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Direito Processual Penal – Legislação Esquematizada 
 
www.quebrandoquestoes.com 
2 
 
Sumário 
CÓDIGO PROCESSUAL PENAL ................................................................................................................................ 3 
CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS..................................................................................................................... 3 
PRINCIPAIS SÚMULAS E JURISPRUDÊNCIAS ................................................................................................ 7 
LIVRO I - DO PROCESSO EM GERAL ................................................................................................................... 8 
TÍTULO I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES ...................................................................................................... 8 
PRINCIPAIS SÚMULAS E JURISPRUDÊNCIAS .............................................................................................. 14 
TÍTULO II - DO INQUÉRITO POLICIAL ............................................................................................................ 17 
PRINCIPAIS SÚMULAS E JURISPRUDÊNCIAS .............................................................................................. 27 
TÍTULO III - DA AÇÃO PENAL ......................................................................................................................... 29 
PRINCIPAIS SÚMULAS E JURISPRUDÊNCIAS .............................................................................................. 40 
TÍTULO IV - DA AÇÃO CIVIL ........................................................................................................................... 44 
PRINCIPAIS SÚMULAS E JURISPRUDÊNCIAS .............................................................................................. 46 
TÍTULO V - DA COMPETÊNCIA ....................................................................................................................... 47 
PRINCIPAIS SÚMULAS E JURISPRUDÊNCIAS .............................................................................................. 55 
TÍTULO VI - DAS QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES........................................................................ 62 
PRINCIPAIS SÚMULAS E JURISPRUDÊNCIAS .............................................................................................. 73 
TÍTULO VII - DA PROVA................................................................................................................................... 74 
PRINCIPAIS SÚMULAS E JURISPRUDÊNCIAS .............................................................................................. 92 
TÍTULO VIII - DO JUIZ, DO MINISTÉRIO PÚBLICO, DO ACUSADO E DEFENSOR, DOS ASSISTENTES E 
AUXILIARES DA JUSTIÇA ............................................................................................................................. 102 
PRINCIPAIS SÚMULAS E JURISPRUDÊNCIAS ............................................................................................ 108 
TÍTULO IX - DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA LIBERDADE PROVISÓRIA .................... 110 
PRINCIPAIS SÚMULAS E JURISPRUDÊNCIAS ............................................................................................ 126 
TÍTULO X - DAS CITAÇÕES E INTIMAÇÕES ............................................................................................... 136 
PRINCIPAIS SÚMULAS E JURISPRUDÊNCIAS ............................................................................................ 140 
TÍTULO XI - DA APLICAÇÃO PROVISÓRIA DE INTERDIÇÕES DE DIREITOS E MEDIDAS DE 
SEGURANÇA .................................................................................................................................................. 142 
TÍTULO XII - DA SENTENÇA ......................................................................................................................... 142 
PRINCIPAIS SÚMULAS E JURISPRUDÊNCIAS ............................................................................................ 147 
LIVRO II – DOS PROCESSOS EM ESPÉCIE ..................................................................................................... 148 
TÍTULO I – DO PROCESSO COMUM ............................................................................................................ 148 
PRINCIPAIS SÚMULAS E JURISPRUDÊNCIAS ............................................................................................ 172 
LIVRO III - DAS NULIDADES E DOS RECURSOS EM GERAL ......................................................................... 177 
TÍTULO I - DAS NULIDADES ......................................................................................................................... 177 
PRINCIPAIS SÚMULAS E JURISPRUDÊNCIAS ............................................................................................ 181 
TÍTULO II - DOS RECURSOS EM GERAL ..................................................................................................... 184 
PRINCIPAIS SÚMULAS E JURISPRUDÊNCIAS ............................................................................................ 196 
LIVRO IV - DA EXECUÇÃO ................................................................................................................................. 205 
LIVRO V - DAS RELAÇÕES JURISDICIONAIS COM AUTORIDADE ESTRANGEIRA ..................................... 205 
TÍTULO ÚNICO ................................................................................................................................................ 205 
LIVRO VI - DISPOSIÇÕES GERAIS .................................................................................................................... 207 
 
 
 
 
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3 
 
 
Código Processual Penal 
 
Competência Legislativa 
➢ Não é admissível a existência de Códigos Processuais Estaduais, pois compete privativamente a 
União legislar sobre o direito processual. 
 
CF/88. Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
 
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; 
 
CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS 
 
Conceito e Fontes 
➢ Direito Processual Penal é o conjunto de atos cronologicamente concatenados (procedimentos), 
submetido a princípios e regras jurídicas destinadas a compor as lides de caráter penal. Sua 
finalidade é, assim, a aplicação do direito penal objetivo. 
 
➢ O Direito Processual Penal é dividido em duas finalidades: 
✓ Imediata ou direta: Aplicação, em concreto, da Lei penal. Estado faz valer o Jus Puniendi. 
 
✓ Mediata ou indireta: Restauração da ordem violada pela prática do delito, por meio da aplicação da 
lei penal. 
 
➢ Fontes: 
✓ Material: É o órgão, ente, entidade ou instituição responsável pela produção da norma processual 
penal. 
 
✓ Formal: Forma que a norma é lançada no mundo jurídico. Podem ser imediatas ou diretas 
(CF/88, Leis, Tratados e convenções internacionais) e mediatas ou indiretas (Costumes e princípios 
gerais do Direito). 
 
Princípio do Devido Processo Legal 
➢ Corolários do Devido Processo Legal: Contraditório e Ampla defesa. 
 
CF/88. Art. 5. LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; 
 
CF/88. Art. 5. LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o 
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 
 
Princípio do Contraditório 
➢ Estabelece que os litigantes e os acusados possam apresentar contradições aos argumentos 
expostos pela parte contrária e as provas apresentadas. 
 
➢ O princípio pode ser limitado quando a decisão do Juiz for essencial para o andamento do caso e não 
possa esperar a manifestação da parte. 
 
Princípio daAmpla Defesa 
➢ Estabelece que o acusado possua o direito à produção de provas, a recursos em face das decisões 
judiciais, assistência integral e gratuita, dentre outros instrumentos. 
 
➢ O réu pode se recusar a exercer a autodefesa, pois tem o direito de permanecer em silêncio, já a 
defesa técnica é indispensável ao processo criminal. 
 
➢ Caso o réu não possua defesa técnica, o Juiz encaminhará os autos à Defensoria Pública, para que 
atue como curador do acusado, ou não existindo Defensoria no local, nomeará defensor dativo. 
 
 
 
 
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Princípio do Duplo Grau de Jurisdição 
➢ Estabelece que as decisões judiciais estejam sujeitas à revisão por outro órgão do Judiciário. 
 
➢ Não está previsto expressamente na CF/88, porém tem previsão no Pacto de San José da Costa 
Rica. 
 
➢ Não é um princípio absoluto, pois existem casos que não é possível Duplo Grau de Jurisdição. 
 
Princípio da Isonomia Processual 
➢ Estabelece que as pessoas sejam iguais perante a lei, sendo vedadas práticas discriminatórias. 
 
➢ No campo processual os prazos recursais devem ser os mesmos para acusação e defesa. 
 
Princípio do Juiz Natural 
➢ É vedada a formação de Tribunal ou Juízo de exceção. 
 
CF/88. Art. 5. LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; 
 
Princípio da Publicidade 
➢ Estabelece que, em regra, os atos processuais e as decisões judiciais serão públicos, sendo 
acessível a qualquer pessoa. Porém, a publicidade é relativa, podendo ser limitada no caso de 
intimidade das partes ou quando for de interesse público. 
 
➢ Os procuradores (Advogado, membro do MP) não podem ser limitados em relação aos atos processuais, 
sob pena de nulidade, pois têm como finalidade a defesa técnica do acusado. 
 
➢ CF/88. Art. 5. LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da 
intimidade ou o interesse social o exigirem; 
 
Princípio da Vedação às Provas Ilícitas 
➢ A doutrina divide as provas ilegais em provas: 
✓ Ilícitas: Violam normas de direito material; 
 
✓ Ilegítimas: Violam normas de direito processual. 
 
➢ A doutrina majoritária admite a utilização de provas ilícitas quando esta for a única forma de se obter 
a absolvição do réu. 
 
➢ As provas lícitas obtidas a partir de outras provas ilícitas, são consideradas provas ilícitas por 
derivação. 
 
CF/88. Art.5. LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; 
 
Princípio da Inércia 
➢ O Juiz não pode dar início ao processo penal, pois estaria sendo imparcial. 
 
➢ A promoção da ação penal pública compete privativamente ao MP, sendo este o titular da ação penal 
pública. 
 
➢ O Sistema Acusatório é aquele em que existe a figura que acusa e a outra figura que julga. (BR. 
ADOTA) 
 
➢ O Sistema Inquisitivo é aquele em que o acusador e julgador se confundem na mesma pessoa, 
gerando a parcialidade do julgador. 
 
➢ O princípio da Inércia impede o Juiz, de ofício, iniciar o processo penal, porém não impede que o 
mesmo realize diligências a fim de apurar provas que sejam relevantes para o andamento do processo, 
pois o CPP segue o princípio da Busca pela Verdade Real ou Material. 
 
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➢ O princípio da inércia (indiretamente) não permite também que o Juiz julgue um fato não contido na 
denúncia. 
 
Princípio do In dúbio pro reo 
Conforme o Princípio do In dúbio pro reo, caso existam dúvidas sobre a culpa ou não do acusado, o juiz 
deverá decidir em favor do réu, pois sua culpa não foi cabalmente comprovada. 
 
Princípio do In dúbio pro societate 
Quando se tratar do princípio In dúbio pro Societate, o Juiz, embora tenha dúvida da culpa do réu, decide 
contrariamente a este com fundamento apenas em indícios de autoria e prova de materialidade em prol 
da sociedade. Porém essa decisão não ocasiona consequências ao réu, mas dá início apenas ao 
processo para a elucidação dos fatos. 
 
Princípio da Presunção de não culpabilidade (ou Presunção de inocência) 
➢ Estabelece que nenhuma pessoa pode ser considerada culpada antes do trânsito em julgado da 
sentença penal condenatória. 
 
CF/88. Art. 5. LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; 
 
➢ O ônus da prova cabe ao acusador (MP ou Ofendido), sendo o réu inocente, até que se prove o 
contrário. 
 
➢ Conforme o Princípio do In dúbio pro reo, caso existam dúvidas sobre a culpa ou não do acusado, o 
juiz deverá decidir em favor do réu, pois sua culpa não foi cabalmente comprovada. Porém, existem 
casos em que mesmo pairando dúvidas se o réu cometeu ou não o crime, o Juiz decidirá 
contrariamente àquele, como no caso do Processo de competência do Júri, que prevalece o in dúbio 
pro societate. 
 
➢ Tal princípio pode ser considerado: 
✓ Uma regra de julgamento ou probatória: O ônus (obrigação) da prova cabe ao acusador. Com 
isso, o réu é considerado inocente até que se prove culpado. 
 
✓ Uma regra de Tratamento: O réu é tratado como inocente. 
 
➢ Ocorrem duas dimensões: 
✓ Interna: O réu deve ser tratado como inocente dentro do processo. 
 
✓ Externa: O réu não pode sofrer reflexos negativos na sua vida durante o processo. 
 
➢ O princípio da presunção de inocência possui ordem constitucional devendo as normas 
infraconstitucionais respeitá-lo. 
 
Súmula 347-STJ: O conhecimento de recurso de apelação do réu independe de sua prisão. 
 
➢ A prisão cautelar como antecipação da pena é inadmissível, sendo utilizada apenas quando 
devidamente fundamentada. 
 
➢ Processos criminais em curso e inquéritos policiais em face do acusado não podem ser 
considerados como maus antecedentes. (STF E STJ) 
 
Súmula 444/STJ - É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base. 
 
➢ Não existe necessidade de condenação penal transitada em julgado para que o preso tenha a pena 
aumentada. Ocorrendo um novo crime ou falta grave, durante a pena do crime antigo, ocorrerá a 
regressão, não existindo necessidade de condenação criminal ou administrativa. 
 
LEP/84, Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para 
qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado: 
 
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave; 
 
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➢ O acusado que cometer crime durante o beneficiamento da suspensão do processo, terá este 
benefício revogado por não ter cumprido as condições, não precisando ocorrer o trânsito em julgado 
da sentença condenatória do crime novo. 
 
Princípio da Vedação à Autoincriminação 
➢ Estabelece que o acusado não é obrigado a praticar qualquer ato que possa ser prejudicial à sua 
defesa. 
 
➢ O silêncio não pode ser considerado como confissão e nem pode ser interpretado em prejuízo da 
defesa. 
 
➢ Fazem parte do princípio da Vedação à Autoincriminação: 
✓ Direito ao Silêncio; 
 
✓ Inexigibilidade de dizer a verdade: O réu pode mentir em juízo, não sendo criminalizado o 
perjúrio, que é a mentira realizada pelo réu em juízo. 
 
✓ Direito de não ser compelido a praticar comportamento ativo: O réu pode se recursar a 
participar da produção de provas quando perceber que irá se prejudicar; 
 
✓ Direito de não se submeter a procedimento probatório invasivo: Exame de sangue, endoscopia, 
colonoscopia. 
 
Princípios Constitucionais do Processo Penal 
Princípio da Presunção da inocência ou não culpabilidade 
CF/88. Art. 5. LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penalcondenatória; 
Princípio do Devido processo legal 
CF/88. Art. 5. LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; 
Princípio do Contraditório e ampla defesa 
CF/88. Art.5. LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são 
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 
Princípio da Não obtenção de provas por meio ilícito 
CF/88. Art.5. LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; 
Princípio da Publicidade 
CF/88. Art.5. LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da 
intimidade ou o interesse social o exigirem; 
Princípio da não Autoincriminação 
CF/88. Art.5. LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-
lhe assegurada a assistência da família e de advogado; 
Princípio da Razoável duração do processo 
CF/88. Art.5. LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do 
processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. 
Princípio do Juiz Natural 
CF/88. Art.5. LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; 
Princípio da Soberania dos Veredictos 
CF/88. Art.5. XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, 
assegurados: 
a) a plenitude de defesa; 
b) o sigilo das votações; 
c) a soberania dos veredictos; 
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; 
 
 
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Principais Súmulas e Jurisprudências 
 
STF/ADCs 43, 44 e 54 
O STF decidiu em sua maioria (6x5) que o cumprimento da pena apenas terá começo após o 
esgotamento de todos os recursos (trânsito em julgado), não sendo mais possível a prisão em 
condenação após segunda instância. 
 
STF/Súmula 523 
No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se 
houver prova de prejuízo para o réu. 
 
STF/Súmula 704 
Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por 
continência ou conexão do processo do co-réu ao foro por prerrogativa de função de um dos 
denunciados. 
 
STF/HC 73.522/MG 
Por ser a pronúncia mero juízo de admissibilidade da acusação, não é necessária prova incontroversa 
do crime, para que o réu seja pronunciado. As dúvidas quanto à certeza do crime e da autoria deverão ser 
dirimidas durante o julgamento pelo Tribunal do Júri. 
 
STF/H.C 116.301 MG 
A busca da verdade real não se subordina, aprioristicamente, a formas rígidas, por isso que a afirmação 
da reincidência independe de certidão na qual atestado cabalmente o trânsito em julgado de anterior 
condenação, sobretudo quando é possível provar, por outros meios, que o paciente está submetido a 
execução penal por crime praticado anteriormente à sentença condenatória que o teve por reincidente. 
 
STF/H.C 116.029 MG 
A razoável duração do processo não pode ser considerada de maneira isolada e descontextualizada 
das peculiaridades do caso concreto. Na espécie, não configurado o alegado excesso de prazo, até 
porque a melhor compreensão do princípio constitucional aponta para o processo sem dilações 
indevidas, em que a demora na tramitação do feito há de guardar proporcionalidade com a 
complexidade do delito nele veiculado e as diligências e os meios de prova indispensáveis a seu 
deslinde. 
 
STF/R.E 122.011 MS 
A valorização da prova diz respeito ao valor jurídico desta, para admiti-la ou não em face da lei que a 
disciplina, razão por que é questão estritamente de direito. Já o reexame da prova é diverso: implica a 
reapreciação dos elementos probatórios para concluir-se se eles foram, ou não, bem interpretados - 
e, portanto, questão que se circunscreve ao terreno dos fatos. 
 
 
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LIVRO I - DO PROCESSO EM GERAL 
 
TÍTULO I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
 
Art. 1º O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados: 
 
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional; 
 
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes 
conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de 
responsabilidade (Constituição, arts. 50. § 2º; 52. I, parágrafo único; 85, 86, § 1º, II; e 102, II, b); 
 
III - os processos da competência da Justiça Militar (e também eleitoral); 
 
IV - os processos da competência do tribunal especial; (Inciso não possui mais validade) 
 
V - os processos por crimes de imprensa. (Inciso não possui mais validade) 
 
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos nos. IV e V, quando as leis 
especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso. 
 
Art. 2º. A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a 
vigência da lei anterior. (Princípio do Tempus Regit Actum ou Efeito imediato ou Aplicação Imediata da lei 
processual) 
 
Aplicação da Lei Processual Penal 
Espaço 
➢ A lei processual vigora em determinado lugar e em determinado momento. 
 
➢ O CPP adotou, como regra, o princípio da territorialidade, que estabelece que a Lei 
produzirá seus efeitos dentro do território nacional. Desta forma, o CPP aplica-se 
apenas aos atos processuais que estejam em território nacional. 
Tempo 
➢ Existem três teorias que explicam a aplicabilidade da lei processual penal no tempo: 
 
✓ Teoria da Unidade Processual: 
• O processo criminal só pode ser regido apenas por uma única lei. 
 
• Uma Lei processual nova não pode ser aplicada a processos criminais em 
andamento, sendo aplicável apenas aos novos processos. 
 
✓ Teoria das Fases Processuais: 
• É possível a aplicação de diversas leis em um processo, porém cada fase 
do processo deve seguir apenas uma lei. 
 
• É possível a aplicação de uma nova lei dentro de um processo em andamento, 
no entanto, não será aplicada na fase atual, e sim na futura. 
 
✓ Teoria do Isolamento dos Atos Processuais: 
 
• É possível a aplicação de diversas leis no processo dentro de uma mesma 
fase processual. 
 
• A nova lei processual é aplicável de forma imediata aos processos em 
curso, no entanto irá afetar apenas os atos processuais futuros, não 
acarretando mudanças nos atos já realizados. 
 
• O CPP adota. Art. 2º. 
 
• Fenômeno da Heterotopia: Trata-se de normas de natureza material (que 
fazem parte do Direito Penal) que se encontram inseridas em uma lei 
processual. 
 
• O STF e o STJ entendem que as normas relativas à execução penal são de 
direito material. 
 
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Art. 3º. A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento 
dos princípios gerais de direito. 
 
Interpretação e Integração da Lei Processual 
➢ Interpretação Extensiva: é a extensão do alcance do que diz a lei, sem violar o princípio da 
legalidade. 
 
➢ Aplicação Analógica: É o mesmo que comparação. É uma forma de integração da lei penal que será 
utilizada quando não existir norma disciplinando determinado caso. Utiliza-se uma norma aplicável a 
outro caso. 
 
➢ É possível utilizar o instituto da analogia quando os casos apresentarem: 
✓ Igual valoração jurídica; 
 
✓ Circunstâncias semelhantes. 
 
➢ OBS: A analogia in malam partem pode ser aplicada, caso não existam lesões a conteúdos de 
natureza material (penal). 
 
➢ OBS: Os princípios gerais do Direito têm comouma de suas finalidades integrarem a lei, 
complementando as lacunas existentes. 
 
Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de investigação e a 
substituição da atuação probatória do órgão de acusação. 
 
Sistemas Processuais 
Inquisitivo Acusatório (BR Adota) 
O julgador acumula funções de Juiz e acusador. 
Existe carência do contraditório e da ampla defesa e 
a confissão é considerada a prova fundamental. 
Existe a separação entre as figuras do acusador e 
do julgador, existindo o contraditório, a ampla 
defesa e a isonomia entre as partes. 
 
Guilherme de Souza Nucci – Sistema Inquisitivo¹ 
➢ É caracterizado pela concentração de poder nas mãos do julgador, que exerce, também, a função de 
acusador; a confissão do réu é considerada a rainha das provas; não há debates orais, 
predominando procedimentos exclusivamente escritos; os julgadores não estão sujeitos à recusa; o 
procedimento é sigiloso; há ausência de contraditório e a defesa é meramente decorativa. 
 
➢ Com a aprovação do pacote anticrime, o CPP/41 passou a prevê, de forma expressa, a estrutura 
acusatória. 
Fonte¹: NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo Penal e Execução Penal. 6. ed. rev. atual. ampl. 2010. Editora Revista dos 
Tribunais Ltda, São Paulo - SP. 
 
STF/ADI 6.298 
O juiz, pontualmente, nos limites legalmente autorizados, pode determinar a realização de diligências 
suplementares, para o fim de dirimir dúvida sobre questão relevante para o julgamento do mérito. 
 
Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela 
salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à autorização prévia do Poder 
Judiciário, competindo-lhe especialmente: 
 
I - receber a comunicação imediata da prisão, nos termos do inciso LXII do caput do art. 5º da Constituição 
Federal; 
 
II - receber o auto da prisão em flagrante para o controle da legalidade da prisão, observado o disposto no art. 
310 deste Código; 
 
III - zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar que este seja conduzido à sua presença, 
a qualquer tempo; 
 
 
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IV - ser informado sobre a instauração de qualquer investigação criminal; 
 
V - decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou outra medida cautelar, observado o disposto no § 1º 
deste artigo; 
 
VI - prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar, bem como substituí-las ou revogá-las, 
assegurado, no primeiro caso, o exercício do contraditório em audiência pública e oral, na forma do disposto neste 
Código ou em legislação especial pertinente; 
 
VII - decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas consideradas urgentes e não repetíveis, 
assegurados o contraditório e a ampla defesa em audiência pública e oral; 
 
VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito, estando o investigado preso, em vista das razões 
apresentadas pela autoridade policial e observado o disposto no § 2º deste artigo; 
 
IX - determinar o trancamento do inquérito policial quando não houver fundamento razoável para sua 
instauração ou prosseguimento; 
 
X - requisitar documentos, laudos e informações ao delegado de polícia sobre o andamento da investigação; 
 
XI - decidir sobre os requerimentos de: 
 
a) interceptação telefônica, do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática ou de outras 
formas de comunicação; 
 
b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e telefônico; 
 
c) busca e apreensão domiciliar; 
 
d) acesso a informações sigilosas; 
 
e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam direitos fundamentais do investigado; 
 
XII - julgar o habeas corpus impetrado antes do oferecimento da denúncia; 
 
XIII - determinar a instauração de incidente de insanidade mental; 
 
XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos termos do art. 399 deste Código; 
 
XV - assegurar prontamente, quando se fizer necessário, o direito outorgado ao investigado e ao seu defensor 
de acesso a todos os elementos informativos e provas produzidos no âmbito da investigação criminal, salvo 
no que concerne, estritamente, às diligências em andamento; 
 
XVI - deferir pedido de admissão de assistente técnico para acompanhar a produção da perícia; 
 
XVII - decidir sobre a homologação de acordo de não persecução penal ou os de colaboração premiada, 
quando formalizados durante a investigação; 
 
XVIII - outras matérias inerentes às atribuições definidas no caput deste artigo. 
 
§ 1º O preso em flagrante ou por força de mandado de prisão provisória será encaminhado à presença do juiz de 
garantias no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, momento em que se realizará audiência com a presença do 
Ministério Público e da Defensoria Pública ou de advogado constituído, vedado o emprego de videoconferência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Atenção! 
O disposto no art. 3º-B, § 1º, havia sido vetado sob a fundamentação de que “A propositura legislativa, ao 
suprimir a possibilidade da realização da audiência por videconferência, gera insegurança jurídica ao ser 
incongruente com outros dispositivos do mesmo código, a exemplo do art. 185 e 222 do Código de Processo 
Penal, os quais permitem a adoção do sistema de videoconferência em atos processuais de procedimentos e 
ações penais, além de dificultar a celeridade dos atos processuais e do regular funcionamento da justiça, em 
ofensa à garantia da razoável duração do processo, nos termos da jurisprudência do Superior Tribunal de 
Justiça (RHC 77580/RN, Quinta Turma, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, DJe de 10/02/2017). 
Ademais, o dispositivo pode acarretar em aumento de despesa, notadamente nos casos de juiz em vara 
única, com apenas um magistrado, seja pela necessidade de pagamento de diárias e passagens a outros 
magistrados para a realização de uma única audiência, seja pela necessidade premente de realização de 
concurso para a contratação de novos magistrados, violando as regras do art. 113 do ADCT, bem como dos 
arts. 16 e 17 LRF e ainda do art. 114 da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2019 (Lei nº 13.707, de 2018).” 
Com a rejeição do veto o preso em flagrante ou por força de mandado de prisão provisória será 
encaminhado à presença do juiz de garantias no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, sendo vedada a 
realização da audiência de custódia por videoconferência. 
 
§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação da autoridade policial e 
ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por até 15 dias, após o que, se 
ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada. 
 
Prorrogação do Inquérito Policial 
Lei 13.964/2019 
CPP/41. Art. 3º-B. § 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante 
representação da autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do 
inquérito por até 15 dias, após o que, se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será 
imediatamente relaxada. 
 
Indiciado Preso: 10 + 15 dias. 
 
STF/ADI 6.298 
O STF considerou constitucional o caput do art. 3º-B do CPP, incluído pela Lei nº 13.964/2019, e por 
unanimidade fixou o prazo de 12 meses, a contar da publicação da ata do julgamento, para que sejam 
adotadas as medidas legislativas e administrativas necessárias à adequação das diferentes leis de 
organização judiciária, à efetiva implantação e ao efetivo funcionamento do juiz das garantias em 
todo o país, tudo conforme as diretrizes do Conselho Nacional de Justiçae sob a supervisão dele. Esse 
prazo poderá ser prorrogado uma única vez, por no máximo 12 meses, devendo a devida justificativa ser 
apresentada em procedimento realizado junto ao Conselho Nacional de Justiça, vencido, apenas quanto à 
inconstitucionalidade formal, o Relator, que entendia competir às leis de organização judiciária sua 
instituição; 
 
O STF considerou a inconstitucionalidade parcial, por arrastamento, do art. 20 da Lei 13.964/2019, quanto 
à fixação do prazo de 30 dias para a instalação dos juízes das garantias; 
 
O STF considerou atribuir interpretação conforme aos incisos IV, VIII e IX do art. 3º-B do CPP, incluídos 
pela Lei nº 13.964/2019, para que todos os atos praticados pelo Ministério Público como condutor de 
investigação penal se submetam ao controle judicial (HC 89.837/DF, Rel. Min. Celso de Mello) e fixar o prazo 
de até 90 dias, contados da publicação da ata do julgamento, para os representantes do Ministério Público 
encaminharem, sob pena de nulidade, todos os PIC e outros procedimentos de investigação criminal, mesmo 
que tenham outra denominação, ao respectivo juiz natural, independentemente de o juiz das garantias já ter 
sido implementado na respectiva jurisdição; 
 
O STF considerou atribuir interpretação conforme ao inciso VI do art. 3º-B do CPP, incluído pela Lei nº 
13.964/2019, para prever que o exercício do contraditório será preferencialmente em audiência pública e 
oral; 
 
O STF considerou atribuir interpretação conforme ao inciso VII do art. 3º-B do CPP, incluído pela Lei nº 
13.964/2019, para estabelecer que o juiz pode deixar de realizar a audiência quando houver risco para 
o processo, ou diferi-la em caso de necessidade; 
 
 
 
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O STF considerou a inconstitucionalidade do inciso XIV do art. 3º-B do CPP, incluído pela Lei nº 
13.964/2019, e atribuir interpretação conforme para assentar que a competência do juiz das garantias 
cessa com o oferecimento da denúncia, vencido o Ministro Edson Fachin; 
 
O STF considerou atribuir interpretação conforme ao § 1º do art. 3º-B do CPP, incluído pela Lei nº 
13.964/2019, para estabelecer que o preso em flagrante ou por força de mandado de prisão provisória 
será encaminhado à presença do juiz das garantias, no prazo de 24 horas, salvo impossibilidade 
fática, momento em que se realizará a audiência com a presença do ministério público e da defensoria 
pública ou de advogado constituído, cabendo, excepcionalmente, o emprego de videoconferência, 
mediante decisão da autoridade judiciária competente, desde que este meio seja apto à verificação da 
integridade do preso e à garantia de todos os seus direitos; 
 
O STF considerou atribuir interpretação conforme ao § 2º do art. 3º-B do CPP, incluído pela Lei nº 
13.964/2019, para assentar que: 
 
a) o juiz pode decidir de forma fundamentada, reconhecendo a necessidade de novas prorrogações 
do inquérito, diante de elementos concretos e da complexidade da investigação; e 
 
b) a inobservância do prazo previsto em lei não implica a revogação automática da prisão preventiva, 
devendo o juízo competente ser instado a avaliar os motivos que a ensejaram, nos termos da ADI nº 
6.581; 
 
Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias abrange todas as infrações penais, exceto as de menor 
potencial ofensivo, e cessa com o recebimento da denúncia ou queixa na forma do art. 399 deste Código. 
 
§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões pendentes serão decididas pelo juiz da instrução e 
julgamento. 
 
§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias não vinculam o juiz da instrução e julgamento, que, após 
o recebimento (oferecimento) da denúncia ou queixa, deverá reexaminar a necessidade das medidas 
cautelares em curso, no prazo máximo de 10 (dez) dias. 
 
§ 3º Os autos que compõem as matérias de competência do juiz das garantias ficarão acautelados na secretaria 
desse juízo, à disposição do Ministério Público e da defesa, e não serão apensados aos autos do processo 
enviados ao juiz da instrução e julgamento, ressalvados os documentos relativos às provas irrepetíveis, medidas 
de obtenção de provas ou de antecipação de provas, que deverão ser remetidos para apensamento em apartado. 
 
§ 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos autos acautelados na secretaria do juízo das garantias. 
 
Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar qualquer ato incluído nas competências dos arts. 4º e 
5º deste Código ficará impedido de funcionar no processo. 
 
Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar apenas um juiz, os tribunais criarão um sistema de rodízio de 
magistrados, a fim de atender às disposições deste Capítulo. 
 
STF/ADI 6.298 
O STF considerou a inconstitucionalidade formal do parágrafo único do art. 3º-D do CPP, incluído pela Lei 
nº 13.964/2019; 
 
Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado conforme as normas de organização judiciária da União, dos 
Estados e do Distrito Federal, observando critérios objetivos a serem periodicamente divulgados pelo respectivo 
tribunal. 
 
STF/ADI 6.298 
O STF considerou a interpretação conforme ao art. 3º-E do CPP, incluído pela Lei nº 13.964/2019, para 
assentar que o juiz das garantias será investido, e não designado, conforme as normas de organização 
judiciária da União, dos Estados e do Distrito Federal, observando critérios objetivos a serem periodicamente 
divulgados pelo respectivo tribunal; 
 
 
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Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o cumprimento das regras para o tratamento dos presos, 
impedindo o acordo ou ajuste de qualquer autoridade com órgãos da imprensa para explorar a imagem da 
pessoa submetida à prisão, sob pena de responsabilidade civil, administrativa e penal. 
 
Parágrafo único. Por meio de regulamento, as autoridades deverão disciplinar, em 180 (cento e oitenta) dias, o 
modo pelo qual as informações sobre a realização da prisão e a identidade do preso serão, de modo padronizado 
e respeitada a programação normativa aludida no caput deste artigo, transmitidas à imprensa, assegurados a 
efetividade da persecução penal, o direito à informação e a dignidade da pessoa submetida à prisão. 
 
STF/ADI 6.298 
O STF considerou a interpretação conforme ao parágrafo único do art. 3º-F do CPP, incluído pela Lei nº 
13.964/2019, para assentar que a divulgação de informações sobre a realização da prisão e a identidade do 
preso pelas autoridades policiais, ministério público e magistratura deve assegurar a efetividade da 
persecução penal, o direito à informação e a dignidade da pessoa submetida à prisão; 
 
 
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Principais Súmulas e Jurisprudências 
 
STJ/REsp 1.046.429-SP 
O fato de a lei nova ter suprimido o recurso de protesto por novo júri não afasta o direito à recorribilidade 
subsistente pela lei anterior, quando o julgamento ocorreu antes da entrada em vigor da Lei n.º 
11.689/2008 que, em seu art. 4.º, revogou expressamente o Capítulo IV do Título II do Livro III, do Código de 
Processo Penal, extinguindo o protesto por novo júri. Incidência do princípio tempus regit actum. 
 
Art. 3º. 
 
STJ/REsp 1.420.960-MG 
É possível a aplicação analógica dos arts. 61 e 62 da Lei 11.343/2006 para admitir a utilização pelos órgãos 
públicos de aeronave apreendida no curso da persecução penal de crime não previsto na Lei de Drogas, 
sobretudo se presente o interesse público de evitar a deterioração do bem. Isso porque, em primeiro lugar, 
de acordo com o art. 3º do CPP, a lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação 
analógica, bem comoo suplemento dos princípios gerais de direito. 
 
Assim, é possível, sobretudo porque permitido pelo próprio CPP, o uso da analogia, que consiste em 
processo de integração por meio do qual se aplica a uma determinada situação para a qual inexiste 
hipótese normativa própria um preceito que regula hipótese semelhante. 
 
Ressalte-se, ainda, que, para o uso da analogia, não importam a natureza da situação concreta e a 
natureza do diploma de onde se deve extrair a norma reguladora. Em segundo lugar, porque a exigência 
contida no art. 61 da Lei 11.343/2006, referente à existência de interesse público ou social, encontra se 
cumprida no presente caso, qual seja, evitar a deterioração do bem apreendido. 
 
Por fim, em terceiro lugar, porque a preocupação em se prevenir que a demora nos processos judiciais 
venha a propiciar a degeneração do bem apreendido é atual, existindo, inclusive, no projeto do novo Código 
de Processo Penal (PL 8.045/2010), seção específica a tratar do tema, sob o título Da utilização dos bens 
por órgãos públicos, o que demonstra a efetiva ocorrência de lacuna no Código atualmente em vigor, bem 
como a clara intenção de supri-la. 
 
Art. 3º-A. 
 
STF/ADI 6.298 
O juiz, pontualmente, nos limites legalmente autorizados, pode determinar a realização de diligências 
suplementares, para o fim de dirimir dúvida sobre questão relevante para o julgamento do mérito. 
 
Art. 3º-B. 
 
Atenção! 
O disposto no art. 3º-B, § 1º, havia sido vetado sob a fundamentação de que “A propositura legislativa, ao 
suprimir a possibilidade da realização da audiência por videconferência, gera insegurança jurídica ao ser 
incongruente com outros dispositivos do mesmo código, a exemplo do art. 185 e 222 do Código de Processo 
Penal, os quais permitem a adoção do sistema de videoconferência em atos processuais de procedimentos e 
ações penais, além de dificultar a celeridade dos atos processuais e do regular funcionamento da justiça, em 
ofensa à garantia da razoável duração do processo, nos termos da jurisprudência do Superior Tribunal de 
Justiça (RHC 77580/RN, Quinta Turma, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, DJe de 10/02/2017). 
Ademais, o dispositivo pode acarretar em aumento de despesa, notadamente nos casos de juiz em vara 
única, com apenas um magistrado, seja pela necessidade de pagamento de diárias e passagens a outros 
magistrados para a realização de uma única audiência, seja pela necessidade premente de realização de 
concurso para a contratação de novos magistrados, violando as regras do art. 113 do ADCT, bem como dos 
arts. 16 e 17 LRF e ainda do art. 114 da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2019 (Lei nº 13.707, de 2018).” 
Com a rejeição do veto o preso em flagrante ou por força de mandado de prisão provisória será 
encaminhado à presença do juiz de garantias no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, sendo vedada a 
realização da audiência de custódia por videoconferência. 
 
 
 
 
 
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STF/ADI 6.298 
O STF considerou constitucional o caput do art. 3º-B do CPP, incluído pela Lei nº 13.964/2019, e por 
unanimidade fixou o prazo de 12 meses, a contar da publicação da ata do julgamento, para que sejam 
adotadas as medidas legislativas e administrativas necessárias à adequação das diferentes leis de 
organização judiciária, à efetiva implantação e ao efetivo funcionamento do juiz das garantias em 
todo o país, tudo conforme as diretrizes do Conselho Nacional de Justiça e sob a supervisão dele. Esse 
prazo poderá ser prorrogado uma única vez, por no máximo 12 meses, devendo a devida justificativa ser 
apresentada em procedimento realizado junto ao Conselho Nacional de Justiça, vencido, apenas quanto à 
inconstitucionalidade formal, o Relator, que entendia competir às leis de organização judiciária sua 
instituição; 
 
O STF considerou a inconstitucionalidade parcial, por arrastamento, do art. 20 da Lei 13.964/2019, quanto 
à fixação do prazo de 30 dias para a instalação dos juízes das garantias; 
 
O STF considerou atribuir interpretação conforme aos incisos IV, VIII e IX do art. 3º-B do CPP, incluídos 
pela Lei nº 13.964/2019, para que todos os atos praticados pelo Ministério Público como condutor de 
investigação penal se submetam ao controle judicial (HC 89.837/DF, Rel. Min. Celso de Mello) e fixar o prazo 
de até 90 dias, contados da publicação da ata do julgamento, para os representantes do Ministério Público 
encaminharem, sob pena de nulidade, todos os PIC e outros procedimentos de investigação criminal, mesmo 
que tenham outra denominação, ao respectivo juiz natural, independentemente de o juiz das garantias já ter 
sido implementado na respectiva jurisdição; 
 
O STF considerou atribuir interpretação conforme ao inciso VI do art. 3º-B do CPP, incluído pela Lei nº 
13.964/2019, para prever que o exercício do contraditório será preferencialmente em audiência pública e 
oral; 
 
O STF considerou atribuir interpretação conforme ao inciso VII do art. 3º-B do CPP, incluído pela Lei nº 
13.964/2019, para estabelecer que o juiz pode deixar de realizar a audiência quando houver risco para 
o processo, ou diferi-la em caso de necessidade; 
 
O STF considerou a inconstitucionalidade do inciso XIV do art. 3º-B do CPP, incluído pela Lei nº 
13.964/2019, e atribuir interpretação conforme para assentar que a competência do juiz das garantias 
cessa com o oferecimento da denúncia, vencido o Ministro Edson Fachin; 
 
O STF considerou atribuir interpretação conforme ao § 1º do art. 3º-B do CPP, incluído pela Lei nº 
13.964/2019, para estabelecer que o preso em flagrante ou por força de mandado de prisão provisória 
será encaminhado à presença do juiz das garantias, no prazo de 24 horas, salvo impossibilidade 
fática, momento em que se realizará a audiência com a presença do ministério público e da defensoria 
pública ou de advogado constituído, cabendo, excepcionalmente, o emprego de videoconferência, 
mediante decisão da autoridade judiciária competente, desde que este meio seja apto à verificação da 
integridade do preso e à garantia de todos os seus direitos; 
 
O STF considerou atribuir interpretação conforme ao § 2º do art. 3º-B do CPP, incluído pela Lei nº 
13.964/2019, para assentar que: 
 
a) o juiz pode decidir de forma fundamentada, reconhecendo a necessidade de novas prorrogações 
do inquérito, diante de elementos concretos e da complexidade da investigação; e 
 
b) a inobservância do prazo previsto em lei não implica a revogação automática da prisão preventiva, 
devendo o juízo competente ser instado a avaliar os motivos que a ensejaram, nos termos da ADI nº 
6.581; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Art. 3º-C. 
 
STF/ADI 6.298 
O STF considerou, por unanimidade, atribuir interpretação conforme à primeira parte do caput do art. 3º-C 
do CPP, incluído pela Lei nº 13.964/2019, para esclarecer que as normas relativas ao juiz das garantias não 
se aplicam às seguintes situações: 
 
a) processos de competência originária dos tribunais, os quais são regidos pela Lei nº 8.038/1990; 
 
b) processos de competência do tribunal do júri; 
 
c) casos de violência doméstica e familiar; e 
 
d) infrações penais de menor potencial ofensivo; 
 
O STF considerou, por maioria, declarar a inconstitucionalidade da expressão “recebimento da 
denúncia ou queixa na forma do art. 399 deste Código” contida na segunda parte do caput do art. 3º-C 
do CPP, incluído pela Lei nº 13.964/2019, e atribuir interpretação conforme para assentar que a 
competência do juiz das garantias cessa com o oferecimento da denúncia, vencido o Ministro Edson 
Fachin; 
 
O STF considerou, por maioria, declarar a inconstitucionalidade do termo “Recebida” contido no § 1º do 
art. 3º-C do CPP, incluídopela Lei nº 13.964/2019, e atribuir interpretação conforme ao dispositivo para 
assentar que, oferecida a denúncia ou queixa, as questões pendentes serão decididas pelo juiz da 
instrução e julgamento, vencido o Ministro Edson Fachin; 
 
O STF considerou, por maioria, declarar a inconstitucionalidade do termo “recebimento” contido no § 2º 
do art. 3º-C do CPP, incluído pela Lei nº 13.964/2019, e atribuir interpretação conforme ao dispositivo para 
assentar que, após o oferecimento da denúncia ou queixa, o juiz da instrução e julgamento deverá 
reexaminar a necessidade das medidas cautelares em curso, no prazo máximo de 10 dias, vencido o 
Ministro Edson Fachin; 
 
O STF considerou, por unanimidade, declarar a inconstitucionalidade, com redução de texto, dos §§ 3º e 
4º do art. 3º-C do CPP, incluídos pela Lei nº 13.964/2019, e atribuir interpretação conforme para entender 
que os autos que compõem as matérias de competência do juiz das garantias serão remetidos ao juiz 
da instrução e julgamento; 
 
Art. 3º-D. 
 
STF/ADI 6.298 
O STF considerou a inconstitucionalidade formal do parágrafo único do art. 3º-D do CPP, incluído pela Lei 
nº 13.964/2019; 
 
Art. 3º-E. 
 
