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EA
D
6
Desigualdade Social: 
Grupos Minoritários, 
Preconceito 
e Discriminação
1. OBJETIVOS
•	 Identificar	tendências	da	sociedade	contemporânea.
•	 Compreender	o	teor	das	questões	sociais	que	se	apresen-
tam	para	análises	e	explicações	sociológicas.
•	 Cultivar	a	atitude	de	pesquisador.
2. CONTEÚDOS
•	 A	desigualdade	social	e	a	questão	dos	grupos	minoritá-
rios.
•	 O	preconceito	e	a	discriminação.
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE
1)	 Para	complementar	o	que	estudaremos	nesta	unidade,	
que	é	referente	ao	preconceito	e	à	discriminação,	apre-
© Sociologia Geral124
sentamos	duas	sugestões	de	 filmes:	Meninos não cho-
ram,	dirigido	por	Kimberly	Peirce,	e	Filadélfia,	de	Jona-
than	Demme.
2)	 Há	um	espaço	eletrônico	brasileiro,	 cujo	endereço	é	o	
<http://www.portacurtas.com.br>,	dedicado	a	filmes	de	
curta	metragem	que	é	 imperdível.	Há	 inúmeros	 filmes	
que	abordam,	em	linguagem	cinematográfica,	os	temas	
do	preconceito	e	da	discriminação.	Vale	a	pena	curtir!
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Na	unidade	anterior,	identificamos	tendências	da	sociedade	
contemporânea	e	procuramos	entender	a	natureza	e	o	objeto	das	
questões	sociais	que	servem	de	base	para	as	análises	e	explicações	
sociológicas.	 Pudemos	 também	 refletir	 sobre	 questões	 cruciais	
que	desafiam	as	sociedades	contemporâneas,	como	é	o	caso	das	
desigualdades	sociais,	com	destaque	para	a	pobreza.
Nesta	unidade,	daremos	continuidade	às	reflexões	em	torno	
das	velhas	e	das	novas	questões	sociais	da	Sociologia	contempo-
rânea,	tentando	estender	a	visão	de	desigualdade	social	para	os	
grupos	minoritários	e	refletir	sobre	os	significados	de	preconceito	
e	discriminação.	Com	essas	ideias,	encerraremos	nossos	estudos	
introdutórios	ao	conhecimento	da	Sociologia.
Conforme	já	abordamos,	embora	a	desigualdade	social	seja	
encontrada	com	diferentes	roupagens	em	todas	as	sociedades,	ela	
alcançou	com	o	capitalismo	uma	das	versões	mais	duras.
A	situação	de	extrema	desigualdade	social	mundial	 resulta	
de	um	longo	processo,	que	foi	constituído	nos	últimos	500	anos	e	
que	foi	surgindo	com	base	em	uma	economia	global	de	exploração	
do	ser	humano	pelo	ser	humano.
Mesmo	aqueles	países	que	são	considerados	“em	desenvol-
vimento”	estiveram	–	ou	ainda	estão	–	submetidos	a	imposições	
que	impedem	que	suas	populações	alcancem,	de	modo	igualitário,	
as	mesmas	condições	dos	países	desenvolvidos.
Claretiano - Centro Universitário
125© U6 - Desigualdade Social: Grupos Minoritários, Preconceito e Discriminação
Embora	existam	vários	movimentos	de	 tentativas	de	dimi-
nuição	das	desigualdades	 sociais,	 ainda	persiste	uma	política	de	
dominação	que	tem	bases	no	poderio	econômico	dos	países	ricos,	
o	que	dificulta,	sobremaneira,	a	superação	dessas	questões.
Conforme	observamos	em	nossas	 incursões	anteriores	em	
torno	 da	 questão	 das	 desigualdades	 sociais,	 estas	 foram	 com-
preendidas	 como	 resultantes	 de	 um	 processo	 social	 constituído	
ao	longo	da	história.	Os	fundamentos,	não	apenas	para	sua	per-
manência,	 mas	 também	 para	 sua	 ampliação	 em	 níveis	 globais,	
colocam-nos	diante	da	fragilidade	da	ideia	de	que	todos	os	seres	
humanos	têm	os	mesmos	direitos.
Se	 todas	 as	 pessoas	 indistintamente	 possuem	 os	mesmos	
direitos	e	se	os	direitos	humanos	são	universais,	como	entende-
remos	a	presença,	sempre	próxima,	daqueles	que	não	conseguem	
ter	acesso	ao	mínimo	necessário	para	viver	com	dignidade?
