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Unidade 1 Processos Organizacionais 1.1 Processo Administrativo Organização é um sistema de recursos com um objetivo, e para alcançá-lo conta com dois componentes importantes: processos de transformação e divisão do trabalho.É também por meio das organizações que se torna possível garantir a subsistência, afinal elas provêm salários, lucros, abonos e afins; meios de retribuir pelo trabalho (esforço) realizado na produção de bens e serviços. Logo, o desempenho das empresas é importante para todos aqueles que são afetados por elas.Administrar é tomar decisões sobre a utilização dos recursos e sobre como atingir os objetivos, e o processo administrativo se dá em cinco etapas (ou funções): planejamento, organização, liderança, execução e controle. Pode-se dizer que a sociedade atual é organizacional.Evoluir implica a capacidade da organização em olhar para o seu ambiente interno, pensando estrategicamente, retendo a aprendizagem organizacional, revendo conceitos e redefinindo estruturas. 1.2 Mas o que é processo? Já sabemos que os bens e serviços produzidos e consumidos em massa estão começando a entrar em escassez, ameaçando os limites naturais do planeta. Essa escassez se tornou centro de discussão e estudo, e hoje racionalizá-los é palavra-chave. A produção em massa é baseada na racionalização de tarefas repetitivas, na utilização de ferramentas específicas e na medição de execução em tempo mínimo. Assim, nasce a primeira ideia de processo. A ideia de processo é transformar um insumo (material, informação, cliente) em uma saída. Processo só existe se algum benefício for gerado para algum interessado. Utilizaremos o conceito de processo definido no Business Process Management CommomBodyofKnowledge (BPM CBOK): “Processo é um conjunto definido de atividades ou comportamentos executados por humanos ou máquinas para alcançar uma ou mais metas. Os processos são disparados por eventos específicos e apresentam um ou mais resultados que podem conduzir ao término do processo ou à transferência de controle para outro processo”. Processo é um ativo intangível. Ele nasce da necessidade percebida do cliente e termina na completa satisfação dessa necessidade. 1.3 Processos de negócio O termo “processo de negócio” acabou sendo muito utilizado no setor de serviços por traçar um paralelo com as atividades dos processos de fabricação. Porém, independentemente do setor de atuação, o conceito de processos (insumos transformados em produtos) é o mesmo e pode ser classificado. 1.3.1 Classificação de processos por tipo São os tipos de processos que encontramos na organização, sejam elas prestadoras de serviço ou produtoras de bens materiais, e se relacionam ao objetivo de cada processo. • Processos primários: aqueles que atendem clientes determinados e lhes entregam valor, representando a essência de uma organização no cumprimento de sua missão; segundo o BPM CBOK, “Atividades primárias são aquelas envolvidas com a criação física de um produto ou serviço, marketing e transferência ao comprador, e suporte pós-venda, referidos como agregação de valor”. • Processos de apoio (ou de suporte): aqueles que apoiam a realização dos processos primários e não geram valor direto para o cliente final; segundo o BPM CBOK, são exemplos comuns de processos de suporte aqueles relacionados à tecnologia da informação, infraestrutura, recursos humanos etc. • Processos de gerenciamento: são utilizados para definir, medir, monitorar e controlar um negócio visando ao atingimento dos objetivos da organização. E, segundo o BPM CBOK, são esses processos que asseguram que um processo primário, ou de suporte, atinja metas operacionais, financeiras, regulatórias e legais. Vale ressaltar que os processos de gerenciamento não agregam diretamente valor aos clientes, mas são necessários se a organização deseja operar de maneira efetiva e eficiente. 1.3.2 Classificação de processos por nível 1.4 Gestão de Processos ou Gestão por Processos Mas a literatura sobre o assunto “processos” são muito extensas e várias expressões são amplamente utilizadas. Uma divergência que surge constantemente nos livros é a expressão “gestão de processos” contrapondo à expressão “gestão por processos”. Não existe nomenclatura correta nesse caso, mas essas expressões não tratam da mesma coisa. Os conceitos não se excluem; ao contrário, se complementam. É necessário implementar a cultura de processos na organização para que seja possível estabelecer conformidade e controle. Só então, estrategicamente, a organização pode optar por gerenciar todas suas atividades por processos, adotando o monitoramento e o desempenho dos processos como modelo de gestão. 1.5 Os profissionais de processos • Auditor de processos: Trabalha na verificação dos processos desenhados atestando se o que está registrado está sendo executada, coleta evidências, apura possíveis desvios na documentação. É a figura que garante alinhamento entre o processo e a gestão. Auditores internos que atuem com as normas ISSO 9000 podem ser muito úteis nesta atividade. • Gestor do processo: É o responsável pela implementação da cultura de processos e, em sequência, é o que mantém a melhoria contínua dos processos, desdobrando as metas em itens de controle e definindo ações de melhoria. 1.6 Cultura de processos pelo mundo Em alguns momentos citamos a sigla ABPMP, que significa Associationof Business Process Management Professionals. Trata-se de uma organização sem fins lucrativos, presente em diversos países, cujo objetivo é promover os conceitos e as práticas da Gestão de Processos. Em inglês, a sigla BPM significa Business Process Management, ou Gestão de Processos de Negócio. A partir daqui, adotaremos a sigla BPM sempre que nos referirmos à implementação da Gestão de Processos.Consultando a página da associação é possível conhecer o escopo de atuação da entidade, listado em: • atuação neutra, independente e não comercial de BPM; • desenvolvimento, consolidação e padronização de tópicos relevantes de BPM; • gerenciamento e disseminação de conhecimentos em BPM; • revisão de requisitos de conhecimento para especialização em BPM; • desenvolvimento profissional de alto nível; • certificação profissional em BPM. É importante contar com o suporte de organizações de caráter internacional, o que gera maior visibilidade e confiança aos profissionais da área. Unidade 2 Estrutura Organizacional e seus departamentos 2. Estrutura Organizacional Entender a estrutura de uma empresa por dentro, a forma física e hierárquica como ela se organiza, é importante pois, no momento de começar a conhecer as atividades desempenhadas pelos recursos, precisaremos também ser capazes de identificar onde essas atividades permeiam. 2.1.1 Definindo Estrutura Organizacional A estrutura organizacional, nada mais é do que o conjunto ordenado de responsabilidades, autoridades, comunicações e decisões das unidades organizacionais de uma empresa e as rotinas e os procedimentos administrativos (métodos). Estrutura organizacional, portanto, é o desenho, o formato pelo qual a empresa apresenta suas áreas, seus níveis hierárquicos e seus departamentos. É por meio dela que se verifica de maneira geral como a empresa trabalha para alcançar seus objetivos, quais são os subordinados e os responsáveis e até mesmo qual o modelo de poder que a empresa apresenta. De acordo com Oliveira (1994), entende-se a organização empresarial como a ordenação e agrupamento de atividades e recursos com o objetivo de se alcançarem os objetivos e resultados estabelecidos.Para uma gestão empresarial de qualidade é preciso levar em consideração os fatores técnicos e os fatores humanos. As estruturas organizacionais constituem toda a organização formal de uma dada empresa e abrange uma complexa divisão do trabalho, especialização e hierarquia.Tais estruturas são definidas na estratégia organizacional, pela gerência, diretoria ou qualquer outro conceito que seja ligado ao conceito de “alta cúpula da organização”.Dentro de uma estrutura organizacional temos o organograma, que é a representação gráfica de uma estrutura organizacional, podendo ser dos departamentos, sendo possível verificar possíveis representações gráficas de departamentos. 