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Teoria Geral dos Contratos
Aula 1 (Introdução)
Contrato: Acordo de vontades quanto a determinados termos ou cláusulas contratuais
 - Dessa definição se tem que:
1 – O contrato não é o documento físico que o representa. O contrato é uma entidade abstrata.
2 – O contrato pode estar representado por mais de um documento ou até por nenhum documento.
3 – Existem contratos “híbridos” (o professor não usa essa expressão, eu que achei adequada para o caso: contratos com partes acordadas de maneira oral e partes acordadas por algum documento.
Por que as pessoas firmam contratos? O principal motivo é a realização de trocas mutuamente vantajosas.
O ordenamento jurídico reage de diferentes maneiras ao fenômeno dos contratos, quais sejam essas reações: 
- Indiferença: Não há apoio, mas também não rechaça. Ex: acordo entre marido e mulher para dividir afazeres domésticos.
- Hostilidade: Reconhece a existência do acordo, mas rechaça e tenta evitar o cumprimento. Ex: acordo entre parceiros para cometer um crime.
- Apoio “envergonhado”: Esse é mais fácil de ser entendido através do exemplo. Ex: Dívida de jogo, que, segundo o art. 814 do CC, não pode ser cobrada. Entretanto, se o devedor realizar o pagamento dessa dívida, não pode requerer restituição. O ordenamento reconhece a existência do acordo, ainda que não permita a cobrança dele.
- Forte apoio: O ordenamento embasa o conteúdo e a validade do acordo, de modo a dar reconhecer o acordo através das leis existentes e do acolhimento desses contratos na esfera judicial. Ex: contratos lícitos em geral, como a compra e venda, locação etc.
Objetivos do direito contratual
- Proteger expectativas das partes e incentivar o cumprimento do acordo. (especialmente para quando os meios informais [especialmente a sanção social] de incentivo ao cumprimento não funcionam).
- Evitar vinculação a um contrato que não reflita a vontade das partes. Ex.: pode ser que uma das partes não esteja plenamente informada sobre as circunstâncias sobre as quais o contrato foi fechado; a parte pode ter sido pressionada a consentir com o contrato; doença mental etc.
- Reduzir custos de transação ao complementar lacunas que provavelmente refletem a vontade das partes. Se essas normas não existissem, tudo teria que ser minuciosamente detalhado, o que aumentaria exponencialmente os custos dessa transação
- Distribuir de maneira justa os prejuízos sofridos quando a relação não se desenvolve da maneira adequada. Embora a vontade seja sempre de obter benefícios mútuos, isso pode não acontecer e alguma das partes pode sair prejudicada após a realização do negócio. Assim, o ordenamento determina que os prejuízos sejam divididos proporcionalmente entre as partes, na medida de suas respectivas responsabilidades naquele negócio.
Localização das normas relacionadas à parte geral dos contratos
No CC, estão em: Negócios Jurídicos, Parte geral das Obrigações (Títulos I, II, III e, especialmente, IV do Livro I), Dos contratos em geral (Título V do Livro I). 
Fora do CC, estão no CDC.
Aula 2 (Fonte e hierarquia das cláusulas contratuais)
Lista resumida de certas fontes de cláusulas contratuais
- Vontade das partes, dentro dos parâmetros permitidos para o exercício da autonomia privada.
- Normas elaboradas pelo legislador
- Normas cuja recepção é autorizada pelo legislador através das seguintes técnicas:
· Aplicação de standards ético/morais (como a boa-fé objetiva)
· Aplicação de normas jurisprudenciais 
· Aplicação de normas costumeiras
· Aplicação de normas que resultam da “integração” do contrato
· Envolve a aplicação da vontade hipotética das partes contratantes sobre o ponto omisso. Isto é, o juiz terá de se perguntar como as partes teriam regulado a questão controvertida se tivessem pensado no assunto no momento da negociação do contrato. A técnica foi introduzida em 2019, no art. 113 do CC.
