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1 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 3 
2 INTRODUÇÃO A ANATOMIA E FISIOLOGIA DOS ANIMAIS ........... 4 
2.1 Divisões da Anatomia .................................................................. 4 
3 OSTEOLOGIA VETERINÁRIA ........................................................... 6 
3.1 Sistema esquelético .................................................................... 7 
4 SINDESMOLOGIA (ARTROLOGIA) ................................................ 11 
5 SISTEMA MUSCULAR dos animais ................................................ 18 
5.1 Fisiologia do sistema muscular ................................................. 26 
6 SISTEMA URINÁRIO DOS ANIMAIS .............................................. 32 
6.1 Fisiologia do sistema urinário .................................................... 32 
7 SISTEMA REPRODUTOR EM ANIMAIS ......................................... 43 
7.1 Aparelho reprodutor do macho .................................................. 43 
7.2 Aparelho reprodutor da fêmea ................................................... 54 
8 SISTEMA CIRCULATÓRIO DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS ............ 70 
8.1 A Pequena e a Grande Circulação ............................................ 71 
8.2 Anatomia geral do coração ........................................................ 80 
9 SISTEMA RESPIRATÓRIO ANIMAL ............................................... 82 
9.1 Fisiologia da respiração............................................................. 84 
9.2 Respiração das aves ................................................................. 85 
10 SISTEMA DIGESTÓRIO DOS ANIMAIS ...................................... 87 
10.1 Fisiologia do sistema digestório ............................................. 93 
11 SISTEMA NERVOSO ANIMAL ..................................................... 99 
12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA .............................................. 114 
 
 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é 
semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – 
quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao 
professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre 
o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para 
todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. 
Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo 
de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2 INTRODUÇÃO A ANATOMIA E FISIOLOGIA DOS ANIMAIS 
 
Fonte: goconqr.com 
Anatomia é o ramo da ciência que trata da forma e estrutura dos 
organismos. Etimologicamente, anatomia significa separação ou desassociação 
de partes do corpo. No período inicial de seu desenvolvimento, a anatomia era 
uma simples ciência descritiva, baseada em observações realizadas a olho nu e 
com o uso de instrumentos simples de dissecação – bisturi, pinça e outros. Neste 
campo de pesquisa desenvolveu-se na ciência da anatomia microscópica ou 
histologia, convencionalmente distinguida da anatomia macroscópica 
(RUBINSTEIN, 2019). 
Conhecer a anatomia dos sistemas representa a base para o estudo 
amplo e profundo, além de facilitar a compreensão do funcionamento do corpo 
(SILVA, 2019). 
No sentido amplo, é a ciência que estuda a forma e a estrutura dos seres 
organizados. Já no sentido restrito, essa é a ciência que estuda a forma e a 
estrutura do corpo humano e ou dos animais (MELO, 2010). 
2.1 Divisões da Anatomia 
Segundo o método de observação 
 
 
5 
 
• Anatomia Microscópica (Histologia): Necessita para o seu estudo a 
utilização de um aparelho que aumente as dimensões das estruturas para 
uma melhor observação (microscópio). 
• Anatomia Macroscópica: Não necessita para o seu estudo o uso de 
aparelhos especiais. As estruturas são observadas a olho nu. 
• Anatomia Mesoscópica: Necessita para o seu estudo do uso de um 
aparelho que aumente as dimensões das estruturas, para uma melhor 
observação de forma tridimensional. (MELO, 2010). 
 
Segundo o método de estudo 
 
• Anatomia Sistemática ou Descritiva: Estuda o corpo mediante uma 
divisão por sistemas orgânicos isoladamente. 
• Anatomia Topográfica ou Regional: Estuda o corpo mediante uma 
divisão por segmentos ou regiões. 
• Anatomia por rádio-imagem: Estuda o corpo mediante o uso de imagens 
(Raios X), tomografias, ressonâncias magnéticas. 
• Anatomia de Superfície: Estuda o corpo mediante os relevos e as 
depressões existentes em sua superfície. 
• Anatomia em cortes segmentados: Estuda o corpo mediante o uso de 
cortes seriados para ser associado aos estudos de tomografias e 
ressonâncias magnéticas. 
• Anatomia Comparada: Estuda o corpo humano realizando comparações 
com o corpo dos animais (MELO, 2010). 
A divisão do corpo dos animais domésticos: Divide-se em cinco partes 
fundamentais: Cabeça – pescoço – tronco – membros – cauda. 
• Tronco = tórax, abdome, pelve. 
Membros = torácicos (anteriores) e pelvinos (posteriores). 
 
 
6 
 
 
Fonte: MELO, 2010. 
3 OSTEOLOGIA VETERINÁRIA 
 
Fonte:vetprofissional.com 
A osteologia é o ramo da anatomia que estuda a estrutura, forma e 
desenvolvimento dos ossos e das articulações. Os ossos são órgãos rígidos, 
esbranquiçados, constituídos por tecido conjuntivo mineralizado que reunidos 
entre si participam na formação do esqueleto. Possuem nervos e vasos 
 
7 
 
sanguíneos. O esqueleto é um conjunto de ossos e tecido cartilaginoso unidos 
entre si para dar conformação ao corpo, proteção e sustentação de partes moles 
(MELO, 2010). 
O Sistema esquelético (ou esqueleto) consiste em um conjunto de ossos, 
cartilagens e ligamentos que se interligam para formar o arcabouço do corpo e 
desempenhar várias funções, tais como: proteção (para órgãos como o coração, 
pulmões e sistema nervoso central); sustentação e conformação do corpo; local 
de armazenamento de cálcio e fósforo (durante a gravidez a calcificação fetal se 
faz, em grande parte, pela reabsorção destes elementos armazenados no 
organismo materno); sistema de alavancas que movimentadas pelos músculos 
permitem os deslocamentos do corpo, no todo ou em parte e, finalmente, local 
de produção de várias células do sangue. 
O esqueleto é constituído por ossos e cartilagens, conferindo assim várias 
funções, das quais destacamos segundo Melo (2010): 
• Fixação e alavanca para a musculatura esquelética, (o que confere a 
rigidez que serve de suporte ao corpo humano). 
• Alojamento e proteção de órgãos, (a caixa craniana aloja e protege o 
encéfalo, a caixa torácica protege coração e pulmões). 
• Sustentação de partes moles com a inserção de músculos, locomoção, 
constituindo-se em seu elemento passivo; 
• Hematopoiese, (o tecido esponjoso de alguns ossos com medula 
vermelha produz células sanguíneas). 
• Armazenamento de sais minerais, principalmente cálcio, fósforo, sódio e 
magnésio, (podendo chegar a 60% do peso ósseo, com o cálcio 
correspondendo a 97%). 
3.1 Sistema esquelético 
O esqueleto pode ser dividido inicialmente em três partes: (1) axial, (2) 
apendicular e (3) esplâncnico segundo Campos (2011). 
• O esqueleto axial compreende a coluna vertebral, as costelas, o 
esterno e o crânio. 
 
8 
 
• O esqueleto apendicular inclui os ossos dos membros torácicose 
pélvicos. 
• O esqueleto esplâncnico ou visceral consiste de certos ossos 
desenvolvidos na substância de algumas vísceras ou órgãos moles, 
como por exemplo, o osso hioide (base da língua), o osso do pênis do 
cão e o osso do coração do boi e carneiro. 
O número de ossos do esqueleto de um animal varia em função da 
espécie, idade (fusão dos ossos durante o crescimento), e dentro da mesma 
espécie (CAMPOS, 2011). 
Os ossos são comumente divididos em quatros classes de acordo com 
sua forma e função. Esta classificação não é satisfatória; alguns ossos, por 
exemplo, as costelas e o esterno, não são claramente classificados, e outros 
podem ser invariavelmente classificados (MELO, 2010). 
 
Classificação dos ossos 
 
Há várias maneiras de classificar os ossos. Uma delas é classificá-los por 
sua posição topográfica, reconhecendo-se ossos axiais (que pertencem ao 
esqueleto axial) e apendiculares (que fazem parte do esqueleto apendicular). 
Entretanto, a classificação mais difundida é aquela que leva em consideração a 
forma dos ossos, classificando-os segundo a relação entre suas dimensões 
lineares (comprimento, largura ou espessura), em ossos longos, curtos, planos 
(laminares) e irregulares (MELO, 2010). 
 
Fonte: conhecimentocientifico.r7.com 
 
9 
 
Classificação segundo Melo (2010): 
• Ossos longos: seu comprimento é consideravelmente maior que a largura 
e a espessura. Consiste em um corpo ou diáfise e duas extremidades ou 
epífises. A diáfise apresenta, em seu interior, uma cavidade, o canal 
medular, que aloja a medula óssea. Exemplos típicos são os ossos do 
esqueleto apendicular: fêmur, úmero, rádio, ulna, tíbia, fíbula, falanges. 
• Ossos planos: seu comprimento e sua largura são equivalentes, 
predominando sobre espessura. Ossos do crânio, como o parietal, frontal, 
occipital e outros como a escápula e o osso do quadril, são exemplos bem 
demonstrativos. São também chamados de ossos Laminares. 
• Ossos irregular: apresenta uma morfologia complexa não encontrando 
correspondência em formas geométricas conhecidas. As vértebras e os 
ossos temporais são exemplos marcantes. Estas quatro categorias são 
as categorias principais de se classificar um osso quanto à sua forma. 
• Ossos pneumático: apresenta uma ou mais cavidades, de volume 
variável, revestidas de mucosa e contendo ar. Estas cavidades recebem 
o nome de sinus ou seio. Os ossos pneumáticos estão situados no crânio: 
frontal, maxila, temporal, etmóide e esfenoide. 
• Ossos sesamóide se desenvolve na substância de certos tendões ou da 
cápsula fibrosa que envolve certas articulações. os primeiros são 
chamados intratendíneos e os segundos Peri articulares. A patela é um 
exemplo típico de osso sesamóide intratendíneo. Assim, estas duas 
categorias adjetivam as quatro principais: o osso frontal, por exemplo, é 
um osso plano, mas também pneumático; o maxilar é irregular, mas 
também pneumático, a patela é um osso curto, mas é, também um 
sesamóide (por sinal, o maior sesamóide do corpo). 
 
10 
 
 
Fonte: ortopet.com 
Medula Óssea 
 
A medula é o tecido conjuntivo situado dentro dos ossos capazes de 
produzir células sanguíneas. Quanto a tipologia existe a medula óssea rubra ou 
vermelha: é a medula óssea produtiva. Medula óssea flava ou amarela: tecido 
conjuntivo gorduroso que substitui a medula vermelha (MELO, 2010). 
 
Fonte: Melo, 2010. 
 
11 
 
 
Ossos da coluna vertebral 
 
A coluna vertebral é constituída por sete vértebras cervicais, doze 
torácicas, cinco lombares, cinco sacrais e de número variado entre as espécies, 
as coccígeas. 
Características dos ossos da coluna vertebral segundo Melo (2010): 
• Vértebras cervicais: forames transversos. 
• Vértebras torácicas: fóveas costais. 
• Vértebras lombares: processos mamilares. 
• Vértebras sacrais: fundidas formam o sacro. 
• Vértebras coccígeas: fundidas formam o cóccix, região da calda dos 
animais. 
Coluna vertebral constitui-se no principal órgão de sustentação 
longitudinal do corpo, estendendo-se desde a base do crânio até o final da 
cauda. Situada na linha média do corpo, formada por uma série de estruturas 
articuladas denominadas de vértebras, de formas diferenciadas. Dividida nas 
regiões cervical, torácica, lombar, sacra, coccígea e ou caudal (MELO, 2010). 
4 SINDESMOLOGIA (ARTROLOGIA) 
 
 
Fonte: petescadas.com 
 
 
12 
 
Uma articulação ou juntura é formada pela união de dois ou mais ossos 
ou cartilagens por outro tecido (CAMPOS, 2011). Além de sua função de união, 
um tipo especial de juntura; a juntura sinovial ou articulação propriamente dita é 
constituída de modo a permitir o movimento de um seguimento em relação a 
outro (ALVES, 2011). 
As articulações apresentam certas características podendo ser tanto 
estrutural como funcional que se classificam em três tipos: fibrosa, cartilaginosa 
e sinovial. 
 
Junturas ou Articulações Fibrosas: 
 
Neste grupo, os segmentos estão unidos por tecido fibroso de tal modo 
que impedem os movimentos, assim, elas são frequentemente denominadas 
articulações fixas ou imóveis. Não apresentam cavidade articular. A maioria 
destas articulações é temporária em razão do meio de união ser invadido pelo 
processo de ossificação, resultando numa sinostose (CAMPOS, 2011). 
As principais classes de articulações deste grupo são as seguintes 
segundo Campos (2011): 
• Suturas: são as junturas fibrosas que ocorrem entre os ossos do crânio. 
De acordo com a morfologia das bordas articulares, as suturas 
classificam-se em: Planas (bordas articulares mais ou menos retilíneas, 
como na sutura internasal), Escamosas (bordas articulares encaixando-
se em bisel, como na sutura entre a parte escamosa do temporal e o 
pariental) e Serradas (bordas articulares unindo-se em linha denteada, 
como na sutura interfrontal). No feto a quantidade de tecido conjuntivo 
fibroso entre as bordas articulares é maior, o que confere aos ossos do 
crânio fetal um certo grau de mobilidade. Após o nascimento, com a idade, 
ocorre um processo de ossificação progressiva das suturas. 
• Sindesmoses: São junturas fibrosas que ocorrem entre outros ossos que 
não os do crânio. Como por exemplo, citam-se as uniões fibrosas que 
ocorre entre os ossos metacárpicos e metatársicos do equino e entre o 
rádio e a ulna do cavalo. Com a idade, estas junturas também se 
ossificam. 
 
13 
 
• Gonfose: É um termo especial utilizado para designar a juntura fibrosa 
entre a raiz do dente e seu alvéolo. Para alguns autores, não se trata de 
uma verdadeira juntura, já que os dentes não fazem parte do esqueleto. 
 
Junturas ou Articulações Cartilagíneas: 
 
São aquelas em que o meio de união entre as superfícies articulares é 
constituído por tecido cartilaginoso. Os ossos das articulações estão unidos por 
fibrocartilagens ou cartilagem hialina, ou uma combinação de ambas (CAMPOS, 
2011). 
 
Classificam-se nos seguintes tipos: 
 
• Sincondrose (articulações de cartilagem hialina): este tipo de 
articulação (algumas vezes denominada de articulação cartilaginosa 
primária) é um tipo temporário, visto que a cartilagem hialina se converte 
em osso antes da fase adulta. As epífises e a diáfise de um osso longo 
estão unidas por uma placa epifisária cartilaginosa nos animais jovens. A 
fusão óssea ocorre na fase adulta e a articulação desaparece (CAMPOS, 
2011). Exemplos: sincondrose mandibular nos bovinos, sincondrose, 
esfeno-occipital. Com a idade as sincondroses frequentemente se 
ossificam. 
• Sínfise (Articulação Fibrocartilaginosa): Juntura cartilagínea em que 
os ossos estão unidos por cartilagem fibrosa. Como exemplos, citam-se 
a sínfise pelvina e a união entre os corpos das vértebras (disco 
intervertebral). Como as sincondroses, as sínfises podem se ossificar com 
a idade, reduzindo progressivamente a mobilidade entre os ossos unidos. 
(ALVES, 2011). 
 
Junturas ou Articulações Sinoviais: 
 
Sãoaquelas no qual o meio interposto entre as superfícies articulares é 
um fluído especial o líquido sinovial. Constituem as articulações propriamente 
ditas, junturas que têm a função de, além de unir dois ou mais elementos ósseos, 
 
14 
 
possibilitar o deslocamento de um em relação a outro, resultando em movimento 
dos seguimentos corporais (ALVES, 2011). 
Segundo o autor, as junturas sinoviais são caracterizadas pela presença 
de uma cápsula articular. Esta é uma estrutura membranácea que envolve à 
semelhança de um (manguito) na sua forma mais simples um tubo, as 
extremidades dos ossos que se articulam. Assim, a cápsula articular delimita 
uma cavidade articular na qual está contido o líquido sinovial. A cápsula articular 
é constituída por duas camadas: uma externa, membrana fibrosa, e outra interna, 
membrana sinovial. A membrana fibrosa é resistente, formada por tecido 
conjuntivo denso; em alguns pontos, ela pode ser reforçada por faixas fibrosas 
mais espessas, os ligamentos capsulares. 
A membrana sinovial é lisa, brilhante e reveste inteiramente toda a 
cápsula articular. Em determinados pontos, ela forma expansões, as pregas e 
vilos sinoviais, que se projetam no interior da cavidade articular. É bastante 
inervada e vascularizada. O líquido sinovial, produzido pela membrana sinovial, 
é um fluido claro, transparente e dotado de viscosidade, devido à presença de 
mucinas; contém também albumina, sais, gotículas lipídicas e resíduos 
celulares. Sua função primordial é lubrificar as superfícies articulares de modo a 
reduzir o atrito e desgaste entre elas. Admite-se também que desempenha 
função no transporte de nutrientes para as cartilagens articulares, que são 
avasculares, bem como na remoção de seus catabólicos (ALVES,2011). 
Observe as seguintes estruturas abaixo: (membrana sinovial da cápsula 
articular). As cartilagens articulares são em branco, os ossos estão pontilhados 
e a cavidade articular em negro. 
 
15 
 
 
Fonte: anatomia-papel-e-caneta.com 
Na grande maioria das articulações, a função de união da cápsula articular 
é reforçada pela presença de faixas resistentes de tecido conjuntivo fibroso, os 
ligamentos. Além dos já mencionados ligamentos capsulares, situados na 
espessura da própria cápsula articular, existem ligamentos extra capsulares e 
ligamentos intra-articulares. Os ligamentos extra capsulares, como o nome 
indica, situam-se externamente à cápsula articular. Os ligamentos intra-
articulares situam-se no interior da cavidade articular (ALVES, 2011). 
Segundo o autor, em algumas articulações encontram-se, interpostas 
entre as superfícies articulares, estruturas fibrocartilagíneas, os discos e os 
meniscos intra-articulares. Para eles, admitem-se duas funções: 
• amortecer as pressões sobre a articulação; 
• possibilitar melhor adaptação ou congruência de uma superfície 
articular a outra, facilitando o deslizamento. Meniscos são 
encontrados na articulação do joelho, enquanto disco intra-articular 
ocorre na articulação temporomandibular. 
Também no interior da cavidade articular podem ser encontrados 
acúmulos de tecidos adiposo, revestidos por membrana sinovial, formando 
coxins mais ou menos desenvolvidos, como por exemplo, o coxim adiposo infra 
patelar da articulação do joelho. (ALVES,2011) 
 
16 
 
Os elementos citados até agora são constantes e necessários em todas 
as articulações sinoviais. Outras estruturas entram na constituição das 
articulações de acordo com Alves (2011): 
• Ligamentos: são fortes cintas ou membranas (tecido fibroso branco) que 
unem os ossos entre si. São praticamente inelásticos, com exceção do 
ligamento nucal (tecido elástico). Podem ser subdivididos, de acordo com 
sua localização, em peri ou extra articulares e intra-articulares (não 
necessariamente dentro da cavidade articular). Os situados nos lados de 
uma articulação denominam-se ligamentos colaterais. 
• Discos e meniscos articulares: são placas de fibrocartilagem ou tecido 
fibroso denso embutido entre as cartilagens; dividem a cavidade articular 
parcial ou completamente em dois compartimentos. Tornam mais 
congruentes certas superfícies articulares, permitem maior amplitude e 
variedade de movimentos e diminuem a concussão. Na realidade, 
simplificam o movimento articular. 
• Cartilagem marginal (lábio articular): é um anel de fibrocartilagem que 
rodeia a borda de uma cartilagem articular. Amplia a cavidade e contribui 
na prevenção de fraturas da borda articular. 
 
Principais movimentos executados nas junturas sinoviais: 
 
Em uma articulação, o movimento faz-se em torno de um eixo, que é 
sempre perpendicular do plano no quais os segmentos ósseos envolvidos se 
movimentam. Os principais movimentos executados nas articulações são os 
seguintes segundo Alves (2011): 
• Movimentos angulares: nestes movimentos ocorre diminuição ou 
aumento do ângulo entre o segmento que se desloca e aquele que se 
mantém fixo. No primeiro caso ocorre flexão e no segundo extensão. 
Quando o segmento móvel se aproxima do plano mediano ocorre adução 
e quando se afasta do mesmo plano ocorre abdução. 
• Rotação: é o movimento no qual o segmento gira em torno de seu próprio 
eixo longitudinal. Distinguem-se uma rotação no sentido do plano 
mediano ou pronação e uma rotação em sentido oposto ou supinação. 
 
17 
 
Estes movimentos são muito limitados nos animais domésticos, mas 
rotação típica ocorre na articulação entre atlas e áxis. 
• Circundação: é um movimento complexo, resultante da combinação dos 
movimentos de adução, extensão, abdução, flexão e rotação. O extremo 
distal do segmento que se desloca descreve um círculo e o corpo do 
segmento. 
De acordo com o número de eixos em torno dos quais se se realizam os 
movimentos, as articulações se classificam em 3 tipos segundo Alves (2011): 
• Mono-axiais: quando os movimentos se realizam em torno de um único 
eixo e em um único plano. Permitem apenas flexão e extensão, ocorrendo 
na grande maioria das articulações entre ossos dos membros. 
• Bi-axiais: quando os movimentos podem se realizar em torno de dois 
eixos e, portanto, em dois planos, permitindo flexão e extensão, adução e 
abdução. Um exemplo típico é a articulação temporomandibular. 
• Tri-axiais: quando os movimentos podem ser executados em torno de 
três eixos, permitindo flexão, extensão, adução, rotação e resultando da 
combinação de todos, circundação. Como por exemplo, cita-se a 
articulação do quadril. 
De acordo com a forma das superfícies articulares, as articulações 
classificam-se nos seguintes tipos segundo Alves (2011): 
• Plana: articulação em que as superfícies articulares são planas ou 
ligeiramente curvas, permitindo apenas deslizamento de uma sobre a 
outra em qualquer direção. Exemplos: articulação entre os ossos do 
carpo. 
• Gínglimo: articulação que permite apenas movimentos angulares de 
flexão e extensão, à maneira de dobradiça. O nome, no caso, não se 
refere a morfologia das superfícies articulares, mas ao aspecto o 
movimento executado. Exemplo: articulação do cotovelo. 
• Cilindroide: articulação em que as superfícies articulares são segmentos 
de cilindro, permitindo, portanto, movimentos de rotação. Exemplo: 
articulação entre o atlas e o dente do áxis. 
 
18 
 
• Condilar: articulação em que uma superfície articular ovoide, o côndilo, 
se aloja em uma cavidade elíptica. É do tipo bi-axial, permitindo flexão e 
extensão, adução e abdução. Exemplo: articulação temporomandibular. 
• Esferoide: articulação em que uma das superfícies articulares é um 
segmento de esfera e a oposta é uma concavidade na qual a primeira se 
encaixa. É do tipo tri-axial, permitindo movimentos de flexão, extensão, 
adução, abdução, rotação e circundação. Exemplos: articulações entre a 
cavidade glenóide da escápula e cabeça do úmero (ombro), entre o 
acetábulo e cabeça do fêmur (quadril). 
5 SISTEMA MUSCULAR DOSANIMAIS 
 
Fonte: br.pinterest.com 
O tecido muscular é de origem mesodérmica, sendo caracterizado pela 
propriedade de contração e distensão de suas células, o que determina a 
movimentação dos membros e das vísceras. Há basicamente três tipos de tecido 
muscular segundo Melo (2010): 
• Músculo liso: é o músculo involuntário localiza-se na pele, órgãos 
internos, aparelho reprodutor, grandes vasos sanguíneos e aparelho 
excretor. O estímulo para a contração dos músculos lisos é mediado pelo 
sistema nervoso vegetativo. 
 
19 
 
• Músculo estriado esquelético: é inervado pelo sistema nervoso central e, 
como este se encontra em parte sob controle consciente, chama-se 
músculo voluntário. As contrações do músculo esquelético permitem os 
movimentos dos diversos ossos e cartilagens do esqueleto. 
• Músculo cardíaco: este tipo de tecido muscular forma a maior parte do 
coração dos vertebrados. O músculo cardíaco carece de controle 
voluntário. É inervado pelo sistema nervoso vegetativo. 
 
Musculatura Esquelética 
 
O sistema muscular esquelético constitui a maior parte da musculatura do 
corpo, formando o que se chama popularmente de carne. Essa musculatura 
recobre totalmente o esqueleto e está presa aos ossos, sendo responsável pela 
movimentação corporal. Os músculos esqueléticos estão revestidos por uma 
lâmina delgada de tecido conjuntivo, o perimísio, que manda septos para o 
interior do músculo, septos dos quais se derivam divisões sempre mais delgadas. 
O músculo fica assim dividido em feixes (primários, secundários, terciários). O 
revestimento dos feixes menores (primários), chamado endomísio, manda para 
o interior do músculo membranas delgadíssimas que envolvem cada uma das 
fibras musculares (BRANCALHÃO et al, 2019). 
 
