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Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará Instituto de Geociências e Engenharias Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina: Proteção de Sistemas de energia elétrica (2023) Professor: Dione Vieira RELATÓRIO Estudos de curto- circuito para o Sistema Elétrico de Potência Proteção de Sistemas de Energia Elétrica Laura Luzia de Lima Franco Almeida Luana Carvalho Alves Gerlane Soares Batista Márcia Ariane Trindade Serra Walfredo Ferreira de Souza Júnior RELATÓRIO DE ESTUDOS Estudos de curto-circuito para o Sistema Elétrico de Potência 1. OBJETIVO: Realizar estudos de curto-circuito para o Sistema Elétrico de Potência, composto de 11 subestações conforme figura 1 abaixo: Figura 1: Sistema elétrico utilizado para a realização dos estudos de curtos-circuitos 1.1 Dados: YN – Ligação estrela aterrada. YN – Ligação estrela aterrada D – Delta Potência base do Sistema: 100 MV 2.1 RESULTADOS: Realizando a montagem do circuito no Sistema ANAFAS, obtemos o seguinte esquema: Figura 2: Diagrama do Sistema Eletrico de 11 barras (Fonte: o Autor - Captura de Tela do ANAFAS) 2.1.1 Foram executados os estudos de curtos-circuitos trifásicos em todas as barras obtendo-se os resultados detalhandos abaixo: Figura 3: Resultados das faltas aplicadas em cada barra do circuito (Fonte: o Autor - Captura de Tela do ANAFAS) Comparando-se os resultados obtidos, durante a aplicação das falhas, observou-se que os maiores valores de curto-circuito ocorreram nas barras proximas aos geradores, as barras 1 – 3 – 9. Isso ocorre porque alem dos fatores de tensão do sistema e impedância das linhas e equipamentos, a localização do curto influencia diretamente na intensidade da corrente de curto-circuito, neste caso a proximidade aos geradores é uma das principais influências nesses valores, tendo em vista que as barras próximas a estes estão mais próximas à fonte de energia elétrica, a corrente de curto-circuito não precisa percorrer uma distância significativa antes de atingir essas barras e menor será a impedância e a resistência elétrica que a corrente deve superar, resultando em uma corrente de curto-circuito mais alta. 2.1.2 Foram executados os estudos de curtos-circuitos monofásicos em todas as barras obtendo-se os resultados detalhandos abaixo: Figura 4: Resultados das faltas aplicadas em cada barra do circuito Fase A (Fonte: o Autor - Captura de Tela do ANAFAS) Figura 5: Resultados das faltas aplicadas em cada barra do circuito Fase B (Fonte: o Autor - Captura de Tela do ANAFAS) Figura 5: Resultados das faltas aplicadas em cada barra do circuito Fase C (Fonte: o Autor - Captura de Tela do ANAFAS) Em situações de curto-circuito monofásico em um sistema elétrico, uma fase específica do sistema pode experimentar uma falha de curto-circuito, enquanto as outras fases permanecem operacionais e não afetadas. Nesse contexto, as fases que não estão afetadas pelo curto-circuito podem experimentar um fenômeno transitório conhecido como sobretensão. A sobretensão implica um aumento temporário na magnitude da tensão elétrica nessas fases, resultando em valores momentaneamente superiores aos níveis normais de tensão. As características das barras de distribuição de energia elétrica que influenciam os maiores valores de sobretensão nas fases não afetadas incluem: • Proximidade ao Ponto de Curto-Circuito: Barras de distribuição localizadas nas imediações do ponto onde ocorreu o curto-circuito têm maior probabilidade de experimentar sobretensões mais elevadas. Isso ocorre devido à menor resistência elétrica nesse trecho do sistema, o que facilita o aumento temporário da tensão elétrica. • Impedância do Sistema: A impedância total do sistema elétrico desempenha um papel fundamental. Se a impedância entre o ponto de curto-circuito e uma barra específica for baixa, essa barra poderá apresentar sobretensões mais significativas. A impedância é uma medida da resistência e da reatância dos elementos do sistema. • Presença de Geradores: A existência de geradores próximos a uma barra afetada pode contribuir para sobretensões mais pronunciadas. Isso ocorre porque os geradores têm a capacidade de fornecer uma quantidade considerável de energia elétrica ao sistema, o que pode resultar em um aumento notável da tensão nas fases não afetadas. Em resumo, durante um curto-circuito monofásico, a sobretensão nas fases não afetadas é influenciada pela proximidade ao ponto de curto-circuito, pela impedância do sistema e pela presença de geradores próximos. As barras de distribuição que atendem a essas condições podem apresentar os maiores valores de sobretensão, para o caso analisado podemos perceber que na Fase B (Figura 5) temos destacado em vermelho as maiores sobretensões apresentadas: Barra Tensão (V) – Fase B Tensão (V) – Fase C Barra 06 1,833 1,853 Barra 08 1,830 1,849 Barra 11 1,821 1,838 Barra 04 1,791 1,799 Barra 02 1,784 1,791 Barra 10 1,786 1,791 Barra 