Hierarquia entre as fontes normativas
Conflito: Vontade das partes X Normas decorrentes do ordenamento
- As cláusulas do negócio ou contrato provenientes da vontade das partes declarantes prevalecem sobre as cláusulas provenientes das normas dispositivas do ordenamento.
- As cláusulas do negócio ou contrato provenientes da vontade das partes declarantes prevalecem sobre as cláusulas provenientes das normas semicogentes do ordenamento jurídico, desde que superadas as barreiras ou preenchidos os requisitos para a alteração ou afastamento das referidas normas. Ex. de norma semicogente: §1º do art. 18 do CDC. A norma convenciona, no parágrafo primeiro, prazo de 30 dias para que seja sanado determinado vício em um produto. Entretanto, no §2º, é fornecida a possibilidade de alteração desse prazo, desde que seguidas determinadas regras e limites. Pelo que foi exposto, percebe-se que não se trata de norma cogente, uma vez que pode ser alterada pela vontade das partes. Por outro lado, não se trata também de uma norma dispositiva, já que não pode ser alterada livremente.
- As cláusulas do negócio ou contrato provenientes das normas cogentes do ordenamento jurídico prevalecem sobre as cláusulas provenientes da vontade das partes declarantes.
Conflito entre as demais fontes previstas no ordenamento
- Não há uma hierarquia rígida entre as diferentes fontes normativas reconhecidas pelo ordenamento jurídico. Em caso de conflito de normas provenientes das referidas fontes, deverá prevalecer a norma que melhor atenda a expectativa das partes, dentro dos limites de sua autonomia privada, considerando-se a distribuição de riscos e as circunstâncias do negócio.
- Em caso de dúvida, prevalecerá a norma elaborada pelo legislador, salvo disposição legal ou convencional em sentido contrário.
- As partes podem estabelecer os seus próprios critérios.
Direito contratual brasileiro: normas pontuais que estabelecem hierarquia entre as fontes
- Art. 445, §1º e 2º, CC. Na referida lei, o legislador aponta que, em caso de venda de animais, o prazo de garantia por vício oculto será estabelecido em lei especial. Entretanto, aponta ele adiante, que em caso de inexistência dessa legislação, deverão ser observados os “usos locais” (normas costumeiras). Se não houver norma costumeira que lide com esse problema, então deverá ser aplicada a norma geral, estipulada pelo código civil.
O duplo papel da vontade das partes
- Como fontes das cláusulas de um dado contrato
- Como critério para identificação do “tipo” de contrato celebrado entre as partes:
· Nesta segunda função, a vontade das partes é utilizada pelo aplicador do direito como algo necessário ao esclarecimento de qual regime jurídico, dentre os regimes elaborados para diferentes contratos típicos, deverá ser aquele aplicável numa dada relação contratual.
· Supondo-se que o legislador elabora um catálogo de intenções/interesses que as partes contratantes, numa dada sociedade, normalmente procuram perseguir com a realização de um dado contrato; supondo-se que, a cada conjunto típico de intenções/interesses, o legislador manda aplicar o regime jurídico de um contrato típico diferente; então é de se concluir que a elucidação da vontade das partes é algo necessário para a tarefa e enquadramento daquela relação em um determinado contrato típico. Identificar se determinado contrato é de compra e venda, locação etc.
· O aplicador do direito realiza, aqui, um jogo de correspondência. A questão a ser esclarecida é a de se as reais intenções dos contratantes correspondem a determinadas intenções típicas anteriormente previstas pelo legislador para um dado contrato por ele regulado.
Contratos coligados e contratos atípicos
- Contratos coligados resultam da combinação de vários contratos típicos que preservam a sua individualidade. Em princípio, não seriam classificados como atípicos.
- Existem contratos atípicos que resultam da:
· Combinação de vários contratos típicos, que perdem a sua individualidade
· Combinação de algumas prestações típicas com outras atípicas
· Criação de prestações totalmente atípicas
- Exemplos: contratos de fornecimento, publicidade, hospedagem, mediação, cessão de clientela,joint venture, assessoria, entre inúmeros outros.
