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ANATOMIA-E-FISIOLOGIA-DOS-ANIMAIS

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1 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 3 
2 INTRODUÇÃO A ANATOMIA E FISIOLOGIA DOS ANIMAIS ........... 4 
2.1 Divisões da Anatomia .................................................................. 4 
3 OSTEOLOGIA VETERINÁRIA ........................................................... 6 
3.1 Sistema esquelético .................................................................... 7 
4 SINDESMOLOGIA (ARTROLOGIA) ................................................ 11 
5 SISTEMA MUSCULAR dos animais ................................................ 18 
5.1 Fisiologia do sistema muscular ................................................. 26 
6 SISTEMA URINÁRIO DOS ANIMAIS .............................................. 32 
6.1 Fisiologia do sistema urinário .................................................... 32 
7 SISTEMA REPRODUTOR EM ANIMAIS ......................................... 43 
7.1 Aparelho reprodutor do macho .................................................. 43 
7.2 Aparelho reprodutor da fêmea ................................................... 54 
8 SISTEMA CIRCULATÓRIO DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS ............ 70 
8.1 A Pequena e a Grande Circulação ............................................ 71 
8.2 Anatomia geral do coração ........................................................ 80 
9 SISTEMA RESPIRATÓRIO ANIMAL ............................................... 82 
9.1 Fisiologia da respiração............................................................. 84 
9.2 Respiração das aves ................................................................. 85 
10 SISTEMA DIGESTÓRIO DOS ANIMAIS ...................................... 87 
10.1 Fisiologia do sistema digestório ............................................. 93 
11 SISTEMA NERVOSO ANIMAL ..................................................... 99 
12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA .............................................. 114 
 
 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é 
semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – 
quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao 
professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre 
o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para 
todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. 
Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo 
de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2 INTRODUÇÃO A ANATOMIA E FISIOLOGIA DOS ANIMAIS 
 
Fonte: goconqr.com 
Anatomia é o ramo da ciência que trata da forma e estrutura dos 
organismos. Etimologicamente, anatomia significa separação ou desassociação 
de partes do corpo. No período inicial de seu desenvolvimento, a anatomia era 
uma simples ciência descritiva, baseada em observações realizadas a olho nu e 
com o uso de instrumentos simples de dissecação – bisturi, pinça e outros. Neste 
campo de pesquisa desenvolveu-se na ciência da anatomia microscópica ou 
histologia, convencionalmente distinguida da anatomia macroscópica 
(RUBINSTEIN, 2019). 
Conhecer a anatomia dos sistemas representa a base para o estudo 
amplo e profundo, além de facilitar a compreensão do funcionamento do corpo 
(SILVA, 2019). 
No sentido amplo, é a ciência que estuda a forma e a estrutura dos seres 
organizados. Já no sentido restrito, essa é a ciência que estuda a forma e a 
estrutura do corpo humano e ou dos animais (MELO, 2010). 
2.1 Divisões da Anatomia 
Segundo o método de observação 
 
 
5 
 
• Anatomia Microscópica (Histologia): Necessita para o seu estudo a 
utilização de um aparelho que aumente as dimensões das estruturas para 
uma melhor observação (microscópio). 
• Anatomia Macroscópica: Não necessita para o seu estudo o uso de 
aparelhos especiais. As estruturas são observadas a olho nu. 
• Anatomia Mesoscópica: Necessita para o seu estudo do uso de um 
aparelho que aumente as dimensões das estruturas, para uma melhor 
observação de forma tridimensional. (MELO, 2010). 
 
Segundo o método de estudo 
 
• Anatomia Sistemática ou Descritiva: Estuda o corpo mediante uma 
divisão por sistemas orgânicos isoladamente. 
• Anatomia Topográfica ou Regional: Estuda o corpo mediante uma 
divisão por segmentos ou regiões. 
• Anatomia por rádio-imagem: Estuda o corpo mediante o uso de imagens 
(Raios X), tomografias, ressonâncias magnéticas. 
• Anatomia de Superfície: Estuda o corpo mediante os relevos e as 
depressões existentes em sua superfície. 
• Anatomia em cortes segmentados: Estuda o corpo mediante o uso de 
cortes seriados para ser associado aos estudos de tomografias e 
ressonâncias magnéticas. 
• Anatomia Comparada: Estuda o corpo humano realizando comparações 
com o corpo dos animais (MELO, 2010). 
A divisão do corpo dos animais domésticos: Divide-se em cinco partes 
fundamentais: Cabeça – pescoço – tronco – membros – cauda. 
• Tronco = tórax, abdome, pelve. 
Membros = torácicos (anteriores) e pelvinos (posteriores). 
 
 
6 
 
 
Fonte: MELO, 2010. 
3 OSTEOLOGIA VETERINÁRIA 
 
Fonte:vetprofissional.com 
A osteologia é o ramo da anatomia que estuda a estrutura, forma e 
desenvolvimento dos ossos e das articulações. Os ossos são órgãos rígidos, 
esbranquiçados, constituídos por tecido conjuntivo mineralizado que reunidos 
entre si participam na formação do esqueleto. Possuem nervos e vasos 
 
7 
 
sanguíneos. O esqueleto é um conjunto de ossos e tecido cartilaginoso unidos 
entre si para dar conformação ao corpo, proteção e sustentação de partes moles 
(MELO, 2010). 
O Sistema esquelético (ou esqueleto) consiste em um conjunto de ossos, 
cartilagens e ligamentos que se interligam para formar o arcabouço do corpo e 
desempenhar várias funções, tais como: proteção (para órgãos como o coração, 
pulmões e sistema nervoso central); sustentação e conformação do corpo; local 
de armazenamento de cálcio e fósforo (durante a gravidez a calcificação fetal se 
faz, em grande parte, pela reabsorção destes elementos armazenados no 
organismo materno); sistema de alavancas que movimentadas pelos músculos 
permitem os deslocamentos do corpo, no todo ou em parte e, finalmente, local 
de produção de várias células do sangue. 
O esqueleto é constituído por ossos e cartilagens, conferindo assim várias 
funções, das quais destacamos segundo Melo (2010): 
• Fixação e alavanca para a musculatura esquelética, (o que confere a 
rigidez que serve de suporte ao corpo humano). 
• Alojamento e proteção de órgãos, (a caixa craniana aloja e protege o 
encéfalo, a caixa torácica protege coração e pulmões). 
• Sustentação de partes moles com a inserção de músculos, locomoção, 
constituindo-se em seu elemento passivo; 
• Hematopoiese, (o tecido esponjoso de alguns ossos com medula 
vermelha produz células sanguíneas). 
• Armazenamento de sais minerais, principalmente cálcio, fósforo, sódio e 
magnésio, (podendo chegar a 60% do peso ósseo, com o cálcio 
correspondendo a 97%). 
3.1 Sistema esquelético 
O esqueleto pode ser dividido inicialmente em três partes: (1) axial, (2) 
apendicular e (3) esplâncnico segundo Campos (2011). 
• O esqueleto axial compreende a coluna vertebral, as costelas, o 
esterno e o crânio. 
 
8 
 
• O esqueleto apendicular inclui os ossos dos membros torácicose 
pélvicos. 
• O esqueleto esplâncnico ou visceral consiste de certos ossos 
desenvolvidos na substância de algumas vísceras ou órgãos moles, 
como por exemplo, o osso hioide (base da língua), o osso do pênis do 
cão e o osso do coração do boi e carneiro. 
O número de ossos do esqueleto de um animal varia em função da 
espécie, idade (fusão dos ossos durante o crescimento), e dentro da mesma 
espécie (CAMPOS, 2011). 
Os ossos são comumente divididos em quatros classes de acordo com 
sua forma e função. Esta classificação não é satisfatória; alguns ossos, por 
exemplo, as costelas e o esterno, não são claramente classificados, e outros 
podem ser invariavelmente classificados (MELO, 2010). 
 
Classificação dos ossos 
 
Há várias maneiras de classificar os ossos. Uma delas é classificá-los por 
sua posição topográfica, reconhecendo-se ossos axiais (que pertencem ao 
esqueleto axial) e apendiculares (que fazem parte do esqueleto apendicular). 
Entretanto, a classificação mais difundida é aquela que leva em consideração a 
forma dos ossos, classificando-os segundo a relação entre suas dimensões 
lineares (comprimento, largura ou espessura), em ossos longos, curtos, planos 
(laminares) e irregulares (MELO, 2010). 
 
Fonte: conhecimentocientifico.r7.com 
 
9 
 
Classificação segundo Melo (2010): 
• Ossos longos: seu comprimento é consideravelmente maior que a largura 
e a espessura. Consiste em um corpo ou diáfise e duas extremidades ou 
epífises. A diáfise apresenta, em seu interior, uma cavidade, o canal 
medular, que aloja a medula óssea. Exemplos típicos são os ossos do 
esqueleto apendicular: fêmur, úmero, rádio, ulna, tíbia, fíbula, falanges. 
• Ossos planos: seu comprimento e sua largura são equivalentes, 
predominando sobre espessura. Ossos do crânio, como o parietal, frontal, 
occipital e outros como a escápula e o osso do quadril, são exemplos bem 
demonstrativos. São também chamados de ossos Laminares. 
• Ossos irregular: apresenta uma morfologia complexa não encontrando 
correspondência em formas geométricas conhecidas. As vértebras e os 
ossos temporais são exemplos marcantes. Estas quatro categorias são 
as categorias principais de se classificar um osso quanto à sua forma. 
• Ossos pneumático: apresenta uma ou mais cavidades, de volume 
variável, revestidas de mucosa e contendo ar. Estas cavidades recebem 
o nome de sinus ou seio. Os ossos pneumáticos estão situados no crânio: 
frontal, maxila, temporal, etmóide e esfenoide. 
• Ossos sesamóide se desenvolve na substância de certos tendões ou da 
cápsula fibrosa que envolve certas articulações. os primeiros são 
chamados intratendíneos e os segundos Peri articulares. A patela é um 
exemplo típico de osso sesamóide intratendíneo. Assim, estas duas 
categorias adjetivam as quatro principais: o osso frontal, por exemplo, é 
um osso plano, mas também pneumático; o maxilar é irregular, mas 
também pneumático, a patela é um osso curto, mas é, também um 
sesamóide (por sinal, o maior sesamóide do corpo). 
 
