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QUESTÕES AP2 Capítulo 9 - AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO 1. Defina audiência. R: Audiência é o momento do iter procedimental em que se praticam os vários atos processuais, de naturezas diversas, necessários à instrução, debates e decisão da causa. É a atividade por meio da qual uma determinada pessoa ouve outra acerca de algo, isto é, é o momento processual pelo qual o juiz ouve as partes, os advogados, as testemunhas, etc. Art. 358 a 368 do CPC. 2. Em que consiste o poder de polícia em audiência? R: Poder de polícia (art. 360 do CPC; não é taxativo) é o poder atribuído por lei ao magistrado, para que possa organizar a prática dos atos processuais e para que possa velar pela conduta leal dos personagens do processo, e do público em geral, durante a realização da audiência. Ou seja, para que possa impor obediência às regras essenciais a realização da audiência. - poder de polícia preventivo: o magistrado cria impedimento à ocorrência desse mesmo comportamento. - poder de polícia repressivo: o magistrado age de forma a fazer cessar um comportamento não adequado. 3. Quais são os princípios informativos da audiência? Explique cada qual. R: Princípios informativos: a) Princípio da publicidade:prevista expressamente no art. 368 do CPC; exceções: 189 do CPC. Todo ato processual deve ser público. b) Princípio da concentração da causa:art. 365 do CPC, diz que a audiência de instrução, debates e julgamento é uma e contínua, somente podendo ser desmembrada em casos excepcionais e justificados, desde que haja concordância das partes, sob o escopo de serem anulados. Ou seja, os atos processuais devem ser, tanto quanto possível, reunidos num mesmo momento, impedindo que o procedimento se delongue num número indefinido de etapas e fases (economia processual). c) Princípio da oralidade:atos processuais que chegam a audiência e são realizados na forma oral. 4. Em que consistem os princípios da imediatidade (ou imediação) e da identidade física do juiz? Agiu bem o atual CPC ao excluí-los do atual sistema processual? R: princípio da imediatidade: o Princípio da Imediatidade, ou Princípio do Juízo Imediato, é um princípio jurídico de direito processual penal que privilegia o julgamento da ação pelo juiz que presidiu a fase de instrução da causa. De acordo com esse princípio, o juiz que colheu pessoalmente a prova durante a etapa instrutória é o que está melhor preparado para decidir a lide, uma vez que teve contato direto com os fatos que fundamentam a pretensão do autor. princípio da identidade física do juiz: dizia o seguinte: o juiz, titular ou substituto, que concluir a audiência julgará a lide, salvo se estiver convocado, licenciado, afastado por qualquer motivo, promovido ou aposentado, casos em que passará os autos ao seu sucessor. Não, porque no caso da “identidade física do juiz” não temos distinção entre o juiz que instrui e o que julga, o que pode ocasionar que um juiz titular repasse a um juiz auxiliar processos que não quisesse decidir, ou, pior, que fizesse o contrário com aqueles que quisesse decidir, ocasionando a violação do princípio do juiz natural. Já em relação ao princípio da imediatidade ou da imediação, enquanto os representantes das partes só praticam essa atividade eventualmente, o magistrado as pratica diuturnamente, sendo-lhe muito mais fácil conduzi a inquirição das testemunhas de forma a alcançar, objetivamente, as informações necessárias à comprovação dos fatos articulados. Ver: art. 459, § 1º do CPC. Obs.: Exclusão, no sistema vigente, do princípio da identidade física do juiz (art. 123, do CPC de 1973) e do princípio da imediatidade ou imediação (art. 446, II do CPC de 1973), que doravante não mais devem ser observados. 5. Quais as principais espécies de audiências existentes? R: Espécies: https://pt.wikipedia.org/wiki/Princ%C3%ADpio_jur%C3%ADdico https://pt.wikipedia.org/wiki/Juiz a) De instrução e julgamento1 (art. 358 a 368): a finalidade buscada é a instrução do feito e a decisão da causa. b) De ordenamento (organização ou saneamento) do feito (art. 357, § 3º):a finalidade buscada é a organização e saneamento do processo. c) De mediação e conciliação (art. 139, V, 695 e 772, I):a finalidade buscada é apenas a composição das partes, razão pela qual ela pode acontecer em qualquer fase do procedimento e tipo de processo. Ex.: ocorre no bojo do processo de conhecimento, a qualquer momento, por força da redação do art. 139 do CPC, que privilegia a composição em detrimento de uma decisão imposta pelo pronunciamento do magistrado; pode também acontecer no processo de execução, já que ao juiz é possível, a qualquer tempo, convocar exequente e executado com base no art. 772, I; inclusive apenas para tentar uma composição; e, obrigatoriamente, deve ser designada nas ações de família, isso por força do disposto no art. 695. d) Una ou única (Lei nº 5.478/68 – Lei de alimentos): nas hipóteses das ações de família, entretanto, por expressa exclusão imposta pelo art. 693, parágrafo único, do CPC, não se incluem as ações de alimentos, cujo procedimento está previsto pela Lei nº 5.478/68. Nessa lei há previsão de audiência una ou única, que se presta para a apresentação de defesa, tentativa de conciliação, instrução, debates e julgamento. Configura-se, portanto, espécie diversa das anteriores, aglutinando todos os atos processuais num único momento do processo, em razão da urgência e da relevância das ações que tratam da prestação de obrigação de pagar alimentos. e) De interrogatório (art. 751):é a audiência que obrigatoriamente deve acontecer na ação de interdição, em que o art. 751, do CPC, determina que o juiz colha minuciosamente depoimento do interditando acerca de sua vida, negócios, bens, vontades, preferências, laços familiares e afetivos, e sobre o que mais lhe parecer necessário para convencimento quanto a sua capacidade para prática de atos na vida civil. 6. Como podemos agrupar os atos processuais praticados na audiência? R: Dinâmica da audiência: a) Atos de preparação:embora não faça parte propriamente da audiência, são atos sem os quais ela não seria possível, razão pela qual cabe aqui analisá-los. Para a ocorrência da audiência é necessária, quando do saneamento do feito, designar data e horário para a sua realização, bem como aquilatar o espaço de tempo necessário à produção da prova e ao julgamento da causa. Embora tal conduta possa parecer pouco importante, na verdade ela é essencial ao bom desenvolvimento dos trabalhos. b) Atos de instalação:no dia e hora designados o porteiro do auditório ou quem lhe faça às vezes, como o oficial de justiça de plantão ou o próprio escrevente de sala (não sendo a audiência realizada por videoconferência – o que ainda não foi implantado) fará o pregão, ou seja, anunciará a realização da audiência e anotará todos os que estão presentes, levando ao magistrado lista dos que ali se encontram. Presentes todos ou os que forem necessários para a prática do ato, seguindo o rito previsto no art. 358 do CPC, o juiz declarará aberta a audiência de instrução e julgamento e mandará apregoar as partes e os respectivos advogados, bem como outras pessoas que dela devam participar, convidando-os a adentrar na sala de audiências e tomarem assento à mesa. Estando todos acomodados, inclusive o ministério público e aqueles que têm interesse em assistir aos trabalhos (estagiários normalmente), deverá o magistrado dar cumprimento ao disposto no art. 359, do CPC, propondo novamente a conciliação entre as partes. Restando frutífera a conciliação será lavrado e homologado o acordo, pondo termo à audiência e na maioria das vezes pondo termo ao próprio processo. No caso contrário, o juiz dará por encerrada a tentativa de conciliação e passará a etapa seguinte, iniciando a atividade probatória. c) Atos de instrução:A produção das provas em audiência, já integrante dogrupo dos atos instrutórios, deve seguir, preferencialmente, a ordem prevista no art. 361, do CPC. Há uma sequência para manter a ordem: 1) serão ouvidos os peritos e os assistentes técnicos, que responderão aos quesitos de esclarecimento formulados pelas partes (inciso I), 2) serão colhidos os depoimentos pessoais do autor e do réu (II); 3) serão ouvidas as testemunhas arroladas pelo autor e depois arroladas pelo réu (III). Todavia, embora essa seja uma ordem preferencial prevista pela lei, poderá a produção da prova seguir outros critérios. d) Atos de julgamento:encerrada a instrução do feito, com a produção das provas já realizadas, passa-se ao momento dos debates ou alegações finais, que antecedem ao julgamento da causa, conforme as regras estabelecidas pelo art. 364 do CPC. Essas alegações finais das partes (prazo de 20 minutos para suas respectivas manifestações, podendo esse prazo ser prorrogado por mais 10 minutos para cada um – autor, réu e o representante do MP –, a critério do magistrado – a art. 364, caput), terceiros 1 O Capítulo se dedica só a essa espécie. intervenientes e do MP podem ser feitas em audiência, oralmente, ou por escrito, posteriormente, em prazo fixado pelo juiz, quando a causa apresentar grau maior de dificuldade. De qualquer forma, às alegações finais escritas, preparadas com antecedência e entregues na própria audiência ou ofertadas posteriormente, é atribuída à denominação de memoriais(prazo de 15 dias). Ver: Art. 364, § 2º. Encerrada a instrução e os debates, o juiz proferirá sentença, preferencialmente na própria audiência. Durante a realização das atividades o escrevente de sala, ou quem fizer as suas vezes, documentará os atos processuais realizados, na forma prescrita pelo art. 367 do CPC, em especial para fazer constar no tempo de audiência, de modo resumido, tudo o que ocorreu durante a prática dos atos e para fazer constar, na integra, despachos, decisões e sentença proferidas. 