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Administração e Orçamento de Obras

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Prévia do material em texto

Priscila Maria Santiago Pereira
Hudson Goto
Rafaela Franqueto
Ana Paula de Sá Gonçalves
Eduarda Pereira Barbosa
Organizadora: Emmanuelle Maria Gonçalves Lorena
ADMINISTRAÇÃO 
E ORÇAMENTAÇÃO 
DE OBRAS
Administração e 
orçamentação de 
obras
© by Ser Educacional
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro 
tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia 
autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional.
Imagens e Ícones: ©Shutterstock, ©Freepik, ©Unsplash, ©Wikimedia Commons.
Diretor de EAD: Enzo Moreira.
Gerente de design instrucional: Paulo Kazuo Kato.
Coordenadora de projetos EAD: Jennifer dos Santos Sousa.
Equipe de Designers Instrucionais: Carlos Mello; Gabriela Falcão; Isis Oliveira; 
José Felipe Soares; Márcia Gouveia; Mariana Fernandes; Mônica Oliveira; 
Nomager Sousa.
Equipe de Revisores: Emily Pacífico; Everton Tenório; Lillyte Berenguer; 
Nathalia Araujo.
Equipe de Designers gráficos: Bruna Helena Ferreira; Danielle Almeida; 
Jonas Fragoso; Lucas Amaral; Sabrina Guimarães; Sérgio Ramos e Rafael 
Carvalho.
Ilustrador: João Henrique Martins.
Pereira, Priscila Maria Santiago; Goto, Hudson; Franqueto, Rafaela; 
Gonçalves, Ana Paula de Sá.
Organizador(a): Lorena, Emmanuelle Maria Gonçalves.
Administração e orçamentação de obras:
Recife: Grupo Ser Educacional e Digital Pages- 2023.
148 p.: pdf
ISBN:
1. Gestão 2. Orçamentação 3. Obras.
Grupo Ser Educacional
Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro
CEP: 50100-160, Recife - PE
PABX: (81) 3413-4611
E-mail: sereducacional@sereducacional.com
Iconografia
Estes ícones irão aparecer ao longo de sua leitura:
ACESSE
Links que 
complementam o 
contéudo.
OBJETIVO
Descrição do conteúdo 
abordado.
IMPORTANTE
Informações importantes 
que merecem atenção.
OBSERVAÇÃO
Nota sobre uma 
informação.
PALAVRAS DO 
PROFESSOR/AUTOR
Nota pessoal e particular 
do autor.
PODCAST
Recomendação de 
podcasts.
REFLITA
Convite a reflexão sobre 
um determinado texto.
RESUMINDO
Um resumo sobre o que 
foi visto no conteúdo.
SAIBA MAIS
Informações extras sobre 
o conteúdo.
SINTETIZANDO
Uma síntese sobre o 
conteúdo estudado.
VOCÊ SABIA?
Informações 
complementares.
ASSISTA
Recomendação de vídeos 
e videoaulas.
ATENÇÃO
Informações importantes 
que merecem maior 
atenção.
CURIOSIDADES
Informações 
interessantes e 
relevantes.
CONTEXTUALIZANDO
Contextualização sobre o 
tema abordado.
DEFINIÇÃO
Definição sobre o tema 
abordado.
DICA
Dicas interessantes sobre 
o tema abordado.
EXEMPLIFICANDO
Exemplos e explicações 
para melhor absorção do 
tema.
EXEMPLO
Exemplos sobre o tema 
abordado.
FIQUE DE OLHO
Informações que 
merecem relevância.
SUMÁRIO
UNIDADE 1 
Planejamento de obras � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 13
Planejamento físico � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 13
EAP � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �15
Método do Caminho Crítico (Critical Path Method – 
CPM) � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �18
Cronograma � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �21
Histograma de recursos � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 23
Curva S (para estimativa do progresso) � � � � � � � � � � � � � � 26
Planejamento financeiro de execução de obras � � � � � � � 29
Cronograma financeiro � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 30
Curva S: estimativa de custo � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 34
Curva ABC � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 35
UNIDADE 2
Gestão de custos � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 43
Composição de custos � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 43
Composição de custos unitários � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 45
Orçamento � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �48
Planejamento financeiro de execução de obras � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 49
Orçamento da obra � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �51
Bases orçamentárias � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 57
Cronograma físico-financeiro de construção � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 61
Cronograma físico-financeiro � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 62
Matriz de controles financeiros � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 70
UNIDADE 3 
Gerenciamento das construções � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 77
A importância de gerenciar na construção civil � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 77
Gerenciamento de obras baseada em projetos � � � � � � � � � � � � � � � � � �82
Ferramenta de apoio a gestão � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 85
Produtividade na construção civil � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 90
Fatores que influenciam a produtividade � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 92
Indicadores de produtividade � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 95
Gestão das perdas construtivas � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 96
Tipos de perdas � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 97
Perdas segundo o tipo de recurso consumido � � � � � � � � � 97
Perdas segundo a unidade para a sua medição � � � � � � � � 99
Perdas segundo o momento de incidência na produção
 � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 99
Perdas segundo a natureza � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 99
Perdas segundo a sua origem � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 100
Cálculo de indicadores de perdas construtivas � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 103
Indicadores de mensuração � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 103
Indicadores explicadores � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 105
UNIDADE 4 
Análise técnica construtiva � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 111
Construtibilidade � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �116
Racionalização da construção � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 123
Canteiro de obras � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 125
Planejamento do canteiro de obras � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 127
Arranjos e elementos do canteiro de obras � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 130
Referências � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 140
Apresentação
Olá, alunos(as)! Sejam todos(as) bem-vindos(as) ao componente 
curricular Administração e Orçamentação de Obras.
Nesta disciplina, você terá a oportunidade de obter uma visão geral 
de uma área que é de extrema importância na construção civil. Isso 
posto, pela visão da administração, orçamentação e planejamento 
de obras, conhecerá o passo a passo para que uma construção seja 
bem-sucedida.
Os projetos e obras, muitas vezes com um grau elevado de 
complexidade, exigem profissionais preparados para tomar ações 
preventivas e corretivas, de maneira consciente e embasados em 
conhecimentos técnicos consistentes.
O material elaborado aborda, de maneira práticae clara, os 
principais conceitos e as ferramentas necessárias para planejar, 
programar, controlar e, se necessário, reprogramar, além de outros 
tópicos interligados ao tema e relevantes para sua formação.
Você está preparado(a) para iniciarmos a nossa disciplina? 
Vamos lá!
Autoria
Priscila Maria Santiago Pereira
Mestra em Engenharia de Construção Civil e Urbana pela Escola Po-
litécnica da USP (2001) e especialista em Gerenciamento de Ope-
rações em Construção Civil e em Gerenciamento da Empresa de 
Construção Civil pela FDTE/USP (1994). Graduada em Engenharia 
Civil pela Faculdade de Engenharia Civil de Itajubá (FECI, 1985), 
atua nos seguintes temas: gerenciamento de empreendimentos ha-
bitacionais, verticalização de favelas, planejamento urbano, melho-
ramento em hidrovias, gestão de resíduos e infraestrutura urbana.
Currículo Lattes
http://lattes.cnpq.br/6303712299147774 
Hudson Goto
Mestre pelo programa de pós-graduação em Engenharia de Construção 
Civil da Universidade Federal do Paraná (UFPR) (2017), especialista em 
Patologia das Construções pela Universidade Tecnológica Federal do Pa-
raná (UTFPR) (2014) e possui MBA em Gerenciamento de Projetos pela 
Fundação Getúlio Vargas (FGV) (2012). Graduado em Engenharia Civil 
pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) (2005). Atua como enge-
nheiro civil de manutenção de usinas hidrelétricas, com enfoque em se-
gurança, manutenção e inspeções de barragens. Possui experiência em 
elaboração de orçamentos e acompanhamento de obras de pequeno e 
médio porte, com gerenciamento de mão de obra própria e terceirizada, 
elaboração de cronogramas físicos e negociação com fornecedores.
Currículo Lattes
http://lattes.cnpq.br/6402604111910324
Rafaela Franqueto
Doutora em Engenharia Ambiental (2020) pela Universidade Re-
gional de Blumenau, mestra em Engenharia Sanitária e Ambiental 
pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (2016) e graduada em 
Engenharia Ambiental pela Universidade Estadual do Centro-Oeste 
(2014). É técnica em Análises Clínicas pelo Senac (2010).
Currículo Lattes
http://lattes.cnpq.br/7039997629117176
Ana Paula de Sá Gonçalves
Especialista em Segurança do Trabalho (2008) e Engenharia Sa-
nitária e Ambiental (2004) pela Universidade Vale do Aço – UNI-
LESTE. É graduada em Engenharia Civil pela Universidade Vale 
do Rio Doce – UNIVALE (1997). Atua no setor de construção civil 
com demandas em engenharia e segurança do trabalho há mais 
de 20 anos. Trabalhou com atividades operacionais, tendo sido 
responsável pelos processos administrativos, logísticos e opera-
cionais envolvidos em projetos, com foco principal no escopo e 
cronograma do cliente.
Currículo Lattes
http://lattes.cnpq.br/3246405049348754
Eduarda Pereira Barbosa
Mestra em Engenharia Civil com ênfase em Materiais Regionais e 
Não Convencionais Aplicados a Estruturas e Pavimentos pela Uni-
versidade Federal do Amazonas (UFAM, 2019) e graduada em En-
genharia Civil pelo Centro Universitário do Norte (UniNorte, 2017). 
Tem experiência como professora conteudista para instituições de 
ensino superior e é professora de cursos técnicos nas disciplinas de 
Materiais de Construção; Mecânica dos Solos e Pavimentação; To-
pografia; Estruturas de Concreto; Instalações Elétricas; Instalações 
Hidrossanitárias; Tecnologia da Construção; e Segurança do Traba-
lho, entre outras.
Currículo Lattes
http://lattes.cnpq.br/0366793836548985
Emmanuelle Maria Gonçalves Lorena
Graduada (2003) em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da 
Universidade de Pernambuco (Poli/UPE) e mestre (2016) em Enge-
nharia Ambiental pela Universidade Federal Rural de Pernambuco. 
Atua, desde 2003, em projetos, execução e fiscalização em sistemas 
de transportes, como também em obras de edificações. Além disso, 
possui experiência em docência voltada para o ensino à distância 
(EaD) e presencial em níveis de formação técnica, de graduação e 
pós-graduação desde 2006.