O	fato	de	prevalecer	nas	sociedades	contemporâneas	a	ideia	
de	que	todos	fazem	parte	da	humanidade	e,	portanto,	têm	os	mes-
mos	direitos	torna	cada	vez	mais	difícil	a	justificativa	para	a	exis-
tência	das	desigualdades	sociais.
É	partindo	dessas	considerações	que	abordaremos	a	natu-
reza	das	questões	sociais	e	tentaremos	identificar	algumas	bases	
sociais	que	envolvem	a	existência	de	grupos	minoritários	ou	mi-
norias,	do	preconceito	e	da	discriminação,	como	uma	ampliação	
de	nossas	reflexões	sobre	as	desigualdades	sociais	que	tomaram,	
como	questão	social	inicial,	a	pobreza.
5. A DESIGUALDADE SOCIAL E A QUESTÃO DAS MI-
NORIAS
Temos	 utilizado	 a	 expressão	 “questões	 sociais”	 para	 refe-
rirmo-nos	às	formas	de	desigualdade	social.	Assim,	a	pobreza,	as	
minorias,	o	preconceito	e	a	discriminação	são	identificados	como	
questões	sociais.
© Sociologia Geral126
Contudo,	 é	 importante	 esclarecermos	o	 que	 são	questões 
sociais	antes	de	prosseguirmos	com	nosso	estudo.
Questões sociais	ou	problemas sociais	são	situações	ou	con-
dições	que	são	consideradas	pela	sociedade	como	ameaças	ao	seu	
bem-estar	e	que	precisam	ser	eliminadas	ou	diminuídas.	Trata-se	
de	 condições	que	 afetam	um	número	 significativo	de	pessoas	 e	
pelas	quais	se	acredita	que	algo	possa	ser	feito	mediante	uma	in-
terferência.
Para	a	Sociologia,	não	há	uma	causa	única	e	simples	para	a	
existência	de	problemas	sociais.	Frequentemente,	há	uma	interli-
gação	de	várias	causas	que	não	podem	ser	explicadas	separada-
mente	(KOENIG,	1975).
Uma	dada	situação	pode	ser	considerada	problemática	por	
uma	 sociedade	e	 não	 ser	 encarada	da	mesma	 forma	por	 outra.	
Devido	à	mudança	das	condições	e	de	atitudes,	o	que	se	considera	
problema	hoje	pode	não	ter	sido	assim	considerado	no	passado.	
A	persistência	de	algumas	questões	 sociais,	 como,	por	exemplo,	
a	pobreza,	os	crimes	e	as	guerras,	revela,	provavelmente,	que	os	
seres	humanos	 tiveram	que	 lidar,	 ao	 longo	dos	 tempos,	 com	os	
mesmos	 tipos	 de	 condições	 ambientais	 e	 sociais.	 Lembremos	 o	
exemplo	da	pobreza	e	as	várias	significações	sociais	que	ela	adqui-
re	ao	longo	do	tempo.
Todavia,	 há	 questões	 sociais	 permanentes	 e	 universais.	 A	
guerra,	por	exemplo,	provavelmente	 revela	que,	diante	de	algu-
mas	 circunstâncias,	 os	 seres	 humanos	 tiveram	 de	 lidar	 com	 os	
mesmos	tipos	de	condições	sociais.
Embora	a	Sociologia	se	ocupe,	primordialmente,	das	intera-
ções	sociais	e	embora	ela	esteja	interessada,	sobretudo,	na	inves-
tigação	dos	fenômenos	sociais,	também	estuda	as	questões	sociais 
como	resultados	da	vida	em	sociedade.	Desse	modo,	a	Sociologia	
aborda	questões	como:	pobreza,	minorias,	preconceito,	discrimi-
nação,	divórcio,	conflitos	raciais	e	religiosos,	desemprego,	alcoo-
lismo,	suicídio,	desnutrição,	mortalidade	infantil,	trabalho	infantil,	
Claretiano - Centro Universitário
127© U6 - Desigualdade Social: Grupos Minoritários, Preconceito e Discriminação
homossexualidade,	pedofilia,	velhice,	desabrigados,	violência,	cri-
mes,	fome,	saúde	pública,	analfabetismo	etc.
