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GESTÃO DE OBRA
Gestão de Obra
Priscila Maria Santiago Pereira
Hudson Goto
Rafaela Franqueto
GESTÃO DE 
OBRA
(Gestão de Obras)
Priscila Maria Santiago Pereira
Hudson Goto
Rafaela Franqueto
GRUPO
SER
EDUCACIONAL
gente criando o futuro
Nesta disciplina, você terá a oportunidade de obter uma visão geral de uma área que é 
de extrema importância na construção civil. Isso posto, pela óptica do planejamento 
de obras, de custos, da segurança e da gestão, conhecerá o passo a passo para que 
uma construção seja bem-sucedida.
Os projetos e obras, muitas vezes com um grau elevado de complexidade, exigem pro-
� ssionais preparados para tomar ações preventivas e corretivas, de maneira cons-
ciente e embasados em conhecimentos técnicos consistentes. 
O material elaborado aborda, de maneira prática e clara, os principais conceitos e fer-
ramentas necessários para planejar, programar, controlar e, se necessário, reprogra-
mar, além de outros tópicos interligados ao tema e relevantes para sua formação.
SER_ARQURB_GEOBRA_CAPA.indd 1,3 19/02/2021 17:34:21
© Ser Educacional 2021
Rua Treze de Maio, nº 254, Santo Amaro 
Recife-PE – CEP 50100-160
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência.
Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. 
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio 
ou forma sem autorização. 
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo 
artigo 184 do Código Penal.
Imagens de ícones/capa: © Shutterstock
Presidente do Conselho de Administração 
Diretor-presidente
Diretoria Executiva de Ensino
Diretoria Executiva de Serviços Corporativos
Diretoria de Ensino a Distância
Autoria
Projeto Gráfico e Capa
Janguiê Diniz
Jânyo Diniz 
Adriano Azevedo
Joaldo Diniz
Enzo Moreira
Priscila Maria Santiago Pereira 
Hudson Goto
Rafaela Franqueto
DP Content
DADOS DO FORNECEDOR
Análise de Qualidade, Edição de Texto, Design Instrucional, 
Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico e Revisão.
SER_ARQURB_GEOBRA_UNID1.indd 2 19/02/2021 17:46:18
Boxes
ASSISTA
Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações comple-
mentares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado.
CITANDO
Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa 
relevante para o estudo do conteúdo abordado.
CONTEXTUALIZANDO
Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato;
demonstra-se a situação histórica do assunto.
CURIOSIDADE
Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto 
tratado.
DICA
Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, uma 
informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado.
EXEMPLIFICANDO
Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto.
EXPLICANDO
Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da 
área de conhecimento trabalhada.
SER_ARQURB_GEOBRA_UNID1.indd 3 19/02/2021 17:46:19
Unidade 1 - Planejamento físico e financeiro na construção 
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 14
Planejamento físico ............................................................................................................. 15
EAP ..................................................................................................................................... 17
Método do caminho crítico (Critical Path Method – CPM) ...................................... 19
Cronograma ...................................................................................................................... 21
Histograma de recursos ................................................................................................. 23
Curva S (para estimativa do progresso) ...................................................................... 26
Planejamento financeiro de execução de obras ........................................................... 30
Cronograma financeiro ................................................................................................... 30
Curva S: estimativa de custo ......................................................................................... 34
Curva ABC ......................................................................................................................... 34
Sintetizando ........................................................................................................................... 39
Referências bibliográficas ................................................................................................. 40
Sumário
SER_ARQURB_GEOBRA_UNID1.indd 4 19/02/2021 17:46:19
Sumário
Unidade 2 - Análise técnica construtiva e canteiro de obras
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 43
Análise técnica construtiva ............................................................................................... 44
Construtibilidade .............................................................................................................. 49
Racionalização da construção ...................................................................................... 55
Canteiro de obras ................................................................................................................. 57
Planejamento do canteiro de obras ............................................................................. 59
Arranjos e elementos do canteiro de obras ............................................................... 61
Sintetizando ........................................................................................................................... 69
Referências bibliográficas ................................................................................................. 70
SER_ARQURB_GEOBRA_UNID1.indd 5 19/02/2021 17:46:19
Sumário
Unidade 3 - Segurança e higiene do trabalho e as normas da ABNT
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 73
Segurança, higiene e qualidade de vida no trabalho ................................................... 74
Riscos de acidente de trabalho .................................................................................... 74
Higiene do trabalho ......................................................................................................... 79
Qualidade de vida no trabalho ...................................................................................... 82
Normas: higiene e segurança do trabalho e construção civil .................................... 89
Programas de prevenção de riscos e acidentes ....................................................... 91
Sintetizando ........................................................................................................................... 94
Referências bibliográficas ................................................................................................. 95
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Sumário
Unidade 4 - Composições unitárias e cronograma físico-financeiro de construção
Objetivos da unidade .........................................................................................................100
Composições unitárias de preço ..................................................................................... 101
Composição de custos ................................................................................................. 101
Composição de custos unitários ................................................................................. 103
Orçamento............................................................................................................................ 105
Planejamento financeiro de execução de obras .....................................................106
Orçamento da obra ....................................................................................................... 108
Fontes de composição de custos unitários: bases orçamentárias ...................... 112
Cronograma físico-financeiro de construção ............................................................... 116
Cronograma físico-financeiro ..................................................................................... 117
Matriz de controles financeiros .................................................................................. 124
Sintetizando ......................................................................................................................... 127
Referências bibliográficas ............................................................................................... 128
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Olá aluno(as)!
Nesta disciplina, você terá a oportunidade de obter uma visão geral de uma 
área que é de extrema importância na construção civil. Isso posto, pela óptica 
do planejamento de obras, de custos, da segurança e da gestão, conhecerá o 
passo a passo para que uma construção seja bem-sucedida.
Os projetos e obras, muitas vezes com um grau elevado de complexidade, 
exigem profi ssionais preparados para tomar ações preventivas e corretivas, de 
maneira consciente e embasados em conhecimentos técnicos consistentes. 
O material elaborado aborda, de maneira prática e clara, os principais con-
ceitos e ferramentas necessários para planejar, programar, controlar e, se ne-
cessário, reprogramar, além de outros tópicos interligados ao tema e relevan-
tes para sua formação.
Bons estudos!
GESTÃO DE OBRA 9
Apresentação
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Dedico este trabalho àqueles que amo muito e que preenchem os meus 
dias de cor, luz e calor: meu marido, Renato; meus fi lhos, Rafael e Pedro; e 
minha mãe, Zilda.
A professora Priscila Maria Santiago Pe-
reira é mestra em Engenharia de Constru-
ção Civil e Urbana pela Escola Politécnica da 
USP (2001) e especialista em Gerenciamen-
to de Operações em Construção Civil e em 
Gerenciamento da Empresa de Construção 
Civil pela FDTE/USP (1994). Graduada em 
Engenharia Civil pela Faculdade de Enge-
nharia Civil de Itajubá (FECI, 1985), atua nos 
seguintes temas: gerenciamento de em-
preendimentos habitacionais, verticalização 
de favelas, planejamento urbano, melhora-
mento em hidrovias, gestão de resíduos e 
infraestrutura urbana.
Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/6303712299147774
GESTÃO DE OBRA 10
A autora
SER_ARQURB_GEOBRA_UNID1.indd 10 19/02/2021 17:46:20
A todos aqueles que não se contentam com o século presente, mas buscam 
a transformação pela renovação da mente, ansiando pelo entendimento da 
boa, agradável e perfeita vontade divina.
O professor Hudson Goto é mestre pelo 
programa de pós-graduação em Engenharia 
de Construção Civil da Universidade Federal 
do Paraná (UFPR) (2017), especialista em 
Patologia das Construções pela Universida-
de Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) 
(2014) e possui MBA em Gerenciamento 
de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas 
(FGV) (2012). Graduado em Engenharia Ci-
vil pela Universidade Estadual de Maringá 
(UEM) (2005). Atua como engenheiro civil 
de manutenção de usinas hidrelétricas, com 
enfoque em segurança, manutenção e ins-
peções de barragens. Possui experiência em 
elaboração de orçamentos e acompanha-
mento de obras de pequeno e médio porte, 
com gerenciamento de mão de obra própria 
e terceirizada, elaboração de cronogramas 
físicos e negociação com fornecedores. 
Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/6402604111910324
O autor
GESTÃO DE OBRA 11
SER_ARQURB_GEOBRA_UNID1.indd 11 19/02/2021 17:46:20
Dedico a todos os queridos alunos e a quem acredita na educação e na 
ciência como agentes de transformação social.
A professora Rafaela Franqueto é doutora 
em Engenharia Ambiental (2020) pela Uni-
versidade Regional de Blumenau, mestra 
em Engenharia Sanitária e Ambiental pela 
Universidade Estadual do Centro-Oeste 
(2016) e graduada em Engenharia Ambiental 
pela Universidade Estadual do Centro-Oes-
te (2014). É técnica em Análises Clínicas pelo 
Senac (2010).
Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/7039997629117176
A autora
GESTÃO DE OBRA 12
SER_ARQURB_GEOBRA_UNID1.indd 12 19/02/2021 17:46:21
PLANEJAMENTO 
FÍSICO E FINANCEIRO 
NA CONSTRUÇÃO 
1
UNIDADE
SER_ARQURB_GEOBRA_UNID1.indd 13 19/02/2021 17:46:35
Objetivos da unidade
Tópicos de estudo
 Identificar a importância do planejamento físico e financeiro para a gestão de 
obras;
 Reconhecer as ferramentas e técnicas utilizadas no planejamento e 
programação física e financeira de obras;
 Elaborar e interpretar elementos como gráfico de Gantt, rede CPM e as 
curvas S e ABC.
