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fundamentos da danca

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Unidade III
Técnicas fundamentais da dança 
Fundamentos de 
Ritmo e Dança
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
ALESSANDRA VANESSA FERREIRA DOS SANTOS
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
BRUNO SILVA JULIARI
LEANDRO AUGUSTO DE OLIVEIRA
AUTORIA
Bruno Silva Juliari
Olá. Sou graduado em Educação Física pelas Faculdades Associadas 
de Ensino (UniFae), pós-graduado em Docência do Ensino Superior pela 
faculdade Campos Elíseos e pós-graduando em Treinamento Desportivo 
pela faculdade Campos Elíseos. Realizei os Cursos Complementares de 
Fisiologia do Treinamento Resistido, Fisiologia do Treinamento Desportivo 
e Nutrição para o Desporto. Sou apaixonado pelo que faço e adoro 
transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas 
profissões. Por isso, fui convidado pela Editora Telesapiens a integrar seu 
elenco de autores independentes. Estou muito feliz por poder ajudar você 
nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
Leandro Augusto de Oliveira
Olá. Sou bacharel em Educação Física pelo Centro Universitário 
de Araraquara (2011) e sou mestre (2015) e doutor (2020) em Ciências 
Fisiológicas pelo Programa Interinstitucional UFSCar/UNESP. Realizei 
Doutorado Sanduíche no Departamento de Farmacologia, Fisiologia e 
Neurociência da Universidade da Carolina do Sul (USC, Columbia, EUA), 
por meio da Bolsa Estágio e Pesquisa no Exterior (BEPE/FAPESP) em 
2018. Atuo em estudos que envolvem os mecanismos neurais na função 
cardiovascular durante o repouso e estresse. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento 
de uma nova 
competência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando necessárias 
observações ou 
complementações 
para o seu 
conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas 
e links para 
aprofundamento do 
seu conhecimento;
REFLITA:
se houver a 
necessidade de 
chamar a atenção 
sobre algo a ser 
refletido ou discutido;
ACESSE: 
se for preciso acessar 
um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
fazer um resumo 
acumulativo das 
últimas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de 
autoaprendizagem 
for aplicada;
TESTANDO:
quando uma 
competência for 
concluída e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Teoria dos movimentos para a dança ................................................. 10
Movimentos para a dança ....................................................................................................... 10
Ritmo, técnica e expressividade da dança ......................................22
Ritmo, técnica e expressividade ..........................................................................................22
A importância do ritmo para a dança ................................................. 35
O ritmo e sua importância para a dança ........................................................................35
Iniciação coreográfica da dança ...........................................................46
A iniciação das coreografias ................................................................................................. 46
7
UNIDADE
03
Fundamentos de Ritmo e Dança
8
INTRODUÇÃO
Nesta Unidade, vamos estudar e conhecer melhor a dança, 
compreendendo seus fundamentos, conceitos, técnicas, entre outros. 
Abordando ainda sobre a expressividade tão presente nas danças, e sobre 
o ritmo e as coreografias. Logo, ao final dessa Unidade, você será capaz 
de identificar e compreender as teorias dos movimentos para a dança, 
suas formas básicas, fatores e qualidade; aplicar o ritmo, a técnica e a 
expressividade na dança; discernir sobre a importância do ritmo para a 
dança; e entender a iniciação coreográfica da dança, sua experimentação, 
criação e expressão. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva, você vai 
mergulhar neste universo!
Fundamentos de Ritmo e Dança
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3 – Técnicas fundamentais da 
dança. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes 
competências profissionais até o término desta etapa de estudos:
1. Identificar e compreender as teorias dos movimentos para a dança, 
suas formas básicas, fatores e qualidade.
2. Aplicar o ritmo, a técnica e a expressividade na dança.
3. Discernir sobre a importância do ritmo para a dança.
4. Entender a iniciação coreográfica da dança, sua experimentação, 
criação e expressão.
Fundamentos de Ritmo e Dança
10
Teoria dos movimentos para a dança
OBJETIVO:
Neste capítulo, vamos identificar e compreender as teorias 
dos movimentos para a dança, suas formas básicas, fatores 
e qualidade. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Vamos lá. Avante!
