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Resumo de Processo Civil (AP2)

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QUESTÕES AP2 
 
Capítulo 9 - AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO 
 
1. Defina audiência. 
R: Audiência é o momento do iter procedimental em que se praticam os vários atos processuais, de 
naturezas diversas, necessários à instrução, debates e decisão da causa. É a atividade por meio da qual 
uma determinada pessoa ouve outra acerca de algo, isto é, é o momento processual pelo qual o juiz ouve 
as partes, os advogados, as testemunhas, etc. Art. 358 a 368 do CPC. 
 
2. Em que consiste o poder de polícia em audiência? 
R: Poder de polícia (art. 360 do CPC; não é taxativo) é o poder atribuído por lei ao magistrado, para que 
possa organizar a prática dos atos processuais e para que possa velar pela conduta leal dos personagens do 
processo, e do público em geral, durante a realização da audiência. Ou seja, para que possa impor 
obediência às regras essenciais a realização da audiência. 
- poder de polícia preventivo: o magistrado cria impedimento à ocorrência desse mesmo comportamento. 
- poder de polícia repressivo: o magistrado age de forma a fazer cessar um comportamento não adequado. 
 
3. Quais são os princípios informativos da audiência? Explique cada qual. 
R: Princípios informativos: 
a) Princípio da publicidade:prevista expressamente no art. 368 do CPC; exceções: 189 do CPC. Todo 
ato processual deve ser público. 
b) Princípio da concentração da causa:art. 365 do CPC, diz que a audiência de instrução, debates e 
julgamento é uma e contínua, somente podendo ser desmembrada em casos excepcionais e 
justificados, desde que haja concordância das partes, sob o escopo de serem anulados. Ou seja, os atos 
processuais devem ser, tanto quanto possível, reunidos num mesmo momento, impedindo que o 
procedimento se delongue num número indefinido de etapas e fases (economia processual). 
c) Princípio da oralidade:atos processuais que chegam a audiência e são realizados na forma oral. 
 
4. Em que consistem os princípios da imediatidade (ou imediação) e da identidade física do juiz? Agiu 
bem o atual CPC ao excluí-los do atual sistema processual? 
R: princípio da imediatidade: o Princípio da Imediatidade, ou Princípio do Juízo Imediato, é 
um princípio jurídico de direito processual penal que privilegia o julgamento da ação pelo juiz que 
presidiu a fase de instrução da causa. De acordo com esse princípio, o juiz que colheu pessoalmente a 
prova durante a etapa instrutória é o que está melhor preparado para decidir a lide, uma vez que teve 
contato direto com os fatos que fundamentam a pretensão do autor. 
princípio da identidade física do juiz: dizia o seguinte: o juiz, titular ou substituto, que concluir a 
audiência julgará a lide, salvo se estiver convocado, licenciado, afastado por qualquer motivo, promovido 
ou aposentado, casos em que passará os autos ao seu sucessor. 
 
Não, porque no caso da “identidade física do juiz” não temos distinção entre o juiz que instrui e o que 
julga, o que pode ocasionar que um juiz titular repasse a um juiz auxiliar processos que não quisesse 
decidir, ou, pior, que fizesse o contrário com aqueles que quisesse decidir, ocasionando a violação do 
princípio do juiz natural. Já em relação ao princípio da imediatidade ou da imediação, enquanto os 
representantes das partes só praticam essa atividade eventualmente, o magistrado as pratica 
diuturnamente, sendo-lhe muito mais fácil conduzi a inquirição das testemunhas de forma a alcançar, 
objetivamente, as informações necessárias à comprovação dos fatos articulados. 
Ver: art. 459, § 1º do CPC. 
 
Obs.: Exclusão, no sistema vigente, do princípio da identidade física do juiz (art. 123, do CPC de 1973) e 
do princípio da imediatidade ou imediação (art. 446, II do CPC de 1973), que doravante não mais devem 
ser observados. 
 
5. Quais as principais espécies de audiências existentes? 
R: Espécies: 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Princ%C3%ADpio_jur%C3%ADdico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Juiz
a) De instrução e julgamento1 (art. 358 a 368): a finalidade buscada é a instrução do feito e a decisão 
da causa. 
b) De ordenamento (organização ou saneamento) do feito (art. 357, § 3º):a finalidade buscada é a 
organização e saneamento do processo. 
c) De mediação e conciliação (art. 139, V, 695 e 772, I):a finalidade buscada é apenas a composição 
das partes, razão pela qual ela pode acontecer em qualquer fase do procedimento e tipo de processo. 
Ex.: ocorre no bojo do processo de conhecimento, a qualquer momento, por força da redação do art. 
139 do CPC, que privilegia a composição em detrimento de uma decisão imposta pelo 
pronunciamento do magistrado; pode também acontecer no processo de execução, já que ao juiz é 
possível, a qualquer tempo, convocar exequente e executado com base no art. 772, I; inclusive apenas 
para tentar uma composição; e, obrigatoriamente, deve ser designada nas ações de família, isso por 
força do disposto no art. 695. 
d) Una ou única (Lei nº 5.478/68 – Lei de alimentos): nas hipóteses das ações de família, entretanto, 
por expressa exclusão imposta pelo art. 693, parágrafo único, do CPC, não se incluem as ações de 
alimentos, cujo procedimento está previsto pela Lei nº 5.478/68. Nessa lei há previsão de audiência 
una ou única, que se presta para a apresentação de defesa, tentativa de conciliação, instrução, debates 
e julgamento. Configura-se, portanto, espécie diversa das anteriores, aglutinando todos os atos 
processuais num único momento do processo, em razão da urgência e da relevância das ações que 
tratam da prestação de obrigação de pagar alimentos. 
e) De interrogatório (art. 751):é a audiência que obrigatoriamente deve acontecer na ação de 
interdição, em que o art. 751, do CPC, determina que o juiz colha minuciosamente depoimento do 
interditando acerca de sua vida, negócios, bens, vontades, preferências, laços familiares e afetivos, e 
sobre o que mais lhe parecer necessário para convencimento quanto a sua capacidade para prática de 
atos na vida civil. 
 
6. Como podemos agrupar os atos processuais praticados na audiência? 
R: Dinâmica da audiência: 
a) Atos de preparação:embora não faça parte propriamente da audiência, são atos sem os quais ela não 
seria possível, razão pela qual cabe aqui analisá-los. Para a ocorrência da audiência é necessária, 
quando do saneamento do feito, designar data e horário para a sua realização, bem como aquilatar o 
espaço de tempo necessário à produção da prova e ao julgamento da causa. Embora tal conduta possa 
parecer pouco importante, na verdade ela é essencial ao bom desenvolvimento dos trabalhos. 
b) Atos de instalação:no dia e hora designados o porteiro do auditório ou quem lhe faça às vezes, como 
o oficial de justiça de plantão ou o próprio escrevente de sala (não sendo a audiência realizada por 
videoconferência – o que ainda não foi implantado) fará o pregão, ou seja, anunciará a realização da 
audiência e anotará todos os que estão presentes, levando ao magistrado lista dos que ali se 
encontram. Presentes todos ou os que forem necessários para a prática do ato, seguindo o rito previsto 
no art. 358 do CPC, o juiz declarará aberta a audiência de instrução e julgamento e mandará apregoar 
as partes e os respectivos advogados, bem como outras pessoas que dela devam participar, 
convidando-os a adentrar na sala de audiências e tomarem assento à mesa. Estando todos 
acomodados, inclusive o ministério público e aqueles que têm interesse em assistir aos trabalhos 
(estagiários normalmente), deverá o magistrado dar cumprimento ao disposto no art. 359, do CPC, 
propondo novamente a conciliação entre as partes. Restando frutífera a conciliação será lavrado e 
homologado o acordo, pondo termo à audiência e na maioria das vezes pondo termo ao próprio 
processo. No caso contrário, o juiz dará por encerrada a tentativa de conciliação e passará a etapa 
seguinte, iniciando a atividade probatória. 
c) Atos de instrução:A produção das provas em audiência, já integrante dogrupo dos atos instrutórios, 
deve seguir, preferencialmente, a ordem prevista no art. 361, do CPC. Há uma sequência para manter 
a ordem: 1) serão ouvidos os peritos e os assistentes técnicos, que responderão aos quesitos de 
esclarecimento formulados pelas partes (inciso I), 2) serão colhidos os depoimentos pessoais do autor 
e do réu (II); 3) serão ouvidas as testemunhas arroladas pelo autor e depois arroladas pelo réu (III). 
Todavia, embora essa seja uma ordem preferencial prevista pela lei, poderá a produção da prova 
seguir outros critérios. 
d) Atos de julgamento:encerrada a instrução do feito, com a produção das provas já realizadas, passa-se 
ao momento dos debates ou alegações finais, que antecedem ao julgamento da causa, conforme as 
regras estabelecidas pelo art. 364 do CPC. Essas alegações finais das partes (prazo de 20 minutos para 
suas respectivas manifestações, podendo esse prazo ser prorrogado por mais 10 minutos para cada um 
– autor, réu e o representante do MP –, a critério do magistrado – a art. 364, caput), terceiros 
 
1 O Capítulo se dedica só a essa espécie. 
intervenientes e do MP podem ser feitas em audiência, oralmente, ou por escrito, posteriormente, em 
prazo fixado pelo juiz, quando a causa apresentar grau maior de dificuldade. De qualquer forma, às 
alegações finais escritas, preparadas com antecedência e entregues na própria audiência ou ofertadas 
posteriormente, é atribuída à denominação de memoriais(prazo de 15 dias). Ver: Art. 364, § 2º. 
Encerrada a instrução e os debates, o juiz proferirá sentença, preferencialmente na própria audiência. 
Durante a realização das atividades o escrevente de sala, ou quem fizer as suas vezes, documentará os 
atos processuais realizados, na forma prescrita pelo art. 367 do CPC, em especial para fazer constar no 
tempo de audiência, de modo resumido, tudo o que ocorreu durante a prática dos atos e para fazer 
constar, na integra, despachos, decisões e sentença proferidas. 
 
