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Direito Civil – Leis Especiais – Legislação Esquematizada 
 
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Sumário 
DECRETO-LEI Nº 4.657, DE 4 DE SETEMBRO DE 1942. ......................................................................................... 3 
Lei Nº 8.009, DE 29 DE MARÇO DE 1990. ............................................................................................................... 10 
LEI Nº 8.245, DE 18 DE OUTUBRO DE 1991. .......................................................................................................... 17 
LEI Nº 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003. ......................................................................................................... 40 
DECRETO-LEI Nº 911, DE 1º DE OUTUBRO DE 1969. ........................................................................................... 64 
LEI Nº 5.478, DE 25 DE JULHO DE 1968. ................................................................................................................ 69 
LEI Nº 11.804, DE 5 DE NOVEMBRO DE 2008. ...................................................................................................... 72 
LEI Nº 12.318, DE 26 DE AGOSTO DE 2010. .......................................................................................................... 73 
 
 
 
 
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DL 4.657/42 – Legislação Esquematizada 
 
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DECRETO-LEI Nº 4.657, DE 4 DE SETEMBRO DE 1942. 
 
Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro 
 
Art. 1º. Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país 45 dias depois de oficialmente 
publicada. 
 
§ 1º. Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia 3 meses depois 
de oficialmente publicada. 
 
§ 3º. Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo 
deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação. 
 
§ 4º. As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. 
 
Início de Vigência da Lei 
No País Nos Estados Estrangeiros 
45 dias após publicação, salvo disposição 
contrária. 
3 meses após oficialmente publicada. 
Leis de Pequena Repercussão e Leis de Período de Vacância 
LC 95/98. Art. 8º. A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo 
razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula "entra em vigor na data de 
sua publicação" para as leis de pequena repercussão. 
 
§ 1º. A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á 
com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subsequente 
à sua consumação integral. 
 
§ 2º. As leis que estabeleçam período de vacância deverão utilizar a cláusula ‘esta lei entra em vigor 
após decorridos (o número de) dias de sua publicação oficial’. 
 
Art. 2º. Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. 
 
Princípio da Continuidade 
Estabelece que a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue, desde que não seja de vigência 
temporária. 
 
§ 1º. A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou 
quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. 
 
§ 2º. A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem 
modifica a lei anterior. 
 
Revogação de Lei Anterior 
É possível quando Não é possível 
Expressamente ocorra declaração; (Expressa) 
 
For incompatível; (Revogação Tácita) 
 
Regule inteiramente a matéria de que tratava lei 
anterior. (Revogação Tácita) 
No caso de lei nova com Disposições gerais ou 
especiais a par das já existentes. 
 
§ 3º. Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. 
 
 
 
 
 
 
 
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Repristinação 
A repristinação ocorre quando uma norma³ é criada e acaba revogando uma norma² revogadora anterior 
e estabelece expressamente que determinada norma¹ revogada por esta última² volte a se tornar 
válida. 
O fenômeno da repristinação é admissível, excepcionalmente, desde que esteja expresso o retorno da 
norma revogada no novo texto. 
 
A Repristinação Tácita é inadmissível. 
Exemplo: 
Norma “X” revoga Norma “W” por incompatibilidade material. 
Norma “Y” revoga Norma “X” e estabelece, expressamente, o retorno da Norma “W”, sendo compatível 
com seu texto. 
 
Art. 3º. Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. 
 
Art. 4º. Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios 
gerais de direito. 
 
Decisão do Juiz no caso de Omissão Legal 
Analogia → Costumes → Princípios Gerais 
 
Art. 5º. Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. 
 
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a 
coisa julgada. (Princípio da Segurança Jurídica) 
 
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. 
 
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como 
aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de 
outrem. 
 
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. 
 
Ato Jurídico Perfeito x Direito Adquirido x Coisa Julgada 
Ato Jurídico Perfeito Aqui que já está consumado de acordo com a lei vigente em que se efetuou. 
Direito Adquirido Direito inalterável que pode ser exercido. 
Coisa Julgada Decisão judicial acabada, sem cabimento de recurso. 
 
Art. 7º. A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, 
o nome, a capacidade e os direitos de família. 
 
Lex Domicilii 
A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o 
nome, a capacidade e os direitos de família. 
 
§ 1º. Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e 
às formalidades da celebração. 
 
§ 2º. O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares do 
país de ambos os nubentes. 
 
§ 3º. Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do primeiro 
domicílio conjugal. 
 
§ 4º. O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, 
se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal. 
 
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§ 5º. O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anuência de seu cônjuge, 
requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de 
comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro. 
 
§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido 
no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial 
por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas 
para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento 
interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas em pedidos de homologação de 
sentençasestrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais. 
 
SEC 4.445/EX 
Com a Emenda Constitucional 66, de 13 de julho de 2010, que instituiu o divórcio direto, a homologação 
de sentença estrangeira de divórcio para alcançar eficácia plena e imediata não mais depende de 
decurso de prazo, seja de um ou três anos, bastando a observância das condições gerais estabelecidas na 
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) e no Regimento Interno do STJ. 
 
§ 7º. Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não 
emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda. 
 
§ 8º. Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua residência ou naquele 
em que se encontre. 
 
Art. 8º. Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que 
estiverem situados. 
 
§ 1º. Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens moveis que ele trouxer 
ou se destinarem a transporte para outros lugares. 
 
§ 2º. O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada. 
 
Art. 9º. Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem. 
 
§ 1º. Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta 
observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato. 
 
§ 2º. A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente. 
 
Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o 
desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. 
 
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do 
cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei 
pessoal do de cujus. 
 
CF/88. Art. 5º. XXXI. 
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em 
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal 
do "de cujus"; 
 
§ 2º. A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder. 
 
Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as fundações, 
obedecem à lei do Estado em que se constituírem. 
 
§ 1º. Não poderão, entretanto ter no Brasil filiais, agências ou estabelecimentos antes de serem os atos 
constitutivos aprovados pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira. 
 
 
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§ 2º. Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer natureza, que eles tenham 
constituído, dirijam ou hajam investido de funções públicas, não poderão adquirir no Brasil bens imóveis ou 
susceptíveis de desapropriação. 
 
§ 3º. Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos prédios necessários à sede dos 
representantes diplomáticos ou dos agentes consulares. 
 
Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de 
ser cumprida a obrigação. 
 
§ 1º. Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil. 
 
§ 2º. A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e segundo a forma estabelecida pela lei 
brasileira, as diligências deprecadas por autoridade estrangeira competente, observando a lei desta, quanto ao 
objeto das diligências. 
 
 
Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e 
aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça. 
 
Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do texto e da vigência. 
 
Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reúna os seguintes requisitos: 
 
a) haver sido proferida por juiz competente; 
 
b) terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia; 
 
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar em que foi 
proferida; 
 
d) estar traduzida por intérprete autorizado; 
 
e) ter sido homologada pelo Superior Tribunal de Justiça. 
 
NCPC/15 
Art. 961. A decisão estrangeira somente terá eficácia no Brasil após a homologação de sentença 
estrangeira ou a concessão do exequatur às cartas rogatórias, salvo disposição em sentido contrário de lei 
ou tratado. 
 
§ 5º A sentença estrangeira de divórcio consensual produz efeitos no Brasil, independentemente de 
homologação pelo Superior Tribunal de Justiça. 
 
Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a 
disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei. 
 
Atenção! 
A LINDB proíbe o reenvio. Desta forma, não é possível que autoridade judiciária brasileira, na aplicação de 
uma lei internacional estrangeira, utilize uma segunda lei a partir da indicação da primeira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Teoria do Reenvio/Retorno/Devolução 
Consiste na aplicação de interpretação das normas do direito internacional privado no lugar das normas 
nacionais, dando, assim, preferência ao ordenamento jurídico estrangeiro. 
Essa teoria procura resolver os problemas de interpretações das normas, aplicando, quando necessário, o 
direito internacional privado para a resolução dos conflitos, chegando a uma nova lei material, normalmente, 
de âmbito nacional. 
Graus da Teoria do Reenvio 
Primeiro Grau (Dois Países) 
Ocorre quando um país envia uma norma a um segundo país e este 
reenvia ao primeiro. 
Segundo Grau (Três Países) 
Ocorre quando um país envia uma norma a um segundo país e este 
reenvia a um terceiro país. 
Terceiro Grau (Quatro Países) 
Ocorre quando um país envia uma norma a um segundo país e este 
encaminha a um terceiro país, e o terceiro reenvia ao quarto. 
 
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia 
no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes. 
 
Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades consulares brasileiras para lhes celebrar o 
casamento e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de óbito 
dos filhos de brasileiro ou brasileira nascido no país da sede do Consulado. 
 
§ 1º. As autoridades consulares brasileiras também poderão celebrar a separação consensual e o divórcio 
consensual de brasileiros, não havendo filhos menores ou incapazes do casal e observados os requisitos 
legais quanto aos prazos, devendo constar da respectiva escritura pública as disposições relativas à descrição e à 
partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu 
nome de solteiro ou à manutenção do nome adotado quando se deu o casamento. 
 
§ 2º. É indispensável a assistência de advogado, devidamente constituído, que se dará mediante a subscrição 
de petição, juntamente com ambas as partes, ou com apenas uma delas, caso a outra constitua advogado próprio, 
não se fazendo necessário que a assinatura do advogado conste da escritura pública. 
 
Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos indicados no artigo anterior e celebrados pelos cônsules brasileiros na 
vigência do Decreto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942, desde que satisfaçam todos os requisitoslegais. 
 
Parágrafo único. No caso em que a celebração desses atos tiver sido recusada pelas autoridades consulares, com 
fundamento no artigo 18 do mesmo Decreto-lei, ao interessado é facultado renovar o pedido dentro em 90 
(noventa) dias contados da data da publicação desta lei. 
 
Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em valores jurídicos 
abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão. 
 
Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a adequação da medida imposta ou da invalidação 
de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em face das possíveis alternativas. 
 
Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a invalidação de ato, 
contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso suas consequências 
jurídicas e administrativas. 
 
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo deverá, quando for o caso, indicar as condições 
para que a regularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem prejuízo aos interesses gerais, não 
se podendo impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das peculiaridades do caso, sejam 
anormais ou excessivos. 
 
Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão considerados os obstáculos e as dificuldades 
reais do gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos direitos dos 
administrados. 
 
 
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§ 1º. Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma 
administrativa, serão consideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto, limitado ou condicionado 
a ação do agente. 
 
§ 2º. Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos 
que dela provierem para a administração pública, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os 
antecedentes do agente. 
 
§ 3º. As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na dosimetria das demais sanções de mesma 
natureza e relativas ao mesmo fato. 
 
Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer interpretação ou orientação nova 
sobre norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo condicionamento de direito, deverá 
prever regime de transição quando indispensável para que o novo dever ou condicionamento de direito seja 
cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais. 
 
Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade de ato, contrato, ajuste, 
processo ou norma administrativa cuja produção já se houver completado levará em conta as orientações 
gerais da época, sendo vedado que, com base em mudança posterior de orientação geral, se declarem 
inválidas situações plenamente constituídas. 
 
Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as interpretações e especificações contidas em atos 
públicos de caráter geral ou em jurisprudência judicial ou administrativa majoritária, e ainda as adotadas por 
prática administrativa reiterada e de amplo conhecimento público. 
 
Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa na aplicação do direito 
público, inclusive no caso de expedição de licença, a autoridade administrativa poderá, após oitiva do órgão 
jurídico e, quando for o caso, após realização de consulta pública, e presentes razões de relevante interesse geral, 
celebrar compromisso com os interessados, observada a legislação aplicável, o qual só produzirá efeitos a 
partir de sua publicação oficial. 
 
§ 1º. O compromisso referido no caput deste artigo: 
 
I – buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente e compatível com os interesses gerais; 
 
III – não poderá conferir desoneração permanente de dever ou condicionamento de direito reconhecidos por 
orientação geral; 
 
IV – deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo para seu cumprimento e as sanções aplicáveis 
em caso de descumprimento. 
 
Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, poderá impor compensação 
por benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou injustos resultantes do processo ou da conduta dos 
envolvidos. 
 
§ 1º. A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas previamente as partes sobre seu cabimento, sua 
forma e, se for o caso, seu valor. 
 
§ 2º. Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser celebrado compromisso processual entre os envolvidos. 
Interpretação das Normas de Gestão Pública
(Elementos Analisados)
Obstáculos
Dificuldades reais do 
gestor
Exigências das 
políticas públicas
Direitos dos 
Administrados
 
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Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou 
erro grosseiro. 
 
Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normativos por autoridade administrativa, salvo os de 
mera organização interna, poderá ser precedida de consulta pública para manifestação de interessados, 
preferencialmente por meio eletrônico, a qual será considerada na decisão. 
 
§ 1º. A convocação conterá a minuta do ato normativo e fixará o prazo e demais condições da consulta pública, 
observadas as normas legais e regulamentares específicas, se houver. 
 
Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança jurídica na aplicação das normas, 
inclusive por meio de regulamentos, súmulas administrativas e respostas a consultas. 
 
Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste artigo terão caráter vinculante em relação ao órgão 
ou entidade a que se destinam, até ulterior revisão. 
 
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Lei Nº 8.009, DE 29 DE MARÇO DE 1990. 
 
Dispõe sobre a impenhorabilidade do bem de família. 
 
Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por 
qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou 
pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei. 
 
Parágrafo único. A impenhorabilidade compreende o imóvel sobre o qual se assentam a construção, as 
plantações, as benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipamentos, inclusive os de uso profissional, 
ou móveis que guarnecem a casa, desde que quitados. 
 
STJ/AREsp 1.704.667/SP 
É possível a penhora de fração ideal de bem de família, nas hipóteses legais, desde que possível o 
desmembramento do imóvel sem sua descaracterização. Isto é, torna-se possível a penhora de fração ideal 
de bem de família, desde que o imóvel possa ser desmembrado sem ser descaracterizado (não inviabilize a 
residência da família). 
 
STJ/REsp 1.960.026-SP, 
O terreno cuja unidade habitacional está em fase de construção, para fins de residência, está protegido pela 
impenhorabilidade por dívidas, por se considerar antecipadamente bem de família. 
 
Art. 2º Excluem-se da impenhorabilidade os veículos de transporte, obras de arte e adornos suntuosos. 
 
Parágrafo único. No caso de imóvel locado, a impenhorabilidade aplica-se aos bens móveis quitados que 
guarneçam a residência e que sejam de propriedadedo locatário, observado o disposto neste artigo. 
 
Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista 
ou de outra natureza, salvo se movido: 
 
II – pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição do imóvel, no limite 
dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato; 
 
III – pelo credor da pensão alimentícia, resguardados os direitos, sobre o bem, do seu coproprietário que, com o 
devedor, integre união estável ou conjugal, observadas as hipóteses em que ambos responderão pela dívida; 
 
IV – para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar; 
 
STJ/REsp 1.510.419/PR 
A jurisprudência do STJ firmou o entendimento de que é possível a penhora de bem de família quando a 
dívida é oriunda de cobrança de taxas e despesas condominiais. 
 
V – para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou pela entidade familiar; 
 
VI – por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal condenatória a 
ressarcimento, indenização ou perdimento de bens. 
 
VII – por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação. 
 
Penhora – Contrato de Locação 
STF/RE 605.709/SP STJ/Súmula 549 
Não é penhorável o bem de família do fiador, no 
caso de contratos de locação comercial. Com 
base neste entendimento, a Primeira Turma, por 
maioria e em conclusão de julgamento, deu 
provimento a recurso extraordinário em que se 
discutia a possibilidade de penhora de bem de 
família do fiador em contexto de locação comercial. 
É válida a penhora de bem de família pertencente a 
fiador de contrato de locação. (Locação 
Residencial) 
 
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Lei 8.009/90 – Legislação Esquematizada 
 
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STF/RE 1.307.334/SP (08/03/2022) 
É constitucional a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação, seja 
residencial, seja comercial. 
 
VIII – para cobrança de crédito constituído pela Procuradoria-Geral Federal em decorrência de benefício 
previdenciário ou assistencial recebido indevidamente por dolo, fraude ou coação, inclusive por terceiro que sabia 
ou deveria saber da origem ilícita dos recursos. 
 
STJ/EAREsp 848.498/PR 
1. O art. 1º da Lei n. 8.009/1990 instituiu a impenhorabilidade do bem de família, haja vista se tratar de 
instrumento de tutela do direito fundamental à moradia da família e, portanto, indispensável à composição de 
um mínimo existencial para uma vida digna, ao passo que o art. 3º, inciso V, desse diploma estabelece, 
como exceção à regra geral, a penhorabilidade do imóvel que tiver sido oferecido como garantia real pelo 
casal ou pela entidade familiar. 
 
2. No ponto, a jurisprudência desta Casa se sedimentou, em síntese, no seguinte sentido: 
a) o bem de família é impenhorável, quando for dado em garantia real de dívida por um dos sócios da 
pessoa jurídica devedora, cabendo ao credor o ônus da prova de que o proveito se reverteu à entidade 
familiar; 
 
b) o bem de família é penhorável, quando os únicos sócios da empresa devedora são os titulares do imóvel 
hipotecado, sendo ônus dos proprietários a demonstração de que a família não se beneficiou dos valores 
auferidos. 
 
STJ/AREsp 665.233/SC 
A jurisprudência desta Corte orienta que a exceção prevista no artigo 3º, V, da Lei n. 8009/90 não se aplica 
aos casos em que a hipoteca é dada como garantia de empréstimo contraído em favor de terceiro, somente 
quando garante empréstimo tomado diretamente em favor do próprio devedor, o que ocorreu no caso em 
exame. 
 
STJ/REsp 1.021.440/SP 
A impenhorabilidade do bem de família é oponível às execuções de sentenças cíveis 11ecorrentes de atos 
ilícitos, salvo se decorrente de ilícito previamente reconhecido na esfera penal. 
 
Art. 4º Não se beneficiará do disposto nesta lei aquele que, sabendo-se insolvente, adquire de má-fé imóvel 
mais valioso para transferir a residência familiar, desfazendo-se ou não da moradia antiga. 
 
§ 1º Neste caso, poderá o juiz, na respectiva ação do credor, transferir a impenhorabilidade para a moradia 
familiar anterior, ou anular-lhe a venda, liberando a mais valiosa para execução ou concurso, conforme a 
hipótese. 
 
§ 2º Quando a residência familiar constituir-se em imóvel rural, a impenhorabilidade restringir-se-á à sede de 
moradia, com os respectivos bens móveis, e, nos casos do art. 5º, inciso XXVI, da Constituição, à área limitada 
como pequena propriedade rural. 
 
Art. 5º Para os efeitos de impenhorabilidade, de que trata esta lei, considera-se residência um único imóvel 
utilizado pelo casal ou pela entidade familiar para moradia permanente. 
 
Parágrafo único. Na hipótese de o casal, ou entidade familiar, ser possuidor de vários imóveis utilizados como 
residência, a impenhorabilidade recairá sobre o de menor valor, salvo se outro tiver sido registrado, para esse 
fim, no Registro de Imóveis e na forma do art. 70 do Código Civil. 
 
Art. 6º São canceladas as execuções suspensas pela Medida Provisória nº 143, de 8 de março de 1990, que deu 
origem a esta lei. 
 
Art. 7º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. 
 
STJ/Súmula 205 
A Lei 8.009/90 aplica-se à penhora realizada antes de sua vigência. 
 
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Lei 8.009/90 – Legislação Esquematizada 
 
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12 
 
 
STJ/Súmula 328 
Na execução contra instituição financeira, é penhorável o numerário disponível, excluídas as reservas 
bancárias mantidas no Banco Central. 
 
STJ/Súmula 364 
O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas 
solteiras, separadas e viúvas. 
 
STJ/Súmula 449 
A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis não constitui bem de família para 
efeito de penhora. 
 
STJ/Súmula 451 
É legítima a penhora da sede do estabelecimento comercial. 
 
STJ/Súmula 486 
É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a terceiros, desde que a renda 
obtida com a locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da sua família. 
 
STJ/REsp 1.373.654/RS 
A impenhorabilidade de bem de família pode ser arguida em qualquer tempo ou fase do processo, desde que 
não tenha havido pronunciamento judicial anterior. A proteção prevista na Lei nº 8.009/1990 não pode ser 
utilizada com abuso de direito ou com atos manifestamente fraudulentos. 
 
STJ/REsp 1.677.079-SP 
Os direitos do devedor fiduciante sobre imóvel objeto de contrato de alienação fiduciária em garantia 
possuem a proteção da impenhorabilidade do bem de família legal. 
 
STJ/AREsp 1.039.028/SP 
Opera-se a preclusão consumativa quanto à discussão acerca da penhorabilidade ou impenhorabilidade do 
bem de família quando houver decisão definitiva anterior acerca do tema, mesmo em se tratando de matéria 
de ordem pública. 
 
STJ/REsp 1.518.503/PE 
A impenhorabilidade de bem de família pode ser alegada a qualquer tempo e grau de jurisdição. No entanto, 
uma vez decidido o tema, não pode ser reeditado, pois acobertado pela preclusão. 
 
STJ/REsp 1.616.475-PE 
É impenhorável o único imóvel comercial do devedor quando o aluguel daquele está destinado unicamente 
ao pagamento de locação residencial por sua entidade familiar. 
 
STJ – Teses Sobre o Bem de Família I – Edição 44 
Tese 01 
A impenhorabilidade do bem de família prevista no art. 3º, III, da Lei n. 8.009/1990 não pode ser oposta ao 
credor de pensão alimentícia decorrente de vínculo familiar ou de ato ilícito. 
Tese 02 
Os integrantes da entidade familiar residentes no imóvel protegido pela Lei n. 8.009/1990 possuem 
legitimidade para se insurgirem contra a penhora do bem de família. 
Tese 03 
A proteção contida na Lei n. 8.009/1990 alcança não apenaso imóvel da família, mas também os bens 
móveis indispensáveis à habitabilidade de uma residência e os usualmente mantidos em um lar comum. 
Tese 04 
É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a terceiros, desde que a renda 
obtida com a locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da sua família (Súmula n. 486/STJ). 
Tese 05 
A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis não constitui bem de família para 
efeito de penhora. (Súmula n. 449/STJ) 
 
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Tese 06 
O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas 
solteiras, separadas e viúvas. (Súmula n. 364/STJ) 
Tese 07 
No âmbito de execução de sentença civil condenatória decorrente da prática de ato ilícito, é possível a 
penhora do bem de família na hipótese em que o réu também tenha sido condenado na esfera penal pelo 
mesmo fundamento de fato. 
Tese 08 
É possível a penhora do bem de família, quando a dívida exequenda for decorrente de contrato de compra e 
venda ou de promessa de compra e venda do próprio imóvel. 
Tese 09 
É possível a penhora do bem de família para assegurar o pagamento de dívidas oriundas de despesas 
condominiais do próprio bem. 
Tese 10 
O fato de o terreno encontrar-se não edificado ou em construção são circunstâncias que, por si só, não 
obstam a sua qualificação como bem de família, visto que a finalidade a este atribuída deve ser analisada 
caso a caso. 
Tese 11 
Afasta-se a proteção conferida pela Lei n. 8.009/1990 ao bem de família, quando caracterizado abuso do 
direito de propriedade, violação da boa-fé objetiva e fraude à execução. 
Tese 12 
A impenhorabilidade do bem de família hipotecado não pode ser oposta nos casos em que a dívida garantida 
se reverteu em proveito da entidade familiar. 
Tese 13 
A impenhorabilidade do bem de família não impede seu arrolamento fiscal. 
Tese 14 
A preclusão consumativa atinge a alegação de impenhorabilidade do bem de família quando houver decisão 
anterior acerca do tema. 
Tese 15 
É legítima a penhora de apontado bem de família pertencente a fiador de contrato de locação, ante o que 
dispõe o art. 3º, inciso VII, da Lei n. 8.009/1990 (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/1973 – TEMA 
708)(Súmula n. 549/STJ) 
Tese 16 
É possível a penhora do bem de família de fiador de contrato de locação, inclusive quando pactuado antes 
da vigência da Lei n. 8.245/1991, que acrescentou o inciso VII ao art. 3º da Lei n. 8.009/1990. 
Tese 17 
A impenhorabilidade do bem de família é questão de ordem pública, razão pela qual não admite renúncia 
pelo titular. 
Tese 18 
A impenhorabilidade do bem de família pode ser alegada em qualquer momento processual até a sua 
arrematação, ainda que por meio de simples petição nos autos. 
Tese 19 
A Lei n. 8.009/1990 aplica-se à penhora realizada antes de sua vigência. (Súmula n. 205/STJ) 
 
STJ – Teses Sobre o Bem de Família II – Edição 200 
Tese 01 
Os bens de família legal (Lei n. 8.009/1990) e voluntário/convencional (arts. 1.711 a 1.722 do Código Civil) 
coexistem de forma harmônica no ordenamento jurídico; o primeiro, tem como instituidor o próprio Estado e 
volta-se para o sujeito de direito (entidade familiar) com o propósito de resguardar-lhe a dignidade por meio 
da proteção do imóvel que lhe sirva de residência; já o segundo, decorre da vontade de seu instituidor (titular 
da propriedade) e objetiva a proteção do patrimônio eleito contra eventual execução forçada de dívidas do 
proprietário do bem. 
Tese 02 
O bem de família legal dispensa a realização de ato jurídico para sua formalização, basta que o imóvel se 
destine à residência familiar; o voluntário, ao contrário, condiciona a validade da escolha do imóvel à 
formalização por escritura pública ou por testamento. 
Tese 03 
A impenhorabilidade conferida ao bem de família legal alcança todas as obrigações do devedor 
indistintamente, ainda que o imóvel tenha sido adquirido no curso de demanda executiva, diversamente, no 
 
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14 
 
bem de família convencional, a impenhorabilidade é relativa, visto que o imóvel apenas estará protegido da 
execução por dívidas subsequentes à sua constituição. 
Tese 04 
Nas situações em que o devedor possua vários imóveis utilizados como residência, a impenhorabilidade 
poderá incidir sobre imóvel de maior valor caso tenha sido instituído, formalmente, como bem de família, no 
Registro de Imóveis (art. 1.711 do CC/2002) ou, na ausência de instituição voluntária, automaticamente, a 
impenhorabilidade recairá sobre o imóvel de menor valor (art. 5°, parágrafo único, da Lei n. 8.009/1990). 
Tese 05 
É possível a penhora de fração ideal de bem protegido pela Lei n. 8.009/1990, desde que o 
desmembramento não descaracterize o imóvel. 
Tese 06 
É possível mitigar a proteção legal conferida ao bem de família quando o imóvel possuir frações com 
destinações distintas e separadas uma da outra, permitida a penhora da fração de uso comercial. 
Tese 07 
É possível a penhora de imóvel contíguo ao bem de família, que possua matrícula própria no Registro de 
Imóveis, sem que se viole o parágrafo único do art. 1º da Lei do Bem de Família. 
Tese 08 
É válido acordo judicial homologado no qual devedor oferta bem de família como garantia de dívida, portanto 
a posterior alegação de impenhorabilidade do imóvel prevista na Lei n. 8.009/1990 contraria a boa-fé e a 
eticidade. 
Tese 09 
São taxativas as hipóteses de exceção à regra da impenhorabilidade do bem de família previstas na Lei n. 
8.009/1990, logo não comportam interpretação extensiva. 
Tese 10 
É inviável a interpretação extensiva do art. 5º da Lei n. 8.009/1990 para abrigar bem que não ostenta 
característica de “moradia permanente”, pois o propósito da lei é evitar a blindagem de imóveis de uso 
eventual ou recreativo, não afetado à subsistência da entidade familiar. 
 