Movimentos para a dança 
Ao lidar com o elemento movimento na dança (melhor dito, para a 
dança), é possível apresentar diferentes formas de usar e criar movimentos, 
não só com uma técnica específica, mas procurando fornecer uma gama 
muito ampla de elementos. Assim, o uso do espaço pelas diferentes 
dinâmicas que o movimento tem, fazem com que os elementos não sejam 
apenas a relação de linha e forma ou a hierarquia do espaço, ou mesmo a 
roupa que usamos, tratam-se das ideias, bem como dos planos de aula, 
planos de coreografia ou sugestão improvisada (RENGEL; SCHAFFNER; 
OLIVEIRA, 2017).
Figura 1 – Movimentos para a dança
Fonte: Freepik. 
Fundamentos de Ritmo e Dança
11
IMPORTANTE:
A ideia do elemento “movimento” na dança é apresentar um 
conjunto de proposições, em que há cursos para crianças 
e adolescentes, restrito, mas de acordo com a criatividade 
e o desenvolvimento da criança, com movimentos mais 
alinhados com a criação artística de jovens e adultos. A 
definição de dança envolve os elementos como o ambiente 
dela, como educadores, dançarinos e professores de 
qualquer tipo. A dança deve saber que ela entende todos 
os tipos de movimentos, emocionais, físicos e intelectuais. 
Assim, trabalhando com artistas e alunos com essa dimensão 
aumentada dos componentes do movimento, com potencial 
para desenvolver mais vocabulário no corpo, inspirando a 
criatividade (RENGEL; SCHAFFNER; OLIVEIRA, 2017).
Figura 2 – Crianças e os movimentos da dança
Fonte: Freepik. 
Assim, abordando sobre as teorias dos movimentos para dança, 
Laban (1978) afirma que os elementos estruturantes da dança são divididos 
em três categorias, sendo elas: movimento corporal, espaço e tempo. 
Fundamentos de Ritmo e Dança
12
A seguir serão contemplados os elementos do movimento corporal:
 • Fluxo – faz alusão à qualidade dos movimentos, que está atrelada 
à tensão dos músculos que possibilita que o movimento flua, 
com a suavidade do fluxo contínuo e intermitente e seu grau de 
tensão. Logo, o fluxo é subdividido em fluxo controlado, fluxo 
interrompido e fluxo livre. O fluxo controlado ou condução é um 
estado de foco no movimento no qual há maior tônus muscular 
que controla a intensidade desse movimento. Por exemplo: 
escrever palavras no papel com uma caneta, movimentos de Tai 
Chi Chuan. Já o fluxo interrompido, interromper imediatamente o 
movimento é a maior tensão, o que faz com que o movimento 
seja interrompido. Por exemplo: escovar os dentes. Já o fluxo livre 
trata-se de um movimento ininterrupto no qual o indivíduo pode 
se mover livremente, desde que não haja pausa. Por exemplo: 
correr no parque, o fluxo do rio.
 • Kinesfera – sendo tudo o que é possível atingir com as partes 
corporais, sendo grande ou pequeno, longe ou perto, lento ou 
rápido, entre outros. Uma kinesfera, tambémconhecida como 
“cinesfera”, é uma esfera que delimita os limites naturais do 
espaço pessoal ao redor do corpo de uma criatura em movimento. 
Essa esfera engloba todo o corpo, ele estando estacionário ou em 
movimento, permanecendo constante no que se refere ao corpo, 
sendo ainda carregada pelo corpo enquanto move-se.
 • Eixo – fortalece a cadeia muscular, principalmente no centro, 
como o eixo do movimento, capaz de estudar a sustentação e o 
equilíbrio.
 • Giros – que depende do estilo de dança, seja balé, hip-hop ou 
moderno. Trata-se de girar o corpo em seu próprio eixo de 
qualquer maneira. A rotação traz equilíbrio estável e experiência 
desequilibrada.
Fundamentos de Ritmo e Dança
13
Figura 3 – Giros na dança latina
Fonte: Freepik .