Currículo Lattes
http://lattes.cnpq.br/8185271548700097
Organizadora
UN
ID
AD
E
1
Objetivos
1. Identificar a importância do planejamento físico e financeiro 
para a gestão de obras;
2. Reconhecer as ferramentas e técnicas utilizadas no planeja-
mento de obras;
3. Descrever a programação física e financeira de obras;
4. Elaborar e interpretar elementos como gráfico de Gantt, rede 
COM, as curvas S e ABC.
12
Introdução
Caro(a) aluno(a), para iniciar os estudos de Administração e Or-
çamentação de Obras iremos abordar tópicos conceituais rela-
cionados a importância do planejamento e gestão de obras, assim 
como os avanços em técnicas e ferramentas para a programação 
física e financeira.
Bons estudos!
13
Planejamento de obras
O planejamento de obras é um processo fundamental para o suces-
so de projetos de construção. Ele envolve a organização e a definição 
das etapas fundamentais para a execução de uma obra, levando em 
consideração diversos fatores para o planejamento físico e financei-
ro, estabelecendo os recursos disponíveis, as restrições, objetivos e 
os controles necessários.
Planejamento físico
Fazemos uso de planejamento em muitas atividades diárias e, mui-
tas vezes, nem nos damos conta disso. A decisão sobre qual caminho 
escolhemos para chegar ao trabalho ou à faculdade ou, ainda, como 
nos organizamos no final de semana são fatores que nos levam a 
planejar nossas atividades.
Assim, planejar significa escolher a forma como iremos atingir de-
terminado objetivo, ou seja, de que maneira chegaremos a ele, em 
quanto tempo, quais recursos serão utilizados e quanto isso nos cus-
tará. Para que esse planejamento seja eficiente, é fundamental a ob-
tenção do maior número possível de informações – e que o planejado 
seja controlado, a fim de que qualquer falha ou problema que venha a 
ocorrer sejam identificados o mais breve possível e corrigidos.
Planejamento, segundo o professor Carlos Torres Formoso 
(1991), pode ser definido como “o processo de tomada de decisão 
que envolve o estabelecimento de metas e dos procedimentos ne-
cessários para atingi-las, sendo efetivo quando seguido de um con-
trole” (FORMOSO, 1991 apud BERNARDES, 2001, p. 17).
Na gestão de obras, o planejamento tem função extremamente im-
portante. Um bom planejamento e controle podem ser a diferença 
entre o sucesso ou o fracasso do empreendimento. Gerenciar uma 
obra é fazer com que as coisas aconteçam por meio de terceiros, e 
IMPORTANTE
14
DEFINIÇÃO
implica acompanhar a execução técnica, controlar o cumprimento 
do cronograma, o planejamento financeiro e todas as pessoas en-
volvidas direta e indiretamente.
Durante a execução da obra, é muito comum que alguns im-
previstos ocorram – e certamente eles irão! É preciso, no entanto, 
estar atento para agir rapidamente e fazer as alterações necessárias, 
razão pela qual o controle na obra é tão necessário. É importante des-
tacar que o planejamento de uma obra ou de qualquer outro projeto 
envolve a participação de diversas áreas da empresa, como projetos, 
obras, orçamento, suprimentos, meio ambiente, financeiro e jurídico.
Se essa participação não ocorrer desde o início, o planeja-
mento será ineficiente e, certamente, vários problemas que pode-
riam ter sido previstos poderão ocorrer durante a obra, acarretando 
atraso e desperdício de recursos, isso se não resultarem em algo 
ainda mais grave. Imagine que as obras estão prestes a serem ini-
ciadas e, somente nesse momento, você é informado da necessidade 
de uma licença ambiental que não foi providenciada, porque a área 
ambiental não participou da elaboração do planejamento?
Como, assim, realizar um bom planejamento de obra? A de-
finição detalhada, clara e objetiva do escopo da obra pode ser con-
siderada o primeiro passo para um bom planejamento. Definido o 
objetivo a ser atingido, inicia-se a definição de “como” a obra será 
feita. Nessa fase, já com o conhecimento das características da obra, 
estabelece-se a estratégia a ser implementada para sua execução.
O escopo pode ser entendido como “o que”vai ser feito. Há, em ges-
tão de projetos, várias definições para esse termo. Segundo Carvalho 
e Rabechini Jr. (2011), “escopo, na verdade, refere-se ao trabalho a 
ser realizado no âmbito do projeto” (CARVALHO; RABECHINI JR., 
2011, [n. p.]). Pode haver necessidade de alteração do escopo durante 
o andamento da obra; por exemplo, na implantação de um projeto de 
urbanização, verifica-se que há uma adutora no local que interferirá 
15
no andamento da obra. Nesse caso, o planejamento precisa ser alte-
rado (reprogramado), considerando as alterações necessárias.
A definição e o detalhamento das estratégias que serão adota-
das na obra, como tecnologias que serão utilizadas, os materiais, os 
equipamentos, entre outros, possibilitam um maior conhecimento 
de todo o processo, tornando-o mais eficiente. Nessa etapa de ela-
boração do planejamento físico de uma obra, é necessário o uso de 
algumas técnicas que auxiliarão tanto no planejamento quanto no 
controle do que será realizado. Algumas delas são:
 • EAP;
 • Método do Caminho Crítico (Critical Path Method – CPM);
 • Cronograma;
 • Histograma de recursos;
 • Curva S.
EAP
Segundo Carvalho e Rabechini Jr. (2011), a Estrutura Analítica do 
Projeto (EAP), ou Work Breakdown Structure (WBS), “é a represen-
tação do processo de desagregação (para baixo) e integração (para 
cima) do trabalho do projeto que vai ajudar o gerente de projetos na 
execução e no controle das atividades do projeto” (Ibidem, p. 89). 
Esclarecendo: projeto, aqui, deve ser entendido como o empreen-
dimento, a obra. Afinal, toda obra é um projeto único e com data 
de início e término definidas, o que se configura como as principais 
características de um projeto.
A identificação das atividades necessárias para a execução e 
conclusão da obra é um trabalho muito importante e é a primeira 
etapa para a elaboração do planejamento de obra. Não é, porém, 
uma prática simples, até mesmo gerentes com grande experiência, 
dependendo do tipo de projeto ou obra, encontram dificuldades em 
sua elaboração. Informações de campo, opiniões de profissionais 
especializados, conhecimentos técnicos e obras similares podem 
contribuir para definição dessas atividades e elaboração da EAP.
16
Dessa maneira, a Estrutura Analítica do Projeto (EAP) con-
siste em uma listagem de todas as atividades a serem executadas 
em ordem hierárquica e auxilia na montagem dos cronogramas e no 
controle das atividades de obra. As atividades são decompostas em 
componentes menores até chegarem em pacotes de trabalho, nos 
quais é possível fazer uma previsão de data e custo mais confiável. 
Uma das vantagens da EAP é possibilitar uma melhor estimativa da 
duração, dos recursos e do custo da obra. Ademais, ela deve detalhar 
todo o trabalho necessário para execução do escopo e, dependendo 
da complexidade da obra, poderá ter diversos níveis.
A figura 1 representa uma EAP para a construção de uma 
casa, observe:
Figura 1 - EAP de uma casa
Fonte: Elaborada pelo Grupo Ser Educacional (2021).
Veja que haveria possibilidade de colocar níveis mais baixos 
em alguns serviços dessa EAP, como no caso do revestimento. Esse 
serviço poderia ser “revestimento interno” e “revestimento exter-
no”, por exemplo. O mais importante a ser considerado na elabo-
ração da EAP é que seu uso possibilita a visão de todo o escopo da 
obra e, dessa maneira, torna-se fácil identificar quais os responsá-
veis por cada etapa.
CASA
Serviços
preliminares
Limpeza do
terreno
Instalação 
do canteiro
de obras 
Locação
da obra
Sapata
Fundação
Alvenaria
Revestimento
Esquadrias
Vedações e
divisórias
Água
Esgoto
Elétrica
Instalações
Telefonia
Estrutura
do telhado
Telhado
Cobertura
Limpeza
Serviços
comple-
mentares
17
A EAP pode também ser representada por meio de tabelas. O 
quadro 1 a seguir mostra uma EAP em forma de tabela:
Quadro 1 - EAP em forma de tabela
Fonte: Adaptado de Carvalho e Rabechini Jr. (2011, [n. p.]).
01. Serviços 
Preliminares
01.01. Limpeza
01.02. Água/Luz
01.03. Canteiro
02. Projeto
02.01. Planta
02.01.01. Arquitetura
02.01.02. Elétrica
02.01.03. Hidráulica
02.01.04. Estrutural
02.02. Aprovações
02.02.01. Plantas
02.02.02. Alvarás
03. Construção
03.01. Fundação
03.02. Estrutura
03.03. Telhado
03.04. Esquadrias
03.05. Alvenaria
04. Sistemas 
06. Serviços 
Complementares
07. Gerência
04.01. Água
04.02. Elétrica
06.01. Limpeza
06.02. Jardinagem
07.01. Plano
07.02. Acompanhamento
07.03. Entrega/Encerramento
05. Acabamento
05.01. Pintura
05.02. Revestimentos
05.03. Vidros
05.04. Armários
05.01.01. Interna
05.01.02. Externa
05.02.01. Banheiros
05.02.02. Cozinha
05.02.03. Quartos
05.02.04. Outros
CASA
18
Método do Caminho Crítico (Critical Path Method – CPM)
Diagrama de rede, ou Critical Path Method (CPM), é a representação 
gráfica de um programa/projeto ou, no caso em estudo, uma obra. É 
uma ferramenta muito utilizada no setor de construção e apresenta 
a sequência lógica de um planejamento com as interdependências 
das atividades.
Aqui, faz-se a representação da rede conectando-se a todas 
as atividades. Para isso, é necessário caracterizar as interligações 
entre as atividades, ou seja, as relações de dependência entre elas 
e a sequência de execução, definindo qual atividade será executa-
da primeiro (predecessora). As atividades podem ser representadas 
por círculos que simbolizam a transição entre as atividades e por 
setas, que são as atividades a serem executadas.
Outra forma é representar as atividades em nós. Nesse caso, 
os nós são caixas e as flechas são as relações de precedência, sendo 
essa a maneira mais usual de apresentação do CPM. 
