Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Os sonhos são formados por restos diurnos recalcados que vão ser articulados aos elementos e desejos inconscientes (experiências anteriores que ficaram recalcadas). A interpretação dos sonhos não se trata somente de uma teorização sobre os sonhos, e sim sobre o inconsciente. Os desejos inconscientes estão intimamente ligados à nossa infância. Para Freud, o inconsciente é formado a partir da vida sexual infantil. Ele diz respeito a como o mecanismo do recalque estabelece uma barra e essas experiências anteriores acabam ficando em outra instância. Na primeira tópica elas serão esquecidas (retiradas da consciência). O que cada um registra é individual, singular. As lembranças não são aleatórias, estabelecemos associações, então para uma análise, vai interessar quando essas memórias são acessadas em termos de associação do sentido. Freud estabeleceu que a primeira formação do aparelho psíquico tinha a ver com a formação, relação entre CS, PCS e IC. Na segunda tópica ocorre a formulação do ID, EGO e SUPEREGO. Freud se interessa mais pela infância do que pelas crianças. Ele não irá propor uma clínica para as crianças, mas irá propor um pensamento a respeito do desenvolvimento psicossexual na infância. O objeto de estudo da psicanálise é o humano. Freud vai trabalhar a narrativa de cada um com uma construção dramática. A técnica da psicanálise tem a ver com a associação livre (fale tudo que vem à cabeça) para diminuir a censura. Os elementos significantes e chaves na narrativa do sonho, quando interpretados, as associações levam com frequência a experiências bem mais primitivas e arraigadas, o que denomina o processo regressivo. O processo do recalque é análogo ao processo da ideia de uma repressão. É um processo mais complexo. A metapsicologia freudiana trata dos conceitos fundamentais da psicanálise, como fundamento teórico da descoberta do inconsciente. Existem quatro conceitos fundamentais: pulsão, sexualidade infantil e pulsões parciais, narcisismo, aparelho psíquico da segunda tópica. A psicanálise não pretende um saber absoluto. É um saber de cada um, cada um com seu inconsciente, cada um com seu percurso. Um saber da invenção de cada um. É um estudo para se trabalhar a sexualidade infantil e as teorias das pulsões. A noção de instinto é substituída pelo conceito de pulsão (constitui a pulsão sexual como modelo da pulsão em geral). Infância Somos capazes de distorcer a nossa memória, incluindo certos elementos, embora apareça direitinho como uma rememoração. O que interessa é como cada um elabora e organiza os acontecimentos da infância para si. Dentro das lembranças encobridoras é o mesmo mecanismo que rege as leis do processo primário dos sonhos, como por exemplo, a lei de condensação e deslocamento. O esquecimento incide, em termos do recalcamento, daquilo que é mais desagradável. O nascimento é a primeira experiência de angústia na vida por causa da separação da mãe. A infância importa para Freud porque nossas primeiras experiências são muito fundamentais para nossa vida. A descoberta do Édipo: o papel da fantasia e da sexualidade infantil. Freud vai dizer que a maior parte das nossas memórias de infância não são memórias reais, são reorganizadas de acordo com a nossa fantasia. Sexualidade Infantil As relações com o prazer e o próprio corpo estão postas desde a infância, embora sendo expostas de outra maneira ao longo da vida. A visão da sexualidade para Freud é primordial para o desenvolvimento psíquico. O desenvolvimento do psiquismo considera a plasticidade da sexualidade humana (pode adquirir diferentes e várias formas). A sexualidade infantil é polimorfa porque ela adquire diferentes formas. A obtenção de satisfação é parte do comportamento humano. A primeira satisfação da vida está perdida. Os impulsos sexuais atuavam normalmente nas crianças das mais tenras idades sem nenhuma necessidade de estimulação externa. Algumas análises de crianças, mas principalmente as análises de adultos neuróticos e em especial, das histéricas, ele localiza que havia na infância algum elemento que a gente poderia remeter a origem da neurose. Dá mais importância a hereditariedade do que a história dos sujeitos. A negação pura e simples da existência de uma sexualidade na infância somada à amnésia que incide sobre os primeiros anos de nossa infância resultou no conceito de sexualidade infantil como uma ameaça à sociedade. O desenvolvimento da sexualidade infantil se conclui na puberdade. A puberdade é um momento importante porque