STJ – Teses Sobre o Bem de Família III – Edição 201 
Tese 01 
É válida a penhora do bem de família de fiador apontado em contrato de locação de imóvel, seja residencial, 
seja comercial, nos termos do inciso VII do art. 3º da Lei n. 8.009/1990. (Tese julgada sob o rito do art. 1.036 
do CPC/2015 – TEMA 1.091) 
Tese 02 
É impenhorável o bem de família oferecido como caução em contrato de locação de imóvel residencial ou 
comercial. 
Tese 03 
É impenhorável o bem de família pertencente a sociedade empresária de pequeno porte oferecido como 
caução em contrato de locação e utilizado como moradia de sócio ou de sua família. 
Tese 04 
É penhorável o bem de família quando os únicos sócios da empresa devedora são os titulares do imóvel 
hipotecado, logo cabe aos proprietários o ônus de demonstrar que a família não se beneficiou dos valores 
auferidos. 
Tese 05 
É impenhorável o bem de família dado em garantia real por um dos sócios da pessoa jurídica devedora, 
cabe ao credor o ônus de provar que o proveito se reverteu à entidade familiar. 
Tese 06 
A desconsideração da personalidade jurídica, por si só, não afasta a impenhorabilidade do bem de família, 
ressalvadas as exceções previstas na Lei n. 8.009/1990. 
Tese 07 
É impenhorável o bem de família para o pagamento de honorários advocatícios ou de profissionais liberais, 
pois não se assemelham à pensão alimentícia para efeito da exceção do art. 3º, III, da Lei n. 8.009/1990. 
Tese 08 
É possível a penhora do bem de família em favor do credor de pensão alimentícia, ainda que se trate de bem 
indivisível, desde que respeitada a quota-parte do coproprietário não devedor da prestação. 
Tese 09 
Para a incidência da exceção à impenhorabilidade do bem de família, prevista no inciso VI do art. 3º da Lei n. 
8.009/1990, é imprescindível a existênciade sentença penal condenatória transitada em julgado. 
 
 
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Tese 10 
A exceção à impenhorabilidade contida na 1ª parte do inciso VI do art. 3º da Lei n. 8.009/1990: bem imóvel 
"adquirido com produto de crime", não pressupõe a existência de sentença penal condenatória, assim, é 
suficiente a prática de conduta definida como crime e que o bem tenha sido adquirido com produto da ação 
criminosa. 
 
STJ – Teses Sobre o Bem de Família IV – Edição 202 
Tese 01 
A impenhorabilidade do bem de família não pode ser afastada em cobrança de dívida fundada em 
contribuições criadas por associações de moradores, por se tratar de obrigação de direito pessoal, não 
equiparada a despesas condominiais. 
Tese 02 
A obrigação do coproprietário de pagar alugueres por uso exclusivo de imóvel comum, que utiliza como 
moradia, tem fundamento no direito real e possui natureza de obrigação propter rem, de modo a afastar a 
impenhorabilidade do bem de família. 
Tese 03 
A proteção conferida ao bem de família não implica inalienabilidade do imóvel, de forma que é possível sua 
disposição pelo proprietário no âmbito de alienação fiduciária. 
Tese 04 
O bem de família alienado fiduciariamente não pode ser penhorado em execução promovida por terceiro 
contra o devedor fiduciante, pois o imóvel pertence ao credor fiduciário. 
Tese 05 
É possível a penhora dos direitos decorrentes do contrato de alienação fiduciária de bem de família, pois 
possuem expressão econômica. 
Tese 06 
Os direitos do devedor fiduciante decorrentes do contrato de alienação fiduciária de imóvel dado em garantia 
são impenhoráveis, quando afetados à aquisição do bem de família e se tratar de único imóvel utilizado por 
ele ou por sua família para moradia. 
Tese 07 
A penhora de direitos do devedor fiduciante decorrentes do contrato de alienação fiduciária sobre o bem de 
família prescinde de anuência do credor fiduciário. 
Tese 08 
É possível penhorar bem de família para saldar débito originado de contrato de empreitada global que 
viabilizou a construção do imóvel. 
Tese 09 
A dívida contraída em razão da compra de material destinado à construção de bem de família, por si só, não 
afasta a impenhorabilidade do imóvel, pois as exceções estão limitadas às hipóteses do inciso II art. 3º da 
Lei n. 8.009/1990. 
Tese 10 
A exceção à impenhorabilidade do bem de família prevista para o crédito decorrente de financiamento 
destinado à construção ou à aquisição do imóvel se estende ao novo imóvel adquirido com os recursos 
oriundos da venda do bem primitivo penhorável. 
 
STJ – Teses Sobre o Bem de Família V – Edição 203 
Tese 01 
Para se reconhecer a impenhorabilidade do bem de família não é exigido que o devedor prove que o imóvel 
onde reside é o único de sua propriedade. 
Tese 02 
É impenhorável o bem de família de devedor que sirva de residência para os seus familiares, ainda que 
aquele habite em outro imóvel. 
Tese 03 
É possível atribuir o benefício da impenhorabilidade a mais de um imóvel do devedor, desde que 
pertencentes a cada uma das entidades familiares formadas após a dissolução da união estável ou da 
separação ou do divórcio. 
Tese 04 
A impenhorabilidade do bem de família da Lei n. 8.009/1990 remanesce ainda que se trate de imóvel de alto 
padrão ou de luxo, independentemente do seu valor econômico. 
 
 
 
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Tese 05 
A pequena propriedade rural trabalhada pela entidade familiar é impenhorável, ainda que oferecida em 
garantia hipotecária pelos respectivos proprietários. 
Tese 06 
O falecimento do devedor não faz cessar automaticamente a impenhorabilidade do imóvel caracterizado 
como bem de família, pois a proteção legal deve ser estendida em favor da entidade familiar. 
Tese 07 
A proteção instituída pela Lei n. 8.009/1990 impede a penhora de direitos hereditários no rosto do inventário 
do único bem de família que compõe o acervo sucessório. 
Tese 08 
É penhorável o bem de família ofertado como garantia para ingresso no Programa de Recuperação Fiscal - 
REFIS quando o devedor atua de maneira fraudulenta, com abuso do direito de propriedade e manifesta 
violação à boa-fé objetiva. 
Tese 09 
Os bens móveis que guarnecem o bem de família são impenhoráveis, excetuados aqueles em duplicidade, 
por não se tratar de utensílios necessários à manutenção básica da unidade familiar. 
Tese 10 
Os bens móveis que guarnecem a residência do devedor, enquanto não quitados, não se integram ao bem 
de família protegido pela Lei n. 8.009/1990, logo são passíveis de penhora. 
 
STJ – Teses Sobre o Bem de Família VI – Edição 204 
Tese 01 
Não é possível que medida cautelar fiscal de indisponibilidade de bens recaia sobre bem de família, em 
razão da proteção contida no art. 1º da Lei n. 8.009/1990. 
Tese 02 
Decidida a questão da impenhorabilidade do bem de família, nos termos da Lei n. 8.009/1990, não é 
permitido ao Judiciário, ao seu arbítrio, em razão da preclusão consumativa, proferir novo pronunciamento 
sobre a mesma matéria. 
Tese 03 
O protesto contra alienação do bem de família não possui o objetivo de obstar ou anular o negócio jurídico 
de venda do imóvel impenhorável, mas tão somente de informar terceiros de boa-fé a respeito da pretensão 
do credor de penhora do bem. 
Tese 04 
A ausência de averbação da hipoteca no cartório de registros de imóveis, por si só, não afasta a exceção à 
regra de impenhorabilidade prevista no art. 3º, V, da Lei n. 8.009/1990. 
Tese 05 
Tratando-se de execução proposta por credor diverso daquele em favor do qual fora outorgada a hipoteca, é 
inadmissível a penhora do bem imóvel destinado à residência do devedor e de sua família, pois não incide a 
regra excepcional do art. 3º, V, da Lei n. 8.009/1990. 
Tese 06 
Para aplicar a exceção à impenhorabilidade do bem de família prevista no art. 3º, IV, da Lei n. 8.009/1990 é 
preciso que o débito de natureza tributária seja proveniente do próprio imóvel que se pretende penhorar. 
Tese 07 
A alienação, pelo executado, de imóvel considerado bem de família, após a constituição do crédito tributário, 
não caracteriza fraude à execução fiscal, pois a transferência do imóvel não afasta a cláusula de 
impenhorabilidade do bem. 
Tese 08 
A impenhorabilidade do bem de família não pode ser arguida, em ação anulatória da arrematação, após o 
encerramento da execução. 
Tese 09 
O afastamento da exceção à impenhorabilidade prevista no art. 3º da Lei n. 8.009/1990 não se estende ao 
saldo remanescente do produto da arrematação, de forma que, quitada a dívida, o crédito excedente não 
perde seu caráter de bem de família. 
Tese 10 
É possível a penhora do bem de família de condômino, na proporção de sua fração ideal, na hipótese de 
inexistir patrimônio próprio do condomínio para responder por dívida decorrente de danos a terceiros. 
Tese 11 
A instituição do imóvel como bem de família não constitui motivo impeditivo ao aperfeiçoamento da 
usucapião, na hipótese de mudança ou abandono. 
 
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LEI Nº 8.245, DE 18 DE OUTUBRO DE 1991. 
 
Dispõe sobre as locações dos imóveis urbanos e os procedimentos a elas pertinentes. 
 
TÍTULO I 
Da Locação 
 
CAPÍTULO I 
Disposições Gerais 
 
SEÇÃO I 
Da locação em geral 
 
Art. 1º A locação de imóvel urbano regula-se pelo disposto nesta lei. 
 
Parágrafo único. Continuam regulados pelo Código Civil e pelas leis especiais: 
 
a) as locações: 
 
1. de imóveis de propriedade da União, dos Estados e dos Municípios, de suas autarquias e fundações públicas; 
 
2. de vagas autônomas de garagem ou de espaços para estacionamento de veículos; 
 
3. deespaços destinados à publicidade; 
 
4. em apart-hotéis, hotéis-residência ou equiparados, assim considerados aqueles que prestam serviços regulares 
a seus usuários e como tais sejam autorizados a funcionar; 
 
b) o arrendamento mercantil, em qualquer de suas modalidades. 
 
STJ/REsp 1.224.007-RJ 
Os imóveis de propriedade das empresas públicas e as sociedades de economia mista são 
regulamentadas pela Lei 8.245/91. 
 
Art. 2º Havendo mais de um locador ou mais de um locatário, entende-se que são solidários se o contrário não 
se estipulou. 
 
Parágrafo único. Os ocupantes de habitações coletivas multifamiliares presumem-se locatários ou sublocatários. 
 
Conceitos 
Locador Locatário 
Pessoa que é proprietária de um bem móvel ou 
imóvel e acaba disponibilizando para ser alugado via 
contrato. 
Aquele que aluga determinado bem móvel ou 
imóvel. 
 
STJ/REsp 1.737.476-SP 
A ação de despejo não exige a formação de litisconsórcio ativo necessário. 
 
Art. 3º O contrato de locação pode ser ajustado por qualquer prazo, dependendo de vênia conjugal, se igual 
ou superior a 10 anos. 
 
Parágrafo único. Ausente a vênia conjugal, o cônjuge não estará obrigado a observar o prazo excedente. 
 
Art. 4º. Durante o prazo estipulado para a duração do contrato, não poderá o locador reaver o imóvel alugado. 
Com exceção ao que estipula o § 2º. do art. 54-A, o locatário, todavia, poderá devolvê-lo, pagando a multa 
pactuada, proporcional ao período de cumprimento do contrato, ou, na sua falta, a que for judicialmente 
estipulada. 
 
 
 
 
 
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Lei 8.245/91 – Legislação Esquematizada 
 
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18 
Imóvel Alugado 
Locador Locatário 
Não poderá, durante o prazo estipulado para a 
duração do contrato, reaver o imóvel alugado. 
Poderá devolvê-lo, pagando a multa pactuada, 
proporcional ao período de cumprimento do contrato, 
ou, na sua falta, a que for judicialmente 
estipulada. 
 
Art. 54-A. § 2º. 
Art. 54-A. § 2º. Em caso de denúncia antecipada do vínculo locatício pelo locatário, compromete-se este a 
cumprir a multa convencionada, que não excederá, porém, a soma dos valores dos aluguéis a receber até o 
termo final da locação. 
 
Parágrafo único. O locatário ficará dispensado da multa se a devolução do imóvel decorrer de transferência, 
pelo seu empregador, privado ou público, para prestar serviços em localidades diversas daquela do início do 
contrato, e se notificar, por escrito, o locador com prazo de, no mínimo, 30 dias de antecedência. 
 
Art. 5º Seja qual for o fundamento do término da locação, a ação do locador para reaver o imóvel é a de despejo. 
 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica se a locação termina em decorrência de desapropriação, 
com a imissão do expropriante na posse do imóvel. 
 
STJ/REsp 1.812.987-RJ 
A via processual adequada para a retomada, pelo proprietário, da posse direta de imóvel locado é a ação de 
despejo, na forma do art. 5º da Lei n. 8.245/1991, não servindo para esse propósito o ajuizamento de ação 
possessória. 
 
Art. 6º O locatário poderá denunciar a locação por prazo indeterminado mediante aviso por escrito ao locador, 
com antecedência mínima de 30 dias. 
 
Parágrafo único. Na ausência do aviso, o locador poderá exigir quantia correspondente a um mês de aluguel e 
encargos, vigentes quando da resilição. 
 
Art. 7º Nos casos de extinção de usufruto ou de fideicomisso, a locação celebrada pelo usufrutuário ou fiduciário 
poderá ser denunciada, com o prazo de 30 dias para a desocupação, salvo se tiver havido aquiescência escrita 
do nuproprietário ou do fideicomissário, ou se a propriedade estiver consolidada em mãos do usufrutuário ou do 
fiduciário. 
 
Parágrafo único. A denúncia deverá ser exercitada no prazo de 90 dias contados da extinção do fideicomisso ou 
da averbação da extinção do usufruto, presumindo-se, após esse prazo, a concordância na manutenção da 
locação. 
 
Art. 8º Se o imóvel for alienado durante a locação, o adquirente poderá denunciar o contrato, com o prazo de 90 
dias para a desocupação, salvo se a locação for por tempo determinado e o contrato contiver cláusula de 
vigência em caso de alienação e estiver averbado junto à matrícula do imóvel. 
 
§ 1º Idêntico direito terá o promissário comprador e o promissário cessionário, em caráter irrevogável, com 
imissão na posse do imóvel e título registrado junto à matrícula do mesmo. 
 
§ 2º A denúncia deverá ser exercitada no prazo de 90 dias contados do registro da venda ou do compromisso, 
presumindo-se, após esse prazo, a concordância na manutenção da locação. 
 
STJ/REsp 1.669.612-RJ 
A averbação do contrato com cláusula de vigência no registro de imóveis é imprescindível para que a 
locação possa ser oposta ao adquirente. 
 
STJ/REsp 1.864.878-AM 
Para a retomada da posse direta por adquirente de imóvel objeto de contrato de locação, o rito processual 
adequado é o da ação de despejo, sob pena de malferir o direito de terceiro que regularmente ocupa o bem. 
 
 
 
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19 
Art. 9º A locação também poderá ser desfeita: 
 
I - por mútuo acordo; 
 
II - em decorrência da prática de infração legal ou contratual; 
 
III - em decorrência da falta de pagamento do aluguel e demais encargos; 
 
IV - para a realização de reparações urgentes determinadas pelo Poder Público, que não possam ser 
normalmente executadas com a permanência do locatário no imóvel ou, podendo, ele se recuse a consenti-
las. 
 
Art. 10. Morrendo o locador, a locação transmite-se aos herdeiros. 
 
Art. 11. Morrendo o locatário, ficarão sub-rogados nos seus direitos e obrigações: 
 
I - nas locações com finalidade residencial, o cônjuge sobrevivente ou o companheiro e, sucessivamente, os 
herdeiros necessários e as pessoas que viviam na dependência econômica do de cujus, desde que residentes 
no imóvel; 
 
II - nas locações com finalidade não residencial, o espólio e, se for o caso, seu sucessor no negócio. 
 
Falecimento 
Locador A locação transmite-se aos herdeiros. 
Locatário 
✓ Finalidade Residencial: ficarão sub-rogados nos seus direitos e obrigações 
o cônjuge sobrevivente ou o companheiro e, sucessivamente, os herdeiros 
necessários e as pessoas que viviam na dependência econômica do de cujus, 
desde que residentes no imóvel; 
 
✓ Finalidade Não Residencial: ficarão sub-rogados nos seus direitos e 
obrigações o espólio e, se for o caso, seu sucessor no negócio. 
 
Art. 12. Em casos de separação de fato, separação judicial, divórcio ou dissolução da união estável, a locação 
residencial prosseguirá automaticamente com o cônjuge ou companheiro que permanecer no imóvel. 
 
§ 1º. Nas hipóteses previstas neste artigo e no art. 11, a sub-rogação será comunicada por escrito ao locador 
e ao fiador, se esta for a modalidade de garantia locatícia. 
 
§ 2º. O fiador poderá exonerar-se das suas responsabilidades no prazo de 30 dias contado do recebimento da 
comunicação oferecida pelo sub-rogado, ficando responsável pelos efeitos da fiança durante 120 dias após a 
notificação ao locador. 
 
STJ/REsp 1.510.503-ES 
O prazo para o fiador exonerar-se da fiança inicia-se do efetivo conhecimento da sub-locação, ainda que a 
ciência não ocorra pela comunicação do locatário sub-rogado. 
O § 2º do art. 12 da Lei n. 8.245/1991 estabelece a existência de um prazo de 30 dias (contado do 
recebimento da comunicação da sub-rogação) para o fiador exonerar-se da garantia prestada, ficando 
responsável pelos efeitos da fiança durante 120 dias após a notificação do locador sobre a exoneração. A 
formalidade da comunicação do fiador, não obstante o art. 12, § 2º, da Lei n. 8.245/1991 disponha que o 
referido ato deve ser realizado pelo locatário sub-rogado, é passível de relativização por meio da aplicação 
do princípio da instrumentalidade das formas. Assim, é possível manter a validade do ato realizado de forma 
diversa do previsto nalei, quando for alcançada sua finalidade, consoante o art. 244 do CPC/1973 (art. 277 
do CPC/2015). 
 
Art. 13. A cessão da locação, a sublocação e o empréstimo do imóvel, total ou parcialmente, dependem do 
consentimento prévio e escrito do locador. 
 
§ 1º Não se presume o consentimento pela simples demora do locador em manifestar formalmente a sua 
oposição. 
 
 
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20 
§ 2º Desde que notificado por escrito pelo locatário, de ocorrência de uma das hipóteses deste artigo, o locador 
terá o prazo de 30 dias para manifestar formalmente a sua oposição. 
 
SEÇÃO II 
Das sublocações 
 
Art. 14. Aplicam - se às sublocações, no que couber, as disposições relativas às locações. 
 
Art. 15. Rescindida ou finda a locação, qualquer que seja sua causa, resolvem - se as sublocações, assegurado o 
direito de indenização do sublocatário contra o sublocador. 
 
Art. 16. O sublocatário responde subsidiariamente ao locador pela importância que dever ao sublocador, quando 
este for demandado e, ainda, pelos aluguéis que se vencerem durante a lide. 
 
SEÇÃO III 
Do aluguel 
 
Art. 17. É livre a convenção do aluguel, vedada a sua estipulação em moeda estrangeira e a sua vinculação à 
variação cambial ou ao salário-mínimo. 
 
Parágrafo único. Nas locações residenciais serão observadas os critérios de reajustes previstos na legislação 
específica. 
 
Art. 18. É lícito às partes fixar, de comum acordo, novo valor para o aluguel, bem como inserir ou modificar 
cláusula de reajuste. 
 
Art. 19. Não havendo acordo, o locador ou locatário, após três anos de vigência do contrato ou do acordo 
anteriormente realizado, poderão pedir revisão judicial do aluguel, a fim de ajustá-lo ao preço de mercado. 
 
Art. 20. Salvo as hipóteses do art. 42 e da locação para temporada, o locador não poderá exigir o pagamento 
antecipado do aluguel. 
 
Art. 9º 
Art. 42. Não estando a locação garantida por qualquer das modalidades, o locador poderá exigir do 
locatário o pagamento do aluguel e encargos até o 6º dia útil do mês vincendo. 
 
Pagamento Antecipado de Aluguel – Hipóteses 
✓ Locação sem garantia; 
 
✓ Locação para temporada. 
 
Art. 21. O aluguel da sublocação não poderá exceder o da locação; nas habitações coletivas multifamiliares, a 
soma dos aluguéis não poderá ser superior ao dobro do valor da locação. 
 
Parágrafo único. O descumprimento deste artigo autoriza o sublocatário a reduzir o aluguel até os limites nele 
estabelecidos. 
 
SEÇÃO IV 
Dos deveres do locador e do locatário 
 
Art. 22. O locador é obrigado a: 
 
I - entregar ao locatário o imóvel alugado em estado de servir ao uso a que se destina; 
 
II - garantir, durante o tempo da locação, o uso pacífico do imóvel locado; 
 
III - manter, durante a locação, a forma e o destino do imóvel; 
 
IV - responder pelos vícios ou defeitos anteriores à locação; 
 
 
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V - fornecer ao locatário, caso este solicite, descrição minuciosa do estado do imóvel, quando de sua entrega, 
com expressa referência aos eventuais defeitos existentes; 
 
VI - fornecer ao locatário recibo discriminado das importâncias por este pagas, vedada a quitação genérica; 
 
VII - pagar as taxas de administração imobiliária, se houver, e de intermediações, nestas compreendidas as 
despesas necessárias à aferição da idoneidade do pretendente ou de seu fiador; 
 
VIII - pagar os impostos e taxas, e ainda o prêmio de seguro complementar contra fogo, que incidam ou venham a 
incidir sobre o imóvel, salvo disposição expressa em contrário no contrato; 
 
IX - exibir ao locatário, quando solicitado, os comprovantes relativos às parcelas que estejam sendo exigidas; 
 
X - pagar as despesas extraordinárias de condomínio. 
 
Parágrafo único. Por despesas extraordinárias de condomínio se entendem aquelas que não se refiram aos 
gastos rotineiros de manutenção do edifício, especialmente: 
 
a) obras de reformas ou acréscimos que interessem à estrutura integral do imóvel; 
 
b) pintura das fachadas, empenas, poços de aeração e iluminação, bem como das esquadrias externas; 
 
c) obras destinadas a repor as condições de habitabilidade do edifício; 
 
d) indenizações trabalhistas e previdenciárias pela dispensa de empregados, ocorridas em data anterior ao início 
da locação; 
 
e) instalação de equipamento de segurança e de incêndio, de telefonia, de intercomunicação, de esporte e de 
lazer; 
 
f) despesas de decoração e paisagismo nas partes de uso comum; 
 
g) constituição de fundo de reserva. 
 
Art. 23. O locatário é obrigado a: 
 
I - pagar pontualmente o aluguel e os encargos da locação, legal ou contratualmente exigíveis, no prazo 
estipulado ou, em sua falta, até o sexto dia útil do mês seguinte ao vencido, no imóvel locado, quando outro local 
não tiver sido indicado no contrato; 
 
II - servir - se do imóvel para o uso convencionado ou presumido, compatível com a natureza deste e com o fim a 
que se destina, devendo tratá - lo com o mesmo cuidado como se fosse seu; 
 
III - restituir o imóvel, finda a locação, no estado em que o recebeu, salvo as deteriorações decorrentes do seu uso 
normal; 
 
IV - levar imediatamente ao conhecimento do locador o surgimento de qualquer dano ou defeito cuja reparação a 
este incumba, bem como as eventuais turbações de terceiros; 
 
V - realizar a imediata reparação dos danos verificados no imóvel, ou nas suas instalações, provocadas por si, 
seus dependentes, familiares, visitantes ou prepostos; 
 
VI - não modificar a forma interna ou externa do imóvel sem o consentimento prévio e por escrito do locador; 
 
VII - entregar imediatamente ao locador os documentos de cobrança de tributos e encargos condominiais, bem 
como qualquer intimação, multa ou exigência de autoridade pública, ainda que dirigida a ele, locatário; 
 
VIII - pagar as despesas de telefone e de consumo de força, luz e gás, água e esgoto; 
 
IX - permitir a vistoria do imóvel pelo locador ou por seu mandatário, mediante combinação prévia de dia e hora, 
bem como admitir que seja o mesmo visitado e examinado por terceiros, na hipótese prevista no art. 27; 
 
 
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X - cumprir integralmente a convenção de condomínio e os regulamentos internos; 
 
XI - pagar o prêmio do seguro de fiança; 
 
XII - pagar as despesas ordinárias de condomínio. 
 
