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1 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 3 2 INTRODUÇÃO A ANATOMIA E FISIOLOGIA DOS ANIMAIS ........... 4 2.1 Divisões da Anatomia .................................................................. 4 3 OSTEOLOGIA VETERINÁRIA ........................................................... 6 3.1 Sistema esquelético .................................................................... 7 4 SINDESMOLOGIA (ARTROLOGIA) ................................................ 11 5 SISTEMA MUSCULAR dos animais ................................................ 18 5.1 Fisiologia do sistema muscular ................................................. 26 6 SISTEMA URINÁRIO DOS ANIMAIS .............................................. 32 6.1 Fisiologia do sistema urinário .................................................... 32 7 SISTEMA REPRODUTOR EM ANIMAIS ......................................... 43 7.1 Aparelho reprodutor do macho .................................................. 43 7.2 Aparelho reprodutor da fêmea ................................................... 54 8 SISTEMA CIRCULATÓRIO DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS ............ 70 8.1 A Pequena e a Grande Circulação ............................................ 71 8.2 Anatomia geral do coração ........................................................ 80 9 SISTEMA RESPIRATÓRIO ANIMAL ............................................... 82 9.1 Fisiologia da respiração............................................................. 84 9.2 Respiração das aves ................................................................. 85 10 SISTEMA DIGESTÓRIO DOS ANIMAIS ...................................... 87 10.1 Fisiologia do sistema digestório ............................................. 93 11 SISTEMA NERVOSO ANIMAL ..................................................... 99 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA .............................................. 114 3 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 4 2 INTRODUÇÃO A ANATOMIA E FISIOLOGIA DOS ANIMAIS Fonte: goconqr.com Anatomia é o ramo da ciência que trata da forma e estrutura dos organismos. Etimologicamente, anatomia significa separação ou desassociação de partes do corpo. No período inicial de seu desenvolvimento, a anatomia era uma simples ciência descritiva, baseada em observações realizadas a olho nu e com o uso de instrumentos simples de dissecação – bisturi, pinça e outros. Neste campo de pesquisa desenvolveu-se na ciência da anatomia microscópica ou histologia, convencionalmente distinguida da anatomia macroscópica (RUBINSTEIN, 2019). Conhecer a anatomia dos sistemas representa a base para o estudo amplo e profundo, além de facilitar a compreensão do funcionamento do corpo (SILVA, 2019). No sentido amplo, é a ciência que estuda a forma e a estrutura dos seres organizados. Já no sentido restrito, essa é a ciência que estuda a forma e a estrutura do corpo humano e ou dos animais (MELO, 2010). 2.1 Divisões da Anatomia Segundo o método de observação 5 • Anatomia Microscópica (Histologia): Necessita para o seu estudo a utilização de um aparelho que aumente as dimensões das estruturas para uma melhor observação (microscópio). • Anatomia Macroscópica: Não necessita para o seu estudo o uso de aparelhos especiais. As estruturas são observadas a olho nu. • Anatomia Mesoscópica: Necessita para o seu estudo do uso de um aparelho que aumente as dimensões das estruturas, para uma melhor observação de forma tridimensional. (MELO, 2010). Segundo o método de estudo • Anatomia Sistemática ou Descritiva: Estuda o corpo mediante uma divisão por sistemas orgânicos isoladamente. • Anatomia Topográfica ou Regional: Estuda o corpo mediante uma divisão por segmentos ou regiões. • Anatomia por rádio-imagem: Estuda o corpo mediante o uso de imagens (Raios X), tomografias, ressonâncias magnéticas. • Anatomia de Superfície: Estuda o corpo mediante os relevos e as depressões existentes em sua superfície. • Anatomia em cortes segmentados: Estuda o corpo mediante o uso de cortes seriados para ser associado aos estudos de tomografias e ressonâncias magnéticas. • Anatomia Comparada: Estuda o corpo humano realizando comparações com o corpo dos animais (MELO, 2010). A divisão do corpo dos animais domésticos: Divide-se em cinco partes fundamentais: Cabeça – pescoço – tronco – membros – cauda. • Tronco = tórax, abdome, pelve. Membros = torácicos (anteriores) e pelvinos (posteriores). 6 Fonte: MELO, 2010. 3 OSTEOLOGIA VETERINÁRIA Fonte:vetprofissional.com A osteologia é o ramo da anatomia que estuda a estrutura, forma e desenvolvimento dos ossos e das articulações. Os ossos são órgãos rígidos, esbranquiçados, constituídos por tecido conjuntivo mineralizado que reunidos entre si participam na formação do esqueleto. Possuem nervos e vasos 7 sanguíneos. O esqueleto é um conjunto de ossos e tecido cartilaginoso unidos entre si para dar conformação ao corpo, proteção e sustentação de partes moles (MELO, 2010). O Sistema esquelético (ou esqueleto) consiste em um conjunto de ossos, cartilagens e ligamentos que se interligam para formar o arcabouço do corpo e desempenhar várias funções, tais como: proteção (para órgãos como o coração, pulmões e sistema nervoso central); sustentação e conformação do corpo; local de armazenamento de cálcio e fósforo (durante a gravidez a calcificação fetal se faz, em grande parte, pela reabsorção destes elementos armazenados no organismo materno); sistema de alavancas que movimentadas pelos músculos permitem os deslocamentos do corpo, no todo ou em parte e, finalmente, local de produção de várias células do sangue. O esqueleto é constituído por ossos e cartilagens, conferindo assim várias funções, das quais destacamos segundo Melo (2010): • Fixação e alavanca para a musculatura esquelética, (o que confere a rigidez que serve de suporte ao corpo humano). • Alojamento e proteção de órgãos, (a caixa craniana aloja e protege o encéfalo, a caixa torácica protege coração e pulmões). • Sustentação de partes moles com a inserção de músculos, locomoção, constituindo-se em seu elemento passivo; • Hematopoiese, (o tecido esponjoso de alguns ossos com medula vermelha produz células sanguíneas). • Armazenamento de sais minerais, principalmente cálcio, fósforo, sódio e magnésio, (podendo chegar a 60% do peso ósseo, com o cálcio correspondendo a 97%). 3.1 Sistema esquelético O esqueleto pode ser dividido inicialmente em três partes: (1) axial, (2) apendicular e (3) esplâncnico segundo Campos (2011). • O esqueleto axial compreende a coluna vertebral, as costelas, o esterno e o crânio. 8 • O esqueleto apendicular inclui os ossos dos membros torácicose pélvicos. • O esqueleto esplâncnico ou visceral consiste de certos ossos desenvolvidos na substância de algumas vísceras ou órgãos moles, como por exemplo, o osso hioide (base da língua), o osso do pênis do cão e o osso do coração do boi e carneiro. O número de ossos do esqueleto de um animal varia em função da espécie, idade (fusão dos ossos durante o crescimento), e dentro da mesma espécie (CAMPOS, 2011). Os ossos são comumente divididos em quatros classes de acordo com sua forma e função. Esta classificação não é satisfatória; alguns ossos, por exemplo, as costelas e o esterno, não são claramente classificados, e outros podem ser invariavelmente classificados (MELO, 2010). Classificação dos ossos Há várias maneiras de classificar os ossos. Uma delas é classificá-los por sua posição topográfica, reconhecendo-se ossos axiais (que pertencem ao esqueleto axial) e apendiculares (que fazem parte do esqueleto apendicular). Entretanto, a classificação mais difundida é aquela que leva em consideração a forma dos ossos, classificando-os segundo a relação entre suas dimensões lineares (comprimento, largura ou espessura), em ossos longos, curtos, planos (laminares) e irregulares (MELO, 2010). Fonte: conhecimentocientifico.r7.com 9 Classificação segundo Melo (2010): • Ossos longos: seu comprimento é consideravelmente maior que a largura e a espessura. Consiste em um corpo ou diáfise e duas extremidades ou epífises. A diáfise apresenta, em seu interior, uma cavidade, o canal medular, que aloja a medula óssea. Exemplos típicos são os ossos do esqueleto apendicular: fêmur, úmero, rádio, ulna, tíbia, fíbula, falanges. • Ossos planos: seu comprimento e sua largura são equivalentes, predominando sobre espessura. Ossos do crânio, como o parietal, frontal, occipital e outros como a escápula e o osso do quadril, são exemplos bem demonstrativos. São também chamados de ossos Laminares. • Ossos irregular: apresenta uma morfologia complexa não encontrando correspondência em formas geométricas conhecidas. As vértebras e os ossos temporais são exemplos marcantes. Estas quatro categorias são as categorias principais de se classificar um osso quanto à sua forma. • Ossos pneumático: apresenta uma ou mais cavidades, de volume variável, revestidas de mucosa e contendo ar. Estas cavidades recebem o nome de sinus ou seio. Os ossos pneumáticos estão situados no crânio: frontal, maxila, temporal, etmóide e esfenoide. • Ossos sesamóide se desenvolve na substância de certos tendões ou da cápsula fibrosa que envolve certas articulações. os primeiros são chamados intratendíneos e os segundos Peri articulares. A patela é um exemplo típico de osso sesamóide intratendíneo. Assim, estas duas categorias adjetivam as quatro principais: o osso frontal, por exemplo, é um osso plano, mas também pneumático; o maxilar é irregular, mas também pneumático, a patela é um osso curto, mas é, também um sesamóide (por sinal, o maior sesamóide do corpo). 