STF/ADI 6.298 
O STF considerou a interpretação conforme ao art. 3º-E do CPP, incluído pela Lei nº 13.964/2019, para 
assentar que o juiz das garantias será investido, e não designado, conforme as normas de organização 
judiciária da União, dos Estados e do Distrito Federal, observando critérios objetivos a serem periodicamente 
divulgados pelo respectivo tribunal; 
 
Art. 3º-F. 
 
STF/ADI 6.298 
O STF considerou a interpretação conforme ao parágrafo único do art. 3º-F do CPP, incluído pela Lei nº 
13.964/2019, para assentar que a divulgação de informações sobre a realização da prisão e a identidade do 
preso pelas autoridades policiais, ministério público e magistratura deve assegurar a efetividade da 
persecução penal, o direito à informação e a dignidade da pessoa submetida à prisão; 
 
 
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TÍTULO II - DO INQUÉRITO POLICIAL 
 
Inquérito Policial 
Conceito e Características 
➢ Conjunto de diligências realizadas pela Polícia Judiciária (Polícia Civil e Polícia Federal) para apurar 
uma infração penal e sua autoria, com a finalidade do titular da ação ingressar em juízo. 
 
➢ É um procedimento administrativo, trabalhado por órgãos oficiais do estado, e não judicial, sendo 
iniciado por autoridade policial e considerado um pré-processo, mas não uma fase do processo. 
Assim, caso exista alguma irregularidade na investigação, não ocasiona a invalidade do processo; 
 
➢ Só pode ser arquivado pelo Judiciário, quando requerido pelo titular da ação penal; 
 
➢ Deve ser formal, ou seja, as produções dos seus atos devem ser registradas por escrito ou reduzidas 
a termo, caso sejam orais; 
 
➢ Não é obrigatório uma vez que o titular da ação penal pode ter todos os elementos para o oferecimento 
da ação. 
 
➢ É considerado sigiloso para as pessoas em geral, porém para os agentes e pacientes da 
investigação, este, em regra, não é, ocorrendo exceções em determinadas peças do inquérito 
quando for necessário para o seu sucesso; 
 
➢ Não existe o direito ao contraditório e a ampla defesa no inquérito policial, uma vez que ocorre 
apenas a investigação para descobrir se houve crime por meio do papel inquisitivo da autoridade 
policial, que é um papel de natureza pré-processual; (Procedimento Inqusitorial) 
 
➢ É conduzido pela autoridade policial de maneira livre e espontânea, podendo assim escolher a 
melhor maneira de conduzir a investigação; (Procedimento Discricionário) 
 
➢ Poderá ser instaurado de ofício por autoridade policial quando se tratar de ação pública 
incondicionada, não precisando ocorrer à provocação. 
 
➢ Função da Polícia Judiciária: Apurar fatos criminosos e reunir provas para provar o crime e quem o 
praticou; 
 
➢ A Polícia Militar é uma polícia administrativa, sem função de apurar os fatos, ou seja, investigar, 
tendo o papel de prevenir os crimes, através do caráter ostensivo. 
 
➢ O Inquérito Policial é uma Peça Escrita, conforme o CPP Art. 9. 
 
CPP/41. Art. 9º Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, 
neste caso, rubricadas pela autoridade. 
 
➢ O Inquérito Policial é uma Peça Dispensável, conforme o CPP Art. 39. §5º. 
 
CPP/41. Art.39. § 5º. O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem oferecidos 
elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias. 
 
➢ O inquérito Policial é um Procedimento indisponível, conforme o CPP Art. 17. 
 
CPP/41. Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito. 
 
➢ É possível o trancamento do inquérito policial por meio do Habeas Corpus, mas não o arquivamento. 
 
➢ O inquérito policial não está sujeito à nulidade. 
 
 
 
 
 
 
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18 
 
Características do IP 
* Sigiloso; 
* Escrito; 
* Inquisitorial; 
* Discricionário; 
* Oficioso; 
* Indisponibilidade; 
* Dispensável; 
* Oficialidade. 
Mnemônico: SEI DOIDO 
 
Art. 4º. A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas 
circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria. 
 
Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a quem 
por lei seja cometida a mesma função. 
 
Art. 5º. Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: (Ação Penal Pública Incondicionada) 
I – de ofício; 
 
II – mediante requisição (delegado é obrigado) da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a 
requerimento (delegado não é obrigado) do ofendido ou de quem tiver qualidade para 18omunica18a-lo. 
 
§ 1º O requerimento a que se refere o n° II conterá sempre que possível: 
 
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias; 
 
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção 
de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer; 
 
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência. 
 
§ 2º Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia. 
 
§ 3º Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação 
pública poderá, verbalmente ou por escrito, 18omunica-la à autoridade policial, e esta, verificada a 
procedência das informações, mandará instaurar inquérito. (Delatio Criminis x Notitia Criminis) 
 
§ 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser 
iniciado. (Ação Penal Pública Condicionada) 
 
§ 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de 
quem tenha qualidade para intentá-la. (Ação Penal Privada) 
 
Delatio Criminis e Notitia Criminis 
Delatio Criminis 
➢ A “Delatio Criminis” ocorre no caso de a autoridade policial conhecer uma infração penal a partir da 
delação formalizada por qualquer pessoa. 
 
➢ A doutrina divide a “delatio criminis” em três: 
✓ Delatio Criminis Simples: Quando a autoridade policial é informada por qualquer pessoa; 
 
✓ Delatio Criminis Postulatória: É a instauração do inquérito policial pelo próprio ofendido, 
quando se tratar de crimes de ação penal pública condicionada ou privada; 
 
✓ Delatio Criminis Inqualificada: 
 
• É a comunicação de um possível crime por qualquer pessoa do povo, porém sem 
identificação da pessoa, ou seja, é a denúncia anônima. 
 
• OBS: Na delatio criminis inqualificada ou denúncia anônima,devido à proibição de 
manifestações apócrifas ou anônimas, a autoridade policial deve, antes da instauração do 
inquérito, analisar os fatos apresentados, feito isso, o STF e o STJ, admitem a denúncia 
anônima para apurar a veracidade das informações nela veiculadas; 
 
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• OBS: Vale destacar que de forma excepcional, a denúncia anônima, quando se apresentar 
como o próprio corpo de delito, pode acarretar instauração de inquérito policial; 
 
Notitia Criminis 
➢ A “Notitia criminis” ocorre no caso de a autoridade policial conhecer uma infração penal 
independentemente do meio que recebeu a notícia. 
 
➢ A “Notitia criminis” é dividida em três pela doutrina: 
 
✓ Notitia Criminis de cognição Mediata: É o conhecimento de um fato criminoso por autoridade 
policial de maneira formal. 
 
✓ Notitia Criminis de cognição Imediata: É o conhecimento de um fato criminoso por autoridade 
policial através das atividades do dia a dia. 
 
✓ Notitia Criminis de cognição Coercitiva: É o conhecimento de um fato criminoso por autoridade 
policial através da prisão em flagrante do suspeito. 
 
Ação Penal 
Ação Penal Pública Incondicional 
➢ O inquérito pode se iniciar: 
✓ De ofício: 
 
• O inquérito policial poderá ocorrer de ofício por autoridade policial, após esta tomar 
conhecimento da prática de um crime, através de uma “notitia criminis” ou “delatio 
criminis”, em que a ação penal é pública incondicionada, sendo o inquérito instaurado por 
portaria. 
 
• OBS: A auto prisão em flagrante é considerada por parte da doutrina como um exemplo de 
instauração de ofício do inquérito policial. 
 
✓ Por requisição do Juiz ou MP: 
 
• O inquérito policial poderá ser iniciado também por requisição do MP ou autoridade 
judiciária, devendo a autoridade policial cumprir obrigatoriamente a requisição, salvo quando: 
- Manifestamente ilegal; 
 
- Não existir elementos mínimos para a instauração do Inquérito Policial; 
 
✓ Por requerimento da vítima ou de seu representante legal: O inquérito policial não é 
obrigatoriamente iniciado pela autoridade policial, no caso de requerimento do ofendido ou de 
quem tiver qualidade para representá-lo, quando não houver indícios de infração penal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Ação Penal Pública Condicionada 
➢ Ação ajuizada pelo MP, porém este fica dependente da vítima, uma vez que esta deve querer 
denunciar o autor do crime. 
 
➢ O inquérito policial pode se iniciar: 
 
✓ Por Representação do Ofendido ou seu Representante; 
• Ocorre quando o Estado é autorizado de maneira formal pelo ofendido a continuar persecução 
penal e responsabilizar o autor do fato, se for necessário; (Delatio Criminis Postulatória). 
 
• Não exige formalidades, podendo ser dirigido a membro do MP, Juiz ou Autoridade Policial; 
 
• Será extinta no prazo de 06 meses, a contar da data da autoria do fato, o direito de 
representação, caso não seja exercido pela vítima. 
 
• Sendo a vítima menor de idade, esta deve ser representada pelo seu representante legal, caso 
não seja, o prazo decadencial só se inicia quando atingir a maioridade (18 Anos); 
 
• Será nomeado curador especial para representar a vítima, no caso do autor do fato (o possível 
criminoso) ser o representante legal da desta; 
 
✓ Por Requisição de Autoridade Judiciária ou do MP: Neste caso a requisição feita por juiz ou 
membro do MP dependerá da existência de representação da vítima. 
 
✓ Por Auto de Prisão em Flagrante: Neste caso a instauração de inquérito dependerá da 
representação do ofendido, caso contrário, o preso deverá ser solto depois de um prazo de 24 
horas, porém o ofendido possui o direito de representar posteriormente dentro de 06 meses. 
 
✓ Por Requisição do Ministro da Justiça; 
 
• Tal requisição ocorre quando se tratar de crimes: 
* Cometidos por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil; 
 
* Crimes contra a honra cometidos contra o Presidente da República ou contra chefe de 
governo estrangeiro, dentre outros; 
 
• A requisição é dirigida ao membro do MP e não à autoridade policial, não sendo aquele 
obrigado sempre a promover. 
 
• A requisição não está sujeita a prazo decadencial, podendo ser feita enquanto não prescrever o 
crime; 
 
Ação Penal Privada 
➢ Nesse tipo de ação, existe sempre a necessidade de requerimento da vítima para a instauração de 
inquérito policial; 
 
➢ O inquérito policial pode se iniciar: 
 
✓ Por Requerimento da Vítima ou seu Representante: 
• No caso de falecimento ou ausência da vítima, o prosseguimento da ação poderá se dar por 
cônjuge, ascendente, descendente ou irmão; 
 
• Está sujeito ao prazo decadencial de 06 meses; 
 
CPP/41, Art.5º, § 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a 
requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la. 
 
✓ Por Requisição do Juiz ou do MP: Neste caso a requisição feita por juiz ou membro do MP 
dependerá da existência de representação da vítima. 
 
 
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✓ Por Auto de Prisão em Flagrante: 
 
• Neste caso a instauração de inquérito dependerá da representação do ofendido, caso 
contrário, o preso deverá ser solto depois de um prazo de 24 horas, porém o ofendido possui o 
direito de representar posteriormente dentro de 06 meses. 
 
• OBS: Em se tratando de foro por prerrogativa de função, a autoridade policial dependerá de 
autorização do Tribunal (STF, regra) para instaurar o inquérito policial. 
 
Diligências (Coleta de provas) Investigatórias 
Instaurado o inquérito, a autoridade policial adotara algumas diligências especificadas no Art. 6º e 7º do 
CPP. 
 
Art. 6º. Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: 
 
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a 
chegada dos peritos criminais; 
 
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; 
 
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias; 
 
IV - ouvir o ofendido; 
 
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, 
devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura; 
 
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações; 
 
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias; 
 
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos 
sua folha de antecedentes; 
 
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição 
econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros 
elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter. 
 
X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o 
nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. 
 
Art. 7º. Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial 
poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem 
pública. 
 
Art. 8º. Havendo prisão em flagrante, será observado o disposto no Capítulo II do Título IX deste Livro. 
 
Art. 9º. Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado,reduzidas a escrito ou datilografadas e, 
neste caso, rubricadas pela autoridade. 
 
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou 
estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem 
de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Prorrogação do Inquérito Policial 
Lei 13.964/2019 
CPP/41. Art. 3º-B. § 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante 
representação da autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do 
inquérito por até 15 dias, após o que, se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será 
imediatamente relaxada. 
 
Indiciado Preso: 10 + 15 dias. 
 
§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente. 
 
Atenção! 
O relatório não é considerado uma peça obrigatória. A ausência desse relatório e de indiciamento formal 
do investigado não resulta em prejuízos para persecução penal, não podendo o juiz ou órgão do Ministério 
Público determinar o retorno da investigação à autoridade para concretizá-los. 
 
§ 2º. No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar 
onde possam ser encontradas. 
 
§ 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a 
devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz. 
 
Finalização do Inquérito Policial - Prazos 
CPP 
10 dias, se o indiciado estiver preso em flagrante, prorrogável por mais 15 dias; 
 
30 dias, se o indiciado estiver solto mediante fiança ou sem ela. 
Justiça Federal 
15 dias, se o indiciado estiver preso em flagrante, prorrogável por mais 15 dias; 
 
30 dias, se o indiciado estiver solto; 
Lei de Drogas 
30 dias, se o indiciado estiver preso em flagrante, prorrogável por mais 30 dias; 
 
90 dias, se o indiciado estiver solto, prorrogável por mais 90 dias; 
Economia 
Popular 
10 dias, se o indiciado estiver preso; 
 
10 dias, se o indiciado estiver solto; 
Crimes 
Militares 
20 dias, se o indiciado estiver preso; 
 
40 dias, se o indiciado estiver solto, prorrogável por mais 20 dias; 
 
Atenção! 
Se o indiciado estiver preso, o prazo não pode ser prorrogado, sob pena de constrangimento ilegal à 
liberdade; 
 
Conforme o STJ, caso o indiciado esteja solto, a violação do limite do prazo não trará nenhum prejuízo 
para este, uma vez que se trata de prazo impróprio. 
 
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, acompanharão os autos do 
inquérito. 
 
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra. 
 
Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial: 
 
 I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos; 
 
II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público; 
 
 
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III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias; 
 
IV - representar acerca da prisão preventiva. 
 
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148 (Sequestro e Cárcere Privado), 149 (Redução a Condição 
Análoga à de Escravo) e 149-A (Tráfico de Pessoas), no § 3º do art. 158 (Extorsão com Restrição da 
Liberdade da Vítima) e no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848 (Extorsão Mediante Sequestro), de 7 de dezembro 
de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069 (Envio de Criança ou Adolescente ao Exterior), o 
membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder público 
ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou de suspeitos. 
 
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conterá: 
 
I - o nome da autoridade requisitante; 
 
II - o número do inquérito policial; e 
 
III - a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela investigação. 
 
Requisição de Dados e Informações Cadastrais 
O membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder 
público ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou de suspeitos, 
nos crimes de: 
✓ Sequestro e Cárcere Privado; 
 
✓ Redução a Condição Análoga à de Escravo; 
 
✓ Tráfico de Pessoas; 
 
✓ Extorsão com Restrição da Liberdade da Vítima; 
 
✓ Extorsão Mediante Sequestro; 
 
✓ Envio de Criança ou Adolescente ao Exterior. 
 
Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro 
do Ministério Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, mediante autorização judicial, às 
empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os 
meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos 
suspeitos do delito em curso. 
 
§ 1º. Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da estação de cobertura, setorização e 
intensidade de radiofrequência. 
 
§ 2º. Na hipótese de que trata o caput, o sinal: 
 
I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natureza, que dependerá de autorização 
judicial, conforme disposto em lei; 
 
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período não superior a 30 (trinta) dias, 
renovável por uma única vez, por igual período; 
 
III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será necessária a apresentação de ordem 
judicial. 
 
§ 3º. Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá ser instaurado no prazo máximo de 72 
(setenta e duas) horas, contado do registro da respectiva ocorrência policial. 
 
§ 4º. Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze) horas, a autoridade competente requisitará 
às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os 
 
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meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos 
suspeitos do delito em curso, com imediata comunicação ao juiz. 
 
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será 
realizada, ou não, a juízo da autoridade. 
 
Requerimento de Diligências pelo Ofendido e Indiciado 
➢ A Autoridade Policial, em regra, não é obrigada a realizar a diligência, porém, se tratando de exame 
de corpo delito, a diligência é obrigatória; 
 
CPP/41, Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou 
indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. 
 
Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições dispostas no art. 144 da Constituição Federal 
figurarem como investigados em inquéritos policiais, inquéritos policiais militares e demais procedimentos 
extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos relacionados ao uso da força letal praticados no 
exercício profissional, de forma consumada ou tentada, incluindo as situações dispostas no art. 23 do 
Código Penal (Situações de Exclusão de Ilicitude), o indiciado poderá constituir defensor. 
 
Servidores do Art. 144 da CF 
PFs; PRFs; PFFs; PCs;PMs e CBMs; Policiais Penais Federais/Estaduais e Distritais. 
 
§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado deverá ser citado da instauração do 
procedimento investigatório, podendo constituir defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas a contar 
do recebimento da citação. 
 
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com ausência de nomeação de defensor pelo 
investigado, a autoridade responsável pela investigação deverá intimar a instituição a que estava vinculado o 
investigado à época da ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, indique 
defensor para a representação do investigado. 
§ 6º As disposições constantes deste artigo se aplicam aos servidores militares vinculados às instituições 
dispostas no art. 142 da Constituição Federal, desde que os fatos investigados digam respeito a missões 
para a Garantia da Lei e da Ordem. 
 
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade policial. 
 
Curador para Menor 
➢ É considerada menor de idade a pessoa menor de 18 anos. 
 
CC/02, Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os 
atos da vida civil. 
 
Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, senão para 
novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia. 
 
Arquivamento do Inquérito Policial 
Na Ação Penal Pública 
➢ Quando não for caso de apresentar denúncia por não ter sido considerado 
um fato criminoso, o MP requererá o arquivamento do inquérito policial. 
 
➢ Se o Juiz discordar, remeterá ao Procurador-Geral de Justiça os autos do 
inquérito policial que decidirá se irá continuar ou não arquivado. Com isso, o 
Juiz deverá obedecer à decisão do PGJ. 
 
➢ OBS: O Juiz não pode mandar arquivar o Inquérito Policial nos crimes de 
ação pública sem a manifestação do MP solicitando o arquivamento. 
Ação Penal Privada 
CPP/41, Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do 
inquérito serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do 
ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, 
se o pedir, mediante traslado. 
 
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Implícito 
➢ Não tem previsão legal, ocorre quando o MP se omite a certos fatos ou 
indiciados. 
 
➢ O STF vem afirmando que no sistema processual penal brasileiro não prevê 
tal arquivamento. Info 605 – STF. 
Indireto 
➢ É quando o MP entende que o Juiz é incompetente no processo e não 
oferece a denúncia. Sendo que o juiz se considera competente e recebe o 
pedido de declínio de competência como uma espécie de pedido indireto 
de arquivamento. 
 
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito. 
 
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a 
denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. 
 
STF/Súmula 524 
Arquivado o Inquérito Policial, por despacho do Juiz, a requerimento do Promotor de Justiça, não pode 
a ação penal ser iniciada, sem novas provas. 
 
Possibilidades de Desarquivamento 
É Possível Não é Possível 
No caso de novas provas. Em se tratando de atipicidade. 
Na Existência de pressuposto processual ou de 
condição da ação penal. 
Na existência de excludente de ilicitude. 
STF/HC 125101/SP: Já aceitou. 
STJ/REsp 791471/RJ: Não. 
Na Existência de justa causa para ação penal. Na existência de excludente de culpabilidade. 
X 
Na existência de extinção de punibilidade, exceto 
no caso de certidão de óbito falsa (STF/84.525). 
 
Arquivamento do Inquérito 
Coisa Julgada Formal Coisa Julgada Material 
É possível ocorrer o desarquivamento Não é possível ocorrer o desarquivamento. 
Exemplo Exemplo 
Falta de pressuposto processual ou condição de 
ação 
Negativa de Autoria 
Ausência de Justa Causa Atipicidade do Fato 
Causa de Excludente de Ilicitude - STF Excludente de Culpabilidade 
X 
Extinção de Punibilidade, exceto certidão de óbito 
falsa. 
 
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão remetidos ao juízo 
competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao 
requerente, se o pedir, mediante traslado. 
 
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse 
da sociedade. 
 
Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, a autoridade policial não poderá 
mencionar quaisquer anotações referentes a instauração de inquérito contra os requerentes. 
 
 
 
 
 
 
 
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Contato do Preso 
➢ A CF/88 não recepcionou o Art. 21 CPP/41, que trata da incomunicabilidade do preso, uma vez que 
aquela estabelece que seja assegurada ao preso a assistência da família e de advogado e também 
veda a incomunicabilidade do preso até no Estado de Defesa. 
 
CF/88, Art. 5º, LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe 
assegurada a assistência da família e de advogado; 
 
CF/88, Art. 136º, § 3º Na vigência do estado de defesa: 
 
IV - é vedada a incomunicabilidade do preso. 
 
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida 
quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir. 
 
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada por despacho 
fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em 
qualquer hipótese, o disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei n. 4.215, 
de 27 de abril de 1963) 
 
Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma circunscrição policial, a autoridade 
com exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a que esteja procedendo, ordenar diligências em circunscrição 
de outra, independentemente de precatórias ou requisições, e bem assim providenciará, até que compareça a 
autoridade competente, sobre qualquer fato que ocorra em sua presença, noutra circunscrição. 
 
Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente, a autoridade policial oficiará ao Instituto de 
Identificação e Estatística, ou repartição congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido distribuídos, e os 
dados relativos à infração penal e à pessoa do indiciado. 
 
 
 
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Principais Súmulas e Jurisprudências 
 
TÍTULO II - DO INQUÉRITO POLICIAL 
 
STF/ Inq. 2411 QO/MT 
“A Polícia Federal não está autorizada a abrir de ofício inquérito policial para apurar a conduta de 
parlamentares federais ou do próprio Presidente da República (no caso do STF). No exercício de 
competência penal originária do STF (CF, art. 102, I, “b” c/c Lei nº 8.038/1990, art. 2º e RI/STF, arts. 230 a 
234), a atividade de supervisão judicial deve ser constitucionalmente desempenhada durante toda a 
tramitação das investigações desde a abertura dos procedimentos investigatórios até o eventual 
oferecimento, ou não, de denúncia pelo dominus litis.” 
 
I Jornada de Direito Processual Penal – Enunciado 24 
Nos crimes submetidos à jurisdição brasileira, os provedores de conexão e de aplicações de internet que 
prestam serviços no Brasil devem fornecer o conteúdo de comunicações armazenadas em seu poder, não 
lhes sendo lícito, sob pena de sanções processuais, invocar legislação estrangeira paraeximir-se do 
dever de cumprir a decisão judicial. 
 
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a 
denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. 
 
STF/Súmula 524 
Arquivado o Inquérito Policial, por despacho do Juiz, a requerimento do Promotor de Justiça, não pode 
a ação penal ser iniciada, sem novas provas. 
 
STF/Súmula Vinculante 14 
É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já 
documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia 
judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. 
 
STF/Súmula 524 
Arquivado o Inquérito Policial, por despacho do Juiz, a requerimento do Promotor de Justiça, não pode a 
ação penal ser iniciada, sem novas provas. 
 
STF/ Inq. 2411 QO/MT 
“A Polícia Federal não está autorizada a abrir de ofício inquérito policial para apurar a conduta de 
parlamentares federais ou do próprio Presidente da República (no caso do STF). No exercício de 
competência penal originária do STF (CF, art. 102, I, “b” c/c Lei nº 8.038/1990, art. 2º e RI/STF, arts. 230 a 
234), a atividade de supervisão judicial deve ser constitucionalmente desempenhada durante toda a 
tramitação das investigações desde a abertura dos procedimentos investigatórios até o eventual 
oferecimento, ou não, de denúncia pelo dominus litis.” 
 
STF/HC 100.042 
As autoridades públicas não podem iniciar qualquer medida de persecução (penal ou disciplinar), 
apoiando-se, unicamente, para tal fim, em peças apócrifas ou em escritos anônimos. É por essa razão 
que o escrito anônimo não autoriza, desde que isoladamente considerado, a imediata instauração de 
´persecutio criminis`. 
 
Peças apócrifas não podem ser formalmente incorporadas a procedimentos instaurados pelo Estado, salvo 
quando forem produzidas pelo acusado ou, ainda, quando constituírem, elas próprias, o corpo de delito 
(como sucede com bilhetes de resgate no crime de extorsão mediante sequestro, ou como ocorre com cartas 
que evidenciem a prática de crimes contra a honra, ou que corporifiquem o delito de ameaça ou que 
materializem o ´crimen falsi` (crimes de falsidades). 
 
 
 
 
 
 
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28 
 
STJ/REsp 1.119.598 PR 
O inquérito civil, como peça informativa, tem por fim embasar a propositura da ação, que independe da 
prévia instauração do procedimento administrativo. Eventual irregularidade praticada na fase pré-
processual não é capaz de inquinar de nulidade a ação civil pública, assim como ocorre na esfera 
penal, se observadas as garantias do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório. 
 
STJ/HC 179.951/SP 
I. Este Superior Tribunal de Justiça, em reiterados julgados, vem afirmando seu posicionamento no 
sentido de que caracteriza constrangimento ilegal o formal indiciamento do paciente que já teve contra 
si oferecida denúncia e até mesmo já foi recebida pelo Juízo a quo. 
 
II. Uma vez oferecida a exordial acusatória, encontra-se encerrada a fase investigatória e o indiciamento 
do réu, neste momento, configura-se coação desnecessária e ilegal. 
 
III. Ordem concedida, nos termos do voto do Relator. 
 
STJ/HC n. 304.274/RJ 
Esta Corte Superior de Justiça firmou o entendimento de que, salvo quando o investigado se encontrar 
preso cautelarmente, a inobservância dos lapsos temporais estabelecidos para a conclusão de 
inquéritos policiais ou investigações deflagradas no âmbito do Ministério Público não possui repercussão 
prática, já que se cuidam de prazos impróprios " (STJ, HC n. 304.274/RJ, Des. Jorge Mussi, j. em 
4/11/2014). PEDIDO DE ORDEM DENEGADO. 
 
STJ/RHC 6.511/SP 
“PROCESSUAL PENAL. "HABEAS-CORPUS". REQUISIÇÃO JUDICIAL DIRIGIDA A AUTORIDADE 
POLICIAL. NÃO ATENDIMENTO. FALTA FUNCIONAL. ATIPICIDADE PENAL. 
 
- Embora não esteja a autoridade policial sob subordinação funcional ao juiz ou ao membro do 
Ministério Publico, tem ela o dever funcional de realizar as diligências requisitadas por estas autoridades, 
nos termos do art. 13, II, do CPP. 
 
- A recusa no cumprimento das diligências requisitadas não consubstancia, sequer em tese, o crime de 
desobediência, repercutindo apenas no âmbito administrativo-disciplinar.- Recurso ordinário provido”. 
 
STJ/RHC 34.233/SP 
1 - A interposição de recurso em sentido estrito no lugar de recurso ordinário, contra acórdão que denega 
habeas corpus, em única instância, em Tribunal de Justiça, configura erro grosseiro, apto a impedir a 
aplicação da fungibilidade, ainda mais se, como na espécie, a súplica somente foi protocolada mais de trinta 
depois da publicação do julgado atacado, inviabilizando qualquer tipo de recurso. 
2 - Hipótese expressa na Constituição Federal acerca do cabimento do recurso ordinário e ausência de 
previsão, no Código de Processo Penal, em uma das hipóteses taxativas referentes ao recurso em sentido 
estrito. 
3 - Não vigora o princípio da indivisibilidade na ação penal pública. O Parquet é livre para formar sua 
convicção incluindo na increpação as pessoas que entenda terem praticados ilícitos penais, ou seja, 
mediante a constatação de indícios de autoria e materialidade, não se podendo falar em arquivamento 
implícito em relação a quem não foi denunciado. 
 
 
 
 
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TÍTULO III - DA AÇÃO PENAL 
 
Ação Penal 
É o direito do Estado-acusação ou da vítima de ingressar em juízo, solicitando a prestação jurisdicional, 
representada pela aplicação das normas de direito penal ao caso concreto.¹ 
Condições da Ação Penal 
As condições para ser imposta uma ação penal se dividem em três requisitos: 
✓ Possibilidade Jurídica do pedido; 
✓ Interesse de agir; 
✓ Legitimidade Ad Causam Ativa e Passiva. 
Fonte¹: Guilherme de Souza Nucci, Código de Processo Penal Comentado, Ed. RT, 9. Ed. p. 126. 
 
Ação Penal 
Pública Privada 
Incondicionada Exclusiva 
Condicionada Personalíssima 
X Subsidiária da Pública 
 
Queixa-Crime X Denúncia 
Ação Penal Privada 
✓ Ocorre mediante Queixa-Crime; 
✓ Feita exclusivamente ao Juiz; 
✓ Precisa de advogado. 
Ação Penal Pública 
✓ Ocorre mediante Denúncia; 
✓ Representação, sem precisar de advogado; 
✓ Pode ser feita ao Delegado ou MP. 
 
Queixa-Crime 
Meio utilizado nos crimes de ação penal privada por quem foi ofendido ou por quem o represente, expondo 
o fato criminoso e suas circunstâncias. 
 
Ação Penal 
Ação Penal Pública Incondicional 
➢ O inquérito pode se iniciar: 
✓ De ofício: 
 
• O inquérito policial poderá ocorrer de ofício por autoridade policial, após esta tomar 
conhecimento da prática de um crime, através de uma “notitia criminis” ou “delatio 
criminis”, em que a ação penal é pública incondicionada, sendo o inquérito instaurado por 
portaria. 
 
• OBS: A auto prisão em flagrante é considerada por parte da doutrina como um exemplo de 
instauração de ofício do inquérito policial. 
 
✓ Por requisição do Juiz ou MP: 
 
• O inquérito policial poderá ser iniciado também por requisição do MP ou autoridade 
judiciária, devendo a autoridade policial cumprir obrigatoriamente a requisição, salvo quando: 
- Manifestamente ilegal; 
 
- Não existir elementos mínimos para a instauração do Inquérito Policial; 
 
✓ Por requerimento da vítima ou de seu representante legal: O inquérito policial não é 
obrigatoriamente iniciado pela autoridade policial, no caso de requerimento do ofendido ou de 
quem tiver qualidade para representá-lo, quando não houver indícios de infração penal. 
 
 
 
 
 
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Ação Penal Pública Condicionada 
➢ Ação ajuizada pelo MP, porém este fica dependente da vítima, uma vez que esta deve querer 
denunciar o autor do crime. 
 
➢ O inquérito policial pode se iniciar: 
 
✓ Por Representação do Ofendido ou seu Representante; 
• Ocorre quando o Estado é autorizado de maneira formal pelo ofendido a continuar persecução 
penal e responsabilizar o autor do fato, se for necessário; (Delatio Criminis Postulatória). 
 
• Não exige formalidades, podendo ser dirigido a membro do MP, Juiz ou Autoridade Policial; 
 
• Será extinta no prazo de 06 meses, a contar da data da autoria do fato, o direito de 
representação, caso não seja exercido pela vítima. 
 
• Sendo a vítima menor de idade, esta deve ser representada pelo seu representante legal, caso 
não seja, o prazo decadencial só se inicia quando atingir a maioridade (18 Anos); 
 
• Será nomeado curador especial para representar a vítima, no caso do autor do fato (o possível 
criminoso) ser o representante legal da desta; 
 
✓ Por Requisição de Autoridade Judiciária ou do MP: Neste caso a requisição feita por juiz ou 
membro do MP dependerá da existência de representação da vítima. 
 
✓ Por Auto de Prisão em Flagrante: Neste caso a instauração de inquérito dependerá da 
representação do ofendido, caso contrário, o preso deverá ser solto depois de um prazo de 24 
horas, porém o ofendido possui o direito de representar posteriormente dentro de 06 meses. 
 
✓ Por Requisição do Ministro da Justiça; 
 
• Tal requisição ocorre quando se tratar de crimes: 
* Cometidos por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil; 
 
* Crimes contra a honra cometidos contra o Presidente da República ou contra chefe de 
governo estrangeiro, dentre outros; 
 
• A requisição é dirigida ao membro do MP e não à autoridade policial, não sendo aquele 
obrigado sempre a promover. 
 
• A requisição não está sujeita a prazo decadencial, podendo ser feita enquanto não prescrever o 
crime; 
 
Ação Penal Privada 
➢ Nesse tipo de ação, existe sempre a necessidade de requerimento da vítima para a instauração de 
inquérito policial; 
 
➢ O inquérito policial pode se iniciar: 
 
✓ Por Requerimento da Vítima ou seu Representante: 
• No caso de falecimento ou ausência da vítima, o prosseguimento da ação poderá se dar por 
cônjuge, ascendente, descendente ou irmão; 
 
• Está sujeito ao prazo decadencial de 06 meses; 
 
CPP/41, Art.5º, § 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a 
requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la. 
 
✓ Por Requisição do Juiz ou do MP: Neste caso a requisição feita por juiz ou membro do MP 
dependerá da existência de representação da vítima. 
 
 
 
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✓ Por Auto de Prisão em Flagrante: 
 
• Neste caso a instauração de inquérito dependerá da representação do ofendido, caso 
contrário, o preso deverá ser solto depois de um prazo de 24 horas, porém o ofendido possui o 
direito de representar posteriormente dentro de 06 meses. 
 
• OBS: Em se tratando de foro por prerrogativa de função, a autoridade policial dependerá de 
autorização do Tribunal (STF, regra) para instaurar o inquérito policial. 
 
Ação Penal Personalíssima 
➢ Somente o ofendido poderá ajuizar ação, não se estendendo aos seus sucessores, ou seja, 
somente o ofendido; 
 
➢ Sendo o ofendido menor, este só poderá ajuizar a ação na maioridade, não podendo ter 
representante; 
 
Ação Penal Privada Subsidiária da Pública 
➢ A ação penal é pública, sendo o MP titular, porém, sendo o MP inerte, no prazo legal de oferecer 
denúncia, o ofendido pode ajuizar a ação penal privada substituindo a ação penal pública, no prazo 
de 06 meses após esgotado o prazo do MP de denunciar; 
 
➢ A legitimidade é concorrente, podendo o MP ajuizar ação penal pública, mesmo após o prazo, e o 
ofendido, ação penal privada subsidiária. 
 
➢ O MP atua em todas as ações penais. Sendo ação pública, ele atuará como acusador e fiscal da lei 
(Custos legis), sendo privada atuará apenas como fiscal da lei; 
 
➢ Na ação penal privada subsidiária da pública, o MP pode aditar a queixa, se referindo a qualquer 
aspecto, diferente da privada em que só adita os elementos formais, mas não os essenciais; O MP 
pode apresentar denúncia substitutiva repudiando a queixa, alegando que não ficou inerte; O MP pode 
retomar a ação como parte principal quando o querelante for negligente; 
 
➢ A decadência é considerada por parte da doutrina como imprópria, ou seja, mesmo após finalizado o 
prazo de 06 meses da vítima de ajuizar ação, o MP continua podendo ajuizar a ação pública; 
 
➢ Não é cabível ação penal privada subsidiária da pública quando: 
✓ MP requerer a realização de novas diligências; 
✓ Inquérito policial for arquivado; 
✓ For adotada outras providências. 
 
➢ Não é possível o perdão do ofendido na ação penal privada subsidiária da pública uma vez que 
começou sendo ação pública; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Princípios da Ação Penal Pública Incondicionada 
➢ Princípio da Obrigatoriedade: Existindo indícios de autoria e prova da materialidade do delito, o 
membro do MP deve oferecer a denúncia, não podendo dispor da ação penal, salvo quando se tratar 
da transação penal nos Juizados especiais e, conforme a doutrina, quando existir causas 
excludentes de ilicitude, de maneira inequívoca, podendo o MP deixar de oferecer denúncia. 
 
➢ Princípio da Indisponibilidade: Ajuizada a ação penal, o seu titular não pode desistir, salvo no caso 
de transação penal e suspensão condicional do processo. 
 
CPP/41, Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação penal. 
 
➢ Princípio da Intranscendência: A denúncia ou a queixa podem ser apresentadas apenas contra o 
autor da infração, pois nenhuma pena passará da pessoa do condenado. 
 
CF/88. Art. 5. XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a 
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o 
limite do valor do patrimônio transferido. 
 
➢ Princípio da Oficialidade: 
✓ É quando um órgão oficial deve ajuizar a ação penal pública. Ex: MP. 
 
✓ Ficando o MP inerte, não apresentando a denúncia nem arquivando o inquérito, o ofendido poderá 
promover ação penal privada; 
 
✓ A ação penal pública é exclusiva do MP, durante o prazo legal, passado o prazo, tanto o MP, 
quanto o ofendido podem ajuizar a ação penal de forma concorrente; 
 
➢ Princípio da Divisibilidade: 
✓ Existindo mais de um autor do crime, o MP poderá ajuizar demanda apenas em alguns deles e 
posteriormente aos outros; 
 
✓ Não vigora o princípio da indivisibilidade na ação penal pública; 
 
✓ O membro do MP possui o prazo para oferecer denúncia de: 
• 05 dias, se o réu estiver preso; 
 
• 15 dias, se o réu estiver solto. 
 
Ação Penal Privada Exclusiva - Princípios 
➢ Três princípios regem a ação penal privada: 
✓ Princípio da Oportunidade: A ação penal privada não é obrigatória ao M.P, competindo ao 
ofendido ou legitimados a proceder à análise da conveniência do ajuizamento da ação; 
 
✓ Princípio da Disponibilidade: Enquanto na ação pública o titular da ação não pode desistir do 
que foi proposto, na ação penal privada é possível desistir; 
 
✓ Princípio da Indivisibilidade: O ofendido, quando ajuizar a queixa, está impossibilitado de 
separar o exercício da ação penal sobre os infratores. Com isso, deve ajuizar a queixa contra 
todos que participaram do delito. 
 
CPP/41, Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público 
velará pela sua indivisibilidade.Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, 
quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver 
qualidade para representá-lo. 
 
§ 1º. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de 
representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. 
 
 
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§ 2º. Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio ou interesse da União, Estado e 
Município, a ação penal será pública. 
 
Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia. 
 
Art. 26. A ação penal, nas contravenções, será iniciada com o auto de prisão em flagrante ou por meio de portaria 
expedida pela autoridade judiciária ou policial. 
 
Atenção 
O Art. 26 não foi recepcionado pela CF/88, pois, o juiz não pode iniciar a ação penal pública (ainda mais 
por ser incondicionada, pois toda ação penal de contravenção é incondicionada (LCP. Art. 17)), sendo esta 
titularidade do MP. 
 
Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do Ministério Público, nos casos em que caiba a 
ação pública, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e os 
elementos de convicção. 
 
Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos informativos da mesma 
natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial e 
encaminhará os autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação, na forma da lei. 
 
§ 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arquivamento do inquérito policial, poderá, 
no prazo de 30 dias do recebimento da comunicação, submeter a matéria à revisão da instância competente do 
órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica. 
 
§ 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da União, Estados e Municípios, a revisão 
do arquivamento do inquérito policial poderá ser provocada pela chefia do órgão a quem couber a sua 
representação judicial. 
 
STF/ADI 6298 
O STF considerou, por maioria, atribuir interpretação conforme ao caput do art. 28 do CPP, alterado pela 
Lei nº 13.964/2019, para assentar que, ao se manifestar pelo arquivamento do inquérito policial ou de 
quaisquer elementos informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público submeterá sua 
manifestação ao juiz competente e comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial, 
podendo encaminhar os autos para o Procurador-Geral ou para a instância de revisão ministerial, 
quando houver, para fins de homologação, na forma da lei, vencido, em parte, o Ministro Alexandre de 
Moraes, que incluía a revisão automática em outras hipóteses; 
 
O STF considerou, por unanimidade, atribuir interpretação conforme ao § 1º do art. 28 do CPP, incluído 
pela Lei nº 13.964/2019, para assentar que, além da vítima ou de seu representante legal, a autoridade 
judicial competente também poderá submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão 
ministerial, caso verifique patente ilegalidade ou teratologia no ato do arquivamento; 
 
Arquivamento do Inquérito Policial – Ação Penal Pública 
Antes da Lei 13.964/2019 Após a Lei 13.964/2019 
Sintetizando Sintetizando 
O MP faz o requerimento do arquivamento ao juiz, 
que possui a função de homologar ou não. 
O Arquivamento será realizado pelo próprio 
membro do MP. A instância de revisão ministerial 
fará a homologação, na forma da lei. 
Processo de arquivamento realizado pelo MP e pelo 
judiciário. 
O processo de arquivamento passa a ser realizado 
exclusivamente pelo MP. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Arquivamento do Inquérito Policial 
Na Ação Penal Pública 
➢ Quando não for caso de apresentar denúncia por não ter sido considerado 
um fato criminoso, o MP requererá o arquivamento do inquérito policial. 
 
➢ Se o Juiz discordar, remeterá ao Procurador-Geral de Justiça os autos do 
inquérito policial que decidirá se irá continuar ou não arquivado. Com isso, o 
Juiz deverá obedecer à decisão do PGJ. 
 
➢ OBS: O Juiz não pode mandar arquivar o Inquérito Policial nos crimes de 
ação pública sem a manifestação do MP solicitando o arquivamento. 
Ação Penal Privada 
CPP/41, Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do 
inquérito serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do 
ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, 
se o pedir, mediante traslado. 
Implícito 
➢ Não tem previsão legal, ocorre quando o MP se omite a certos fatos ou 
indiciados. 
 
➢ O STF vem afirmando que no sistema processual penal brasileiro não prevê 
tal arquivamento. Info 605 – STF. 
Indireto 
➢ É quando o MP entende que o Juiz é incompetente no processo e não 
oferece a denúncia. Sendo que o juiz se considera competente e recebe o 
pedido de declínio de competência como uma espécie de pedido indireto 
de arquivamento. 
 