Contratos em geral e contratos em espécie
- Por que estipular uma parte geral dos contratos? Por motivos de economia na exposição do direito, já que existem normas comuns a diferentes tipos de contratos.
- Por que regular tipos específicos de contratos? Porque as normas gerais, em determinadas situações, não fornecem uma solução justa para o conflito de interesses entre as partes.
- O que fazem as normas dos diferentes tipos específicos de contratos? Modificam/detalham/desenvolvem as normas gerais; Introduzem normas inexistentes na parte geral dos contratos.
Tipicidade dos contratos (complementação das lacunas)
Contratos típicos
- Normas elaboradas pelo legislador (contratos em espécie)
- Normas elaboradas pelo legislador (contratos em geral)
- Normas cuja recepção é autorizada pelo legislador através das seguintes técnicas:
· Aplicação de standards ético/morais (como a boa-fé objetiva)
· Aplicação de normas jurisprudenciais 
· Aplicação de normas costumeiras
· Aplicação de normas que resultam da “integração” do contrato
Contratos atípicos
- NORMAS PARA CONTRATOS EM ESPÉCIE NÃO CABEM AQUI
Normas elaboradas pelo legislador (contratos em geral)
- Normas cuja recepção é autorizada pelo legislador através das seguintes técnicas:
· Aplicação de standards ético/morais (como a boa-fé objetiva)
· Aplicação de normas jurisprudenciais 
· Aplicação de normas costumeiras
· Aplicação de normas que resultam da “integração” do contrato
- Em que circunstâncias é razoável a aplicação analógica das normas de um dado contrato típico (elaboradas pelo legislador) a um dado contrato atípico?
· Quando as partes assim o determinarem
· Quando, não havendo uma objeção explícita das partes (salvo na hipótese de limitação de sua autonomia privada), for possível aplicar tal analogia, dadas as circunstâncias do caso
Fontes normativas e autonomia privada
- Independentemente da técnica de complementação do contrato, se através de normas detalhadas previamente fornecidas pelo legislador, se através do emprego de standards ético/morais, se através da integração do contrato, se através da aplicação de regras costumeiras – um ponto essencial é o respeito à autonomia privada das partes. Em todos esses casos, a complementação do conteúdo do contrato procura maximizar o respeito à referida autonomia, bem como reduzir os custos de transação.
Normas elaboradas pelo legislador: elas devem emular as aspirações e expectativas que as partes teriam tido quanto à regulamentação dos problemas tratados por tais normas. Complementar o conteúdo do contrato por meio de normas que reflitam a vontades hipotética das partes é o meio mais eficaz para se alcançar, ao menos, dois grandes objetivos do direito contratual: maior proteção à autonomia privada das partes e uma redução dos custos de transação. O legislador pode se valer – como critério orientador da sua atividade legislativa – da vontade hipotética que a maioria das pessoas, numa posição similar à dos contratantes, teria tido quanto à regulamentação de um dado problema. Esse é o critério da vontade hipotética majoritária, defendido por uma considerável doutrina. 
· Como o legislador deve imaginar a vontade hipotética das partes contratantes? As normas devem refletir as aspirações e expectativas que as partes teriam tido quanto à regulamentação de um determinado problema, na suposição de que o assunto tivesse sido trazido à sua atenção e elas tivessem deliberado sobre o mesmo agindo de boa-fé, em condições de um relativo equilíbrio de poder de barganha entre elas, bem como de plena informação, liberdade e racionalidade.
· E se houver grande disparidade de poder de barganha entre elas? Então o legislador deve escolher normas que, em tese, pudessem aumentar o poder de barganha da parte mais fraca, restaurando o equilíbrio contratual. Tal postura é diferente daquela acolhida pelos juristas romanos.