2.1.2 A Estrutura Organizacional pode ser de dois tipos: formal ou informal 1 – Estrutura Formal: é aquela representada pelo organograma. Todas as relações que acontecem em uma estrutura são formais. • Organograma: é a representação gráfica que elucida cada unidade de trabalho. • Estrutura Informal: trata-se de uma estrutura mais flexível. Na estrutura informal, as interconexões entre as partes fora do Organograma, ou seja, as relações, não estão previstas.Ela pode ajudar a empresa, facilitando o trabalho, mas pode também atrapalhar, realizando procedimentos errados. Para Oliveira (2009, p. 101) a rede informal [...] é a rede de relações sociais e pessoais que não é estabelecida ou requerida pela estrutura formal. Surge da interação social das pessoas, o que significa que se desenvolve espontaneamente quando as pessoas se reúnem. Portanto, apresenta relações que usualmente não aparecem no organograma. A informalidade dentro das organizações, costuma ser instável. Ela surge por naturezas diversas, seja por delegação da autoridade,seja por outros motivos. Em alguns casos, funcionários mais novos na empresa costumam buscar apoio em colaboradores mais antigos e não em seus superiores diretos, por exemplo. 2.1.3 As principais vantagens da estrutura informal, de acordo com Oliveira (2009), são: a. proporciona maior rapidez no processo; b. reduz distorções existentes na estrutura formal; c. complementa a estrutura formal; d. motiva e integra as pessoas da empresa. Já as desvantagens da estrutura informal são: a. desconhecimento das chefias; b. dificuldade de controle; c. possibilidade de atritos entre as pessoas. d. independentemente de serem formais ou informais, as estruturas ainda se subdividem em diferentes tipos, como veremos a seguir: • Estrutura Física: trata-se de uma empresa circunscrita em um espaço físico, podendo ter um ou mais empregados. • Estrutura Virtual: trata-se de uma empresa desterritorializada, sem um suporte físico. Tais empresas são baseadas em fluxos de virtualidades que conectam as pessoas por meio de redes móveis, em que os negócios, as parcerias e os fluxos de rotatividades de capitais são motivados de forma não local, tudo por meio de redes cibernéticas. Tais empresas surgem como reflexo do desenvolvimento das tecnologias de informação. • Estrutura orientada a processo: estrutura em que todos os envolvidos atuam de forma ativa, podendo ser funcional ou departamentalizada. Geralmente tais empresas trazem consigo alguns pontos negativos, tais como: apresentam alto fluxo de informações truncadas; o fluxo de material é na maioria das vezes desorganizado; nem sempre os processos são orientados na sua plenitude de consistência; geralmente tais estruturas são consideradas pesadas e viciadas, faltando em seu corpo dinamicidade, flexibilidade, adaptações e mudanças. • Estrutura terceirizada: o conceito de terceirização tem como perspectiva a transferência para terceiros de todas as atividades que não sejam parte da competência básica da empresa. Com o advento da globalização no último século, assistimos a uma busca por maior produtividade e eficiência, refletindo uma busca constante por estruturas terceirizadas, sobretudo referentes a áreas de apoio, tais como estruturas de recrutamento, estruturas de seleção, de documentação etc. 2.2 Modelos de Estrutura Organizacional A burocracia visa criar organizações formais com sistemas que controlam o comportamento das pessoas por meio de regras. É também onde se estabelecem a hierarquia e toda a estrutura organizacional que vimos até agora. Já na década de 1960, algumas pesquisas apontaram outros modelos de organização em contraponto àqueles idealizados por Weber. Modelo mecanicista: nesse modelo, as tarefas são especializadas e precisas. A hierarquia ainda existe e é bem- -definida. A responsabilidade pela consecução das atividades dentro do esperado, a coordenação e a visão de conjunto dessas atividades são de responsabilidade da alta administração. A comunicação é vertical: de cima (alta direção) para baixo. Aqui a organização depende de regras. Modelo orgânico: nesse formato, ninguém é especializado em nada ou todos conhecem todo o processo.Nesse caso, os organogramas são de pouca utilidade para desenhar as tarefas, pois não há centralização nem formalidade. Aqui a organização depende de pessoas. 1.2 Departamentalização É o processo de reunir as atividades em setores organizacionais, previamente definidas segundo critérios da alta administração, sempre visando se adequar à estrutura organizacional e sua dinâmica de ação.Tudo isso é representado também no organograma. Tipos de departamento: • Por função As tarefas são agrupadas de acordo com as funções a serem executadas pela organização. É o tipo mais comum. • Por projetos Nesse caso, a organização é orientada por atividades temporárias, chamadas projetos. Assim, a estrutura organizacional também é temporária, alojada em uma organização funcional; a cada projeto, cria-se um organograma temporário e utilizam-se os recursos da organização funcional. • Por produto Aplica-se a empresas que trabalham com vários produtos ou serviços e que apresentam diferenças importantes entre si. Nessa estrutura, a responsabilidade é dividida usando-se o produto ou serviço como base. Cada unidade passa a responder e ter autoridade pela produção de um produto ou pela prestação de um serviço específico. • Por cliente Esse critério se aplica às organizações que possuem uma ampla carteira de clientes. O serviço ou produto é o mesmo, porém, devido à variedade do portfólio de clientes, a departamentalização atua como forma de assegurar a satisfação das necessidades de cada cliente específico. • Por território Nesse caso, cada unidade se refere a um território, adotando-se o critério geográfico para organização. Aplica-se quando a organização opera em uma área grande ou várias localidades e se faz necessário promover a agregação de clientes e de recursos nas proximidades do território em questão. 1.3 Condicionantes da estrutura organizacional Porém, não podemos esquecer que sempre existem fatores que interferem na implementação ou atualização de qualquer projeto. No momento de se estruturar uma organização, não poderia ser diferente, e a seguir conheceremos os condicionantes da estrutura organizacional: 1) Fator Humano As organizações existem por causa das pessoas, pois são elas que executam os trabalhos que permitem que os objetivos de cada organização estabelecidos sejam alcançados. O sucesso de uma estrutura organizacional depende de sua capacidade de agregar valor. Para garantir a qualidade da estrutura no que tange ao fator humano, é necessário observar: • os valores e crenças das pessoas envolvidas, que devem estar alinhados com os valores da organização; • o conhecimento que elas possuem e os que precisam ser desenvolvidos acerca da estrutura organizacional; e • os níveis de satisfação e motivação de cada colaborador em participar da integração ou reestruturação organizacional. 2) Fator Ambiente Externo Ressalta-se que quanto mais competitivo, complexo, instável e dinâmico for o ambiente, maior será a necessidade de conhecê-lo. Os componentes que devem ser sempre levados em consideração no momento da análise são: • ramo de negócios em que a empresa está inserida; • políticas fiscais e monetárias dos países onde a empresa esteja presente; • avanço tecnológico;• comportamento da sociedade e mudanças culturais; • concorrência. Conhecer a concorrência é fundamental para prever possíveis impactos que a organização pode sofrer, como o anúncio de novos produtos ou preços pelos concorrentes. Nesse momento, devemos apenas entender que o ambiente externo influencia a todo tempo nas ações da organização e isso inclui a forma como ela vai decidir se estruturar. 3) Fatores objetivos, estratégias e políticas Os objetivos e as estratégias da organização devem estar bem claros e definidos e ser amplamente divulgados por meio de políticas e normativos internos. Seguem os conceitos: • Objetivo é o alvo ou situação que se pretende alcançar. • Estratégia é a definição do caminho mais adequado para alcançar o objetivo. • Política é a representação dos objetivos e estratégia desdobrados em metas e orientações precisas. Coordenam as pessoas, as atividades e as decisões dentro da organização. 