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1 ARQUITETURA DE NEGÓCIOS E PROCESSOS 1 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 2 2. ARQUITETURA DE NEGÓCIOS ............................................................................. 3 3. CONCEITOS .............................................................................................................. 9 4. FUNÇÃO DA ARQUITETURA DE NEGÓCIOS .................................................... 11 5. ARQUITETURA DE PROCESSOS ........................................................................ 14 REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 22 2 1. INTRODUÇÃO Definimos a arquitetura de negócio como um conjunto de elementos organizado com relacionamentos claros entre si, que juntos formam um conjunto definido por sua funcionalidade. Os elementos representam a estrutura organizacional e comportamental de um sistema de negócio e mostram as abstrações dos processos e estruturas chave do negócios. 3 2. ARQUITETURA DE NEGÓCIOS Pessoas diferentes possuem experiências e perspectivas diferentes. Ao tentar obter uma compreensão comum de algo tão complexo quanto a organização, incluindo seus processos, estrutura e estratégia, precisamos de uma maneira de descrever os problemas de arquitetura arquiteturalmente significativos de forma que sejam entendidos por cada grupo impactado. Isso é feito descrevendo três arquiteturas diferentes porém relacionadas, como mostrado e descrito posteriormente neste documento. Figura 1 Arquitetura de negócio é uma descrição dos aspectos significativos da organização. Arquitetura do aplicativo é uma descrição dos aplicativos de software que suportam o negócio, incluindo como esses aplicativos são utilizados e como interagem uns com os outros. Arquitetura técnica é uma descrição da infra-estrutura de hardware que suporta os aplicativos de software. A arquitetura de negócio deve controlar a arquitetura do aplicativo, que por sua vez deve controlar a arquitetura técnica. Isso não implica em um relacionamento hierárquico em que a arquitetura de negócio é prescrita para a arquitetura do aplicativo e a arquitetura do aplicativo é prescrita para a arquitetura técnica. 4 Mais propriamente, significa que as metas e restrições (denominadas drivers) são comunicadas em uma direção, e quaisquer decisões arquiteturais (denominadas tradeoffs) que afetam a arquitetura de controle devem ser tomadas no nível da arquitetura de controle. Uma meta arquitetural implica em uma condição desejada, enquanto uma restrição arquitetural implica em conformidade obrigatória. Entretanto, até mesmo as restrições podem ser intencionalmente ignoradas. Por exemplo, uma restrição que requeira que o negócio esteja em conformidade com uma determinada legislação pode ser ignorada porque o custo para fazer as alterações necessárias para a conformidade excedem muito as multas incorridas pela não conformidade. A definição da arquitetura abrange equilibrar forças e fazer tradeoffs para criar uma solução que satisfaça de forma ideal os requisitos conflitantes. Isso significa que a arquitetura de negócio define as metas e restrições que descrevem o suporte que ela requer da arquitetura do aplicativo. O mesmo se aplica ao aplicativo e à arquitetura técnica. Quando surgirem conflitos, como sempre ocorre, será necessário encontrar as soluções menos adequadas localizadas para assegurar uma solução geral ideal. Quando essas decisões tiverem um grande impacto, elas serão denominadas problemas arquiteturais e deverão ser formalmente acordadas pelos investidores representados por um conselho de arquitetura. Essas diferentes arquiteturas devem ser sempre consideradas ao comunicar com os investidores. Discutir apenas uma delas com uma pessoa que não entenda seu formato, aplicativo ou notação resulta em comunicação ineficaz. Ademais, isso pode fazer com que a pessoa entenda mal as conseqüências de suas decisões relacionadas a outras arquiteturas. O impacto das decisões em uma das arquiteturas deve ser convertido em outras arquiteturas. Isso ajuda os investidores a entenderem as vantagens e desvantagens de tradeoffs, o que leva ao alinhamento arquitetural. O alinhamento arquitetural ajuda-nos a entender as conseqüências das decisões. Arquitetura de Negócio como uma Estrutura de Alteração A arquitetura de negócio é o que usamos para nos comunicarmos com diferentes investidores sobre o negócio para assegurar uma compreensão comum e consistente. 