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e circunstancialmente a 
prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 anos, o Ministério 
Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que necessário e suficiente para reprovação 
e prevenção do crime, mediante as seguintes condições ajustadas cumulativa e alternativamente: 
 
I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo; 
 
II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como instrumentos, produto 
ou proveito do crime; 
 
III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena mínima 
cominada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da execução, na forma do 
art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); 
 
IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de 
dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da 
execução, que tenha, preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos 
aparentemente lesados pelo delito; ou 
 
V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde que proporcional 
e compatível com a infração penal imputada. 
 
§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o caput deste artigo, serão consideradas as 
causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto. 
 
§ 2º O disposto no caput (Acordo de Não Persecução Penal) deste artigo não se aplica nas seguintes hipóteses: 
 
I - se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos termos da lei; 
 
II - se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem conduta criminal 
habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações penais pretéritas; 
 
III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da infração, em acordo de não 
persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do processo; e 
 
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IV - nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados contra a mulher por 
razões da condição de sexo feminino, em favor do agressor. 
 
§ 3º O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito eserá firmado pelo membro do Ministério 
Público, pelo investigado e por seu defensor. 
 
§ 4º Para a homologação do acordo de não persecução penal, será realizada audiência na qual o juiz deverá 
verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença do seu defensor, e sua 
legalidade. 
 
§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições dispostas no acordo de não 
persecução penal, devolverá os autos ao Ministério Público para que seja reformulada a proposta de acordo, 
com concordância do investigado e seu defensor. 
 
§ 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz devolverá os autos ao Ministério 
Público para que inicie sua execução perante o juízo de execução penal. 
 
§ 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos requisitos legais ou quando não for 
realizada a adequação a que se refere o § 5º deste artigo. 
 
§ 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para a análise da necessidade 
de complementação das investigações ou o oferecimento da denúncia. 
 
§ 9º A vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução penal e de seu descumprimento. 
 
§ 10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no acordo de não persecução penal, o Ministério 
Público deverá comunicar ao juízo, para fins de sua rescisão e posterior oferecimento de denúncia. 
 
§ 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal pelo investigado também poderá ser utilizado pelo 
Ministério Público como justificativa para o eventual não oferecimento de suspensão condicional do 
processo. 
 
§ 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal não constarão de certidão de 
antecedentes criminais, exceto para os fins previstos no inciso III do § 2º deste artigo. 
 
§ 13. Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o juízo competente decretará a extinção de 
punibilidade. 
 
§ 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o acordo de não persecução penal, o 
investigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão superior, na forma do art. 28 deste Código. 
 
Acordo de Não Persecução Penal - Lei 13.964/2019 
Requisitos 
✓ Não arquivamento do inquérito; 
✓ O investigado deve confessar formal e circunstancialmente; 
✓ A infração penal cometida deve ter sido sem violência ou grave ameaça; 
✓ Pena mínima inferior a 04 anos; 
✓ O Acordo deve ser necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime; 
✓ + Condições ajustadas cumulativa e alternativamente. 
 
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, 
cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os 
termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do 
querelante, retomar a ação como parte principal. (Ação Penal Privada Subsidiária da Pública) 
 
 Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá intentar a ação privada. 
 
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer 
queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. 
 
 
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Art. 32. Nos crimes de ação privada, o juiz, a requerimento da parte que comprovar a sua pobreza, nomeará 
advogado para promover a ação penal. 
 
§ 1º. Considerar-se-á pobre a pessoa que não puder prover às despesas do processo, sem privar-se dos 
recursos indispensáveis ao próprio sustento ou da família. 
 
§ 2º. Será prova suficiente de pobreza o atestado da autoridade policial em cuja circunscrição residir o ofendido. 
 
Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado mental, e não tiver 
representante legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito de queixa poderá ser exercido por 
curador especial, nomeado, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, pelo juiz competente para o 
processo penal. 
 
Art. 34. Se o ofendido for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito de queixa poderá ser exercido por ele ou por 
seu representante legal. 
 
Atenção 
➢ O Art. 34 perdeu seu efeito, pois não há mais a dupla legitimação (queixa pelo ofendido ou 
representante legal). 
 
➢ Se o ofendido é menor de idade (menos de 18 anos), o direito de queixa pode ser feito por 
representante. 
 
➢ Se o ofendido for maior de idade, o direito de queixa é feito exclusivamente por ele. 
 
Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito de queixa, terá preferência o cônjuge, e, em seguida, 
o parente mais próximo na ordem de enumeração constante do art. 31, podendo, entretanto, qualquer delas 
prosseguir na ação, caso o querelante desista da instância ou a abandone. 
 
Prestação de Queixa por Mais de uma Pessoa 
Cônjuge → Ascendente → Descendente ou Irmão 
 
Art. 37. As fundações, associações ou sociedades legalmente constituídas poderão exercer a ação penal, 
devendo ser representadas por quem os respectivos contratos ou estatutos designarem ou, no silêncio destes, 
pelos seus diretores ou sócios-gerentes. 
 
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou 
de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem 
é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da 
denúncia. 
 
Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do direito de queixa ou representação, dentro do mesmo prazo, nos 
casos dos arts. 24, parágrafo único, e 31. 
 
Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes 
especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade 
policial. 
 
§ 1º. A representação feita oralmente ou por escrito, sem assinatura devidamente autenticada do ofendido, de seu 
representante legal ou procurador, será reduzida a termo, perante o juiz ou autoridade policial, presente o órgão 
do Ministério Público, quando a este houver sido dirigida. 
 
§ 2º. A representação conterá todas as informações que possam servir à apuração do fato e da autoria. 
 
§ 3º. Oferecida ou reduzida a termo a representação, a autoridade policial procederá a inquérito, ou, não sendo 
competente, remetê-lo-á à autoridade que o for. 
 
§ 4º. A representação, quando feita ao juiz ou perante este reduzida a termo, será remetida à autoridade policial 
para que esta proceda a inquérito. 
 
 
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37 
 
§ 5º. O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem oferecidos elementos 
que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias. 
 
Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que conhecerem, os juízes ou tribunais verificarem a existência de crime 
de ação pública, remeterão ao Ministério Público as cópias e os documentos necessários ao oferecimento da 
denúncia. 
 
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a 
qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, 
quando necessário, o rol das testemunhas. 
 
STJ/Súmula 644 
O núcleo de prática jurídica deve apresentar o instrumento de mandato quando constituído pelo réu 
hipossuficiente, salvo nas hipóteses em que é nomeado pelo juízo. 
 
STF/Inq 4506/DF 
No momento da denúncia, prevalece o princípio do in dubio pro societate. 
 
Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação penal. 
 
Art. 44. Aqueixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo constar do instrumento do 
mandato o nome do querelante e a menção do fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos 
dependerem de diligências que devem ser previamente requeridas no juízo criminal. 
 
Art. 45. A queixa, ainda quando a ação penal for privativa do ofendido, poderá ser aditada pelo Ministério 
Público, a quem caberá intervir em todos os termos subsequentes do processo. 
 
Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data em que 
o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou 
afiançado. No último caso, se houver devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o 
prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos. 
 
§ 1º Quando o Ministério Público dispensar o inquérito policial, o prazo para o oferecimento da denúncia contar-
se-á da data em que tiver recebido as peças de informações ou a representação. 
 
§ 2º. O prazo para o aditamento da queixa será de 3 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público 
receber os autos, e, se este não se pronunciar dentro do tríduo, entender-se-á que não tem o que aditar, 
prosseguindo-se nos demais termos do processo. 
 
Oferecimento da Denúncia - Prazo 
Réu Preso Réu Solto 
5 dias 15 dias 
 
Art. 47. Se o Ministério Público julgar necessários maiores esclarecimentos e documentos complementares ou 
novos elementos de convicção, deverá requisitá-los, diretamente, de quaisquer autoridades ou funcionários que 
devam ou possam fornecê-los. 
 
Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público 
velará pela sua indivisibilidade. 
 
Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, a todos se 
estenderá. 
 
Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofendido, por seu representante legal ou 
procurador com poderes especiais. 
 
Parágrafo único. A renúncia do representante legal do menor que houver completado 18 (dezoito) anos não 
privará este do direito de queixa, nem a renúncia do último excluirá o direito do primeiro. 
 
 
 
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38 
 
Renúncia 
➢ É um ato unilateral; Desta forma, não depende da aceitação do querelado (agressor); 
 
➢ A renúncia deverá ocorrer antes do ajuizamento, podendo ser expressa ou tácita; 
 
➢ O STJ entende que na renúncia tácita a não inclusão de um dos infratores (omissão do querelante 
(ofendido)) deve ter sido voluntária, caso tenha sido involuntária, não se considera renúncia tácita. 
 
➢ Assim, o MP deve intimar o querelante para se manifestar com os demais infratores. 
 
➢ Caso o ofendido perdoe um dos querelados, ocorrerá o aproveitamento do perdão a todos; 
 
Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados (autor do crime) aproveitará a todos, sem que produza, 
todavia, efeito em relação ao que o recusar. 
 
Art. 52. Se o querelante for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito de perdão poderá ser exercido por ele ou 
por seu representante legal, mas o perdão concedido por um, havendo oposição do outro, não produzirá efeito. 
 
Atenção 
- O Art. 52 perdeu seu efeito. 
 
Art. 53. Se o querelado for mentalmente enfermo ou retardado mental e não tiver representante legal, ou 
colidirem os interesses deste com os do querelado, a aceitação do perdão caberá ao curador que o juiz Ihe 
nomear. 
 
Art. 54. Se o querelado for menor de 21 anos, observar-se-á, quanto à aceitação do perdão, o disposto no art. 52. 
 
Art. 55. O perdão poderá ser aceito por procurador com poderes especiais. 
 
Art. 56. Aplicar-se-á ao perdão extraprocessual expresso o disposto no art. 50. 
 
Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão todos os meios de prova. 
 
Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado será intimado a dizer, dentro 
de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado de que o seu silêncio importará 
aceitação. 
 
Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a punibilidade. 
 
Art. 59. A aceitação do perdão fora do processo constará de declaração assinada pelo querelado, por seu 
representante legal ou procurador com poderes especiais. 
 
Perdão 
➢ É um ato bilateral; Desta forma, depende da aceitação do querelado (agressor); 
 
➢ O perdão apresentado a um dos criminosos se estende a todos; 
 
➢ O perdão pode ser expresso ou tácito; 
 
➢ Sendo expresso, deve ser através da manifestação expressa do querelante perdoando o querelado; 
 
➢ Sendo tácito, ocorre a partir de um ato incompatível de processar o autor do crime; 
 
➢ O perdão pode ser Judicial (ocorre dentro do processo) ou Extrajudicial (acontece fora do 
processo); 
 
➢ O perdão pode ser aceito pessoalmente ou por procurador com poderes especiais; 
 
 
 
 
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39 
 
Renúncia x Perdão 
Renúncia Antes do Processo - Unilateral 
Perdão Após a instauração do processo - Bilateral 
 
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal: 
 
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos; 
 
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para 
prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, 
ressalvado o disposto no art. 36; 
 
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva 
estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; 
 
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor. 
 
Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a punibilidade, deverá declará-lo de ofício. 
 
Parágrafo único. No caso de requerimento do Ministério Público, do querelante ou do réu, o juiz mandará autuá-lo 
em apartado, ouvirá a parte contrária e, se o julgar conveniente, concederá o prazo de cinco dias para a prova, 
proferindo a decisão dentro de cinco dias ou reservando-se para apreciar a matéria na sentença final. 
 
Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da certidão de óbito, e depois de ouvido o 
Ministério Público, declarará extinta a punibilidade. 
 
Perempção 
➢ É a perda do direito de seguir a ação; 
 
➢ É exercida na ação penal exclusivamente privada ou personalíssima. 
 
 
 
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40 
 
Principais Súmulas e Jurisprudências 
 
TÍTULO III - DA AÇÃO PENAL 
 
Art. 24. 
 
STJ/APn 912-RJ 
A companheira em legítima e reconhecida união estável homoafetiva, detém os mesmos direitos de 
cônjuge para o processo penal, apresentando legitimidade para ajuizar a ação penal privada. 
 
Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos informativos da mesma 
natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial e 
encaminhará os autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação, na forma da lei. 
 
§ 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arquivamento do inquérito policial, poderá, 
no prazo de 30 dias do recebimento da comunicação, submeter a matéria à revisão da instância competente do 
órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica. 
 
§ 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da União, Estados e Municípios, a revisão 
do arquivamentodo inquérito policial poderá ser provocada pela chefia do órgão a quem couber a sua 
representação judicial. 
 
STF/ADI 6298 
O STF considerou, por maioria, atribuir interpretação conforme ao caput do art. 28 do CPP, alterado pela 
Lei nº 13.964/2019, para assentar que, ao se manifestar pelo arquivamento do inquérito policial ou de 
quaisquer elementos informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público submeterá sua 
manifestação ao juiz competente e comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial, 
podendo encaminhar os autos para o Procurador-Geral ou para a instância de revisão ministerial, 
quando houver, para fins de homologação, na forma da lei, vencido, em parte, o Ministro Alexandre de 
Moraes, que incluía a revisão automática em outras hipóteses; 
 
O STF considerou, por unanimidade, atribuir interpretação conforme ao § 1º do art. 28 do CPP, incluído 
pela Lei nº 13.964/2019, para assentar que, além da vítima ou de seu representante legal, a autoridade 
judicial competente também poderá submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão 
ministerial, caso verifique patente ilegalidade ou teratologia no ato do arquivamento; 
 
Arquivamento do Inquérito Policial – Ação Penal Pública 
Antes da Lei 13.964/2019 Após a Lei 13.964/2019 
Sintetizando Sintetizando 
O MP faz o requerimento do arquivamento ao juiz, 
que possui a função de homologar ou não. 
O Arquivamento será realizado pelo próprio 
membro do MP. A instância de revisão ministerial 
fará a homologação, na forma da lei. 
Processo de arquivamento realizado pelo MP e pelo 
judiciário. 
O processo de arquivamento passa a ser realizado 
exclusivamente pelo MP. 
 
Art. 28-A. 
 
STJ/HC 762.049-PR 
Por constituir um poder-dever do Ministério Público, o não oferecimento tempestivo do acordo de não 
persecução penal desacompanhado de motivação idônea constitui nulidade absoluta. 
 
STJ/REsp 2.016.905-SP 
Nos casos em que houver a modificação do quadro fático-jurídico, e, ainda, em situações em que 
houver a desclassificação do delito - seja por emendatio ou mutatio libelli -, uma vez preenchidos os 
requisitos legais exigidos para o Acordo de Não Persecução Penal, torna-se cabível o instituto negocial. 
 
 
 
 
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41 
 
STJ/Info 750 
Constitui fundamentação idônea para o não oferecimento de Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) a 
existência de vários registros policiais e infracionais, embora o réu seja tecnicamente primário, bem como a 
utilização de posição de liderança religiosa para a prática de delito de violação sexual mediante fraude. 
 
STJ/REsp 2.024.381 - TO 
Conforme a jurisprudência desta Corte Superior, por ausência de previsão legal, o Ministério Público não é 
obrigado a notificar o investigado acerca da proposta do acordo de não persecução penal, sendo que, ao se 
interpretar conjuntamente os artigos 28-A, § 14, e 28, caput, do CPP, a ciência da recusa ministerial deve 
ocorrer por ocasião da citação, podendo o acusado, na primeira oportunidade dada para manifestação nos 
autos, requerer a remessa dos autos ao órgão de revisão ministerial. 
 
STJ/CC 192.158-MT 
A competência para a execução do acordo de não persecução penal é do Juízo que o homologou. 
 
STJ/RHC 161.251-PR 
A possibilidade de oferecimento do acordo de não persecução penal é conferida exclusivamente ao 
Ministério Público, não cabendo ao Poder Judiciário determinar ao Parquet que o oferte. 
 
STF/HC 194.677/SP 
O Poder Judiciário não pode impor ao Ministério Público (MP) a obrigação de ofertar acordo de não 
persecução penal (ANPP). 
É vedado ao Poder Judiciário, impor ao Ministério Público a celebração de acordo, pois é isento de 
atribuições para participar de negociações na seara investigatória. A defesa pode requerer o reexame de sua 
negativa, quando não se tratar de hipótese de manifesta inadmissibilidade do Acordo de Não Persecução 
Penal (ANPP), nos termos do art. 28-A, § 14, do CPP, onde o Judiciário, em regra, é ilegítimo para a recusa 
do ato, quanto ao mérito, a fim de impedir a remessa ao órgão superior no MP. Isso porque a redação do art. 
28-A, § 14, do CPP determina a iniciativa da defesa para requerer a sua aplicação. 
 
STJ/Info 780 
No caso de recusa de oferecimento do acordo de não persecução penal pelo representante do Ministério 
Público, o recurso dirigido às instâncias administrativas contra o parecer da instância superior do Ministério 
Público não detém efeito suspensivo capaz de sustar o andamento de ação penal. 
 
I Jornada de Direito Processual Penal – Enunciado 28 
Recomenda-se a realização de práticas restaurativas nos acordos de não persecução penal, observada a 
principiologia das Resoluções n. 225 do CNJ e 118/2014 do CNMP. 
 
I Jornada de Direito Processual Penal – Enunciado 32 
A proposta de acordo de não persecução penal representa um poder-dever do Ministério Público, com 
exclusividade, desde que cumpridos os requisitos do art. 28-A do CPP, cuja recusa deve ser 
fundamentada, para propiciar o controle previsto no §14 do mesmo artigo. 
 
STJ – Teses Sobre o Pacote Anticrime II – Edição 185 
Tese 01 
O acordo de não persecução penal - ANPP, previsto no art. 28-A do Código de Processo Penal, aplica-se a 
fatos ocorridos antes da Lei n. 13.964/2019, desde que não recebida a denúncia. 
Tese 02 
O acordo de não persecução penal - ANPP não constitui direito subjetivo do investigado, assim pode ser 
proposto pelo Ministério Público conforme as peculiaridades do caso concreto, quando considerado 
necessário e suficiente para reprovar e prevenir infrações penais. 
Tese 03 
O controle do Poder Judiciário quanto ao pedido de revisão do não oferecimento do acordo de não 
persecução penal - ANPP deve se limitar a questões relacionadas aos requisitos objetivos, não é, portanto, 
legítimo o exame do mérito a fim de impedir a remessa dos autos ao órgão superior do Ministério Público. 
Tese 04 
O Ministério Público não é obrigado a notificar o investigado no caso de recusa de oferecimento de acordo 
de não persecução penal - ANPP. 
 
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42 
 
 
Art. 41. 
 
STJ/Súmula 644 
O núcleo de prática jurídica deve apresentar o instrumento de mandato quando constituído pelo réu 
hipossuficiente, salvo nas hipóteses em que é nomeado pelo juízo. 
 
STF/Inq 4506/DF 
No momento da denúncia, prevalece o princípio do in dubio pro societate. 
 
STF/Súmula 594 
Os direitos de queixa e de representação podem ser exercidos, independentemente, pelo ofendido ou por 
seu representante legal. 
 
STF/Súmula 714 
É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, condicionada à 
representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do 
exercício de suas funções. 
 
STJ/Súmula 234 
A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta o seu 
impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia. 
 
STJ/Súmula 542 
A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é 
pública incondicionada. 
 
STJ/APn 737/DF 
A presente peça de acusação, contudo, não resiste ao exame das condições formais de aptidão. Para 
formulação da queixa-crime, o advogado ou procurador deve juntar o correspondente instrumento de 
mandato com os poderes especiais. Sem tais poderes, nascerá um vício processual capaz de impedir a 
deflagração da ação penal, ensejando sua rejeição liminarmente sem a análise do mérito. Inteligência do art. 
44 do Código de Processo Penal. Precedentes. Ainda que se admita que os ditos vícios possam ser 
sanados, a providência deve ser tomada dentro do prazo decadencial. Precedentes.STJ/APn 912 
Tratando-se de casais homoafetivos em união estável reconhecida, o companheiro ou companheira terá o 
mesmo direito do cônjuge, tendo assim, legitimidade de representar o falecido (a) em ação penal 
privada. 
 
STJ/REsp 1.218.726/RJ 
É possível haver condenação em honorários advocatícios em ação penal privada. Conclusão que se 
extrai da incidência dos princípios da sucumbência e da causalidade, o que permite a aplicação analógica do 
art. 20 do Código de Processo Civil, conforme previsão constante no art. 3º do Código de Processo Penal. 
Precedentes. 
 
STJ/REsp 1.392.388/MG 
O vício na representação processual do querelante é sanável, desde que dentro do prazo decadencial. 
 
STJ/HC 239.093/MG 
2. Diante da possibilidade de absolvição sumária, mostra-se desarrazoado admitir que a suspensão 
condicional do processo seja oferecida ao denunciado antes da análise de sua resposta à acusação, na 
qual pode veicular teses que, se acatadas, podem encerrar a ação penal. 
 
3. Não se pode exigir que o acusado aceite a suspensão condicional do processo antes mesmo que 
suas alegações de inépcia da denúncia, de falta de justa causa para a persecução penal, ou de 
questões que possam ensejar a sua absolvição sumária sejam devidamente examinadas e refutadas pelo 
magistrado singular. 
 
 
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43 
 
STJ/RHC 17.690/SP 
1. O trancamento da ação penal, pela via do habeas corpus, é medida de exceção, só admissível se emerge 
dos autos, de forma inequívoca, a ausência de indícios de autoria e prova da materialidade, a atipicidade da 
conduta ou a extinção da punibilidade. 
 
2. Não se afigura inepta a denúncia que satisfaz todos os requisitos do art. 41 do CPP, sendo mister a 
deflagração da persecução penal, decorrendo de seus próprios termos a justa causa para a ação penal. 
 
3." Nos crimes societários é dispensável a descrição minuciosa e individualizada da conduta de cada 
acusado, bastando, para tanto, que a exordial narre a conduta delituosa de forma a possibilitar o exercício da 
ampla defesa". 
 
STJ/RHC 33.790/SP 
1. Para a validade da ação penal nos crimes de ação penal privada, é necessário que o instrumento de 
mandato seja conferido com poderes especiais expressos, além de fazer menção ao fato criminoso, nos 
termos do art. 44 do Código de Processo Penal. 
 
2. O substabelecimento, enquanto meio de transferência de poderes anteriormente concedidos em 
procuração, deve obedecer integralmente ao que consta do instrumento do mandato, porquanto é 
dele totalmente dependente. Ainda que neste instrumento esteja inserida a cláusula ad judicia, há 
limites objetivos que devem ser observados quando da transmissão desses poderes, visto que o 
substabelecente lida com direitos de terceiros, e não próprios. 
 
3. Na espécie, como a procuração firmada pela querelante somente conferiu aos advogados os poderes da 
cláusula ad judicia et extra, apenas estes foram objeto de transferência aos substabelecidos, razão pela qual 
deve ser tida por inexistente a inclusão de poderes especiais para a propositura de ação penal privada, uma 
vez que eles não constavam do mandato originário. 
 
4. Nula é a queixa-crime, por vício de representação, se a procuração outorgada para a sua propositura não 
atende às exigências do art. 44 do Código de Processo Penal. 
 
5. Recurso provido para conceder a ordem de habeas corpus, a fim de declarar a nulidade ab initio da 
queixa-crime, tendo como consequência a extinção da punibilidade do querelado, nos termos do art. 107, IV, 
do CP. 
 
STJ/HC 85.039/SP 
Nos termos do artigo 45 do CPP, a queixa poderá ser aditada pelo Ministério Público, ainda que se trate de 
ação penal privativa do ofendido, desde que não proceda à inclusão de coautor ou partícipe, tampouco 
inove quanto aos fatos descritos, hipóteses, por sua vez, inocorrentes na espécie. 
 
STJ/HC 119.827/SC 
Com a alteração promovida no artigo 36 do CPC com o advento da Lei n. 8.952/94, pacificou-se neste 
Superior Tribunal de Justiça o entendimento de que é desnecessário o reconhecimento de firma em 
procuração outorgando poderes especiais para a defesa de interesses em juízo. 
 
 
 
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44 
 
TÍTULO IV - DA AÇÃO CIVIL 
 
Ação Civil Ex Delicto 
Ocasionalmente o ofendido sofre um dano causado pelo crime que enseja o pagamento de indenização. 
Nesses casos, o ofendido poderá ingressar com uma ação civil, chamada de ação civil ex delicto, com o 
objetivo de obter a indenização à qual tem direito em face do dano causado por um crime. 
 
Art. 63. Transitada em julgado a sentença condenatória, poderão promover-lhe a execução, no juízo cível, para 
o efeito da reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros. 
 
Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condenatória, a execução poderá ser efetuada pelo valor 
fixado nos termos do inciso iv do caput do art. 387 deste Código sem prejuízo da liquidação para a apuração do 
dano efetivamente sofrido. 
 
Sentença Penal Condenatória como Título Executivo 
A ação penal já transitou em julgado, e a reparação do dano poderá ser utilizada como verdadeiro título 
judicial, a ser executado no juízo cível. O conceito em si é fácil de entender. O ofendido obteve a 
condenação do acusado em juízo, na qual foi concretizado o direito à reparação do dano, ensejando a 
prestação jurisdicional na esfera cível, para a efetiva cobrança do valor. Entretanto o que realmente “pega” 
na hora da prova são as peculiaridades existentes nessa ação civil que a tornam bastante diferentes de uma 
ação penal comum. 
 
Art. 64. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a ação para ressarcimento do dano poderá ser proposta no 
juízo cível, contra o autor do crime e, se for caso, contra o responsável civil. 
 
Parágrafo único. Intentada a ação penal, o juiz da ação civil poderá suspender o curso desta, até o julgamento 
definitivo daquela. 
 
Competência para Julgar a Ação Civil Ex Delicto 
Ação de conhecimento Ação Executória 
Atualmente, na ação de conhecimento (na qual se 
realiza a produção das provas e se analisam os 
fatos), a competência é do foro do domicílio do 
autor ou do local do fato. 
Já para a ação executória (na qual se exige o 
cumprimento forçado do direito que foi reconhecido 
na ação de conhecimento), segue-se a previsão do 
Art. 516 do CPP/41, que determina que o exequente 
(aquele que promove a execução) poderá optar 
pelo juízo do domicílio do executado, pelo juízo 
do local onde se encontrem os bens sujeitos à 
execução ou pelo juízo do local onde deva ser 
executada a obrigação de fazer ou de não fazer. 
 
Art. 65. Faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de 
necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. 
 
Exceções 
• Sentença penal absolutória que não reconhecer categoricamente a inexistência material do fato; 
• Despacho de arquivamento de IP ou de peças informativas; 
• Decisão que julgar extinta a punibilidade; 
• Sentença absolutória que decidir que o fato imputado é atípico. 
Da mesma forma que o CPP formaliza que as excludentes de ilicitude fazem coisa julgada na esfera civil, o 
código também lista hipóteses contrárias, nas quais, apesar de uma decisão favorável ao acusado na 
esfera penal, ainda será possível ajuizar uma ação civil indenizatória. 
 
 
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STF/ADPF 779 
Com base nesses fundamentos, o Plenário, por unanimidade, referendou a concessão parcial da medida 
cautelar em arguição de descumprimento de preceitofundamental para: 
 
(i) firmar o entendimento de que a tese da legítima defesa da honra é inconstitucional, por contrariar os 
princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III), da proteção à vida e da igualdade 
de gênero (CF, art. 5º, caput); 
 
(ii) conferir interpretação conforme à Constituição aos arts. 23, II, e 25, caput e parágrafo único, do CP (5) e 
ao art. 65 do Código de Processo Penal (CPP) (6), de modo a excluir a legítima defesa da honra do âmbito 
do instituto da legítima defesa e, por consequência; 
 
(iii) obstar à defesa, à acusação, à autoridade policial e ao juízo que utilizem, direta ou indiretamente, a tese 
de legítima defesa da honra (ou qualquer argumento que induza à tese) nas fases pré-processual ou 
processual penais, bem como durante julgamento perante o tribunal do júri, sob pena de nulidade do ato e 
do julgamento, nos termos do voto do relator. 
 
Art. 66. Não obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a ação civil poderá ser proposta quando não 
tiver sido, categoricamente, reconhecida a inexistência material do fato. 
 
Art. 67. Não impedirão igualmente a propositura da ação civil: 
 
I – o despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de informação; 
 
II – a decisão que julgar extinta a punibilidade; 
 
III – a sentença absolutória que decidir que o fato imputado não constitui crime. 
 
Art. 68. Quando o titular do direito à reparação do dano for pobre (art. 32, §§ 1º e 2º), a execução da sentença 
condenatória (art. 63) ou a ação civil (art. 64) será promovida, a seu requerimento, pelo Ministério Público. 
 
Atenção! 
O Art. 68 do CPP este em processo de inconstitucionalidade progressiva, ou seja, irá se tornar, depois de 
um determinado período, inconstitucional. Isso ocorre porque, conforme o Art. 134 da CF/88, é papel da 
Defensoria Pública promover a defesa dos necessitados. 
 
No entanto, nos locais em que não existir Defensoria Pública para fazer esse papel, caberá ao Ministério 
Público por meio do Promotor de Justiça exercer tal atividade. 
 
 
 
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Principais Súmulas e Jurisprudências 
 
TÍTULO IV - DA AÇÃO CIVIL 
 
STF/ADPF 779 
Com base nesses fundamentos, o Plenário, por unanimidade, referendou a concessão parcial da medida 
cautelar em arguição de descumprimento de preceito fundamental para: 
 
(i) firmar o entendimento de que a tese da legítima defesa da honra é inconstitucional, por contrariar os 
princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III), da proteção à vida e da igualdade 
de gênero (CF, art. 5º, caput); 
 
(ii) conferir interpretação conforme à Constituição aos arts. 23, II, e 25, caput e parágrafo único, do CP (5) e 
ao art. 65 do Código de Processo Penal (CPP) (6), de modo a excluir a legítima defesa da honra do âmbito 
do instituto da legítima defesa e, por consequência; 
 
(iii) obstar à defesa, à acusação, à autoridade policial e ao juízo que utilizem, direta ou indiretamente, a tese 
de legítima defesa da honra (ou qualquer argumento que induza à tese) nas fases pré-processual ou 
processual penais, bem como durante julgamento perante o tribunal do júri, sob pena de nulidade do ato e 
do julgamento, nos termos do voto do relator. 
 
Atenção! 
O Art. 68 do CPP este em processo de inconstitucionalidade progressiva, ou seja, irá se tornar, depois de 
um determinado período, inconstitucional. Isso ocorre porque, conforme o Art. 134 da CF/88, é papel da 
Defensoria Pública promover a defesa dos necessitados. 
 
No entanto, nos locais em que não existir Defensoria Pública para fazer esse papel, caberá ao Ministério 
Público por meio do Promotor de Justiça exercer tal atividade. 
 
STF/RE 135.328/SP 
Enquanto não criada por lei, organizada – e, portanto, preenchidos os cargos próprios, na unidade da 
Federação – a Defensoria Pública, permanece em vigor o artigo 68 do Código de Processo Penal, 
estando o Ministério Público legitimado para a ação de ressarcimento nele prevista. Irrelevância de a 
assistência vir sendo prestada por órgão da Procuradoria Geral do Estado, em face de não lhe competir, 
constitucionalmente, a defesa daqueles que não possam demandar, contratando diretamente profissional da 
advocacia, sem prejuízo do próprio sustento. 
 
STJ/REsp 888.081-MG 
O reconhecimento da ilegitimidade ativa do Ministério Público para, na qualidade de substituto processual de 
menores carentes, propor ação civil pública ex delicto, sem a anterior intimação da Defensoria Pública para 
tomar ciência da ação e, sendo o caso, assumir o polo ativo da demanda, configura violação ao art. 68 do 
CPP. 
 
 
 
 
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TÍTULO V - DA COMPETÊNCIA 
 
Competência 
➢ É o conjunto de regras que estabelecem os limites em que cada Juiz pode exercer, de maneira válida, 
o seu Poder Jurisdicional. 
 
➢ Tipos de Competência: 
✓ Competência em razão da matéria: Definida com base no fato a ser julgado. 
 
✓ Competência em razão da pessoa: Pessoa que encontra no polo passivo do processo criminal. 
 
✓ Competência Territorial: Local onde ocorreu a infração ou outros critérios territoriais. 
 
➢ Competência Criminal em Razão da Matéria: 
✓ Divide-se em duas: 
• Justiça Comum: Federal e Estadual; 
• Justiça Especial: Eleitoral e Militar. 
 
➢ Não sendo o crime eleitoral ou militar, a justiça competente será a justiça comum, pois possui 
competência residual. 
 
➢ A Justiça Comum Federal possui suas competências elencadas no Art. 109 CF/88. Já a Justiça 
Comum Estadual possui competência duplamente residual, sendo uma em relação a Justiça 
Especial e outra a Justiça Comum Federal. 
 
Tribunal do Júri 
➢ Possui competência para julgamento dos crimes dolosos contra a vida. 
 
➢ São crimes dolosos contra a vida: homicídio, instigação ou induzimento ao suicídio, infanticídio e 
aborto. 
 
Competência em Razão da Pessoa 
➢ Regra: Os processos criminais são julgados pelos juízes de primeiro grau. 
 
➢ Exceção: Dependendo da autoridade no polo passivo existe a possibilidade do tribunal 
originariamente julgar o crime (Foro privilegiado). 
 
Art. 96. Compete privativamente: 
 
III – aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem como os membros do 
Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral. 
 
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada 
por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta 
Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos: 
 
X – julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; 
 
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais: 
 
I – processar e julgar, originariamente: 
 
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e 
de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; 
 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: 
 
I - processar e julgar, originariamente: 
 
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus 
próprios Ministros e o Procurador-Geral da República; 
 
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do 
Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de 
Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente; 
 
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Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
 
I - processar e julgar, originariamente: 
 
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os 
desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos 
Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os 
membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante 
tribunais; 
 
STF/AP 937 
O foro por prerrogativa de função se aplica apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo 
e relacionados às funções desempenhadas. 
 
Após o término da instrução processual, com a publicação do despacho de intimação para a 
apresentação de alegações finais, a competência não mais se altera pelo fato de o agente deixar de 
ocupar o cargo. 
 
OBS: Caso a competência do Tribunal do Júri entrar em conflito com a competência de foro privilegiada 
apresentada na CF/88, esta prevalece sobre o Tribunal do Júri. Porém, caso seja uma competência de 
foro privilegiado prevista exclusivamente em uma Constituição Estadual, prevalece à competência do 
Tribunal do Júri. 
 
OBS: Pelo princípio da simetria, apesar de não estar expresso na CF/88, os deputados estaduais possui 
prerrogativa de foro perante o Tribunal de Justiça, não prevalecendo a competência do Tribunal do 
Júri. 
 
STF/Súmula 721 
A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função 
estabelecido exclusivamente pela constituição estadual. 
 
Art. 69. Determinará a competência jurisdicional: 
 
I - o lugar da infração: 
 
II - o domicílio ou residência do réu; 
 
III - a natureza da infração; 
 
IV - a distribuição; 
 
V - a conexão ou continência; 
 
VI - a prevenção; 
 
VII - a prerrogativa de função. 
 
CAPÍTULO I - DA COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA INFRAÇÃO 
 
Competência Territorial 
Norma Teoria Conceito 
Código Penal Teoria da Ubiquidade 
Local onde ocorreu a ação ou omissão / Local onde foi 
produzido ou deveria ter sido produzido o resultado. 
Código de Processo 
Penal 
Teoria do Resultado 
(Regra) 
Local da consumação ou no caso de tentativa o último 
ato de execução. 
ECA Teoria da Atividade Local no qual a infração foi praticada. 
JECRIM Teoria da Atividade Local no qual a infração foi praticada. 
 
 
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Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de 
tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. 
 
§ 1º. Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a competência será 
determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução. 
 
§ 2º. Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será competente o juiz do lugar 
em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado. 
 
§ 3º. Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter 
sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela 
prevenção. 
 
§ 4º Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (CP), quando 
praticados mediante depósito, mediante emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos em poder 
do sacado ou com o pagamento frustrado ou mediante transferência de valores, a competência será definida 
pelo local do domicílio da vítima, e, em caso de pluralidade de vítimas, a competência firmar-se-á pela 
prevenção. (Lei nº 14.155, de 2021) 
 
Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições, 
a competência firmar-se-á pela prevenção. 
 
Prevenção 
Ocorre quando existem dois órgãos jurisdicionais competentes, porém a competência será fixada 
naquele que primeiro atuar no caso. 
 
CAPÍTULO II - DA COMPETÊNCIA PELO DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO RÉU 
 
Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do 
réu. 
 
§ 1º Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela prevenção. 
 
§ 2º Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente o juiz que primeiro 
tomar conhecimento do fato. 
 
Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de domicílio ou da residência 
do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração. 
 
Competência Territorial 
Regra (Teoria do 
Resultado) 
Lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo 
lugar em que for praticado o último ato de execução. 
Local incerto Prevenção; 
Crime permanente ou 
Continuado 
Prevenção; 
Local Desconhecido Domicílio ou Residência do réu; 
Conexão ou Continência 
Local do crime com pena mais grave¹, sendo as penas iguais, local onde 
ocorreu o maior número de crimes², sendo ambos iguais, decidirá por 
prevenção³. 
Crimes de Ação 
Exclusivamente Privada 
Querelante poderá preferir o foro de domicílio ou da residência do réu, 
ainda quando conhecido o lugar da infração. 
 
CAPÍTULO III – DA COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA INFRAÇÃO 
 
Art. 74. A competência pela natureza da infração será regulada pelas leis de organização judiciária, salvo a 
competência privativa do Tribunal do Júri. 
 
§ 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos nos arts. 121, §§ 1º e 2º, 122, parágrafo único, 
123, 124, 125, 126 e 127 do Código Penal, consumados ou tentados. 
 
 
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§ 2º Se, iniciado o processo perante um juiz, houver desclassificação para infração da competência de outro, a 
este será remetido o processo, salvo se mais graduada for a jurisdição do primeiro, que, em tal caso, terá sua 
competência prorrogada. 
 
§ 3º Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração para outra atribuída à competência de juiz singular, observar-
se-á o disposto no art. 410; mas, se a desclassificação for feita pelo próprio Tribunal do Júri, a seu presidente 
caberá proferir a sentença (art. 492, § 2º). 
 
Tribunal do Júri 
➢ O tribunal do júri possui competência para julgar os chamados crimes dolosos contra a vida. 
 
➢ Todo o Judiciário pode exercer jurisdição. Entretanto, apenas o tribunal do júri tem a competência 
para julgar os crimes dolosos contra a vida. 
 
➢ Outra observação importante é sobre os crimes tentados. 
 
➢ O fato do crime ser tentado ou consumado não influirá na configuração da competência do tribunal 
do júri. Logo, homicídio doloso tentado ou consumado será de competência do júri, normalmente. 
 
Características da Competência do Júri 
➢ Competência Constitucional: A competência do júri está prevista expressamente na CF, no art. 5º, 
XXXVIII. 
 
➢ Competência MÍNIMA: competência do tribunal do júri é considerada MÍNIMA (ou seja, lei ordinária 
pode ampliá-la, sujeitando novas condutas à apreciação do tribunal do júri). Entretanto, o que 
nunca poderá ocorrer é que sua competência seja reduzida. Portanto, os crimes dolosos contra a 
vida não podem deixar de ser competência do tribunal do júri por força de lei. 
 
➢ Crimes conexos aos crimes contra a vida também passam a ser de competência do tribunal do júri. 
 
➢ Não são competência do júri: 
• lesão corporal seguida de morte; 
• latrocínio; 
• estupro seguido de morte. 
 
STF/Súmula vinculante n. 45 
A competência constitucional do tribunal do júri prevalecesobre o foro por prerrogativa de função 
estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual. 
 
CAPÍTULO IV - DA COMPETÊNCIA POR DISTRIBUIÇÃO 
 
Art. 75. A precedência da distribuição fixará a competência quando, na mesma circunscrição judiciária, houver 
mais de um juiz igualmente competente. 
 
Parágrafo único. A distribuição realizada para o efeito da concessão de fiança ou da decretação de prisão 
preventiva ou de qualquer diligência anterior à denúncia ou queixa prevenirá a da ação penal. 
 
CAPÍTULO V - DA COMPETÊNCIA POR CONEXÃO OU CONTINÊNCIA 
 
Art. 76. A competência será determinada pela conexão: 
 
I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas 
reunidas (Conexão Intersubjetiva por simultaneidade ocasional), ou por várias pessoas em concurso, embora 
diverso o tempo e o lugar (Conexão Intersubjetiva por Concurso), ou por várias pessoas, umas contra as outras 
(Conexão Intersubjetiva por Reciprocidade); 
 
II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar (Conexão Objetiva Teleológica) ou 
ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas (Conexão 
Objetiva Consequencial); 
 
 
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III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de 
outra infração (Conexão Instrumental). 
 
Tipos de Conexões 
Conexão Conceitos 
Intersubjetiva por 
simultaneidade ocasional 
Duas pessoas diversas cometem infrações diversas, no mesmo local, na 
mesma época, sem possuir nenhum vínculo subjetivo. 
Intersubjetiva por Concurso 
Ocorre quando os agentes em concurso, embora diverso o tempo e o 
lugar, praticam duas ou mais infrações ao mesmo tempo. 
Intersubjetiva por 
reciprocidade 
Infrações praticadas no mesmo tempo e local, um agente contra o 
outro. 
Objetiva Teleológica Uma infração é cometida para facilitar a outra. 
Objetiva Consequencial 
Uma infração é cometida para ocultar a outra, ou, para garantir a 
impunidade do infrator ou a vantagem da outra infração. 
Instrumental 
A prova da ocorrência de uma infração e de sua autoria deve influenciar a 
caracterização da outra infração. 
 
Art. 77. A competência será determinada pela continência quando: 
 
I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração; (Continência Subjetiva) 
 
II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1º, 53, segunda parte, e 54 do Código 
Penal. (Continência Objetiva) 
 
Tipos de Continência 
➢ Continência por Cumulação Subjetiva: Duas ou mais pessoas são acusadas pela mesma infração. 
Existe apenas um fato criminoso, na conexão existem vários. 
 