10 Fonte: ortopet.com Medula Óssea A medula é o tecido conjuntivo situado dentro dos ossos capazes de produzir células sanguíneas. Quanto a tipologia existe a medula óssea rubra ou vermelha: é a medula óssea produtiva. Medula óssea flava ou amarela: tecido conjuntivo gorduroso que substitui a medula vermelha (MELO, 2010). Fonte: Melo, 2010. 11 Ossos da coluna vertebral A coluna vertebral é constituída por sete vértebras cervicais, doze torácicas, cinco lombares, cinco sacrais e de número variado entre as espécies, as coccígeas. Características dos ossos da coluna vertebral segundo Melo (2010): • Vértebras cervicais: forames transversos. • Vértebras torácicas: fóveas costais. • Vértebras lombares: processos mamilares. • Vértebras sacrais: fundidas formam o sacro. • Vértebras coccígeas: fundidas formam o cóccix, região da calda dos animais. Coluna vertebral constitui-se no principal órgão de sustentação longitudinal do corpo, estendendo-se desde a base do crânio até o final da cauda. Situada na linha média do corpo, formada por uma série de estruturas articuladas denominadas de vértebras, de formas diferenciadas. Dividida nas regiões cervical, torácica, lombar, sacra, coccígea e ou caudal (MELO, 2010). 4 SINDESMOLOGIA (ARTROLOGIA) Fonte: petescadas.com 12 Uma articulação ou juntura é formada pela união de dois ou mais ossos ou cartilagens por outro tecido (CAMPOS, 2011). Além de sua função de união, um tipo especial de juntura; a juntura sinovial ou articulação propriamente dita é constituída de modo a permitir o movimento de um seguimento em relação a outro (ALVES, 2011). As articulações apresentam certas características podendo ser tanto estrutural como funcional que se classificam em três tipos: fibrosa, cartilaginosa e sinovial. Junturas ou Articulações Fibrosas: Neste grupo, os segmentos estão unidos por tecido fibroso de tal modo que impedem os movimentos, assim, elas são frequentemente denominadas articulações fixas ou imóveis. Não apresentam cavidade articular. A maioria destas articulações é temporária em razão do meio de união ser invadido pelo processo de ossificação, resultando numa sinostose (CAMPOS, 2011). As principais classes de articulações deste grupo são as seguintes segundo Campos (2011): • Suturas: são as junturas fibrosas que ocorrem entre os ossos do crânio. De acordo com a morfologia das bordas articulares, as suturas classificam-se em: Planas (bordas articulares mais ou menos retilíneas, como na sutura internasal), Escamosas (bordas articulares encaixando- se em bisel, como na sutura entre a parte escamosa do temporal e o pariental) e Serradas (bordas articulares unindo-se em linha denteada, como na sutura interfrontal). No feto a quantidade de tecido conjuntivo fibroso entre as bordas articulares é maior, o que confere aos ossos do crânio fetal um certo grau de mobilidade. Após o nascimento, com a idade, ocorre um processo de ossificação progressiva das suturas. • Sindesmoses: São junturas fibrosas que ocorrem entre outros ossos que não os do crânio. Como por exemplo, citam-se as uniões fibrosas que ocorre entre os ossos metacárpicos e metatársicos do equino e entre o rádio e a ulna do cavalo. Com a idade, estas junturas também se ossificam. 13 • Gonfose: É um termo especial utilizado para designar a juntura fibrosa entre a raiz do dente e seu alvéolo. Para alguns autores, não se trata de uma verdadeira juntura, já que os dentes não fazem parte do esqueleto. Junturas ou Articulações Cartilagíneas: São aquelas em que o meio de união entre as superfícies articulares é constituído por tecido cartilaginoso. Os ossos das articulações estão unidos por fibrocartilagens ou cartilagem hialina, ou uma combinação de ambas (CAMPOS, 2011). Classificam-se nos seguintes tipos: • Sincondrose (articulações de cartilagem hialina): este tipo de articulação (algumas vezes denominada de articulação cartilaginosa primária) é um tipo temporário, visto que a cartilagem hialina se converte em osso antes da fase adulta. As epífises e a diáfise de um osso longo estão unidas por uma placa epifisária cartilaginosa nos animais jovens. A fusão óssea ocorre na fase adulta e a articulação desaparece (CAMPOS, 2011). Exemplos: sincondrose mandibular nos bovinos, sincondrose, esfeno-occipital. Com a idade as sincondroses frequentemente se ossificam. • Sínfise (Articulação Fibrocartilaginosa): Juntura cartilagínea em que os ossos estão unidos por cartilagem fibrosa. Como exemplos, citam-se a sínfise pelvina e a união entre os corpos das vértebras (disco intervertebral). Como as sincondroses, as sínfises podem se ossificar com a idade, reduzindo progressivamente a mobilidade entre os ossos unidos. (ALVES, 2011). Junturas ou Articulações Sinoviais: Sãoaquelas no qual o meio interposto entre as superfícies articulares é um fluído especial o líquido sinovial. Constituem as articulações propriamente ditas, junturas que têm a função de, além de unir dois ou mais elementos ósseos, 14 possibilitar o deslocamento de um em relação a outro, resultando em movimento dos seguimentos corporais (ALVES, 2011). Segundo o autor, as junturas sinoviais são caracterizadas pela presença de uma cápsula articular. Esta é uma estrutura membranácea que envolve à semelhança de um (manguito) na sua forma mais simples um tubo, as extremidades dos ossos que se articulam. Assim, a cápsula articular delimita uma cavidade articular na qual está contido o líquido sinovial. A cápsula articular é constituída por duas camadas: uma externa, membrana fibrosa, e outra interna, membrana sinovial. A membrana fibrosa é resistente, formada por tecido conjuntivo denso; em alguns pontos, ela pode ser reforçada por faixas fibrosas mais espessas, os ligamentos capsulares. A membrana sinovial é lisa, brilhante e reveste inteiramente toda a cápsula articular. Em determinados pontos, ela forma expansões, as pregas e vilos sinoviais, que se projetam no interior da cavidade articular. É bastante inervada e vascularizada. O líquido sinovial, produzido pela membrana sinovial, é um fluido claro, transparente e dotado de viscosidade, devido à presença de mucinas; contém também albumina, sais, gotículas lipídicas e resíduos celulares. Sua função primordial é lubrificar as superfícies articulares de modo a reduzir o atrito e desgaste entre elas. Admite-se também que desempenha função no transporte de nutrientes para as cartilagens articulares, que são avasculares, bem como na remoção de seus catabólicos (ALVES,2011). Observe as seguintes estruturas abaixo: (membrana sinovial da cápsula articular). As cartilagens articulares são em branco, os ossos estão pontilhados e a cavidade articular em negro. 15 Fonte: anatomia-papel-e-caneta.com Na grande maioria das articulações, a função de união da cápsula articular é reforçada pela presença de faixas resistentes de tecido conjuntivo fibroso, os ligamentos. Além dos já mencionados ligamentos capsulares, situados na espessura da própria cápsula articular, existem ligamentos extra capsulares e ligamentos intra-articulares. Os ligamentos extra capsulares, como o nome indica, situam-se externamente à cápsula articular. Os ligamentos intra- articulares situam-se no interior da cavidade articular (ALVES, 2011). Segundo o autor, em algumas articulações encontram-se, interpostas entre as superfícies articulares, estruturas fibrocartilagíneas, os discos e os meniscos intra-articulares. Para eles, admitem-se duas funções: • amortecer as pressões sobre a articulação; • possibilitar melhor adaptação ou congruência de uma superfície articular a outra, facilitando o deslizamento. Meniscos são encontrados na articulação do joelho, enquanto disco intra-articular ocorre na articulação temporomandibular. Também no interior da cavidade articular podem ser encontrados acúmulos de tecidos adiposo, revestidos por membrana sinovial, formando coxins mais ou menos desenvolvidos, como por exemplo, o coxim adiposo infra patelar da articulação do joelho. (ALVES,2011) 16 Os elementos citados até agora são constantes e necessários em todas as articulações sinoviais. Outras estruturas entram na constituição das articulações de acordo com Alves (2011): • Ligamentos: são fortes cintas ou membranas (tecido fibroso branco) que unem os ossos entre si. São praticamente inelásticos, com exceção do ligamento nucal (tecido elástico). Podem ser subdivididos, de acordo com sua localização, em peri ou extra articulares e intra-articulares (não necessariamente dentro da cavidade articular). Os situados nos lados de uma articulação denominam-se ligamentos colaterais. • Discos e meniscos articulares: são placas de fibrocartilagem ou tecido fibroso denso embutido entre as cartilagens; dividem a cavidade articular parcial ou completamente em dois compartimentos. Tornam mais congruentes certas superfícies articulares, permitem maior amplitude e variedade de movimentos e diminuem a concussão. Na realidade, simplificam o movimento articular. • Cartilagem marginal (lábio articular): é um anel de fibrocartilagem que rodeia a borda de uma cartilagem articular. Amplia a cavidade e contribui na prevenção de fraturas da borda articular. Principais movimentos executados nas junturas sinoviais: Em uma articulação, o movimento faz-se em torno de um eixo, que é sempre perpendicular do plano no quais os segmentos ósseos envolvidos se movimentam. Os principais movimentos executados nas articulações são os seguintes segundo Alves (2011): • Movimentos angulares: nestes movimentos ocorre diminuição ou aumento do ângulo entre o segmento que se desloca e aquele que se mantém fixo. No primeiro caso ocorre flexão e no segundo extensão. Quando o segmento móvel se aproxima do plano mediano ocorre adução e quando se afasta do mesmo plano ocorre abdução. • Rotação: é o movimento no qual o segmento gira em torno de seu próprio eixo longitudinal. Distinguem-se uma rotação no sentido do plano mediano ou pronação e uma rotação em sentido oposto ou supinação. 