5 Podemos descrever a arquitetura de negócio como a estrutura na qual fazemos as alterações na organização para permitir que o negócio realize enfim a idéia do negócio, como mostra a figura. Figura 2 Visualizações Arquiteturais do Negócio Como a arquitetura de negócio é complexa e difícil de medir, a dividimos em uma série de diferentes visualizações. A maior parte da arquitetura de software é definida em Conceito: Arquitetura de Software, as visualizações arquiteturais do negócio serão definidas aqui. Cada visualização descreve um aspecto do negócio todo. Portanto, ela contém um subconjunto arquiteturalmente significativo do que seria uma definição completa. Em outras palavras, uma visualização arquitetural contém os 20% que realmente interessam para esse aspecto do negócio. As visualizações arquiteturais são úteis na discussão da arquitetura de negócios com diferentes investidores. Como cada investidor possui uma ou várias visualizações que sejam de interesse particular, ele poderá concentrar-se nos aspectos da organização que estejam associados a essas visualizações, de modo que não será necessário entender algo mais. 6 Observe que nem todas as visualizações se aplicam a todas as situações. Algumas visualizações poderão ser ignoradas se não adicionarem nenhum valor e, às vezes, poderá ser necessário definir novas visualizações. Aqui estão algumas visualizações arquiteturais típicas do negócio: Visualização de Mercado descreve os mercados nos quais o negócio opera, os perfis e ofertas dos clientes ou os produtos e serviços que o negócio oferece aos clientes nos mercados alvo. Visualização do Processo de Negócio descreve as metas significativas do negócio e esboça os casos de uso de negócios principais que suportam essas metas. Quando os casos de uso de negócios são utilizados para documentar processos de negócios, essa visualização é denominada Visualização de Caso de Uso de Negócios. Visualização da Organização descreve os agrupamentos de funções e responsabilidades do negócio e a realização de casos de uso de negócios. Visualização de Recursos Humanos descreve os perfis de remuneração e mecanismos de incentivo, características e mecanismos culturais principais, perfis de competência e mecanismos de educação e treinamento. Visualização Domínios descreve os principais conceitos de negócio e estruturas de informações utilizados pelo negócio. Visualização Geográfica descreve a distribuição de estrutura organizacional, função e recursos em locais físicos como cidades e países. Visualização de Comunicação descreve os caminhos de comunicação do negócio. Mapeamento das Visualizações do Negócio para Pontos de Visualização do Negócio Os Pontos de Visualização do RUP estão descritos em Conceito: Arquitetura do Sistema. Esses pontos de visualização geralmente aplicam-se ao desenvolvimento do sistema. Quando o 'sistema' em consideração é um negócio, as Visualizações Arquiteturais do Negócio formam uma especialização mais pertinente dos pontos de visualização genéricos. 7 A tabelaa seguir mostra como eles estão relacionados. Observe que as Visualizações Arquiteturais do Negócio, pelas definições oferecidas em Conceito: Arquitetura do Sistema, em alguns casos abrangem várias visualizações (em que uma visualização é a inserção do ponto de visualização e do nível de abstração). Tabela 1 Visualizações Arquiteturais do Negócio Pontos de Visualização do RUP Visualização de Mercado A visualização do mercado define, pelo menos parcialmente o contexto do negócio - ela concentra-se nos produtos e serviços reais e potenciais oferecidos aos clientes nos mercados escolhidos. Ela é mapeada na interseção do Ponto de Visualização Lógico e o Nível de Contexto. Com a finalidade do Produto de Trabalho: Documento da Arquitetura de Negócio, a Visualização de Mercado está limitada aos fatores que causam impacto à arquitetura e às áreas onde as alterações na arquitetura afetariam o desempenho nos mercados escolhidos. Uma discussão mais generalizada de mercados e a análise racional das escolhas de estratégia de negócio são encontradas em Produto de Trabalho: Visão de Negócios. A Visualização de Mercado pode ser utilizada para definir o novo Produto de Trabalho: Metas de Negócio, que por sua vez, pode influenciar a Arquitetura de Negócio. Visualização do Processo de Negócios Esse mapeamento é direto - para a interseção do Ponto de Visualização do 8 Processo e o Nível de Contexto. Visualização da Organização A visualização da organização refere-se à maneira com que o negócio está estruturado para realizar casos de uso de