a gente reedita a nossa vida infantil. É na puberdade que os objetos vão ser de fato escolhidos, eleitos, nossos objetos de amor. O cuidador de uma criança é o seu primeiro objeto de amor. Fases Libidinal: etapa do desenvolvimento sexual da criança caracterizada por uma certa organização da libido determinada ou pela predominância de uma zona erógena ou por um modo de relação de objeto. Oral: é a primeira fase da evolução sexual pré-genital, onde o prazer está ainda ligado à ingestão de alimentos e à excitação da mucosa dos lábios e da cavidade bucal. A fonte da pulsão é a zona oral, o objeto é o seio e o objetivo é a incorporação do objeto. Anal-Sádica: é a segunda fase pré-genital da sexualidade infantil. É caracterizada por uma organização da libido sob o primado da zona anal e por um modo de relação de objeto que Freud denomina “ativo” e “passivo”. É onde se constitui a polaridade atividade passividade que Freud faz corresponder à polaridade sadismo-masoquismo. Fálica: organização da libido na qual já há um predomínio dos órgãos genitais. Apresenta um objeto sexual e alguma convergência dos impulsos sexuais sobre esse objeto. Fase que assinala o ponto culminante e o declínio do complexo de Édipo pela ameaça da castração. No caso do menino, a fase se caracteriza por um interesse narcísico pelo próprio pênis em contraposição à descoberta da ausência de pênis na menina. Na menina, essa constatação determina o surgimento da “inveja do pênis” e o consequente ressentimento direcionado à mãe. Distingue da fase genital madura pois nela a criança reconhece apenas um órgão genital: o masculino. → A atividade da zona anal tal como a zona dos lábios, está apta, por sua posição, a mediar um apoio da sexualidade em outras funções corporais. A atividade da zona genital não desempenha o papel principal nem pode ser a portadora das moções sexuais mais antigas, mas está destinada a grande coisa no futuro. → O retorno da excitação sexual da lactância na masturbação: se manifesta nas práticas masturbatórias. Essa excitação sexual que está presente desde as primeiras manifestações do autossexual no chuchar vai se manifestando de outras formas na masturbação. → Excitações mecânicas: processos afetivos (todos os mais intensos, inclusive as excitações assustadoras, propagam-se para a sexualidade). Pulsões São aspectos que estão intimamente relacionados às necessidades biológicas, mas que vão além das necessidades biológicas no que diz respeito ao humano. Ou seja, são monções e impulsos vitais que não estão restritos aos instintos (biologia). “Parece provável que a pulsão seja, em primeiro lugar, independentemente de seu objeto; nem é provável que sua origem seja determinada pelos atrativos de seu objeto”. Sempre inconscientes (estão intimamente relacionadas ao ID, mas são conceitos distintos) e nunca são totalmente satisfeitas na sua totalidade (não é única e exclusivamente ligada aos alvos sexuais). É um conceito fronteiriço entre corpo e o psiquismo. Está intimamente ligado à ideia de libido que coloca a gente para investirna vida e que está orientado para obtenção de prazer e satisfação. Para a pulsão sexual, o fundamental é o prazer, enquanto para o instinto é a reprodução. Assim, do ponto de vista psicanalítico, certas condutas podem ser consideradas perversas se o ponto de partida for o instinto, enquanto deixam de ser consideradas perversas se o referencial for a pulsão. São sempre sexuais. A fonte da pulsão é sempre o corpo, então quando falamos em alvo e objetivo da pulsão, é sempre da ordem da satisfação. Desfaz a ideia de que corpo e mente são coisas distintas. Pulsão distingue-se de instinto e define-se pela sua delimitação entre o anímico e o físico; zonas erógenas e fontes somáticas; os desvios passam pela normalidade; o inato indica apenas uma disposição constitucional, modificável a partir das experiencias de um indivíduo. Objeto sexual: para onde o sujeito dirige a pulsão (obtenção de satisfação). Objetivo sexual: é o ato a que a pulsão conduz, caracterizado pela união dos órgãos genitais que conduz a um alívio da tensão sexual. Esses padrões (objeto e objetivo sexual) são fixados durante a história do indivíduo. Origens da pulsão sexual: a) como a reprodução de uma satisfação vivenciada em relação a outros processos orgânicos; b) pela estimulação periférica apropriada das zonas erógenas; c) como expressão de algumas “pulsões” que ainda não nos são inteiramente compreensíveis em sua origem, como a pulsão de ver e a pulsão para a crueldade. Pulsões parciais: as manifestações