10 
 
 
Fonte: ortopet.com 
Medula Óssea 
 
A medula é o tecido conjuntivo situado dentro dos ossos capazes de 
produzir células sanguíneas. Quanto a tipologia existe a medula óssea rubra ou 
vermelha: é a medula óssea produtiva. Medula óssea flava ou amarela: tecido 
conjuntivo gorduroso que substitui a medula vermelha (MELO, 2010). 
 
Fonte: Melo, 2010. 
 
11 
 
 
Ossos da coluna vertebral 
 
A coluna vertebral é constituída por sete vértebras cervicais, doze 
torácicas, cinco lombares, cinco sacrais e de número variado entre as espécies, 
as coccígeas. 
Características dos ossos da coluna vertebral segundo Melo (2010): 
• Vértebras cervicais: forames transversos. 
• Vértebras torácicas: fóveas costais. 
• Vértebras lombares: processos mamilares. 
• Vértebras sacrais: fundidas formam o sacro. 
• Vértebras coccígeas: fundidas formam o cóccix, região da calda dos 
animais. 
Coluna vertebral constitui-se no principal órgão de sustentação 
longitudinal do corpo, estendendo-se desde a base do crânio até o final da 
cauda. Situada na linha média do corpo, formada por uma série de estruturas 
articuladas denominadas de vértebras, de formas diferenciadas. Dividida nas 
regiões cervical, torácica, lombar, sacra, coccígea e ou caudal (MELO, 2010). 
4 SINDESMOLOGIA (ARTROLOGIA) 
 
 
Fonte: petescadas.com 
 
 
12 
 
Uma articulação ou juntura é formada pela união de dois ou mais ossos 
ou cartilagens por outro tecido (CAMPOS, 2011). Além de sua função de união, 
um tipo especial de juntura; a juntura sinovial ou articulação propriamente dita é 
constituída de modo a permitir o movimento de um seguimento em relação a 
outro (ALVES, 2011). 
As articulações apresentam certas características podendo ser tanto 
estrutural como funcional que se classificam em três tipos: fibrosa, cartilaginosa 
e sinovial. 
 
Junturas ou Articulações Fibrosas: 
 
Neste grupo, os segmentos estão unidos por tecido fibroso de tal modo 
que impedem os movimentos, assim, elas são frequentemente denominadas 
articulações fixas ou imóveis. Não apresentam cavidade articular. A maioria 
destas articulações é temporária em razão do meio de união ser invadido pelo 
processo de ossificação, resultando numa sinostose (CAMPOS, 2011). 
As principais classes de articulações deste grupo são as seguintes 
segundo Campos (2011): 
• Suturas: são as junturas fibrosas que ocorrem entre os ossos do crânio. 
De acordo com a morfologia das bordas articulares, as suturas 
classificam-se em: Planas (bordas articulares mais ou menos retilíneas, 
como na sutura internasal), Escamosas (bordas articulares encaixando-
se em bisel, como na sutura entre a parte escamosa do temporal e o 
pariental) e Serradas (bordas articulares unindo-se em linha denteada, 
como na sutura interfrontal). No feto a quantidade de tecido conjuntivo 
fibroso entre as bordas articulares é maior, o que confere aos ossos do 
crânio fetal um certo grau de mobilidade. Após o nascimento, com a idade, 
ocorre um processo de ossificação progressiva das suturas. 
• Sindesmoses: São junturas fibrosas que ocorrem entre outros ossos que 
não os do crânio. Como por exemplo, citam-se as uniões fibrosas que 
ocorre entre os ossos metacárpicos e metatársicos do equino e entre o 
rádio e a ulna do cavalo. Com a idade, estas junturas também se 
ossificam. 
 
13 
 
• Gonfose: É um termo especial utilizado para designar a juntura fibrosa 
entre a raiz do dente e seu alvéolo. Para alguns autores, não se trata de 
uma verdadeira juntura, já que os dentes não fazem parte do esqueleto. 
 
Junturas ou Articulações Cartilagíneas: 
 
São aquelas em que o meio de união entre as superfícies articulares é 
constituído por tecido cartilaginoso. Os ossos das articulações estão unidos por 
fibrocartilagens ou cartilagem hialina, ou uma combinação de ambas (CAMPOS, 
2011). 
 
Classificam-se nos seguintes tipos: 
 
• Sincondrose (articulações de cartilagem hialina): este tipo de 
articulação (algumas vezes denominada de articulação cartilaginosa 
primária) é um tipo temporário, visto que a cartilagem hialina se converte 
em osso antes da fase adulta. As epífises e a diáfise de um osso longo 
estão unidas por uma placa epifisária cartilaginosa nos animais jovens. A 
fusão óssea ocorre na fase adulta e a articulação desaparece (CAMPOS, 
2011). Exemplos: sincondrose mandibular nos bovinos, sincondrose, 
esfeno-occipital. Com a idade as sincondroses frequentemente se 
ossificam. 
• Sínfise (Articulação Fibrocartilaginosa): Juntura cartilagínea em que 
os ossos estão unidos por cartilagem fibrosa. Como exemplos, citam-se 
a sínfise pelvina e a união entre os corpos das vértebras (disco 
intervertebral). Como as sincondroses, as sínfises podem se ossificar com 
a idade, reduzindo progressivamente a mobilidade entre os ossos unidos. 
(ALVES, 2011). 
 
Junturas ou Articulações Sinoviais: 
 
Sãoaquelas no qual o meio interposto entre as superfícies articulares é 
um fluído especial o líquido sinovial. Constituem as articulações propriamente 
ditas, junturas que têm a função de, além de unir dois ou mais elementos ósseos, 
 
14 
 
possibilitar o deslocamento de um em relação a outro, resultando em movimento 
dos seguimentos corporais (ALVES, 2011). 
Segundo o autor, as junturas sinoviais são caracterizadas pela presença 
de uma cápsula articular. Esta é uma estrutura membranácea que envolve à 
semelhança de um (manguito) na sua forma mais simples um tubo, as 
extremidades dos ossos que se articulam. Assim, a cápsula articular delimita 
uma cavidade articular na qual está contido o líquido sinovial. A cápsula articular 
é constituída por duas camadas: uma externa, membrana fibrosa, e outra interna, 
membrana sinovial. A membrana fibrosa é resistente, formada por tecido 
conjuntivo denso; em alguns pontos, ela pode ser reforçada por faixas fibrosas 
mais espessas, os ligamentos capsulares. 
A membrana sinovial é lisa, brilhante e reveste inteiramente toda a 
cápsula articular. Em determinados pontos, ela forma expansões, as pregas e 
vilos sinoviais, que se projetam no interior da cavidade articular. É bastante 
inervada e vascularizada. O líquido sinovial, produzido pela membrana sinovial, 
é um fluido claro, transparente e dotado de viscosidade, devido à presença de 
mucinas; contém também albumina, sais, gotículas lipídicas e resíduos 
celulares. Sua função primordial é lubrificar as superfícies articulares de modo a 
reduzir o atrito e desgaste entre elas. Admite-se também que desempenha 
função no transporte de nutrientes para as cartilagens articulares, que são 
avasculares, bem como na remoção de seus catabólicos (ALVES,2011). 
Observe as seguintes estruturas abaixo: (membrana sinovial da cápsula 
articular). As cartilagens articulares são em branco, os ossos estão pontilhados 
e a cavidade articular em negro. 
 
15 
 
 
Fonte: anatomia-papel-e-caneta.com 
Na grande maioria das articulações, a função de união da cápsula articular 
é reforçada pela presença de faixas resistentes de tecido conjuntivo fibroso, os 
ligamentos. Além dos já mencionados ligamentos capsulares, situados na 
espessura da própria cápsula articular, existem ligamentos extra capsulares e 
ligamentos intra-articulares. Os ligamentos extra capsulares, como o nome 
indica, situam-se externamente à cápsula articular. Os ligamentos intra-
articulares situam-se no interior da cavidade articular (ALVES, 2011). 
Segundo o autor, em algumas articulações encontram-se, interpostas 
entre as superfícies articulares, estruturas fibrocartilagíneas, os discos e os 
meniscos intra-articulares. Para eles, admitem-se duas funções: 
• amortecer as pressões sobre a articulação; 
• possibilitar melhor adaptação ou congruência de uma superfície 
articular a outra, facilitando o deslizamento. Meniscos são 
encontrados na articulação do joelho, enquanto disco intra-articular 
ocorre na articulação temporomandibular. 
Também no interior da cavidade articular podem ser encontrados 
acúmulos de tecidos adiposo, revestidos por membrana sinovial, formando 
coxins mais ou menos desenvolvidos, como por exemplo, o coxim adiposo infra 
patelar da articulação do joelho. (ALVES,2011) 
 
16 
 
Os elementos citados até agora são constantes e necessários em todas 
as articulações sinoviais. Outras estruturas entram na constituição das 
articulações de acordo com Alves (2011): 
• Ligamentos: são fortes cintas ou membranas (tecido fibroso branco) que 
unem os ossos entre si. São praticamente inelásticos, com exceção do 
ligamento nucal (tecido elástico). Podem ser subdivididos, de acordo com 
sua localização, em peri ou extra articulares e intra-articulares (não 
necessariamente dentro da cavidade articular). Os situados nos lados de 
uma articulação denominam-se ligamentos colaterais. 
• Discos e meniscos articulares: são placas de fibrocartilagem ou tecido 
fibroso denso embutido entre as cartilagens; dividem a cavidade articular 
parcial ou completamente em dois compartimentos. Tornam mais 
congruentes certas superfícies articulares, permitem maior amplitude e 
variedade de movimentos e diminuem a concussão. Na realidade, 
simplificam o movimento articular. 
• Cartilagem marginal (lábio articular): é um anel de fibrocartilagem que 
rodeia a borda de uma cartilagem articular. Amplia a cavidade e contribui 
na prevenção de fraturas da borda articular. 
 