 Planejamento físico
 EAP
 Método do caminho crítico 
(Critical Path Method – CPM)
 Cronograma
 Histograma de recursos
 Curva S (para estimativa do 
progresso)
 Planejamento financeiro de 
execução de obras
 Cronograma financeiro
 Curva S: estimativa de custo
 Curva ABC
GESTÃO DE OBRA 14
SER_ARQURB_GEOBRA_UNID1.indd 14 19/02/2021 17:46:36
Planejamento físico
Fazemos uso de planejamento em 
muitas atividades diárias e, muitas 
vezes, nem nos damos conta disso. 
A decisão sobre qual caminho esco-
lheremos para chegar ao trabalho 
ou à faculdade ou, ainda, como nos 
organizaremos no fi nal de semana 
são fatores que nos levam a planejar 
nossas atividades.
Assim, planejar signifi ca escolher a forma como iremos atingir determina-
do objetivo, de que maneira chegaremos a ele: em quanto tempo, quais recur-
sos serão utilizados e quanto isso custará. Para que esse planejamento seja efi -
ciente, é fundamental a obtenção do maior número possível de informações – e 
que o planejado seja controlado, a fi m de que falhas ou problemas que venham 
a ocorrer sejam identifi cados o mais breve possível e corrigidos.
Planejamento, segundo Formoso (1991 apud Bernardes, 2001, p. 17), pode 
ser defi nido como “o processo de tomada de decisão que envolve o estabe-
lecimento de metas e dos procedimentos necessários para atingi-las, sendo 
efetivo quando seguido de um controle”.
Na gestão de obras, o planejamento tem função extremamente importan-
te. Um bom planejamento e controle podem ser a diferença entre o sucesso ou 
o fracasso do empreendimento. Gerenciar uma obra é fazer com que as coisas 
aconteçam por meio de terceiros, e implica acompanhar a execução técnica, 
controlar o cumprimento do cronograma, o planejamento fi nanceiro e todas as 
pessoas envolvidas direta e indiretamente.
Durante a execução da obra, é muito comum que alguns imprevistos ocor-
ram – e certamente eles irão! É preciso, no entanto, estar atento para agir rapi-
damente e fazer as alterações necessárias, razão pela qual o controle na obra 
é indispensável. É importante destacar que o planejamento de uma obra ou 
de qualquer outro projeto envolve a participação de diversas áreas da empre-
sa, como, por exemplo, a área de projetos, de obras, orçamento, suprimentos, 
meio ambiente, e os departamentos fi nanceiro e jurídico.
GESTÃO DE OBRA 15
SER_ARQURB_GEOBRA_UNID1.indd 15 19/02/2021 17:46:37
Se essa participação não ocorrer desde o início, o planejamento será 
ineficiente e, certamente, vários problemas que poderiam ter sido pre-
vistos poderão ocorrer durante a obra, acarretando atraso e desperdício 
de recursos, isso se não resultarem em algo ainda mais grave. Imagine 
que as obras estão prestes a serem iniciadas e, somente nesse momento, 
você é informado da necessidade de uma licença ambiental que não foi 
providenciada porque a área ambiental não participou da elaboração do 
planejamento?
Como, porém, realizar um bom planejamento de obra? A definição deta-
lhada, clara e objetiva do escopo da obra pode ser consideradao primeiro 
passo para um bom planejamento. Definido o objetivo a ser atingido, inicia-se 
a definição de “como” a obra será feita. Nessa fase, já com o conhecimento 
das características da obra, estabelece-se a estratégia a ser implementada 
para sua execução.
EXPLICANDO
Escopo pode ser entendido como “o que” vai ser feito. Há, em gestão de 
projetos, várias definições para esse termo. Segundo Carvalho e Rabechi-
ni Jr. (2011, n.p.), “escopo, na verdade, refere-se ao trabalho a ser realiza-
do no âmbito do projeto”. Pode haver necessidade de alteração do escopo 
durante o andamento da obra; por exemplo, na implantação de um projeto 
de urbanização, verifica-se que há uma adutora no local que interferirá 
no andamento da obra. Nesse caso, o planejamento precisa ser alterado 
(reprogramado), considerando as alterações necessárias.
A definição e o detalhamento das estratégias que serão adotadas na obra, 
como tecnologias que serão utilizadas, os materiais, os equipamentos, entre ou-
tros, possibilitam um maior conhecimento de todo o processo, tornando-o mais 
eficiente. Nessa etapa de elaboração do planejamento físico de uma obra, é ne-
cessário o uso de algumas técnicas que auxiliarão tanto no planejamento quanto 
no controle do que será realizado. Algumas delas são:
• EAP;
• Método do caminho crítico (Critical Path Method – CPM);
• Cronograma;
• Histograma de recursos;
• Curva S.
GESTÃO DE OBRA 16
SER_ARQURB_GEOBRA_UNID1.indd 16 19/02/2021 17:46:37
EAP
Segundo Carvalho e Rabechini Jr. (2011, p. 89), a estrutura analítica do projeto 
(EAP), ou Work Breakdown Structure (WBS), “é a representação do processo de 
desagregação (para baixo) e integração (para cima) do trabalho do projeto que 
vai ajudar o gerente de projetos na execução e controle das atividades do proje-
to”. Esclarecendo: projeto, aqui, deve ser entendido como o empreendimento, a 
obra. Afi nal, toda obra é um projeto único e com datas de início e término defi ni-
das, o que confi gura-se como as principais características de um projeto.
A identifi cação das atividades necessárias para a execução e conclusão da 
obra é um trabalho muito importante e é a primeira etapa para a elaboração 
do planejamento de obra. Não é, porém, uma prática simples. Mesmo gerentes 
com grande experiência, dependendo do tipo de projeto ou obra, encontram di-
fi culdades em sua elaboração. Informações de campo, opiniões de profi ssionais 
especializados, conhecimentos técnicos e obras similares podem contribuir para 
defi nição dessas atividades e elaboração da EAP.
Desta maneira, a estrutura analítica do projeto (EAP) consiste em uma listagem 
de todas as atividades a serem executadas em ordem hierárquica e auxilia na mon-
tagem dos cronogramas e no controle das atividades de obra. As atividades são de-
compostas em componentes menores até chegarem em pacotes de trabalho, nos 
quais é possível fazer uma previsão mais confi ável de data e custo. Uma das van-
tagens da EAP é possibilitar uma melhor estimativa da duração, recursos e custo 
da obra. Ademais, ela deve detalhar todo o trabalho necessário para execução do 
escopo e, dependendo da complexidade da obra, poderá ter diversos níveis.
A Figura 1 representa uma EAP para a construção de uma casa. Observe que 
haveria possibilidade de colocar níveis mais baixos em alguns serviços dessa EAP, 
como no caso do revestimento. Esse serviço poderia ser “revestimento interno” 
e “revestimento externo”, por exemplo. O mais importante a ser considerado na 
elaboração da EAP é que seu uso possibilita a visão de todo o escopo da obra 
e, dessa maneira, torna-se fácil identifi car quais os responsáveis por cada etapa.
ASSISTA
Assista ao vídeo disponibilizado no canal Mario H. Trentim 
- Gestão & Projetos, que discorre sobre gerenciamento do 
escopo e estrutura analítica de um projeto.
GESTÃO DE OBRA 17
SER_ARQURB_GEOBRA_UNID1.indd 17 19/02/2021 17:46:38
CASA
Serviços
preliminares
Limpeza do
terreno Alvenaria Água
Estrutura
do telhado LimpezaSapata
Instalação
do canteiro
de obras
Revestimento Esgoto Telhado
Locação
da obra Esquadrias Elétrica
Telefonia
Fundação Vedações edivisórias Instalações Cobertura
Serviços
complementares
Figura 1. EAP de uma casa.
A EAP pode também ser representada por meio de tabelas. O Quadro 1 a 
seguir mostra uma EAP em forma de tabela.
CASA
01. Serviços 
preliminares
01.01. Limpeza
01.02. Água/Luz
01.03. Canteiro
 
02. Projeto
02.01. Planta
02.01.01. Arquitetura
02.01.02. Elétrica
02.01.03. Hidráulica
02.01.04. Estrutural
02.02. Aprovações 02.02.01. Plantas02.02.02. Alvarás
03. Construção
03.01. Fundação
03.02. Estrutura
03.03. Telhado
03.04. Esquadrias
03.05. Alvenaria
 
04. Sistemas 04.01. Água04.02. Elétrica 
05. Acabamento
05.01. Pintura 05.01.01. Interna05.01.02. Externa
05.02. Revestimentos
05.02.01. Banheiros
05.02.02. Cozinha
05.02.03. Quartos
05.02.04. Outros
05.03. Vidros
05.04. Armários 
QUADRO 1. EAP EM FORMA DE TABELA
GESTÃO DE OBRA 18
SER_ARQURB_GEOBRA_UNID1.indd 18 19/02/2021 17:46:38
CASA
06. Serviços
complementares
06.01. Limpeza
06.02. Jardinagem 
07. Gerência
07.01. Plano
07.02. Acompanhamento
07.03. Entrega/Encerramento
 
Fonte: CARVALHO; RABECHINI JR., 2011, n.p. (Adaptado).