7. Em quais hipóteses a audiência poderá ser adiada? 
R: hipóteses de adiamento (art. 362); não é taxativa. 
- convenção das partes, quando autor e réu concordam. 
- ausência injustificada do juiz e do promotor (custos legis) – adiamento e comunicação à corregedoria. 
Nesse caso, arcará pessoalmente com as despesas decorrentes do adiamento e responderá 
administrativamente, se for o caso, perante a respectiva corregedoria. 
- ausência justificada do juiz, das partes ou dos seus advogados, do defensor público ou do promotor de 
justiça (como parte) – adiamento, desde que o impedimento seja comunicado antes da abertura da 
audiência. 
- ausência injustificada das partes, dos seus advogados, do defensor público ou do promotor de justiça 
(como parte) – possibilidade da dispensa da prova. 
- atraso superior a trinta minutos (justificado) – aguarda-se por prazo razoável o início da audiência. 
- atraso superior a trinta minutos (injustificado) – adia-se a audiência. 
- causas diversas que permitem o adiamento (caso fortuito e força maior). 
 
8. Ausente o advogado da parte, o juiz está obrigado a dispensar a produção das provas que ela 
requereu? 
R:Não, pois ele “poderá” dispensar a produção de provas requeridas (Art. 362, § 2º). E essa dispensa não 
é obrigatória. 
 
 
LIVRO II 
DA PROVA JUDICIÁRIA 
 
Capítulo 10 - TEORIA GERAL DA PROVA 
 
1. Defina prova judiciária. 
R: é o conjunto de meios que permite a confirmação, no bojo do processo, das alegações de fatos 
apresentadas pelas partes. A prova é importante para o desfecho do processo, para convencer o Estado-
juiz da validade das proposições. Prova em sentido jurídico é a demonstração da verdade formal ou 
jurídica. 
A finalidade da prova não é a busca pela verdade, mas sim a comprovação das afirmações dos fatos 
trazidos pelas partes no processo. 
 
2. Quem é o destinatário da prova? 
R: Destinatário: segundo o princípio da aquisição, o destinatário da prova não é qualquer dos sujeitos 
processuais, mas sim o próprio processo no qual a prova é produzida. 
- A finalidade da prova não é a busca da verdade, mas sim a comprovação das afirmações de fatos 
formuladas pelas partes no processo.2 
 
3. Como se classificam as provas quanto ao seu objeto? 
R: 1) Diretas: se referem ao próprio fato (afirmação de fato) trazida pelo autor. Ex: testemunha que viu 
um acidente de carro.2) Indiretas: se referem a circunstâncias (indícios e presunções), isto é, quando o 
objeto da prova não recai sobre a própria afirmação de fato, mas sim sobre um aspecto diverso, a prova 
diz-se indireta. Ex.: testemunha que não viu o acidente de carro, mas depõe apenas para descrever o local. 
 
- Definição: o objeto da prova no processo são as questões de fato relevantes e específicas (precisas), e, 
por exceção, as questões legais, dessas excluídas as questões jurídicas. 
 
2 Usar no doctor. 
 
- Quanto ao sujeito: 1) pessoal (afirmação pessoal consciente); 2) real (atestação inconsciente – coisa). 
- Quanto à forma: 1) testemunhal; 2) documental; 3) material (coisa que sirva de prova). 
- Quanto à preparação: 1) causais; 2) pré-constituídas. 
4. Ponto e questão são expressões que representam uma mesma realidade? 
R: Não, pois apresentam significados distintos. Se refere ao pensamento de Carnelutti e de Scarance 
Fernandes. 
- Ponto: é o fundamento de uma determinada afirmação referente ao mérito, ao processo ou a ação. Essa 
afirmação pode ser feita por qualquer dos sujeitos da relação processual: juiz, autor ou réu. 
- Questão: é a controvérsia no processo, a dúvida sobre um ponto; ou seja, é o ponto que foi submetido a 
uma controvérsia. 
Obs.: Assim, tanto o ponto, quanto a questão, exigem a produção de prova num processo. Portanto, o 
objeto da prova no processo são as questões de fato, agora com correta indicação no art. 357, II do CPC, 
já que o seu antecessor apresentava uma redação falha e que gerava confusão na medida em que se 
utilizava da expressão “pontos controvertidos”, quando um ponto nunca pode ser controvertido sob a pena 
de transmudar-se, em estrito rigor técnico, numa questão. 
 
5. O que caracteriza uma questão como sendo questão de fato ou de direito? 
R:-Questão de fato: controvérsia relativa a fatos. 
- Questão de direito: controvérsia relativa a direito. Se subdivide em: 1) questões jurídicas: que dizem 
respeito a problemas ligados ao teor e a vigência de uma determinada norma, 2) questões legais: dizem 
respeito à interpretação e aplicação da norma (princípio ou regra). 
Obs.: não é pacífico a distinção atribuída a questão de fato e de direito, pois, em rigor técnico, não é 
possível separar totalmente o fato do direito. Assim, a classificação de uma questão como sendo de fato 
ou de direito implica em formular juízo axiológico, observando qual é o fato preponderante que deverá ser 
objeto da decisão. 
 
6. Como se classificam as questões de direito? Todas elas dispensam a produção de prova a seu 
respeito? 
R: 1) Questões jurídicas:são aquelas que nas quais o magistrado se limita a desenvolver um raciocínio 
lógico-jurídico no momento da sua decisão, o que não requer produção de prova alguma ao seu respeito; 
daí a razão pela qual, quanto à aplicação ou interpretação da lei ou do sistema jurídico, o entendimento 
corrente é no sentido de que as questões jurídicas dispensam a produção de prova; 2) Questões legais: a 
parte deverá comprovar o teor ou a vigência do direito municipal, estadual, estrangeiro ou 
consuetudinário, desde que assim o determine o magistrado3 (art. 376). 
 
 
7. Quais as questões de fato que devem provadas no processo? 
R: Primeiramente, é preciso salientar que o objeto da prova são os fatos – são eles que precisam ser 
demonstrados no processo, já que representam situações constitutivas (ou impeditivas) dos direitos 
afirmados pelo autor ou pelo réu. Para a doutrina clássica não são todos os fatos que devem ser 
provocados, mas apenas os relevantes, pertinentes4, controversose precisos, aos quais podem ser 
acrescentadas as hipóteses previstas no art. 374, do CPC. Não há necessidade de mencionar que a 
existência de controvérsia e de pertinência, bastando dizer que são objeto da prova às questões relevantes 
e precisas. Isso porque no termo questão está ínsita a ideia de controvérsia (caso contrário seria apenas um 
ponto) e porque uma questão impertinente não tem relevância alguma para o julgamento da causa. 
Consideram-se pertinentes todas às questões que podem influenciar no julgamento da causa. 
Ver:Art. 370 – determina quais são as provas necessárias à instrução do processo. 
 
8. O que são fatos notórios5? 
R: é aquele que é conhecido por um determinado grupo ou categoria de pessoas, num determinado 
momento e local (ou seja, com relação a um lugar ou a um círculo social ou profissional), situação que faz 
com que não se instaure controvérsia a seu respeito. Ou seja, é aquele fato de conhecimento generalizado 
que é relevante para a solução da demanda. Ex.: datas históricas, fatos heroicos, situações geográficas, 
atos de gestão política etc. Outro exemplo: não há necessidade de produzir prova sobre a época do ano em 
 
3 Lembrando que o magistrado é obrigado a conhecer a legislação nacional, exceto municipal, estadual, estrangeira ou 
consuetudinária. 
4 Fatos pertinentes são os que têm relação direta ou indireta com a causa. 
5 Fato notório está previsto no art. 374, I do CPC. 
que se realiza a colheita da cana numa determinada região, fato notório para os habitantes das cidades que 
convivem com a fuligem decorrente das queimadas há várias décadas. 
 
9. Quais são as circunstâncias que caracterizam um fato como notório? 
R: Circunstâncias que são necessárias ao reconhecimento de um fato como notório: 
a) Ele deve ser conhecido por um grupo mais ou menos identificado de pessoas (ex.: moradores de uma 
região, integrantes de uma categoria profissional ou frequentadores habituais de um determinado 
local); 
b) Ele deve se referir a um momento certo (data ou período determinado); 
c) Ele deve ter uma delimitação espacial, isto é, seu conhecimento se estende por um território mais ou 
menos preciso ou passível de precisão. 
 
10. O que são indícios6? 
R: São os fatos comprovados e diversos da afirmação de fatos que se pretende demonstrar no processo, 
que em razão da estreita ligação que têm com aquilo deve ser provado, acabam por servir de base a uma 
dedução lógica da existência dos fatos que deveriam ser diretamente demonstrados. Ou seja, são os sinais, 
vestígios ou circunstâncias que, isoladamente, são insuficientes para demonstrar a verdade de uma 
alegação. 
 
11. O que é presunção? 
R: é uma operação mental, um raciocínio lógico-dedutivo que, partindo de um fato conhecido e provado, 
conclui pela comprovação de uma afirmação de direito que não foi diretamente demonstrada. Ou seja, 
diferente dos indícios, as presunções não são propriamente fatos provados ou mesmo as afirmações de 
fatos que se pretendem comprovar, mas sim um raciocínio lógico que se desenvolve, partindo dos fatos 
conhecidos e provados para chegar a um fato não provado. Em outras palavras, a presunção constitui 
raciocínios, deduções e não propriamente meio de prova. 
- Aqui, como nos fatos notórios, o ponto suscitado também não se transmuda em questão, na medida em 
que deixa de existir qualquer tipo de controvérsia que possa ser debelada mediante a produção de prova. 
 
12. Como se classificam as presunções? 
R: Classificação das presunções: 
- Quanto à origem: 
a) comuns ou do homem (hominis), quando são oriundas de raciocínio lógico-dedutivo realizado pelo 
magistrado; 
b) legais (juris), quando decorrem da própria lei (art. 344, do CPC – presunção de veracidade dos fatos 
articulados na inicial no caso de revelia. 
- Quanto à eficácia: 
a) absolutas (juris et de jure), quando não admitem prova em contrário; e 
b) relativas (jure tantum), quando admitem prova em contrário. 
-Elementos(é preciso três elementos para que a “presunção” se caracterize): 
a) a existência de um fato conhecido e comprovado; 
b) a existência de uma afirmação de direito que se pretende demonstrar; e, 
c) uma relação de causa e efeito entre o fato conhecido e a afirmação de direito, que induza a convicção 
de que a afirmação de direito está demonstrada; relação esta que pode se dar ope legis. 
 