Nomenclatura dos Músculos 
 
Os músculos são denominados de acordo com sua posição no 
esqueleto, como por exemplo: intercostal, peitoral, parótido-auricular, nasal. 
Forma: como por exemplo: trapézio, romboide, serrátil, deltoide, bíceps, tríceps, 
grácil, piriforme. Direção de suas fibras – como por exemplo: reto, oblíquo, 
transverso ou ainda com a ação que executa – como por exemplo: flexor, 
extensor, abdutor, tensor (ALVES, 2011). 
 
Classificação dos Músculos: 
 
Quanto à disposição das fibras musculares: 
 
20 
 
As fibras dos músculos esqueléticos estão paralelas ou obliquamente 
dispostas em relação ao eixo de contração do músculo. Fibras paralelas são 
encontradas nos músculos longos e nos largos. Nos músculos longos dos 
membros, as fibras tendem a convergir para os tendões, conferindo aspecto 
fusiforme ao músculo. Músculo que possuem fibras oblíquas em relação aos 
tendões são denominados peniformes (em forma de pena). Quando as fibras se 
prendem numa só borda do tendão, o músculo é do tipo unipendado, quando as 
fibras se prendem em duas bordas, ele é bipenado e, quando elas se prendem 
em dois ou mais tendões, ele é classificado como multipenado (ALVES, 2011). 
 
 
FONTE: ALVES, 2011. 
 
Quanto à origem: 
Os músculos que se originam por dois, três ou quatro tendões são 
denominados bíceps, tríceps, ou quadríceps, respectivamente. Cada um destes 
tendões de origem é denominado cabeça, daí a razão da denominação destes 
músculos (ALVES, 2011). 
 
Quanto ao ventre muscular: 
A maioria dos músculos esqueléticos possui apenas um ventre. 
Entretanto, alguns apresentam dois ou mais ventres. Os músculos com dois 
ventres são denominados digástricos. Músculos poligástricos são aqueles que 
possuem mais de dois ventres (ALVES, 2011). 
 
Quanto a inserção: 
 
21 
 
 
Alguns músculos inserem-se por dois tendões. Eles são denominados 
bicaudados. Músculos policaudados são aqueles que se inserem por mais de 
dois tendões (ALVES, 2011). 
Quanto a função: 
Agonista: é um músculo ou um grupo dos músculos que provocam 
diretamente o movimento desejado. A ação da gravidade pode também agir 
como um agonista. Por exemplo: se uma pessoa segura um objeto e o dedo, até 
uma mesa a gravidade provoca a descida. A única ação muscular envolvida é a 
de controlar o grau de abaixamento. Exemplo: Flexão do braço (ALVES, 2011). 
Antagonista: são músculos que diretamente se opõem ao movimento 
desejado. Assim, o tríceps do braço, o qual é extensor do antebraço quando age 
como um agonista, é o antagonista dos flexores do antebraço. Dependendo da 
intensidade e força do movimento, os antagonistas podem relaxar-se, ou, por 
processo de alongamento durante a contração, eles podem controlar o 
movimento e torna-lo suave, livre de vibrações e preciso. O termo antagonista é 
pobre, porque tais músculos cooperam mais do que se opõem. A gravidade pode 
também agir como um antagonista, como acontece quando o antebraço é 
flexionado de sua posição anatômica (ALVES, 2011). 
Sinergista: quando um músculo atua no sentido de eliminar algum 
movimento indesejado que poderia ser produzido pelo agonista. 
Inervação e nutrição: sabemos que a atividade muscular é controlada 
pelo SNC. Nenhum músculo pode contrair-se se não receber estímulo através 
de um nervo, se acaso o nervo for seccionado, o músculo deixa de funcionar e 
por esta razão entra em atrofia. Para executar seu trabalho mecânico, os 
músculos necessitam de considerável quantidade de energia (ALVES, 2011). 
Em vista disso os músculos recebem eficiente suprimento sanguíneo 
através de uma ou mais artérias, que neles penetram e se ramificam 
intensamente, nervos e artérias penetram sempre pela face profunda do músculo 
(ALVES, 2011). 
 
 
 
 
 
22 
 
 
A fibra muscular é uma célula cilíndrica ou prismática, longa, de 3 a 12 
centímetros; o seu diâmetro é infinitamente menor, variando de 20 a 100 mícrons 
(milésimos de milímetro), tendo um aspecto de filamento fusiforme. No seu 
interior notam-se muitos núcleos, de modo que se tem a idéia de ser a fibra 
constituída por várias células que perderam os seus limites, fundindo-se umas 
com as outras. Dessa forma, podemos dizer que um músculo esquelético é um 
pacote formado por longas fibras, que percorrem o músculo de ponta a ponta. 
No citoplasma da fibra muscular esquelética há muitas miofibrilas contráteis, 
constituídas por filamentos compostos por dois tipos principais de proteínas –a 
actina e a miosina. Filamentos de actina e miosina dispostos regularmente 
originam um padrão bem definido de estrias (faixas) transversais alternadas, 
claras e escuras. Essa estrutura existe somente nas fibras que constituem os 
músculos esqueléticos, os quais são por isso chamados músculos estriados. Em 
torno do conjunto de miofibrilas de uma fibra muscular esquelética situa-se o 
retículo sarcoplasmático (retículo endoplasmático liso), especializado no 
armazenamento de íons cálcio (GUYTON, 2017). 
Segundo o autor, as miofibrilas são constituídas por unidades que se 
repetem ao longo de seu comprimento, denominadas sarcômeros. A distribuição 
dos filamentos de actina e miosina varia ao longo do sarcômero. As faixas mais 
extremas e mais claras do sarcômero, chamadas banda I, contêm apenas 
filamentos de actina. Dentro da banda I existe uma linha que se cora mais 
intensamente, denominada linha Z, que corresponde a várias uniões entre dois 
filamentos de actina. A faixa central, mais escura, é chamada banda A, cujas 
extremidades são formadas por filamentos de actina e miosina sobrepostos. 
Dentro da banda A existe uma região mediana mais clara –a banda H–que 
contém apenas miosina. Um sarcômero compreende o segmento entre duas 
linhas Z consecutivas e é a unidade contrátil da fibra muscular, pois é a menor 
porção da fibra muscular com capacidade de contração e distensão. 
Contração: ocorre pelo deslizamento dos filamentos de actina sobre os de 
miosina c sarcômero diminui devido à aproximação das duas linhas Z, e a zona 
H chega a desaparecer (GUYTON, 2017). 
A contração do músculo esquelético é voluntária e ocorre pelo 
deslizamento dos filamentosde actina sobre os de miosina. Nas pontas dos 
 
23 
 
filamentos de miosina existem pequenas projeções, capazes de formar ligações 
com certos sítios dos filamentos de actina, quando o músculo é estimulado. 
Essas projeções de miosina puxam os filamentos de actina, forçando-os a 
deslizar sobre os filamentos de miosina. Isso leva ao encurtamento das 
miofibrilas e à contração muscular. Durante a contração muscular, o sarcômero 
diminui devido à aproximação das duas linhas Z, e a zona H chega a 
desaparecer (GUYTON, 2017). 
Constatou-se, através de microscopia eletrônica, que o sarcolema 
(membrana plasmática) da fibra muscular sofre invaginações, formando túbulos 
anastomosados que envolvem cada conjunto de miofibrilas. Essa rede foi 
denominada sistema T, pois as invaginações são perpendiculares as miofibrilas. 
Esse sistema é responsável pela contração uniforme de cada fibra muscular 
estriada esquelética, não ocorrendo nas fibras lisas e sendo reduzido nas fibras 
cardíacas (GUYTON, 2017). 
 
A química da contração muscular 
 
Segundo Guyton (2017), o estímulo para a contração muscular é 
geralmente um impulso nervoso, que chega à fibra muscular através de um 
nervo. O impulso nervoso propaga-se pela membrana das fibras musculares 
(sarcolema) e atinge o retículo sarcoplasmático, fazendo com que o cálcio ali 
armazenado seja liberado no hialoplasma. Ao entrar em contato com as 
miofibrilas, o cálcio desbloqueia os sítios de ligação da actina e permite que está 
se ligue à miosina, iniciando a contração muscular. Assim que cessa o estímulo, 
o cálcio é imediatamente rebombeado para o interior do retículo 
sarcoplasmático, o que faz cessar a contração. 
 
24 
 
 
Fonte: MELO, 2010. 
Segundo o autor, a energia para a contração muscular é suprida por 
moléculas de ATP produzidas durante a respiração celular. O ATP atua tanto na 
ligação da miosina à actina quanto em sua separação, que ocorre durante o 
relaxamento muscular. Quando falta ATP, a miosina mantém-se unida à actina, 
causando enrijecimento muscular. É o que acontece após a morte, produzindo-
se o estado de rigidez cadavérica (rigor mortis). A quantidade de ATP presente 
na célula muscular é suficiente para suprir apenas alguns segundos de atividade 
muscular intensa. A principal reserva de energia nas células musculares é uma 
substância denominada fosfato de creatina (fosfocreatina ou creatina-fosfato). 
Dessa forma, podemos resumir que a energia é inicialmente fornecida pela 
respiração celular é armazenada como fosfocreatina (principalmente) e na forma 
de ATP. Quando a fibra muscular necessita de energia para manter a contração, 
grupos fosfatos ricos em energia são transferidos da fosfocreatina para o ADP, 
que se transforma em ATP. Quando o trabalho muscular é intenso, as células 
musculares repõem seus estoques de ATP e de fosfocreatina pela intensificação 
da respiração celular. Para isso utilizam o glicogênio armazenado no citoplasma 
das fibras musculares como combustível. 
 
Musculatura Lisa 
 
A estriação não existe nos músculos viscerais, que se chamam, portanto, 
músculos lisos. Os músculos viscerais são também constituídos de fibras 
 
25 
 
fusiformes, mas muito mais curtas do que as fibras musculares esqueléticas: 
têm, na verdade, um tamanho que varia de 30 a 450 mícrons. Têm, além disso, 
um só núcleo e não são comandados pela vontade, ou seja, sua contração é 
involuntária, além de lenta. As fibras lisas recebem, também, vasos e nervos 
sensitivos e motores provenientes do sistema nervoso autônomo. Embora a 
contração do músculo liso também seja regulada pela concentração intracelular 
de íons cálcio, a resposta da célula é diferente da dos músculos estriados. 
Quando há uma excitação da membrana, os íons cálcio armazenados no retículo 
sarcoplasmático são então liberados para o citoplasma e se ligam a uma 
proteína, a calmodulina. Esse complexo ativa uma enzima que fosforila a miosina 
e permite que ela se ligue à actina. A actina e a miosina interagem então 
praticamente da mesma forma que nos músculos estriados, resultando então na 
contração muscular (MELO, 2010). 
 
Fonte: Melo, 2010. 
Musculatura Cardíaca 
 
O tecido muscular cardíaco forma o músculo do coração (miocárdio). 
Apesar de apresentar estrias transversais, suas fibras contraem-se 
independentemente da nossa vontade, de forma rápida e rítmica, características 
estas, intermediárias entre os dois outros tipos de tecido muscular. As fibras que 
formam o tecido muscular estriado cardíaco dispõem-se em feixes bem 
compactos, dando a impressão, ao microscópio óptico comum, de que não há 
limite entre as fibras. Entretanto, ao microscópio eletrônico podemos notar que 
 
26 
 
suas fibras são alongadas e unidas entre si através de delgadas membranas 
celulares, formando os chamados discos intercalares, típicos da musculatura 
cardíaca (MELO, 2010). 
A contração muscular segue praticamente os mesmos passos da 
contração no músculo estriado esquelético, com algumas diferenças segundo 
Melo (2010): 
• os túbulos T são mais largos que os do músculo esquelético; 
• retículo sarcoplasmático menor; 
• as células musculares cardíacas possuem reservas intracelulares de íons 
cálcio mais limitada; 
• tanto o cálcio intracelular quanto o extracelular estão envolvidos na 
contração cardíaca: o influxo de cálcio externo age como desencadeador 
da liberação do cálcio armazenado na luz do retículo sarcoplasmático, 
provocando a contração ao atingir as miofibrilas e levando ao relaxamento 
ao serem bombeados de volta para o retículo. 
5.1 Fisiologia do sistema muscular 
Durante o exercício e depois de um período de treinamento, ocorrem 
adaptações no músculo esquelético em níveis macroscópico, microscópico e 
bioquímico. No Galgo de corrida, o músculo compreende 57% da massa 
corporal, isto é, consideravelmente maior do que os 44% encontrados em outros 
cães e os 40% na maioria dos mamíferos estudados. De modo semelhante, o 
músculo esquelético compreende 52% do peso corporal total no Puro-sangue, 
em comparação com 42% em outros cavalos (MORAES et al, 2012). 
 
Tipos de fibra muscular 
 
Foram identificados dois tipos distintos de fibras. As fibras do tipo I (ou de 
contração lenta) apresentam uma área de corte transversal menor e um tempo 
de contração e relaxamento mais lento do que as fibras do tipo II (de contração 
rápida). Em geral, as fibras do tipo I são altamente oxidativas e mais resistentes 
à fadiga do que as fibras do tipo II. As fibras do tipo II podem ser ainda 
subdivididas em fibras dos subtipos IIA, IIB e IIC. O tipo IIA representa fibras 
 
27 
 
mais oxidativas, enquanto o tipo IIB é mais glicolítico, e o tipo IIC parece ter 
capacidade intermediária tanto oxidativa quanto glicolítica. Diferentemente de 
muitas espécies, incluindo os cavalos, todas as fibras musculares do tipo II em 
cães são altamente oxidativas (MORAES et al, 2012). 
Segundo o autor, dentro de uma espécie e entre espécies, a capacidade 
oxidativa do músculo (densidade de volume mitocondrial) e a concentração de 
hemoglobina estão correlacionadas, e, portanto, os músculos oxidativos têm 
aparência mais avermelhada do que seus correspondentes menos oxidativos ou 
mais glicolíticos Podem-se observar diferenças na composição das fibras dos 
músculos dos membros entre raças de ambas as espécies. Essas diferenças 
estão relacionadas com características de desempenho de acordo com a raça 
específica que foi selecionada. No cavalo, essa diferença é mais proeminente 
no músculo glúteo médio, um dos maiores e mais importantes músculos 
responsáveis pela geração da força propulsiva. Existem também variações entre 
as raças e dentro delas na área de corte transversal e na capacidade de 
oxidação das fibras. Embora as proporções entre fibras de contração lenta e 
fibras de contração rápida sejam predominantemente o resultado da constituição 
genética,algumas evidências sugerem que ocorram alterações nas 
propriedades dessas fibras e de seus subtipos em resposta ao treinamento. 
A transição é habitualmente observada para aumentos nas proporções 
das fibras do tipo II A mais oxidativas (i. e., razão aumentada dos tipos IIA/IIB). 
Em cavalos submetidos a vários tipos de treinamento, foram relatados aumentos 
notáveis na densidade de volume das mitocôndrias, bem como aumentos 
concomitantes das enzimas oxidativas envolvidas na produção oxidativa de ATP. 
Os cavalos de elite de resistência exibem porcentagens mais altas de fibras dos 
tipos I e IIA e porcentagens mais baixas de fibras do tipo IIB nos músculos 
glúteos médios do que os competidores comuns. Em provas de resistência nos 
seres humanos, vários relatos associaram uma alta proporção de fibras de 
contração lenta nos músculos ativos com um desempenho superior. Em 
contrapartida, os atletas de velocidade habitualmente exibem maior 
porcentagem de fibras musculares do tipo IIB em seus músculos locomotores. 
Recrutamento das fibras musculares. Para a manutenção da postura e em 
baixas intensidades de exercício, apenas as fibras do tipo I e algumas fibras do 
 
28 
 
tipo IIA precisam ser recrutadas; por conseguinte, é desejável que essas fibras 
sejam resistentes à fadiga (MORAES et al, 2012). 
Segundo o autor, à medida que a carga de trabalho aumenta, é necessário 
o desenvolvimento de mais tensão, e ocorre recrutamento de maior número de 
fibras do tipo IIA. As contrações muito enérgicas necessárias para a rápida 
aceleração e geração de força resultam no recrutamento de mais fibras do tipo 
IIB. Um aumento na intensidade do exercício irá resultar no recrutamento 
progressivo das fibras de contração mais rápida e mais potentes. Todavia, se for 
realizado um exercício prolongado de baixa intensidade, ocorre recrutamento 
progressivo das fibras I até as fibras IIB para manter o nível de trabalho 
necessário, à medida que as fibras musculares recrutadas entram em fadiga. À 
medida que o animal se aproxima da exaustão, todas as unidades motoras, 
independentemente do tipo, podem ser usadas. Isso sugere que, durante o 
exercício submáximo prolongado, algumas unidades motoras sofrem exaustão 
e desligam-se do processo contrátil, à medida que outras são adicionadas. Por 
outro lado, em condições de exercício em que há necessidade de produção de 
tensão muscular máxima, como, por exemplo, Quarto de Milha ou Puro-sangue 
em corrida, todos ou quase todos os tipos de fibras musculares são recrutados 
desde o início dos exercícios. 
 
Alterações nos tipos de fibras musculares 
 
O músculo esquelético tem a capacidade de se adaptar a uma ampla 
variedade de padrões contráteis na vida diária de um animal. Uma propriedade 
desse tecido que possibilita essas adaptações é a maior aptidão de algumas 
unidades motoras do que outras a determinados tipos de atividade. Por exemplo, 
o maior potencial oxidativo das unidades motoras dos tipos I e IIA, em relação 
às unidades do tipo IIB, as torna mais apropriadas para uma atividade 
prolongada, quando as reservas de energia podem ser usadas com maior 
vantagem. Por outro lado, as fibras do tipo IIB são mais apropriadas para 
padrões contráteis intensos e curtos, nos quais há necessidade de produção de 
lactato e tolerância a ele. Por conseguinte, não é surpreendente que se tenha 
constatado que os cavalos de elite de resistência tenham altas proporções de 
fibras dos tipos I e IIA, enquanto os animais que realizam atividades de alta 
 
29 
 
velocidade (p. ex., Quartos de Milha e Puros-sangues de corrida) tendem a exibir 
proporções mais altas de fibras musculares dos tipos IIA e IIB (MORAES et al, 
2012). 
 
Área da fibra 
 
Além da importância das proporções das fibras dos tipos I e II para a 
função muscular e para a avaliação da capacidade atlética, a área de corte 
transversal das fibras individuais também desempenha um papel significativo, 
visto que influencia a produção de energia efetiva. Quanto maior a área de corte 
transversal de uma fibra muscular, maior o potencial de produção de força 
efetiva. Por conseguinte, nos locais onde há necessidade de aceleração 
explosiva, é desejável o recrutamento das fibras do tipo IIB maiores do que das 
fibras do tipo IIA menores. Entretanto, como elas habitualmente têm baixa 
capacidade oxidativa e dependem principalmente de reservas muito limitadas de 
carboidratos (glicose, glicogênio), essas fibras rapidamente se tornam fatigadas 
e de pouca utilidade para fornecer força ao exercício de resistência, para o qual 
são necessárias fibras altamente oxidativas, que têm melhor capacidade de usar 
as reservas de gordura energeticamente abundantes. O Quarto de Milha tem 
fibras do tipo IIB com a maior área de corte transversal, constituindo cerca de 
54% da massa muscular, enquanto as contribuições das fibras IIB nos Puros-
sangues e na raça padrão são de 46 e 37%, respectivamente (MORAES et al, 
2012). 
Segundo o autor, a manutenção da contração muscular durante o 
exercício exige o fornecimento de grandes quantidades de energia química. 
Embora diversas fontes de energia sejam disponíveis, o trifosfato de adenosina 
(ATP) é o veículo intracelular universal da energia química no músculo 
esquelético. 
 
Energia para contração muscular 
 
Durante o trabalho muscular, o ATP é hidrolisado a difosfato de adenosina 
(ADP) no músculo esquelético, com liberação de fosfato inorgânico e energia 
pela miosina ATPase. Durante esse processo, ocorre liberação de uma grande 
 
30 
 
quantidade de energia potencial química na forma de energia cinética. Uma vez 
liberada, essa energia pode ser utilizada pelas proteínas contráteis do músculo 
para gerar força. Todavia, em condições normais, existe apenas uma quantidade 
limitada de ADP no músculo esquelético, que é suficiente para manter a 
contração muscular por apenas alguns segundos. Existem dois processos 
distintos que proporcionam a reposição intracelular de ATP: (i) a fosforilação 
oxidativa (aeróbica), em que os principais substratos consistem nos ácidos 
graxos não esterificados (AGNE) circulantes e na glicose, juntamente com o 
glicogênio intramuscular e triglicerídeos; e (ii) a fosforilação anaeróbica, em que 
o ATP é regenerado a partir da depleção do fosfato de creatina, glicose circulante 
e reservas locais de glicogênio. Dependendo do tipo de exercício, ocorre um 
equilíbrio entre as contribuições da fosforilação oxidativa e da fosforilação 
anaeróbica (MORAES et al, 2012). 
Por conseguinte, durante o exercício intenso de curta duração, como a 
corrida, a liberação de energia irá envolver, em grande parte, as vias 
anaeróbicas. Em contrapartida, depois do período transitório inicial (primeiro 
minuto), o exercício de resistência (endurance) depende quase exclusivamente 
da fosforilação oxidativa. Regulação da utilização de substrato. A regulação da 
utilização de substrato envolve uma complexa regulação metabólica nas células 
musculares. Durante os períodos em que o fluxo sanguíneo para o músculo é 
adequado para fornecer oxigênio e AGNE, os ácidos graxos parecem constituir 
o substrato metabólico preferido. Em consequência, o metabolismo da glicose e 
do glicogênio são parcialmente inibidos. Entretanto, quando a oxidação dos 
ácidos graxos é incapaz de atender às necessidades energéticas das células 
musculares, seja devido a um elevado gasto de energia muscular, seja devido a 
um fluxo sanguíneo inadequado (liberação de oxigênio), a inibição do 
metabolismo da glicose/glicogênio é liberada, e ocorre glicólise (MORAES et al, 
2012). 
 
Utilização de substrato no cavalo em atividade física 
 
Durante o exercício, as necessidades metabólicas do músculo variam de 
acordo com a duração e/ou a intensidade do trabalho. Em consequência do 
controle metabólico preciso que ocorre no músculo esquelético, um sistema 
 
31 
 
altamente reguladoopera, no qual a contribuição mais efetivadas diversas vias 
produtoras de energia ocorre em qualquer momento determinado. Essas 
contribuições estão diretamente relacionadas com a força e a velocidade da 
contração muscular, a disponibilidade de substratos e/ou a presença de 
metabólitos. Quando o exercício começa, a fonte de energia imediata é fornecida 
pelo ATP localmente disponível. Entretanto, as reservas de ATP do músculo 
esquelético são muito limitadas, e, durante a contração fisiológica, as 
concentrações de ATP são mantidas próximo aos níveis de repouso à custa das 
reservas de fosfato de creatina. O fosfato de creatina é capaz de doar o seu 
fosfato de alta energia e, portanto, passa a constituir uma importante fonte de 
energia para o músculo em atividade. Os níveis de fosfato de creatina também 
são limitados no músculo esquelético, e, se o exercício prosseguir, tornam-se 
necessários outros mecanismos para o fornecimento de energia. A glicólise, com 
a produção de piruvato e, em certo grau, de lactato, fornece o suprimento 
contínuo de energia. Em aproximadamente 30 segundos após o início do 
exercício, os processos glicolíticos alcançam a sua produção máxima de 
energia. Como o músculo do equino apresenta uma grande capacidade de 
armazenamento de glicogênio, esse substrato é capaz de fornecer uma 
considerável fonte de energia, particularmente durante curtos períodos de 
exercício de alta intensidade. Entretanto, durante o exercício de baixa 
intensidade, a gordura representa a principal de energia. Assim, de acordo com 
a intensidade do exercício, ocorre um equilíbrio entre as vias anaeróbica 
(glicose/glicogênio) e aeróbica (glicose/glicogênio/gordura). A pressão de 
oxigênio nos miócitos em contração, as atividades das enzimas 
mitocondriais/citosólicas e o ambiente intramuscular hormonal ou físico-químico 
determinam a extensão com que os processos metabólicos glicolítico e oxidativo 
contribuem para a energética do musculo (MORAES et al, 2012). 
 