 
 
§ 1º Por despesas ordinárias de condomínio se entendem as necessárias à administração respectiva, 
especialmente: 
 
a) salários, encargos trabalhistas, contribuições previdenciárias e sociais dos empregados do condomínio; 
 
b) consumo de água e esgoto, gás, luz e força das áreas de uso comum; 
 
c) limpeza, conservação e pintura das instalações e dependências de uso comum; 
 
d) manutenção e conservação das instalações e equipamentos hidráulicos, elétricos, mecânicos e de segurança, 
de uso comum; 
 
e) manutenção e conservação das instalações e equipamentos de uso comum destinados à prática de esportes e 
lazer; 
 
f) manutenção e conservação de elevadores, porteiro eletrônico e antenas coletivas; 
 
g) pequenos reparos nas dependências e instalações elétricas e hidráulicas de uso comum; 
 
h) rateios de saldo devedor, salvo se referentes a período anterior ao início da locação; 
 
i) reposição do fundo de reserva, total ou parcialmente utilizado no custeio ou complementação das despesas 
referidas nas alíneas anteriores, salvo se referentes a período anterior ao início da locação. 
 
§ 2º O locatário fica obrigado ao pagamento das despesas referidas no parágrafo anterior, desde que 
comprovadas a previsão orçamentária e o rateio mensal, podendo exigir a qualquer tempo a comprovação das 
mesmas. 
 
§ 3º No edifício constituído por unidades imobiliárias autônomas, de propriedade da mesma pessoa, os locatários 
ficam obrigadosao pagamento das despesas referidas no § 1º deste artigo, desde que comprovadas. 
 
Art. 24. Nos imóveis utilizados como habitação coletiva multifamiliar, os locatários ou sublocatários poderão 
depositar judicialmente o aluguel e encargos se a construção for considerada em condições precárias pelo Poder 
Público. 
 
§ 1º O levantamento dos depósitos somente será deferido com a comunicação, pela autoridade pública, da 
regularização do imóvel. 
 
§ 2º Os locatários ou sublocatários que deixarem o imóvel estarão desobrigados do aluguel durante a execução 
das obras necessárias à regularização. 
 
§ 3º Os depósitos efetuados em juízo pelos locatários e sublocatários poderão ser levantados, mediante ordem 
judicial, para realização das obras ou serviços necessários à regularização do imóvel. 
 
Art. 25. Atribuída ao locatário a responsabilidade pelo pagamento dos tributos, encargos e despesas ordinárias de 
condomínio, o locador poderá cobrar tais verbas juntamente com o aluguel do mês a que se refiram. 
 
Despesas 
Ordinárias
Locatário;
Despesas 
Extraordinárias
Locador;
 
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23 
Parágrafo único. Se o locador antecipar os pagamentos, a ele pertencerão as vantagens daí advindas, salvo se o 
locatário reembolsá-lo integralmente. 
 
Art. 26. Necessitando o imóvel de reparos urgentes, cuja realização incumba ao locador, o locatário é obrigado a 
consenti-los. 
 
Parágrafo único. Se os reparos durarem mais de dez dias, o locatário terá direito ao abatimento do aluguel, 
proporcional ao período excedente; se mais de trinta dias, poderá resilir o contrato. 
 
SEÇÃO V 
Do direito de preferência 
 
Art. 27. No caso de venda, promessa de venda, cessão ou promessa de cessão de direitos ou dação em 
pagamento, o locatário tem preferência para adquirir o imóvel locado, em igualdade de condições com 
terceiros, devendo o locador dar - lhe conhecimento do negócio mediante notificação judicial, extrajudicial ou outro 
meio de ciência inequívoca. 
 
Parágrafo único. A comunicação deverá conter todas as condições do negócio e, em especial, o preço, a forma de 
pagamento, a existência de ônus reais, bem como o local e horário em que pode ser examinada a documentação 
pertinente. 
 
Art. 28. O direito de preferência do locatário caducará se não manifestada, de maneira inequívoca, sua 
aceitação integral à proposta, no prazo de 30 dias. 
 
Art. 29. Ocorrendo aceitação da proposta, pelo locatário, a posterior desistência do negócio pelo locador acarreta, 
a este, responsabilidade pelos prejuízos ocasionados, inclusive lucros cessantes. 
 
Art. 30. Estando o imóvel sublocado em sua totalidade, caberá a preferência ao sublocatário e, em seguida, 
ao locatário. Se forem vários os sublocatários, a preferência caberá a todos, em comum, ou a qualquer 
deles, se um só for o interessado. 
 
Parágrafo único. Havendo pluralidade de pretendentes, caberá a preferência ao locatário mais antigo, e, se 
da mesma data, ao mais idoso. 
 
Art. 31. Em se tratando de alienação de mais de uma unidade imobiliária, o direito de preferência incidirá 
sobre a totalidade dos bens objeto da alienação. 
 
Art. 32. O direito de preferência não alcança os casos de perda da propriedade ou venda por decisão judicial, 
permuta, doação, integralização de capital, cisão, fusão e incorporação. 
 
Parágrafo único. Nos contratos firmados a partir de 1o de outubro de 2001, o direito de preferência de que trata 
este artigo não alcançará também os casos de constituição da propriedade fiduciária e de perda da propriedade 
ou venda por quaisquer formas de realização de garantia, inclusive mediante leilão extrajudicial, devendo essa 
condição constar expressamente em cláusula contratual específica, destacando-se das demais por sua 
apresentação gráfica. (Incluído pela Lei nº 10.931, de 2004) 
 
Art. 33. O locatário preterido no seu direito de preferência poderá reclamar do alienante as perdas e danos ou, 
depositando o preço e demais despesas do ato de transferência, haver para si o imóvel locado, se o requerer no 
prazo de 6 meses, a contar do registro do ato no cartório de imóveis, desde que o contrato de locação esteja 
averbado pelo menos 30 dias antes da alienação junto à matrícula do imóvel. 
 
Parágrafo único. A averbação far-se-á à vista de qualquer das vias do contrato de locação desde que subscrito 
também por duas testemunhas. 
 
Art. 34. Havendo condomínio no imóvel, a preferência do condômino terá prioridade sobre a do locatário. 
 
 
 
 
 
 
 
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24 
SEÇÃO VI 
Das benfeitorias 
 
Art. 35. Salvo expressa disposição contratual em contrário, as benfeitorias necessárias introduzidas pelo 
locatário, ainda que não autorizadas pelo locador, bem como as úteis, desde que autorizadas, serão 
indenizáveis e permitem o exercício do direito de retenção. 
 
STJ/Súmula 335 
Nos contratos de locação, é válida a cláusula de renúncia à indenização das benfeitorias e ao direito de 
retenção. 
 
Art. 36. As benfeitorias voluptuárias não serão indenizáveis, podendo ser levantadas pelo locatário, finda a 
locação, desde que sua retirada não afete a estrutura e a substância do imóvel. 
 
 
 
SEÇÃO VII 
Das garantias locatícias 
 
Art. 37. No contrato de locação, pode o locador exigir do locatário as seguintes modalidades de garantia: 
 
I - caução; 
 
II - fiança; 
 
III - seguro de fiança locatícia. 
 
IV - cessão fiduciária de quotas de fundo de investimento. 
 
Parágrafo único. É vedada, sob pena de nulidade, mais de uma das modalidades de garantia num mesmo 
contrato de locação. 
 
Modalidades de Garantia 
✓ Caução; 
✓ Fiança; 
✓ Fiança locatária; 
✓ Cessão fiduciária de quotas de fundo de investimento. 
Não é possível garantia num mesmo contrato de locação com mais de uma modalidade. 
 
Art. 38. A caução poderá ser em bens móveis ou imóveis. 
 
§ 1º A caução em bens móveis deverá ser registrada em cartório de títulos e documentos; a em bens imóveis 
deverá ser averbada à margem da respectiva matrícula. 
 
§ 2º A caução em dinheiro, que não poderá exceder o equivalente a 3 meses de aluguel, será depositada em 
caderneta de poupança, autorizada, pelo Poder Público e por ele regulamentada, revertendo em benefício do 
locatário todas as vantagens dela decorrentes por ocasião do levantamento da soma respectiva. 
Benfeitorias 
Necessárias
Ainda que não autorizadas pelo locador, serão 
indenizáveis e permitem o direito de retenção.
Benfeitorias Úteis
Desde que autorizadas, serão indenizáveis e 
permitem o direito de retenção;
Benfeitorias 
Voluptuárias
Não serão indenizáveis, podendo ser levantadas pelo 
locatário, finda a locação, desde que sua retirada não 
afete a estrutura e a substância do imóvel.
 
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§ 3º A caução em títulos e ações deverá ser substituída, no prazo de 30 dias, em caso de concordata, falência 
ou liquidação das sociedades emissoras. 
 
Art. 39. Salvo disposição contratual em contrário, qualquer das garantias da locação se estende até a efetiva 
devolução do imóvel, ainda que prorrogada a locação por prazo indeterminado, por força desta Lei. 
 
Art. 40. O locador poderá exigir novo fiador ou a substituição da modalidade de garantia, nos seguintes casos: 
 
I - morte do fiador; 
 
II – ausência, interdição, recuperação judicial, falência ou insolvência do fiador, declaradas judicialmente; 
 
III - alienação ou gravação de todos os bens imóveis do fiador ou sua mudança de residência sem comunicação 
ao locador; 
 
IV - exoneração do fiador; 
 
V - prorrogação da locação por prazo indeterminado, sendo a fiança ajustada por prazo certo; 
 
VI - desaparecimento dos bens móveis; 
 
VII - desapropriação ou alienação do imóvel. 
 
VIII - exoneração de garantia constituída por quotas de fundo de investimento;IX - liquidação ou encerramento do fundo de investimento de que trata o inciso IV do art. 37 desta Lei. 
 
X – prorrogação da locação por prazo indeterminado uma vez notificado o locador pelo fiador de sua intenção de 
desoneração, ficando obrigado por todos os efeitos da fiança, durante 120 dias após a notificação ao locador. 
 
STJ/REsp 1.798.924-RS 
Notificado o locador ainda no período determinado da locação acerca da pretensão de exoneração dos 
fiadores, os efeitos desta exoneração somente serão produzidos após o prazo de 120 dias da data em 
que se tornou indeterminado o contrato de locação, e não da notificação. 
 
Parágrafo único. O locador poderá notificar o locatário para apresentar nova garantia locatícia no prazo de 30 
dias, sob pena de desfazimento da locação. 
 
Art. 41. O seguro de fiança locatícia abrangerá a totalidade das obrigações do locatário. 
 
Art. 42. Não estando a locação garantida por qualquer das modalidades, o locador poderá exigir do locatário o 
pagamento do aluguel e encargos até o 6º dia útil do mês vincendo. 
 
SEÇÃO VIII 
Das penalidades criminais e civis 
 
Art. 43. Constitui contravenção penal, punível com prisão simples de 5 dias a 6 meses ou multa de 3 a 12 
meses do valor do último aluguel atualizado, revertida em favor do locatário: 
 
I - exigir, por motivo de locação ou sublocação, quantia ou valor além do aluguel e encargos permitidos; 
 
II - exigir, por motivo de locação ou sublocação, mais de uma modalidade de garantia num mesmo contrato de 
locação; 
 
III - cobrar antecipadamente o aluguel, salvo a hipótese do art. 42 e da locação para temporada. 
 
Art. 44. Constitui crime de ação pública, punível com detenção de três meses a um ano, que poderá ser 
substituída pela prestação de serviços à comunidade: 
 
 
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I - recusar - se o locador ou sublocador, nas habitações coletivas multifamiliares, a fornecer recibo discriminado do 
aluguel e encargos; 
 
II - deixar o retomante, dentro de cento e oitenta dias após a entrega do imóvel, no caso do inciso III do art. 47, de 
usá - lo para o fim declarado ou, usando - o , não o fizer pelo prazo mínimo de um ano; 
 
III - não iniciar o proprietário, promissário comprador ou promissário cessionário, nos casos do inciso IV do art. 9º, 
inciso IV do art. 47, inciso I do art. 52 e inciso II do art. 53, a demolição ou a reparação do imóvel, dentro de 
sessenta dias contados de sua entrega; 
 
IV - executar o despejo com inobservância do disposto no § 2º do art. 65. 
 
Parágrafo único. Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas neste artigo, poderá o prejudicado reclamar, em 
processo próprio, multa equivalente a um mínimo de doze e um máximo de vinte e quatro meses do valor do 
último aluguel atualizado ou do que esteja sendo cobrado do novo locatário, se realugado o imóvel. 
 
SEÇÃO IX 
Das nulidades 
 
Art. 45. São nulas de pleno direito as cláusulas do contrato de locação que visem a elidir os objetivos da presente 
lei, notadamente as que proíbam a prorrogação prevista no art. 47, ou que afastem o direito à renovação, na 
hipótese do art. 51, ou que imponham obrigações pecuniárias para tanto. 
 
CAPÍTULO II 
Das Disposições Especiais 
 
SEÇÃO I - Da locação residencial 
 
Art. 46. Nas locações ajustadas por escrito e por prazo igual ou superior a 30 meses, a resolução do contrato 
ocorrerá findo o prazo estipulado, independentemente de notificação ou aviso. 
 
§ 1º Findo o prazo ajustado, se o locatário continuar na posse do imóvel alugado por mais de 30 dias sem 
oposição do locador, presumir-se-á prorrogada a locação por prazo indeterminado, mantidas as demais 
cláusulas e condições do contrato. 
 
§ 2º Ocorrendo a prorrogação, o locador poderá denunciar o contrato a qualquer tempo, concedido o prazo de 
30 dias para desocupação. 
 
STJ/REsp 1.364.668-MG 
Não é cabível a denúncia vazia quando o prazo de 30 meses, exigido pelo art. 46 da Lei n. 8.245/1991, é 
atingido com as sucessivas prorrogações do contrato de locação de imóvel residencial urbano. 
1. Recurso especial interposto contra acórdão publicado na vigência do Código de Processo Civil de 1973 
(Enunciados Administrativos nºs 2 e 3/STJ). 
 
2. Ação de despejo proposta pelo locador objetivando a retomada do imóvel com base em denúncia vazia do 
contrato (art. 46 da Lei nº 8.245/1991). 
 
3. Acórdão recorrido que mantém a procedência do pedido para declarar extinto o contrato de locação e 
determinar a imissão na posse do imóvel. 
 
4. A controvérsia consiste em definir o cabimento da denúncia vazia quando o prazo de 30 meses, exigido 
pelo art. 46 da Lei nº 8.245/1991, é atingido com as sucessivas prorrogações do contrato de locação de 
imóvel residencial urbano. 
 
5. O art. 46 da Lei nº 8.245/1991 somente admite a denúncia vazia se um único instrumento escrito de 
locação estipular o prazo igual ou superior a 30 meses, não sendo possível contar as sucessivas 
prorrogações dos períodos locatícios (accessio temporis). 
 
6. Para contrato de locação inicial com duração inferior a 30 meses, o art. 47, V, da Lei nº 8.245/1991 
somente autoriza a denúncia pelo locador se a soma dos períodos de prorrogações ininterruptas 
ultrapassar o lapso de 5 anos. 
 
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27 
 
STJ/REsp 1.812.465-MG 
A notificação premonitória constitui pressuposto processual para ação de despejo em locação por 
denúncia vazia de contrato por prazo indeterminado. 
A notificação premonitória para o encerramento do contrato de locação por denúncia vazia é obrigatória e, 
assim, não seria permitido ao locador ajuizar uma ação de despejo sem ser conferido ao locatário o aviso 
prévio de que trata o art. 46, § 2º, da Lei do Inquilinato. 
 
A necessidade da referida notificação, previamente ao ajuizamento da ação de despejo, encontra 
fundamentos em uma série de motivos práticos e sociais e tem a finalidade precípua de reduzir os impactos 
negativos que necessariamente surgem com a efetivação do despejo. 
 
A doutrina aponta uma exceção para a ocorrência da notificação premonitória, que é o ajuizamento da ação 
de despejo nos 30 dias subsequentes ao término do prazo do contrato de locação. Somente nessa hipótese 
a citação da ação de despejo poderia substituir a notificação premonitória. 
 
Assim, em se tratando de contrato por prazo indeterminado, caso a ação de despejo seja ajuizada sem a 
prévia notificação, deverá ser extinto o processo, sem a resolução do mérito, por falta de condição essencial 
ao seu normal desenvolvimento. 
 
Atenção! 
Cabe Denúncia Vazia Não Cabe Denúncia Vazia 
Contrato escrito com prazo maior ou igual a 30 
meses consecutivos, previstos num único 
instrumento contratual. 
Contrato escrito com prazo se tornou maior ou igual 
a 30 meses com sucessivas prorrogações. 
 
Art. 47. Quando ajustada verbalmente ou por escrito e como prazo inferior a 30 meses, findo o prazo 
estabelecido, a locação prorroga-se automaticamente, por prazo indeterminado, somente podendo ser 
retomado o imóvel: 
 
I - Nos casos do art. 9º; 
 
II - em decorrência de extinção do contrato de trabalho, se a ocupação do imóvel pelo locatário relacionada com 
o seu emprego; 
 
III - se for pedido para uso próprio, de seu cônjuge ou companheiro, ou para uso residencial de ascendente ou 
descendente que não disponha, assim como seu cônjuge ou companheiro, de imóvel residencial próprio; 
 
IV - se for pedido para demolição e edificação licenciada ou para a realização de obras aprovadas pelo Poder 
Público, que aumentem a área construída, em, no mínimo, 20% ou, se o imóvel for destinado a exploração de 
hotel ou pensão, em 50%; 
 
V - se a vigência ininterrupta da locação ultrapassar 5 anos. 
 
§ 1º Na hipótese do inciso III, a necessidade deverá ser judicialmente demonstrada, se: 
 
a) O retomante, alegando necessidade de usar o imóvel, estiver ocupando, coma mesma finalidade, outro de sua 
propriedade situado nas mesma localidade ou, residindo ou utilizando imóvel alheio, já tiver retomado o imóvel 
anteriormente; 
 
b) o ascendente ou descendente, beneficiário da retomada, residir em imóvel próprio. 
 
§ 2º Nas hipóteses dos incisos III e IV, o retomante deverá comprovar ser proprietário, promissário comprador ou 
promissário cessionário, em caráter irrevogável, com imissão na posse do imóvel e título registrado junto à 
matrícula do mesmo. 
 
 
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STF/Súmula 410 
Se o locador, utilizando prédio próprio para residência ou atividade comercial, pede o imóvel locado para uso 
próprio, diverso do que tem o por ele ocupado, não está obrigado a provar a necessidade, que se presume. 
 
STF/Súmula 483 
É dispensável a prova da necessidade, na retomada do prédio situado em localidade para onde o 
proprietário pretende transferir residência, salvo se mantiver, também, a anterior, quando dita prova será 
exigida. 
 
SEÇÃO II 
Das locação para temporada 
 
Art. 48. Considera-se locação para temporada aquela destinada à residência temporária do locatário, para 
prática de lazer, realização de cursos, tratamento de saúde, feitura de obras em seu imóvel, e outros fatos que 
decorrem tão-somente de determinado tempo, e contratada por prazo não superior a 90 dias, esteja ou não 
mobiliado o imóvel. 
 
Parágrafo único. No caso de a locação envolver imóvel mobiliado, constará do contrato, obrigatoriamente, a 
descrição dos móveis e utensílios que o guarnecem, bem como o estado em que se encontram. 
 
Art. 49. O locador poderá receber de uma só vez e antecipadamente os aluguéis e encargos, bem como exigir 
qualquer das modalidades de garantia previstas no art. 37 para atender as demais obrigações do contrato. 
 
Art. 50. Findo o prazo ajustado, se o locatário permanecer no imóvel sem oposição do locador por mais de trinta 
dias, presumir-se-á prorrogada a locação por tempo indeterminado, não mais sendo exigível o pagamento 
antecipado do aluguel e dos encargos. 
 
Parágrafo único. Ocorrendo a prorrogação, o locador somente poderá denunciar o contrato após trinta meses de 
seu início ou nas hipóteses do art. 47. 
 
STJ/REsp 1.326.557-PA 
Em contrato de locação ajustado por prazo determinado antes da vigência da Lei n. 12.112/2009, o fiador 
somente responde pelos débitos locatícios contraídos no período da prorrogação por prazo indeterminado se 
houver prévia anuência dele no contrato. 
 
SEÇÃO III 
Da locação não residencial 
 
Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a renovação do contrato, por 
igual prazo, desde que, cumulativamente: 
 
I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado; 
 
II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos seja de 5 
anos; 
•Finalizado o prazo, a locação será prorrogada de forma 
automática, por tempo indeterminado.
Locação Residencial 
prazo = < a 30 meses
•Finalizado o prazo, ocorre a resolução do contrato, 
independentemente de notificação ou aviso.
•Continuando por + de 30 dias sem oposição, o contrato é 
prorrogado nas mesmas condições.
Locação Não Residencial
e
Locação Residencial 
prazo = > a 30 meses
 
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29 
 
III - o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de 3 anos. 
 
§ 1º O direito assegurado neste artigo poderá ser exercido pelos cessionários ou sucessores da locação; no caso 
de sublocação total do imóvel, o direito a renovação somente poderá ser exercido pelo sublocatário. 
 
§ 2º Quando o contrato autorizar que o locatário utilize o imóvel para as atividades de sociedade de que faça parte 
e que a esta passe a pertencer o fundo de comércio, o direito a renovação poderá ser exercido pelo locatário ou 
pela sociedade. 
 
§ 3º Dissolvida a sociedade comercial por morte de um dos sócios, o sócio sobrevivente fica sub-rogado no direito 
a renovação, desde que continue no mesmo ramo. 
 
§ 4º O direito a renovação do contrato estende-se às locações celebradas por indústrias e sociedades civis com 
fim lucrativo, regularmente constituídas, desde que ocorrentes os pressupostos previstos neste artigo. 
 
§ 5º Do direito a renovação decai aquele que não propuser a ação no interregno de um ano, no máximo, até 
seis meses, no mínimo, anteriores à data da finalização do prazo do contrato em vigor. 
 
Art. 52. O locador não estará obrigado a renovar o contrato se: 
 
I - por determinação do Poder Público, tiver que realizar no imóvel obras que importarem na sua radical 
transformação; ou para fazer modificações de tal natureza que aumente o valor do negócio ou da propriedade; 
 
II - o imóvel vier a ser utilizado por ele próprio ou para transferência de fundo de comércio existente há mais de um 
ano, sendo detentor da maioria do capital o locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente. 
 
§ 1º Na hipótese do inciso II, o imóvel não poderá ser destinado ao uso do mesmo ramo do locatário, salvo se a 
locação também envolvia o fundo de comércio, com as instalações e pertences. 
 
§ 2º Nas locações de espaço em shopping centers , o locador não poderá recusar a renovação do contrato com 
fundamento no inciso II deste artigo. 
 
§ 3º O locatário terá direito a indenização para ressarcimento dos prejuízos e dos lucros cessantes que tiver que 
arcar com mudança, perda do lugar e desvalorização do fundo de comércio, se a renovação não ocorrer em razão 
de proposta de terceiro, em melhores condições, ou se o locador, no prazo de três meses da entrega do imóvel, 
não der o destino alegado ou não iniciar as obras determinadas pelo Poder Público ou que declarou pretender 
realizar. 
 
STF/Súmula 374 
Na retomada para construção mais útil, não é necessário que a obra tenha sido ordenada pela autoridade 
pública. 
 
Art. 53 - Nas locações de imóveis utilizados por hospitais, unidades sanitárias oficiais, asilos, estabelecimentos de 
saúde e de ensino autorizados e fiscalizados pelo Poder Público, bem como por entidades religiosas 
devidamente registradas, o contrato somente poderá ser rescindido: 
 
I - nas hipóteses do art. 9º; 
 
Art. 9º 
Art. 9º A locação também poderá ser desfeita: 
 
I - por mútuo acordo; 
 
II - em decorrência da prática de infração legal ou contratual; 
 
III - em decorrência da falta de pagamento do aluguel e demais encargos; 
 
IV - para a realização de reparações urgentes determinadas pelo Poder Público, que não possam ser 
normalmente executadas com a permanência do locatário no imóvel ou, podendo, ele se recuse a consenti-
las. 
 
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II - se o proprietário, promissário comprador ou promissário cessionário, em caráter irrevogável e imitido na posse, 
com título registrado, que haja quitado o preço da promessa ou que, não o tendo feito, seja autorizado pelo 
proprietário, pedir o imóvel para demolição, edificação, licenciada ou reforma que venha a resultar em aumento 
mínimo de 50% da área útil. 
 
Art. 54. Nas relações entre lojistas e empreendedores de shopping center, prevalecerão as condições livremente 
pactuadas nos contratos de locação respectivos e as disposições procedimentais previstas nesta lei. 
 
§ 1º O empreendedor não poderá cobrar do locatário em shopping center : 
 
a) as despesas referidas nas alíneas a , b e d do parágrafo único do art. 22; e 
 
b) as despesas com obras ou substituições de equipamentos, que impliquem modificar o projeto ou o memorial 
descritivo da data do habite - se e obras de paisagismo nas partes de uso comum. 
 