negócios, e não às hierarquias e redes posicionais ou de equipe. Por exemplo, você esperaria ver as colaborações do Produto de Trabalho: Sistemas de Negócio nessa visualização. Ela, portanto, mapeia a interseção do Ponto de Visualização Lógico e o Nível de Análise. Visualização de Recursos Humanos A visualização de recursos humanos estende o Ponto de Visualização do Trabalhador, potencialmente em todos os níveis, mais significativamente no Nível de Contexto em que a política é definida, porém nos Níveis de Análise e Design também com, por exemplo, o aplicativo de perfis de competência. Visualização Domínios A visualização Domínios mapeia razoavelmente bem na interseção do Ponto de Visualização de Informações e o Nível de Contexto. Visualização Geográfica e Visualização de Comunicação Essas visualizações juntas mapeiam a interseção do Ponto de Visualização de Distribuição e o Nível de Contexto (a Visualização de Localidade Corporativa), com as localidades relacionadas ao aspecto geográfico e os conectores relacionados ao aspecto de comunicação. 9 3. CONCEITOS A Arquitetura de Negócio é o domínio mais importante da Arquitetura Corporativa (Domínios são as diferentes partes da Arquitetura Corporativa). É através dela que o Arquiteto entende e mapeia os aspectos mais relevantes da Organização, permitindo uma visão holística e unificada dos componentes que a formam. O Arquiteto de Negócio lida com diversos assuntos e visões da Organização, incluindo a Estratégia Corporativa, suas Capacidades (Capabilities), sua Estrutura Organizacional, seus Processos, Produtos, Informações, Iniciativas e Distribuição Geográfica. É um complemento natural para quem já fez o treinamento de TOGAF®, bem como para aqueles que tem a responsabilidade de mapear o Negócio da Organização. Objetivo O objetivo deste treinamento é apresentar os principais conceitos, métodos e técnicas relacionados à Arquitetura de Negócio segundo o TOGAF® e o BIZBOK®, promovendo aos participantes o entendimento sobre: Os fundamentos da Arquitetura de Negócio, seu relacionamento com a Arquitetura Corporativa, seus benefícios e principais requisitos; Como a Arquitetura de Negócio permite o alinhamento entre Estratégia e Execução; As diferentes Visões da Arquitetura de Negócio; Os Cenários de Utilização da Arquitetura de Negócio; A Arquitetura de Negócio como “ponte” entre os aspectos Estratégicos e Táticos da operação da Organização. 10 Figura 3 Figura 4 11 4. FUNÇÃO DA ARQUITETURA DE NEGÓCIOS Dada a similaridade das suas composições, "Função de Negócio" e "Processo de Negócio" são conceitos que frequentemente suscitam dúvidas entre as pessoas interessadas em formar um melhor entendimento a respeito dos elementos de uma Arquitetura de Negócios. Funções de Negócio são estruturas conceituais idealizadas que servem para descrever a missão de uma Organização. Uma vez que tenham sido definidas e decompostas adequadamente, elas se mantêm estáveis ao longo do tempo, mesmo diante de reorganizações da empresa. Como são perenes, as funções representam um ponto de referência (conceitos comuns) ao se descrever diferentes negócios, que de outra forma exibiriam variações significativas. Figura 5: Funções (verticais), Processos (horizontais) e Atividades de Negócios https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:ProcessoFuncao.JPG 12 Figura 6: Função de Negócio, Processo de Negócio e seus relacionamentos Esta definição é demonstrada, por exemplo, pelo fato de que a contabilidade define o contador, de que a função gerencial define o gerente, etc. Funções de negócio são também alocadas a unidades organizacionais específicas (que exercerão os diferentes papéis) e são envolvidas e invocadas no decorrer do "comportamento" do negócio. Podemos dizer que uma função corresponde a uma série de atividades relacionadas, envolvendo uma ou mais entidades de dados, realizadas com o objetivo de se cumprir um ou mais objetivos da missão da empresa, gerando um determinado resultado financeiro, ou servindo às necessidades dos clientes da empresa, ou dando origem aos produtos e serviços a serem negociados, ou gerenciando, administrando, monitorando, registrando e relatando as atividades, estados e condições das "entidades" da organização. As atividades que compõem uma função são relacionadas entre si por "afinidade", porque trabalham um grupo comum de entidades de dados ou porque são sequenciais ou paralelas na realização do trabalho associado a um resultado final comum. https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Funcao-Processo.JPG 