13. O que são as máximas de experiência? 
R: são os conhecimentos privados do juiz, que ele aplica para reconhecer aquilo que normalmente 
acontece (id quod plerumqueaccidit), isso quando há necessidade de tal operação, seja na produção, seja 
interpretação da prova. Isto é, trata-se de um valioso instrumento que o magistrado tem para conduzir a 
realização e a interpretação da prova que foi produzida. 
Ver: Art. 375 – permite ao magistrado aplicar regras de experiência técnica oriundas do exercício da sua 
atividade, ao que a doutrina denomina de “máximas de experiência”. 
 
14. Em regra, a quem incumbe o ônus da prova? 
R: O ônus da prova é uma regra de fechamento do sistema que só tem real importância quando a prova 
não é produzida ou é deficiente. O ônus da prova, como regra geral, incumbe a quem formulou a alegação 
do fato (art. 373, I e II), mas essa regra pode ser alterada por expressa disposição legal (§1º, ab initio), por 
força de decisão judicial (§1º, in fine) ou mesmo por convenção das partes (§3º). Isto é, cabe ao autor 
 
6 É uma prova indireta, já que não recai diretamente sobre o fato (afirmação de direito) que se pretende demonstrar. 
provar os fatos constitutivos do seu pedido (art. 373, I) e ao réu provar os fatos impeditivos, modificativos 
ou extintivos do pedido do autor. 
 
15. Em quais hipóteses deve o juiz alterar a regra geral de distribuição do ônus da prova? 
R: A alteração das regras de distribuição do ônus da prova deve constar de forma expressa e 
fundamentada na decisão de saneamento e organização do processo (art. 357, III). Dessa decisão cabe 
agravo de instrumento (art. 1015, XI). 
- Hipótese que exigem do magistrado a alteração das regras do ônus da prova: a) impossibilidade de 
produção da prova, b) excessiva dificuldade de cumprir o encargo e c) maior facilidade de obtenção da 
prova do fato contrário. 
- Negativa absoluta ou indeterminada x negativa relativa ou determinada. 
 
16. Quais são os sistemas de valoração da prova? 
R:Sistemas: 
a) da prova legal (ou prova tarifada): o magistrado está vinculado ao valor que a lei atribui à prova, isto é, 
“cada prova tem um valor inalterável e constante, previamente estabelecido pela lei, não sendo lícito ao 
juiz valorar cada prova segundo critérios pessoais e subjetivos de conhecimento, de modo diverso daquele 
que lhe tenha sido determinado pela lei”; 
b) livre convicção: o magistrado tem a liberdade mínima para valorar a prova, já que a própria lei se 
incumbe de fazer essa valoração de forma prévia e genérica, é o sistema da livre convicção. Nele o juiz 
tem a liberdade ampla de decidir como quiser, mesmo que o faça contra a prova produzida nos autos. Não 
há qualquer hierarquia entre os meios de prova, centrando-se o sistema na convicção do magistrado, 
independente de onde ela provém. Aqui, a fundamentação da decisão judicial não é necessária. Obs.: é 
contrário ao sistema da prova legal; 
c) persuasão racional (livre convicção motivada): em que o magistrado pode decidir de acordo com a sua 
convicção, mas deve motivar a sua decisão com base nas provas que foram produzidas e que o levaram a 
decidir de uma ou de outra maneira. 
- Nossa lei adota como regra o sistema da persuasão racional, havendo inúmeras exceções oriundas de 
normas específicas e que limitam essa liberdade de valoração, próxima ao sistema da prova legal. 
Ex.: o documento público tem maior grau de credibilidade do que os particulares, art. 407 do CPC. 
 
17. O que são provas atípicas? 
R:Provas atípicas (Art. 369) – são aquelas que, embora moralmente legítimas,não estão disciplinadas em 
capítulo próprio do CPC. Isto é, quando o código não trata de determinada forma de prova em capítulo 
próprio, então se diz que a prova é atípica. Ex.: presunções, fatos notórios, máximas de experiência, bem 
como prova emprestada, prevista no Art. 372 do CPC. 
Obs.: Teoria geral da prova: Art. 369 até 380. 
Provas típicas: Art. 384 (ata notarial); Art. 385 até 388 (depoimento pessoal); Art. 389 até 395 
(confissão); Art. 405 até 438 (prova documental); Art. 439 até 441 (documento eletrônico); Art. 442 até 
463 (prova testemunhal); Art. 464 até 480 (prova pericial); Art. 481 até 484 (inspeção judicial). 
 
18. O que é prova emprestada? 
R:Prova emprestada: qualquer dos meios de prova que, produzida em outro feito, é de alguma forma 
trazida ao processo para nele servir como prova. Admitida a prova emprestada, sua valoração no processo 
de origem não vincula ou delimita a valoração no processo em que será utilizada. Ex.: testemunha já 
inquirida em processo anterior, que não tenha como ser inquirida novamente em virtude de seu 
falecimento. 
 
 
Capítulo 11 - MEDIDAS ASSECURATÓRIAS DA PROVA 
 
1 – Quais medidas visam prestar, tanto no aspecto do conteúdo, quanto no aspecto formal, segurança à prova? 
São as medidas assecuratórias da prova que visam dar segurança à prova, tendo ela, ou não natureza cautelar. O 
Novo CPC divide em: a) produção antecipada da prova (art. 381 a 383), que visa assegurar a prova mediante a 
antecipação do momento propício para a sua produção; b) o arrolamento de bens (art. 381, §1º) que visa 
assegurar a prova relacionando e individualizando bens; c) a justificação (art. 381, §5º), que tem a finalidade de 
assegurar a prova mediante a sua produção sem caráter contencioso; d) a exibição de documento ou coisa (art. 
396 a 404), que assegura a prova pondo a parte em contato com a pessoa, coisa ou livro comercial; e, e) a 
arguição de falsidade (art. 430 e 433), em que a segurança diz respeito ao exato conteúdo da prova. 
2 – A antecipação da prova possui natureza cautelar? 
Não, possui natureza jurídica de tutela de acertamento (conhecimento), sendo, portanto, uma ação de 
conhecimento, de natureza declaratória, porque a sentença declara que a produção antecipada se realizou em 
consonância com o procedimento previsto para sua realização, o que se limita, em última análise, a certificar a 
legalidade da prova produzida de forma antecipada. É cabível nas hipóteses previstas no art. 381, do CPC. Visa 
antecipar o momento adequado da produção de prova. 
3 – Quais são os requisitos necessários para a antecipação da prova fundada no art. 381, I, do CPC? 
São dois requisitos: a) existência de fundado receio em a lei qualifica o receio como fundado, demonstrando com 
isso que não é qualquer tipo de receio que autoriza a medida; e, b) possibilidade de produção de prova se 
tornar impossível ou muito dificultosa, referindo-se a inúmeras situações que de fato fazem com que a 
produção de prova possa perecer. 
4 – Cabe reconvenção na ação de produção antecipada da prova? 
Não cabe reconvenção, podendo apenas agir na forma determinada pelo §3º, pleiteando a produção de outras 
provas que não acarretem excessiva demora no processo. Não será possível só réu oferecer reconvenção 
somente a contestação da produção antecipada de prova. Isto pois, a demanda de antecipação da prova tem 
caráter dúplice, isto é, pode ou não antecipar o momento da prova. Esta duplicidade está ligada ao caráter 
bilateral da prova, na medida em que, afirmando um fato, ambas as partes teriam interesse em fornecer prova 
quer da sua existência, quer da sua inexistência. Por essas razões e por conta do princípio da aquisição da prova, 
aliás, uma vez proposta a demanda não poderá o autor desistir da ação, mesmo com anuência do réu. 
5 – Qual a finalidade da ação de arrolamento de bens? 
Trata-se de uma ação de conhecimento, de natureza declaratória, que tem por finalidade relacionar e individualizar 
bens, visando assegurar prova da sua existência e situação de fato (art. 381, §1º). 
Limita-se a concessão de uma tutela que visa a segurança quanto à prova, não adentrando na seara da segurança 
quanto a bens. Apenas dois tipos de prova podem ser objeto de arrolamento de bens: a requisição de 
documentos em que constem os bens cujo arrolamento se pleitea e a não prática de atos de apreensão. 
6 – Qual é a natureza jurídica da justificação? 
É o procedimento especial de jurisdição voluntária que visa constituir prova. O art. 381, §5º, do CPC, prevê a 
possibilidade da parte se utilizar de procedimento destinado a aferir a existência de algum fato ou de relação 
jurídica, sem caráter contencioso, que exporá, em petição circunstanciada, a sua intenção e se denomina 
justificação. A justificação não tem natureza cautelar, pois não objetiva garantir a eficácia ou sutilidade de um 
processo principal diante de situação de urgência. Logo, pode-se classificar como procedimento especial de 
jurisdição voluntária que visa constituir a prova. 
7 – Como classificar a natureza jurídica da exibição? 
São 4 espécies de exibição, que apresentam naturezas jurídicas diversas: 
a) A exibição pleiteada como medida cautelar antecedente apresenta natureza de ação de conhecimento 
satisfativa autônoma; 
b) A exibição incidental (art. 396) pleiteada contra a parte apresenta a natureza de incidente processual; 
c) A exibição incidental contra terceiro é ação satisfativa autônoma de procedimento especial de jurisdição 
contenciosa; 
d) A exibição pleiteada de forma principal é ação que segue o rito comum. 
8 – Qual é o objeto da exibição judicial? 
Em qualquer das modalidades o que se pretende é apenas permitir o contato com documento ou coisa (móvel ou 
imóvel), não sendo possível o contato com pessoa, o que fica patente que implicaria em desrespeito ao direito à 
intimidade. 
9 – Cabe condenação ao pagamento de honorários na exibição contra terceiro? 
As ações cautelares de exibição de documento, por possuírem natureza de ação e não de incidente processual, nos 
termos do art. 844, do CPC, ensejam, na hipótese de sua procedência, a condenação da parte vencida ao 
pagamento dos honorários sucumbenciais, tendo em vista a aplicação do Princípio da Causalidade. Encerrando 
a instrução e prolatada a sentença, haverá condenação ao pagamento de custas decorrentes da sucumbência já 
que se trata de ação, mas o recurso cabível dessa decisão é o de agravo, por força de expressa previsão legal 
constante no art. 1015, VI, do CPC. 
10 – Diante do conteúdo dos art. 400, parágrafo único, e 403, parágrafo único, do CPC, as modalidades de exibição 
podem ser reconhecidas como medidas de natureza cominatória? A Súmula 372 do STJ continua tendo 
aplicação? 
Sim, com a nova redação do art. 400, parágrafo único e art. 403, parágrafo único, do CPC 2015, a súmula 372, do STJ, 
foi superada. Com isso, volta-se às várias modalidades de exibição a apresentar o perfil que sempre tiveram: 
medidas de natureza cominatória. Com isso, o juiz fica permitido a fixar multa cominatória quando a parte, de 
maneira não justificada, deixar de exibir documento ou a coisa. 
11 – Qual é a natureza jurídica da arguição da falsidade de documento? 
Por exceção à regra geral e mediante requerimento expresso de quem argui a falsidade, na forma determinada pelo 
art. 430. Logo, a natureza jurídica é de incidente processual, isso quando a falsidade é resolvida como questão 
incidente; e, por exceção apresenta a natureza jurídica de ação incidente quando a falsidade é resolvida, por 
expresso requerimento do autor, como questão principal. 
12 – A realização da prova pericial é obrigatória na arguição de falsidade? 
Sim. Como a prova pericial é essencial à solução da controvérsia, entendemos que a realização da prova é 
obrigatória, na maioria das vezes caracterizando prova científica e reduzindo a liberdade de decisão judicial, 
bem como o tempo verbal imperativo (será) no art. 432, do CPC. Por consequente, nãose aplicam os efeitos da 
revelia na arguição de falsidade como questão principal. 
 