4) Fator tecnologia Para Maximiniano [2011], “Tecnologia é o repertório de conhecimentos utilizados pelas pessoas e organizações para resolver problemas”. Apesar de sempre existir a associação entre tecnologia e equipamentos eletrônicos, o conceito literal de tecnologia vai além; todas as ferramentas, tangíveis ou não, utilizadas na resolução de um problema fazem parte de um repertório tecnológico. Unidade 3 Mapeamento e análise de processos 3. Mapeamento de Processos O mapeamento de processos consiste em representar, de forma gráfica, toda a interação que acontece desde a chegada de um insumo até a saída dele em produto transformado. E não importa se é o produto final que será consumido ou se estamos falando de tudo aquilo que é transformado internamente (produtos intermediários) pela organização durante a transformação. No exemplo A, o processo vai de ponta a ponta, iniciando-se com a chegada do cliente a uma lanchonete, pedindo seu suco e recebendo o produto final. Mas existem outros processos que precisam acontecer para que o produto final (suco de laranja) se torne uma realidade. Esses processos, considerados processos de suporte, também recebem insumos e também produzem resultados, os chamados produtos intermediários. O insumo da atendente é o pedido do cliente; o produto intermediário dela é a anotação do pedido que será entregue na cozinha.Assim como fizemos no exemplo anterior, é possível representar graficamente todas as atividades que acontecem no dia a dia de uma organização. 3.1. Mapeamento ou modelagem de processos? • Mapear processos: é a representação estática da situação atual da empresa; representa como as atividades estão sendo desenvolvidas, seus executores, seus insumos e produtos no momento em que se criam os mapas de processos. • Modelar processos: representa o resultado da análise da situação atual com o objetivo de se projetar uma situação futura; é um modelo dinâmico que visa atingir algum objetivo. Da representação gráfica, podemos ter diferentes tipos de produtos, de acordo com o nível de detalhe que se pretende representar: • Diagrama: retrata somente os principais elementos do processo e omite detalhes menores. É parte integrante de um modelo. • Mapa: apresenta maior precisão do que o diagrama e representa detalhes como quem executa determinada atividade. É parte integrante de um modelo. • Modelo: segundo o CBOK, “implica a representação de um determinado estado do negócio (atual ou futuro) e dos respectivos recursos envolvidos, tais como pessoas, informação, instalações, automação, finanças e insumos. Como o nível de detalhamento é maior, para se criar modelos, muitas vezes, utilizamos ferramentas (softwares) específicas para esse fim. 3.1.2 Benefícios esperados no mapeamento de processos De maneira geral, “a modelagem visa entender e repensar a empresa, procurando assegurar a mesma visão entre todos os participantes e setores envolvidos”.Os diagramas, mapas e modelos de processos são uma ótima ferramenta para ajudar na identificação de possíveis problemas. 3.2. Mapeando processos a.Infograma: Essa ferramenta consiste em organizar, documentar e analisar dados e informações. Dados são um conjunto de valores em estado bruto que, após processados, geram informações. Ou seja, é necessário que os dados sofram um processo de transformação para que traduza algo de valor para alguém. Quando estamos entendendo os processos de negócio de uma empresa, precisamos saber quais dados são utilizados, onde são armazenados (sistemas, mídias, arquivos) e quais as informações que estes geram. b.Funcionograma: Está diretamente ligado ao Organograma da empresa. É a representação gráfica detalhada de todas as atividades desempenhadas em cada área do Organograma.Dentre alguns dos objetivos que o Funcionograma traz na documentação de processos, temos: Além do exposto, o Funcionograma pode ser utilizado em avaliações de desempenho ou como suporte em processos de recrutamento e seleção, já que retrata um maior detalhamento das atividades de um cargo. c.Fluxograma: Para Araújo (2006), fluxograma “é um processo formado pelos movimentos de papéis entre pessoas e unidades de uma organização, com um início e um fim delimitados.”Se consultarmos etimologicamente, ou seja, o significado literal da palavra, o dicionário Michaelis nos mostra o conceito: “Representação gráfica, por meio de símbolos geométricos próprios, que apresenta o fluxo ou a sequência normal de um procedimento, problema ou sistema, que permite visualizar, por meio de ilustrações, de maneira sintética, as diversas etapas de um processo; diagrama de fluxo.” Cada símbolo representa uma ação: Os fluxogramas são amplamente utilizados pelos profissionais de TIC e da Qualidade. Existem metodologias que auxiliam no entendimento e na correta utilização dos símbolos supracitados; a norma ISO 1028 trata do “Processamento de Informação – símbolos para fluxogramas”, que padroniza tais símbolos. d.Mapas de Processos: Um modelo é a representação abstrata da realidade num determinado momento no tempo. Como dissemos anteriormente, é estático e funciona como uma fotografia do que está acontecendo na empresa no momento do mapeamento de processos. Em geral, constroem-se mapas para: entender os processos de negócio da empresa; apoiar na análise de eficiência e eficácia das atividades; auxiliar na prevenção de falhas; simular alternativas de melhoria; definir indicadores para garantia da qualidade, planejar recursos, treinar pessoas; e automatizar o fluxo de trabalho. As metodologias mais conhecidas na aplicação de desenhos de processos: • BPMN – Business ProcessesModelandNotation: é um padrão criado pelo BPMI – Business ProcessModelingInitiative e contempla uma notação gráfica para representar processos em diagramas ou modelos. O objetivo é fornecer uma linguagem que possa ser interpretada inclusive por não especialistas. A iniciativa foi amplamente apoiada por várias empresas do mundo todo e, devido à proporção que a notação ganhou, hoje a sua atualização e divulgação estão sob a responsabilidade da OMG – Object Management Group. • EPC – Event – DrivenProcessChains A metodologia EPC é resultado de pesquisas realizadas pelo IWI – Institute for Information Systems de uma renomada universidade da Alemanha. Hoje em dia, é apoiada pelo ARIS, um software também alemão de sucesso em mapeamento e modelagem de processos. Existem fóruns e comunidades que visam interagir e trocar conhecimento sobre a utilização desse método de desenhar. O EPC é a metodologia utilizada também nas implementações de sistemas de gestão integrada (ERP) da SAP (líder mundial na área de softwares). Ambas as metodologias permitem relacionar atividades, papéis (quem executa a atividade), produtos e intera- ções. A principal diferença entre as metodologias é forma de apresentação dos modelos: o BPMN apresenta o fluxo na visãohorizontal enquanto o EPC representa o modelo na vertical. e. Layout (ou Arranjo Físico): Utilizar a ferramenta de layout é representar os arranjos dos postos de trabalho nos espaços de uma organização. É um método utilizado principalmente para melhorar as condições de trabalho do pessoal e minimizar a movimentação de pessoas, materiais, produtos e até de informações entre as diversas áreas. Todas as ferramentas demonstradas até o momento têm o mesmo objetivo: retratar a situação atual da empresa. Como nem tudo são flores, é possível identificarmos falhas nos processos por meio dos modelos anteriores, mas existem métodos mais específicos para tal. f.Diagrama de Causa e Efeito É também conhecido como diagrama de Ishikawa ou diagrama de espinha de peixe (essa nomenclatura se dá pelo formato como o diagrama é desenhado). Sua função é representar as possíveis causas que levam a determinado problema. Não são necessários softwares específicos para criar um diagrama de causa e efeito, mas algumas etapas antes de sua elaboração são necessárias: Se o problema for muito complexo, é possível que as causas grifadas no diagrama desdobrem novos diagramas que devem ser tratados até a resolução da causa-raiz. g.Matriz GUT: É uma ferramenta utilizada para priorizar problemas ou riscos potenciais para minimizar seus impactos. Ela estabelece quantitativos na representação dos problemas para auxiliar no estabelecimento de prioridades. Os problemas são listados e se atribuem aspectos de gravidade (G), urgência (U) e tendência (T). Além disso, são atribuídos valores estabelecendo uma escala em que 5 corresponde à maior intensidade e 1 à menor intensidade do problema. Unidade 4 Redesenho de processos 4 Por que melhorar um processo? Durante a análise, então, algumas falhas, gargalos ou oportunidades de melhoria podem ser detectados: estratégia.” (HOUAISS, 2017). Falha: é um evento que tem a capacidade de interromper o processo; algo que pode acontecer ou alguma atividade crítica que se não executada ou executada de maneira incorreta interromperá todas as demais atividades. Gargalo: trata-se de uma restrição ou limitação que atrasa as demais atividades, gerando uma espécie de fila. Oportunidade de melhoria: nesse caso, todo o processo funciona e os produtos não sofrem qualquer impacto, porém nota-se margem para a melhoria. 