Método do caminho crítico (Critical Path Method – CPM)
Diagrama de rede, ou Critical Path Method (CPM), é a representação gráfi ca 
de um programa/projeto ou, no caso em estudo, uma obra. É uma ferramenta 
muito utilizada no setor de construção e apresenta a sequência lógica de um 
planejamento com as interdependências das atividades.
Aqui, faz-se a representação da rede conectando-se todas as atividades. 
Para isso, é necessário caracterizar as interligações entre as atividades, ou seja, 
as relações de dependência entre elas e a sequência de execução, defi nindo 
qual atividade será executada primeiro (predecessora). As atividades podem 
ser representada por círculos que simbolizam a transição entre as atividades e 
por setas, que são as atividades a serem executadas.
Outra forma é representar as atividades em nós. Neste caso, os nós são 
caixas e as fl echas são as relações de precedência, sendo essa a maneira mais 
usual de apresentação do CPM. Imagine, por exemplo, que, na obra de uma 
casa, você tenha a atividade “revestimento” e “pintura da parede interna da 
parede” para ser executada. A sequência das atividades seria:
Execução do chapisco → Emboço → Reboco → Pintura
As relações de precedência podem ser de vários tipos, conforme afi rmar 
Carvalho e Rabechini Jr. (2011):
• Término/início: o início do trabalho da atividade sucessora depende do 
término da predecessora;
• Término/término: o término do trabalho da atividade sucessora 
depende do término do trabalho da predecessora;
• Início/início: o início do trabalho da atividade su-
cessora depende do início da predecessora;
• Início/término: o término do trabalho da ati-
vidade sucessora depende do início do trabalho da 
predecessora.
GESTÃO DE OBRA 19
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Para a elaboração da rede, é necessário conhecer bem as durações das ativi-
dades e atribuir estimativas de tempo e recursos para cada uma delas. A dura-
ção das atividades, que pode ser em horas, dias, semanas, meses, entre outros, 
está diretamente ligada à quantidade de recursos disponíveis, à quantidade de 
serviços que serão realizados e à produtividade (ADOMA; MAZUTTI, 2019). Lem-
bre-se também de que a definição do processo construtivo ou do material esco-
lhido para a realização das atividades terá impacto direto na duração.
A escolha do material a ser utilizado na estrutura (concreto usinado ou 
concreto produzido na obra com betoneira) vai alterar a duração da atividade 
“concretagem da estrutura”. No caso de obras de manutenção em pontes e 
viadutos, a interferência do trânsito local também vai ter impacto na duração 
das atividades. Assim, a definição de como serão feitas as intervençõesdeve 
ocorrer na fase do planejamento.
Além disso, a estimativa de duração das atividades deve levar em conta a 
região onde a obra será executada e também a época do ano. Obras similares 
já executadas anteriormente pela empresa podem servir de parâmetro para 
estabelecer as durações; porém, como o período de chuvas, a mão de obra e 
mesmo o clima têm implicações no andamento da obra, ao se fazer a estimati-
va da duração, tudo isso deve ser considerado.
No exemplo “revestimento e pintura da parede interna da parede”, imagine 
que a duração de cada uma das atividades seja de 1 (um) dia. A representação 
gráfica da rede seria:
Chapisco 
 1
Emboço 
 1
Reboco 
 1
Pintura 
 1
Figura 2. Rede de precedência.
Utilizamos o CPM (Critical Path Method, ou método do caminho crítico) para 
identificar as atividades que não podem atrasar, sob pena de prejudicar a du-
ração do projeto. Essas atividades são chamadas de atividades críticas e são 
aquelas que não têm folga alguma. As demais atividades, não críticas, e, por-
tanto, com folga, podem atrasar um pouco para começar ou para terminar (até 
o limite da folga especificada) sem que o projeto seja prejudicado.
GESTÃO DE OBRA 20
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CURIOSIDADE
Você vai ouvir sobre Program Evaluation and Review Technique – PERT, 
ou PERT/CPM. Na verdade, PERT e CPM são métodos de programação 
distintos. Embora ambos tenham sido desenvolvidos no mesmo ano (1958), 
o PERT, desenvolvido para a Equipe de Projetos Espaciais da Marinha 
Norte-Americana, teve aplicação no Sistemas de Mísseis Polaris e tem as-
pectos probabilísticos. Já o CPM foi desenvolvido para a empresa DuPont 
para projetos de produtos químicos, com abordagem determinística para 
estimativas de duração das atividades.
O caminho crítico é, portanto, a sequência de atividades que representa o 
caminho mais longo do projeto ou obra. É importante ressaltar 
que, em uma obra, pode haver mais de um caminho crítico. 
Já folga, segundo Pinheiro e Crivelaro (2014, p. 97), “é a dife-
rença entre o intervalo de tempo existente para o início e o 
término de uma atividade e a sua duração prevista”.
Cronograma
A representação do cronograma físico é frequentemente realizada pelo grá-
fi co de Gantt, ou diagrama de Gantt, ou gráfi co de barras. O gráfi co de Gantt 
é talvez uma das técnicas mais utilizadas para representar um cronograma de 
obra. A facilidade de elaboração, compreensão e alteração são as principais 
vantagens desse gráfi co. Ele é bastante utilizado nos relatórios e apresenta-
ções para os clientes na exibição do progresso da obra.
CURIOSIDADE
Você sabia que o gráfi co de Gantt foi inicialmente elaborado pelo en-
genheiro mecânico Henry Gantt para controle diário da produção? Em 
1917, durante a Primeira Guerra Mundial, esse gráfi co foi utilizado para a 
construção de navios de guerra, segundo Pinheiro e Crivelaro em seu livro 
Planejamento e custos de obras, de 2014.
Nele, as atividades que serão desenvolvidas são representadas em forma 
de barras horizontais com a identifi cação de início e fi m da atividade. Para con-
trole, podem ser criadas barras paralelas com as atividades já realizadas. Como 
desvantagem, podemos citar o fato de não ser possível identifi car as interde-
pendências das atividades.
GESTÃO DE OBRA 21
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Depois de definida a sequência das atividades e sua duração, pode-se dar 
início à elaboração do cronograma de obra, estabelecendo a data de início e 
término de cada atividade. Recomenda-se começar pelas atividades críticas, 
que têm folga zero. Na sequência, as demais são programadas, que podem 
começar um pouco mais tarde do que a data mais cedo possível. No Quadro 2, 
temos a representação de cronograma físico.
Atividades Duração (semanas)
Duração (semanas)
1 2 3
Atividade A 1 
Atividade B 1 
Atividade C 1 
QUADRO 2. REPRESENTAÇÃO DE UM CRONOGRAMA FÍSICO
Pode-se optar por iniciar uma atividade não crítica mais tarde do que ela 
poderia em função da disponibilidade de recursos, por exemplo. Dessa forma, 
seria possível usar os recursos disponíveis – pessoas, materiais e equipamen-
tos – da forma mais eficiente possível, com pouca ou nenhuma ociosidade. Por 
isso, às vezes, é interessante postergar o início de uma atividade para aguardar 
a liberação de um recurso que ainda está sendo utilizado em uma atividade em 
vias de ser concluída. 
Nesse momento, os histogramas de recurso são particularmente úteis, uma 
vez que eles mostram o consumo dos recursos-chave durante a execução do 
projeto. Isso nos permite identificar, a priori, quando um recurso estará escas-
so (consumo acima da disponibilidade) e/ou sua ociosidade ao longo do tempo.
Isso posto, é muito comum em relatórios gerenciais a apresentação do cro-
nograma ou diagrama de marcos. Esse é bem semelhante ao cronograma de 
Gantt, mas é focado nos marcos da obra, ou seja, nas etapas importantes a 
serem atingidas.
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0 10
A
At
iv
id
ad
es
Tempo
B
C
D
E
F
G
H
20 30 40 50
Figura 3. Diagrama de marcos. 
Há, no mercado, vários aplicativos específi cos para o gerenciamentos de 
obras, e muitos fazem uso dessas mesmas ferramentas. É importante, no entan-
to, que o profi ssional conheça os conceitos e as técnicas nas quais o software se 
baseia para que possa utilizá-lo com conhecimento, discernimento e segurança.
Histograma de recursos
Histograma é uma ferramenta muito útil na obra, seja o histograma de pes-
soal, seja o de material ou o de equipamento. Assim, “o histograma de recursos 
é um gráfi co de colunas que representa a quantidade requerida do recurso 
por unidade de tempo” (MATOS, 2010 apud ADOMA; MAZUTTI, 2019, n.p.). O 
histograma de pessoal permite o dimensionamento da mão de obra necessária 
para execução de cada atividade, facilitando prever com antecedência a neces-
sidade ou o excesso de trabalhadores. 
Com o cronograma elaborado, as atividades a serem executadas estão dis-
tribuídas ao longo do tempo. Assim, em um determinado período, é possível 
visualizar as atividades que estão sendo executadas em paralelo e estimar a 
equipe que será necessária para a sua execução no período específi co.
GESTÃO DE OBRA 23
SER_ARQURB_GEOBRA_UNID1.indd 23 19/02/2021 17:46:40
Ademais, o histograma de materiais ajuda no planejamento dos materiais 
que serão necessários no canteiro de obras para a realização dos serviços. A 
instalação do canteiro de obras prevê local para armazenamento de materiais 
que serão utilizados, e os materiais serão entregues conforme a etapa em que 
a obra se encontra. Dessa maneira, o histograma de materiais pode ajudar no 
planejamento das compras e entregas desses materiais. 