dos impulsos das pulsões se dão de diferentes formas, nunca de forma integral. Inteiramente de um único jeito e elas nunca podem ser completamente satisfeitas, isso é o que chamamos de pulsão parcial, o caráter parcial das pulsões. As pulsões são sempre parciais. Para Freud, nossos impulsos nem sempre são totalmente satisfeitos. Por exemplo, mesmo que satisfaçamos nossa fome em determinado momento, em algumas horas a sensação de fome retornará. A pulsão de saber/investigar: intimamente ligada à investigação sexual infantil e ao redirecionamento das pulsões. Não é exclusivamente subordinada à sexualidade. Trabalha com a pulsão de ver/conhecer. O que distingue as pulsões entre si e as dota de prioridades especificas é sua relação com suas fontes somáticas e seus alvos. Apoio/Anáclise: o apoio da pulsão sexual em outro processo não sexual, sobre uma das funções somáticas vitais. Essa função somática vital, que possui uma fonte, uma direção e um objeto específicos, é o próprio instinto (amamentação lactente). Nós não somos animais instintuais, somos animais pulsionais, isto é, existe um impulso e por isso o termo pulsão. Sexualidade As manifestações da sexualidade humana são múltiplas. A questão da sexualidade tem um direcionamento para as relações de prazer e desprazer e principalmente com o próprio corpo. Para Freud todos têm libido (energia vital). Algo empurra a gente para a vida ou segura a gente para outras, tudo isso depende de investimento ou desinvestimento de energia (catexia). Repetição é uma fonte de satisfação. Autoerotismo: estado original da sexualidade infantil anterior ao do narcisismo, no qual a pulsão sexual, ligada a um órgão ou à excitação de uma zona erógena, encontra satisfação sem recorrer a um objeto externo. Fontes da sexualidade: como reprodução de uma satisfação vivenciada em relação a outros processos orgânicos; pela estimulação periférica apropriada das zonas erógenas; como expressão de algumas “pulsões” que ainda não nos são inteiramente compreensíveis em sua origem, como a pulsão de ver. A sexualidade não está restrita a questão biológica. Não é porque o indivíduo nasce com um sexo designado que ele precisa ser de uma forma ou de outra, ou que ele necessariamente vai se dirigir para uma coisa ou para outra. Comportamentos invertidos: tem a ver com o sujeito cujo objeto sexual vai ser do mesmo sexo. Para Freud isso nunca foi patologia, as formas de estabelecimentos de vínculo amoroso e sexual com o outro vão ser de diferentes formas. Na vida de muitos invertidos pode-se demonstrar a influência de uma impressão sexual imatura, quer dizer que há uma influência das experiências infantis. Hermafroditismo sexual: usa esse termo para observar que algumas pessoas detêm uma certa orientação tanto para uma homossexualidade, tanto para heterossexualidade. Era um termo usado para definir indivíduos que nascem com designação genética e biológica para os dois sexos ao mesmo tempo. A inversão e o hermafroditismo somático são independentes entre si. Logo, o indivíduo que estabelece encontro sexual com alguém do mesmo sexo não necessariamente ele tem esse caráter inato para que isso aconteça. Existem algumas pessoas que podem estabelecer relações amorosas com um sexo ou com outro, e que isso pode mudar ao longo do desenvolvimento e isso tem sua raiz na sexualidade infantil, mas pode mudar também na vida adulta. O que ele chama de bissexualidade na verdade aponta para o fato de que todos os humanos de alguma forma podem ir por qualquer um desses caminhos. Aberração Sexual O termo aberração sexual estabelece uma crítica as ideias que foram anteriores a ele (degenerescência e bestialidade). É tudo aquilo que se coloca de forma “perversa” e estabelece em “desvio” da orientação de instinto sexual natural (reprodução natural humana). Freud rejeita o problema da aberração sexual ligada a questão da loucura. A forma como cada uma lida com a vida vai estabelecer que encontro amoroso na vida adulta vai se dá com alguém do mesmo sexo ou do sexo oposto. A infância é determinante nisso. Ele vai dizer que alguns indivíduos vão, no processo de construção da própria subjetividade, estabelecer determinadas identificações, vínculos, eleições amorosas, eleições de objetos que vão levar depois para a vida. Desvio e Perversão Nas atividades sexuais normais dos adultos estão os rudimentos do que se vai chamar de desvios ou de perversões. A perversão sexual é definida como um distanciamento da conduta normal por duas vias: pela fixação em alvos sexuais provisórios ou por