32 
 
6 SISTEMA URINÁRIO DOS ANIMAIS 
 
Fonte: vetsmart.com 
O sistema Urinário é composto pelos rins, ureteres, bexiga e uretra e está 
divido em trato urinário superior composto pelos rins, e trato urinário inferior que 
é o conduto para o transporte dos restos urinários dos rins para o exterior, 
através de ureteres pareados, bexiga urinária e uretra (COSTA, 2019). 
Segundo o autor, o rim é o principal órgão envolvido na constante 
homeostase do organismo. O papel homeostático exercido por este órgão 
compreende a produção de urina e consequente eliminação dos resíduos 
metabólicos, manutenção das concentrações de cloreto de sódio e água e 
regulação do equilíbrio ácido-base. Os rins também possuem uma função 
endócrina que consiste na produção e liberação de renina, eritropoietina, 1,25 
di-hidroxicolecalciferol (calcitriol), cininas e prostaglandinas. 
O rim é um órgão par, situado retroperitonealmente, que pousa sob os 
músculos sublombares, um de cada lado da coluna vertebral. Cada rim tem um 
polo cranial e um caudal, uma borda medial e uma lateral, uma superfície dorsal 
e uma ventral. O hilo renal está situado na borda medial, pelo qual passam o 
ureter, veias e artérias renais, vasos linfáticos e nervos. O polo cranial de cada 
 
33 
 
rim é revestido com peritônio em ambas as superfícies, dorsal e ventral, 
enquanto o polo caudal é coberto somente na superfície ventral (COSTA, 2019). 
De acordo com o autor, cães e gatos possuem rins unilobares (ou 
unipiramidais) revestidos por uma cápsula fibrosa rígida que limita a expansão 
do tecido renal. A cápsula adiposa, que reveste parcialmente o rim, estende-se 
através do hilo para dentro do sino renal. O parênquima renal, localizado entre a 
cápsula e o sino renal, é constituído pela medular e córtex. A medular apresenta 
uma porção externa e uma interna, que ficam próximas ao córtex e à pelve 
respectivamente. A medular exibe uma cor cinza-pálida, tendo os 20 gatos uma 
papila renal única, enquanto que os cães têm uma papila fundida parecida com 
cristas. Essas papilas por sua vez, são cercadas por cálices menores que se 
unem formando cálices maiores, que se esvaziam na pelve renal onde a urina é 
coletada antes de entrar nos ureteres. 
No parênquima renal localizam-se os néfrons que são as unidades 
funcionais dos rins. O néfron consiste de um alongado túbulo que 
começa no corpúsculo renal e acaba conectado com o ducto coletor. 
O corpúsculo renal é composto pela cápsula glomerular, que abrange 
totalmente uma rede capilar esférica chamada glomérulo (COELHO, 
2002; CARVALHO, 2008 apud COSTA, 2019). 
Os rins do cão, têm formato de feijão. O rim direito localiza-se 
normalmente abaixo das três primeiras vértebras lombares e o esquerdo, entre 
a segunda e a quarta; porém, essas disposições podem variar e os rins podem 
ir além de uma vértebra a mais caudalmente. O rim direito está relacionado 
medialmente à glândula adrenal direita e à veia cava caudal, lateralmente à 
última costela e à parede abdominal e ventralmente ao fígado e ao pâncreas. O 
rim esquerdo está cranialmente relacionado ao baço, medialmente à glândula 
adrenal esquerda e à aorta, lateralmente à parede abdominal e ventralmente ao 
cólon descendente (COSTA, 2019). 
Em cadelas, o polo caudal dos rins chega próximo ou faz contato com 
os mesovários. As artérias renais, bem como os ramos diretos da aorta, 
geralmente se dividem antes da entrada nos rins. As veias renais 
afluem diretamente na veia cava caudal. Gatos possuem os rins 
relativamente maiores, mais curtos e mais densos que os rins dos cães 
e são facilmente palpáveis; possuem uma aparência mais distinta das 
veias capsulares que se encaminham em direção ao hilo, onde 
desembocam na veia renal. Ao corte, o rim possui uma cor vermelha a 
vermelho-amarelada, em virtude de uma abundância de gordura 
intracelular contida nos túbulos contorcidos proximais. A musculatura 
da pelve renal é mais forte na passagem para o ureter, presume-se que 
 
34 
 
seja para impelir a urina no tubo que se estreita (DYCE et al., 2010 
apud COSTA, 2019). 
6.1 Fisiologia do sistema urinário 
Os rins consistem em um par de órgãos suspensos da parede dorsal do 
abdome por uma prega peritoneal e vasos sanguíneos que os irrigam. Possuem 
uma localização ligeiramente cranial à região lombar média. Por serem 
separados da cavidade abdominal pelo seu revestimento de peritônio, são 
denominados estruturas retroperitoneais. O sangue é transportado até cada rim 
por uma artéria renal, e o sangue venoso sai de cada rim por uma veia renal. A 
artéria renal origina-se diretamente a partir da aorta, e a veia renal desemboca 
diretamente na veia cava caudal. O rim é descrito como uma estrutura em 
formato de feijão na maioria dos animais domésticos. Entretanto, no cavalo, é 
descrito como uma estrutura cordiforme e, no gado, aparece lobulado. Quando 
se efetua um corte sagital mediano através do rim, observam-se um córtex 
externo e uma medula interna. As estrias da medula são formadas pela 
disposição anatômica das principais partes que ocupam a medula, a alça de 
Henle dos néfrons de alças longas e a porção medular dos túbulos coletores (ver 
seção Néfron) (REECE, 2017). 
Segundo o autor as porções medulares dos túbulos coletores são 
conhecidas como ductos coletores. O hilo renal é a área entalhada na borda 
côncava do rim, através do qual o ureter, os vasos sanguíneos, os nervos e os 
linfáticos entram ou saem. A pelve é a origem alargada do ureter no rim. A 
descarga final de urina a partir dos numerosos ductos coletores é recebida pela 
pelve renal. O ureter é o túbulo muscular (de músculo liso) que transporta a urina 
da pelve renal até a bexiga. A bexiga é um órgão muscular (de músculo liso) oco, 
cujo tamanho varia, dependendo da quantidade de urina nele contida em 
qualquer momento. O músculo liso da bexiga é conhecido como músculo 
detrusor. O colo da bexiga é a continuaçãocaudal da bexiga que leva até a 
uretra. O músculo liso do colo é misturado com uma quantidade considerável de 
tecido elástico e atua como esfíncter interno. A uretra é a continuação caudal do 
colo da bexiga. Transporta a urina da bexiga até o exterior. O esfíncter externo 
situa-se depois do colo; é composto de músculo esquelético que, nesse local, 
 
35 
 
circunda a uretra. O limite funcional entre a bexiga e a uretra é representado por 
esse esfíncter. 
 
Vista lateral de fêmea de cão, mostrando a localização geral dos rins, dos ureteres, da bexiga, 
uretra, óstio da uretra e vagina. De Reece W.O. (2009) Functional Anatomy and Physiology of 
Domestic Animals, 4th edn. Wiley-Blackell, Ames, IA. Reproduzida, com autorização, de Wiley. 
Fonte: REECE, 2017. 
 
 
36 
 
Vista ventral dos rins de cão, mostrando as artérias renais, veias renais e ureteres e suas 
posições em relação à aorta, veia cava e glândulas adrenais. De Reece W.O. (2009) Functional 
Anatomy and Physiology of Domestic Animals, 4th edn. Wiley-Blackell, Ames, IA. Reproduzida, 
com autorização, de Wiley. Fonte: REECE, 2017. 
 
Rim direito, vista ventral. A. Cavalo. B. Vaca. C. Ovelha. Representam, respectivamente, rins 
cordiforme, lobulado e em formato de feijão. (1) Artéria renal; (2) veiarenal; (3) ureter. De Reece 
W.O. (2009) Functional Anatomy and Physiology of Domestic Animals, 4th edn. Wiley-Blackell, 
Ames, IA. Reproduzida, com autorização, de Wiley 
 
37 
 
 
Plano sagital mediano do rim de cavalo, mostrando o córtex, a medula, a pelverenal, o hilo, o 
ureter, a artéria renal e a veia renal. Adaptada de Reece W.O. (2009) FunctionalAnatomy and 
Physiology of Domestic Animals, 4th edn. Wiley-Blackell, Ames, IA. Reproduzida, com 
autorização, de Wiley. 
O néfron é a unidade funcional do rim. É essencial adquirir uma 
compreensão da função do néfron para entender a função renal. O número de 
néfrons varia consideravelmente entre as espécies. Em uma determinada 
espécie, o número de néfrons é relativamente constante. Tendo em vista as 
diferenças de tamanho entre as várias raças de cães, seria possível imaginar 
que os rins dos cães de grande porte pudessem conter um maior número de 
néfrons do que os rins de cães de pequeno porte. Entretanto, isso não ocorre, e 
o maior tamanho dos rins nos cães de grande porte é compensado pela presença 
de néfrons maiores, em lugar de néfrons mais numerosos (REECE, 2017). 
Segundo o autor, o rim dos mamíferos possui dois tipos principais de 
néfrons, identificados pela (i) localização de seus glomérulos e (ii) profundidade 
de penetração das alças de Henle dentro da medula. Os néfrons com glomérulos 
localizados nas partes externas e média do córtex são denominados néfrons 
cortimedulares ou superficiais. Esses néfrons estão associados a uma alça curta 
 
38 
 
de Henle, que se estende até a junção do córtex com a medula ou até a zona 
externa da medula. Os néfrons com glomérulos localizados no córtex, próximo à 
medula, são conhecidos como néfrons justa medulares. Os néfrons 
justamedulares estão associados a alças longas de Henle que se estendem mais 
profundamente dentro da medula; alguns estendem-se até alcançar a pelve 
renal. 
Os néfrons justamedulares são os que desenvolvem e mantêm o 
gradiente osmótico do líquido intersticial da medula, de baixo para cima na 
medula externa para a medula interna, respectivamente. A porcentagem de 
néfrons que apresentam alças longas de Henle (néfrons justamedulares) varia 
entre espécies de animais e inclui desde 3% no porco até 100% no gato. Nos 
seres humanos, a porcentagem de néfrons de alças longas é de cerca de 14%. 
Entretanto, é importante assinalar que o líquido tubular de todos os néfrons 
(corticais e justamedulares) deságua em ductos coletores compartilhados, que 
seguem o seu percurso pela medula até a pelve renal. Por conseguinte, 
independentemente da influência dos diferentes tipos de néfrons sobre o líquido 
tubular, o débito final de cada néfron está sujeito aos mesmos fatores que afetam 
a concentração da urina (influência medular) (REECE, 2017). 
 
Componentes do néfron 
A Figura abaixo mostra um néfron típico, com suas partes componentes. 
O glomérulo é o tufo de capilares através dos quais ocorre filtração. Os capilares 
glomerulares são cobertos por células epiteliais, e o glomérulo total é envolvido 
pela cápsula de Bowman, que coleta o filtrado glomerular para o seu transporte 
através dos túbulos e ductos do néfron. A arteríola aferente transporta sangue 
para o glomérulo, enquanto a arteríola eferente leva o sangue do glomérulo. O 
sangue que deixa o glomérulo pelas arteríolas eferentes é redistribuído em outro 
leito de capilares, conhecidos como capilares peritubulares, que perfundem os 
túbulos do néfron. Os vasos retos são ramos capilares dos capilares 
peritubulares associados aos néfrons de alça longa. Após a perfusão dos rins, o 
sangue retorna à veia cava caudal pelas veias renais (REECE, 2017). 
 
39 
 
 
Tipos de néfrons de mamíferos: A. néfron justamedular (de alça longa); B. néfroncortical. De 
Reece W.O. (2009) Functional Anatomy and Physiology of Domestic Animals, 4thedn. Wiley-
Blackell, Ames, IA. Reproduzida, com autorização, de Wiley. 
Túbulos e ductos dos néfrons 
O filtrado do glomérulo é coletado pela cápsula de Bowman e, 
subsequentemente, direcionado através dos túbulos proximais contorcidos, 
situados no córtex do rim. O túbulo proximal continua-se pela alça de Henle, que 
mergulha na medula. A alça de Henle consiste em um ramo descendente e um 
ramo ascendente. O ramo ascendente retorna a seu glomérulo de origem no 
córtex, onde a sua extremidade apresenta um segmento espesso, conhecido 
como mácula densa. Depois da mácula densa, o túbulo é conhecido como túbulo 
distal, localizado totalmente no córtex renal, que termina com seu respectivo 
túbulo conector, que desemboca em um túbulo coletor cortical. O túbulo coletor 
cortical não é exclusivo de um único néfron, visto que recebe o líquido tubular da 
parte contorcida de vários túbulos distais. Quando o túbulo coletor afasta-se do 
 
40 
 
córtex e penetra na medula, passa a ser conhecido como ducto coletor. 
Gerações sucessivas de ductos coletores coalescem para formar ductos 
coletores progressivamente maiores. O líquido tubular é finalmente 
descarregado dos ductos coletores maiores para dentro da pelve renal e, a partir 
daí, transportado pelos ureteres até a bexiga para armazenamento, até a sua 
liberação através da uretra (REECE, 2017). 
 
 Alça de Henle 
 
A alça de Henle é composta de três segmentos: o ramo descendente 
delgado, o ramo ascendente delgado e o ramo ascendente espesso. A 
espessura relativa desses três segmentos resulta de diferenças nas células 
epiteliais e não se refere a mudanças no diâmetro do lúmen. O segmento 
descendente delgado de cada alça é contínuo com o segmento ascendente 
delgado na curva em formato de grampo. Os ramos descendentes dos néfrons 
corticais só se estendem até a face externa da medula externa. Os néfrons 
justamedulares são os néfrons de alças longas, que possuem ramos 
descendentes que podem se estender até a pelve renal. O segmento delgado do 
ramo descendente é um túbulo reto que é a continuação do túbulo proximal e 
que é seguido, depois da curva em formato de grampo, pelo ramo ascendente 
delgado. O segmento espesso do ramo ascendente é um túbulo reto que provém 
do ramo ascendente delgado. O segmento espesso do ramo ascendente da alça 
de Henle retorna, em seu trajeto ascendente, até o glomérulo de origem, passa 
entre as arteríolas aferente e eferente e, a partir daí, prossegue como túbulo 
distal até o túbulo coletor cortical (REECE, 2017). 
 
41 
 
 
O néfron funcional com seu suprimento sanguíneo. Um néfron justamedular émostrado, 
exibindo os vasos retos. (1) Cápsula de Bowman; (2) túbulo proximal; (3) 
ramodescendente da alça de Henle;(4) ramo ascendente delgado da alça de Henle; (5) 
ramoascendente espesso da alça de Henle; (6) túbulo distal; (7) túbulo conector; (8) 
túbulo coletorcortical; (9) ducto coletor medular externo; (10) ducto coletor medular 
interno; (11) arteríolaaferente; (12) glomérulo; (13) arteríola aferente; (14) capilares 
peritubulares; (15) vasos retos;(16) veia renal. O ramo ascendente espesso da alça de 
Henle transforma-se em túbulo distalquando passa entre as arteríolas aferente e 
eferente no glomérulo (localização da mácula densa).Adaptada de Reece W.O. (2009) 
Functional Anatomy and Physiology of Domestic Animals, 4thedn. Wiley-Blackell, Ames, 
IA. Reproduzida, com autorização, de Wiley.Fonte: REECE, 2017. 
 
42 
 
 
Resumo do fluxo sanguíneo renal e do fluxo de líquido tubular relacionado com onéfron. 
A fração do plasma filtrado no glomérulo entra na cápsula de Bowman como 
filtradoglomerular. Segue pelos túbulos e ductos do néfron na forma de líquido tubular. 
O líquidotubular está sujeito a reabsorção e secreção e penetra na pelve renal como 
urina. Após a remoçãoda fração de filtração do plasma no glomérulo, o sangue 
remanescente que entra na arteríolaeferente é distribuído por meio dos capilares 
peritubulares até os túbulos proximais, vasos retos etúbulos distais para troca com o 
líquido tubular. A urina é finalmente eliminada da bexiga pelamicção. Adaptada de 
Reece W.O. (2009) Functional Anatomy and Physiology of DomesticAnimals, 4th edn. 
Wiley-Blackell, Ames, IA. Reproduzida, com autorização, de Wiley.Fonte: REECE, 2017. 
 
 
 
 
43 
 
7 SISTEMA REPRODUTOR EM ANIMAIS 
 
Fonte: anatosistemica.wordpress 
Conhecer a anatomia de um aparelho representa a base para seu estudo 
amplo e profundo, além de facilitar a compreensão de seu funcionamento. Por 
isso é importante o conhecimento da anatomia funcional do aparelho reprodutor, 
já que sua análise permite fixar sólidas bases para o estudo do fenômeno pelo 
qual se perpetuam as espécies: a reprodução. Para facilitar o estudo do aparelho 
reprodutor do macho, seus órgãos podem ser classificados de acordo com sua 
localização anatômica, em órgãos genitais internos (que compreendem os 
ductos deferentes, as glândulas acessórias e a uretra pélvica) e órgãos genitais 
externos (testículos com seu epidídimo). O testículo também foi considerado 
como órgão sexual primário, enquanto os ductos excretores, glândulas 
acessórias, pênis e prepúcio são considerados órgãos sexuais secundários. O 
aparelho reprodutor da fêmea é dividido em ovários e órgãos tubulares (útero, 
oviduto, cérvix, vagina e vulva) (SILVA, 2019). 
7.1 Aparelho reprodutor do macho 
Para avaliar a capacidade reprodutiva dos machos, é primordial conhecer 
a anatomia e a fisiologia do aparelho reprodutor. Os órgãos genitais incluem 
testículos, epidídimos, canais deferentes, ampolas deferentes, uretra, glândulas 
acessórias (próstata, glândulas seminais e glândulas bulbouretrais), pênis e 
 
44 
 
prepúcio, que apresentam diferenças entre as espécies domésticas SILVA, 
2019). 
Segundo o autor, o sistema genital masculino compreende os órgãos 
envolvidos no desenvolvimento, no amadurecimento, no transporte e no 
armazenamento dos gametas masculinos (espermatozoides). Ele consiste em 
um par de testículos, o ducto contorcido do epidídimo, o ducto deferente, a uretra 
e as glândulas genitais acessórias. Os testículos produzem esperma e 
hormônios. O epidídimo armazena espermatozoides durante seu 
amadurecimento antes de passarem para o ducto deferente e pela uretra. As 
glândulas acessórias também liberam suas secreções na uretra e contribuem 
para o volume do sêmen. A parte distal da uretra forma o caminho combinado 
para a passagem tanto da urina como do sêmen. O pênis é o órgão copulador 
masculino e deposita sêmen no trato reprodutor feminino. 
Órgãos genitais de gato e cão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: KONIG & LIEBICH, 2016 apud SILVA, 2019. 
 
 
 
 
 
45 
 
 
 
 
 
 
 
 
Órgãos genitais do cachaço (Reprodutor suíno). Fonte: KONIG & LIEBICH, 2016 apud 
SILVA, 2019. 
 
 
 
 
 
 
Órgãos genitais do touro (Reprodutor bovino). Fonte: KONIG & LIEBICH, 2016 apud 
SILVA, 2019. 
 
 
 
46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Órgãos genitais do garanhão (Reprodutor equino). Fonte: KONIG & LIEBICH, 
2016 apud SILVA, 2019. 
 
Testículos 
 
Testículo, epidídimo e ducto deferente do um touro (secção mediana). Fonte: KONIG & 
LIEBICH, 2016 apud SILVA, 2019. 
 
 
47 
 
Os testículos são os órgãos sexuais primários que têm como funções 
principais a produção de espermatozoides (função exócrina) e a produção de 
hormonas esteroides (função endócrina). Ambas as funções são reguladas por 
três diferentes controles, segundo Silva (2019): 
1. Circuito longo: hipotálamo, hipófise, gônada. 
2. Circuito curto: hipotálamo-hipófise. 
3. Circuito extra corto ou parácrino: entre o túbulo seminífero (células de 
Sertoli-células germinativas) e tecido intersticial (células de Leydig, fluido 
intersticial e vários outros componentes químicos e celulares). 
Macroscopicamente se diferenciam duas estruturas: túnica albugínea ou 
túnica vaginal própria, a qual está revestindo a gônada e o parênquima testicular 
no que se encontram os túbulos seminíferos. A túnica albugínea é uma 
membrana fibrosa que envia projeções para o interior do testículo que servem 
como suporte para o parênquima testicular, que aloja os túbulos seminíferos, 
onde as espermatogônias sofrem mudanças até se transformarem em 
espermatozoides. Estes, uma vez produzidos, passam aos ductos eferentes, os 
quais levam os espermatozoides até o epidídimo. A posição dos testículos no 
escroto e a direção do seu eixo longitudinal em relação ao corpo variam com as 
espécies. Nos ruminantes são pêndulos os com seu eixo longitudinal em posição 
vertical; nos equinos e caninos o eixo longitudinal se aproxima muito da 
horizontalidade; e no porco o eixo se encontra diagonal. O escroto, além de 
proteger o testículo, ajuda por meio de sua túnica dartos, juntamente com o 
músculo cremaster e a disposição anatômica da veia espermática do plexo 
pampiniforme, que tem como função manter uma temperatura ideal para a 
termorregulação da espermatogênese (SILVA, 2019). 
Segundo o autor, para favorecer a espermatogênese, as gônadas 
masculinas migram de sua posição de desenvolvimento dentro da cavidade 
abdominal para o processo vaginal, processo denominado de descida testicular. 
A descida testicular é vital para a produção dos gametas masculinos 
(espermatogênese) nos mamíferos domésticos, já que a posição do escroto 
reduz a temperatura dos testículos em comparação à temperatura corporal. A 
impossibilidade de um ou de ambos os testículos realizarem a descida testicular 
se chama criptorquidismo e acredita-se que se trate de uma condição hereditária. 
Portanto, criptorquídeos não devem ser usados para reprodução. 
 
48 
 
Microscopicamente, o testículo é organizado pelos túbulos seminíferos, dentro 
dos quais a espermatogênese é realizada. 
Dentro dos túbulos encontram-se as células de Sertoli e as 
espermatogônias em diferentes estágios de maturação; fora dos túbulos no 
espaço intersticial, encontram-se o tecido e o fluido intersticial, composto por 
vasos sanguíneos, linfáticos e células de Leydig. Cada túbulo seminífero termina 
em um túbulo reto, o conjunto dos quais forma a rete testis, formando um único 
túbulo com o qual inicia-se o ducto epididimário. Se for feita uma incisão 
transversal do testículo, pode observar-se que cada gónada está rodeada, de 
dentro para fora, por uma túnica albugínea, semelhante a uma fáscia; uma túnica 
vaginal, que se divide em visceral e parietal, que é uma extensão do peritônio e 
que passa através da parede abdominal pelo canal inguinal; a túnica dartos, que 
é uma camada fibroelástica de músculo liso, e o escroto que é uma porção de 
pele (SILVA,2019). 
O parênquima testicular é formado pelos túbulos seminíferos (local de 
produção espermática) e o tecido intersticial, que contém os vasos sanguíneos 
e linfáticos, bem como os nervos. Os espermatozoides são reunidos pela rete 
testis e enviados aos ductos eferentes que desembocam na cabeça do 
epidídimo. Os órgãos sexuais secundários são os ductos excretores (epidídimo, 
ductos deferentes, ampola e uretra) e as glândulas acessórias, o pênis e o 
prepúcio (SILVA, 2019). 
Os órgãos sexuais secundários são os ductos excretores (epidídimo, 
ductos deferentes, ampola e uretra) e as glândulas acessórias, o pênis e o 
prepúcio. 
 
Epidídimo 
 
O epidídimo é a estrutura adjacente ao testículo, responsável por funções 
como transporte, maturação e armazenamento de espermatozoides. 
Anatomicamente, são reconhecidas três porções: cabeça, corpo e cauda. Esta 
última porção continua com o ducto deferente, que é incorporado ao cordão 
espermático juntamente com os vasos sanguíneos e linfáticos do testículo (plexo 
pampiniforme), para transportar o sêmen para a uretra durante o processo de 
 
49 
 
ejaculação. A parte terminal dos ductos deferentes é conhecida como ampolas 
deferentes (SILVA, 2019). 
 
Ampolas deferentes 
 
É a última porção de cada ducto deferente, forma-se pelo engrossamento 
da mucosa e apresenta muitos compartimentos. Não se conhece a sua função 
específica, no entanto, no porco e no gato encontra-se pouco desenvolvida. As 
ampolas são encontradas no cavalo, touro e carneiro, e pelo fato de 
apresentarem glândulas túbulo alveolares revestidas por células epiteliais 
secretoras, produtoras de líquido, que contribuem para o transporte dos 
espermatozoides, são consideradas como glândulas. Alguns autores não as 
consideram como tais, mas como simples alargamentos do ducto deferente sem 
função secretora, como no caso do cavalo. (SILVA, 2019). 
 