17 Estes movimentos são muito limitados nos animais domésticos, mas rotação típica ocorre na articulação entre atlas e áxis. • Circundação: é um movimento complexo, resultante da combinação dos movimentos de adução, extensão, abdução, flexão e rotação. O extremo distal do segmento que se desloca descreve um círculo e o corpo do segmento. De acordo com o número de eixos em torno dos quais se se realizam os movimentos, as articulações se classificam em 3 tipos segundo Alves (2011): • Mono-axiais: quando os movimentos se realizam em torno de um único eixo e em um único plano. Permitem apenas flexão e extensão, ocorrendo na grande maioria das articulações entre ossos dos membros. • Bi-axiais: quando os movimentos podem se realizar em torno de dois eixos e, portanto, em dois planos, permitindo flexão e extensão, adução e abdução. Um exemplo típico é a articulação temporomandibular. • Tri-axiais: quando os movimentos podem ser executados em torno de três eixos, permitindo flexão, extensão, adução, rotação e resultando da combinação de todos, circundação. Como por exemplo, cita-se a articulação do quadril. De acordo com a forma das superfícies articulares, as articulações classificam-se nos seguintes tipos segundo Alves (2011): • Plana: articulação em que as superfícies articulares são planas ou ligeiramente curvas, permitindo apenas deslizamento de uma sobre a outra em qualquer direção. Exemplos: articulação entre os ossos do carpo. • Gínglimo: articulação que permite apenas movimentos angulares de flexão e extensão, à maneira de dobradiça. O nome, no caso, não se refere a morfologia das superfícies articulares, mas ao aspecto o movimento executado. Exemplo: articulação do cotovelo. • Cilindroide: articulação em que as superfícies articulares são segmentos de cilindro, permitindo, portanto, movimentos de rotação. Exemplo: articulação entre o atlas e o dente do áxis. 18 • Condilar: articulação em que uma superfície articular ovoide, o côndilo, se aloja em uma cavidade elíptica. É do tipo bi-axial, permitindo flexão e extensão, adução e abdução. Exemplo: articulação temporomandibular. • Esferoide: articulação em que uma das superfícies articulares é um segmento de esfera e a oposta é uma concavidade na qual a primeira se encaixa. É do tipo tri-axial, permitindo movimentos de flexão, extensão, adução, abdução, rotação e circundação. Exemplos: articulações entre a cavidade glenóide da escápula e cabeça do úmero (ombro), entre o acetábulo e cabeça do fêmur (quadril). 5 SISTEMA MUSCULAR DOSANIMAIS Fonte: br.pinterest.com O tecido muscular é de origem mesodérmica, sendo caracterizado pela propriedade de contração e distensão de suas células, o que determina a movimentação dos membros e das vísceras. Há basicamente três tipos de tecido muscular segundo Melo (2010): • Músculo liso: é o músculo involuntário localiza-se na pele, órgãos internos, aparelho reprodutor, grandes vasos sanguíneos e aparelho excretor. O estímulo para a contração dos músculos lisos é mediado pelo sistema nervoso vegetativo. 19 • Músculo estriado esquelético: é inervado pelo sistema nervoso central e, como este se encontra em parte sob controle consciente, chama-se músculo voluntário. As contrações do músculo esquelético permitem os movimentos dos diversos ossos e cartilagens do esqueleto. • Músculo cardíaco: este tipo de tecido muscular forma a maior parte do coração dos vertebrados. O músculo cardíaco carece de controle voluntário. É inervado pelo sistema nervoso vegetativo. Musculatura Esquelética O sistema muscular esquelético constitui a maior parte da musculatura do corpo, formando o que se chama popularmente de carne. Essa musculatura recobre totalmente o esqueleto e está presa aos ossos, sendo responsável pela movimentação corporal. Os músculos esqueléticos estão revestidos por uma lâmina delgada de tecido conjuntivo, o perimísio, que manda septos para o interior do músculo, septos dos quais se derivam divisões sempre mais delgadas. O músculo fica assim dividido em feixes (primários, secundários, terciários). O revestimento dos feixes menores (primários), chamado endomísio, manda para o interior do músculo membranas delgadíssimas que envolvem cada uma das fibras musculares (BRANCALHÃO et al, 2019). Nomenclatura dos Músculos Os músculos são denominados de acordo com sua posição no esqueleto, como por exemplo: intercostal, peitoral, parótido-auricular, nasal. Forma: como por exemplo: trapézio, romboide, serrátil, deltoide, bíceps, tríceps, grácil, piriforme. Direção de suas fibras – como por exemplo: reto, oblíquo, transverso ou ainda com a ação que executa – como por exemplo: flexor, extensor, abdutor, tensor (ALVES, 2011). Classificação dos Músculos: Quanto à disposição das fibras musculares: 20 As fibras dos músculos esqueléticos estão paralelas ou obliquamente dispostas em relação ao eixo de contração do músculo. Fibras paralelas são encontradas nos músculos longos e nos largos. Nos músculos longos dos membros, as fibras tendem a convergir para os tendões, conferindo aspecto fusiforme ao músculo. Músculo que possuem fibras oblíquas em relação aos tendões são denominados peniformes (em forma de pena). Quando as fibras se prendem numa só borda do tendão, o músculo é do tipo unipendado, quando as fibras se prendem em duas bordas, ele é bipenado e, quando elas se prendem em dois ou mais tendões, ele é classificado como multipenado (ALVES, 2011). FONTE: ALVES, 2011. Quanto à origem: Os músculos que se originam por dois, três ou quatro tendões são denominados bíceps, tríceps, ou quadríceps, respectivamente. Cada um destes tendões de origem é denominado cabeça, daí a razão da denominação destes músculos (ALVES, 2011). Quanto ao ventre muscular: A maioria dos músculos esqueléticos possui apenas um ventre. Entretanto, alguns apresentam dois ou mais ventres. Os músculos com dois ventres são denominados digástricos. Músculos poligástricos são aqueles que possuem mais de dois ventres (ALVES, 2011). Quanto a inserção: 21 Alguns músculos inserem-se por dois tendões. Eles são denominados bicaudados. Músculos policaudados são aqueles que se inserem por mais de dois tendões (ALVES, 2011). Quanto a função: Agonista: é um músculo ou um grupo dos músculos que provocam diretamente o movimento desejado. A ação da gravidade pode também agir como um agonista. Por exemplo: se uma pessoa segura um objeto e o dedo, até uma mesa a gravidade provoca a descida. A única ação muscular envolvida é a de controlar o grau de abaixamento. Exemplo: Flexão do braço (ALVES, 2011). Antagonista: são músculos que diretamente se opõem ao movimento desejado. Assim, o tríceps do braço, o qual é extensor do antebraço quando age como um agonista, é o antagonista dos flexores do antebraço. Dependendo da intensidade e força do movimento, os antagonistas podem relaxar-se, ou, por processo de alongamento durante a contração, eles podem controlar o movimento e torna-lo suave, livre de vibrações e preciso. O termo antagonista é pobre, porque tais músculos cooperam mais do que se opõem. A gravidade pode também agir como um antagonista, como acontece quando o antebraço é flexionado de sua posição anatômica (ALVES, 2011). Sinergista: quando um músculo atua no sentido de eliminar algum movimento indesejado que poderia ser produzido pelo agonista. Inervação e nutrição: sabemos que a atividade muscular é controlada pelo SNC. Nenhum músculo pode contrair-se se não receber estímulo através de um nervo, se acaso o nervo for seccionado, o músculo deixa de funcionar e por esta razão entra em atrofia. Para executar seu trabalho mecânico, os músculos necessitam de considerável quantidade de energia (ALVES, 2011). Em vista disso os músculos recebem eficiente suprimento sanguíneo através de uma ou mais artérias, que neles penetram e se ramificam intensamente, nervos e artérias penetram sempre pela face profunda do músculo (ALVES, 2011). 