Diante	dessas	questões,	o	principal	objetivo	da	Sociologia	é	
procurar	condições	para	a	sua	compreensão,	bem	como	analisá-las,	
explicá-las	e	torná-las	públicas.	A	Sociologia	pode	contribuir	muito	
na	busca	de	soluções	eficazes,	considerando	que	os	esforços	para	
resolver	 os	 problemas	 sociais	 só	 podem	 ser	 exitosos	 quando	 se	
baseiam	em	circunstâncias	indiscutíveis	e	em	uma	adequada	com-
preensão	de	suas	condições.
Pensemos	nas	minorias	como	questão	social.	De	onde	vem	a	
ideia	de	grupos	minoritários	ou	minorias?
O	princípio	da	concepção	de	minorias	 foi	engendrado	com	
base	na	ideia	de	maioria,	que,	por	sua	vez,	nasceu	com	a	demo-
cracia	grega.	Os	gregos	organizaram	a	 legitimidade	da	 lei	 funda-
mentados	no	fato	de	ela	representar	a	vontade	dos	cidadãos.	Em	
Atenas,	aqueles	que	eram	considerados	cidadãos	selecionavam	e	
aprovavam	as	leis	em	assembleias,	e	essa	seleção	e	consequente	
aprovação	dos	cidadãos	eram	consideradas	a	manifestação	numé-
rica	da	maioria.
Quem	 era	 considerado	 cidadão	 em	 Atenas?	 Os	 nascidos	
gregos,	do	sexo	masculino,	com	idade	superior	a	18	anos	e	livres.	
Encontravam-se	excluídos	dessas	condições	os	escravos,	os	estran-
geiros,	as	mulheres,	os	artesãos,	os	comerciantes	e	os	menores	de	
18	anos.	Estes	constituíam	o	segmento	mais	numeroso	da	popu-
lação	grega.	
Por	extensão,	no	século	19,	quando	as	repúblicas	criaram	o	
sistema	 político	 representativo,	 permaneceu	 o	mesmo	 princípio	
da	maioria.	As	leis	votadas	pela	maioria dos	representantes	legis-
lativos	passaram	acorresponder	à	vontade	da	nação.
Com	a	adoção	da	democracia	representativa,	o	que	é	oficial	
é	 tido	como	decisão	da	maioria.	Assim	entendido,	 se	o	governo	
é	representativo,	ele	representa	a	maioria	da	população.	Aqueles	
© Sociologia Geral128
que	não	concordam	são	considerados	minorias,	mesmo	que	cor-
respondam	–	como	no	caso	das	mulheres	–	a	mais	da	metade	da	
população	do	mundo.
Há	outras	situações	que	contribuíram	para	o	estabelecimen-
to	da	ideia	de	minoria.
No	caso	da	teoria	sociológica	organizada	por	Durkheim,	te-
mos	que	uma	das	características	do	fato	social	é	a	sua	generalida-
de,	isto	é,	sua	recorrência.	Segundo	essa	visão,	o	que	é	discordante	
ou	desviante	foge	da	normalidade	e	da	unanimidade;	distancia-se	
da maioria	e	recai	na	minoria.
O	uso	da	Estatística	também	ajudou	na	propagação	desses	
princípios.	Quando	temos	números	transformados	em	realidade,	
a	 análise	quantitativa	pode	deformar	 a	 visão	de	 realidade,	 criar	
semelhanças	inexistentes,	assim	como	esconder	ou	eliminar	dife-
renças,	ou	seja,	mascarar	resultados.
Para	exemplificar,	 façamos	a	 seguinte	suposição:	uma	pes-
quisa	 estatística	 que	 constatar	 que,	 em	uma	 dada	 população,	 a	
metade	 dos	 indivíduos	 consome	 200	 gramas	 de	 queijo	 por	 dia	
enquanto	a	outra	metade	dos	indivíduos	não	consome	nenhuma	
quantidade	desse	produto,	partindo	dos	mesmos	dados,	ao	elabo-
rar	os	resultados,	pode	optar	pelo	consumo	médio	da	população	e	
concluir	que	ele	é	de	100	gramas	de	queijo	por	dia,	por	indivíduo,	
o	que	representará	resultados	tendenciosos	das	noções	de	maio-
ria e	minoria.
Nesse	caso,	os	resultados	vêm	mascarados,	pois	são	escon-
didas	as	diferenças	e	criadas	aproximações	inexistentes:	toda	a	po-
pulação	consome	uma	quantidade	de	queijo.