Glândulas acessórias 
 
As glândulas sexuais acessórias nos bovinos, ovinos, suínos, equídeos e 
caninos são: ampolas, vesículas seminais, próstata e bulbouretrais. Os felinos, 
como o gato, necessitam das vesículas seminais e o cão das glândulas 
bulbouretrais e vesículas seminais. A situação, tamanho e quantidade de líquido 
produzido por cada uma destas glândulas varia entre as espécies domésticas, 
bem como o volume da ejaculação também é variável entre as espécies (SILVA, 
2019) 
Segundo o autor, produzem o plasma seminal, que constitui a fração 
líquida da ejaculação e serve, entre outras coisas, como veículo para o 
transporte dos espermatozoides, como fornecimento de nutrientes, para a 
limpeza da uretra e como coagulante após a ejaculação. Todas as glândulas 
acessórias estão rodeadas por uma camada de músculo liso que ajuda a 
secreção do seu conteúdo durante a ejaculação. Nos bovinos, equídeos e cães, 
a palpação retal é útil para avaliar algumas patologias. 
 
 
50 
 
 
Glândulas acessórias do aparelho reprodutor masculino. 1, uretra; 2, bexiga urinária; 3, 
ducto deferente; 4, ampola; 5, glândula seminal; 6, próstata; 7, glândula bulbouretral. 
Fonte: BOETA et al., 2018 apud SILVA, 2019. 
 
Glândulas ou vesículas seminais 
São órgãos pares localizados na cavidade pélvica, têm forma alongada, 
lobulada e são formados por grandes lóbulos. No touro podem ser apalpadas por 
via retal, no entanto no cavalo não é uma tarefa fácil apalpá-la. A secreção 
destas glândulas contribui para o volume total da ejaculação em diferentes 
proporções segundo a espécie; no caso do touro é de 25 a 30%, no porco de 10 
a 30% e no carneiro de 7 a 8 %. No cavalo são considerados como produtoras 
da última porção da ejaculação em forma de gel (SILVA, 2019). 
 
Próstata 
 
São conhecidas duas porções: 
a) Corpo. 
b) Porção disseminada. 
A porção disseminada da próstata está distribuída por todo o comprimento 
da uretra sob uma camada muscular, portanto, não é detectável por palpação. 
No entanto, no caso do cão a próstata é apalpada na sua totalidade, inserindo 
um dedo pelo reto; em situações normais deve ser encontrado à entrada da 
pélvis; quando um animal sofreu o processo de hiperplasia, então tende a ir para 
baixo da cavidade abdominal. A sua revisão deve ser incluída na avaliação do 
 
51 
 
macho adulto. A secreção da próstata contribui para a formação da ejaculação 
em diferente proporção dependendo da espécie; nos ruminantes representa 4-
6%, no cavalo 25-30%, no porco 60%, no gato 14%, e no cão 100%, porque é a 
única glândula acessória que o mesmo possui (SILVA, 2019). 
Glândulas bulbouretrais 
Também chamadas glândulas de Cowper, são corpos arredondados 
compactos em forma de noz e com uma densa cápsula. Elas localizam-se sobre 
a uretra perto da saída da cavidade pélvica. Não podem ser apalpadas porque 
estão cobertas por tecido fibroso e por parte do músculo bulbo esponjoso ou 
bulbouretral. A secreção destas glândulas não faz parte da ejaculação, uma vez 
que a sua função é basicamente limpar e lubrificar a uretra para a passagem da 
ejaculação. Isto porque a secreção destas glândulas faz parte da pré-ejaculação. 
No entanto, no caso do porco, considera-se que faz parte da ejaculação em 15-
30% e que também participa na coagulação do mesmo. No caso do gato, 
considera-se que 43% da ejaculação provém destas glândulas (SILVA, 2019). 
Pênis 
É um órgão que tem dupla função: a expulsão da urina e a deposição do 
sêmen no aparelho genital da fêmea. Possui três porções: a base, o corpo e a 
glande. A base é a parte que se insere ao arco isquiático. O corpo constitui a 
maior proporção do pênis; na parte ventral contém a uretra peniana, rodeada por 
uma camada de tecido erétil, denominada corpo esponjoso, e duas porções mais 
deste tecido (localizadas dorsalmente ao corpo esponjoso), denominadas corpos 
cavernosos. No pênis dos mamíferos encontram-se três corpos cavernosos, que 
cercam a uretra; conhecidos como esponjoso e cavernoso do pênis e esponjoso 
da glande. Estes corpos cavernosos têm a propriedade de se encher de sangue 
e produzir a ereção; no caso do pênis dos carnívoros e equinos (pênis vascular) 
observam-se grandes espaços, enquanto no pênis fibroelástico (ruminantes e 
suínos) os corpos cavernosos são menos desenvolvidos. Nestas últimas 
espécies (ruminantes e suínos) se encontra uma flexura característica (flexura 
 
52 
 
sigmoide ou "S" peniana), a qual se distende pela relaxação dos músculos 
retratores do pênis durante a ereção e volta a sua posição de descanso pela 
contração desses músculos (SILVA, 2019). 
Segundo o autor, a parte anterior do pênis (glande do pênis) tem uma 
forma diferente de acordo com a espécie. No equino apresenta-se uma glande 
característica, uma vez que tem o corpo e uma coroa que diferencia a cabeça da 
glande; também apresenta um prolongamento uretral de aproximadamente 1 cm. 
O bovino tem a glande em forma de ponta de lança; o ovino e o caprino têm-no 
semelhante ao bovino, mas com um prolongamento uretral de 4 a 5 cm, o porco, 
em contrapartida, não tem uma estrutura que se diferencie do corpo do pênis, a 
glande em si é uma continuação que termina em forma de saca-rolha. O pênis 
do cão tem o osso peniano, e é considerado que a glande abrange desde a ponta 
do pênis até o bulbo em sua parte posterior. No caso do gato, além de ter o osso 
peniano, a glande está rodeada por 100 a 200 papilas cornificadas. A glande é 
a parte final e distal do pênis. Esta porção é rica em terminações sensitivas, com 
forma e características específicas segundo a espécie. Deve-se considerar que, 
no caso do cão a glande abrange até a porção final do bulbo peniano, que é uma 
estrutura necessária para o "abotoamento" do pênis que ocorre durante a cópula. 
 
 
53 
 
 
Glande ou porção distal do pênis. 1, glande; 2, processo uretral; 3, prepúcio; 4, bulbo 
peniano; 5, espículas. Fonte: BOETA et al., 2018 apud SILVA, 2019. 
Prepúcio 
É uma estrutura desenvolvidaa partir da pele. Em ruminantes e suínos é 
considerado constituído por duas porções: a peniana e a pré-peniana. No porco 
tem um amplo divertículo dorsal no qual se acumulam urina e resíduos epiteliais. 
Nos cavalos é penduloso, flexível e com pigmentação escura. O prepúcio, ou 
bainha, é uma dobra de pele que cobre a extremidade livre do pênis em estado 
de repouso. Ele consiste em uma lâmina externa e outra interna, as quais são 
contínuas no óstio prepucial. O prepúcio equino possui uma característica 
distinta ao apresentar uma prega adicional que permite o alongamento 
considerável do pênis durante a ereção. O prepúcio pode ser retraído e projetado 
por meio de diversos músculos estriados, os quais podem ser entendidos como 
destacamentos do músculo cutâneo do tronco. Os músculos prepuciais craniais 
que projetam o prepúcio são encontrados apenas em ruminantes. No touro e no 
 
54 
 
cachaço, pelos longos circundam a entrada para o prepúcio. No cachaço, o 
prepúcio se dobra sobre si dorsalmente para formar o divertículo prepucial, o 
qual é dividido em dois compartimentos por um septo mediano. Ele possui uma 
capacidade de cerca de 135 mL e contém fluido de aroma pungente composto 
de resquícios celulares e urina, responsáveis pelo odor característico (SILVA, 
2019). 
7.2 Aparelho reprodutor da fêmea 
Conhecer a anatomia dos órgãos reprodutivos é essencial para poder 
identificar as patologias que possam afetar a capacidade reprodutiva, bem como 
para entender as diferenças de manejo ao empregar algumas biotecnologias 
reprodutivas aplicadas aos animais domésticos. Os órgãos genitais da fêmea 
incluem os órgãos genitais internos (ovários, ovidutos, útero, cérvix, vestíbulo e 
vagina) e os órgãos genitais externos (lábios vulvares e clitóris). Os ovários 
produzem tanto gametas femininos quanto hormônios. As tubas uterinas pares 
capturam os oócitos liberados pelos ovários e os transportam para o útero, onde 
o ovo fertilizado é mantido. A vagina serve como órgão copulatório e, juntamente 
com sua continuação, o vestíbulo, como canal de parto e passagem para 
excreção urinária (SILVA, 2019). 
Segundo o autor, os órgãos internos são sustentados pelo ligamento 
largo, que é formado a partir do peritônio e dividido em mesovário, que sustenta 
o ovário; mesossalpinge, que suporta o oviduto; e mesometria, que sustenta o 
útero. 
Em bovinos o aparelho reprodutivo está apoiado no assoalho pélvico e tende 
a cair para a cavidade abdominal, enquanto, nos equídeos, os ovários se 
encontram suspensos dorsalmente na região sublombar. O aparelho reprodutor 
feminino é essencialmente um conjunto de órgãos tubulares, nos quais se 
distinguem quatro camadas denominadas de dentro para fora como mucosa 
(camada de epitélio secretório), submucosa (suporta a mucosa e contém a 
irrigação e inervação), muscular (duas camadas de músculo liso) e serosa 
(camada simples de células que se seguem às do peritoneu). Em particular no 
útero os nomes destas camadas são: endométrio (incluindo a mucosa e a 
 
55 
 
submucosa, que contêm as glândulas uterinas), miométrio (muscular) e 
perimétrio (serosa) (SILVA, 2019). 
 
 
Órgãos genitais femininos da gata. Fonte: KONIG & LIEBICH, 2016 apud SILVA, 2019. 
 
Órgãos genitais femininos da cadela e localização das ligaduras para ovário-
histerectomia. Fonte: KONIG & LIEBICH, 2016 apud SILVA, 2019. 
 
56 
 
 
Posição anatômica dos órgãos reprodutivos das fêmeas domésticas. 1, ovário; 2, 
oviduto; 3, carúnculas; 4, córneos uterinos; 5, cérvix; 6, vagina; 7, bexiga; 8, glândula 
mamária; 9, reto; 10, saco retogenital. Fonte: BOETA et al., 2018 apud SILVA, 2019. 
Ovários 
Os ovários se originam do primórdio gonodal, posicionado na região 
lombar da face medial do mesônefro. Esses cordões de células incorporam 
células germinativas primordiais, as quais possuem uma origem distante no saco 
vitelino e alcançam a gônada por meio de migração. Mais tarde, durante o 
desenvolvimento do animal, essas células formam aglomerados, os quais se 
diferenciam em gametas femininos e células de suporte. De forma geral, os 
ovários dos mamíferos domésticos são órgãos pares suspensos na região 
sublombar pelo ligamento largo, que nesta seção se denomina mesovário, e 
estão localizados caudalmente aos rins. Têm forma arredondada ou oval, são de 
consistência firme e, em geral, possuem folículos e corpos lúteos que lhes 
conferem uma aparência irregular. Através do corte, é possível detectar uma 
zona externa chamadas córtex ou zona parenquimatosa e uma interna chamada 
medula ou zona vasculosa (SILVA, 2019). 
 
 
57 
 
Córtex 
Esta região pode ser dividida em várias porções segundo Silva (2019): 
• Epitélio, chamado epitélio germinal, embora o potencial gametogênico do 
órgão seja localizado mais internamente. 
• Túnica albugínea. Consiste numa camada densa de tecido conjuntivo. 
• Córtex propriamente dito, constituído por folículos em diferentes estágios 
de desenvolvimento, bem como por estruturas derivadas dos folículos, 
como corpos hemorrágicos, lúteos, corpus albicanse folículos atrésicos. 
 
Medula 
Esta região é constituída por vasos sanguíneos, nervos e vasos linfáticos, 
que ocupam completamente a porção central do ovário. Entre os vasos principais 
existe tecido conjuntivo laxo, e em ovários de fêmeas velhas existem 
remanescentes de folículos, assim como lipofuscina e macrófagos. O estroma 
da medula é continuado com o estroma do mesovário na área chamada ílio-
ovárico. O estroma do córtex inclui alguns fibroblastos, bem como células 
mesenquimais que são capazes, sob o estímulo adequado, de se diferenciarem 
em células tecais e células intersticiais, ambas com propriedades 
esteroidogêneses. A égua é a única espécie na qual a medula e o córtex têm 
uma localização diferente, já que a partir do sétimo mês do desenvolvimento fetal 
o ovário se inverte, ficando o córtex no interior; por isso sua forma é arreada. 
Durante essa inversão, de forma adicional, conforma-se uma estrutura à que se 
denomina a fossa de ovulação (SILVA, 2019). 
Os folículos: Características, formação, maturação e corpo lúteo 
No animal adulto, os folículos ovarianos se desenvolvem no interior da 
zona parenquimatosa. Cada folículo contém um único óvulo. Com base no 
tamanho do ovócito e de seu grau de diferenciação, pode-se reconhecer os 
seguintes estágios de desenvolvimento nos folículos ovarianos segundo Silva 
(2019): 
 
58 
 
● Folículo primordial; 
● Folículo primário; 
● Folículo secundário; 
● Folículo terciário; 
● Folículo ovárico vesiculoso. 
Os folículos primordiais são formados por um epitélio folicular de camada 
simples, as células granulosas, que são planas e mais tarde se diferenciam em 
células da teca interna, as quais envolvem o ovócito. Após a transformação das 
células granulosas planas em células cuboides, o folículo se torna um folículo 
primário. O folículo primário desenvolve-se a partir do primordial e caracteriza-
se por apresentar várias camadas de células foliculares envolvendo o ovócito. 
Estas células foliculares adquirem uma forma cuboidal e de aparência secretora, 
transformando-se em células da granulosa. É nesta fase que o ovócito se rodeia 
de uma camada clara de material extracelular: a zona pelúcida (SILVA, 2019). 
 
Ovário bovino (representação esquemática). Fonte: KONIG & LIEBICH, 2016 apud 
SILVA, 2019. 
 
59 
 
 
Ovário da égua (representação esquemática). Fonte: KONIG & LIEBICH, 2016 apud 
SILVA, 2019. 
O folículo primário começará a formar uma cavidade, o antro, com o que 
ficará transformado em folículo secundário. O antro é um espaço cheio de fluido 
que se forma pela união de muitos pequenos espaços entre as células da 
granulosa. Quando totalmente constituído, o ovócito permanecerá num 
montículo central de células granulosas, chamado aglomerado ovígero. Da 
mesma forma, o ovócito permanecerá rodeado de algumas camadasde células 
da granulosa que formarão a coroa radiada. Após a maturação que se segue 
(folículo secundário), várias camadas de células granulosas são formadas ao 
redor do oócito com reentrâncias preenchidas com fluido dentro da massa de 
células granulosas. Finalmente, elas confluem para formar uma cavidade 
preenchida com líquido folicular. Nesse estágio, o folículo recebe a denominação 
folículo terciário (SILVA, 2019). 
Segundo o autor, em uma extremidade da cavidade folicular, há uma 
elevação (Cumulus oophorus), a qual contém o ovócito em amadurecimento. O 
ovócito se encontra em íntimo contato com uma membrana translúcida, a zona 
pelúcida, a qual é envolvida por uma camada de células granulosas dispostas 
 
60 
 
radialmente, a coroa radiada. Na etapa seguinte de maturação, o folículo terciário 
se torna o folículo ovárico vesiculoso, que finalmente irrompe para liberar o 
ovócito. Os folículos são classificados em pré-antrais (com menos de quatro 
milímetros de diâmetro, incluindo folículos primordiais e primários), antrais (com 
diâmetro de quatro a nove milímetros, incluindo folículos secundários e 
terciários) e pré-ovulatórios ou de Graaf (diâmetro superior a 9 mm). Os folículos 
pré-antrais não podem ser reconhecidos por palpação retal ou ultrassonografia. 
Em contraste, os folículos antrais e pré-ovulatórios, se puderem distinguir-se, 
são estruturas esféricas rodeadas por uma membrana semitransparente, cuja 
consistência é a de uma bexiga com líquido no seu interior que ao tato suave 
pode ser facilmente pressionada. No caso das vacas, os folículos podem chegar 
a uma dimensão que oscila entre 12 e 20 mm, e de acordo com o seu tamanho 
serão denominados F5, quando o seu diâmetro aproximado for de 5 mm; F10, 
quando for de 10 mm, e assim por diante. Na vaca e na égua, em geral, 
amadurece um folículo em cada ciclo; na porca, de 10 a 20 e na ovelha, de um 
a quatro folículos, dependendo -entre outros fatores-da alimentação, do meio 
ambiente e da estação do ano. As células germinativas ocupam a superfície da 
gônada em desenvolvimento desde as fases iniciais do crescimento embrionário. 
No ovário, as células primordiais são imediatamente agrupadas abaixo da 
superfície, constituindo as ovogonias. Na maioria dos mamíferos, os ovogônios 
formaram folículos primordiais no momento do nascimento, que serão formados 
por uma ovogônia e uma única camada de células aplanadas chamadas 
foliculares. O desenvolvimento do folículo ficará parado desde esta etapa até a 
puberdade, embora muitos degenerem gradualmente e se converterão em 
folículos atrésicos. Deve considerar-se que, com exceção dos casos de anestro 
profundo, é sempre possível encontrar folículos antrais em diferentes fases de 
desenvolvimento, de modo que a descoberta considerada significativa para 
determinar se o animal está ciclando é a presença do corpo lúteo (SILVA, 2019). 
No caso dos equídeos, os folículos devem ser palpáveis a partir dos 15 
mm de diâmetro e medir entre 40 e 60 mm no momento da ovulação. O folículo 
encontra-se rodeado de células do estroma modificadas chamadas theca 
folliculi, a qual está constituída por duas camadas, a teca interna e a teca 
externa. A teca interna é formada por agregados de células epitelióides que 
contêm vesículas de lipídios no citoplasma, por isso têm função esteroidogênica. 
 
61 
 
A teca externa é formada por camadas concêntricas de células do estroma. O 
folículo maduro, terciário ou de Graaf, tem os mesmos elementos que o 
secundário, com a diferença de que, neste caso, todas as camadas celulares 
estão aumentadas de tamanho e o líquido folicular aumenta ao grau de que o 
folículo será projetado para a superfície do ovário. Processos vasculares e 
endócrinos complexos anteriores à ovulação levam à formação de um 
circunscrito local na face do folículo, o estigma, o qual finalmente irrompe sob a 
influência do hormônio luteinizante (LH), formado pela hipófise. Quando o 
folículo se rompe no momento da ovulação, o óvulo, rodeado de sua coroa 
radiada, e o líquido folicular são expulsos para as porções superiores do oviduto 
(SILVA, 2019). 
 As células que permaneceram no folículo se colapsam para a cavidade 
central, a qual foi cheia de sangue, constituindo o corpo hemorrágico, o qual se 
transformará em corpo lúteo, que será constituído por células tecais e da 
granulosa hipertrofiadas; os espaços devem ser preenchidos com tecido 
conjuntivo e capilares sanguíneos. Este corpo lúteo terá a função de secretar 
progesterona até o momento de involucionar e converter-se em corpus albicans, 
que não é mais que a cicatriz fibrosa deixada pelo corpo lúteo. Folículos atrésicos 
estão presentes em todos os ovários normais. O processo degenerativo pode 
ser iniciado em qualquer estado de maturação folicular. No folículo primário 
atrésico, o ovócito é reduzido em tamanho e morre junto com as células 
foliculares. Em um pequeno folículo secundário, o primeiro sinal de atresia é 
muitas vezes a localização excêntrica do núcleo do ovócito, que se tornará 
granular e, finalmente, se tornará picnótico. Em um folículo maduro, a primeira 
manifestação de atresia será a invasão do tecido conjuntivo e os capilares à 
camada granulosa. Posteriormente, observa-se descamação de células da 
granulosa para o antro e finalmente o folículo colapsa e é preenchido por 
macrófagos e fibroblastos. Até agora, o óvulo será aparentemente normal, mas 
rapidamente degenerará e deixará uma zona pelúcida irregular entre a massa 
de células de reparação. A maioria dos ovócitos presentes ao nascimento 
degenerarão. O mecanismo pelo qual um ovócito é selecionado para alcançar a 
maturação final não foi estabelecido na sua totalidade (SILVA, 2019). 
Segundo o autor, à medida que o folículo amadurece, o oócito interior 
sofre divisão meiótica e maturação. A primeira fase da divisão meiótica ocorre 
 
62 
 
antes da oocitação, exceto na cadela e na égua, nas quais esse processo ocorre 
após a oocitação. A segunda divisão de maturação ocorre na tuba uterina e 
requer a fertilização do óvulo pela penetração de um espermatozoide. 
Após a ovulação forma-se uma depressão no local previamente ocupado 
pelo folículo, o qual se reconhece pela presença de uma área suave e 
circunscrita que raramente excede 1 cm de diâmetro, conhecida como fossa 
ovulatória; mas que é diferente da fossa de ovulação do ovário da égua. Essa 
fossa está presente no 2° ou 3° dia do ciclo da vaca e é difícil de palpar; já que 
imediatamente vai enchendo-se de sangue e tecido, fazendo-a mais palpável 
durante o momento em que se nomeia como corpo hemorrágico (CH). O CH é 
denominado CH um, dois ou três, à medida que o seu desenvolvimento avança. 
Em equinos, 8 a 10 h após a ovulação há um CH presente, que é apreciado 
macio e flutuante à palpação. Durante cinco a sete dias após a ovulação, a partir 
da transformação das células da granulosa e da teca interna em células lúteas 
desenvolve-se o corpo lúteo (CL) (SILVA, 2019). 
De acordo com o autor, o CL é outra das estruturas do ovário, observável 
macroscopicamente, que pode ser distinguida por palpação na vaca, após o 
quinto dia do ciclo. É apreciada como uma estrutura redonda e firme, que 
geralmente possui uma papila, que sobressai do ovário e pode chegar a 
deformá-lo. O CL, em geral, sobressai parcialmente do ovário nas vacas. No 
caso das fêmeas não grávidas, o CL deve atingir um tamanho máximo de 2,5 a 
3 cm de diâmetro, denominado CL3; em seguida, deve diminuir rapidamente 
para os dias 16 e 17 do ciclo, formando um CL2 e, no final, um CL1. 
Em equinos, o corpo lúteo estará presente a partir das 24 h após a 
ovulação, mas não é uma estrutura palpável, já que se encontra imersa no tecido 
ovárico. Quando ocorre a luteólise (inativação e regressão do corpo lúteo), o CL 
diminui de tamanho rapidamente, embora permaneça temporariamente como 
uma pequena estrutura de cor amarelada.Com o tempo, o seu tamanho vai 
diminuindo ainda mais até formar uma pequena cicatriz esbranquiçada, 
amarelada ou laranja, que permanece na superfície do ovário (exceto em 
equinos) e que se conhece como corpo albicans (CA) (SILVA, 2019). 
Segundo o autor, a palpação ocasionalmente pode se sentir como uma 
pequena estrutura fibrosa. Na fêmea que não está em gestação, os corpos lúteos 
são estruturas transitórias chamadas de corpos lúteos cíclicos, os quais sofrem 
 
63 
 
uma fase de proliferação e vascularização imediatamente após a oocitação, 
seguida por um estágio maduro. 
O cio é regulado por hormônios da hipófise, e sua perturbação pode 
resultar na permanência dos corpos lúteos ou na formação de cistos (cisto lúteo). 
Caso o óvulo seja fertilizado, o corpo lúteo passa a se chamar corpo lúteo 
gravídico e permanece totalmente desenvolvido e ativo durante toda a gestação 
ou parte dela. Os corpos lúteos produzem progesterona, enquanto as células da 
parede de folículos maduros são fonte de estrogênio. A alternância nos níveis de 
progesterona e estrogênio determina mudanças no comportamento sexual e na 
estrutura e na atividade do trato genital. Níveis mais elevados de estrogênio 
produzidos por um folículo ovárico vesiculoso fazem com que o animal exiba 
sinais de comportamento de cio e, desse modo, indicam que está pronto para o 
acasalamento. A progesterona prepara e mantém o útero para a implantação do 
óvulo fertilizado. No animal fora do período de gestação, o útero produz 
prostaglandina (PGF2α), que faz com que o corpo lúteo entre em regressão. 
Prostaglandina F2α é transportada na vaca diretamente da veia ovariana para a 
artéria ovariana adjacente pelas paredes do vaso (uma descrição mais detalhada 
pode ser obtida em obras sobre embriologia e fisiologia da reprodução).Em 
animais de grande porte, o exame retal é utilizado para avaliar o estágio do ciclo 
estral, uma informação importante para determinar o momento de reprodução. 
Na vaca, folículos e corpos lúteos podem se projetar de qualquer parte da 
superfície e podem ser identificados pela palpação retal de modo relativamente 
fácil. Na égua, a avaliação do ovário é mais difícil devido à sua estrutura 
diferente. Embora seja possível identificar folículos, os corpos lúteos não podem 
ser palpados e devem ser avaliados com o auxílio de ultrassonografia (SILVA, 
2019). 
 