Normas que resultam de standards ético/morais: Outra maneira de preencher as lacunas do contrato envolve a delegação, pelo legislador, de competência ao juiz para que este – valendo-se de normas como a boa-fé objetiva, que permite o uso de standards ético/morais – complemente o conteúdo do contrato. Muitas normas, originalmente elaboradas com base na boa-fé objetiva, passaram a integrar a legislação de vários ordenamentos jurídicos. Observa-se que os standards ético/morais que orientam a aplicação da boa-fé objetiva também podem se basear em normas que seriam amplamente aceitas em uma dada sociedade e que, por isso mesmo, podem eventualmente refletir a vontade hipotética das partes contratantes ou a vontade hipotética majoritária.
Normas que resultam da integração do contrato: uma forma de preencher as lacunas do contrato é através da denominada integração do referido contrato. Essa técnica também envolve a delegação, pelo legislador, de competência ao juiz para que este complemente o conteúdo do contrato. O critério que o juiz deverá utilizar para a complementação, de acordo com a técnica da integração, é explicitamente baseado na vontade hipotética das partes contratantes. Tal técnica de complementação do conteúdo do contrato é uma velha conhecida dos ordenamentos jurídicos (seja os de tradição romanista, como os também dos de tradição anglo-americana).
Normas costumeiras: Envolve a delegação, pelo legislador, de competência ao juiz para que este complemente o conteúdo do contrato com base na aplicação de normas resultantes de costumes sociais. Novamente, a própria existência do costume pode ser um indício de que as partes também concordariam com a norma resultante daquele costume, já que o costume pressupõe uma prática reiterada e aceita pelos membros da sociedade.
Aula 3 (Negócios jurídicos e contratos)
Estrutura do Código Civil Brasileiro
Exemplo de negócio jurídicos unilaterais: testamento
Exemplo de contratos (negócios jurídicos): compra e venda, locação, transporte etc.
A característica comum é o amplo campo de liberdade para exercício da autonomia privada.
Exemplo de atos jurídicos não negociais unilaterais: declaração de resolução do contrato, instruções dadas pelo mandante ao mandatário, ordens dadas pelo empregador ao empregado, reconhecimento de paternidade, fixação de domicílio.
Exemplo de contratos (não negocial): especificação das mercadorias a serem alienadas – por meio de um acordo entre as partes – num contrato que obriga a transferência da propriedade sobre coisas identificadas apenas pelo gênero.
Ato jurídico não negocial
Se as disposições aplicadas aos negócios jurídicos também se aplicam aos atos jurídicos não negociais, qual a necessidade de regulá-los?
Comparação entre o que pressupõe o CCB e a realidade
É desnecessário distinguir entre “atos não negociais” e “negócios jurídicos”, não há uma fronteira rígida entre eles. Pode haver uma pluralidade de regimes jurídicos dependendo do tipo de ato ou negócio em questão.
Uso linguístico que adotaremos
O termo “negócio jurídico” é utilizado nas aulas para fazer referência não ao sentido técnico preciso, mas como uma super categoria, que engloba tanto os atos jurídicos negociais (CC, 104-184) quanto os não negociais (CC, 185), independente do caráter unilateral, bilateral ou plurilateral.
O ponto comum entre todas essas declarações de vontade é o fato de que elas têm por objetivo criar, modificar ou extinguir algum direito, dever ou ônus, seja na esfera jurídica do declarante, seja na esfera jurídica do declaratário.
Origens da parte geral dos contratos
Por volta do século XVI, aparece a primeira teoria do contrato, por Luís de Molina. Hugo Grócio também abordou o assunto, tratando de questões que hoje são chamadas de objeto, declarações de vontade, poder de representação e obtenção de consenso por proposta e aceitação. Posteriormente, Samuel Pufendorf lida com promessa em favor de terceiros e com promessa de fato alheio. Citados também são Robert Joseph Pothier e Jean Domat. 
Origens da figura do ato ou negócio jurídico
O primeiro autor a usar o termo “atos” foi DanielNetterbladt. O mesmo autor, em obras posteriores, utilizou o termo negotia iuridica para fazer referência as mesmas questões, denotando um entendimento de que se tratava de sinônimos. Savigny detalha a questão, mas não vem ao caso para as anotações.
Origens do conteúdo do negócio jurídico
 
Falhas de sistematização do assunto

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