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- -1 PLANEJAMENTO INTEGRADO DE RECURSOS ENERGÉTICOS BIOMASSA - -2 Olá! Ao final desta aula, você será capaz de: 1. Reconhecer a importância da biomassa como nova fonte de energia renovável. 2. Analisar seus conceitos. 1 Introdução Segundo o site da (Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/atlas (2).pdf/pdf/05-Biomassa ), do ponto de vista energético, para fim de outorga de empreendimentos do setor elétrico, biomassa é todo recurso renovável oriundo de matéria orgânica (de origem animal ou vegetal) que pode ser utilizada na produção de energia. Assim como a energia hidráulica e outras fontes renováveis, a biomassa é uma forma indireta de energia solar. A energia solar é convertida em energia química, através da fotossíntese, base dos processos biológicos de todos os seres vivos. Embora grande parte do planeta esteja desprovida de florestas, a quantidade de biomassa existente na Terra é da ordem de dois trilhões de toneladas; o que significa cerca de 400 toneladas per capita. Em termos energéticos, isso corresponde a mais ou menos oito vezes o consumo mundial de energia primária por ano (alterado de RAMAGE; SCURLOCK, 1996). A partir disso, vemos que a biomassa é um recurso que pode nos ajudar na sustentabilidade ambiental que buscamos. Vamos entendê-la um pouco mais? 2 Biomassa A biomassa é um recurso energético que começou a ser mais discutido recentemente, embora esteja presente em nossa vida desde que o homem existe. Várias são as definições e informações (inclusive de muitos autores com opiniões diferentes a esse respeito) que temos a nossa disposição, mas nessa aula iremos compilar aquelas que são relacionadas ao consenso científico sobre o assunto. Para começar vamos ao texto de Miller Junior (2007): A biomassa é formada de materiais de plantas (como madeira e resíduo agrícola) e resíduos animais que podem ser queimados diretamente como combustível sólido ou convertidos em biocombustíveis gasosos ou líquidos. A biomassa é uma forma indireta de energia solar, pois consiste de compostos orgânicos combustíveis produzidos pela fotossíntese. http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/atlas/pdf/05-Biomassa(2).pdf http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/atlas/pdf/05-Biomassa http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/atlas/pdf/05-Biomassa - -3 Reforçando... Materiais de plantas e resíduos animais podem ser queimados para fornecer calor ou eletricidade ou podem ser convertidos em biocombustíveis gasosos ou líquidos. A maior parte da biomassa é queimada diretamente para aquecimento, preparação de alimentos e processos industriais, ou indiretamente para mover turbinas e produzir eletricidade. • A queima da madeira e esterco para aquecimento e preparação de alimento fornece 11% da energia mundial e 30% da energia utilizada nos países em desenvolvimento. • Quase 70% dos habitantes de países em desenvolvimento aquecem suas residências e cozinham queimando madeira ou carvão vegetal (derivado da madeira). • No entanto, 2,7 bilhões de pessoas nesses países não conseguem encontrar – ou são muito pobres para comprar – madeira o suficiente para atender às suas necessidades. Uma forma de produzir combustível de biomassa é plantar, colher e queimar grandes quantidades de árvores, rápido crescimento (como choupo-do-canadá, álamo e plátano), arbustos, gramas perenes (como a gramínea da espécie Panicum virgatum) e aguapés nas plantações de biomassa. Nas áreas agrícolas, os resíduos de plantações (como os de cana-de-açúcar, casca de arroz, pedúnculo de algodão e casca de coco) e esterco animal podem ser coletados e queimados ou convertidos em biocombustíveis. Alguns ecologistas alegam que faz mais sentido utilizar o esterco animal como fertilizantes e resíduos de plantações para alimentar os animais de criação, retardar a erosão e fertilizar o solo. A queima da biomassa produz CO2, todavia, se a taxa de utilização da biomassa não exceder a taxa