Tuba uterina ou oviduto 
São órgãos tubulares que conectam o útero com os ovários, algumas de 
suas funções são a captação do ovócito, ser o local de fertilização e ser um 
reservatório espermático. O oviduto ou tuba uterina divide-se em três porções: a 
extremidade mais próxima do ovário expande-se em forma de funil e é conhecida 
como infundíbulo; a sua borda apresenta projeções filiformes que constituem a 
 
64 
 
fímbria -para captar o ovócito no momento da ovulação-, e termina numa 
abertura chamada ostium. A parte seguinte do oviduto é o ámpula ou ampola, 
que abrange cerca de metade do comprimento do oviduto e, na sua ligação com 
o istmo, é o local onde se realiza a fertilização. A parte do oviduto mais próxima 
do córneo uterino é o istmo, que se conecta om o córneo através da união 
tubária, local onde se encontram os reservatórios espermáticos funcionais 
(SILVA, 2019). 
 
Ovário, tuba uterina e bolsa ovariana da vaca (representação esquemática). Fonte: 
KONIG & LIEBICH, 2016 apud SILVA, 2019. 
 
65 
 
 
Ovário, tuba uterina e bolsa ovariana da égua(representação esquemática).Fonte: 
KONIG & LIEBICH, 2016 apud SILVA, 2019. 
 
O oviduto é um tubo muscular pequeno, é sustentado pelo 
mesossalpinge. No caso da cadela, o oviduto está enterrado na bolsa ovárica, 
não se diferenciando como uma estrutura separada como no caso de outras 
fêmeas de espécies domésticas. A parede do oviduto é composta por camadas 
concêntricas segundo Silva (2019): 
• Serosa é uma camada fina de tecido conjuntivo coberto por uma camada 
simples de epitélio plano (mesotélio). Encontra-se altamente 
vascularizada e contém pacotes dispersos de nervos não mielinizados do 
sistema nervoso autônomo, artérias musculares de médio calibre, veias e 
vasos linfáticos que correm paralelamente ao oviduto. 
• Muscular descrito como sendo constituído por duas camadas de fibras 
musculares lisas, circulares internas e longitudinais externas. Entretanto, 
em diferentes seções do oviduto pode-se notar uma grande variedade na 
apresentação de planos e orientação das fibras. A mucosa é formada por 
duas camadas definidas: a própria lâmina e a epitelial. A lâmina própria é 
constituída por tecido conjuntivo laxo altamente vascularizado e localiza-
se entre a túnica muscular e o epitélio. Encontra-se livre de glândulas e 
contém numerosos vasos linfáticos. A lâmina epitelial é constituída por um 
 
66 
 
epitélio cilíndrico pseudoestratificado ciliado que contém células ciliadas, 
células secretoras não ciliadas, células intercalares e células basais. A 
quantidade, proporção e tamanho destes quatro tipos de células variam 
de um segmento para outro do oviduto e também podem apresentar 
variações em relação ao ciclo estral e sua consequente influência 
hormonal. 
 
Útero 
É um órgão tubular que liga o oviduto à cérvix; na maioria das espécies 
domésticas encontra-se dividido em dois cornos, um corpo e um pescoço ou 
cérvix, pelo que se definem como bicórneos. É o órgão encarregado de abrigar 
a gestação. Os córneos uterinos são desenvolvidos a partir dos dutos 
paramesonéfricos direito e esquerdo, e o corpo é formado pela fusão destes 
dutos deixando uma única cavidade. Histologicamente é constituído por serose 
ou perimétrio muscular, ou miométrio e mucosa ou endométrio. A porção uterina 
que não se encontra coberta por peritoneu devido à sua localização, encontra-
se coberta por adventícia chamada paramétrio, e encontra-se sustentada pela 
porção do ligamento largo chamada mesometria. O endométrio é um epitélio 
colunar simples, parcialmente ciliado, e uma lâmina própria que contém 
glândulas tubulares simples, rodeadas de epitélio colunar. Estas glândulas 
abrem-se de maneira direta à cavidade uterina, e formam a segunda barreira e 
reservatório dos espermatozoides, durante seu transporte. O miométrio é 
composto por músculo liso. Embora não sejam facilmente discerníveis, consiste 
em duas camadas: uma interna circular e uma externa longitudinal. Entre elas, é 
possível reconhecer uma camada vascular. O grau de união que apresentam os 
córneos uterinos varia de uma espécie a outra, pelo que existem distintas 
classificações: Útero com fusão intercornual alta, por exemplo na égua, no qual 
os córneos são curtos, em comparação com um corpo uterino grande (SILVA, 
2019). 
Segundo o autor, útero com fusão intercornual moderada ou média, como 
o dos ruminantes, em que os córneos têm um comprimento médio. Os úteros de 
fusão intercornual baixa, como a porca, a cadela e a gata, em que os córneos 
são extremamente longos e o corpo é curto. Ao dissecar o útero dos ruminantes 
 
67 
 
observa-se que a bifurcação real dos córneos encontra-se ao nível da união com 
o corpo do útero, embora ao observá-lo externamente, se observa uma falsa 
bifurcação mais craniana, no local onde ambos os córneos estão ligados por 
duas folhas ligamentosas, denominadas ligamentos intercornuais ventral e 
dorsal, sendo o primeiro o mais resistente e o que se emprega como ponto de 
referência para a retração do útero ao momento do exame retal. 
 
Cervix 
A cérvix ou colo uterino é o órgão que separa o útero da vagina, 
protegendo o primeiro do contato externo, com exceção do momento do parto e 
do período de estro. O lúmen do cérvix denomina-se canal cervical e está 
limitado por dois orifícios: o interno e o externo. O comprimento e a tortuosidade 
deste canal variam entre espécies. A cérvix possui uma camada muscular 
circular bem desenvolvida que contém fibras elásticas. A mucosaforma uma 
grande quantidade de pregas, cujo epitélio contém células produtoras de muco 
(SILVA, 2019). 
Este muco é composto de glicoproteínas que contêm aproximadamente 
25% de aminoácidos e 75% de carboidratos. Tem as seguintes características 
biofísicas: arborização, elasticidade, viscosidade, tixotropismo e adesividade. A 
arborização consiste em que o muco, durante a fase estrogênica, cristaliza-se 
em forma de feto ao secar numa lamela, este padrão não é observado durante 
a fase progestacional. Algumas das funções do cérvix são: facilitar, por meio do 
muco cervical, o transporte dos espermatozoides, assim como ser o primeiro 
filtro, seleção e barreira dos espermatozoides. Por sua vez, as criptas cervicais 
formarão o primeiro reservatório de espermatozoides. Nas vacas e cabras, o 
cérvix possui entre quatro e cinco anéis concêntricos; nas borregas são de quatro 
a sete dobras transversos inclinadas caudalmente para a entrada do cérvix, pelo 
que lhes chamam cones truncados ou funis; nas porcas tem forma de espiral; 
em éguas é composto por dobras longitudinais, e na cadela não se fala de anéis, 
mas menciona-se que possui um fundo de saco (SILVA, 2019). 
 
 
 
 
68 
 
Vagina 
A vagina é a parte cranial do órgão copulatório feminino. Ela se prolonga 
desde o óstio uterino externo até o óstio externo da uretra. Portanto, ela pertence 
apenas ao trato reprodutivo (SILVA, 2019). 
 
 
Órgãos genitais femininos dos mamíferos domésticos (representação 
esquemática).Fonte: KONIG & LIEBICH, 2016 apud SILVA, 2019. 
 
A vagina relativamente longa de paredes finas se situa em uma posição 
mediana no interior da cavidade pélvica entre o reto no sentido dorsal e a 
vesícula urinária no sentido ventral. Sua maior parte é retroperitoneal, embora 
suas partes craniais sejam cobertas por peritônio. A incisão da parede dorsal 
 
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dessa parte da vagina proporciona um meio de acesso relativamente 
conveniente para a cavidade peritoneal de animais de grande porte. Essa 
abordagem pode ser usada para a remoção dos ovários (ovariectomia) na égua. 
Uma incisão ventral não é possível devido à presença de um extenso plexo de 
veias (SILVA, 2019). 
Na vaca e na égua, o colo pronunciado restringe o lúmen da parte cranial 
da vagina a um espaço anular, conhecido como fórnice. Na cadela, o epitélio 
vaginal reage a alterações nos níveis hormonais de forma mais pronunciada do 
que em outras espécies domésticas, e amostras coletadas da vagina fornecem 
evidências do estágio dentro do ciclo. É um órgão dilatável para a cópula, além 
disso forma o canal para a saída do feto e a placenta no momento do parto (canal 
de parto), e é o órgão por onde se expulsa a urina. A vagina é um órgão 
fibromuscular de parede grossa que se estende do cérvix à vulva. É composta 
de mucosa muscular e adventícia. A mucosa é formada por um epitélio 
escamoso estratificado que repousa sobre uma espessa folha própria. Este 
epitélio tem a capacidade de variar em espessura e tipo celular com o ciclo 
ovárico e a produção diferencial de hormônios esteroides, pelo que é factível, em 
algumas espécies, determinar a etapa do ciclo estral, o início da puberdade e a 
gestação por meio da observação histológica dos diferentes elementos da 
mucosa vaginal. O assoalho da vagina, na sua parte caudal, é conhecido como 
vestíbulo, que é uma porção comum ao sistema urinário e reprodutor, já que 
abriga o orifício uretral. Contém, além disso, as glândulas de Gartner, que são 
os remanescentes dos dutos de Wolff, e as glândulas vestibulares, que são as 
homólogas das glândulas bulbouretrais. A porca, por outro lado, possui um 
divertículo uretral ou saco cego (SILVA, 2019). 
Segundo o autor nas cadelas o vestíbulo da vagina é muito longo e se 
localiza em posição inclinada para o dorso, onde termina em um estreito 
chamado cíngulum (estrutura importante para conseguir a retenção peniana 
durante a cópula nesta espécie). A partir daí a posição da vagina craniana é 
horizontal. O vestíbulo é menor que a vagina e sua maior parte se situa por trás 
do arco isquiático, o que permite que ele se incline ventralmente para sua 
abertura na vulva. A inflexão resultante do eixo da passagem genital deve ser 
levada em consideração na introdução de um espéculo vaginal ou de outros 
instrumentos. 
 
70 
 
 
Órgãos externos (vulva e clitóris) 
 
A vulva é a porção terminal do aparelho genital feminino. É formada pelos 
lábios vulvares, esquerdo e direito, que se unem nos cantos dorsal e ventral. A 
vulva representa igualmente o fim do aparelho urinário, já que a uretra se abre 
no piso da vulva. O hímen, uma membrana transversal na junção da vulva e da 
vagina, pode ou não estar presente. Na comissura ventral da vulva encontra-se 
o clitóris, que é o homólogo rudimentar do pênis. Descansa numa depressão 
chamada fossa do clitóris. A mucosa da porção terminal da vulva contém 
glândulas vestibulares, que são as homólogas das glândulas sexuais acessórias 
do macho, principalmente do prepúcio. As maiores ou de Bartholini são as 
homólogas das glândulas bulbo uretrais. Ele se torna bastante proeminente na 
égua durante o cio, quando é exposto pelos movimentos dos lábios. Na égua, 
vários seios clitorianos invadem a glande, o que pode abrigar os organismos 
responsáveis por metrite equina contagiosa (SILVA, 2019). 
8 SISTEMA CIRCULATÓRIO DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS 
 
Fonte: pinterest.pt 
O sistema circulatório é o responsável por transportar, através do 
bombeamento do sangue por todo o corpo, oxigênio e nutrientes necessários 
 
71 
 
para o completo funcionamento do organismo. O sangue bombeado pelo 
coração circula por uma complexa malha de vasos sanguíneos, formada por 
artérias, veias e vasos menores chamados capilares. Uma das funções do 
sistema circulatório é transportar, através do sangue, oxigênio para todas as 
células do organismo. Assim, o sangue que deixa o coração pelas artérias é rico 
em oxigênio, chamado de arterial ou "limpo". À medida que o oxigênio vai sendo 
consumido, o sangue adquire gás carbônico, sendo chamado, nesse estado, de 
sangue venoso ou "sujo". O sangue venoso retorna ao coração e é enviado aos 
pulmões para que, no processo de respiração, troque o gás carbônico pelo 
oxigênio (MELO, 2010). 
8.1 A Pequena e a Grande Circulação 
 
 
72 
 
Existem dois circuitos circulatórios básicos: a pequena circulação, 
encarregada de levar o sangue venoso para os pulmões para que se transforme 
em sangue arterial, e a grande circulação, responsável por transportar o sangue 
rico em oxigênio por todo o organismo (MELO, 2010). 
 
Pequena Circulação 
A pequena circulação se inicia no ventrículo direito. Quando ele se contrai, 
o sangue ainda venoso é impulsionado para a artéria pulmonar e então é levado 
aos pulmões, onde ocorrerá a troca gasosa. Ao adquirir oxigênio nos pulmões, 
o sangue, agora arterial, retorna ao coração pelas veias pulmonares, chegando 
ao átrio esquerdo (MELO, 2010). 
 
Grande Circulação 
A grande circulação começa quando o sangue arterial é bombeado do 
átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo. O ventrículo então se contrai e 
bombeia o sangue para a artéria aorta, de onde se encaminha para outras 
artérias menores até ser levado por vasos capilares a todas as células do 
organismo. À medida que as células vão consumindo o oxigênio, vão deixando 
também o sangue rico em gás carbônico, transformando-o novamente em 
sangue venoso. É hora então de retornar ao coração, pelas veias cavas, até o 
átrio direito. De lá, ele é bombeado para o ventrículo direito, recomeçando o ciclo 
(MELO, 2010). 
 
 Artérias 
 
Artérias são grossos vasos sanguíneos responsáveis por conduzir o 
sangue do coração a todas as partes do corpo. Da artéria aorta, que é a artéria 
por onde o sangue sai do coração, ele é distribuído por uma extensa malha de 
artérias menores e arteríolas, até chegar aos capilares.As paredes das artérias 
são resistentes e elásticas, de maneira a manter a circulação do sangue sempre 
constante. Em cada batida do coração, o sangue é empurrado com força para 
dentro da artéria. Nesse momento, suas paredes se dilatam, permitindo a 
entrada de um grande volume de sangue. Em seguida, as paredes se contraem 
novamente, empurrando o sangue mais para a frente. Esse movimento de 
 
73 
 
pulsação pode ser facilmente percebido apoiando-se o dedo sobre artérias 
superficiais do corpo humano, como a artéria radial, no pulso, próximo à base do 
polegar, ou a artéria carótida, na lateral do pescoço, sob a dobradiça do maxilar 
(MELO, 2010). 
 
Capilares 
 
Para atingir todas as regiões do corpo, as artérias vão se ramificando em 
arteríolas menores até se tornarem vasos mais finos do que fios de cabelo, daí 
o nome de capilares. São os responsáveis por levar o oxigênio e nutrientes para 
cada célula do organismo. Os capilares acabam se reagrupando para formar as 
veias que levam o sangue de volta ao coração (MELO, 2010). 
 
Veias 
 
As veias são os vasos sanguíneos que levam o sangue venoso de volta 
para o coração. Algumas delas, como as localizadas nos membros inferiores do 
corpo como as pernas, possuem pequenas válvulas que impedem o refluxo do 
sangue, fechando-se após a passagem com a pressão exercida pelo peso do 
próprio sangue. Graças a esse sistema de válvulas, o coração faz menos esforço 
para bombear o sangue contra a gravidade (MELO, 2010). 
 
 
Vasos Linfáticos 
 
 
74 
 
Este sistema de vasos auxilia no retorno dos líquidos dos espaços 
tissulares para a circulação. O líquido entra nos capilares linfáticos, se 
transforma em linfa e depois é levado para os vasos sangüíneos, onde se mistura 
com o sangue (MELO, 2010). 
 
 
Baço 
 
Situado na parte esquerda do abdômen, o baço tem como principal função 
garantir a imunidade do organismo. Ele destrói os glóbulos vermelhos 
envelhecidos e produz linfócitos (um tipo de glóbulos brancos), que entram no 
sangue e ajudam na produção de anticorpos. O baço é um órgão linfóide apesar 
de não filtrar linfa, ou seja, é um órgão excluído da circulação linfática porém 
interposto na circulação sangüínea e cuja drenagem venosa passa, 
obrigatoriamente, pelo fígado. Possui grande quantidade de macrófagos que, 
através da fagocitose, destroem micróbios, restos de tecidos, substâncias 
estranhas, células do sangue em circulação já desgastadas como eritrócitos, 
leucócitos e plaquetas. Dessa forma, o baço “limpa” o sangue, funcionando como 
um filtro desse fluído tão essencial. O baço também tem participação na resposta 
imune, reagindo a agentes infecciosos. Inclusive, é considerado por alguns 
cientistas, um grande nódulo linfático (MELO, 2010). 
 
 
75 
 
 
Fonte: MELO, 2010. 
Coração 
O coração é um órgão muscular, oco, responsável pelo bombeamento de 
sangue pelo corpo humano através de movimentos involuntários de contração e 
dilatação, suprindo, assim, todas as células com o oxigênio necessário à 
obtenção de energia, entre outrasfunções. Localizado na porção central da 
cavidade torácica e levemente inclinado para o lado esquerdo, ele é envolvido 
por uma túnica chamada pericárdio. Já suas cavidades internas são forradas por 
uma membrana chamada endocárdio. A parte muscular do coração, por sua vez, 
recebe o nome de miocárdio. O coração é dividido em duas partes por uma 
membrana central. Assim, há o lado direito, ou venoso, por onde flui o sangue 
venoso, rico em gás carbônico; e o lado esquerdo, ou arterial, por onde flui o 
sangue arterial, rico emoxigênio. Tanto o lado direito (venoso) como o lado 
esquerdo (arterial) do coração possuem cavidades receptoras de sangue, 
chamadas de átrios, e também cavidades ejetoras, chamadas ventrículos. Uma 
particularidade do coração é que, embora seja um músculo involuntário, ele é 
constituído por fibras estriadas, normalmente presentes nos músculos de 
controlevoluntário (os músculos involuntários geralmente têm fibras lisas). Estas 
fibras estão unidas umas às outras, o que conseqüentemente faz com que elas 
percam a individualidade (MELO, 2010). 
 
 
76 
 
 
Sístole e Diástole 
 
Para que o sangue passe dos átrios para os ventrículos e, destes, para 
as artérias, o músculo do coração precisa se contrair e se expandir, funcionando 
como uma bomba. Quando o movimento é de contração, é chamado de sístole. 
Quando o movimento é de expansão, é chamado de diástole. Assim, os átrios 
se contraem, entrando em sístole e pressionando o sangue na direção dos 
ventrículos, que nesse momento se expandem (entram em diástole) para 
recebê-lo. Em seguida, os ventrículos entram em sístole, pressionando o sangue 
para as artérias, enquanto os átrios entram em diástole para receber mais 
sangue das veias. E assim sucessivamente (MELO, 2010). 
 
Válvulas 
 
O coração possui válvulas especiais que fazem com que o sangue que 
passa dos átrios para os ventrículos e, destes, para as artérias, flua sempre 
nesta direção, impedindo o refluxo. Existem quatro válvulas (as mais 
importantes) no coração segundo Melo (2010): 
• Válvula Mitral - Situada entre o átrio e o ventrículo esquerdo. Garante o 
fluxo de sangue arterial do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo, 
impedindo o refluxo para o átrio. 
• Válvula Tricúspide -Localiza-se entre o átrio e o ventrículo direito. Garante 
o fluxo de sangue venoso do átrio direito para o ventrículo direito, 
impedindo o refluxo. 
• Válvula Aórtica -Está localizada entre o ventrículo esquerdo e a artéria 
aorta. Garante a passagem do sangue arterial para a aorta, impedindo 
que ele volte ao ventrículo. 
• Válvula Pulmonar -Posicionada entre o ventrículo direito e a artéria 
pulmonar, permite o fluxo de sangue para a artéria pulmonar, impedindo 
o refluxo. 
 
Vasos do Coração 
 
 
77 
 
O sangue que circula pelo coração não é capaz de nutri-lo. Ele 
simplesmente passa pelo órgão. A nutrição do coração é feita por um complexo 
de artérias e veias conhecidas como coronárias. As artérias coronárias partem 
da aorta (a artéria que sai do ventrículo esquerdo do coração) e entram direto no 
coração, onde se ramificam em uma série de vasos. O sangue utilizado pelo 
coração, por sua vez, é coletado pela veia coronária, que desemboca direto na 
aurícula direita do coração (MELO, 2010). 
 
Pulso 
 
Quando o ventrículo esquerdo do coração se contrai, bombeando sangue 
para a artéria aorta, esta artéria sofre uma brusca dilatação, que se transmite por 
suas ramificações, podendo ser sentida na artéria radial, que passa pelo pulso, 
logo ao lado do polegar.Como esta transmissão é muito rápida (a velocidade é 
de 9 metros por segundo), ele é sentida praticamente no mesmo momento em 
que ocorre. Com base no pulso é possível deduzir uma série de informações, 
como a freqüência cardíaca (o número de batidas por minuto) e o ritmo 
(regularidade das batidas) (MELO, 2010). 
 
Sangue 
 
O sangue é um líquido de cor avermelhada que transita por todo o 
organismoa partir do coração e pelos pulmões, artérias, capilares e veias. Sua 
função básica é levar oxigênio e nutrientes para as células, que serão usados na 
obtenção da energia que mantém o corpo funcionando. O sangue é composto 
por plasma e por elementos figurados. O plasma representa cerca de 60% do 
líquido total, e é composto por 90% de água e 10% de outras substâncias 
dissolvidas como aminoácidos, ácidos graxos, glicose e sais minerais, entre 
outras, e que são absorvidas pelas vilosidades intestinais. Já os elementos 
figurados são os glóbulos vermelhos (hemácias), glóbulos brancos ou leucócitos 
e plaquetas. Em 1 mm³ (um milímetro cúbico) de sangue existem cerca de 4 a 6 
milhões de hemácias, 7 a 9 mil leucócitos e 200 mil a 300 mil plaquetas (MELO, 
2010). 
 
 
78 
 
 
 
 
Hemácias 
 
As hemácias são responsáveis pelo transporte de oxigênio para as célulasdo corpo e gás carbônico de volta para o pulmão, onde faz nova troca gasosa e 
recomeça o ciclo. Graças a um pigmento vermelho chamado hemoglobina, 
conferem ao sangue sua característica cor vermelha.LeucócitosOs leucócitos 
são responsáveis pela defesa do organismo contra agentes agressores 
externos, como vírus e bactérias. E, para evitar doenças, o organismo precisa 
se defender. Nessa guerra, entram em cena dois tipos distintos de leucócitos: os 
neutrófilos e os linfócitos. Os neutrófilos têm uma forma especial de destruir uma 
célula agressora (uma bactéria, por exemplo) chamada fagocitose. Quando o 
neutrófilo detecta o inimigo, ocorre uma alteração na sua membrana celular, que 
se projeta em forma de "braços" de maneira a envolvê-lo. Esses "braços" são 
chamados de pseudópodes (falsos pés, pela origem grega da palavra). Uma vez 
no interior da célula, a bactéria é então destruída.Já os linfócitos destroem as 
bactérias por meio da produção de anticorpos, capazes de destruir as proteínas 
dos agressores, eliminando-os (MELO, 2010). 
 
Plaquetas 
 
As plaquetas são fragmentos de células (por não possuírem um núcleo) 
que ajudam na cicatrização, formando coágulos. Quando algum vaso sangüíneo 
se rompe, as plaquetas liberam certas substâncias formando uma rede onde 
ficam presos os elementos figurados. Todo o conjunto seca, impedindo que o 
sangue continue escapando (MELO, 2010). 
As hemácias são produzidas pela medula óssea. Calcula-se que a medula 
óssea produza cerca de 200 bilhões de hemácias por dia. Já os leucócitos 
podem ser produzidos na medula óssea, nos gânglios linfáticos, no fígado, no 
timo ou no baço. As plaquetas são produzidas por determinadas células na 
medula óssea, como não possuem núcleo nem outras características celulares, 
são chamadas de corpúsculos ou pedaços de células (MELO, 2010). 
 