7. Em quais hipóteses a audiência poderá ser adiada? R: hipóteses de adiamento (art. 362); não é taxativa. - convenção das partes, quando autor e réu concordam. - ausência injustificada do juiz e do promotor (custos legis) – adiamento e comunicação à corregedoria. Nesse caso, arcará pessoalmente com as despesas decorrentes do adiamento e responderá administrativamente, se for o caso, perante a respectiva corregedoria. - ausência justificada do juiz, das partes ou dos seus advogados, do defensor público ou do promotor de justiça (como parte) – adiamento, desde que o impedimento seja comunicado antes da abertura da audiência. - ausência injustificada das partes, dos seus advogados, do defensor público ou do promotor de justiça (como parte) – possibilidade da dispensa da prova. - atraso superior a trinta minutos (justificado) – aguarda-se por prazo razoável o início da audiência. - atraso superior a trinta minutos (injustificado) – adia-se a audiência. - causas diversas que permitem o adiamento (caso fortuito e força maior). 8. Ausente o advogado da parte, o juiz está obrigado a dispensar a produção das provas que ela requereu? R:Não, pois ele “poderá” dispensar a produção de provas requeridas (Art. 362, § 2º). E essa dispensa não é obrigatória. LIVRO II DA PROVA JUDICIÁRIA Capítulo 10 - TEORIA GERAL DA PROVA 1. Defina prova judiciária. R: é o conjunto de meios que permite a confirmação, no bojo do processo, das alegações de fatos apresentadas pelas partes. A prova é importante para o desfecho do processo, para convencer o Estado- juiz da validade das proposições. Prova em sentido jurídico é a demonstração da verdade formal ou jurídica. A finalidade da prova não é a busca pela verdade, mas sim a comprovação das afirmações dos fatos trazidos pelas partes no processo. 2. Quem é o destinatário da prova? R: Destinatário: segundo o princípio da aquisição, o destinatário da prova não é qualquer dos sujeitos processuais, mas sim o próprio processo no qual a prova é produzida. - A finalidade da prova não é a busca da verdade, mas sim a comprovação das afirmações de fatos formuladas pelas partes no processo.2 3. Como se classificam as provas quanto ao seu objeto? R: 1) Diretas: se referem ao próprio fato (afirmação de fato) trazida pelo autor. Ex: testemunha que viu um acidente de carro.2) Indiretas: se referem a circunstâncias (indícios e presunções), isto é, quando o objeto da prova não recai sobre a própria afirmação de fato, mas sim sobre um aspecto diverso, a prova diz-se indireta. Ex.: testemunha que não viu o acidente de carro, mas depõe apenas para descrever o local. - Definição: o objeto da prova no processo são as questões de fato relevantes e específicas (precisas), e, por exceção, as questões legais, dessas excluídas as questões jurídicas. 2 Usar no doctor. - Quanto ao sujeito: 1) pessoal (afirmação pessoal consciente); 2) real (atestação inconsciente – coisa). - Quanto à forma: 1) testemunhal; 2) documental; 3) material (coisa que sirva de prova). - Quanto à preparação: 1) causais; 2) pré-constituídas. 4. Ponto e questão são expressões que representam uma mesma realidade? R: Não, pois apresentam significados distintos. Se refere ao pensamento de Carnelutti e de Scarance Fernandes. - Ponto: é o fundamento de uma determinada afirmação referente ao mérito, ao processo ou a ação. Essa afirmação pode ser feita por qualquer dos sujeitos da relação processual: juiz, autor ou réu. - Questão: é a controvérsia no processo, a dúvida sobre um ponto; ou seja, é o ponto que foi submetido a uma controvérsia. Obs.: Assim, tanto o ponto, quanto a questão, exigem a produção de prova num processo. Portanto, o objeto da prova no processo são as questões de fato, agora com correta indicação no art. 357, II do CPC, já que o seu antecessor apresentava uma redação falha e que gerava confusão na medida em que se utilizava da expressão “pontos controvertidos”, quando um ponto nunca pode ser controvertido sob a pena de transmudar-se, em estrito rigor técnico, numa questão. 5. O que caracteriza uma questão como sendo questão de fato ou de direito? R:-Questão de fato: controvérsia relativa a fatos. - Questão de direito: controvérsia relativa a direito. Se subdivide em: 1) questões jurídicas: que dizem respeito a problemas ligados ao teor e a vigência de uma determinada norma, 2) questões legais: dizem respeito à interpretação e aplicação da norma (princípio ou regra). Obs.: não é pacífico a distinção atribuída a questão de fato e de direito, pois, em rigor técnico, não é possível separar totalmente o fato do direito. Assim, a classificação de uma questão como sendo de fato ou de direito implica em formular juízo axiológico, observando qual é o fato preponderante que deverá ser objeto da decisão. 6. Como se classificam as questões de direito? Todas elas dispensam a produção de prova a seu respeito? R: 1) Questões jurídicas:são aquelas que nas quais o magistrado se limita a desenvolver um raciocínio lógico-jurídico no momento da sua decisão, o que não requer produção de prova alguma ao seu respeito; daí a razão pela qual, quanto à aplicação ou interpretação da lei ou do sistema jurídico, o entendimento corrente é no sentido de que as questões jurídicas dispensam a produção de prova; 2) Questões legais: a parte deverá comprovar o teor ou a vigência do direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário, desde que assim o determine o magistrado3 (art. 376). 7. Quais as questões de fato que devem provadas no processo? R: Primeiramente, é preciso salientar que o objeto da prova são os fatos – são eles que precisam ser demonstrados no processo, já que representam situações constitutivas (ou impeditivas) dos direitos afirmados pelo autor ou pelo réu. Para a doutrina clássica não são todos os fatos que devem ser provocados, mas apenas os relevantes, pertinentes4, controversose precisos, aos quais podem ser acrescentadas as hipóteses previstas no art. 374, do CPC. Não há necessidade de mencionar que a existência de controvérsia e de pertinência, bastando dizer que são objeto da prova às questões relevantes e precisas. Isso porque no termo questão está ínsita a ideia de controvérsia (caso contrário seria apenas um ponto) e porque uma questão impertinente não tem relevância alguma para o julgamento da causa. Consideram-se pertinentes todas às questões que podem influenciar no julgamento da causa. Ver:Art. 370 – determina quais são as provas necessárias à instrução do processo. 8. O que são fatos notórios5? R: é aquele que é conhecido por um determinado grupo ou categoria de pessoas, num determinado momento e local (ou seja, com relação a um lugar ou a um círculo social ou profissional), situação que faz com que não se instaure controvérsia a seu respeito. Ou seja, é aquele fato de conhecimento generalizado que é relevante para a solução da demanda. Ex.: datas históricas, fatos heroicos, situações geográficas, atos de gestão política etc. Outro exemplo: não há necessidade de produzir prova sobre a época do ano em 3 Lembrando que o magistrado é obrigado a conhecer a legislação nacional, exceto municipal, estadual, estrangeira ou consuetudinária. 4 Fatos pertinentes são os que têm relação direta ou indireta com a causa. 5 Fato notório está previsto no art. 374, I do CPC. que se realiza a colheita da cana numa determinada região, fato notório para os habitantes das cidades que convivem com a fuligem decorrente das queimadas há várias décadas. 9. Quais são as circunstâncias que caracterizam um fato como notório? R: Circunstâncias que são necessárias ao reconhecimento de um fato como notório: a) Ele deve ser conhecido por um grupo mais ou menos identificado de pessoas (ex.: moradores de uma região, integrantes de uma categoria profissional ou frequentadores habituais de um determinado local); b) Ele deve se referir a um momento certo (data ou período determinado); c) Ele deve ter uma delimitação espacial, isto é, seu conhecimento se estende por um território mais ou menos preciso ou passível de precisão. 10. O que são indícios6? R: São os fatos comprovados e diversos da afirmação de fatos que se pretende demonstrar no processo, que em razão da estreita ligação que têm com aquilo deve ser provado, acabam por servir de base a uma dedução lógica da existência dos fatos que deveriam ser diretamente demonstrados. Ou seja, são os sinais, vestígios ou circunstâncias que, isoladamente, são insuficientes para demonstrar a verdade de uma alegação. 11. O que é presunção? R: é uma operação mental, um raciocínio lógico-dedutivo que, partindo de um fato conhecido e provado, conclui pela comprovação de uma afirmação de direito que não foi diretamente demonstrada. Ou seja, diferente dos indícios, as presunções não são propriamente fatos provados ou mesmo as afirmações de fatos que se pretendem comprovar, mas sim um raciocínio lógico que se desenvolve, partindo dos fatos conhecidos e provados para chegar a um fato não provado. Em outras palavras, a presunção constitui raciocínios, deduções e não propriamente meio de prova. - Aqui, como nos fatos notórios, o ponto suscitado também não se transmuda em questão, na medida em que deixa de existir qualquer tipo de controvérsia que possa ser debelada mediante a produção de prova. 12. Como se classificam as presunções? R: Classificação das presunções: - Quanto à origem: a) comuns ou do homem (hominis), quando são oriundas de raciocínio lógico-dedutivo realizado pelo magistrado; b) legais (juris), quando decorrem da própria lei (art. 344, do CPC – presunção de veracidade dos fatos articulados na inicial no caso de revelia. - Quanto à eficácia: a) absolutas (juris et de jure), quando não admitem prova em contrário; e b) relativas (jure tantum), quando admitem prova em contrário. -Elementos(é preciso três elementos para que a “presunção” se caracterize): a) a existência de um fato conhecido e comprovado; b) a existência de uma afirmação de direito que se pretende demonstrar; e, c) uma relação de causa e efeito entre o fato conhecido e a afirmação de direito, que induza a convicção de que a afirmação de direito está demonstrada; relação esta que pode se dar ope legis. 