13 O ponto de vista da Arquitetura busca uma visão conceitual e única de uma atividade (ou funcionalidade), de forma que se possa identificar quando e como ela se repete nos diversos processos de negócio, a fim de determinar a generalização dos conceitos de tarefas comuns, identificando atividades compartilhadas e administrando seu reúso através da distribuição dos componentes que as suportam. Da mesma forma, os sistemas de informação que suportam tais funções estarão focados em aspectos específicos do funcionamento do negócio, independentemente da forma como a empresa está organizada. A decomposição funcional adequada deve levar em conta princípios e diretrizes estabelecidos, que podem ser, por exemplo: As funções devem ser identificáveis e definíveis em termos de atividades, responsabilidades e atribuições; As funções devem ser o mais independente possível das estruturas organizacionais existentes; As funções devem, como um grupo, constituir um conjunto que seja essencial ao ciclo de vida do "sistema"; Cada subgrupo resultante da decomposição funcional deve representar um "subsistema socio-tecnológico" por si só (referente a pessoas e tecnologia). Atividades são direcionadas a dados e são "iniciadas" por transações ou solicitações de dados. Elas são a porção ativa das funções, e tendem a ser repetitivas e formalizadas. Uma maneira de se diferenciar o conceito de funções e atividades é que, geralmente, as funções são gerenciadas e atividadessão realizadas. Processo é definido como a sequência completa de um comportamento de negócio, provocado por algum evento e que produz um resultado significativo para o negócio e que, de preferência, tenha foco no cliente. No percurso do processo, desde o evento inicial até a produção de um determinado resultado, várias funções do negócio podem estar envolvidas. Assim, dizemos que os processos são elementos transfuncionais, já que perpassam diversas funções dentro da organização. 14 Se uma função é composta de atividades que representam um papel ou razão de existir da organização, os processos de negócio "executam" estas atividades de forma que, individualmente ou combinadas, realizem o trabalho de uma determinada função. A atividade representa, portanto, a unidade funcional (que servirá como componente de processos de negócio, numa visão transfuncional) que permite a identificação de "utilidades" comuns e, portanto, de oportunidades de reúso funcional. 5. ARQUITETURA DE PROCESSOS Toda organização – pública ou privada, existe para transformar materiais ou informações em produtos ou serviços. Isto acontece através de uma sequência de atividades realizadas dentro da organização que progressivamente agregam valor ao produto ou serviço, resultando em algo desejável pelos clientes. Essa agregação de valor acontece através dos processos de negócio da empresa, quer estejam eles formalizados ou não. Partindo da Cadeia de Valor, a Arquitetura de Processos é a estrutura que permite à organização identificar como seus objetivos estratégicos estão conectados aos recursos da empresa e ao trabalho realizado pelas pessoas no dia-a-dia da operação. Ela apresenta, de forma hieráquica e organizada, todos os processos da empresa ou, se esta assim desejar, aqueles que estão na sua área de foco. E, a partir dela, a organização forma uma base de conhecimento que viabiliza o Gerenciamento Corporativo de Processos, ou seja, possibilita gerenciar recursos, produtos, serviços, seus respectivos processos e as relações existentes destes com os outros processos da organização. 15 Figura 7 O trabalho de elaboração da Arquitetura de Processos consiste na construção de um mapa que identifica os processos de negócio da organização, suas relações e sua contribuição para o atendimento dos objetivos estratégicos da empresa. Este conhecimento é fundamental para que a organização identifique situações de duplicidade ou mesmo de ausência de processos (gaps), e possibilita avaliar que processos são mais críticos para a mudança, possibilitando a definição de uma agenda para projetos de melhoria e otimização que possam representar benefícios reais para toda a cadeia de valor da empresa. Objetivos Formalizar a visão de processos da organização em um mapa estruturado partindo da cadeia de valor. Viabilizar a priorização de processos críticos a serem trabalhados na melhoria de produtos e serviços da organização. Conhecer os processos primários, de suporte e de gestão da organização, identificando duplicidades, desconexões