4.1 Melhorias contínuas Segundo Barbará (2006), a prática “consiste num processo contínuo de estabelecimento de objetivos e de identificação de oportunidades de melhoria, pelo uso de constatações em auditorias, análise de dados, análises críticas pela administração ou outras fontes”.A melhoria contínua é considerada uma abordagem incremental, porém, dependendo das mudanças que se façam necessárias, a mudança precisa ser radical. Conheceremos as etapas básicas da melhoria contínua e os conceitos utilizados em casos de mudanças radicais – a reengenharia. Em resumo, uma organização busca melhorar para se tornar mais eficiente, reduzir custos e tempos de ciclos, modernizar-se e se manter competitiva por mais tempo no mercado. 4.2 Falhas na modelagem e não no processo As armadilhas mais comuns da etapa de modelagem que podem impactar nos resultados: Não alinhar a modelagem de processos com a estratégia da organização; Erudição: usar vocabulários muito rebuscados que dificultam o entendimento da atividade; Não analisar os requisitos e regras que norteiam as atividades modeladas; Ter muitas iniciativas de modelagem acontecendo ao mesmo tempo, perdendo a visão do todo e modelando partes pequenas que, ao final, não “se falam”; Fazer a modelagem sem a presença de quem realmente executa ou é especialista no processo; Ter pressa excessiva para desenhar o processo, omitindo atividades importantes; Fazer a modelagem com usuários não engajados ou que não entenderam o motivo da iniciativa; Usar pessoas inexperientes para fazer os desenhos ou adquirir ferramentas de modelagem que ninguém sabe utilizar corretamente; Não definir previamente o escopo do que será modelado; Focar em microdetalhes; Modelar do zero. 4.3 Como não modelar do zero? Adotar uma melhor prática consiste em reconhecer padrões de processos em áreas em que estes podem ser repetitivos, como em sistemas contábeis. Com algum estudo, se conhecem as ferramentas automatizadas mais utilizadas em determinado setor e então os modelos de processos serão desenhados para atender à automatização. Compreensibilidade: modelos devem ser facilmente entendidos. Generalidade: é necessário que o modelo seja um tanto quanto abstrato para que os novos usuários possam adaptá-los. Flexibilidade: os modelos devem permitir a customização. Plenitude: quando um modelo de referência for desenvolvido, todas as estruturas devem ser levadas em consideração, como dados, documentos, produtos, de modo que o nível de adaptação seja o menor possível e o benefício seja percebido. Usabilidade: deve ser um modelo útil e não vago ou generalista demais. Além do exposto, existe mais uma prática para apoiar uma nova modelagem ou economizar tempo e recurso na iniciativa: a comoditização de processos. Alguns fornecedores de softwares de modelagem de processos têm adotado a estratégia de fornecer um repositório de processos já pré-configurados na plataforma adquirida. Basta que o usuário faça o download do processo-chave escolhido (exemplo: registrar reclamação de cliente) e adaptar as atividades de acordo com as especificidades de sua organização. 4.4 Ferramentas de suporte à melhoria contínua A ferramenta mais conhecida se chama Ciclo PDCA, um método gerencial pra a promoção da melhoria contínua, também conhecido como ciclo de Shewart, seu criador, ou ciclo de Deming, o responsável pela promoção do conhecimento da ferramenta.Lembre-se que Gestão da Qualidade e Gestão de Processos são metodologias complementares e não excludentes. Vamos colocar em prática o PDCA? Suponhamos que você esteja realizando obras em sua casa. No momento de contratar o serviço, você listou as atividades que seriam executadas, como trocar o piso da cozinha, pintar as paredes da sala, instalar pia no banheiro, trocar o registro da área de serviço. Note que, intuitivamente, você mapeou os processos que serão executados na obra. Passaram algumas semanas e você nota que a obra está atrasada. Você reúne todos os envolvidos e descobre que o atraso está acontecendo porque o piso que você comprou para ser instalado era muito grande e precisa de ajustes como cortar e lixar para caber. P (Planejar) Nessa fase são estabelecidos os objetivos. Depois de identificadas as falhas e os riscos. É nesse momento que se definem as metas que a organização deseja alcançar, sanando os problemas encontrados. Nesse momento você estará planejando uma melhoria: comprar uma máquina que corta e lixa ao mesmo tempo, reduzindo o tempo que os pedreiros estão levando para adaptar o material. D (Executar) É o momento de fornecer orientação e treinamento para a execução das atividades previstas no planejamento. Aqui você reunirá todos que vão manusear a nova ferramenta de corte do piso, vai ajudá-los a entender o manual, praticar com as sobras dos pisos desperdiçados no trabalho manual anterior e se certificar de que todos estejam alinhados à nova prática. Agora, eles estão prontos para executar a nova atividade do processo “trocar o piso da cozinha”. C (Verificar) É o momento em que se verifica se o que foi planejado está sendo executado. Nessa fase, você deve reunir toda a equipe da obra para confirmar se a nova programação de datas e entregas está sendo seguida. Ou seja, se o planejamento da melhoria, em adquirir uma máquina de corte, está surtindo o efeito desejado. A (Agir corretivamente) Nesse momento do ciclo, tudo é verificado novamente a fim de garantir que o novo planejamento funcionou. Dessa fase, pode-se obter uma lição:a organização pode optar por adotar o planejado como padrão, ou seja, um novo processo será criado, absorvendo as atividades propostas na melhoria. 4.5 Redesenho e Reengenharia de Processos A organização pode perceber a necessidade de mudar radicalmente seus processos-chave e então novas metodologias devem ser aplicadas. 4.6 Redesenho de Processo Tadeu Cruz listou um roteiro básico de passos a serem seguidos para documentar processos. 1 – Finalidade do Processo 2 – Áreas de aplicação do Processo 3 – Processo 3.1 – Nome do Processo 3.2 – Funcionograma do Processo (ferramenta estudada no capítulo 3) 3..3 – Fluxograma do Processo (ferramenta estudada no capítulo 3) 3.4 – Eventograma do Processo 4.6.1 – Eventograma Por definição, eventograma é “técnica para decompor um processo de negócio em eventos, a fim de estudar suas causas e condições, nas atividades geradoras, e suas abrangências e seus efeitos, nas atividades receptoras”. Durante o levantamento desses eventos, o modelador elabora um formulário chamado EPS (Entrada – Processos – Saídas) para documentar a decomposição do processo.Também se trata de um formulário que ajuda a dimensionar um processo antes de você começar a mapear ou melhorá-lo. Antes de criar um formulário do tipo Eventograma ou SIPOC, vale lembrar das dicas abaixo: O nome da ficha ou formulário deve conter o nome do processo. Nomes de processos vêm no infinitivo para transmitir a ideia de ação, como no nosso exemplo: trocar piso da cozinha. Defina os fornecedores do processo. Toda entrada deverá possuir um fornecedor, porém o processo pode contar com apenas um fornecedor para todos os insumos. No nosso exemplo, você pode ter adquirido todo material que seria utilizado na obra em uma única loja de suprimentos. Defina as entradas do processo. É tudo que será utilizado no processo da obra do nosso exemplo: piso, tinta, pincéis, luvas, bancadas, espelhos, etc. Agora, defina as saídas do processo que podem ser bens tangíveis, como a fabricação de um tênis, um piso cortado ou bens intangíveis como as informações em um contrato. Por fim, defina os clientes do processo. 