13. O que são as máximas de experiência? R: são os conhecimentos privados do juiz, que ele aplica para reconhecer aquilo que normalmente acontece (id quod plerumqueaccidit), isso quando há necessidade de tal operação, seja na produção, seja interpretação da prova. Isto é, trata-se de um valioso instrumento que o magistrado tem para conduzir a realização e a interpretação da prova que foi produzida. Ver: Art. 375 – permite ao magistrado aplicar regras de experiência técnica oriundas do exercício da sua atividade, ao que a doutrina denomina de “máximas de experiência”. 14. Em regra, a quem incumbe o ônus da prova? R: O ônus da prova é uma regra de fechamento do sistema que só tem real importância quando a prova não é produzida ou é deficiente. O ônus da prova, como regra geral, incumbe a quem formulou a alegação do fato (art. 373, I e II), mas essa regra pode ser alterada por expressa disposição legal (§1º, ab initio), por força de decisão judicial (§1º, in fine) ou mesmo por convenção das partes (§3º). Isto é, cabe ao autor 6 É uma prova indireta, já que não recai diretamente sobre o fato (afirmação de direito) que se pretende demonstrar. provar os fatos constitutivos do seu pedido (art. 373, I) e ao réu provar os fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do pedido do autor. 15. Em quais hipóteses deve o juiz alterar a regra geral de distribuição do ônus da prova? R: A alteração das regras de distribuição do ônus da prova deve constar de forma expressa e fundamentada na decisão de saneamento e organização do processo (art. 357, III). Dessa decisão cabe agravo de instrumento (art. 1015, XI). - Hipótese que exigem do magistrado a alteração das regras do ônus da prova: a) impossibilidade de produção da prova, b) excessiva dificuldade de cumprir o encargo e c) maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário. - Negativa absoluta ou indeterminada x negativa relativa ou determinada. 16. Quais são os sistemas de valoração da prova? R:Sistemas: a) da prova legal (ou prova tarifada): o magistrado está vinculado ao valor que a lei atribui à prova, isto é, “cada prova tem um valor inalterável e constante, previamente estabelecido pela lei, não sendo lícito ao juiz valorar cada prova segundo critérios pessoais e subjetivos de conhecimento, de modo diverso daquele que lhe tenha sido determinado pela lei”; b) livre convicção: o magistrado tem a liberdade mínima para valorar a prova, já que a própria lei se incumbe de fazer essa valoração de forma prévia e genérica, é o sistema da livre convicção. Nele o juiz tem a liberdade ampla de decidir como quiser, mesmo que o faça contra a prova produzida nos autos. Não há qualquer hierarquia entre os meios de prova, centrando-se o sistema na convicção do magistrado, independente de onde ela provém. Aqui, a fundamentação da decisão judicial não é necessária. Obs.: é contrário ao sistema da prova legal; c) persuasão racional (livre convicção motivada): em que o magistrado pode decidir de acordo com a sua convicção, mas deve motivar a sua decisão com base nas provas que foram produzidas e que o levaram a decidir de uma ou de outra maneira. - Nossa lei adota como regra o sistema da persuasão racional, havendo inúmeras exceções oriundas de normas específicas e que limitam essa liberdade de valoração, próxima ao sistema da prova legal. Ex.: o documento público tem maior grau de credibilidade do que os particulares, art. 407 do CPC. 17. O que são provas atípicas? R:Provas atípicas (Art. 369) – são aquelas que, embora moralmente legítimas,não estão disciplinadas em capítulo próprio do CPC. Isto é, quando o código não trata de determinada forma de prova em capítulo próprio, então se diz que a prova é atípica. Ex.: presunções, fatos notórios, máximas de experiência, bem como prova emprestada, prevista no Art. 372 do CPC. Obs.: Teoria geral da prova: Art. 369 até 380. Provas típicas: Art. 384 (ata notarial); Art. 385 até 388 (depoimento pessoal); Art. 389 até 395 (confissão); Art. 405 até 438 (prova documental); Art. 439 até 441 (documento eletrônico); Art. 442 até 463 (prova testemunhal); Art. 464 até 480 (prova pericial); Art. 481 até 484 (inspeção judicial). 18. O que é prova emprestada? R:Prova emprestada: qualquer dos meios de prova que, produzida em outro feito, é de alguma forma trazida ao processo para nele servir como prova. Admitida a prova emprestada, sua valoração no processo de origem não vincula ou delimita a valoração no processo em que será utilizada. Ex.: testemunha já inquirida em processo anterior, que não tenha como ser inquirida novamente em virtude de seu falecimento. Capítulo 11 - MEDIDAS ASSECURATÓRIAS DA PROVA 1 – Quais medidas visam prestar, tanto no aspecto do conteúdo, quanto no aspecto formal, segurança à prova? São as medidas assecuratórias da prova que visam dar segurança à prova, tendo ela, ou não natureza cautelar. O Novo CPC divide em: a) produção antecipada da prova (art. 381 a 383), que visa assegurar a prova mediante a antecipação do momento propício para a sua produção; b) o arrolamento de bens (art. 381, §1º) que visa assegurar a prova relacionando e individualizando bens; c) a justificação (art. 381, §5º), que tem a finalidade de assegurar a prova mediante a sua produção sem caráter contencioso; d) a exibição de documento ou coisa (art. 396 a 404), que assegura a prova pondo a parte em contato com a pessoa, coisa ou livro comercial; e, e) a arguição de falsidade (art. 430 e 433), em que a segurança diz respeito ao exato conteúdo da prova. 2 – A antecipação da prova possui natureza cautelar? Não, possui natureza jurídica de tutela de acertamento (conhecimento), sendo, portanto, uma ação de conhecimento, de natureza declaratória, porque a sentença declara que a produção antecipada se realizou em consonância com o procedimento previsto para sua realização, o que se limita, em última análise, a certificar a legalidade da prova produzida de forma antecipada. É cabível nas hipóteses previstas no art. 381, do CPC. Visa antecipar o momento adequado da produção de prova. 3 – Quais são os requisitos necessários para a antecipação da prova fundada no art. 381, I, do CPC? São dois requisitos: a) existência de fundado receio em a lei qualifica o receio como fundado, demonstrando com isso que não é qualquer tipo de receio que autoriza a medida; e, b) possibilidade de produção de prova se tornar impossível ou muito dificultosa, referindo-se a inúmeras situações que de fato fazem com que a produção de prova possa perecer. 4 – Cabe reconvenção na ação de produção antecipada da prova? Não cabe reconvenção, podendo apenas agir na forma determinada pelo §3º, pleiteando a produção de outras provas que não acarretem excessiva demora no processo. Não será possível só réu oferecer reconvenção somente a contestação da produção antecipada de prova. Isto pois, a demanda de antecipação da prova tem caráter dúplice, isto é, pode ou não antecipar o momento da prova. Esta duplicidade está ligada ao caráter bilateral da prova, na medida em que, afirmando um fato, ambas as partes teriam interesse em fornecer prova quer da sua existência, quer da sua inexistência. Por essas razões e por conta do princípio da aquisição da prova, aliás, uma vez proposta a demanda não poderá o autor desistir da ação, mesmo com anuência do réu. 5 – Qual a finalidade da ação de arrolamento de bens? Trata-se de uma ação de conhecimento, de natureza declaratória, que tem por finalidade relacionar e individualizar bens, visando assegurar prova da sua existência e situação de fato (art. 381, §1º). Limita-se a concessão de uma tutela que visa a segurança quanto à prova, não adentrando na seara da segurança quanto a bens. Apenas dois tipos de prova podem ser objeto de arrolamento de bens: a requisição de documentos em que constem os bens cujo arrolamento se pleitea e a não prática de atos de apreensão. 6 – Qual é a natureza jurídica da justificação? É o procedimento especial de jurisdição voluntária que visa constituir prova. O art. 381, §5º, do CPC, prevê a possibilidade da parte se utilizar de procedimento destinado a aferir a existência de algum fato ou de relação jurídica, sem caráter contencioso, que exporá, em petição circunstanciada, a sua intenção e se denomina justificação. A justificação não tem natureza cautelar, pois não objetiva garantir a eficácia ou sutilidade de um processo principal diante de situação de urgência. Logo, pode-se classificar como procedimento especial de jurisdição voluntária que visa constituir a prova. 7 – Como classificar a natureza jurídica da exibição? São 4 espécies de exibição, que apresentam naturezas jurídicas diversas: a) A exibição pleiteada como medida cautelar antecedente apresenta natureza de ação de conhecimento satisfativa autônoma; b) A exibição incidental (art. 396) pleiteada contra a parte apresenta a natureza de incidente processual; c) A exibição incidental contra terceiro é ação satisfativa autônoma de procedimento especial de jurisdição contenciosa; d) A exibição pleiteada de forma principal é ação que segue o rito comum. 8 – Qual é o objeto da exibição judicial? Em qualquer das modalidades o que se pretende é apenas permitir o contato com documento ou coisa (móvel ou imóvel), não sendo possível o contato com pessoa, o que fica patente que implicaria em desrespeito ao direito à intimidade. 