARE, 2012).
4.1 Considerações Gerontológicas
Em pacientes idosos, um problema comum é a diminuição da capacidade do
medula óssea para responder à necessidade do corpo de células sanguíneas (hemácias, 
leucócitos e plaquetas) (SMELTZER; BARE, 2012). Essa incapacidade é resultado de muitos fatores, 
incluindo diminuição da produção dos fatores de crescimento necessários para hematopoiese 
por células estromais na medula ou uma diminuição resposta aos fatores de crescimento (no caso 
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da eritropoietina) (SMELTZER; BARE, 2012).
Devemos lembrar que quando uma pessoa idosa precisa de mais células sanguíneas (por 
exemplo, leucócitos em hemácias na anemia), a medula óssea pode não ser capaz de aumentar 
a produção dessas células adequadamente (SMELTZER; BARE, 2012). Nos idosos, a medula 
óssea pode ser mais suscetível à doença mielossupressora devido a efeitos de medicamentos 
(SMELTZER; BARE, 2012).
A anemia é a condição hematológica mais comum que afeta pacientes idosos e a cada década 
sucessiva de vida, a incidência de anemia aumenta, assim como a anemia resulta frequentemente 
de deficiência de ferro ou de uma deficiência nutricional, particularmente deficiência de folato ou 
B12 ou desnutrição proteico-calórica, fato que também pode resultar de inflamação ou doença 
crônica (SMELTZER; BARE, 2012).
A gestão do distúrbio varia dependendo da etiologia e, portanto, é importante identificar 
a causa da anemia, em vez de considere uma consequência inevitável do envelhecimento 
(SMELTZER; BARE, 2012). Pessoas idosas com problemas cardíacos ou pulmonares concomitantes 
podem não tolerar anemia muito bem, e é necessária uma avaliação completa e imediata 
(SMELTZER; BARE, 2012).
4.2 Tratamento de Distúrbio Hematológicos
Os distúrbios sanguíneos comumente encontrados são anemia, policitemia, leucopenia 
e neutropenia, leucocitose, linfoma, mieloma, leucemia e vários distúrbios hemorrágicos e de 
coagulação ( SMELTZER; BARE, 2012).
O manejo de enfermagem de pacientes com esses transtornos requer habilidades, avaliação 
e monitoramento, bem como cuidados e ensino meticulosos para prevenir deterioração e 
complicações (SMELTZER; BARE, 2012). Nesse sentido, devemos compreender todos os fatores 
envolvidos na origem e possíveis complicações que esses distúrbios podem causar, para que 
possamos atuar de forma eficiente para a tomada de decisão em saúde (SMELTZER; BARE, 2012).
5 ANEMIA
A anemia, por si só, não é um estado específico da doença, mas um sinal de um distúrbio 
subjacente e vale ressaltar que é de longe a condição hematológica mais comum (SMELTZER; 
BARE, 2012). A anemia é uma condição na qual a concentração de hemoglobina é menor do 
que o normal, reflete a presença de menos glóbulos vermelhos do que o normal na circulação 
(SMELTZER; BARE, 2012). Como resultado, a quantidade de oxigênio fornecida aos tecidos do 
corpo também é diminuída (SMELTZER; BARE, 2012).
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As anemias podem ser classificadas em perda de hemácias, diminuição da produção de 
hemácias e maior distribuição de glóbulos vermelhos (SMELTZER; BARE, 2012). Uma conclusão 
sobre se a anemia é causada por destruição ou produção inadequada de hemácias geralmente 
pode ser alcançada com base na capacidade da medula de responder aos glóbulos vermelhos 
diminuídos, no grau em que os hemácias jovens proliferam

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