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INICIAL CASO CONCRETO 3

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EXCELENTISSÍMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA _ VARA CÍVEL DA COMARCA DE 
CAMPOS DOS GOYTACAZES DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
GRERJ: 21931120-12 
 CORNÉLIO SILVA, brasileiro, solteiro, aposentado, portador da Cédula de Identidade de 
nº 11111, inscrito no CPF de nº 004 residente na Rua Y, nº 01 apartamento 101, por seu advogado 
infra-assinada, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência ajuizar a presente 
 INTERDITO PROIBITÓRIO 
Em face de SEMPRÔNIO SOUZA , portador da Cédula de Identidade de nº 00302230, inscrito no 
CPF sob nº 004, residente na Rua X, casa 01, com base no artigo 1210 do Código Civil e nos 
artigos 567 e 568 do Código de Processo Civil e nos argumentos de fato e de direito a seguir 
aduzidos. 
I. DO FORO COMPETENTE 
 A presente ação possessória é fundada em direito real de bem imóvel. Portanto, nos termos 
do artigo 47 do Código de Processo Civil, é competente o foro da situação da coisa. No caso 
concreto, temos que o foro competente é portanto o da Comarca de Campos dos Goytacazes. 
 
II. DOS FATOS 
 O Autor celebrou contrato de promessa de compra e venda com o Réu, cujo objeto era uma 
fazenda localizada em Campos dos Goytacazes. Tendo pago, no ato da celebração do contrato, 
metade do valor devido, o Autor, através de aquisição derivada, se tornou proprietário da fazenda, 
garantindo para si todos os direitos inerentes à propriedade, previstos no artigo 1.228 do Código 
Civil. 
 Vencido o prazo acordado entre as partes de um ano para o pagamento do restante do valor 
devido pelo imóvel, o antigo proprietário, ora Réu, ameaçou invadir a fazenda para ocupar metade 
da área total do imóvel, caso o pagamento não fosse efetivado no prazo de 30 dias. 
 Importante notar que o Réu não buscou qualquer outra forma de resolver a dívida, usando-a 
como pretexto para ameaçar a posse legítima exercida pelo Autor. 
 Dessa forma, e diante dos fatos narrados, o Autor não tem outra opção que não propor a 
presente ação de interdito proibitório, visando proteger-se do receio da ameaça feita pelo Réu, nos 
termos dos artigos 567 e 568 do Código de Processo Civil. 
III. DO DIREITO 
a) Da posse de força nova 
 Conforme descrito no capítulo anterior, o Autor veio a se tornar proprietário do imóvel na 
data em que celebrou o contrato de promessa de compra e venda com o Réu. Como o contrato 
previa o prazo de 1 ano para o pagamento do valor restante, e as ameaças à posse do Autor 
começaram no vencimento desse prazo, conclui-se que estamos diante de uma posse de força nova, 
ou seja, menos de um ano e um dia, razão pela qual a presente ação encaixa-se nos procedimentos 
especiais possessórios, nos termos do artigo 558 do Código de Processo Civil. 
b) Da liminar possessória 
 Como o caso concreto é sobre uma posse de força nova, conforme demonstrado no ontem 
anterior, o Autor pugna pela concessão da liminar possessória, de forma a proteger a posse ainda 
não consolidada do Autor. 
c) Da posse do autor 
 O Código Civil brasileiro adotou como a teoria objetiva da posse formulada por Ihering, 
explicitado no conceito de possuidor presente no art. 1196 do Código Civil. O Autor, ao celebrar o 
contrato de compra e venda e tornar-se proprietário do imóvel, automaticamente, segundo o 
disposto no Código Civil, tornou-se possuidor do imóvel, razão pela qual pode propor a presente 
ação 
d) Da ameaça 
 O Autor vem sofrendo constantes ameaças do réu, que diz que violará a posse do autor, 
esbulhando metade de sua propriedade, conforme exposto nas cartas anexadas à presente inicial 
(doc. 2). Dessa forma, não resta outra alternativa que não ingressar com o presente interdito 
proibitório. 
IV. DOS PEDIDOS 
 Diante do exposto, requer o Autor: 
a) A expedição de liminar possessória, fazendo cessar as ameaças à posse do Autor 
b) Caso não entenda assim o juiz, que designe audiência de justificação, ocasião em que o Autor 
comprovará ser de força nova sua posse, nos termos do artigo 562 do Código de Processo Civil 
c) Procedência do pedido, condenando o réu à pena pecuniária caso não cesse as ameaças 
d) Condenação do Réu ao pagamento de custas judiciais e honorários advocatícios 
e) Informa que tem interesse na produção de todas os meios de provas admitidos no direito 
brasileiro 
f) Informa, para fins de cumprimento do artigo 106 do Código de Processo Civil, que seu 
advogado tem domicilio profissional à Avenida Rio Branco 109, 13º andar. 
V. VALOR DA CAUSA 
 Dá-se à causa o valor de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), nos termos do artigo 
292, inciso IV do Código de Processo Civil. 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
 Rio de Janeiro, 04 de novembro de 2019 
 
 Péricles 
 OAB/RJ 001

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