§ 2º As despesas cobradas do locatário devem ser previstas em orçamento, salvo casos de urgência ou força 
maior, devidamente demonstradas,podendo o locatário, a cada sessenta dias, por si ou entidade de classe exigir 
a comprovação das mesmas. 
 
STJ/REsp 1.409.849-PR 
Não é abusiva a mera previsão contratual que estabelece a duplicação do valor do aluguel no mês de 
dezembro em contrato de locação de espaço em shopping center. 
 
Art. 54-A. Na locação não residencial de imóvel urbano na qual o locador procede à prévia aquisição, 
construção ou substancial reforma, por si mesmo ou por terceiros, do imóvel então especificado pelo 
pretendente à locação, a fim de que seja a este locado por prazo determinado, prevalecerão as condições 
livremente pactuadas no contrato respectivo e as disposições procedimentais previstas nesta Lei. 
 
§ 1º. Poderá ser convencionada a renúncia ao direito de revisão do valor dos aluguéis durante o prazo de 
vigência do contrato de locação. 
 
§ 2º. Em caso de denúncia antecipada do vínculo locatício pelo locatário, compromete-se este a cumprir a multa 
convencionada, que não excederá, porém, a soma dos valores dos aluguéis a receber até o termo final da 
locação. 
 
Art. 55. Considera-se locação não residencial quando o locatário for pessoa jurídica e o imóvel, destinar-se ao 
uso de seus titulares, diretores, sócios, gerentes, executivos ou empregados. 
 
Art. 56. Nos demais casos de locação não residencial, o contrato por prazo determinado cessa, de pleno direito, 
findo o prazo estipulado, independentemente de notificação ou aviso. 
 
Parágrafo único. Findo o prazo estipulado, se o locatário permanecer no imóvel por mais de 30 dias sem 
oposição do locador, presumir-se-á prorrogada a locação nas condições ajustadas, mas sem prazo 
determinado. 
 
Art. 57. O contrato de locação por prazo indeterminado pode ser denunciado por escrito, pelo locador, concedidos 
ao locatário trinta dias para a desocupação. 
 
TÍTULO II 
Dos Procedimentos 
 
CAPÍTULO I 
Das Disposições Gerais 
 
Art. 58. Ressalvados os casos previstos no parágrafo único do art. 1º, nas ações de despejo, consignação em 
pagamento de aluguel e acessório da locação, revisionais de aluguel e renovatórias de locação, observar-se-á o 
seguinte: 
 
I - os processos tramitam durante as férias forenses e não se suspendem pela superveniência delas; 
 
 
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II - é competente para conhecer e julgar tais ações o foro do lugar da situação do imóvel, salvo se outro houver 
sido eleito no contrato; 
 
III - o valor da causa corresponderá a doze meses de aluguel, ou, na hipótese do inciso II do art. 47, a três salários 
vigentes por ocasião do ajuizamento; 
 
IV - desde que autorizado no contrato, a citação, intimação ou notificação far - se - á mediante correspondência 
com aviso de recebimento, ou, tratando - se de pessoa jurídica ou firma individual, também mediante telex ou fac-
símile , ou, ainda, sendo necessário, pelas demais formas previstas no Código de Processo Civil; 
 
V - os recursos interpostos contra as sentenças terão efeito somente devolutivo. 
 
CAPÍTULO II 
Das Ações de Despejo 
 
Art. 59. Com as modificações constantes deste capítulo, as ações de despejo terão o rito ordinário. 
 
§ 1º Conceder-se-á liminar para desocupação em 15 dias, independentemente da audiência da parte 
contrária e desde que prestada a caução no valor equivalente a 3 meses de aluguel, nas ações que tiverem por 
fundamento exclusivo: 
 
I - o descumprimento do mútuo acordo (art. 9º, inciso I), celebrado por escrito e assinado pelas partes e por 
duas testemunhas, no qual tenha sido ajustado o prazo mínimo de 6 meses para desocupação, contado da 
assinatura do instrumento; 
 
II - o disposto no inciso II do art. 47, havendo prova escrita da rescisão do contrato de trabalho ou sendo ela 
demonstrada em audiência prévia; 
 
Art. 47. II 
Art. 47. Quando ajustada verbalmente ou por escrito e como prazo inferior a 30 meses, findo o prazo 
estabelecido, a locação prorroga-se automaticamente, por prazo indeterminado, somente podendo ser 
retomado o imóvel: 
 
II - em decorrência de extinção do contrato de trabalho, se a ocupação do imóvel pelo locatário 
relacionada com o seu emprego; 
 
III - o término do prazo da locação para temporada, tendo sido proposta a ação de despejo em até 30 dias após o 
vencimento do contrato; 
 
IV - a morte do locatário sem deixar sucessor legítimo na locação, de acordo com o referido no inciso I do art. 11, 
permanecendo no imóvel pessoas não autorizadas por lei; 
 
V - a permanência do sublocatário no imóvel, extinta a locação, celebrada com o locatário. 
 
VI – o disposto no inciso IV do art. 9º, havendo a necessidade de se produzir reparações urgentes no imóvel, 
determinadas pelo poder público, que não possam ser normalmente executadas com a permanência do locatário, 
ou, podendo, ele se recuse a consenti-las; 
 
VII – o término do prazo notificatório previsto no parágrafo único do art. 40, sem apresentação de nova 
garantia apta a manter a segurança inaugural do contrato; 
 
VIII – o término do prazo da locação não residencial, tendo sido proposta a ação em até 30 dias do termo ou do 
cumprimento de notificação comunicando o intento de retomada; 
 
IX – a falta de pagamento de aluguel e acessórios da locação no vencimento, estando o contrato desprovido de 
qualquer das garantias previstas no art. 37, por não ter sido contratada ou em caso de extinção ou pedido de 
exoneração dela, independentemente de motivo. 
 
§ 2º Qualquer que seja o fundamento da ação dar - se - á ciência do pedido aos sublocatários, que poderão 
intervir no processo como assistentes. 
 
 
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§ 3º. No caso do inciso IX do § 1o deste artigo, poderá o locatário evitar a rescisão da locação e elidir a liminar de 
desocupação se, dentro dos 15 dias concedidos para a desocupação do imóvel e independentemente de 
cálculo, efetuar depósito judicial que contemple a totalidade dos valores devidos, na forma prevista no inciso II do 
art. 62. 
 
STF/ADPF 828 
Em face do arrefecimento dos efeitos da pandemia da Covid-19, cabe adotar um regime de transição para a 
retomada das reintegrações de posse suspensas em decorrência da doença, por meio do qual os tribunais 
deverão instalar comissões para mediar eventuais despejos antes de qualquer decisão judicial, a fim de 
reduzir os impactos habitacionais e humanitários em casos de desocupação coletiva. 
 
Art. 60. Nas ações de despejo fundadas no inciso IV do art. 9º, inciso IV do art. 47 e inciso II do art. 53, a petição 
inicial deverá ser instruída com prova da propriedade do imóvel ou do compromisso registrado. 
 
Artigos 
Art. 9º A locação também poderá ser desfeita: 
 
IV - para a realização de reparações urgentes determinadas pelo Poder Público, que não possam ser 
normalmente executadas com a permanência do locatário no imóvel ou, podendo, ele se recuse a consenti-
las. 
 
Art. 47. Quando ajustada verbalmente ou por escrito e como prazo inferior a 30 meses, findo o prazo 
estabelecido, a locação prorroga-se automaticamente, por prazo indeterminado, somente podendo ser 
retomado o imóvel: 
 
IV - se for pedido para demolição e edificação licenciada ou para a realização de obras aprovadas pelo 
Poder Público, que aumentem a área construída, em, no mínimo, 20% ou, se o imóvel for destinado a 
exploração de hotel ou pensão, em 50%; 
 
Art. 53 - Nas locações de imóveis utilizados por hospitais, unidades sanitárias oficiais, asilos, 
estabelecimentos de saúde e de ensino autorizados e fiscalizados pelo Poder Público, bem como por 
entidades religiosas devidamente registradas, o contrato somente poderá ser rescindido: 
 
II - se o proprietário, promissário comprador ou promissário cessionário, em caráter irrevogável e imitido na 
posse, com título registrado, que haja quitado o preço da promessa ou que, não o tendo feito, seja 
autorizado pelo proprietário, pedir o imóvelpara demolição, edificação, licenciada ou reforma que venha a 
resultar em aumento mínimo de 50% da área útil. 
 
Art. 61 Nas ações fundadas no § 2º do art. 46 e nos incisos III e IV do art. 47, se o locatário, no prazo da 
contestação, manifestar sua concordância com a desocupação do imóvel, o juiz acolherá o pedido fixando prazo 
de seis meses para a desocupação, contados da citação, impondo ao vencido a responsabilidade pelas custas e 
honorários advocatícios de vinte por cento sobre o valor dado à causa. Se a desocupação ocorrer dentro do prazo 
fixado, o réu ficará isento dessa responsabilidade; caso contrário, será expedido mandado de despejo. 
 
Art. 62. Nas ações de despejo fundadas na falta de pagamento de aluguel e acessórios da locação, de aluguel 
provisório, de diferenças de aluguéis, ou somente de quaisquer dos acessórios da locação, observar-se-á o 
seguinte: 
 
I – o pedido de rescisão da locação poderá ser cumulado com o pedido de cobrança dos aluguéis e acessórios da 
locação; nesta hipótese, citar-se-á o locatário para responder ao pedido de rescisão e o locatário e os fiadores 
para responderem ao pedido de cobrança, devendo ser apresentado, com a inicial, cálculo discriminado do valor 
do débito; 
 
II – o locatário e o fiador poderão evitar a rescisão da locação efetuando, no prazo de 15 dias, contado da 
citação, o pagamento do débito atualizado, independentemente de cálculo e mediante depósito judicial, 
incluídos: 
 
a) os aluguéis e acessórios da locação que vencerem até a sua efetivação; 
 
b) as multas ou penalidades contratuais, quando exigíveis; 
 
 
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33 
c) os juros de mora; 
 
d) as custas e os honorários do advogado do locador, fixados em 10% sobre o montante devido, se do 
contrato não constar disposição diversa; 
 
III – efetuada a purga da mora, se o locador alegar que a oferta não é integral, justificando a diferença, o locatário 
poderá complementar o depósito no prazo de 10 dias, contado da intimação, que poderá ser dirigida ao locatário 
ou diretamente ao patrono deste, por carta ou publicação no órgão oficial, a requerimento do locador; 
 
IV – não sendo integralmente complementado o depósito, o pedido de rescisão prosseguirá pela diferença, 
podendo o locador levantar a quantia depositada; 
 
V - os aluguéis que forem vencendo até a sentença deverão ser depositados à disposição do juízo, nos 
respectivos vencimentos, podendo o locador levantá - los desde que incontroversos; 
 
VI - havendo cumulação dos pedidos de rescisão da locação e cobrança dos aluguéis, a execução desta pode ter 
início antes da desocupação do imóvel, caso ambos tenham sido acolhidos. 
 
Parágrafo único. Não se admitirá a emenda da mora se o locatário já houver utilizado essa faculdade nos 24 
meses imediatamente anteriores à propositura da ação. 
 
 
STJ/REsp 1.624.005-DF 
Em ação de despejo por falta de pagamento, a intimação do locatário para fins de purgação complementar 
da mora (prevista no art. 62, III, da Lei n. 8.245/91) é incompatível com a manifestação contrária de sua 
parte, em contestação, quanto à intenção de efetuar o pagamento das parcelas não depositadas. 
Na ação de despejo, o prazo de 15 dias para purgação da mora deve ser contado a partir da juntada aos 
autos do mandado de citação ou aviso de recebimento devidamente cumprido. 
 
Art. 63. Julgada procedente a ação de despejo, o juiz determinará a expedição de mandado de despejo, que 
conterá o prazo de 30 dias para a desocupação voluntária, ressalvado o disposto nos parágrafos seguintes. 
 
§ 1º O prazo será de 15 dias se: 
 
a) entre a citação e a sentença de primeira instância houverem decorrido mais de 4 meses; ou 
 
b) o despejo houver sido decretado com fundamento no art. 9º. ou no § 2º. do art. 46. 
 
§ 2° Tratando-se de estabelecimento de ensino autorizado e fiscalizado pelo Poder Público, respeitado o prazo 
mínimo de 6 meses e o máximo de 1 ano, o juiz disporá de modo que a desocupação coincida com o período 
de férias escolares. 
 
§ 3º Tratando-se de hospitais, repartições públicas, unidades sanitárias oficiais, asilos, estabelecimentos de 
saúde e de ensino autorizados e fiscalizados pelo Poder Público, bem como por entidades religiosas 
devidamente registradas, e o despejo for decretado com fundamento no inciso IV do art. 9º (Reparações 
urgentes) ou no inciso II do art. 53, o prazo será de 1 ano, exceto no caso em que entre a citação e a sentença 
de primeira instância houver decorrido mais de 1 ano, hipótese em que o prazo será de 6 meses. 
 
§ 4° A sentença que decretar o despejo fixará o valor da caução para o caso de ser executada provisoriamente. 
 
Art. 64. Salvo nas hipóteses das ações fundadas no art. 9º, a execução provisória do despejo dependerá de 
caução não inferior a 6 meses nem superior a 12 meses do aluguel, atualizado até a data da prestação da 
caução. 
 
§ 1° A caução poderá ser real ou fidejussória e será prestada nos autos da execução provisória. 
 
§ 2° Ocorrendo a reforma da sentença ou da decisão que concedeu liminarmente o despejo, o valor da caução 
reverterá em favor do réu, como indenização mínima das perdas e danos, podendo este reclamar, em ação 
própria, a diferença pelo que a exceder. 
 
 
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Art. 65. Findo o prazo assinado para a desocupação, contado da data da notificação, será efetuado o despejo, 
se necessário com emprego de força, inclusive arrombamento. 
 
§ 1º Os móveis e utensílios serão entregues à guarda de depositário, se não os quiser retirar o despejado. 
 
§ 2º O despejo não poderá ser executado até o 30º dia seguinte ao do falecimento do cônjuge, ascendente, 
descendente ou irmão de qualquer das pessoas que habitem o imóvel. 
 
Art. 66. Quando o imóvel for abandonado após ajuizada a ação, o locador poderá imitir-se na posse do imóvel. 
 
CAPÍTULO III 
Da Ação de Consignação de Aluguel e Acessórios da Locação 
 
Art. 67. Na ação que objetivar o pagamento dos aluguéis e acessórios da locação mediante consignação, será 
observado o seguinte: 
 
I - a petição inicial, além dos requisitos exigidos pelo art. 282 do Código de Processo Civil, deverá especificar os 
aluguéis e acessórios da locação com indicação dos respectivos valores; 
 
II - determinada a citação do réu, o autor será intimado a, no prazo de 24 horas, efetuar o depósito judicial da 
importância indicada na petição inicial, sob pena de ser extinto o processo; 
 
III - o pedido envolverá a quitação das obrigações que vencerem durante a tramitação do feito e até ser prolatada 
a sentença de primeira instância, devendo o autor promover os depósitos nos respectivos vencimentos; 
 
IV - não sendo oferecida a contestação, ou se o locador receber os valores depositados, o juiz acolherá o pedido, 
declarando quitadas as obrigações, condenando o réu ao pagamento das custas e honorários de 20% do valor 
dos depósitos; 
 
V - a contestação do locador, além da defesa de direito que possa caber, ficará adstrita, quanto à matéria de fato, 
a: 
 
a) não ter havido recusa ou mora em receber a quantia devida; 
 
b) ter sido justa a recusa; 
 
c) não ter sido efetuado o depósito no prazo ou no lugar do pagamento; 
 
d) não ter sido o depósito integral; 
 
VI - além de contestar, o réu poderá, em reconvenção, pedir o despejo e a cobrança dos valores objeto da 
consignatória ou da diferença do depósito inicial, na hipótese de ter sido alegado não ser o mesmo integral; 
 
VII - o autor poderá complementar o depósito inicial, no prazo de cinco dias contados da ciência do oferecimento 
da resposta, com acréscimo de 10% sobre o valor da diferença. Se tal ocorrer, o juiz declarará quitadas as 
obrigações, elidindo a rescisão da locação, mas imporá ao autor-reconvindo a responsabilidade pelas custas e 
honorários advocatícios de 20% sobre o valor dos depósitos; 
 
VIII - havendo, nareconvenção, cumulação dos pedidos de rescisão da locação e cobrança dos valores objeto da 
consignatória, a execução desta somente poderá ter início após obtida a desocupação do imóvel, caso 
ambos tenham sido acolhidos. 
 
Parágrafo único. O réu poderá levantar a qualquer momento as importâncias depositadas sobre as quais não 
penda controvérsia. 
 
CAPÍTULO IV - Da Ação Revisional de Aluguel 
 
Art. 68. Na ação revisional de aluguel, que terá o rito sumário, observar-se-á o seguinte: 
 
I - além dos requisitos exigidos pelos arts. 276 e 282 do Código de Processo Civil, a petição inicial deverá indicar o 
valor do aluguel cuja fixação é pretendida; 
 
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35 
 
II – ao designar a audiência de conciliação, o juiz, se houver pedido e com base nos elementos fornecidos tanto 
pelo locador como pelo locatário, ou nos que indicar, fixará aluguel provisório, que será devido desde a citação, 
nos seguintes moldes: 
 
a) em ação proposta pelo locador, o aluguel provisório não poderá ser excedente a 80% do pedido; 
 
b) em ação proposta pelo locatário, o aluguel provisório não poderá ser inferior a 80% do aluguel vigente; 
 
III - sem prejuízo da contestação e até a audiência, o réu poderá pedir seja revisto o aluguel provisório, fornecendo 
os elementos para tanto; 
 
IV – na audiência de conciliação, apresentada a contestação, que deverá conter contraproposta se houver 
discordância quanto ao valor pretendido, o juiz tentará a conciliação e, não sendo esta possível, determinará a 
realização de perícia, se necessária, designando, desde logo, audiência de instrução e julgamento; 
 
V – o pedido de revisão previsto no inciso III deste artigo interrompe o prazo para interposição de recurso contra a 
decisão que fixar o aluguel provisório. 
 
§ 1º Não caberá ação revisional na pendência de prazo para desocupação do imóvel (arts. 46, parágrafo 2° e 57), 
ou quando tenha sido este estipulado amigável ou judicialmente. 
 
§ 2º No curso da ação de revisão, o aluguel provisório será reajustado na periodicidade pactuada ou na fixada em 
lei. 
 
Art. 69. O aluguel fixado na sentença retroage à citação, e as diferenças devidas durante a ação de revisão, 
descontados os alugueres provisórios satisfeitos, serão pagas corrigidas, exigíveis a partir do trânsito em julgado 
da decisão que fixar o novo aluguel. 
 
§ 1º Se pedido pelo locador, ou sublocador, a sentença poderá estabelecer periodicidade de reajustamento do 
aluguel diversa daquela prevista no contrato revisando, bem como adotar outro indexador para reajustamento do 
aluguel. 
 
§ 2º A execução das diferenças será feita nos autos da ação de revisão. 
 
STJ/REsp 1.714.393-SP 
Na execução de contrato locatício, é possível a inclusão dos aluguéis vencidos no curso do processo com 
base em valor fixado provisoriamente em anterior ação revisional. 
 
Art. 70. Na ação de revisão do aluguel, o juiz poderá homologar acordo de desocupação, que será executado 
mediante expedição de mandado de despejo. 
 
CAPÍTULO V 
Da Ação Renovatória 
 
Art. 71. Além dos demais requisitos exigidos no art. 282 do Código de Processo Civil, a petição inicial da ação 
renovatória deverá ser instruída com: 
 
I - prova do preenchimento dos requisitos dos incisos I, II e III do art. 51; 
 
II - prova do exato cumprimento do contrato em curso; 
 
III - prova da quitação dos impostos e taxas que incidiram sobre o imóvel e cujo pagamento lhe incumbia; 
 
IV - indicação clara e precisa das condições oferecidas para a renovação da locação; 
 
V – indicação do fiador quando houver no contrato a renovar e, quando não for o mesmo, com indicação do nome 
ou denominação completa, número de sua inscrição no Ministério da Fazenda, endereço e, tratando-se de pessoa 
natural, a nacionalidade, o estado civil, a profissão e o número da carteira de identidade, comprovando, desde 
logo, mesmo que não haja alteração do fiador, a atual idoneidade financeira; 
 
 
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36 
VI - prova de que o fiador do contrato ou o que o substituir na renovação aceita os encargos da fiança, autorizado 
por seu cônjuge, se casado for; 
 
VII - prova, quando for o caso, de ser cessionário ou sucessor, em virtude de título oponível ao proprietário. 
 
Parágrafo único. Proposta a ação pelo sublocatário do imóvel ou de parte dele, serão citados o sublocador e o 
locador, como litisconsortes, salvo se, em virtude de locação originária ou renovada, o sublocador dispuser de 
prazo que admita renovar a sublocação; na primeira hipótese, procedente a ação, o proprietário ficará diretamente 
obrigado à renovação. 
 
STJ/REsp 1.698.814-SP 
A certidão de parcelamento fiscal é suficiente para suprir a exigência prevista no inciso III do art. 71 da Lei n. 
8.245/1991 (Lei de Locações) para efeito do ajuizamento de ação renovatória de locação empresarial. 
 
Art. 72. A contestação do locador, além da defesa de direito que possa caber, ficará adstrita, quanto à matéria 
de fato, ao seguinte: 
 
I - não preencher o autor os requisitos estabelecidos nesta lei; 
 
II - não atender, a proposta do locatário, o valor locativo real do imóvel na época da renovação, excluída a 
valorização trazida por aquele ao ponto ou lugar; 
 
III - ter proposta de terceiro para a locação, em condições melhores; 
 
IV - não estar obrigado a renovar a locação (incisos I e II do art. 52). 
 
§ 1º No caso do inciso II, o locador deverá apresentar, em contraproposta, as condições de locação que repute 
compatíveis com o valor locativo real e atual do imóvel. 
 
§ 2º No caso do inciso III, o locador deverá juntar prova documental da proposta do terceiro, subscrita por este e 
por duas testemunhas, com clara indicação do ramo a ser explorado, que não poderá ser o mesmo do 
locatário. Nessa hipótese, o locatário poderá, em réplica, aceitar tais condições para obter a renovação 
pretendida. 
 
§ 3º No caso do inciso I do art. 52, a contestação deverá trazer prova da determinação do Poder Público ou 
relatório pormenorizado das obras a serem realizadas e da estimativa de valorização que sofrerá o imóvel, 
assinado por engenheiro devidamente habilitado. 
 
§ 4º Na contestação, o locador, ou sublocador, poderá pedir, ainda, a fixação de aluguel provisório, para vigorar a 
partir do primeiro mês do prazo do contrato a ser renovado, não excedente a oitenta por cento do pedido, desde 
que apresentados elementos hábeis para aferição do justo valor do aluguel. 
 
§ 5º Se pedido pelo locador, ou sublocador, a sentença poderá estabelecer periodicidade de reajustamento do 
aluguel diversa daquela prevista no contrato renovando, bem como adotar outro indexador para reajustamento do 
aluguel. 
 
Art. 73. Renovada a locação, as diferenças dos aluguéis vencidos serão executadas nos próprios autos da ação e 
pagas de uma só vez. 
 
Art. 74. Não sendo renovada a locação, o juiz determinará a expedição de mandado de despejo, que conterá o 
prazo de 30 dias para a desocupação voluntária, se houver pedido na contestação. 
 
Art. 75. Na hipótese do inciso III do art. 72, a sentença fixará desde logo a indenização devida ao locatário em 
consequência da não prorrogação da locação, solidariamente devida pelo locador e o proponente. 
 
TÍTULO III 
Das Disposições Finais e Transitórias 
 
Art. 76. Não se aplicam as disposições desta lei aos processos em curso. 
 
 
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37 
Art. 77. Todas as locações residenciais que tenham sido celebradas anteriormente à vigência desta lei serão 
automaticamente prorrogadas por tempo indeterminado, ao término do prazo ajustado no contrato. 
 
Art. 78. As locações residenciais que tenham sido celebradas anteriormente à vigência desta lei e que já vigorem 
ou venham a vigorar por prazo indeterminado, poderão ser denunciadas pelolocador, concedido o prazo de doze 
meses para a desocupação. 
 
Parágrafo único. Na hipótese de ter havido revisão judicial ou amigável do aluguel, atingindo o preço do mercado, 
a denúncia somente poderá ser exercitada após vinte e quatro meses da data da revisão, se esta ocorreu nos 
doze meses anteriores à data da vigência desta lei. 
 
Art. 79. No que for omissa esta lei aplicam-se as normas do Código Civil e do Código de Processo Civil. 
 
Art. 80. Para os fins do inciso I do art. 98 da Constituição Federal, as ações de despejo poderão ser consideradas 
como causas cíveis de menor complexidade. 
 
Art. 84. Reputam-se válidos os registros dos contratos de locação de imóveis, realizados até a data da vigência 
desta lei. 
 
Art. 85. Nas locações residenciais, é livre a convenção do aluguel quanto a preço, periodicidade e indexador de 
reajustamento, vedada a vinculação à variação do salário mínimo, variação cambial e moeda estrangeira: 
 
I dos imóveis novos, com habite-se concedido a partir da entrada em vigor desta lei; 
 
II - dos demais imóveis não enquadrados no inciso anterior, em relação aos contratos celebrados, após cinco anos 
de entrada em vigor desta lei. 
 
Art. 89. Esta lei entrará em vigor sessenta dias após a sua publicação. 
 
STF/Súmula 158 
Salvo estipulação contratual averbada no registro imobiliário, não responde o adquirente pelas 
benfeitorias do locatário. 
 