ou ausência de processos (oportunidades de melhoria). https://iprocess.com.br/wp-content/uploads/2014/03/Arquitetura-de-Processos.png 16 Metodologia: Os projetos de Arquitetura de Processos iniciam com o entendimento do negócio e a identificação dos objetivos estratégicos da organização. A partir destas informações, é iniciada uma pesquisa da estrutura organizacional para a elaboração da Cadeia de Valor Agregado (podendo eventualmente haver mais de uma dependendo da natureza do negócio) e seus macro-processos. A partir da cadeia de valor, inicia-se o levantamento dos processos de negócio de cada macro-processo e o mapeamento das relações, consolidando a Arquitetura de Processos. Uma vez estabelecido o mapa dos processos, a equipe de analistas realiza uma avaliação dos gaps, duplicidades, desconexões e rupturas que apontam os processos críticos para a mudança com foco no atingimento dos objetivos estratégicos da empresa. Esta análise é consolidada em um Plano de Priorização de Processos. Entregáveis: O resultado do projeto será materializado através de: Cadeia de valor da organização, os processos identificados e relacionados de forma a possibilitar uma visão da agregação de valor ao processo de negócio ponta a ponta, juntamente com processos de suporte e de gestão. Arquitetura de Processos, com a documentação dos processos de negócio da organização em seus diferentes níveis, utilizando a metodologia e tecnologia desejável pelo cliente. Plano de priorização de processos, identificando e priorizando processos críticos e oportunidades de melhoria. Serviços relacionados: Conheça também nossos serviços de consultoria em: Definição de Metodologia BPM Estruturação de Escritório de Processos Modelagem de Processos Análise e Redesenho de Processos Você já se viu em um projeto de Mapeamento de Processos em que uma equipe 17 passa por todos os departamentos da empresa perguntando “O que você faz?” até chegar a um book com todos os processos desenhados? Além de consumir muito tempo, com esta abordagem existem grandes chances de que apenas alguns processos sejam de fato analisados, transformados e monitorados, ou, o que é pior, que este book vá parar diretamente no fundo de uma gaveta, desperdiçando assim recursos e diminuindo a credibilidade das ações e da equipe de processos. Construir uma Arquitetura de Processos ajuda você a não cometer este erro. 2 – O que é a AP? As principais definições de AP encontradas são: “o primeiro passo para a organização que deseja adotar BPM, pois ajuda a entender quais processos existem e qual a relação entre eles” “… o mais alto nível de abstração da hierarquia atual de entrega de valor e processos habilitadores da organização. Uma AP de negócios bem definida claramente descreve que processos principais existem, descreve a cadeia de valor do setor da organização e captura os processos habilitadores que apoiam a cadeia de valor” “… construída com o objetivo de entender a empresa, mostrar a ligação entre os processos, mostrar os recursos necessários para transformar entradas em saídas e ser um mecanismo de mensuração e mudança” Para nós, de maneira direta, a AP mostra o que a organização faz sob o ponto de vista de processos, ou seja, QUAIS são os processos da organização e seus relacionamentos. Em mais detalhes: AP mostra o que a organização faz sob o ponto de vista de processos AP deve prover visão hierárquica dos processos da organização: Apresentando um modelo hierárquico dos processos que parte do alto nível, mostrando “o que” a organização faz e sua cadeia de valor, para o baixo nível, mostrando “como” a organização faz e seus processos operacionais e de suporte. A AP deve evidenciar o relacionamento entre os processos Mostrando o relacionamento dos processos ‘fim a fim’ entre os diferentes níveis hierárquicos e áreas funcionais a partir do foco no cliente. 