Capítulo 12 - MEIOS DE PROVA PREDOMINANTEMENTE ESCRITOS 
 
1 – Há diferença entre contrato e instrumento? 
Sim. Afinal, o contrato é uma declaração bilateral de vontades que pode ou não se tornar um instrumento. Já o 
instrumento é aquele documento que se destina a servir de prova no futuro. 
2 – Quais as características que tornam algum objeto um documento? 
São três: a) representação escrita ou não; b) representação de fato pretérito ou de declaração; e, c) o caráter 
relativamente duradouro do objeto. 
3 – Defina documento. 
Documento é toda representação de fato pretérito ou de declaração, gravada em meio relativamente duradouro, 
que por si só permite ao agente conhecer do seu conteúdo. 
4 – O que são documentos: 
a) Públicos ou Particulares (quanto à natureza) – documentos públicos são aqueles elaborados por um agente 
público no exercício das suas funções (exemplo: escritura de compre e venda, certidão de objeto e é de um 
determinado processo judicial); enquanto os documentos particulares são todos os demais, já que são 
elaborados sem a intervenção de um agente público (art. 407, do CPC); 
b) Originais ou Não originais (quanto à forma de produção) – caso seja produzido por qualquer meio de forma inicial, 
então estaremos diante de um documento original. Por outro lado, se o documento reproduz algo 
anteriormente já existente, então teremos uma cópia (documento não original); 
c) Autógrafos ou Heterógrafos (quanto à origem) – o autógrafo é o produzido pelo próprio autor por confissão ou 
declaração, quem deu causa a sua elaboração, não importando quem o criou fisicamente (Exemplo: o autor da 
escritura pública de confissão de dívida é o próprio devedor, não o funcionário do cartório que a lavra). Já o 
heterógrafo é o documento produzido por terceiro com relação a quem não é seu destinatário, são documentos 
em que o signatário afirma a ocorrência de fato ou ato não relativo a si próprio, mas a terceiro (Exemplo: 
alguém declara que um terceiro, na sua presença, confessou ter agido com culpa em acidente de trânsito); 
d) Narrativos ou Dispositivos (quanto ao conteúdo) – narrativos quando apenas narra determinados fatos, sem 
preocupação quanto aos efeitos desta declaração; e, os dispositivos quando tem por finalidade a produção, 
modificação ou alteração de uma relação jurídica de direito material (Exemplo: a escritura em que alguém 
declara ter presenciado a confissão de culpa de uma das partes é um documento narrativo, enquanto a 
escritura de confissão de dívida é um documento dispositivo.); 
e) Pré-constituídos, Causais ou Mistos (quanto à finalidade) – Segundo João B. Lopes, o primeiro é elaborado com a 
intenção deliberada de fazer no futuro, enquanto o segundo nasce sem tal propósito. Pré-constituídos: são 
elaborados visando fazer prova no futuro (Exemplo: escritura de compra e venda). Causais: nascem sem 
propósito de fazer prova no futuro, isto é casualmente (Exemplo: carta, bilhetes). Mistos: quando o documento 
é pré-constituído para uma das partes e causal para a outra, reunindo as características das duas espécies 
opostas (Exemplo: uma gravação de conversa feita por um dos interlocutores, sem que o outro tenha ciência da 
gravação) ; e, 
f) Solenes ou Não solenes – solenes são aqueles que para produzirem os efeitos que devem emanar precisam seguir 
uma forma especial prevista em lei (Exemplo: certidão de matrícula para comprovar a propriedade do bem 
imóvel – art. 406), enquanto os documentos não solenes possuem forma livre (quando a lei não exige uma 
forma especial). 
5 – Qual o momento oportuno para juntar documentos aos autos? 
É a fase postulatória, isso porque o art. 434, do CPC, dispõe que através da petição inicial caberá à contraponto a 
contestação com documentos, passíveis de comprovar os fatos, cabendo ao autor fixar os documentos nos 
autos na inicial e ao réu deverá fazer no momento da contestação. 
Há duas exceções: 
a) documentos novos (art. 435, do CPC); 
- Documentos novos que são produzidos ou que são obtidos após protocolada a inicial ou a contestação. A produção 
ou obtenção do documento é posterior. (Exemplo: quando o documento é solicitado em repartição pública e 
ficará pronto após o prazo final da contestação fato é anterior a inicial e ou da resposta). 
- Documentos novos em que os fatos ou atos representados acontecem após a distribuição da inicial ou 
oferecimento da resposta (Exemplo: uma confissão de dívida de um dos corréus, formulada após a propositura 
da ação). 
b) documentos que não são acessíveis às partes (art. 438, do CPC). 
- Ocorre quando os documentos não podem ser obtidos diretamente pelas partes, sendo necessária a determinação 
judicial para que sua cópia venha ser juntada. 
6 – Sendo os documentos juntados depois da inicial ou da contestação, como deve proceder o juiz? 
Segundo o art. 437, §1º, do CPC, para que haja a réplica sem prejudicar a celeridade processual. Segundo a posição 
majoritária da doutrina, mantendo entendimento do antigo sistema processual, cabe ao magistrado sopesar se, 
no caso concreto, há na juntada posterior “espírito de ocultação premeditada” ou o propósito de surpreender o 
juízo, caso em que deverá o magistrado denegá-la. Não havendo essa constatação de má-fé, deverá o juiz 
admiti-la. Na visão do doutrinador Olavo de Oliveira Neto, no entanto, o atual diploma processual perdeu a 
chance de tornar mais rígida a admissão dessa espécie de juntada de documentos. Para ele, não se tratando das 
exceções legais expressas, a saber, documentos novos ou não disponíveis às partes – deverá o magistrado 
admiti-la fora da petição inicial pela preclusão. 
7 – O que são documentos novos? 
São documentos produzidos ou obtidos após protocolada a inicial ou a contestação ou documentos referentes a 
fatos acontecidos depois da distribuição da inicial ou do oferecimento da resposta. São aqueles documentos 
que não são acessíveis às partes, só podendo vir aos autos por determinação judicial. 
8 – O que é ata notarial? 
É o instrumento público lavrado por notário, representativo da existência ou do modo de ser de determinado fato, 
que tem por escopo garantir sua comprovação em eventual processo judicial (art. 384). 
9 – Para que possa ser lavrada uma ata notarial é imprescindível que o fato descrito seja controvertido e 
relevante? 
Diferentemente de projetos anteriores em que havia menção de que o fato descrito deveria ser considerado 
controvertido e que deveria apresentar relevância para a situação jurídica de alguém, o diploma atual entende 
que não há essa necessidade. Isso se dá pelo fato de que para que haja controvérsia no sentido técnico é 
necessária uma proposta e uma resposta à ação, do mesmo modo a relevância também pode depender de uma 
ação. No entanto, com a alteração da redação de projetos anteriores, mesmo com a inexistência de fato 
controvertido e relevante não impede que o tabelião lavre o documento. Isso porque, tomar a ideia de 
controvérsia em sentido técnico faria com que a ata só pudesse ser lavrada depois de proposta e respondida a 
ação. Sendo assim, mesmo que aparentemente incontroverso e irrelevante o fato descrito, não há como 
impedir a parte interessada de salvaguardar seus interesses, lavrando a ata notarial. 
10 – Qual o principal traço distintivo entre a ata notarial e a escritura pública? 
A escritura pública é um documento que contém a manifestação da vontade das partes interessadas, autorizando a 
lei que se acresçam elementos acidentais como condição, termo e encargo. Ao elaborar a escritura, o notário 
apenas reproduz o que lhe informam sem verificar se o fato é verdadeiro. Todavia, a ata notarial é a narração 
de fatos dos quais o tabelião presenciou e os transcreveu para um documento com fé e conteúdo probatório de 
uma escritura pública, o que lhe confere o status de testemunha extrajudicial. 
11 – O documento eletrônico é um novo meio de prova? 
Porseu turno, embora o art. 440 trate o valor probante do documento eletrônico e o art. 441 trate da 
admissibilidade deste tipo de documento, o que consta dos preceitos não inova o que existe acerca do valor 
probante e da admissibilidade dos demais tipos de documentos. Segundo João Batista Lopes, o documento 
eletrônico não representa um novo meio de prova, mas apenas uma espécie de documento com suas 
peculiaridades. 
 