transgressões anatômicas. Freud declara que nenhuma pessoa sadia pode deixar de acrescentar algo de perverso ao objetivo sexual normal e que “a universalidade dessa conclusão é em si suficiente para mostrar quão inadequado é usar a palavra perversão como um termo de censura”. Disposição perversa polimorfa: há uma aptidão da sexualidade para a perversão. Conforme a idade da criança, os diques anímicos contra os excessos sexuais (a vergonha, o asco e a moral) ainda não foram erigidos ou estão em processo de construção. O grau de perversão permitido por cada pessoa está na dependência da maior ou menor resistência oferecida pelas “forças psíquicas”, sobretudo a vergonha e a repugnância (pode ter relação com o Édipo com a criação dos pais/cuidadores e a repreensão/obstrução do comportamento sexual). Essas forças contrárias são muito importantes na construção da subjetividade. Além de serem responsáveis pela transformação desses impulsos em sintomas neuróticos, de modo que podemos considerar a neurose como o negativo das perversões e os sintomas como a atividade sexual do indivíduo neurótico. Na perversão propriamente dita, o perverso é aquele que cujas manifestações da sexualidade não sofrem esses desvios, é aquilo que para o neurótico vai virar alguma coisa da ordem da fantasia e para o perverso, na verdade, vai se tornar alguma coisa da realidade. Os perversos então são esses indivíduos que concretizam essas manifestações perversas da sexualidade. O perverso é definido como esse sujeito, atualmente usamos o termo psicopatiapara falar dos perversos, então são esses indivíduos que ao invés de manterem certas manifestações da sexualidade na fantasia, as realizam. A perversão na idade adulta possui seus rudimentos na sexualidade infantil. A sexualidade infantil é perversa porque não está dirigida para a reprodução em primeiro lugar (sexualidade é um conceito muito amplo e não pode ser definitivamente ser restrito à reprodução). Essas manifestações da sexualidade infantil sofrem transformações ao longo da vida. Por exemplo, a mordida das crianças. Esse comportamento irá mudar com a inserção da relação com o outro. Um outro exemplo é a vergonha, que é uma manifestação que aponta para o fato de que certas barreiras vão ser construídas, que são importantes porque existem certas manifestações da sexualidade que na vida adulta não vão poder ser do mesmo jeito. Parafilias Desvio da norma: quando um individuo adulto estabelece uma relação sexual ou um objeto de prazer e satisfação com algo não usual. Quando esses desvios são a maneira como o indivíduo executa essas atividades, quando eles só conseguem obter satisfação dessa forma, é o que ele vai considerar como perversão. Existem outros desvios com relação ao alvo sexual como as transgressões anatômicas (uso de partes do corpo que não necessariamente são sexuais para o ato sexual). As atividades sexuais normais são rudimentos desses desvios porque certos desvios e certas transgressões anatômicas vão existir para o humano e vão fazer parte inclusive das atividades sexuais consideradas normais. O aspecto patológico se manifesta quando determinados modos inclusive os mais ou menos desviantes são modos únicos e fixos do sujeito obter satisfação. Pulsão Sádica/Masoquista: forma de obtenção de satisfação com elementos de agressividade. Podem ser da ordem de uma perversão. Existem outros desvios com relação ao alvo sexual como as transgressões anatômicas (uso de partes do corpo que não necessariamente são sexuais para o ato sexual). Sadismo diz respeito a um indivíduo que obtém satisfação da infringência de dor, dominação ou humilhação com objeto de amor e desejo. Masoquismo diz respeito a um indivíduo que obtém prazer e/ou satisfação em ser o objeto desta infringência de dor. Os pares de opostos sadismo e masoquismo ajudam a entender a complementariedade das pulsões a partir da ideia em que os objetos podem ser de diferentes formas não estando relacionados para a reprodução, um direcionamento dito como “natural”. Fetichismo é quando um sujeito não elege uma outra pessoa como objeto da sua satisfação, como objeto amoroso, ele elege o próprio objeto. Voyeurismo é o prazer em olhar e o exibicionismo é o prazer em expor. Essas manifestações adquirem suas formas mais características nas práticas sexuais, mas temos isso de várias formas, por exemplo, um certo impulso que a gente tem de se exibir hoje em dia nas redes sociais. Limite entre mental e somático. A pulsão tem sua fonte no corpo seu objeto no registro psíquico. A pulsão sexual é