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N1 DIREITO APLICADO A NEGOCIOS - BEATRIZ CARDOZO

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CONSTRUIR LTDA e JOÃO BARROS LTDA
	Em março de 2017 a empresa Construir Ltda que atua no ramo de construção civil, sofreu uma cisão parcial onde dividiu-se em: Construir Ltda e João de Barro Ltda. Devido a essa cisão, foi dividido o patrimônio e os colaboradores. O colaborador Robson Cavalcante era empregado da empresa Construir Ltda desde fevereiro/2012 e após a cisão, foi transferido para a empresa João de Barro. Já o colaborador Matias Portugal iniciou na empresa João de Barro logo após a cisão, em maio/2017. Ambos eram analistas de Supply Chain e um ano após a cisão foram demitidos. Em abril de 2018 eles entraram com uma ação trabalhista onde Robson alegava ter horas extras e diferenças salariais referente aos últimos 5 anos a receber. Já Matias estava em busca de receber seus direitos rescisórios. Ambas as ações obtiveram êxitos em primeira instância, mas não tiveram sucesso em atingir o patrimônio da empresa Construir, apenas o da empresa João de Barro.
Quando existe uma transferência de titularidade da empresa ou do estabelecimento para outro grupo societário, ocorre a sucessão de empregadores, mais conhecida como sucessão trabalhista. Nela, a empresa sucessora assume as obrigações trabalhistas deixadas pela empresa sucedida, ou seja, nesse caso a empresa João de Barro fica integralmente responsável por todas as obrigações e créditos trabalhistas da empresa Construir, ainda que possa existir uma cláusula contratual eximindo-a dessa responsabilidade os direitos dos empregados devem sempre permanecer integralmente preservados, independentemente de qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa, direitos que são previstos em lei que protege o trabalhador em seu emprego, independente de quem seja o empregador, conforme Artigo 10 da CLT “Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados” (BRASIL, 1943) e Artigo 448 da CLT “A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados” (BRASIL,1943) artigos do Decreto de Lei nº 5.452 de 01 de maio de 1943. 
Em relação a responsabilidade fiscal, devido a cisão parcial os créditos tributários a partir do momento em que houve a cisão também podem ser de responsabilidade da empresa João de Barro, uma vez que prevalece a responsabilidade solidaria estabelecida pela Lei nº 6.404/76, Artigo 132 “A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até a data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas.” (BRASIL,1976) e Artigo 233 ”Na cisão com extinção da companhia cindida, as sociedades que absorverem parcelas do seu patrimônio responderão solidariamente pelas obrigações da companhia extinta” (BRASIL, 1976) artigos do Decreto de Lei nº 6.404/76 de 15 de dezembro de 1976.
Sendo assim, podemos concluir que Robson Cavalcante e Matias Portugal, de acordo com os artigos 10 e 448 da CLT, atingiram os patrimônios da Construir Ltda e não apenas da João Barros Ltda sabendo-se que foi uma cisão parcial. E que a empresa João de Barro Ltda de acordo com a lei e o artigo 132 do CTN pode ser responsabilizada pelos pagamentos de impostos antes da cisão devido a responsabilidade solidaria.
Referências
https://www.conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/21271/responsabilidade-tributaria-na-cisao
https://www.conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/21271/responsabilidade-tributaria-na-cisao
https://seer.atitus.edu.br/index.php/revistadedireito/article/view/1091/941#:~:text=132%20do%20CTN%3A,Art.,privado%20fusionadas%2C%20transformadas%20ou%20incorporadas.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11476229/artigo-233-da-lei-n-6404-de-15-de-dezembro-de-1976
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#:~:text=na%20presente%20Consolida%C3%A7%C3%A3o.-,Art.,direitos%20adquiridos%20por%20seus%20empregados.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10714272/artigo-448-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943

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