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CAMPUS BRASÍLIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL Geotecnia Aula 07 Percolação de Água 1 DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL Geotecnia II Aula 01 PERMEABILIDADE Prof. Francisco de Assis Cavallaro 2 Capacidade que tem o solo de permitir o escoamento de água através de seus vazios, sendo a grandeza da permeabilidade expressa pelo coeficiente de permeabilidade do solo, k. PERMEABILIDADE Envolve o movimento da água através do solo. PERCOLAÇÃO X Introdução Todos os solos são permeáveis. A água é livre para circular entre as partículas, através dos poros interconectados. A água flui dos pontos de maior carga para os de menor carga, respeitando as condições de contorno. Introdução A água é incompressível e sem nenhuma resistência ao cisalhamento, o que lhe permite, sob a ação de altas pressões, penetrar em micro fissuras e poros, e exercer pressões elevadas que levam enormes maciços ao colapso; A água subterrânea é originada predominantemente da infiltração das águas das chuvas, sendo este processo de infiltração de grande importância na recarga da água no subsolo. Ciclo Hidrológico: Infiltração e formação de lençol freático Importância do estudo do movimento da água no solo Estimativa do fluxo de água subterrânea sob as mais variadas condições hidráulicas, para a investigação de problemas envolvendo: drenagem em construções subterrâneas; análise de estabilidade de barragens de terra; estruturas de contenção de valas sujeitas a forças de percolação; Importância do estudo do movimento da água no solo Fatores que influem na permeabilidade dos solos Os principais fatores que influenciam no coeficiente de permeabilidade são: granulometria índice de vazios composição mineralógica fluído Temperatura Estrutura do solo e macro-estrutura 9 Granulometria • O tamanho das partículas que constituem os solos influencia no valor de “k”. Nos solos pedregulhosos sem finos (partículas com diâmetro superior a 2mm), por exemplo, o valor de “k” é superior a 0,01cm/s; já nos solos finos (partícula com diâmetro inferior a 0,074mm) os valores de “k” são bem inferiores a este valor. 10 Índice de vazios • A permeabilidade dos solos esta relacionada com o índice de vazios, logo, com a sua porosidade. Quanto mais poroso for um solo (maior a dimensão dos poros), maior será o índice de vazios, por conseguinte, mais permeável (para argilas moles, isto não se verifica). 11 Composição mineralógica • A predominância de alguns tipos de minerais na constituição dos solos tem grande influência na permeabilidade. Por exemplo, argilas moles que são constituídas, predominantemente, de argilo-minerais (caulinitas, ilitas e montmorilonitas) possuem um valor de “k” muito baixo, que varia de 10-7 a 10-8 cm/s. Já nos solos arenosos, cascalhentos sem finos, que são constituídos, principalmente, de minerais silicosos (quartzo) o valor de “k” é da ordem de 1 a 10-2 cm/s. 12 Estrutura do solo • É o arranjo das partículas. Nas argilas existem as estruturas isoladas e em grupo que atuam forças de natureza capilar e molecular, que dependem da forma das partículas. Nas areias o arranjo estrutural é mais simplificado, constituindo-se por canalículos, interconectados onde a água flui mais facilmente. 13 Macro-estrutura • Principalmente em solos que guardam as características do material de origem (rocha mãe) como diaclases, fraturas, juntas, estratificações. Estes solos constituem o horizonte C dos perfis de solo, também denominados de solos saprolíticos. 14 Fluído • O tipo de fluído que se encontra nos poros. Nos solos, em geral, o fluído é a água com ou sem gases (ar) dissolvidos. 15 Temperatura • Quanto maior a temperatura, menor a viscosidade d’água, portanto, maior a permeabilidade, isto significa que a água mais facilmente escoará pelos poros do solo. • Por isso, os valores de “k” obtidos nos ensaios são geralmente referidos à temperatura de 20°C. 16 Resultados de permeabilidade 17 Ordem de grandeza do coeficiente de permeabilidade • Consideram-se solos permeáveis, ou que apresentam drenagem livre, são aqueles que têm permeabilidade superior a 10-7 m/s. Os demais são solos impermeáveis ou com drenagem impedida. 18 Ordem de grandeza do coeficiente de permeabilidade 19 Determinação da Permeabilidade Ensaios de laboratório (Permeâmetros) • Existem diversos tipos de equipamentos para investigação da condutividade hidráulica de solos em laboratório. Esses equipamentos são denominados de permeâmetros, e são classificados em permeâmetros de parede rígida e parede flexível. Equação de Bernouille A carga total é dada por: h = carga total u = pressão v= velocidade da água g = aceleração da gravidade w= peso específico da água 21 CARGAS NA ÁGUA O fluxo de água é a resposta de mudanças de energia (ou energia potencial total) entre dois pontos. A energia num ponto pode ser definida pela Equação de Bernoulli. Considerando um fluido não viscoso e incompressível. Equação de Bernouille Fluxo Referência Onde: Dh é a carga perdida (energia / peso unitário) sobre a distância