22 A fibra muscular é uma célula cilíndrica ou prismática, longa, de 3 a 12 centímetros; o seu diâmetro é infinitamente menor, variando de 20 a 100 mícrons (milésimos de milímetro), tendo um aspecto de filamento fusiforme. No seu interior notam-se muitos núcleos, de modo que se tem a idéia de ser a fibra constituída por várias células que perderam os seus limites, fundindo-se umas com as outras. Dessa forma, podemos dizer que um músculo esquelético é um pacote formado por longas fibras, que percorrem o músculo de ponta a ponta. No citoplasma da fibra muscular esquelética há muitas miofibrilas contráteis, constituídas por filamentos compostos por dois tipos principais de proteínas –a actina e a miosina. Filamentos de actina e miosina dispostos regularmente originam um padrão bem definido de estrias (faixas) transversais alternadas, claras e escuras. Essa estrutura existe somente nas fibras que constituem os músculos esqueléticos, os quais são por isso chamados músculos estriados. Em torno do conjunto de miofibrilas de uma fibra muscular esquelética situa-se o retículo sarcoplasmático (retículo endoplasmático liso), especializado no armazenamento de íons cálcio (GUYTON, 2017). Segundo o autor, as miofibrilas são constituídas por unidades que se repetem ao longo de seu comprimento, denominadas sarcômeros. A distribuição dos filamentos de actina e miosina varia ao longo do sarcômero. As faixas mais extremas e mais claras do sarcômero, chamadas banda I, contêm apenas filamentos de actina. Dentro da banda I existe uma linha que se cora mais intensamente, denominada linha Z, que corresponde a várias uniões entre dois filamentos de actina. A faixa central, mais escura, é chamada banda A, cujas extremidades são formadas por filamentos de actina e miosina sobrepostos. Dentro da banda A existe uma região mediana mais clara –a banda H–que contém apenas miosina. Um sarcômero compreende o segmento entre duas linhas Z consecutivas e é a unidade contrátil da fibra muscular, pois é a menor porção da fibra muscular com capacidade de contração e distensão. Contração: ocorre pelo deslizamento dos filamentos de actina sobre os de miosina c sarcômero diminui devido à aproximação das duas linhas Z, e a zona H chega a desaparecer (GUYTON, 2017). A contração do músculo esquelético é voluntária e ocorre pelo deslizamento dos filamentosde actina sobre os de miosina. Nas pontas dos 23 filamentos de miosina existem pequenas projeções, capazes de formar ligações com certos sítios dos filamentos de actina, quando o músculo é estimulado. Essas projeções de miosina puxam os filamentos de actina, forçando-os a deslizar sobre os filamentos de miosina. Isso leva ao encurtamento das miofibrilas e à contração muscular. Durante a contração muscular, o sarcômero diminui devido à aproximação das duas linhas Z, e a zona H chega a desaparecer (GUYTON, 2017). Constatou-se, através de microscopia eletrônica, que o sarcolema (membrana plasmática) da fibra muscular sofre invaginações, formando túbulos anastomosados que envolvem cada conjunto de miofibrilas. Essa rede foi denominada sistema T, pois as invaginações são perpendiculares as miofibrilas. Esse sistema é responsável pela contração uniforme de cada fibra muscular estriada esquelética, não ocorrendo nas fibras lisas e sendo reduzido nas fibras cardíacas (GUYTON, 2017). A química da contração muscular Segundo Guyton (2017), o estímulo para a contração muscular é geralmente um impulso nervoso, que chega à fibra muscular através de um nervo. O impulso nervoso propaga-se pela membrana das fibras musculares (sarcolema) e atinge o retículo sarcoplasmático, fazendo com que o cálcio ali armazenado seja liberado no hialoplasma. Ao entrar em contato com as miofibrilas, o cálcio desbloqueia os sítios de ligação da actina e permite que está se ligue à miosina, iniciando a contração muscular. Assim que cessa o estímulo, o cálcio é imediatamente rebombeado para o interior do retículo sarcoplasmático, o que faz cessar a contração. 24 Fonte: MELO, 2010. Segundo o autor, a energia para a contração muscular é suprida por moléculas de ATP produzidas durante a respiração celular. O ATP atua tanto na ligação da miosina à actina quanto em sua separação, que ocorre durante o relaxamento muscular. Quando falta ATP, a miosina mantém-se unida à actina, causando enrijecimento muscular. É o que acontece após a morte, produzindo- se o estado de rigidez cadavérica (rigor mortis). A quantidade de ATP presente na célula muscular é suficiente para suprir apenas alguns segundos de atividade muscular intensa. A principal reserva de energia nas células musculares é uma substância denominada fosfato de creatina (fosfocreatina ou creatina-fosfato). Dessa forma, podemos resumir que a energia é inicialmente fornecida pela respiração celular é armazenada como fosfocreatina (principalmente) e na forma de ATP. Quando a fibra muscular necessita de energia para manter a contração, grupos fosfatos ricos em energia são transferidos da fosfocreatina para o ADP, que se transforma em ATP. Quando o trabalho muscular é intenso, as células musculares repõem seus estoques de ATP e de fosfocreatina pela intensificação da respiração celular. Para isso utilizam o glicogênio armazenado no citoplasma das fibras musculares como combustível. Musculatura Lisa A estriação não existe nos músculos viscerais, que se chamam, portanto, músculos lisos. Os músculos viscerais são também constituídos de fibras 25 fusiformes, mas muito mais curtas do que as fibras musculares esqueléticas: têm, na verdade, um tamanho que varia de 30 a 450 mícrons. Têm, além disso, um só núcleo e não são comandados pela vontade, ou seja, sua contração é involuntária, além de lenta. As fibras lisas recebem, também, vasos e nervos sensitivos e motores provenientes do sistema nervoso autônomo. Embora a contração do músculo liso também seja regulada pela concentração intracelular de íons cálcio, a resposta da célula é diferente da dos músculos estriados. Quando há uma excitação da membrana, os íons cálcio armazenados no retículo sarcoplasmático são então liberados para o citoplasma e se ligam a uma proteína, a calmodulina. Esse complexo ativa uma enzima que fosforila a miosina e permite que ela se ligue à actina. A actina e a miosina interagem então praticamente da mesma forma que nos músculos estriados, resultando então na contração muscular (MELO, 2010). Fonte: Melo, 2010. Musculatura Cardíaca O tecido muscular cardíaco forma o músculo do coração (miocárdio). Apesar de apresentar estrias transversais, suas fibras contraem-se independentemente da nossa vontade, de forma rápida e rítmica, características estas, intermediárias entre os dois outros tipos de tecido muscular. As fibras que formam o tecido muscular estriado cardíaco dispõem-se em feixes bem compactos, dando a impressão, ao microscópio óptico comum, de que não há limite entre as fibras. Entretanto, ao microscópio eletrônico podemos notar que 26 suas fibras são alongadas e unidas entre si através de delgadas membranas celulares, formando os chamados discos intercalares, típicos da musculatura cardíaca (MELO, 2010). A contração muscular segue praticamente os mesmos passos da contração no músculo estriado esquelético, com algumas diferenças segundo Melo (2010): • os túbulos T são mais largos que os do músculo esquelético; • retículo sarcoplasmático menor; • as células musculares cardíacas possuem reservas intracelulares de íons cálcio mais limitada; • tanto o cálcio intracelular quanto o extracelular estão envolvidos na contração cardíaca: o influxo de cálcio externo age como desencadeador da liberação do cálcio armazenado na luz do retículo sarcoplasmático, provocando a contração ao atingir as miofibrilas e levando ao relaxamento ao serem bombeados de volta para o retículo. 5.1 Fisiologia do sistema muscular Durante o exercício e depois de um período de treinamento, ocorrem adaptações no músculo esquelético em níveis macroscópico, microscópico e bioquímico. No Galgo de corrida, o músculo compreende 57% da massa corporal, isto é, consideravelmente maior do que os 44% encontrados em outros cães e os 40% na maioria dos mamíferos estudados. De modo semelhante, o músculo esquelético compreende 52% do peso corporal total no Puro-sangue, em comparação com 42% em outros cavalos (MORAES et al, 2012). Tipos de fibra muscular Foram identificados dois tipos distintos de fibras. As fibras do tipo I (ou de contração lenta) apresentam uma área de corte transversal menor e um tempo de contração e relaxamento mais lento do que as fibras do tipo II (de contração rápida). Em geral, as fibras do tipo I são altamente oxidativas e mais resistentes à fadiga do que as fibras do tipo II. As fibras do tipo II podem ser ainda subdivididas em fibras dos subtipos IIA, IIB e IIC. O tipo IIA representa fibras 27 mais oxidativas, enquanto o tipo IIB é mais glicolítico, e o tipo IIC parece ter capacidade intermediária tanto oxidativa quanto glicolítica. Diferentemente de muitas espécies, incluindo os cavalos, todas as fibras musculares do tipo II em cães são altamente oxidativas (MORAES et al, 2012). Segundo o autor, dentro de uma espécie e entre espécies, a capacidade oxidativa do músculo (densidade de volume mitocondrial) e a concentração de hemoglobina estão correlacionadas, e, portanto, os músculos oxidativos têm aparência mais avermelhada do que seus correspondentes menos oxidativos ou mais glicolíticos Podem-se observar diferenças na composição das fibras dos músculos dos membros entre raças de ambas as espécies. Essas diferenças estão relacionadas com características de desempenho de acordo com a raça específica que foi selecionada. No cavalo, essa diferença é mais proeminente no músculo glúteo médio, um dos maiores e mais importantes músculos responsáveis pela geração da força propulsiva. Existem também variações entre as raças e dentro delas na área de corte transversal e na capacidade de oxidação das fibras. Embora as proporções entre fibras de contração lenta e fibras de contração rápida sejam predominantemente o resultado da constituição genética,algumas evidências sugerem que ocorram alterações nas propriedades dessas fibras e de seus subtipos em resposta ao treinamento. A transição é habitualmente observada para aumentos nas proporções das fibras do tipo II A mais oxidativas (i. e., razão aumentada dos tipos IIA/IIB). Em cavalos submetidos a vários tipos de treinamento, foram relatados aumentos notáveis na densidade de volume das mitocôndrias, bem como aumentos concomitantes das enzimas oxidativas envolvidas na produção oxidativa de ATP. Os cavalos de elite de resistência exibem