inibida quanto ao seu objetivo, desviada de seus fins sexuais e dirigida para objetos que não apresentam relação aparente com o sexual. Corpo submetido ao simbólico. A pulsão é o representante no psiquismo de um estímulo que ocorre num órgão, por meio da ideia e o afeto. Toda pulsão é ativa: quando dizemos “pulsões passivas” referimo-nos ao objetivo e não à pressão/força. Ponto de vista dinâmico e econômico (manutenção de energia). Pressão: fator motor, força ou medida de exigência de trabalho que pulsão apresenta. Sublimação: mecanismo/vicissitude das pulsões onde elas serão redirecionadas para atividades mais socialmente aceitas. Vicissitudes: portadora do gozo e da morte, viu-se forçada (por nossa pré-história individual) a fazer-se representar pelos seus representantes para ter acesso à subjetividade. Representante psíquico: é a representação psíquica da pulsão. Abarca tanto o representante ideativo quanto o afeto. Representante pulsional: ora sinônimo de representante ideativo, ora como sinônimo de representante psíquico. Designa expressão psíquica da pulsão. Representante ideativo: é um dos registros da pulsão no psiquismo. Conteúdo propriamente inconsciente. Afeto: expressão qualitativa da quantidade de energia de energia pulsional. Representante da pulsão. Outro registro da representação psíquica. A nível ICS, o afeto tem de se ligar a uma ideia. Para Freud, o afeto é uma energia, enquanto a representação é uma ideia. Pulsões do ego: autoconservação individual (necessidades básicas). Função repressiva em conflitos neuróticos. Libido do ego (libido narcisista): catexiza o ego. Libido objetal: catexiza objetos. Os estímulos instintuais exigem do sistema nervoso o empreendimento de atividades complexas e interligadas, pelas quais o mundo externo se modifica de forma a proporcionar satisfação à fonte interna de estimulação. Obrigam o SN a renunciar sua intenção ideal de afastar os estímulos. Logo, não surge do mundo exterior, mas de dentro do próprio organismo. Instinto: tem origem em fontes de estimulação dentro do organismo e aparece como força constante: nenhuma ação de fuga prevalece contra eles. Os instintos agressivos e destrutivos são derivados do instinto de morte. Os instintos sexuais estão de início ligados à satisfação do ego; somente depois é que eles se tornam independentes destes, e mesmo então encontramos uma indicação dessa vinculação original no fato de que os primeiros objetos sexuais de uma criança são as pessoas que se preocupam com sua alimentação, cuidados e proteção: isto é, no primeiro caso, sua mão ou quem quer que a substitua. Para Freud, o narcisismo não se constitui enquanto característica (personalidade), e sim como uma fase necessária intermediária entre o autoerotismo e o amor objetal. É uma atitude de uma pessoa que trata seu corpo da mesma forma pela qual o corpo de um objeto sexual comumente é tratado. Autoerotismo: é uma fase do desenvolvimento da sexualidade, em que o sujeito (bebê) se satisfaz com o próprio corpo. Amor objetal: eleição de um objeto, transferência do narcisismo para o objeto sexual. O mito de Narciso e a Ninfa Eco. É uma fase do desenvolvimento do EU (é construído, portanto, não vem desde o nascimento). O Narcisismo não é patológico. Aspectos narcísicos podem ser encontrados em diversas perturbações. Porém, em sua forma extrema, pode se tornar um aspecto patológico. Relações entre amor e ódio: ambivalência Amor: seria estabelecer um objeto para obtenção de satisfação. Quando nos remetemos ao outro para obtenção de satisfação, um investimento no outro. Retiramos libidos de nós próprios para investir no outro. O conceito de libido a partir do conceito de catexias. Libido do ego (libido narcísica) X libido objetal. Se diferenciam no que diz respeito ao objeto de investimento. Na primeira, o investimento é em si (autoconservação), enquanto na segunda o investimento é no outro (escolha objetal). É absolutamente necessário para a nossa vida mental ultrapassar os limites do narcisismo e ligar a libido a objetos. Para ultrapassar os limites do narcisismo não se deve deixar que a catexia do ego com a libido exceda certa quantidade. “Uma unidade comparável ao ego não pode existir no indivíduo desde o começo; o ego tem que ser desenvolvido. As pulsões autoeróticas, contudo, ali conhecido desde o início (…)”. Transformações do conceito de Ego, Ideal do Ego e bases para a base do Superego. Freud faz referências aos casos de psicose (esquizofrenia) na hipóteseda teoria da libido. A libido afastada do mundo externo é dirigida para