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Marcelo F - Pobreza e desigualdade Rio de Janeiro

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Marcelo Ferreira da Silva
Ciências Econômicas 
 Análise do Mapa da Pobreza e Desigualdade (Setores econômicos predominantes) - Renda média e desigualdade na cidade do Rio de Janeiro
Inicialmente, é evidente que a pobreza é um fator negativo que persiste na sociedade brasileira, a pobreza é o estado que um indivíduo não consegue obter os meios necessários para sua manutenção na vida social e ter acesso aos direitos básicos, como saúde, educação e moradia. No Brasil, o índice de pobreza é delimitado pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística - IBGE, com base em indicadores fornecidos pelo Banco Mundial – BM, que demonstra e considera a extrema pobreza quando o cidadão possui uma renda inferior a US$ 1,90 por dia. Esse valor convertido, é equivalente a R$ 168,00 (cento e sessenta e oito reais) por mês, em adição, a pobreza é determinada quando um cidadão possui renda diária inferior a US$ 5,50 por dia, ou seja, aproximadamente US$ 486,00 (quatrocentos e oitenta e seis reais) por mês em valores atuais.
Aliás, o conceito de Linha de pobreza ou linha internacional de pobreza foi o limite monetário fixado para designar em que momento um cidadão está vivendo em estado de pobreza. Dessa forma, caso uma pessoa tenha uma renda inferior do que se determina como linha de pobreza em seu país, pode ser considerada pobre e em situação de vulnerabilidade. O cálculo é realizado a partir do índice de pobreza extrema referente a um país, tendo em vista o valor com que um cidadão adulto consegue realizar sua manutenção. Ocorre que, a linha da pobreza tem aumentado de forma significativa no Brasil, de acordo com os últimas informações referente ao ano de 2021, apresentadas pelo IBGE, os dados demonstram que existe cerca de 62,5 milhões de pessoas estão em situação de pobreza, e 17,9 milhões de indivíduos desse grupo estão na classificação de extrema pobreza. Ou seja, o levantamento alarma o elevado número de crianças e adolescentes em estado de pobreza e esse fator contribui para o crescimento da desigualdade social no Brasil.
Isto é, a pobreza decorre de diversos fatores, a exemplo o êxodo rural das populações do campo, o acelerado processo e crescimento de urbanização, a precariedade e falta de investimento em educação, o grande número de trabalhadores informais e grande concentração de renda e insuficiência de políticas de combate à pobreza e desigualdade social. Segundo um estudo realizado por Marcelo Nery, diretor do Centro de Políticas Sociais (CPS), as grandes favelas do município do Rio de Janeiro, que possuem mais de 100 mil habitantes cada, são as mais pobres do Rio e têm as mais baixas taxas de escolaridade e alfabetismo.
Evidentemente os impasses sociais, a desigualdade e pobreza estão presentes nas comunidades carentes, ou também chamadas de “favelas” na cidade do Rio de Janeiro. De acordo com a definição do IBGE, uma favela é um conjunto de domicílios que ocupa, de maneira desordenada e densa, terreno de propriedade alheia, podendo ser pública ou particular e que não possui acesso a serviços públicos primordiais, como saúde, educação e saneamento. Com esse entendimento, uma favela é descrita por pelas condições e precariedade e por aquilo que lhe falta.
Ademais, de acordo com o Censo de Comunidades de Baixa Renda feito pelo governo da cidade do Rio de Janeiro no ano de 2009, demonstrou que a renda per capita mensal da comunidade do Complexo do Alemão é de R$ 176,90 e a da Comunidade da Rocinha de R$ 220, diante de uma média das demais de R$ 615,00, em comparação com as 30 regiões administrativas do município do Rio. Ou seja, as comunidades do Alemão e da Rocinha foram consideradas as mais pobres. De acordo, com um artigo do Globo em julho de 2020, a cidade do Rio do Janeiro estava no ranking das metrópoles mais desiguais do mundo, a cidade demonstrou percentuais negativos no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), conforme apontado pelo Mapa da Desigualdade. A pobreza impossibilita uma alimentação adequada, dificulta o acesso dos serviços de saúde, ocasiona pessoas em situação de pobreza a residirem em moradias inadequadas em regiões de risco com ausência e esgotamento sanitário e saneamento básico, causando vulnerabilidade social e aumento da violência, crescimento de população em situação de rua, bem como o aparecimento de doenças por de alimentação adequada, preconceito e exclusão social em relação às pessoas carentes, e impacta o desenvolvimento econômico e social de um país (CAMPOS, Mateus, 2021).