porcentagens mais altas de fibras dos tipos I e IIA e porcentagens mais baixas de fibras do tipo IIB nos músculos glúteos médios do que os competidores comuns. Em provas de resistência nos seres humanos, vários relatos associaram uma alta proporção de fibras de contração lenta nos músculos ativos com um desempenho superior. Em contrapartida, os atletas de velocidade habitualmente exibem maior porcentagem de fibras musculares do tipo IIB em seus músculos locomotores. Recrutamento das fibras musculares. Para a manutenção da postura e em baixas intensidades de exercício, apenas as fibras do tipo I e algumas fibras do 28 tipo IIA precisam ser recrutadas; por conseguinte, é desejável que essas fibras sejam resistentes à fadiga (MORAES et al, 2012). Segundo o autor, à medida que a carga de trabalho aumenta, é necessário o desenvolvimento de mais tensão, e ocorre recrutamento de maior número de fibras do tipo IIA. As contrações muito enérgicas necessárias para a rápida aceleração e geração de força resultam no recrutamento de mais fibras do tipo IIB. Um aumento na intensidade do exercício irá resultar no recrutamento progressivo das fibras de contração mais rápida e mais potentes. Todavia, se for realizado um exercício prolongado de baixa intensidade, ocorre recrutamento progressivo das fibras I até as fibras IIB para manter o nível de trabalho necessário, à medida que as fibras musculares recrutadas entram em fadiga. À medida que o animal se aproxima da exaustão, todas as unidades motoras, independentemente do tipo, podem ser usadas. Isso sugere que, durante o exercício submáximo prolongado, algumas unidades motoras sofrem exaustão e desligam-se do processo contrátil, à medida que outras são adicionadas. Por outro lado, em condições de exercício em que há necessidade de produção de tensão muscular máxima, como, por exemplo, Quarto de Milha ou Puro-sangue em corrida, todos ou quase todos os tipos de fibras musculares são recrutados desde o início dos exercícios. Alterações nos tipos de fibras musculares O músculo esquelético tem a capacidade de se adaptar a uma ampla variedade de padrões contráteis na vida diária de um animal. Uma propriedade desse tecido que possibilita essas adaptações é a maior aptidão de algumas unidades motoras do que outras a determinados tipos de atividade. Por exemplo, o maior potencial oxidativo das unidades motoras dos tipos I e IIA, em relação às unidades do tipo IIB, as torna mais apropriadas para uma atividade prolongada, quando as reservas de energia podem ser usadas com maior vantagem. Por outro lado, as fibras do tipo IIB são mais apropriadas para padrões contráteis intensos e curtos, nos quais há necessidade de produção de lactato e tolerância a ele. Por conseguinte, não é surpreendente que se tenha constatado que os cavalos de elite de resistência tenham altas proporções de fibras dos tipos I e IIA, enquanto os animais que realizam atividades de alta 29 velocidade (p. ex., Quartos de Milha e Puros-sangues de corrida) tendem a exibir proporções mais altas de fibras musculares dos tipos IIA e IIB (MORAES et al, 2012). Área da fibra Além da importância das proporções das fibras dos tipos I e II para a função muscular e para a avaliação da capacidade atlética, a área de corte transversal das fibras individuais também desempenha um papel significativo, visto que influencia a produção de energia efetiva. Quanto maior a área de corte transversal de uma fibra muscular, maior o potencial de produção de força efetiva. Por conseguinte, nos locais onde há necessidade de aceleração explosiva, é desejável o recrutamento das fibras do tipo IIB maiores do que das fibras do tipo IIA menores. Entretanto, como elas habitualmente têm baixa capacidade oxidativa e dependem principalmente de reservas muito limitadas de carboidratos (glicose, glicogênio), essas fibras rapidamente se tornam fatigadas e de pouca utilidade para fornecer força ao exercício de resistência, para o qual são necessárias fibras altamente oxidativas, que têm melhor capacidade de usar as reservas de gordura energeticamente abundantes. O Quarto de Milha tem fibras do tipo IIB com a maior área de corte transversal, constituindo cerca de 54% da massa muscular, enquanto as contribuições das fibras IIB nos Puros- sangues e na raça padrão são de 46 e 37%, respectivamente (MORAES et al, 2012). Segundo o autor, a manutenção da contração muscular durante o exercício exige o fornecimento de grandes quantidades de energia química. Embora diversas fontes de energia sejam disponíveis, o trifosfato de adenosina (ATP) é o veículo intracelular universal da energia química no músculo esquelético. Energia para contração muscular Durante o trabalho muscular, o ATP é hidrolisado a difosfato de adenosina (ADP) no músculo esquelético, com liberação de fosfato inorgânico e energia pela miosina ATPase. Durante esse processo, ocorre liberação de uma grande 30 quantidade de energia potencial química na forma de energia cinética. Uma vez liberada, essa energia pode ser utilizada pelas proteínas contráteis do músculo para gerar força. Todavia, em condições normais, existe apenas uma quantidade limitada de ADP no músculo esquelético, que é suficiente para manter a contração muscular por apenas alguns segundos. Existem dois processos distintos que proporcionam a reposição intracelular de ATP: (i) a fosforilação oxidativa (aeróbica), em que os principais substratos consistem nos ácidos graxos não esterificados (AGNE) circulantes e na glicose, juntamente com o glicogênio intramuscular e triglicerídeos; e (ii) a fosforilação anaeróbica, em que o ATP é regenerado a partir da depleção do fosfato de creatina, glicose circulante e reservas locais de glicogênio. Dependendo do tipo de exercício, ocorre um equilíbrio entre as contribuições da fosforilação oxidativa e da fosforilação anaeróbica (MORAES et al, 2012). Por conseguinte, durante o exercício intenso de curta duração, como a corrida, a liberação de energia irá envolver, em grande parte, as vias anaeróbicas. Em contrapartida, depois do período transitório inicial (primeiro minuto), o exercício de resistência (endurance) depende quase exclusivamente da fosforilação oxidativa. Regulação da utilização de substrato. A regulação da utilização de substrato envolve uma complexa regulação metabólica nas células musculares. Durante os períodos em que o fluxo sanguíneo para o músculo é adequado para fornecer oxigênio e AGNE, os ácidos graxos parecem constituir o substrato metabólico preferido. Em consequência, o metabolismo da glicose e do glicogênio são parcialmente inibidos. Entretanto, quando a oxidação dos ácidos graxos é incapaz de atender às necessidades energéticas das células musculares, seja devido a um elevado gasto de energia muscular, seja devido a um fluxo sanguíneo inadequado (liberação de oxigênio), a inibição do metabolismo da glicose/glicogênio é liberada, e ocorre glicólise (MORAES et al, 2012). Utilização de substrato no cavalo em atividade física Durante o exercício, as necessidades metabólicas do músculo variam de acordo com a duração e/ou a intensidade do trabalho. Em consequência do controle metabólico preciso que ocorre no músculo esquelético, um sistema 31 altamente reguladoopera, no qual a contribuição mais efetivadas diversas vias produtoras de energia ocorre em qualquer momento determinado. Essas contribuições estão diretamente relacionadas com a força e a velocidade da contração muscular, a disponibilidade de substratos e/ou a presença de metabólitos. Quando o exercício começa, a fonte de energia imediata é fornecida pelo ATP localmente disponível. Entretanto, as reservas de ATP do músculo esquelético são muito limitadas, e, durante a contração fisiológica, as concentrações de ATP são mantidas próximo aos níveis de repouso à custa das reservas de fosfato de creatina. O fosfato de creatina é capaz de doar o seu fosfato de alta energia e, portanto, passa a constituir uma importante fonte de energia para o músculo em atividade. Os níveis de fosfato de creatina também são limitados no músculo esquelético, e, se o exercício prosseguir, tornam-se necessários outros mecanismos para o fornecimento de energia. A glicólise, com a produção de piruvato e, em certo grau, de lactato, fornece o suprimento contínuo de energia. Em aproximadamente 30 segundos após o início do exercício, os processos glicolíticos alcançam a sua produção máxima de energia. Como o músculo do equino apresenta uma grande capacidade de armazenamento de glicogênio, esse substrato é capaz de fornecer uma considerável fonte de energia, particularmente durante curtos períodos de exercício de alta intensidade. Entretanto, durante o exercício de baixa intensidade, a gordura representa a principal de energia. Assim, de acordo com a intensidade do exercício, ocorre um equilíbrio entre as vias anaeróbica (glicose/glicogênio) e aeróbica (glicose/glicogênio/gordura). A pressão de oxigênio nos miócitos em contração, as atividades das enzimas mitocondriais/citosólicas e o ambiente intramuscular hormonal ou físico-químico determinam a extensão com que os processos metabólicos glicolítico e oxidativo contribuem para a energética do musculo (MORAES et al, 2012). 