Imagine, por exemplo, que, na obra de uma casa, você tenha a ativi-
dade “revestimento” e “pintura da parede interna da parede” para 
ser executada. A sequência das atividades seria:
Execução do chapisco Emboço Reboco Pintura
As relações de precedência podem ser de vários tipos, confor-
me afirma Carvalho e Rabechini Jr. (2011):
 • Término/início
O início do trabalho da atividade sucessora depende do tér-
mino da predecessora.
EXEMPLO
19
 • Término/término
O término do trabalho da atividade sucessora depende do 
término do trabalho da predecessora.
 • Início/início
O início do trabalho da atividade sucessora depende do 
início da predecessora.
 • Início/término
O término do trabalho da atividade sucessora depende do iní-
cio do trabalho da predecessora. 
Para a elaboração da rede, é necessário conhecer bem as du-
rações das atividades e atribuir estimativas de tempo e recursos 
para cada uma delas. A duração das atividades, que pode ser em 
horas, dias, semanas, meses, entre outros, está diretamente liga-
da à quantidade de recursos disponíveis, à quantidade de serviços 
que serão realizados e à produtividade (ADOMA; MAZUTTI, 2019). 
Lembre-se também de que a definição do processo construtivo ou 
do material escolhido para a realização das atividades terá impacto 
direto na duração.
A escolha do material a ser utilizado na estrutura (concreto 
usinado ou concreto produzido na obra com betoneira) vai alterar a 
duração da atividade “concretagem da estrutura”. No caso de obras 
de manutenção em pontes e viadutos, a interferência do trânsito 
local também vai ter impacto na duração das atividades. Assim, a 
definição de como serão feitas as intervenções deve ocorrer na fase 
do planejamento.
Além disso, a estimativa de duração das atividades deve levar 
em conta a região na qual a obra será executada e a época do ano. 
Obras similares já executadas anteriormente pela empresa podem 
servir de parâmetro para estabelecer as durações; porém, como o 
período de chuvas, a mão de obra e mesmo o clima têm implicações 
no andamento da obra, logo, ao fazer-se a estimativa da duração, 
tudo isso deve ser considerado.
20
EXEMPLO
CURIOSIDADE
No exemplo “revestimento e pintura da parede interna da parede”, 
imagine que a duração de cada uma das atividades seja de 1 (um) dia. 
A representação gráficada rede seria:
Figura 2 - Rede de precedência
Fonte: elaborada pelo Grupo Ser Educacional (2021). 
Utilizamos o CPM (Critical Path Method, ou Método do Cami-
nho Crítico) para identificar as atividades que não podem atrasar, 
sob pena de prejudicar a duração do projeto. Essas atividades são 
chamadas de atividades críticas e são aquelas que não têm folga 
alguma. As demais atividades, não críticas, e, portanto, com folga, 
podem atrasar um pouco para começar ou para terminar (até o limi-
te da folga especificada) sem que o projeto seja prejudicado.
Você vai ouvir falar sobre Program Evaluation and Review Techni-
que – PERT, ou PERT/CPM. Na verdade, PERT e CPM são técnicas 
de programação distintas. Embora ambos tenham sido desenvolvi-
dos no mesmo ano, de 1958, o PERT, desenvolvido para a Equipe de 
Projetos Espaciais da Marinha Norte-Americana, teve aplicação no 
Sistemas de Mísseis Polaris e tem aspectos probabilísticos. Já o CPM 
Chapisco
1
Emboço
1
Reboco
1
Pintura
1
21
foi desenvolvido para a empresa DuPont para projetos de produtos 
químicos, com abordagem determinística para estimativas de du-
ração das atividades.
O método do caminho crítico (PERT/CPM) é, dessa maneira, 
a sequência de atividades que representa o caminho mais longo do 
projeto ou obra. É importante ressaltar que em uma obra pode haver 
mais de um caminho crítico. Já a folga, segundo Pinheiro e Crivelaro 
(2014), “é a diferença entre o intervalo de tempo existente para o 
início e o término de uma atividade e a sua duração prevista” (PI-
NHEIRO; CRIVELARO, 2014, p. 97).
Cronograma
A representação do cronograma físico é frequentemente realizada pelo 
Gráfico de Gantt, ou Diagrama de Gantt, ou gráfico de barras. O gráfico 
de Gantt é talvez uma das técnicas mais utilizadas para representar um 
cronograma de obra. A facilidade de elaboração, compreensão e alteração 
são as principais vantagens desse gráfico. Ele é bastante utilizado nos re-
latórios e apresentações para os clientes na exibição do progresso da obra.
Você sabia que o gráfico de Gantt foi inicialmente elaborado pelo 
engenheiro mecânico Henry Gantt para controle diário da produ-
ção? Em 1917, durante a Primeira Guerra Mundial, esse gráfico foi 
utilizado para a construção de navios de guerra, segundo Pinheiro e 
Crivelaro em seu livro Planejamento e custos de obras, de 2014.
Nele, as atividades que serão desenvolvidas são representadas 
em forma de barras horizontais com a identificação de início e fim da 
atividade. Para controle, podem ser criadas barras paralelas com as 
VOCÊ SABIA?
22
atividades já realizadas. Como desvantagem, podemos citar o fato de 
não ser possível identificar as interdependências das atividades.
Depois de definida a sequência das atividades e sua duração, 
pode-se dar início à elaboração do cronograma de obra, estabele-
cendo a data de início e de término de cada uma dessas atividades. 
Recomenda-se começar pelas atividades críticas, que têm folga 
zero. Na sequência, as demais são programadas, que podem come-
çar um pouco mais tarde do que a data mais cedo possível. No qua-
dro 2, temos a representação de cronograma físico.
Quadro 2 - Representação de um cronograma físico
Fonte: elaborado pelo Grupo Ser Educacional (2021).
Pode-se optar por iniciar uma atividade não crítica mais tarde do 
que foi planejado, em função da disponibilidade de recursos, por exem-
plo. Dessa forma, seria possível usar os recursos disponíveis – pessoas, 
materiais e equipamentos – da maneira mais eficiente possível, com 
pouca ou nenhuma ociosidade. Por isso, às vezes, é interessante pos-
tergar o início de uma atividade para aguardar a liberação de um recurso 
que ainda está sendo utilizado em uma ação em vias de ser concluída.
Nesse momento, os histogramas de recurso são particular-
mente úteis, uma vez que eles mostram o consumo dos recursos-
-chave durante a execução do projeto. Isso nos permite identificar, 
a priori, quando um recurso estará escasso (consumo acima da dis-
ponibilidade) e/ou sua ociosidade ao longo do tempo.
Isso posto, é muito comum em relatórios gerenciais a apre-
sentação do Cronograma ou do Diagrama de marcos. Este é bem 
semelhante ao Cronograma de Gantt, mas é focado nos marcos da 
obra, ou seja, nas etapas importantes a serem atingidas.
Atividades
Atividade A 1
Atividade C 1
Atividade B 1
Duração (semanas)
1 2 3
Duração 
(semanas)
23
Figura 3 - Diagrama de marcos
Fonte: elaborada pelo Grupo Ser Educacional (2021).
Há, no mercado, vários aplicativos específicos para o geren-
ciamento de obras, e muitos fazem uso dessas mesmas ferramentas. 
É importante, no entanto, que o profissional conheça os conceitos e 
as técnicas nas quais o software se baseia, para que possa utilizá-lo 
com conhecimento, discernimento e segurança.
Histograma de recursos
Histograma é uma ferramenta muito útil na obra, seja o histogra-
ma de pessoal, seja o de material ou o de equipamento. Assim, “o 
histograma de recursos é um gráfico de colunas que representa a 
quantidade requerida do recurso por unidade de tempo” (MATOS, 
2010 apud ADOMA; MAZUTTI, 2019, [n. p.]). O histograma de pes-
soal permite o dimensionamento da mão de obra necessária para 
execução de cada atividade, facilitando prever com antecedência a 
necessidade ou o excesso de trabalhadores.
Com o cronograma elaborado, as atividades a serem execu-
tadas estão distribuídas ao longo do tempo. Assim, em um deter-
minado período, é possível visualizar as atividades que estão sendo 
executadas em paralelo e estimar a equipe que será necessária para 
a sua execução no período específico.
0 10
A
A
ti
vi
da
de
s
Tempo
B
C
D
E
F
G
H
20 30 40 50
24
Ademais, o histograma de materiais ajuda no planejamento 
dos materiais que serão essenciais no canteiro de obras para a rea-
lização dos serviços. A instalação do canteiro de obras prevê local 
para armazenamento de materiais que serão utilizados, e os mate-
riais serão entregues conforme a etapa em que a obra se encontra. 
Dessa maneira, o histograma de materiais pode ajudar no planeja-
mento das compras e entregas desses instrumentos. 
No quadro 3, é possível visualizar uma planilha com a relação 
de atividades, de precedências, de duração e de recursos por ativida-
de. Em seguida, são apresentados o cronograma físico correspondente 
e os histogramas de pessoal. Para facilitar o entendimento, observe o 
período do cronograma entre 0 e 10, momento em que está sendo exe-
cutada somente a Atividade A. Para a realização dessa, a quantidade 
de mão de obra necessária é: 3 de X, 2 de Y e 1 de Z. Nos histogramas 
apresentados na sequência, é fácil visualizar esses recursos, observe: 
Quadro 3 - Tabela de atividades, precedências, duração e recursos
Fonte: elaborada pelo Grupo Ser Educacional (2021).
Atividade
A - 10 3 2 1
C
D
E
F
G
H
A
C
C
B,D
D,E
F,G
5
4
6
12
5
16
2
1
3
4
0
1
1 2
3 2
2 2
2 1
2 2
1 3
B A 12 2 1 3
Duração (semanas)
(dias) Recurso X Recurso Y Recurso Z
Atividade 
Precedente
25
Figura 4 - Gráfico de Gantt
 Fonte: elaborada pelo Grupo Ser Educacional (2021).
Figura 5 - Histograma de pessoal – recurso X (cinza escuro), recurso Y (cinza claro) e 
recurso Z (preto) 
26
Fonte: elaborada pelo Grupo Ser Educacional (2021).
Curva S (para estimativa do progresso)
O desenvolvimento de um projeto não acontece de forma linear e 
constante. Ele começa mais devagar, seu ritmo acelera e, ao apro-
ximar-se do final, volta a cair. Por esse motivo, ao fazer um gráfico 
de realização acumulada do projeto ao longo do tempo, temos uma 
curva que se assemelha a uma letra “S”. A curva S, criada duran-
te o planejamento, é depois utilizada no monitoramento do projeto 
durante sua execução. Com ela, é possível ter uma visão mais clara 
da evolução física da obra e comparar o planejado e o realizado. Por 
essa razão, ela é bastante utilizada em relatórios gerenciais.