A	complexidade	da	vida	social	e	o	uso	político	da	 ideia	de	
maioria	e	minoria	tornam	cada	vez	mais	difícil	o	estabelecimento	
de	definições	sobre	o	que	seria	uma maioria real.	Nesse	contexto,	
é	possível	expressar	que	as	minorias	 têm	se	deparado	com	difí-
Claretiano - Centro Universitário
129© U6 - Desigualdade Social: Grupos Minoritários, Preconceito e Discriminação
ceis	situações,	que	resultam	de	sua	desconsideração	nos	regimes	
representativos,	nos	levantamentos	estatísticos	e	diante	de	deter-
minados	 interesses	políticos.	Foram	essas	razões	que	levaram	as	
minorias à	luta	mediante	manifestações,	reivindicações	e	formas	
de	organização,	que	pretendem	denunciar	preconceitos	e	influen-
ciar	na	mudança	de	certas	formas	de	comportamento.
Para	a	Sociologia,	um	grupo	minoritário	define-se	por	ser	so-
cialmente	dominado	por	outro.	É	minoritário	o	grupo	que,	em	de-
corrência	do	preconceito	e	da	discriminação,	tem	sua	participação	
social	comprometida	em	função	do	poder,	da	influência,	do	autori-
tarismo	dos	membros	do	grupo	ou	dos	grupos	dominantes.	Trata-
-se	de	um	grupo	cujos	membros	têm	menos	controle	sobre	suas	
vidas	quando	comparados	aos	membros	do	grupo	dominante.
As	 minorias	 têm	 poder	 relativo	 menor	 se	 comparadas	 ao	
grupo	majoritário,	 independentemente	do	 seu	número	de	 com-
ponentes.	As	mulheres	formam,	numericamente,	a	maioria	da	po-
pulação	brasileira,	segundo	os	resultados	do	Censo	2000,	apresen-
tado	pelo	Instituto	Brasileiro	de	Geografia	e	Estatística	–	IBGE.	No	
entanto,	elas	são	tratadas	como	minoria	porque	não	têm	muitas	
limitações	nas	alternativas	de	tipos	de	trabalhos	de	expressão	po-
lítica	e	de	expressão	cultural	quando	comparadas	aos	homens.	Daí	
o	motivo	de	serem	definidas	e	tratadas	como	minoria.
A	Sociologia	tem	voltado	grande	parte	de	seus	estudos	para	
pesquisas	que	têm	como	objeto	os	grupos	minoritários	que	se	di-
ferenciam	pelo	 tipo	de	orientação	sexual,	pela	cor	de	pele,	pela	
educação,	 pela	 nacionalidade,	 pela	 religião,	 pelo	 gênero,	 entre	
outros.	Grupos	esses	que,	em	muitas	situações,	são	reconhecidos	
como	maioria	ou	minoria	por	sua	capacidade	de	reivindicar	e	de	
fazer	pressão	social.	A	força	da	ação	política	pode	tornar	as	ques-
tões	minoritárias	 em	majoritárias,	 dependendo	 do	 esforço	 para	
revelar	as	contradições,	as	injustiças	e	os	privilégios	característicos	
de	algumas	parcelas	sociais.	
© Sociologia Geral130
6. O PRECONCEITO E A DISCRIMINAÇÃO
Quando	optamos	por	apresentar	o	tema	das	desigualdades	
sociais,	fundamentamo-nos	nas	ideias	de	que	ele	fornece	elemen-
tos	para	apontar	a	necessidade	de	entendimento	de	sociedades	
distintas	e	das	formas	de	desigualdade	que	lhes	são	equivalentes.	
Trata-se	de	circunstâncias	que	oferecem	possibilidades	para	uma	
reflexão	sobre	as	condições	de	produção	e	reprodução	das	desi-
gualdades	 sociais	em	sociedades	como	a	brasileira.	Desses	prin-
cípios,	decorre	a	opção	de	incluir	reflexões	sobre	o	preconceito	e	
a	discriminação,	porque,	sobretudo,	após	o	nazismo,	estes	estão	
entre	os	temas	básicos	de	Sociologia	entendidos	como	formas	de	
exclusão social,	desde	as	mais	sutis	até	as	mais	amplas,	que	pre-
gam,	abertamente,	o	extermínio	de	grupos.