o ego é assim da margem a uma atitude que pode ser denominado de narcisismo. O que é necessário para nossa vida mental ultrapassar os limites do narcisismo e ligar a libido a objetos? A reposta decorrente de nossa linha de raciocínio mais uma vez seria a de que essa necessidade surge quando a catexia do ego com a libido excede certa quantidade. Desenvolvimento desses investimentos na vida humana: a) a influência da doença orgânica sobre a distribuição da libido uma pessoa atormentada por dor e mal-estar orgânico deixa de se interessar pelas coisas do mundo externo, na medida em que não dizem respeito ao seu sofrimento. O homem enfermo retira suas catexias libidinais de volta para seu próprio ego, e as põe para fora quando se recupera novamente. Aqui a libido e o interesse do ego partilham do mesmo destino e são mais uma vez indistinguíveis entre si. b) hipocondria, da mesma forma que uma doença orgânica, manifesta-se em sensações corpóreas aflitivas e penosas, tendo sobre a distribuição da libido o mesmo efeito que uma doença orgânica. Narcisismo primário: forma de investimento pulsional necessária à vida especificação. Ao final de algo patológico, passa a ser um elemento da estrutura do sujeito. É o investimento em si a partir da relação com o outro. Narcisismo secundário: investimentos nos objetos para depois retornar o investimento a si mesmo; fazer-se amar pelo outro. Níveis de apreensão: 1.Representa etapa do desenvolvimento quanto ao seu resultado: autoerotismo, narcisismo constitutivo e necessário. Investimentos objetais ocorrem paralelos aos investimentos egóicos. 2.Investimentos em objetos externos. O que torna absolutamente necessário para a nossa vida mental ultrapassar os limites do narcisismo e ligar a libido a objetos é decorrente de nossa linha de raciocínio mais uma vez seria a de que essa necessidade surge quando a catexia do ego com a libido excede certa quantidade. Observação da vida erótica dos seres humanos em relação à escolha de objeto nas crianças de tenra idade (e nas crianças em crescimento) o que primeiro notamos foi que elas derivavam seus objetos sexuais de suas experiências de satisfação. As primeiras satisfações sexuais autoeróticas são experimentadas em relação com as funções vitais que servem à autopreservação. Os instintos sexuais estão, de início, ligados à satisfação dos instintos do ego; somente depois é que eles se tornam independentes destes, e mesmo então descobriram uma indicação dessa vinculação original no fato de que os primeiros objetos sexuais de uma criança são como pessoas que se preocupam com sua alimentação, cuidados e proteção: isto é, no primeiro caso, sua mãe ou quem quer que a substitua. Uma pessoa pode amar: em conformidade com o tipo narcisista (ela mesma, o que ela foi, gostaria de ser) e em conformidade com o tipo anaclítico (a mulher que alimenta, o homem que protege). Megalomania e o desvio de interesses pelo mundo externo (quando a libido é afastada do mundo externo, cria-se margem para o desenvolvimento da atitude narcisista). Ideal do Eu e Eu Ideal Eu ideal: narcísico, uma solução imaginária, se forma na relação dual com a mãe. Um substituto do narcisismo perdido na infância, quando a própria criança é seu eu ideal. Uma renúncia à onipotência infantil. Ideal do eu: quando as satisfações narcisistas buscadas pelo eu ideal são progressivamente abandonadas. É simbólico, o modelo de referência do eu, simultaneamente substituto do narcisismo perdido na infância e produto da identificação com as figuras parentais e seus substitutos sociais. Acolhe entre valores morais e éticos exigidos pelo supereu, aquele escolhido um ideal ao qual o sujeito aspira. O recalque provém do amor próprio do ego. Toda pulsão é sexual e submetida à ordem da fantasia (corpo fantasmático da psicanálise; componentes ideativos). A influência da doença orgânica sobre a distribuição da libido: uma pessoa atormentada por dor e mal-estar orgânico deixa de se interessar pelas coisas do mundo externo, na medida em que não dizem respeito a seu sofrimento. O homem enfermo desvia suas catexias libidinais de volta para seu próprio ego, e as pões para fora novamente quando se recupera. Aqui a libido e o interesse do ego partilham do mesmo destino e são mais uma vez indistinguíveis entre si (ex.: hipocondria). “Um egoísmo forte constitui uma proteção contra o adoecer, mas, num último recurso, devemos começar a amar a fim de não adoecermos, e estamos destinados a cair doentes se, em consequência da frustração, formos incapazes de amar”.
Compartilhar