27
O eixo horizontal representa o tempo e o vertical a quantida-
de executada acumulada,geralmente apresentada em porcentagem. 
Isso posto, analise a figura 6 a seguir, que representa uma Curva S:
Figura 6 - Curva S
Fonte: elaborada pelo Grupo Ser Educacional (2021).
Para melhor assimilação do conteúdo, observe o exercício a se-
guir, extraído e adaptado de Pinheiro e Crivelaro (2014). Consideremos a 
execução de uma obra residencial, conforme a tabela retratada no qua-
dro 4, na qual estão identificadas atividades, durações e precedências:
Quadro 4 - Atividades, duração e precedências
Fonte: adaptado de Pinheiro; Crivelaro (2014) pelo Grupo Ser Educacional (2021).
Curva S
Período
Pr
ev
is
to
 a
cu
m
ul
ad
o
1 Locação da Obra 6 -
3 Cobertura 8 2
5 Limpeza 6 3; 4
2 Alvenaria 30 1
4 Piso 10 2 (II - 25)
Numeração Atividades Duração Precedência
28
Elaborando a Rede CPM para determinação do caminho crí-
tico da obra:
Figura 7 - Rede CPM
Fonte: elaborada pelo Grupo Ser Educacional (2021).
Determinando a folga e o caminho crítico:
Quadro 5 - Cálculo das folgas e caminho crítico
Fonte: elaborado pelo Grupo Ser Educacional (2021).
Podemos, agora, elaborar o gráfico de Gantt, já com o cami-
nho crítico evidenciado. Ou seja, a sequência de atividades que não 
têm folga:
Locação da obra
Início-início
Atraso 25
Alvenaria
6 30
Limpeza
6
Cobertura
8
Piso
10
Início
1
7
37
33
45
Início
6
7
37
35
45
Término
6
36
44
42
50
Término
6
36
44
44
50
0
0
0
2
0
Data mais cedo Data mais tarde
Folga Total
29
Figura 8 - Gráfico de Gantt – caminho crítico
Fonte: elaborada pelo Grupo Ser Educacional (2021).
Considerando uma distribuição linear de execução para as 
atividades, e que todas tenham o mesmo peso no projeto (o que não 
é condizente com a realidade), é possível elaborar a curva S da obra:
Figura 9 - Curva S – percentual previsto
Fonte: elaborada pelo Grupo Ser Educacional (2021).
Planejamento financeiro de execução de obras
O planejamento e o controle financeiro da obra é, também, muito 
importante para o bom desempenho e sucesso do empreendimento. 
0 10 20 30 40 50 60
Locação 
da obra
Alvenaria
Cobertura
Piso
Limpeza
Dias
0 10
100%
80%
60%
40%
20%
0%
Pe
rc
en
tu
al
 p
re
vi
st
o
Dias
20 30 40 50 60
30
O aumento dos custos da obra implica em redução dos lucros 
da empresa; contudo, com um planejamento financeiro adequado, 
é possível prever a movimentação financeira que ocorrerá durante 
a obra e, dessa maneira, realizar o gerenciamento de recursos fi-
nanceiros (ADOMA; MAZUTTI, 2019), adotando inclusive medidas 
corretivas, caso necessárias.
Ademais, Adoma e Mazutti (2019) explicam que o plane-
jamento financeiro de obras consiste na adoção de medidas que 
possibilitem gerenciar os custos decorrentes das diversas fases de 
implantação do empreendimento, de maneira que todas as empre-
sas envolvidas tenham segurança financeira. 
Cronograma financeiro
Utiliza-se, para elaboração do planejamento financeiro, o crono-
grama financeiro de obra (que é baseado no orçamento) e o fluxo de 
caixa. A tabela 1 mostra um cronograma financeiro de uma obra hi-
potética, com o custo das atividades distribuídas ao longo do tempo. 
Na parte inferior, há o custo total da obra ao longo do tempo.
Tabela 1 - Exemplo de cronograma financeiro
Fonte: elaborada pelo Editorial do Grupo Ser Educacional (2021).
12,5
12,5
199
10
Locação da obra
Alvenaria
Cobertura
Piso
Limpeza
Total (R$ x 10³)
Acumulado (R$ x 10³)
10
10
10
20
20
88
2
16
18
28
20
20
108
20
20
48
20
10,8
30,8
139
8
7,2
2,5
17,7
187
20
20
68
4
8
18
30
169
Atividades
1 52 63 7 94 8
Semanas
31
Já o fluxo de caixa é um instrumento que permite a projeção 
das entradas e saídas de recursos financeiros em um determinado 
período. Segundo Araújo, Teixeira e Licório (2015):
Sendo o fluxo de caixa uma ferramenta simples 
no controle gerencial, é de suma importância 
para a análise de controle, isso porque, com essa 
ferramenta, é possível não somente projetar as 
receitas financeiras da empresa, mas também 
utilizá-la para decisões de investimentos futu-
ros (ARAÚJO; TEIXEIRA; LICÓRIO, 2015, p. 16). 
A seguir, um modelo de fluxo de caixa:
Tabela 2 - Modelo de fluxo de caixa.
Empresa:
Período:
Receita de
prestação de
serviços
Outras receitas
TOTAL DAS
ENTRADAS
Folha de
pagamento
Outras receitas
Fornecedores
Recebimento
sobre vendas
SAÍDAS
0
1
0
5
0
3
0
7
0
9
DIAS
0
2
0
6
0
4
0
8
0
10
Fluxo de caixa
32
INSS a recolher
Impostos sem
receitas
Retiradas 
sócios
Aluguéis
Energia elétrica
Telefone
Despesas
diversas
Financiamentos
de equipamentos
Combustíveis
13º salário
Outros
pagamentos
Serviços
contabilidade
Férias
Despesas
financeiras
Manutenção
de veículos
Empréstimos
bancários
FGTS
33
Fonte: adaptada de Sienge (2020) pelo Editorial do Grupo Ser Educacional (2021).
Conforme destacam Adoma e Mazutti (2019), na construção 
civil, o fluxo de caixa tem uma grande importância, uma vez que as 
construtoras precisam ter capital disponível para bancar a execução 
das obras. Empresas que não têm recursos financeiros suficientes 
para executar inicialmente os serviços correm o risco de atrasar e, 
muitas vezes, não conseguir concluir a obra, havendo necessidade 
de rescisão contratual, o que é ruim tanto para a contratada, quanto 
para o contratante.
Em obras públicas, esse cuidado precisa ser ainda maior, pois 
não é incomum que ocorram atrasos nos pagamentos para as cons-
trutoras – por uma série de motivos -, e a construtora precisa estar 
preparada para algum imprevisto que venha a ocorrer.
O controle financeiro visa a acompanhar se as atividades rea-
lizadas na obra estão compatíveis com os gastos projetados e, caso 
sejam identificadas diferenças, devem ser determinados os motivos 
e ser feita a intervenção necessária. Dessa forma, o controle finan-
ceiro é realizado paralelamente ao controle físico da obra.
Como, no entanto, relacionar as contas da obra com as contas 
gerais da empresa? Halpin e Woodhead (2017) destacam que, para 
se estabelecer um sistema de controle de custos para uma constru-
ção, é necessária a definição de centros de custos de níveis de em-
preendimento. É preciso dividir toda a obra em unidades de controle 
TOTAL DAS
SAÍDAS
SALDO ENTRADAS
- SAÍDAS
SALDO
ACUMULADO
0,00
0,00
100,00
0,00
0,00
100,00
0,00
0,00
100,00
0,00
0,00
100,00
0,00
0,00
100,00
0,00
0,00
100,00
0,00
0,00
100,00
0,00
0,00
100,00
0,00
0,00
100,00
0,00
0,00
100,00
SALDO
ANTERIOR
100,00 100,00100,00 100,00 100,00100,00 100,00100,00 100,00 100,00
34
significativas, a partir da EAP, de tal forma que o trabalho possa ser 
medido no campo. Ainda conforme os autores (2017):
Uma vez estabelecidas as contas de custos de 
trabalhos, é atribuído a cada conta um código 
identificador, que é chamado de código de cus-
to. Ao serem separados por centros de custos 
associados, todos os elementos de despesas 
(mão de obra direta, mão de obra indireta, ma-
teriais, suprimentos, custos de equipamentos 
etc.) que constituem unidades de trabalho po-
dem ser apropriadamente registrados pelo có-
digo de custos (Ibidem, [n. p.]). 
A figura 10 apresenta uma estrutura de custos:
Figura 10 - Estrutura de custos
Fonte: Halpin e Woodhead (2017, [n. p.]).
Curva S: estimativa de custo
A curva S pode ser utilizada também no planejamento financeiro, 
com a finalidade de acompanhamento dos gastos acumulados na 
obra ao longo do tempo. 
35
Sua representação gráfica é a somatória dos custos atribuídos 
às atividades do cronograma de barras, apresentando, dessa forma, 
uma previsão de gasto acumulado, que pode ser comparado ao gasto 
previsto. O eixo horizontal representa o tempo, ao passo que o eixo 
vertical os gastos acumulados, geralmente simbolizados em unida-
de monetária.
Figura 11 - Curva S
Fonte: elaborada pelo Editorial do Grupo Ser Educacional (2021).
Curva ABC
A curva ABC permite identificar os itens de maior importância na 
obra (aqueles de maiorvalor), ordenando-os de forma decrescente. 
Essa ferramenta é muito útil, posto que a identificação dos insumos 
de maior valor ou mais utilizados na obra devem merecer uma aten-
ção especial, visando assim um maior controle dos custos. Esse tipo 
de curva pode ser utilizado também para identificar as atividades 
mais caras na obra.
V
al
or
es
 a
cu
m
ul
ad
os
Período
Curva S
36
Segundo Pinheiro e Crivelaro (2014):
A ideia dessa curva surgiu na Itália em 1800, 
com Wilfredo Paretto, que a denominou lei 
20 x 80. Ele mediu a distribuição de renda da 
população e constatou que poucos indivíduos 
da sociedade concentravam a maior parte das 
riquezas existentes, isto é, 20% da população 
absorvia 80% de renda. Os fundamentos do 
método Paretto foram colocados em prática na 
Segunda Guerra Mundial pela General Electric 
(PINHEIRO; CRIVELARO, 2014, p. 67).