32 6 SISTEMA URINÁRIO DOS ANIMAIS Fonte: vetsmart.com O sistema Urinário é composto pelos rins, ureteres, bexiga e uretra e está divido em trato urinário superior composto pelos rins, e trato urinário inferior que é o conduto para o transporte dos restos urinários dos rins para o exterior, através de ureteres pareados, bexiga urinária e uretra (COSTA, 2019). Segundo o autor, o rim é o principal órgão envolvido na constante homeostase do organismo. O papel homeostático exercido por este órgão compreende a produção de urina e consequente eliminação dos resíduos metabólicos, manutenção das concentrações de cloreto de sódio e água e regulação do equilíbrio ácido-base. Os rins também possuem uma função endócrina que consiste na produção e liberação de renina, eritropoietina, 1,25 di-hidroxicolecalciferol (calcitriol), cininas e prostaglandinas. O rim é um órgão par, situado retroperitonealmente, que pousa sob os músculos sublombares, um de cada lado da coluna vertebral. Cada rim tem um polo cranial e um caudal, uma borda medial e uma lateral, uma superfície dorsal e uma ventral. O hilo renal está situado na borda medial, pelo qual passam o ureter, veias e artérias renais, vasos linfáticos e nervos. O polo cranial de cada 33 rim é revestido com peritônio em ambas as superfícies, dorsal e ventral, enquanto o polo caudal é coberto somente na superfície ventral (COSTA, 2019). De acordo com o autor, cães e gatos possuem rins unilobares (ou unipiramidais) revestidos por uma cápsula fibrosa rígida que limita a expansão do tecido renal. A cápsula adiposa, que reveste parcialmente o rim, estende-se através do hilo para dentro do sino renal. O parênquima renal, localizado entre a cápsula e o sino renal, é constituído pela medular e córtex. A medular apresenta uma porção externa e uma interna, que ficam próximas ao córtex e à pelve respectivamente. A medular exibe uma cor cinza-pálida, tendo os 20 gatos uma papila renal única, enquanto que os cães têm uma papila fundida parecida com cristas. Essas papilas por sua vez, são cercadas por cálices menores que se unem formando cálices maiores, que se esvaziam na pelve renal onde a urina é coletada antes de entrar nos ureteres. No parênquima renal localizam-se os néfrons que são as unidades funcionais dos rins. O néfron consiste de um alongado túbulo que começa no corpúsculo renal e acaba conectado com o ducto coletor. O corpúsculo renal é composto pela cápsula glomerular, que abrange totalmente uma rede capilar esférica chamada glomérulo (COELHO, 2002; CARVALHO, 2008 apud COSTA, 2019). Os rins do cão, têm formato de feijão. O rim direito localiza-se normalmente abaixo das três primeiras vértebras lombares e o esquerdo, entre a segunda e a quarta; porém, essas disposições podem variar e os rins podem ir além de uma vértebra a mais caudalmente. O rim direito está relacionado medialmente à glândula adrenal direita e à veia cava caudal, lateralmente à última costela e à parede abdominal e ventralmente ao fígado e ao pâncreas. O rim esquerdo está cranialmente relacionado ao baço, medialmente à glândula adrenal esquerda e à aorta, lateralmente à parede abdominal e ventralmente ao cólon descendente (COSTA, 2019). Em cadelas, o polo caudal dos rins chega próximo ou faz contato com os mesovários. As artérias renais, bem como os ramos diretos da aorta, geralmente se dividem antes da entrada nos rins. As veias renais afluem diretamente na veia cava caudal. Gatos possuem os rins relativamente maiores, mais curtos e mais densos que os rins dos cães e são facilmente palpáveis; possuem uma aparência mais distinta das veias capsulares que se encaminham em direção ao hilo, onde desembocam na veia renal. Ao corte, o rim possui uma cor vermelha a vermelho-amarelada, em virtude de uma abundância de gordura intracelular contida nos túbulos contorcidos proximais. A musculatura da pelve renal é mais forte na passagem para o ureter, presume-se que 34 seja para impelir a urina no tubo que se estreita (DYCE et al., 2010 apud COSTA, 2019). 6.1 Fisiologia do sistema urinário Os rins consistem em um par de órgãos suspensos da parede dorsal do abdome por uma prega peritoneal e vasos sanguíneos que os irrigam. Possuem uma localização ligeiramente cranial à região lombar média. Por serem separados da cavidade abdominal pelo seu revestimento de peritônio, são denominados estruturas retroperitoneais. O sangue é transportado até cada rim por uma artéria renal, e o sangue venoso sai de cada rim por uma veia renal. A artéria renal origina-se diretamente a partir da aorta, e a veia renal desemboca diretamente na veia cava caudal. O rim é descrito como uma estrutura em formato de feijão na maioria dos animais domésticos. Entretanto, no cavalo, é descrito como uma estrutura cordiforme e, no gado, aparece lobulado. Quando se efetua um corte sagital mediano através do rim, observam-se um córtex externo e uma medula interna. As estrias da medula são formadas pela disposição anatômica das principais partes que ocupam a medula, a alça de Henle dos néfrons de alças longas e a porção medular dos túbulos coletores (ver seção Néfron) (REECE, 2017). Segundo o autor as porções medulares dos túbulos coletores são conhecidas como ductos coletores. O hilo renal é a área entalhada na borda côncava do rim, através do qual o ureter, os vasos sanguíneos, os nervos e os linfáticos entram ou saem. A pelve é a origem alargada do ureter no rim. A descarga final de urina a partir dos numerosos ductos coletores é recebida pela pelve renal. O ureter é o túbulo muscular (de músculo liso) que transporta a urina da pelve renal até a bexiga. A bexiga é um órgão muscular (de músculo liso) oco, cujo tamanho varia, dependendo da quantidade de urina nele contida em qualquer momento. O músculo liso da bexiga é conhecido como músculo detrusor. O colo da bexiga é a continuaçãocaudal da bexiga que leva até a uretra. O músculo liso do colo é misturado com uma quantidade considerável de tecido elástico e atua como esfíncter interno. A uretra é a continuação caudal do colo da bexiga. Transporta a urina da bexiga até o exterior. O esfíncter externo situa-se depois do colo; é composto de músculo esquelético que, nesse local, 35 circunda a uretra. O limite funcional entre a bexiga e a uretra é representado por esse esfíncter. Vista lateral de fêmea de cão, mostrando a localização geral dos rins, dos ureteres, da bexiga, uretra, óstio da uretra e vagina. De Reece W.O. (2009) Functional Anatomy and Physiology of Domestic Animals, 4th edn. Wiley-Blackell, Ames, IA. Reproduzida, com autorização, de Wiley. Fonte: REECE, 2017. 36 Vista ventral dos rins de cão, mostrando as artérias renais, veias renais e ureteres e suas posições em relação à aorta, veia cava e glândulas adrenais. De Reece W.O. (2009) Functional Anatomy and Physiology of Domestic Animals, 4th edn. Wiley-Blackell, Ames, IA. Reproduzida, com autorização, de Wiley. Fonte: REECE, 2017. Rim direito, vista ventral. A. Cavalo. B. Vaca. C. Ovelha. Representam, respectivamente, rins cordiforme, lobulado e em formato de feijão. (1) Artéria renal; (2) veiarenal; (3) ureter. De Reece W.O. (2009) Functional Anatomy and Physiology of Domestic Animals, 4th edn. Wiley-Blackell, Ames, IA. Reproduzida, com autorização, de Wiley 37 Plano sagital mediano do rim de cavalo, mostrando o córtex, a medula, a pelverenal, o hilo, o ureter, a artéria renal e a veia renal. Adaptada de Reece W.O. (2009) FunctionalAnatomy and Physiology of Domestic Animals, 4th edn. Wiley-Blackell, Ames, IA. Reproduzida, com autorização, de Wiley. O néfron é a unidade funcional do rim. É essencial adquirir uma compreensão da função do néfron para entender a função renal. O número de néfrons varia consideravelmente entre as espécies. Em uma determinada espécie, o número de néfrons é relativamente constante. Tendo em vista as diferenças de tamanho entre as várias raças de cães, seria possível imaginar que os rins dos cães de grande porte pudessem conter um maior número de néfrons do que os rins de cães de pequeno porte. Entretanto, isso não ocorre, e o maior tamanho dos rins nos cães de grande porte é compensado pela presença de néfrons maiores, em lugar de néfrons mais numerosos (REECE, 2017). Segundo o autor, o rim dos mamíferos possui dois tipos principais de néfrons, identificados pela (i) localização de seus glomérulos e (ii) profundidade de penetração das alças de Henle dentro da medula. Os néfrons com glomérulos localizados nas partes externas e média do córtex são denominados néfrons cortimedulares ou superficiais. Esses néfrons estão associados a uma alça curta 38 de Henle, que se estende até a junção do córtex com a medula ou até a zona externa da medula. Os néfrons com glomérulos localizados no córtex, próximo à medula, são conhecidos como néfrons justa medulares. Os néfrons justamedulares estão associados a alças longas de Henle que se estendem mais profundamente dentro da medula; alguns estendem-se até alcançar a pelve renal. Os néfrons justamedulares são os que desenvolvem e mantêm o gradiente osmótico do líquido intersticial da medula, de baixo para cima na medula externa para a medula interna, respectivamente. A porcentagem de néfrons que apresentam alças longas de Henle (néfrons justamedulares) varia entre espécies de animais e inclui desde 3% no porco até 100% no gato. Nos seres humanos, a porcentagem de néfrons de alças longas é de cerca de 14%. Entretanto, é importante assinalar que o líquido tubular de todos os néfrons (corticais e justamedulares) deságua em ductos coletores compartilhados, que seguem o seu percurso pela medula até a pelve renal. Por conseguinte, independentemente da influência dos diferentes tipos de néfrons sobre o líquido tubular, o débito final de cada néfron está sujeito aos mesmos fatores que afetam a concentração da urina (influência medular) (REECE, 2017). Componentes do néfron A Figura abaixo mostra um néfron típico, com suas partes componentes. O glomérulo é o tufo de capilares através dos quais ocorre filtração. Os capilares glomerulares são cobertos por células epiteliais, e o glomérulo total é envolvido pela cápsula de Bowman, que coleta o filtrado glomerular para o seu transporte através dos túbulos e ductos do néfron. A arteríola aferente transporta sangue para o glomérulo, enquanto a arteríola eferente leva o sangue do glomérulo. O sangue que deixa o glomérulo pelas arteríolas eferentes é redistribuído em outro leito de capilares, conhecidos como capilares peritubulares, que perfundem os túbulos do néfron. Os vasos retos são ramos capilares dos capilares peritubulares associados aos néfrons de alça longa. Após a perfusão dos rins, o sangue retorna à veia cava caudal pelas veias renais (REECE, 2017). 