No Quadro 3, é possível visualizar uma planilha com a relação de atividades, 
precedências, duração e recursos por atividade. Em seguida, são apresentados 
o cronograma físico correspondente e os histogramas de pessoal. Para facili-
tar o entendimento, observe o período do cronograma entre 0 e 10, momento 
em que está sendo executada somente a atividade A. Para a realização dessa 
atividade, a quantidade de mão de obra necessária é: 3 de X, 2 de Y e 1 de Z. 
Nos histogramas apresentados na sequência, é fácil visualizar esses recursos. 
Atividade Atividade precedente
Duração
Dias Recurso X Recurso Y Recurso Z
A - 10 3 2 1
B A 12 2 1 3
C A 5 2 1 2
D C 4 1 3 2
E C 6 3 2 2
F B, D 12 4 2 1
G D, E 5 0 2 2
H F, G 16 1 1 3
QUADRO 3. TABELA DE ATIVIDADES, PRECEDÊNCIAS, DURAÇÃO E RECURSOS
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5040302010
Tempo
At
iv
id
ad
es
H
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F
E
D
C
B
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1
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5
6
7
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51
0
1
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3
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6
7
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 4951
Figura 4. Gráfico de Gantt.
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0
1
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1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51
Figura 5. Histograma de pessoal – recurso X (verde), recurso Y (amarelo) e recurso Z (azul).
Curva S (para estimativa do progresso)
O desenvolvimento de um projeto não acontece de forma linear e cons-
tante. Ele começa mais devagar, seu ritmo acelera e, ao se aproximar do fi nal, 
volta a cair. Por esse motivo, ao fazer um gráfi co de realização acumulada do 
projeto ao longo do tempo, temos uma curva que se assemelha a uma letra S. 
A curva S, criada durante o planejamento, é depois utilizada no monitoramento 
do projeto durante sua execução. Com ela, é possível ter uma visão mais clara 
da evolução física da obra e comparar o planejado e o realizado. Por essa razão, 
é bastante utilizada em relatórios gerenciais.
O eixo horizontal representa o tempo e o vertical a quantidade executada 
acumulada, geralmente apresentada em porcentagem. Isso posto, analise a Fi-
gura 6, que representa uma curva S.
GESTÃO DE OBRA 26
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Curva S
Período
Pr
ev
ist
o 
ac
um
ul
ad
o
Figura 6. Curva S. 
Para melhor assimilação do conteúdo, observe o exercício a seguir, extraído 
de Pinheiro e Crivelaro (2014, adaptado). Consideremos a execução de uma 
obra residencial, conforme a tabela retratada no Quadro 4, na qual estão iden-
tificadas atividades, durações e precedências:
Numeração Atividades Duração Precedência
1 Locação da obra 6 -
2 Alvenaria 30 1
3 Cobertura 8 2
4 Piso 10 2 (II - 25)
5 Limpeza 6 3; 4
QUADRO 4. ATIVIDADES, DURAÇÃO E PRECEDÊNCIAS
GESTÃO DE OBRA 27
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Elaborando a rede CPM para determinação do caminho crítico da obra:
Locação da obra
Início-início
Atraso 25
Alvenaria
6 30
Limpeza
6
Cobertura
8
Piso
10
Figura 7. Rede CPM.
Determinando a folga e o caminho crítico:
Data mais cedo Data mais tarde
Folga total
Início Término Início Término
1 6 6 6 0
7 36 7 36 0
37 44 37 44 0
33 42 35 44 2
45 50 45 50 0
QUADRO 5. CÁLCULO DAS FOLGAS E CAMINHO CRÍTICO
Podemos, agora, elaborar o gráfico de Gantt, já com o caminho crítico evi-
denciado. Ou seja, a sequência de atividades que não têm folga:
GESTÃO DE OBRA 28
SER_ARQURB_GEOBRA_UNID1.indd 28 19/02/2021 17:46:42
Considerando uma distribuição linear de execução para as 
atividades, e que todas tenham o mesmo peso no projeto (o 
que não é condizente com a realidade), é possível elaborar 
a curva S da obra:
0 10 20 30 40 50 60
Locação da obra
Alvenaria
Cobertura
Piso
Limpeza
0 10
100%
80%
60%
40%
20%
0%
Pe
rc
en
tu
al
 p
re
vi
st
o
Dias
20 30 40 50 60
Figura 8. Gráfico de Gantt – caminho crítico.
Figura 9. Curva S – percentual previsto.
GESTÃO DE OBRA 29
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Planejamento financeiro de execução de obras
O planejamento e controle fi nanceiro da obra é também muito importante 
para o bom desempenho e sucesso do empreendimento. 
O aumento dos custos da obra implica em redução dos lucros da empresa; 
porém, com um planejamento fi nanceiro adequado, é possível prever a movi-
mentação fi nanceira que ocorrerá durante a obra e, dessa maneira, realizar 
o gerenciamento de recursos fi nanceiros (ADOMA; MAZUTTI, 2019), adotando 
inclusive medidas corretivas, se necessárias.
Adoma e Mazutti (2019) explicam que o planejamento fi nan-
ceiro de obras consiste na adoção de medidas que possibili-
tem gerenciar os custos decorrentes das diversas fases de 
implantação do empreendimento, de maneira que todas as 
empresas envolvidas tenham segurança fi nanceira.
Cronograma financeiro
Utiliza-se, para elaboração do planejamento fi nanceiro, o cronograma fi -
nanceiro de obra (que é baseado no orçamento) e o fl uxo de caixa. A Tabela 
1 mostra um cronograma fi nanceiro de uma obra hipotética, com o custo das 
atividades distribuídas ao longo do tempo. Na parte inferior, há o custo total da 
obra ao longo do tempo.
Atividades
Semanas
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Locação da obra 10 2
Alvenaria 16 20 20 20 20 20 4
Cobertura 8 8
Piso 10,8 18 7,2
Limpeza 2,5 12,5
Total (R$ · 10³) 10 18 20 20 20 20 30,8 30 17,7 12,5
Acumulado (R$ · 10³) 10 28 48 68 88 108 139 169 187 199
TABELA 1. EXEMPLO DE CRONOGRAMA FINANCEIRO
GESTÃO DE OBRA 30
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Já o fluxo de caixa é um instrumento que permite a projeção das entradas e 
saídas de recursos financeiros em um determinado período de tempo. Segun-
do Araújo, Teixeira e Licório (2015, p. 16):
Sendo o fluxo de caixa uma ferramenta simples no controle ge-
rencial, é de suma importância para a análise de controle, isso 
porque, com essa ferramenta, é possível não somente projetar 
as receitas financeiras da empresa, mas também utilizá-la para 
decisões de investimentos futuros.
A seguir, um modelo de fluxo de caixa.
Fluxo de caixa
Empresa: DIAS
Período:
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Outras receitas
Recebimento 
sobre vendas
Receita de 
prestação de 
serviços
Outras receitas
TOTAL DAS 
ENTRADAS 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
SAÍDAS
Fornecedores
Folha de 
pagamento
INSS a recolher
FGTS
Retiradas sócios
Impostos sem 
receitas
Aluguéis
Energia elétrica
TABELA 2. MODELO DE FLUXO DE CAIXA
GESTÃO DE OBRA 31
SER_ARQURB_GEOBRA_UNID1.indd 31 19/02/2021 17:46:43
Telefone
Serviços 
contabilidade
Combustíveis
Manutenção de 
veículos
Despesas 
diversas
Férias
13º salário
Empréstimos 
bancários
Financiamentos 
de equipamentos
Despesas 
financeiras
Outros 
pagamentos
TOTAL DAS 
SAÍDAS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
SALDO ENTRADAS 
- SAÍDAS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
SALDO 
ANTERIOR 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
SALDO 
ACUMULADO 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
Fonte: SIENGE, 2020. (Adaptado).
Conforme destacam Adoma e Mazutti (2019), na construção civil, o fluxo de caixa 
tem uma importância vital, uma vez que as construtoras precisam ter capital dispo-
nível para bancar a execução das obras. Empresas que não têm recursos financei-
ros suficientes para executar inicialmente os serviços correm o risco de atrasar e, 
muitas vezes, de não conseguir concluir a obra, havendo necessidade de rescisão 
contratual, o que é ruim tanto para a contratada quanto para o contratante. 
Em obras públicas, esse cuidado precisa ser ainda maior, pois não é inco-
mum que ocorram atrasos nos pagamentos para as construtoras – por uma 
série de motivos –, e a construtora precisa estar preparada para algum impre-
visto que venha a ocorrer.
GESTÃO DE OBRA 32
SER_ARQURB_GEOBRA_UNID1.indd 32 19/02/2021 17:46:43
O controle financeiro visa a acompanhar se as atividades realizadas na obra 
estão compatíveis com os gastos projetados e, caso sejam identificadas diferen-
ças, devem-se determinar os motivos e fazer a intervenção necessária. Dessa 
forma, o controle financeiro é realizado paralelamente ao controle físico da obra.
Como, porém, relacionar as contas da obra com as contas gerais da empre-
sa? Halpin e Woodhead (2017) destacam que, para se estabelecer um sistema 
de controle de custos para uma construção, é necessária a definição de centros 
de custos de níveis de empreendimento. É preciso dividir toda a obra em unida-
des de controle significativas, a partir da EAP, de tal forma que o trabalho possa 
ser medido no campo. Ainda conforme os autores (2017, n.p.):
Uma vez estabelecidas as contas de custos de trabalhos, é atri-
buído a cada conta um código identificador, que é chamado de 
código de custo. Ao serem separados por centros de custos as-
sociados, todos os elementos de despesas (mão de obra direta, 
mão de obra indireta, materiais, suprimentos, custos de equipa-
mentos etc.)que constituem unidades de trabalho podem ser 
apropriadamente registrados pelo código de custos.