No	caso	do	Brasil,	os	dados	censitários	do	IBGE,	consideran-
do	que	a	realidade	brasileira	registra	qualidades	de	vida	diferen-
tes	para	alguns	grupos,	sobretudo	aqueles	cujos	componentes	são	
identificados	como	pretos	e	pardos,	indicam	a	existência	do	pre-
conceito	racial,	condições	que,	por	si	só,	justificam	estudos,	refle-
xões	e	análises	em	torno	dessa	questão.
Se	 analisarmos,	 historicamente,	 a	 questão	das	desigualda-
des	 sociais	 no	 Brasil,	 nas	 quais	 o	 preconceito	 e	 a	 discriminação	
estão	 entranhados,	 perceberemos	que,	 além	da	pobreza	 (que	 é	
a	 desigualdade	 básica),	 outros	 indicadores	 poderiam	 ser	 exaus-
tivamente	citados	para	exemplificar	a	situação,	tais	como:	fome,	
saúde	pública,	educação,	moradia,	 transporte	público,	 violência,	
desemprego	etc.
Preconceito	e	discriminação	 são	 formas	de	exclusão	 social	
que,	embora	ocorram	juntas,	 têm	significados	diferentes.	O	pre-
conceito	refere-se	a	um	sentimento,	um	pensamento,	uma	ideia	
previamente	concebida,	sem	o	reconhecimento	da	situação	à	qual	
se	refere.	Discriminação	é	o	comportamento	manifesto,	baseado	
em	atitude,	em	ideia	preconceituosa.
Claretiano - Centro Universitário
131© U6 - Desigualdade Social: Grupos Minoritários, Preconceito e Discriminação
O	preconceito	está	ligado	aos	significados	de	um	julgamento	
prévio	e	negativo	sobre	um	determinado	indivíduo	ou	grupo,	efe-
tuado	antes	de	um	exame	ponderado	e	completo	e,	muitas	vezes,	
mantido	rigidamente,	mesmo	diante	de	provas	que	o	contradizem.	
Há	um	livro	de	Silva	Queiroz	(1996),	cujo	título	é	muito	sugestivo:	
Não vi e não gostei,	que	trata	de	modo	objetivo	o	fenômeno	do	pre-
conceito	e	apresenta	boa	perspectiva	para	se	debater	o	tema;	um	
outro	exemplo	é	o	 livro	de	Marcos	Bagno,	Preconceito lingüístico: 
o que é, como se faz,	que,	embora	apresente	um	aspecto	específi-
co	do	preconceito	ligado	à	língua	portuguesa	brasileira,	oferece	ao	
leitor	uma	excelente	fundamentação	conceitual	para	o	preconceito.
A	Figura	1	 ilustra	alguns	tipos	de	preconceitos	que	ocorrem	
frequentemente.
Fonte:	 disponível em: <www.educarede.org.br/educa/index.
cfm?pg=oassu...>. Acesso em: 10 jun. 2010.
Figura	1	12 Faces do Preconceito, de Jaime Pinsky.
© Sociologia Geral132
Precisamos	ficar	atentos	para	o	fato	de	que	o	termo	precon-
ceito	tem	um	alcance	amplo	e	diversificado	e	adquire	conotações	
complexas,	o	que	pede	que	ele	seja	sempre	interpretado	levando	
em	consideração	o	contexto	em	que	é	utilizado.
Nas	 Ciências	 Sociais,	 de	 modo	 geral,	 e	 na	 Sociologia,	 de	
modo	específico,	seu	significado	refere-se	a	julgamentos	categóri-
cos,	antecipados,	carregados	de	componentes	afetivos,	como,	por	
exemplo,	 a	 antipatia	 e	 a	 aversão;	 e	de	 componentes	 cognitivos,	
tais	como	as	crenças	e	os	estereótipos;	bem	como	de	componen-
tes	avaliatórios,	como	as	políticas	públicas.
As	pesquisas	em	Ciências	Sociais	concentraram	as	atitudes	
rotuladas	de	preconceito	como	aquelas	orientações	desfavoráveis	
dirigidas	a	grupos	ou	categorias.
As	provas	acumuladas	por	essas	pesquisas	estabeleceramum	
grande	número	de	generalizações empíricas	referentes	ao	precon-
ceito.	Dentre	as	mais	importantes	conclusões,	segundo	o	Dicionário 
do pensamento social do século XX	(1996),	estão	as	seguintes:
1)	 Os	preconceitos,	embora	generalizados,	não	são	univer-
sais.
2)	 O	preconceito	não	é	monopólio	desta	ou	daquela	socie-
dade	nem	desta	ou	daquela	cultura.