na qual ela é reposta pelo crescimento de novas plantas (o que absorve o CO2), não haverá aumento líquido nas emissões de CO2. Contudo, ciclos repetidos de cultivo e colheita das plantações de biomassa podem esgotar os principais nutrientes do solo. De acordo com um estudo de 2004, realizado pelo Fundo Mundial para a Natureza e pela Associação Europeia da Indústria da Biomassa, a queima de biomassa fornece atualmente cerca de 1% das necessidades, mas poderia suprir 15% até 2020. As bactérias e uma série de processos químicos podem converter algumas formas de biomassa em biocombustíveis gasosos ou líquidos. Os exemplos incluem: • Biogás (uma mistura de 60% de metano e 40% de CO2). • Etanol líquido e metanol líquido. Na área rural da China, as bactérias anaeróbicas em mais de 500 mil digestores de biogás convertem os resíduos de plantas e animais em gás metano, utilizado para aquecer e cozinhar. Depois que o biogás é removido, o resíduo sólido praticamente inodoro serve de fertilizante para cultivos de alimentos ou para árvores. Quando funcionam, os digestores de biogás são muito eficientes. • • • • • - -4 Infelizmente são lentos e imprevisíveis, um problema que poderia ser corrigido desenvolvendo-se modelos mais confiáveis. Eles também acrescentam CO2 na atmosfera. Depois que o biogás é removido, o resíduo sólido praticamente inodoro serve de fertilizante para cultivos de alimentos ou para árvores. Alguns analistas acreditam que o etanol e o metanol líquidos produzidos da biomassa poderiam substituir a gasolina e o combustível diesel quando o petróleo tornar-se escasso e caro. etanol pode ser feito do açúcar e das plantações de grãos (cana-de-açúcar, beterraba, sorgo, girassol e milho) pela fermentação e destilação. A gasolina misturada com 10% a 23% de puro etanol produz o gás e o álcool que pode ser queimado nos motores a gasolina convencionais. metanol é geralmente feito de gás natural, mas pode ser obtido a um custo maior, do dióxido de carbono, do carvão e da biomassa, como madeira, resíduos de madeira, resíduos agrícolas, lodo de esgoto e lixo. O químico George Olah acredita que o estabelecimento de uma economia do metanol, é preferível à economia do hidrogênio. Ele afirma que o metanol pode ser produzido quimicamente do dióxido de carbono na atmosfera, o que poderia retardar o aquecimento global previsto. Além disso, o metanol pode ser convertido em outros compostos hidrocarbonetos, que podem ser utilizados para produzir elementos químicos úteis, como os petroquímicos feitos de petróleo e gás natural. - -5 Gráfico demonstrando a parcela referente a Biomassa na União Europeia em 2002. Vale ressaltar aqui que em 2002, a União Europeia já utilizava mais biomassa como energia do que o Brasil a utiliza hoje. Complementando as informações de Miller Junior (2007), vemos as anotações de Soares, Shiguematsu Junior, Alves, Barbosa e Pereira (2009): Quanto à classificação da biomassa, segundo a Agência Nacional do Petróleo, esta defini-se como: “Toda a matéria de origem animal ou vegetal passível de ser usada como energético, convertida através de algum processo, em outras fontes energéticas mais adequadas, para um fim qualquer desejado, tais como álcool, o biodiesel e o carvão vegetal”, e os bicombustíveis, por sua vez, são “os derivados de biomassa renovável, para uso em motores de combustão interna”. Seu uso traz como consequências diretas a baixa qualidade de vida de mulheres e crianças responsáveis pela colheita da lenha, a poluição interna de residências e o desmatamento. Mas nem toda biomassa é considerada renovável, como é o caso da biomassa tradicional, proveniente do uso de florestas nativas como a lenha, para a queima direta na cocção e produção de carvão vegetal de forma ineficiente. Na outra ponta dessa linha encontra-se a biomassa moderna de manejo sustentável, sendo este o caso das florestas plantadas, da cana-de-açúcar e das sementes oleaginosas, que podem ser transformadas em formas eficientes de fonte energética, como o