A Figura 10 apresenta uma estrutura de custos:
Figura 10. Estrutura de custos. Fonte: HALPIN; WOODHEAD, 2017, n.p.
GESTÃO DE OBRA 33
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Curva S: estimativa de custo
A curva S pode ser utilizada também no planejamento fi nanceiro, com a fi na-
lidade de acompanhamento dos gastos acumulados na obra ao longo do tempo. 
Sua representação gráfi ca é a somatória dos custos atribuídos às atividades 
do cronograma de barras, apresentando, dessa forma, uma previsão de gas-
to acumulado, que pode ser comparado ao gasto previsto. O eixo horizontal 
representa o tempo, ao passo que o eixo vertical os gastos acumulados, geral-
mente simbolizados em unidade monetária.
Curva ABC
A curva ABC permite identifi car os itens de maior importância na obra 
(aqueles de maior valor), ordenando-os de forma decrescente. Essa ferra-
menta é muito útil, posto que a identifi cação dos insumos de maior valor ou 
mais utilizados na obra deve merecer uma atenção especial, visando assim um 
maior controle dos custos. Esse tipo de curva pode ser utilizada também para 
identifi car as atividades mais caras na obra.
Va
lo
re
s a
cu
m
ul
ad
os
Período
Figura 11. Curva S.
GESTÃO DE OBRA 34
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CITANDO
“A ideia dessa curva surgiu na Itália em 1800, com Wilfredo Paretto, 
que a denominou lei 20 x 80. Ele mediu a distribuição de renda da popu-
lação e constatou que poucos indivíduos da sociedade concentravam 
a maior parte das riquezas existentes, isto é, 20% da população absor-
via 80% de renda. Os fundamentos do método Paretto foram colocados 
em prática na Segunda Guerra Mundial pela General Electric” (PINHEI-
RO; CRIVELARO, 2014, p. 67).
Os itens da curva ABC são sepa-
rados em três classes, conforme o 
valor que representam no gasto total 
da obra. Segundo a especificação do 
Sienge (2017): 
• Classe A: são aqueles que têm 
um valor de demanda ou consumo 
alto; 20% dos itens são considerados 
classe A e representam 80% do valor 
da demanda ou consumo;
• Classe B: são aqueles que têm um 
valor de demanda ou consumo inter-
mediário; 30% dos itens são conside-
rados classe B, representando 15% do 
valor da demanda ou consumo;
• Classe C: são aqueles que têm um valor de demanda ou consumo baixo; 
50% dos itens são considerados classe C e correspondem a 5% da demanda ou 
consumo.
No dia a dia, a divisão entre as classes A, B e C é baseada no bom senso do 
gestor da obra. No caso de atividades de obra de construção, os percentuais 
adotados para cada região em relação ao custo total da obra são:
• Região A – 53% do custo total;
• Região B – 32% do custo total;
• Região C – 15% do custo total.
Para a redução de custos, é interessante priorizar os insumos da classe A, 
seja para negociação com seu fornecedores ou, se possível/viável, a substitui-
ção de algum deles.
GESTÃO DE OBRA 35
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20 50
80
95
100
100
Cu
st
o
Itens
A B C
Figura 12. Representação da curva ABC de insumos. Fonte: SIENGE, 2017. (Adaptado).
DICA
A curva ABC pode ser feita, de forma muito simples, a partir de uma plani-
lha em que constem todos os itens do orçamento. Há também aplicativos 
de gestão para um controle mais elaborado.
Para uma melhor compreensão, 
considere a planilha orçamentária 
apresentada no Quadro 6, com macro 
atividades de uma obra de construção 
de conjuntos habitacionais que já fo-
ram ordenadas de forma decrescente 
com base nos custos das atividades. A 
distinção entre as classes A, B e C foi 
feita em cores diferentes.
GESTÃO DE OBRA 36
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CÓDIGO DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS
TOTAL C/ BDI
% EM 
RELAÇÃO 
AO CUSTO 
TOTAL
%
ACUMULADO CLASSE
 UNIDADES HABITACIONAIS
00-00-00
TIPOLOGIA A: 6 BLOCOS 
COM 6 PAVIMENTOS +
5 BLOCOS COM 7 
PAVIMENTOS = 142 UHs
00-00-02 ESTRUTURA 1.844.956,34 21,42% 21,42%
A
00-00-03 ALVENARIA 1.168.303,22 13,56% 34,98%
00-00-08 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS 1.049.939,32 12,19% 47,17%
00-00-01 FUNDAÇÕES 965.602,06 11,21% 58,38%
00-00-09
INSTALAÇÕES HIDRÁULI-
CAS E APARELHOS SANI-
TÁRIOS
831.502,77 9,65% 68,03%
B00-00-07 ESQUADRIAS METÁLICAS 774.661,66 8,99% 77,03%
00-00-10 REVESTIMENTOS 606.275,06 7,04% 84,07%
00-00-14 PINTURA 428.188,02 4,97% 89,04%
00-00-05 COBERTURAS 285.560,08 3,32% 92,35%
C
00-00-12 PISOS 213.944,83 2,48% 94,84%
00-00-06 ESQUADRIAS DE MADEIRA E FERRAGENS 154.822,00 1,80% 96,63%
00-00-15 COMPLEMENTAÇÃO DA OBRA 114.471,32 1,33% 97,96%
00-00-04 IMPERMEABILIZAÇÕES 101.004,71 1,17% 99,13%
00-00-13 VIDROS 60.814,74 0,71% 99,84%
00-00-11 FORROS 13.756,01 0,16% 100,00%
TOTAL 8.613.802,14
QUADRO 6. ORDENAÇÃO FINANCEIRA DAS ATIVIDADES
As atividades “estrutura”, “alvenaria”, “instalações elétri-
cas” e “fundações” são as atividades que deveriam receber 
mais atenção, por serem as mais caras nessa obra. Assim, a 
curva ABC resultante é apresentada a seguir:
GESTÃO DE OBRA 37
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100,00%
80,00%
60,00%
40,00%
20,00%
00,00%
Es
tru
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el
ho
s s
an
itá
rio
s
A B C
Figura 13. Curva ABC de atividades.
GESTÃO DE OBRA 38
SER_ARQURB_GEOBRA_UNID1.indd 38 19/02/2021 17:46:49
Sintetizando
Nessa unidade, destacou-se a importância do planejamento físico e fi-
nanceiro para uma boa gestão de obras. Em relação ao planejamento físico, 
foi discutido o que é escopo e foram apresentadas algumas das ferramentas 
mais utilizadas, como a estrutura analítica do projeto (EAP); e na progra-
mação, como o cronograma físico, com destaque para o gráfico de Gantt, o 
Critical Path Method (CPM), o histograma de recursos e a curva S.
Em relação ao planejamento financeiro, foram apresentadas as ferramen-
tas utilizadas, como o cronograma financeiro (cuja base para elaboração é o 
orçamento de obras e o fluxo de caixa), a curva S e a curva ABC. 
Ainda no planejamento financeiro, analisou-se a definição de fluxo de caixa 
em conjunto com uma planilha-modelo e destacou-se a importância de uma es-
trutura de custos, com a codificação, para o controle financeiro de obras.
Por fim, por meio de um exercício, realizou-se o acompanhamento, passo a 
passo, de uma rede CPM para determinação do caminho crítico, elaboração de 
um gráfico de Gantt e de sua curva S correspondente. 
GESTÃO DE OBRA 39
SER_ARQURB_GEOBRA_UNID1.indd 39 19/02/2021 17:46:49
Referências bibliográficas
ADOMA, D. L.; MAZUTTI, J. H. Gestão de obra. Porto Alegre: SAGAH, 2019.
ARAÚJO, A.; TEIXEIRA, E. M.; LICÓRIO. A importância da gestão no planejamento 
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GESTÃO DE OBRA 40
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GESTÃO DE OBRA 41
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ANÁLISE TÉCNICA 
CONSTRUTIVA E 
CANTEIRO DE OBRAS
2
UNIDADE
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Objetivos da unidade
Tópicos de estudo
 Identificar a importância da seleção adequada das técnicas construtivas 
adotadas e seus reflexos na execução de obras;
 Compreender a necessidade de planejamento simultâneo entre processos 
focados no produto final e na produção, visando a racionalização da obra;
 Entender e identificar os conceitos, métodos e componentes de um canteiro 
de obras;
 Análise técnica construtiva
 Construtibilidade
 Racionalização da construção
 Canteiro de obras
 Planejamento do canteiro de 
obras
 Arranjos e elementos do 
canteiro de obras
GESTÃO DE OBRA 43
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Análise técnica construtiva
Uma das etapas preliminares da 
gestão de obras, que tem infl uência 
no planejamento e execução da cons-
trução, é a análise técnica construtiva, 
que deve ter como um de seus pilares 
as defi nições contidas na especifi ca-
ção técnica da edifi cação. Pode-se di-
zer que as defi nições na especifi cação 
técnica incidem de forma mais direta 
sobre (GOLDMAN, 2004):
• Os custos fi nais da construção;
• A seleção do método construtivo para o desenvolvimento das atividades 
na obra;
• O cálculo e determinação do prazo de execução de obra;
• O padrão de acabamento da edifi cação.