39 Tipos de néfrons de mamíferos: A. néfron justamedular (de alça longa); B. néfroncortical. De Reece W.O. (2009) Functional Anatomy and Physiology of Domestic Animals, 4thedn. Wiley- Blackell, Ames, IA. Reproduzida, com autorização, de Wiley. Túbulos e ductos dos néfrons O filtrado do glomérulo é coletado pela cápsula de Bowman e, subsequentemente, direcionado através dos túbulos proximais contorcidos, situados no córtex do rim. O túbulo proximal continua-se pela alça de Henle, que mergulha na medula. A alça de Henle consiste em um ramo descendente e um ramo ascendente. O ramo ascendente retorna a seu glomérulo de origem no córtex, onde a sua extremidade apresenta um segmento espesso, conhecido como mácula densa. Depois da mácula densa, o túbulo é conhecido como túbulo distal, localizado totalmente no córtex renal, que termina com seu respectivo túbulo conector, que desemboca em um túbulo coletor cortical. O túbulo coletor cortical não é exclusivo de um único néfron, visto que recebe o líquido tubular da parte contorcida de vários túbulos distais. Quando o túbulo coletor afasta-se do 40 córtex e penetra na medula, passa a ser conhecido como ducto coletor. Gerações sucessivas de ductos coletores coalescem para formar ductos coletores progressivamente maiores. O líquido tubular é finalmente descarregado dos ductos coletores maiores para dentro da pelve renal e, a partir daí, transportado pelos ureteres até a bexiga para armazenamento, até a sua liberação através da uretra (REECE, 2017). Alça de Henle A alça de Henle é composta de três segmentos: o ramo descendente delgado, o ramo ascendente delgado e o ramo ascendente espesso. A espessura relativa desses três segmentos resulta de diferenças nas células epiteliais e não se refere a mudanças no diâmetro do lúmen. O segmento descendente delgado de cada alça é contínuo com o segmento ascendente delgado na curva em formato de grampo. Os ramos descendentes dos néfrons corticais só se estendem até a face externa da medula externa. Os néfrons justamedulares são os néfrons de alças longas, que possuem ramos descendentes que podem se estender até a pelve renal. O segmento delgado do ramo descendente é um túbulo reto que é a continuação do túbulo proximal e que é seguido, depois da curva em formato de grampo, pelo ramo ascendente delgado. O segmento espesso do ramo ascendente é um túbulo reto que provém do ramo ascendente delgado. O segmento espesso do ramo ascendente da alça de Henle retorna, em seu trajeto ascendente, até o glomérulo de origem, passa entre as arteríolas aferente e eferente e, a partir daí, prossegue como túbulo distal até o túbulo coletor cortical (REECE, 2017). 41 O néfron funcional com seu suprimento sanguíneo. Um néfron justamedular émostrado, exibindo os vasos retos. (1) Cápsula de Bowman; (2) túbulo proximal; (3) ramodescendente da alça de Henle;(4) ramo ascendente delgado da alça de Henle; (5) ramoascendente espesso da alça de Henle; (6) túbulo distal; (7) túbulo conector; (8) túbulo coletorcortical; (9) ducto coletor medular externo; (10) ducto coletor medular interno; (11) arteríolaaferente; (12) glomérulo; (13) arteríola aferente; (14) capilares peritubulares; (15) vasos retos;(16) veia renal. O ramo ascendente espesso da alça de Henle transforma-se em túbulo distalquando passa entre as arteríolas aferente e eferente no glomérulo (localização da mácula densa).Adaptada de Reece W.O. (2009) Functional Anatomy and Physiology of Domestic Animals, 4thedn. Wiley-Blackell, Ames, IA. Reproduzida, com autorização, de Wiley.Fonte: REECE, 2017. 42 Resumo do fluxo sanguíneo renal e do fluxo de líquido tubular relacionado com onéfron. A fração do plasma filtrado no glomérulo entra na cápsula de Bowman como filtradoglomerular. Segue pelos túbulos e ductos do néfron na forma de líquido tubular. O líquidotubular está sujeito a reabsorção e secreção e penetra na pelve renal como urina. Após a remoçãoda fração de filtração do plasma no glomérulo, o sangue remanescente que entra na arteríolaeferente é distribuído por meio dos capilares peritubulares até os túbulos proximais, vasos retos etúbulos distais para troca com o líquido tubular. A urina é finalmente eliminada da bexiga pelamicção. Adaptada de Reece W.O. (2009) Functional Anatomy and Physiology of DomesticAnimals, 4th edn. Wiley-Blackell, Ames, IA. Reproduzida, com autorização, de Wiley.Fonte: REECE, 2017. 43 7 SISTEMA REPRODUTOR EM ANIMAIS Fonte: anatosistemica.wordpress Conhecer a anatomia de um aparelho representa a base para seu estudo amplo e profundo, além de facilitar a compreensão de seu funcionamento. Por isso é importante o conhecimento da anatomia funcional do aparelho reprodutor, já que sua análise permite fixar sólidas bases para o estudo do fenômeno pelo qual se perpetuam as espécies: a reprodução. Para facilitar o estudo do aparelho reprodutor do macho, seus órgãos podem ser classificados de acordo com sua localização anatômica, em órgãos genitais internos (que compreendem os ductos deferentes, as glândulas acessórias e a uretra pélvica) e órgãos genitais externos (testículos com seu epidídimo). O testículo também foi considerado como órgão sexual primário, enquanto os ductos excretores, glândulas acessórias, pênis e prepúcio são considerados órgãos sexuais secundários. O aparelho reprodutor da fêmea é dividido em ovários e órgãos tubulares (útero, oviduto, cérvix, vagina e vulva) (SILVA, 2019). 7.1 Aparelho reprodutor do macho Para avaliar a capacidade reprodutiva dos machos, é primordial conhecer a anatomia e a fisiologia do aparelho reprodutor. Os órgãos genitais incluem testículos, epidídimos, canais deferentes, ampolas deferentes, uretra, glândulas acessórias (próstata, glândulas seminais e glândulas bulbouretrais), pênis e 44 prepúcio, que apresentam diferenças entre as espécies domésticas SILVA, 2019). Segundo o autor, o sistema genital masculino compreende os órgãos envolvidos no desenvolvimento, no amadurecimento, no transporte e no armazenamento dos gametas masculinos (espermatozoides). Ele consiste em um par de testículos, o ducto contorcido do epidídimo, o ducto deferente, a uretra e as glândulas genitais acessórias. Os testículos produzem esperma e hormônios. O epidídimo armazena espermatozoides durante seu amadurecimento antes de passarem para o ducto deferente e pela uretra. As glândulas acessórias também liberam suas secreções na uretra e contribuem para o volume do sêmen. A parte distal da uretra forma o caminho combinado para a passagem tanto da urina como do sêmen. O pênis é o órgão copulador masculino e deposita sêmen no trato reprodutor feminino. Órgãos genitais de gato e cão. Fonte: KONIG & LIEBICH, 2016 apud SILVA, 2019. 45 Órgãos genitais do cachaço (Reprodutor suíno). Fonte: KONIG & LIEBICH, 2016 apud SILVA, 2019. Órgãos genitais do touro (Reprodutor bovino). Fonte: KONIG & LIEBICH, 2016 apud SILVA, 2019. 46 Órgãos genitais do garanhão (Reprodutor equino). Fonte: KONIG & LIEBICH, 2016 apud SILVA, 2019. Testículos Testículo, epidídimo e ducto deferente do um touro (secção mediana). Fonte: KONIG & LIEBICH, 2016 apud SILVA, 2019. 47 Os testículos são os órgãos sexuais primários que têm como funções principais a produção de espermatozoides (função exócrina) e a produção de hormonas esteroides (função endócrina). Ambas as funções são reguladas por três diferentes controles, segundo Silva (2019): 1. Circuito longo: hipotálamo, hipófise, gônada. 2. Circuito curto: hipotálamo-hipófise. 3. Circuito extra corto ou parácrino: entre o túbulo seminífero (células de Sertoli-células germinativas) e tecido intersticial (células de Leydig, fluido intersticial e vários outros componentes químicos e celulares). Macroscopicamente se diferenciam duas estruturas: túnica albugínea ou túnica vaginal própria, a qual está revestindo a gônada e o parênquima testicular no que se encontram os túbulos seminíferos. A túnica albugínea é uma membrana fibrosa que envia projeções para o interior do testículo que servem como suporte para o parênquima testicular, que aloja os túbulos seminíferos, onde as espermatogônias sofrem mudanças até se transformarem em espermatozoides. Estes, uma vez produzidos, passam aos ductos eferentes, os quais levam os espermatozoides até o epidídimo. A posição dos testículos no escroto e a direção do seu eixo longitudinal em relação ao corpo variam com as espécies. Nos ruminantes são pêndulos os com seu eixo longitudinal em posição vertical; nos equinos e caninos o eixo longitudinal se aproxima muito da horizontalidade; e no porco o eixo se encontra diagonal. O escroto, além de proteger o testículo, ajuda por meio de sua túnica dartos, juntamente com o músculo cremaster e a disposição anatômica da veia espermática do plexo pampiniforme, que tem como função manter uma temperatura ideal para a termorregulação da espermatogênese (SILVA, 2019). Segundo o autor, para favorecer a espermatogênese, as gônadas masculinas migram de sua posição de desenvolvimento dentro da cavidade abdominal para o processo vaginal, processo denominado de descida testicular. A descida testicular é vital para a produção dos gametas masculinos (espermatogênese) nos mamíferos domésticos, já que a posição do escroto reduz a temperatura dos testículos em comparação à temperatura corporal. A impossibilidade de um ou de ambos os testículos realizarem a descida testicular se chama criptorquidismo e acredita-se que se trate de uma condição hereditária. Portanto, criptorquídeos não devem ser usados para reprodução. 