Os itens da curva ABC são separados em três classes, confor-
me o valor que representam no gasto total da obra. Segundo a espe-
cificação do Sienge (2017): 
 • Classe A
São aqueles que têm um valor de demanda ou consumo alto; 
20% dos itens são considerados Classe A e representam 80% 
do valor da demanda ou consumo.
 • Classe B
São aqueles que têm um valor de demanda ou consumo inter-
mediário; 30% dos itens são considerados Classe B, represen-
tando 15% do valor da demanda ou consumo.
 • Classe C
São aqueles que têm um valor de demanda ou consumo baixo; 
50% dos itens são considerados Classe C e correspondem a 5% 
da demanda ou consumo.
No dia a dia, a divisão entre as classes A, B e C é baseada no 
bom senso do gestor da obra. No caso de atividades de obra de cons-
trução, os percentuais adotados para cada região em relação ao cus-
to total da obra são:
VOCÊ SABIA?
37
 • Região A – 53% do custo total;
 • Região B – 32% do custo total;
 • Região C – 15% do custo total. 
Para a redução de custos, é interessante priorizar os insumos 
da Classe A, seja para negociação com seus fornecedores ou, se pos-
sível/viável, a substituição de algum deles.
Figura 12 - Representação da Curva ABC de insumos
Fonte: adaptada de Sienge (2017).
A curva ABC pode ser feita de forma muito simples a partir de uma 
planilha em que constem todos os itens do orçamento. Há também 
aplicativos de gestão para um controle mais elaborado.
Para uma melhor compreensão, considere a planilha orça-
mentária apresentada no quadro 6, com macro atividades de uma 
20 50
80
95
100
100
Cu
st
o
Itens
A B C
DICA
38
obra de construção de conjuntos habitacionais que já foram orde-
nadas de forma decrescente com base nos custos das atividades. A 
distinção entre as classes A, B e C foi feita em cores diferentes. 
Quadro 6 - Ordenação financeira das atividades
CÓDIGO
00-00-02
00-00-09
00-00-08
00-00-10
00-00-03
00-00-07
00-00-01
00-00-14
DESCRIÇÃO 
DOS SERVIÇOS
UNIDADES 
HABITACIONAIS
ESTRUTURA
INSTALAÇÕES 
HIDRÁULICAS 
E APARELHOS 
SANITÁRIOS
INSTALAÇÕES 
ELÉTRICAS
REVESTIMENTOS
ALVENARIA
ESQUADRIAS 
METÁLICAS
FUNDAÇÕES
PINTURA
TIPOLOGIA A: 6 
BLOCOS COM 6 
PAVIMENTOS + 
5 BLOCOS COM 7 
PAVIMENTOS = 
142 UHs
00-00-00
TOTAL 
C/ BDI
1.844.956,34
831.502,77
1.049.939,32
606.275,06
1.168.303,22
774.661,66
965.602,06
428.188,02
% em 
relação 
ao custo 
total
21,42%
9,65%
12,19%
7,04%
13,56%
8,99%
11,21%
4,97%
% 
acumulado
21,42%
68,03%
47,17%
84,07%
34,98%
77,03%
58,38%
89,04%
Classe
A
B
39
00-00-05
00-00-06
00-00-13
00-00-12
00-00-04
00-00-15
00-00-11
COBERTURAS
ESQUADRIAS 
DE MADEIRA E 
FERRAGENS
VIDROS
PISOS
IMPERMEABILI-
ZAÇÕES
COMPLEMENTA-
ÇÃO DA OBRA
FORROS
TOTAL
285.560,08
154.822,00
60.814,74
213.944,83
101.004,71
114.471,32
13.756,01
8.613.802,14
3,32%
1,80%
0,71%
2,48%
1,17%
1,33%
0,16%
92,35%
96,63%
99,84%
94,84%
99,13%
97,96%
100,00%
C
Fonte: elaborado pelo Editorial do Grupo Ser Educacional (2021).
As atividades “estrutura”, “alvenaria”, “instalações elétricas” e 
“fundações” são as que deveriam receber mais atenção, por serem as mais 
caras nessa obra. Assim, a curva ABC resultante é apresentada a seguir:
Figura 13 - Curva ABC de atividades
Fonte: elaborada pelo Editorial do Grupo Ser Educacional (2021).
100,00%
80,00%
60,00%
40,00%
20,00%
00,00%
Es
tr
ut
ur
a
A
lv
en
ar
ia
In
st
al
aç
õe
s 
el
ét
ri
ca
s
Co
m
pl
em
en
ta
çã
o 
da
 o
br
a
Im
pe
rm
ea
bi
li
za
çõ
es
V
id
ro
s
Fo
rr
os
Es
qu
ad
ri
as
 m
et
ál
ic
as
R
ev
es
ti
m
en
to
s
Pi
n
tu
ra
Co
be
rt
ur
as
Pi
so
s
Es
qu
ad
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ár
io
s
A B C
40
Caro(a) aluno(a), estamos concluindo a primeira parte da disciplina 
Administração e Orçamentação de Obras. Você está satisfeito(a)?
Nessa unidade, destacou-se a importância do planejamento físico 
e financeiro para uma boa gestão de obras. Em relação ao planeja-
mento físico, foi discutido o que é escopo e apresentadas algumas 
das ferramentas mais utilizadas no planejamento físico, como a Es-
trutura Analítica do Projeto (EAP); e na programação, como o cro-
nograma físico, com destaque para o gráfico de Gantt, o Critical Path 
Method (CPM), o histograma de recursos e a curva S.
Em relação ao planejamento financeiro, foram apresentadas as fer-
ramentas utilizadas, como o cronograma financeiro (cuja base para 
elaboração é o orçamento de obras e o fluxo de caixa), a curva S e a 
curva ABC. 
Ainda no planejamento financeiro, analisou-se a definição de fluxo 
de caixa em conjunto com uma planilha-modelo, além de destacar 
a importância de uma estrutura de custos, com a codificação, para o 
controle financeiro de obras.
Por fim, através de um exercício, realizou-se o acompanhamento, 
passo a passo, de uma Rede CPM para determinação do caminho críti-
co, elaboração de um Gráfico de Gantt e de sua curva S correspondente.
SINTETIZANDO
UN
ID
AD
E
2
Objetivos
1. Aprender sobre as composições de custos;
2. Conhecer o planejamento financeiro para a execução de obras 
na construção civil;
3. Aprender o que é um orçamento;
4. Diferenciar os tipos de orçamento existentes;
5. Fornecer subsídios para identificar as bases orçamentárias;
6. Aprender sobre o cronograma físico-financeiro;
7. Diferenciar os tipos de cronograma;
8. Compreender a matriz de controle financeiro.
42
Introdução
Olá, pessoal, tudo bem? Estamos na segunda etapa de estudos da 
nossa disciplina Administração e Orçamentação de Obras. 
Nesta unidade abordaremos itens voltados ao planejamen-
to financeiro de uma obra, através do gerenciamento dos custos. 
Trataremos da definição de custos e das parcelas que os compõem, 
trazendo mecanismos para a estimativa dos custos como primeiro 
passo para definir os valores financeiros para uma obra. 
Além disso, iremos conhecer os tipos de orçamento, como 
eles podem ser elaborados, suas parcelas essenciais como custos 
diretos, indiretos e taxas, utilizando ainda as bases orçamentárias 
de apoio. Ainda neste material, faremos um alinhamento do plane-
jamento físico e do financeiro de forma a garantir o controle para 
tomada de decisões quanto a prazos e custos.
Você está entusiasmado(a) com esses novos conteúdos? 
Vamos lá!
43
Gestão de custos
Definir o custo de um projeto/obra/serviço deve ser uma etapa priori-
tária para o seu sucesso e finalização. Administrar os gastos deve en-
volver toda a equipe, lógico, dentro do que cabe as responsabilidades. 
A maior preocupação de todo engenheiro é conseguir manter o 
custo da obra conforme o orçamento realizado. Assim, é importante 
realizar um levantamento dos custos envolvidos, buscando aproxi-
mar-se ao máximo da realidade, uma vez que a falta de controle pode 
produzir grandes prejuízos e desembolsos além do previsto em uma 
obra (SANTOS, 2015). Dessa forma, para compreender como é o pro-
cesso de formação de preço dos materiais e serviços utilizados em uma 
obra, da composição unitária depreços e de sua aplicação nos orça-
mentos é necessário dominar a diferença entre custo, despesa e preço.
O custo é relacionado ao gasto para a produção de um bem ou 
serviço. Isso posto, o custo pode ser conceituado como todo o valor in-
vestido diretamente na obra. Em relação às despesas, estas são con-
ceituadas como os gastos que transcorrem da atividade, podendo ser 
fixas ou variáveis em função do volume de produção. Na construção ci-
vil, podemos exemplificar como uma despesa fixa as manutenções da 
construtora (remuneração da equipe administrativa) e como despesa 
variável a tributação sobre o faturamento da construtora (CEF, 2020).
Por fim, o preço refere-se à quantia financeira paga pelo 
comprador por um bem e/ou serviço. Na construção civil, é refe-
rente ao valor contratual acordado para a obra, incluindo todos os 
custos da própria obra, as despesas e o lucro da construtora (CEF, 
2020). Sendo assim, para definir a formação do preço, é necessário 
estimar os custos, assim como as despesas, da forma mais adequada 
possível e definir o lucro que se espera alcançar ao final da obra.
Composição de custos
A composição dos custos refere-se à especificação dos custos inerentes 
à efetivação de um serviço ou atividade da obra (MATTOS, 2014). Ainda, 
segundo o autor, a composição busca listar os insumos que pertencem 
ao serviço, enumerando suas quantidades e custos unitários e totais.
44
Insumos são relacionados aos elementos básicos da construção ci-
vil, tais quais materiais, como cimento, blocos, telhas, tábuas, aço, 
entre outros; equipamentos, como betoneiras, caminhões, equipa-
mentos de terraplenagem, entre outros; e a mão de obra (PINHEI-
RO; CRIVELARO, 2014).
A composição de custos pode ser dividida em categorias e, 
segundo Mattos (2014), as categorias de custo compreendidas em 
uma atividade ou serviço podem ser: mão de obra, material e equi-
pamento. Nesse sentido, as categorias mão de obra e consumo de 
materiais são consideradas os indicadores mais importantes na 
construção civil, sendo medidos com auxílio de cálculos de Razão 
Unitária de Produção (RUP) e Consumo Diário de Materiais (CDM) 
(SOUZA; MORASCO; RIBEIRO, 2017).