79 
 
Sistema linfático 
 
Além do sistema vascular linfático, que consiste nos vasos e nódulos 
linfáticos, existem nos diferentes órgãos do organismo aglomerações de 
linfócitos, que aparecem na forma de nódulos linfáticos (linfonodos solitários) e 
de aglomerações de nódulos linfáticos (linfonodos agregados) e, que juntamente 
com o sistema vascular linfático, formam o sistema linfático.O sistema linfático 
não possui somente uma função importante de transporte, mas também uma 
importante função de defesa contra lesões; ele representa aproximadamente 1% 
do peso corporal. No tecido linfóide ocorre a formação de linfócitos e 
imunoglobulinas. Os corpos estranhos que entram no organismo são 
transportados para os nódulos linfáticos com o auxílio do sistema vascular, onde 
são degradados ou depositados. Microorganismos que entram nos vasos 
linfáticos também são transportados para nódulos linfáticos regionais e são 
degradados. Nos diferentes agentes infecciosos, os processos de defesa se 
processam com o auxílio de dispositivos de defesa celulares do sangue, 
imediatamente no local de penetração do organismo (MELO, 2010). 
 
Funções do sangue 
 
• Função respiratória: com o auxilio da hemoglobina dos eritrócitos, dá-se 
o transporte de oxigênio do pulmão para dentro dos tecidos. O sangue 
também serve para o transporte de ácido carbônico para os pulmões. 
• Função de nutrição: com o auxílio do sangue ocorre um transporte de 
substâncias nutritivas a partir do canal intestinal para as células, 
ocorrendo ainda um suprimento uniforme de todos os tecidos com 
ligações indispensáveis à vida. 
• Função de excreção: transporte de produtos finais do metabolismo para 
os órgãos excretórios. 
• Função de defesa: com o auxilio dos anticorpos, das enzimas e dos 
leucócitos, o sangue está em condições de participar nos processos de 
defesa contra microrganismos, corpos estranhos e toxinas, entre outros. 
 
80 
 
• Função de regulação do equilíbrio hídrico do organismo: a água que entre 
em excesso é depositada nos espaços intersticiais, para em seguida ser 
eliminada pelos rins, pulmões e pele. 
• Função de regulação de pH: com base na alta capacidade de 
tamponamento, o sangue está em condições demanter o pH dentro de 
limites muitos estreitos. 
• Função de regulação da pressão osmótica: em conseqüência da 
regulação da concentração protéica e salina no sangue, a pressão 
osmótica é mantida dentro de limites muito estreitos. Isto é importante 
para os processos de trocas nos capilares e para o equilíbrio hídrico dos 
tecidos. 
• Função de transporte hormonal: o sangue transporta os hormônios e, 
portanto, juntamente com o sistema nervoso, serve para a coordenação 
das funções orgânicas em todo o organismo. 
• Função de distribuição do calor: o sangue assimila o calor formado 
durante os processos metabólicos e distribui por todo este calor. A 
regulação da pressão sanguínea: neste caso, são importantes as 
alterações do volume sanguíneo. Uma redução do volume sanguíneo leva 
geralmente a uma redução da pressão sanguínea e vice-versa (MELO, 
2010). 
8.2 Anatomia geral do coração 
A base do coração é formada pelos átrios que possui paredes finas que 
são separados dos ventrículos através do sulco coronariano em um revestimento 
de tecido adiposo. Agora posicione o coração de forma similar ao que acontece 
ao animal. Localize a borda cranial (é mais bojuda, miocárdio mais estreito), é o 
ventrículo direito; a borda caudal (miocárdio mais espesso, superfície levemente 
côncava), é o ventrículo esquerdo. Há também a face direita (atrial) e esquerda 
(auricular), isso devido às aurículas estarem voltadas para a face esquerda. 
Lembramos que as aurículas nada mais são do que projeções do próprio átrio, 
permitindo assim uma maior capacidade atrial (MELO, 2010). 
 
81 
 
Segundo o autor o ápice do coração apresenta o vórtex. Trata-se de um 
redemoinho de fibras musculares, onde estas fibras se interceptam a fim de 
voltar em sentido contrário, distribuindo-se assim, no formato de um oito. Isso 
lhes confere maior eficiência na sístole, pois é como se o coração fosse torcido 
para expulsar o sangue. Já a base, apresenta os vasos: artéria aorta com 
coronárias direita e esquerda, tronco braquiocefálico e ligamento arterioso; 
artéria tronco pulmonar, com as artérias pulmonares direita e esquerda; veias 
cavas cranial e caudal, recebendo a cranial, a veia ázigos; veias pulmonares, 
variando seu número de acordo com a espécie animal, normalmente de 4 a 6 
em ruminantes e podendo ser encontrado até 8 em outras espécies (MELO, 
2010). 
O coração dos equinos normalmente possui menor quantidade de tecido 
adiposo acumulado e entremeado ao órgão e ápice pontiagudo. Já o de bovinos 
apresenta gordura densa, aspecto mais triangular com ápice desbastado. 
Nas Aves o aparelho circulatório é do tipo fechado, duplo e completo. Há 
uma separação completa entre o sangue venoso e o arterial. Além disso, o 
coração tem quatro câmaras. A aorta sistêmica deixa o ventrículo esquerdo e 
leva o sangue para a cabeça e corpo, através do quarto arco aórtico direito. 
Existem, variações consideráveis no que se refere às artérias carótidas. 
Geralmente, as carótidas comuns são pares. Entretanto, nos alcaravões, os dois 
ramos se unem logo depois de emergirem das artérias inonimadas e formam um 
único tronco. Em outros grupos, pode haver uma redução do tamanho tanto da 
carótida comum esquerda como da direita antes da fusão e, nas aves 
passeriformes, só a carótida comum esquerda permanece. Existem duas veias 
pré-cavas funcionais e uma veia pós-cava completa. As primeiras são formadas 
pela união da veia jugular e subclávia de cada lado. A veia pós-cava drena o 
sangue dos membros através do sistema porta-renal, que passa pelos rins, mas 
que não se ramifica em capilares; consequentemente, não pode ser comparado 
ao sistema porta-renal dos vertebrados inferiores. Os eritrócitos das aves são 
nucleados e maiores do que os dos mamíferos. O Sistema de Circulação permite 
a conservação da temperaturada ave. A circulação é bastante intensa e 
consequentemente, as trocas gasosas que se processam ao nível das células 
também são intensas e desenrola-se uma notável combustão celular. Isso 
acontece porque o deslocamento durante o vôo constitui uma atividade muscular 
 
82 
 
muito grande, que exige o consumo de grandes quantidades de energia -ATP. 
Chegam a ter 150 batidas por minuto algumas aves (MELO, 2010). 
9 SISTEMA RESPIRATÓRIO ANIMAL 
 
Fonte: consultadogvet.wordpress 
O sistema respiratório animal e humano é constituído por um par de 
pulmões e por vários órgãos que conduzem o ar para dentro e para fora das 
cavidades pulmonares. Esses órgãos são as fossas nasais, a boca, a faringe, a 
laringe, a traquéia, os brônquios, os bronquíolos e os alvéolos, os três últimos 
localizados nos pulmões (MELO, 2010). 
Fossas nasais: são duas cavidades paralelas que começam nas narinas e 
terminam na faringe. Elas são separadas uma da outra por uma parede 
cartilaginosa denominada septo nasal. Em seu interior há dobras chamadas 
cornetos nasais, que forçam o ar a turbilhonar. Possuem um revestimento dotado 
de células produtoras de muco e células ciliadas, também presentes nas porções 
inferiores das vias aéreas, como traquéia, brônquios e porção inicial dos 
bronquíolos. No teto das fossas nasais existem células sensoriais, responsáveis 
pelo sentido do olfato. Têm as funções de filtrar, umedecer e aquecer o ar. 
Focinho: existe uma ampla variedade de formas de acordo com a espécie 
animal e com funções desde defesa até de respiração, no seu interior apresenta 
uma grande quantidade de pelos que tem por função a limpeza dos ar, e sua 
 
83 
 
mucosa bastante vascularizada com a função de aquecimento do ar inspirado. 
O seu interior é dividido por um septo cartilaginoso, formado principalmente de 
cartilagem hialina. 
Faringe: é um canal comum aos sistemas digestório e respiratório e comunica-
se com a boca e com as fossas nasais. O ar inspirado pelas narinas ou pela boca 
passa necessariamente pela faringe, antes de atingir a laringe. 
Laringe: é um tubo sustentado por peças de cartilagem articuladas, situado na 
parte superior do pescoço, em continuação à faringe. O pomo-de-adão, saliência 
que aparece no pescoço, faz parte de uma das peças cartilaginosas da laringe. 
As cartilagens da laringe são a tireóide, a cricóide e a epiglote (ímpares) 
e a aritenóide, a corniculada e a cuneiforme (pares). A entrada da laringe chama-
se glote. Acima dela existe uma espécie de “lingueta” de cartilagem denominada 
epiglote, que funciona como válvula. Quando nos alimentamos, a laringe sobe e 
sua entrada é fechada pela epiglote. Isso impede que o alimento ingerido penetre 
nas vias respiratórias. O epitélio que reveste a laringe apresenta pregas, as 
cordas vocais, capazes de produzir sons durante a passagem de ar. As palavras 
tireóide, cricóide, aritenóide e epiglote derivam do grego. Tireóide vem de thyreós 
(= escudo) e oidés (= forma de). Cricóide é derivada de krykos (= círculo) e oidés 
(= forma de). Aritenóide vem de arytaina (=jarro, copo) e oidés (= forma de), 
enquanto epiglote vem de epi (= sobre, em cima) e glottis (= laringe). Já 
corniculada e cuneiforme derivam do latim. Corniculada vem de corniculatum (= 
que tem um pequeno chifre). Cuneiforme vem de cunœus (= cunha) e formis (= 
em forma de) (MELO, 2010). 
Traquéia: é um tubo de aproximadamente 1,5 cm de diâmetro por 10-12 
centímetros de comprimento, descrito para os seres humanos com dimensões 
diferenciadas entre os animais, cujas paredes são reforçadas por anéis 
cartilaginosos. Os seus anéis apresentam um formato em U, e que são 
revestidos por uma membrana fibroelástica que facilita assim os movimentos 
destes anéis no momento da respiração que apresenta assim uma grande 
pressão interna, tanto na inspiração como na expiração. Bifurca-se na sua região 
inferior, originando os brônquios, que penetram nos pulmões. Seu epitélio de 
revestimento mucociliar adere partículas de poeira e bactérias presentes em 
suspensão no ar inalado, que são posteriormente varridas para fora (graças ao 
movimento dos cílios) e engolidas ou expelidas. 
 
84 
 
Pulmões: Os pulmões são órgãos esponjosos, com aproximadamente 25 cm de 
comprimento em algumas espécies, com grande variação de tamanho e até de 
coloração, sendo envolvidos por uma membrana serosa denominada pleura. 
Nos pulmões os brônquios ramificam-se profusamente, dando origem a tubos 
cada vez mais finos, os bronquíolos. O conjunto altamente ramificado de 
bronquíolos é a árvore brônquica ou árvore respiratória. Cada bronquíolo termina 
em pequenas bolsas formadas por células epiteliais achatadas (tecido epitelial 
pavimentoso) recobertas por capilares sanguíneos, denominadas alvéolos 
pulmonares. 
Diafragma: A base de cada pulmão apoia-se no diafragma, órgão músculo-
membranoso que separa o tórax do abdômen, presente apenas em mamíferos, 
promovendo, juntamente com os músculos intercostais, os movimentos 
respiratórios. Localizado logo acima do estômago, o nervo frênico controla os 
movimentos do diafragma. 
 
Fonte: topquizz.com 
9.1 Fisiologia da respiração 
A inspiração, que promove a entrada de ar nos pulmões, dá-se pela 
contração da musculatura do diafragma e dos músculos intercostais. O 
diafragma abaixa e as costelas elevam-se, promovendo o aumento da caixa 
torácica, com conseqüente redução da pressão interna (em relação à externa), 
forçando o ar a entrar nos pulmões. A expiração, que promove a saída de ar dos 
pulmões, dá-se pelo relaxamento da musculatura do diafragma e dos músculos 
 
85 
 
intercostais. O diafragma eleva-se e as costelas abaixam, o que diminui o volume 
da caixa torácica, com conseqüente aumento da pressão interna, forçando o ar 
a sair dos pulmões (MELO, 2010). 
 
Transporte de gases respiratórios 
 
O transporte de gás oxigênio está a cargo da hemoglobina, proteína 
presente nas hemácias. Cada molécula de hemoglobina combina-se com 4 
moléculas de gás oxigênio, formando a oxi-hemoglobina. Nos alvéolos 
pulmonares o gás oxigênio do ar difunde-se para os capilares sanguíneos e 
penetra nas hemácias, onde se combina com a hemoglobina, enquanto o gás 
carbônico (CO2) é liberado para o ar (processo chamado hematose) (MELO, 
2010). 
Segundo o autor, nos tecidos ocorre um processo inverso: o gás oxigênio 
dissocia-se da hemoglobina e difunde-se pelo líquido tissular, atingindo as 
células. A maior parte do gás carbônico (cerca de 70%) liberado pelas células no 
líquido tissular penetra nas hemácias e reage com a água, formando o ácido 
carbônico, que logo se dissocia e dá origem a íons H+ e bicarbonato (HCO3-), 
difundindo-se para o plasma sanguíneo, onde ajudam a manter o grau de acidez 
do sangue. Cerca de 23% do gás carbônico liberado pelos tecidos associam-se 
à própria hemoglobina, formando a carboemoglobina. O restante dissolve-se no 
plasma. 
O monóxido de carbono, liberado pela “queima” incompleta de 
combustíveis fósseis e pela fumaça dos cigarros entre outros, combina-se com 
a hemoglobina de uma maneira mais estável do que o oxigênio, formando o 
carboxiemoglobina. Dessa forma, a hemoglobina fica impossibilitada de 
transportar o oxigênio, podendo levar à morte por asfixia (MELO, 2010). 
9.2 Respiração das aves 
Os pulmões das aves são compactos e muito eficientes. Estão ligados à 
estruturas muito importantes chamadas sacos aéreos, que trabalham para a 
diminuição da densidade da ave durante o vôo. Na base da traquéia há uma 
estrutura chamada siringe, com músculos vocais, responsáveis pelo canto. 
 
86 
 
Esses sons emitidos pelas aves possibilitam a comunicação entre indivíduos da 
mesma espécie o que é importante para a defesa do animal, para a marcação 
do território, e para aproximar machos e fêmeas no período reprodutivo. Há aves, 
como o avestruz e o urubu, que não possuem a siringe (MELO, 2010). 
 
Frequênciarespiratória das aves 
PATO => 60-70 (65) GANSO => 12-22 (17) PAVÃO => 12-14 (13) POMBO => 
24-32 (28) 
 
Dados cão e gato: 
Cão Freqüência Cardíaca: 70 –130 bpm Freqüência Respiratória: 10 –40 mpm 
Gato Freqüência Cardíaca: 160 –240 bpm Freqüência Respiratória: 20 –40 mpm 
 
 
 
 
 
 
 
87 
 
10 SISTEMA DIGESTÓRIO DOS ANIMAIS 
 
Fonte: KÖNIG; LIEBICH, 2016 
 
Para que o organismo se mantenha vivo e funcionante é necessário que 
ele receba um suprimento constante de material nutritivo. Muitos alimentos para 
que sejam absorvidos e assimilados precisam ser solúveis e sofrer modificação 
química, os órgãos que constituem o sistema digestório são especialmente 
adaptados para que estas exigências sejam cumpridas. Assim suas funções são 
as de apreensão, mastigação, deglutição, digestão, absorção dos alimentos e 
expulsão dos resíduos (ALVES, 2011). 
O sistema digestório compõe-se do canal alimentar, que se prolonga 
desde a boca até o ânus e também inclui glândulas anexas, glândulas salivares, 
o fígado e o pâncreas, cujas secreções digestivas penetram o canal alimentar 
(KÖNIG; LIEBICH, 2016). 
Se divide em: 
- Sistema digestório cefálico: cavidade bucal e faringe; 
- Sistema digestório anterior: esôfago e estômago; 
- Sistema digestório médio: intestino delgado; 
- Sistema digestório terminal: intestino grosso. 
Boca 
 
88 
 
A boca é a primeira parte do aparelho digestório. O termo boca designa 
não apenas a cavidade e suas paredes, como também as estruturas acessórias 
que nela se projetam, como dentes, língua, e drenam, como no caso as 
glândulas salivares. A boca tem como principais funções à preensão, a 
mastigação e a salivação de alimentos. Na maioria das espécies (exceto: 
equino), funciona como uma via aérea, quando o fluxo através do nariz se 
encontra diminuído (CAMPOS, 2011). 
Segundo o autor a cavidade bucal tem início entre os lábios e continua na 
faringe. É dividida pelos dentes e bordas maxilares em uma parte externa, 
vestíbulo, limitado pelos lábios e bochechas e uma interna, a cavidade bucal 
propriamente dita. 
Nos equinos é uma cavidade cilíndrica que, quando está fechada, está 
totalmente preenchida pelas estruturas nelas contidas; resta um pequeno 
espaço entre a raiz da língua, palato mole e a epiglote, denominada orofaringe. 
Já nos ruminantes o vestíbulo é espaçoso; nos suínos, a cavidade bucal 
propriamente dita é relativamente profunda, sendo o comprimento influenciado 
pela raça (CAMPOS, 2011). 
Os lábios são duas pregas músculo membranosas que circundam o 
orifício da boca. O lábio superior, denominado lábio maxilar, une-se com o lábio 
inferior, lábio mandibular nas comissuras labiais (ALVES, 2011). 
Em algumas espécies como a equina, os lábios são utilizados para coletar 
o alimento e introduzi-lo na boca; para esta finalidade devem ser sensíveis e 
móveis. Nos bovinos, os lábios são muito grossos e incomparavelmente imóveis. 
O meio do lábio maxilar e a superfície entre as narinas estão desprovidas de 
pêlos e denominados de plano nasolabial. Os lábios dos caprinos e ovinos são 
finos e móveis; o lábio maxilar é marcado por um filtro evidente, sendo fora isso 
coberto por pêlos. Nos suínos, o lábio superior, grosso e curto, está unido ao 
focinho; o lábio inferior é pequeno e pontudo. Os lábios não são dotados de muita 
mobilidade (CAMPOS, 2011). 
As bochechas formam os lados da boca e são contínuas rostralmente com 
os lábios. Tendem a ser mais amplas nos herbívoros. 
A língua é um órgão muscular situado no assoalho da boca. Está fixada 
por músculo ao osso hioide, à mandíbula e à faringe. Nos ruminantes ela tem 
importante função na apreensão de alimentos, além das funções na gustação, 
 
89 
 
tato, mastigação, deglutição e sucção comuns aos demais animais. O dorso da 
língua está coberto por uma série de projeções da mucosa, denominadas pupilas 
linguais com funções gustativas e mecânicas. Dentre as pupilas linguais 
gustativas destacam-se valadas e fungiformes e as mecânicas: filiformes e 
lenticulares. Os caninos, equinos e suínos apresentam ainda as papilas folhadas 
com funções gustativas (ALVES, 2011). 
Segundo o autor os dentes são estruturas esbranquiçadas, duras, 
constituídas principalmente de tecidos calcificados e que têm a função de 
aprender, cortar e triturar os alimentos. Estão implantados parcialmente nos 
alvéolos dos ossos incisivos (exceto nos ruminantes), maxila e mandíbula. Em 
cada dente distinguem-se 3 partes: raiz, (implantada no alvéolo), coroa (entre as 
precedentes) e colo. 
 
Faringe 
A faringe é a parte do sistema digestório situada por detrás das cavidades 
nasal e bucal seguida caudalmente pela laringe e esôfago. O ar e o alimento 
passam através da cavidade faríngea. O ar, durante a respiração, passa de um 
sentido rostrodorsal para caudoventral e vice-versa, enquanto durante a entrada 
dos alimentos, o bolo alimentar terá um trajeto rostroventral para caudodorsal 
através da cavidade faríngea. Portanto as passagens de ar e de alimentos 
cruzam-se na cavidade faríngea, e é tarefa da faringe direcionar adequadamente 
o ar e os alimentos para evitar engasgamento (CAMPOS, 2011). 
 
Esôfago 
É um longo tubo músculo-membranoso que continua a faringe e é 
continuado pelo estômago apresentando porções cervical, torácica e abdominal. 
O esôfago situa-se dorso-lateralmente a esquerda da traqueia, isso no terço 
distal do pescoço e tem que atravessar o músculo diafragma para atingir o 
abdome. O lume do esôfago aumenta por ocasião da passagem do bolo 
alimentar, o qual é impulsionado por contrações da musculatura lisa de sua 
parede (movimentos peristálticos) (ALVES, 2011). 
No equino, o esôfago tem cerca de 125 – 150 cm de comprimento, e 
apresenta três segmentos: cervical (10 a 15 cm), torácico (56,5 – 66 cm) e 
abdominal (2 – 3 cm). No bovino mede de 90 a 105 cm e não apresenta o 
 
90 
 
segmento abdominal, pois o estômago está em contato com o diafragma. Em 
pequenos ruminantes tem aproximadamente 45 cm, com diâmetro de 2 cm. No 
suíno, o esôfago é curto e quase reto. Ele possui calibre potencial no adulto de 
quase 7 cm, em qualquer extremidade e de cerca de 4,2 cm em sua parte média 
(CAMPOS, 2011). 
 
Estômago 
O estômago, interposto entre o esôfago e no intestino delgado, é a parte 
dilatado do aparelho digestivo onde os alimentos são armazenados 
temporariamente e se inicia a digestão de proteínas e tem início a emulsificação 
de gorduras (CAMPOS, 2011). 
Segundo o autor um estômago inteiramente revestido por uma mucosa 
glandular coberta por um epitélio cilíndrico é encontrado nos carnívoros e no 
homem; um estômago em que a mucosa é desprovida de glândulas é revertido 
por epitélio estratificado pavimentoso estendendo-se até a cárdia é encontrado 
no suíno, equino e ruminante. No equino, a capacidade gástrica varia de 8 a 15 
litros. No suíno é de 5,7 a 8 litros e quando cheio, seu eixo maior é transversal e 
sua curvatura maior estende-se caudalmente no assoalho do abdome, um pouco 
mais à frente do que a metade da distância entre a cartilagem xifoide e o umbigo. 
 
Estômago dos ruminantes 
Ocupa quase 3⁄4 da cavidade abdominal. Ele preenche a metade 
esquerda da cavidade, excetuando-se o pequeno espaço ocupado pelo baço e 
parte do intestino delgado e estende-se para dentro da metade direita. São 
quatro compartimentos: o rúmen, o retículo, o omaso e o abomaso. Os três 
primeiros compartimentos são glandulares (pré-estômagos ou pró-ventrículos), 
enquanto o abomaso é glandular (CAMPOS, 2011). 
De acordo com o autor a capacidade do estômago varia grandemente com 
a idade e o tamanho do animal. No bovino de tamanho médio a capacidade é de 
52– 68 kg, mas o limite extremo é de 104 kg. No bezerro recém-nascido o rúmen 
e o retículo, em conjunto possuem cerca da metade da capacidade do abomaso, 
e permanecem em colapso e sem funcionamento enquanto a dieta for limitada a 
leite.Nos ovinos e caprinos a capacidade do estômago é de 7-8 kg e o rúmen e 
o omaso são relativamente pequenos. 
 
91 
 
 
Rúmen 
É a maior parte do proventrículo e ocupa quase todo o antímero esquerdo 
da cavidade abdominal. A sua mucosa apresenta-se de cor marrom escuro e 
com numerosas papilas. De tamanho e forma variada (ALVES, 2011). 
 
Retículo 
É o mais cranial e o menor nos quatro compartimentos nos bovinos, está 
localizado entre a 6ª e 7ª ou 8ª costelas. É importante que o retículo esteja em 
contato com o diafragma, o qual, por sua vez, está em contato com o pericárdio 
e os pulmões. Nos caprinos e ovinos é relativamente maior que nos bovinos. A 
mucosa do retículo lembra favos de mel. Quando o órgão está muito repleto, as 
figuras geométricas podem ser visualizadas através da camada serosa a olho nu 
(CAMPOS, 2011) 
 
Omaso 
Tem forma arredondada nos bovinos e ovoides nos pequenos ruminantes. 
A sua mucosa forma inúmeras pregas longitudinais semelhantes às folhas de um 
livro, denominadas lâminas do omaso. Ele é claramente separado dos demais 
compartimentos situa-se principalmente à direita do plano mediano, oposto da 
7ª à 11ª costelas. O omaso dos ovinos e caprinos é bem menor que o reticulo, 
sua capacidade sendo de apenas 300 ml. Está situado a direita do plano 
mediano e não está em contato com o assoalho abdominal (ALVES, 2011) 
 
Abomaso 
Corresponde ao estômago dos demais mamíferos domésticos. Tem forma 
de um saco delgado, e situa-se no assoalho da cavidade abdominal à direita do 
plano mediano. A mucosa do abomaso é lisa e aveludada apresentando pregas 
no sentido longitudinal, denominadas pregas espirais. O abomaso nos caprinos 
e ovinos é relativamente maior e mais longo que nos bovinos (ALVES, 2011). 
 