9 – Cabe condenação ao pagamento de honorários na exibição contra terceiro? As ações cautelares de exibição de documento, por possuírem natureza de ação e não de incidente processual, nos termos do art. 844, do CPC, ensejam, na hipótese de sua procedência, a condenação da parte vencida ao pagamento dos honorários sucumbenciais, tendo em vista a aplicação do Princípio da Causalidade. Encerrando a instrução e prolatada a sentença, haverá condenação ao pagamento de custas decorrentes da sucumbência já que se trata de ação, mas o recurso cabível dessa decisão é o de agravo, por força de expressa previsão legal constante no art. 1015, VI, do CPC. 10 – Diante do conteúdo dos art. 400, parágrafo único, e 403, parágrafo único, do CPC, as modalidades de exibição podem ser reconhecidas como medidas de natureza cominatória? A Súmula 372 do STJ continua tendo aplicação? Sim, com a nova redação do art. 400, parágrafo único e art. 403, parágrafo único, do CPC 2015, a súmula 372, do STJ, foi superada. Com isso, volta-se às várias modalidades de exibição a apresentar o perfil que sempre tiveram: medidas de natureza cominatória. Com isso, o juiz fica permitido a fixar multa cominatória quando a parte, de maneira não justificada, deixar de exibir documento ou a coisa. 11 – Qual é a natureza jurídica da arguição da falsidade de documento? Por exceção à regra geral e mediante requerimento expresso de quem argui a falsidade, na forma determinada pelo art. 430. Logo, a natureza jurídica é de incidente processual, isso quando a falsidade é resolvida como questão incidente; e, por exceção apresenta a natureza jurídica de ação incidente quando a falsidade é resolvida, por expresso requerimento do autor, como questão principal. 12 – A realização da prova pericial é obrigatória na arguição de falsidade? Sim. Como a prova pericial é essencial à solução da controvérsia, entendemos que a realização da prova é obrigatória, na maioria das vezes caracterizando prova científica e reduzindo a liberdade de decisão judicial, bem como o tempo verbal imperativo (será) no art. 432, do CPC. Por consequente, nãose aplicam os efeitos da revelia na arguição de falsidade como questão principal. Capítulo 12 - MEIOS DE PROVA PREDOMINANTEMENTE ESCRITOS 1 – Há diferença entre contrato e instrumento? Sim. Afinal, o contrato é uma declaração bilateral de vontades que pode ou não se tornar um instrumento. Já o instrumento é aquele documento que se destina a servir de prova no futuro. 2 – Quais as características que tornam algum objeto um documento? São três: a) representação escrita ou não; b) representação de fato pretérito ou de declaração; e, c) o caráter relativamente duradouro do objeto. 3 – Defina documento. Documento é toda representação de fato pretérito ou de declaração, gravada em meio relativamente duradouro, que por si só permite ao agente conhecer do seu conteúdo. 4 – O que são documentos: a) Públicos ou Particulares (quanto à natureza) – documentos públicos são aqueles elaborados por um agente público no exercício das suas funções (exemplo: escritura de compre e venda, certidão de objeto e é de um determinado processo judicial); enquanto os documentos particulares são todos os demais, já que são elaborados sem a intervenção de um agente público (art. 407, do CPC); b) Originais ou Não originais (quanto à forma de produção) – caso seja produzido por qualquer meio de forma inicial, então estaremos diante de um documento original. Por outro lado, se o documento reproduz algo anteriormente já existente, então teremos uma cópia (documento não original); c) Autógrafos ou Heterógrafos (quanto à origem) – o autógrafo é o produzido pelo próprio autor por confissão ou declaração, quem deu causa a sua elaboração, não importando quem o criou fisicamente (Exemplo: o autor da escritura pública de confissão de dívida é o próprio devedor, não o funcionário do cartório que a lavra). Já o heterógrafo é o documento produzido por terceiro com relação a quem não é seu destinatário, são documentos em que o signatário afirma a ocorrência de fato ou ato não relativo a si próprio, mas a terceiro (Exemplo: alguém declara que um terceiro, na sua presença, confessou ter agido com culpa em acidente de trânsito); d) Narrativos ou Dispositivos (quanto ao conteúdo) – narrativos quando apenas narra determinados fatos, sem preocupação quanto aos efeitos desta declaração; e, os dispositivos quando tem por finalidade a produção, modificação ou alteração de uma relação jurídica de direito material (Exemplo: a escritura em que alguém declara ter presenciado a confissão de culpa de uma das partes é um documento narrativo, enquanto a escritura de confissão de dívida é um documento dispositivo.); e) Pré-constituídos, Causais ou Mistos (quanto à finalidade) – Segundo João B. Lopes, o primeiro é elaborado com a intenção deliberada de fazer no futuro, enquanto o segundo nasce sem tal propósito. Pré-constituídos: são elaborados visando fazer prova no futuro (Exemplo: escritura de compra e venda). Causais: nascem sem propósito de fazer prova no futuro, isto é casualmente (Exemplo: carta, bilhetes). Mistos: quando o documento é pré-constituído para uma das partes e causal para a outra, reunindo as características das duas espécies opostas (Exemplo: uma gravação de conversa feita por um dos interlocutores, sem que o outro tenha ciência da gravação) ; e, f) Solenes ou Não solenes – solenes são aqueles que para produzirem os efeitos que devem emanar precisam seguir uma forma especial prevista em lei (Exemplo: certidão de matrícula para comprovar a propriedade do bem imóvel – art. 406), enquanto os documentos não solenes possuem forma livre (quando a lei não exige uma forma especial). 5 – Qual o momento oportuno para juntar documentos aos autos? É a fase postulatória, isso porque o art. 434, do CPC, dispõe que através da petição inicial caberá à contraponto a contestação com documentos, passíveis de comprovar os fatos, cabendo ao autor fixar os documentos nos autos na inicial e ao réu deverá fazer no momento da contestação. Há duas exceções: a) documentos novos (art. 435, do CPC); - Documentos novos que são produzidos ou que são obtidos após protocolada a inicial ou a contestação. A produção ou obtenção do documento é posterior. (Exemplo: quando o documento é solicitado em repartição pública e ficará pronto após o prazo final da contestação fato é anterior a inicial e ou da resposta). - Documentos novos em que os fatos ou atos representados acontecem após a distribuição da inicial ou oferecimento da resposta (Exemplo: uma confissão de dívida de um dos corréus, formulada após a propositura da ação). b) documentos que não são acessíveis às partes (art. 438, do CPC). - Ocorre quando os documentos não podem ser obtidos diretamente pelas partes, sendo necessária a determinação judicial para que sua cópia venha ser juntada. 6 – Sendo os documentos juntados depois da inicial ou da contestação, como deve proceder o juiz? Segundo o art. 437, §1º, do CPC, para que haja a réplica sem prejudicar a celeridade processual. Segundo a posição majoritária da doutrina, mantendo entendimento do antigo sistema processual, cabe ao magistrado sopesar se, no caso concreto, há na juntada posterior “espírito de ocultação premeditada” ou o propósito de surpreender o juízo, caso em que deverá o magistrado denegá-la. Não havendo essa constatação de má-fé, deverá o juiz admiti-la. Na visão do doutrinador Olavo de Oliveira Neto, no entanto, o atual diploma processual perdeu a chance de tornar mais rígida a admissão dessa espécie de juntada de documentos. Para ele, não se tratando das exceções legais expressas, a saber, documentos novos ou não disponíveis às partes – deverá o magistrado admiti-la fora da petição inicial pela preclusão. 7 – O que são documentos novos? São documentos produzidos ou obtidos após protocolada a inicial ou a contestação ou documentos referentes a fatos acontecidos depois da distribuição da inicial ou do oferecimento da resposta. São aqueles documentos que não são acessíveis às partes, só podendo vir aos autos por determinação judicial. 8 – O que é ata notarial? É o instrumento público lavrado por notário, representativo da existência ou do modo de ser de determinado fato, que tem por escopo garantir sua comprovação em eventual processo judicial (art. 384). 9 – Para que possa ser lavrada uma ata notarial é imprescindível que o fato descrito seja controvertido e relevante? Diferentemente de projetos anteriores em que havia menção de que o fato descrito deveria ser considerado controvertido e que deveria apresentar relevância para a situação jurídica de alguém, o diploma atual entende que não há essa necessidade. Isso se dá pelo fato de que para que haja controvérsia no sentido técnico é necessária uma proposta e uma resposta à ação, do mesmo modo a relevância também pode depender de uma ação. No entanto, com a alteração da redação de projetos anteriores, mesmo com a inexistência de fato controvertido e relevante não impede que o tabelião lavre o documento. Isso porque, tomar a ideia de controvérsia em sentido técnico faria com que a ata só pudesse ser lavrada depois de proposta e respondida a ação. Sendo assim, mesmo que aparentemente incontroverso e irrelevante o fato descrito, não há como impedir a parte interessada de salvaguardar seus interesses, lavrando a ata notarial. 10 – Qual o principal traço distintivo entre a ata notarial e a escritura pública? A escritura pública é um documento que contém a manifestação da vontade das partes interessadas, autorizando a lei que se acresçam elementos acidentais como condição, termo e encargo. Ao elaborar a escritura, o notário apenas reproduz o que lhe informam sem verificar se o fato é verdadeiro. Todavia, a ata notarial é a narração de fatos dos quais o tabelião presenciou e os transcreveu para um documento com fé e conteúdo probatório de uma escritura pública, o que lhe confere o status de testemunha extrajudicial. 