A RUP apresenta quantas horas de trabalho são necessárias 
para executar um metro quadrado de alvenaria ou um metro cúbico 
de escavação, por exemplo (SOUZA; MORASCO; RIBEIRO, 2017). Isso 
posto, segundo os autores, a equação (1) representa a RUP:
Em que: 
Hh = homens-hora;
Qs = quantidade de serviço executado.
Já o CUM representa a parcela de material necessária para 
realizar o que foi projetado. Com esses indicadores, pode-se quan-
tificar a mão de obra e material adequados para as etapas da obra 
(SOUZA; MORASCO; RIBEIRO, 2017).
DEFINIÇÃO
RUP =
Hh
Qs
(1)
CUM =
Qmat
Qserviço
(2)
45
Em que: 
Qmat = parcela de material;
Qserviço = quantidade de serviço.
Composição de custos unitários
A composição do custo unitário está relacionada com o preço de 
uma unidade do serviço a ser realizado, por exemplo, a execução de 
1m² de pintura. Assim, “elaborada em forma de tabela, a composi-
ção deve apresentar todos os insumos necessários para a realização 
daquele serviço, o que geralmente envolve materiais, equipamentos 
e mão de obra” (CONSTRUCT; SIENGE, 2017, p. 8).
Como relatado, a composição de custos unitários é repre-
sentada em forma de tabela, a qual é comumente apresentada com 
cinco colunas. Assim sendo, observe o quadro 1, que evidencia as 
composições de custos unitários e suas respectivas descrições:
Quadro 1 - Descrição da composição de custos unitários
Fonte: adaptado de Mattos (2014, p. 63-70).
Insumo
Refere-se aos materiais, mão de obra e equipamentos 
utilizados na execução do serviço.
Incidência do insumo na execução de uma de serviço.
Custo de aquisição de uma unidade de insumo.
Refere-se ao custo total do insumo na composição de
 custos unitários. R$ total = índice x R$ unitário.
Referente à unidade de medida de insumo. Quando se 
remete a determinado material pode ser em kg, m³, m², m, 
um, entre outras unidades. Para mão de obra, a unidade é 
sempre hora (homem-hora). Para equipamento, é hora 
(de máquina).
Índice
R$ unitário
R$ total
Unidade
Composição Descrição
46
Com base nos índices dos materiais, é possível calcular a pro-
dutividade da mão de obra e o rendimento dos materiais, conforme 
as equações a seguir:
A produtividade dá-se em m²/hora.
O rendimento é relacionado a m²/gl, ou m²/un, ou seja, rela-
ciona o m² pela unidade gasta do material (podendo ser gl, un, m³).
É muito importante que o profissional não confunda termos 
como produtividade e produção. Segundo Mattos (2019): 
[...] Define-se produtividade como a taxa de 
produção de uma pessoa ou equipe ou equi-
pamento, isto é, a quantidade de unidades de 
produto produzida em um intervalo de tempo 
especificado, normalmente hora. [...] Produção 
representa a quantidade de unidades feitas em 
um certo período, e a produtividade é a rapidez 
com que essa produção foi atingida (MATTOS, 
2019, p. 79). 
Para mais, é necessário conhecer e dominar os índices em-
pregados na composição de custos, pois, segundo Mattos (2019), 
esses demarcam a mão de obra e equipamentos, além do consumo 
dos materiais que foram adotados na elaboração do orçamento, for-
necendo bases com o objetivo de comparação do serviço orçado com 
o realizado. A seguir, observe um exemplo:
A tabela 1 mostra um exemplo de composição de custo para o prepa-
ro de 1 m³ de concreto.
Produtividade =
1
Índice
Rendimento =
1
Índice
(3)
(4)
EXEMPLO
47
Tabela 1 - Composição de custo unitário para 1m³ de concreto
Fonte: adaptada de Mattos (2014 p. 64).
Com base na tabela 1, verifica-se com clareza todas as cate-
gorias de custos envolvidas para 1m³ de concreto, isto é, mão de 
obra (pedreiro e servente), materiais (areia, britas e cimento) e 
equipamento (betoneira). Interpretando a mesma tabela, verifica-
-se que para o preparo de 1m³ de concreto são necessários: 0,901 
m³ de areia; 0,209 m³ de brita 1; 0,627 m³ de brita 2; 0,35 h de be-
toneira; 306 kg de cimento; 1 hora de pedreiro e 8 horas de servente.
Quando se verifica o custo orçado para o preparo, transpor-
te, lançamento e adensamento no preparo de 1 m³ de concreto, o 
valor é de R$ 237,87. Na sequência, o insumo que mais incide no 
preparo é o cimento (R$ 110,16/m³), representando 48,88% do 
custo do concreto.
Em relação ao custo de material, este é de R$ 195,59 (exe-
cutado pelo somatório de todos os materiais, ou seja: areia, brita 1, 
brita 2 e cimento), representando 82,23% do custo total. Em rela-
ção ao custo de mão de obra, este é de R$ 41,40 (executado pelo so-
matório das horas de pedreiro e servente), representando 17,40% 
Areia
Brita 2
Betoneira
Cimento
Brita 1
Pedreiro
Servente
0,901
0,627
0,350
306,000
0,209
1,000
8,000
m³
m³
h
kg
m³
h
h
37,000
55,000
2,500
0,380
55,000
7,000
4,300
33,337
34,485
0,875
116,28
11,495
7,000
34,400
Insumo
Total 237,872
ÍndiceUnidade R$ unitário R$ total
48
do custo total. Por fim, em relação ao custo de equipamento, este 
representa 0,37% do custo total e há uma proporcionalidade de 8 
serventes para 1 pedreiro para a execução do serviço.
Se o orçamentista desejar calcular a produtividade da mão de 
obra, basta aplicar a equação (3), obtendo 1 m²/hora do pedreiro e 
0,125 m²/hora do servente. Para o uso da betoneira, essa apresenta 
uma produtividade de 2,86 m²/hora. Em relação ao rendimento dos 
materiais é preciso aplicar a equação (4), e dessa forma temos que: 
a areia apresenta um rendimento de 1,11 m²/m³; a brita 1 tem ren-
dimento de 4,78 m²/m³; e a brita 2 1,59m²/m³. Por fim, o cimento 
apresenta um rendimento de 0,0033 m²/kg.
Orçamento
O setor da construção civil moderna atua com conceitos de susten-
tabilidade e gestão econômica. Atualmente, as obras são projetadas 
de modo a evitar o desperdício de recursos naturais, enquanto, pa-
ralelamente, são executadas com a maior agilidade possível. Sendo 
assim, todaobra é projetada com base em uma estimativa de quanto 
se deseja gastar. Isso posto, pode-se afirmar que o orçamento da 
obra é um elemento vital, uma vez que impacta diretamente no lu-
cro do investimento. 
De acordo com o Sienge (2017), as causas mais comuns de es-
touro no orçamento de obras são: atrasos parciais de entrega de 
uma obra; baixa produtividade da mão de obra; falha nas contrata-
ções de serviço; falta de integração entre as informações; e falta de 
organização do estoque e de planejamento sobre fatores externos, 
por exemplo, as chuvas.
Dessarte, orçamento, segundo Pinheiro e Crivelaro (2014), 
é referente ao instrumento utilizado na previsão de custos de uma 
obra. Logo, é muito importante que o responsável técnico da obra 
elabore um orçamento preciso. Já segundo a CEF (2020), orçamento 
pode ser definido pela:
[...] identificação, descrição, quantifica-
ção, análise e valoração de mão de obra, 
49
equipamentos, materiais, custos financeiros, 
custos administrativos, impostos, riscos e 
margem de lucro desejada para adequada pre-
visão do preço final de um empreendimento 
(CEF, 2020, p.16). 
Planejamento financeiro de execução de obras 
O planejamento na construção civil conta com instrumen-
tos de gerenciamento que buscam obter o máximo desempenho das 
obras dos pontos de vista de execução, ambiental e financeiro. O 
planejamento e controle na construção civil são fundamentais para 
garantir a saúde financeira e a segurança institucional das cons-
trutoras, e sua ausência gera impactos econômicos significativos. 
Situações decorrentes da falta de planejamento criam grande ins-
tabilidade nos setores da construção civil e imobiliário, podendo re-
sultar em crises econômicas de grande impacto nacional.
Portanto, o planejamento pode ser definido como o plano que 
aponta os recursos financeiros, humanos e materiais fundamentais 
para a execução de uma obra, assim como o período em que devem 
ser utilizados (PINHEIRO; CRIVELARO, 2014). Ademais, Mattos 
(2010) relata os principais benefícios resultantes de um bom plane-
jamento de obras, apresentados no quadro 2.
Quadro 2 - Benefícios do planejamento de obras
Agilidade de decisões
Conhecimento pleno 
da obra
A existência de planejamento permite que 
o gestor analise e tome decisões rápidas e 
pontuais de modo a gerir prazos e recursos 
(materiais e humanos), intervindo no processo 
construtivo quando necessário.
Ao realizar o planejamento é preciso conside-
rar todas as variáveis envolvidas na construção 
(projetos, métodos construtivos, orçamentos e 
prazos de execução).
Benefício Discriminação
50
Criação de dados 
históricos
Otimização da 
alocação
de recursos
Profissionalismo
Padronização
Referência para o 
acompanhamento
Documentação e 
rastreabilidade
Detecção de situações 
desfavoráveis
Um mesmo planejamento pode ser aplicado de 
forma integral ou parcial em obras similares. 
Dessa forma, permite-se que a construtora 
desenvolva planos de ação que garantam maior 
destaque no mercado da construção civil.
Por meio do planejamento, o gestor adquire 
conhecimento dos recursos necessários e dos 
prazos estimados.
A empresa que preza pelo planejamento das 
obras garante a confiança dos clientes e maior 
visibilidade no mercado.
O planejamento de uma obra permite que todos 
os profissionais envolvidos, desde o engenheiro 
ao servente de obras, tenham consciência dos 
procedimentos, prazos e metodologias adotadas.
A existência de planejamento em uma obra for-
nece um referencial pelo qual se pode analisar 
e controlar o desenvolvimento dos serviços 
efetivamente executados. A esse planejamento, 
dá-se o nome de planejamento referencial ou 
linha de base.
O planejamento e o controle de obras 
permitem que a construtora consiga maior 
organização na gestão de documentos e 
registros. A organização facilita a elaboração 
de justificativas e garante maiores prazos ou 
recursos financeiros, assim como maiores 
chances de defesa em casos judiciais.