Uma pesquisa realizada por moradores de 15 (quinze) comunidades de cinco municípios da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, demonstrou que 56% dos moradores entrevistados vivem em situação de pobreza. Onde as contas para manutenção da vida social, a exemplo alimentação e contas de água e luz, representa mais de 10% da renda familiar mensal. 
Ademais, conforme relatório de junho de 2022, “Justiça Hídrica e Energética nas Favelas” apontou que quase a metade da população residente nesses locais depende de bombas para ter acesso à água. O relatório também apresentou problemas como os alagamentos que afetam a vida de mais da metade dos entrevistados, locais sem saneamento básico e com baixa qualidade da água fornecida.
Jovem lava utensílios de cozinha com mangueira na comunidade Manguera, no Rio de Janeiro (Foto: Mario Tama/Getty Images)
Imagem: Vidigal no Rio de Janeiro - O êxodo rural e o crescimento urbano acelerado contribuíram para a pobreza no Brasil.
A concentração de população nas comunidades é um fator social que demonstra a quantidade de pessoas em situação de vulnerabilidade que se reúnem no mesmo local, a comunidade da Rocinha é a favela mais populosa do Rio e do país, conforme o Censo 2010, 69.161 pessoas moravam na comunidade naquele ano. A favela da Rocinha enfrenta diversos impasses socioeconômicos, bem como precariedade e inacesso ao saneamento, problemas habitacionais e de escolaridade.
Visto o cenário de pobreza na cidade e todos os problemas alarmantes existem, em contrapartida, é uma cidade com os setores econômicos predominantes na cultura e turismo, a capital fluminense é internacionalmente conhecida pela beleza de suas praias, além de ser um grande polo de turismo cultural, contemplada por diversos museus e teatros. Segundo a EMBRATUR, é o destino mais procurado pelos turistas estrangeiros que visitam o Brasil a lazer, e o segundo colocado no turismo de negócios e eventos. Ademais, é a cidade que se encontra o Cristo Redentor, considerada sétima maravilha do mundo, o monumento tem uma média diário de 5,5 mil visitações.
O turismo movimenta serviços de alimentação e hospedagem, locação de veículos, recreação, agências de viagem e eventos no Rio Janeiro (Tomaz Silva/Agência Brasil)
Segundo a prefeitura da cidade, o Rio de Janeiro está entre as cinco cidades que tiveram o maior crescimento do PIB do Turismo no mundo. No ano de 2022, o turismo carioca teve 9% (nove porcento) de aumento, comparado ao ano de 2019 de acordo com um estudo realizado pelo Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC). Notadamente o crescimento do Rio de Janeiro ocupa o quinto lugar mundial, bem com, são realizadas diversas ações por parte Prefeitura do Rio para alavancar a cidade como um grande destino turístico em todo o mundo. Em adição, o aumento da atividade turística na cidade impacta de forma significativa a economia, evidentemente, com a movimentação no setor de serviços e comercial. Indubitavelmente, os avanços na questão comercial e turística na cidade ficou à frente de cidades famosas do mundo.
Posto isso, conforme demostrado a cidade do Rio de Janeiro enfrenta impasses de desigualdade, pobreza e miséria. Contudo, o formato que pobreza se manifesta no contexto metropolitano na cidade do Rio de Janeiro é diferente quando analisado no país um todo e pode confundir a realidade acerca do verdadeiro cenário. A cidade enfrenta problemas sociais gravíssimos e existe a ausência de políticas públicas. Assim, a análise do contexto metropolitano em conjunto pode ocultar, ao invés de demonstrar,as diferenças existentes dentro da cidade. Isto é, as desigualdades sociais e as desigualdades urbanas são características observáveis entre os diferentes espaços existentes dentro da cidade, em especial na cidade do Rio de Janeiro que é foco principal desta pesquisa e enfrenta diversos problemas e ao mesmo tempo é um polo turístico no país.
Referências bibliográficas:
Dia do turista na cidade do Rio de Janeiro. Carioca digital, 2018. Disponível em: https://www.rio.rj.gov.br;
Rio de Janeiro, IBJE, 2021. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br;
Pobreza na cidade do Rio de Janeiro, Scielo, 2020. Disponível em: https://www.scielo.br;
DURÃO, Vera Saavedra, Alemão e Rocinha são as favelas mais pobres do Rio, Valor Econômico, 2010.
CAMPOS, Mateus. Geografia Humana, Pobreza no Brasil, 2021. Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/a-pobreza-no-brasil;
ARAÚJO, Felipe. Info Escola, Linha de Pobreza, 2020. Disponível em: https://www.infoescola.com/sociologia/linha-de-pobreza.
SAMPAIO, Fabiana, Agência Brasil, Economia, Favelas do Rio de Janeiro. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/radioagencia-nacional/economia/audio/2022-09/pesquisa-em-favelas-do-rio-aponta-que-56-vivem-em-pobreza-energetica.
Turismo no Rio de Janeiro, Exame, 2023. Disponível em: https://exame.com/esferabrasil/turismo-de-negocios-esta-de-volta-ao-rio-de-janeiro-e-ganha-novo-folego
Marcelo Ferreira da Silva
 