4.6.2 Reengenharia de Processos Para o CBOK, a reengenharia “é um repensar fundamental e um redesenhar radical de processos para obter melhorias dramáticas no negócio”. Aqui, em contraponto ao redesenho, sente-se a necessidade de criar um novo processo do zero. Por diversos motivos: mudança de estratégia, lançamento de novos produtos, fusão com novas empresas, manutenção da competitividade e modernização. É necessário muito estudo e análise antes de se optar pela reengenharia. Toda mudança radical traz grandes impactos, principalmente na cultura da organização. Organizar em torno de resultados, não tarefas; Fazer com que, na medida do possível, aqueles que utilizam o produto do processo executem o próprio processo; Pessoas que coletam os dados e produzem as informações deveriam também ser responsáveis pelo processamento; Recursos geograficamente dispersos devem ser tratados como se fossem centralizados; Conexão de atividades paralelas em um fluxo de trabalho em vez de integração de seus resultados; O ponto de decisão deve ser colocado onde o trabalho é realizado e os controles devem ser construídos dentro do processo; A informação deve ser capturada uma única vez na fonte e depois compartilhada. 4.6.3 Mudança de Paradigma “Assim, em vez de competir, a coisa mais razoável a se fazer é não competir. Em vez de otimizar processos para competir melhor, a mudança de paradigma em processos posiciona a organização como a única opção, sem concorrentes, como um monopólio temporário. A exploração bem-sucedida de um ciclo de mudança de paradigma dará suporte a um novo ciclo. Baseia-se na premissa de que é preciso ter um desprezo saudável pelo impossível e tentar coisas que a maioria das pessoas não tentaria. É evidente que inovar impõe riscos, mas capital de risco é uma das formas para geração de riqueza.A mudança é cíclica e, como todo ciclo, tem início, meio e fim. 4.7 Demais ferramentas Matriz de Priorização: ajuda na priorização de ações ou objetivos, sendo utilizada em casos de seleção de melhores opções quando existem dúvidas. Devem-se atribuir critérios e pesos para pontuar as opções envolvidas. Diagrama de árvore: ferramenta que desdobra o objetivo ou a ação principal em etapas sucessivas para que se obtenham detalhes na análise. Unidade 5 Monitoramento e a Gestão de Processos 5.1. Monitoramento de processos de negócios Assim como a prática de melhorar o que já existe, a medição ou monitoramento também deve ser constante. 5.2. Indicadores de desempenho • Medida é a quantificação de dados em um padrão e qualidade aceitáveis (exatidão, completude, consistência, temporalidade). • Métrica é uma extrapolação de medidas, isto é, uma conclusão com base em dados finitos. • Indicador é uma representação de forma simples ou intuitiva de uma métrica ou medida para facilitar sua interpretação quando comparada a uma referência ou alvo. Para o nosso curso, quando pensarmos em acompanhar/monitorar resultados, estaremos nos referindo aos Indicadores de Desempenho de Processos, em inglês Key PerformanceIndicator – KPI. A função de um KPI é, a partir de como a tarefa é realizada, garantir o desempenho do processo e garantir que esteja atingindo o objetivo determinado, medindo: Conheceremos ferramentas que auxiliam na construção de indicadores, mas precisamos ter em mente as premissas básicas, ou seja, os passos que devem estar concluídos antes de se idealizar a medição: 1. Modelagem da verdade: significa ter em mente que os mapas dos processos foram gerados retratando ao máximo a realidade do que é executado; 2. Medição para análise: pensar em indicadores que de fato darão suporte para o processo de decisão; 3. Análise para Criação de Oportunidades de Melhoria: os indicadores devem oferecer subsídio para o ciclo do BPM, originando informações capazes de identificar melhorias a serem realizadas; 4. Criação de Indicadores para Monitoramento: falaremos mais à frente em ferramentas que auxiliam na construção de indicadores de desempenho; 5. Medição e Análise constante: os indicadores também devem ser analisados de tempos em tempos para garantir sua efetividade. Eles devem sofrer atualizações, por exemplo, sempre que há mudanças nos processos. 5.2.1 Construindo sistemas de medição Os sistemas de medição possuem uma hierarquia, dividida em três níveis, dependendo da complexidade e estrutura do gerenciamento que será adotado pela organização. Níveis de um sistema de Medicação: • Nível estratégico: indicadores com o objetivo de avaliar os efeitos da estratégia nas partes interessadas e nas causas desses efeitos; • Nível gerencial: indicadores utilizados para verificar a contribuição dos setores; • Nível operacional: indicadores que avaliam o desempenho dos processos ou rotinas (conjunto de tarefas) individuais. 5.2.1.1 PerformancePyramid Também conhecida como SMART (StrategicMeasurement, AnalysisandReportTechnique) é um modelo que busca representar os objetivos estratégicos da empresa de cima para baixo (top – down) e usa como insumo as medidas de desempenho distribuídas de baixo para cima (bottom – up). Sua finalidade é garantir a correta relação entre estratégia e operação. 5.2.1.2 Balanced Scorecard – BSC Por meio do BSC, que traduzido significa “indicadores balanceados de desempenho”, é possível realizar análises por quatro perspectivas: financeira, dos clientes, dos processos internos e do aprendizado e crescimento. • Perspectiva financeira: para sermos bem-sucedidos financeiramente, como deveríamos ser vistos pelos nossos acionistas? • Perspectiva dos clientes: para alcançarmos nossa visão, como deveríamos ser vistos pelos nossos clientes? • Perspectiva dos processos internos: para satisfazermos nossos acionistas e clientes,em que processo de negócio devemos alcançar a excelência? • Perspectiva do aprendizado e crescimento: para alcançarmos nossa visão, como sustentaremos nossa capacidade de mudar e melhorar? 5.2.1.3 PerformancePrism Para essa ferramenta a peça fundamental no sistema de medição de desempenho são os stakeholders. Segundo Lima (2008) “o PerformancePrism se torna capaz de criar indicadores que monitoram a estratégia e satisfaçam os principais interessados no sucesso do negócio”. Para o Prisma de Performance, tradução literal do nome da ferramenta, são cinco as perspectivas que devem ser analisadas no processo de seleção das métricas de desempenho: • Satisfação dos stakeholders: quem são e o que eles querem? • Contribuição dos stakeholders: o que queremos dos stakeholders? • Estratégias: quais estratégias precisaram pôr em prática para satisfazer os desejos e as necessidades dos nossos stakeholders? • Processos: quais os processos que precisamos pôr em prática para que possamos executar as estratégias? • Habilidades: quais aptidões são necessárias para operar nossos processos? 5.3.1 Business Intelligence – BI É uma ferramenta que possibilita reunir dados independentes, de fontes distintas, e ajustar os dados para serem entregues resultados de acordo como desejado para visualização. O BI pode ser utilizado para diversos fins: a. monitoramento; b. visão analítica: construção de processos quantitativos; c. emissão de relatórios: construção de informações para a gestão estratégica da empresa; d. colaboração: compartilhamento e processamento de dados de diversas áreas da empresa; e. gestão do conhecimento. 