Principais movimentos executados nas junturas sinoviais: 
 
Em uma articulação, o movimento faz-se em torno de um eixo, que é 
sempre perpendicular do plano no quais os segmentos ósseos envolvidos se 
movimentam. Os principais movimentos executados nas articulações são os 
seguintes segundo Alves (2011): 
• Movimentos angulares: nestes movimentos ocorre diminuição ou 
aumento do ângulo entre o segmento que se desloca e aquele que se 
mantém fixo. No primeiro caso ocorre flexão e no segundo extensão. 
Quando o segmento móvel se aproxima do plano mediano ocorre adução 
e quando se afasta do mesmo plano ocorre abdução. 
• Rotação: é o movimento no qual o segmento gira em torno de seu próprio 
eixo longitudinal. Distinguem-se uma rotação no sentido do plano 
mediano ou pronação e uma rotação em sentido oposto ou supinação. 
 
17 
 
Estes movimentos são muito limitados nos animais domésticos, mas 
rotação típica ocorre na articulação entre atlas e áxis. 
• Circundação: é um movimento complexo, resultante da combinação dos 
movimentos de adução, extensão, abdução, flexão e rotação. O extremo 
distal do segmento que se desloca descreve um círculo e o corpo do 
segmento. 
De acordo com o número de eixos em torno dos quais se se realizam os 
movimentos, as articulações se classificam em 3 tipos segundo Alves (2011): 
• Mono-axiais: quando os movimentos se realizam em torno de um único 
eixo e em um único plano. Permitem apenas flexão e extensão, ocorrendo 
na grande maioria das articulações entre ossos dos membros. 
• Bi-axiais: quando os movimentos podem se realizar em torno de dois 
eixos e, portanto, em dois planos, permitindo flexão e extensão, adução e 
abdução. Um exemplo típico é a articulação temporomandibular. 
• Tri-axiais: quando os movimentos podem ser executados em torno de 
três eixos, permitindo flexão, extensão, adução, rotação e resultando da 
combinação de todos, circundação. Como por exemplo, cita-se a 
articulação do quadril. 
De acordo com a forma das superfícies articulares, as articulações 
classificam-se nos seguintes tipos segundo Alves (2011): 
• Plana: articulação em que as superfícies articulares são planas ou 
ligeiramente curvas, permitindo apenas deslizamento de uma sobre a 
outra em qualquer direção. Exemplos: articulação entre os ossos do 
carpo. 
• Gínglimo: articulação que permite apenas movimentos angulares de 
flexão e extensão, à maneira de dobradiça. O nome, no caso, não se 
refere a morfologia das superfícies articulares, mas ao aspecto o 
movimento executado. Exemplo: articulação do cotovelo. 
• Cilindroide: articulação em que as superfícies articulares são segmentos 
de cilindro, permitindo, portanto, movimentos de rotação. Exemplo: 
articulação entre o atlas e o dente do áxis. 
 
18 
 
• Condilar: articulação em que uma superfície articular ovoide, o côndilo, 
se aloja em uma cavidade elíptica. É do tipo bi-axial, permitindo flexão e 
extensão, adução e abdução. Exemplo: articulação temporomandibular. 
• Esferoide: articulação em que uma das superfícies articulares é um 
segmento de esfera e a oposta é uma concavidade na qual a primeira se 
encaixa. É do tipo tri-axial, permitindo movimentos de flexão, extensão, 
adução, abdução, rotação e circundação. Exemplos: articulações entre a 
cavidade glenóide da escápula e cabeça do úmero (ombro), entre o 
acetábulo e cabeça do fêmur (quadril). 
5 SISTEMA MUSCULAR DOSANIMAIS 
 
Fonte: br.pinterest.com 
O tecido muscular é de origem mesodérmica, sendo caracterizado pela 
propriedade de contração e distensão de suas células, o que determina a 
movimentação dos membros e das vísceras. Há basicamente três tipos de tecido 
muscular segundo Melo (2010): 
• Músculo liso: é o músculo involuntário localiza-se na pele, órgãos 
internos, aparelho reprodutor, grandes vasos sanguíneos e aparelho 
excretor. O estímulo para a contração dos músculos lisos é mediado pelo 
sistema nervoso vegetativo. 
 
19 
 
• Músculo estriado esquelético: é inervado pelo sistema nervoso central e, 
como este se encontra em parte sob controle consciente, chama-se 
músculo voluntário. As contrações do músculo esquelético permitem os 
movimentos dos diversos ossos e cartilagens do esqueleto. 
• Músculo cardíaco: este tipo de tecido muscular forma a maior parte do 
coração dos vertebrados. O músculo cardíaco carece de controle 
voluntário. É inervado pelo sistema nervoso vegetativo. 
 
Musculatura Esquelética 
 
O sistema muscular esquelético constitui a maior parte da musculatura do 
corpo, formando o que se chama popularmente de carne. Essa musculatura 
recobre totalmente o esqueleto e está presa aos ossos, sendo responsável pela 
movimentação corporal. Os músculos esqueléticos estão revestidos por uma 
lâmina delgada de tecido conjuntivo, o perimísio, que manda septos para o 
interior do músculo, septos dos quais se derivam divisões sempre mais delgadas. 
O músculo fica assim dividido em feixes (primários, secundários, terciários). O 
revestimento dos feixes menores (primários), chamado endomísio, manda para 
o interior do músculo membranas delgadíssimas que envolvem cada uma das 
fibras musculares (BRANCALHÃO et al, 2019). 
 
Nomenclatura dos Músculos 
 
Os músculos são denominados de acordo com sua posição no 
esqueleto, como por exemplo: intercostal, peitoral, parótido-auricular, nasal. 
Forma: como por exemplo: trapézio, romboide, serrátil, deltoide, bíceps, tríceps, 
grácil, piriforme. Direção de suas fibras – como por exemplo: reto, oblíquo, 
transverso ou ainda com a ação que executa – como por exemplo: flexor, 
extensor, abdutor, tensor (ALVES, 2011). 
 
Classificação dos Músculos: 
 
Quanto à disposição das fibras musculares: 
 
20 
 
As fibras dos músculos esqueléticos estão paralelas ou obliquamente 
dispostas em relação ao eixo de contração do músculo. Fibras paralelas são 
encontradas nos músculos longos e nos largos. Nos músculos longos dos 
membros, as fibras tendem a convergir para os tendões, conferindo aspecto 
fusiforme ao músculo. Músculo que possuem fibras oblíquas em relação aos 
tendões são denominados peniformes (em forma de pena). Quando as fibras se 
prendem numa só borda do tendão, o músculo é do tipo unipendado, quando as 
fibras se prendem em duas bordas, ele é bipenado e, quando elas se prendem 
em dois ou mais tendões, ele é classificado como multipenado (ALVES, 2011). 
 
 
FONTE: ALVES, 2011. 
 
Quanto à origem: 
Os músculos que se originam por dois, três ou quatro tendões são 
denominados bíceps, tríceps, ou quadríceps, respectivamente. Cada um destes 
tendões de origem é denominado cabeça, daí a razão da denominação destes 
músculos (ALVES, 2011). 
 
Quanto ao ventre muscular: 
A maioria dos músculos esqueléticos possui apenas um ventre. 
Entretanto, alguns apresentam dois ou mais ventres. Os músculos com dois 
ventres são denominados digástricos. Músculos poligástricos são aqueles que 
possuem mais de dois ventres (ALVES, 2011). 
 
Quanto a inserção: 
 
21 
 
 
Alguns músculos inserem-se por dois tendões. Eles são denominados 
bicaudados. Músculos policaudados são aqueles que se inserem por mais de 
dois tendões (ALVES, 2011). 
Quanto a função: 
Agonista: é um músculo ou um grupo dos músculos que provocam 
diretamente o movimento desejado. A ação da gravidade pode também agir 
como um agonista. Por exemplo: se uma pessoa segura um objeto e o dedo, até 
uma mesa a gravidade provoca a descida. A única ação muscular envolvida é a 
de controlar o grau de abaixamento. Exemplo: Flexão do braço (ALVES, 2011). 
Antagonista: são músculos que diretamente se opõem ao movimento 
desejado. Assim, o tríceps do braço, o qual é extensor do antebraço quando age 
como um agonista, é o antagonista dos flexores do antebraço. Dependendo da 
intensidade e força do movimento, os antagonistas podem relaxar-se, ou, por 
processo de alongamento durante a contração, eles podem controlar o 
movimento e torna-lo suave, livre de vibrações e preciso. O termo antagonista é 
pobre, porque tais músculos cooperam mais do que se opõem. A gravidade pode 
também agir como um antagonista, como acontece quando o antebraço é 
flexionado de sua posição anatômica (ALVES, 2011). 
Sinergista: quando um músculo atua no sentido de eliminar algum 
movimento indesejado que poderia ser produzido pelo agonista. 
Inervação e nutrição: sabemos que a atividade muscular é controlada 
pelo SNC. Nenhum músculo pode contrair-se se não receber estímulo através 
de um nervo, se acaso o nervo for seccionado, o músculo deixa de funcionar e 
por esta razão entra em atrofia. Para executar seu trabalho mecânico, os 
músculos necessitam de considerável quantidade de energia (ALVES, 2011). 
Em vista disso os músculos recebem eficiente suprimento sanguíneo 
através de uma ou mais artérias, que neles penetram e se ramificam 
intensamente, nervos e artérias penetram sempre pela face profunda do músculo 
(ALVES, 2011). 
 