01 0,927 1,076 Barra 03 0,933 1,065 Barra 09 0,926 1,043 Barra 07 0,993 0,978 Barra 05 0,992 0,975 Tabela 1: Dados das tensões nas Barras Fase B (Fonte: o Autor) 2.1.3 Foram executados os estudos de curtos-circuitos bifásico, bifásico com terra, para todas as barras obtendo-se os resultados detalhandos abaixo: Figura 6: Resultados das faltas aplicadas em cada barra do circuito Fase A – Bifasico Figura 7: Resultados das faltas aplicadas em cada barra do circuito Fase B – Bifasico FASE A – BIFASICO FASE B – BIFASICO Figura 8: Resultados das faltas aplicadas em cada barra do circuito Fase C – Bifasico Figura 9: Resultados das faltas aplicadas em cada barra do circuito Fase A – Bifasico Terra FASE C – BIFASICO FASE A – BIFASICO TERRA Figura 10: Resultados das faltas aplicadas em cada barra do circuito Fase B – Bifasico Terra Figura 11: Resultados das faltas aplicadas em cada barra do circuito Fase C – Bifasico Terra Analisando os resultados obtidos foi possivel concluir que o curto-circuito bifásico para terra é considerado mais prejudicial sob uma perspectiva de tensão devido a um fenômeno FASE B – BIFASICO TERRA FASE C – BIFASICO TERRA conhecido como elevação de tensão na fase não afetada. Isso ocorre porque, nesse tipo de curto- circuito, os circuitos de sequência estão conectados em paralelo, assim, quando ocorre uma falha à terra, a tensão no circuito de sequência zero é aterrada nas fases afetadas, enquanto na fase não afetada, o circuito de sequência zero permanece aberto. Como resultado, a fase não afetada experimenta uma elevação significativa de tensão, o que pode causar danos a equipamentos e sistemas sensíveis. 3 CONCLUSÃO O estudo dos tipos de curto-circuito e seus efeitos é de extrema importância por diversas razões: • Segurança do Sistema Elétrico: O conhecimento dos tipos de curto-circuito e seus efeitos é fundamental para garantir a segurança do sistema elétrico. Os curtos-circuitos podem resultar em altas correntes, quedas de tensão, sobreaquecimento de equipamentos e até mesmo incêndios. O entendimento desses fenômenos é crucial para a prevenção de acidentes graves. • Proteção de Equipamentos e Pessoas: Estudar os tipos de curto-circuito permite projetar e implementar sistemas de proteção adequados para equipamentos e sistemas elétricos, bem como para a segurança das pessoas que operam ou estão próximas a esses sistemas. • Continuidade do Fornecimento de Energia: Curto-circuitos podem interromper o fornecimento de energia elétrica, causando prejuízos significativos em termos de tempo de inatividade e perdas financeiras. Compreender esses eventos ajuda a desenvolver estratégias para minimizar interrupções e manter a continuidade do fornecimento de energia. • Projeto e Manutenção de Sistemas: No projeto de sistemas elétricos, é essencial considerar os efeitos dos curtos-circuitos paradimensionar os equipamentos e dispositivos de proteção adequadamente. Além disso, a manutenção preventiva é crucial para evitar curtos-circuitos, e o conhecimento das causas e efeitos desses eventos é fundamental para manter a confiabilidade do sistema. • Eficiência Energética: Compreender como os curtos-circuitos afetam o sistema elétrico ajuda na otimização do sistema, melhorando sua eficiência energética e minimizando perdas. • Conformidade com Normas e Regulações: Em muitos países, existem normas e regulamentos rigorosos relacionados à proteção elétrica e à segurança. O estudo dos curtos-circuitos é necessário para garantir a conformidade com essas regulamentações. • Desenvolvimento de Estratégias de Mitigação: Ao conhecer os efeitos dos curtos- circuitos, é possível desenvolver estratégias de mitigação adequadas, como o uso de relés de proteção, dispositivos de aterramento eficazes e equipamentos de proteção contra sobretensão. Em resumo, o estudo dos tipos de curto-circuito e seus efeitos é crucial para garantir a segurança, a confiabilidade e a eficiência dos sistemas elétricos. 4 REFERÊNCIAS ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR - 7117 - Medição da Resistividade e Determinação da Estratificação do Solo, 2012. OLIVEIRA, AR de. Redes Neurais Artificiais aplicadas na detecção, classificação e localização de defeitos em linhas de transmissão. UFJF. Juiz de Fora, 2005. KINDERMANN, Geraldo. Curto-circuito, 2ª . [S.l.: s.n.], 2010 SILVA, Francisco Edenilson Cordeiro da. Estudos de fluxo de potência, curto-circuito e proteção para conexão de uma planta de minigeração fotovoltaica de 2,3195 MWp. 2022. 125 f. Monografia (Bacharelado em Engenharia Elétrica) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2022. TRINDADE, F. Desenvolvimento de metodologias para localização de defeitos em sistemas de distribuição com medidores inteligentes. 2013. Tese (Doutorado) – Tese de doutorado, Unicamp/Campinas. ZANETTA JR, Luiz Cera. Fundamentos de sistemas elétricos de potência. [S.l.]: Editora Livraria da Fısica, 2006
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