5.3.2 Business ActivityMonitoring – BAM É um termo que define como podemos prover acesso em tempo real (real-time) aos indicadores críticos de desempenho de negócios para melhorar a velocidade e eficiência de operações de negócios. Enquanto o BI tende a analisar dados acumulados para apontar padrões e tendências, o BAM trabalha em tempo real utilizando bancos de dados transacionais, serviços via web, mensagens etc. Logo, com a implantação do BAM, as empresas são capazes de monitorar seus processos e identificar falhas em tempo real. 5.3.3 Demais ferramentas • Ferramentas construídas internamente: a própria área de Tecnologia da Informação da organização pode desenvolver softwares de coleta e análise de dados a partir das informações geradas pelos indicadores de processos. • Ferramentas da Qualidade: além das ferramentas mencionadas até agora, existem diversas ferramentas de Gestão da Qualidade aplicadas para o gerenciamento dos processos de negócios. Vale a pena destacar duas: • Seis Sigmas: tem por meta específica reduzir defeitos de produção para níveis próximos a zero. O sigma é uma letra grega que os estatísticos utilizam para representar o desvio-padrão em amostragens. Tudo aquilo que não atende às expectativas dos clientes é entendido como “defeito” e tratado pelo Seis Sigmas. Entre outros objetivos do programa, listam-se: a. redução de variabilidade; b. melhoria nos produtos; c. custos mais baixos; d. aumento de lucratividade com a redução de defeitos. • DMAIC: é semelhante ao PDCA. 1. Definir – definir o escopo do projeto; 2. Medir – determinar indicadores apropriados para medir o projeto; 3. Analisar – determinar as causas de cada problema definido; 4. Melhorar (Improve) – avaliar e implementar soluções para cada problema prioritário; 5. Controlar – garantir a perpetuação das mudanças. • Auditoria de processos: de acordo com CHOU, DU e LAI (2007) “Auditoria é um processo que estima o grau ou nível com o qual as atividades ou procedimentos de uma corporação correspondem a certos critérios estabelecidos, por exemplo regras corporativas, políticas corporativas e princípios gerais estabelecidos por órgãos regulamentadores e autoridades responsáveis”. Em geral, as empresas investem em áreas de auditorias contábeis cujo foco são os resultados financeiros da organização. Porém, empresas com maior grau de maturidade em processos costumam inserir a figura de Auditoria Interna. A auditoria é caracterizada pela confiança em alguns princípios. Estes, por sua vez, tornam a auditoria uma ferramenta eficaz e confiável. 5.4. Escritório de Processos Quando a empresa é madura nos conhecimentos de BPM e já está bem estruturada, é criado o Escritório de Processos. Tal escritório é tido como um centro de excelência na disciplina e executa a governança dos processos. Significa que é criada uma estrutura dedicada ao gerenciamento dos processos da organização, com visão centralizada e efetiva, com recursos alocados exclusivamente para manter esse centro. Não devemos confundir o Escritório de Processos com o Escritório de Projetos. Existem diferenças, como: • Os projetos controlados por um escritório possuem prazos de entrega determinados, enquanto iniciativas de processos não se encerram (são cíclicas, lembra?); • Como vimos, processos podem ser auditados e melhorados. Projetos não podem ser melhorados depois de entregues. Unidade 6 Arquitetura Organizacional 6.1 O que é arquitetura organizacional? A ideia central sobre o que venha a ser a arquitetura organizacional baseia-se na reflexão sobre o processo de sua construção”. Resumindo, e aplicando os conceitos que aprendemos até aqui, a arquitetura organizacional tem por objetivo traduzir em um modelo todo o ciclo de vida da organização. É como se tentássemos traduzir em um único modelo todos os processos que identificamos, a estrutura organizacional que desenhamos, a cultura organizacional. A nomenclatura criada pelos autores traz como referencial a arquitetura física; a arte de projetar e construir. Por isso, o modelo proposto pelos autores tem como premissas três conceitos da arquitetura física: Além disso, outras quatro contribuições da arquitetura física são levadas em consideração na literatura do tema. Araújo (2011, p. 78) explica cada uma delas: a. Primado da finalidade: “um projeto deve atender às necessidades para as quais foi criado”; b. Adequação arquitetônica: “adequação entre a modelagem dada à organização e fatores como os planos dos gestores, padrões culturais inerentes à organização, forças econômicas, políticas e sociais”; c. Materiais estruturais: “novos materiais possibilitam outras arquiteturas, tornando, inclusive, obsoletos os elementos constituintes das antigas formas”. d. Disponibilidade das tecnologias necessárias: “os executivos-arquitetos, no decorrer da elaboração do projeto de suas organizações, precisam recorrer à tecnologia colateral, pois a eficiência das organizações depende, diretamente, desses conhecimentos para que se realizem funções básicas”. 6.2 Arquitetura organizacional versus arquitetura de processos O sentido mais amplo da palavra “arquitetura” se mantém em todos esses conceitos, porém arquitetura organizacional e os demais não tratam do mesmo objeto. • Arquitetura de negócio: Segundo o CBOK, “modelos de arquitetura de negócio são conceituais e lidam com O QUE no negócio”. Retratam a capacidade do negócio em executar ou entregar algo. • Arquitetura de processos: Ainda segundo o CBOK, “modelos de arquitetura de processos lidam com o COMO do negócio e definem como um ‘entregável’ produto ou serviço que é construído e entregue. Dessa forma, modelos de arquitetura de processos, quando decompostos em maior nível de detalhe, definem as atividades que um negócio deve ser capaz de realizar”. E resume: “Como cada atividade se relaciona transitivamente a uma determinada capacidade, modelos de arquitetura de negócio relacionam as atividades necessárias e estão preocupados com a eficácia. Modelos de arquitetura de processos focam as atividades físicas e seu gerenciamento. Esses modelos focam o modo como o trabalho é executado e estão preocupados com a eficiência”. 6.3 Modelo de Congruência de Nadler, Gerstein e Shaw Formas arquitetônicas dealta performance: • Binômio arquitetura/estratégia: como a arquitetura adotada permitirá à organização realizar sua estratégia; • Binômio arquitetura/cultura: como a arquitetura se harmonizará com os indivíduos que trabalham na organização. O primeiro binômio entende a organização como meio de gerar valor para acionistas, clientes e a sociedade onde a empresa esteja inserida. No segundo binômio, a organização passa a ser o meio para satisfazer a necessidade dos clientes, sejam internos ou externos. Para Nadleret al., as organizações apresentam características comuns, como: • interdependência interna; • capacidade de feedback; • equilíbrio; • equifinalidade; • adaptação. Logo, o modelo de congruência enxerga a organização como um sistema. 6.4 Os Sete C’s Vamos explorar cada um dos C’s: • Confiança: os colaboradores acreditam em uma nova organização, competitiva e forte no mercado. • Comprometimento: reafirmar os valores adotados na organização, criando unicidade entre os envolvidos e um sentido de direção a todos. • Cocriação: “empresas voltadas para esta tecnologia incluem todas as pessoas da organização no processo de criação do novo projeto organizacional”. • Conexão: estabelecer a relação entre a visão de futuro da organização e as ações necessárias para alcançar a meta. • Comunicação: peça fundamental, inclusive, para reforçar o “c” de comprometimento entre todos os envolvidos. • Celebração e correção do curso: Celebrar vitórias. Corrigir falhas. • Clima bom: é necessário um bom ambiente envolvendo o elemento humano. Araújo (2007), ainda, retrata passo a passo como buscar os sete C’s na organização. São eles: Passo zero: introdução dos conceitos na organização: Passo 1: diagnóstico, no qual se avalia e compreende a posição atual da empresa no mercado; Passo 2: propósito, valores e visão são estabelecidos dentro da organização; Passo 3: investigam-se as tendências presentes no ambiente externo à organização e que podem afetar seu desempenho; Passo 4: finaliza-se o projeto de visão de futuro que se deseja alcançar; Passo 5: traça-se uma espécie de mapa de transição gerencial que indicará os pontos prioritários a serem tratados dentro da organização, ressaltando o que deve ser mudado e justificando o que deve ser mantido. Passo 6: consenso e alinhamento precisam ser desenvolvidos entre membros da organização para que a visão possa tornar-se realidade; Passo 7: esta é a etapa em que se transforma visão em ação; Passo 8: a comunicação dentro da empresa precisa, aqui, servir de instrumento de divulgação e afirmação do novo projeto organizacional; Passo 9: é a hora de celebrar as vitórias e corrigir eventuais falhas; Passo 10: garantir a construção de um clima favorável à mudança, atendendo às necessidades e expectativas de clientes e ambiente externo. 