 
Capítulo 13 - MEIOS DE PROVA PREDOMINANTEMENTE ORAIS 
 
1 – A confissão pode ser classificada como meio de prova? 
A confissão não é propriamente um meio de prova, mas uma conduta praticada pela parte que confessa, admitindo 
algo como verdadeiro. Se for aceita essa admissão, portanto, não há necessidade de que sejam produzidas 
outras provas a respeito da afirmação do fato objeto de confissão, uma vez que essa afirmação se torna 
incontroversa. O que é meio de prova é o depoimento pessoal, em que se objetiva a produção da confissão. 
 
2 – Como se classificam os elementos objetivos da confissão? 
São 4 os elementos objetivos da confissão: 
a) Fato próprio e pessoal do confitente – pois em caso contrário, o que o confitente estaria a fazer não 
caracterizaria uma confissão, mas sim um testemunho com relação à terceiro. 
b) Desfavorável ao confitente – o fato confessado deve ser contrário ao interesse de quem confessa e favorável ao 
interesse do seu adversário. 
c) Fato suscetível e renúncia – por imposição expressa do art. 392, do CPC, não se admite a confissão de fatos 
relativos a direitos indisponíveis. Quer-se dizer, se o direito é indisponível, então a confissão a seu respeito não 
pode produzir os efeitos que impliquem, por via transversa, sua disponibilidade. 
d) Natureza que não reclame fora especial – se um determinado fato exige como substância para sua validade 
forma prescrita por lei (forma ad solemnitatem), então sua confissão não supre a falta da forma exigida. 
 
3 – Em que consiste o animus confitendi? 
É o elemento intencional, segundo o qual quem confessa tem que ter a intenção de fazê-lo, sob pena de invalidade 
do ato. 
O confitente, com ânimo de obrigar-se, reconhece como verdadeiros os fatos alegados pela parte contrária como 
fundamentais da ação ou da defesa. 
 
4 – Quais são as espécies de confissão? 
QUANTO À ORIGEM - local onde é produzida. 
JUDICIAL - é a que se realiza no bojo de um processo em andamento. 
• ESPONTÂNEA – aquela que se realiza independentemente de qualquer provocação por parte do juízo. Pode 
ser efetivada pela parte ou por representante com poderes especiais. 
• PROVOCADA – aquela que acontece num depoimento pessoal. Cabe somente à parte. 
• EXPRESSA – quando feita de forma categórica, não deixando lugar à dúvida quanto à intenção do confitente. 
• TÁCITA OU PRESUMIDA (ficta) – qualquer conduta que acarrete presunção relativa de um fato. Resulta da 
taciturnidade da parte quando provocada a falar. Geralmente resulta da recusa da parte em prestar 
depoimento. 
EXTRAJUDICIAL - é a formulada fora do processo, podendo ser feita na forma escrita ou na forma oral. Sendo escrita 
a confissão seguirá, quanto à sua formação, as regras relativas à prova documental e, sendo oral, somente terá 
validade quando a lei não exigir prova literal. 
QUANTO AOS EFEITOS 
SIMPLES – o confitente reconhece, singelamente, as afirmações de fatos que são desfavoráveis ao seu interesse e 
favoráveis ao interesse da parte contrária. 
Ex: quando o réu reconhece que, por distração, ultrapassou o farol vermelho e abalroou o veículo do autor, que 
trafegava na sua correta mão de direção e com o devido respeito às normas relativas à condução de veículos 
automotores de via terrestre. 
QUALIFICADA – o confitente também reconhece como verdadeiras as afirmações de fatos articuladas pela parte 
contrária, mas atribui aos fatos uma roupagem jurídica diversa daquela que lhe atribui a parte contrária. O ônus 
da prova passa a ser do confitente. 
Ex: quando numa ação de cobrança o réu reconhece que o autor depositou determinado valor na sua conta 
bancária, mas nega que esse valor tenha sido depositado, como afirma o autor, a título de empréstimo, 
sustentando que o depósito se deu a título de doação. 
COMPLEXA – a parte confessa fatos alegados pelo adversário, mas afirma outros que impedem ou destroem os 
efeitos do fato reconhecido. 
Ex: o réu reconhece que tomou dinheiro emprestado do autor, mas acrescenta que já pagou. 
QUANTO À ORIGEM 
 
Local onde é produzida 
 
JUDICIAL 
É a que se realiza no bojo de um 
processo em andamento. 
ESPONTÂNEA – aquela que se realiza 
independentemente de qualquer provocação 
por parte do juízo. Pode ser efetivada pela 
parte ou por representante com poderes 
especiais. 
 
PROVOCADA – aquela que acontece num 
depoimento pessoal. Cabe somente à parte. 
 
EXPRESSA – quando feita de forma categórica, 
não deixando lugar à dúvida quanto à 
intenção do confitente. 
 
TÁCITA OU PRESUMIDA (ficta) – qualquer 
conduta que acarrete presunção relativa de 
um fato. 
Resulta da taciturnidade da parte quando 
provocada a falar. Geralmente resulta da 
recusa da parte em prestar depoimento. 
 
EXTRAJUDICIAL 
É a formulada fora do processo, podendo ser feita na forma escrita ou na forma 
oral. 
QUANTO AOS EFEITOS 
SIMPLES – o confitente reconhece, singelamente, as afirmações de fatos que são 
desfavoráveis ao seu interesse e favoráveis ao interesse da parte contrária. 
QUALIFICADA – o confitente também reconhece como verdadeiras as afirmações 
de fatos articuladas pela parte contrária, mas atribui aos fatos uma roupagem 
jurídica diversa daquela que lhe atribui a parte contrária. O ônus da prova passa a 
ser do confitente. 
 
COMPLEXA – a parte confessa fatos alegados pelo adversário, mas afirma outros 
que impedem ou destroem os efeitos do fato reconhecido. 
 
5 – Pode o confitente retratar-se da confissão? 
Não, a confissão é irrevogável por que, uma vez que se dá a confissão, seja qual for a sua modalidade, não mais 
poderá o confitente retratar-se daquilo que confessou. 
 
6 – Defina depoimento pessoal. 
Depoimento pessoal é o meio de prova pelo qual uma parte pretende obter, pelo depoimento da parte contrária, a 
confissão acerca de uma ou mais afirmações feitas no processo. 
 
7 – Porque é possível sustentar que o juiz pode indeferir o depoimento pessoal sob o argumento de que este meio 
de prova é inconstitucional? 
Nosso Sistema Constitucional impede que a colheita de prova se dê de forma ilícita, o que abarca a sua obtenção 
mediante coação física, moral ou qualquer outro meio sub-reptício, que leve a parte a declarar algo somente 
porque se sentiu forçada a fazê-lo ou porque foi induzida a falar o que não queria. Significa dizer que ninguém 
pode ser obrigado ou induzido a dizer algo que venha a lhe causar prejuízo. 
O direito a não produzir prova contra si mesmo é decorrência necessária do princípio da proibição da prova ilícita 
que é considerado direito fundamental. A manutenção no sistema do depoimento pessoal como meio de prova 
com a finalidade, ainda que eventual, de induzir a parte a confessar total ou parcialmente fatos do processo 
ofende a Constituição. 
 
8 – A pessoa física pode prestar depoimento por meio de terceiro com poderes especiais? 
Art. 387, CPC - A parte responderá pessoalmente sobre os fatos articulados, não podendo servir-se de escritos 
anteriormente preparados, permitindo-lhe o juiz, todavia, a consulta a notas breves, desde que objetivem 
completar esclarecimentos. 
Existem duas correntes a respeito do tema: 
A corrente majoritária sustenta que o depoimento pessoal é personalíssimo e, por isso, não pode ser realizado por 
terceiro, mesmo que tenha procuração com poderes específicos para tal finalidade, isso com base na utilização 
da palavra pessoalmente presente no artigo supracitado. 
A segunda corrente defende que o depoimento pessoal da pessoa jurídica pode ser feito por preposto que conheça 
dos fatos da causa, então nada impede que o depoimentoda pessoa física também possa ser feito por um 
terceiro que tenha conhecimento dos fatos. Sustentar que se trata de ato personalíssimo implicaria vedar o 
depoimento da pessoa jurídica, que não pode nessa hipótese receber tratamento diverso da pessoa física, sob 
pena de ofensa ao princípio da isonomia. Ademais, se fosse personalíssimo, o depoimento pessoal também não 
poderia acontecer por precatória ou por meio de qualquer recurso tecnológico, como expressamente autoriza o 
art. 385, § 3°, do CPC. 
 
9 – Em que consiste o interrogatório livre? 
Trata-se da colheita do depoimento da parte em qualquer fase do procedimento, com a finalidade da obtenção de 
esclarecimento sobre os fatos da causa, vedada a aplicação da pena de confesso. Disciplinado no art. 139, VIII, 
do CPC. 
 
10 – Aponte três diferenças entre o interrogatório livre e o depoimento pessoal? 
Distinções entre interrogatório livre e depoimento pessoal: 
INTERROGATÓRIO DEPOIMENTO PESSOAL 
De ofício Requerimento da parte 
Finalidade – esclarecer Finalidade – obter confissão 
Qualquer estado do processo Na audiência de instrução 
Intima-se o defensor sem advertência Intimação pessoal com advertência 
Não há confissão ficta Há confissão ficta 
 
11 – A pessoa jurídica pode ser testemunha? 
A testemunha deve ser natural, já que a pessoa jurídica não pode se manifestar a não ser por intermédio de pessoa 
física que a represente. Portanto, quem prestará o testemunho será a pessoa natural que depõe e não a pessoa 
jurídica, que quando presta depoimento pessoal o faz necessariamente por intermédio de pessoa natural. 
 