➢ Continência por Concurso Objetiva: quando os delitos são cometidos em concurso formal, na 
aberratio ictus ou aberratio criminis. 
 
Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguintes regras: 
 
I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a 
competência do júri; 
 
Il - no concurso de jurisdições da mesma categoria: 
 
a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave; 
 
b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, se as respectivas penas forem 
de igual gravidade; 
 
c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos; 
 
III - no concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de maior graduação; 
 
IV - no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta. 
 
STF/Súmula 704 
Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por 
continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos 
denunciados. 
 
Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento, salvo: 
 
I - no concurso entre a jurisdição comum e a militar; 
 
 
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II - no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores. 
 
§ 1º Cessará, em qualquer caso, a unidade do processo, se, em relação a algum corréu, sobrevier o caso 
previsto no art. 152 (superveniência de doença mental). 
 
Insanidade Mental 
Existindo insanidade mental do corréu, os processos devem ser separados, pois o processo do corréu 
com insanidade mental será suspenso. 
 
§ 2º A unidade do processo não importará a do julgamento, se houver corréu foragido que não possa ser 
julgado à revelia, ou ocorrer a hipótese do art. 461. 
 
Tribunal do Júri – Código Penal Militar 
Regra: Caso o militar cometa crime doloso contra a vida de um civil a competência será do tribunal do 
júri. 
 
Exceções: Tendo o Militar das Forças Armadas cometido o crime doloso contra a vida de um civil, a 
competência será da Justiça Militar da União se o crime for praticado no contexto: 
 
I – do cumprimento de atribuições que lhes forem estabelecidas pelo Presidente da República ou 
pelo ministro de Estado da Defesa; 
 
II – de ação que envolva a segurança de instituição militar ou de missão militar, mesmo que não 
beligerante; ou 
 
III – de atividade de natureza militar, de operação de paz, de garantia da lei e da ordem ou de 
atribuição subsidiária, realizadas em conformidade com o disposto no art.142 da Constituição Federal e 
na forma dos seguintes diplomas legais: a) Lei nº 7.565, de 19 de dezembro de 1986 – Código 
Brasileiro de Aeronáutica; b) Lei Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999; c) Decreto-Lei nº 1.002, 
de 21 de outubro de 1969 – Código de Processo Penal Militar; d) Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965 – 
Código Eleitoral. 
 
Art. 80. Será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem sido praticadas em 
circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo número de acusados e para não 
Ihes prolongar a prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação. 
 
Foro Privilegiado 
Nos crimes dolosos contra a vida praticados em concurso de pessoas, quando um dos acusados possui 
foro por prerrogativa de função fixado na CF/88, terá seu processo separado dos demais que irão ser 
julgados pelo Tribunal do Júri. 
 
Separação dos Processos 
Obrigatória Facultativa 
Concurso entre a jurisdição comum e a militar; 
Infrações praticadas em circunstâncias de tempo 
ou de lugar diferentes; 
Concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de 
menores; 
Excessivo número de acusados e para não lhes 
prolongar a prisão provisória; 
Superveniência de doença mental do corréu; 
Motivo relevante em que o juiz repute conveniente a 
separação. 
Corréu foragido que não possa ser julgado à revelia. X 
Se não houver coincidência na escolha de jurados, 
no caso de 2 ou mais réus com defensores diversos, 
no plenário do júri (art. 461, CPP). 
X 
 
 
 
 
 
 
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Crimes Conexos ou de Continência – Justiça Federal e Estadual 
➢ Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos crimes conexos de competência 
federal e estadual; 
 
➢ Existindo Desclassificação do delito federal para competência da Justiça Estadual, os autos do 
processo serão encaminhados a Justiça Estadual; 
 
➢ Ocorrendo absolvição do delito federal, a Justiça Federal permanece com a competência; 
 
➢ Ocorrendo conexão ou continência entre crime federal e contravenção penal, ocorrerá a separação do 
processo, sendo a contravenção julgada na Justiça Estadual. 
 
Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão ou continência, ainda que no processo da sua 
competência própriavenha o juiz ou tribunal a proferir sentença absolutória ou que desclassifique a infração 
para outra que não se inclua na sua competência, continuará competente em relação aos demais processos. 
 
Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao júri a competência por conexão ou continência, o juiz, se vier a 
desclassificar a infração ou impronunciar ou absolver o acusado, de maneira que exclua a competência do júri, 
remeterá o processo ao juízo competente. 
 
Art. 82. Se, não obstante a conexão ou continência, forem instaurados processos diferentes, a autoridade de 
jurisdição prevalente deverá avocar os processos que corram perante os outros juízes, salvo se já estiverem 
com sentença definitiva. Neste caso, a unidade dos processos só se dará, ulteriormente, para o efeito de soma 
ou de unificação das penas. 
 
CAPÍTULO VI 
DA COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO 
 
Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou mais juízes igualmente 
competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do 
processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa (arts. 70, § 
3º, 71, 72, § 2º, e 78, II, c). 
 
STF/Súmula 706 
É relativa a nulidade decorrente da inobservância da competência penal por prevenção. 
 
CAPÍTULO VII 
 
DA COMPETÊNCIA PELA PRERROGATIVA DE FUNÇÃO 
 
Art. 84. A competência pela prerrogativa de função é do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de 
Justiça, dos Tribunais Regionais Federais e Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, 
relativamente às pessoas que devam responder perante eles por crimes comuns e de responsabilidade. 
 
Art. 85. Nos processos por crime contra a honra, em que forem querelantes as pessoas que a Constituição sujeita 
à jurisdição do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais de Apelação, àquele ou a estes caberá o julgamento, 
quando oposta e admitida a exceção da verdade. 
 
STJ/HC 311.623/RS 
1. Nos termos do artigo 85 do Código de Processo Penal, os Tribunais só são competentes para o 
julgamento da exceção da verdade, cujo juízo de admissibilidade e instrução são feitos perante o 
magistrado de primeira instância. Doutrina. Precedentes do STJ e do STF. 
 
2. No caso dos autos, a exceção da verdade oposta pelos pacientes foi admitida pela magistrada de primeiro 
grau, que intimou o excepto para apresentar contestação, ressaltando que a sua competência se restringiria 
ao processamento do incidente, cujo julgamento será realizado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, 
não havendo que se falar, por conseguinte, em ofensa ao princípio do juiz natural. 
 
Art. 86. Ao Supremo Tribunal Federal competirá, privativamente, processar e julgar: 
 
 
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I - os seus ministros, nos crimes comuns; 
 
II - os ministros de Estado, salvo nos crimes conexos com os do Presidente da República; 
 
III - o procurador-geral da República, os desembargadores dos Tribunais de Apelação, os ministros do Tribunal de 
Contas e os embaixadores e ministros diplomáticos, nos crimes comuns e de responsabilidade. 
 
Art. 87. Competirá, originariamente, aos Tribunais de Apelação o julgamento dos governadores ou interventores 
nos Estados ou Territórios, e prefeito do Distrito Federal, seus respectivos secretários e chefes de Polícia, juízes 
de instância inferior e órgãos do Ministério Público. 
 
CAPÍTULO VIII 
DISPOSIÇÕES ESPECIAIS 
 
Art. 88. No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será competente o juízo da Capital do 
Estado onde houver por último residido o acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, será competente o 
juízo da Capital da República. 
 
Art. 89. Os crimes cometidos em qualquer embarcação nas águas territoriais da República, ou nos rios e lagos 
fronteiriços, bem como a bordo de embarcações nacionais, em alto-mar, serão processados e julgados pela justiça 
do primeiro porto brasileiro em que tocar a embarcação, após o crime, ou, quando se afastar do País, pela do 
último em que houver tocado. 
 
Art. 90. Os crimes praticados a bordo de aeronave nacional, dentro do espaço aéreo correspondente ao território 
brasileiro, ou ao alto-mar, ou a bordo de aeronave estrangeira, dentro do espaço aéreo correspondente ao 
território nacional, serão processados e julgados pela justiça da comarca em cujo território se verificar o pouso 
após o crime, ou pela da comarca de onde houver partido a aeronave. 
 
Art. 91. Quando incerta e não se determinar de acordo com as normas estabelecidas nos arts. 89 e 90, a 
competência se firmará pela prevenção. 
 
 
 
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Principais Súmulas e Jurisprudências 
 
TÍTULO V - DA COMPETÊNCIA 
 
STF/AP 937 
O foro por prerrogativa de função se aplica apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo 
e relacionados às funções desempenhadas. 
 
Após o término da instrução processual, com a publicação do despacho de intimação para a 
apresentação de alegações finais, a competência não mais se altera pelo fato de o agente deixar de 
ocupar o cargo. 
 
OBS: Caso a competência do Tribunal do Júri entrar em conflito com a competência de foro privilegiada 
apresentada na CF/88, esta prevalece sobre o Tribunal do Júri. Porém, caso seja uma competência de 
foro privilegiado prevista exclusivamente em uma Constituição Estadual, prevalece à competência do 
Tribunal do Júri. 
 
OBS: Pelo princípio da simetria, apesar de não estar expresso na CF/88, os deputados estaduais possui 
prerrogativa de foro perante o Tribunal de Justiça, não prevalecendo a competência do Tribunal do 
Júri. 
 
STF/Súmula 721 
A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função 
estabelecido exclusivamente pela constituição estadual. 
 
CAPÍTULO I - DA COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA INFRAÇÃO 
 
Art. 70. 
 
§ 4º Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (CP), quando 
praticados mediante depósito, mediante emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos em poder 
do sacado ou com o pagamento frustrado ou mediante transferência de valores, a competência será definida 
pelo local do domicílio da vítima, e, em caso de pluralidade de vítimas, a competência firmar-se-á pela 
prevenção. (Lei nº 14.155, de 2021) 
 
STJ/CC 185.983-DF 
No crime de estelionato, não identificadas as hipóteses descritas no § 4º do art. 70 do CPP, a competência 
deve ser fixada no local onde o agente delituoso obteve, mediante fraude, em benefício próprio e de 
terceiros, os serviços custeados pela vítima. 
 
STJ/CC 177.882-PR 
Compete ao Juízo Federal do endereço do destinatário da droga, importada via Correio, processar e julgar o 
crime de tráfico internacional. 
 
CAPÍTULO III – DA COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA INFRAÇÃO 
 
Art. 74. 
 
STF/Súmula vinculante n. 45 
A competência constitucional do tribunal do júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função 
estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual. 
 
CAPÍTULO V - DA COMPETÊNCIA POR CONEXÃO OU CONTINÊNCIA 
 
Art. 76. 
 
STJ/CC 185.511-SP 
É incabível a conexão de processos quando ausente a exposição de um liame circunstancial que demonstre 
a relação de interferência ou prejudicialidade entre as condutas criminosas. 
 
 
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Art. 77. 
 
STF/Súmula 704 
Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por 
continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dosdenunciados. 
 
CAPÍTULO VI 
DA COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO 
 
Art. 83. 
 
STF/Súmula 706 
É relativa a nulidade decorrente da inobservância da competência penal por prevenção. 
 
CAPÍTULO VII 
 
DA COMPETÊNCIA PELA PRERROGATIVA DE FUNÇÃO 
 
Art. 85. 
 
STJ/HC 311.623/RS 
1. Nos termos do artigo 85 do Código de Processo Penal, os Tribunais só são competentes para o 
julgamento da exceção da verdade, cujo juízo de admissibilidade e instrução são feitos perante o 
magistrado de primeira instância. Doutrina. Precedentes do STJ e do STF. 
 
2. No caso dos autos, a exceção da verdade oposta pelos pacientes foi admitida pela magistrada de primeiro 
grau, que intimou o excepto para apresentar contestação, ressaltando que a sua competência se restringiria 
ao processamento do incidente, cujo julgamento será realizado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, 
não havendo que se falar, por conseguinte, em ofensa ao princípio do juiz natural. 
 
Art. 86. 
 
STF/ADI 558/RJ 
São inconstitucionais normas que conferem prerrogativa de foro, nos crimes comuns, a autoridades 
não previstas na Constituição da República ou que guardem direta correspondência com aqueles 
previstos naquele documento 
1. É inconstitucional dispositivo da Constituição do Rio de Janeiro pelo qual se dispõe competir à Assembleia 
Legislativa do Estado processar e julgar Defensor Público-Geral do Estado nos crimes de responsabilidade. 
Compete privativamente à União legislar sobre normas de processamento e julgamento de crimes de 
responsabilidade (inc. I do art. 22 da Constituição da República e Súmula Vinculante n. 46 do Supremo 
Tribunal Federal). 
 
2. Afronta ao inc. I do art. 22 da Constituição da República de dispositivo de Constituição estadual que atribui 
crime de responsabilidade aos procuradores-gerais que, apesar de convocados pela Assembleia Legislativa 
para prestar informações, deixem de comparecer de forma injustificada. 
 
3. São inconstitucionais os dispositivos da Constituição do Rio de Janeiro nos quais se estabelecer 
estabelece competente o Tribunal de Justiça estadual para julgar, originariamente, nos crimes comuns e de 
responsabilidade, os membros das Procuradorias Gerais do Estado, os membros da Procuradoria da 
Assembleia Legislativa, os membros da Defensoria Pública, os Delegados de Polícia, os Vice-Prefeitos e os 
Vereadores. 
 
STF/ADI 5.591/SP 
A autonomia dos estados para dispor sobre autoridades submetidas a foro privilegiado não é ilimitada, não 
pode ficar ao arbítrio político do constituinte estadual e deve seguir, por simetria, o modelo federal. 
 
Extrapola a autonomia do estado previsão, em constituição estadual, que confere foro privilegiado a 
Delegado Geral da Polícia Civil. 
 
 
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STF/ADI 6.501/PA 
É inconstitucional norma de constituição estadual que estende o foro por prerrogativa de função a 
autoridades não contempladas pela Constituição Federal de forma expressa ou por simetria. 
 
STJ/Info 762 
A superveniente aposentadoria da autoridade detentora do foro por prerrogativa de função cessa a 
competência do Superior Tribunal de Justiça para o processamento e julgamento do feito. 
 
STF/Súmula Vinculante 45 
A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função 
estabelecido exclusivamente pela constituição estadual. 
STF/Súmula 451 
A competência especial por prerrogativa de função não se estende ao crime cometido após a cessação 
definitiva do exercício funcional. 
STJ/Súmula 702 
A competência do tribunal de justiça para julgar prefeitos restringe-se aos crimes de competência da 
justiça comum estadual; nos demais casos, a competência originária caberá ao respectivo tribunal de 
segundo grau. 
STF/Súmula 704 
Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por 
continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos 
denunciados. 
 
Justiça 
Comum Especial 
Justiça Federal 
Justiça Estadual 
Justiça Eleitoral 
Justiça do Trabalho 
Justiça Militar 
 
Competências 
Justiça Estadual Justiça Federal 
STF/Súmula 498 STF/Súmula Vinculante 36 
Compete à Justiça dos Estados, em ambas as 
instâncias, o processo e o julgamento dos crimes 
contra a economia popular. 
Compete à Justiça Federal comum processar e 
julgar civil denunciado pelos crimes de falsificação e 
de uso de documento falso quando se tratar de 
falsificação da Caderneta de Inscrição e Registro 
(CIR) ou de Carteira de Habilitação de Amador 
(CHA), ainda que expedidas pela Marinha do 
Brasil. 
STF/Súmula 522 STJ/Súmula 122 
Salvo ocorrência de tráfico para o exterior, 
quando, então, a competência será da justiça 
federal, compete à justiça dos estados o processo 
e julgamento dos crimes relativos a 
entorpecentes. 
Compete à Justiça Federal o processo e julgamento 
unificado dos crimes conexos de competência 
federal e estadual, não se aplicando a regra do art. 
78, II, a, do Código de Processo Penal. 
STJ/Súmula 38 STJ/Súmula 147 
Compete a Justiça Estadual Comum, na vigência 
da CF88, o processo por contravenção penal, 
ainda que praticada em detrimento de bens, 
serviços ou interesse da União ou de suas 
entidades. 
Compete à Justiça Federal processar e julgar os 
crimes praticados contra funcionário público 
federal, quando relacionados com o exercício da 
função. 
STJ/CC 20454/RO STJ/Súmula 165 
I - As contravenções, mesmo que praticadas em 
detrimento de interesse da União, são apreciadas 
na Justiça Estadual (Súmula nº 38-STJ). 
 
II - Na hipótese de conexão ou continência, 
prevalece a regra constitucional (art. 109, inciso IV 
– Crime Federal), indicando a necessidade do 
desmembramento. 
Compete à Justiça Federal processar e julgar crime 
de falso testemunho cometido no processo 
trabalhista. 
 
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STJ/Súmula 62 STJ/Súmula 200 
Compete à Justiça Comum Estadual processar e 
julgar as causas cíveis em que é parte sociedade 
de economia mista e os crimes praticados em seu 
detrimento. 
 
O enunciado não foi formalmente cancelado, mas já 
há julgamentos em sentido contrário. 
1. No julgamento do CC n. 127.706/RS (em 
9/4/2014), da relatoria do Ministro Rogerio Schietti 
Cruz, a Terceira Seção desta Corte, por maioria, 
firmou o entendimento de que, no delito tipificado no 
art. 297, § 4º, do Código Penal, o sujeito passivo é 
o Estado e, eventualmente, de forma secundária, 
o particular, terceiro prejudicado com a omissão 
das informações, circunstância que atrai a 
competência da Justiça Federal, conforme o 
disposto no art. 109, IV, da Constituição Federal. 2. 
Conflito conhecido para declarar a competência do 
Juízo Federal da 1ª Vara de Itapeva – SJ/SP, o 
suscitante” (CC 135.200/SP, Terceira Seção, Rel. 
Min. Sebastião Reis Junior, DJe 02/02/2015). 
O Juízo Federal competente para processar e julgar 
acusado de crime de uso de passaporte falso é o 
do lugar onde o delito se consumou. 
STJ/Súmula 42 STJ/Súmula 208 
Compete à Justiça Comum Estadual processar e 
julgar as causas cíveis em que é parte sociedade 
de economia mista e os crimes praticados em seu 
detrimento. 
Compete à justiça federal processar e julgar 
prefeito municipal por desvio de verba sujeita a 
prestação de contas perante órgão federal. 
STJ/Súmula 104 STJ/Súmula 528 (CANCELADA) 
Compete à Justiça Estadual o processo e 
julgamento dos crimes de falsificação e uso de 
documento falso relativo a estabelecimento 
particular de ensino. 
Compete ao juiz federal do local da apreensão da 
droga remetida do exterior pela via postal processar 
e julgar o crime de tráfico internacional. 
 
STJ/CC 177.882-PR: Compete ao Juízo Federal do 
endereço do destinatárioda droga, importada via 
Correio, processar e julgar o crime de tráfico 
internacional. 
STJ/Súmula 107 
X 
Compete à Justiça Comum Estadual processar e 
julgar crime de estelionato praticado mediante 
falsificação das guias de recolhimento das 
contribuições previdenciárias, quando não 
ocorrente lesão a autarquia federal. 
STJ/Súmula 140 
Compete à Justiça Comum Estadual processar e 
julgar crime em que o indígena figure como autor 
ou vítima. 
STJ/Súmula 209 
Compete à Justiça Estadual processar e julgar 
prefeito por desvio de verba transferida e 
incorporada ao patrimônio municipal. 
STJ/Súmula 546 
A competência para processar e julgar o crime de 
uso de documento falso é firmada em razão da 
entidade ou órgão ao qual foi apresentado o 
documento público, não importando a 
qualificação do órgão expedidor. 
 
STF/Súmula 603 
A competência para o processo e julgamento de latrocínio é do juiz singular e não do tribunal do júri. 
 
 
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STF/RE 835.558/SP 
Compete à Justiça Federal processar e julgar o crime ambiental de caráter transnacional que envolva 
animais silvestres, ameaçados de extinção, espécimes exóticas, ou protegidos por compromissos 
internacionais assumidos pelo Brasil. 
 
STF/ADI 2553/MA 
É inconstitucional dispositivo da Constituição Estadual que confere foro por prerrogativa de função, no 
Tribunal de Justiça, para Procuradores do Estado, Procuradores da ALE, Defensores Públicos e 
Delegados de Polícia. 
 
A CF/88, apenas excepcionalmente, conferiu prerrogativa de foro para as autoridades federais, estaduais 
e municipais. Assim, não se pode permitir que os Estados possam, livremente, criar novas hipóteses de 
foro por prerrogativa de função. 
Fonte: CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É constitucional lei estadual que preveja o cargo em comissão de Procurador-Geral da 
universidade estadual. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:< https://www.dizerodireito.com.br/2019/06/e-inconstitucional-
foro-por.html>. Acesso em: 07/11/2019 
 
STJ/Súmula 151 
A competência para o processo e julgamento por crime de contrabando ou descaminho define-se pela 
prevenção do Juízo Federal do lugar da apreensão dos bens. 
 
STJ/Súmula 244 
Compete ao foro do local da recusa processar e julgar o crime de estelionato mediante cheque sem 
provisão de fundos. 
Súmula superada com o advento do art. 70, § 4° da Lei 14.155/2021. 
 
STJ/REsp 515.045/RS 
1. O crime de concussão consistente na cobrança de diárias, exames, honorários médicos e 
medicamentos de pacientes do SUS, por causarem prejuízos apenas a particulares, não causando danos a 
bens, serviços ou interesses da União, é da competência da Justiça Estadual. Precedentes. 
 
2. No entanto, na hipótese vertente, vislumbra-se a competência da Justiça Federal, em razão da 
existência de conexão probatória (art. 76, inciso III, do Código de Processo Penal) com o delitos de bando 
e estelionato praticados contra o próprio Sistema Único de Saúde - SUS - enquadrando-se, portanto, dentre 
as hipóteses previstas no art. 109, inciso V, da Constituição Federal. Aplicação da Súmula n.º 122 do STJ. 
 
STJ/CC 120.999/CE 
1. A competência da Justiça Federal para processar e julgar os delitos praticados por meio da rede 
mundial de computadores é fixada quando o cometimento do delito por meio eletrônico se refere a 
infrações previstas em tratados ou convenções internacionais, constatada a internacionalidade do fato 
praticado (art. 109, V, da CF), ou quando a prática de crime via internet venha a atingir bem, interesse ou 
serviço da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas (art. 109, IV, da CF). 
 
2. No presente caso, há hipótese de atração da competência da Justiça Federal, uma vez que o fato de 
haver um usuário do Orkut, supostamente praticado delitos de divulgação de imagens pornográficas 
de crianças e adolescentes, configura uma das situações previstas no art. 109 da Constituição Federal. 
 
Circulação de Material Pornográfico de criança ou adolescente 
Competência da Justiça Federal Competência da Justiça Estadual 
Divulgação do conteúdo de forma ampla por meio da 
rede mundial de computadores. 
Troca, por e-mail ou mensagens via Whatsapp, do 
conteúdo. (Ambiente mais restrito). 
STF/RE 628624/MG STJ/CC 121215/PR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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STJ/CC 160.748/SP 
1. A jurisprudência desta Corte orientava para a competência da Justiça Federal para o julgamento dos 
crimes de contrabando e descaminho (Súmula 151/STJ), até que julgado (CC n. 149.750/MS, de 
26/4/2017), fundado em conflito que debateu crime diverso (violação de direito autoral), modificou a 
orientação sedimentada, para limitar a competência federal, no caso de contrabando, às hipóteses em que 
for constatada a existência de indícios de transnacionalidade na conduta do agente. 
 
2. Consolidada a nova compreensão, sobreveio o julgamento do CC n. 159.680/MG (realizado em 8/8/2018), 
no qual a Terceira Seção entendeu pela competência federal para o julgamento do crime de 
descaminho, ainda que inexistentes indícios de transnacionalidade na conduta. 
 
3. Tal orientação, no sentido da desnecessidade de indícios de transnacionalidade, deve prevalecer não 
só para o crime de descaminho, como também para o delito de contrabando, pois resguarda a segurança 
jurídica, na medida em que restabelece a jurisprudência tradicional; além do que o crime de contrabando, tal 
como o delito de descaminho, tutela prioritariamente interesse da União, que é a quem compete 
privativamente (arts. 21, XXII e 22, VII, ambos da CF) definir os produtos de ingresso proibido no país, além 
de exercer a fiscalização aduaneira e de fronteira. 
 
4. Conflito conhecido para declarar a competência do Juízo Federal da 4ª Vara Criminal da Seção Judiciária 
do Estado de São Paulo, o suscitante. 
 
Crimes Militares 
STJ/Súmula 53 
Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar civil acusado de prática de crime contra 
instituições militares estaduais. 
STJ/Súmula 78 
Compete à Justiça Militar processar e julgar policial de corporação estadual, ainda que o delito tenha sido 
praticado em outra unidade federativa. 
 
Competência Criminal – Teses do STJ - Edição 72 
Tese 01 
Compete ao Superior Tribunal de Justiça o julgamento de revisão criminal quando a questão objeto do 
pedido revisional tiver sido examinada anteriormente por esta Corte. 
Tese 02 
A mera previsão do crime em tratado ou convenção internacional não atrai a competência da Justiça 
Federal, com base no art. 109, inciso V, da CF/88, sendo imprescindível que a conduta tenha ao menos 
potencialidade para ultrapassar os limites territoriais. 
Tese 03 
O fato de o delito ser praticado pela internet não atrai, automaticamente, a competência da Justiça Federal, 
sendo necessário demonstrar a internacionalidade da conduta ou de seus resultados. 
Tese 04 
Não há conflito de competência entre Tribunal de Justiça e Turma Recursal de Juizado Especial Criminal de 
um mesmo Estado, já que a Turma Recursal não possui qualidade de Tribunal e a este é subordinada 
administrativamente. 
Tese 05 
É relativa a nulidade decorrente da inobservância da competência penal por prevenção, que deve ser 
alegada em momento oportuno, sob pena de preclusão. 
Tese 06 
A competência é determinada pelo lugar em que se consumou a infração (art. 70 do CPP), sendo possível a 
sua modificação na hipótese em que outro local seja o melhor para a formação da verdade real. 
Tese 07 
Compete ao Tribunal Regional Federal ou ao Tribunal de Justiça decidir os conflitos de competência entre 
juizado especial e juízo comum da mesma seção judiciária ou do mesmo Estado. 
Tese 08 
Compete à Justiça Federal o processoe julgamento unificado dos crimes conexos de competência federal 
e estadual, não se aplicando a regra do art. 78, II, a, do Código de Processo Penal. (Súmula n. 122/STJ) 
Tese 09 
Inexistindo conexão probatória, não é da Justiça Federal a competência para processar e julgar crimes de 
competência da Justiça Estadual, ainda que os delitos tenham sido descobertos em um mesmo contexto 
fático. 
 
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61 
 
Tese 10 
No concurso de infrações de menor potencial ofensivo, afasta-se a competência dos Juizados Especiais 
quando a soma das penas ultrapassar dois anos. 
Tese 11 
Compete à Justiça Federal processar e julgar crimes relativos ao desvio de verbas públicas repassadas pela 
União aos municípios e sujeitas à prestação de contas perante órgão federal. 
Tese 12 
Compete à Justiça Estadual processar e julgar prefeito por desvio de verba transferida e incorporada ao 
patrimônio municipal. (Súmula n. 209/STJ) 
Tese 13 
As atribuições da Polícia Federal não se confundem com as regras de competência constitucionalmente 
estabelecidas para a Justiça Federal (arts. 108, 109 e 144, §1°, da CF/88), sendo possível que uma 
investigação conduzida pela Polícia Federal seja processada perante a Justiça estadual. 
Tese 14 
Compete a Justiça comum estadual processar e julgar crime em que o índio figure como autor ou vítima, 
desde que não haja ofensa a direitos e a cultura indígenas, o que atrai a competência da Justiça Federal. 
Tese 15 
Compete a Justiça Federal processar e julgar os crimes praticados contra funcionário público federal, quando 
relacionados com o exercício da função. (Súmula n. 147/STJ) 
Tese 16 
Há conflito de competência, e não de atribuição, sempre que a autoridade judiciária se pronuncia a respeito 
da controvérsia, acolhendo expressamente as manifestações do Ministério Público. 
Tese 17 
Compete ao Juízo das Execuções Penais do Estado a execução das penas impostas a sentenciados pela 
Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos a Administração Estadual. 
Tese 18 
A mudança de domicílio pelo condenado que cumpre pena restritiva de direitos ou que seja beneficiário de 
livramento condicional não tem o condão de modificar a competência da execução penal, que permanece 
com o juízo da condenação, sendo deprecada ao juízo onde fixa nova residência somente a supervisão e o 
acompanhamento do cumprimento da medida imposta. 
Tese 19 
A ofensa indireta, genérica ou reflexa praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da União, de 
suas entidades autárquicas ou empresas públicas federais não atrai a competência da Justiça Federal (art. 
109, IV, da CF/88). 
 
 
 
 
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TÍTULO VI - DAS QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES 
 
Questão 
Preliminar Prejudicial 
Trata-se das questões processuais ou de mérito 
relacionadas ao direito processual, voltadas à 
existência de pressupostos processuais. 
Trata-se das questões penais ou extrapenais 
relacionadas ao direito material, voltadas ao mérito 
da infração penal. 
As questões preliminares são sempre vinculadas e 
decididas por um juízo penal. 
As questões preliminares são sempre autônomas e 
decididas por um juízo penal ou extrapenal. 
 
CAPÍTULO I 
DAS QUESTÕES PREJUDICIAIS 
 
Definição 
➢ Denominam-se questões prejudiciais àquelas que devem ser enfrentadas pelo juiz, com valoração 
penal ou extrapenal, antes de decidir quanto ao mérito da ação principal. 
 
➢ Três são as características das questões prejudiciais: 
✓ Anterioridade: a questão prejudicial tem de ser decidida antes da questão prejudicada. 
 
✓ Essencialidade, interdependência ou necessariedade: a subordinação que há entre questão 
prejudicial e prejudicada não é apenas de ordem lógica. Há uma essencialidade, tendo em vista que o 
enfrentamento da questão prejudicial pode conduzir à aferição da existência ou inexistência da 
infração penal que se analisa, consistente na questão prejudicada. 
 
✓ Autonomia: a questão prejudicial pode ser resolvida em uma ação autônoma. 
 
Diferença entre Questão Prejudicial e Questão Preliminar 
Questão Prejudicial Questão Preliminar 
São as questões que devem ser valoradas pelo juiz 
antes de decidir o mérito da causa posta a sua 
apreciação. Isso porque, as questões prejudiciais 
interferem diretamente no direito material, pois se 
relacionam à existência da infração penal. 
Diz respeito ao direito processual. Relacionam-se 
não com a existência do crime, mas sim, com os 
pressupostos processuais e com as condições da 
ação. 
 
Art. 92. Se a decisão sobre a existência da infração depender da solução de controvérsia, que o juiz repute 
séria e fundada, sobre o estado civil das pessoas, o curso da ação penal ficará suspenso até que no juízo 
cível seja a controvérsia dirimida por sentença passada em julgado, sem prejuízo, entretanto, da inquirição das 
testemunhas e de outras provas de natureza urgente. (Suspensão Obrigatória, assim como a prescrição.). 
 
Parágrafo único. Se for o crime de ação pública, o Ministério Público, quando necessário, promoverá a ação civil 
ou prosseguirá na que tiver sido iniciada, com a citação dos interessados. 
 
Art. 93. Se o reconhecimento da existência da infração penal depender de decisão sobre questão diversa da 
prevista no artigo anterior, da competência do juízo cível, e se neste houver sido proposta ação para resolvê-la, 
o juiz criminal poderá, desde que essa questão seja de difícil solução e não verse sobre direito cuja prova a 
lei civil limite, suspender o curso do processo, após a inquirição das testemunhas e realização das outras 
provas de natureza urgente. (Suspensão Facultativa). 
 
§ 1º. O juiz marcará o prazo da suspensão, que poderá ser razoavelmente prorrogado, se a demora não for 
imputável à parte. Expirado o prazo, sem que o juiz cível tenha proferido decisão, o juiz criminal fará 
prosseguir o processo, retomando sua competência para resolver, de fato e de direito, toda a matéria da 
acusação ou da defesa. 
 
§ 2 º. Do despacho que denegar a suspensão não caberá recurso. (Caso seja aceita a suspensão é cabível 
RESE). 
 
§ 3 º. Suspenso o processo, e tratando-se de crime de ação pública, incumbirá ao Ministério Público intervir 
imediatamente na causa cível, para o fim de promover-lhe o rápido andamento. 
 
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Questão Prejudicial 
Questão Prejudicial Obrigatória Questão Prejudicial Facultativa 
Refere-se ao estado civil das pessoas. 
Questão que não se refira ao estado civil das 
pessoas. 
Suspensão obrigatória, caso a questão seja séria e 
fundada; 
Suspensão facultativa, ou seja, o juiz pode 
suspender. 
Recurso Recurso 
Processo Suspenso 
Processo não 
Suspenso 
Processo Suspenso 
Processo não 
Suspenso 
Cabe RESE (CPP/41, 
Art. 581. XVI.). 
Irrecorrível, no entanto a 
doutrina entende ser 
possível Habeas Corpus 
ou Correição Parcial. 
Cabe RESE (CPP/41, 
Art. 581. XVI.). 
Irrecorrível, no entanto a 
doutrina entende ser 
possível Habeas 
Corpus. 
 
Questão Prejudicial 
Questão Prejudicial Homogênea Questão Prejudicial Heterogênea 
Questão que pertence ao mesmo ramo do direito 
da questão prejudicada. 
Questão que pertence a outro ramo do direito. 
 
Pode ser: 
✓ Devolutivas Absolutas: Refere-se ao estado 
civil das pessoas, sendo decididas pelo juízo 
cível. É necessária a suspensão do processo 
penal por prazo indeterminado. 
 
 
✓ Devolutivas Relativas: Questão que pode ser 
apreciada pelo juiz penal. É facultativa a 
suspensão. 
Fonte: https://www.docsity.com/pt/processo-penal-intensivo-ii/4865955/Art. 94. A suspensão do curso da ação penal, nos casos dos artigos anteriores, será decretada pelo juiz, de 
ofício ou a requerimento das partes. 
 
CAPÍTULO II 
DAS EXCEÇÕES 
 
Conceito 
As exceções são conceituadas como procedimentos incidentais em que são alegados fatos 
processuais que dizem respeito a pressupostos processuais ou a condições da ação, buscando a 
extinção ou dilação do processo. 
 
Art. 95. Poderão ser opostas as exceções de: 
 
I - suspeição; 
 
II - incompetência de juízo; 
 
III - litispendência; 
 
IV - ilegitimidade de parte; 
 
V - coisa julgada. 
 
 
 
 
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Exceções 
Suspeição; 
Incompetência de Juízo; 
Litispendência; 
Ilegitimidade de parte; 
Coisa Julgada. 
Mnemônico: SILIC 
 
Art. 96. A arguição de suspeição precederá a qualquer outra, salvo quando fundada em motivo 
superveniente. 
 
Art. 97. O juiz que espontaneamente afirmar suspeição deverá fazê-lo por escrito, declarando o motivo legal, e 
remeterá imediatamente o processo ao seu substituto, intimadas as partes. 
 
Art. 98. Quando qualquer das partes pretender recusar o juiz, deverá fazê-lo em petição assinada por ela própria 
ou por procurador com poderes especiais, aduzindo as suas razões acompanhadas de prova documental ou do 
rol de testemunhas. 
 
Art. 99. Se reconhecer a suspeição, o juiz sustará a marcha do processo, mandará juntar aos autos a petição do 
recusante com os documentos que a instruam, e por despacho se declarará suspeito, ordenando a remessa 
dos autos ao substituto. 
 
Art. 100. Não aceitando a suspeição, o juiz mandará autuar em apartado a petição, dará sua resposta dentro 
em três dias, podendo instruí-la e oferecer testemunhas, e, em seguida, determinará sejam os autos da exceção 
remetidos, dentro em vinte e quatro horas, ao juiz ou tribunal a quem competir o julgamento. 
 
§ 1º. Reconhecida, preliminarmente, a relevância da arguição, o juiz ou tribunal, com citação das partes, marcará 
dia e hora para a inquirição das testemunhas, seguindo-se o julgamento, independentemente de mais alegações. 
 
§ 2º. Se a suspeição for de manifesta improcedência, o juiz ou relator a rejeitará liminarmente. 
 
Art. 101. Julgada procedente a suspeição, ficarão nulos os atos do processo principal, pagando o juiz as 
custas, no caso de erro inescusável; rejeitada, evidenciando-se a malícia do excipiente, a este será imposta a 
multa de duzentos mil-réis a dois contos de réis. 
 
Art. 102. Quando a parte contrária reconhecer a procedência da arguição, poderá ser sustado, a seu 
requerimento, o processo principal, até que se julgue o incidente da suspeição. 
 
Art. 103. No Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de Apelação, o juiz que se julgar suspeito deverá 
declará-lo nos autos e, se for revisor, passar o feito ao seu substituto na ordem da precedência, ou, se for 
relator, apresentar os autos em mesa para nova distribuição. 
 
§ 1º. Se não for relator nem revisor, o juiz que houver de dar-se por suspeito, deverá fazê-lo verbalmente, na 
sessão de julgamento, registrando-se na ata a declaração. 
 
§ 2º. Se o presidente do tribunal se der por suspeito, competirá ao seu substituto designar dia para o julgamento e 
presidi-lo. 
 
§ 3º. Observar-se-á, quanto à arguição de suspeição pela parte, o disposto nos arts. 98 a 101, no que Ihe for 
aplicável, atendido, se o juiz a reconhecer, o que estabelece este artigo. 
 
§ 4º. A suspeição, não sendo reconhecida, será julgada pelo tribunal pleno, funcionando como relator o 
presidente. 
 
§ 5º. Se o recusado for o presidente do tribunal, o relator será o vice-presidente. 
 
Art. 104. Se for arguida a suspeição do órgão do Ministério Público, o juiz, depois de ouvi-lo, decidirá, sem 
recurso, podendo antes admitir a produção de provas no prazo de três dias. 
 
 
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Art. 105. As partes poderão também arguir de suspeitos os peritos, os intérpretes e os serventuários ou 
funcionários de justiça, decidindo o juiz de plano e sem recurso, à vista da matéria alegada e prova imediata. 
 
Art. 106. A suspeição dos jurados deverá ser arguida oralmente, decidindo de plano do presidente do Tribunal 
do Júri, que a rejeitará se, negada pelo recusado, não for imediatamente comprovada, o que tudo constará da 
ata. 
 
Art. 107. Não se poderá opor suspeição às autoridades policiais nos atos do inquérito, mas deverão elas 
declarar-se suspeitas, quando ocorrer motivo legal. 
 
Art. 108. A exceção de incompetência do juízo poderá ser oposta, verbalmente ou por escrito, no prazo de 
defesa. 
 
§ 1 º. Se, ouvido o Ministério Público, for aceita a declinatória, o feito será remetido ao juízo competente, onde, 
ratificados os atos anteriores, o processo prosseguirá. 
 
§ 2 º. Recusada a incompetência, o juiz continuará no feito, fazendo tomar por termo a declinatória, se formulada 
verbalmente. 
 
Art. 109. Se em qualquer fase do processo o juiz reconhecer motivo que o torne incompetente, declará-lo-á 
nos autos, haja ou não alegação da parte, prosseguindo-se na forma do artigo anterior. 
 
Art. 110. Nas exceções de litispendência, ilegitimidade de parte e coisa julgada, será observado, no que Ihes for 
aplicável, o disposto sobre a exceção de incompetência do juízo. 
 
§ 1 º. Se a parte houver de opor mais de uma dessas exceções, deverá fazê-lo numa só petição ou articulado. 
 
§ 2 º. A exceção de coisa julgada somente poderá ser oposta em relação ao fato principal, que tiver sido 
objeto da sentença. 
 
Art. 111. As exceções serão processadas em autos apartados e não suspenderão, em regra, o andamento da 
ação penal. 
 
 
 
CAPÍTULO III 
DAS INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS 
 
Art. 112. O juiz, o órgão do Ministério Público, os serventuários ou funcionários de justiça e os peritos ou 
intérpretes abster-se-ão de servir no processo, quando houver incompatibilidade ou impedimento legal, que 
declararão nos autos. Se não se der a abstenção, a incompatibilidade ou impedimento poderá ser arguido pelas 
partes, seguindo-se o processo estabelecido para a exceção de suspeição. 
 
CAPÍTULO IV 
DO CONFLITO DE JURISDIÇÃO 
 
Art. 113. As questões atinentes à competência resolver-se-ão não só pela exceção própria, como também pelo 
conflito positivo ou negativo de jurisdição. 
 
Art. 114. Haverá conflito de jurisdição: 
 
I - quando duas ou mais autoridades judiciárias se considerarem competentes, ou incompetentes, para 
conhecer do mesmo fato criminoso; 
 
II - quando entre elas surgir controvérsia sobre unidade de juízo, junção ou separação de processos. 
 
Art. 115. O conflito poderá ser suscitado: 
 
I - pela parte interessada; 
 
II - pelos órgãos do Ministério Público junto a qualquer dos juízos em dissídio; 
 
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III - por qualquer dos juízes ou tribunais em causa. 
 
Art. 116. Os juízes e tribunais, sob a forma de representação, e a parte interessada, sob a de requerimento, 
darão parte escrita e circunstanciada do conflito, perante o tribunal competente, expondo os fundamentos e 
juntando os documentos comprobatórios. 
 
§ 1º. Quando negativo o conflito, os juízes e tribunais poderão suscitá-lo nos próprios autos do processo. 
 
§ 2º. Distribuído o feito, se o conflito for positivo, o relator poderá determinar imediatamente que se suspenda 
o andamento do processo. 
 
§ 3º. Expedida ou não a ordem de suspensão, o relator requisitará informações às autoridades em conflito, 
remetendo-lhes cópia do requerimento ou representação. 
 
§ 4º. As informações serão prestadas no prazo marcado pelo relator. 
 
§ 5º. Recebidas as informações,e depois de ouvido o procurador-geral, o conflito será decidido na primeira 
sessão, salvo se a instrução do feito depender de diligência. 
 