STF/Súmula 374 
Na retomada para construção mais útil, não é necessário que a obra tenha sido ordenada pela autoridade 
pública. 
 
STF/Súmula 409 
Ao retomante, que tenha mais de um prédio alugado, cabe optar entre eles, salvo abuso de direito. 
 
STF/Súmula 410 
Se o locador, utilizando prédio próprio para residência ou atividade comercial, pede o imóvel locado para uso 
próprio, diverso do que tem o por ele ocupado, não está obrigado a provar a necessidade, que se 
presume. 
 
STF/Súmula 411 
O locatário autorizado a ceder a locação pode sublocar o imóvel. 
 
STF/Súmula 442 
A inscrição do contrato de locação no registro de imóveis, para a validade da cláusula de vigência contra o 
adquirente do imóvel, ou perante terceiros, dispensa a transcrição no registro de títulos e documentos. 
 
STF/Súmula 449 
O valor da causa, na consignatória de aluguel, corresponde a uma anuidade. 
 
STF/Súmula 483 
É dispensável a prova da necessidade, na retomada do prédio situado em localidade para onde o 
proprietário pretende transferir residência, salvo se mantiver, também, a anterior, quando dita prova será 
exigida. 
 
 
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STF/Súmula 486 
Admite-se a retomada para sociedade da qual o locador, ou seu cônjuge, seja sócio, com participação 
predominante no capital social. 
 
STJ/Súmula 214 
O fiador na locação não responde por obrigações resultantes de aditamento ao qual não anuiu. 
 
STJ/Súmula 268 
O fiador que não integrou a relação processual na ação de despejo não responde pela execução do 
julgado. 
 
STJ/Súmula 335 
Nos contratos de locação, é válida a cláusula de renúncia à indenização das benfeitorias e ao direito de 
retenção. 
 
STJ – Teses Sobre o Locação de Imóveis Urbanos – Edição 53 
Tese 01 
O Código de Defesa do Consumidor não é aplicável aos contratos locatícios regidos pela Lei n. 8.245/91. 
Tese 02 
É inadmissível a oposição de embargos de terceiros em execução de sentença prolatada em ação de 
despejo, ressalvada a hipótese de comprovada sublocação legítima, com ausência de intimação do 
sublocatário. 
Tese 03 
Na ação de despejo por falta de pagamento, não se admite a cumulação do pedido de purgação da mora 
com o oferecimento de contestação, motivo pelo qual não se faz obrigatório o depósito dos valores tidos 
por incontroversos. 
Tese 04 
É indispensável a notificação pessoal do locatário por meio de mandado de despejo, no qual conste o prazo 
de 30 dias disposto no art. 74 da Lei n. 8.245/91, para que proceda à desocupação do imóvel em execução 
provisória. 
Tese 05 
A Lei n. 12.112/2009, que alterou regras e procedimentos sobre locação de imóvel urbano, por se tratar de 
norma processual tem aplicação imediata, inclusive a processos em curso. 
Tese 06 
Havendo mais de um locatário, é válida a fiança prestada por um deles em relação aos demais, o que 
caracteriza fiança recíproca. 
Tese 07 
É válida a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação. 
 
STF/RE 1.307.334/SP: É constitucional a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de 
locação, seja residencial, seja comercial. 
Tese 08 
É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a terceiros, desde que a renda 
obtida com a locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da sua família. 
Tese 09 
O fiador que não integrou a relação processual na ação de despejo não responde pela execução do 
julgado. 
Tese 10 
Se o fiador não participou da ação de despejo, a interrupção da prescrição para a cobrança dos aluguéis 
e acessórios não o atinge. 
Tese 11 
Na vigência da Lei n. 8.245/91, havendo mais de um locador ou locatário, presume-se a existência de 
solidariedade entre eles, salvo estipulação contratual em contrário, nos termos do art. 2º do referido 
diploma. 
Tese 12 
Nas ações de despejo, renovatória ou revisional o recurso de apelação terá apenas efeito devolutivo, nos 
termos do art. 58, V, da Lei n. 8.245/1991. 
Tese 13 
Em casos excepcionais, o relator pode atribuir efeito suspensivo à apelação interposta nas ações de 
despejo, renovatória ou revisional - art. 558, parágrafo único, do CPC. 
 
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39 
Tese 14 
O art. 19 da Lei n. 8.245/91, ao regular a revisão judicial do aluguel, consagrou a adoção da teoria da 
imprevisão no âmbito das locações urbanas, disponibilizando aos contratantes instrumento jurídico para a 
manutenção do equilíbrio econômico do contrato. 
Tese 15 
O prazo máximo de prorrogação do contrato locatício não residencial estabelecido em ação renovatória é 
de cinco anos. 
Tese 16 
O direito à indenização pelo fundo de comércio - art. 52, § 3º, da Lei n. 8.245/91 - está intrinsecamente 
ligado ao exercício da ação renovatória prevista no art. 51 do referido diploma. 
Tese 17 
A locação de imóvel urbano para a exploração de serviço de estacionamento não afasta a incidência do Lei 
n. 8.245/91. 
Tese 18 
Nos contratos de locação, é válida a cláusula de renúncia à indenização das benfeitorias e ao direito de 
retenção. 
Tese 19 
Aplicam-se, por analogia, os direitos de indenização e retenção previstos no art. 35 da Lei de Locações 
às acessões edificadas no imóvel locado. 
Tese 20 
Nas ações de despejo, o direito de retenção por benfeitorias deve ser exercido no momento em que 
apresentada a contestação; admitindo-se, ainda, que a matéria seja alegada por meio de reconvenção. 
Tese 21 
O contrato de locação com cláusula de vigência, ainda que não averbado junto ao registro de imóveis, não 
pode ser denunciado pelo adquirente do bem, caso dele tenha tido ciência inequívoca antes da aquisição. 
Tese 22 
O prazo prescricional da pretensão de cobrança de aluguéis e acessórios do contrato de locação é de 
3 anos - art. 206, § 3º, I, do CC/2002, sujeitando-se o termo inicial à entrada em vigor do referido Código, 
nos termos do art. 2.028. 
 
 
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40 
LEI Nº 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003. 
 
Dispõe sobre o Estatuto da Pessoa Idosa e dá outras providências. 
 
TÍTULO I 
Disposições Preliminares 
 
Art. 1º É instituído o Estatuto da Pessoa Idosa, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade 
igual ou superior a 60 anos. 
 
Art. 2º A pessoa idosa goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da 
proteçãointegral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades 
e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e 
social, em condições de liberdade e dignidade. 
 
Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do poder público assegurar à pessoa idosa, 
com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao 
esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e 
comunitária. 
 
§ 1º A garantia de prioridade compreende: 
 
I – atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e privados prestadores de 
serviços à população; 
 
II – preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas específicas; 
 
III – destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à pessoa idosa; 
 
IV – viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio da pessoa idosa com as demais 
gerações; 
 
V – priorização do atendimento da pessoa idosa por sua própria família, em detrimento do atendimento asilar, 
exceto dos que não a possuam ou careçam de condições de manutenção da própria sobrevivência; 
 
VI – capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e gerontologia e na prestação de 
serviços às pessoas idosas; 
 
VII – estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de informações de caráter educativo sobre os 
aspectos biopsicossociais de envelhecimento; 
 
VIII – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência social locais. 
 
IX – prioridade no recebimento da restituição do Imposto de Renda. 
 
§ 2º Entre as pessoas idosas, é assegurada prioridade especial aos maiores de 80 anos, atendendo-se suas 
necessidades sempre preferencialmente em relação às demais pessoas idosas. 
 
Prioridade Especial ou Super Prioridade 
Os maiores de 80 anos terão prioridade especial em relação às demais pessoas idosas. 
 
Art. 4º Nenhuma pessoa idosa será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade 
ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei. 
 
§ 1º É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos da pessoa idosa. 
 
§ 2º. As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção outras decorrentes dos princípios por ela 
adotados. 
 
Art. 5º. A inobservância das normas de prevenção importará em responsabilidade à pessoa física ou jurídica nos 
termos da lei. 
 
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41 
 
Art. 6º. Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade competente qualquer forma de violação a esta Lei 
que tenha testemunhado ou de que tenha conhecimento. 
 
Art. 7º Os Conselhos Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e Municipais da Pessoa Idosa, previstos na Lei nº 
8.842, de 4 de janeiro de 1994, zelarão pelo cumprimento dos direitos da pessoa idosa, definidos nesta Lei. 
 
TÍTULO II 
Dos Direitos Fundamentais 
 
CAPÍTULO I 
Do Direito à Vida 
 
Art. 8º. O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um direito social, nos termos desta 
Lei e da legislação vigente. 
 
Envelhecimento 
✓ Direito Personalíssimo; 
 
✓ Sua proteção é um direito social. 
 
Art. 9º. É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de 
políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade. 
 
CAPÍTULO II - Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade 
 
Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade assegurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, 
como pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na Constituição e nas 
leis. 
 
§ 1º. O direito à liberdade compreende, entre outros, os seguintes aspectos: 
 
I – faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais; 
 
II – opinião e expressão; 
 
III – crença e culto religioso; 
 
IV – prática de esportes e de diversões; 
 
V – participação na vida familiar e comunitária; 
 
VI – participação na vida política, na forma da lei; 
 
VII – faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação. 
 
§ 2º. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral, abrangendo a 
preservação da imagem, da identidade, da autonomia, de valores, ideias e crenças, dos espaços e dos objetos 
pessoais. 
 
Direito 
À Liberdade Ao Respeito 
✓ Faculdade de ir, vir e estar; 
✓ Opinião e expressão; 
✓ Crença e culto religioso; 
✓ Esportes e de diversões; 
✓ Vida familiar e comunitária; 
✓ Vida política; 
✓ Busca de refúgio, auxílio e orientação. 
✓ Inviolabilidade da integridade: 
• Física; 
• Psíquica; 
• Moral. 
✓ Preservação de: 
• Imagem, identidade, autonomia, valores, 
ideias; 
• Crenças, espaços e objetos pessoais. 
 
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§ 3º É dever de todos zelar pela dignidade da pessoa idosa, colocando-a a salvo de qualquer tratamento 
desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor. 
 
 
CAPÍTULO III 
Dos Alimentos 
 
Art. 11. Os alimentos serão prestados à pessoa idosa na forma da lei civil. 
 
Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo a pessoa idosa optar entre os prestadores. 
 
STJ/REsp 775.565 SP 
O Estatuto do Idoso, cumprindo política pública (art. 3º), assegura celeridade no processo, impedindo 
intervenção de outros eventuais devedores de alimentos. - A solidariedade da obrigação alimentar devida ao 
idoso lhe garante a opção entre os prestadores (art. 12). 
 
IBDFAM – Enunciado 34 
É possível a relativização do princípio da reciprocidade, acerca da obrigação de prestar alimentos entre pais 
e filhos, nos casos de abandono afetivo e material pelo genitor que pleiteia alimentos, fundada no princípio 
da solidariedade familiar, que o genitor nunca observou. 
 
STJ/Súmula 596 
A obrigação dos avós de prestar alimentos tem natureza complementar e subsidiária, somente se 
configurando no caso de impossibilidade total ou parcial de seu cumprimento pelos pais. 
 
STJ/REsp 1.249.133-SC 
O falecimento do pai do alimentando não implica a automática transmissão do dever alimentar aos avós. 
 
Obrigação Alimentar 
Idoso Alimentado Idoso Alimentante 
A obrigação alimentar é solidária, podendo a pessoa 
idosa optar entre os prestadores. 
A obrigação de prestar alimentos tem natureza 
complementar e subsidiária, somente se 
configurando no caso de impossibilidade total ou 
parcial de seu cumprimento pelos pais. 
 
Art. 13. As transações relativas a alimentos poderão ser celebradas perante o Promotor de Justiça ou Defensor 
Público, que as referendará, e passarão a ter efeito de título executivo extrajudicial nos termos da lei processual 
civil. 
 
Art. 14. Se a pessoa idosa ou seus familiares não possuírem condições econômicas de prover o seu sustento, 
impõe-se ao poder público esse provimento, no âmbito da assistência social. 
 
CAPÍTULO IV 
Do Direito à Saúde 
 
Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde da pessoa idosa, por intermédio do Sistema Único de Saúde 
(SUS), garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, 
para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que 
afetam preferencialmente as pessoas idosas. 
 
§ 1º A prevenção e a manutenção da saúde da pessoa idosa serão efetivadas por meio de: 
 
I – cadastramento da população idosa em base territorial; 
•Prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso;
•Zelar pela dignidade do idoso, colocando-o a salvo de qualquer tratamentodesumano,
violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
É dever de todos
 
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43 
 
II – atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios; 
 
III – unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas áreas de geriatria e gerontologia social; 
 
IV – atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que dele necessitar e esteja 
impossibilitada de se locomover, inclusive para as pessoas idosas abrigadas e acolhidas por instituições públicas, 
filantrópicas ou sem fins lucrativos e eventualmente conveniadas com o poder público, nos meios urbano e rural; 
 
V – reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução das sequelas decorrentes do agravo da 
saúde. 
 
§ 2º Incumbe ao poder público fornecer às pessoas idosas, gratuitamente, medicamentos, especialmente os de 
uso continuado, assim como próteses, órteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou 
reabilitação. 
 
Benefícios Gratuitos aos Idosos 
✓ Medicamentos; 
✓ Próteses; 
✓ Órteses; 
✓ Outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação. 
 
§ 3º É vedada a discriminação da pessoa idosa nos planos de saúde pela cobrança de valores diferenciados 
em razão da idade. 
 
§ 4º As pessoas idosas com deficiência ou com limitação incapacitante terão atendimento especializado, nos 
termos da lei. 
 
§ 5º É vedado exigir o comparecimento da pessoa idosa enferma perante os órgãos públicos, hipótese na 
qual será admitido o seguinte procedimento: 
 
I - quando de interesse do poder público, o agente promoverá o contato necessário com a pessoa idosa em sua 
residência; ou 
 
II - quando de interesse da própria pessoa idosa, esta se fará representar por procurador legalmente constituído. 
 
 
 
§ 6º É assegurado à pessoa idosa enferma o atendimento domiciliar pela perícia médica do Instituto Nacional 
do Seguro Social (INSS), pelo serviço público de saúde ou pelo serviço privado de saúde, contratado ou 
conveniado, que integre o SUS, para expedição do laudo de saúde necessário ao exercício de seus direitos 
sociais e de isenção tributária. 
 
§ 7º Em todo atendimento de saúde, os maiores de 80 anos terão preferência especial sobre as demais 
pessoas idosas, exceto em caso de emergência. 
 
Atendimento à Saúde 
Regra Exceção 
Os maiores de 80 anos terão preferência especial. Pessoa, em caso de emergência, terá preferência 
em relação aos maiores de 80 anos. 
 
Interesse do Poder Público
Agente promoverá o 
contato necessário na 
residência do idoso.
Interesse do próprio idoso
Representado por 
procurador legalmente 
constituído.
 
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44 
Art. 16. À pessoa idosa internada ou em observação é assegurado o direito a acompanhante, devendo o órgão 
de saúde proporcionar as condições adequadas para a sua permanência em tempo integral, segundo o critério 
médico. 
 
Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde responsável pelo tratamento conceder autorização para o 
acompanhamento da pessoa idosa ou, no caso de impossibilidade, justificá-la por escrito. 
 
STJ/REsp 1.793.840-RJ 
Compete à operadora do plano de saúde o custeio das despesas de acompanhante do paciente idoso no 
caso de internação hospitalar. 
 
STJ/REsp 1.568.244/RJ 
O reajuste de mensalidade de plano de saúde individual ou familiar fundado na mudança de faixa etária do 
beneficiário é válido desde que: 
(i) haja previsão contratual; 
(ii) sejam observadas as normas expedidas pelos órgãos governamentais reguladores; e 
(iii) não sejam aplicados percentuais desarrazoados ou aleatórios que, concretamente e sem base atuarial 
idônea, onerem excessivamente o consumidor ou discriminem o idoso. 
 
STJ/REsp 1.816.750-SP 
A cláusula de reajuste por faixa etária em contrato de seguro de vida é legal, ressalvadas as hipóteses em 
que contrato já tenha previsto alguma outra técnica de compensação do "desvio de risco" dos segurados 
idosos. 
 
Art. 17. À pessoa idosa que esteja no domínio de suas faculdades mentais é assegurado o direito de optar pelo 
tratamento de saúde que lhe for reputado mais favorável. 
 
Parágrafo único. Não estando a pessoa idosa em condições de proceder à opção, esta será feita: 
 
I – pelo curador, quando a pessoa idosa for interditada; 
 
II – pelos familiares, quando a pessoa idosa não tiver curador ou este não puder ser contactado em tempo 
hábil; 
 
III – pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida e não houver tempo hábil para consulta a curador ou 
familiar; 
 
IV – pelo próprio médico, quando não houver curador ou familiar conhecido, caso em que deverá comunicar 
o fato ao Ministério Público. 
 
 
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Art. 18. As instituições de saúde devem atender aos critérios mínimos para o atendimento às necessidades da 
pessoa idosa, promovendo o treinamento e a capacitação dos profissionais, assim como orientação a cuidadores 
familiares e grupos de autoajuda. 
 
Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de violência praticada contra pessoas idosas serão objeto de 
notificação compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados à autoridade sanitária, bem como serão 
obrigatoriamente comunicados por eles a quaisquer dos seguintes órgãos: 
 
I – autoridade policial; 
 
II – Ministério Público; 
 
III – Conselho Municipal da Pessoa Idosa; 
 
IV – Conselho Estadual da Pessoa Idosa; 
 
V – Conselho Nacional da Pessoa Idosa. 
 
§ 1º Para os efeitos desta Lei, considera-se violência contra a pessoa idosa qualquer ação ou omissão praticada 
em local público ou privado que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico ou psicológico. 
 
§ 2º. Aplica-se, no que couber, à notificação compulsória prevista no caput deste artigo, o disposto na Lei no 
6.259, de 30 de outubro de 1975. 
 
CAPÍTULO V 
Da Educação, Cultura, Esporte e Lazer 
 
Art. 20. A pessoa idosa tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões, espetáculos, produtos e serviços 
que respeitem sua peculiar condição de idade. 
 
Art. 21. O poder público criará oportunidades de acesso da pessoa idosa à educação, adequando currículos, 
metodologias e material didático aos programas educacionais a ela destinados. 
 
§ 1º Os cursos especiais para pessoas idosas incluirão conteúdo relativo às técnicas de comunicação, 
computação e demais avanços tecnológicos, para sua integração à vida moderna. 
 
§ 2º As pessoas idosas participarão das comemorações de caráter cívico ou cultural, para transmissão de 
conhecimentos e vivências às demais gerações, no sentido da preservação da memória e da identidade culturais. 
 
Regra
Pessoa idosa opta pelo 
tratamento de saúde.
Se o idoso não tem 
condições de optar
Escolha feita pelo 
curador, se houver 
interdição.
Não havendo curador Familiares
Idoso em iminente risco de 
vida e sem tempo para 
consultar curador ou familiar.
Escolha feita pelo 
médico.
Não havendo curador ou 
familiar conhecido.
Médico opta, 
comunicando ao MP.
 
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46 
Art. 22. Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal serão inseridos conteúdos voltados ao 
processo de envelhecimento, ao respeito e à valorização da pessoa idosa, de forma a eliminar o preconceito e a 
produzir conhecimentos sobre a matéria. 
 
Art. 23. A participação das pessoas idosas em atividades culturais e de lazer será proporcionada mediante 
descontos de pelo menos 50% nos ingressos para eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer, bem 
como o acesso preferencial aos respectivos locais. 
 
Art. 24. Os meios de comunicação manterão espaços ou horáriosespeciais voltados às pessoas idosas, com 
finalidade informativa, educativa, artística e cultural, e ao público sobre o processo de envelhecimento. 
 
Art. 25. As instituições de educação superior ofertarão às pessoas idosas, na perspectiva da educação ao longo 
da vida, cursos e programas de extensão, presenciais ou a distância, constituídos por atividades formais e não 
formais. 
 
Parágrafo único. O poder público apoiará a criação de universidade aberta para as pessoas idosas e 
incentivará a publicação de livros e periódicos, de conteúdo e padrão editorial adequados à pessoa idosa, que 
facilitem a leitura, considerada a natural redução da capacidade visual. 
 
CAPÍTULO VI 
Da Profissionalização e do Trabalho 
 
Art. 26. A pessoa idosa tem direito ao exercício de atividade profissional, respeitadas suas condições físicas, 
intelectuais e psíquicas. 
 
Art. 27. Na admissão da pessoa idosa em qualquer trabalho ou emprego, são vedadas a discriminação e a 
fixação de limite máximo de idade, inclusive para concursos, ressalvados os casos em que a natureza do 
cargo o exigir. 
 
Parágrafo único. O primeiro critério de desempate em concurso público será a idade, dando-se preferência ao 
de idade mais elevada. 
 
STF/MS 33.046/PR 
O Estatuto do Idoso, por ser lei geral, não se aplica como critério de desempate, no concurso público de 
remoção para outorga de delegação notarial e de registro, porque existente lei estadual específica 
reguladora do certame, a tratar das regras aplicáveis em caso de empate. 
 
Art. 28. O Poder Público criará e estimulará programas de: 
 
I – profissionalização especializada para as pessoas idosas, aproveitando seus potenciais e habilidades para 
atividades regulares e remuneradas; 
 
II – preparação dos trabalhadores para a aposentadoria, com antecedência mínima de 1 ano, por meio de 
estímulo a novos projetos sociais, conforme seus interesses, e de esclarecimento sobre os direitos sociais e de 
cidadania; 
 
III – estímulo às empresas privadas para admissão de pessoas idosas ao trabalho. 
 
CAPÍTULO VII 
Da Previdência Social 
 
Art. 29. Os benefícios de aposentadoria e pensão do Regime Geral da Previdência Social observarão, na sua 
concessão, critérios de cálculo que preservem o valor real dos salários sobre os quais incidiram contribuição, nos 
termos da legislação vigente. 
 
Parágrafo único. Os valores dos benefícios em manutenção serão reajustados na mesma data de reajuste do 
salário-mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de início ou do seu último reajustamento, com 
base em percentual definido em regulamento, observados os critérios estabelecidos pela Lei no 8.213, de 24 de 
julho de 1991. 
 
 
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47 
Art. 30. A perda da condição de segurado não será considerada para a concessão da aposentadoria por idade, 
desde que a pessoa conte com, no mínimo, o tempo de contribuição correspondente ao exigido para efeito 
de carência na data de requerimento do benefício. 
 
Parágrafo único. O cálculo do valor do benefício previsto no caput observará o disposto no caput e § 2o do art. 3o 
da Lei no 9.876, de 26 de novembro de 1999, ou, não havendo salários-de-contribuição recolhidos a partir da 
competência de julho de 1994, o disposto no art. 35 da Lei no 8.213, de 1991. 
 
Art. 31. O pagamento de parcelas relativas a benefícios, efetuado com atraso por responsabilidade da Previdência 
Social, será atualizado pelo mesmo índice utilizado para os reajustamentos dos benefícios do Regime Geral de 
Previdência Social, verificado no período compreendido entre o mês que deveria ter sido pago e o mês do efetivo 
pagamento. 
 
Art. 32. O Dia Mundial do Trabalho, 1º. de Maio, é a data-base dos aposentados e pensionistas. 
 
CAPÍTULO VIII 
Da Assistência Social 
 
Art. 33. A assistência social às pessoas idosas será prestada, de forma articulada, conforme os princípios e 
diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, na Política Nacional da Pessoa Idosa, no SUS e nas 
demais normas pertinentes 
 
Art. 34. Às pessoas idosas, a partir de 65 anos, que não possuam meios para prover sua subsistência, nem de 
tê-la provida por sua família, é assegurado o benefício mensal de 1 salário mínimo, nos termos da Loas. 
 
Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro da família nos termos do caput não será 
computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se refere a Loas. 
 
STJ/REsp 1.355.052/SP 
Aplica-se o parágrafo único do artigo 34 do Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741/03), por analogia, a pedido de 
benefício assistencial feito por pessoa com deficiência a fim de que benefício previdenciário recebido por 
idoso, no valor de um salário-mínimo, não seja computado no cálculo da renda per capita prevista no 
artigo 20, § 3º, da Lei n. 8.742/93. 
 
Art. 35. Todas as entidades de longa permanência, ou casa-lar, são obrigadas a firmar contrato de prestação de 
serviços com a pessoa idosa abrigada. 
 
§ 1º No caso de entidade filantrópica, ou casa-lar, é facultada a cobrança de participação da pessoa idosa no 
custeio da entidade. 
 
§ 2º O Conselho Municipal da Pessoa Idosa ou o Conselho Municipal da Assistência Social estabelecerá a forma 
de participação prevista no § 1º deste artigo, que não poderá exceder a 70% de qualquer benefício previdenciário 
ou de assistência social percebido pela pessoa idosa. 
 
§ 3º. Se a pessoa idosa for incapaz, caberá a seu representante legal firmar o contrato a que se refere o caput 
deste artigo. 
 
Sintetizando! 
Conforme o Estatuto do Idoso, as entidades de longa permanência devem firmar contrato de prestação de 
serviços com a pessoa idosa abrigada, ou com o seu representante legal, caso o idoso seja considerado 
incapaz. 
 
Art. 36. O acolhimento de pessoas idosas em situação de risco social, por adulto ou núcleo familiar, caracteriza 
a dependência econômica, para os efeitos legais. 
 
CAPÍTULO IX 
Da Habitação 
 
Art. 37. A pessoa idosa tem direito a moradia digna, no seio da família natural ou substituta, ou desacompanhada 
de seus familiares, quando assim o desejar, ou, ainda, em instituição pública ou privada. 
 