12 – Interprete o art. 444 do CPC. 
Trata da admissão da produção de prova testemunhal na hipótese da falta de prova escrita de uma obrigação, 
quando a lei exige obediência a essa forma específica para a validade e para a comprovação do ato jurídico. 
Segundo o artigo em questão, a existência de começo de prova escrita permite que a ela se acrescente o 
depoimento das testemunhas, isso para que conjuntamente ambos os meios demonstrem o fato que se 
pretende demonstrar. O princípio de prova escrita, portanto, nos casos em que essa forma é essencial, 
representa uma condicionante para a produção da prova testemunhal. 
 
13 – Como deve agir o magistrado quando é arrolado como testemunha em processo que preside? 
Prevê o art. 452, do CPC, que deverá o juiz declarar-se impedido se realmente tem conhecimento dos fatos ou 
simplesmente mandar excluir o seu nome do rol quando nada souber sobre eles. A situação é rara e 
normalmente acontece com o único intuito de impedir o juiz de continuar a presidir o feito. 
 
14 – Em que consiste a prerrogativa de função? 
Consiste numa prerrogativa que a lei confere a determinadas autoridades para que não tenham que se deslocar atá 
a sede do juízo para prestar depoimento. As pessoas estão nos incisos do art. 454, do CPC, essa relação de 
pessoas constante do texto legal não é taxativa, sendo que em legislações especiais há várias outras 
autoridades que também gozam dessa prerrogativa, embora em algumas situações de maneira limitada. 
 
15 – Qual o máximo de testemunhas que podem ser ouvidas num processo? 
A lista de testemunhas pode indicar um total de até 10 (dez) testemunhas, sendo 03 (três), no máximo, para a prova 
de cada fato (art. 357, §6°). Mesmo assim, percebendo o magistrado que o número de testemunhas é 
excessivo, levando em conta a complexidade da causa e dos fatos individualmente considerados, deverá limitar 
o número de pessoas que serão ouvidas em juízo (art. 357, §7°), o que também poderá se dar na audiência de 
instrução, depois de ter ouvido algumas das testemunhas arroladas. 
 
16 – Qual o prazo para juntada aos autos do rol de testemunhas? 
De acordo com o art. 357, §§ 4° e 5°, do CPC, como regra geral, as partes terão um prazo comum fixado pelo juiz 
para protocolar a petição com o rol de testemunhas, prazo esse que não poderá exceder 15 (quinze) dias. Trata-
se de um prazo judicial, fixado pelo magistrado, que pode ser menor do que o máximo previsto pela lei, sendo 
que o termo inicial da sua contagem se dará a partir da intimação feita às partes da decisão de saneamento do 
feito. Como exceção, as partes terão que apresentar o rol de testemunhas já em audiência, se esta for 
designada na forma do § 3° do mencionado artigo. 
 
17 – A quem incumbe a intimação da testemunha? 
O art. 455, caput, do CPC, atribui o dever de proceder à intimação, por primeiro, a própria parte que arrolou a 
testemunha. Com isso, quem inicialmente tem a incumbência de intimar a testemunha é o advogado da parte 
que a arrolou para prestar depoimento, ficando com isso dispensada a intimação judicial. 
Embora a intimação da testemunha seja ônus da parte, o art. 455, § 4°, do CPC, prevê situações nas quais caberá ao 
juízo proceder à intimação. 
I - Quando a intimação tentada pelo advogado resta frustrada, como nos casos em que a testemunha se oculta para 
não ser intimada; 
III – Quando a testemunha é militar ou funcionário público, já que nesse caso o seu comparecimento deve ser 
requisitado; 
IV – Quando a testemunha for arrolada pelo Ministério Público ou Defensoria Pública; 
V – Quando a testemunha gozar de prerrogativa de função. 
II – Como regra de fechamento das hipóteses, quando a parte demonstra ao juízo que a intimação feita pelo órgão 
jurisdicional é necessária. 
 
18 – Há distinção entre informar e intimar a testemunha? 
Em ambas a inação da parte implica preclusão. A diferença entre as duas condutas esta ligada a possibilidade do juiz, 
ausente a testemunha regularmente intimada, determinar a sua condução coercitiva, bem como a 
responsabilidade da testemunha de responder pelas despesas decorrentes do adiamento do ato, nos termos do 
que está disposto no art. 455, § 5°, do CPC. Quando o advogado apenas informa a testemunha ele abre mão da 
possibilidade da condução coercitiva e sua ausência gera, desde logo, a preclusão da facultada de colher seu 
depoimento. 
 
19 – Qual é o momento oportuno para o oferecimento da contradita? 
No interregno entre a qualificação e a advertência, sob pena de preclusão, deverá o advogado da parte contrária, se 
for o caso, pedir a palavra e contraditar a testemunha, na forma do art. 457, §§ 1° e 2°, do CPC, arguindo que 
ela está impedida ou é suspeita para depor. 
 
20 – Quem pode ser ouvido como testemunha referida? 
Por força do disposto no art. 461, I, do CPC, trata-se da pessoa que foi mencionada no depoimento das partes ou das 
testemunhas, que poderá ser ouvida com a finalidade de reforçar o conjunto das provas que foram produzidas. 
A doutrina acredita ser possível estender um pouco mais esse conceito legal de testemunha referida, para abarcar 
também aquelas cujo nome não consta do depoimento das partes e das testemunhas, mas que vem indicado 
em algum documento que foi juntado aos autos. Até mesmo pessoas que não são indicadas, mas que poderiam 
contribuir para a instrução podem ser ouvidas. 
 