 
 
 
 
22 
 
 
A fibra muscular é uma célula cilíndrica ou prismática, longa, de 3 a 12 
centímetros; o seu diâmetro é infinitamente menor, variando de 20 a 100 mícrons 
(milésimos de milímetro), tendo um aspecto de filamento fusiforme. No seu 
interior notam-se muitos núcleos, de modo que se tem a idéia de ser a fibra 
constituída por várias células que perderam os seus limites, fundindo-se umas 
com as outras. Dessa forma, podemos dizer que um músculo esquelético é um 
pacote formado por longas fibras, que percorrem o músculo de ponta a ponta. 
No citoplasma da fibra muscular esquelética há muitas miofibrilas contráteis, 
constituídas por filamentos compostos por dois tipos principais de proteínas –a 
actina e a miosina. Filamentos de actina e miosina dispostos regularmente 
originam um padrão bem definido de estrias (faixas) transversais alternadas, 
claras e escuras. Essa estrutura existe somente nas fibras que constituem os 
músculos esqueléticos, os quais são por isso chamados músculos estriados. Em 
torno do conjunto de miofibrilas de uma fibra muscular esquelética situa-se o 
retículo sarcoplasmático (retículo endoplasmático liso), especializado no 
armazenamento de íons cálcio (GUYTON, 2017). 
Segundo o autor, as miofibrilas são constituídas por unidades que se 
repetem ao longo de seu comprimento, denominadas sarcômeros. A distribuição 
dos filamentos de actina e miosina varia ao longo do sarcômero. As faixas mais 
extremas e mais claras do sarcômero, chamadas banda I, contêm apenas 
filamentos de actina. Dentro da banda I existe uma linha que se cora mais 
intensamente, denominada linha Z, que corresponde a várias uniões entre dois 
filamentos de actina. A faixa central, mais escura, é chamada banda A, cujas 
extremidades são formadas por filamentos de actina e miosina sobrepostos. 
Dentro da banda A existe uma região mediana mais clara –a banda H–que 
contém apenas miosina. Um sarcômero compreende o segmento entre duas 
linhas Z consecutivas e é a unidade contrátil da fibra muscular, pois é a menor 
porção da fibra muscular com capacidade de contração e distensão. 
Contração: ocorre pelo deslizamento dos filamentos de actina sobre os de 
miosina c sarcômero diminui devido à aproximação das duas linhas Z, e a zona 
H chega a desaparecer (GUYTON, 2017). 
A contração do músculo esquelético é voluntária e ocorre pelo 
deslizamento dos filamentosde actina sobre os de miosina. Nas pontas dos 
 
23 
 
filamentos de miosina existem pequenas projeções, capazes de formar ligações 
com certos sítios dos filamentos de actina, quando o músculo é estimulado. 
Essas projeções de miosina puxam os filamentos de actina, forçando-os a 
deslizar sobre os filamentos de miosina. Isso leva ao encurtamento das 
miofibrilas e à contração muscular. Durante a contração muscular, o sarcômero 
diminui devido à aproximação das duas linhas Z, e a zona H chega a 
desaparecer (GUYTON, 2017). 
Constatou-se, através de microscopia eletrônica, que o sarcolema 
(membrana plasmática) da fibra muscular sofre invaginações, formando túbulos 
anastomosados que envolvem cada conjunto de miofibrilas. Essa rede foi 
denominada sistema T, pois as invaginações são perpendiculares as miofibrilas. 
Esse sistema é responsável pela contração uniforme de cada fibra muscular 
estriada esquelética, não ocorrendo nas fibras lisas e sendo reduzido nas fibras 
cardíacas (GUYTON, 2017). 
 
A química da contração muscular 
 
Segundo Guyton (2017), o estímulo para a contração muscular é 
geralmente um impulso nervoso, que chega à fibra muscular através de um 
nervo. O impulso nervoso propaga-se pela membrana das fibras musculares 
(sarcolema) e atinge o retículo sarcoplasmático, fazendo com que o cálcio ali 
armazenado seja liberado no hialoplasma. Ao entrar em contato com as 
miofibrilas, o cálcio desbloqueia os sítios de ligação da actina e permite que está 
se ligue à miosina, iniciando a contração muscular. Assim que cessa o estímulo, 
o cálcio é imediatamente rebombeado para o interior do retículo 
sarcoplasmático, o que faz cessar a contração. 
 
24 
 
 
Fonte: MELO, 2010. 
Segundo o autor, a energia para a contração muscular é suprida por 
moléculas de ATP produzidas durante a respiração celular. O ATP atua tanto na 
ligação da miosina à actina quanto em sua separação, que ocorre durante o 
relaxamento muscular. Quando falta ATP, a miosina mantém-se unida à actina, 
causando enrijecimento muscular. É o que acontece após a morte, produzindo-
se o estado de rigidez cadavérica (rigor mortis). A quantidade de ATP presente 
na célula muscular é suficiente para suprir apenas alguns segundos de atividade 
muscular intensa. A principal reserva de energia nas células musculares é uma 
substância denominada fosfato de creatina (fosfocreatina ou creatina-fosfato). 
Dessa forma, podemos resumir que a energia é inicialmente fornecida pela 
respiração celular é armazenada como fosfocreatina (principalmente) e na forma 
de ATP. Quando a fibra muscular necessita de energia para manter a contração, 
grupos fosfatos ricos em energia são transferidos da fosfocreatina para o ADP, 
que se transforma em ATP. Quando o trabalho muscular é intenso, as células 
musculares repõem seus estoques de ATP e de fosfocreatina pela intensificação 
da respiração celular. Para isso utilizam o glicogênio armazenado no citoplasma 
das fibras musculares como combustível. 
 
Musculatura Lisa 
 
A estriação não existe nos músculos viscerais, que se chamam, portanto, 
músculos lisos. Os músculos viscerais são também constituídos de fibras 
 
25 
 
fusiformes, mas muito mais curtas do que as fibras musculares esqueléticas: 
têm, na verdade, um tamanho que varia de 30 a 450 mícrons. Têm, além disso, 
um só núcleo e não são comandados pela vontade, ou seja, sua contração é 
involuntária, além de lenta. As fibras lisas recebem, também, vasos e nervos 
sensitivos e motores provenientes do sistema nervoso autônomo. Embora a 
contração do músculo liso também seja regulada pela concentração intracelular 
de íons cálcio, a resposta da célula é diferente da dos músculos estriados. 
Quando há uma excitação da membrana, os íons cálcio armazenados no retículo 
sarcoplasmático são então liberados para o citoplasma e se ligam a uma 
proteína, a calmodulina. Esse complexo ativa uma enzima que fosforila a miosina 
e permite que ela se ligue à actina. A actina e a miosina interagem então 
praticamente da mesma forma que nos músculos estriados, resultando então na 
contração muscular (MELO, 2010). 
 
Fonte: Melo, 2010. 
Musculatura Cardíaca 
 
O tecido muscular cardíaco forma o músculo do coração (miocárdio). 
Apesar de apresentar estrias transversais, suas fibras contraem-se 
independentemente da nossa vontade, de forma rápida e rítmica, características 
estas, intermediárias entre os dois outros tipos de tecido muscular. As fibras que 
formam o tecido muscular estriado cardíaco dispõem-se em feixes bem 
compactos, dando a impressão, ao microscópio óptico comum, de que não há 
limite entre as fibras. Entretanto, ao microscópio eletrônico podemos notar que 
 
26 
 
suas fibras são alongadas e unidas entre si através de delgadas membranas 
celulares, formando os chamados discos intercalares, típicos da musculatura 
cardíaca (MELO, 2010). 
A contração muscular segue praticamente os mesmos passos da 
contração no músculo estriado esquelético, com algumas diferenças segundo 
Melo (2010): 
• os túbulos T são mais largos que os do músculo esquelético; 
• retículo sarcoplasmático menor; 
• as células musculares cardíacas possuem reservas intracelulares de íons 
cálcio mais limitada; 
• tanto o cálcio intracelular quanto o extracelular estão envolvidos na 
contração cardíaca: o influxo de cálcio externo age como desencadeador 
da liberação do cálcio armazenado na luz do retículo sarcoplasmático, 
provocando a contração ao atingir as miofibrilas e levando ao relaxamento 
ao serem bombeados de volta para o retículo. 
5.1 Fisiologia do sistema muscular 
Durante o exercício e depois de um período de treinamento, ocorrem 
adaptações no músculo esquelético em níveis macroscópico, microscópico e 
bioquímico. No Galgo de corrida, o músculo compreende 57% da massa 
corporal, isto é, consideravelmente maior do que os 44% encontrados em outros 
cães e os 40% na maioria dos mamíferos estudados. De modo semelhante, o 
músculo esquelético compreende 52% do peso corporal total no Puro-sangue, 
em comparação com 42% em outros cavalos (MORAES et al, 2012). 
 
Tipos de fibra muscular 
 
Foram identificados dois tipos distintos de fibras. As fibras do tipo I (ou de 
contração lenta) apresentam uma área de corte transversal menor e um tempo 
de contração e relaxamento mais lento do que as fibras do tipo II (de contração 
rápida). Em geral, as fibras do tipo I são altamente oxidativas e mais resistentes 
à fadiga do que as fibras do tipo II. As fibras do tipo II podem ser ainda 
subdivididas em fibras dos subtipos IIA, IIB e IIC. O tipo IIA representa fibras 
 
27 
 
mais oxidativas, enquanto o tipo IIB é mais glicolítico, e o tipo IIC parece ter 
capacidade intermediária tanto oxidativa quanto glicolítica. Diferentemente de 
muitas espécies, incluindo os cavalos, todas as fibras musculares do tipo II em 
cães são altamente oxidativas (MORAES et al, 2012). 
Segundo o autor, dentro de uma espécie e entre espécies, a capacidade 
oxidativa do músculo (densidade de volume mitocondrial) e a concentração de 
hemoglobina estão correlacionadas, e, portanto, os músculos oxidativos têm 
aparência mais avermelhada do que seus correspondentes menos oxidativos ou 
mais glicolíticos Podem-se observar diferenças na composição das fibras dos 
músculos dos membros entre raças de ambas as espécies. Essas diferenças 
estão relacionadas com características de desempenho de acordo com a raça 
específica que foi selecionada. No cavalo, essa diferença é mais proeminente 
no músculo glúteo médio, um dos maiores e mais importantes músculos 
responsáveis pela geração da força propulsiva. Existem também variações entre 
as raças e dentro delas na área de corte transversal e na capacidade de 
oxidação das fibras. Embora as proporções entre fibras de contração lenta e 
fibras de contração rápida sejam predominantemente o resultado da constituição 
genética,algumas evidências sugerem que ocorram alterações nas 
propriedades dessas fibras e de seus subtipos em resposta ao treinamento. 
A transição é habitualmente observada para aumentos nas proporções 
das fibras do tipo II A mais oxidativas (i. e., razão aumentada dos tipos IIA/IIB). 
Em cavalos submetidos a vários tipos de treinamento, foram relatados aumentos 
notáveis na densidade de volume das mitocôndrias, bem como aumentos 
concomitantes das enzimas oxidativas envolvidas na produção oxidativa de ATP. 
Os cavalos de elite de resistência exibem porcentagens mais altas de fibras dos 
tipos I e IIA e porcentagens mais baixas de fibras do tipo IIB nos músculos 
glúteos médios do que os competidores comuns. Em provas de resistência nos 
seres humanos, vários relatos associaram uma alta proporção de fibras de 
contração lenta nos músculos ativos com um desempenho superior. Em 
contrapartida, os atletas de velocidade habitualmente exibem maior 
porcentagem de fibras musculares do tipo IIB em seus músculos locomotores. 
Recrutamento das fibras musculares. Para a manutenção da postura e em 
baixas intensidades de exercício, apenas as fibras do tipo I e algumas fibras do 
 