 
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§ 1º. A assistência integral na modalidade de entidade de longa permanência será prestada quando verificada 
inexistência de grupo familiar, casa-lar, abandono ou carência de recursos financeiros próprios ou da família. 
 
Assistência Integral de Longa Permanência - Requisitos 
✓ Inexistência de grupo familiar e casa-lar; 
✓ Abandono; 
✓ Carência de recursos financeiros próprios ou da família. 
 
§ 2º Toda instituição dedicada ao atendimento à pessoa idosa fica obrigada a manter identificação externa 
visível, sob pena de interdição, além de atender toda a legislação pertinente. 
 
§ 3º As instituições que abrigarem pessoas idosas são obrigadas a manter padrões de habitação compatíveis com 
as necessidades delas, bem como provê-las com alimentação regular e higiene indispensáveis às normas 
sanitárias e com estas condizentes, sob as penas da lei. 
 
Art. 38. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com recursos públicos, a pessoa idosa goza de 
prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria, observado o seguinte: 
 
I - reserva de pelo menos 3% das unidades habitacionais residenciais para atendimento às pessoas idosas; 
 
II – implantação de equipamentos urbanos comunitários voltados à pessoa idosa; 
 
III – eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas, para garantia de acessibilidade à pessoa idosa; 
 
IV – critérios de financiamento compatíveis com os rendimentos de aposentadoria e pensão. 
 
Parágrafo único. As unidades residenciais reservadas para atendimento a pessoas idosas devem situar-se, 
preferencialmente, no pavimento térreo.CAPÍTULO X 
Do Transporte 
 
Art. 39. Aos maiores de 65 anos fica assegurada a gratuidade dos transportes coletivos públicos urbanos e 
semi-urbanos, exceto nos serviços seletivos e especiais, quando prestados paralelamente aos serviços 
regulares. 
 
§ 1º Para ter acesso à gratuidade, basta que a pessoa idosa apresente qualquer documento pessoal que faça 
prova de sua idade. 
 
§ 2º Nos veículos de transporte coletivo de que trata este artigo, serão reservados 10% dos assentos para as 
pessoas idosas, devidamente identificados com a placa de reservado preferencialmente para pessoas idosas. 
 
§ 3º. No caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre 60 e 65 anos, ficará a critério da legislação 
local dispor sobre as condições para exercício da gratuidade nos meios de transporte previstos no caput deste 
artigo. 
 
Art. 40. No sistema de transporte coletivo interestadual observar-se-á, nos termos da legislação específica: 
 
I – a reserva de 2 vagas gratuitas por veículo para pessoas idosas com renda igual ou inferior a 2 salários 
mínimos; 
 
II – desconto de 50%, no mínimo, no valor das passagens, para as pessoas idosas que excederem as vagas 
gratuitas, com renda igual ou inferior a 2 salários mínimos. 
 
 
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Parágrafo único. Caberá aos órgãos competentes definir os mecanismos e os critérios para o exercício dos 
direitos previstos nos incisos I e II. 
 
STJ/REsp 1.543.465-RS 
A reserva de 2 vagas gratuitas por veículo para idosos com renda igual ou inferior a 2 salários-mínimos, 
prevista no art. 40, I, do Estatuto do Idoso, não se limita ao valor das passagens, abrangendo eventuais 
custos relacionados diretamente com o transporte, em que se incluem as tarifas de pedágio e de utilização 
dos terminais. 
 
Art. 41. É assegurada a reserva para as pessoas idosas, nos termos da lei local, de 5% das vagas nos 
estacionamentos públicos e privados, as quais deverão ser posicionadas de forma a garantir a melhor 
comodidade à pessoa idosa. 
 
Art. 42. São asseguradas a prioridade e a segurança da pessoa idosa nos procedimentos de embarque e 
desembarque nos veículos do sistema de transporte coletivo. 
 
 
 
 
 
 
 
Transporte Coletivo 
Interestadual
2 vagas gratuitas por veículo para 
idosos com renda até 2 SM.
Pelo menos 50% de desconto a 
idosos (renda até 2 SM), quando 
exceder as vagas gratuitas.
Unidades Habitacionais Ao menos 3%.
Estacionamentos Públicos e 
Privados
5%
Transporte coletivo 10% das vagas.
Atividades culturais e de lazer
Desconto de pelo menos 
50%
Cobrança de participação da 
pessoa idosa em entidade 
filantrópica
Max. 70% de qualquer 
benefício previdenciário ou 
assistencial. 
 
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50 
TÍTULO III 
Das Medidas de Proteção 
 
CAPÍTULO I 
Das Disposições Gerais 
 
Art. 43. As medidas de proteção à pessoa idosa são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei 
forem ameaçados ou violados: 
 
I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; 
 
II – por falta, omissão ou abuso da família, curador ou entidade de atendimento; 
 
III – em razão de sua condição pessoal. 
 
CAPÍTULO II 
Das Medidas Específicas de Proteção 
 
Art. 44. As medidas de proteção à pessoa idosa previstas nesta Lei poderão ser aplicadas, isolada ou 
cumulativamente, e levarão em conta os fins sociais a que se destinam e o fortalecimento dos vínculos familiares 
e comunitários. 
 
Art. 45. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 43, o Ministério Público ou o Poder Judiciário, a 
requerimento daquele, poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas: 
 
I – encaminhamento à família ou curador, mediante termo de responsabilidade; 
 
II – orientação, apoio e acompanhamento temporários; 
 
III – requisição para tratamento de sua saúde, em regime ambulatorial, hospitalar ou domiciliar; 
 
IV – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a usuários dependentes 
de drogas lícitas ou ilícitas, à própria pessoa idosa ou à pessoa de sua convivência que lhe cause perturbação; 
 
V – abrigo em entidade; 
 
VI – abrigo temporário. 
 
TÍTULO IV 
Da Política de Atendimento ao Idoso 
 
CAPÍTULO I 
Disposições Gerais 
 
Art. 46. A política de atendimento à pessoa idosa far-se-á por meio do conjunto articulado de ações 
governamentais e não governamentais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
 
Art. 47. São linhas de ação da política de atendimento: 
 
I – políticas sociais básicas, previstas na Lei no 8.842, de 4 de janeiro de 1994; 
 
II – políticas e programas de assistência social, em caráter supletivo, para aqueles que necessitarem; 
 
III – serviços especiais de prevenção e atendimento às vítimas de negligência, maus-tratos, exploração, abuso, 
crueldade e opressão; 
 
IV – serviço de identificação e localização de parentes ou responsáveis por pessoas idosas abandonados em 
hospitais e instituições de longa permanência; 
 
V – proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos das pessoas idosas; 
 
 
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51 
VI – mobilização da opinião pública no sentido da participação dos diversos segmentos da sociedade no 
atendimento da pessoa idosa. 
 
CAPÍTULO II 
Das Entidades de Atendimento ao Idoso 
 
Art. 48. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das próprias unidades, observadas as 
normas de planejamento e execução emanadas do órgão competente da Política Nacional da Pessoa Idosa, 
conforme a Lei nº 8.842, de 4 de janeiro de 1994. 
 
Parágrafo único. As entidades governamentais e não governamentais de assistência à pessoa idosa ficam sujeitas 
à inscrição de seus programas perante o órgão competente da Vigilância Sanitária e o Conselho Municipal da 
Pessoa Idosa e, em sua falta, perante o Conselho Estadual ou Nacional da Pessoa Idosa, especificando os 
regimes de atendimento, observados os seguintes requisitos: 
 
I – oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e segurança; 
 
II – apresentar objetivos estatutários e plano de trabalho compatíveis com os princípios desta Lei; 
 
III – estar regularmente constituída; 
 
IV – demonstrar a idoneidade de seus dirigentes. 
 
Art. 49. As entidades que desenvolvam programas de institucionalização de longa permanência adotarão os 
seguintes princípios: 
 
I – preservação dos vínculos familiares; 
 
II – atendimento personalizado e em pequenos grupos; 
 
III – manutenção da pessoa idosa na mesma instituição, salvo em caso de força maior; 
 
IV – participação da pessoa idosa nas atividades comunitárias, de caráter interno e externo; 
 
V – observância dos direitos e garantias das pessoas idosas; 
 
VI – preservação da identidade da pessoa idosa e oferecimento de ambiente de respeito e dignidade. 
 
Parágrafo único. O dirigente de instituição prestadora de atendimento à pessoa idosa responderá civil e 
criminalmente pelos atos que praticar em detrimento da pessoa idosa, sem prejuízo das sanções 
administrativas. 
 
Art. 50. Constituem obrigações das entidades de atendimento: 
 
I – celebrar contrato escrito de prestação de serviço com a pessoa idosa, especificando o tipo de atendimento, as 
obrigações da entidade e prestações decorrentes do contrato, com os respectivos preços, se for o caso; 
 
II – observar os direitos e as garantias de que são titulares as pessoas idosas; 
 
III – fornecer vestuário adequado, se for pública, e alimentação suficiente; 
 
IV – oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade; 
 
V – oferecer atendimento personalizado; 
 
VI – diligenciar no sentido da preservação dos vínculos familiares; 
 
VII – oferecer acomodaçõesapropriadas para recebimento de visitas; 
 
VIII – proporcionar cuidados à saúde, conforme a necessidade da pessoa idosa; 
 
 
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52 
IX – promover atividades educacionais, esportivas, culturais e de lazer; 
 
X – propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com suas crenças; 
 
XI – proceder a estudo social e pessoal de cada caso; 
 
XII – comunicar à autoridade competente de saúde toda ocorrência de pessoa idosa com doenças 
infectocontagiosas; 
 
XIII – providenciar ou solicitar que o Ministério Público requisite os documentos necessários ao exercício da 
cidadania àqueles que não os tiverem, na forma da lei; 
 
XIV – fornecer comprovante de depósito dos bens móveis que receberem das pessoas idosas; 
 
XV – manter arquivo de anotações no qual constem data e circunstâncias do atendimento, nome da pessoa idosa, 
responsável, parentes, endereços, cidade, relação de seus pertences, bem como o valor de contribuições, e suas 
alterações, se houver, e demais dados que possibilitem sua identificação e a individualização do atendimento; 
 
XVI – comunicar ao Ministério Público, para as providências cabíveis, a situação de abandono moral ou 
material por parte dos familiares; 
 
XVII – manter no quadro de pessoal profissionais com formação específica. 
 
Art. 51. As instituições filantrópicas ou sem fins lucrativos prestadoras de serviço às pessoas idosas terão direito à 
assistência judiciária gratuita. 
 
CAPÍTULO III 
Da Fiscalização das Entidades de Atendimento 
 
Art. 52. As entidades governamentais e não governamentais de atendimento à pessoa idosa serão fiscalizadas 
pelos Conselhos da Pessoa Idosa, Ministério Público, Vigilância Sanitária e outros previstos em lei. 
 
As Entidades de Atendimento serão fiscalizadas pelo (a): 
✓ Conselhos da Pessoa Idosa; 
✓ Ministério Público; 
✓ Vigilância Sanitária; 
✓ Outros previstos em lei. 
 
Art. 53. O art. 7o da Lei no 8.842, de 1994, passa a vigorar com a seguinte redação: 
 
"Art. 7o Compete aos Conselhos de que trata o art. 6o desta Lei a supervisão, o acompanhamento, a fiscalização 
e a avaliação da política nacional do idoso, no âmbito das respectivas instâncias político-administrativas." (NR) 
 
Art. 54. Será dada publicidade das prestações de contas dos recursos públicos e privados recebidos pelas 
entidades de atendimento. 
 
Art. 55. As entidades de atendimento que descumprirem as determinações desta Lei ficarão sujeitas, sem 
prejuízo da responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou prepostos, às seguintes penalidades, observado 
o devido processo legal: 
 
I – as entidades governamentais: 
 
a) advertência; 
 
b) afastamento provisório de seus dirigentes; 
 
c) afastamento definitivo de seus dirigentes; 
 
d) fechamento de unidade ou interdição de programa; 
 
II – as entidades não-governamentais: 
 
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53 
 
a) advertência; 
 
b) multa; 
 
c) suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas; 
 
d) interdição de unidade ou suspensão de programa; 
 
e) proibição de atendimento a pessoas idosas a bem do interesse público. 
 
Entidades de Atendimento - Penalidades por Descumprimento 
Entidades Governamentais Entidades Não-Governamentais 
✓ Advertência; 
 
✓ Fechamento de unidade ou interdição de 
programa; 
 
✓ Afastamento provisório/definitivo dos 
dirigentes; 
✓ Advertência; 
 
✓ Multa; 
 
✓ Suspensão parcial ou total do repasse de 
verbas públicas; 
 
✓ Interdição de unidade ou suspensão de 
programa; 
 
✓ Proibição de atendimento a pessoas idosas a 
bem do interesse público. 
 
§ 1º Havendo danos às pessoas idosas abrigadas ou qualquer tipo de fraude em relação ao programa, caberá 
o afastamento provisório dos dirigentes ou a interdição da unidade e a suspensão do programa. 
 
§ 2º. A suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas ocorrerá quando verificada a má aplicação ou 
desvio de finalidade dos recursos. 
 
 
 
§ 3º Na ocorrência de infração por entidade de atendimento que coloque em risco os direitos assegurados nesta 
Lei, será o fato comunicado ao Ministério Público, para as providências cabíveis, inclusive para promover a 
suspensão das atividades ou dissolução da entidade, com a proibição de atendimento a pessoas idosas a bem do 
interesse público, sem prejuízo das providências a serem tomadas pela Vigilância Sanitária. 
 
§ 4º Na aplicação das penalidades, serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos 
que dela provierem para a pessoa idosa, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes da 
entidade. 
 
CAPÍTULO IV 
Das Infrações Administrativas 
 
Art. 56. Deixar a entidade de atendimento de cumprir as determinações do art. 50 desta Lei (obrigações): 
 
Pena – multa de R$ 500,00 a R$ 3.000,00, se o fato não for caracterizado como crime, podendo haver a interdição 
do estabelecimento até que sejam cumpridas as exigências legais. 
 
Danos às pessoas idosas ou 
qualquer tipo de fraude
Afastamento provisório;
Interdição e suspensão 
do programa.
Má aplicação ou desvio de 
finalidade dos recursos
Suspensão parcial ou 
total do repasse de 
verbas públicas.
 
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54 
Parágrafo único. No caso de interdição do estabelecimento de longa permanência, as pessoas idosas abrigadas 
serão transferidas para outra instituição, a expensas do estabelecimento interditado, enquanto durar a 
interdição. 
 
Art. 57. Deixar o profissional de saúde ou o responsável por estabelecimento de saúde ou instituição de longa 
permanência de comunicar à autoridade competente os casos de crimes contra pessoa idosa de que tiver 
conhecimento: 
 
Pena – multa de R$ 500,00 a R$ 3.000,00, aplicada em dobro no caso de reincidência. 
 
Art. 58. Deixar de cumprir as determinações desta Lei sobre a prioridade no atendimento à pessoa idosa: 
 
Pena – multa de R$ 500,00 a R$ 1.000,00 e multa civil a ser estipulada pelo juiz, conforme o dano sofrido pela 
pessoa idosa. 
 
Dicas 
Todas as infrações administrativas dessa lei possuem o verbo “deixar”. 
 
CAPÍTULO V 
Da Apuração Administrativa de Infração às Normas de Proteção à Pessoa Idosa 
 
Art. 59. Os valores monetários expressos no Capítulo IV serão atualizados anualmente, na forma da lei. 
 
Art. 60. O procedimento para a imposição de penalidade administrativa por infração às normas de proteção à 
pessoa idosa terá início com requisição do Ministério Público ou auto de infração elaborado por servidor 
efetivo e assinado, se possível, por 2 testemunhas. 
 
§ 1º. No procedimento iniciado com o auto de infração poderão ser usadas fórmulas impressas, especificando-se a 
natureza e as circunstâncias da infração. 
 
§ 2º. Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á a lavratura do auto, ou este será lavrado dentro 
de 24 horas, por motivo justificado. 
 
Art. 61. O autuado terá prazo de 10 dias para a apresentação da defesa, contado da data da intimação, que será 
feita: 
 
I – pelo autuante, no instrumento de autuação, quando for lavrado na presença do infrator; 
 
II – por via postal, com aviso de recebimento. 
 
Art. 62. Havendo risco para a vida ou à saúde da pessoa idosa, a autoridade competente aplicará à entidade de 
atendimento as sanções regulamentares, sem prejuízo da iniciativa e das providências que vierem a ser adotadas 
pelo Ministério Público ou pelas demais instituições legitimadas para a fiscalização. 
 
Art. 63. Nos casos em que não houver risco para a vida ou a saúde da pessoa idosa abrigada, a autoridade 
competente aplicará à entidade de atendimento as sanções regulamentares, sem prejuízo da iniciativa e das 
providências que vierem a ser adotadas pelo Ministério Público ou pelas demais instituiçõeslegitimadas para a 
fiscalização. 
 
CAPÍTULO VI 
Da Apuração Judicial de Irregularidades em Entidade de Atendimento 
 
Art. 64. Aplicam-se, subsidiariamente, ao procedimento administrativo de que trata este Capítulo as disposições 
das Leis nos 6.437, de 20 de agosto de 1977, e 9.784, de 29 de janeiro de 1999. 
 
Art. 65. O procedimento de apuração de irregularidade em entidade governamental e não governamental de 
atendimento à pessoa idosa terá início mediante petição fundamentada de pessoa interessada ou iniciativa do 
Ministério Público. 
 
 
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55 
Art. 66. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar liminarmente 
o afastamento provisório do dirigente da entidade ou outras medidas que julgar adequadas, para evitar lesão 
aos direitos da pessoa idosa, mediante decisão fundamentada. 
 
Art. 67. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de 10 dias, oferecer resposta escrita, podendo juntar 
documentos e indicar as provas a produzir. 
 
Art. 68. Apresentada a defesa, o juiz procederá na conformidade do art. 69 ou, se necessário, designará 
audiência de instrução e julgamento, deliberando sobre a necessidade de produção de outras provas. 
 
§ 1º. Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério Público terão 5 dias para oferecer alegações 
finais, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo (5 dias). 
 
§ 2º. Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo de dirigente de entidade governamental, a autoridade 
judiciária oficiará a autoridade administrativa imediatamente superior ao afastado, fixando-lhe prazo de 24 horas 
para proceder à substituição. 
 
§ 3º. Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judiciária poderá fixar prazo para a remoção das 
irregularidades verificadas. Satisfeitas as exigências, o processo será extinto, sem julgamento do mérito. 
 
§ 4º. A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da entidade ou ao responsável pelo programa de 
atendimento. 
 
TÍTULO V 
Do Acesso à Justiça 
 
CAPÍTULO I 
Disposições Gerais 
 
Art. 69. Aplica-se, subsidiariamente, às disposições deste Capítulo, o procedimento sumário previsto no Código 
de Processo Civil, naquilo que não contrarie os prazos previstos nesta Lei. 
 
Art. 70. O poder público poderá criar varas especializadas e exclusivas da pessoa idosa. 
 
Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na execução dos atos e 
diligências judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60 anos, 
em qualquer instância. 
 
§ 1º. O interessado na obtenção da prioridade a que alude este artigo, fazendo prova de sua idade, requererá o 
benefício à autoridade judiciária competente para decidir o feito, que determinará as providências a serem 
cumpridas, anotando-se essa circunstância em local visível nos autos do processo. 
 
§ 2º. A prioridade não cessará com a morte do beneficiado, estendendo-se em favor do cônjuge supérstite, 
companheiro ou companheira, com união estável, maior de 60 anos. 
 
§ 3º. A prioridade se estende aos processos e procedimentos na Administração Pública, empresas prestadoras de 
serviços públicos e instituições financeiras, ao atendimento preferencial junto à Defensoria Pública da União, 
dos Estados e do Distrito Federal em relação aos Serviços de Assistência Judiciária. 
 
§ 4º Para o atendimento prioritário, será garantido à pessoa idosa o fácil acesso aos assentos e caixas, 
identificados com a destinação a pessoas idosas em local visível e caracteres legíveis. 
 
§ 5º Dentre os processos de pessoas idosas, dar-se-á prioridade especial aos das maiores de 80 anos. 
 
STJ/REsp 1.801.884-SP 
A prioridade na tramitação do feito é direito subjetivo da pessoa idosa e a lei lhe concede legitimidade 
exclusiva para a postulação do requerimento do benefício. 
 
 
 
 
 
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56 
Idade 
60 anos ou mais 
✓ Pessoa Idosa; 
 
✓ Prioridade na tramitação dos processos e na execução dos atos e diligências 
judiciais; 
Entre 60 e 65 
✓ Critério da legislação local para estabelecer condições de gratuidade no 
Transporte coletivo; 
A partir de 65 anos 
✓ Gratuidade em transportes urbanos e semiurbanos, exceto serviços seletivos e 
especiais prestados paralelamente aos regulares. 
 
✓ BPC-LOAS; 
+ de 80 anos 
✓ Pessoa idosa com prioridade especial, exceto nos casos de saúde em situação 
de emergência. 
 
CAPÍTULO II 
Do Ministério Público 
 
Art. 73. As funções do Ministério Público, previstas nesta Lei, serão exercidas nos termos da respectiva Lei 
Orgânica. 
 
Art. 74. Compete ao Ministério Público: 
 
I – instaurar o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos direitos e interesses difusos ou 
coletivos, individuais indisponíveis e individuais homogêneos da pessoa idosa; 
 
II – promover e acompanhar as ações de alimentos, de interdição total ou parcial, de designação de curador 
especial, em circunstâncias que justifiquem a medida e oficiar em todos os feitos em que se discutam os direitos 
das pessoas idosas em condições de risco; 
 
III – atuar como substituto processual da pessoa idosa em situação de risco, conforme o disposto no art. 43 
desta Lei; 
 
IV – promover a revogação de instrumento procuratório da pessoa idosa, nas hipóteses previstas no art. 43 desta 
Lei, quando necessário ou o interesse público justificar; 
 
V – instaurar procedimento administrativo e, para instruí-lo: 
 
a) expedir notificações, colher depoimentos ou esclarecimentos e, em caso de não comparecimento injustificado 
da pessoa notificada, requisitar condução coercitiva, inclusive pela Polícia Civil ou Militar; 
 
b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de autoridades municipais, estaduais e federais, da 
administração direta e indireta, bem como promover inspeções e diligências investigatórias; 
 
c) requisitar informações e documentos particulares de instituições privadas; 
 
VI – instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, para a 
apuração de ilícitos ou infrações às normas de proteção à pessoa idosa; 
 
VII – zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegurados à pessoa idosa, promovendo as 
medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis; 
 
VIII – inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimento e os programas de que trata esta Lei, 
adotando de pronto as medidas administrativas ou judiciais necessárias à remoção de irregularidades porventura 
verificadas; 
 
IX – requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços de saúde, educacionais e de assistência social, 
públicos, para o desempenho de suas atribuições; 
 
X – referendar transações envolvendo interesses e direitos das pessoas idosas previstos nesta Lei. 
 
 
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57 
§ 1º. A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas 
mesmas hipóteses, segundo dispuser a lei. 
 
§ 2º. As atribuições constantes deste artigo não excluem outras, desde que compatíveis com a finalidade e 
atribuições do Ministério Público. 
 
§ 3º O representante do Ministério Público, no exercício de suas funções, terá livre acesso a toda entidade de 
atendimento à pessoa idosa. 
 
Art. 75. Nos processos e procedimentos em que não for parte, atuará obrigatoriamente o Ministério Público na 
defesa dos direitos e interesses de que cuida esta Lei, hipóteses em que terá vista dos autos depois das partes, 
podendo juntar documentos, requerer diligências e produção de outras provas, usando os recursos cabíveis. 
 
Art. 76. A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, será feitapessoalmente. 
 
Art. 77. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a nulidade do feito, que será declarada de ofício 
pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado. 
 
CAPÍTULO III 
Da Proteção Judicial dos Interesses Difusos, Coletivos e Individuais Indisponíveis ou Homogêneos 
 
Art. 78. As manifestações processuais do representante do Ministério Público deverão ser fundamentadas. 
 
Art. 79. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsabilidade por ofensa aos direitos assegurados 
à pessoa idosa, referentes à omissão ou ao oferecimento insatisfatório de: 
 
I – acesso às ações e serviços de saúde; 
 
II – atendimento especializado à pessoa idosa com deficiência ou com limitação incapacitante; 
 
III – atendimento especializado à pessoa idosa com doença infectocontagiosa; 
 
IV – serviço de assistência social visando ao amparo da pessoa idosa. 
 
Parágrafo único. As hipóteses previstas neste artigo não excluem da proteção judicial outros interesses difusos, 
coletivos, individuais indisponíveis ou homogêneos, próprios da pessoa idosa, protegidos em lei. 
 
Art. 80. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do domicílio da pessoa idosa, cujo juízo terá 
competência absoluta para processar a causa, ressalvadas as competências da Justiça Federal e a 
competência originária dos Tribunais Superiores. 
 
Art. 81. Para as ações cíveis fundadas em interesses difusos, coletivos, individuais indisponíveis ou homogêneos, 
consideram-se legitimados, concorrentemente: 
 
I – o Ministério Público; 
 
II – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
 
III – a Ordem dos Advogados do Brasil; 
 
IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos 1 ano e que incluam entre os fins institucionais a 
defesa dos interesses e direitos da pessoa idosa, dispensada a autorização da assembleia, se houver prévia 
autorização estatutária. 
 
§ 1º. Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União e dos Estados na defesa dos 
interesses e direitos de que cuida esta Lei. 
 
§ 2º. Em caso de desistência ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério Público ou outro 
legitimado deverá assumir a titularidade ativa. 
 
 
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58 
Art. 82. Para defesa dos interesses e direitos protegidos por esta Lei, são admissíveis todas as espécies de ação 
pertinentes. 
 