 
Capítulo 14 - OUTROS MEIOS DE PROVA 
 
1 – Como pode ser definida a prova pericial? 
É aquela em que um profissional habilitado oferece subsídios para que o magistrado possa decidir com segurança 
todas as controvérsias que lhe foram submetidas. É o meio de prova por meio do qual o magistrado nomeia 
perito com conhecimentos especializados sobre determinado tema ou área de conhecimento, para que forneça 
os subsídios necessários à solução de questão (controvérsia) existente no processo. 
2 – O analfabeto pode ser perito? 
Sim. Qualquer pessoa capaz pode ser nomeada perito, desde que se trate de um profissional legalmente habilitado 
na área de conhecimento na qual se exige a realização da prova. Essa habilitação legal implica inclusive a 
inscrição do perito em seu órgão de classe. Existem situações, entretanto, que o conhecimento necessário não 
advém de um estudo regular, mas sim de um conhecimento prático do tema. O exemplo usual é do 
experimentador de café no Porto de Santos. Seuconhecimento deriva da prática do dia-a-dia e não do estudo 
sistemático do tema, o que acaba por permitir que até mesmo uma pessoa analfabeta possa ser perita, desde 
que alguém o auxilie na elaboração do laudo pericial. 
3 – A pessoa jurídica pode ser perita? 
Para que a pessoa jurídica seja perita, há a necessidade de que seus integrantes sejam legalmente habilitados, pois 
não é viável que da pessoa física se exija habilitação e dos integrantes de órgão técnico ou científico não. Nessa 
hipótese, aliás, o órgão tem o dever de informar ao juízo os nomes e os dados de qualificação dos profissionais 
que participarão da perícia (art. 156, §4º), isso para que a parte possa exercer seu direito de verificação e de 
impugnar a nomeação em razão de eventual ocorrência de impedimento ou suspeição. Embora a lei pareça 
omissa nesse aspecto, também nos parece ser necessária a indicação dos sócios dirigentes da empresa, pois o 
impedimento ou a suspeição podem ser alegados também quanto a própria pessoa jurídica, evidentemente em 
decorrência da suspeição ou do impedimento de seus sócios dirigentes, a quem devem obediência hierárquica 
os peritos, empregados da empresa. 
4 – No que consiste o cadastro geral de peritos e a lista de peritos da vara? 
O cadastro geral de peritos consiste em um cadastro obrigatório, mantido pelo Tribunal ao qual o magistrado está 
vinculado, conforme determina o art. 156, §1º, in fine c.c. com o §5º, do mesmo artigo, do CPC, onde o Tribunal 
deverá realizar consulta pública destinada a permitir a indicação de profissionais para cada uma das áreas de 
especialidade, além de consulta aos órgãos oficiais, órgãos técnicos, estabelecimentos de ensino e associações, 
que poderão colaborar indicando profissionais habilitados para exercer a função de perito. 
Para ser nomeado perito, porém, não basta ao profissional estar inscrito no cadastro geral. Ainda há necessidade de 
que conste de uma lista de peritos da própria vara judicial, nos termos do que dispõe o art. 157, §2º, do CPC. 
Em outros termos, deverá o juiz examinar o cadastro geral elaborado pelo Tribunal e dali retirar uma 
quantidade que repute adequada de peritos para compor a lista da vara na qual está titular. Num cadastro geral 
de peritos com centenas de nomes, por exemplo, nada impede que o magistrado escolha dez ou vinte, da sua 
confiança, para a realização das perícias, nomeando-os mediante distribuição equitativa. 
Elaborada a lista de peritos da vara judicial, eles deverão depositar em cartório seu currículo vitae, acompanhado da 
documentação comprobatória das atividades realizadas, isso para que as partes possam consultar a qualificação 
e a veracidade dos dados alegados. Essa lista também deve ser renovada periodicamente, coma juntada de 
certidões atualizadas na forma disciplinada pelo Tribunal respectivo, não podendo perito que foi excluído do 
cadastro geral integrar lista de peritos da vara judicial. 
5 – Qual o procedimento para a fixação dos honorários periciais? 
A prática forense indicava a existência de procedimentos diversos e adotados casuisticamente pelos magistrados. 
Diante dessa diversidade de ritos agiu bem o Código ao disciplinar, no art. 465, §§2º ao 4º, o procedimento que 
deve ser adotado para a fixação dos honorários periciais, que tem seu início com a apresentação de uma 
proposta de honorários por parte do perito (§2º, I), que não se resume a simples sugestão de um valor a ser 
pago pelo trabalho realizado. Isso porque o magistrado e as partes somente terão condição de aquilatar se o 
valor sugerido é ou não adequado com a apresentação de um plano de trabalho, que deverá constar de modo 
pormenorizado qual será o serviço a ser realizado. 
Na proposta de honorários deverão constar itens relativos aos objetivos da perícia, ao marco teórico que será 
empregado, as técnicas que deverão ser empregadas, ao local da realização da perícia, a um cronograma de 
atividades e a previsão orçamentária, dentre outros aspectos relevantes conforme a área da perícia. Além disso, 
a proposta deverá ser acompanhada do currículo atualizado do perito e dos seus endereços para o recebimento 
de intimação. 
6 – A proposta de honorários deve se limitar a sugerir o valor dos honorários periciais? 
Na proposta de honorários deverão constar itens relativos aos objetivos da perícia, ao marco teórico que será 
empregado, as técnicas que deverão ser empregadas, ao local da realização da perícia, a um cronograma de 
atividades e a previsão orçamentária, dentre outros aspectos relevantes conforme a área da perícia. Além disso, 
a proposta deverá ser acompanhada do currículo atualizado do perito e dos seus endereços para o recebimento 
de intimação. 
Da apresentação da proposta de honorários as partes serão intimadas, podendo manifestar-se no prazo de até 5 
(cinco) dias, na forma do art. 465, §3º, do CPC. Em seguida o magistrado fixará o valor dos honorários e as 
eventuais condições de recolhimento da verba, intimando novamente as partes para que não efetivem o 
pagamento do montante arbitrado. Também nessa decisão, havendo pedido do perito na proposta de 
honorários, poderá o juiz autorizar o levantamento de até cinquenta por cento do valor dos honorários, ficando 
o restante depositado para levantamento apenas depois da entrega do laudo. 
7 – Qual a diferença essencial entre o exame e a vistoria? 
O exame consiste na verificação de fatos, com a finalidade de propiciar conclusões do perito relevantes ao processo. 
No exame o perito examina os fatos e deles retira uma conclusão apta a contribuir para a solução da causa. 
Trata-se de um exame quando da verificação dos fatos ele tece uma conclusão relevante para a solução da 
causa. Exemplo: exame DNA. 
Na vistoria, ao contrário, o perito não apresenta qualquer conclusão. Ele somente descreve os fatos e apresenta essa 
descrição ao magistrado, para que ele alcance a sua própria conclusão acerca do acontecido. A vistoria consiste 
na verificação meramente descritiva dos fatos, não importando uma conclusão do perito. Exemplo: quando um 
perito descreve os danos causados pelo locatário de um imóvel. 
8 – Qual a diferença essencial entre a avaliação e o arbitramento? 
A avaliação se presta a atribuir a um bem ou a um direito valor certo e determinado, o que normalmente se dá 
mediante o uso de técnica apurada e propícia para aquilo que se avalia. A avaliação tem por objetivo apurar o 
valor de mercado de um imóvel em ação renovatória de locação e, com isso, permitir a fixação do novo valor do 
aluguel, por exemplo, se funda em inúmeros métodos dos quais retira uma média ponderada, apta a 
representar o valor de mercado do bem. 
Já no arbitramento, porém, a avaliação não depende de técnica, mas sim de critério de experiência pessoal, como se 
dá no caso da sugestão de fixação de honorários advocatícios por um advogado com larga experiência no tema 
que foi objeto da demanda. É uma espécie de avaliação que depende de critério de experiência pessoal. 
9 – O que é perícia impossível? 
A verificação do fato impraticável, também conhecida pela doutrina clássica como perícia impossível, pode se dar 
porque a realização da prova em si é impossível ou porque a prova é possível, mas são criados obstáculos que 
não permitem a sua realização. No primeiro caso, a realização da prova deve ser indeferida e isso não gera 
qualquer consequência no campo probatório, mas no segundo caso a produção da prova deve ser admitida, já 
que a conduta da parte pode gerar diversas presunções no processo e, por isso, influir na valoração do conjunto 
probatório. 
Decorre de um obstáculo criado pela parte ou por terceiro interessado que impedem a produção da prova. 
Observação: As hipóteses específicas nas quais deverá o magistrado indeferir o pedido de realização da prova 
pericial estão previstas no art. 464, §1º, do CPC: 
a) Não necessidade de conhecimento técnico para a prova do fato; 
b) Quando for desnecessária em vista de outras provas produzidas (provas ou diligênciasinúteis); 
c) Quando a verificação do fato for impraticável. 
10 – Quais são as espécies de provas periciais existentes? 
Além do rito base previsto pela lei para a colheita da prova, que pode ser denominado perícia comum, ordinária ou 
simplesmente perícia, ainda é possível identificar algumas pequenas variações quanto à técnica de produção de 
prova, o que implica a existência de cinco espécies de prova pericial distintas (perícias especiais): 
a) Prova científica ou perícia científica – permite determinar de maneira mais racional a verdade (decorre da 
certeza que advém da ciência, praticamente subtraindo do magistrado qualquer possibilidade de decidir de 
modo contrário a sua conclusão); 
b) Perícia simplificada ou prova técnica simplificada (art. 464, §§2º ao 4º) – poderá o magistrado, de ofício ou 
mediante requerimento da parte, arguir um especialista no tema em substituição a apresentação de um 
laudo pericial, o que aparentemente implica um rito simplificado; 
c) Perícia consensual (art. 471) – resume-se num acordo formulado entre as partes quanto à indicação do 
perito, desde que sejam maiores e capazes e que a causa possa ser resolvida mediante autocomposição 
(incisos I e II). Caberá também às partes concomitantemente à indicação do perito, indicar seus respectivos 
assistentes técnicos, a data e o local para o início da produção da prova, bem como providenciar sua 
remuneração na forma do que for acordado. Em suma, elimina-se em boa parte o trâmite necessário à 
realização da perícia, assumindo as partes a responsabilidade pela realização de providências que numa 
perícia comum ficam a cargo do juízo; 
d) Perícia extrajudicial ou perícia prévia (art. 472) – consiste na substituição da perícia comum pela 
apresentação de pareceres ou de documentos elucidativos acerca dos aspectos técnicos do processo, desde 
que o magistrado os considere suficientes para elucidar controvérsias sobre esses mesmos aspectos; e, 
e) Perícia complexa (art. 475) – é aquela na qual há necessidade da participação de dois ou mais especialistas 
em áreas diversas de conhecimento, o que exige que todos os peritos preencham os requisitos necessários a 
sua nomeação, apresentando ou não uma proposta de honorários conjunta para que se possa produzir a 
prova pericial. Nesse caso, poderão as partes indicar assistentes técnicos para as diversas áreas sobre as 
quais será realizada a perícia, no limite de um assistente para cada uma das disciplinas. 
11 – Por que a perícia científica se aproxima da prova legal? 
Devido ao grau de certeza que ela produz, praticamente subtraindo do magistrado qualquer possibilidade de decidir 
de modo contrário a sua conclusão. Não tem o magistrado liberdade para valorar a prova, embora isso não se 
dê por uma opção legal, mas em decorrência da certeza que advém da ciência. 
12 – Pode o magistrado indeferir a indicação consensual (art. 471) em razão do perito escolhido não se encontrar 
inscrito no cadastro geral de peritos? 
Não. Esse tipo de perícia, prevista no art. 471, §3º, substitui para todos os efeitos de fato e de direito a perícia 
realizada pelo perito nomeado pelo juiz. A doutrina entende que não é possível ao magistrado recusar a sua 
realização, desde que preenchidos os requisitos previstos nos incisos do preceito. Afinal, se está na esfera da 
disponibilidade das partes desistirem do feito, firmarem acordo quanto ao objeto litigioso do processo ou 
mesmo desistirem da produção da prova pericial, não há razão para que o magistrado impeça a realização de 
acordo quanto à realização da perícia. Nada impede, entretanto, que o magistrado considere a perícia 
insuficiente e determine a realização de uma segunda perícia, se ela for essencial para o julgamento da causa. 
Por fim, sendo a perícia consensual um acordo entre as partes, nada impede que o perito indicado não conste do 
cadastro geral dos peritos e também não esteja inscrito na lista de peritos da vara, podendo os institutos 
especializados oferecer um serviço completo para a realização dessa prova, o que pode acelerar o curso do 
processo e tornar mais barata a produção da perícia. 
13 – Podem as partes apresentar quesitos suplementares depois de depositado o laudo? 
Encerrados os trabalhos, o perito deverá elaborar um laudo pericial e depositá-lo em juízo com uma antecedência 
mínima de 20 (vinte) dias da audiência de instrução e julgamento (art. 477), prazo esse muito reduzido e que 
não permite a realização da audiência. Isso porque as partes devem ser intimadas para se manifestarem sobre o 
laudo no prazo de quinze dias, mesmo prazo que possuem para a juntada de pareceres técnicos (§1º). Como 
essa manifestação pode importar pedido de esclarecimentos ao perito e tendo ele mais quinze dias para se 
manifestar (§2º), fica superado o prazo previsto no caput do preceito. Por isso deverá o magistrado aguardar a 
manifestação das partes e os esclarecimentos do perito para só então designar a audiência, já que afora esses 
esclarecimentos e os quesitos suplementares que podem ser ofertados durante a realização da perícia (art. 
469), não deverá acolher o pedido de resposta a quesitos suplementares intempestivamente ofertados pelas 
partes. 
14 – Defina a inspeção judicial. 
É o exame direto que o juiz faz sobre pessoas ou coisas relacionadas com o litígio, para, pessoalmente, através dos 
próprios sentidos, conhecer o fato ou completar o seu conhecimento sobre ele. Em outras palavras, trata-se do 
meio de prova, por força de lei, que tem por finalidade de obter esclarecimentos sobre fato que interesse a 
decisão da causa. 
 