11 – O documento eletrônico é um novo meio de prova? Porseu turno, embora o art. 440 trate o valor probante do documento eletrônico e o art. 441 trate da admissibilidade deste tipo de documento, o que consta dos preceitos não inova o que existe acerca do valor probante e da admissibilidade dos demais tipos de documentos. Segundo João Batista Lopes, o documento eletrônico não representa um novo meio de prova, mas apenas uma espécie de documento com suas peculiaridades. Capítulo 13 - MEIOS DE PROVA PREDOMINANTEMENTE ORAIS 1 – A confissão pode ser classificada como meio de prova? A confissão não é propriamente um meio de prova, mas uma conduta praticada pela parte que confessa, admitindo algo como verdadeiro. Se for aceita essa admissão, portanto, não há necessidade de que sejam produzidas outras provas a respeito da afirmação do fato objeto de confissão, uma vez que essa afirmação se torna incontroversa. O que é meio de prova é o depoimento pessoal, em que se objetiva a produção da confissão. 2 – Como se classificam os elementos objetivos da confissão? São 4 os elementos objetivos da confissão: a) Fato próprio e pessoal do confitente – pois em caso contrário, o que o confitente estaria a fazer não caracterizaria uma confissão, mas sim um testemunho com relação à terceiro. b) Desfavorável ao confitente – o fato confessado deve ser contrário ao interesse de quem confessa e favorável ao interesse do seu adversário. c) Fato suscetível e renúncia – por imposição expressa do art. 392, do CPC, não se admite a confissão de fatos relativos a direitos indisponíveis. Quer-se dizer, se o direito é indisponível, então a confissão a seu respeito não pode produzir os efeitos que impliquem, por via transversa, sua disponibilidade. d) Natureza que não reclame fora especial – se um determinado fato exige como substância para sua validade forma prescrita por lei (forma ad solemnitatem), então sua confissão não supre a falta da forma exigida. 3 – Em que consiste o animus confitendi? É o elemento intencional, segundo o qual quem confessa tem que ter a intenção de fazê-lo, sob pena de invalidade do ato. O confitente, com ânimo de obrigar-se, reconhece como verdadeiros os fatos alegados pela parte contrária como fundamentais da ação ou da defesa. 4 – Quais são as espécies de confissão? QUANTO À ORIGEM - local onde é produzida. JUDICIAL - é a que se realiza no bojo de um processo em andamento. • ESPONTÂNEA – aquela que se realiza independentemente de qualquer provocação por parte do juízo. Pode ser efetivada pela parte ou por representante com poderes especiais. • PROVOCADA – aquela que acontece num depoimento pessoal. Cabe somente à parte. • EXPRESSA – quando feita de forma categórica, não deixando lugar à dúvida quanto à intenção do confitente. • TÁCITA OU PRESUMIDA (ficta) – qualquer conduta que acarrete presunção relativa de um fato. Resulta da taciturnidade da parte quando provocada a falar. Geralmente resulta da recusa da parte em prestar depoimento. EXTRAJUDICIAL - é a formulada fora do processo, podendo ser feita na forma escrita ou na forma oral. Sendo escrita a confissão seguirá, quanto à sua formação, as regras relativas à prova documental e, sendo oral, somente terá validade quando a lei não exigir prova literal. QUANTO AOS EFEITOS SIMPLES – o confitente reconhece, singelamente, as afirmações de fatos que são desfavoráveis ao seu interesse e favoráveis ao interesse da parte contrária. Ex: quando o réu reconhece que, por distração, ultrapassou o farol vermelho e abalroou o veículo do autor, que trafegava na sua correta mão de direção e com o devido respeito às normas relativas à condução de veículos automotores de via terrestre. QUALIFICADA – o confitente também reconhece como verdadeiras as afirmações de fatos articuladas pela parte contrária, mas atribui aos fatos uma roupagem jurídica diversa daquela que lhe atribui a parte contrária. O ônus da prova passa a ser do confitente. Ex: quando numa ação de cobrança o réu reconhece que o autor depositou determinado valor na sua conta bancária, mas nega que esse valor tenha sido depositado, como afirma o autor, a título de empréstimo, sustentando que o depósito se deu a título de doação. COMPLEXA – a parte confessa fatos alegados pelo adversário, mas afirma outros que impedem ou destroem os efeitos do fato reconhecido. Ex: o réu reconhece que tomou dinheiro emprestado do autor, mas acrescenta que já pagou. QUANTO À ORIGEM Local onde é produzida JUDICIAL É a que se realiza no bojo de um processo em andamento. ESPONTÂNEA – aquela que se realiza independentemente de qualquer provocação por parte do juízo. Pode ser efetivada pela parte ou por representante com poderes especiais. PROVOCADA – aquela que acontece num depoimento pessoal. Cabe somente à parte. EXPRESSA – quando feita de forma categórica, não deixando lugar à dúvida quanto à intenção do confitente. TÁCITA OU PRESUMIDA (ficta) – qualquer conduta que acarrete presunção relativa de um fato. Resulta da taciturnidade da parte quando provocada a falar. Geralmente resulta da recusa da parte em prestar depoimento. EXTRAJUDICIAL É a formulada fora do processo, podendo ser feita na forma escrita ou na forma oral. QUANTO AOS EFEITOS SIMPLES – o confitente reconhece, singelamente, as afirmações de fatos que são desfavoráveis ao seu interesse e favoráveis ao interesse da parte contrária. QUALIFICADA – o confitente também reconhece como verdadeiras as afirmações de fatos articuladas pela parte contrária, mas atribui aos fatos uma roupagem jurídica diversa daquela que lhe atribui a parte contrária. O ônus da prova passa a ser do confitente. COMPLEXA – a parte confessa fatos alegados pelo adversário, mas afirma outros que impedem ou destroem os efeitos do fato reconhecido. 5 – Pode o confitente retratar-se da confissão? Não, a confissão é irrevogável por que, uma vez que se dá a confissão, seja qual for a sua modalidade, não mais poderá o confitente retratar-se daquilo que confessou. 6 – Defina depoimento pessoal. Depoimento pessoal é o meio de prova pelo qual uma parte pretende obter, pelo depoimento da parte contrária, a confissão acerca de uma ou mais afirmações feitas no processo. 7 – Porque é possível sustentar que o juiz pode indeferir o depoimento pessoal sob o argumento de que este meio de prova é inconstitucional? Nosso Sistema Constitucional impede que a colheita de prova se dê de forma ilícita, o que abarca a sua obtenção mediante coação física, moral ou qualquer outro meio sub-reptício, que leve a parte a declarar algo somente porque se sentiu forçada a fazê-lo ou porque foi induzida a falar o que não queria. Significa dizer que ninguém pode ser obrigado ou induzido a dizer algo que venha a lhe causar prejuízo. O direito a não produzir prova contra si mesmo é decorrência necessária do princípio da proibição da prova ilícita que é considerado direito fundamental. A manutenção no sistema do depoimento pessoal como meio de prova com a finalidade, ainda que eventual, de induzir a parte a confessar total ou parcialmente fatos do processo ofende a Constituição. 8 – A pessoa física pode prestar depoimento por meio de terceiro com poderes especiais? Art. 387, CPC - A parte responderá pessoalmente sobre os fatos articulados, não podendo servir-se de escritos anteriormente preparados, permitindo-lhe o juiz, todavia, a consulta a notas breves, desde que objetivem completar esclarecimentos. Existem duas correntes a respeito do tema: A corrente majoritária sustenta que o depoimento pessoal é personalíssimo e, por isso, não pode ser realizado por terceiro, mesmo que tenha procuração com poderes específicos para tal finalidade, isso com base na utilização da palavra pessoalmente presente no artigo supracitado. A segunda corrente defende que o depoimento pessoal da pessoa jurídica pode ser feito por preposto que conheça dos fatos da causa, então nada impede que o depoimentoda pessoa física também possa ser feito por um terceiro que tenha conhecimento dos fatos. Sustentar que se trata de ato personalíssimo implicaria vedar o depoimento da pessoa jurídica, que não pode nessa hipótese receber tratamento diverso da pessoa física, sob pena de ofensa ao princípio da isonomia. Ademais, se fosse personalíssimo, o depoimento pessoal também não poderia acontecer por precatória ou por meio de qualquer recurso tecnológico, como expressamente autoriza o art. 385, § 3°, do CPC. 9 – Em que consiste o interrogatório livre? Trata-se da colheita do depoimento da parte em qualquer fase do procedimento, com a finalidade da obtenção de esclarecimento sobre os fatos da causa, vedada a aplicação da pena de confesso. Disciplinado no art. 139, VIII, do CPC. 10 – Aponte três diferenças entre o interrogatório livre e o depoimento pessoal? Distinções entre interrogatório livre e depoimento pessoal: INTERROGATÓRIO DEPOIMENTO PESSOAL De ofício Requerimento da parte Finalidade – esclarecer Finalidade – obter confissão Qualquer estado do processo Na audiência de instrução Intima-se o defensor sem advertência Intimação pessoal com advertência Não há confissão ficta Há confissão ficta 11 – A pessoa jurídica pode ser testemunha? A testemunha deve ser natural, já que a pessoa jurídica não pode se manifestar a não ser por intermédio de pessoa física que a represente. Portanto, quem prestará o testemunho será a pessoa natural que depõe e não a pessoa jurídica, que quando presta depoimento pessoal o faz necessariamente por intermédio de pessoa natural. 12 – Interprete o art. 444 do CPC. Trata da admissão da produção de prova testemunhal na hipótese da falta de prova escrita de uma obrigação, quando a lei exige obediência a essa forma específica para a validade e para a comprovação do ato jurídico. Segundo o artigo em questão, a existência de começo de prova escrita permite que a ela se acrescente o depoimento das testemunhas, isso para que conjuntamente ambos os meios demonstrem o fato que se pretende demonstrar. O princípio de prova escrita, portanto, nos casos em que essa forma é essencial, representa uma condicionante para a produção da prova testemunhal. 