A revisão detalhada das especifi cações técnicas de uma construção deve 
ser feita por todos os envolvidos: proprietário, projetistas, equipe técnica de 
obra (engenheiros) e demais pessoas ligadas ao processo construtivo. Por meio 
desse documento, pode-se ainda simplifi car etapas da obra, tornando-a mais 
efi ciente (O’CONNOR; RUSCH; SCHULZ, 1987).
Assim, a especifi cação técnica é um documento que traz informações 
complementares aos projetos gráfi cos, devendo ser elaborada antes do iní-
cio da construção. Portanto, não é incomum que, ao fi nalizar esse documento, 
o gestor da obra precise fazer ajustes no planejamento inicial da construção, 
visando a melhor compatibilidade entre técnica construtiva e a sequência das 
atividades em campo.
Adicionalmente, os materiais e métodos defi nidos neste momento servirão 
de base para a elaboração do orçamento e do cronograma físico-fi nanceiro de 
acompanhamento da construção. Caso essas informações não sejam adequa-
damente detalhadas ou não sejam levantadas, o orçamentista da obra poderá 
adotar premissas erradas, elaborando, assim, orçamentos que fogem da reali-
dade da construção desejada.
GESTÃO DE OBRA 44
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De forma geral, a especificação técnica faz referência aos seguintes itens 
(GOLDMAN, 2004):
• Projetos: quanto maior o nível de detalhamento, melhores serão os resul-
tados durante e após a execução da obra;
• Investigação do solo: a quantidade adequada e a técnica utilizada para 
a coleta de amostras (informações) do solo auxiliarão na definição da melhor 
solução para o sistema de fundação;
• Projeto do canteiro de obras: a determinação planejada da localização de 
barracões, almoxarifados, tapumes, área de circulação, acesso de caminhões 
e equipamentos, entre outros, pode aumentar a produtividade das equipes;
• Equipe técnica: é o dimensionamento da equipe de obra, conforme ne-
cessidade, que pode ser composta por engenheiros, mestre, pedreiro, carpin-
teiro, encarregados, entre outros;
• Movimentações de terra: dependendo da solução construtiva adotada, 
pode-se ter a necessidade ou não dessa etapa, que pode ser feita mecânica ou 
manualmente;
• Tipo do sistema estrutural: tipos de formas, de escoramento, processo 
de execução do concreto e/ou concretagem, logística de execução de sistemas 
pré-moldados ou pré-fabricados (exemplo: aço, madeira, concreto pré-molda-
do ou pré-fabricado etc.);
• Definição dos tipos de acabamentos: revestimentos de pisos, paredes 
e tetos, detalhes construtivos, tipo de telhas de cobertura, modelos de esqua-
drias e acabamentos hidráulicos e elétricos;
• Definição do tipo de instalações hidrossanitárias e elétricas;
Visualizando a construção propriamente dita, verifica-se que a análise técni-
ca construtiva, ou análise do sistema de execução de obra, considera diversos 
fatores que devem estar presentes no canteiro de obras da edificação. De forma 
ilustrativa, se compararmos a execução de uma obra com um sistema de produ-
ção fabril, o canteiro de obras pode ser considerado como uma “fábrica móvel”, 
diferenciando-se da fábrica convencional, pois no canteiro de obras o produto fi-
nal é único, exclusivo e estacionário. Ou seja, os insumos, mão de obra, materiais 
e equipamentos são os que se deslocam em direção ao bem final.
A técnica a ser utilizada para a execução da obra deve considerar a disponi-
bilidade de equipamentos, mão de obra, bem como a necessidade de constru-
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ções auxiliares, conforme o processo estabelecido. Também influenciam, nes-
se momento, as condições locais de trabalho, como as de origem da própria 
natureza (clima, ecologia, entre outros), que podem ser definidos como condi-
ções locais e específicas da obra em questão (LIMMER, 1996). Assim, podemos 
considerar que a definição do arranjo de um canteiro de obras é importante 
neste processo, uma vez que consiste na junção e materialização de todas es-
tas variáveis, sendo importante para o planejamento da obra.
Portanto, podemos verificar que a técnica ou o sistema construtivo adotado 
influencia na etapa de planejamento de uma obra em dois aspectos básicos: 
operacional e econômico-financeiro, sendo necessárias algumas condições, 
como (LIMMER, 1996, p. 175):
• Estabelecer diretrizes operacionais;
• Escolher o processo de construção;
• Determinar o arranjo do canteiro de obras;
• Escolher os equipamentos para a execução da obra;
• Definir as diferentes etapas da obra;
• Detalhar os níveis de produção;
• Prever as necessidades de mão de obra, quantitativa e qualitativamente;
• Prever os recursos financeiros necessários.
Em relação ao aspecto operacional, este cuida do processo de transforma-
ção da mão de obra, materiais e equipamentos na edificação finalizada, cons-
tituindo a “fábrica móvel” ou canteiro de obras. Nesta situação, várias linhas 
de produção são formadas e se deslocam ao longo da obra para produzir o 
produto final, que é fixo durante todo o processo. Para que a construção seja 
bem sucedida neste aspecto, é necessário (LIMMER, 1996):
• Definir corretamente o escopoda construção;
• Desenvolver o plano de execução da construção, com base na escolha de 
métodos possíveis de serem, de fato, executados, baseados em conceitos ope-
racionais básicos;
• Detalhar as fases da execução, definindo como serão executadas cada 
uma delas;
• Definir as informações básicas necessárias para o início dos trabalhos de 
construção, ou seja, quais, em termos de engenharia (projetos detalhados), de-
vem ser previamente elaborados em escritório;
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• Estabelecer a cronologia de execução da obra;
• Estabelecer equipes, hierarquias e princípios de gerenciamento e controle 
do seu andamento.
Dentre estes, o mais importante para a análise técnica construtiva é a de-
finição do método de execução, que deve ser elaborado em etapas, sempre 
iniciando a partir de soluções abrangentes para específicas, com o estudo de 
alternativas de soluções possíveis. Como exemplo, a superestrutura de uma edi-
ficação pode ser em concreto armado moldado in loco, concreto pré-fabricado 
ou pré-moldado, ou ainda, em material metálico. Outro exemplo é o sistema de 
fundações, que pode ser executado com diversas opções, adequadas ao tipo de 
solo que receberá os esforços provenientes da estrutura da edificação. Na Figura 
1 são ilustrados alguns tipos de fundações rasas ou diretas.
Bloco
Sapata
Grelha
Raider
Figura 1. Tipos de fundações rasas ou diretas em edificações. Fonte: VELLOSO; LOPES, 2011, p. 12. (Adaptado).
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A escolha do método ainda deve considerar (LIMMER, 1996, p. 176):
• Fatores econômicos, devendo ser viável para o proprietário;
• Custos da mão de obra, dos materiais e do uso dos equipamentos durante 
a construção;
• O tipo de projeto, sendo que a repetitividade gera maior produtividade;
• Características externas da obra, como cultura local, clima, ecologia, entre 
outros.
Podemos dizer também que uma definição detalhada da técnica construti-
va pode influenciar no valor final da edificação, diminuindo erros ou improvisos 
por parte do responsável técnico pela execução da obra. Ainda neste ponto, 
visando uma construção mais econômica, pode-se afirmar que a análise e de-
finição técnica da construção resulta em melhores contratações de materiais e 
serviços, uma vez que se tem uma programação definida para todas as etapas 
construtivas.
A descrição detalhada das atividades da obra deve ser feita de forma hie-
rárquica, pois fará parte, posteriormente, de uma estrutura analítica de etapas 
executivas, guiando todos os responsáveis envolvidos (MATTOS, 2019). Logo, 
para que isto possa ocorrer, é imprescindível saber previamente a quantidade 
de serviço a ser realizada e a produtividade e quantidade de recursos disponí-
veis, definidos durante a análise técnica da construção.
Outro ponto que deve ser considerado é que a produção dentro de um 
canteiro de obras pode ser segmentada em centros de produção, compos-
tos de estações de produção, onde ocorrem as atividades de produção pro-
priamente ditas. Neste momento, deve ser analisada a forma de interligação 
entre estes centros, ou seja, a sua logística. A estrutura de transporte 
formada a partir desta análise pode contribuir para melhorar a pro-
dutividade da construção.
Assim, ao analisar a técnica a ser empregada em 
uma obra, deve-se considerar diversos fatores que 
tem como objetivo possibilitar a execução do pro-
duto final, que é a edificação. Quanto mais inte-
gradas estiverem as diversas especialidades e 
etapas de um planejamento e execução, melhor 
será o resultado técnico-econômico final.
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Construtibilidade
Quando olhamos para os projetos convencionais elaborados na constru-
ção civil, constatamos que grande parte deles enfatiza o produto ou edifi ca-
ção fi nal, desconsiderando os aspectos e necessidades da etapa de produção 
ou de obra. Muitas vezes, estes projetos enfatizam critérios, como as formas 
geométricas, a confi guração dos elementos estruturais, as características dos 
elementos de vedação, e terminam por não avaliar o grau de complexidade 
construtiva resultante destas escolhas, o que pode causar situações técnico-
econômicas inadequadas para o empreendimento. 
Assim, um conceito que pode ser empregado na construção civil, na etapa 
de análise técnica construtiva, visando minimizar estes efeitos, é o da constru-
tibilidade, que pode ser defi nida como a facilidade com que uma edifi cação 
pode ser construída, considerando-se os requisitos de produção durante todas 
as etapas do processo de desenvolvimento do produto (RODRIGUES, 2005).