§ 6º. Proferida a decisão, as cópias necessárias serão remetidas, para a sua execução, às autoridades contra as 
quais tiver sido levantado o conflito ou que o houverem suscitado. 
 
Art. 117. O Supremo Tribunal Federal, mediante avocatória, restabelecerá a sua jurisdição, sempre que exercida 
por qualquer dos juízes ou tribunais inferiores. 
 
CAPÍTULO V 
DA RESTITUIÇÃO DAS COISAS APREENDIDAS 
 
Art. 118. Antes de transitar em julgado a sentença final, as coisas apreendidas não poderão ser restituídas 
enquanto interessarem ao processo. 
 
Art. 119. As coisas a que se referem os arts. 74 e 100 do Código Penal não poderão ser restituídas, mesmo 
depois de transitar em julgado a sentença final, salvo se pertencerem ao lesado ou a terceiro de boa-fé. 
 
Art. 120. A restituição, quando cabível, poderá ser ordenada pela autoridade policial ou juiz, mediante termo 
nos autos, desde que não exista dúvida quanto ao direito do reclamante. 
 
§ 1 º. Se duvidoso esse direito, o pedido de restituição autuar-se-á em apartado, assinando-se ao requerente o 
prazo de 5 (cinco) dias para a prova. Em tal caso, só o juiz criminal poderá decidir o incidente. 
§ 2 º. O incidente autuar-se-á também em apartado e só a autoridade judicial o resolverá, se as coisas forem 
apreendidas em poder de terceiro de boa-fé, que será intimado para alegar e provar o seu direito, em prazo 
igual e sucessivo ao do reclamante, tendo um e outro dois dias para arrazoar. 
 
§ 3 º. Sobre o pedido de restituição será sempre ouvido o Ministério Público. 
 
§ 4 º. Em caso de dúvida sobre quem seja o verdadeiro dono, o juiz remeterá as partes para o juízo cível, 
ordenando o depósito das coisas em mãos de depositário ou do próprio terceiro que as detinha, se for pessoa 
idônea. 
 
§ 5 º. Tratando-se de coisas facilmente deterioráveis, serão avaliadas e levadas a leilão público, depositando-
se o dinheiro apurado, ou entregues ao terceiro que as detinha, se este for pessoa idônea e assinar termo de 
responsabilidade. 
 
Restituição 
Se duvidoso o direito à restituição Se duvidoso o verdadeiro dono 
O juiz criminal poderá decidir o incidente. O juiz remeterá as partes para o juízo cível. 
 
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➢ O Código de Processo Penal traz algumas vedações à restituição de coisas apreendidas. 
 
➢ São as seguintes: 
• As coisas apreendidas não podem ser restituídas, antes do trânsito em julgado da sentença 
final, enquanto ainda interessarem ao processo (Art. 118 CPP/41). Apesar de a lei se referir a “sentença 
final”, certo é que a devolução é possível após decisões definitivas outras, que ponham fim ao processo, 
como aquela que determina o arquivamento do inquérito ou que declara extinta a punibilidade do réu; 
 
• Os instrumentos do crime, desde que seu fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato 
ilícito, não poderão ser restituídos, sequer depois do trânsito em julgado da sentença final, 
ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé (Art. 119 CPP/41). O que se depreende 
desse dispositivo é que a restituição de instrumentos do crime apenas é vedada quando se cuidar de 
objeto proibido ou que esteja ilegal quando da infração penal. 
 
• Não podem ser restituídos quaisquer bens ou valores que constituam proveito auferido pelo 
agente com a prática do crime, mesmo depois do trânsito em julgado, salvo se pertencerem ao 
lesado ou a terceiro de boa-fé. Assim, seja o produto direto do crime, seja o produto indireto, ou 
proveito da infração, não podem ser, em hipótese alguma, restituídos ao autor da infração penal. 
Possível, obviamente, a restituição ao lesado ou a terceiro de boa-fé; 
 
• Sem o comparecimento pessoal do acusado. Nos termos do Art. 60, § 3º da Lei n. 11.343/2006 e 
art. 4º, § 3º da Lei de Lavagem de Capitais, no que diz respeito aos bens apreendidos em decorrência 
de crimes previstos naquelas leis, o pedido de restituição não será conhecido se o acusado não 
comparecer pessoalmente. 
 
Art. 121. No caso de apreensão de coisa adquirida com os proventos da infração, aplica-se o disposto no art. 133 
e seu parágrafo. 
 
Art. 122. Sem prejuízo do disposto no art. 120 (restituição), as coisas apreendidas serão alienadas nos termos 
do disposto no art. 133 deste Código. 
 
Art. 123. Fora dos casos previstos nos artigos anteriores, se dentro no prazo de 90 dias, a contar da data em que 
transitar em julgado a sentença final, condenatória ou absolutória, os objetos apreendidos não forem 
reclamados ou não pertencerem ao réu, serão vendidos em leilão, depositando-se o saldo à disposição do 
juízo de ausentes. 
 
Art. 124. Os instrumentos do crime, cuja perda em favor da União for decretada, e as coisas confiscadas, de 
acordo com o disposto no art. 100 do Código Penal, serão inutilizados ou recolhidos a museu criminal, se 
houver interesse na sua conservação. 
 
Art. 124-A. Na hipótese de decretação de perdimento de obras de arte ou de outros bens de relevante valor 
cultural ou artístico, se o crime não tiver vítima determinada, poderá haver destinação dos bens a museus 
públicos. 
 
CAPÍTULO VI 
DAS MEDIDAS ASSECURATÓRIAS 
 
Art. 125. Caberá o sequestro dos bens imóveis, adquiridos pelo indiciado com os proventos da infração, ainda 
que já tenham sido transferidos a terceiro. 
 
Art. 126. Para a decretação do sequestro, bastará a existência de indícios veementes da proveniência ilícita 
dos bens. 
 
Art. 127. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou do ofendido, ou mediante representação da 
autoridade policial, poderá ordenar o sequestro, em qualquer fase do processo ou ainda antes de oferecida 
a denúncia ou queixa. 
 
Art. 128. Realizado o sequestro, o juiz ordenará a sua inscrição no Registro de Imóveis. 
 
Art. 129. O sequestro autuar-se-á em apartado e admitirá embargos de terceiro. 
 
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Art. 130. O sequestro poderá ainda ser embargado: 
 
I - pelo acusado, sob o fundamento de não terem os bens sido adquiridos com os proventos da infração; 
 
II - pelo terceiro, a quem houverem os bens sido transferidos a título oneroso, sob o fundamento de tê-los 
adquirido de boa-fé. 
 
Parágrafo único. Não poderá ser pronunciada decisão nesses embargos antes de passar em julgado a sentença 
condenatória. 
 
Art. 131. O sequestro será levantado: 
 
I - se a ação penal não for intentada no prazo de sessenta dias, contado da data em que ficar concluída a 
diligência; 
 
II - se o terceiro, a quem tiverem sido transferidos os bens, prestar caução que assegure a aplicação do 
disposto no art. 74, II, b, segunda parte, do Código Penal; 
 
III - se for julgada extinta a punibilidade ou absolvido o réu, por sentença transitada em julgado. 
 
Art. 132. Proceder-se-á ao sequestro dos bens móveis se, verificadas as condições previstas no art. 126 
(indícios veementes), não for cabível a medida regulada no Capítulo Xl do Título Vll deste Livro. 
 
Art. 133. Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz, de ofício ou a requerimento do interessado 
ou do Ministério Público, determinará a avaliação e a venda dos bens em leilão público cujo perdimento 
tenha sido decretado. 
 
§ 1º Do dinheiro apurado, será recolhido aos cofres públicos o que não couber ao lesado ou a terceiro de 
boa-fé. 
 
§ 2º O valor apurado deverá ser recolhido ao Fundo Penitenciário Nacional, exceto se houver previsão 
diversa em lei especial. 
 
Art. 133-A. O juiz poderá autorizar, constatado o interesse público, a utilização de bem sequestrado, 
apreendido ou sujeito a qualquer medida assecuratória pelos órgãos de segurança pública previstos no art. 
144 da ConstituiçãoFederal, do sistema prisional, do sistema socioeducativo, da Força Nacional de 
Segurança Pública e do Instituto Geral de Perícia, para o desempenho de suas atividades. 
 
§ 1º O órgão de segurança pública participante das ações de investigação ou repressão da infração penal que 
ensejou a constrição do bem terá prioridade na sua utilização. 
 
§ 2º Fora das hipóteses anteriores, demonstrado o interesse público, o juiz poderá autorizar o uso do bem pelos 
demais órgãos públicos. 
 
§ 3º Se o bem a que se refere o caput deste artigo for veículo, embarcação ou aeronave, o juiz ordenará à 
autoridade de trânsito ou ao órgão de registro e controle a expedição de certificado provisório de registro e 
licenciamento em favor do órgão público beneficiário, o qual estará isento do pagamento de multas, encargos 
e tributos anteriores à disponibilização do bem para a sua utilização, que deverão ser cobrados de seu 
responsável. 
 
§ 4º Transitada em julgado a sentença penal condenatória com a decretação de perdimento dos bens, 
ressalvado o direito do lesado ou terceiro de boa-fé, o juiz poderá determinar a transferência definitiva da 
propriedade ao órgão público beneficiário ao qual foi custodiado o bem. 
 
Art. 134. A hipoteca legal sobre os imóveis do indiciado poderá ser requerida pelo ofendido em qualquer fase 
do processo, desde que haja certeza da infração e indícios suficientes da autoria. 
 
 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144
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Sequestro 
➢ Bens móveis (desde que não sejam o objeto direto do crime) ou imóveis adquiridos com 
os proventos da infração. Só recai sobre bens lícitos se os ilícitos não forem 
encontrados ou estiverem no exterior. Também pode recair sobre imóvel que seja 
produto direto da infração, pois não podem ser objeto de apreensão – doutrina. 
 
➢ Destina-se a ressarcir a vítima, e também ao confisco – perda do produto do crime ou 
de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do 
crime. 
 
➢ Tem por alvo, via de regra, bens adquiridos após a infração, pois provenientes dos 
proventos do crime. 
 
➢ Pode ser decretado a requerimento do Ministério Público, do ofendido, ou mediante 
representação da autoridade policial. 
 
➢ Pode ser decretado de ofício, se no curso do processo. 
 
➢ Demanda indícios veementes da proveniência ilícita dos bens. 
 
➢ Pode ser decretado nas investigações e na fase judicial. 
 
➢ O procedimento inicia-se e é encerrado no juízo criminal. 
 
➢ Pode recair sobre bens de terceiros que tenham adquirido bens comprados pelo 
acusado com proventos do crime, quando se cuidar de aquisição gratuita ou, 
sendo onerosa, não for configurada a boa-fé. 
Hipoteca 
➢ Bens imóveis de origem lícita. 
 
➢ Destina-se a ressarcir a vítima, mas não ao confisco. 
 
➢ Os bens podem ter sido adquiridos antes ou depois da infração. 
 
➢ Só pode ser requerido pelo ofendido, representante legal ou herdeiros. Não pode ser 
determinada por representação da autoridade policial. Ministério Público só pode 
requerer em favor de vítima pobre, observados os requisitos legais e a 
inconstitucionalidade progressiva. 
 
➢ Não pode ser determinada de ofício. 
 
➢ Demanda certeza da infração e indícios suficientes de autoria. 
 
➢ Apenas na fase judicial. 
 
➢ O procedimento é iniciado no juízo criminal, mas encerrado no juízo cível, onde se 
dará a liquidação. 
 
➢ Só pode recair, via de regra, sobre bens do acusado. Pode recair sobre imóveis de 
pessoa jurídica da qual ele figure como sócio proprietário, configurada a confusão 
patrimonial. 
 
➢ Medida de ultima ratio a ser utilizada quando a apreensão e o sequestro não 
bastarem para ressarcir a vítima. 
 
Art. 135. Pedida a especialização mediante requerimento, em que a parte estimará o valor da responsabilidade 
civil, e designará e estimará o imóvel ou imóveis que terão de ficar especialmente hipotecados, o juiz mandará 
logo proceder ao arbitramento do valor da responsabilidade e à avaliação do imóvel ou imóveis. 
 
§ 1º. A petição será instruída com as provas ou indicação das provas em que se fundar a estimação da 
responsabilidade, com a relação dos imóveis que o responsável possuir, se outros tiver, além dos indicados no 
requerimento, e com os documentos comprobatórios do domínio. 
 
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§ 2º. O arbitramento do valor da responsabilidade e a avaliação dos imóveis designados far-se-ão por perito 
nomeado pelo juiz, onde não houver avaliador judicial, sendo-lhe facultada a consulta dos autos do processo 
respectivo. 
 
§ 3º. O juiz, ouvidas as partes no prazo de dois dias, que correrá em cartório, poderá corrigir o arbitramento do 
valor da responsabilidade, se Ihe parecer excessivo ou deficiente. 
 
§ 4º. O juiz autorizará somente a inscrição da hipoteca do imóvel ou imóveis necessários à garantia da 
responsabilidade. 
 
§ 5º. O valor da responsabilidade será liquidado definitivamente após a condenação, podendo ser requerido novo 
arbitramento se qualquer das partes não se conformar com o arbitramento anterior à sentença condenatória. 
 
§ 6º. Se o réu oferecer caução suficiente, em dinheiro ou em títulos de dívida pública, pelo valor de sua cotação 
em Bolsa, o juiz poderá deixar de mandar proceder à inscrição da hipoteca legal. 
 
Art. 136. O arresto do imóvel poderá ser decretado de início, revogando-se, porém, se no prazo de 15 (quinze) 
dias não for promovido o processo de inscrição da hipoteca legal. 
 
Art. 137. Se o responsável não possuir bens imóveis ou os possuir de valor insuficiente, poderão ser 
arrestados bens móveis suscetíveis de penhora, nos termos em que é facultada a hipoteca legal dos 
imóveis. 
 
§ 1 º. Se esses bens forem coisas fungíveis e facilmente deterioráveis, proceder-se-á na forma do § 5º. do art. 
120. 
 
§ 2 º. Das rendas dos bens móveis poderão ser fornecidos recursos arbitrados pelo juiz, para a manutenção 
do indiciado e de sua família. 
 
Art. 138. O processo de especialização da hipoteca e do arresto correrão em auto apartado. 
 
Art. 139. O depósito e a administração dos bens arrestados ficarão sujeitos ao regime do processo civil. 
 
Art. 140. As garantias do ressarcimento do dano alcançarão também as despesas processuais e as penas 
pecuniárias, tendo preferência sobre estas a reparação do dano ao ofendido. 
 
Art. 141. O arresto será levantado ou cancelada a hipoteca, se, por sentença irrecorrível, o réu for absolvido 
ou julgada extinta a punibilidade. 
 
Art. 142. Caberá ao Ministério Público promover as medidas estabelecidas nos arts. 134 e 137, se houver 
interesse da Fazenda Pública, ou se o ofendido for pobre e o requerer. 
 
Art. 143. Passando em julgado a sentença condenatória, serão os autos de hipoteca ou arresto remetidos ao juiz 
do cível (art. 63). 
 
Art. 144. Os interessados ou, nos casos do art. 142, o Ministério Público poderão requerer no juízo cível, contra o 
responsável civil, as medidas previstas nos arts. 134, 136 e 137. 
 
Art. 144-A. O juiz determinará a alienação antecipada para preservação do valor dos bens sempre que 
estiverem sujeitos a qualquer grau de deterioração ou depreciação, ou quando houver dificuldade para sua 
manutenção. 
 
§ 1º. O leilão far-se-á preferencialmente por meio eletrônico. 
 
§ 2º. Os bens deverão ser vendidos pelo valor fixado na avaliação judicial ou por valor maior. Não alcançado o 
valor estipulado pela administração judicial, será realizado novo leilão, em até 10 dias contados da realização do 
primeiro, podendo os bens ser alienados por valor não inferior a 80% do estipuladona avaliação judicial. 
 
 
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§ 3º. O produto da alienação ficará depositado em conta vinculada ao juízo até a decisão final do processo, 
procedendo-se à sua conversão em renda para a União, Estado ou Distrito Federal, no caso de condenação, ou, 
no caso de absolvição, à sua devolução ao acusado. 
 
§ 4º. Quando a indisponibilidade recair sobre dinheiro, inclusive moeda estrangeira, títulos, valores mobiliários ou 
cheques emitidos como ordem de pagamento, o juízo determinará a conversão do numerário apreendido em 
moeda nacional corrente e o depósito das correspondentes quantias em conta judicial. 
 
§ 5º. No caso da alienação de veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao 
equivalente órgão de registro e controle a expedição de certificado de registro e licenciamento em favor do 
arrematante, ficando este livre do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, sem prejuízo de execução 
fiscal em relação ao antigo proprietário. 
 
§ 6º. O valor dos títulos da dívida pública, das ações das sociedades e dos títulos de crédito negociáveis em bolsa 
será o da cotação oficial do dia, provada por certidão ou publicação no órgão oficial. 
 
CAPÍTULO VII 
DO INCIDENTE DE FALSIDADE 
 
Art. 145. Arguida, por escrito, a falsidade de documento constante dos autos, o juiz observará o seguinte 
processo: 
 
I - mandará autuar em apartado a impugnação, e em seguida ouvirá a parte contrária, que, no prazo de 48 
horas, oferecerá resposta; 
 
II - assinará o prazo de três dias, sucessivamente, a cada uma das partes, para prova de suas alegações; 
 
III - conclusos os autos, poderá ordenar as diligências que entender necessárias; 
 
IV - se reconhecida a falsidade por decisão irrecorrível, mandará desentranhar o documento e remetê-lo, com 
os autos do processo incidente, ao Ministério Público. 
 
Art. 146. A arguição de falsidade, feita por procurador, exige poderes especiais. 
 
Art. 147. O juiz poderá, de ofício, proceder à verificação da falsidade. 
 
Art. 148. Qualquer que seja a decisão, não fará coisa julgada em prejuízo de ulterior processo penal ou civil. 
 
CAPÍTULO VIII 
DA INSANIDADE MENTAL DO ACUSADO 
 
Art. 149. Quando houver dúvida sobre a integridade mental do acusado, o juiz ordenará, de ofício ou a 
requerimento do Ministério Público, do defensor, do curador, do ascendente, descendente, irmão ou cônjuge do 
acusado, seja este submetido a exame médico-legal. 
 
§ 1 º. O exame poderá ser ordenado ainda na fase do inquérito, mediante representação da autoridade policial 
ao juiz competente. 
 
§ 2 º. O juiz nomeará curador ao acusado, quando determinar o exame, ficando suspenso o processo, se já 
iniciada a ação penal, salvo quanto às diligências que possam ser prejudicadas pelo adiamento. 
 
Art. 150. Para o efeito do exame, o acusado, se estiver preso, será internado em manicômio judiciário, onde 
houver, ou, se estiver solto, e o requererem os peritos, em estabelecimento adequado que o juiz designar. 
 
§ 1 º. O exame não durará mais de quarenta e cinco dias, salvo se os peritos demonstrarem a necessidade de 
maior prazo. 
 
§ 2 º. Se não houver prejuízo para a marcha do processo, o juiz poderá autorizar sejam os autos entregues aos 
peritos, para facilitar o exame. 
 
 
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Art. 151. Se os peritos concluírem que o acusado era, ao tempo da infração, irresponsável nos termos do art. 
22 do Código Penal, o processo prosseguirá, com a presença do curador. 
 
Art. 152. Se se verificar que a doença mental sobreveio à infração o processo continuará suspenso até que o 
acusado se restabeleça, observado o § 2º. do art. 149. 
 
§ 1 º. O juiz poderá, nesse caso, ordenar a internação do acusado em manicômio judiciário ou em outro 
estabelecimento adequado. 
 
§ 2 º. O processo retomará o seu curso, desde que se restabeleça o acusado, ficando-lhe assegurada a 
faculdade de reinquirir as testemunhas que houverem prestado depoimento sem a sua presença. 
 
Art. 153. O incidente da insanidade mental processar-se-á em auto apartado, que só depois da apresentação 
do laudo, será apenso ao processo principal. 
 
Art. 154. Se a insanidade mental sobrevier no curso da execução da pena, observar-se-á o disposto no art. 682. 
 
 
 
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Principais Súmulas e Jurisprudências 
 
TÍTULO VI - DAS QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES 
 
CAPÍTULO II - DAS EXCEÇÕES 
 
Art. 98. Quando qualquer das partes pretender recusar o juiz, deverá fazê-lo em petição assinada por ela própria 
ou por procurador com poderes especiais, aduzindo as suas razões acompanhadas de prova documental ou do 
rol de testemunhas. 
 
Juntada de Procuração com Poderes Especiais 
Regra – STJ/HC 293.979/MG Exceção – STJ/AREsp 959.615/ES 
Quando a Defensoria Pública atuar como 
representante do assistente de acusação, é 
dispensável a juntada de procuração com poderes 
especiais. Isso porque o defensor público deve juntar 
procuração judicial somente nas hipóteses em que 
a lei exigir poderes especiais (arts. 44, XI, 89, XI, e 
128, XI, da LC 80/1994). Ressalte-se que a 
Defensoria Pública tem por função institucional 
patrocinar tanto a ação penal privada quanto a 
subsidiária da pública, não havendo incompatibilidade 
com a função acusatória. Assim, nada impede que a 
referida instituição possa prestar assistência jurídica, 
atuando como assistente de acusação, nos termos 
dos arts. 268 e seguintes do CPP. 
É exigível procuração com poderes especiais para 
que seja oposta exceção de suspeição por réu 
representado pela Defensoria Pública, mesmo que 
o acusado esteja ausente do distrito da culpa, nos 
termos da exegese do art. 98 do Código de 
Processo Penal. 
 
STJ/REsp 1.942.942-RO 
A ausência de afirmação da autoridade policial de sua própria suspeição não eiva de nulidade o processo 
judicial por si só, sendo necessária a demonstração do prejuízo suportado pelo réu. 
 
STJ/RHC 158.083-RO 
A imputação de dois crimes de organização criminosa ao agente não revela, por si só, a litispendência das 
ações penais, se não ficar demonstrado o liame entre as condutas praticadas por ambas as organizações 
criminosas. 
 
STJ/RMS 19.984/MG 
Nos termos do CPP, art. 104, arguida a suspeição do órgão do Ministério Público, o juiz decidirá, sem 
recurso. Possibilidade da utilização da ação mandamental na espécie. Recurso provido com a anulação 
do aresto recorrido e retorno dos autos à origem para julgamento do mérito. 
Fonte:https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=RETORNO+DO+FEITO+%C3%80+ORIGEM%2C+SOB+PENA+DE+SUPR
ESS%C3%83O+DE+INST%C3%82NCIA 
 
STJ/RMS 30.172-MT 
Não acarreta nulidade o deferimento de medida cautelar patrimonial de sequestro sem anterior 
intimação da defesa. Na hipótese de sequestro, o contraditório será diferido em prol da integridade do 
patrimônio e contra a sua eventual dissipação. Nesse caso, não se caracteriza qualquer cerceamento 
à defesa, que tem a oportunidade de impugnar a determinação judicial, utilizando os meios recursais legais 
previstos para tanto. 
 
STJ/RMS 33.274/SP 
O incidente de restituição de coisas apreendidas está sujeito ao recurso de apelação, nos termos do art. 
593, inciso II, do Código de Processo Penal. 
 
STF/HC 133.078/RJ 
O incidente de insanidade mental, que subsidiará o juiz na decisão sobre a culpabilidade ou não do réu, 
é prova pericial constituída em favor da defesa, não sendo possível determiná-la compulsoriamente 
quando a defesa se opõe. 
 
 
 
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TÍTULO VII - DA PROVA 
 
Provas 
Prova 
Todo elemento que busca apresentar a materialidade do fato. Existe para servir 
como peça de convencimento ao julgador. 
Meio de Prova 
Instrumento por meio do qual se introduzem no processo os elementos 
probatórios. 
Fonte de Prova Tudo que é idôneo a fornecer o resultado apreciável para a decisão do juiz. 
Elemento de Prova Dado bruto que se extrai da fonte da prova, ainda não valorado pelo juiz. 
 
Princípios Gerais da Prova 
* Princípio da Comunhão ou Aquisição; 
* Princípio da Oralidade; 
* Princípio da Autorresponsabilidade; 
* Princípio da Não Autoincriminação; 
* Princípio do Contraditório; 
* Princípio da Imediação ou Imediatidade; 
* Princípio da Concentração. 
 
Princípio da Comunhão ou Aquisição 
A prova não pertence à parte que a produziu, mas ao processo. 
Princípio da Oralidade 
Em regra, as provas devem ser realizadas oralmente, com a presença do juiz, pois possibilita a 
participação do magistrado na aquisição de prova. 
 
Princípios corolários da oralidade: Imediação ou Imediatidade e Concentração. 
Princípio da Autorresponsabilidade das Partes 
As partes são responsáveis pelas consequências de sua participação em relação à prova de suas 
alegações. 
Princípio da Não Autoincriminação ou Nemo Tenetur se Detegere 
Não há obrigação ao acusado de produzir prova contra si mesmo. 
Princípio do Contraditório 
Consiste no direito de a parte confrontar informações contra sua posição. 
Princípio do Imediação ou Imediatidade 
Estabelece que o juiz tenha contato direto com as provas de que se valerá para decidir, sendo, em regra, 
inválida a prova produzida sem a presença do magistrado. 
Princípio da Concentração 
As provas devem ser produzidas em uma única audiência. 
 
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não 
podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, 
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. 
 
Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as restrições estabelecidas na lei 
civil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Observações Importantes sobre os Sistemas de Valoração da Prova 
➢ A regra em nosso sistema processual penal é o sistema do livre convencimento motivado. 
 
➢ E tal regra acarreta algumas consequências importantes: 
• impede que o juiz – em regra – fundamente suas decisões exclusivamente nos elementos colhidos 
na investigação; 
 
• faz com o que o juiz aprecie a prova livremente, desde que se certifique de que sejam 
submetidas ao contraditório e ampla defesa e que fundamente suas decisões. 
 
➢ O sistema de íntima convicção, aplicável apenas ao tribunal do júri. Isso ocorre, pois, o voto dos 
jurados é sigiloso, motivo pelo qual estes não motivam suas decisões – ao contrário do juiz singular ou 
dos colegiados de tribunais. 
 
Sistemas de Avaliação das Provas 
Sistema do Livre 
Convencimento Motivado 
ou Persuasão Racional 
➢ Juiz, fundamentadamente, atribui o valor que entender mais 
conveniente para cada prova, não estando vinculado a conferir 
determinado peso a certo tipo de prova. 
 
➢ Regra. 
Sistema da prova tarifada 
➢ Estabelece, diretamente pela lei, determinados pesos que cada prova 
possui. O Juiz faz a comparação dos pesos das provas a favor e das 
provas em sentido contrário. 
 
➢ Brasil adota em casos excepcionais. (Art. 62, Art. 92, Art. 155. P.único, 
Art. 158, Art. 232. P.único, CPP) 
Sistema da Íntima 
Convicção 
➢ Estabelece que não existe necessidade de fundamentação por parte do 
julgador, sendo decidido da maneira que a sua sensação de justiça 
indicar. 
 
➢ Brasil adota em casos excepcionais (Tribunal do Júri). 
 
Provas 
Provas 
Cautelares 
➢ Provas produzidas imediatamente, pois a demora de sua produção pode acarretar 
no desaparecimento do objeto da prova. Contraditório postergado; Dependem de 
autorização judicial. 
 
Ex: Interceptação Telefônica. 
Provas 
Não Repetíveis 
➢ Provas, que só são produzidas, apenas uma única vez, não sendo possível nova 
produção. Não dependem de autorização judicial e o contraditório é postergado. 
 
Ex: Exame de corpo delito. 
Provas 
Antecipadas 
➢ Provas que possuem o contraditório real, sendo realizadas em situação 
processual diversa (pré-processual) daquela legalmente prevista. Depende de 
autorização judicial. 
 
Ex: testemunha em estado terminal. 
Fonte: https://taisailana.jusbrasil.com.br/artigos/325557392/qual-a-diferenca-entre-provas-cautelares-nao-repetiveis-e-antecipadas 
 
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer (ônus da prova), sendo, porém, facultado ao juiz de 
ofício: 
 
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes 
e relevantes (Espécie de medida cautelar), observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da 
medida; (Produção Antecipada de Provas) 
 
 
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II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir 
dúvida sobre ponto relevante. 
 
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as 
obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. 
 
§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de 
causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente 
das primeiras. 
 
§ 2º Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios 
da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. 
 
§ 3º Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta será inutilizada por decisão 
judicial, facultado às partes acompanhar o incidente. 
 
§ 5º O juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada inadmissível não poderá proferir a sentença ou acórdão. 
 
STF/ADI 6.298 
O STF, por maioria, declarou a inconstitucionalidade do § 5º do art. 157 do CPP, incluído pela Lei nº 
13.964/2019. 
 
Meios de Provas e Ilicitude 
➢ Prova ilícita nos autos: A mera presença de uma prova ilícita nos autos não causa a nulidade dos 
feitos do processo. Portanto, se o juiz não utilizar a prova ilícita contida nos autos ao formar seu 
convencimento e ao prolatar a sentença, não haverá nulidade meramente porque tal prova não foi 
desentranhada do processo; 
 
➢ Conceito de prova ilícita: Para fins de prova, entenda prova ilícita como aquela que viola uma norma 
legal ou constitucional. 
 
➢ Para a doutrina, a prova ilegítima é aquela que viola normas de direito PROCESSUAL. Já a prova 
ilícita viola regra de direito MATERIAL (ou seja, de Direito Penal propriamente dito). 
 
 
Ilicitude por Derivação 
➢ Essa ilicitude é uma decorrência da chamada teoria dos frutos da árvore envenenada – Fruits of the 
Poisonous Tree – oriunda do Direito Americano e com sua influência expressa em nosso CPP. 
 
➢ Para que uma prova seja considerada ilícita por derivação, são necessárias duas condições: 
• A prova não poderiater sido obtida por fonte independente. 
• Deve existir chamado nexo causal entre a prova ilícita e a derivada. 
 
Ônus de Prova 
➢ Características: 
• O ônus da prova é de quem alega. 
 
• Via de regra, tal ônus é da acusação, pois o acusado possui a chamada presunção de inocência. 
 
• Excepcionalmente, certos ônus de prova caberão ao acusado, como, por exemplo, nos casos em 
que este alegar legítima defesa. 
 
CAPÍTULO II - DO EXAME DE CORPO DE DELITO, DA CADEIA DE CUSTÓDIA E DAS PERÍCIAS EM GERAL 
 
Exame de Corpo de Delito 
É a perícia realizada para identificar a materialidade do crime. 
 
Corpo de Delito 
É o conjunto dos elementos físicos ou materiais, principais ou acessórios, permanentes ou temporários, que 
corporificam a prática criminosa. 
 
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Cadeia de Custódia 
Trata-se do procedimento de investigação típico da polícia judiciária que visa apurar as circunstâncias 
de um crime, apontar a autoria e que precede a ação penal, motivo pelo qual inaugura o processo com 
uma cadeia de eventos investigatórios sucessivos e cuja guarda (custódia) documental é rastreável. 
 
Ao conceito de cadeia de custódia também podem ser acrescentadas a responsabilização e a 
confiabilidade quando se define o termo como um registro escrito e defensável de todos os indivíduos que 
mantiveram o controle sobre as evidências. 
 
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto (o perito 
realiza o exame de corpo delito diretamente sobre o vestígio deixado) ou indireto (o perito realiza o exame 
com base em informações verossímeis fornecidas a ele), não podendo supri-lo a confissão do acusado. 
 
Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo de delito quando se tratar de crime que 
envolva: 
 
I - violência doméstica e familiar contra mulher; 
 
II - violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência. 
 
Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter e 
documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua 
posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte. 
 
§ 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local de crime ou com procedimentos policiais 
ou periciais nos quais seja detectada a existência de vestígio. 
 
§ 2º O agente público que reconhecer um elemento como de potencial interesse para a produção da prova pericial 
fica responsável por sua preservação. 
 
§ 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido, que se relaciona à 
infração penal. 
 
Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestígio nas seguintes etapas: 
 
I - reconhecimento: ato de distinguir um elemento como de potencial interesse para a produção da prova 
pericial; 
 
II - isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo isolar e preservar o ambiente imediato, 
mediato e relacionado aos vestígios e local de crime; 
 
III - fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de crime ou no corpo de delito, e a 
sua posição na área de exames, podendo ser ilustrada por fotografias, filmagens ou croqui, sendo indispensável a 
sua descrição no laudo pericial produzido pelo perito responsável pelo atendimento; 
 
IV - coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial, respeitando suas características e 
natureza; 
 
V - acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é embalado de forma 
individualizada, de acordo com suas características físicas, químicas e biológicas, para posterior análise, com 
anotação da data, hora e nome de quem realizou a coleta e o acondicionamento; 
 
VI - transporte: ato de transferir o vestígio de um local para o outro, utilizando as condições adequadas 
(embalagens, veículos, temperatura, entre outras), de modo a garantir a manutenção de suas características 
originais, bem como o controle de sua posse; 
 
VII - recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio, que deve ser documentado com, no 
mínimo, informações referentes ao número de procedimento e unidade de polícia judiciária relacionada, local de 
origem, nome de quem transportou o vestígio, código de rastreamento, natureza do exame, tipo do vestígio, 
protocolo, assinatura e identificação de quem o recebeu; 
 
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VIII - processamento: exame pericial em si, manipulação do vestígio de acordo com a metodologia 
adequada às suas características biológicas, físicas e químicas, a fim de se obter o resultado desejado, que 
deverá ser formalizado em laudo produzido por perito; 
 
IX - armazenamento: procedimento referente à guarda, em condições adequadas, do material a ser 
processado, guardado para realização de contraperícia, descartado ou transportado, com vinculação ao número 
do laudo correspondente; 
 
X - descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando a legislação vigente e, quando 
pertinente, mediante autorização judicial. 
 
Art. 158-C. A coleta dos vestígios deverá ser realizada preferencialmente por perito oficial, que dará o 
encaminhamento necessário para a central de custódia, mesmo quando for necessária a realização de exames 
complementares. 
 
§ 1º Todos vestígios coletados no decurso do inquérito ou processo devem ser tratados como descrito nesta Lei, 
ficando órgão central de perícia oficial de natureza criminal responsável por detalhar a forma do seu cumprimento. 
 
§ 2º É proibida a entrada em locais isolados bem como a remoção de quaisquer vestígios de locais de crime 
antes da liberação por parte do perito responsável, sendo tipificada como fraude processual a sua realização. 
 
Art. 158-D. O recipiente para acondicionamento do vestígio será determinado pela natureza do material. 
 
§ 1º Todos os recipientes deverão ser selados com lacres, com numeração individualizada, de forma a garantir a 
inviolabilidade e a idoneidade do vestígio durante o transporte. 
 
§ 2º O recipiente deverá individualizar o vestígio, preservar suas características, impedir contaminação e 
vazamento, ter grau de resistência adequado e espaço para registro de informações sobre seu conteúdo. 
 
§ 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai proceder à análise e, motivadamente, por pessoa 
autorizada. 
 
§ 4º Após cada rompimento de lacre, deve se fazer constar na ficha de acompanhamento de vestígio o nome e a 
matrícula do responsável, a data, o local, a finalidade, bem como as informações referentes ao novo lacre 
utilizado. 
 
§ 5º O lacre rompido deverá ser acondicionado no interior do novo recipiente. 
 
Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalística deverão ter uma central de custódia destinada à guarda e 
controle dos vestígios, e sua gestão deve ser vinculada diretamente ao órgão central de perícia oficial de natureza 
criminal. 
 
§ 1º Toda central de custódia deve possuir os serviços de protocolo, com local para conferência, recepção, 
devolução de materiais e documentos, possibilitando a seleção, a classificação e a distribuição de materiais, 
devendo ser um espaço seguro e apresentar condições ambientais que não interfiram nas características do 
vestígio. 
 
§ 2º Na central de custódia, a entrada e a saída de vestígio deverão ser protocoladas, consignando-se 
informações sobre a ocorrência no inquérito que a eles se relacionam. 
 
§ 3º Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio armazenado deverão ser identificadas e deverão ser 
registradas a data e a hora do acesso. 
 
§ 4º Por ocasião da tramitação do vestígioarmazenado, todas as ações deverão ser registradas, consignando-se 
a identificação do responsável pela tramitação, a destinação, a data e horário da ação. 
 
Art. 158-F. Após a realização da perícia, o material deverá ser devolvido à central de custódia, devendo nela 
permanecer. 
 
 
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Parágrafo único. Caso a central de custódia não possua espaço ou condições de armazenar determinado 
material, deverá a autoridade policial ou judiciária determinar as condições de depósito do referido material em 
local diverso, mediante requerimento do diretor do órgão central de perícia oficial de natureza criminal. 
 
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma 
de curso superior. 
 
§ 1º. Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de 
curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada 
com a natureza do exame. 
 
§ 2º. Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo. 
 
§ 3º. Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado 
a formulação de quesitos e indicação de assistente técnico. 
 
§ 4º. O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a conclusão dos exames e elaboração 
do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas desta decisão. 
 
§ 5º. Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à perícia: 
 
I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem a quesitos, desde que o 
mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam encaminhados com antecedência 
mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em laudo complementar; 
 
II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz ou ser 
inquiridos em audiência. 
 
§ 6º. Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu de base à perícia será disponibilizado no 
ambiente do órgão oficial, que manterá sempre sua guarda, e na presença de perito oficial, para exame pelos 
assistentes, salvo se for impossível a sua conservação. 
 
§ 7º. Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento especializado, poder-
se-á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico. 
 
STJ/AREsp 2.078.054-DF 
O exame de corpo de delito poderá, em determinadas situações, ser dispensado para a configuração de 
lesão corporal ocorrida em âmbito doméstico, na hipótese de subsistirem outras provas idôneas da 
materialidade do crime. 
 
Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o que examinarem, e 
responderão aos quesitos formulados. 
 
Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias, podendo este prazo ser 
prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos. 
 
Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer hora. 
 
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos 
sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto. 
 
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do cadáver, quando não 
houver infração penal que apurar, ou quando as lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não 
houver necessidade de exame interno para a verificação de alguma circunstância relevante. 
 
Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade providenciará para que, em dia e hora 
previamente marcados, se realize a diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado. 
 
Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou particular indicará o lugar da sepultura, sob pena de 
desobediência. No caso de recusa ou de falta de quem indique a sepultura, ou de encontrar-se o cadáver em lugar 
não destinado a inumações, a autoridade procederá às pesquisas necessárias, o que tudo constará do auto. 
 
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Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem encontrados, bem como, na 
medida do possível, todas as lesões externas e vestígios deixados no local do crime. 
 
Art. 165. Para representar as lesões encontradas no cadáver, os peritos, quando possível, juntarão ao laudo do 
exame provas fotográficas, esquemas ou desenhos, devidamente rubricados. 
 
Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado, proceder-se-á ao reconhecimento pelo 
Instituto de Identificação e Estatística ou repartição congênere ou pela inquirição de testemunhas, lavrando-se 
auto de reconhecimento e de identidade, no qual se descreverá o cadáver, com todos os sinais e indicações. 
 
Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados e autenticados todos os objetos encontrados, que possam 
ser úteis para a identificação do cadáver. 
 
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova 
testemunhal poderá suprir-lhe a falta. 
 
STF/HC N. 85.955-RJ 
Nos crimes contra a liberdade sexual cometidos mediante grave ameaça ou com violência presumida, não 
se exige, obrigatoriamente, o exame de corpo de delito direto, porque tais infrações penais, quando 
praticadas nessas circunstâncias (com violência moral ou com violência ficta), nem sempre deixam vestígios 
materiais. 
 
O exame de corpo de delito indireto, fundado em prova testemunhal idônea e/ou em outros meios de 
prova consistentes (CPP, art. 167) revela-se legítimo, desde que, por não mais subsistirem vestígios 
sensíveis do fato delituoso, não se viabilize a realização do exame direto. 
 
Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a 
exame complementar por determinação da autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do 
Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor. 
 
§ 1º No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo de delito, a fim de suprir-lhe a deficiência 
ou retificá-lo. 
 
§ 2º Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art. 129, § 1o, I (Incapacidade para as 
ocupações habituais, por mais de trinta dias), do Código Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo de 
30 dias, contado da data do crime. 
 
§ 3º A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova testemunhal. 
 
Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração, a autoridade providenciará 
imediatamente para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que poderão instruir seus 
laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos. 
 
Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado das coisas e discutirão, no relatório, as 
consequências dessas alterações na dinâmica dos fatos. 
 
Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material suficiente para a eventualidade de nova 
perícia. Sempre que conveniente, os laudos serão ilustrados com provas fotográficas, ou microfotográficas, 
desenhos ou esquemas. 
 
Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obstáculo a subtração da coisa, ou por 
meio de escalada, os peritos, além de descrever os vestígios, indicarão com que instrumentos, por que 
meios e em que época presumem ter sido o fato praticado. 
 
Art. 172. Proceder-se-á,quando necessário, à avaliação de coisas destruídas, deterioradas ou que constituam 
produto do crime. 
 
Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os peritos procederão à avaliação por meio dos elementos 
existentes nos autos e dos que resultarem de diligências. 
 
 
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Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o lugar em que houver começado, o perigo que 
dele tiver resultado para a vida ou para o patrimônio alheio, a extensão do dano e o seu valor e as demais 
circunstâncias que interessarem à elucidação do fato. 
 
Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação de letra, observar-se-á o seguinte: 
 
I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será intimada para o ato, se for encontrada; 
 
II - para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a dita pessoa reconhecer ou já tiverem sido 
judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou sobre cuja autenticidade não houver dúvida; 
 
III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, os documentos que existirem em arquivos ou 
estabelecimentos públicos, ou nestes realizará a diligência, se daí não puderem ser retirados; 
 
IV - quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficientes os exibidos, a autoridade mandará que 
a pessoa escreva o que Ihe for ditado. Se estiver ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta última diligência 
poderá ser feita por precatória, em que se consignarão as palavras que a pessoa será intimada a escrever. 
 
Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a prática da infração, a fim de se Ihes verificar 
a natureza e a eficiência. 
 
Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular quesitos até o ato da diligência. 
 
Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos peritos far-se-á no juízo deprecado. Havendo, porém, no 
caso de ação privada, acordo das partes, essa nomeação poderá ser feita pelo juiz deprecante. 
 
Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes serão transcritos na precatória. 
 
Art. 178. No caso do art. 159, o exame será requisitado pela autoridade ao diretor da repartição, juntando-se ao 
processo o laudo assinado pelos peritos. 
 
Art. 179. No caso do § 1o do art. 159, o escrivão lavrará o auto respectivo, que será assinado pelos peritos e, se 
presente ao exame, também pela autoridade. 
 
Parágrafo único. No caso do art. 160, parágrafo único, o laudo, que poderá ser datilografado, será subscrito e 
rubricado em suas folhas por todos os peritos. 
 
Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no auto do exame as declarações e 
respostas de um e de outro, ou cada um redigirá separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará um 
terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade poderá mandar proceder a novo exame por outros 
peritos. 
 
Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, ou no caso de omissões, obscuridades ou contradições, 
a autoridade judiciária mandará suprir a formalidade, complementar ou esclarecer o laudo. 
 
Parágrafo único. A autoridade poderá também ordenar que se proceda a novo exame, por outros peritos, se 
julgar conveniente. 
 
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte. 
 
Art. 183. Nos crimes em que não couber ação pública, observar-se-á o disposto no art. 19. 
 
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial negará a perícia requerida 
pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimento da verdade. 
 
STF/Súmula 279 
A gravação de conversa entre dois interlocutores, feita por um deles, sem conhecimento do outro, 
com a finalidade de documentá-la, futuramente, em caso de negativa, nada tem de ilícita, principalmente 
quando constitui exercício de defesa. 
 
 
 
 
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Interceptação Telefônica Lato Sensu 
Interceptação 
Telefônica Stricto 
Sensu 
➢ Ocorre quando a captação da conversa é feita por terceiro, sem nenhum dos 
interlocutores terem conhecimento. 
 
➢ Depende de Autorização Judicial. 
Escuta Telefônica 
➢ Ocorre quando a captação da conversa é feita por terceiro, com os 
interlocutores tendo conhecimento. 
 
➢ Depende de Autorização Judicial. 
Gravação telefônica 
ou Ambiental 
➢ Ocorre quando um dos interlocutores grava a conversa. 
 
➢ Não depende de Autorização Judicial. 
 
Serendipidade 
➢ Ocorre quando um crime desconhecido é descoberto por acaso a partir de uma investigação 
relacionada ao crime principal. 
 
➢ Pode ser dividida em: 
✓ Serendipidade Objetiva: surgimento de indícios da execução de outro delito que não estava em 
investigação. 
 
✓ Serendipidade Subjetiva: surgimento de indícios de envolvimento criminoso de uma pessoa que 
originariamente não estava sob investigação. 
 
➢ Pode ser dividida em: 
✓ Serendipidade de Primeiro grau: Ocorre quando as provas encontradas por acaso possuem 
conexão com o fato investigado. 
 
✓ Serendipidade de Segundo grau: Ocorre quando as provas encontradas por acaso não possuem 
conexão com o fato investigado. 
 
CAPÍTULO III 
DO INTERROGATÓRIO DO ACUSADO 
 
Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no curso do processo penal, será 
qualificado e interrogado na presença de seu defensor, constituído ou nomeado. 
 
§ 1º. O interrogatório do réu preso será realizado, em sala própria, no estabelecimento em que estiver 
recolhido, desde que estejam garantidas a segurança do juiz, do membro do Ministério Público e dos auxiliares 
bem como a presença do defensor e a publicidade do ato. 
 
§ 2º. Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes, poderá 
realizar o interrogatório do réu preso por sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de 
transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária para atender a uma das 
seguintes finalidades: 
 
I - prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o preso integre organização 
criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir durante o deslocamento; 
 
II - viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja relevante dificuldade para seu 
comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra circunstância pessoal; 
 
III - impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde que não seja possível colher o 
depoimento destas por videoconferência, nos termos do art. 217 deste Código; 
 
IV - responder à gravíssima questão de ordem pública. 
 
§ 3º. Da decisão que determinar a realização de interrogatório por videoconferência, as partes serão intimadas 
com 10 (dez) dias de antecedência. 
 
 
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§ 4º. Antes do interrogatório por videoconferência, o preso poderá acompanhar, pelo mesmo sistema tecnológico, 
a realização de todos os atos da audiência única de instrução e julgamento de que tratam os arts. 400, 411 e 531 
deste Código. 
 
§ 5º. Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz garantirá ao réu o direito de entrevista prévia e 
reservada com o seu defensor; se realizado por videoconferência, fica também garantido o acesso a canais 
telefônicos reservados para comunicação entre o defensor que esteja no presídio e o advogado presente na sala 
de audiência do Fórum, e entre este e o preso. 
 
§ 6º. A sala reservada no estabelecimento prisional para a realização de atos processuais por sistema de 
videoconferência será fiscalizada pelos corregedores e pelo juizde cada causa, como também pelo Ministério 
Público e pela Ordem dos Advogados do Brasil. 
§ 7º. Será requisitada a apresentação do réu preso em juízo nas hipóteses em que o interrogatório não se realizar 
na forma prevista nos §§ 1º. e 2º. deste artigo. 
 
§ 8º. Aplica-se o disposto nos §§ 2º, 3º, 4º e 5º deste artigo, no que couber, à realização de outros atos 
processuais que dependam da participação de pessoa que esteja presa, como acareação, reconhecimento de 
pessoas e coisas, e inquirição de testemunha ou tomada de declarações do ofendido. 
 
§ 9º. Na hipótese do § 8o deste artigo, fica garantido o acompanhamento do ato processual pelo acusado e seu 
defensor. 
 
§ 10. Do interrogatório deverá constar a informação sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem 
alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa 
presa 
 
STJ/Súmula 644 
O núcleo de prática jurídica deve apresentar o instrumento de mandato quando constituído pelo réu 
hipossuficiente, salvo nas hipóteses em que é nomeado pelo juízo. 
 
Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado será informado 
pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer calado e de não responder 
perguntas que lhe forem formuladas. 
 
Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo da 
defesa. 
 
STF/Súmula 523 
No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se 
houver prova de prejuízo para o réu. 
 
Art. 187. O interrogatório será constituído de duas partes: sobre a pessoa do acusado¹ e sobre os fatos². 
 
§ 1º Na primeira parte o interrogando será perguntado sobre a residência, meios de vida ou profissão, 
oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua atividade, vida pregressa, notadamente se foi preso ou 
processado alguma vez e, em caso afirmativo, qual o juízo do processo, se houve suspensão condicional ou 
condenação, qual a pena imposta, se a cumpriu e outros dados familiares e sociais. 
 
§ 2º Na segunda parte será perguntado sobre: 
 
I - ser verdadeira a acusação que lhe é feita; 
 
II - não sendo verdadeira a acusação, se tem algum motivo particular a que atribuí-la, se conhece a pessoa 
ou pessoas a quem deva ser imputada a prática do crime, e quais sejam, e se com elas esteve antes da 
prática da infração ou depois dela; 
 
III - onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e se teve notícia desta; 
 
IV - as provas já apuradas; 
 
 
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V - se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas ou por inquirir, e desde quando, e se tem o que alegar 
contra elas; 
VI - se conhece o instrumento com que foi praticada a infração, ou qualquer objeto que com esta se relacione e 
tenha sido apreendido; 
 
VII - todos os demais fatos e pormenores que conduzam à elucidação dos antecedentes e circunstâncias da 
infração; 
 
VIII - se tem algo mais a alegar em sua defesa. 
 
Art. 188. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou algum fato para ser esclarecido, 
formulando as perguntas correspondentes se o entender pertinente e relevante. 
 
Art. 189. Se o interrogando negar a acusação, no todo ou em parte, poderá prestar esclarecimentos e indicar 
provas. 
 
Art. 190. Se confessar a autoria, será perguntado sobre os motivos e circunstâncias do fato e se outras pessoas 
concorreram para a infração, e quais sejam. 
 
Art. 191. Havendo mais de um acusado, serão interrogados separadamente. 
 
Art. 192. O interrogatório do mudo, do surdo ou do surdo-mudo será feito pela forma seguinte: 
 
I - ao surdo serão apresentadas por escrito as perguntas, que ele responderá oralmente; 
 
II - ao mudo as perguntas serão feitas oralmente, respondendo-as por escrito; 
 
III - ao surdo-mudo as perguntas serão formuladas por escrito e do mesmo modo dará as respostas. 
 
Parágrafo único. Caso o interrogando não saiba ler ou escrever, intervirá no ato, como intérprete e sob 
compromisso, pessoa habilitada a entendê-lo. 
 
Art. 193. Quando o interrogando não falar a língua nacional, o interrogatório será feito por meio de intérprete. 
 
Art. 195. Se o interrogado não souber escrever, não puder ou não quiser assinar, tal fato será consignado no 
termo. 
 
Art. 196. A todo tempo o juiz poderá proceder a novo interrogatório de ofício ou a pedido fundamentado de 
qualquer das partes. 
 
CAPÍTULO IV 
DA CONFISSÃO 
 
Confissão 
➢ É o reconhecimento do acusado pela prática do fato que lhe é imputado. 
 
➢ Requisitos para a confissão: 
✓ Intrínsecos: Relacionado ao conteúdo da confissão. São as alegações do réu aos fatos, a 
exposição dos motivos apresentada pelo réu, concordância com as demais provas analisadas. 
 
✓ Extrínsecos: Forma que é realizada a confissão. Está relacionada à pessoalidade, ao caráter 
expresso, ao Juiz Competente, além da capacidade e espontaneidade do réu que irá confessar. 
 
➢ OBS: A confissão não possui valor absoluto devido ao princípio do livre convencimento motivado. 
 
Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros elementos de prova, e para a sua 
apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do processo, verificando se entre ela e estas existe 
compatibilidade ou concordância. 
 
Art. 198. O silêncio do acusado não importará confissão, mas poderá constituir elemento para a formação 
do convencimento do juiz. (Tacitamente Revogado). 
 
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Art. 199. A confissão, quando feita fora do interrogatório, será tomada por termo nos autos, observado o disposto 
no art. 195. 
 
Art. 200. A confissão será divisível e retratável, sem prejuízo do livre convencimento do juiz, fundado no exame 
das provas em conjunto. 
 
I Jornada de Direito Processual Penal – Enunciado 03 
A inexistência de confissão do investigado antes da formação da opinio delicti do Ministério Público não pode 
ser interpretada como desinteresse em entabular eventual acordo de não persecução penal. 
 
CAPÍTULO V 
DO OFENDIDO 
 
Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será qualificado e perguntado sobre as circunstâncias da infração, 
quem seja ou presuma ser o seu autor, as provas que possa indicar, tomando-se por termo as suas 
declarações. 
 
§ 1º Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem motivo justo, o ofendido poderá ser conduzido à 
presença da autoridade. 
 
§ 2º O ofendido será comunicado dos atos processuais relativos ao ingresso e à saída do acusado da prisão, 
à designação de data para audiência e à sentença e respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem. 
 
§ 3º. As comunicações ao ofendido deverão ser feitas no endereço por ele indicado, admitindo-se, por opção do 
ofendido, o uso de meio eletrônico. 
 
§ 4º. Antes do início da audiência e durante a sua realização, será reservado espaço separado para o ofendido. 
 
§ 5º Se o juiz entender necessário, poderá encaminhar o ofendido para atendimento multidisciplinar, 
especialmente nas áreas psicossocial, de assistência jurídica e de saúde, a expensas do ofensor ou do 
Estado. 
 
§ 6º O juiz tomará as providências necessárias à preservação da intimidade, vida privada, honra e imagem do 
ofendido, podendo, inclusive, determinar o segredo de justiça em relação aos dados, depoimentos e outras 
informações constantes dos autos a seu respeito para evitar sua exposição aos meios de comunicação.STJ/Info 767 
É justificável a antecipação de prova no caso de depoimento especial de adolescente vítima de possível 
crime sexual - na forma da Lei n. 13.431/2017 - pela relevância da palavra da vítima em crimes dessa 
natureza e na sua urgência pela falibilidade da memória de crianças e adolescentes. 
 
CAPÍTULO VI 
DAS TESTEMUNHAS 
 
Art. 202. Toda pessoa poderá ser testemunha. 
 
STJ/AREsp 2.290.314-SE 
O depoimento testemunhal indireto não possui a capacidade necessária para sustentar uma acusação e 
justificar a instauração do processo penal, sendo imprescindível a presença de outros elementos probatórios 
substanciais. 
 
Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer a verdade do que souber e Ihe for 
perguntado, devendo declarar seu nome, sua idade, seu estado e sua residência, sua profissão, lugar onde 
exerce sua atividade, se é parente, e em que grau, de alguma das partes, ou quais suas relações com qualquer 
delas, e relatar o que souber, explicando sempre as razões de sua ciência ou as circunstâncias pelas quais possa 
avaliar-se de sua credibilidade. 
 
Art. 204. O depoimento será prestado oralmente, não sendo permitido à testemunha trazê-lo por escrito. 
(Regra) 
 
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Parágrafo único. Não será vedada à testemunha, entretanto, breve consulta a apontamentos. 
 
Art. 205. Se ocorrer dúvida sobre a identidade da testemunha, o juiz procederá à verificação pelos meios ao 
seu alcance, podendo, entretanto, tomar-lhe o depoimento desde logo. 
 
Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor (Não possui direito ao silêncio). Poderão, 
entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que 
desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro 
modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias. (Pessoas Dispensadas de Depor) 
 
Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam 
guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho. 
 
STJ/Info 767 
Médico não pode acionar a polícia para investigar paciente que procurou atendimento médico-hospitalar por 
ter praticado manobras abortivas, uma vez que se mostra como confidente necessário, estando proibido de 
revelar segredo do qual tem conhecimento, bem como de depor a respeito do fato como testemunha. 
 
Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude o art. 203 aos doentes e deficientes mentais e aos 
menores de 14 (quatorze) anos, nem às pessoas a que se refere o art. 206. (Testemunha Não 
Compromissada) (Pode depor sem compromisso legal). 
 
Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas, além das indicadas pelas partes. 
 
§ 1º. Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as pessoas a que as testemunhas se referirem. 
 
§ 2º. Não será computada como testemunha a pessoa que nada souber que interesse à decisão da causa. 
 
Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada uma de per si, de modo que umas não saibam nem ouçam os 
depoimentos das outras, devendo o juiz adverti-las das penas cominadas ao falso testemunho. 
 
Parágrafo único. Antes do início da audiência e durante a sua realização, serão reservados espaços separados 
para a garantia da incomunicabilidade das testemunhas. 
 
Art. 211. Se o juiz, ao pronunciar sentença final, reconhecer que alguma testemunha fez afirmação falsa (Falso 
Testemunho), calou ou negou a verdade, remeterá cópia do depoimento à autoridade policial para a 
instauração de inquérito. 
 
Parágrafo único. Tendo o depoimento sido prestado em plenário de julgamento, o juiz, no caso de proferir decisão 
na audiência (art. 538, § 2o), o tribunal (art. 561), ou o conselho de sentença, após a votação dos quesitos, 
poderão fazer apresentar imediatamente a testemunha à autoridade policial. 
 
Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não admitindo o juiz 
aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de 
outra já respondida. (Sistema Cross Examination) 
 
Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição. 
 
STF/HC 187.035/SP 
Não cabe ao juiz, na audiência de instrução e julgamento de processo penal, iniciar a inquirição de 
testemunha, cabendo-lhe, apenas, complementar a inquirição sobre os pontos não esclarecidos. 
 
STJ/HC 735.519-SP 
A inquirição de testemunhas diretamente pelo magistrado que assume o protagonismo na audiência de 
instrução e julgamento viola o art. 212 do CPP. 
 
Art. 213. O juiz não permitirá que a testemunha manifeste suas apreciações pessoais, salvo quando 
inseparáveis da narrativa do fato. (Objetividade) 
 
 
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Direito Processual Penal – Legislação Esquematizada 
 
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Art. 214. Antes de iniciado o depoimento, as partes poderão contraditar a testemunha ou arguir circunstâncias 
ou defeitos, que a tornem suspeita de parcialidade, ou indigna de fé. O juiz fará consignar a contradita ou 
arguição e a resposta da testemunha, mas só excluirá a testemunha ou não Ihe deferirá compromisso nos 
casos previstos nos arts. 207 (Pessoas que não podem depor) e 208 (Testemunhas não compromissadas). 
(Contradita) 
 
Art. 215. Na redação do depoimento, o juiz deverá cingir-se, tanto quanto possível, às expressões usadas pelas 
testemunhas, reproduzindo fielmente as suas frases. 
 
Art. 216. O depoimento da testemunha será reduzido a termo, assinado por ela, pelo juiz e pelas partes. Se a 
testemunha não souber assinar, ou não puder fazê-lo, pedirá a alguém que o faça por ela, depois de lido na 
presença de ambos. 
 
Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilhação, temor, ou sério 
constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique a verdade do depoimento, fará a 
inquirição por videoconferência e, somente na impossibilidade dessa forma, determinará a retirada do réu, 
prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defensor. 
 
Parágrafo único. A adoção de qualquer das medidas previstas no caput deste artigo deverá constar do termo, 
assim como os motivos que a determinaram. 
 
Art. 218. Se, regularmente intimada, a testemunha deixar de comparecer sem motivo justificado, o juiz poderá 
requisitar à autoridade policial a sua apresentação ou determinar seja conduzida por oficial de justiça, que poderá 
solicitar o auxílio da força pública. 
 
Art. 219. O juiz poderá aplicar à testemunha faltosa a multa prevista no art. 453, sem prejuízo do processo penal 
por crime de desobediência, e condená-la ao pagamento das custas da diligência. 
 
Art. 220. As pessoas impossibilitadas, por enfermidade ou por velhice, de comparecer para depor, serão 
inquiridas onde estiverem. 
 
Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da República, os senadores e deputados federais, os ministros de 
Estado, os governadores de Estados e Territórios, os secretários de Estado, os prefeitos do Distrito Federal e dos 
Municípios, os deputados às Assembleias Legislativas Estaduais, os membros do Poder Judiciário, os ministros e 
juízes dos Tribunais de Contas da União, dos Estados, do Distrito Federal, bem como os do Tribunal Marítimo 
serão inquiridos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz. (Obrigatoriedade de 
Comparecimento - Exceção) 
 
§ 1º. O Presidente e o Vice-Presidente da República, os presidentes do Senado Federal, da Câmara dos 
Deputados e do Supremo Tribunal Federal poderão optar pela prestação de depoimento por escrito, caso em 
que as perguntas, formuladas pelas partes e deferidas pelo juiz, Ihes serão transmitidaspor ofício. (Exceção à 
Oralidade da prova testemunhal) 
 
§ 2º. Os militares deverão ser requisitados à autoridade superior. 
 
§ 3º. Aos funcionários públicos aplicar-se-á o disposto no art. 218, devendo, porém, a expedição do mandado ser 
imediatamente comunicada ao chefe da repartição em que servirem, com indicação do dia e da hora marcados. 
 
Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz será inquirida pelo juiz do lugar de sua residência, 
expedindo-se, para esse fim, carta precatória, com prazo razoável, intimadas as partes. 
 
§ 1º. A expedição da precatória não suspenderá a instrução criminal. 
 
§ 2º. Findo o prazo marcado, poderá realizar-se o julgamento, mas, a todo tempo, a precatória, uma vez devolvida, 
será junta aos autos. 
 
§ 3º. Na hipótese prevista no caput deste artigo, a oitiva de testemunha poderá ser realizada por meio de 
videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, permitida 
a presença do defensor e podendo ser realizada, inclusive, durante a realização da audiência de instrução e 
julgamento. 
 
 
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Art. 222-A. As cartas rogatórias só serão expedidas se demonstrada previamente a sua imprescindibilidade, 
arcando a parte requerente com os custos de envio. 
 
Parágrafo único. Aplica-se às cartas rogatórias o disposto nos §§ 1º. e 2º. do art. 222 deste Código. 
 
Art. 223. Quando a testemunha não conhecer a língua nacional, será nomeado intérprete para traduzir as 
perguntas e respostas. 
 
Parágrafo único. Tratando-se de mudo, surdo ou surdo-mudo, proceder-se-á na conformidade do art. 192. 
 
Art. 224. As testemunhas comunicarão ao juiz, dentro de um ano, qualquer mudança de residência, sujeitando-
se, pela simples omissão, às penas do não-comparecimento. 
 
Art. 225. Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou, por enfermidade ou por velhice, inspirar receio de 
que ao tempo da instrução criminal já não exista, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das 
partes, tomar-lhe antecipadamente o depoimento. 
 
STF/Súmula 155 
É relativa a nulidade do processo criminal por falta de intimação da expedição de precatória para 
inquirição de testemunha. 
 
Intimação da Defesa 
STJ/Súmula 273 (Regra) 
Intimada a defesa da expedição da carta precatória, torna-se 
desnecessária intimação da data da audiência no juízo deprecado. 
STF/RHC 106.394/MG (Exceção) 
A intimação da defesa passa a ser obrigatória, sob pena de nulidade, 
quando o réu for assistido pela Defensoria Pública e esta possuir 
estrutura instalada no juízo deprecado. 
 
CAPÍTULO VII 
DO RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS 
 
Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de pessoa, proceder-se-á pela seguinte 
forma: 
 
I - a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descrever a pessoa que deva ser reconhecida; 
 
Il - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possível, ao lado de outras que com ela tiverem 
qualquer semelhança, convidando-se quem tiver de fazer o reconhecimento a apontá-la; 
 
III - se houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconhecimento, por efeito de intimidação ou outra 
influência, não diga a verdade em face da pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade providenciará para que 
esta não veja aquela; 
 
IV - do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela pessoa chamada 
para proceder ao reconhecimento e por duas testemunhas presenciais. 
 
Parágrafo único. O disposto no no III deste artigo não terá aplicação na fase da instrução criminal ou em plenário 
de julgamento. 
 
Art. 227. No reconhecimento de objeto, proceder-se-á com as cautelas estabelecidas no artigo anterior, no que for 
aplicável. 
 
Art. 228. Se várias forem as pessoas chamadas a efetuar o reconhecimento de pessoa ou de objeto, cada uma 
fará a prova em separado, evitando-se qualquer comunicação entre elas. 
 
CAPÍTULO VIII 
DA ACAREAÇÃO 
 
Art. 229. A acareação será admitida entre acusados, entre acusado e testemunha, entre testemunhas, entre 
acusado ou testemunha e a pessoa ofendida, e entre as pessoas ofendidas, sempre que divergirem, em suas 
declarações, sobre fatos ou circunstâncias relevantes. 
 
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Parágrafo único. Os acareados serão reperguntados, para que expliquem os pontos de divergências, 
reduzindo-se a termo o ato de acareação. 
 
Art. 230. Se ausente alguma testemunha, cujas declarações divirjam das de outra, que esteja presente, a esta se 
darão a conhecer os pontos da divergência, consignando-se no auto o que explicar ou observar. Se subsistir a 
discordância, expedir-se-á precatória à autoridade do lugar onde resida a testemunha ausente, transcrevendo-se 
as declarações desta e as da testemunha presente, nos pontos em que divergirem, bem como o texto do referido 
auto, a fim de que se complete a diligência, ouvindo-se a testemunha ausente, pela mesma forma estabelecida 
para a testemunha presente. Esta diligência só se realizará quando não importe demora prejudicial ao processo e 
o juiz a entenda conveniente. 
 
CAPÍTULO IX 
DOS DOCUMENTOS 
 
Art. 231. Salvo os casos expressos em lei, as partes poderão apresentar documentos em qualquer fase do 
processo. 
 
Art. 232. Consideram-se documentos quaisquer escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou particulares. 
 
Parágrafo único. À fotografia do documento, devidamente autenticada, se dará o mesmo valor do original. 
 
Art. 233. As cartas particulares, interceptadas ou obtidas por meios criminosos, não serão admitidas em juízo. 
 
Parágrafo único. As cartas poderão ser exibidas em juízo pelo respectivo destinatário, para a defesa de seu 
direito, ainda que não haja consentimento do signatário. 
 
Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de documento relativo a ponto relevante da acusação ou da defesa, 
providenciará, independentemente de requerimento de qualquer das partes, para sua juntada aos autos, se 
possível. 
 
Art. 235. A letra e firma dos documentos particulares serão submetidas a exame pericial, quando contestada a sua 
autenticidade. 
 
Art. 236. Os documentos em língua estrangeira, sem prejuízo de sua juntada imediata, serão, se necessário, 
traduzidos por tradutor público, ou, na falta, por pessoa idônea nomeada pela autoridade. 
 
Art. 237. As públicas-formas só terão valor quando conferidas com o original, em presença da autoridade. 
 
Art. 238. Os documentos originais, juntos a processo findo, quando não exista motivo relevante que justifique 
a sua conservação nos autos, poderão, mediante requerimento, e ouvido o Ministério Público, ser entregues à 
parte que os produziu, ficando traslado nos autos. 
 
CAPÍTULO X 
DOS INDÍCIOS 
 
Art. 239. Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por 
indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias. 
 
CAPÍTULO XI 
DA BUSCA E DA APREENSÃO 
 
Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal. 
 
§ 1º Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas razões a autorizarem, para: (ROL TAXATIVO) 
 
a) prender criminosos; 
 
b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos; 
 
c) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos; 
 
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d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou destinados a fim delituoso; 
 
e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu; 
 
f) apreender cartas, abertas ounão, destinadas ao acusado ou em seu poder, quando haja suspeita de que o 
conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucidação do fato; 
 
g) apreender pessoas vítimas de crimes; 
 
h) colher qualquer elemento de convicção. 
 
§ 2º. Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada suspeita de que alguém oculte consigo arma proibida 
ou objetos mencionados nas letras b a f e letra h do parágrafo anterior. 
 
Art. 241. Quando a própria autoridade policial ou judiciária não a realizar pessoalmente, a busca domiciliar deverá 
ser precedida da expedição de mandado. 
 
Art. 242. A busca poderá ser determinada de ofício ou a requerimento de qualquer das partes. 
 
Art. 243. O mandado de busca deverá: 
 
I - indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será realizada a diligência e o nome do respectivo 
proprietário ou morador; ou, no caso de busca pessoal, o nome da pessoa que terá de sofrê-la ou os sinais 
que a identifiquem; 
 
II - mencionar o motivo e os fins da diligência; 
 
III - ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade que o fizer expedir. 
 
§ 1º Se houver ordem de prisão, constará do próprio texto do mandado de busca. 
 
§ 2º Não será permitida a apreensão de documento em poder do defensor do acusado, salvo quando 
constituir elemento do corpo de delito. 
 
Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou quando houver fundada suspeita de 
que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou 
quando a medida for determinada no curso de busca domiciliar. 
 
Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador consentir que se realizem à 
noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o 
represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta. 
 
§ 1º. Se a própria autoridade der a busca, declarará previamente sua qualidade e o objeto da diligência. 
 
§ 2º. Em caso de desobediência, será arrombada a porta e forçada a entrada. 
 
§ 3º. Recalcitrando o morador, será permitido o emprego de força contra coisas existentes no interior da casa, 
para o descobrimento do que se procura. 
 
§ 4º. Observar-se-á o disposto nos §§ 2o e 3o, quando ausentes os moradores, devendo, neste caso, ser intimado 
a assistir à diligência qualquer vizinho, se houver e estiver presente. 
 
§ 5º. Se é determinada a pessoa ou coisa que se vai procurar, o morador será intimado a mostrá-la. 
 
§ 6º. Descoberta a pessoa ou coisa que se procura, será imediatamente apreendida e posta sob custódia da 
autoridade ou de seus agentes. 
 
§ 7º. Finda a diligência, os executores lavrarão auto circunstanciado, assinando-o com duas testemunhas 
presenciais, sem prejuízo do disposto no § 4o. 
 
 
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Art. 246. Aplicar-se-á também o disposto no artigo anterior, quando se tiver de proceder a busca em 
compartimento habitado ou em aposento ocupado de habitação coletiva ou em compartimento não aberto 
ao público, onde alguém exercer profissão ou atividade. 
 
Art. 247. Não sendo encontrada a pessoa ou coisa procurada, os motivos da diligência serão comunicados a 
quem tiver sofrido a busca, se o requerer. 
 
Art. 248. Em casa habitada, a busca será feita de modo que não moleste os moradores mais do que o 
indispensável para o êxito da diligência. 
 
Art. 249. A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar retardamento ou prejuízo da 
diligência. 
 
Art. 250. A autoridade ou seus agentes poderão penetrar no território de jurisdição alheia, ainda que de outro 
Estado, quando, para o fim de apreensão, forem no seguimento de pessoa ou coisa, devendo apresentar-se à 
competente autoridade local, antes da diligência ou após, conforme a urgência desta. 
 
§ 1º. Entender-se-á que a autoridade ou seus agentes vão em seguimento da pessoa ou coisa, quando: 
 
a) tendo conhecimento direto de sua remoção ou transporte, a seguirem sem interrupção, embora depois a 
percam de vista; 
 
b) ainda que não a tenham avistado, mas sabendo, por informações fidedignas ou circunstâncias 
indiciárias, que está sendo removida ou transportada em determinada direção, forem ao seu encalço. 
 
§ 2º. Se as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar da legitimidade das pessoas que, nas 
referidas diligências, entrarem pelos seus distritos, ou da legalidade dos mandados que apresentarem, poderão 
exigir as provas dessa legitimidade, mas de modo que não se frustre a diligência. 
 
 
 
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Principais Súmulas e Jurisprudências 
 
TÍTULO VII - DA PROVA 
 
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não 
podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, 
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. 
 
STJ/REsp 1.916.733-MG 
As qualificadoras de homicídio fundadas exclusivamente em depoimento indireto (Hearsay Testimony), 
violam o art. 155 do CPP, que deve ser aplicado aos veredictos condenatórios do Tribunal do Júri. 
 
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer (ônus da prova), sendo, porém, facultado ao juiz de 
ofício: 
 
STJ/RHC 133.430/PE 
As mensagens printadas por meio da tela do computador no Whatsapp Web não são consideradas como 
provas válidas, pois é possível, com total liberdade, o envio de novas mensagens e a exclusão de 
mensagens antigas (registradas antes do emparelhamento) ou recentes (registradas após), tenham elas 
sido enviadas pelo usuário, tenham elas sido recebidas de algum contato. 
 
Eventual exclusão de mensagem enviada (na opção "Apagar somente para Mim") ou de mensagem 
recebida (em qualquer caso) não deixa absolutamente nenhum vestígio, seja no aplicativo, seja no 
computador emparelhado, e, por conseguinte, não pode jamais ser recuperada para efeitos de prova em 
processo penal, tendo em vista que a própria empresa disponibilizadora do serviço, em razão da tecnologia 
de encriptação ponta-a-ponta, não armazena em nenhum servidor o conteúdo das conversas dos usuários. 
 
STJ/HC 546.830/PR 
É dispensada a autorização judicial para acesso ao whatsapp, quando o celular é encontrado dentro de 
estabelecimento penal. 
Nessa conjuntura, se é prescindível decisão judicial para a análise do conteúdo de correspondência a fim de 
preservar interesses sociais e garantir a disciplina prisional, com mais razão se revela legítimo, para a 
mesma finalidade, o acesso dos dados e comunicações constantes em aparelhos celulares encontrados 
ilicitamente dentro do estabelecimento penal, pois a posse, o uso e o fornecimento do citado objeto são 
expressamente proibidos pelo ordenamento jurídico. 
 
Tratando-se de ilicitude manifesta e incontestável, não há direito ao sigilo e, por consequência, inexiste a 
possibilidade de invocar a proteção constitucional prevista no art. 5º, inciso XII, da Carta da República. Por 
certo, os direitos fundamentais não podem ser utilizados para a salvaguarda de práticas ilícitas, não sendo 
razoável pretender proteger aquele que age em notória desconformidade com as normas de regência. 
 
§ 5º O juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada inadmissível não poderá proferir a sentença ou acórdão. 
 
STF/ADI 6.298 
O STF, por maioria, declarou a inconstitucionalidade do § 5º do art. 157 do CPP, incluído pela Lei nº 
13.964/2019. 
 
STJ/RHC 164.616-GO 
São ilícitas as provas obtidas em acordo de delação premiada firmado com advogado que, sem justa causa, 
entrega às autoridades investigativas documentos e gravações obtidas em virtude de mandato que lhe fora 
outorgado, violando o dever de sigilo profissional. 
 
Provas– Teses do STJ – Parte I 
Tese 01 
As provas inicialmente produzidas na esfera inquisitorial e reexaminadas na instrução criminal, com 
observância do contraditório e da ampla defesa, não violam o art. 155 do Código de Processo Penal - CPP 
visto que eventuais irregularidades ocorridas no inquérito policial não contaminam a ação penal dele 
decorrente. 
 
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Tese 02 
Perícias e documentos produzidos na fase inquisitorial são revestidos de eficácia probatória sem a 
necessidade de serem repetidos no curso da ação penal por se sujeitarem ao contraditório diferido. 
Tese 03 
A decisão que determina a produção antecipada de provas com base no art. 366 do CPP deve ser 
concretamente fundamentada, não a justificando unicamente o mero decurso do tempo. (Súmula n. 
455/STJ) 
Flexibilização da Súmula 455 do STJ – STJ/RHC 101.881 SP 
A Terceira Seção desta Corte, flexibilizando o disposto no verbete sumular n. 455 do STJ, tem entendido 
que a fundamentação da decisão que determina a produção antecipada de provas pode limitar-se a 
destacar a probabilidade de que, não havendo outros meios de prova disponíveis, as testemunhas, pela 
natureza de sua atuação profissional, marcada pelo contato diário com os fatos criminosos que apresentam 
semelhanças em sua dinâmica, devem ser ouvidas com a possível urgência. 
Tese 04 
A propositura da ação penal exige tão somente a presença de indícios mínimos de materialidade e de 
autoria, de modo que a certeza deverá ser comprovada durante a instrução probatória, prevalecendo o 
princípio do in dubio pro societate na fase de oferecimento da denúncia. 
Tese 05 
A incidência da qualificadora rompimento de obstáculo, prevista no art. 155, § 4º, I, do Código Penal, está 
condicionada à comprovação por laudo pericial, salvo em caso de desaparecimento dos vestígios, quando a 
prova testemunhal, a confissão do acusado ou o exame indireto poderão lhe suprir a falta. 
Tese 06 
É válido e revestido de eficácia probatória o testemunho prestado por policiais envolvidos em ação 
investigativa ou responsáveis por prisão em flagrante, quando estiver em harmonia com as demais provas 
dos autos e for colhido sob o crivo do contraditório e da ampla defesa. 
Tese 07 
O reconhecimento fotográfico do réu, quando ratificado em juízo, sob a garantia do contraditório e ampla 
defesa, pode servir como meio idôneo de prova para fundamentar a condenação. 
Tese 08 
A folha de antecedentes criminais é documento hábil e suficiente a comprovar os maus antecedentes e a 
reincidência, não sendo necessária a apresentação de certidão cartorária. 
Tese 09 
Para efeitos penais, o reconhecimento da menoridade do réu requer prova por documento hábil. 
Tese 10 
O registro audiovisual de depoimentos colhidos no âmbito do processo penal dispensa sua degravação ou 
transcrição, em prol dos princípios da razoável duração do processo e da celeridade processual, salvo 
comprovada demonstração de necessidade. 
 
Provas – Teses do STJ – Parte II 
Tese 01 
É possível o arrolamento de testemunhas pelo assistente de acusação (art. 271 do Código de Processo 
Penal), desde que respeitado o limite de 5 (cinco) pessoas previsto no art. 422 do CPP. 
Tese 02 
O réu não tem direito subjetivo de acompanhar, por sistema de videoconferência, audiência de inquirição de 
testemunhas realizada, presencialmente, perante o Juízo natural da causa, por ausência de previsão legal, 
regulamentar e principiológica. 
Tese 03 
Em delitos sexuais, comumente praticados às ocultas, a palavra da vítima possui especial relevância, desde 
que esteja em consonância com as demais provas. 
Tese 04 
Nos delitos praticados em ambiente doméstico e familiar, geralmente praticados à clandestinidade, sem a 
presença de testemunhas, a palavra da vítima possui especial relevância, notadamente quando corroborada 
por outros elementos probatórios acostados aos autos. 
Tese 05 
É possível a antecipação da colheita da prova testemunhal, com base no art. 366 do CPP, nas hipóteses 
em que as testemunhas são policiais, tendo em vista a relevante probabilidade de esvaziamento da prova 
pela natureza da atuação profissional, marcada pelo contato diário com fatos criminosos. 
 
 
 
 
 
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Divergência 
STJ/RHC 50.235/DF 
É justificável a antecipação da colheita da prova testemunhal com arrimo no art. 366 do 
Código de Processo Penal nas hipóteses em que as testemunhas são policiais. O atuar 
constante no combate à criminalidade expõe o agente da segurança pública a inúmeras 
situações conflituosas com o ordenamento jurídico, sendo certo que as peculiaridades de 
cada uma acabam se perdendo em sua memória, seja pela frequência com que ocorrem, 
ou pela própria similitude dos fatos, sem que isso configure violação à garantia da ampla 
defesa do acusado. 
STF/HC 130.038/DF 
É incabível a produção antecipada de prova testemunhal (CPP, art. 366) fundamentada na 
simples possibilidade de esquecimento dos fatos, sendo necessária a demonstração do 
risco de perecimento da prova a ser produzida (CPP, art. 225). 
Tese 06 
Não há cerceamento de defesa quando a decisão que indefere oitiva de testemunhas residentes em outro 
país for devidamente fundamentada. 
Tese 07 
É ilícita a prova colhida mediante acesso aos dados armazenados no aparelho celular, relativos a 
mensagens de texto, SMS, conversas por meio de aplicativos (WhatsApp), e obtida diretamente pela 
polícia, sem prévia autorização judicial. 
Tese 08 
É desnecessária a realização de perícia para a identificação de voz captada nas interceptações telefônicas, 
salvo quando houver dúvida plausível que justifique a medida. 
Tese 09 
É necessária a realização do exame de corpo de delito para comprovação da materialidade do crime 
quando a conduta deixar vestígios, entretanto, o laudo pericial será substituído por outros elementos de 
prova na hipótese em que as evidências tenham desaparecido ou que o lugar se tenha tornado impróprio 
ou, ainda, quando as circunstâncias do crime não permitirem a análise técnica. 
Tese 10 
O laudo toxicológico definitivo é imprescindível para a configuração do crime de tráfico ilícito de 
entorpecentes, sob pena de se ter por incerta a materialidade do delito e, por conseguinte, ensejar a 
absolvição do acusado. 
Tese 11 
É possível, em situações excepcionais, a comprovação da materialidade do crime de tráfico de drogas pelo 
laudo de constatação provisório, desde que esteja dotado de certeza idêntica à do laudo definitivo e que 
tenha sido elaborado por perito oficial, em procedimento e com conclusões equivalentes. 
Tese 12 
É prescindível a apreensão e a perícia de arma de fogo para a caracterização de causa de aumento de 
pena prevista no art. 157, § 2º-A, I, do Código Penal, quando evidenciado o seu emprego por outros meios 
de prova. 
 
CAPÍTULO II - DO EXAME DE CORPO DE DELITO, DA CADEIA DE CUSTÓDIA E DAS PERÍCIAS EM GERAL 
 
STJ/RHC 77.836/PA 
A quebra da cadeia de custódia tem como objetivo garantir a todos os acusados o devido processo legal 
e os recursos a ele inerentes, como a ampla defesa, o contraditório e principalmente o direito à prova lícita. 
O instituto abrange todo o caminho que deve ser percorrido pela prova até sua análise pelo magistrado, 
sendo certo que qualquer interferência durante o trâmite processual pode resultar na sua imprestabilidade. 
 
Art. 158-A. 
 
STJ/HC 653.515-RJ 
A superveniência de sentença condenatória não tem o condão de prejudicar habeas corpus que analisa tese 
defensiva de que teria havido quebra da cadeia de custódia da prova, ocorrida ainda na fase inquisitorial e 
empregada como justa causa para a própria ação penal. 
 
 
 
 
 
 
 
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Art. 159. 
 
STJ/AREsp 2.078.054-DF 
O exame de corpo de delito poderá, em determinadas situações, ser dispensado para a configuração de 
lesão corporal ocorrida em âmbito doméstico, na hipótese de subsistirem outras provas idôneas da 
materialidade do crime. 
 
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova 
testemunhal poderá suprir-lhe a falta. 
 
STF/HC N. 85.955-RJ 
Nos crimes contra a liberdade sexual cometidos mediante grave ameaça ou com violência presumida, não 
se exige, obrigatoriamente, o exame de corpo de delito direto, porque tais infrações penais, quando 
praticadas nessas circunstâncias (com violência moral ou com violência ficta), nem sempre deixam vestígios 
materiais. 
 
O exame de corpo de delito indireto, fundado em prova testemunhal idônea e/ou em outros meios de 
prova consistentes (CPP, art. 167) revela-se legítimo, desde que, por não mais subsistirem vestígios 
sensíveis do fato delituoso, não se viabilize a realização do exame direto. 
 
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial negará a perícia requerida 
pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimento da verdade. 
 
STF/Súmula 279 
A gravação de conversa entre dois interlocutores, feita por um deles, sem conhecimento do outro, 
com a finalidade de documentá-la, futuramente, em caso de negativa, nada tem de ilícita, principalmente 
quando constitui exercício de defesa. 
 
STF/RE 583.937 QO-RG 
É pacífico na jurisprudência do STF o entendimento de que não há ilicitude em gravação telefônica 
realizada por um dos interlocutores sem o conhecimento do outro, podendo ela ser utilizada como prova 
em processo judicial. 
 
O STF, em caso análogo, decidiu que é admissível o uso, como meio de prova, de gravação ambiental 
realizada por um dos interlocutores sem o conhecimento do outro. 
 