28 
 
tipo IIA precisam ser recrutadas; por conseguinte, é desejável que essas fibras 
sejam resistentes à fadiga (MORAES et al, 2012). 
Segundo o autor, à medida que a carga de trabalho aumenta, é necessário 
o desenvolvimento de mais tensão, e ocorre recrutamento de maior número de 
fibras do tipo IIA. As contrações muito enérgicas necessárias para a rápida 
aceleração e geração de força resultam no recrutamento de mais fibras do tipo 
IIB. Um aumento na intensidade do exercício irá resultar no recrutamento 
progressivo das fibras de contração mais rápida e mais potentes. Todavia, se for 
realizado um exercício prolongado de baixa intensidade, ocorre recrutamento 
progressivo das fibras I até as fibras IIB para manter o nível de trabalho 
necessário, à medida que as fibras musculares recrutadas entram em fadiga. À 
medida que o animal se aproxima da exaustão, todas as unidades motoras, 
independentemente do tipo, podem ser usadas. Isso sugere que, durante o 
exercício submáximo prolongado, algumas unidades motoras sofrem exaustão 
e desligam-se do processo contrátil, à medida que outras são adicionadas. Por 
outro lado, em condições de exercício em que há necessidade de produção de 
tensão muscular máxima, como, por exemplo, Quarto de Milha ou Puro-sangue 
em corrida, todos ou quase todos os tipos de fibras musculares são recrutados 
desde o início dos exercícios. 
 
Alterações nos tipos de fibras musculares 
 
O músculo esquelético tem a capacidade de se adaptar a uma ampla 
variedade de padrões contráteis na vida diária de um animal. Uma propriedade 
desse tecido que possibilita essas adaptações é a maior aptidão de algumas 
unidades motoras do que outras a determinados tipos de atividade. Por exemplo, 
o maior potencial oxidativo das unidades motoras dos tipos I e IIA, em relação 
às unidades do tipo IIB, as torna mais apropriadas para uma atividade 
prolongada, quando as reservas de energia podem ser usadas com maior 
vantagem. Por outro lado, as fibras do tipo IIB são mais apropriadas para 
padrões contráteis intensos e curtos, nos quais há necessidade de produção de 
lactato e tolerância a ele. Por conseguinte, não é surpreendente que se tenha 
constatado que os cavalos de elite de resistência tenham altas proporções de 
fibras dos tipos I e IIA, enquanto os animais que realizam atividades de alta 
 
29 
 
velocidade (p. ex., Quartos de Milha e Puros-sangues de corrida) tendem a exibir 
proporções mais altas de fibras musculares dos tipos IIA e IIB (MORAES et al, 
2012). 
 
Área da fibra 
 
Além da importância das proporções das fibras dos tipos I e II para a 
função muscular e para a avaliação da capacidade atlética, a área de corte 
transversal das fibras individuais também desempenha um papel significativo, 
visto que influencia a produção de energia efetiva. Quanto maior a área de corte 
transversal de uma fibra muscular, maior o potencial de produção de força 
efetiva. Por conseguinte, nos locais onde há necessidade de aceleração 
explosiva, é desejável o recrutamento das fibras do tipo IIB maiores do que das 
fibras do tipo IIA menores. Entretanto, como elas habitualmente têm baixa 
capacidade oxidativa e dependem principalmente de reservas muito limitadas de 
carboidratos (glicose, glicogênio), essas fibras rapidamente se tornam fatigadas 
e de pouca utilidade para fornecer força ao exercício de resistência, para o qual 
são necessárias fibras altamente oxidativas, que têm melhor capacidade de usar 
as reservas de gordura energeticamente abundantes. O Quarto de Milha tem 
fibras do tipo IIB com a maior área de corte transversal, constituindo cerca de 
54% da massa muscular, enquanto as contribuições das fibras IIB nos Puros-
sangues e na raça padrão são de 46 e 37%, respectivamente (MORAES et al, 
2012). 
Segundo o autor, a manutenção da contração muscular durante o 
exercício exige o fornecimento de grandes quantidades de energia química. 
Embora diversas fontes de energia sejam disponíveis, o trifosfato de adenosina 
(ATP) é o veículo intracelular universal da energia química no músculo 
esquelético. 
 
Energia para contração muscular 
 
Durante o trabalho muscular, o ATP é hidrolisado a difosfato de adenosina 
(ADP) no músculo esquelético, com liberação de fosfato inorgânico e energia 
pela miosina ATPase. Durante esse processo, ocorre liberação de uma grande 
 
30 
 
quantidade de energia potencial química na forma de energia cinética. Uma vez 
liberada, essa energia pode ser utilizada pelas proteínas contráteis do músculo 
para gerar força. Todavia, em condições normais, existe apenas uma quantidade 
limitada de ADP no músculo esquelético, que é suficiente para manter a 
contração muscular por apenas alguns segundos. Existem dois processos 
distintos que proporcionam a reposição intracelular de ATP: (i) a fosforilação 
oxidativa (aeróbica), em que os principais substratos consistem nos ácidos 
graxos não esterificados (AGNE) circulantes e na glicose, juntamente com o 
glicogênio intramuscular e triglicerídeos; e (ii) a fosforilação anaeróbica, em que 
o ATP é regenerado a partir da depleção do fosfato de creatina, glicose circulante 
e reservas locais de glicogênio. Dependendo do tipo de exercício, ocorre um 
equilíbrio entre as contribuições da fosforilação oxidativa e da fosforilação 
anaeróbica (MORAES et al, 2012). 
Por conseguinte, durante o exercício intenso de curta duração, como a 
corrida, a liberação de energia irá envolver, em grande parte, as vias 
anaeróbicas. Em contrapartida, depois do período transitório inicial (primeiro 
minuto), o exercício de resistência (endurance) depende quase exclusivamente 
da fosforilação oxidativa. Regulação da utilização de substrato. A regulação da 
utilização de substrato envolve uma complexa regulação metabólica nas células 
musculares. Durante os períodos em que o fluxo sanguíneo para o músculo é 
adequado para fornecer oxigênio e AGNE, os ácidos graxos parecem constituir 
o substrato metabólico preferido. Em consequência, o metabolismo da glicose e 
do glicogênio são parcialmente inibidos. Entretanto, quando a oxidação dos 
ácidos graxos é incapaz de atender às necessidades energéticas das células 
musculares, seja devido a um elevado gasto de energia muscular, seja devido a 
um fluxo sanguíneo inadequado (liberação de oxigênio), a inibição do 
metabolismo da glicose/glicogênio é liberada, e ocorre glicólise (MORAES et al, 
2012). 
 
Utilização de substrato no cavalo em atividade física 
 
Durante o exercício, as necessidades metabólicas do músculo variam de 
acordo com a duração e/ou a intensidade do trabalho. Em consequência do 
controle metabólico preciso que ocorre no músculo esquelético, um sistema 
 
31 
 
altamente reguladoopera, no qual a contribuição mais efetivadas diversas vias 
produtoras de energia ocorre em qualquer momento determinado. Essas 
contribuições estão diretamente relacionadas com a força e a velocidade da 
contração muscular, a disponibilidade de substratos e/ou a presença de 
metabólitos. Quando o exercício começa, a fonte de energia imediata é fornecida 
pelo ATP localmente disponível. Entretanto, as reservas de ATP do músculo 
esquelético são muito limitadas, e, durante a contração fisiológica, as 
concentrações de ATP são mantidas próximo aos níveis de repouso à custa das 
reservas de fosfato de creatina. O fosfato de creatina é capaz de doar o seu 
fosfato de alta energia e, portanto, passa a constituir uma importante fonte de 
energia para o músculo em atividade. Os níveis de fosfato de creatina também 
são limitados no músculo esquelético, e, se o exercício prosseguir, tornam-se 
necessários outros mecanismos para o fornecimento de energia. A glicólise, com 
a produção de piruvato e, em certo grau, de lactato, fornece o suprimento 
contínuo de energia. Em aproximadamente 30 segundos após o início do 
exercício, os processos glicolíticos alcançam a sua produção máxima de 
energia. Como o músculo do equino apresenta uma grande capacidade de 
armazenamento de glicogênio, esse substrato é capaz de fornecer uma 
considerável fonte de energia, particularmente durante curtos períodos de 
exercício de alta intensidade. Entretanto, durante o exercício de baixa 
intensidade, a gordura representa a principal de energia. Assim, de acordo com 
a intensidade do exercício, ocorre um equilíbrio entre as vias anaeróbica 
(glicose/glicogênio) e aeróbica (glicose/glicogênio/gordura). A pressão de 
oxigênio nos miócitos em contração, as atividades das enzimas 
mitocondriais/citosólicas e o ambiente intramuscular hormonal ou físico-químico 
determinam a extensão com que os processos metabólicos glicolítico e oxidativo 
contribuem para a energética do musculo (MORAES et al, 2012). 
 