 • Peso – contempla a qualidade do movimento, que se refere à 
mudança na quantidade de força que o corpo exerce durante o 
exercício. Passivo, ativo, leve, pesado, transferência, equilíbrio e sua 
graduação, estável e instável. Logo, o peso pode ser subdividido 
em peso leve ou pesado; o peso leve acaba transmitindo uma 
percepção de leveza, como bailarinas que dançam nas pontas 
de seus pés ou uma carícia suave no rosto de um ente querido; 
já o peso pesado requer maior força para executar, como bater 
no martelo de um trabalhador, um elefante andando ou bater em 
uma pessoa.
 • Saltos – utiliza os eixos vertical e horizontal, sendo movimentos de 
deixar temporariamente o corpo sem apoio. Isso acontece quando 
os corpos estão suspensos no ar e perdem o contato com o solo 
ou outra base de apoio que sustenta o corpo. Os saltos podem ser 
vistos em termos de peso (leve ou forte) e tempo (rápido ou lento). 
O salto pode ser de dois pés a dois pés, dois pés a um pé, um pé 
a dois pés, um pé no mesmo pé ou um pé no outro.
Fundamentos de Ritmo e Dança
14
Contempladas as subdivisões da categoria de movimento corporal, 
eis a seguir as subdivisões da categoria de espaço. 
DEFINIÇÃO:
O movimento no espaço é conceituado como a relação 
existente entre o corpo e o espaço, ou seja, ambiente no 
qual está, bem como o corpo relacionado ao seu próprio 
corpo, ou mesmo em relação a outro corpo, e também um 
corpo para outro objeto.
Assim, as subdivisões do espaço são:
 • Deslocamento – ocorre quando usa-se, por exemplo, um palco 
ou cena e move-se para um ponto específico no arranjo. No 
que diz respeito à dança contemporânea, não existe um ponto 
central ou sentido de singularidade ou grande simetria no espaço. 
O deslocamento poderá ser feito de formas distintas na dança, 
pulando, andando, correndo, carregando, arrastando, virando e 
muito mais. Tais deslocamentos poderão acontecer em caminhos 
curvos ou retos, podendo ser realizados de maneira coletiva ou 
individual.
 • Dimensão – trata-se de uma extensão com duas direções opostas, 
sendo um elemento básico da orientação no espaço. Logo, são três 
dimensões, sendo elas: largura (amplitude), altura (comprimento) 
e profundidade, mais conhecido como “chama de plano de porta 
(altura), plano de mesa (largura) e plano de roda (trás/frente).
 • Níveis (relativos à altura) – alto, médio, baixo, em geral, são os 
movimentos possíveis do corpo que usam o espaço na altura ou 
abaixo da cintura ou acima da cabeça.
 • Direção – trata-se da trajetória traçada no espaço, significando 
a direção do movimento, sempre partindo do centro do corpo. 
Direção (direção; para onde ir): para trás, para frente, diagonal, 
para os lados, para cima, para baixo. Logo, existem oito direções 
diagonais, sendo elas: alto-direita-trás, baixo-direita-frente, baixo 
direita-trás, alto-esquerda-trás, alto-esquerda-frente, alto-direita-
Fundamentos de Ritmo e Dança
15
frente, baixo-esquerda-trás e baixo-esquerda-frente. Ao que se 
refere às direções diametrais, são 12, sendo elas: esquerda-alta, 
esquerda-baixa, direita-alta, direita-baixa, direita-trás, direita-
frente, esquerda-frente, esquerda-trás, frente-baixa, frente-alta, 
trás-baixa e trás-alta.
Contemplado sobre a categoria de espaço, eis a seguir sobre 
categoria de tempo dos elementos estruturantes da dança.
DEFINIÇÃO:
Trata-se da velocidade em que são executados movimentos 
determinados, sendo classificados em lento, moderado 
e rápido. É uma qualidade bastante subjetiva, pois é 
necessário sempre ter um parâmetro de comparação para 
definição do que é rápido e o que é lento.
Segundo Laban (1978), o tempo é subdividido em:
 • Lento – é mantida uma velocidade lenta, ou continua 
desacelerando até quase parar, como uma lagarta movendo-se 
em uma folha.
 • Moderado – é entre rápido e lento, por exemplo, uma caminhada 
tranquila em uma praça.
 • Rápido – quando é mantida a aceleração constante ou um ritmo 
acelerado sem mudanças, por exemplo, um episódio de samba 
ou um carro de corrida na estrada.