LIVRO III 
SENTENÇA E COISA JULGADA 
 
Capítulo 15 - SENTENÇA 
1 – Quais são os critérios empregados pelo CPC para definir sentença? 
O atual sistema processual houve por bem definir sentença mediante o emprego de um critério híbrido, levando em 
conta tanto o critério do conteúdo do ato jurisdicional, quanto o critério topológico (critério relativo ao 
momento em que ela é pronunciada). 
O art. 203, §1º, do CPC, diz que a sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com base nos arts. 485 ou 
487 (critério do conteúdo), põe fim à fase de conhecimento do procedimento comum ou extingue a execução. 
Em outros termos, podemos definir sentença como o pronunciamento judicial que encerra fase processual de 
acertamento ou que extingue cumprimento da sentença ou processo de execução, com base nas hipóteses 
previstas nos artigos 485 ou 487, do CPC. 
2 – A sentença judicial cria ou apenas declara direitos preexistentes? 
Ao tratar do princípio da fundamentação das decisões judiciais, o perfil do juiz “bouchequi pronuncie les paroles de 
laloi” não atende mais os reclamos da sociedade moderna, cuja legislação é bastante rica em normas de 
conceitos fluídos (vagos ou indeterminados), cujo conteúdo deve ser complementado, mediante critério 
axiológico, pelo próprio magistrado no momento de proferir suas decisões. 
Embora a maior parte da doutrina sustente que a sentença se limita a declarar um direito preexistente, há 
fundamento para sustentar, mais do que nunca, que na atualidade a decisão judicial cria novas estruturas 
normativas e, portanto, tem função criadora do direito. 
3 – Pode o juiz proferir sentença com conteúdo diverso do previsto nos art. 485 e 487 do CPC? 
No caso das sentenças definitivas, a menção ao acolhimento ou a rejeição do pedido implica uma abrangência que 
não leva em conta propriamente a natureza daquilo que se pede, mas apenas o veículo empregado, não 
existindo possibilidade de decisão de mérito além das possibilidades elencadas no art. 487, do CPC. EM outros 
termos, havendo pedido, cabe ao magistrado acolhê-lo ou rejeitá-lo, não havendo uma terceira possibilidade, o 
que também se dá com as questões de mérito por força de lei, como no caso do reconhecimento da prescrição. 
O mesmo não se dá, todavia, com uma sentença terminativa. Há a possibilidade de o magistrado proferir decisão 
sem apreciação do mérito fora das hipóteses legais, desdeque a questão que o leve a decidir represente uma 
daquelas que compõe o chamado juízo de admissibilidade do processo. A relação de hipóteses previstas no art. 
485, do CPC não é taxativa, podendo o magistrado proferir sentença terminativa em hipóteses diversas das 
apresentadas pelos incisos do preceito, como por exemplo nos casos em que o advogado deixa de pagar as 
custas e as despesas do processo no prazo de 15 dias, sustentando-se que a melhor solução seria a extinção do 
processo sem a resolução do mérito, sob o fundamento de que o recolhimento das custas consiste numa 
questão preparatória (aquela que deve ser atendida para que se possa exercer um determinado direito ou 
faculdade processual), que juntamente com as questões preliminares e prejudiciais integram o juízo de 
admissibilidade do processo. 
4 – É possível sustentar que o magistrado pode extinguir o processo, com fundamento no art. 485, II e III, do CPC, 
sem intimar pessoalmente a parte para dar andamento ao feito? 
É dever do magistrado intimar pessoalmente a parte para suprir a falta, para só então extinguir o feito. A doutrina 
possui o entendimento de que nas hipóteses tratadas pelo art. 485, II e III, do CPC, poderá o juiz determinar a 
intimação pela imprensa, sem com isso deixar de cumprir o princípio do impulso oficial, na medida em que o 
princípio constitucional da celeridade processual estará sendo plenamente atendido. 
De qualquer forma, dispõe o §6º que, uma vez oferecida contestação, a extinção do processo por abandono pelo 
autor depende de requerimento do réu, o que dá a impressão de que não poderá o magistrado agir de ofício, 
situação que também não se coaduna com a verdade. Isso porque, uma vez inerte o autor, por força do 
princípio do impulso oficial, deverá o magistrado determinar que o réu se manifeste e, se ele nada disser a 
respeito, o seu silêncio deve ser tomado como falta de interesse no prosseguimento do feito, sendo de rigor 
que o juiz prolate sentença sem resolução de mérito. 
 
5 – Pode o magistrado, de ofício, conhecer de quais das matérias relacionadas no art. 485, do CPC? 
Poderá o juiz conhecer de ofício, em qualquer tempo e grau de jurisdição, desde que antes do trânsito em julgado, 
da matéria constante nos incisos IV, V, VI e IX que tratam dos pressupostos processuais (positivos e negativos), 
das condições da ação e das causas que veiculam direitos intransmissíveis. Daí, diante da existência de preceito 
dizendo expressamente que nesses casos pode o juiz agir de ofício, uma interpretação contrária da norma induz 
forçosamente a conclusão de que, nas demais hipóteses, somente poderia o juiz agir mediante requerimento da 
parte. Todavia, não é bem isso que acontece. O indeferimento da petição inicial pode se dar mesmo sem a 
presença do réu no processo, situação que por si só já importa a conclusão de que nesses casos o magistrado 
não necessita de requerimento da parte, que à evidência não será formulado pelo autor. Também no caso da 
inércia das partes, como acima se disse, poderá o magistrado agir de ofício, sempre tendo na mira o princípio da 
razoável duração do processo. 
6 – Em quais circunstâncias pode o autor propor novamente feito extinto com fulcro no art. 485, do CPC? 
Proferida decisão sem resolução do mérito, como não se opera a eficácia de coisa julgada material, nada impede que 
a parte intente novamente demanda idêntica, embora com algumas limitações expressas no art. 486, do CPC. 
Por força do disposto no §1º do preceito, a propositura da nova ação depende da correção do vício que deu 
ensejo à extinção da ação anterior, mencionando a lei expressamente as hipóteses previstas nos incisos I, IV, VI 
e VII, além dos casos em que a sentença foi proferida com base no reconhecimento da litispendência. Nos 
demais casos, entretanto, não há que se falar em correção de vícios, seja porque não há propriamente um vício 
a corrigir, seja porque não é possível à parte promover qualquer correção. 
Nos casos de inércia que levam a extinção, previstos nos incisos II e III, não existe vício ou irregularidade formal, mas 
uma conduta desidiosa da parte, que em princípio gera consequências apenas no bojo do próprio processo em 
que a conduta foi praticada. Preenchido o requisito comum a todas as situações em que a ação pode ser 
proposta novamente, previsto no §2º, segundo o qual a nova petição inicial somente será despachada mediante 
comprovação do pagamento das custas e dos honorários do processo anterior, a nova inicial será distribuída ao 
mesmo juízo, por força da prevenção prevista no art. 286, II, do CPC. O mesmo se diga quanto à desistência da 
ação anteriormente homologada pelo magistrado, situação que permite ao autor propor novamente a 
demanda. 
7 – Pode o magistrado deixar de reconhecer defeito que leve a uma sentença terminativa, proferindo em seu lugar 
uma sentença definitiva? 
Conforme art. 488, do CPC, deverá o magistrado, sempre que isso for possível, julgar o feito com resolução do 
mérito, proferindo uma sentença definitiva, quando a decisão for favorável à parte a quem aproveitaria 
eventual pronunciamento nos termos do art. 485. 
Como a decisão de mérito opera eficácia de coisa julgada material, não podendo as partes discutir novamente o 
caso, melhor para aquele cuja sentença é favorável que a decisão seja dada com a resolução deste mérito. 
8 – Pode o magistrado decretar a prescrição sem requerimento expresso da parte? 
Sim. Embora o juiz não aprecie propriamente a questão controvertida como faz ao acolher ou rejeitar o pedido, não 
haveria razão de ordem lógica para que essas matérias fossem alocadas como hipóteses de julgamento sem 
apreciação do mérito. Isso porque não considerar prescrição e decadência como mérito acabaria por permitir 
novamente a propositura da mesma demanda, em evidente desperdício de atividade jurisdicional e em ofensa 
ao princípio da segurança jurídica. 
9 – Quais são os elementos essenciais da sentença? 
Essencial, em um sentido léxico, é tudo aquilo que constitui a essência de algo, ou seja, tudo aquilo sem o que esse 
algo acaba restar descaracterizado. Pode-se dizer, portanto, com base no art. 489, do CPC, que uma sentença 
não poderá ser considerada sentença quando ausente um dos seus elementos essenciais, que são o relatório, a 
fundamentação e a decisão. 
Apesar do art. 489, do CPC, nada dizer a respeito, exsurge do próprio sistema, pelos fundamentos acima 
apresentados, que a sentença possui requisitos essenciais explícitos e implícitos, sendo estes a clareza e a 
precisão e aqueles o relatório, a fundamentação e o dispositivo. 
10 – A falta de relatório causa a nulidade da sentença? 
O primeiro dos elementos essenciais à sentença é o relatório, expressamente previsto pelo art. 489, I, do CPC, onde 
deve constar a qualificação das partes, a identificação do caso que está sendo decidido, o resumo da inicial e da 
resposta, bem como todas as ocorrências relevantes que tenham acontecido durante a tramitação do feito. 
Trata-se de uma descrição pormenorizada de todos os dados relevantes ao julgamento da causa, que o 
magistrado deve elaborar antes de fundamentar e de elaborar a parte relativa à decisão propriamente dita. 
Afora a sentença proferida nos juizados especiais, em que o relatório é dispensado, a falta dessa descrição de tudo 
de relevante que aconteceu no processo acaba por dar ensejo, segundo a doutrina mais autorizada, à nulidade 
do processo. 
Contudo, nosso direito processual, quanto à decretação das nulidades, adotou o regime contemporâneo (Volume I, 
Capítulo 18), segundo o qual só há nulidade por expressa cominação legal ou quando, não seguida a forma 
prevista por lei, a não observância importe prejuízo para a parte. No caso em tela não há previsão expressa de 
nulidade e também não há prejuízo para as partes. Portanto, se a sentença sem relatório, ato processual que é, 
alcançou a sua finalidade e não causou qualquer prejuízo às partes, então se deve aplicar a hipótese dos arts. 
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