3)	 O	preconceito	não	é	inato,	é	aprendido.
4)	 Os	preconceitos	em	relação	a	diferentes	grupos	tendem	
a	andar	juntos:	as	pessoas	que	manifestam	preconceito	
para	com	um	grupo	étnico	mostram,	tipicamente,	atitu-
des	semelhantes	para	com	outros	“grupos	de	fora”.
5)	 Os	indivíduos	variam	muito	na	intensidade	e	na	espécie	
de	seus	preconceitos.
6)	 Os	preconceitos	 encorajam	os	 comportamentos	discri-
minatórios	e	as	orientações	dadas	às	políticas	públicas	e	
são	gerados	por	eles.
7)	 Preconceito	 e	 comportamento	 não	 precisam	 ser	 con-
gruentes,	uma	vez	que	situações	específicas	podem	con-
sideravelmente	afetar	a	conduta,	apesar	de	as	atitudes	
serem	generalizadas.
Claretiano - Centro Universitário
133© U6 - Desigualdade Social: Grupos Minoritários, Preconceito e Discriminação
O	 preconceito	 é	 uma	 tendência	 de	 comportamento	 que	
não	necessariamente	envolve	uma	ação	em	si.	É	possível	ser	pre-
conceituoso	 e	 não	manifestar	 o	 preconceito em	 forma	 de	 ação	
discriminatória.	 A	 discriminação envolve	 uma	 ação	 deliberada	 e	
intencional,	mas	o	inverso	também	pode	ocorrer:	um	ato	de	discri-
minação	sem	o	sentimento	de	preconceito.
Outro	aspecto	a	ser	considerado	sobre	o	preconceito	é	que	
ele	não	pode	ser	controlado	por	meios	legais,	enquanto	a	discrimi-
nação,	que	é	uma	manifestação	pública	do	preconceito,	é	passível	
de	obter	um	controle	legal.
Considerar	 pessoas	 negras	 pouco	 confiáveis	 é	 um	precon-
ceito;	impedi-las	de	abrir	um	crediário	sem	qualquer	consulta	aos	
serviços	de	proteção	ao	crédito	é	uma	discriminação.
Ninguém	nasce	com	preconceito.	Ele	é	aprendido	no	decor-
rer	do	processo	de	socialização.	As	pessoas	adquirem-no	dos	pais	
e	dos	familiares,	na	escola,	na	igreja,	na	convivência	com	amigos,	
nos	livros	que	leu	ou	nos	filmes	que	assistiu.
O	preconceito torna-se	um	problema	quando	um	prejulga-
mento	se	mantém	o	mesmo	depois	que	fatos	demonstrem	que	ele	
está	incorreto.	O	racismo,	por	exemplo,	baseia-se	na	crença	de	que	
características	herdadas	são	sinais	de	inferioridade.	Mesmo	após	
estudos	científicos	comprovarem	sua	 inconsistência,	essa	crença	
continua	justificando	um	tratamento	discriminatório	das	pessoas	
que	carregam	essa	herança.
O	preconceito	e	a	discriminação	 levam	à	exclusão,	 restrin-
gem	a	participação	e	a	integração	das	pessoas	e	dos	grupos	per-
tencentes	às	minorias.	Dadas	essas	condições,	a	partir	da	última	
década	do	século	20,	passaram	a	ser	implementadas	no	Brasil	po-
líticas	públicas	e	privadas	para	combater	todas	as	formas	de	discri-
minação.	A	essas	políticas,	damos	o	nome	de	ações afirmativas.	
Elas	 foram	estabelecidas,	 inicialmente,	nos	Estados	Unidos	e	as-
seguravam	cotas	de	ingresso	às	minorias	raciais	e	às	mulheres	na	
escola	e	no	 trabalho,	 favorecendo	a	ascensão	social	aos	negros,	
© Sociologia Geral134
que	passaram	a	exercer	profissões	de	prestígio	e	a	ocupar	cargos	
e	posições	de	poder.
No	Brasil,	 a	obrigatoriedade	da	 reserva	de	vagas	para	mu-
lheres	nos	partidos	políticos	brasileiros,	da	reserva	de	vagas	para	
pessoas	deficientes	em	concursos	públicos	e	da	reserva	de	vagas	
para	pobres	e	negros	nas	universidades	públicas	são	exemplos	de	
ações	afirmativas.
