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Desdobramentos da Teoria Psicanalítica

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1. Teoria das Posições
Esquizo-Paranóide: primeiros meses, impulsos de amor e ódio pelo objeto (seio da
mãe), relações com objetos parciais, incorporação do objeto mau de fora (tb estaria
dentro), ansiedade paranóide. Primeiro conjunto de sentimentos e fantasias, tem
natureza persecutória.
Primeiro Conjuntos de defesas: visa a destruição dos perseguidores com meios
violentos. Mecanismos: cisão, introjeção e projeção.
Depressiva: segunda metade do primeiro ano, busca internalizar o objeto bom,
relações com objetos totais (consegue identificar), passa a ter medo de perder o
objeto bom que é amado, ansiedade depressiva e culpa pela agressividade contra o
objeto. Segundo conjunto de sentimentos e fantasias, sentimento de pesar e
preocupação pelos objetos amados, medo de perdêlo e desejo de recuperá-los.
Segundo Conjunto de Defesas: visa que o ego reaja aos seus perseguidores
internos e à dependência em relação aos objetos amados. Pode desenvolver
defesas maníacas. Mecanismo: Reparação
O QUE É IMPORTANTE: Na posição paranóide-esquizóide temos os impulsos
de amor e ódio pelo objeto (seio da mãe), relações com objetos parciais pois o
ego ainda não foi formado. Existe a dependência total e não existe ainda a
percepção do eu. Na posição depressiva o bebê reconhece que sua mãe tanto
gratifica como frustra e ele se torna ciente de sua própria agressão voltada em
direção a ela.
2. Processo de LUTO
Luto Anormal: a pessoa que fracassa no trabalho do luto, não consegue
estabelecer seus objetos bons internos no início da infância e não se sentem
seguros no seu mundo interior. Não superam a posição depressiva infantil.
Luto Normal: a posição depressiva arcaica, reativada com a perda do objeto
amado, modifica-se novamente sendo superada através de métodos semelhantes
àqueles empregados pelo ego durante a infância. O indivíduo restaura o objeto
amado que de fato acaba de perder.
A diferença: o maníaco-depressivo é a pessoa que fracassa no trabalho do
luto, apesar de poderem apresentar defesas completamente diferentes, têm em
comum o fato de não terem conseguido estabelecer seus objetos "bons"
internos no início da infância e de não se sentirem seguros no seu mundo
interior. (Klein, 1996, p. 412).
3. Transferência
Os objetos internalizados são expressos na relação que o paciente estabelece com
o analista. Uma vez que a internalização se faz em um contexto de ambivalência
entre amor e ódio, as relações objetais são carregadas destes sentimentos.
Fala-se de transferência positiva quando predominam na relação os sentimentos
amorosos, quais sejam, gratidão, reparação, respeito, tolerância, capacidade de
continência etc. Na transferência negativa os sentimentos predominantes são
invejosos, destrutivos. Os objetos são alvo de ataques de todo tipo.
A transferência é um acesso ao inconsciente, uma vez que revela toda a
dinâmica psíquica do paciente. Já que se trata de um fenômeno tão importante
para o conhecimento do paciente, resta saber como trabalhar com ele,
tornando-o veículo terapêutico.
4. Desenvolvimento Emocional Ambiente Facilitador
Para Winnicott o desenvolvimento emocional está estreitamente ligado a um
princípio: o bebê não constitui uma unidade em si mesmo - se constitui como
uma organização entre o indivíduo e o meio ambiente (mãe ou cuidador). Este
ambiente seria facilitador na medida em que provê cuidados ao bebê que serão a
base da saúde mental.
As necessidades da criança nos primórdios de sua vida são absolutas, não
conhecem tolerâncias ou meio termo e, assim, o bebê depende da disponibilidade
de um adulto verdadeiramente preocupado com os seus cuidados, e disto depende
o que podemos chamar de uma adaptação ativa e sensível às necessidades da
criança.
A origem da vida psíquica ocorre num contexto em que a criança vai gradualmente
criando um meio ambiente pessoal, capacidade que vai se desenvolvendo e
propiciando uma movimentação da dependência absoluta para a independência.
5. Mãe Suficientemente Boa
Winnicott: uma mãe-ambiente que funcionará, de forma muitíssimo especializada no
início da vida, analogamente à criação de um espaço de proteção. O ego auxiliar
da mãe propicia um ambiente facilitador da relação da criança com objetos
subjetivos que se alterna, provavelmente, com momentos em que se dá uma
interação com objetos percebidos objetivamente ou objetos “não-eu”. A
relação entre a MSB e a Teoria do Desenvolvimento Emocional e Psicológico
Infantil se dá pela adaptação da mãe em ser capaz de suprir as necessidades do
bebê no período de dependência, à medida que elas se apresentam. Fornece uma
base em que o bebê pode começar a elaborar uma compreensão entre ele e a mãe.
6. Preocupação materna primária
Estado temporário de fusão que se requer para o início da vida entre a mãe e o
bebê. Este é um estado de sensibilidade exacerbada que ocorre durante e
principalmente no final da gravidez e que dura até algumas semanas após o
nascimento, neste estado, a mãe preocupada com o bebê chega ao ponto de
excluir qualquer outro interesse, de maneira normal e temporária, para
dedicar-se ao seu bebê.