Intestinos 
 
 
92 
 
O intestino começa no piloto e continua até o ânus. Divide-se em intestino 
delgado e intestino grosso, partes que nem sempre diferem tanto em calibre 
quanto seus nomes sugerem. Contudo, o limite torna-se evidente pela 
excrescência de um divertículo cego, o ceco, na origem do intestino grosso. 
O intestino delgado é constituído de três partes, o duodeno, que é curto e 
bem firmemente fixo em posição, o jejuno e o íleo, que são sustentados pelo 
grande mesentério. Seu comprimento está sujeito a grandes variações raciais e 
individuais, variando de 30 a 50 cm nos bovinos, 20 a 40 cm nos pequenos 
ruminantes. E aproximadamente 25 cm nos equinos (ALVES, 2011). 
De acordo com Alves (2011) o duodeno é o primeiro segmento do intestino 
delgado. Abraça a cabeça do pâncreas e nele desemboca o ducto colédoco que 
traz a bile e o ducto pancreático, que traz a secreção pancreática, que auxiliam 
na digestão jejuno íleo. O jejuno e íleo são as duas porções finais do intestino 
delgado e o limite entre ambas não é nítido. É o jejuno que se inicia o mesentério. 
A porção final do íleo desemboca no intestino grosso em um ponto que marca o 
limite entre o cécum e o cólon (óstio ileal). 
O intestino grosso também compreende três partes: ceco, colón e reto. O 
reto une-se ao curto canal anal que leva ao exterior, mas este canal não faz parte 
do intestino no sentido estrito. O ceco é uma estrutura tubular de fundo cego, 
possui comprimento médio de 75 cm e diâmetro de 12 cm no bovino, e um 
comprimento de 30 cm e diâmetro de 8 cm nos caprinos e ovinos. A capacidade 
é de cerca de 3,5 kg nos bovinos e de 700 g nos pequenos ruminantes. O cólon 
é a maior parte do intestino grosso, medindo de 6 a 13 metros de comprimento 
nos bovinos, 3 a 7 metros nos pequenos ruminantes e cerca de 7 metros nos 
equinos. Já o reto é a porção final do tubo digestório que se abre no ânus. Seu 
comprimento varia de 20 a 30 cm nos bovinos, 10 a 15 cm nos pequenos 
ruminantes e 30 cm nos equinos (ALVES, 2011). 
O fígado é a maior glândula existente no organismo animal e lança o 
produto de sua secreção, a bile, no duodeno, depois de ter sido armazenada e 
concentrada na vesícula biliar. Está localizada na parte visceral do fígado, e é 
drenada pelos ductos hepáticos direito e esquerdo, os quais confluem no ducto 
hepático comum. Através do ducto cístico, a bile vai a vesícula biliar onde é 
armazenada e concentrada. O ducto cístico abre-se no ducto hepático comum e 
a união que se forma por essa confluência denomina-se ducto colédoco. No hilo 
 
93 
 
do fígado diversos elementos entram ou saem: artéria hepática (conduz sangue 
para nutrir o fígado), veia aorta, (veicula sangue rico em substâncias recém 
absorvidas) (ALVES, 2011). 
Ainda segundo o autor, o pâncreas é amarelado e possui uma certa 
semelhança com uma glândula salivar, embora seja mais mole e mais 
frouxamente entrelaçada que a maioria destas glândulas. Combina funções 
exócrinas de endócrinas. O componente exócrino é certamente o maior, produz 
um suco digestivo que é lançado na parte proximal do duodeno através de um 
ou dois dutos. O suco contém enzimas que decompõem proteínas, carboidratos 
e gorduras. O componente endócrino compreende as ilhotas pancreáticas, 
grupos celulares que ficam espalhados entre os ácinos exócrinos e são a fonte 
de insulina, glucagon e gastrina. As ilhotas, portanto, são de importância capital 
no metabolismo de carboidratos. 
10.1 Fisiologia do sistema digestório 
O tubo digestório de todos os animais evoluiu para desempenhar várias 
funções importantes. A função óbvia consiste em proporcionar uma forma de 
digerir e absorver os nutrientes da dieta necessários para sustentar o restante 
do corpo. É importante perceber que o lúmen do tubo digestório é, na realidade, 
contíguo com o ambiente externo. Por conseguinte, o lúmen do intestino atua 
como nicho ecológico para o crescimento de uma ampla variedade de bactérias 
e, em algumas espécies, de fungos e protozoários (REECE, 2017). 
Segundo o autor uma importante função do intestino é identificar e impedir 
a entrada de patógenos através de sua barreira epitelial. É também de 
importância fundamental que o sistema imune do intestino tenha tolerância aos 
microrganismos comensais, muitos dos quais ajudam o animal na digestão dos 
componentes da dieta. Outra função importante do tubo digestório é a eliminação 
dos produtos residuais. Isso inclui o material não digerido na dieta e a remoção 
de produtos tóxicos do sangue, transportados principalmente pelo fígado que 
excreta várias substâncias no lúmen do intestino, na bile. Os impulsos aferentes 
do sistema nervoso tanto voluntário quanto autônomo e uma ampla variedade 
de hormônios são necessários para coordenar a motilidade e os processos 
 
94 
 
digestivos do intestino. A natureza desenvolveu uma grande variedade de 
métodos para que os animais possam desempenhar as funções do trato 
alimentar. Três tipos básicos de sistemas do tubo digestório são descritos de 
modo detalhado: os animais de estômago simples (que incluem cães e gatos), 
os fermentadores pré-gástricos (ruminantes e camelídeos) e os fermentadores 
pós-gástricos (como os equinos e o coelho). 
As estruturas da cavidade oral são necessárias para a preensão do 
alimento, a mastigação do material alimentar e a sua deglutição, enquanto 
protegem ao mesmo tempo o animal da inalação dos produtos alimentares. Os 
animais desenvolveram muitas estratégias para mover o alimento dentro da 
cavidade oral. Nos equinos, os lábios superior e inferior são muito flexíveis e 
sensíveis e eles seguram o material vegetal e o introduzem na boca a uma 
distância suficiente para que os incisivos possam cortar os caules. Os suínos 
utilizam os lábios inferiores de modo semelhante. Os lábios dos ruminantes não 
são muito flexíveis e têm uma capacidade limitada na preensão do alimento. Em 
seu lugar, possuem línguas que são longas e flexíveis para segurar o material 
vegetal e introduzi-lo na boca para ser cortado ao pressionar os incisivos 
inferiores contra o palato duro dorsal (os ruminantes não têm incisivos na arcadadentária superior). Os camelídeos possuem incisivos superiores, porém a 
preensão do alimento assemelha-se muito àquela dos ruminantes mais 
tradicionais (REECE, 2017). 
De acordo com Reece (2017), os cães, os gatos e muitos outros 
carnívoros não utilizam em grande parte os lábios para ajudar a introduzir o 
alimento na cavidade oral. Em seguida, eles seguram o alimento com os dentes, 
o arremessam no ar e movem a sua boca aberta para frente para apanhar o 
alimento na parte mais caudal da cavidade oral até que possa ser deglutido. A 
maioria das aves e os répteis também utilizam um movimento das mandíbulas e 
da cabeça para arremessar e capturar o alimento e introduzi-lo na parte posterior 
da cavidade oral. As espécies também diferem na maneira com que bebem 
água. Os equinos e os bovinos, à semelhança dos seres humanos, podem criar 
uma pressão negativa na cavidade oral que possibilita a sucção da água para 
dentro da cavidade oral. Os cães, os gatos e seus parentes selvagens não 
conseguem desenvolver uma pressão negativa na cavidade oral, devido ao 
focinho alongado e incapacidade de fechar firmemente os lábios na comissura 
 
95 
 
da boca. Essas espécies precisam transportar a água. Esses animais dobram a 
ponta da língua ventralmente para formar uma concha e a introduzem na água 
para levantar uma coluna de água, em seguida abaixam a cabeça e fecham a 
boca para capturar a coluna de água de modo que ela possa ser movida até a 
parte posterior da cavidade oral para sua deglutição. Essa sequência é realizada 
rapidamente e de modo repetido, visto que um cão, por exemplo, pode recolher 
apenas 10 a 15 mℓ de água a cada deglutição. As aves mergulham o bico na 
água e elevam a cabeça para permitir que a gravidade deixe a água fluir para a 
parte posterior da cavidade oral. 
A língua é essencial em muitos aspectos da preensão. Possui feixes de 
músculos que seguem o seu trajeto em quase todas as direções, permitindo uma 
grande flexibilidade e direção de movimento. Existem também músculos 
inseridos na parte posterior da língua, que ajudam a retrair ou protrair e a 
deprimir ou elevar a língua. Quase todas as funções motoras da língua são 
controladas por neurônios motores do nervo hipoglosso ou nervo craniano XII. 
Além do movimento, a língua desempenha um importante papel sensorial. Os 
dois terços rostrais da língua são inervados pelo ramo lingual sensitivo do nervo 
trigêmeo (nervo craniano V), que é sensível a temperatura, toque e dor, e pelo 
nervo facial (nervo craniano VII), que transmite a sensação do paladar e 
transporta fibras parassimpáticas até a base dos botões gustativos. O terço 
caudal da língua é inervado pelo ramo lingual do nervo glossofaríngeo (nervo 
craniano IX), que transporta a sensação do paladar dos botões gustativos, e por 
fibras eferentes parassimpáticas até os botões gustativos. A língua tem vários 
tipos de papilas, dependendo da espécie. Essas papilas são principalmente 
usadas para ajudar a propelir o alimento para a parte posterior da cavidade oral, 
embora também sejam úteis para limpeza (gato). Uma característica exclusiva 
da língua é a presença de botões gustativos (REECE, 2017). 
Segundo o autor as partículas alimentares entram na fenda entre as 
papilas da língua e podem penetrar em cada botão gustativo por meio de um 
poro de abertura. No interior do botão gustativo, células especializadas reagem 
a um dos cinco sabores (salgado, azedo, doce, amargo) que podem estar 
entrando pelo poro gustativo. Isso cria um impulso nervoso sensitivo, que é 
transportado até os centros gustatórios do cérebro por meio dos nervos facial 
(nervo craniano VII) ou glossofaríngeo (nervo craniano IX). 
 
96 
 
A mastigação do alimento pode ajudar acentuadamente a digestibilidade 
do material ingerido. Os incisivos da arcada dentária são importantes para cortar 
o alimento até o tamanho que possa entrar na cavidade oral. Os pré-molares e 
os molares são capazes de reduzir o material ingerido em partículas muito 
menores e mais finas, o que aumenta a área de superfície disponível para a ação 
das enzimas digestivas. Isso é particularmente importante na digestão dos 
herbívoros. As paredes celulares dos vegetais precisam ser rompidas e 
mastigadas com os molares para iniciar esse processo nos herbívoros maiores. 
Os ruminantes e os equinos têm molares classificados como dentes 
hipsodontes: esses dentes emergem das gengivas de modo contínuo ao longo 
da vida do animal (embora nos animais muito idosos esse processo possa 
cessar). Os cães, os gatos e os humanos têm dentes braquiodontes: após a sua 
erupção, eles começam a sofrer desgaste e não são substituídos. Os molares 
braquiodontes são totalmente cobertos por esmalte em sua superfície oclusal. 
Essa camada dura precisa proteger a dentina mais mole e a cavidade da polpa 
durante toda vida do animal. Quando o esmalte sofre ruptura, o dente desenvolve 
cárie, o que pode levar à sua perda. Os dentes hipsodontes apresentam esmalte, 
dentina e até mesmo cemento na superfície oclusal. Como o esmalte é mais duro 
do que a dentina, que é mais dura do que o cemento, a superfície oclusal tem 
pontas irregulares e muito agudas, tornando os molares hipsodontes muito mais 
efetivos para triturar e cortar as paredes celulares dos vegetais. A superfície 
oclusal é substituída continuamente à medida que o dente hipsodonte emerge 
da linha gengival. Os roedores e os coelhos têm incisivos hipsodontes que 
crescem continuamente. Nos roedores domesticados e coelhos, o crescimento 
excessivo dos incisivos (e molares no coelho) constitui um importante motivo 
pela falta de apetite, perda de peso e necessidade de cuidados veterinários 
(REECE, 2017). 
Após o bolo alimentar ter sido mastigado, umedecido com saliva e 
transferido para a parte posterior da cavidade oral, ele está pronto para ser 
deglutido. A deglutição é um reflexo altamente complexo, que transfere a ingesta 
ou líquidos para o esôfago, enquanto mantém esse material fora do trato 
respiratório. É preciso ter em mente que o trajeto do fluxo de ar para dentro da 
traqueia e o trajeto do alimento que entra no esôfago se cruzam na faringe. A 
primeira e tapado processo de deglutição é voluntária: o animal utiliza neurônios 
 
97 
 
motores para impelir o bolo alimentar para parte posterior da língua. Os 
receptores faríngeos detectam a presença do bolo alimentar, e fibras aferentes 
dos nervos cranianos V, IX e X transportam essa informação até o bulbo. A partir 
desse momento, o reflexo da deglutição torna-se involuntário (REECE, 2017). 
Segundo o autor, o bulbo coordena a parte restante do reflexo da 
deglutição. Os esforços respiratórios são inibidos pelo bulbo, reduzindo o risco 
de inalação do alimento. Os neurônios motores efetores transportados pelos 
nervos cranianos VII, IX, X e XII executam as etapas seguintes. A parte dorsal 
da língua e o assoalho da boca elevam-se para conduzir o bolo alimentar até a 
parte caudal da faringe. O palato mole é elevado dorsalmente para fechar a 
nasofaringe, impedindo a saída do alimento pelo nariz. O aparato hioide (a partir 
da contração do músculo gênio-hióideo) eleva-se, e a epiglote move-se para 
baixo para cobrir a abertura da glote. Os músculos laríngeos contraem-se em 
torno da glote e impedem a entrada do alimento na traqueia. Nessa etapa, ocorre 
relaxamento do esfíncter esofágico superior, possibilitando a entrada do bolo 
alimentar no esôfago. As serpentes apresentam uma adaptação interessante 
que permite que levem minutos a horas para deglutir a sua presa. Além de 
desarticular a maxila para deglutir objetos muitas vezes mais volumosos do que 
o seu próprio corpo, as serpentes podem estender a glote e a traqueia para frente 
e para fora da boca. Isso possibilita a inalação de ar durante todo processo de 
deglutição. 
As dificuldades na deglutição podem indicar uma variedade de problemas 
nos animais. A impossibilidadede fechar a glote durante o reflexo da deglutição 
pode levar à pneumonia por aspiração. Os animais anestesiados ou muito fracos 
podem inalar o vômito ou a própria saliva, visto que os centros reflexos estão 
deprimidos e não respondem à estimulação dos receptores faríngeos que inicia 
o reflexo. Nos equinos, a infecção da bolsa gutural pode causar dano aos nervos 
cranianos IX, X e XII, interferindo no reflexo da deglutição. Os animais nascidos 
com fenda palatina são incapazes de fechar a nasofaringe, de modo que o leite 
sai pelo nariz durante a sucção. Em todas as espécies, problemas com a 
deglutição podem indicar a presença de tumores no bulbo. Os veterinários 
precisam sempre considerar a possibilidade de raiva e de outras doenças 
neurológicas como possível causa de dificuldade de deglutição nos animais. 
Após a sua entrada no esôfago, o bolo alimentar segue um trajeto por um longo 
 
98 
 
tubo, cuja largura e funções variam, mas que consiste essencialmente em pelo 
menos duas camadas musculares, que atuam para propelir o bolo alimentar ao 
longo do trato alimentar. Em algumas áreas, esses músculos sofrem contração 
para impedir o movimento de material, formando esfíncteres ou válvulas que só 
se abrem em certas ocasiões. A contração desses músculos é controlada por 
um conjunto singular de neurônios, os quais formam o sistema nervoso entérico, 
o denominado “segundo cérebro”. Esse sistema pode controlar de modo 
autônomo numerosas funções no trato alimentar. Entretanto, suas ações são 
frequentemente coordenadas a longas distâncias no tubo gastrintestinal por 
impulsos aferentes do sistema nervoso autônomo e por hormônios (que atuam 
por mecanismo endócrino ou parácrino, produzidos no próprio tubo 
gastrintestinal) (REECE, 2017). 
 
 
 
 
 
 
 
 
99 
 
11 SISTEMA NERVOSO ANIMAL 
 
Fonte: docplayer.com 
O sistema nervoso, juntamente com o sistema endócrino, capacita o 
organismo a perceber as variações do meio (interno e externo), a difundir as 
modificações que essas variações produzem e a executar as respostas 
adequadas para que seja mantido o equilíbrio interno do corpo (homeostase). 
São os sistemas envolvidos na coordenação e regulação das funções corporais. 
No sistema nervoso diferenciam-se duas linhagens celulares: os neurônios e as 
células da glia (ou da neuróglia) (MELO, 2010). 
Segundo o autor os neurônios são as células responsáveis pela recepção 
e transmissão dos estímulos do meio (interno e externo), possibilitando ao 
organismo a execução de respostas adequadas para a manutenção da 
homeostase. Para exercerem tais funções, contam com duas propriedades 
fundamentais: a irritabilidade (também denominada excitabilidade ou 
responsividade) e a condutibilidade. Irritabilidade é a capacidade que permite a 
uma célula responder a estímulos, sejam eles internos ou externos. Portanto, 
irritabilidade não é uma resposta, mas a propriedade que torna a célula apta a 
responder. Essa propriedade é inerente aos vários tipos celulares do organismo. 
No entanto, as respostas emitidas pelos tipos celulares distintos também diferem 
umas das outras. 
A resposta emitida pelos neurônios assemelha-se a uma corrente elétrica 
transmitida ao longo de um fio condutor: uma vez excitados pelos estímulos, os 
 
100 
 
neurônios transmitem essa onda de excitação chamada de impulso nervoso-por 
toda a sua extensão em grande velocidade e em um curto espaço de tempo. 
Esse fenômeno deve-se à propriedade de condutibilidade. Para 
compreendermos melhor as funções de coordenação e regulação exercidas pelo 
sistema nervoso, precisamos primeiro conhecer a estrutura básica de um 
neurônio e como a mensagem nervosa é transmitida. Um neurônio é uma célula 
composta de um corpo celular (onde está o núcleo, o citoplasma e o 
citoesqueleto), e de finos prolongamentos celulares denominados neuritos, que 
podem ser subdivididos em dendritos e axônios (MELO, 2010). 
Segundo o autor a membrana plasmática do neurônio transporta alguns 
íons ativamente, do líquido extracelular para o interior da fibra, e outros, do 
interior, de volta ao líquido extracelular. Assim funciona a bomba de sódio e 
potássio, que bombeia ativamente o sódio para fora, enquanto o potássio é 
bombeado ativamente para dentro. Porém esse bombeamento não é equitativo: 
para cada três íons sódio bombeados para o líquido extracelular, apenas dois 
íons potássio são bombeados para o líquido intracelular. 
 
Sinapses 
Sinapse é um tipo de junção especializada em que um terminal axonal faz 
contato com outro neurônio ou tipo celular. As sinapses podem ser elétricas ou 
químicas (maioria). 
Sinapses elétricas. 
As sinapses elétricas, mais simples e evolutivamente antigas, permitem a 
transferência direta da corrente iônica de uma célula para outra. Ocorrem em 
sítios especializados denominados junções gap ou junções comunicantes. 
Nesses tipos de junções as membranas pré-sinápticas (do axônio -transmissoras 
do impulso nervoso) e pós-sinápticas (do dendrito ou corpo celular -receptoras 
do impulso nervoso) estão separadas por apenas 3 nm. Essa estreita fenda é 
ainda atravessada por proteínas especiais denominadas conexinas. Seis 
conexinas reunidas formam um canal denominado conexon, o qual permite que 
íons passem diretamente do citoplasma de uma célula para o de outra. A maioria 
das junções gap permite que a corrente iônica passe adequadamente em ambos 
os sentidos, sendo desta forma, bidirecionais (MELO, 2010). 
 
101 
 
Segundo o autor em invertebrados, as sinapses elétricas são comumente 
encontradas em circuitos neuronais que medeiam respostas de fuga. Em 
mamíferos adultos, esses tipos de sinapses são raras, ocorrendo 
freqüentemente entre neurônios nos estágios iniciais da embriogênese. 
 
Sinapses químicas 
Via de regra, a transmissão sináptica no sistema nervoso humano maduro 
é química. As membranas pré e pós-sinápticas são separadas por uma fenda 
com largura de 20 a 50 nm -a fenda sináptica. A passagem do impulso nervoso 
nessa região é feita, então, por substâncias químicas: os neuro hormônios, 
também chamados mediadores químicos ou neurotransmissores, liberados na 
fenda sináptica. O terminal axonal típico contém dúzias de pequenas vesículas 
membranosas esféricas que armazenam neurotransmissores as vesículas 
sinápticas. A membrana dendrítica relacionada com as sinapses (pós-sináptica) 
apresenta moléculas de proteínas especializadas na detecção dos 
neurotransmissores na fenda sináptica os receptores. Por isso, a transmissão do 
impulso nervoso ocorre sempre do axônio de um neurônio para o dendrito ou 
corpo celular do neurônio seguinte. Podemos dizer então que nas sinapses 
químicas, a informação que viaja na forma de impulsos elétricos ao longo de um 
axônio é convertida, no terminal axonal, em um sinal químico que atravessa a 
fenda sináptica. Na membrana pós-sináptica, este sinal químico é convertido 
novamente em sinal elétrico (MELO, 2010). 
Segundo o autor, como o citoplasma dos axônios, inclusive do terminal 
axonal, não possui ribossomos, necessários à síntese de proteínas, as proteínas 
axonais são sintetizadas no soma (corpo celular), empacotadas em vesículas 
membranosas e transportadas até o axônio pela ação de uma proteína chamada 
cinesina, a qual se desloca sobre os microtúbulos, com gasto de ATP. Esse 
transporte ao longo do axônio é denominado transporte axo plasmático e, como 
a cinesina só desloca material da soma para o terminal, todo movimento de 
material neste sentido é chamado de transporte anterógrado. Além do transporte 
anterógrado, há um mecanismo para o deslocamento de material no axônio no 
sentido oposto, indo do terminal para o soma. Acredita-se que este processo 
envia sinais para o soma sobre as mudanças nas necessidades metabólicas do 
terminal axonal. O movimento neste sentido é chamado transporte retrógrado. 
 