Há	nas	sociedades	em	geral	uma	tendência	que	se	amplia:	
de	lutar	a	todo	custo	contra	as	mais	diversas	formas	de	preconcei-
to.	É	 importante	esclarecer	que	essa	tendência	pode,	em	alguns	
casos,	não	ter	qualquer	fundamento	nem	qualquer	justificativa	e,	
também,	 ser	 fruto	da	 intolerância,	da	 ignorância	ou	da	manipu-
lação	de	ideias.	As	implicações	sociais	desse	tipo	de	compromis-
so	são	grandes,	e,	para	não	corrermos	o	risco	de	nos	afastarmos	
de	uma	sociedade	democrática	na	qual	as	pessoas	possam	viver	
como	cidadãos	conscientes	de	seus	direitos	e	de	suas	reivindica-
ções,	é	preciso	aprender	a	observar	a	realidade,	compreendê-la	e	
analisá-la	sem	deixar	de	considerar	 todas	as	experiências	que	 já	
foram	realizadas	em	outras	sociedades,	próximas	ou	distantes.
O	estudo	sociológico,	em	sua	particularização	e	em	seus	ma-
tizes,	 oferece	 algumas	possibilidades	 de	 impedir,	 eficazmente,	 a	
repetição	de	calamidades	ligadas	ao	preconceito	e	à	discriminação	
na	qual	elas	surgirem	como	ameaça,	sejam	quais	forem	as	vítimas	
designadas.	
Não	se	trata	de	oferecer	receita.	Trata-se	de	conhecer	e	re-
conhecer	as	motivações	do	preconceito	e	do	preconceituoso	no	
sentido	de	que	quem	conhece	essas	motivações	resistirá	em	ser	
levado	por	aqueles	que	se	voltam	contra	os	que	são	mais	frágeis.	
Escritos	e	campanhas	objetivas	e	esclarecedoras;	colaboração	do	
rádio,	da	televisão,	do	cinema	e	dos	meios	escritos	de	comunica-
ção	de	massa;	bem	como	a	elaboração	dos	resultados	científicos	
para	ensino	nas	escolas,	poderiam	ser	medidas	práticas	de	comba-
te	ao	preconceito	e	à	discriminação.
Claretiano - Centro Universitário
135© U6 - Desigualdade Social: Grupos Minoritários, Preconceito e Discriminação
A	 luta	eficaz	contra	o	preconceito	e	a	discriminação	não	é	
possível	sem	o	conhecimento	de	suas	causas,	sobretudo	se	dese-
jarmos	que	essa	luta	atinja	as	raízes	da	intolerância.	A	missão	da	
Sociologia	como	ciência	é	formular	uma	concepção	das	formas	de	
organizações	das	estruturas	sociais	capaz	de	ser	 interpretada	de	
forma	racional.	Embora	ela,	por	si	só,	não	baste	para	fazer	o	neces-
sário	nessa	 luta,	não	deixa	de	constituir	uma	contribuição	 indis-
pensável	para	a	resolução	dessas	questões	sociais.
7. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Conforme	procedemos	nas	unidades	anteriores,	vamos	no-
vamente	fazer	uma	pausa	para	que	você	fixe	os	conceitos	aborda-
dos	nesta	unidade.
1)	 O	que	são	questões	sociais	ou	problemas	sociais?
2)	 O	que	caracteriza	o	preconceito?
3)	 O	que	caracteriza	a	discriminação?
4)	 Quais	são	as	generalizações	empíricas	referentes	ao	pre-
conceito	apresentadas	no	Dicionário do pensamento so-
cial do século XX?
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Podemos	traduzir	esta	unidade	de	estudo	na	compreensão	
do	 fato	de	que,	na	mesma	 sociedade	em	que	 se	desenvolveu	a	
indústria	de	massa,	provocando	homogeneização	nos	modos	de	
vidas,	surgiram	grupos	distintos	que	se	distinguem	da	população.
Cada	um	desses	grupos	procura	definir	sua	própria	história	
e	elabora	suas	formas	de	organização	e	suas	reivindicações.	Todo	
esforço	é	dirigido	no	sentido	de	criar	e	de	firmar	sua	identidade,	
de	buscar	diferenças	mais	profundas	e	radicais.	Diferenças	que	
revelem	as	contradições,	as	injustiças	e	os	privilégios	de	alguns	
grupos.