A existência de um planejamento adequado 
permite analisar e detectar inconformidades 
no andamento do projeto. Assim, é possível 
intervir antes que a situação desfavorável se 
torne irreversível.
51
Fonte: adaptado de Mattos (2010, [n. p.]).
É possível verificar no quadro 2 todos os benefícios obtidos 
pela elaboração do planejamento na construção civil. Entretanto, 
não podemos deixar de considerar as deficiências no planejamento 
de obras da construção civil, que, de acordo com Mattos (2010), são 
problemas constantes e resultantes da execução de planejamentos 
incorretos. O autor destaca ainda que essas deficiências resultam 
em uma menor qualidade no setor, gerando elevadas perdas de re-
cursos materiais e financeiros.
Orçamento da obra
O orçamento é um dos primeiros documentos que uma construto-
ra precisa elaborar ao estudar um projeto para determinada obra, 
sendo esse uma das ferramentas mais importantes para avaliar a 
viabilidade de um projeto. Seja uma obra com fins lucrativos ou não, 
sabemos que a construção implica em gastos significativos que, por 
isso mesmo, devem ser determinados, a fim de analisar se a obra 
será viável ou não. O orçamento, também chamado de composição 
de custos, precisa descrever: 
Referência para metas
Relação com o 
orçamento
A existência de um planejamento permite 
a adoção de metas de execução de serviços, 
agregando benefícios financeiros e econômi-
cos, além de melhorar o marketing da empresa, 
visando futuras obras da construtora.
Serviços de engenharia são orçados conside-
rando índices de produtividade das equipes e 
quantitativos de materiais. Nesse sentido, o pla-
nejamento deve considerar esses parâmetros de 
modo a identificar o desenvolvimento da obra, 
podendo intervir em serviços que não transcor-
ram conforme definido em projeto.
52
a realidade do projeto e estar atrelado ao pla-
nejamento da obra. Dessa maneira, o docu-
mento produzido pelo engenheiro deve possuir 
valor prático e pode efetivamente orientar a 
empresa em relação aos seus gastos, lucros e 
deveres relacionados à construção de um pro-
jeto (CONSTRUCT; SIENGE, 2017, p. 5). 
É muito importante não confundir orçamento com orçamen-
tação: orçamento é referente ao produto e a orçamentação é o pro-
cesso de determinação do orçamento (MATTOS, 2019). Além disso, 
Pinheiro e Crivelaro (2014) reportam que a elaboração do orçamento 
é realizada por meio da quantificação dos insumos, do tempo utili-
zado na execução de cada serviço e do cálculo dos custos envolvidos 
na obra.
Mattos (2006) e CEF (2020) reportam que um bom orçamen-
to deve apresentar características e propriedades específicas, como:
 • Aproximação
Todo orçamento tem seu valor aproximado (baseado em pre-
visões e estimativas).
 • Especificidade
Todo orçamento é específico para características particulares 
(exemplo: porte da construtora e condições locais nas quais a 
obra será executada).
 • Temporalidade
O orçamento representa a projeção dos recursos adequados 
para a produção de uma obra em um dado momento. Apesar 
da possibilidade de reajuste por índices, há muitas flutua-
ções nos preços dos insumos, alterações tributárias e métodos 
construtivos. Nesse sentido, o orçamento é válido para o mo-
mento e as condições distintas daquelas consideradas. 
De acordo com O guia definitivo do orçamento de obras, escri-
to por Construct e Sienge (2017), o orçamento vai além de preços, 
custos e cálculos, devendo apresentar uma abrangência maior e 
abordar um planejamento de compras; parcerias com fornecedores; 
53
índices de acompanhamento; metas de desempenho ao longo das 
obras; definição do tamanho das equipes alocadas para cada fase; e 
o cronograma físico-financeiro do projeto.
Em geral, engenheiros e construtoras podem fazer uso de 
tabelas padronizadas nas composições e custos de materiais e ser-
viços, as quais são denominadas de Tabelas de Composições de 
Preços para Orçamentos (TCPO) e tabelas do SINAPI (Sistema Na-
cional de Pesquisa deCustos e Índices da Construção Civil) (GAR-
CIA, 2011). Com tabelas padronizadas, o profissional responsável 
pela elaboração do orçamento deve ter profundo conhecimento téc-
nico sobre os três elementos envolvidos na elaboração orçamentária 
(insumos, tempo e custo) (MATTOS, 2010). 
Nesse sentido, os custos envolvidos nos orçamentos podem 
ser divididos em diretos e indiretos. Custos denominados de dire-
tos (CD) são os referentes à execução das atividades e/ou serviços da 
obra e são considerados variáveis (aqueles que variam proporcional 
e diretamente à quantidade de insumos utilizados na execução da 
obra). Em resumo, custos diretos estão associados aos serviços no 
canteiro de obras (CONSTRUCT; SIENGE, 2017).
A composição de custos diretos pode, segundo Construct e 
Sienge (2017), ser unitária ou indicada como verba, como no caso de 
serviços que não podem ser fisicamente mensuráveis, por exemplo: 
R$ 500 mil destinados ao projeto de paisagismo e R$ 500,00 para 
placas e sinalização no canteiro de obras. Os custos diretos são divi-
didos em três categorias (MATTOS, 2010):
 • mão-de-obra (hora-base do funcionário, acrescida de insa-
lubridade e adicionais); 
 • material (aquisição, transporte, impostos, entre outros);
 • equipamentos (custos de propriedade, de operação e de 
manutenção). 
Os custos denominados indiretos (CI) são os que ocorrem 
independentemente da execução das atividades e/ou serviços das 
obras. Eles podem ser classificados em fixos (aqueles que não va-
riam em função da quantidade de insumos utilizados na obra) e 
54
variáveis (aqueles que variam proporcional e diretamente com a 
quantidade de insumos ou porte da obra). De acordo com Pinheiro e 
Crivelaro (2014), os custos indiretos dividem-se em:
 • custos decorrentes da administração: empregados, mobiliá-
rio, energia, água, telefone, aluguel, entre outros;
 • gastos financeiros: juros, empréstimos, entre outros;
 • pagamento de tributos: taxas na prefeitura e licenças;
 • gastos de comercialização: propostas, viagens técnicas, pu-
blicidade, entre outros. 
Outro custo envolvido na elaboração de orçamentos é o BDI 
(Benefício e Despesas Indiretas). O BDI é uma taxa adicionada ao 
custo da obra com o objetivo de cobrir as despesas indiretas (ou 
custos indiretos) derivados da execução da obra, além dos riscos da 
obra e do lucro do construtor (PINHEIRO; CRIVELARO, 2014). Cons-
truct e Sienge (2017) reporta que o cálculo do BDI, geralmente, leva 
em consideração cinco itens, conforme descrito no quadro 3:
Quadro 3 - Elementos de composição do BDI
Fonte: adaptado de Construct e Sienge (2017, p. 12).
AC (Administração Central)
R (Riscos)
T (Tributos)
DF (Despesas Financeiras)
L (Lucro)
Gastos gerais com administração, salários 
dos funcionários, aluguel da sede, 
materiais de escritório, entre outros.
Gastos com imprevistos, riscos, seguros, 
entre outros.
Somatório de tributações e impostos
 (SS, PIS e COFINS).
Despesas relacionadas à perda monetária.
Percentual referente ao lucro pretendido 
com a obra.
Item do BDI Descrição (o que inclui)
55
A execução do cálculo do BDI é preconizada pela equação (5) a 
seguir (CONSTRUCT; SIENGE, 2017): 
BDI =( ( ( (1 + AC) x (1 + DF) x (1 + R) x (1 + L) ) / ( 1 – T ) ) – 1 ) (5)
Em que: 
DI = despesas indiretas; 
B = lucro; 
CD = custos diretos.
Vale ressaltar que o valor do BDI não é absoluto: dessa for-
ma, cada obra ou serviço deve ter um BDI próprio, visto que o valor 
expresso por este não é absoluto. O motivo de cada obra ou serviço 
apresentar BDI próprio é que as condições de cálculo e preço de ven-
da acabam sendo específicas para cada tipo de projeto. Sendo as-
sim os valores relacionados a obra ou serviço, normalmente, são: 
divisão da administração central, taxa de risco, tributos federais e 
municipais, despesas financeiras de capital de giro, despesas co-
merciais e lucro da obra (PINI, 2009).
Além de conhecer e compreender o que são e como são calculados 
os custos unitários, é muito importante dominar a composição geral de 
um orçamento, de modo a escolher o tipo ou nível mais adequado para a 
obra a ser executada. Em geral existem quatro tipos de orçamento, que 
variam em relação ao nível de detalhamento que a obra exige:
 • estimativa de custos ou paramétrico; 
 • orçamento preliminar;
 • estimativa de custos por etapa da obra; 
 • orçamento analítico. 
O orçamento do tipo estimativa de custos refere-se à avalia-
ção que se baseia nos históricos de custos e comparação com pro-
jetos de obras semelhantes, servindo como uma primeira avaliação 
do custo da obra. Quando se remete a obras na construção civil, 
um indicador muito utilizado nas fases relacionadas a viabilidade 
56
e anteprojeto é o custo unitário por metro quadrado construído 
(CONSTRUCT; SIENGE, 2017).
Em relação ao orçamento preliminar, esse tipo exige um 
grau de detalhes um pouco maior do que o orçamento do tipo esti-
mativa de custos. O orçamento preliminar requer uma quantidade 
maior de indicadores, sendo esses úteis para os levantamentos de 
construções prediais (CONSTRUCT; SIENGE, 2017):
 • volume de concreto (área construída x espessura média da ca-
mada de concreto); 
 • peso de armação (volume de concreto x consumo de aço); 
 • area de fôrma (volume de concreto x taxa de fôrma). 
Outro tipo de orçamento é a estimativa de custos por etapa 
de obra. Essa modalidade refere-se a uma decomposição da esti-
mativa inicial, considerando o percentual que cada etapa representa 
sobre o custo total da obra. Uma vantagem desse tipo de orçamento 
é que o profissional pode avaliar a viabilidade de execução dos ser-
viços de forma mais prática, por exemplo: se a cotação de um su-
bempreiteiro está dentro ou fora da faixa de custo estipulada pela 
construtora (CONSTRUCT; SIENGE, 2017).