32 
 
6 SISTEMA URINÁRIO DOS ANIMAIS 
 
Fonte: vetsmart.com 
O sistema Urinário é composto pelos rins, ureteres, bexiga e uretra e está 
divido em trato urinário superior composto pelos rins, e trato urinário inferior que 
é o conduto para o transporte dos restos urinários dos rins para o exterior, 
através de ureteres pareados, bexiga urinária e uretra (COSTA, 2019). 
Segundo o autor, o rim é o principal órgão envolvido na constante 
homeostase do organismo. O papel homeostático exercido por este órgão 
compreende a produção de urina e consequente eliminação dos resíduos 
metabólicos, manutenção das concentrações de cloreto de sódio e água e 
regulação do equilíbrio ácido-base. Os rins também possuem uma função 
endócrina que consiste na produção e liberação de renina, eritropoietina, 1,25 
di-hidroxicolecalciferol (calcitriol), cininas e prostaglandinas. 
O rim é um órgão par, situado retroperitonealmente, que pousa sob os 
músculos sublombares, um de cada lado da coluna vertebral. Cada rim tem um 
polo cranial e um caudal, uma borda medial e uma lateral, uma superfície dorsal 
e uma ventral. O hilo renal está situado na borda medial, pelo qual passam o 
ureter, veias e artérias renais, vasos linfáticos e nervos. O polo cranial de cada 
 
33 
 
rim é revestido com peritônio em ambas as superfícies, dorsal e ventral, 
enquanto o polo caudal é coberto somente na superfície ventral (COSTA, 2019). 
De acordo com o autor, cães e gatos possuem rins unilobares (ou 
unipiramidais) revestidos por uma cápsula fibrosa rígida que limita a expansão 
do tecido renal. A cápsula adiposa, que reveste parcialmente o rim, estende-se 
através do hilo para dentro do sino renal. O parênquima renal, localizado entre a 
cápsula e o sino renal, é constituído pela medular e córtex. A medular apresenta 
uma porção externa e uma interna, que ficam próximas ao córtex e à pelve 
respectivamente. A medular exibe uma cor cinza-pálida, tendo os 20 gatos uma 
papila renal única, enquanto que os cães têm uma papila fundida parecida com 
cristas. Essas papilas por sua vez, são cercadas por cálices menores que se 
unem formando cálices maiores, que se esvaziam na pelve renal onde a urina é 
coletada antes de entrar nos ureteres. 
No parênquima renal localizam-se os néfrons que são as unidades 
funcionais dos rins. O néfron consiste de um alongado túbulo que 
começa no corpúsculo renal e acaba conectado com o ducto coletor. 
O corpúsculo renal é composto pela cápsula glomerular, que abrange 
totalmente uma rede capilar esférica chamada glomérulo (COELHO, 
2002; CARVALHO, 2008 apud COSTA, 2019). 
Os rins do cão, têm formato de feijão. O rim direito localiza-se 
normalmente abaixo das três primeiras vértebras lombares e o esquerdo, entre 
a segunda e a quarta; porém, essas disposições podem variar e os rins podem 
ir além de uma vértebra a mais caudalmente. O rim direito está relacionado 
medialmente à glândula adrenal direita e à veia cava caudal, lateralmente à 
última costela e à parede abdominal e ventralmente ao fígado e ao pâncreas. O 
rim esquerdo está cranialmente relacionado ao baço, medialmente à glândula 
adrenal esquerda e à aorta, lateralmente à parede abdominal e ventralmente ao 
cólon descendente (COSTA, 2019). 
Em cadelas, o polo caudal dos rins chega próximo ou faz contato com 
os mesovários. As artérias renais, bem como os ramos diretos da aorta, 
geralmente se dividem antes da entrada nos rins. As veias renais 
afluem diretamente na veia cava caudal. Gatos possuem os rins 
relativamente maiores, mais curtos e mais densos que os rins dos cães 
e são facilmente palpáveis; possuem uma aparência mais distinta das 
veias capsulares que se encaminham em direção ao hilo, onde 
desembocam na veia renal. Ao corte, o rim possui uma cor vermelha a 
vermelho-amarelada, em virtude de uma abundância de gordura 
intracelular contida nos túbulos contorcidos proximais. A musculatura 
da pelve renal é mais forte na passagem para o ureter, presume-se que 
 
34 
 
seja para impelir a urina no tubo que se estreita (DYCE et al., 2010 
apud COSTA, 2019). 
6.1 Fisiologia do sistema urinário 
Os rins consistem em um par de órgãos suspensos da parede dorsal do 
abdome por uma prega peritoneal e vasos sanguíneos que os irrigam. Possuem 
uma localização ligeiramente cranial à região lombar média. Por serem 
separados da cavidade abdominal pelo seu revestimento de peritônio, são 
denominados estruturas retroperitoneais. O sangue é transportado até cada rim 
por uma artéria renal, e o sangue venoso sai de cada rim por uma veia renal. A 
artéria renal origina-se diretamente a partir da aorta, e a veia renal desemboca 
diretamente na veia cava caudal. O rim é descrito como uma estrutura em 
formato de feijão na maioria dos animais domésticos. Entretanto, no cavalo, é 
descrito como uma estrutura cordiforme e, no gado, aparece lobulado. Quando 
se efetua um corte sagital mediano através do rim, observam-se um córtex 
externo e uma medula interna. As estrias da medula são formadas pela 
disposição anatômica das principais partes que ocupam a medula, a alça de 
Henle dos néfrons de alças longas e a porção medular dos túbulos coletores (ver 
seção Néfron) (REECE, 2017). 
Segundo o autor as porções medulares dos túbulos coletores são 
conhecidas como ductos coletores. O hilo renal é a área entalhada na borda 
côncava do rim, através do qual o ureter, os vasos sanguíneos, os nervos e os 
linfáticos entram ou saem. A pelve é a origem alargada do ureter no rim. A 
descarga final de urina a partir dos numerosos ductos coletores é recebida pela 
pelve renal. O ureter é o túbulo muscular (de músculo liso) que transporta a urina 
da pelve renal até a bexiga. A bexiga é um órgão muscular (de músculo liso) oco, 
cujo tamanho varia, dependendo da quantidade de urina nele contida em 
qualquer momento. O músculo liso da bexiga é conhecido como músculo 
detrusor. O colo da bexiga é a continuaçãocaudal da bexiga que leva até a 
uretra. O músculo liso do colo é misturado com uma quantidade considerável de 
tecido elástico e atua como esfíncter interno. A uretra é a continuação caudal do 
colo da bexiga. Transporta a urina da bexiga até o exterior. O esfíncter externo 
situa-se depois do colo; é composto de músculo esquelético que, nesse local, 
 
35 
 
circunda a uretra. O limite funcional entre a bexiga e a uretra é representado por 
esse esfíncter. 
 
Vista lateral de fêmea de cão, mostrando a localização geral dos rins, dos ureteres, da bexiga, 
uretra, óstio da uretra e vagina. De Reece W.O. (2009) Functional Anatomy and Physiology of 
Domestic Animals, 4th edn. Wiley-Blackell, Ames, IA. Reproduzida, com autorização, de Wiley. 
Fonte: REECE, 2017. 
 
 
36 
 
Vista ventral dos rins de cão, mostrando as artérias renais, veias renais e ureteres e suas 
posições em relação à aorta, veia cava e glândulas adrenais. De Reece W.O. (2009) Functional 
Anatomy and Physiology of Domestic Animals, 4th edn. Wiley-Blackell, Ames, IA. Reproduzida, 
com autorização, de Wiley. Fonte: REECE, 2017. 
 
Rim direito, vista ventral. A. Cavalo. B. Vaca. C. Ovelha. Representam, respectivamente, rins 
cordiforme, lobulado e em formato de feijão. (1) Artéria renal; (2) veiarenal; (3) ureter. De Reece 
W.O. (2009) Functional Anatomy and Physiology of Domestic Animals, 4th edn. Wiley-Blackell, 
Ames, IA. Reproduzida, com autorização, de Wiley 
 
37 
 
 
Plano sagital mediano do rim de cavalo, mostrando o córtex, a medula, a pelverenal, o hilo, o 
ureter, a artéria renal e a veia renal. Adaptada de Reece W.O. (2009) FunctionalAnatomy and 
Physiology of Domestic Animals, 4th edn. Wiley-Blackell, Ames, IA. Reproduzida, com 
autorização, de Wiley. 
O néfron é a unidade funcional do rim. É essencial adquirir uma 
compreensão da função do néfron para entender a função renal. O número de 
néfrons varia consideravelmente entre as espécies. Em uma determinada 
espécie, o número de néfrons é relativamente constante. Tendo em vista as 
diferenças de tamanho entre as várias raças de cães, seria possível imaginar 
que os rins dos cães de grande porte pudessem conter um maior número de 
néfrons do que os rins de cães de pequeno porte. Entretanto, isso não ocorre, e 
o maior tamanho dos rins nos cães de grande porte é compensado pela presença 
de néfrons maiores, em lugar de néfrons mais numerosos (REECE, 2017). 
Segundo o autor, o rim dos mamíferos possui dois tipos principais de 
néfrons, identificados pela (i) localização de seus glomérulos e (ii) profundidade 
de penetração das alças de Henle dentro da medula. Os néfrons com glomérulos 
localizados nas partes externas e média do córtex são denominados néfrons 
cortimedulares ou superficiais. Esses néfrons estão associados a uma alça curta 
 
38 
 
de Henle, que se estende até a junção do córtex com a medula ou até a zona 
externa da medula. Os néfrons com glomérulos localizados no córtex, próximo à 
medula, são conhecidos como néfrons justa medulares. Os néfrons 
justamedulares estão associados a alças longas de Henle que se estendem mais 
profundamente dentro da medula; alguns estendem-se até alcançar a pelve 
renal. 
Os néfrons justamedulares são os que desenvolvem e mantêm o 
gradiente osmótico do líquido intersticial da medula, de baixo para cima na 
medula externa para a medula interna, respectivamente. A porcentagem de 
néfrons que apresentam alças longas de Henle (néfrons justamedulares) varia 
entre espécies de animais e inclui desde 3% no porco até 100% no gato. Nos 
seres humanos, a porcentagem de néfrons de alças longas é de cerca de 14%. 
Entretanto, é importante assinalar que o líquido tubular de todos os néfrons 
(corticais e justamedulares) deságua em ductos coletores compartilhados, que 
seguem o seu percurso pela medula até a pelve renal. Por conseguinte, 
independentemente da influência dos diferentes tipos de néfrons sobre o líquido 
tubular, o débito final de cada néfron está sujeito aos mesmos fatores que afetam 
a concentração da urina (influência medular) (REECE, 2017). 
 
Componentes do néfron 
A Figura abaixo mostra um néfron típico, com suas partes componentes. 
O glomérulo é o tufo de capilares através dos quais ocorre filtração. Os capilares 
glomerulares são cobertos por células epiteliais, e o glomérulo total é envolvido 
pela cápsula de Bowman, que coleta o filtrado glomerular para o seu transporte 
através dos túbulos e ductos do néfron. A arteríola aferente transporta sangue 
para o glomérulo, enquanto a arteríola eferente leva o sangue do glomérulo. O 
sangue que deixa o glomérulo pelas arteríolas eferentes é redistribuído em outro 
leito de capilares, conhecidos como capilares peritubulares, que perfundem os 
túbulos do néfron. Os vasos retos são ramos capilares dos capilares 
peritubulares associados aos néfrons de alça longa. Após a perfusão dos rins, o 
sangue retorna à veia cava caudal pelas veias renais (REECE, 2017). 
 