© Sociologia Geral136
Observar	a	dinâmica	social	coloca-nos	diante	de	circunstân-
cias	que	nos	permitem	perceber	que	o	coletivo	pode	encobrir	dife-
renças	e	discriminações,	perseguições	e	injustiças,	cuja	superação	
só	é	possível	diante	da	força	dos	grupos,	que,	por	suas	caracterís-
ticas,	 se	diferenciam	dos	outros	membros	da	sociedade	em	que	
vivem	e,	por	essa	razão,	recebem	tratamento	desigual.
São	os	grupos	minoritários,	socialmente	dominados	por	outros	
grupos	cujos	membros	possuem	mais	poder,	controle	e	influência.
É	minoritário	o	grupo	cujos	membros,	em	decorrência	do	pre-
conceito	e	da	discriminação,	 têm	menos	poder	e	 controle	 sobre	 si	
mesmos	do	que	os	membros	do	grupo	ou	dos	grupos	que	o	dominam.
Na	 sequência	 dessas	 ideias,	 vimos	 que	 preconceito	 e	 dis-
criminação	são	diferentes.	O	preconceito	está	ligado	a	um	pensa-
mento	ou	a	uma	opinião	desfavorável	que	se	organiza	em	relação	
a	outros	indivíduos	ou	grupos.	Preconceito	esse	que	se	baseia	em	
um	 prejulgamento	 sem	 fundamentos	 racionais,	 um	 julgamento	
baseado	em	estereótipos	e	generalizações.	Em	um	campo	diferen-
te	do	preconceito,	encontramos	a	discriminação,	uma	ação	delibe-
rada,	intencional,	que	conduz	a	um	tratamentoinjusto	e	desigual.
Muito	 teríamos	 de	 estudar	 e	 refletir	 sobre	 temas	 como	 a	
desigualdade	social,	a	pobreza,	as	minorias,	o	preconceito	e	a	dis-
criminação.	No	entanto,	considerando	que	nosso	tempo	tem	co-
meço,	meio	e	fim	estabelecidos,	nossa	contribuição	com	os	temas	
apresentados	procura	despertar	em	você	um	desejo	incontido	de	
busca	pela	compreensão	e	por	explicações	para	as	realidades	so-
ciais,	sejam	elas	próximas,	sejam	distantes.
As	questões	que	apresentamos	aqui	não	são	pequenas	nem	
simples,	porém,	isto	não	impede	que	busquemos	recursos	nos	es-
tudos	sociológicos,	que	podem	nos	oferecer	conhecimentos	que	
possibilitem	nosso	entendimento	sobre	o	que	ocorre	no	mundo	
em	que	vivemos.
Até	uma	próxima	oportunidade!
Claretiano - Centro Universitário
137© U6 - Desigualdade Social: Grupos Minoritários, Preconceito e Discriminação
9. E-REFERÊNCIA
Lista de figura
Figura 1 – 12 Faces do Preconceito, de Jaime Pinsky:	 disponível	 em:	 <http://www.
educarede.org.br/educa/img_conteudo/1527_preconceito.jpg>.	 Acesso	 em:	 13	 maio	
2010.
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Neste	tópico,	além	das	referências	citadas	nesta	unidade,	há	
outras	 que	podem	 contribuir	 para	melhorar	 a	 compreensão	 em	
torno	das	questões	abordadas	no	texto.
BAGNO,	M.	Preconceito lingüístico:	o	que	é,	como	se	faz.	São	Paulo:	Loyola,	2000.
COVRE,	M.	L.	M.	(Org.)	A cidadania que não temos.	São	Paulo:	Brasiliense,	1987.
HORKHEIMER,	 M.;	 ADORNO,	 T.	 W.	 (Org).	 Preconceito.	 In:	 ______.	 Temas básicos de 
Sociologia.	2.	ed.	São	Paulo:	Cultrix,	1978,	p.	171-183.
KOENIG,	S.	Elementos de Sociologia.	4.	ed.	Rio	de	Janeiro:	Zahar	Editores,	1975.
OUTHWHAITE,	W.;	BOTTOMORE,	T.	(Eds.).	Dicionário do pensamento social do século XX.	
Rio	de	Janeiro:	Jorge	Zahar	Editor,	1996.
SILVA	 QUEIROZ,	 R.	 da.	Não vi e não gostei:	 o	 fenômeno	 do	 preconceito.	 São	 Paulo:	
Moderna,	1996.
VALENTE,	A.	 L.	Educação e diversidade cultural:	um	desafio	da	atualidade.	São	Paulo:	
Editora	Moderna,	1999.

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