48 Microscopicamente, o testículo é organizado pelos túbulos seminíferos, dentro dos quais a espermatogênese é realizada. Dentro dos túbulos encontram-se as células de Sertoli e as espermatogônias em diferentes estágios de maturação; fora dos túbulos no espaço intersticial, encontram-se o tecido e o fluido intersticial, composto por vasos sanguíneos, linfáticos e células de Leydig. Cada túbulo seminífero termina em um túbulo reto, o conjunto dos quais forma a rete testis, formando um único túbulo com o qual inicia-se o ducto epididimário. Se for feita uma incisão transversal do testículo, pode observar-se que cada gónada está rodeada, de dentro para fora, por uma túnica albugínea, semelhante a uma fáscia; uma túnica vaginal, que se divide em visceral e parietal, que é uma extensão do peritônio e que passa através da parede abdominal pelo canal inguinal; a túnica dartos, que é uma camada fibroelástica de músculo liso, e o escroto que é uma porção de pele (SILVA,2019). O parênquima testicular é formado pelos túbulos seminíferos (local de produção espermática) e o tecido intersticial, que contém os vasos sanguíneos e linfáticos, bem como os nervos. Os espermatozoides são reunidos pela rete testis e enviados aos ductos eferentes que desembocam na cabeça do epidídimo. Os órgãos sexuais secundários são os ductos excretores (epidídimo, ductos deferentes, ampola e uretra) e as glândulas acessórias, o pênis e o prepúcio (SILVA, 2019). Os órgãos sexuais secundários são os ductos excretores (epidídimo, ductos deferentes, ampola e uretra) e as glândulas acessórias, o pênis e o prepúcio. Epidídimo O epidídimo é a estrutura adjacente ao testículo, responsável por funções como transporte, maturação e armazenamento de espermatozoides. Anatomicamente, são reconhecidas três porções: cabeça, corpo e cauda. Esta última porção continua com o ducto deferente, que é incorporado ao cordão espermático juntamente com os vasos sanguíneos e linfáticos do testículo (plexo pampiniforme), para transportar o sêmen para a uretra durante o processo de 49 ejaculação. A parte terminal dos ductos deferentes é conhecida como ampolas deferentes (SILVA, 2019). Ampolas deferentes É a última porção de cada ducto deferente, forma-se pelo engrossamento da mucosa e apresenta muitos compartimentos. Não se conhece a sua função específica, no entanto, no porco e no gato encontra-se pouco desenvolvida. As ampolas são encontradas no cavalo, touro e carneiro, e pelo fato de apresentarem glândulas túbulo alveolares revestidas por células epiteliais secretoras, produtoras de líquido, que contribuem para o transporte dos espermatozoides, são consideradas como glândulas. Alguns autores não as consideram como tais, mas como simples alargamentos do ducto deferente sem função secretora, como no caso do cavalo. (SILVA, 2019). Glândulas acessórias As glândulas sexuais acessórias nos bovinos, ovinos, suínos, equídeos e caninos são: ampolas, vesículas seminais, próstata e bulbouretrais. Os felinos, como o gato, necessitam das vesículas seminais e o cão das glândulas bulbouretrais e vesículas seminais. A situação, tamanho e quantidade de líquido produzido por cada uma destas glândulas varia entre as espécies domésticas, bem como o volume da ejaculação também é variável entre as espécies (SILVA, 2019) Segundo o autor, produzem o plasma seminal, que constitui a fração líquida da ejaculação e serve, entre outras coisas, como veículo para o transporte dos espermatozoides, como fornecimento de nutrientes, para a limpeza da uretra e como coagulante após a ejaculação. Todas as glândulas acessórias estão rodeadas por uma camada de músculo liso que ajuda a secreção do seu conteúdo durante a ejaculação. Nos bovinos, equídeos e cães, a palpação retal é útil para avaliar algumas patologias. 50 Glândulas acessórias do aparelho reprodutor masculino. 1, uretra; 2, bexiga urinária; 3, ducto deferente; 4, ampola; 5, glândula seminal; 6, próstata; 7, glândula bulbouretral. Fonte: BOETA et al., 2018 apud SILVA, 2019. Glândulas ou vesículas seminais São órgãos pares localizados na cavidade pélvica, têm forma alongada, lobulada e são formados por grandes lóbulos. No touro podem ser apalpadas por via retal, no entanto no cavalo não é uma tarefa fácil apalpá-la. A secreção destas glândulas contribui para o volume total da ejaculação em diferentes proporções segundo a espécie; no caso do touro é de 25 a 30%, no porco de 10 a 30% e no carneiro de 7 a 8 %. No cavalo são considerados como produtoras da última porção da ejaculação em forma de gel (SILVA, 2019). Próstata São conhecidas duas porções: a) Corpo. b) Porção disseminada. A porção disseminada da próstata está distribuída por todo o comprimento da uretra sob uma camada muscular, portanto, não é detectável por palpação. No entanto, no caso do cão a próstata é apalpada na sua totalidade, inserindo um dedo pelo reto; em situações normais deve ser encontrado à entrada da pélvis; quando um animal sofreu o processo de hiperplasia, então tende a ir para baixo da cavidade abdominal. A sua revisão deve ser incluída na avaliação do 51 macho adulto. A secreção da próstata contribui para a formação da ejaculação em diferente proporção dependendo da espécie; nos ruminantes representa 4- 6%, no cavalo 25-30%, no porco 60%, no gato 14%, e no cão 100%, porque é a única glândula acessória que o mesmo possui (SILVA, 2019). Glândulas bulbouretrais Também chamadas glândulas de Cowper, são corpos arredondados compactos em forma de noz e com uma densa cápsula. Elas localizam-se sobre a uretra perto da saída da cavidade pélvica. Não podem ser apalpadas porque estão cobertas por tecido fibroso e por parte do músculo bulbo esponjoso ou bulbouretral. A secreção destas glândulas não faz parte da ejaculação, uma vez que a sua função é basicamente limpar e lubrificar a uretra para a passagem da ejaculação. Isto porque a secreção destas glândulas faz parte da pré-ejaculação. No entanto, no caso do porco, considera-se que faz parte da ejaculação em 15- 30% e que também participa na coagulação do mesmo. No caso do gato, considera-se que 43% da ejaculação provém destas glândulas (SILVA, 2019). Pênis É um órgão que tem dupla função: a expulsão da urina e a deposição do sêmen no aparelho genital da fêmea. Possui três porções: a base, o corpo e a glande. A base é a parte que se insere ao arco isquiático. O corpo constitui a maior proporção do pênis; na parte ventral contém a uretra peniana, rodeada por uma camada de tecido erétil, denominada corpo esponjoso, e duas porções mais deste tecido (localizadas dorsalmente ao corpo esponjoso), denominadas corpos cavernosos. No pênis dos mamíferos encontram-se três corpos cavernosos, que cercam a uretra; conhecidos como esponjoso e cavernoso do pênis e esponjoso da glande. Estes corpos cavernosos têm a propriedade de se encher de sangue e produzir a ereção; no caso do pênis dos carnívoros e equinos (pênis vascular) observam-se grandes espaços, enquanto no pênis fibroelástico (ruminantes e suínos) os corpos cavernosos são menos desenvolvidos. Nestas últimas espécies (ruminantes e suínos) se encontra uma flexura característica (flexura 52 sigmoide ou "S" peniana), a qual se distende pela relaxação dos músculos retratores do pênis durante a ereção e volta a sua posição de descanso pela contração desses músculos (SILVA, 2019). Segundo o autor, a parte anterior do pênis (glande do pênis) tem uma forma diferente de acordo com a espécie. No equino apresenta-se uma glande característica, uma vez que tem o corpo e uma coroa que diferencia a cabeça da glande; também apresenta um prolongamento uretral de aproximadamente 1 cm. O bovino tem a glande em forma de ponta de lança; o ovino e o caprino têm-no semelhante ao bovino, mas com um prolongamento uretral de 4 a 5 cm, o porco, em contrapartida, não tem uma estrutura que se diferencie do corpo do pênis, a glande em si é uma continuação que termina em forma de saca-rolha. O pênis do cão tem o osso peniano, e é considerado que a glande abrange desde a ponta do pênis até o bulbo em sua parte posterior. No caso do gato, além de ter o osso peniano, a glande está rodeada por 100 a 200 papilas cornificadas. A glande é a parte final e distal do pênis. Esta porção é rica em terminações sensitivas, com forma e características específicas segundo a espécie. Deve-se considerar que, no caso do cão a glande abrange até a porção final do bulbo peniano, que é uma estrutura necessária para o "abotoamento" do pênis que ocorre durante a cópula. 53 Glande ou porção distal do pênis. 1, glande; 2, processo uretral; 3, prepúcio; 4, bulbo peniano; 5, espículas. Fonte: BOETA et al., 2018 apud SILVA, 2019. Prepúcio É uma estrutura desenvolvida
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