13 – Como deve agir o magistrado quando é arrolado como testemunha em processo que preside? Prevê o art. 452, do CPC, que deverá o juiz declarar-se impedido se realmente tem conhecimento dos fatos ou simplesmente mandar excluir o seu nome do rol quando nada souber sobre eles. A situação é rara e normalmente acontece com o único intuito de impedir o juiz de continuar a presidir o feito. 14 – Em que consiste a prerrogativa de função? Consiste numa prerrogativa que a lei confere a determinadas autoridades para que não tenham que se deslocar atá a sede do juízo para prestar depoimento. As pessoas estão nos incisos do art. 454, do CPC, essa relação de pessoas constante do texto legal não é taxativa, sendo que em legislações especiais há várias outras autoridades que também gozam dessa prerrogativa, embora em algumas situações de maneira limitada. 15 – Qual o máximo de testemunhas que podem ser ouvidas num processo? A lista de testemunhas pode indicar um total de até 10 (dez) testemunhas, sendo 03 (três), no máximo, para a prova de cada fato (art. 357, §6°). Mesmo assim, percebendo o magistrado que o número de testemunhas é excessivo, levando em conta a complexidade da causa e dos fatos individualmente considerados, deverá limitar o número de pessoas que serão ouvidas em juízo (art. 357, §7°), o que também poderá se dar na audiência de instrução, depois de ter ouvido algumas das testemunhas arroladas. 16 – Qual o prazo para juntada aos autos do rol de testemunhas? De acordo com o art. 357, §§ 4° e 5°, do CPC, como regra geral, as partes terão um prazo comum fixado pelo juiz para protocolar a petição com o rol de testemunhas, prazo esse que não poderá exceder 15 (quinze) dias. Trata- se de um prazo judicial, fixado pelo magistrado, que pode ser menor do que o máximo previsto pela lei, sendo que o termo inicial da sua contagem se dará a partir da intimação feita às partes da decisão de saneamento do feito. Como exceção, as partes terão que apresentar o rol de testemunhas já em audiência, se esta for designada na forma do § 3° do mencionado artigo. 17 – A quem incumbe a intimação da testemunha? O art. 455, caput, do CPC, atribui o dever de proceder à intimação, por primeiro, a própria parte que arrolou a testemunha. Com isso, quem inicialmente tem a incumbência de intimar a testemunha é o advogado da parte que a arrolou para prestar depoimento, ficando com isso dispensada a intimação judicial. Embora a intimação da testemunha seja ônus da parte, o art. 455, § 4°, do CPC, prevê situações nas quais caberá ao juízo proceder à intimação. I - Quando a intimação tentada pelo advogado resta frustrada, como nos casos em que a testemunha se oculta para não ser intimada; III – Quando a testemunha é militar ou funcionário público, já que nesse caso o seu comparecimento deve ser requisitado; IV – Quando a testemunha for arrolada pelo Ministério Público ou Defensoria Pública; V – Quando a testemunha gozar de prerrogativa de função. II – Como regra de fechamento das hipóteses, quando a parte demonstra ao juízo que a intimação feita pelo órgão jurisdicional é necessária. 18 – Há distinção entre informar e intimar a testemunha? Em ambas a inação da parte implica preclusão. A diferença entre as duas condutas esta ligada a possibilidade do juiz, ausente a testemunha regularmente intimada, determinar a sua condução coercitiva, bem como a responsabilidade da testemunha de responder pelas despesas decorrentes do adiamento do ato, nos termos do que está disposto no art. 455, § 5°, do CPC. Quando o advogado apenas informa a testemunha ele abre mão da possibilidade da condução coercitiva e sua ausência gera, desde logo, a preclusão da facultada de colher seu depoimento. 19 – Qual é o momento oportuno para o oferecimento da contradita? No interregno entre a qualificação e a advertência, sob pena de preclusão, deverá o advogado da parte contrária, se for o caso, pedir a palavra e contraditar a testemunha, na forma do art. 457, §§ 1° e 2°, do CPC, arguindo que ela está impedida ou é suspeita para depor. 20 – Quem pode ser ouvido como testemunha referida? Por força do disposto no art. 461, I, do CPC, trata-se da pessoa que foi mencionada no depoimento das partes ou das testemunhas, que poderá ser ouvida com a finalidade de reforçar o conjunto das provas que foram produzidas. A doutrina acredita ser possível estender um pouco mais esse conceito legal de testemunha referida, para abarcar também aquelas cujo nome não consta do depoimento das partes e das testemunhas, mas que vem indicado em algum documento que foi juntado aos autos. Até mesmo pessoas que não são indicadas, mas que poderiam contribuir para a instrução podem ser ouvidas. Capítulo 14 - OUTROS MEIOS DE PROVA 1 – Como pode ser definida a prova pericial? É aquela em que um profissional habilitado oferece subsídios para que o magistrado possa decidir com segurança todas as controvérsias que lhe foram submetidas. É o meio de prova por meio do qual o magistrado nomeia perito com conhecimentos especializados sobre determinado tema ou área de conhecimento, para que forneça os subsídios necessários à solução de questão (controvérsia) existente no processo. 2 – O analfabeto pode ser perito? Sim. Qualquer pessoa capaz pode ser nomeada perito, desde que se trate de um profissional legalmente habilitado na área de conhecimento na qual se exige a realização da prova. Essa habilitação legal implica inclusive a inscrição do perito em seu órgão de classe. Existem situações, entretanto, que o conhecimento necessário não advém de um estudo regular, mas sim de um conhecimento prático do tema. O exemplo usual é do experimentador de café no Porto de Santos. Seuconhecimento deriva da prática do dia-a-dia e não do estudo sistemático do tema, o que acaba por permitir que até mesmo uma pessoa analfabeta possa ser perita, desde que alguém o auxilie na elaboração do laudo pericial. 3 – A pessoa jurídica pode ser perita? Para que a pessoa jurídica seja perita, há a necessidade de que seus integrantes sejam legalmente habilitados, pois não é viável que da pessoa física se exija habilitação e dos integrantes de órgão técnico ou científico não. Nessa hipótese, aliás, o órgão tem o dever de informar ao juízo os nomes e os dados de qualificação dos profissionais que participarão da perícia (art. 156, §4º), isso para que a parte possa exercer seu direito de verificação e de impugnar a nomeação em razão de eventual ocorrência de impedimento ou suspeição. Embora a lei pareça omissa nesse aspecto, também nos parece ser necessária a indicação dos sócios dirigentes da empresa, pois o impedimento ou a suspeição podem ser alegados também quanto a própria pessoa jurídica, evidentemente em decorrência da suspeição ou do impedimento de seus sócios dirigentes, a quem devem obediência hierárquica os peritos, empregados da empresa. 4 – No que consiste o cadastro geral de peritos e a lista de peritos da vara? O cadastro geral de peritos consiste em um cadastro obrigatório, mantido pelo Tribunal ao qual o magistrado está vinculado, conforme determina o art. 156, §1º, in fine c.c. com o §5º, do mesmo artigo, do CPC, onde o Tribunal deverá realizar consulta pública destinada a permitir a indicação de profissionais para cada uma das áreas de especialidade, além de consulta aos órgãos oficiais, órgãos técnicos, estabelecimentos de ensino e associações, que poderão colaborar indicando profissionais habilitados para exercer a função de perito. Para ser nomeado perito, porém, não basta ao profissional estar inscrito no cadastro geral. Ainda há necessidade de que conste de uma lista de peritos da própria vara judicial, nos termos do que dispõe o art. 157, §2º, do CPC. Em outros termos, deverá o juiz examinar o cadastro geral elaborado pelo Tribunal e dali retirar uma quantidade que repute adequada de peritos para compor a lista da vara na qual está titular. Num cadastro geral de peritos com centenas de nomes, por exemplo, nada impede que o magistrado escolha dez ou vinte, da sua confiança, para a realização das perícias, nomeando-os mediante distribuição equitativa. Elaborada a lista de peritos da vara judicial, eles deverão depositar em cartório seu currículo vitae, acompanhado da documentação comprobatória das atividades realizadas, isso para que as partes possam consultar a qualificação e a veracidade dos dados alegados. Essa lista também deve ser renovada periodicamente, coma juntada de certidões atualizadas na forma disciplinada pelo Tribunal respectivo, não podendo perito que foi excluído do cadastro geral integrar lista de peritos da vara judicial. 5 – Qual o procedimento para a fixação dos honorários periciais? A prática forense indicava a existência de procedimentos diversos e adotados casuisticamente pelos magistrados. Diante dessa diversidade de ritos agiu bem o Código ao disciplinar, no art. 465, §§2º ao 4º, o procedimento que deve ser adotado para a fixação dos honorários periciais, que tem seu início com a apresentação de uma proposta de honorários por parte do perito (§2º, I), que não se resume a simples sugestão de um valor a ser pago pelo trabalho realizado. Isso porque o magistrado e as partes somente terão condição de aquilatar se o valor sugerido é ou não adequado com a apresentação de um plano de trabalho, que deverá constar de modo pormenorizado qual será o serviço a ser realizado. Na proposta de honorários deverão constar itens relativos aos objetivos da perícia, ao marco teórico que será empregado, as técnicas que deverão ser empregadas, ao local da realização da perícia, a um cronograma de atividades e a previsão orçamentária, dentre outros aspectos relevantes conforme a área da perícia. Além disso, a proposta deverá ser acompanhada do currículo atualizado do perito e dos seus endereços para o recebimento de intimação. 