39 
 
 
Tipos de néfrons de mamíferos: A. néfron justamedular (de alça longa); B. néfroncortical. De 
Reece W.O. (2009) Functional Anatomy and Physiology of Domestic Animals, 4thedn. Wiley-
Blackell, Ames, IA. Reproduzida, com autorização, de Wiley. 
Túbulos e ductos dos néfrons 
O filtrado do glomérulo é coletado pela cápsula de Bowman e, 
subsequentemente, direcionado através dos túbulos proximais contorcidos, 
situados no córtex do rim. O túbulo proximal continua-se pela alça de Henle, que 
mergulha na medula. A alça de Henle consiste em um ramo descendente e um 
ramo ascendente. O ramo ascendente retorna a seu glomérulo de origem no 
córtex, onde a sua extremidade apresenta um segmento espesso, conhecido 
como mácula densa. Depois da mácula densa, o túbulo é conhecido como túbulo 
distal, localizado totalmente no córtex renal, que termina com seu respectivo 
túbulo conector, que desemboca em um túbulo coletor cortical. O túbulo coletor 
cortical não é exclusivo de um único néfron, visto que recebe o líquido tubular da 
parte contorcida de vários túbulos distais. Quando o túbulo coletor afasta-se do 
 
40 
 
córtex e penetra na medula, passa a ser conhecido como ducto coletor. 
Gerações sucessivas de ductos coletores coalescem para formar ductos 
coletores progressivamente maiores. O líquido tubular é finalmente 
descarregado dos ductos coletores maiores para dentro da pelve renal e, a partir 
daí, transportado pelos ureteres até a bexiga para armazenamento, até a sua 
liberação através da uretra (REECE, 2017). 
 
 Alça de Henle 
 
A alça de Henle é composta de três segmentos: o ramo descendente 
delgado, o ramo ascendente delgado e o ramo ascendente espesso. A 
espessura relativa desses três segmentos resulta de diferenças nas células 
epiteliais e não se refere a mudanças no diâmetro do lúmen. O segmento 
descendente delgado de cada alça é contínuo com o segmento ascendente 
delgado na curva em formato de grampo. Os ramos descendentes dos néfrons 
corticais só se estendem até a face externa da medula externa. Os néfrons 
justamedulares são os néfrons de alças longas, que possuem ramos 
descendentes que podem se estender até a pelve renal. O segmento delgado do 
ramo descendente é um túbulo reto que é a continuação do túbulo proximal e 
que é seguido, depois da curva em formato de grampo, pelo ramo ascendente 
delgado. O segmento espesso do ramo ascendente é um túbulo reto que provém 
do ramo ascendente delgado. O segmento espesso do ramo ascendente da alça 
de Henle retorna, em seu trajeto ascendente, até o glomérulo de origem, passa 
entre as arteríolas aferente e eferente e, a partir daí, prossegue como túbulo 
distal até o túbulo coletor cortical (REECE, 2017). 
 
41 
 
 
O néfron funcional com seu suprimento sanguíneo. Um néfron justamedular émostrado, 
exibindo os vasos retos. (1) Cápsula de Bowman; (2) túbulo proximal; (3) 
ramodescendente da alça de Henle;(4) ramo ascendente delgado da alça de Henle; (5) 
ramoascendente espesso da alça de Henle; (6) túbulo distal; (7) túbulo conector; (8) 
túbulo coletorcortical; (9) ducto coletor medular externo; (10) ducto coletor medular 
interno; (11) arteríolaaferente; (12) glomérulo; (13) arteríola aferente; (14) capilares 
peritubulares; (15) vasos retos;(16) veia renal. O ramo ascendente espesso da alça de 
Henle transforma-se em túbulo distalquando passa entre as arteríolas aferente e 
eferente no glomérulo (localização da mácula densa).Adaptada de Reece W.O. (2009) 
Functional Anatomy and Physiology of Domestic Animals, 4thedn. Wiley-Blackell, Ames, 
IA. Reproduzida, com autorização, de Wiley.Fonte: REECE, 2017. 
 
42 
 
 
Resumo do fluxo sanguíneo renal e do fluxo de líquido tubular relacionado com onéfron. 
A fração do plasma filtrado no glomérulo entra na cápsula de Bowman como 
filtradoglomerular. Segue pelos túbulos e ductos do néfron na forma de líquido tubular. 
O líquidotubular está sujeito a reabsorção e secreção e penetra na pelve renal como 
urina. Após a remoçãoda fração de filtração do plasma no glomérulo, o sangue 
remanescente que entra na arteríolaeferente é distribuído por meio dos capilares 
peritubulares até os túbulos proximais, vasos retos etúbulos distais para troca com o 
líquido tubular. A urina é finalmente eliminada da bexiga pelamicção. Adaptada de 
Reece W.O. (2009) Functional Anatomy and Physiology of DomesticAnimals, 4th edn. 
Wiley-Blackell, Ames, IA. Reproduzida, com autorização, de Wiley.Fonte: REECE, 2017. 
 
 
 
 
43 
 
7 SISTEMA REPRODUTOR EM ANIMAIS 
 
Fonte: anatosistemica.wordpress 
Conhecer a anatomia de um aparelho representa a base para seu estudo 
amplo e profundo, além de facilitar a compreensão de seu funcionamento. Por 
isso é importante o conhecimento da anatomia funcional do aparelho reprodutor, 
já que sua análise permite fixar sólidas bases para o estudo do fenômeno pelo 
qual se perpetuam as espécies: a reprodução. Para facilitar o estudo do aparelho 
reprodutor do macho, seus órgãos podem ser classificados de acordo com sua 
localização anatômica, em órgãos genitais internos (que compreendem os 
ductos deferentes, as glândulas acessórias e a uretra pélvica) e órgãos genitais 
externos (testículos com seu epidídimo). O testículo também foi considerado 
como órgão sexual primário, enquanto os ductos excretores, glândulas 
acessórias, pênis e prepúcio são considerados órgãos sexuais secundários. O 
aparelho reprodutor da fêmea é dividido em ovários e órgãos tubulares (útero, 
oviduto, cérvix, vagina e vulva) (SILVA, 2019). 
7.1 Aparelho reprodutor do macho 
Para avaliar a capacidade reprodutiva dos machos, é primordial conhecer 
a anatomia e a fisiologia do aparelho reprodutor. Os órgãos genitais incluem 
testículos, epidídimos, canais deferentes, ampolas deferentes, uretra, glândulas 
acessórias (próstata, glândulas seminais e glândulas bulbouretrais), pênis e 
 
44 
 
prepúcio, que apresentam diferenças entre as espécies domésticas SILVA, 
2019). 
Segundo o autor, o sistema genital masculino compreende os órgãos 
envolvidos no desenvolvimento, no amadurecimento, no transporte e no 
armazenamento dos gametas masculinos (espermatozoides). Ele consiste em 
um par de testículos, o ducto contorcido do epidídimo, o ducto deferente, a uretra 
e as glândulas genitais acessórias. Os testículos produzem esperma e 
hormônios. O epidídimo armazena espermatozoides durante seu 
amadurecimento antes de passarem para o ducto deferente e pela uretra. As 
glândulas acessórias também liberam suas secreções na uretra e contribuem 
para o volume do sêmen. A parte distal da uretra forma o caminho combinado 
para a passagem tanto da urina como do sêmen. O pênis é o órgão copulador 
masculino e deposita sêmen no trato reprodutor feminino. 
Órgãos genitais de gato e cão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: KONIG & LIEBICH, 2016 apud SILVA, 2019. 
 
 
 
 
 
45 
 
 
 
 
 
 
 
 
Órgãos genitais do cachaço (Reprodutor suíno). Fonte: KONIG & LIEBICH, 2016 apud 
SILVA, 2019. 
 
 
 
 
 
 
Órgãos genitais do touro (Reprodutor bovino). Fonte: KONIG & LIEBICH, 2016 apud 
SILVA, 2019. 
 
 
 
46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Órgãos genitais do garanhão (Reprodutor equino). Fonte: KONIG & LIEBICH, 
2016 apud SILVA, 2019. 
 
Testículos 
 
Testículo, epidídimo e ducto deferente do um touro (secção mediana). Fonte: KONIG & 
LIEBICH, 2016 apud SILVA, 2019. 
 
 
47 
 
Os testículos são os órgãos sexuais primários que têm como funções 
principais a produção de espermatozoides (função exócrina) e a produção de 
hormonas esteroides (função endócrina). Ambas as funções são reguladas por 
três diferentes controles, segundo Silva (2019): 
1. Circuito longo: hipotálamo, hipófise, gônada. 
2. Circuito curto: hipotálamo-hipófise. 
3. Circuito extra corto ou parácrino: entre o túbulo seminífero (células de 
Sertoli-células germinativas) e tecido intersticial (células de Leydig, fluido 
intersticial e vários outros componentes químicos e celulares). 
Macroscopicamente se diferenciam duas estruturas: túnica albugínea ou 
túnica vaginal própria, a qual está revestindo a gônada e o parênquima testicular 
no que se encontram os túbulos seminíferos. A túnica albugínea é uma 
membrana fibrosa que envia projeções para o interior do testículo que servem 
como suporte para o parênquima testicular, que aloja os túbulos seminíferos, 
onde as espermatogônias sofrem mudanças até se transformarem em 
espermatozoides. Estes, uma vez produzidos, passam aos ductos eferentes, os 
quais levam os espermatozoides até o epidídimo. A posição dos testículos no 
escroto e a direção do seu eixo longitudinal em relação ao corpo variam com as 
espécies. Nos ruminantes são pêndulos os com seu eixo longitudinal em posição 
vertical; nos equinos e caninos o eixo longitudinal se aproxima muito da 
horizontalidade; e no porco o eixo se encontra diagonal. O escroto, além de 
proteger o testículo, ajuda por meio de sua túnica dartos, juntamente com o 
músculo cremaster e a disposição anatômica da veia espermática do plexo 
pampiniforme, que tem como função manter uma temperatura ideal para a 
termorregulação da espermatogênese (SILVA, 2019). 
Segundo o autor, para favorecer a espermatogênese, as gônadas 
masculinas migram de sua posição de desenvolvimento dentro da cavidade 
abdominal para o processo vaginal, processo denominado de descida testicular. 
A descida testicular é vital para a produção dos gametas masculinos 
(espermatogênese) nos mamíferos domésticos, já que a posição do escroto 
reduz a temperatura dos testículos em comparação à temperatura corporal. A 
impossibilidade de um ou de ambos os testículos realizarem a descida testicular 
se chama criptorquidismo e acredita-se que se trate de uma condição hereditária. 
Portanto, criptorquídeos não devem ser usados para reprodução. 
 