Por fim, o orçamento analítico é o mais preciso e detalhado, 
sendo elaborado a partir de composições de custos e uma pesqui-
sa profunda dos preços dos insumos. Esse orçamento é o que exige 
mais empenho do profissional, posto que demanda interpretação de 
projeto e cálculos de áreas e volumes com o objetivo de quantificar 
todos os insumos e serviços necessários para a obra. O orçamento 
analítico busca alcançar um valor bem próximo do custo “real” e 
possui uma pequena margem de incerteza (margem de erro que va-
ria de 1 a 5%) (CONSTRUCT; SIENGE, 2017).
No quadro 4 é possível observar algumas características que 
podem ser utilizadas para a escolha dos orçamentos.
57
Quadro 4 - Características para cada tipo de orçamento
Fonte: adaptado de Construct e Sienge (2017, p. 26).
Em obras consideradas complexas (obras públicas de in-
fraestrutura ou complexos residenciais) é importante investir em 
um orçamento mais detalhado, de modo a garantir a solução de 
possíveis imprevistos que surjam na execução do projeto. Em obras 
consideradas mais simples, pode não ser necessário produzir orça-
mentos extremamente completos e detalhados.
Bases orçamentárias
O Custo Unitário Básico (CUB) refere-se a um dos indicadores da 
construção civil utilizado nos orçamentos de obras. Ele retrata um 
valor referente ao metro quadrado de construção, calculado men-
salmente pelos Sindicatos de Construção Civil regionais. O CUB é 
considerado um tipo de orçamento por estimativas, visto que o 
objetivo principal é determinar o custo global da obra. Dessa ma-
neira, o CUB pode, ainda, ser definido como um custo meramente 
Estimativa 
de custos
Etapa 
da obra
Analítico
Preliminar
Área 
construída 
(m²)
Orçamentos 
deobras 
similares
Projetos 
executivos
Projeto
básico
Ordem de 
grandeza
Estimativa
 por etapa
Preço real
da obra
Estimativa
Custo 
Unitário 
Básico
Decomposição
percentual
Apuração 
completa
Índices de 
construção
Baixo
Médio
Médio
Médio
Tipo de 
orçamento
Características básicas
Informações Metodologia Finalidade
Nível de 
detalhamento
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EXEMPLO
orientativo para o setor da construção civil, não sendo nunca o custo 
real da obra, ou seja,obtido por meio de um orçamento completo 
com todas as especificações de cada projeto em estudo ou análise 
(SINDUSCON-PR, 2021).
O valor do CUB é lançado de duas formas: desonerado ou sem 
desoneração. O cálculo do CUB/m² desonerado é o mesmo do CUB/
m² sem desoneração: a diferença está no percentual de encargos 
sociais incidentes sobre a mão de obra. O cálculo do CUB/m² deso-
nerado não leva em consideração a incidência dos 20% referentes 
à previdência social, assim como suas reincidências (SINDUSCON-
-PR, 2021).
A NBR 12.721/2006 classifica o Custo Unitário Básico como 
o custo por metro quadrado de construção do projeto-padrão 
considerado. Ele é calculado pelos Sindicatos da Indústria da 
Construção Civil e é utilizado na avaliação dos custos de constru-
ção das edificações (ABNT, 2006). É importante ressaltar que o 
CUB não considera os custos extras da obra, os quais compõem o 
BDI (SINDUSCON-PR, 2021).
Outra base orçamentária é a SEOP (Secretaria de Estado de 
Obras do Paraná), que é o órgão responsável por fornecer tabelas 
e composições de preços para as edificações. Os valores fornecidos 
servem de referência para a composição orçamentária das obras 
de construção civil realizadas no estado do Paraná. Assim, a SEOP 
apresenta uma planilha com a descrição de todos os serviços e ma-
teriais necessários à obra apresentados por meio de códigos (PARA-
NÁ EDIFICAÇÕES, 2021).
As planilhas e tabelas da base orçamentária da SEOP, assim como a 
composição dos serviços de edificações, podem ser consultadas no 
site do órgão.
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IMPORTANTE
Cada código demonstrado na planilha possui sua unidade de 
medida, índice de rendimento, custo unitário, custo da mão de 
obra e custo total, conforme verificado na figura 1 abaixo:
Figura 1 - Planilha de composições
Fonte: adaptada de Paraná Edificações (2021, [n. p.]). 
Os dados que embasam as tabelas de preços são viabilizados em 
dois tipos de composição: uma com desoneração e outra sem. Desse 
modo, as tabelas desoneradas apresentam preços com base na possi-
bilidade de recolhimento de 1 a 2% da receita bruta da empresa para as 
contribuições previdenciárias. Em relação à tabela não desonerada, essa 
apresenta os preços de uma forma que seja passível o recolhimento de 
20% do salário dos empregados para as contribuições previdenciárias.
É relevante ressaltar que as tabelas possuem uma vigência infor-
mada diretamente na planilha, comumente de três meses. Nesse perío-
do, os dados são atualizados conforme a variação da inflação e do preço 
do produto no mercado de referência (PARANÁ EDIFICAÇÕES, 2021).
O SINAPI (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices 
de Construção Civil) também é uma base orçamentária que oferece 
uma tabela com preços referenciais para obras de construção ci-
vil. Nas tabelas do SINAP, há uma abrangência de materiais, mão 
de obra e equipamentos componentes dos serviços mais usuais na 
construção civil para cada estado brasileiro (CEF, 2020).
A gestão do SINAPI é compartilhada entre a Caixa Econômica Fede-
ral (CEF) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 
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A CEF tem como responsabilidade a base técnica de engenharia (es-
pecificação de insumos, composições de serviços e orçamentos de 
referência) e o processamento dos dados. Já o IBGE atua na pesqui-
sa mensal de preço, tratamento dos dados e formação dos índices 
(CEF, 2020). 
Os preços referentes aos insumos de mão de obra são divul-
gados considerando o acréscimo dos encargos sociais, seja não de-
sonerado ou desonerado, com percentuais para horista e mensalista 
informados no cabeçalho de cada relatório. Os preços de insumos e 
custos de composições não consideram o percentual de BDI e são 
divulgados mensalmente na página da Caixa para todas as capitais 
brasileiras e Distrito Federal, com validade para o estado enquanto 
referência (CEF, 2020).
Por fim, a Tabela de Composições e Preços para Orçamentos 
(TCPO) é uma das fontes de composição de custos mais utilizada no 
Brasil, tanto por empresas públicas, quanto privadas. A TCPO é con-
siderada a principal referência para a execução de orçamentos na en-
genharia de custos no Brasil e é produzida pela Editora PINI (figura 2).
Figura 2 - A TCPO Web
Fonte: captura de tela da TCPO (2021, [n. p.]). 
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A tabela da TCPO conta com mais de 8.500 composições de 
serviços, preços de referência da indústria de materiais e serviços 
de construção civil. As composições são divididas de acordo com a 
classificação PINI:
 • 00. Informações sobre o projeto.
 • 01. Requisitos gerais. 
 • 02. Canteiro de obras e materiais básicos. 
 • 03. Concreto.
 • 04. Vedações (internas e externas).
 • 05. Componentes metálicos.
 • 06. Madeiras e plásticos.
 • 07. Impermeabilização, isolamento térmico e cobertura.
 • 08. Portas, janelas e vidros.
 • 09. Acabamentos, entre outros. 
Destaca-se que cada uma das composições representa com 
detalhes um determinado serviço (descrição, quantidades, produti-
vidade e custos unitários dos materiais, mão de obra e equipamentos 
necessários à execução de uma unidade de medida dessa atividade). 
Por fim, na tabela da TCPO os preços referentes aos insumos para 
orçamentos de obras são apresentados conforme a etapa a ser rea-
lizada, sendo atualizados mensalmente conforme as variações da 
inflação e do preço de mercado (TCPO, 2021).
Cronograma físico-financeiro de construção
O planejamento não é uma ciência exata; no entanto, o conheci-
mento aprofundado do cronograma pode minimizar os atrasos e, 
consequentemente, os custos de uma obra. O cronograma, de acor-
do com Santos (2014), é a transformação de um plano de ação em 
um plano ou programação operacional. 
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Na construção civil, de acordo com Marega e Antônio (2017), 
o planejamento baseado em cronogramas, quando comparado às 
outras indústrias, envolve um alto grau de complexidade devido a 
diversos fatores como, por exemplo, o nomadismo, no qual cada 
obra é realizada em locais diferentes, o que envolve aspectos dife-
rentes a serem analisados. 
À vista disso, é por meio de um cronograma físico-financeiro 
que se define o que deverá ser desembolsado por um determinado 
intervalo de tempo (semana, mês ou ano) e, assim, é possível esta-
belecer exatamente quanto o investidor do empreendimento deverá 
gastar para que não seja pego de surpresa e haja interrupção de ati-
vidades, empréstimos e prejuízos.
Atualmente, há diversos softwares que atuam como ferra-
mentas facilitadoras na elaboração de cronogramas. Nesse sentido, 
a evolução dos métodos possibilitou um aumento de precisão nos 
cronogramas, ao passo que a utilização desses softwares proporcio-
nou uma otimização de tempo de produção.
Cronograma físico-financeiro
O cronograma físico, também denominado de gráfico de Gantt, 
foi desenvolvido em 1917 pelo engenheiro mecânico Henry Gantt e é 
considerado uma importante ferramenta na visualização do acom-
panhamento das atividades e no monitoramento do progresso real da 
obra em relação ao previsto (FITZSIMMONS, FITZSIMMONS, 2014).
O cronograma físico consiste em um gráfico formado por 
barras horizontais que indicam o início e o término de cada ativi-
dade. Ele permite que o gestor possua o registro das atividades que 
foram executadas de modo a poder cobrar o pagamento das recei-
tas, conforme definido em contrato, por exemplo (MATTOS, 2010).
No cronograma de barras, os intervalos de tempo que repre-
sentam o princípio e o fim de cada etapa surgem como barras colo-
cadas sobre o eixo horizontal do gráfico. Consoante Mattos (2010), o 
diagrama de Gantt é um gráfico simples, conforme é possível veri-
ficar na figura 3 adiante: 
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Figura 3 - Cronograma de barras (diagrama de Gantt)
Fonte: adaptada de Mattos (2010, p. 202). 
Na figura 3, verifica-se que à esquerda figuram as atividades e 
à direita suas respectivas barras, desenhadas em uma escala de tempo. 
O comprimento da barra representa a duração da atividade, cujas datas 
de início e de fim podem ser lidas nas subdivisões da escala

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