102 
 
As sinapses químicas tambémocorrem nas junções entre as terminações dos 
axônios e os músculos; essas junções são chamadas placas motoras ou junções 
neuromusculares (MELO, 2010). 
Por meio das sinapses, um neurônio pode passar mensagens (impulsos 
nervosos) para centenas ou até milhares de neurônios diferentes. 
Neurotransmissores A maioria dos neurotransmissores situa-se em três 
categorias: aminoácidos, aminas e peptídeos. Os neurotransmissores 
aminoácidos e aminas são pequenas moléculas orgânicas com pelo menos um 
átomo de nitrogênio, armazenadas e liberadas em vesículas sinápticas. Sua 
síntese ocorre no terminal axonal a partir de precursores metabólicos ali 
presentes. As enzimas envolvidas na síntese de tais neurotransmissores são 
produzidas no soma (corpo celular do neurônio) e transportadas até o terminal 
axonal e, neste local, rapidamente dirigem a síntese desses mediadores 
químicos. Uma vez sintetizados, os neurotransmissores aminoácidos e aminas 
são levados para as vesículas sinápticas que liberam seus conteúdos por 
exocitose. Nesse processo, a membrana da vesícula funde-se com a membrana 
pré-sináptica, permitindo que os conteúdos sejam liberados. A membrana 
vesicular é posteriormente recuperada por endocitose e a vesícula reciclada é 
recarregada com neurotransmissores (MELO, 2010). 
Segundo o autor os neurotransmissores peptídeos constituem-se de 
grandes moléculas armazenadas e liberadas em grânulos secretores. A síntese 
dos neurotransmissores peptídicos ocorre no retículo endoplasmático rugoso do 
soma. Após serem sintetizados, são clivados no complexo de golgi, 
transformando-se em neurotransmissores ativos, que são secretados em 
grânulos secretores e transportados ao terminal axonal (transporte anterógrado) 
para serem liberados na fenda sináptica. Diferentes neurônios no SNC liberam 
também diferentes neurotransmissores. A transmissão sináptica rápida na 
maioria das sinapses do SNC é mediada pelos neurotransmissores aminoácidos 
glutamato (GLU), gama-aminobutírico (GABA) e glicina (GLI). 
A amina acetilcolina medeia a transmissão sináptica rápida em todas as 
junções neuromusculares. As formas mais lentas de transmissão sináptica no 
SNC e na periferia são mediadas por neurotransmissores das três categorias. O 
glutamato e a glicina estão entre os 20 aminoácidos que constituem os blocos 
construtores das proteínas. Consequentemente, são abundantes em todas as 
 
103 
 
células do corpo. Em contraste, o GABA e as aminas são produzidos apenas 
pelos neurônios que os liberam. O mediador químico adrenalina, além de servir 
como neurotransmissor no encéfalo, também é liberado pela glândula adrenal 
para a circulação sangüínea. Abaixo são citadas as funções específicas de 
alguns neurotransmissores segundo melo (2010). 
• Endorfinas e encefalinas: bloqueiam a dor, agindo naturalmente no corpo 
como analgésicos. 
• Dopamina: neurotransmissor inibitório derivado da tirosina. Produz 
sensações de satisfação e prazer. Os neurônios dopaminérgicos podem 
ser divididos em três subgrupos com diferentes funções. O primeiro grupo 
regula os movimentos: uma deficiência de dopamina neste sistema 
provoca a doença de Parkinson, caracterizada por tremuras, 
inflexibilidade, e outras desordens motoras, e em fases avançadas pode 
verificar-se demência. O segundo grupo, o mesolímbico, funciona na 
regulação do comportamento emocional. O terceiro grupo, o mesocortical, 
projeta-se apenas para o córtex pré-frontal. Esta área do córtex está 
envolvida em várias funções cognitivas, memória, planejamento de 
comportamento e pensamento abstrato, assim como em aspectos 
emocionais, especialmente relacionados com o stress. Distúrbios nos dois 
últimos sistemas estão associados com a esquizofrenia. 
• Serotonina: neurotransmissor derivado do triptofano, regula o humor, o 
sono, a atividade sexual, o apetite, o ritmo circadiano, as funções 
neuroendócrinas, temperatura corporal, sensibilidade à dor, atividade 
motora e funções cognitivas. Atualmente vem sendo intimamente 
relacionada aos transtornos do humor, ou transtornos afetivos e a maioria 
dos medicamentos chamados antidepressivos agem produzindo um 
aumento da disponibilidade dessa substância no espaço entre um 
neurônio e outro. Tem efeito inibidor da conduta e modulador geral da 
atividade psíquica. Influi sobre quase todas as funções cerebrais, inibindo-
a de forma direta ou estimulando o sistema GABA. 
• GABA (ácido gama-aminobutírico): principal neurotransmissor inibitório 
do SNC. Ele está presente em quase todas as regiões do cérebro, embora 
sua concentração varie conforme a região. Está envolvido com os 
processos de ansiedade. Seu efeito ansiolítico seria fruto de alterações 
 
104 
 
provocadas em diversas estruturas do sistema límbico, inclusive a 
amígdala e o hipocampo. A inibição da síntese do GABA ou o bloqueio de 
seus neurotransmissores no SNC, resultam em estimulação intensa, 
manifestada através de convulsões generalizadas. 
• Ácido glutâmico ou glutamato: principal neurotransmissor estimulador do 
SNC. A sua ativação aumenta a sensibilidade aos estímulos dos outros 
neurotransmissores. 
 
Tipos de neurônios 
 
De acordo com suas funções na condução dos impulsos, os neurônios 
podem ser classificados em segundo Melo (2010): 
• Neurônios receptores ou sensitivos (aferentes): são os que recebem 
estímulos sensoriais e conduzem o impulso nervoso ao sistema nervoso 
central. 
• Neurônios motores ou efetuadores (eferentes):transmitem os impulsos 
motores (respostas ao estímulo). 
• Neurônios associativos ou interneurônios: estabelecem ligações entre os 
neurônios receptores e os neurônios motores. 
 
Células da Glia (neuróglia) 
 
As células da neuróglia cumprem a função de sustentar, proteger, isolar e 
nutrir os neurônios. Há diversos tipos celulares, distintos quanto à morfologia, a 
origem embrionária e às funções que exercem. Distinguem-se, entre elas, os 
astrócitos, oligodendrócitos e micróglia. Têm formas estreladas e prolongações 
que envolvem as diferentes estruturas do tecido. Os astrócitos são as maiores 
células da neuróglia e estão associados à sustentação e à nutrição dos 
neurônios. Preenchem os espaços entre os neurônios, regulam a concentração 
de diversas substâncias com potencial para interferir nas funções neuronais 
normais (como por exemplo as concentrações extracelulares de potássio), 
regulam os neurotransmissores (restringem a difusão de neurotransmissores 
liberados e possuem proteínas especiais em suas membranas que removem os 
neurotransmissores da fenda sináptica). Estudos recentes também sugerem que 
 
105 
 
podem ativar a maturação e a proliferação de células-tronco nervosas adultas e 
ainda, que fatores de crescimento produzidos pelos astrócitos podem ser críticos 
na regeneração dos tecidos cerebrais ou espinhais danificados por traumas ou 
enfermidades (MELO, 2010). 
Segundo o autor os oligodendrócitos são encontrados apenas no sistema 
nervoso central (SNC). Devem exercer papéis importantes na manutenção dos 
neurônios, uma vez que, sem eles, os neurônios não sobrevivem em meio de 
cultura. No SNC, são as células responsáveis pela formação da bainha de 
mielina. Um único oligodendrócito contribui para a formação de mielina de vários 
neurônios (no sistema nervoso periférico, cada célula de Schwann mieliniza 
apenas um único axônio). A micróglia é constituída por células fagocitárias, 
análogas aos macrófagos e que participam da defesa do sistema nervoso. 
O SNC recebe, analisa e integra informações. É o local onde ocorre a 
tomada de decisões e o envio de ordens. O SNP carrega informações dos órgãos 
sensoriais para o sistema nervoso central e do sistema nervoso central para os 
órgãos efetores (músculos e glândulas). O SNC divide-se em encéfalo e medula. 
O encéfalo corresponde ao telencéfalo (hemisférios cerebrais), diencéfalo 
(tálamo e hipotálamo), cerebelo, e tronco cefálico,que se divide em: bulbo, 
situado caudalmente; mesencéfalo, situado cranialmente; e ponte, situada entre 
ambos (MELO, 2010). 
De acordo com Melo (2010) no SNC, existem as chamadas substâncias 
cinzenta e branca. A substância cinzenta é formada pelos corpos dos neurônios 
e a branca, por seus prolongamentos. Com exceção do bulbo e da medula, a 
substância cinzenta ocorre mais externamente e a substância branca, mais 
internamente. Os órgãos do SNC são protegidos por estruturas esqueléticas 
(caixa craniana, protegendo o encéfalo; e coluna vertebral, protegendo a 
medula-também denominada raque) e por membranas denominadas meninges, 
situadas sob a proteção esquelética: dura-máter(a externa), aracnoide (a do 
meio) e pia máter (a interna). Entre as meninges aracnóide e pia máter há um 
espaço preenchido por um líquido denominado líquido cefalorraquidiano ou 
líquor. 
Telencéfalo 
O encéfalo humano contém cerca de 35 bilhões de neurônios e pesa 
aproximadamente 1,4 kg. O telencéfalo ou cérebro é dividido em dois hemisférios 
 
106 
 
cerebrais bastante desenvolvidos. Nestes, situam-se as sedes da memória e dos 
nervos sensitivos e motores. Entre os hemisférios, estão os ventrículos cerebrais 
(ventrículos laterais e terceiro ventrículo); contamos ainda com um quarto 
ventrículo, localizado mais abaixo, ao nível do tronco encefálico. São 
reservatórios do líquido céfalo-raquidiano, (líquor), participando na nutrição, 
proteção e excreção do sistema nervoso. Em seu desenvolvimento, o córtex 
ganha diversos sulcos para permitir que o cérebro esteja suficientemente 
compacto para caber na calota craniana, que não acompanha o seu crescimento. 
Por isso, no cérebro adulto, apenas 1/3 de sua superfície fica "exposta", o 
restante permanece por entre os sulcos (MELO, 2010). 
O córtex cerebral está dividido em mais de quarenta áreas funcionalmente 
distintas, sendo a maioria pertencente ao chamado neocórtex. 
Cada uma das áreas do córtex cerebral controla uma atividade específica 
segundo Melo (2010): 
• Hipocampo: região do córtex que está dobrada sobre si e possui apenas 
três camadas celulares; localiza-se medialmente ao ventrículo lateral. 
• Córtex olfativo: localizado ventral e lateralmente ao hipocampo; apresenta 
duas ou três camadas celulares. 
• neocórtex: córtex mais complexo; separa-se do córtex olfativo mediante 
um sulco chamado fissura rinal; apresenta muitas camadas celulares e 
várias áreas sensoriais e motoras. As áreas motoras estão intimamente 
envolvidas com o controle do movimento voluntário. 
A região superficial do telencéfalo, que acomoda bilhões de corpos 
celulares de neurônios (substância cinzenta), constitui o córtex cerebral, formado 
a partir da fusão das partes superficiais telencefálicas e diencefálicas. O córtex 
recobre um grande centro medular branco, formado por fibras axonais 
(substância branca). Em meio a este centro branco (nas profundezas do 
telencéfalo), há agrupamentos de corpos celulares neuronais que formam os 
núcleos (gânglios) da baseou núcleos (gânglios) basais-caudato, putamen, 
globopálido e núcleo subtalâmico, envolvidos em conjunto, no controle do 
movimento. Parece que os gânglios da base participam também de um grande 
número de circuitos paralelos, sendo apenas alguns poucos de função motora. 
Outros circuitos estão envolvidos em certos aspectos da memória e da função 
cognitiva (MELO, 2010). 
 
107 
 
Algumas das funções mais específicas dos gânglios basais relacionadas 
aos movimentos são segundo Melo (2010): 
• núcleo caudato: controla movimentos intencionais grosseiros do corpo 
(isso ocorre a nível sub-consciente e consciente) e auxilia no controle 
global dos movimentos do corpo. 
• putamen: funciona em conjunto com o núcleo caudato no controle de 
movimentos intensionais grosseiros. Ambos os núcleos funcionam em 
associação com o córtex motor, para controlar diversos padrões de 
movimento. 
• globo pálido: provavelmente controla a posição das principais partes do 
corpo, quando uma pessoa inicia um movimento complexo, Isto é, se uma 
pessoa deseja executar uma função precisa com uma de suas mãos, deve 
primeiro colocar seu corpo numa posição apropriada e, então, contrair a 
musculatura do braço. Acredita-se que essas funções sejam iniciadas, 
principalmente, pelo globo pálido. 
• núcleo subtalâmico e áreas associadas: controlam possivelmente os 
movimentos da marcha e talvez outros tipos de motilidade grosseira do 
corpo. Evidências indicam que a via motora direta funciona para facilitar 
a iniciação de movimentos voluntários por meio dos gânglios da base. 
Essa via origina-se com uma conexão excitatória do córtex para as células 
do putamen. Estas células estabelecem sinapses inibitórias em neurônios 
do globo pálido, que, por sua vez, faz conexões inibitórias com células do 
tálamo (núcleo ventrolateral -VL). A conexão do tálamo com a área motora 
do córtex é excitatória. Ela facilita o disparo de células relacionadas a 
movimentos na área motora do córtex. Portanto, a conseqüência funcional 
da ativação cortical do putâmen é a excitação da área motora do córtex 
pelo núcleo ventrolateral do tálamo. 
 
Diencéfalo (tálamo e hipotálamo) 
Todas as mensagens sensoriais, com exceção das provenientes dos 
receptores do olfato, passam pelo tálamo antes de atingir o córtex cerebral. Esta 
é uma região de substância cinzenta localizada entre o tronco encefálico e o 
cérebro. O tálamo atua como estação retransmissora de impulsos nervosos para 
o córtex cerebral. Ele é responsável pela condução dos impulsos às regiões 
 
108 
 
apropriadas do cérebro onde eles devem ser processados. O tálamo também 
está relacionado com alterações no comportamento emocional; que decorre, não 
só da própria atividade, mas também de conexões com outras estruturas do 
sistema límbico (que regula as emoções) (MELO, 2010). 
De acordo com o autor o hipotálamo, também constituído por substância 
cinzenta, é o principal centro integrador das atividades dos órgãos viscerais, 
sendo um dos principais responsáveis pela homeostase corporal. Ele faz ligação 
entre o sistema nervoso e o sistema endócrino, atuando na ativação de diversas 
glândulas endócrinas. É o hipotálamo que controla a temperatura corporal, 
regula o apetite e o balanço de água no corpo, o sono e está envolvido na 
emoção e no comportamento sexual. Tem amplas conexões comas demais 
áreas do prosencéfalo e com o mesencéfalo. Aceita-se que o hipotálamo 
desempenha, ainda, um papel nas emoções. Especificamente, as partes laterais 
parecem envolvidas com o prazer e a raiva, enquanto que a porção mediana 
parece mais ligada à aversão, ao desprazer e à tendência ao riso (gargalhada) 
incontrolável. De um modo geral, contudo, a participação do hipotálamo é menor 
na gênese (“criação”) do que na expressão (manifestações sintomáticas) dos 
estados emocionais. 
 
Tronco encefálico 
O tronco encefálico interpõe-se entre a medula e o diencéfalo, situando-
se ventralmente ao cerebelo. Possui três funções gerais segundo Melo (2010): 
(1) recebe informações sensitivas de estruturas cranianas e controla os 
músculos da cabeça; 
(2) contém circuitos nervosos que transmitem informações da medula 
espinhal até outras regiões encefálicas e, em direção contrária, do encéfalo para 
a medula espinhal (lado esquerdo do cérebro controla os movimentos do lado 
direito do corpo; lado direito de cérebro controla os movimentos do lado esquerdo 
do corpo); 
(3) regula a atenção, função esta que é mediada pela formação reticular 
(agregação mais ou menos difusa de neurônios de tamanhos e tipos diferentes, 
separados por uma rede de fibras nervosas que ocupa a parte central do tronco 
encefálico). Além destas 3 funções gerais, as várias divisões do tronco encefálico 
desempenham funções motoras e sensitivas específicas. 
 
109 
 
Cerebelo 
 
Situado atrás do cérebro estão cerebelo, que é primariamenteum centro 
para o controle dos movimentos iniciados pelo córtex motor (possui extensivas 
conexões com o cérebro e a medula espinhal). Como o cérebro, também está 
dividido em dois hemisférios. Porém, ao contrário dos hemisférios cerebrais, o 
lado esquerdo do cerebelo está relacionado com os movimentos do lado 
esquerdo do corpo, enquanto o lado direito, com os movimentos do lado direito 
do corpo. O cerebelo recebe informações do córtex motor e dos gânglios basais 
de todos os estímulos enviados aos músculos. A partir das informações do córtex 
motor sobre os movimentos musculares que pretende executar e de informações 
proprioceptivas que recebe diretamente do corpo (articulações, músculos, áreas 
de pressão do corpo, aparelho vestibular e olhos), avalia o movimento realmente 
executado. Após a comparação entre desempenho e aquilo que se teve em vista 
realizar, estímulos corretivos são enviados de volta ao córtex para que o 
desempenho real seja igual ao pretendido. Dessa forma, o cerebelo relaciona-
se com os ajustes dos movimentos, equilíbrio, postura e tônus muscular (MELO, 
2010). 
 
Medula Espinhal 
A medula espinhal em seres humanos tem a forma de um cordão com 
aproximadamente 40 cm de comprimento. Ocupa o canal vertebral, desde a 
região do atlas -primeira vértebra -até o nível da segunda vértebra lombar. A 
medula funciona como centro nervoso de atos involuntários e, também, como 
veículo condutor de impulsos nervosos. Da medula partem 31 pares de nervos 
raquidianos que se ramificam. Por meio dessa rede de nervos, a medula se 
conecta com as várias partes do corpo, recebendo mensagens e vários pontos 
e enviando-as para o cérebro e recebendo mensagens do cérebro e 
transmitindo-as para as várias partes do corpo. A medula possui dois sistemas 
de neurônios: o sistema descendente controla funções motoras dos músculos, 
regula funções como pressão e temperatura e transporta sinais originados no 
cérebro até seu destino; o sistema ascendente transporta sinais sensoriais das 
extremidades do corpo até a medula e de lá para o cérebro (MELO, 2010). 
 
110 
 
Os corpos celulares dos neurônios se concentram no cerne da medula –
na massa cinzenta. Os axônios ascendentes e descendentes, na área adjacente 
–a massa branca. As duas regiões também abrigam células da Glia. Dessa 
forma, na medula espinhal a massa cinzenta localiza-se internamente e a massa 
branca, externamente (o contrário do que se observa no encéfalo). Durante uma 
fratura ou deslocamento da coluna, as vértebras que normalmente protegem a 
medula podem matar ou danificar as células. Teoricamente, se o dano for 
confinado à massa cinzenta, os distúrbios musculares e sensoriais poderão estar 
apenas nos tecidos que recebem e mandam sinais aos neurônios “residentes” 
no nível da fratura. Por exemplo, se a massa cinzenta do segmento da medula 
onde os nervos rotulados C8 for lesada, o paciente só sofrerá paralisia das mãos, 
sem perder a capacidade de andar ou o controle sobre as funções intestinais e 
urinárias. Nesse caso, os axônios levando sinais para “cima e para baixo” através 
da área branca adjacente continuariam trabalhando. Em comparação, se a área 
branca for lesada, o trânsito dos sinais será interrompido até o ponto da fratura. 
Infelizmente, a lesão original é só o começo. Os danos mecânicos promovem 
rompimento de pequenos vasos sanguíneos, impedindo a entrega de oxigênio e 
nutrientes para as células não afetadas diretamente, que acabam morrendo; as 
células lesadas extravasam componentes citoplasmáticos e tóxicos, que afetam 
células vizinhas, antes intactas; células do sistema imunológico iniciam um 
quadro inflamatório no local da lesão; células da Glia proliferam criando grumos 
e uma espécie de cicatriz, que impedem os axônios lesados de crescerem e 
reconectarem. O vírus da poliomielite causa lesões na raiz ventral dos nervos 
espinhais, o que leva à paralisia e atrofia dos músculos (MELO, 2010). 
 
O Sistema Nervoso Periférico 
O sistema nervoso periférico é formado por nervos encarregados de fazer 
as ligações entre o sistema nervoso central e o corpo. Nervo é a reunião de 
várias fibras nervosas, que podem ser formadas de axônios ou de dendritos. As 
fibras nervosas, formadas pelos prolongamentos dos neurônios (dendritos ou 
axônios) e seus envoltórios, organizam-se em feixes. Cada feixe forma um nervo. 
Cada fibra nervosa é envolvida por uma camada conjuntiva denominada 
endoneuro. Cada feixe é envolvido por uma bainha conjuntiva denominada 
perineuro. Vários feixes agrupados paralelamente formam um nervo. O nervo 
 
111 
 
também é envolvido por uma bainha de tecido conjuntivo chamada epineuro. Em 
nosso corpo existe um número muito grande de nervos. Seu conjunto forma a 
rede nervosa (MELO, 2010). 
De acordo com o autor os sensoriais (nervos aferentes ou nervos 
sensitivos), que são formados por prolongamentos de neurônios sensoriais 
(centrípetos). Aqueles que transmitem impulsos do SNC para os músculos ou 
glândulas são nervos motores ou eferentes, feixe de axônios de neurônios 
motores (centrífugos). Existem ainda os nervos mistos, formados por axônios de 
neurônios sensoriais e por neurônios motores. 
Os 31 pares de nervos raquidianos que saem da medula relacionam-se 
com os músculos esqueléticos. Eles se formam a partir de duas raízes que saem 
lateralmente da medula: a raiz posterior ou dorsal, que é sensitiva, e a raiz 
anterior ou ventral, que é motora. Essas raízes se unem logo após saírem da 
medula. Desse modo, os nervos raquidianos são todos mistos. Os corpos dos 
neurônios que formam as fibras sensitivas dos nervos sensitivos situam-se 
próximo à medula, porém fora dela, reunindo-se em estruturas especiais 
chamadas gânglios espinhais. Os corpos celulares dos neurônios que formam 
as fibras motoras localizam-se na medula. De acordo com as regiões da coluna 
vertebral, os 31 pares de nervos raquidianos distribuem-se da seguinte forma 
segundo Melo (2010): 
• oito pares de nervos cervicais; 
• doze pares de nervos dorsais; 
• cinco pares de nervos lombares; 
• seis pares de nervos sagrados ou sacrais. 
O conjunto de nervos cranianos e raquidianos forma o sistema nervoso 
periférico. Com base na sua estrutura e função, o sistema nervoso periférico 
pode ainda subdividir-se em duas partes: o sistema nervoso somático e o 
sistema nervoso autônomo ou de vida vegetativa. As ações voluntárias resultam 
da contração de músculos estriados esqueléticos, que estão sob o controle do 
sistema nervoso periférico voluntário ou somático. Já as ações involuntárias 
resultam da contração das musculaturas lisa e cardíaca, controladas pelo 
sistema nervoso periférico autônomo, também chamado involuntário ou visceral. 
O SNP Voluntário ou Somático tem por função reagir a estímulos provenientes 
do ambiente externo. Ele é constituído por fibras motoras que conduzem 
 
112 
 
impulsos do sistema nervoso central aos músculos esqueléticos. O corpo celular 
de uma fibra motora do SNP voluntário fica localizado dentro do SNC e o axônio 
vai diretamente do encéfalo ou da medula até o órgão que inerva. O SNP 
Autônomo ou Visceral, como o próprio nome diz, funciona independentemente 
de nossa vontade e tem por função regular o ambiente interno do corpo, 
controlando a atividade dos sistemas digestório, cardiovascular, excretor e 
endócrino. Ele contém fibras nervosas que conduzem impulsos do sistema 
nervoso central aos músculos lisos das vísceras e à musculatura do coração 
(MELO, 2010). 
Um nervo motor do SNP autônomo difere de um nervo motor do SNP 
voluntário pelo fato de conter dois tipos de neurônios, um neurônio pré-
ganglionar e outro pós-ganglionar. O corpo celular do neurônio pré-ganglionar 
fica localizado dentro do SNC e seu axônio vai até um gânglio, onde o impulso 
nervoso é transmitido sinapticamente ao neurônio pós-ganglionar. O corpo 
celular do neurônio pós-ganglionar ficano interior do gânglio nervoso e seu 
axônio conduz o estímulo nervoso até o órgão efetuador, que pode ser um 
músculo liso ou cardíaco. O sistema nervoso autônomo compõe-se de três 
partes segundo Melo (2010): 
• Dois ramos nervosos situados ao lado da coluna vertebral. Esses 
ramos são formados por pequenas dilatações denominadas 
gânglios, num total de 23 pares. 
• Um conjunto de nervos que liga os gânglios nervosos aos diversos 
órgãos de nutrição, como o estômago, o coração e os pulmões. 
• Um conjunto de nervos comunicantes que ligam os gânglios aos 
nervos raquidianos, fazendo com que os sistema autônomo não 
seja totalmente independente do sistema nervoso 
cefalorraquidiano. 
O sistema nervoso autônomo divide-se em sistema nervoso simpático e 
sistema nervoso parassimpático. De modo geral, esses dois sistemas têm 
funções contrárias (antagônicas). Um corrige os excessos do outro. Por 
exemplo, se o sistema simpático acelera demasiadamente as batidas do 
coração, o sistema parassimpático entra em ação, diminuindo o ritmo cardíaco. 
Se o sistema simpático acelera o trabalho do estômago e dos intestinos, o 
parassimpático entra em ação para diminuir as contrações desses órgãos. O 
 
113 
 
SNP autônomo simpático, de modo geral, estimula ações que mobilizam energia, 
permitindo ao organismo responder a situações de estresse. Por exemplo, o 
sistema simpático é responsável pela aceleração dos batimentos cardíacos, pelo 
aumento da pressão arterial, da concentração de açúcar no sangue e pela 
ativação do metabolismo geral do corpo. Já o SNP autônomo parassimpático 
estimula principalmente atividades relaxantes, como as reduções do ritmo 
cardíaco e da pressão arterial, entre outras (MELO, 2010). 
 Uma das principais diferenças entre os nervos simpáticos e 
parassimpáticos é que as fibras pós-ganglionares dos dois sistemas 
normalmente secretam diferentes hormônios. O hormônio secretado pelos 
neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso parassimpático é a acetilcolina, 
razão pela qual esses neurônios são chamados colinérgicos. Os neurônios pós-
ganglionares do sistema nervoso simpático secretam principalmente 
noradrenalina, razão por que a maioria deles é chamada neurônios 
adrenérgicos. As fibras adrenérgicas ligam o sistema nervoso central à glândula 
supra-renal, promovendo aumento da secreção de adrenalina, hormônio que 
produz a resposta de "luta ou fuga" em situações de stress. A acetilcolina e a 
noradrenalina têm a capacidade de excitar alguns órgãos e inibir outros, de 
maneira antagônica (MELO, 2010). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Koogan,2017 
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