Este conceito pode ser benéfi co para a gestão da obra, pois a facilidade 
construtiva a ser buscada pode resultar em menores tempos de execução das 
atividades, redução no número de operários, maior produtividade, redução 
nas perdas devido à descontinuidade de atividades, diminuição das incertezas 
e variabilidades durante a construção e, por fi m, maior qualidade na edifi cação.
Fazendo uma análise ampla de toda a vida útil de uma edifi cação, pode-se 
dizer que o projeto do produto, em conjunto com o projeto do processo, deve 
ser elaborado de forma a contemplar desde a etapa de concepção até o perío-
do de uso e manutenção da edifi cação, sendo que esta última tem como objeti-
vo fornecer dados para alimentar novamente os futuros projetos e processos, 
melhorando a construtibilidade de novas obras.
Porém, devemos pontuar que o limite de aplicação do conceito de constru-
tibilidade é quando este começa a provocar a perda de valor para o cliente fi -
nal, resultando em edifi cações apenas práticas, construtivamente falando, mas 
sem valor pessoal ou comercial (RODRIGUES, 2005).
De forma objetiva, o conceito de construtibilidade deve ser aplicado na fase 
de planejamento, com maior efi ciência na etapa de projeto. Isso deve ser feito 
tendo em vista que é na etapa de projeto que as decisões tomadas exercem 
maior infl uência sobre o custo fi nal da edifi cação (Gráfi co 1).
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GRÁFICO 1. INFLUÊNCIA DAS FASES DE CONSTRUÇÃO DE UMA EDIFICAÇÃO 
NO SEU CUSTO FINAL
Rodrigues (2005) complementa 
que, na etapa de elaboração do pro-
jeto do processo, as decisões tomadas 
também podem contribuir na facilida-
de de construir, como na definição da 
sequência construtiva e do arranjo do 
canteiro de obras.
Mas, como aplicamos, efetivamen-
te, este conceito em nossas obras, 
durante o período de construção? No 
Quadro 1 são propostos alguns prin-
cípios que podem ser adotados, vi-
sando viabilizar a aplicação da construtibilidade nos processos de produção.
Fonte: RODRIGUES, 2005, p. 32. 
Estudo de viabilidade
Projeto
Contratação
Execução
Uso e manutenção
TérminoTempoInício
Baixa
Alta
Ca
pa
cid
ad
e 
de
 in
flu
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QUADRO 1. PRINCÍPIOS PRÁTICOS DA CONSTRUTIBILIDADE QUE PODEM SER 
APLICADOS NAS TÉCNICAS CONSTRUTIVAS DE UMA OBRA
Simplificar pela redução do 
número de partes e passos
Padronizar elementos 
de projeto e processos 
construtivos
Facilitar construção sob 
condições climáticas 
adversas
Otimizar processos de 
construção
Minimizar tempos de 
percepção, decisão e 
manipulação de operações 
de montagem manual
Promover a 
manutenibilidade
Fonte: RODRIGUES, 2005, p. 38. (Adaptado).
Dentre os estudos elaborados sobre o assunto, a simplificação é um dos 
conceitos mais citados, que tem como objetivo tornar mais eficiente o proces-
so, o qual também é um princípio da construção enxuta (lean construction), 
que se relaciona tanto com as atividades de conversão quanto com as de fluxo 
(KOSKELA, 1998). Ainda segundo o autor, a simplificação é a capacidadede re-
dução do número de componentes de um produto e do número de passos no 
fluxo de materiais ou informações.
A principal razão para esta simplificação está no fato de que produtos ou pro-
cessos menos complexos tendem a ser mais confiáveis, pois a capacidade do ho-
mem em lidar com a complexidade é aumentada neste modelo (KOSKELA, 1998).
Assim, a seguir, podemos ver algumas recomendações efetuadas por di-
versos autores, que podem ser aplicadas durante o processo construtivo de 
uma edificação (RODRIGUES, 2005):
1. Reduzir o número de etapas ou elementos de um produto, efetuando 
alterações no projeto;
2. Eliminar atributos ou funções de um produto que agregam valor para o cliente;
3. Reunir vários componentes ou funções em um único elemento, como 
por exemplo: ao executar um radier, utilizá-lo tanto como fundação da edifi-
cação como laje de contrapiso;
4. Evitar o dimensionamento excessivo de recortes, ângulos, inclinações e 
superfícies curvas;
5. Analisar a viabilidade de utilização de elementos pré-fabricados, méto-
dos de pré-montagem e modularização que possam ser contemplados ainda 
na fase de projeto;
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6. Especificar materiais e componentes com engates e conexões de fácil 
execução. Exemplo: adotar ligações parafusadas ao invés de ligações solda-
das, demandando um número menor de profissionais especializados;
7. Empregar materiais e componentes que necessitem de poucos cuidados 
no armazenamento;
8. Especificar materiais com ampla disponibilidade no mercado, em caso 
de necessidade de substituição posterior;
9. Planejar e adotar soluções de projeto que reduzam a interdependência 
entre atividades, como por exemplo, usando partes pré-fabricadas que per-
mitam o desenvolvimento de outras atividades em paralelo, dentro ou fora 
do canteiro;
10. Eliminar atividades que não agregam valor no processo construtivo. 
Exemplo: remanejamento de materiais dentro do canteiro de obras.
Outro princípio que pode ser citado é o da padronização de componentes e 
processos, o qual pode trazer benefícios não apenas para a técnica construtiva 
adotada, mas também para o planejamento e orçamento da obra. As seguintes 
vantagens podem ser citadas (O’CONNOR; RUSCH; SCHULZ, 1987):
• Repetição das atividades: proporciona o aumento do efeito aprendiza-
do, aumentando a produtividade da mão de obra;
• Menor diversificação de materiais: adotando-se esta prática, a compra 
e administração de materiais se simplificam, auxiliando no processo;
• Maiores volumes de compra: resultado ainda do item anterior, tem-se 
uma maior quantidade de materiais iguais, que podem ser comprados em 
volumes maiores, obtendo-se, assim, maiores descontos.
Novamente, é na etapa de projeto que este conceito pode ser aplicado. 
Logo, cabe ao projetista incorporar a padronização durante a elaboração de 
projetos e especificações, buscando identificar elementos com potencial de 
padronização. Alguns exemplos podem ser citados, como: padronizar posi-
cionamento e tipos de esquadrias, especificar revestimentos de pisos e pare-
des para diversos ambientes, entre outros.
No entanto, deve-se avaliar a real viabilidade e necessidade de padronização 
de uma construção, pois, para que este conceito seja justificável, deve existir 
uma grande quantidade de elementos idênticos, resultando em produções em 
larga escala, tanto dentro como fora do canteiro de obras (RODRIGUES, 2005).
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Um fator bastante comum durante a execução de obras é a interferên-
cia das condições climáticas, que pode ser minimizada com a facilitação da 
construção sob climas adversos. Isto ocorre porque, na maioria dos casos, 
os trabalhos são desenvolvidos ao ar livre, causado maior impacto nas obras 
horizontais quando comparadas às verticais. Dessa maneira, o planejamento 
adequado da técnica construtiva, sob estas condições, pode auxiliar na cons-
trutibilidade da obra. Neste conceito, as seguintes ações práticas podem ser 
tomadas (O’CONNOR; RUSCH; SCHULZ, 1987):
• Reduzir a quantidade de atividades efetuadas ao ar livre, que podem ser 
afetadas pelas condições climáticas. Uma alternativa seria a realização dos 
serviços de cobertura tão cedo quanto possível;
• Aumentar o número de atividades que podem ser efetuadas fora do can-
teiro de obras, como componentes pré-fabricados. Exemplo: estruturas de 
cobertura em perfis metálicos;
• Minimização dos efeitos de chuvas no canteiro, com a execução, por 
exemplo, de drenagem provisórias.
A otimização dos processos de construção, que também pode ser enten-
dida como a capacidade de efetuar inovações nos métodos, é outra forma de 
contribuir para a construtibilidade do produto. Neste ponto, algumas práticas 
podem ser adotadas, como por exemplo (RODRIGUES, 2005):
• Inovar nos materiais e nos sistemas de construção temporária, como por 
exemplo, a adoção de contêineres ou trailers como escritório de obra;
• Substituir as ferramentas existentes ou implantar novas que reduzam 
a intensidade do trabalho, proporcionando ganhos em mobilidade e, conse-
quentemente, produtividade;
• Introduzir novos métodos para o uso de equipamentos ou modificar a 
sua utilização, visando ganhos de produtividade.
Como muitas das operações em campo são realizadas de forma manual 
ou com a interação de trabalhadores, podemos dizer que a minimização dos 
tempos de percepção, decisão e manipulação destas operações é um fator a 
ser considerado. Assim, vejamos alguns exemplos para redução destes com-
ponentes (RODRIGUES, 2005):
• Minimização do tempo de percepção: facilita a visualização de todas 
as partes e ferramentas; identifica de forma tátil e visual áreas do canteiro; 
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pode ser instalada uma sinalização com formas geométricas e cores variadas, 
facilitando o rápido entendimento da mensagem;
• Minimização do tempo de decisão: facilita a visualização e consolidação 
de um modelo mental da tarefa de montagem; reduz o tempo de reação de 
escolha usando elementos simétricos ou integrados;
• Minimização do tempo de manipulação: adota elementos que sejam de 
fácil manuseio ou pega durante os trabalhos manuais, evitando partes que 
possam se enroscar e dificultar o andamento da atividade.