STF/RHC N. 90.376-RJ 
Se, no entanto, o órgão da persecução penal demonstrar que obteve, legitimamente, novos elementos de 
informação a partir de uma fonte autônoma de prova - que não guarde qualquer relação de dependência 
nem decorra da prova originariamente ilícita, com esta não mantendo vinculação causal -, tais dados 
probatórios revelar-se-ão plenamente admissíveis, porque não contaminados pela mácula da ilicitude 
originária. 
 
STF/HC 129.678/SP 
O “crime achado” (serendipidade), ou seja, a infração penal desconhecida e, portanto, até aquele 
momento não investigada, sempre deve ser cuidadosamente analisada para que não se relativize em 
excesso o inciso XII do art. 5º da Constituição Federal. A prova obtida mediante interceptação telefônica, 
quando referente a infração penal diversa da investigada, deve ser considerada lícita se presentes os 
requisitos constitucionais e legais. 
 
STJ/HC 223.890/MG 
A qualificadora da escalada somente pode ser aplicada ao crime de furto mediante realização de 
exame pericial. Tendo em vista que se trata de infração que deixa vestígio, é imprescindível a realização do 
laudo, por expressa disposição legal, cabendo destacar que a sua substituição por outros meios probatórios 
apenas é possível quando não existirem mais os vestígios ou não for possível a realização da perícia. 
 
 
 
 
 
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STJ/RHC nº 64.713/SP 
No que concerne à ilegalidade das provas colhidas no aparelho telefônico do recorrente, tem-se que, a 
despeito de a situação retratada não se configurar como interceptação telefônica de comunicações, 
demanda igualmente autorização judicial devidamente motivada - haja vista a garantia constitucional 
à intimidade e à vida privada -, o que efetivamente foi observado no caso dos autos. De fato, o celular do 
recorrente foi apreendido em razão de mandado de busca e apreensão, devidamente fundamentado, que 
autorizou a apreensão de aparelhos eletrônicos, bem como o acesso às informações armazenadas, 
desde que guardem relação com o crime sob investigação. 
 
STJ/RHC 89.315 SP 
A jurisprudência desta corte superior é firme ao considerar ilícito o acesso direto da polícia a 
informações constantes de aparelho celular, sem prévia autorização judicial. 
 
Hipótese em que a autoridade policial realizou perícia no telefone móvel do acusado e obteve os registros 
telefônicos e o histórico de conversas via Whatsapp. 
 
STJ/REsp 1392386-RS 
Para que seja configurado o furto qualificado mediante escalada é dispensável a realização de perícia, 
desde que existam outras provas que demonstrem a ocorrência da escalada (exs: filmagem, fotos, 
testemunhos etc.). 
Fonte:https://www.buscadordizerodireito.com.br/ 
 
STJ 
A produção de prova por meio de exame de DNA sem o consentimento do investigado é permitida se o 
material biológico já está fora de seu corpo e foi abandonado. Ou seja, o que não se permite é o 
recolhimento do material genético à força, mediante constrangimento moral ou físico. 
O entendimento é da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e definiu julgamento de habeas 
corpus impetrado pela Defensoria Pública de Minas Gerais que buscava o desentranhamento de prova 
pericial colhida a partir de copo e colher de plástico utilizados por um homem denunciado por homicídio 
triplamente qualificado, estupro e extorsão. 
Os utensílios foram usados pelo investigado quando ele já estava preso e recolhidos pela polícia para o 
exame de DNA. De acordo com o processo, a comparação do resultado desse exame com o material 
genético que havia sido encontrado na calcinha da vítima permitiu o esclarecimento de um crime ocorrido 
dez anos antes. 
Fonte: http://bsad.com.br/admin/uploads/5ab96c229b1dd.pdf 
 
CAPÍTULO III 
DO INTERROGATÓRIO DO ACUSADO 
 
STJ/Súmula 644 
O núcleo de prática jurídica deve apresentar o instrumento de mandato quando constituído pelo réu 
hipossuficiente, salvo nas hipóteses em que é nomeado pelo juízo. 
 
STF/Súmula 523 
No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se 
houver prova de prejuízo para o réu. 
 
STF/Rcl 33.711 
Reclamante submetido a “entrevista” durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão. 
Direito ao silêncio e à não autoincriminação. Há a violação do direito ao silêncio e à não autoincriminação, 
estabelecidos nas decisões proferidas nas ADPFs 395 e 444, com a realização de interrogatório forçado, 
travestido de “entrevista”, formalmente documentado durante o cumprimento de mandado de busca e 
apreensão, no qual não se oportunizou ao sujeito da diligência o direito à prévia consulta a seu 
advogado e nem se certificou, no referido auto, o direito ao silêncio e a não produzir provas contra si 
mesmo, nos termos da legislação e dos precedentes transcritos. 
 
A realização de interrogatório em ambiente intimidatório representa uma diminuição da garantia contra a 
autoincriminação. O fato de o interrogado responder a determinadas perguntas não significa que ele abriu 
mão do seu direito. As provas obtidas através de busca e apreensão realizada com violação à 
Constituição não devem ser admitidas. 
 
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STJ/REsp 2.037.491-SP 
O exercício do direito ao silêncio não pode servir de fundamento para descredibilizar o acusado nem 
para presumir a veracidade das versões sustentadas por policiais, sendo imprescindível a superação 
do standard probatório próprio do processo penal a respaldá-las. 
 
Art. 191. Havendo mais de um acusado, serão interrogados separadamente. 
 
STF/HC 101.021 
1. Possibilidade de os interrogatórios de corréus serem realizadosseparadamente, em cumprimento ao que 
dispõe o art. 191 do Código de Processo Penal. Precedente. 
 
2. O fato de o paciente advogar em causa própria não é suficiente para afastar essa regra, pois, além de 
inexistir razão jurídica para haver essa distinção entre acusados, a questão pode ser facilmente resolvida 
com a constituição de outro causídico para acompanhar especificamente o interrogatório do corréu. 
Assim, e considerando que a postulação é para que se renove o interrogatório com a presença do acusado 
na sala de audiências, não há falar em ilegalidade do ato ou cerceamento de defesa. 
 
CAPÍTULO IV - DA CONFISSÃO 
 
I Jornada de Direito Processual Penal – Enunciado 03 
A inexistência de confissão do investigado antes da formação da opinio delicti do Ministério Público não pode 
ser interpretada como desinteresse em entabular eventual acordo de não persecução penal. 
 
CAPÍTULO V - DO OFENDIDO 
 
STJ/Info 767 
É justificável a antecipação de prova no caso de depoimento especial de adolescente vítima de possível 
crime sexual - na forma da Lei n. 13.431/2017 - pela relevância da palavra da vítima em crimes dessa 
natureza e na sua urgência pela falibilidade da memória de crianças e adolescentes. 
 
CAPÍTULO VI 
DAS TESTEMUNHAS 
 
Art. 202. Toda pessoa poderá ser testemunha. 
 
STJ/AREsp 2.290.314-SE 
O depoimento testemunhal indireto não possui a capacidade necessária para sustentar uma acusação e 
justificar a instauração do processo penal, sendo imprescindível a presença de outros elementos probatórios 
substanciais. 
 
Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam 
guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho. 
 
STJ/Info 767 
Médico não pode acionar a polícia para investigar paciente que procurou atendimento médico-hospitalar por 
ter praticado manobras abortivas, uma vez que se mostra como confidente necessário, estando proibido de 
revelar segredo do qual tem conhecimento, bem como de depor a respeito do fato como testemunha. 
 
STF/HC 187.035/SP 
Não cabe ao juiz, na audiência de instrução e julgamento de processo penal, iniciar a inquirição de 
testemunha, cabendo-lhe, apenas, complementar a inquirição sobre os pontos não esclarecidos. 
 
STJ/HC 735.519-SP 
A inquirição de testemunhas diretamente pelo magistrado que assume o protagonismo na audiência de 
instrução e julgamento viola o art. 212 do CPP. 
 
 
 
 
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STF/Súmula 155 
É relativa a nulidade do processo criminal por falta de intimação da expedição de precatória para 
inquirição de testemunha. 
 
Intimação da Defesa 
STJ/Súmula 273 (Regra) 
Intimada a defesa da expedição da carta precatória, torna-se 
desnecessária intimação da data da audiência no juízo deprecado. 
STF/RHC 106.394/MG (Exceção) 
A intimação da defesa passa a ser obrigatória, sob pena de nulidade, 
quando o réu for assistido pela Defensoria Pública e esta possuir 
estrutura instalada no juízo deprecado. 
 
CAPÍTULO VII 
DO RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS 
 
Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de pessoa, proceder-se-á pela seguinte 
forma: 
 
STJ/RHC 206.846/SP 
A desconformidade ao regime procedimental determinado no art. 226 do CPP deve acarretar a nulidade do 
ato e sua desconsideração para fins decisórios, justificando-se eventual condenação somente se houver 
elementos independentes para superar a presunção de inocência. 
 
STJ/HC 721.963-SP 
Se a vítima é capaz de individualizar o autor do fato, é desnecessário instaurar o procedimento do art. 226 
do CPP. 
 
STJ/AREsp 1.054.280/PE 
O acórdão recorrido está alinhado à jurisprudência desta Corte Superior, no sentido de que as disposições 
contidas no art. 226 do Código de Processo Penal configuram uma recomendação legal, e não uma 
exigência absoluta, não se cuidando, portanto, de nulidade quando praticado o ato processual 
(reconhecimento pessoal) de forma diversa da prevista em lei. 
 
STJ/HC 656.845-PR 
Ainda que o reconhecimento fotográfico esteja em desacordo com o procedimento previsto no art. 226 do 
CPP, deve ser mantida a condenação quando houver outras provas produzidas sob o crivo do contraditório e 
da ampla defesa, independentes e suficientes o bastante, para lastrear o decreto condenatório. 
 
STJ/HC 664.537-RJ 
É nula a condenação fundamentada em reconhecimento fotográfico que, além de ter sido realizado com 
grande lapso temporal dos fatos, encontra-se em contradição com os depoimentos prestados pela vítima, 
não sendo possível a sua convalidação em juízo. 
 
STJ/REsp 1.996.268-GO 
É ilícita a prova obtida por meio de reconhecimento fotográfico judicial que não observou o art. 226 do 
Código de Processo Penal, sendo devida a absolvição quando as provas remanescentes são tão-somente a 
confissão extrajudicial, integralmente retratada em Juízo, e a apreensão de um dos bens subtraídos, meses 
após os fatos, efetivada no curso das investigações, o qual estava com um dos acusados que não foi 
reconhecido por nenhuma das vítimas. 
 
CAPÍTULO IX - DOS DOCUMENTOS 
 
Art. 231. 
 
STJ/HC 545.097-SP 
Viola o princípio constitucional da ampla defesa o indeferimento de prova nova sem a demonstração de seu 
caráter manifestamente protelatório ou meramente tumultuário, mormente quando esta teve como causa 
situação processual superveniente. 
 
 
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CAPÍTULO X 
DOS INDÍCIOS 
 
Art. 239. Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por 
indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias. 
 
STF/HC 101.519 
O princípio processual penal do favor rei não ilide a possibilidade de utilização de presunções hominis 
ou facti, pelo juiz, para decidir sobre a procedência do ius puniendi, máxime porque o Código de 
Processo Penal prevê expressamente a prova indiciária, definindo-a no art. 239 como “ a circunstância 
conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra 
ou outras circunstâncias. 
 
CAPÍTULO XI 
DA BUSCA E DA APREENSÃO 
 
Art. 243. O mandado de busca deverá: 
 
I - indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será realizada a diligência e o nome do respectivo 
proprietário ou morador; ou, no caso de busca pessoal, o nome da pessoa que terá de sofrê-la ou os sinais 
que a identifiquem; 
 
II - mencionar o motivo e os fins da diligência; 
 
III - ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade que o fizer expedir. 
 
STJ/RHC 141.737/PR 
Inexiste exigência legal de que o mandado de busca e apreensão detalhe o tipo de documento a ser 
apreendido, ainda que de natureza sigilosa. 
No caso, se a investigação foi deflagrada em virtude da adulteração de prontuários, a interpretação evidente 
é de que os principais objetos visados pela medida de busca e apreensão eram os prontuários dos pacientes 
que haviam sido submetidos a tratamento e, ao mesmo tempo, vítimas de inúmeros crimes. 
 
Não se vê a ocorrência de nulidade. Embora os prontuários possam conter dados sigilosos, foram obtidos a 
partir da imprescindível autorização judicial prévia, quer dizer, a prova foi obtida por meio lícito. A ausência 
de sua discriminação específica no mandado de busca é irrelevante, até porque os prontuários médicos 
encontram-se inseridos na categoria de documentos em geral, inexistindo qualquer exigência legal de que a 
autorização cautelar deva detalhar o tipo de documento a ser apreendido quando este possuir natureza 
sigilosa. 
 
Conforme já se pronunciou o STF, "dada a impossibilidade de indicação, ex ante, de todos os bens passíveis 
de apreensão no local dabusca, é mister conferir-se certa discricionariedade, no momento da diligência, à 
autoridade policial" (STF, Pet 5173/DF, Min. Dias Tofoli, Primeira Turma, DJe 18/11/2014). 
 
Com efeito, "O artigo 243 da Lei Processual Penal disciplina os requisitos do mandado de busca e 
apreensão, dentre os quais não se encontra o detalhamento do que pode ou não ser arrecadado" (HC 
524.581/RJ, Rel. Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma, DJe 13/2/2020). "Suficiente à delimitação da busca e 
apreensão é a determinação de que deveriam ser apreendidos os materiais que pudessem guardar relação 
estrita com aqueles fatos [...]" (HC 537.017/RS, Rel. Ministro Nefi Cordeiro, Sexta Turma, DJe 3/2/2020). 
 
Em outro precedente, esta Corte Superior já preconizou que "O artigo 240 do Código de Processo Penal, ao 
tratar da busca e apreensão, apresenta um rol exemplificativo dos casos em que a medida pode ser 
determinada, no qual se encontra a hipótese de arrecadação de objetos necessários à prova da infração ou 
à defesa do réu, não havendo qualquer ressalva de que não possam dizer respeito à intimidade ou à vida 
privada do indivíduo" (HC 142.205/RJ, Rel. Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma DJe 13/12/2010). 
 
Ademais, vale frisar que o sigilo do qual se reveste os prontuários médicos pertencem única e 
exclusivamente aos pacientes, não ao médico. Assim, como afirmado pelo Tribunal estadual, caso houvesse 
a violação do direito à intimidade, haveria de ser arguida pelos seus titulares e não pelo investigado. 
 
 
 
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STJ/Info 750 
São lícitas as provas obtidas com a apreensão de bens não discriminados expressamente em mandado ou 
na decisão judicial correspondente, mas vinculados ao objeto da investigação. 
 
STF/RE 1.342.077/SP 
A entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo em período noturno, quando 
amparada em fundadas razões, devidamente justificadas a posteriori, que indiquem que dentro da casa 
ocorre situação de flagrante delito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da 
autoridade, e de nulidade dos atos praticados. 
 
STJ/HC 598.051/SP 
A prova da legalidade e da voluntariedade do consentimento para o ingresso na residência do suspeito 
incumbe, em caso de dúvida, ao Estado, e deve ser feita com declaração assinada pela pessoa que 
autorizou o ingresso domiciliar, indicando-se, sempre que possível, testemunhas do ato. Em todo caso, a 
operação deve ser registrada em áudio-vídeo e preservada a prova enquanto durar o processo. 
 
STJ/RHC 114.683/RJ 
Realizada a busca e apreensão, apesar de o relatório sobre o resultado da diligência ficar adstrito aos 
elementos relacionados com os fatos sob apuração, deve ser assegurado à defesa acesso à integra dos 
dados obtidos no cumprimento do mandado judicial. 
 
STJ/AREsp 2.223.319-MS 
A confissão do réu, por si só, não autoriza a entrada dos policiais em seu domicílio, sendo necessário que a 
permissão conferida de forma livre e voluntária pelo morador seja registrada pela autoridade policial por 
escrito ou em áudio e vídeo. 
 
STJ/HC 768.624-SP 
A ocorrência de crime permanente e a existência de situação de flagrância apta a mitigar a garantia 
constitucional da inviolabilidade de domicílio justificam o ingresso dos policiais em endereço diversodaquele 
contido na ordem judicial. 
 
STJ/HC 729.836-MS 
A mera sinalização do cão de faro, seguida de abordagem a suposto usuário saindo do local, 
desacompanhada de qualquer outra diligência investigativa ou outro elemento concreto indicando a 
necessidade de imediata ação policial, não justifica a dispensa do mandado judicial para o ingresso em 
domicílio. 
 
Art. 248. 
 
STJ/HC 663.055-MT 
Admitir a entrada na residência especificamente para efetuar uma prisão não significa conceder um salvo-
conduto para que todo o seu interior seja vasculhado indistintamente, em verdadeira pescaria probatória 
(fishing expedition), sob pena de nulidade das provas colhidas por desvio de finalidade. 
 
STJ/RMS 57.740-PE 
É válida a autorização expressa para busca e apreensão em sede de empresa investigada dada por pessoa 
que age como sua representante. 
Cinge-se a controvérsia a saber sobre a validade da autorização para cumprimento de mandado de busca e 
apreensão dada por pessoa que, embora tenha deixado de ser sócia formal de empresa, continua assinando 
documentos, possui a chave do escritório e apresenta-se como responsável para as autoridades policiais. 
 
A teoria da aparência, quando cabível, valida a autorização expressa para a realização de busca e 
apreensão em sede de empresa investigada. 
 
Vale ressaltar que, embora tal teoria tenha encontrado maior amplitude de aplicação jurisprudencial na seara 
civil, processual civil e no Código de Defesa do Consumidor, nada há que impeça sua aplicação também na 
seara penal. 
 
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101 
 
 
Contudo, para sua aplicação, há de reforçar a necessidade de conjugação da boa-fé com o erro escusável e 
alguns requisitos essenciais. 
 
Segundo a doutrina, são seus requisitos essenciais objetivos: 
a) uma situação de fato cercada de circunstâncias tais que manifestamente a apresentem como se fora 
uma situação de direito; 
b) situação de fato que assim possa ser considerada segundo a ordem geral e normal das coisas; 
c) e que, nas mesmas condições acima, apresente o titular aparente como se fora titular legítimo, ou o 
direito como se realmente existisse. 
 
São seus requisitos subjetivos essenciais: 
a) a incidência em erro de quem, de boa-fé, a mencionada situação de fato como situação de direito 
considera; 
b) a escusabilidade desse erro apreciada segundo a situação pessoal de quem nele incorreu. 
 
Assim, reputa-se válida a autorização de ingresso da autoridade policial no estabelecimento dada por 
empregados da empresa, ou quem se apresenta como tal, observados os requisitos supracitados, em face 
da teoria da aparência. 
 
STJ/REsp 2.009.839-MG 
A expedição de mandado de busca e apreensão de menor não autoriza o ingresso no domicílio e a 
realização de varredura no local. 
 
 
 
 
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102 
 
TÍTULO VIII - DO JUIZ, DO MINISTÉRIO PÚBLICO, DO ACUSADO E DEFENSOR, DOS ASSISTENTES E 
AUXILIARES DA JUSTIÇA 
 
CAPÍTULO I 
DO JUIZ 
 
Do Juiz 
O juiz criminal possui poder de polícia administrativa e poder jurisdicional. 
 
Poder de Polícia Administrativa do Juiz 
➢ Possui a finalidade de prover à regularidade do processo e manter a ordem no curso dos respectivos 
atos. 
 
CPP/41, Art. 251. Ao juiz incumbirá prover à regularidade do processo e manter a ordem no curso dos respectivos atos, 
podendo, para tal fim, requisitar a força pública. 
 
Poder Jurisdicional do Juiz 
➢ Está relacionado à atividade-fim da jurisdição, ou seja, a instrução, decisões interlocutórias, 
execução das decisões. 
 
➢ Dividido em: 
✓ Poderes-Meio: Atos, que podem ser ordinatórios ou instrutórios, utilizados para alcançar a efetiva 
tutela jurisdicional. 
 
✓ Poderes-Fins: É a aplicação da própria tutela jurisdicional e seu cumprimento. Os poderes-fins se 
dividem em atos decisórios (Decide o que está na lei) e executórios (É a imposição daquilo que foi 
decidido). 
 
Art. 251. Ao juiz incumbirá prover à regularidade do processo e manter a ordem no curso dos respectivos 
atos, podendo, para tal fim, requisitar a força pública. 
 
Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que: (ROL TAXATIVO) 
 
I – tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, 
inclusive, comodefensor ou advogado, órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da justiça 
ou perito; 
 
II – ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como testemunha; 
 
III – tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão; 
 
IV – ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim em linha reta ou colateral até o terceiro grau, 
inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito. 
 
Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão servir no mesmo processo os juízes que forem entre si parentes, 
consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive. 
 
Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes: 
 
I – se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles; 
 
II – se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre 
cujo caráter criminoso haja controvérsia; 
 
III – se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda 
ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes; 
 
IV – se tiver aconselhado qualquer das partes; 
 
 
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103 
 
V – se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes; 
 
Vl – se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo. 
 
Art. 255. O impedimento ou suspeição decorrente de parentesco por afinidade cessará pela dissolução do 
casamento que Ihe tiver dado causa, salvo sobrevindo descendentes; mas, ainda que dissolvido o 
casamento sem descendentes, não funcionará como juiz o sogro, o padrasto, o cunhado, o genro ou enteado 
de quem for parte no processo. 
 
Art. 256. A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida, quando a parte injuriar o juiz ou de 
propósito der motivo para criá-la. 
 
Impedimento e Suspeição no CPP 
Ocorre quando o juiz deixa de ser imparcial nas suas decisões. 
Impedimento 
➢ O Juiz passa a ter incapacidade absoluta no processo (incapacidade objetiva), 
devendo declarar seu impedimento, caso não faça, qualquer das parte poderá 
arguir seu impedimento; 
Suspeição 
➢ Nesse caso o juiz pode ou não se declarar suspeito, possuindo assim uma 
incapacidade subjetiva. 
 
➢ A parte, caso entenda que o juiz está prejudicando o processo devido à falta de 
imparcialidade, poderá arguir suspeição. 
 
➢ Em regra, a suspeição ou o impedimento acabam com a dissolução do 
casamento, salvo: 
✓ Se o casamento resultou em filhos; 
 
✓ Caso não tenha havido filhos, tais institutos permanecem em relação aos 
sogros, genros, cunhados, padrasto e enteado. 
 
➢ Se o juiz suspeito ou impedido continuar atuando no processo ocorrerá vício 
processual. 
 
➢ Caso o juiz seja: 
✓ Impedido: De acordo com a doutrina será um ato inexistente, porém o STJ já 
considerou ser uma nulidade absoluta. 
 
✓ Suspeito: Parte da doutrina entende que é uma nulidade absoluta, porém o STJ 
entende que é uma nulidade relativa. 
 
Suspeição Impedimento 
✓ Circunstância Subjetiva; 
 
✓ Fato Externo capaz de influenciar a 
imparcialidade do Juiz; 
 
✓ Rol Exemplificativo; 
 
✓ CPP/41, Art. 254. 
✓ Circunstância Objetiva; 
 
✓ Fato Interno capaz de influenciar a 
imparcialidade do Juiz; 
 
✓ Rol Taxativo; 
 
✓ CPP/41, Art. 252. 
 
CAPÍTULO II - DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
 
Art. 257. Ao Ministério Público cabe: 
 
I – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma estabelecida neste Código; e 
 
II – fiscalizar a execução da lei. 
 
 
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104 
 
Art. 258. Os órgãos do Ministério Público não funcionarão nos processos em que o juiz ou qualquer das partes 
for seu cônjuge, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, e a 
eles se estendem, no que Ihes for aplicável, as prescrições relativas à suspeição e aos impedimentos dos juízes. 
 
Do Ministério Público 
➢ Quando a ação penal for: 
✓ Pública: O MP atua como acusador e fiscal da lei (custos legis); 
 
✓ Privada: O MP atua apenas como fiscal da lei, uma vez que é o ofendido ou o representante legal 
que fará a acusação. 
 
➢ OBS: No caso da ação penal privada subsidiária da pública, o MP atua como interveniente adesivo 
obrigatório por que a ação era pública, porém devido a inércia do MP, se tornou uma ação penal 
privada. 
 
➢ Como o MP possui a finalidade de ser imparcial, promovendo a justiça, caso o acusado não tenha 
culpa, o próprio MP pode pedir sua absolvição. 
 
STF/Súmula 701 
No mandado de segurança impetrado pelo Ministério Público contra decisão proferida em processo penal, 
é obrigatória a citação do réu como litisconsorte passivo. 
 
CAPÍTULO III 
DO ACUSADO E SEU DEFENSOR 
 
Do Acusado 
➢ É a parte que faz parte do polo passivo do processo criminal. 
 
➢ Podem ser sujeitos passivos: 
✓ As pessoas físicas; 
✓ As pessoas jurídicas, nos crimes ambientais; 
✓ Doente mental ou quem tem desenvolvimento mental incompleto; Será aplicada medida de 
segurança. 
✓ As pessoas nos casos de embriaguez total decorrente de caso fortuito ou força maior; Será 
aplicada medida de segurança, mas não no caso de embriaguez comum. 
 
➢ Existem pessoas que não podem fazer parte do polo passivo do processo criminal, são eles: 
✓ Entes que não são considerados sujeitos de direito; Ex: Morto. 
✓ Menores de 18 anos; 
✓ Quem possui imunidade diplomática; 
✓ Quem possui imunidade parlamentar (Existe exceção); Ex: Senadores e Deputados. 
 
➢ Mesmo não sendo identificado o acusado por seu nome civil, o processo continuará. 
 
Art. 259. A impossibilidade de identificação do acusado com o seu verdadeiro nome ou outros qualificativos 
não retardará a ação penal, quando certa a identidade física. A qualquer tempo, no curso do processo, do 
julgamento ou da execução da sentença, se for descoberta a sua qualificação, far-se-á a retificação, por termo, 
nos autos, sem prejuízo da validade dos atos precedentes. 
 
Art. 260. Se o acusado não atender à intimação para o interrogatório, reconhecimento ou qualquer outro ato 
que, sem ele, não possa ser realizado, a autoridade poderá mandar conduzi-lo à sua presença. 
 
STF/ADPF 395/444 
O ministro Gilmar Mendes (relator) julgou procedentes os pedidos formulados nas arguições para declarar a 
não recepção da expressão “para o interrogatório”, constante do art. 260 do CPP, e a incompatibilidade 
com a Constituição Federal (CF) da condução coercitiva de investigados ou de réus para 
interrogatório, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade, e de 
ilicitude das provas obtidas, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. 
Fonte: http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo905.htm 
 
 
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http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo905.htm
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105 
 
Parágrafo único. O mandado conterá, além da ordem de condução, os requisitos mencionados no art. 352, no que 
Ihe for aplicável. 
 
Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem defensor. 
 
Parágrafo único. A defesa técnica, quando realizada por defensor público ou dativo, será sempre exercida 
através de manifestação fundamentada. 
 
Art. 262. Ao acusado menor dar-se-á curador. 
 
Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado defensor pelo juiz, ressalvado o seu direito de, a todo 
tempo, nomear outro de sua confiança, ou a si mesmo defender-se, caso tenha habilitação. 
 
Parágrafo único. O acusado, que não for pobre, será obrigadoa pagar os honorários do defensor dativo, 
arbitrados pelo juiz. 
 
Espécies de Defensor 
Defensor Dativo Defensor Ad Hoc 
Denominação empregada para designar o 
advogado nomeado pelo juiz para 
representar o acusado que foi omisso na 
constituição de seu procurador. 
Nomeado pelo juiz para atos processuais 
determinados. 
 
Espécies de Defensor 
Defensor Constituído Defensor Nomeado 
Indicado pelo próprio réu; 
Indicado pelo Juiz, quando o réu não se 
defende. 
 
Art. 264. Salvo motivo relevante, os advogados e solicitadores serão obrigados, sob pena de multa de cem a 
quinhentos mil-réis, a prestar seu patrocínio aos acusados, quando nomeados pelo Juiz. 
 
Art. 265. O defensor não poderá abandonar o processo senão por motivo imperioso, comunicado previamente 
o juiz, sob pena de multa de 10 a 100 salários mínimos, sem prejuízo das demais sanções cabíveis. 
 
§ 1º A audiência poderá ser adiada se, por motivo justificado, o defensor não puder comparecer. 
 
§ 2º Incumbe ao defensor provar o impedimento até a abertura da audiência. Não o fazendo, o juiz não 
determinará o adiamento de ato algum do processo, devendo nomear defensor substituto, ainda que 
provisoriamente ou só para o efeito do ato. 
 
Art. 266. A constituição de defensor independerá de instrumento de mandato, se o acusado o indicar por 
ocasião do interrogatório. 
 
Art. 267. Nos termos do art. 252, não funcionarão como defensores os parentes do juiz. 
 
STF/Súmula 523 
No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se 
houver prova de prejuízo para o réu. 
 
 
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CAPÍTULO IV - DOS ASSISTENTES 
 
Do Assistente de Acusação 
➢ São considerados assistentes de acusação nas ações penais, o ofendido, seu representante legal, 
cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. 
 
➢ O assistente só será aceito após o juiz analisar dois fatores: 
✓ O requerente ser legitimado para figurar como assistente; 
 
✓ O requerente deve estar assistido por advogado ou defensor público. 
 
➢ O STF e o STJ estabelecem que o corréu, por mais que não possa participar como assistente de 
acusação, pode recorrer para reformar a sentença que absolve outro corréu. 
 
➢ O Assistente de acusação poderá propor meios de prova, requerer perguntas às testemunhas, 
aditar o libelo e os articulados, participar do debate oral e arrazoar os recursos interpostos pelo 
Ministério Público, ou por ele próprio, devendo o Juiz deferir as provas após ter ouvido o MP. 
 
➢ O assistente de acusação poderá requerer a decretação da prisão preventiva, o desaforamento e 
ainda indicar assistente técnico. 
 
➢ Ainda mais, o Assistente de acusação poderá ter legitimidade recursal, caso o MP não tenha 
recorrido, podendo interpor: 
 
✓ Recurso em Sentido Estrito contra sentença de pronúncia; 
 
✓ Recurso em Sentido Estrito decisão que reconhecer a extinção da punibilidade; 
 
✓ Recurso contra decisão sobre prisão preventiva ou medida cautelar diversa da prisão; 
 
✓ Apelação contra sentença absolutória ou condenatória; 
 
✓ Apelação contra sentença de impronúncia ou de absolvição sumária; 
 
Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como assistente do Ministério Público, o ofendido 
ou seu representante legal, ou, na falta, qualquer das pessoas mencionadas no Art. 31 (cônjuge, 
ascendente, descendente ou irmão). 
 
Art. 269. O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a sentença e receberá a causa no estado 
em que se achar. 
 
Art. 270. O corréu no mesmo processo não poderá intervir como assistente do Ministério Público. 
 
Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios de prova, requerer perguntas às testemunhas, aditar o 
libelo e os articulados, participar do debate oral e arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público, 
ou por ele próprio, nos casos dos arts. 584, § 1º, e 598. 
 
§ 1º. O juiz, ouvido o Ministério Público, decidirá acerca da realização das provas propostas pelo assistente. 
 
§ 2º. O processo prosseguirá independentemente de nova intimação do assistente, quando este, intimado, deixar 
de comparecer a qualquer dos atos da instrução ou do julgamento, sem motivo de força maior devidamente 
comprovado. 
 
Art. 272. O Ministério Público será ouvido previamente sobre a admissão do assistente. 
 
Art. 273. Do despacho que admitir, ou não, o assistente, não caberá recurso, devendo, entretanto, constar dos 
autos o pedido e a decisão. 
 
 
 
 
 
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STF/Súmula 210 
O assistente do Ministério Público pode recorrer, inclusive extraordinariamente, na ação penal, nos casos 
dos arts. 584, parágrafo 1º e 598 do Código de Processo Penal. 
 
STF/Súmula 448 
O prazo para o assistente recorrer, supletivamente, começa a correr imediatamente após o transcurso do 
prazo do Ministério Público. 
 
CAPÍTULO V 
DOS FUNCIONÁRIOS DA JUSTIÇA 
 
Art. 274. As prescrições sobre suspeição dos juízes estendem-se aos serventuários e funcionários da justiça, 
no que Ihes for aplicável. 
 
CAPÍTULO VI 
DOS PERITOS E INTÉRPRETES 
 
Art. 275. O perito, ainda quando não oficial, estará sujeito à disciplina judiciária. 
 
Art. 276. As partes não intervirão na nomeação do perito. 
 
Art. 277. O perito nomeado pela autoridade será obrigado a aceitar o encargo, sob pena de multa de cem a 
quinhentos mil-réis, salvo escusa atendível. 
 
Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o perito que, sem justa causa, provada imediatamente: 
 
a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado da autoridade; 
 
b) não comparecer no dia e local designados para o exame; 
 
c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja feita, nos prazos estabelecidos. 
 
Art. 278. No caso de não-comparecimento do perito, sem justa causa, a autoridade poderá determinar a sua 
condução. 
 
Art. 279. Não poderão ser peritos: 
 
I - os que estiverem sujeitos à interdição de direito mencionada nos ns. I e IV do art. 69 do Código Penal; 
 
II - os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado anteriormente sobre o objeto da perícia; 
 
III - os analfabetos e os menores de 21 anos. (O Código Civil considera 18 anos) 
 
Art. 280. É extensivo aos peritos, no que Ihes for aplicável, o disposto sobre suspeição dos juízes. 
 
Art. 281. Os intérpretes são, para todos os efeitos, equiparados aos peritos. 
 
 
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108 
 
Principais Súmulas e Jurisprudências 
 
TÍTULO VIII - DO JUIZ, DO MINISTÉRIO PÚBLICO, DO ACUSADO E DEFENSOR, DOS ASSISTENTES E 
AUXILIARES DA JUSTIÇA 
 
Art. 254. 
 
STJ/HC 718.525-PR 
Expressões ofensivas, desrespeitosas e pejorativas proferidas pelo magistrado na sessão de julgamento 
contra a honra do jurisdicionado que está sendo julgado, podem configurar causa de nulidade absoluta, haja 
vista que ofendem a garantia constitucional da imparcialidade, que deve, como componente do devido 
processo legal, ser observada em todo e qualquer julgamento em um sistema acusatório. 
 
Art. 256. A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida, quando a parte injuriar o juiz ou de 
propósito der motivo para criá-la. 
 
STJ/AREsp 2.026.528-MG 
A hipótese excepcional do art. 256 do CPP somente pode ser reconhecida se o magistrado ou o Tribunal, 
atendendo a elevado ônus argumentativo, demonstrar de maneira inequívoca que o excipiente provocou 
dolosamente a suspeição. 
 
CAPÍTULO II - DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
 
STF/Súmula 701 
No mandado de segurança impetrado pelo Ministério Público contra decisão proferida em processo penal, 
é obrigatória a citação do réu como litisconsorte passivo. 
 
CAPÍTULOIII 
DO ACUSADO E SEU DEFENSOR 
 
Art. 260. Se o acusado não atender à intimação para o interrogatório, reconhecimento ou qualquer outro ato 
que, sem ele, não possa ser realizado, a autoridade poderá mandar conduzi-lo à sua presença. 
 
STF/ADPF 395/444 
O ministro Gilmar Mendes (relator) julgou procedentes os pedidos formulados nas arguições para declarar a 
não recepção da expressão “para o interrogatório”, constante do art. 260 do CPP, e a incompatibilidade 
com a Constituição Federal (CF) da condução coercitiva de investigados ou de réus para 
interrogatório, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade, e de 
ilicitude das provas obtidas, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. 
Fonte: http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo905.htm 
 
Art. 267. Nos termos do art. 252, não funcionarão como defensores os parentes do juiz. 
 
STF/Súmula 523 
No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se 
houver prova de prejuízo para o réu. 
 
CAPÍTULO IV 
DOS ASSISTENTES 
 
Art. 271. 
 
STJ/REsp 1.343.402-SP 
O assistente da acusação tem direito à réplica, ainda que o MP tenha anuído à tese de legítima defesa do 
réu e declinado do direito de replicar. Isso porque o CPP garante ao assistente da acusação esse direito. 
Efetivamente, de acordo com o art. 271 do CPP, ao assistente da acusação será permitido "participar do 
debate oral", e, conforme o art. 473 do CPP, "o acusador poderá replicar". 
 
 
 
 
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STF/Súmula 210 
O assistente do Ministério Público pode recorrer, inclusive extraordinariamente, na ação penal, nos casos 
dos arts. 584, parágrafo 1º e 598 do Código de Processo Penal. 
 
STF/Súmula 448 
O prazo para o assistente recorrer, supletivamente, começa a correr imediatamente após o transcurso do 
prazo do Ministério Público. 
 
 
 
 
 
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TÍTULO IX - DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA LIBERDADE PROVISÓRIA 
 
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
Medidas Cautelares de Natureza Pessoal 
A tutela cautelar no processo penal visa contornar os efeitos deletérios do tempo oriundo de uma demora na 
prestação jurisdicional, ou seja, visa garantir a eficácia do processo, por meio de mecanismos e 
instrumentos que podem ser aplicados em toda a persecução penal. 
 
Classificação das Medidas Cautelares no Processo Penal 
Medidas Cautelares Conceito 
Natureza patrimonial 
Relacionam-se com a reparação do dano e com o perdimento de bens como 
efeito da condenação. 
Relativas probatórias 
Buscam obter uma prova para o processo, a fim de assegurar o seu uso ou evitar 
o seu perecimento. 
Natureza pessoal 
Dizem respeito às medidas restritivas ou privativas de liberdade de locomoção 
adotadas no curso das investigações e do processo penal. 
 
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a: 
 
I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, nos casos 
expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais; 
 
II - adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado ou 
acusado. 
 
§ 1º. As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente. 
 
§ 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz a requerimento das partes ou, quando no curso da 
investigação criminal, por representação da autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério 
Público. 
 
§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de 
medida cautelar, determinará a intimação da parte contrária, para se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias, 
acompanhada de cópia do requerimento e das peças necessárias, permanecendo os autos em juízo, e os 
casos de urgência ou de perigo deverão ser justificados e fundamentados em decisão que contenha 
elementos do caso concreto que justifiquem essa medida excepcional. 
 
§ 4º No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o juiz, mediante requerimento do 
Ministério Público, de seu assistente ou do querelante, poderá substituir a medida, impor outra em 
cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão preventiva, nos termos do parágrafo único do art. 312 deste 
Código. 
 
§ 5º O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a medida cautelar ou substituí-la quando verificar a 
falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. 
 
§ 6º A prisão preventiva somente será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida 
cautelar, observado o art. 319 deste Código, e o não cabimento da substituição por outra medida cautelar 
deverá ser justificado de forma fundamentada nos elementos presentes do caso concreto, de forma 
individualizada.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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111 
 
Medidas Cautelares – Após Lei 13.964/19 
As medidas cautelares não poderão ser mais decretadas de ofício pelo juiz. 
 
A Lei 13.964/2019 trouxe o prazo de 05 (cinco) dias para a parte contrária se manifestar após a intimação. 
 
A Lei 13.964/2019 acrescentou o § 3º do Art. 282, estabelecendo que os casos de urgência ou de perigo 
deverão ser justificados e fundamentados em decisão que contenha elementos do caso concreto que 
justifiquem essa medida excepcional. 
 
A Lei 13.964/2019 acrescentou o termo “de ofício ou a pedido das partes” quando se tratar de revogação 
ou substituição da medida cautelar. 
 
STJ – Teses Sobre o Pacote Anticrime I – Edição 184 
Tese 07 
Não é possível a decretação da prisão preventiva de ofício em face do que dispõe a Lei n. 13.964/2019, 
mesmo se decorrente de conversão da prisão em flagrante. 
Tese 08 
A posterior manifestação do órgão ministerial ou da autoridade policial pela conversão ou decretação de 
prisão cautelar supre o vício de não observância da formalidade do prévio requerimento para a prisão 
preventiva decretada de ofício. 
 
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da 
autoridade judiciária competente, em decorrência de prisão cautelar ou em virtude de condenação criminal 
transitada em julgado. 
 
O termo “no curso da investigação ou do processo” foi retirado pela Lei 13.964/2019. O Termo “prisão 
temporária ou prisão preventiva” foi substituído por um termo mais amplo “prisão cautelar”. 
 
§ 1º. As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à infração a que não for isolada, cumulativa 
ou alternativamente cominada pena privativa de liberdade. 
 
§ 2º. A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, respeitadas as restrições relativas à 
inviolabilidade do domicílio. 
 
Art. 284. Não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável no caso de resistência ou de tentativa 
de fuga do preso. 
 
Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará expedir o respectivo mandado. 
 
Parágrafo único. O mandado de prisão: 
 
a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade; 
 
b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu nome, alcunha ou sinais característicos; 
 
c) mencionará a infração penal que motivar a prisão; 
 
d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando afiançável a infração; 
 
e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe execução. 
 
Art. 286. O mandado será passado em duplicata, e o executor entregará ao preso,logo depois da prisão, um dos 
exemplares com declaração do dia, hora e lugar da diligência. Da entrega deverá o preso passar recibo no outro 
exemplar; se recusar, não souber ou não puder escrever, o fato será mencionado em declaração, assinada por 
duas testemunhas. 
 
Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do mandado não obstará a prisão, e o preso, em tal 
caso, será imediatamente apresentado ao juiz que tiver expedido o mandado, para a realização de audiência 
de custódia. 
 
 
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Art. 288. Ninguém será recolhido à prisão, sem que seja exibido o mandado ao respectivo diretor ou carcereiro, a 
quem será entregue cópia assinada pelo executor ou apresentada a guia expedida pela autoridade competente, 
devendo ser passado recibo da entrega do preso, com declaração de dia e hora. 
 
Parágrafo único. O recibo poderá ser passado no próprio exemplar do mandado, se este for o documento exibido. 
 