Parágrafo único. Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício 
de atribuições de Poder Público, que lesem direito líquido e certo previsto nesta Lei, caberá ação mandamental, 
que se regerá pelas normas da lei do mandado de segurança. 
 
Art. 83. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não-fazer, o juiz concederá a tutela 
específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao 
adimplemento. 
 
§ 1º. Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é 
lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, na forma do art. 273 do Código de 
Processo Civil. 
 
§ 2º. O juiz poderá, na hipótese do § 1º. ou na sentença, impor multa diária ao réu, independentemente do 
pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento 
do preceito. 
 
§ 3º. A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado da sentença favorável ao autor, mas será devida 
desde o dia em que se houver configurado. 
 
Art. 84. Os valores das multas previstas nesta Lei reverterão ao Fundo da Pessoa Idosa, onde houver, ou na 
falta deste, ao Fundo Municipal de Assistência Social, ficando vinculados ao atendimento à pessoa idosa. 
 
Parágrafo único. As multas não recolhidas até 30 dias após o trânsito em julgado da decisão serão exigidas por 
meio de execução promovida pelo Ministério Público, nos mesmos autos, facultada igual iniciativa aos 
demais legitimados em caso de inércia daquele. 
 
Art. 85. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar dano irreparável à parte. 
 
Art. 86. Transitada em julgado a sentença que impuser condenação ao Poder Público, o juiz determinará a 
remessa de peças à autoridade competente, para apuração da responsabilidade civil e administrativa do agente a 
que se atribua a ação ou omissão. 
 
Art. 87. Decorridos 60 dias do trânsito em julgado da sentença condenatória favorável à pessoa idosa sem que o 
autor lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual iniciativa aos demais 
legitimados, como assistentes ou assumindo o polo ativo, em caso de inércia desse órgão. 
 
Art. 88. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários 
periciais e quaisquer outras despesas. 
 
Parágrafo único. Não se imporá sucumbência ao Ministério Público. 
 
Art. 89. Qualquer pessoa poderá, e o servidor deverá, provocar a iniciativa do Ministério Público, prestando-
lhe informações sobre os fatos que constituam objeto de ação civil e indicando-lhe os elementos de convicção. 
 
Art. 90. Os agentes públicos em geral, os juízes e tribunais, no exercício de suas funções, quando tiverem 
conhecimento de fatos que possam configurar crime de ação pública contra a pessoa idosa ou ensejar a 
propositura de ação para sua defesa, devem encaminhar as peças pertinentes ao Ministério Público, para as 
providências cabíveis. 
 
Art. 91. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá requerer às autoridades competentes as certidões e 
informações que julgar necessárias, que serão fornecidas no prazo de 10 (dez) dias. 
 
Art. 92. O Ministério Público poderá instaurar sob sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer 
pessoa, organismo público ou particular, certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o 
qual não poderá ser inferior a 10 dias. 
 
 
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59 
§ 1º. Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se convencer da inexistência de 
fundamento para a propositura da ação civil ou de peças informativas, determinará o seu arquivamento, 
fazendo-o fundamentadamente. 
 
§ 2º. Os autos do inquérito civil ou as peças de informação arquivados serão remetidos, sob pena de se incorrer 
em falta grave, no prazo de 3 dias, ao Conselho Superior do Ministério Público ou à Câmara de Coordenação e 
Revisão do Ministério Público. 
 
§ 3º. Até que seja homologado ou rejeitado o arquivamento, pelo Conselho Superior do Ministério Público ou por 
Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público, as associações legitimadas poderão apresentar razões 
escritas ou documentos, que serão juntados ou anexados às peças de informação. 
 
§ 4º. Deixando o Conselho Superior ou a Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público de homologar 
a promoção de arquivamento, será designado outro membro do Ministério Público para o ajuizamento da ação. 
 
TÍTULO VI 
Dos Crimes 
 
CAPÍTULO I 
Disposições Gerais 
 
Art. 93. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as disposições da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985. 
 
Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse 4 (quatro) 
anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, e, subsidiariamente, no 
que couber, as disposições do Código Penal (Expressão suprimida pela ADIN 3.096) e do Código de Processo 
Penal. 
 
STF/ADIN 3.096-5 
No julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade 3.768/DF, o Supremo Tribunal Federal julgou 
constitucional o art. 39 da Lei nº 10.741/2003. Não conhecimento da ação direta de inconstitucionalidade 
nessa parte. 
 
Art. 94 da Lei n. 10.741/2003: interpretação conforme à Constituição do Brasil,com redução de texto, para 
suprimir a expressão “do Código Penal e”. Aplicação apenas do procedimento sumaríssimo previsto 
na Lei nº 9.099/95: benefício do idoso com a celeridade processual. Impossibilidade de aplicação de 
quaisquer medidas despenalizadoras e de interpretação benéfica ao autor do crime. 
 
Ação direta de inconstitucionalidade julgada parcialmente procedente para dar interpretação conforme à 
Constituição do Brasil, com redução de texto, ao art. 94 da Lei nº 10.741/2003. 
Com isso, os infratores não poderão ter acesso a benefícios despenalizadores de direito material, como 
conciliação, transação penal, composição civil de danos ou conversão da pena. 
 
Somente se aplicam as normas estritamente processuais para que o processo termine mais rapidamente, 
em benefício do idoso. 
 
Ritos Cabíveis 
• Crimes cuja pena máxima não ultrapasse 2 anos: infração de menor potencial ofensivo, aplica-se o 
rito e os benefícios da Lei n. 9.099/1995; 
 
• Crimes cuja pena máxima ultrapasse os dois anos e não ultrapasse os 4 anos, aplica-se somente o 
rito sumaríssimo da Lei n. 9.099/1995, conforme disposto no artigo 94 do Estatuto e firmado no 
entendimento do Supremo na ADI 3096/DF. 
 
• Crimes cuja pena máxima ultrapasse os quatro anos, não será aplicada a Lei n. 9.099/1995 muito 
menos seus benefícios. 
 
CAPÍTULO II 
Dos Crimes em Espécie 
 
CAPÍTULO II 
 
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60 
Dos Crimes em Espécie 
 
Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada, não se lhes aplicando os 
arts. 181 e 182 do Código Penal. 
 
Código Penal 
CAPÍTULO VIII 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo: 
 
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; 
 
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural. 
 
Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido em 
prejuízo: 
 
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; 
 
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo; 
 
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita. 
 
Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores: 
 
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou 
violência à pessoa; 
 
II - ao estranho que participa do crime. 
 
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. 
 
Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações bancárias, aos meios de 
transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento necessário ao exercício da cidadania, 
por motivo de idade: 
 
Pena – reclusão de 6 meses a 1 ano e multa. 
 
§ 1º. Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, menosprezar ou discriminar pessoa idosa, por 
qualquer motivo. 
 
§ 2º. A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se encontrar sob os cuidados ou responsabilidade 
do agente. 
 
Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, em situação de 
iminente perigo, ou recusar, retardar ou dificultar sua assistência à saúde, sem justa causa, ou não pedir, nesses 
casos, o socorro de autoridade pública: 
 
Pena – detenção de 6 meses a 1 ano e multa. 
 
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e 
triplicada, se resulta a morte. 
 
Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de longa permanência, ou congêneres, ou 
não prover suas necessidades básicas, quando obrigado por lei ou mandado: 
 
Pena – detenção de 6 meses a 3 anos e multa. 
 
 
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Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do idoso, submetendo-o a condições 
desumanas ou degradantes ou privando-o de alimentos e cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, 
ou sujeitando-o a trabalho excessivo ou inadequado: 
 
Pena – detenção de 2 meses a 1 ano e multa. 
 
§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: 
 
Pena – reclusão de 1 a 4 anos. 
 
§ 2º Se resulta a morte: 
 
Pena – reclusão de 4 a 12 anos. 
 
Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa: 
 
I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de idade; 
 
II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho; 
 
III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de prestar assistência à saúde, sem justa causa, a 
pessoa idosa; 
 
IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem judicial expedida na ação 
civil a que alude esta Lei; 
 
V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil objeto desta Lei, 
quando requisitados pelo Ministério Público. 
 
Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem judicial expedida nas 
ações em que for parte ou interveniente o idoso: 
 
Pena – detenção de 6 meses a 1 ano e multa. 
 
Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer outro rendimento do idoso, dando-
lhes aplicação diversa da de sua finalidade: 
 
Pena – reclusão de 1 a 4 anos e multa. 
 
Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, como abrigado, por recusa deste em outorgar 
procuração à entidade de atendimento: 
 
Pena – detenção de 6 meses a 1 ano e multa. 
 
Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios, proventos ou pensão do idoso, bem 
como qualquer outro documento com objetivo de assegurar recebimento ou ressarcimento de dívida: 
 
Pena – detenção de 6 meses a 2 anos e multa. 
 
Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação, informações ou imagens depreciativas ou 
injuriosas à pessoa do idoso: 
 
Pena – detenção de 1 a 3 anos e multa. 
 
Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a outorgar procuração para fins de 
administração de bens ou deles dispor livremente: 
 
Pena – reclusão de 2 a 4 anos. 
 
Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, contratar, testar ou outorgar procuração: 
 
 
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62 
Pena – reclusão de 2 a 5 anos. 
 
Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discernimento de seus atos, sem a devida 
representação legal: 
 
Pena – reclusão de 2 a 4 anos. 
 
TÍTULO VII 
Disposições Finais e Transitórias 
 
Art. 109. Impedir ou embaraçar ato do representante do Ministério Público ou de qualquer outro agente 
fiscalizador: 
 
Pena – reclusão de 6 meses a 1 ano e multa. 
 
Art. 115. O Orçamento da Seguridade Social destinará ao Fundo Nacional de Assistência Social, até que o Fundo 
Nacional da Pessoa Idosa seja criado, os recursos necessários, em cada exercício financeiro, para aplicação em 
programas e ações relativos à pessoa idosa. 
 
Art. 116. Serão incluídos nos censos demográficos dados relativos à população idosa do País. 
 
Art. 117. O Poder Executivo encaminhará ao Congresso Nacional projeto de lei revendo os critérios de concessão 
do Benefício de Prestação Continuada previsto na Lei Orgânica da Assistência Social, de forma a garantir que o 
acesso ao direito seja condizente com o estágio de desenvolvimento socioeconômico alcançado pelo País. 
 
Art. 118. Esta Lei entra em vigor decorridos 90 dias da sua publicação, ressalvado o disposto no caput do art. 36, 
que vigorará a partir de 1o de janeiro de 2004. 
 
Brasília, 1o de outubro de 2003; 182o da Independência e 115o da República. 
 
STJ – Teses Sobre o Estatuto do Idoso e da Pessoa com Deficiência – Edição 100 
Tese 01 
O Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741/2003) tem aplicação imediata sobre todasas relações jurídicas de trato 
sucessivo, ainda que firmadas anteriormente à sua vigência, por se tratar de norma cogente. 
Tese 02 
O art. 88 do Estatuto do Idoso, que prevê a possibilidade de pagamento das custas processuais ao final 
do processo, aplica-se somente às ações referentes a interesses difusos, coletivos e individuais 
indisponíveis ou homogêneos. 
Tese 03 
É desnecessária a intervenção do Ministério Público na qualidade de fiscal da lei em demandas que não 
envolvam direitos coletivos ou em que não haja exposição de idoso aos riscos previstos no art. 43 da 
Lei n. 10.741/2003. 
Tese 04 
Tratando-se de serviço diretamente vinculado ao lazer, o idoso faz jus à benesse legal relativa ao 
desconto de 50% no valor do ingresso. 
Tese 05 
Aplica-se o parágrafo único do artigo 34 do Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741/03), por analogia, a pedido de 
benefício assistencial feito por pessoa com deficiência a fim de que benefício previdenciário recebido por 
idoso, no valor de um salário-mínimo, não seja computado no cálculo da renda per capita prevista no 
artigo 20, § 3º, da Lei n. 8.742/93. 
Tese 06 
É cabível a ação civil pública que objetiva obrigação de fazer a fim de garantir acessibilidade nos prédios 
públicos ou privados às pessoas com deficiência. 
Tese 07 
A instalação de caixas de autoatendimento adaptados às pessoas com deficiência pelas instituições 
financeiras deve seguir as normas técnicas de acessibilidade da Associação Brasileira de Normas Técnicas - 
ABNT no que não conflitarem com a Lei n. 7.102/1983, observando, ainda, a regulamentação do Conselho 
Monetário Nacional - CMN. 
Tese 08 
As instituições financeiras devem utilizar o Sistema Braille nas contratações bancárias (contratos bancários 
de adesão e todos os demais documentos fundamentais para a relação de consumo) estabelecidas com a 
 
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Lei 10.741/03 – Legislação Esquematizada 
 
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63 
pessoa com deficiência visual, a fim de atender ao direito de informação do consumidor, indispensável à 
validade da contratação, e, em maior extensão, ao princípio da dignidade da pessoa humana. 
Tese 09 
As pessoas com deficiência têm direito a um mínimo das vagas ofertadas em concurso público; caso a 
aplicação do referido percentual resulte em número fracionado, este deverá ser elevado até o primeiro 
número inteiro subsequente, desde que respeitado o limite máximo do percentual legal das vagas 
oferecidas no certame. 
Tese 10 
A reserva de vagas em concursos públicos destinadas às pessoas com deficiência não pode se restringir 
àquelas oferecidas por localidade, devendo ser computadas pela totalidade de vagas oferecidas no certame. 
Tese 11 
De acordo com as disposições do Decreto n. 3.298/1999, a avaliação da compatibilidade entre as atribuições 
do cargo e a deficiência do candidato deve ser feita por equipe multiprofissional durante o estágio 
probatório e não no decorrer do concurso público. 
Tese 12 
O portador de visão monocular tem direito de concorrer, em concurso público, às vagas reservadas aos 
deficientes. 
Tese 13 
O portador de surdez unilateral não se qualifica como pessoa com deficiência para o fim de disputar as 
vagas reservadas em concursos públicos. 
Tese 14 
É direito do devedor fiduciante a retirada dos aparelhos de adaptação de veículo automotor (pertenças) para 
direção por deficiente físico, se anexados ao bem principal em momento posterior à celebração do contrato 
fiduciário, quando houver o descumprimento do pacto e a consequente busca e apreensão do bem, 
entendimento que se coaduna, também, com a solidariedade social verificada na Constituição Federal e na 
Lei n. 13.146/2015 - Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. 
Tese 15 
A regra prevista no art. 2º da Lei n. 8.989/1995, que disciplina o lapso temporal de 2 anos para a 
concessão da isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI na aquisição de veículo 
automotor por pessoa com deficiência, deve ser interpretada de maneira a satisfazer o caráter humanitário 
da política fiscal; portanto é possível o reconhecimento ao contribuinte do direito à nova isenção legal na 
aquisição de novo automóvel quando comprovado o roubo do veículo anteriormente adquirido. 
 
 
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DECRETO-LEI Nº 911, DE 1º DE OUTUBRO DE 1969. 
 
Altera a redação do art. 66, da Lei nº 4.728, de 14 de julho de 1965, estabelece normas de processo sobre 
alienação fiduciária e dá outras providências. 
 
Art.1º O artigo 66, da Lei nº 4.728, de 14 de julho de 1965, passa a ter a seguinte redação: 
 
"Art. 66. A alienação fiduciária em garantia transfere ao credor o domínio resolúvel e a posse indireta da 
coisa móvel alienada, independentemente da tradição efetiva do bem, tornando-se o alienante ou devedor em 
possuidor direto e depositário com todas as responsabilidades e encargos que lhe incumbem de acordo com a lei 
civil e penal. 
 
§ 1º A alienação fiduciária somente se prova por escrito e seu instrumento, público ou particular, qualquer que 
seja o seu valor, será obrigatoriamente arquivado, por cópia ou microfilme, no Registro de Títulos e 
Documentos do domicílio do credor, sob pena de não valer contra terceiros, e conterá, além de outros dados, 
os seguintes: 
 
a) o total da dívida ou sua estimativa; 
 
b) o local e a data do pagamento; 
 
c) a taxa de juros, as comissões cuja cobrança for permitida e, eventualmente, a cláusula penal e a estipulação de 
correção monetária, com indicação dos índices aplicáveis; 
 
d) a descrição do bem objeto da alienação fiduciária e os elementos indispensáveis à sua identificação. 
 
§ 2º Se, na data do instrumento de alienação fiduciária, o devedor ainda não for proprietário da coisa objeto do 
contrato, o domínio fiduciário desta se transferirá ao credor no momento da aquisição da propriedade pelo 
devedor, independentemente de qualquer formalidade posterior. 
 
§ 3º Se a coisa alienada em garantia não se identifica por números, marcas e sinais indicados no instrumento de 
alienação fiduciária, cabe ao proprietário fiduciário o ônus da prova, contra terceiros, da identidade dos bens 
do seu domínio que se encontram em poder do devedor. 
 
§ 4º No caso de inadimplemento da obrigação garantida, o proprietário fiduciário pode vender a coisa a terceiros e 
aplicar preço da venda no pagamento do seu crédito e das despesas decorrentes da cobrança, entregando ao 
devedor o saldo porventura apurado, se houver. 
 
§ 5º Se o preço da venda da coisa não bastar para pagar o crédito do proprietário fiduciário e despesas, na forma 
do parágrafo anterior, o devedor continuará pessoalmente obrigado a pagar o saldo devedor apurado. 
 
§ 6º É nula a cláusula que autoriza o proprietário fiduciário a ficar com a coisa alienada em garantia, se a dívida 
não for paga no seu vencimento. 
 
§ 7º Aplica-se à alienação fiduciária em garantia o disposto nos artigos 758, 762, 763 e 802 do Código Civil, no 
que couber. 
 
§ 8º O devedor que alienar, ou der em garantia a terceiros, coisa que já alienara fiduciariamente em garantia, 
ficará sujeito à pena prevista no art. 171, § 2º, inciso I, do Código Penal. 
 
§ 9º Não se aplica à alienação fiduciária o disposto no artigo 1279 do Código Civil. 
 
§ 10. A alienação fiduciária em garantia do veículo automotor, deverá, para fins probatórios, constar do certificado 
de Registro, a que se refere o artigo 52 do Código Nacional de Trânsito." 
 
Art. 2º. No caso de inadimplemento ou mora nas obrigações contratuais garantidas mediante alienação 
fiduciária, o proprietário fiduciário ou credor poderá vender a coisa a terceiros, independentemente de leilão, 
hasta pública, avaliação prévia ou qualquer outra medida judicial ou extrajudicial, salvo disposição expressa em 
contrário prevista no contrato, devendo aplicar o preço da venda no pagamento de seu crédito e das despesas 
decorrentes e entregar ao devedoro saldo apurado, se houver, com a devida prestação de contas. 
 
 
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§ 1º O crédito a que se refere o presente artigo abrange o principal, juros e comissões, além das taxas, cláusula 
penal e correção monetária, quando expressamente convencionados pelas partes. 
 
§ 2º. A mora decorrerá do simples vencimento do prazo para pagamento e poderá ser comprovada por carta 
registrada com aviso de recebimento, não se exigindo que a assinatura constante do referido aviso seja a do 
próprio destinatário. 
 
§ 3º A mora e o inadimplemento de obrigações contratuais garantidas por alienação fiduciária, ou a ocorrência 
legal ou convencional de algum dos casos de antecipação de vencimento da dívida facultarão ao credor 
considerar, de pleno direito, vencidas todas as obrigações contratuais, independentemente de aviso ou notificação 
judicial ou extrajudicial. 
 
§ 4º. Os procedimentos previstos no caput e no seu § 2º. aplicam-se às operações de arrendamento mercantil 
previstas na forma da Lei no 6.099, de 12 de setembro de 1974. 
 
STJ/REsp 1.678.525-SP 
Mesmo antes do advento da Lei n. 13.043/2014, que deu nova redação ao art. 2º do Decreto-Lei n. 911/69, 
já era cabível o ajuizamento de ação de prestação de contas relativas aos valores auferidos com o leilão 
extrajudicial de veículo apreendido em busca e apreensão. 
 
STJ/REsp 1.742.102-MG 
No procedimento da consolidação da propriedade fiduciária pelo Decreto n. 911/1969, compete ao credor 
fiduciário, após a consolidação da propriedade decorrente da mora do devedor, o ônus de comprovar a 
venda do bem e o valor auferido com a alienação 
 
Art. 3º. O proprietário fiduciário ou credor poderá, desde que comprovada a mora, na forma estabelecida pelo § 2º. 
do art. 2º, ou o inadimplemento, requerer contra o devedor ou terceiro a busca e apreensão do bem alienado 
fiduciariamente, a qual será concedida liminarmente, podendo ser apreciada em plantão judiciário. 
 
§ 1º. 5 dias após executada a liminar mencionada no caput, consolidar-se-ão a propriedade e a posse plena 
e exclusiva do bem no patrimônio do credor fiduciário, cabendo às repartições competentes, quando for o caso, 
expedir novo certificado de registro de propriedade em nome do credor, ou de terceiro por ele indicado, livre do 
ônus da propriedade fiduciária. 
 
§ 2º. No prazo do § 1º (5 dias), o devedor fiduciante poderá pagar a integralidade da dívida pendente, segundo 
os valores apresentados pelo credor fiduciário na inicial, hipótese na qual o bem lhe será restituído livre do ônus. 
 
STJ/REsp 1.418.593-MS 
Nos contratos firmados na vigência da Lei 10.931/2004, que alterou o art. 3º, §§ 1º e 2º, do Decreto-lei 
911/1969, compete ao devedor, no prazo de cinco dias após a execução da liminar na ação de busca e 
apreensão, pagar a integralidade da dívida - entendida esta como os valores apresentados e comprovados 
pelo credor na inicial -, sob pena de consolidação da propriedade do bem móvel objeto de alienação 
fiduciária. 
 
§ 3º. O devedor fiduciante apresentará resposta no prazo de 15 dias da execução da liminar. 
 
STJ/REsp 1.321.052-MG 
Em ação de busca e apreensão de bem alienado fiduciariamente, o termo inicial para a contagem do prazo 
de 15 dias para o oferecimento de resposta pelo devedor fiduciante é a data de juntada aos autos do 
mandado de citação devidamente cumprido, e não a data da execução da medida liminar. 
 
§ 4º. A resposta poderá ser apresentada ainda que o devedor tenha se utilizado da faculdade do § 2º (pagamento 
integral da dívida pendente), caso entenda ter havido pagamento a maior e desejar restituição. 
 
§ 5º. Da sentença cabe apelação apenas no efeito devolutivo. 
 
§ 6º. Na sentença que decretar a improcedência da ação de busca e apreensão, o juiz condenará o credor 
fiduciário ao pagamento de multa, em favor do devedor fiduciante, equivalente a 50% do valor originalmente 
financiado, devidamente atualizado, caso o bem já tenha sido alienado. 
 
§ 7º. A multa mencionada no § 6º. não exclui a responsabilidade do credor fiduciário por perdas e danos. 
 
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§ 8º. A busca e apreensão prevista no presente artigo constitui processo autônomo e independente de qualquer 
procedimento posterior. 
 
 
STJ/REsp 1.321.052-MG 
Em ação de busca e apreensão de bem alienado fiduciariamente, o termo inicial para a contagem do prazo 
de 15 dias para o oferecimento de resposta pelo devedor fiduciante é a data de juntada aos autos do 
mandado de citação devidamente cumprido, e não a data da execução da medida liminar. 
 
§ 9º. Ao decretar a busca e apreensão de veículo, o juiz, caso tenha acesso à base de dados do Registro Nacional 
de Veículos Automotores - RENAVAM, inserirá diretamente a restrição judicial na base de dados do Renavam, 
bem como retirará tal restrição após a apreensão. 
 
§ 10. Caso o juiz não tenha acesso à base de dados prevista no § 9º, deverá oficiar ao departamento de trânsito 
competente para que: 
 
I - registre o gravame referente à decretação da busca e apreensão do veículo; e 
 
II - retire o gravame após a apreensão do veículo. 
 
§ 11. O juiz também determinará a inserção do mandado a que se refere o § 9º. em banco próprio de mandados. 
 
§ 12. A parte interessada poderá requerer diretamente ao juízo da comarca onde foi localizado o veículo com 
vistas à sua apreensão, sempre que o bem estiver em comarca distinta daquela da tramitação da ação, bastando 
que em tal requerimento conste a cópia da petição inicial da ação e, quando for o caso, a cópia do despacho que 
concedeu a busca e apreensão do veículo. 
 
§ 13. A apreensão do veículo será imediatamente comunicada ao juízo, que intimará a instituição financeira 
para retirar o veículo do local depositado no prazo máximo de 48 horas. 
 
§ 14. O devedor, por ocasião do cumprimento do mandado de busca e apreensão, deverá entregar o bem e seus 
respectivos documentos. 
 
§ 15. As disposições deste artigo aplicam-se no caso de reintegração de posse de veículos referente às 
operações de arrendamento mercantil previstas na Lei no 6.099, de 12 de setembro de 1974. 
 
STJ/REsp 1.381.832-PR 
Em contrato de arrendamento mercantil de veículo automotor - com ou sem cláusula resolutiva expressa -, a 
purgação da mora realizada nos termos do art. 401, I, do CC deixou de ser possível somente a partir de 
14/11/2014, data de vigência da Lei 13.043/2014, que incluiu o § 15º do art. 3º do Decreto-Lei 911/1969. 
 
Art. 4º. Se o bem alienado fiduciariamente não for encontrado ou não se achar na posse do devedor, fica 
facultado ao credor requerer, nos mesmos autos, a conversão do pedido de busca e apreensão em ação 
executiva, na forma prevista no Capítulo II do Livro II da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de 
Processo Civil. 
 