Pensando adiante, no período de uso e manutenção da edificação, po-
demos citar a promoção da manutenibilidade da edificação. Este conceito 
pode ser entendido como a definição de características em projeto que pro-
porcionarão facilidade, segurança e economia durante as atividades de ma-
nutenção. Assim, a facilidade de manutenção também pode ser vista como 
uma extensão dos próprios conceitos de construtibilidade.
De modo a ter uma visão mais ampla da aplicação dos conceitos de cons-
trutibilidade e sua influência nas técnicas construtivas, são apresentadas 
no Quadro 2 algumas práticas adotadas em um sistema construtivo de uma 
construtora de pequeno porte localizada na cidade de Porto Alegre, especia-
lizada na construção de empreendimentos residenciais (RODRIGUES, 2005).
Elemento ou sistema 
construtivo Prática adotada
Fundação • Adotado radier, funcionando também como contrapiso de concreto;• Uso de aço cortado e dobrado em fábrica.
Alvenaria/ 
Superestrutura
• Adotada alvenaria estrutural armada, funcionando como sistema 
estrutural e de vedação ao mesmo tempo;
• Evita a execução de formas;
• Tubulações hidrossanitárias podem ser embutidas na própria 
alvenaria, evitando rasgos posteriores.
Superestrutura • Uso de lajes pré-fabricadas;• Uso de vergas e contravergas pré-fabricadas.
Revestimentos 
argamassados
• Uso de argamassa industrializada, sendo necessário apenas adicionar 
água no canteiro de obras, padronizando os traços.
Acabamento externo • Uso de textura acrílica, reduzindo as etapas de aplicação de material para: aplicação de seladore textura.
Pisos • Uso de blocos intertravados, necessitando apenas de base compactada e camada de areia para assentamento e rejunte.
QUADRO 2. EXEMPLO DE BOAS PRÁTICAS DE CONSTRUTIBILIDADE 
APLICADAS NOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS
Fonte: RODRIGUES, 2005, p. 104. (Adaptado).
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Racionalização da construção
Durante a análise das técnicas construtivas adotadas para a execução das 
obras, podemos considerar outro conceito que pode contribuir para ganhos 
na gestão de obras: a racionalização da construção. Este conceito também é 
bastante relacionado à construtibilidade, pois ambos convergem para a busca 
dos meios para aumento da efi ciência dos processos.
Assim, podem ser implantadas desde a etapa de projeto, as tecnologias 
construtivas racionalizadas, que podem ser defi nidas como:
Um conjunto sistematizado de conhecimentos científi cos e em-
píricos, empregados na criação, produção e difusão de um modo 
específi co de se construir um edifício ou uma sua parte e orien-
tado pela otimização do emprego dos recursos envolvidos em 
todas as fases da construção (BARROS; SABBATINI, 2003, p. 2).
Sendo uma ferramenta conceitual, a racionalização pode ser aplicada a 
qualquer técnica ou sistema construtivo, não demandando altos investimentos 
e podendo ser implantada em empresas de qualquer porte. Um exemplo pode 
ser a aplicação de argamassa de assentamento de blocos cerâmicos com o uso 
de bisnagas, ao invés da utilização das ferramentas convencionais.
Outro exemplo que pode ser men-
cionado para dar suporte ao conceito 
de racionalização é, novamente, o de 
sistemas de alvenaria estrutural. A 
necessidade de planejar as paredes 
em módulos, para evitar que ocorram 
quebras e rasgos para a instalação de 
tubulações, por exemplo, evita o des-
perdício de materiais e reduz o retra-
balho. Seguindo a mesma linha, ao 
efetuar o assentamento dos blocos, 
pode-se executar simultaneamente as 
estruturas em concreto armado, como 
cintas, vergas, contravergas e pilares, 
conforme ilustrado na Figura 2. 
GESTÃO DE OBRA 55
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A
A
Cinta de amarração e verga
Graute autoadensável
Bloco tipo calha
Barras de aço
Meio 
bloco
Contra
verga
Reforço estrutural: ponto 
onde o vazado dos blocos 
recebe ferragem e graute
Corte AA
Figura 2. Projeto de uma parede em alvenaria estrutural, com detalhes executivos dos elementos em concreto armado. 
Fonte: RODRIGUES, 2005, p. 49
A racionalização ainda é importante para evitar o desperdício de materiais 
durante a obra, que pode chegar a 33%, ou uma a cada três construções perdi-
das, devido à falta de aplicação deste conceito.
Para termos uma ideia dos impactos causados pela falta de racionalização, 
alguns tipos de perdas podem ser relacionados (SACOMANO e colaboradores, 
2004), como:
• Perdas por superprodução: resultado da produção em 
quantidades superiores às projetadas e/ou planejadas;
• Por substituição de material: ocorrem quando um ma-
terial de valor ou característica superior ao espe-
cificado é executado em obra;
• Por espera: estão relacionadas com a 
falta de sincronização entre fluxos de ma-
teriais e atividades dos trabalhadores, re-
sultando em déficit de mão de obra ou de 
equipamento;
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• Por transporte: em geral, associados à má programação das atividades 
ou layout de canteiro inadequado, resultando em trabalhos excessivos;
• Perdas em estoques: resultado de estoques excessivos, por falta de pro-
gramação adequada de pedidos de materiais;
• Perdas por produtos defeituosos: ocorrem quando são executados pro-
dutos que não atendem à qualidade mínima ou não estão de acordo com o 
projeto elaborado.
Estes tipos de desperdícios gerados podem ser evitados durante a etapa 
de avaliação das técnicas que serão empregadas durante a construção. Con-
forme vimos, caso a falta da adequada racionalização da construção ocorra, 
pode-se ter prejuízos orçamentários signifi cativos para os gestores e proprie-
tários da edifi cação.
Canteiro de obras
A defi nição da confi guração do canteiro de obras é uma etapa importante 
dentro do planejamento de uma construção. Dependendo do tamanho do em-
preendimento e da sua evolução neste período, desenhos detalhados da loca-
lização de equipamentos e áreas destinadas às instalações provisórias devem 
ser elaborados. Assim, o objetivo principal do canteiro de obras é dar suporte 
adequado às atividades de produção ou construção.
Para termos uma ideia acerca da importância que o canteiro de obras pode 
desempenhar, consideremos que, na construção da usina de fabricação de aço 
da empresa Açominas, alguns equipamentos precisaram ser manti-
dos em ambientes controlados. O motivo foram as interrupções na 
obra devido à falta de recursos fi nanceiros (LIMMER, 1996).
As dimensões e a quantidade de elementos que farão parte 
do canteiro de obras podem ser bastante variadas. De-
penderão da defi nição de alguns elementos das téc-
nicas construtivas, como: materiais a serem arma-
zenados, logística de equipamentos e meios de 
transporte, dimensionamento das equipes, tem-
po de obra, entre outros. Um exemplo de layout 
de canteiro de obras pode ser visto na Figura 3.
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Módulo 2 Módulo 3
Módulo 1 Módulo 4
Betoneira
Ent. veículos
Ent. pedestres
Depósito
Depósito
Almoxarifado
WC/Vestiário
Serra
Figura 3. Exemplo de layout de canteiro de obras de um complexo residencial composto por 15 torres. Fonte: DOURA-
DO; BARBOSA; CASELLI, 2014, p. 4.
Apesar do planejamento e projeto do canteiro de obras auxiliarem na cons-
trutibilidade e racionalização do processo de construção, muitos empreendi-
mentos ainda possuem canteiros feitos de maneira bastante aleatória, basea-
dos apenas em experiências passadas dos seus responsáveis técnicos.
CURIOSIDADE
O arranjo de um canteiro de obras pode se mostrar como um assunto 
maior do que o imaginado em algumas situações. Se considerarmos, 
por exemplo, “n” elementos de produção, o número de configurações 
possíveis para o seu arranjo no canteiro é de n! Logo, para um pequeno 
canteiro com dez elementos (exemplo: barracão de obra, depósito de 
materiais de pequeno porte, central de concreto, almoxarifado, depósito 
de brita, depósito de areia, depósito de aço, depósito de madeiras, central 
de corte e dobra de aço e carpintaria), o número de arranjos possíveis é 
de n!=10!=3.628.800! (LIMMER, 1996).
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Planejamento do canteiro de obras
Com base no escopo da construção 
e da técnica construtiva defi nida, po-
de-se seguir para a etapa de planeja-
mento e elaboração do projeto do can-
teiro de obras ou da “fábrica móvel”. 
Neste momento, segundo Limmer 
(1996), alguns conceitos e itens devem 
ser considerados, como:
• Integração: buscando evitar ine-
fi ciências durante o andamento da 
obra, os elementos que compõem as 
linhas de produção devem estar har-
monicamente integrados;
• Distâncias reduzidas: sempre 
que possível, as distâncias entre cen-
trais de produção devem ser reduzi-
das, evitando deslocamentos desne-
cessários. Neste quesito, algumas medidas podem ser adotadas, como:
• Localizar no projeto as instalações fi xas, como centrais de preparação 
ou de transformação de materiais;
• Defi nir o fl uxo de veículos, arranjos de guindastes e outros equipamen-
tos móveis;
• Especifi car a infraestrutura de vias de acesso, circulação interna, 
sinalização etc. Dependendo do porte da obra, pode-se prever trata-
mentos das superfícies de rolagem que permita uma boa drenagem 
em dias de chuva;
• Posicionar alojamentos, ofi cinas, depósitos, escritórios e similares;
Assim, podemos imaginar que um canteiro bem pensado e projetado 
pode causar um impacto

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