gasogênio,o etanol, o biodiesel, respectivamente, entre outros. - -6 Há outras fontes de biomassa para a geração de energia de baixa emissão, como os diversos resíduos agroindustriais, como o bagaço, a palha e as pontas da cana-de-açúcar, palha de arroz, cascas de café e de cítricos, entre muitos outros. Segundo a Agência Internacional de Energia (2011), a precariedade e a falta de informações oficiais sobre o uso da biomassa para fins energéticos deve-se principalmente aos seguintes fatores: I – Trata-se d eum energético tradicionalmente utilizado em países pobres e setores menos desenvolvidos. II – Trata-se de uma fonte energética dispersa, cujo uso, via de regra, é ineficiente. III – O uso de biomassa para fins energéticos é indevidamente associado a problemas de desflorestamento e desertificação. I – Esforços recentes de mensuração mais acurada do seu uso e potencial, por meio de novos estudos, demonstrações e plantas-piloto. II – Uso crescente de biomassa como um vetor energético moderno (graças ao desenvolvimento de tecnologias eficientes de conversão), principalmente em países industrializados. III – Reconhecimento das vantagens ambientais do uso racional da biomassa, principalmente no controle das emissões de CO2 e enxofre (ROSILLO CALLE; BAJAY; ROTHMAN, 2000). (Texto da Agência Nacional de Energia, 2011.)Aspectos Socioambientais Embora ainda muito restrito, o uso de biomassa para a geração de eletricidade tem sido objeto de vários estudos e aplicações, tanto em países desenvolvidos como em países em desenvolvimento. Entre outras razões, estão à busca de fontes mais competitivas de geração e a necessidade de redução das emissões de dióxido de carbono. Do ponto de vista técnico-econômico, os principais entraves ao maior uso da biomassa na geração de energia elétrica são a baixa eficiência termodinâmica das plantas e os custos relativamente altos de produção e transporte. De um modo mais genérico, incluindo aspectos socioambientais, verifica-se a necessidade de maior gerenciamento do uso e ocupação do solo, devido à falta de regularidade no suprimento (sazonalidades da produção), criação de monoculturas, perda de biodiversidade, uso intensivo de defensivos agrícolas etc. Esses entraves tendem a ser contornados, a médio e longo prazos, pelo desenvolvimento, aplicação e aprimoramento de novas e eficientes tecnologias de conversão energética da biomassa (CORTEZ; BAJAY; BRAUNBECK, 1999) e por meio dos incentivos instituídos pelas políticas do setor elétrico. Além de ambientalmente favorável, o aproveitamento energético e racional da biomassa tende a promover o desenvolvimento de regiões menos favorecidas economicamente, por meio da criação de empregos e da geração de receita, reduzindo o problema do êxodo rural e a dependência externa de energia, em função da sua disponibilidade local. - -7 Para fecharmos nosso assunto sobre biomassa, vamos assistir o vídeo sobre “Biomassa como fonte de energia” https://www.youtube.com/watch?v=1Q5RD9S1TY8 Para concluir a aula: Percebemos que o uso da biomassa como recurso energético representa um grande avanço social, econômico e uma importante medida de preservação do meio ambiente. Temos, no Brasil, um potencial enorme para que essa energia seja uma das mais utilizadas, mas infelizmente, não temos o interesse político para que isso ocorra. O QUE VEM NA PRÓXIMA AULA Na próxima aula, você estudará os seguintes assuntos: • A questão energética no Brasil e suas discussões perante o mundo. SAIBA MAIS Leia o texto sobre Biomassa. http://www.fcmc.es.gov.br/download/Biomassa.pdf CONCLUSÃO Nesta aula, você: • Reconheceu a importância da biomassa como nova fonte de energia renovável. • Analisou seus conceitos. • • • https://www.youtube.com/watch?v=1Q5RD9S1TY8 https://www.youtube.com/watch?v=1Q5RD9S1TY8 http://www.fcmc.es.gov.br/download/Biomassa.pdf http://www.fcmc.es.gov.br/download/Biomassa.pdf Olá! 1 Introdução 2 Biomassa O QUE VEM NA PRÓXIMA AULA CONCLUSÃO
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