STJ/REsp 1.814.200-DF 
Nos contratos de financiamento com cláusula de alienação fiduciária, quando houver a conversão da ação 
de busca e apreensão em ação de execução nos moldes do art. 4º do Decreto-Lei n. 911/1969, o débito 
exequendo deve representar o valor da integralidade da dívida (soma das parcelas vencidas e vincendas do 
contrato). 
 
Art. 5º. Se o credor preferir recorrer à ação executiva, direta ou a convertida na forma do art. 4o, ou, se for o caso 
ao executivo fiscal, serão penhorados, a critério do autor da ação, bens do devedor quantos bastem para 
assegurar a execução. 
 
Parágrafo único. Não se aplica à alienação fiduciária o disposto nos incisos VI e VIII do Art. 649 do Código de 
Processo Civil. 
 
 
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Art 6º O avalista, fiador ou terceiro interessado que pagar a dívida do alienante ou devedor, se sub-rogará, de 
pleno direito no crédito e na garantia constituída pela alienação fiduciária.Art. 6º-A. O pedido de recuperação judicial ou extrajudicial pelo devedor nos termos da Lei no 11.101, de 9 de 
fevereiro de 2005, não impede a distribuição e a busca e apreensão do bem. 
 
STJ/REsp 1.892.589/MG 
Na ação de busca e apreensão de que trata o Decreto-Lei nº 911/1969, a análise da contestação somente 
deve ocorrer após a execução da medida liminar. 
 
Art 7º Na falência do devedor alienante, fica assegurado ao credor ou proprietário fiduciário o direito de pedir, na 
forma prevista na lei, a restituição do bem alienado fiduciariamente. 
 
Parágrafo único. Efetivada a restituição o proprietário fiduciário agirá na forma prevista neste Decreto-lei. 
 
Art. 7º-A. Não será aceito bloqueio judicial de bens constituídos por alienação fiduciária nos termos deste 
Decreto-Lei, sendo que, qualquer discussão sobre concursos de preferências deverá ser resolvida pelo valor da 
venda do bem, nos termos do art. 2o. 
 
Art 8º O Conselho Nacional de Trânsito, no prazo máximo de 60 dias, a contar da vigência do presente Decreto 
lei, expedirá normas regulamentares relativas à alienação fiduciária de veículos automotores. 
 
Art. 8º-A. O procedimento judicial disposto neste Decreto-Lei aplica-se exclusivamente às hipóteses da Seção XIV 
da Lei no 4.728, de 14 de julho de 1965, ou quando o ônus da propriedade fiduciária tiver sido constituído para fins 
de garantia de débito fiscal ou previdenciário. 
 
STJ/REsp 1.101.375-RS 
Na hipótese em que o contrato de alienação fiduciária em garantia tenha sido celebrado na vigência do 
CC/2002 e da Lei 10.931/2004, falta legitimidade, para propor a medida de busca e apreensão prevista no 
art. 3º do Decreto-lei 911/1969, à entidade que não seja instituição financeira ou à pessoa jurídica de direito 
público titular de créditos fiscais e previdenciários. 
 
Isso porque, de acordo com o art. 8º-A do referido decreto, incluído pela Lei 10.931/2004, aquele 
procedimento somente é aplicável quando se tratar de operações do mercado financeiro e de capitais ou de 
garantia de débitos fiscais ou previdenciários. 
 
Deve-se destacar, ainda, que a medida de busca e apreensão prevista no Decreto-lei 911/1969 constitui 
processo autônomo, de caráter satisfativo e de cognição sumária, que ostenta rito célere e específico. Trata-
se, pois, de medida que objetiva conferir maiores garantias aos credores, estimulando o crédito e 
fortalecendo o mercado produtivo, inaplicável na situação em análise. 
 
Art 9º O presente Decreto-lei entrará em vigor na data de sua publicação, aplicando-se desde logo, aos processos 
em curso, revogadas as disposições em contrário. 
 
Teoria do Adimplemento Substancial 
A teoria do substancial adimplemento visa impedir o uso desequilibrado, pelo credor, do direito de 
resolução, preterindo desfazimentos desnecessários em prol da preservação do acordado, com vistas à 
realização de princípios como o da boa-fé objetiva e o da função social dos contratos. 
O adimplemento substancial deriva do postulado ou princípio da boa-fé objetiva e obsta o direito à 
resolução do contrato, como exceção ao princípio da exatidão do dever de prestar, em contratos bilaterais ou 
comutativos. 
A teoria do adimplemento substancial impõe limites ao exercício do direito potestativo de resolução de um 
contrato. 
O adimplemento substancial do contrato tem sido reconhecido como impedimento à resolução unilateral, 
havendo ou não cláusula expressa. 
A aplicação da teoria do adimplemento substancial visa à preservação da avença e, por conseguinte, da 
respectiva dívida. 
O credor, diante de um adimplemento satisfatório, porém incompleto do devedor, sem prejuízo de vir a ser 
indenizado por perdas e danos, tem limitado o direito de resolução do contrato. Dado o conceito de 
obrigação como processo e de acordo com os princípios da boa-fé objetiva e da função social dos 
negócios jurídicos, incumbe ao credor colaborar para um adimplemento menos gravoso do devedor. 
 
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Em contraponto ao formalismo exacerbado na execução das obrigações contratuais, desenvolveu-se na 
Inglaterra, a partir do século XVIII, a teoria do adimplemento substancial, corolário do princípio da boa-fé 
objetiva positivado no ordenamento jurídico brasileiro a partir da entrada em vigor da Lei n. 8.078, de 1990 
(Código de Defesa do Consumidor). 
 
A esse respeito, considera-se que a teoria do adimplemento substancial tende a preservar o negócio jurídico 
aventado, limitando o direito do credor à exceptio non adimpleti contractus, quando, diante de um 
adimplemento das obrigações tão próximo do resultado final e tendo em vista a conduta das partes, deixa de 
ser razoável a resolução contratual. 
Essa teoria relaciona-se diretamente com quatro princípios: 
✓ Vedação ao abuso de direito (art. 187); 
✓ Função social dos contratos (art. 421); 
✓ Princípios da boa-fé objetiva (art. 422); 
✓ Enriquecimento sem causa (art. 884). 
Embora não esteja expressamente prevista na legislação, a jurisprudência, com base na doutrina, tem 
admitido esta teoria para evitar a rescisão do contrato. 
STJ/REsp 1.200.105/AM: O fundamento para aplicação da teoria do adimplemento substancial no Direito 
brasileiro é a cláusula geral do art. 187 do Código Civil de 2002, que permite a limitação do exercício de 
um direito subjetivo pelo seu titular quando se colocar em confronto com o princípio da boa-fé objetiva. 
A teoria do adimplemento substancial, adotada em alguns julgados, sustenta que a prestação imperfeita, 
mas significativa de adimplemento substancial da obrigação, por parte do devedor, autoriza a composição de 
indenização, mas não a resolução do contrato. 
A caracterização do adimplemento substancial das obrigações produz os seguintes efeitos: 
✓ Inaugurar ou ratificar a possibilidade de o credor perseguir o ressarcimento pelas perdas e danos. 
✓ Obstar a resolução unilateral do contrato. 
✓ Impedir que o credor argua a exceção do contrato não cumprido. 
✓ Descaracterizar a impossibilidade absoluta de cumprimento da obrigação. 
STJ/REsp 1.622.555-MG 
Não se aplica a teoria do adimplemento substancial aos contratos de alienação fiduciária em garantia regidos 
pelo Decreto-Lei 911/69. 
 
STJ/Súmula 72 
A comprovação da mora é imprescindível à busca e apreensão do bem alienado fiduciariamente. 
 
STJ/Súmula 245 
A notificação destinada a comprovar a mora nas dívidas garantidas por alienação fiduciária dispensa a 
indicação do valor do débito. 
 
 
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Lei 5.478/68 – Legislação Esquematizada 
 
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LEI Nº 5.478, DE 25 DE JULHO DE 1968. 
 
Dispõe sobre ação de alimentos e dá outras providências. 
 
Art. 1º. A ação de alimentos é de rito especial, independente de prévia distribuição e de anterior concessão 
do benefício de gratuidade. 
 
§ 1º A distribuição será determinada posteriormente por ofício do juízo, inclusive para o fim de registro do feito. 
 
§ 2º A parte que não estiver em condições de pagar as custas do processo, sem prejuízo do sustento próprio 
ou de sua família, gozará do benefício da gratuidade, por simples afirmativa dessas condições perante o juiz, 
sob pena de pagamento até o décuplo das custas judiciais. 
 
§ 3º Presume-se pobre, até prova em contrário, quem afirmar essa condição, nos termos desta lei. 
 
§ 4º A impugnação do direito à gratuidade não suspende o curso do processo de alimentos e será feita em autos 
apartados. 
 
Art. 2º. O credor, pessoalmente, ou por intermédio de advogado, dirigir-se-á ao juiz competente, qualificando-
se, e exporá suas necessidades, provando, apenas o parentesco ou a obrigação de alimentar do devedor, 
indicando seu nome e sobrenome, residência ou local de trabalho, profissão e naturalidade, quanto ganha 
aproximadamente ou os recursos de que dispõe. 
 
§ 1º Dispensar-se-á a produção inicial de documentos probatórios: 
 
I - quando existente em notas, registros, repartiçõesou estabelecimentos públicos e ocorrer impedimento ou 
demora em extrair certidões. 
 
II - quando estiverem em poder do obrigado, as prestações alimentícias ou de terceiro residente em lugar incerto 
ou não sabido. 
 
§ 2º Os documentos públicos ficam isentos de reconhecimento de firma. 
 
§ 3º Se o credor comparecer pessoalmente e não indicar profissional que haja concordado em assisti-lo, o juiz 
designará desde logo quem o deva fazer. 
 
Art. 3º. O pedido será apresentado por escrito, em 3 vias, e deverá conter a indicação do juiz a quem for 
dirigido, os elementos referidos no artigo anterior e um histórico sumário dos fatos. 
 
§ 1º Se houver sido designado pelo juiz defensor para assistir o solicitante, na forma prevista no art. 2º, formulará 
o designado, dentro de 24 horas da nomeação, o pedido, por escrito, podendo, se achar conveniente, indicar seja 
a solicitação verbal reduzida a termo. 
 
§ 2º O termo previsto no parágrafo anterior será em 3 vias, datadas e assinadas pelo escrivão, observado, no que 
couber, o disposto no "caput" do presente artigo. 
 
Art. 4º Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, 
salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita. 
 
Parágrafo único. Se se tratar de alimentos provisórios pedidos pelo cônjuge, casado pelo regime da comunhão 
universal de bens, o juiz determinará igualmente que seja entregue ao credor, mensalmente, parte da renda 
líquida dos bens comuns, administrados pelo devedor. 
 
Art. 5º O escrivão, dentro de 48 horas, remeterá ao devedor a segunda via da petição ou do termo, juntamente 
com a cópia do despacho do juiz, e a comunicação do dia e hora da realização da audiência de conciliação e 
julgamento. 
 
§ 1º. Na designação da audiência, o juiz fixará o prazo razoável que possibilite ao réu a contestação da ação 
proposta e a eventualidade de citação por edital. 
 
 
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Lei 5.478/68 – Legislação Esquematizada 
 
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70 
§ 2º. A comunicação, que será feita mediante registro postal isento de taxas e com aviso de recebimento, importa 
em citação, para todos os efeitos legais. 
 
§ 3º. Se o réu criar embarações ao recebimento da citação, ou não for encontrado, repetir-se-á a diligência por 
intermédio do oficial de justiça, servindo de mandado a terceira via da petição ou do termo. 
 
§ 4º. Impossibilitada a citação do réu por qualquer dos modos acima previstos, será ele citado por edital 
afixado na sede do juízo e publicado 3 vezes consecutivas no órgão oficial do Estado, correndo a despesa por 
conta do vencido, a final, sendo previamente a conta juntada aos autos. 
 
§ 5º. O edital deverá conter um resumo do pedido inicial, a íntegra do despacho nele exarado, a data e a hora da 
audiência. 
 
§ 6º. O autor será notificado da data e hora da audiência no ato de recebimento da petição, ou da lavratura do 
termo. 
 
§ 7º. O juiz, ao marcar a audiência, oficiará ao empregador do réu, ou , se o mesmo for funcionário público, ao 
responsável por sua repartição, solicitando o envio, no máximo até a data marcada para a audiência, de 
informações sobre o salário ou os vencimentos do devedor, sob as penas previstas no art. 22 desta lei. 
 
§ 8º. A citação do réu, mesmo no caso dos artigos 200 e 201 do Código de Processo Civil, far-se-á na forma do § 
2º do artigo 5º desta lei. 
 
Art. 6º Na audiência de conciliação e julgamento deverão estar presentes autor e réu, independentemente de 
intimação e de comparecimento de seus representantes. 
 
Art. 7º O não comparecimento do autor determina o arquivamento do pedido, e a ausência do réu importa em 
revelia, além de confissão quanto à matéria de fato. 
 
Art. 8º Autor e Réu comparecerão à audiência acompanhados de suas testemunhas, 3 no máximo, 
apresentando, nessa ocasião, as demais provas. 
 
Art. 9º Aberta a audiência, lida a petição ou o termo, e a resposta, se houver, ou dispensada a leitura, o juiz ouvirá 
as partes litigantes e o representante do Ministério Público, propondo conciliação. 
 
§ 1º. Se houver acordo, lavrar-se-á o respectivo termo, que será assinado pelo juiz, escrivão, partes e 
representantes do Ministério Público. 
 
§ 2º. Não havendo acordo, o juiz tomará o depoimento pessoal das partes e das testemunhas, ouvidos os peritos 
se houver, podendo julgar o feito sem a mencionada produção de provas, se as partes concordarem. 
 
Art. 10 A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por motivo de força maior, concluí-la 
no mesmo dia, o juiz marcará a sua continuação para o primeiro dia desimpedido, independentemente de novas 
intimações. 
 
Art. 11 Terminada a instrução, poderão as partes e o Ministério Público aduzir alegações finais, em prazo não 
excedente de 10 minutos para cada um. 
 
Parágrafo único. Em seguida, o juiz renovará a proposta de conciliação e, não sendo aceita, ditará sua 
sentença, que conterá sucinto relatório do ocorrido na audiência. 
 
Art. 12. Da sentença serão as partes intimadas, pessoalmente ou através de seus representantes, na própria 
audiência, ainda quando ausentes, desde que intimadas de sua realização. 
 
Art. 13 O disposto nesta lei aplica-se igualmente, no que couber, às ações ordinárias de desquite, nulidade e 
anulação de casamento, à revisão de sentenças proferidas em pedidos de alimentos e respectivas execuções. 
 
§ 1º. Os alimentos provisórios fixados na inicial poderão ser revistos a qualquer tempo, se houver modificação na 
situação financeira das partes, mas o pedido será sempre processado em apartado. 
 
§ 2º. Em qualquer caso, os alimentos fixados retroagem à data da citação. 
 
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§ 3º. Os alimentos provisórios serão devidos até a decisão final, inclusive o julgamento do recurso 
extraordinário. 
 
Art. 14. Da sentença caberá apelação no efeito devolutivo. 
 
Art. 15. A decisão judicial sobre alimentos não transita em julgado e pode a qualquer tempo ser revista, em face da 
modificação da situação financeira dos interessados. 
 
Art. 19. O juiz, para instrução da causa ou na execução da sentença ou do acordo, poderá tomar todas as 
providências necessárias para seu esclarecimento ou para o cumprimento do julgado ou do acordo, inclusive a 
decretação de prisão do devedor até 60 dias. 
 
§ 1º O cumprimento integral da pena de prisão não eximirá o devedor do pagamento das prestações 
alimentícias, vincendas ou vencidas e não pagas. 
 
§ 2º Da decisão que decretar a prisão do devedor, caberá agravo de instrumento. 
 
 § 3º A interposição do agravo não suspende a execução da ordem de prisão. 
 
Art. 20. As repartições públicas, civis ou militares, inclusive do Imposto de Renda, darão todas as informações 
necessárias à instrução dos processos previstos nesta lei e à execução do que for decidido ou acordado em juízo. 
 
Art. 22. Constitui crime contra a administração da Justiça deixar o empregador ou funcionário público de prestar ao 
juízo competente as informações necessárias à instrução de processo ou execução de sentença ou acordo que 
fixe pensão alimentícia: 
 
Pena - Detenção de 6 meses a 1 ano, sem prejuízo da pena acessória de suspensão do emprego de 30 a 90 dias. 
 
Parágrafo único. Nas mesmas penas incide quem, de qualquer modo, ajuda o devedor a eximir-se ao pagamento 
de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada, ou se recusa, ou procrastina a executar ordem 
de descontos em folhas de pagamento, expedida pelo juiz competente. 
 
Art. 23. A prescrição quinquenal referida no art. 178, § 10, inciso I, do Código Civil só alcança as prestações 
mensais e não o direito a alimentos, que, embora irrenunciável, pode ser provisoriamente dispensado. 
 
Art. 24. A parte responsável pelo sustento da família, e que deixar a residência comum por motivo, que não 
necessitará declarar, poderá tomar a iniciativa de comunicar ao juízo osrendimentos de que dispõe e de pedir a 
citação do credor, para comparecer à audiência de conciliação e julgamento destinada à fixação dos alimento a 
que está obrigado. 
 
Art. 25. A prestação não pecuniária estabelecida no art. 403 do Código Civil, só pode ser autorizada pelo juiz se a 
ela anuir o alimentado capaz. 
 
Art. 26. É competente para as ações de alimentos decorrentes da aplicação do Decreto Legislativo nº. 10, de 13 
de novembro de 1958, e Decreto nº. 56.826, de 2 de setembro de 1965, o juízo federal da Capital da Unidade 
Federativa Brasileira em que reside o devedor, sendo considerada instituição intermediária, para os fins dos 
referidos decretos, a Procuradoria-Geral da República. 
 
Parágrafo único. Nos termos do inciso III, art. 2º, da Convenção Internacional sobre ações de alimentos, o 
Governo Brasileiro Comunicará, sem demora, ao Secretário Geral das Nações Unidas, o disposto neste artigo. 
 
Art. 27. Aplicam-se supletivamente nos processos regulados por esta lei as disposições do Código de Processo 
Civil. 
 
Art. 28. Esta lei entrará em vigor 30 dias depois de sua publicação. 
 
Art. 29. Revogam-se as disposições em contrário. 
 
 
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Lei 11.804/08 – Legislação Esquematizada 
 
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LEI Nº 11.804, DE 5 DE NOVEMBRO DE 2008. 
 
Disciplina o direito a alimentos gravídicos e a forma como ele será exercido e dá outras providências. 
 
Art. 1º. Esta Lei disciplina o direito de alimentos da mulher gestante e a forma como será exercido. 
 
Art. 2º. Os alimentos de que trata esta Lei compreenderão os valores suficientes para cobrir as despesas 
adicionais do período de gravidez e que sejam dela decorrentes, da concepção ao parto, inclusive as 
referentes a alimentação especial, assistência médica e psicológica, exames complementares, internações, parto, 
medicamentos e demais prescrições preventivas e terapêuticas indispensáveis, a juízo do médico, além de outras 
que o juiz considere pertinentes. 
 
Parágrafo único. Os alimentos de que trata este artigo referem-se à parte das despesas que deverá ser custeada 
pelo futuro pai, considerando-se a contribuição que também deverá ser dada pela mulher grávida, na 
proporção dos recursos de ambos. 
 
Art. 6º. Convencido da existência de indícios da paternidade, o juiz fixará alimentos gravídicos que perdurarão até 
o nascimento da criança, sopesando as necessidades da parte autora e as possibilidades da parte ré. 
 
Parágrafo único. Após o nascimento com vida, os alimentos gravídicos ficam convertidos em pensão 
alimentícia em favor do menor até que uma das partes solicite a sua revisão. 
 
Art. 7º. O réu será citado para apresentar resposta em 5 dias. 
 
Art. 11. Aplicam-se supletivamente nos processos regulados por esta Lei as disposições das Leis nos 5.478, de 25 
de julho de 1968, e 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. 
 
Art. 12. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
 
 
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Lei 12.318/10 – Legislação Esquematizada 
 
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LEI Nº 12.318, DE 26 DE AGOSTO DE 2010. 
 
Dispõe sobre a alienação parental e altera o art. 236 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. 
 
Art. 1º. Esta Lei dispõe sobre a alienação parental. 
 
Art. 2º. Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou do 
adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou 
adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao 
estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este. 
 
Parágrafo único. São formas exemplificativas de alienação parental, além dos atos assim declarados pelo juiz 
ou constatados por perícia, praticados diretamente ou com auxílio de terceiros: 
 
I - realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade ou maternidade; 
 
II - dificultar o exercício da autoridade parental; 
 
III - dificultar contato de criança ou adolescente com genitor; 
 
IV - dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar; 
 
V - omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a criança ou adolescente, inclusive 
escolares, médicas e alterações de endereço; 
 
VI - apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para obstar ou dificultar a 
convivência deles com a criança ou adolescente; 
 
VII - mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a convivência da criança ou 
adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós. 
 
Art. 3º. A prática de ato de alienação parental fere direito fundamental da criança ou do adolescente de 
convivência familiar saudável, prejudica a realização de afeto nas relações com genitor e com o grupo familiar, 
constitui abuso moral contra a criança ou o adolescente e descumprimento dos deveres inerentes à 
autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda. 
 
Prática de Alienação Parental 
➢ Fere direito fundamental de convivência familiar saudável; 
➢ Prejudica o afeto nas relações com genitor e grupo familiar; 
➢ Constitui abuso moral; 
➢ Consiste em um descumprimento de deveres inerentes à autoridade parental. 
 
Art. 4º. Declarado indício de ato de alienação parental, a requerimento ou de ofício, em qualquer momento 
processual, em ação autônoma ou incidentalmente, o processo terá tramitação prioritária, e o juiz determinará, 
com urgência, ouvido o Ministério Público, as medidas provisórias necessárias para preservação da 
integridade psicológica da criança ou do adolescente, inclusive para assegurar sua convivência com genitor 
ou viabilizar a efetiva reaproximação entre ambos, se for o caso. 
 
Parágrafo único. Assegurar-se-á à criança ou ao adolescente e ao genitor garantia mínima de visitação 
assistida no fórum em que tramita a ação ou em entidades conveniadas com a Justiça, ressalvados os casos em 
que há iminente risco de prejuízo à integridade física ou psicológica da criança ou do adolescente, atestado 
por profissional eventualmente designado pelo juiz para acompanhamento das visitas. 
 
Art. 5º. Havendo indício da prática de ato de alienação parental, em ação autônoma ou incidental, o juiz, se 
necessário, determinará perícia psicológica ou biopsicossocial. 
 
§ 1º. O laudo pericial terá base em ampla avaliação psicológica ou biopsicossocial, conforme o caso, 
compreendendo, inclusive, entrevista pessoal com as partes, exame de documentos dos autos, histórico do 
relacionamento do casal e da separação, cronologia de incidentes, avaliação da personalidade dos envolvidos e 
exame da forma como a criança ou adolescente se manifesta acerca de eventual acusação contra genitor. 
 
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Lei 12.318/10 – Legislação Esquematizada 
 
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§ 2º. A perícia será realizada por profissional ou equipe multidisciplinar habilitados, exigido, em qualquer caso, 
aptidão comprovada por histórico profissional ou acadêmico para diagnosticar atos de alienação parental. 
 
§ 3º. O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a ocorrência de alienação parental terá prazo de 
90 dias para apresentação do laudo, prorrogável exclusivamente por autorização judicial baseada em 
justificativa circunstanciada. 
 
§ 4º Na ausência ou insuficiência de serventuários responsáveis pela realização de estudo psicológico, 
biopsicossocial ou qualquer outra espécie de avaliação técnica exigida por esta Lei ou por determinação judicial, a 
autoridade judiciária poderá proceder à nomeação de perito com qualificação e experiência pertinentes ao tema, 
nos termos dos arts. 156 e 465 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). 
 
Art. 6º. Caracterizados atos típicos de alienação parental ou qualquer conduta que dificulte a convivência de 
criança ou adolescente com genitor, emação autônoma ou incidental, o juiz poderá, cumulativamente ou não, 
sem prejuízo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilização de instrumentos 
processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos, segundo a gravidade do caso: 
 
I - declarar a ocorrência de alienação parental e advertir o alienador; 
 
II - ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado; 
 
III - estipular multa ao alienador; 
 
IV - determinar acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial; 
 
V - determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua inversão; 
 
VI - determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente; 
 
VII - declarar a suspensão da autoridade parental. 
 
§ 1º Caracterizada mudança abusiva de endereço, inviabilização ou obstrução à convivência familiar, o juiz 
também poderá inverter a obrigação de levar para ou retirar a criança ou adolescente da residência do 
genitor, por ocasião das alternâncias dos períodos de convivência familiar. 
 
§ 2º O acompanhamento psicológico ou o biopsicossocial deve ser submetido a avaliações periódicas, com a 
emissão, pelo menos, de um laudo inicial, que contenha a avaliação do caso e o indicativo da metodologia a 
ser empregada, e de um laudo final, ao término do acompanhamento. 
 
Art. 7º. A atribuição ou alteração da guarda dar-se-á por preferência ao genitor que viabiliza a efetiva 
convivência da criança ou adolescente com o outro genitor nas hipóteses em que seja inviável a guarda 
compartilhada. 
 
Art. 8º. A alteração de domicílio da criança ou adolescente é irrelevante para a determinação da competência 
relacionada às ações fundadas em direito de convivência familiar, salvo se decorrente de consenso entre os 
genitores ou de decisão judicial. 
 
Art. 8º-A. Sempre que necessário o depoimento ou a oitiva de crianças e de adolescentes em casos de alienação 
parental, eles serão realizados obrigatoriamente nos termos da Lei nº 13.431, de 4 de abril de 2017, sob pena 
de nulidade processual. 
 
Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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