6.5 Sistema de Trabalho de Alto Desempenho – STAD Na tentativa de mitigar ou espairecer os impactos dessas questões, em 1990 surge uma abordagem chamada High PerformanceWork Systems – HPWS (em português STAD – Sistema de Trabalho de Alto Desempenho). Estabelecendo a relação, Araújo (2011) nos diz que o STAD “consiste em uma nova arquitetura organizacional que reúne os quatro elementos-chave mencionados anteriormente em um modo operacional marcado pela congruência”. Para o autor, as seguintes características estão presentes em STADs: a. Constitui uma maneira de se refletir sobre a organização; b. É uma série de princípios para se projetar em organizações; c. É um processo de aplicação dos princípios no preparo de projetos; d. É uma variedade de características de projeto organizacional. Agora, pensando na fase de implementar um Sistema de Trabalho de Alto Desempenho, existem etapas que a literatura orienta seguir e que Araújo (2011, p. 155) resume em seis: 1. Análise das exigências e condições ambientais; 2. Análise do trabalho realizado dentro da organização; 3. Análise do sistema social que compõe a organização; 4. Desenvolvimento do projeto propriamente dito da organização ou de alguma unidade; 5. Implementação do plano de projeto; 6. Melhoria contínua 6.6 Garantindo uma implementação bem-sucedida Para Nadler, Gerstein e Shaw (1994) existem algumas causas que impactam o processo de desenho e que devem ser evitadas: 6.7 Perspectivas para uma arquitetura do futuro Existem algumas perspectivas que também devem ser levadas em consideração, segundo Nadler, para uma arquitetura do futuro. O quadro resume bem essas orientações do autor que pontua o que DEVE ser feito para garantir o sucesso em contraponto ao que foi listado para evitar. 6.8 Organizações em rede Também são conhecidas como empresas de transposição de fronteiras – TEAMNET. Em algumas literaturas, pode ser adota a nomenclatura “negócios reticulares”. Segundo Scherer-Warren (1997, p. 3) “as organizações em redes vêm sendo idealizadas com um formato organizacional democrático e participativo, no qual as relações interinstitucionais se caracterizam pela não centralidade organizacional e não hierarquização do poder, tendentes à horizontalidade, complementariedade e abertas ao pluralismo de ideias e à diversidade cultural”. São inúmeros os teóricos e livros que mencionam essa expressão. Mas para resumir e exemplificar bem, quando pensamos em uma organização em rede, nos referimos a empresas que vão além de suas fronteiras, por exemplo, por meio de franquias. Unidade 7 Cultura Organizacional – Gerenciando a mudança no trabalho com processos 7.1 Cultura organizacional – definindo conceito Cultura Organizacional: segundo Schein (1985) é o sistema de valores compartilhados pelos membros de uma organização que a distingue de outra. A cultura se refere à maneira com a qual os colaboradores percebem as sete características básicas de qualquer cultura, independente de concordarem com elas ou não. Testes e entrevistas visam identificar se os valores pessoais do interessado estão de acordo com o praticado na empresa. 7.3 Por que mudar? Segundo Marília Magarão, a mudança deve ser vista sob dois prismas: • visão da organização: normalmente, encarada como processo necessário. Ou a organização muda ou perde mercado, competitividade, rendimento e possui impacto em menor escala no BPM; • visão do colaborador: mais problemático para implantação do BPM. Existem, segundo Robbins (2009), seis forças específicas que estimulam a mudança. É necessário conhecer essas forças para seguir na administração da transição humana. 7.4 O processo de mudança São fontes de resistência individual, segundo Robbins (2009): • hábito; • segurança; • fatores econômicos; • medo do desconhecido; • processamento seletivo de informações. 7.5 Erros no ambiente de mudança 1. fragilidade ou inexistência de visão estratégica das mudanças 2. erros ou insuficiência de comunicação interna 3. baixo grau de exigência do mercado 4. a força dos paradigmas: organizações onde as regras estabelecidas são inquestionáveis e tudo conspira contra o novo; 5. desconhecimento de quem são os clientes dos processos e das suas respectivas necessidades: 6. inexistência de uma cultura de processos 7. inexperiência e/ou falta de capacitação na condução de projetos 7.6 Fatores críticos de sucesso na mudança David lista seis fatores críticos de sucesso (FCS) utilizados como embasamento da metodologia PCI, a saber: FCS 1: Propósito compartilhado da mudança: FCS 2: Liderança eficaz da mudança: FCS 3: Processos de engajamento: FCS 4: Compromisso dos sponsors: Sponsorslocais comprometidos são modelos de comportamento necessários para a mudança”. FCS 5: Forte Relação pessoal: FCS 6: Desempenho pessoal: 7.7 Fases de implantação de um gerenciamento de mudança comunicação: Trata de envolver as pessoas e mantê-las informadassobre o processo; projetar estratégia de pessoas: etapa em que a estratégia acordada deve ser documentada e compartilhada entre as partes interessadas definir atividades: Devem ser claramente definidas e comunicadas às pessoas que estarão executando as tarefas, projetar os papéis funcionais: processo interativo de agrupar as diferentes atividades em papéis, envolvendo a gestão e as pessoas envolvidas no projeto; gerenciamento de desempenho e critérios de medição: indica quais critérios serão utilizados na medição do desempenho dos envolvidos; analisar os gaps de competência chave: aqui se determinam quais as competências necessárias à execução dos papéis definidos e quais os gaps que deverão ser preenchidos para que o colaborador possa se desenvolver e executar suas atividades sem dificuldades; projetar a estrutura organizacional: adaptar a estrutura organizacional, se necessário, para permitir a execução do projeto; atualizar as políticas de RH: quando necessário para adaptação do projeto; desenvolver os treinamentos necessários: para desenvolver nos colaboradores a competência suficiente e permitir a correta execução das atividades propostas e o alcance satisfatório do desempenho 7.8 Desenvolvimento organizacional – outra forma de administrar a mudança De acordo com Robbins (2009) são cinco os valores que embasam o conceito de desenvolvimento organizacional: 7.9 Papel dos gestores na gestão da mudança 7.10 Certificação em gestão da mudança Já conhecemos a organização que certifica em processos, agora, vamos conhecer o HumanChange Management Institute– HUCMI. Consultando o site, o HumanChange Management Institutenasceu para promover a excelência na gestão do fator humano em mudanças organizacionais, criando uma base sólida para que um projeto atinja seus objetivos de negócio. Periodicamente, a instituição promove certificações para os profissionais que desejam atuar como líderes e/ou facilitadores na gestão da mudança. Unidade 8 Sistemas – O papel da Tecnologia nos processos organizacionais 8.1 Conceito de sistemas O enfoque sistêmico surge para resolver situações complexas. Nessa abordagem, tudo é complexo, pois qualquer situação apresenta inúmeras causas e produz diversos efeitos. Maximiano (2011) nos mostra que o enfoque sistêmico possibilita: Visualizar a interação de componentes que se agregam em totalidades ou conjuntos complexos; Entender a multiplicidade e interdependência das causas e variáveis dos problemas complexos; Criar soluções para problemas complexos. 