Ciências 
E
conômicas 
 
 
 
Análise do Mapa da Pobreza e Desigualdade (Setores econômicos 
predominantes
) 
-
 
Renda média e desigualdade
 
na cidade do Rio de Janeiro
 
 
Inicialmente
, 
é 
evidente
 
que a pobreza é um fator negativo que persiste na 
sociedade brasileira,
 
a pobreza é o estado que um indivíduo não consegue obter 
os meios necessários para sua manutenção na vida social e ter acesso aos 
direitos básicos
, como saúde, educação e moradia
. 
No 
Brasil, o índice de 
pobreza
 
é 
delimitado
 
pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística
 
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com base em indicadores fornecidos pelo Banco Mundial
 
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e considera a extrema pobreza quando o cidadão possui uma renda inferior a 
US$ 1,90
 
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(cento e 
sessenta e oito reais)
 
por mês, em adição, a pobreza é determinada quando um 
cidadão possui renda diária inferior a US$ 5,50 por dia, ou seja, 
aproximadamente 
US$ 486,00
 
(
quatrocentos e oite
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por mês em 
valores 
atuais
.
 
Aliás, o conceito de Linha de pobreza
 
ou
 
linha internacional de pobreza
 
foi o 
limite monetário 
fixado
 
para designar em que momento um cidadão está vivendo 
em 
estado
 
de pobreza.
 
Dessa forma, caso uma pessoa tenha uma renda 
inferior
 
do 
que se
 
determina
 
como linha de pobreza em seu país, pode ser considerada 
pobre
 
e em situação de vulnerabilidade
. O cálculo é 
realizado
 
a partir do índice 
de pobreza extrema referente a u
m país
, tendo
 
em vista o valor com que um 
cidadão adulto consegue
 
realizar
 
sua manutenção
. Ocorre que, a
 
linha da 
pobreza 
tem aumentado 
de forma significativa no Brasil
, de acordo com o
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as informações referente 
ao
 
ano de 2021, 
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s pelo IBGE,
 
os 
dados
 
demonstram
 
que
 
existe
 
cerca de 62,5 milhões de
 
pessoas
 
estão em 
situação de
 
pobreza,
 
e
 
17,9 milhões de indivíduos desse grupo 
estão
 
na 
classificação de extrema pobreza.
 
Ou seja, o
 
levantamento 
alarma
 
o elevado 
número de crianças
 
e adolescentes
 
em 
estado
 
de pobreza e
 
esse fator contribui
 
para o crescimento da desigualdade social no 
Brasil.
 
Marcelo Ferreira da Silva 
Ciências Econômicas 
 
 Análise do Mapa da Pobreza e Desigualdade (Setores econômicos 
predominantes) - Renda média e desigualdade na cidade do Rio de Janeiro 
 
Inicialmente, é evidente que a pobreza é um fator negativo que persiste na 
sociedade brasileira, a pobreza é o estado que um indivíduo não consegue obter 
os meios necessários para sua manutenção na vida social e ter acesso aos 
direitos básicos, como saúde, educação e moradia. No Brasil, o índice de 
pobreza é delimitado pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística - IBGE, 
com base em indicadores fornecidos pelo Banco Mundial – BM, que demonstra 
e considera a extrema pobreza quando o cidadão possui uma renda inferior a 
US$ 1,90 por dia. Esse valor convertido, é equivalente a R$ 168,00 (cento e 
sessenta e oito reais) por mês, em adição, a pobreza é determinada quando um 
cidadão possui renda diária inferior a US$ 5,50 por dia, ou seja, 
aproximadamente US$ 486,00 (quatrocentos e oitenta e seis reais) por mês em 
valores atuais. 
Aliás, o conceito de Linha de pobreza ou linha internacional de pobreza foi o 
limite monetário fixado para designar em que momento um cidadão está vivendo 
em estado de pobreza. Dessa forma, caso uma pessoa tenha uma renda inferior 
do que se determina como linha de pobreza em seu país, pode ser considerada 
pobre e em situação de vulnerabilidade. O cálculo é realizado a partir do índice 
de pobreza extrema referente a um país, tendo em vista o valor com que um 
cidadão adulto consegue realizar sua manutenção. Ocorre que, a linha da 
pobreza tem aumentado de forma significativa no Brasil, de acordo com os 
últimas informações referente ao ano de 2021, apresentadas pelo IBGE, os 
dados demonstram que existe cerca de 62,5 milhões de pessoas estão em 
situação de pobreza, e 17,9 milhões de indivíduos desse grupo estão na 
classificação de extrema pobreza. Ou seja, o levantamento alarma o elevado 
número de crianças e adolescentes em estado de pobreza e esse fator contribui 
para o crescimento da desigualdade social no Brasil.

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