L. Se a carga cinética é desprezível a equação anterior será: OBS. É necessário conhecer a carga total “h” para a análise de percolação, onde h = u/w + z. É necessário conhecer a pressão “u” para a análise de estabilidade de taludes, onde a pressão altera a tensão efetiva do solo. z u h w Equação de Bernouille Carga em um ponto: z u h w Fluxo Referência Equação de Bernouille Perda de carga entre dois pontos: D b w b a w a ba z u z u hhh Fluxo Referência Equação de Bernouille Gradiente hidráulico: (admimensional) L h i D Fluxo Referência Na maioria dos solos, o fluxo de água pelos espaços vazios pode ser considerados laminar, assim, iv 27 FLUXO UNIDIMENSIONAL ÁGUA SUBTERRÂNEA: é definida como a água abaixo do lençol freático (N.A.); PERCOLAÇÃO: envolve o movimento da água através do solo, O fluxo de água através do solo é laminar para os tipos de solo considerados (areia, silte e argila). Quando os vazios são grandes (pedregulho) fluxo turbulento pode ocorrer. Quando o fluxo é turbulento ele deve ser interrompido ao invés de ser calculado. 28 FLUXO UNIDIMENSIONAL TIPOS DE PERCOLAÇÃO: Vários tipos de fluxos são definidos a seguir: 1 - Fluxo Estacionário: As variáveis do problema (carga hidráulica) não mudam com o tempo. 2 - Fluxo não Estacionário ou Transiente: As variáveis do problema mudam com o tempo, devido a mudanças das condições de contorno com o tempo. 29 FLUXO UNIDIMENSIONAL: 30 31 32 A energia transferida é medida pela perda de carga e a força referente a esta energia é denominada forca de percolação. A força de percolação atua nas partículas do solo tendendo carregá-las, conseqüentemente, é uma força efetiva de arraste hidráulico que atua na direção do fluxo de água. 33 Em 1856 DARCY publicou sua lei que diz: “A velocidade de fluxo da água através de meios porosos é diretamente proporcional ao gradiente hidráulico, i”: Onde: - distância / tempo - distância / tempo - adimensional. Lei de Darcy Lei de Darcy Fluxo, q Área de solo = A Área de vazios = Av Área de sólidos = As A velocidade que a água percola pelos vazios do solo não é a mesma velocidade da lei de Darcy. A área que a água atravessa não é a total, mas sim a seção transversal de vazios. A vazão “q” dividida pela área da seção transversal do corpo de prova “A” indica a velocidade com que a água percola no solo.Lei de Darcy q = vA = Avv’ onde: v’ = velocidade de fluxo Av = área de vazios na seção transversal do elemento A = Av + As q = v (Av + As ) = Avv’ Lei de Darcy onde: Vv = volume de vazios no elemento Vs = volume de sólidos no elemento onde: e = índice de vazios n = porosidade v sv v sv v sv V VVv LA LAAv A AAv v )()()( ' n v e e v V V V V vv s v s v 1 1 ' Valores de permeabilidade (cm/s) 10-5 10-8 10-2 argilas pedregulhos areias siltes Grossos Finos Para solos granulares, k = f(e ou D10) “O coeficiente de permeabilidade é uma das propriedades do solo que mais varia”. Ensaios de permeabilidade Carga constante Q = Avt = A(ki)t onde Q = volume de água coletado A = área da seção transversal do elemento de solo t = duração da coleta de água Para solos arenosos Pedra porosa Pedra porosa Corpo de prova Bureta graduada Ensaios de permeabilidade Carga constante Q = Avt = A(ki)t L h i t L h kAQ Aht QL k Pedra porosa Pedra porosa Corpo de prova Bureta graduada Ensaios de permeabilidade Carga variável Onde: q = vazão a = área da seção transversal da bureta Usado para solos finos dt dh aA L h kq Pedra porosa Corpo de prova Pedra porosa Tubo Graduado Ensaios de permeabilidade Carga variável Integrando: dt dh aA L h kq 2 10 h h t h dh Ak aL dt 2 1 10 2 1 2 1 log303.2 lnln h h At aL k h h At aL k h h Ak aL t Pedra porosa Corpo de prova Pedra porosa Tubo Graduado 42 Permeabilidade equivalente em solos estratificados q = v.1.H = v1.1.H1 + v2.1.H2 + …+ vn1.Hn onde: v = velocidade de descarga média vn = velocidade de descarga na nésima camada Direção do Fluxo Permeabilidade equivalente em solos estratificados v = kH, eq ieq v1 = kH1 i1 v2 = kH2 i2 … vn = kHn in ieq = i1 = i2 = …= in )...( 1 21, 21 nHHHeqH HkHkHk H k n 44 Permeabilidade equivalente em solos estratificados v = v1 = v2 = … = vn e h = h1 + h2 + …+ hn Direção do Fluxo 45 Permeabilidade equivalente em solos estratificados nVVVeqV ikikik H h k n ...21, 21 Direção do Fluxo h = H1i1 + H2i2 + …+ Hnin v = v1 = v2 = … = vn h = h1 + h2 + …+ hn 46 Permeabilidade equivalente em solos estratificados nV n VV eqV k H k H k H H k ... 21 21 , Direção do Fluxo h = H1i1 + H2i2 + …+ Hnin H h k k i iV eqV , 1 Ensaio de permeabilidade de campo pelo bombeamento a partir de poços 47 No campo, kmédia de depósito de solo na direção do fluxo pode ser determinada realizando-se ensaios de bombeamento a partir de poços. Água do poço bombeada a uma a taxa cte. Regime é estabelecido qdo o nível d’água nos poços de ensaio e observação se tornem cte. Caso em que a camada superior não é confinada e está depositado sobre uma camada impermeável. Ensaio de bombeamento a partir de um poços que penetra em toda a profundidade de um aquífero confinado. 48
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