6 – A proposta de honorários deve se limitar a sugerir o valor dos honorários periciais? Na proposta de honorários deverão constar itens relativos aos objetivos da perícia, ao marco teórico que será empregado, as técnicas que deverão ser empregadas, ao local da realização da perícia, a um cronograma de atividades e a previsão orçamentária, dentre outros aspectos relevantes conforme a área da perícia. Além disso, a proposta deverá ser acompanhada do currículo atualizado do perito e dos seus endereços para o recebimento de intimação. Da apresentação da proposta de honorários as partes serão intimadas, podendo manifestar-se no prazo de até 5 (cinco) dias, na forma do art. 465, §3º, do CPC. Em seguida o magistrado fixará o valor dos honorários e as eventuais condições de recolhimento da verba, intimando novamente as partes para que não efetivem o pagamento do montante arbitrado. Também nessa decisão, havendo pedido do perito na proposta de honorários, poderá o juiz autorizar o levantamento de até cinquenta por cento do valor dos honorários, ficando o restante depositado para levantamento apenas depois da entrega do laudo. 7 – Qual a diferença essencial entre o exame e a vistoria? O exame consiste na verificação de fatos, com a finalidade de propiciar conclusões do perito relevantes ao processo. No exame o perito examina os fatos e deles retira uma conclusão apta a contribuir para a solução da causa. Trata-se de um exame quando da verificação dos fatos ele tece uma conclusão relevante para a solução da causa. Exemplo: exame DNA. Na vistoria, ao contrário, o perito não apresenta qualquer conclusão. Ele somente descreve os fatos e apresenta essa descrição ao magistrado, para que ele alcance a sua própria conclusão acerca do acontecido. A vistoria consiste na verificação meramente descritiva dos fatos, não importando uma conclusão do perito. Exemplo: quando um perito descreve os danos causados pelo locatário de um imóvel. 8 – Qual a diferença essencial entre a avaliação e o arbitramento? A avaliação se presta a atribuir a um bem ou a um direito valor certo e determinado, o que normalmente se dá mediante o uso de técnica apurada e propícia para aquilo que se avalia. A avaliação tem por objetivo apurar o valor de mercado de um imóvel em ação renovatória de locação e, com isso, permitir a fixação do novo valor do aluguel, por exemplo, se funda em inúmeros métodos dos quais retira uma média ponderada, apta a representar o valor de mercado do bem. Já no arbitramento, porém, a avaliação não depende de técnica, mas sim de critério de experiência pessoal, como se dá no caso da sugestão de fixação de honorários advocatícios por um advogado com larga experiência no tema que foi objeto da demanda. É uma espécie de avaliação que depende de critério de experiência pessoal. 9 – O que é perícia impossível? A verificação do fato impraticável, também conhecida pela doutrina clássica como perícia impossível, pode se dar porque a realização da prova em si é impossível ou porque a prova é possível, mas são criados obstáculos que não permitem a sua realização. No primeiro caso, a realização da prova deve ser indeferida e isso não gera qualquer consequência no campo probatório, mas no segundo caso a produção da prova deve ser admitida, já que a conduta da parte pode gerar diversas presunções no processo e, por isso, influir na valoração do conjunto probatório. Decorre de um obstáculo criado pela parte ou por terceiro interessado que impedem a produção da prova. Observação: As hipóteses específicas nas quais deverá o magistrado indeferir o pedido de realização da prova pericial estão previstas no art. 464, §1º, do CPC: a) Não necessidade de conhecimento técnico para a prova do fato; b) Quando for desnecessária em vista de outras provas produzidas (provas ou diligênciasinúteis); c) Quando a verificação do fato for impraticável. 10 – Quais são as espécies de provas periciais existentes? Além do rito base previsto pela lei para a colheita da prova, que pode ser denominado perícia comum, ordinária ou simplesmente perícia, ainda é possível identificar algumas pequenas variações quanto à técnica de produção de prova, o que implica a existência de cinco espécies de prova pericial distintas (perícias especiais): a) Prova científica ou perícia científica – permite determinar de maneira mais racional a verdade (decorre da certeza que advém da ciência, praticamente subtraindo do magistrado qualquer possibilidade de decidir de modo contrário a sua conclusão); b) Perícia simplificada ou prova técnica simplificada (art. 464, §§2º ao 4º) – poderá o magistrado, de ofício ou mediante requerimento da parte, arguir um especialista no tema em substituição a apresentação de um laudo pericial, o que aparentemente implica um rito simplificado; c) Perícia consensual (art. 471) – resume-se num acordo formulado entre as partes quanto à indicação do perito, desde que sejam maiores e capazes e que a causa possa ser resolvida mediante autocomposição (incisos I e II). Caberá também às partes concomitantemente à indicação do perito, indicar seus respectivos assistentes técnicos, a data e o local para o início da produção da prova, bem como providenciar sua remuneração na forma do que for acordado. Em suma, elimina-se em boa parte o trâmite necessário à realização da perícia, assumindo as partes a responsabilidade pela realização de providências que numa perícia comum ficam a cargo do juízo; d) Perícia extrajudicial ou perícia prévia (art. 472) – consiste na substituição da perícia comum pela apresentação de pareceres ou de documentos elucidativos acerca dos aspectos técnicos do processo, desde que o magistrado os considere suficientes para elucidar controvérsias sobre esses mesmos aspectos; e, e) Perícia complexa (art. 475) – é aquela na qual há necessidade da participação de dois ou mais especialistas em áreas diversas de conhecimento, o que exige que todos os peritos preencham os requisitos necessários a sua nomeação, apresentando ou não uma proposta de honorários conjunta para que se possa produzir a prova pericial. Nesse caso, poderão as partes indicar assistentes técnicos para as diversas áreas sobre as quais será realizada a perícia, no limite de um assistente para cada uma das disciplinas. 11 – Por que a perícia científica se aproxima da prova legal? Devido ao grau de certeza que ela produz, praticamente subtraindo do magistrado qualquer possibilidade de decidir de modo contrário a sua conclusão. Não tem o magistrado liberdade para valorar a prova, embora isso não se dê por uma opção legal, mas em decorrência da certeza que advém da ciência. 12 – Pode o magistrado indeferir a indicação consensual (art. 471) em razão do perito escolhido não se encontrar inscrito no cadastro geral de peritos? Não. Esse tipo de perícia, prevista no art. 471, §3º, substitui para todos os efeitos de fato e de direito a perícia realizada pelo perito nomeado pelo juiz. A doutrina entende que não é possível ao magistrado recusar a sua realização, desde que preenchidos os requisitos previstos nos incisos do preceito. Afinal, se está na esfera da disponibilidade das partes desistirem do feito, firmarem acordo quanto ao objeto litigioso do processo ou mesmo desistirem da produção da prova pericial, não há razão para que o magistrado impeça a realização de acordo quanto à realização da perícia. Nada impede, entretanto, que o magistrado considere a perícia insuficiente e determine a realização de uma segunda perícia, se ela for essencial para o julgamento da causa. Por fim, sendo a perícia consensual um acordo entre as partes, nada impede que o perito indicado não conste do cadastro geral dos peritos e também não esteja inscrito na lista de peritos da vara, podendo os institutos especializados oferecer um serviço completo para a realização dessa prova, o que pode acelerar o curso do processo e tornar mais barata a produção da perícia. 13 – Podem as partes apresentar quesitos suplementares depois de depositado o laudo? Encerrados os trabalhos, o perito deverá elaborar um laudo pericial e depositá-lo em juízo com uma antecedência mínima de 20 (vinte) dias da audiência de instrução e julgamento (art. 477), prazo esse muito reduzido e que não permite a realização da audiência. Isso porque as partes devem ser intimadas para se manifestarem sobre o laudo no prazo de quinze dias, mesmo prazo que possuem para a juntada de pareceres técnicos (§1º). Como essa manifestação pode importar pedido de esclarecimentos ao perito e tendo ele mais quinze dias para se manifestar (§2º), fica superado o prazo previsto no caput do preceito. Por isso deverá o magistrado aguardar a manifestação das partes e os esclarecimentos do perito para só então designar a audiência, já que afora esses esclarecimentos e os quesitos suplementares que podem ser ofertados durante a realização da perícia (art. 469), não deverá acolher o pedido de resposta a quesitos suplementares intempestivamente ofertados pelas partes. 