48 
 
Microscopicamente, o testículo é organizado pelos túbulos seminíferos, dentro 
dos quais a espermatogênese é realizada. 
Dentro dos túbulos encontram-se as células de Sertoli e as 
espermatogônias em diferentes estágios de maturação; fora dos túbulos no 
espaço intersticial, encontram-se o tecido e o fluido intersticial, composto por 
vasos sanguíneos, linfáticos e células de Leydig. Cada túbulo seminífero termina 
em um túbulo reto, o conjunto dos quais forma a rete testis, formando um único 
túbulo com o qual inicia-se o ducto epididimário. Se for feita uma incisão 
transversal do testículo, pode observar-se que cada gónada está rodeada, de 
dentro para fora, por uma túnica albugínea, semelhante a uma fáscia; uma túnica 
vaginal, que se divide em visceral e parietal, que é uma extensão do peritônio e 
que passa através da parede abdominal pelo canal inguinal; a túnica dartos, que 
é uma camada fibroelástica de músculo liso, e o escroto que é uma porção de 
pele (SILVA,2019). 
O parênquima testicular é formado pelos túbulos seminíferos (local de 
produção espermática) e o tecido intersticial, que contém os vasos sanguíneos 
e linfáticos, bem como os nervos. Os espermatozoides são reunidos pela rete 
testis e enviados aos ductos eferentes que desembocam na cabeça do 
epidídimo. Os órgãos sexuais secundários são os ductos excretores (epidídimo, 
ductos deferentes, ampola e uretra) e as glândulas acessórias, o pênis e o 
prepúcio (SILVA, 2019). 
Os órgãos sexuais secundários são os ductos excretores (epidídimo, 
ductos deferentes, ampola e uretra) e as glândulas acessórias, o pênis e o 
prepúcio. 
 
Epidídimo 
 
O epidídimo é a estrutura adjacente ao testículo, responsável por funções 
como transporte, maturação e armazenamento de espermatozoides. 
Anatomicamente, são reconhecidas três porções: cabeça, corpo e cauda. Esta 
última porção continua com o ducto deferente, que é incorporado ao cordão 
espermático juntamente com os vasos sanguíneos e linfáticos do testículo (plexo 
pampiniforme), para transportar o sêmen para a uretra durante o processo de 
 
49 
 
ejaculação. A parte terminal dos ductos deferentes é conhecida como ampolas 
deferentes (SILVA, 2019). 
 
Ampolas deferentes 
 
É a última porção de cada ducto deferente, forma-se pelo engrossamento 
da mucosa e apresenta muitos compartimentos. Não se conhece a sua função 
específica, no entanto, no porco e no gato encontra-se pouco desenvolvida. As 
ampolas são encontradas no cavalo, touro e carneiro, e pelo fato de 
apresentarem glândulas túbulo alveolares revestidas por células epiteliais 
secretoras, produtoras de líquido, que contribuem para o transporte dos 
espermatozoides, são consideradas como glândulas. Alguns autores não as 
consideram como tais, mas como simples alargamentos do ducto deferente sem 
função secretora, como no caso do cavalo. (SILVA, 2019). 
 
Glândulas acessórias 
 
As glândulas sexuais acessórias nos bovinos, ovinos, suínos, equídeos e 
caninos são: ampolas, vesículas seminais, próstata e bulbouretrais. Os felinos, 
como o gato, necessitam das vesículas seminais e o cão das glândulas 
bulbouretrais e vesículas seminais. A situação, tamanho e quantidade de líquido 
produzido por cada uma destas glândulas varia entre as espécies domésticas, 
bem como o volume da ejaculação também é variável entre as espécies (SILVA, 
2019) 
Segundo o autor, produzem o plasma seminal, que constitui a fração 
líquida da ejaculação e serve, entre outras coisas, como veículo para o 
transporte dos espermatozoides, como fornecimento de nutrientes, para a 
limpeza da uretra e como coagulante após a ejaculação. Todas as glândulas 
acessórias estão rodeadas por uma camada de músculo liso que ajuda a 
secreção do seu conteúdo durante a ejaculação. Nos bovinos, equídeos e cães, 
a palpação retal é útil para avaliar algumas patologias. 
 
 
50 
 
 
Glândulas acessórias do aparelho reprodutor masculino. 1, uretra; 2, bexiga urinária; 3, 
ducto deferente; 4, ampola; 5, glândula seminal; 6, próstata; 7, glândula bulbouretral. 
Fonte: BOETA et al., 2018 apud SILVA, 2019. 
 
Glândulas ou vesículas seminais 
São órgãos pares localizados na cavidade pélvica, têm forma alongada, 
lobulada e são formados por grandes lóbulos. No touro podem ser apalpadas por 
via retal, no entanto no cavalo não é uma tarefa fácil apalpá-la. A secreção 
destas glândulas contribui para o volume total da ejaculação em diferentes 
proporções segundo a espécie; no caso do touro é de 25 a 30%, no porco de 10 
a 30% e no carneiro de 7 a 8 %. No cavalo são considerados como produtoras 
da última porção da ejaculação em forma de gel (SILVA, 2019). 
 
Próstata 
 
São conhecidas duas porções: 
a) Corpo. 
b) Porção disseminada. 
A porção disseminada da próstata está distribuída por todo o comprimento 
da uretra sob uma camada muscular, portanto, não é detectável por palpação. 
No entanto, no caso do cão a próstata é apalpada na sua totalidade, inserindo 
um dedo pelo reto; em situações normais deve ser encontrado à entrada da 
pélvis; quando um animal sofreu o processo de hiperplasia, então tende a ir para 
baixo da cavidade abdominal. A sua revisão deve ser incluída na avaliação do 
 
51 
 
macho adulto. A secreção da próstata contribui para a formação da ejaculação 
em diferente proporção dependendo da espécie; nos ruminantes representa 4-
6%, no cavalo 25-30%, no porco 60%, no gato 14%, e no cão 100%, porque é a 
única glândula acessória que o mesmo possui (SILVA, 2019). 
Glândulas bulbouretrais 
Também chamadas glândulas de Cowper, são corpos arredondados 
compactos em forma de noz e com uma densa cápsula. Elas localizam-se sobre 
a uretra perto da saída da cavidade pélvica. Não podem ser apalpadas porque 
estão cobertas por tecido fibroso e por parte do músculo bulbo esponjoso ou 
bulbouretral. A secreção destas glândulas não faz parte da ejaculação, uma vez 
que a sua função é basicamente limpar e lubrificar a uretra para a passagem da 
ejaculação. Isto porque a secreção destas glândulas faz parte da pré-ejaculação. 
No entanto, no caso do porco, considera-se que faz parte da ejaculação em 15-
30% e que também participa na coagulação do mesmo. No caso do gato, 
considera-se que 43% da ejaculação provém destas glândulas (SILVA, 2019). 
Pênis 
É um órgão que tem dupla função: a expulsão da urina e a deposição do 
sêmen no aparelho genital da fêmea. Possui três porções: a base, o corpo e a 
glande. A base é a parte que se insere ao arco isquiático. O corpo constitui a 
maior proporção do pênis; na parte ventral contém a uretra peniana, rodeada por 
uma camada de tecido erétil, denominada corpo esponjoso, e duas porções mais 
deste tecido (localizadas dorsalmente ao corpo esponjoso), denominadas corpos 
cavernosos. No pênis dos mamíferos encontram-se três corpos cavernosos, que 
cercam a uretra; conhecidos como esponjoso e cavernoso do pênis e esponjoso 
da glande. Estes corpos cavernosos têm a propriedade de se encher de sangue 
e produzir a ereção; no caso do pênis dos carnívoros e equinos (pênis vascular) 
observam-se grandes espaços, enquanto no pênis fibroelástico (ruminantes e 
suínos) os corpos cavernosos são menos desenvolvidos. Nestas últimas 
espécies (ruminantes e suínos) se encontra uma flexura característica (flexura 
 
52 
 
sigmoide ou "S" peniana), a qual se distende pela relaxação dos músculos 
retratores do pênis durante a ereção e volta a sua posição de descanso pela 
contração desses músculos (SILVA, 2019). 
Segundo o autor, a parte anterior do pênis (glande do pênis) tem uma 
forma diferente de acordo com a espécie. No equino apresenta-se uma glande 
característica, uma vez que tem o corpo e uma coroa que diferencia a cabeça da 
glande; também apresenta um prolongamento uretral de aproximadamente 1 cm. 
O bovino tem a glande em forma de ponta de lança; o ovino e o caprino têm-no 
semelhante ao bovino, mas com um prolongamento uretral de 4 a 5 cm, o porco, 
em contrapartida, não tem uma estrutura que se diferencie do corpo do pênis, a 
glande em si é uma continuação que termina em forma de saca-rolha. O pênis 
do cão tem o osso peniano, e é considerado que a glande abrange desde a ponta 
do pênis até o bulbo em sua parte posterior. No caso do gato, além de ter o osso 
peniano, a glande está rodeada por 100 a 200 papilas cornificadas. A glande é 
a parte final e distal do pênis. Esta porção é rica em terminações sensitivas, com 
forma e características específicas segundo a espécie. Deve-se considerar que, 
no caso do cão a glande abrange até a porção final do bulbo peniano, que é uma 
estrutura necessária para o "abotoamento" do pênis que ocorre durante a cópula. 
 
 
53 
 
 
Glande ou porção distal do pênis. 1, glande; 2, processo uretral; 3, prepúcio; 4, bulbo 
peniano; 5, espículas. Fonte: BOETA et al., 2018 apud SILVA, 2019. 
Prepúcio 
É uma estrutura desenvolvida

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