8.1.1 Teoria Geral dos Sistemas As primeiras premissas acerca da teoria foram formuladas pelo filósofo Friedrich Hegel e afirmam: a.O todo é maior que a soma das partes; b.O todo define a natureza das partes; c.As partes não podem ser entendidas estudando o todo; d.As partes são dinamicamente relacionadas ou interdependentes. E a Teoria Geral dos Sistemas ou (teoria sistêmica) também não foi propagada por alguém da nossa área. Como já falamos, a interdisciplinaridade nos ajuda e dessa vez a teoria veio da contribuição de um biólogo alemão, Bertalanffy, em 1930, a partir de suas observações em seres vivos. O biólogo contribuiu para integrar correntes de pensamentos por meio do modelo que visualiza a organização como um todo: estrutura, máquinas e pessoas. São duas as ideias básicas do biólogo: 1. Interdependência das partes “Para compreender, é preciso analisar não apenas os elementos, mas também suas inter-relações: a inter-relação das enzimas na célula, de muitos processos mentais conscientes e inconscientes, a estrutura e a dinâmica dos sistemas sociais. Isso exige a exploração dos muitos sistemas no universo à nossa volta, com todas suas particularidades. Além disso, é evidente que há aspectos gerais, correspondências e isomorfimos comuns aos sistemas... A teoria geral dos sistemas, portanto, é a exploração científica de “todos” e “totalidades” que, há pouco tempo, eram considerados noções metafísicas, que transcendiam as fronteiras da ciência”. 2. Tratamento complexo da realidade complexa “A tecnologia e a sociedade hoje em dia tornaram-se tão complexas que as soluções tradicionais não são mais suficientes. É necessário utilizar abordagens de natureza holística ou sistêmica, generalistas ou interdisciplinares.” 8.1.2 Hierarquia dos sistemas É o conceito que nos mostra que é necessário dividir um problema grande e complexo em problemas menores: Subsistema: sistema integrado a outro maior; Supersistema: sistema que integra diversos subsistemas e sistemas. 8.1.3 Componentes de um sistema Percebe a semelhança com o conceito de processos? Os componentes são os mesmos, porém, segundo Chiavenato, as definições de cada item ganham um enfoque diferente: Entrada: a força ou o impulso de arranque ou de partida do sistema que fornece material, energia ou informação para a operação do sistema. Saída: a consequência para a qual se reuniram elementos e relações do sistema. Os resultados dos sistemas são finais, enquanto os resultados dos subsistemas são intermediários. Processo de transformação: o mecanismo de conversão das entradas em saídas. Retroalimentação: a função de sistema que compara a saída com um critério ou padrão previamente estabelecido. Ambiente: o meio que envolve externamente o sistema. Os sistemas estão inseridos em um ambiente. Um sistema possui objetivos que são alcançados por meio de funções desempenhadas por meio de processos compostos por atividades que consomem recursos. Os subsistemas fazem parte das funções e funcionam por meio dos processos. 8.1.4 Tipos de sistema Os sistemas são classificados quanto à sua constituição em: 1. Físicos: equipamentos, máquinas, hardwares. 2. Abstratos: ideias, hipóteses, softwares. Os sistemas são classificados quanto à sua natureza em: 1. Abertos: pessoas, grupos de pessoas. Agem como organismos vivos e interagem com o ambiente. 2. Fechados: são experimentais, como um equipamento que não interage com o ambiente. As variáveis são conhecidas e controláveis. As organizações são sistemas constituídos por seus departamentos e funções (suas partes e subsistemas) e são consideradas sistemas abertos, pois interagem com o meio em que estão inseridas. Chiavenato lista algumas características do sistema aberto que as organizações possuem: 1. Comportamento probabilístico e não determinístico; 2. A organização como parte de uma sociedade maior e constituída de partes menores; 3. Interdependência das partes; 4. Homeostase. 8.2 Sistemas de informações gerenciais Entre várias definições, um sistema de informação gerencial (SIG) é um conjunto de subsistemas associados a fim de gerar informações necessárias à tomada de decisões. Existem alguns tipos de sistema de informação, porém listaremos apenas os dois principais: Sistemas de apoio às operações – em linhas gerais, são os sistemas operacionais que executam os procedimentos rotineiros e produzem informações recorrentes e, em geral, repetitivas. Sistemas de apoio à gestão – são os SIGs, ou sistemas de informação gerencial, e prestam suporte à decisão gerando informações executivas. Não possuem caráter de rotina e costumam processar dados em ocasiões específicas. 8.3 Sistemas de gestão de processos – BPMS A sigla BPMS vem de Business Process Management Suite.O BPMS é a suíte que permite importar e analisar os mapas de modelos de processos de negócio. Os modelos que foram definidos e desenhados geram dados. Na plataforma de BPMS esses dados geram regras que são adicionadas ao desenho do processo, fornecendo lógica ou “inteligência” para a execução daquelas atividades. Segundo o CBOK, “é um conjunto de ferramentas que une tecnologia da informação e ambiente de operação. Aqui o negócio se desenvolve dentro do ambiente BPMS. Isso significa quequando um ator do processo começa seu trabalho e faz loginem uma aplicação, ele está entrando na parte “run time” do BPMS em que modelos e regras são executados”. São diversas as finalidades do BPMS: Modelagem de processos Definição de regras Simulações de operações de negócio Automação de processos Acompanhamento de desempenho Monitoramento e controle de atividades Essa é a relação entre dos grupos de ferramenta do BPMS e suas qualidades: Vamos conhecer dois tipos de sistema de gestão desenvolvidos para processos específicos: o de atendimento ao cliente e logística. 8.3.1 CostumerRelationship Management – CRM O CRM é software de gestão voltado para o processo de atendimento ao cliente. Ele reúne todas as informações de cada cliente, criando um “histórico” e evitando que os dados se percam em planilhas separadas. Um sistema não é só um repositório de dados. Ele gera informações de suporte à operação ou à gestão ou a ambos. O CRM traça o perfil do cliente, mostra quantas vezes o cliente entrou em contato, qual o incidente de maior recorrência e em quanto tempo seus chamados foram atendidos. 8.3.2 Enterprise Resource Planning – ERP A sigla ERP vem de Enterprise Resource Planning, que em português significa Planejamento de Recursos da Empresa. Como a própria tradução nos indica, um software ERP é instalado para dar suporte à organização no tangente ao planejamento de seus recursos financeiros, contábeis, humanos ou materiais. Qual a integração com processos? Toda! Um organograma, por exemplo, mostra todas as áreas e cargos de sua empresa. Ele é capaz de dimensionar a quantidade de funcionários de que você precisará para executar todas as atividades também apontadas no mapeamento de processos. Mas quem controla a assiduidade dessas pessoas? Um sistema de folha de ponto, por exemplo, que nada mais é que um ERP. Ele também provisiona férias e calcula montantes salariais. A ideia de um ERP é que ele seja um sistema integrado, ou seja, capaz de realizar uma interface com todos os demais softwares utilizados na empresa. Assim, as informações extraídas se tornam ainda mais confiáveis. “Segundo pesquisas realizadas pelo Aberdeen Group (consultoria americana) estima-se que apenas 27,6% das funcionalidades disponíveis no software ERP são utilizadas”.A área em que o ERP é amplamente utilizado, por outro lado, é a logística. 8.4 Integração de processos interorganizacionais – B2B A sigla, nesse caso, nada tem a ver com o nome. A sigla B2B vem da expressão “Business to Business”, traduzindo para venda entre empresas. É, basicamente, um sistema cujo foco é o fornecedor, e não o cliente final. Em uma operação B2B, uma empresa entra em contato “direto” com a outra para economizar tempo e custos entre as duas pontas. É possível realizar cotação, orçamento, realizar seu pedido, realizar o pagamento bancário, emitir e receber notas fiscais, tudo sem emissão e controle de vários documentos antes impressos. Os dados são transmitidos em tempo real, assim como o cálculo do imposto a restituir ou pagar e a emissão do recibo da declaração. Apurações e recolhimentos fiscais que as empresas declaram via sistema também são um exemplo de Business to Business.
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