7. Funções Maternas
A adaptação da mãe às necessidades do bebê torna-se concreta e objetivada por
meio das três funções maternas:
Apresentação do objeto Refere-se à oferta do seio ou a mamadeira nos
momentos certos, dando ao bebê a ilusão de que é onipotente a ponto de criar o
objeto.
Holding Significa “sustentação”, ações em que a mãe protege o bebê dos perigos
físicos, pelos cuidados cotidianos e da rotina. A mãe sustenta o bebê física e
psicologicamente.
Handling Refere-se à manipulação do bebê enquanto ele é cuidado.
8. Processo Maturacional - Da dependência à independência, Progressão do
desenvolvimento descrito por Winnicott:
Dependência Absoluta e Dependência Extrema: devido às de dependência
absoluta da criança, as condições devem ser suficientemente boas para
iniciar seu desenvolvimento inato.
FALHA: Deficiência mental não orgânica; esquizofrenia da infância; predisposição
para doença mental hospitalizável mais tarde.
Dependência Relativa: Por falhar as condições de provisão ambiental, ocorrem
traumas de fato, mas nesta fase há uma “pessoa” para ser traumatizada.
FALHA: Predisposição a distúrbios afetivos; tendência antissocial
Mescla Dependência-Independência: A criança realiza experimentações rumo à
independência, mas precisa novamente experimentar a dependência.
FALHA: Dependência patológica.
Dependência-Independência: A criança realiza experimentações rumo à
independência, ainda precisa vivenciar a dependência, mas há predomínio da
independência.
FALHA: Arrogância; surtos de violência.
Independência: ambiente internalizado em que a criança é capaz de cuidar de si
mesma.
FALHA: Não traz necessariamente prejuízos mais ostensivos.
Sentido Social: O indivíduo pode se identificar com adultos e com o grupo social
sem perda demasiada de sua originalidade.
FALHA: Falta parcial da responsabilidade do indivíduo como pai ou mãe.
9. A concepção Winnicottiana sobre a Agressividade
Considerando o desenvolvimento, Winnicott divide três formas de manifestação da
agressividade:
Inicial ou Pré-concernimento: No início do desenvolvimento, o bebê existe como
pessoa e tem propósitos, mas não tem concernimento daquilo que provoca. É
impelido à movimentos de seu corpo, expressos pela necessidade de movimentar-se
e alimentar-se, não tem uma intenção de agredir/destruir - põe em ação sua
vitalidade, sua impulsividade, sua espontaneidade, por isso não se pode falar de
agressividade nesta fase. Um bebê cuja impossibilidade de reconhecer a noção
dos afetos – amor e/ou ódio, já que estes afetos serão conquistados pelo
amadurecimento, de forma que tais afetos não estão envolvidos, ainda, na
expressão da agressividade.
Intermediária ou Concernimento: Nesta etapa, se tudo correu bem, o indivíduo se
constituiu como um EU (ocorreu a integração do ego), de forma que já pode
perceber a personalidade da figura materna, separado de si mesmo, conferindo-lhe
o desenvolvimento do sentimento de concernimento diante dos resultadosdas
experiências instintivas, físicas e ideativas desferidos à mãe, pois este estágio de
concernimento traz consigo a capacidade de sentir culpa. Cabe aqui destacar a
raiva que deriva da frustração, impossível de ser evitada nas experiências.
Crescimento do mundo interno: aqui o desenvolvimento do bebê torna-se mais
complicado, pois por um lado a criança preocupa-se com seus impulsos sobre a
mãe, bem como vivenciar suas experiências em seu próprio eu, já que por um
lado a satisfação do impulso faz o bebê sentir-se bem, sustentando sua confiança
em si e esperança na vida. Por outro lado terá que reconhecer os seus ataques de
cólera/raiva, que a faz sentir-se repleta de coisas ruins, malignas ou persecutórias,
que podem criar uma ameaça interna à si próprio. Este momento dá início à tarefa
de administrar o mundo interno, tarefa que perdurará para toda vida.
Na saúde, a criança dirige seu interesse à realidade externa e ao mundo interno,
mas também constrói pontes entre um e outro mundo, pelos sonhos, brincadeiras,
etc..., já na doença, a criança realinha o que é bom no mundo interno e projeta no
externo o que ruim, passando a viver no mundo interno tornando-se patologicamente
introvertida. Quando restabelece-se da introversão patológica, sua relação com o
mundo externo permanece cheia de elementos persecutórios, o que a torna
agressiva, e a depender da forma inadequada de quem lhe cuida a criança passa a
assumir uma postura introvertida.
Para Winnicott, a agressividade significa o movimento em direção ao mundo
externo, na busca de objetos. Neste aspecto, a agressividade está
estreitamente ligada às noções de tendência anti-social e delinqüência.
1. Inicial: Pré-integração / Propósito sem piedade
2. Intermediária: Integração / Propósito com piedade / Culpa
3. Crescimento do mundo interno (Personalidade Total): Relações
interpessoais / Situações triangulares, etc/ Conflitos, conscientes e
inconscientes.

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