18 A AP deve mostrar o alinhamento entre processos e estratégia da organização Desdobrando os objetivos estratégicos e de valor para clientes e stakeholders em ações do dia a dia em todos os processos. A AP deve mostrar o alinhamento entre processos e recursos da organização Mostrando quais são os recursos da organização que suportam os processos de negócio (infraestrutura, TI, pessoas, capacidades etc.) A AP serve como base para um mecanismo de medição e mudança Com indicadores para cada processo e, por meio da visão dos relacionamentos entre os processos, permitindo a medição do impacto que um processo exerce sobre os outros e na organização, auxiliando a análise de quais processos que devem ser alvo de iniciativas de projetos de mudança Outros nomes comuns da AP podem ser: mapamacro de processos, cadeia de valor, ou processo nível 0 e nestes casos ela é geralmente apresentada conforme a figura 1. Este tipo de visão é muito útil para apresentações executivas, mas falha em mostrar o relacionamento entre os processos. Figura 8: Um exemplo de AP de alto nível de uma Faculdade 19 Fonte: elaborado pelo autor Mais do que uma visão de alto nível dos processos, a AP deve mostrar o relacionamento hierárquico entre os processos, ou seja, quais os sub-processos de cada processo, deixando nossa AP, mais com o aspecto da figura 2, neste caso feita utilizando-se uma ferramenta de construção de mapa mental. 20 Figura 9: Um exemplo de AP de uma Unidade de Pesquisa Clínica Fonte: elaborado pelo autor. Quando fazer a AP? A AP deve ser o primeiro passo para qualquer iniciativa de BPM, pois com ela é possível fazer um diagnóstico de alto nível para priorizar quais processos serão mapeados, analisados, transformados e monitorados ganhando assim tempo da sua equipe e precisão na entrega de valor. Construir a AP é uma maneira rápida de entender a organização sob o ponto de vista de processos e priorizar ações de melhoria. Fatores Críticos de Sucesso de uma boa AP Para construir uma AP de sucesso alguns fatores são fundamentais: Foco DO cliente: tudo que a organização faz, faz para entregar valor ao cliente e a identificação, análise e transformação dos processos devem seguir esta perspectiva; Visão outside-in: para entender o que é valor para o cliente, é necessário olhar de fora para dentro, ou seja, não inicie o trabalho olhando para os departamentos da empresa, mas sim para clientes e demais stakeholders; Visão end-to-end: ou “fim a fim”, ou “ponta-a-ponta”, significa entender os processos do início ao fim, ou seja, desde a solicitação feita pelo cliente até a entrega total de valor a ele. 21 Não misturar parafuso com caminhão: Mantenha uma coesão no detalhamento dos processos entre os diferentes níveis hierárquicos da AP. Por exemplo, na sequência de atividades: Solicitar compra, Pagar compra, Receber produto, Carimbar nota fiscal e Dar entrada no estoque. “Carimbar nota fiscal” é claramente uma tarefa ‘menor’ do que as que estão anteriormente detalhadas e, provavelmente, deve estar dentro de algum grupo de tarefas. Conclusão A AP mostra o que sua organização faz sob o ponto de vista de processos e construí-la logo no começo de qualquer iniciativa de processos ajuda você a entender o contexto dos processos e economizar tempo focando nos processos que devem ser priorizados para ações de transformação. Além disso, ela mostra o relacionamento hierárquico entre processos, o alinhamento entre processos (visão end-to-end), o alinhamento entre processos e a estratégia, o alinhamento entre os processos e os recursos da organização e servir como base para um mecanismo de medição e mudança orientado a processos. Ainda, além de ser uma ferramenta poderosa na gestão do dia a dia de processos, a AP pode ajudar em outras iniciativas como na especificação ou compra de sistemas, conferindo requisitos e funcionalidades com a realidade da empresa, na governança dos processos e na estruturação do trabalho do escritório de processos. 22 REFERÊNCIAS BRAGA, Bruno da Rocha. Modelagem da Arquitetura de Processos para a Gestão da Estrutura de Custos. Congresso de Informação de Custos e Qualidade do Gasto no Setor Público. Anais... p.1-15, 2010. Brasília: ESAF. ↑ Dawis, E. P., J. F. Dawis, Wei-Pin Koo (2001). Architecture of Computer-based Systems using Dualistic Petri Nets. Systems, Man, and Cybernetics, 2001 IEEE International Conference on Volume 3, 2001 Page(s):1554 - 1558 vol.3 ↑ JONKERS, H.; LANKHORST, M.; VAN BUUREN, R. Concepts for modeling enterprise architectures. International Journal of Cooperative Information Systems, vol. 13, n. 3, 2004, pp. 257-287 ↑ RECKER, J.; ROSEMANN, M.; INDULSKA, M.; GREEN, P. Business Process Modeling - a comparative analysis. Journal of the Association for Information Systems. Vol. 10, Issue 4 de abril de 2009, pp. 333-363 ↑ YUT, G.A.; CHANG, T.C A five-step object-orientated architecture for process planning. Int. Journal on Production Research, vol. 32, n. 3, 1994, pp. 545-562. ↑ HEITGER, D.L. Estimating Activity Costs: How the Provision of Accurate Historical Activity Data from a Biased Cost System Can Improve Individuals’ Cost Estimation Accuracy. 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