Art. 289. Quando o acusado estiver no território nacional, fora da jurisdição do juiz processante, será 
deprecada a sua prisão, devendo constar da precatória o inteiro teor do mandado. 
 
§ 1º Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por qualquer meio de comunicação, do qual deverá 
constar o motivo da prisão, bem como o valor da fiança se arbitrada. 
 
§ 2º. A autoridade a quem se fizer a requisição tomará as precauções necessárias para averiguar a autenticidade 
da comunicação. 
 
§ 3º. O juiz processante deverá providenciar a remoção do preso no prazo máximo de 30 (trinta) dias, 
contados da efetivação da medida. 
 
Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato registro do mandado de prisão em banco de dados 
mantido pelo Conselho Nacional de Justiça para essa finalidade. 
 
§ 1º Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão determinada no mandado de prisão registrado no 
Conselho Nacional de Justiça, ainda que fora da competência territorial do juiz que o expediu. 
 
§ 2º Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão decretada, ainda que sem registro no Conselho 
Nacional de Justiça, adotando as precauções necessárias para averiguar a autenticidade do mandado e 
comunicando ao juiz que a decretou, devendo este providenciar, em seguida, o registro do mandado na 
forma do caput deste artigo. 
 
§ 3º. A prisão será imediatamente comunicada ao juiz do local de cumprimento da medida o qual providenciará a 
certidão extraída do registro do Conselho Nacional de Justiça e informará ao juízo que a decretou. 
 
§ 4º. O preso será informado de seus direitos, nos termos do inciso LXIII do art. 5o da Constituição Federal e, caso 
o autuado não informe o nome de seu advogado, será comunicado à Defensoria Pública. 
 
§ 5º Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a legitimidade da pessoa do executor ou sobre a 
identidade do preso, aplica-se o disposto no § 2o do art. 290 deste Código. 
 
§ 6º. O Conselho Nacional de Justiça regulamentará o registro do mandado de prisão a que se refere o caput 
deste artigo. 
 
Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro município ou comarca, o executor poderá 
efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar, apresentando-o imediatamente à autoridade local, que, depois 
de lavrado, se for o caso, o auto de flagrante, providenciará para a remoção do preso. 
 
§ 1º. Entender-se-á que o executor vai em perseguição do réu, quando: 
 
a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção, embora depois o tenha perdido de vista; 
 
b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que o réu tenha passado, há pouco tempo, em tal ou qual 
direção, pelo lugar em que o procure, for no seu encalço. 
 
§ 2º Quando as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar da legitimidade da pessoa do 
executor ou da legalidade do mandado que apresentar, poderão pôr em custódia o réu, até que fique 
esclarecida a dúvida. 
 
Art. 291. A prisão em virtude de mandado entender-se-á feita desde que o executor, fazendo-se conhecer do réu, 
Ihe apresente o mandado e o intime a acompanhá-lo. 
 
 
 
 
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Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à prisão em flagrante ou à determinada por 
autoridade competente, o executor e as pessoas que o auxiliarem poderão usar dos meios necessários para 
defender-se ou para vencer a resistência, do que tudo se lavrará auto subscrito também por duas 
testemunhas. 
 
Parágrafo único. É vedado o uso de algemas em mulheres grávidas durante os atos médico-hospitalares 
preparatórios para a realização do parto e durante o trabalho de parto, bem como em mulheres durante o 
período de puerpério imediato. 
 
STF/Súmula Vinculante 11 
Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à 
integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por 
escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da 
prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. 
 
Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com segurança, que o réu entrou ou se encontra em alguma casa, o 
morador será intimado a entregá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for obedecido imediatamente, o 
executor convocará duas testemunhas e, sendo dia, entrará à força na casa, arrombando as portas, se 
preciso; sendo noite, o executor, depois da intimação ao morador, se não for atendido, fará guardar todas 
as saídas, tornando a casa incomunicável, e, logo que amanheça, arrombará as portas e efetuará a prisão. 
 
Parágrafo único. O morador que se recusar a entregar o réu oculto em sua casa será levado à presença da 
autoridade, para que se proceda contra ele como for de direito. 
 
Art. 294. No caso de prisão em flagrante, observar-se-á o disposto no artigo anterior, no que for aplicável. 
 
Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à disposição da autoridade competente, quando 
sujeitos a prisão antes de condenação definitiva: 
 
I - os ministros de Estado; 
 
II - os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o prefeito do Distrito Federal, seus respectivos 
secretários, os prefeitos municipais, os vereadores e os chefes de Polícia; 
 
III - os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Nacional e das Assembleias 
Legislativas dos Estados; 
 
IV - os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito"; 
 
V – os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; 
 
VI - os magistrados; 
 
VII - os diplomados por qualquer das faculdades superiores da República; 
 
VIII - os ministros de confissão religiosa; 
 
IX - os ministros do Tribunal de Contas; 
 
X - os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a função de jurado, salvo quando excluídos da lista por 
motivo de incapacidade para o exercício daquela função; 
 
XI - os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e Territórios, ativos e inativos. 
 
STF/ADPF 334 
O Art. 295, inciso VII, do CPP foi considerado não recepcionado pelo STF. 
 
§ 1º. A prisão especial, prevista neste Código ou em outras leis, consiste exclusivamente no recolhimento em 
local distinto da prisão comum. 
 
 
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§ 2º. Não havendo estabelecimento específico para o preso especial, este será recolhido em cela distinta do 
mesmo estabelecimento. 
 
§ 3º. A cela especial poderá consistir em alojamento coletivo, atendidos os requisitos de salubridade doambiente, pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e condicionamento térmico adequados à existência 
humana. 
 
§ 4º. O preso especial não será transportado juntamente com o preso comum. 
 
§ 5º. Os demais direitos e deveres do preso especial serão os mesmos do preso comum. 
 
Art. 296. Os inferiores e praças de pré, onde for possível, serão recolhidos à prisão, em estabelecimentos 
militares, de acordo com os respectivos regulamentos. 
 
Art. 297. Para o cumprimento de mandado expedido pela autoridade judiciária, a autoridade policial poderá 
expedir tantos outros quantos necessários às diligências, devendo neles ser fielmente reproduzido o teor do 
mandado original. 
 
Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vista de mandado judicial, por qualquer meio de comunicação, 
tomadas pela autoridade, a quem se fizer a requisição, as precauções necessárias para averiguar a autenticidade 
desta. 
 
Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão separadas das que já estiverem definitivamente 
condenadas, nos termos da lei de execução penal. 
 
Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito, após a lavratura dos procedimentos legais, será recolhido a 
quartel da instituição a que pertencer, onde ficará preso à disposição das autoridades competentes. 
 
CAPÍTULO II 
DA PRISÃO EM FLAGRANTE 
 
Prisão em Flagrante 
➢ Atualmente, existe uma grande divisão doutrinária em relação a natureza jurídica da Prisão em Flagrante. 
Parte da doutrina considerada uma modalidade cautelar, outra parte, pré-cautelar. As provas, até o 
momento, estão considerando uma modalidade cautelar. 
 
➢ É a prática de um fato com aparência de fato típico; 
 
➢ Possui Natureza Administrativa, visto que dispensa ordem judicial expressa e fundamentada para 
que seja efetivada; 
 
➢ Não precisa de autorização Judicial; 
 
➢ Pode ser realizada apenas nas hipóteses previstas em Lei; 
 
Influência da Ação Penal 
➢ A regra são os delitos de ação penal pública incondicionada, na qual o Estado tem o dever de agir 
sem necessitar de autorização de quem quer que seja. 
 
➢ E nos casos de ação penal pública condicionada à representação, ou mesmo de ação penal privada? 
Pode a autoridade policial e seus agentes atuar para efetivar a prisão em flagrante do autor, sem o 
consentimento da vítima? 
 
O consenso doutrinário é que inicialmente as autoridades poderão realizar apenas a apreensão física do autor do delito. 
Após isso, a lavratura do auto de prisão em flagrante (parte formal do procedimento) só poderá ser realizada mediante a 
autorização da vítima, do mesmo modo que se requer para a procedibilidade da ação penal em juízo. 
 
Art. 301. Qualquer do povo poderá (Sujeito Ativo Facultativo) e as autoridades policiais e seus agentes 
deverão (Sujeito Ativo Obrigatório) prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito. 
 
 
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Flagrante Facultativo Flagrante Compulsório 
Qualquer do povo poderá prender quem quer que 
seja encontrado em flagrante delito. 
Autoridades Policiais e seus agentes deverão 
prender quem quer que seja encontrado em flagrante 
delito. 
 
Atenção 
➢ Segundo a doutrina, integram o rol de agentes responsáveis pelo flagrante compulsório os policiais 
civis, militares, federais, rodoviários e ferroviários. 
 
➢ Não há ainda manifestação doutrinária sobre a Polícia Penal (Emenda Constitucional de 2019). 
 
➢ Juízes e Promotores, por constituírem autoridades de natureza diferente da autoridade policial, atuam 
em flagrante facultativo, e não obrigatório! 
 
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: 
 
I - está cometendo a infração penal; (Flagrante Próprio); 
 
II - acaba de cometê-la; (Flagrante Próprio); 
 
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça 
presumir ser autor da infração; (Flagrante Impróprio); 
 
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele 
autor da infração. (Flagrante Presumido); 
 
Tipos de Flagrante 
➢ Flagrante Próprio: Ocorre quando as autoridades policiais pegam o indivíduo cometendo a infração 
penal ou quando acaba de cometê-la. 
 
➢ Flagrante Impróprio ou Quase Flagrante: Ocorre quando o indivíduo é perseguido logo após a 
infração, em situação que faça presumir ser o autor do fato. 
 
➢ Flagrante Presumido: Ocorre quando o indivíduo é encontrado, logo depois, com instrumentos, 
armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração. 
 
➢ Flagrante Esperado: A polícia é comunicada por terceiros antes do acontecimento do delito e fica à 
espera do indivíduo que pretende cometer o crime. 
 
➢ Flagrante Prorrogado, protelado ou diferido: A prisão em flagrante é retardada para um momento 
posterior ao cometimento do crime, mais adequado do ponto de vista da persecução penal. 
 
Lei 12.850/13. Art. 8º Consiste a ação controlada em retardar a intervenção policial ou administrativa relativa à ação 
praticada por organização criminosa ou a ela vinculada, desde que mantida sob observação e acompanhamento para que a 
medida legal se concretize no momento mais eficaz à formação de provas e obtenção de informações. 
 
§ 1º O retardamento da intervenção policial ou administrativa será previamente comunicado ao juiz competente que, se 
for o caso, estabelecerá os seus limites e comunicará ao Ministério Público. 
 
➢ Flagrante Preparado ou Provocado (Não aceito): É aquele em que as autoridades policiais acabam 
induzindo o indivíduo a cometer o delito. Sem a incitação o indivíduo não cometeria. 
 
STF/Súmula 145: Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação. 
 
➢ Flagrante Forjado (Não aceito): É aquele em que terceiros ou autoridades policiais criam provas 
inexistentes a um indivíduo para que seja incriminado. 
 
Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não cessar a 
permanência. 
 
 
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Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e colherá, desde logo, sua 
assinatura, entregando a esta cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva 
das testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita, 
colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto. 
 
Sequência 
Autoridade ouvirá o condutor → Oitiva (ouvir) das Testemunhas → Vítima → Interrogatório do 
acusado; 
 
§ 1º. Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a autoridade mandará recolhê-lo à prisão, 
exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou processo, se para 
isso for competente; se não o for, enviará os autos à autoridade que o seja. 
 
§ 2º A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em flagrante; mas, nesse caso, com o 
condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que hajam testemunhado a apresentação do preso à 
autoridade. 
 
§ 3º. Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto de prisão em flagrante 
será assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua leitura na presença deste. 
 
§ 4º. Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a informação sobre a existência de filhos, 
respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos 
cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. 
 
Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer pessoa designada pela autoridade lavrará o auto, 
depois de prestado o compromisso legal. 
 
Regras EspeciaisPara Prisão em Flagrante 
I – Menores de 18 anos: por força do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), os menores não são 
efetivamente presos, e sim apreendidos. Além disso, cumpre destacar que o flagrante lavrado em relação a 
eles é de ato infracional. 
 
II – Condutores de veículos: conforme já explicitamos anteriormente, o condutor de veículo envolvido em 
acidente de trânsito com vítima, se prestar socorro integral à vítima, não poderá ser submetido à lavratura do 
auto de prisão em flagrante. 
 
III – Advocacia Pública Federal: membros da AGU não poderão ser presos por descumprimento de 
determinação judicial no exercício da função. Soma-se a isso a prerrogativa de só serem presos em flagrante 
de crime inafiançável ou por ordem escrita do juízo competente. 
 
IV – Advogados em geral: se a causa da prisão for motivada pelo exercício da profissão, o advogado só 
poderá ser preso em flagrante em casos de delitos inafiançáveis. Observação: Caso não se encontre no 
exercício da profissão, o advogado pode ser preso regularmente, entretanto ainda lhe resta o direito de que 
sua prisão seja comunicada à OAB; 
 
V – Presidente da República: conforme estabelece a Constituição Federal, enquanto não houver uma 
sentença condenatória, o Presidente da República não estará sujeito a prisão, no caso de crimes comuns. 
 
VI – Membros do MP (procuradores e promotores): só podem ser presos em flagrante de crime 
inafiançável. Ainda nesses casos, devem ser encaminhados em até 24h para o PGJ ou PGR (a depender se 
são membros do MP dos Estados ou da União); 
 
VII – Magistrados em geral: assim como os membros do MP, só podem ser presos em flagrante de crime 
inafiançável, devendo também ser imediatamente encaminhados ao Presidente do Tribunal a que estão 
vinculados. 
 
VIII – Parlamentares estaduais e federais: deputados e senadores também só podem ser presos em 
flagrante de crime inafiançável, devendo ser encaminhados, dentro de 24h, à respectiva casa legislativa. 
 
IX – Agentes diplomáticos: diplomatas, tais como embaixadores, possuem a famosa imunidade 
diplomática, que nada mais é do que a imunidade, em território nacional, enquanto estiverem a serviço de 
 
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seu país de origem. Isso não significa, é claro, que os diplomatas podem cometer crimes, e sim que não 
serão processados no Brasil e sim em seu país de origem, por força da chamada Convenção de Viena. 
 
X – Cônsul: também possui a mesma imunidade processual que os diplomatas em geral, entretanto sua 
imunidade se restringe a infrações praticadas no exercício de suas funções e no território de seu consulado. 
 
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz 
competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. 
 
§ 1º Em até 24 horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em 
flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública. 
 
§ 2º No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela autoridade, 
com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas. 
 
Art. 307. Quando o fato for praticado em presença da autoridade, ou contra esta, no exercício de suas funções, 
constarão do auto a narração deste fato, a voz de prisão, as declarações que fizer o preso e os depoimentos das 
testemunhas, sendo tudo assinado pela autoridade, pelo preso e pelas testemunhas e remetido imediatamente ao 
juiz a quem couber tomar conhecimento do fato delituoso, se não o for a autoridade que houver presidido o auto. 
 
Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a prisão, o preso será logo apresentado à 
do lugar mais próximo. 
 
Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em liberdade, depois de lavrado o auto de prisão em flagrante. 
 
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 horas após a realização da 
prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença do acusado, seu advogado constituído ou 
membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, 
fundamentadamente: 
 
I - relaxar a prisão ilegal; ou 
 
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste 
Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou 
 
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. 
 
STF/HC 188.888 / MG 
A Lei nº 13.964/2019, ao suprimir a expressão “de ofício” que constava do art. 282, §§ 2º e 4º, e do art. 311, 
todos do Código de Processo Penal, vedou, de forma absoluta, a decretação da prisão preventiva sem o 
prévio “requerimento das partes ou, quando no curso da investigação criminal, por representação da 
autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público” (grifei), não mais sendo lícita , portanto, 
com base no ordenamento jurídico vigente, a atuação “ex officio ” do Juízo processante em tema de privação 
cautelar da liberdade . 
 
A interpretação do art. 310, II, do CPP deve ser realizada à luz dos arts. 282, §§ 2º e 4º, e 311, do mesmo 
estatuto processual penal, a significar que se tornou inviável, mesmo no contexto da audiência de custódia, a 
conversão, de ofício, da prisão em flagrante de qualquer pessoa em prisão preventiva, sendo necessária, por 
isso mesmo, para tal efeito, anterior e formal provocação do Ministério Público, da autoridade policial ou, 
quando for o caso, do querelante ou do assistente do MP. 
 
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato em qualquer das condições 
constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do Código Penal (Excludentes de ilicitude), poderá, 
fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento 
obrigatório a todos os atos processuais, sob pena de revogação. 
 
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organização criminosa armada ou milícia, ou 
que porta arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a liberdade provisória, com ou sem medidas 
cautelares. 
 
 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art23i
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§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não realização da audiência de custódia no prazo 
estabelecido no caput deste artigo responderá administrativa, civil e penalmente pela omissão. 
 
§ 4º Transcorridas 24 horas após o decurso do prazo estabelecido no caput deste artigo, a não realização de 
audiência de custódia sem motivação idônea ensejará também a ilegalidade da prisão, a ser relaxada pela 
autoridade competente, sem prejuízo da possibilidade de imediata decretação de prisão preventiva. 
 
STF/ADI 6.298 
O STF considerou, por unanimidade, atribuir interpretação conforme ao caput do art. 310 do CPP, 
alterado pela Lei nº 13.964/2019, para assentar que o juiz, em caso de urgência e se o meio se revelar 
idôneo, poderá realizar a audiência de custódia por videoconferência; 
 
O STF considerou, por unanimidade, atribuir interpretação conforme ao § 4º do art. 310 do CPP, incluído 
pela Lei nº 13.964/2019, para assentar que a autoridade judiciária deverá avaliar se estão presentes os 
requisitos para a prorrogação excepcional do prazo ou para sua realização por videoconferência, sem 
prejuízo da possibilidade de imediata decretação de prisão preventiva; 
 
CAPÍTULO III 
DA PRISÃO PREVENTIVA 
 
Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva 
decretada pelo juiz,a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por 
representação da autoridade policial. 
 
STJ – Teses Sobre o Pacote Anticrime II – Edição 185 
Tese 09 
Antes da entrada em vigor do Pacote Anticrime, não é ilegal a decretação de prisão preventiva de ofício, 
ainda que decorrente de conversão da prisão em flagrante, pois as normas de natureza processual sujeitam-
se ao princípio tempus regit actum e não retroagem para atingir atos praticados antes da sua vigência. 
 
STJ – Teses Sobre o Pacote Anticrime I – Edição 184 
Tese 07 
Não é possível a decretação da prisão preventiva de ofício em face do que dispõe a Lei n. 13.964/2019, 
mesmo se decorrente de conversão da prisão em flagrante. 
Tese 08 
A posterior manifestação do órgão ministerial ou da autoridade policial pela conversão ou decretação de 
prisão cautelar supre o vício de não observância da formalidade do prévio requerimento para a prisão 
preventiva decretada de ofício. 
 
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por 
conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da 
existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do 
imputado. 
 
§1º A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das 
obrigações impostas por força de outras medidas cautelares. 
 
§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada em receio de perigo e 
existência concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada. 
 
Atualização 
A Lei 13.964/2019 acrescentou no Art. 312 do CPP/41 o termo “perigo gerado pelo estado de liberdade 
do imputado”, além de inserir um novo §. 
 
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: 
 
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; 
 
 
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II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto 
no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (extinção da 
primeira pena há mais de 05 anos); 
 
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo 
ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência; 
 
§ 1º. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou 
quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado 
imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da 
medida. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
§ 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade de antecipação de cumprimento 
de pena ou como decorrência imediata de investigação criminal ou da apresentação ou recebimento de 
denúncia. 
 
Prisão Preventiva – Não Admissão de Prisão Preventiva 
Lei 13.964/2019 - CPP/41. Art. 313. § 2º 
➢ Não será admitida a decretação da prisão preventiva: 
✓ Com a finalidade de antecipação de cumprimento de pena; 
✓ Como decorrência imediata de investigação criminal; 
✓ A partir da apresentação ou recebimento de denúncia. 
 
Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos 
autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 (Excludentes 
de ilicitude) do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal. 
 
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre motivada e 
fundamentada. 
 
§ 1º Na motivação da decretação da prisão preventiva ou de qualquer outra cautelar, o juiz deverá indicar 
concretamente a existência de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida 
adotada. 
 
§ 2º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, 
que: 
 
I – limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a 
causa ou a questão decidida; 
 
II – empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; 
 
III – invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; 
 
IV – não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão 
adotada pelo julgador; 
 
V – limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes 
nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; 
 
VI – deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem 
demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. 
 
 
 
 
 
 
 
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STJ – Teses Sobre o Pacote Anticrime II – Edição 185 
Tese 06 
O Pacote Anticrime, atento à jurisprudência dominante do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo 
Tribunal Federal, introduziu, no § 1º do art. 315 do CPP, o requisito da contemporaneidade dos fatos como 
fundamento para decisão que decretar, substituir ou denegar prisão preventiva ou qualquer outra medida 
cautelar diversa da prisão, vedada a exposição de motivos genéricos e abstratos. 
Tese 11 
A busca e apreensão é medida cautelar real, assim, diferentemente das cautelares pessoais, independe, 
para sua concessão, da comprovação do requisito da contemporaneidade dos fatos introduzido pelo Pacote 
Anticrime no § 1º do art. 315 do CPP. 
 
Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão preventiva se, no correr da 
investigação ou do processo, verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem como novamente decretá-
la, se sobrevierem razões que a justifiquem. 
 
Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da decisão revisar a necessidade de 
sua manutenção a cada 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a 
prisão ilegal. 
 
STJ – Teses Sobre o Pacote Anticrime I – Edição 184 
Tese 05 
O prazo de 90 dias previsto no parágrafo único do art. 316 do CPP para revisão da prisão preventiva não é 
peremptório, de modo que eventual atraso na execução do ato não implica reconhecimento automático da 
ilegalidade da prisão, tampouco a imediata colocação do custodiado cautelar em liberdade. 
 
STF/ADI 6581 e ADI 6582 
O transcurso do prazo previsto no parágrafo único do art. 316 do Código de Processo Penal (CPP) não 
acarreta, automaticamente, a revogação da prisão preventiva e, consequentemente, a concessão de 
liberdade provisória. 
 
A exigência da revisão nonagesimal quanto à necessidade e adequação da prisão preventiva aplica-se até o 
final dos processos de conhecimento. 
 
I. A inobservância da reavaliação prevista no parágrafo único do artigo 316 do Código de Processo Penal 
(CPP), com a redação dada pela Lei 13.964/2019, após o prazo legal de 90 (noventa) dias, não implica a 
revogação automática da prisão preventiva, devendo o juízo competente ser instado a reavaliar a 
legalidade e a atualidade de seus fundamentos; 
 
II. O art. 316, parágrafo único, do Código de Processo Penal aplica-se até o final dos processos de 
conhecimento, onde há o encerramento da cognição plena pelo Tribunal de segundo grau, não se 
aplicando às prisões cautelares decorrentes de sentença condenatória de segunda instância ainda não 
transitada em julgado; 
 
III. O artigo 316, parágrafo único,do Código de Processo Penal aplica-se, igualmente, nos processos 
onde houver previsão de prerrogativa de foro. 
 
CAPÍTULO IV 
DA APRESENTAÇÃO ESPONTÂNEA DO ACUSADO 
 
CAPÍTULO IV 
DA PRISÃO DOMICILIAR 
 
Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou acusado em sua residência, só 
podendo dela ausentar-se com autorização judicial. 
 
Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for: 
 
I - maior de 80 (oitenta) anos; 
 
II - extremamente debilitado por motivo de doença grave; 
 
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III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência; 
 
IV - gestante; 
 
V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos; 
 
VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade 
incompletos. 
 
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos estabelecidos neste artigo. 
 
Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou 
pessoas com deficiência será substituída por prisão domiciliar, desde que: 
 
I - não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa; 
 
II - não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente. 
 
Art. 318-B. A substituição de que tratam os arts. 318 e 318-A poderá ser efetuada sem prejuízo da aplicação 
concomitante das medidas alternativas previstas no art. 319 deste Código. 
 
CAPÍTULO V 
DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES 
 
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: 
 
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar 
atividades; 
 
II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, 
deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; 
 
III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, 
deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante; 
 
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a 
investigação ou instrução; 
 
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha 
residência e trabalho fixos; 
 
VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando 
houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; 
 
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, 
quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de 
reiteração; 
 
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a 
obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; 
 
IX - monitoração eletrônica. 
 
§ 4º. A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser cumulada 
com outras medidas cautelares. 
 
 
 
 
 
 
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Fiança Concedida Pelo Delegado 
É cabível nos crimes cuja pena máxima prevista seja de até 4 anos. 
 
Exceção: o crime do Art. 24-A da Lei Maria da Penha tem pena máxima de 2 anos, mas não admite fiança 
concedida pela autoridade policial. 
 
Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às autoridades encarregadas de 
fiscalizar as saídas do território nacional, intimando-se o indiciado ou acusado para entregar o passaporte, no 
prazo de 24 horas. 
 
CAPÍTULO VI 
DA LIBERDADE PROVISÓRIA, COM OU SEM FIANÇA 
 
Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder 
liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e 
observados os critérios constantes do art. 282 deste Código. 
 
Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de Art. 
322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de 
liberdade máxima não seja superior a 4 anos. 
 
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48 horas. 
 
Fiança 
Fiança é uma garantia real, consistente no pagamento em dinheiro ou na entrega de valores ao 
Estado, para assegurar o direito de permanecer em liberdade no transcurso de um processo 
criminal. 
Concessão pela Autoridade Policial Concessão pelo Juiz 
Pena privativa de liberdade máxima não seja 
superior a 4 anos. 
Pena superior a 4 anos. Decidirá em 48 horas. 
 
STF/Súmula 697 
A proibição de liberdade provisória nos processos por crimes hediondos não veda o relaxamento da 
prisão processual por excesso de prazo. 
 
Art. 323. Não será concedida fiança: 
 
I - nos crimes de racismo; 
 
II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos definidos como 
crimes hediondos; 
 
III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado 
Democrático; 
 
Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança: 
 
I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida ou infringido, sem motivo 
justo, qualquer das obrigações a que se referem os arts. 327 e 328 deste Código; 
 
II - em caso de prisão civil ou militar; 
 
IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva (art. 312). 
 
Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder nos seguintes limites: 
 
I - de 1 a 100 salários mínimos, quando se tratar de infração cuja pena privativa de liberdade, no grau máximo, 
não for superior a 4 anos; 
 
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II - de 10 a 200 salários mínimos, quando o máximo da pena privativa de liberdade cominada for superior a 4 
anos. 
 
§ 1º. Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança poderá ser: 
 
I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código; 
 
II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); 
 
III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes. 
 
Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a autoridade terá em consideração a natureza da infração, as 
condições pessoais de fortuna e vida pregressa do acusado, as circunstâncias indicativas de sua 
periculosidade, bem como a importância provável das custas do processo, até final julgamento. 
 
Observações Importantes 
➢ Tanto o juiz quanto o delegado de polícia, nos casos em que os couberem, tem o poder de reduzir 
o valor da fiança, nos termos do artigo 325, II; 
 
➢ Da mesma forma, a doutrina entende que tanto o juiz quanto a autoridade policial podem aumentar a 
fiança no caso de agentes ricos (conforme a previsão do inciso III do Art. 325); 
 
➢ No entanto, a dispensa da aplicação da fiança (Art. 350 CPP/41) só pode ser realizada pelo Juiz. 
 
Condições Para Validar a Fiança 
➢ Comparecer perante a autoridade todas as vezes que for intimado para atos do inquérito, instrução 
criminal e julgamento; 
 
➢ Não mudar de residência sem autorização da autoridade processante; 
 
➢ Não se ausentar por mais de 8 dias sem comunicar à autoridade o local onde poderá ser encontrado. 
 
Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer perante a autoridade, todas as vezes que 
for intimado paraatos do inquérito e da instrução criminal e para o julgamento. Quando o réu não comparecer, a 
fiança será havida como quebrada. 
 
Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança, mudar de residência, sem prévia 
permissão da autoridade processante, ou ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem 
comunicar àquela autoridade o lugar onde será encontrado. 
 
Art. 329. Nos juízos criminais e delegacias de polícia, haverá um livro especial, com termos de abertura e de 
encerramento, numerado e rubricado em todas as suas folhas pela autoridade, destinado especialmente aos 
termos de fiança. O termo será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade e por quem prestar a fiança, e 
dele extrair-se-á certidão para juntar-se aos autos. 
 
Parágrafo único. O réu e quem prestar a fiança serão pelo escrivão notificados das obrigações e da sanção 
previstas nos arts. 327 e 328, o que constará dos autos. 
 
Art. 330. A fiança, que será sempre definitiva, consistirá em depósito de dinheiro, pedras, objetos ou metais 
preciosos, títulos da dívida pública, federal, estadual ou municipal, ou em hipoteca inscrita em primeiro lugar. 
 
§ 1º. A avaliação de imóvel, ou de pedras, objetos ou metais preciosos será feita imediatamente por perito 
nomeado pela autoridade. 
 
§ 2º. Quando a fiança consistir em caução de títulos da dívida pública, o valor será determinado pela sua cotação 
em Bolsa, e, sendo nominativos, exigir-se-á prova de que se acham livres de ônus. 
 
Art. 331. O valor em que consistir a fiança será recolhido à repartição arrecadadora federal ou estadual, ou 
entregue ao depositário público, juntando-se aos autos os respectivos conhecimentos. 
 
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Parágrafo único. Nos lugares em que o depósito não se puder fazer de pronto, o valor será entregue ao escrivão 
ou pessoa abonada, a critério da autoridade, e dentro de três dias dar-se-á ao valor o destino que Ihe assina este 
artigo, o que tudo constará do termo de fiança. 
 
Art. 332. Em caso de prisão em flagrante, será competente para conceder a fiança a autoridade que presidir ao 
respectivo auto, e, em caso de prisão por mandado, o juiz que o houver expedido, ou a autoridade judiciária 
ou policial a quem tiver sido requisitada a prisão. 
 
Prisão em Flagrante 
➢ A prisão em flagrante é uma modalidade de prisão cautelar, de natureza administrativa, realizada no 
instante em que se desenvolve ou que se termina de concluir a infração penal; 
 
➢ Pode ser realizada por qualquer pessoa; 
 
➢ As autoridades policiais e seus agentes, no entanto, tem o dever de prender quem quer que seja 
encontrado em flagrante delito. 
 
Art. 333. Depois de prestada a fiança, que será concedida independentemente de audiência do Ministério 
Público, este terá vista do processo a fim de requerer o que julgar conveniente. 
 
Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado a sentença condenatória. 
 
Art. 335. Recusando ou retardando a autoridade policial a concessão da fiança, o preso, ou alguém por ele, 
poderá prestá-la, mediante simples petição, perante o juiz competente, que decidirá em 48 (quarenta e oito) 
horas. 
 
Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão ao pagamento das custas, da indenização do dano, 
da prestação pecuniária e da multa, se o réu for condenado. 
 
Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação ainda no caso da prescrição depois da sentença condenatória (art. 
110 do Código Penal). 
 
Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou passar em julgado sentença que houver absolvido o acusado 
ou declarada extinta a ação penal, o valor que a constituir, atualizado, será restituído sem desconto, salvo o 
disposto no parágrafo único do art. 336 deste Código. 
 
Art. 338. A fiança que se reconheça não ser cabível na espécie será cassada em qualquer fase do processo. 
 
Art. 339. Será também cassada a fiança quando reconhecida a existência de delito inafiançável, no caso de 
inovação na classificação do delito. 
 
Art. 340. Será exigido o reforço da fiança: 
 
I - quando a autoridade tomar, por engano, fiança insuficiente; 
 
II - quando houver depreciação material ou perecimento dos bens hipotecados ou caucionados, ou depreciação 
dos metais ou pedras preciosas; 
 
III - quando for inovada a classificação do delito. 
 
Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito e o réu será recolhido à prisão, quando, na conformidade deste 
artigo, não for reforçada. 
 
Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado: 
 
I - regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer, sem motivo justo; 
 
II - deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do processo; 
 
 
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III - descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança; 
 
IV - resistir injustificadamente a ordem judicial; 
 
V - praticar nova infração penal dolosa. 
 
Art. 342. Se vier a ser reformado o julgamento em que se declarou quebrada a fiança, esta subsistirá em todos os 
seus efeitos 
 
Art. 343. O quebramento injustificado da fiança importará na perda de metade do seu valor, cabendo ao juiz 
decidir sobre a imposição de outras medidas cautelares ou, se for o caso, a decretação da prisão preventiva. 
 
Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se, condenado, o acusado não se apresentar 
para o início do cumprimento da pena definitivamente imposta. 
 
Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu valor, deduzidas as custas e mais encargos a que o acusado estiver 
obrigado, será recolhido ao fundo penitenciário, na forma da lei. 
 
Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas as deduções previstas no art. 345 deste Código, o valor 
restante será recolhido ao fundo penitenciário, na forma da lei. 
 
Art. 347. Não ocorrendo a hipótese do art. 345, o saldo será entregue a quem houver prestado a fiança, depois de 
deduzidos os encargos a que o réu estiver obrigado. 
 
Art. 348. Nos casos em que a fiança tiver sido prestada por meio de hipoteca, a execução será promovida no 
juízo cível pelo órgão do Ministério Público. 
 
Art. 349. Se a fiança consistir em pedras, objetos ou metais preciosos, o juiz determinará a venda por leiloeiro 
ou corretor. 
 
Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação econômica do preso, poderá conceder-lhe 
liberdade provisória, sujeitando-o às obrigações constantes dos arts. 327 e 328 deste Código e a outras medidas 
cautelares, se for o caso. 
 
Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo, qualquer das obrigações ou medidas impostas, 
aplicar-se-á o disposto no § 4o do art. 282 deste Código. 
 
STF/Súmula 697 
A proibição de liberdade provisória nos processos por crimes hediondos não veda o relaxamento da 
prisão processual por excesso de prazo. 
 
 
 
 
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Principais Súmulas e Jurisprudências 
 
TÍTULO IX - DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA LIBERDADE PROVISÓRIA 
 
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
 
Art. 282. 
 
STF/HC 165.704/DF 
Diante da permanência de “Estado de Coisas Inconstitucional” (ECI) no âmbito do sistema penitenciário 
brasileiro — caracterizado pela manutenção de altos níveis de encarceramento e da resistência ao 
cumprimento de decisões do STF —, faz-se necessária a adoção de medidas tendentes ao efetivo 
implemento de ordens judiciais, dentre as quais, a realização de audiências públicas. 
 
STJ/AgRg no HC 737.657-PE 
Não há disposição legal que restrinja o prazo das medidas cautelares diversas da prisão, asquais podem 
perdurar enquanto presentes os requisitos do art. 282 do Código de Processo Penal, devidamente 
observadas as peculiaridades do caso e do agente 
 
STJ – Teses Sobre o Pacote Anticrime I – Edição 184 
Tese 07 
Não é possível a decretação da prisão preventiva de ofício em face do que dispõe a Lei n. 13.964/2019, 
mesmo se decorrente de conversão da prisão em flagrante. 
Tese 08 
A posterior manifestação do órgão ministerial ou da autoridade policial pela conversão ou decretação de 
prisão cautelar supre o vício de não observância da formalidade do prévio requerimento para a prisão 
preventiva decretada de ofício. 
 
Art. 291. 
 
STF/HC 94247 BA 
O excesso de prazo da prisão em razão da demora na fixação do foro competente configura 
constrangimento ilegal à liberdade de locomoção. 
 
STF/Súmula Vinculante 11 
Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à 
integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por 
escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da 
prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. 
 
Art. 293. 
 
STJ/HC 663.055-MT 
Admitir a entrada na residência especificamente para efetuar uma prisão não significa conceder um salvo-
conduto para que todo o seu interior seja vasculhado indistintamente, em verdadeira pescaria probatória 
(fishing expedition), sob pena de nulidade das provas colhidas por desvio de finalidade. 
 
Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à disposição da autoridade competente, quando 
sujeitos a prisão antes de condenação definitiva: 
 
VII - os diplomados por qualquer das faculdades superiores da República; 
 
STF/ADPF 334 
O Art. 295, inciso VII, do CPP foi considerado não recepcionado pelo STF. 
 
 
 
 
 
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CAPÍTULO II 
DA PRISÃO EM FLAGRANTE 
 
STF/Súmula 397 
O poder de polícia da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em caso de crime cometido nas suas 
dependências, compreende, consoante o regimento, a prisão em flagrante do acusado e a realização do 
inquérito. 
 
Art. 310. 
 
STF/HC 188.888 / MG 
A Lei nº 13.964/2019, ao suprimir a expressão “de ofício” que constava do art. 282, §§ 2º e 4º, e do art. 311, 
todos do Código de Processo Penal, vedou, de forma absoluta, a decretação da prisão preventiva sem o 
prévio “requerimento das partes ou, quando no curso da investigação criminal, por representação da 
autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público” (grifei), não mais sendo lícita , portanto, 
com base no ordenamento jurídico vigente, a atuação “ex officio ” do Juízo processante em tema de privação 
cautelar da liberdade . 
 
A interpretação do art. 310, II, do CPP deve ser realizada à luz dos arts. 282, §§ 2º e 4º, e 311, do mesmo 
estatuto processual penal, a significar que se tornou inviável, mesmo no contexto da audiência de custódia, a 
conversão, de ofício, da prisão em flagrante de qualquer pessoa em prisão preventiva, sendo necessária, por 
isso mesmo, para tal efeito, anterior e formal provocação do Ministério Público, da autoridade policial ou, 
quando for o caso, do querelante ou do assistente do MP. 
 
§ 4º Transcorridas 24 horas após o decurso do prazo estabelecido no caput deste artigo, a não realização de 
audiência de custódia sem motivação idônea ensejará também a ilegalidade da prisão, a ser relaxada pela 
autoridade competente, sem prejuízo da possibilidade de imediata decretação de prisão preventiva. 
 
STJ/HC 754.506-MG 
Se o requerimento do Ministério Público limita-se à aplicação de medidas cautelares ao preso em flagrante, é 
vedado ao juiz decretar a medida mais gravosa - prisão preventiva -, por configurar uma atuação de 
ofício. 
 
STF/ADI 6.298 
O STF considerou, por unanimidade, atribuir interpretação conforme ao caput do art. 310 do CPP, 
alterado pela Lei nº 13.964/2019, para assentar que o juiz, em caso de urgência e se o meio se revelar 
idôneo, poderá realizar a audiência de custódia por videoconferência; 
 
O STF considerou, por unanimidade, atribuir interpretação conforme ao § 4º do art. 310 do CPP, incluído 
pela Lei nº 13.964/2019, para assentar que a autoridade judiciária deverá avaliar se estão presentes os 
requisitos para a prorrogação excepcional do prazo ou para sua realização por videoconferência, sem 
prejuízo da possibilidade de imediata decretação de prisão preventiva; 
 
STJ/HC 442.334/RS 
Eventual nulidade no auto de prisão em flagrante por ausência de assistência por advogado somente se 
verificaria caso não tivesse sido oportunizado ao conduzido o direito de ser assistido por advogado, não 
sendo a ausência de causídico por ocasião da condução do flagrado à Delegacia de Polícia para oitiva pela 
Autoridade Policial, por si só, causa de nulidade do auto de prisão em flagrante (RHC n. 61.959⁄ES, Rel. Min. 
MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, Sexta Turma, Dje 4⁄12⁄2015). Isso porque a documentação do 
flagrante prescinde da presença do defensor técnico do conduzido, sendo suficiente a lembrança, 
pela autoridade policial, dos direitos constitucionais do preso de ser assistido. 
 
Informativo 1016/STF 
Não se admite condenação baseada exclusivamente em declarações informais prestadas a policiais no 
momento da prisão em flagrante. 
 
A falta da advertência quanto ao direito ao silêncio torna ilícita a prova obtida a partir dessa confissão. 
 
 
 
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I Jornada de Direito Processual Penal – Enunciado 14 
Em caso de hipossuficiência, o não pagamento da fiança não pode ser motivo legítimo a impedir a 
concessão da liberdade provisória 
 
I Jornada de Direito Processual Penal – Enunciado 30 
Excepcionalmente e de forma fundamentada, nos casos em que se faça inviável a realização presencial 
do ato, é possível a realização de audiência de custódia por sistema de videoconferência. 
 
Prisão em Flagrante – Teses do STJ 
Tese 01 
Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação. 
Tese 02 
O tipo penal descrito no art. 33 da Lei n. 11.343/2006 é de ação múltipla e de natureza permanente, razão 
pela qual a prática criminosa se consuma, por exemplo, a depender do caso concreto, nas condutas de "ter 
em depósito", "guardar", "transportar" e "trazer consigo", antes mesmo da atuação provocadora da polícia, o 
que afasta a tese defensiva de flagrante preparado. 
Tese 03 
No flagrante esperado, a polícia tem notícias de que uma infração penal será cometida e passa a monitorar a 
atividade do agente de forma a aguardar o melhor momento para executar a prisão, não havendo que se 
falar em ilegalidade do flagrante. 
Tese 04 
No tocante ao flagrante retardado ou à ação controlada, a ausência de autorização judicial não tem o condão 
de tornar ilegal a prisão em flagrante postergado, vez que o instituto visa a proteger o trabalho investigativo, 
afastando a eventual responsabilidade criminal ou administrava por parte do agente policial. 
Tese 05 
Para a lavratura do auto de prisão em flagrante é despicienda a elaboração do laudo toxicológico definitivo, o 
que se depreende da leitura do art. 50, § 1º, da Lei n. 11.343/2006, segundo o qual é suficiente para tanto a 
confecção do laudo de constatação da natureza e da quantidade da droga. 
Tese 06 
Eventual nulidade no auto de prisão em flagrante devido à ausência de assistência por advogado somente 
se verifica caso não seja oportunizado ao conduzido o direito de ser assistido por defensor técnico, sendo 
suficiente a lembrança, pela autoridade policial, dos direitos do preso previstos

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