14 – Defina a inspeção judicial. É o exame direto que o juiz faz sobre pessoas ou coisas relacionadas com o litígio, para, pessoalmente, através dos próprios sentidos, conhecer o fato ou completar o seu conhecimento sobre ele. Em outras palavras, trata-se do meio de prova, por força de lei, que tem por finalidade de obter esclarecimentos sobre fato que interesse a decisão da causa. LIVRO III SENTENÇA E COISA JULGADA Capítulo 15 - SENTENÇA 1 – Quais são os critérios empregados pelo CPC para definir sentença? O atual sistema processual houve por bem definir sentença mediante o emprego de um critério híbrido, levando em conta tanto o critério do conteúdo do ato jurisdicional, quanto o critério topológico (critério relativo ao momento em que ela é pronunciada). O art. 203, §1º, do CPC, diz que a sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com base nos arts. 485 ou 487 (critério do conteúdo), põe fim à fase de conhecimento do procedimento comum ou extingue a execução. Em outros termos, podemos definir sentença como o pronunciamento judicial que encerra fase processual de acertamento ou que extingue cumprimento da sentença ou processo de execução, com base nas hipóteses previstas nos artigos 485 ou 487, do CPC. 2 – A sentença judicial cria ou apenas declara direitos preexistentes? Ao tratar do princípio da fundamentação das decisões judiciais, o perfil do juiz “bouchequi pronuncie les paroles de laloi” não atende mais os reclamos da sociedade moderna, cuja legislação é bastante rica em normas de conceitos fluídos (vagos ou indeterminados), cujo conteúdo deve ser complementado, mediante critério axiológico, pelo próprio magistrado no momento de proferir suas decisões. Embora a maior parte da doutrina sustente que a sentença se limita a declarar um direito preexistente, há fundamento para sustentar, mais do que nunca, que na atualidade a decisão judicial cria novas estruturas normativas e, portanto, tem função criadora do direito. 3 – Pode o juiz proferir sentença com conteúdo diverso do previsto nos art. 485 e 487 do CPC? No caso das sentenças definitivas, a menção ao acolhimento ou a rejeição do pedido implica uma abrangência que não leva em conta propriamente a natureza daquilo que se pede, mas apenas o veículo empregado, não existindo possibilidade de decisão de mérito além das possibilidades elencadas no art. 487, do CPC. EM outros termos, havendo pedido, cabe ao magistrado acolhê-lo ou rejeitá-lo, não havendo uma terceira possibilidade, o que também se dá com as questões de mérito por força de lei, como no caso do reconhecimento da prescrição. O mesmo não se dá, todavia, com uma sentença terminativa. Há a possibilidade de o magistrado proferir decisão sem apreciação do mérito fora das hipóteses legais, desdeque a questão que o leve a decidir represente uma daquelas que compõe o chamado juízo de admissibilidade do processo. A relação de hipóteses previstas no art. 485, do CPC não é taxativa, podendo o magistrado proferir sentença terminativa em hipóteses diversas das apresentadas pelos incisos do preceito, como por exemplo nos casos em que o advogado deixa de pagar as custas e as despesas do processo no prazo de 15 dias, sustentando-se que a melhor solução seria a extinção do processo sem a resolução do mérito, sob o fundamento de que o recolhimento das custas consiste numa questão preparatória (aquela que deve ser atendida para que se possa exercer um determinado direito ou faculdade processual), que juntamente com as questões preliminares e prejudiciais integram o juízo de admissibilidade do processo. 4 – É possível sustentar que o magistrado pode extinguir o processo, com fundamento no art. 485, II e III, do CPC, sem intimar pessoalmente a parte para dar andamento ao feito? É dever do magistrado intimar pessoalmente a parte para suprir a falta, para só então extinguir o feito. A doutrina possui o entendimento de que nas hipóteses tratadas pelo art. 485, II e III, do CPC, poderá o juiz determinar a intimação pela imprensa, sem com isso deixar de cumprir o princípio do impulso oficial, na medida em que o princípio constitucional da celeridade processual estará sendo plenamente atendido. De qualquer forma, dispõe o §6º que, uma vez oferecida contestação, a extinção do processo por abandono pelo autor depende de requerimento do réu, o que dá a impressão de que não poderá o magistrado agir de ofício, situação que também não se coaduna com a verdade. Isso porque, uma vez inerte o autor, por força do princípio do impulso oficial, deverá o magistrado determinar que o réu se manifeste e, se ele nada disser a respeito, o seu silêncio deve ser tomado como falta de interesse no prosseguimento do feito, sendo de rigor que o juiz prolate sentença sem resolução de mérito. 5 – Pode o magistrado, de ofício, conhecer de quais das matérias relacionadas no art. 485, do CPC? Poderá o juiz conhecer de ofício, em qualquer tempo e grau de jurisdição, desde que antes do trânsito em julgado, da matéria constante nos incisos IV, V, VI e IX que tratam dos pressupostos processuais (positivos e negativos), das condições da ação e das causas que veiculam direitos intransmissíveis. Daí, diante da existência de preceito dizendo expressamente que nesses casos pode o juiz agir de ofício, uma interpretação contrária da norma induz forçosamente a conclusão de que, nas demais hipóteses, somente poderia o juiz agir mediante requerimento da parte. Todavia, não é bem isso que acontece. O indeferimento da petição inicial pode se dar mesmo sem a presença do réu no processo, situação que por si só já importa a conclusão de que nesses casos o magistrado não necessita de requerimento da parte, que à evidência não será formulado pelo autor. Também no caso da inércia das partes, como acima se disse, poderá o magistrado agir de ofício, sempre tendo na mira o princípio da razoável duração do processo. 6 – Em quais circunstâncias pode o autor propor novamente feito extinto com fulcro no art. 485, do CPC? Proferida decisão sem resolução do mérito, como não se opera a eficácia de coisa julgada material, nada impede que a parte intente novamente demanda idêntica, embora com algumas limitações expressas no art. 486, do CPC. Por força do disposto no §1º do preceito, a propositura da nova ação depende da correção do vício que deu ensejo à extinção da ação anterior, mencionando a lei expressamente as hipóteses previstas nos incisos I, IV, VI e VII, além dos casos em que a sentença foi proferida com base no reconhecimento da litispendência. Nos demais casos, entretanto, não há que se falar em correção de vícios, seja porque não há propriamente um vício a corrigir, seja porque não é possível à parte promover qualquer correção. Nos casos de inércia que levam a extinção, previstos nos incisos II e III, não existe vício ou irregularidade formal, mas uma conduta desidiosa da parte, que em princípio gera consequências apenas no bojo do próprio processo em que a conduta foi praticada. Preenchido o requisito comum a todas as situações em que a ação pode ser proposta novamente, previsto no §2º, segundo o qual a nova petição inicial somente será despachada mediante comprovação do pagamento das custas e dos honorários do processo anterior, a nova inicial será distribuída ao mesmo juízo, por força da prevenção prevista no art. 286, II, do CPC. O mesmo se diga quanto à desistência da ação anteriormente homologada pelo magistrado, situação que permite ao autor propor novamente a demanda. 7 – Pode o magistrado deixar de reconhecer defeito que leve a uma sentença terminativa, proferindo em seu lugar uma sentença definitiva? Conforme art. 488, do CPC, deverá o magistrado, sempre que isso for possível, julgar o feito com resolução do mérito, proferindo uma sentença definitiva, quando a decisão for favorável à parte a quem aproveitaria eventual pronunciamento nos termos do art. 485. Como a decisão de mérito opera eficácia de coisa julgada material, não podendo as partes discutir novamente o caso, melhor para aquele cuja sentença é favorável que a decisão seja dada com a resolução deste mérito. 8 – Pode o magistrado decretar a prescrição sem requerimento expresso da parte? Sim. Embora o juiz não aprecie propriamente a questão controvertida como faz ao acolher ou rejeitar o pedido, não haveria razão de ordem lógica para que essas matérias fossem alocadas como hipóteses de julgamento sem apreciação do mérito. Isso porque não considerar prescrição e decadência como mérito acabaria por permitir novamente a propositura da mesma demanda, em evidente desperdício de atividade jurisdicional e em ofensa ao princípio da segurança jurídica. 9 – Quais são os elementos essenciais da sentença? Essencial, em um sentido léxico, é tudo aquilo que constitui a essência de algo, ou seja, tudo aquilo sem o que esse algo acaba restar descaracterizado. Pode-se dizer, portanto, com base no art. 489, do CPC, que uma sentença não poderá ser considerada sentença quando ausente um dos seus elementos essenciais, que são o relatório, a fundamentação e a decisão. Apesar do art. 489, do CPC, nada dizer a respeito, exsurge do próprio sistema, pelos fundamentos acima apresentados, que a sentença possui requisitos essenciais explícitos e implícitos, sendo estes a clareza e a precisão e aqueles o relatório, a fundamentação e o dispositivo. 10 – A falta de relatório causa a nulidade da sentença? O primeiro dos elementos essenciais à sentença é o relatório, expressamente previsto pelo art. 489, I, do CPC, onde deve constar a qualificação das partes, a identificação do caso que está sendo decidido, o resumo da inicial e da resposta, bem como todas as ocorrências relevantes que tenham acontecido durante a tramitação do feito. Trata-se de uma descrição pormenorizada de todos os dados relevantes ao julgamento da causa, que o magistrado deve elaborar antes de fundamentar e de elaborar a parte relativa à decisão propriamente dita. Afora a sentença proferida nos juizados especiais, em que o relatório é dispensado, a falta dessa descrição de tudo de relevante que aconteceu no processo acaba por dar ensejo, segundo a doutrina mais autorizada, à nulidade do processo. Contudo, nosso direito processual, quanto à decretação das nulidades, adotou o regime contemporâneo (Volume I, Capítulo 18), segundo o qual só há nulidade por expressa cominação legal ou quando, não seguida a forma prevista por lei, a não observância importe prejuízo para a parte. No caso em tela não há previsão expressa de nulidade e também não há prejuízo para as partes. Portanto, se a sentença sem relatório, ato processual que é, alcançou a sua finalidade e não causou qualquer prejuízo às partes, então se deve aplicar a hipótese dos arts. 277 e
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