Fundamentos de Ritmo e Dança
16
IMPORTANTE:
Os elementos de movimento na dança não contêm apenas 
significados limitados, e isso, às vezes, funciona, porque 
é apenas aprender passos. É muito importante estudar e 
analisar movimentos específicos para entender e treinar 
diferentes métodos, técnicas e práticas. Claro, há passos 
para aprender, no entanto, devemos compreender de 
forma artística, pedagógica e criativa que existem inúmeras 
formas diferentes de movimentos, sejam gestos, posturas, 
passos ou movimentos sequenciais, simultâneos, rituais, 
simétricos, assimétricos etc (RENGEL; SCHAFFNER; 
OLIVEIRA, 2017).
Figura 4 – Passos de danças
Fonte: Pixabay .
Em relação ao conceito de movimento, a dança não é apenas 
manipular o movimento, é empoleirar-se. Todo movimento é dançável, 
quando um potencial poético o ocupa, e em todas as necessidades 
humanas, o exercício desempenha um papel central nos diferentes níveis 
de organização de estruturas físicas, mentais, específicas e emocionais, 
por meio de um espaço em um momento específico, com diferentes 
intensidades (MOTTA, 2006).
Fundamentos de Ritmo e Dança
17
Ainda segundo Motta (2006), essas camadas interagem 
constantemente na relação que o sujeito estabelece no mundo, definindo 
e redefinindo as estruturas de comunicação entre si e com os outros 
nos parâmetros de movimento. O plano conceitual é estabelecido por 
dilatação e seu significado vai além da funcionalidade e do comportamento 
automatizado, sendo necessário e completo, sem “lacuna”, revelando 
constantemente a dinâmica da existência por meio da atenção plena.
VOCÊ SABIA?
O parâmetro “movimento” é o domínio no qual a ação deve 
ser o mais consciente possível, dotada de sentido, porém 
de um sentido que não se acaba em si mesmo. Logo, é o 
movimento que desafia o dançarino, o transformando em 
consciência-corpo, em que a consciência dos movimentos 
é transmutada em movimentos de consciência, nos quais 
todo movimento é convidado para sair e voltar à sua origem 
germinal, nascendo de novo no “oceano” da corporalidade.
Ao que se refere à definição de forma, Motta (2006) afirma que 
trata-se de configurações fenomenais, que podem ou não ser de 
natureza física. Como a imanência do movimento, a forma existe para a 
configuração da vida, sendo uma forma de expressar sua totalidade. O 
caminho para a percepção, compreensão e emoção será identificado 
por meio de diferenças de estímulos e eventos possíveis. Foi capaz de 
reconhecer que todo ser, animado ou inanimado, tem uma forma, como 
manifestação de você mesmo no mundo.
Essas formas também atuam como mediadoras entre o homem 
e a história, entre a objetividade e subjetividade, entre o local exterior 
e interior do performer, sempre como um “comando significativo” e não 
pode ser separado dele um determinado conteúdo, sendo sintetizado e 
transformado em suas próprias distrações. 
Essa expressão serve para uma configuração de forma específica, de 
acordo com a sua recorrência individual ou temporal, podendo ser estilística, 
acrescentando ainda algumas características que dão particularidade para 
uma obra,bem como a um período, situação ou indivíduos.
Fundamentos de Ritmo e Dança
18
Ao que se refere à definição de espaço, trata-se da possibilidade de 
interação entre diferentes formas, sendo essa uma relação possível. No 
plano conceitual do espaço, está, no entanto, associado aos diferentes 
domínios do conhecimento da ciência e da arte, não sendo excluídas 
ou mesmo adotadas outras conformações, proporcionando uma 
compreensão mais detalhada do conceito de espaço, contribuindo e 
direcionando a posição estabelecida por esse parâmetro.
Assim, entende-se que os parâmetros espaciais no plano conceitual, 
como o metaxológico, em que um terreno de discurso e imagem revelem 
o contexto de possibilidades relacionais disponíveis, produzem outras 
topologias que também se sobrepõem como esse fluido aberto e 
mediado nessa relação. 
VOCÊ SABIA?
Nesse sentido, o espaço contém o paradoxo infinito o 
mensurável e o dimensional, o subjetivo e o objetivo, bem 
como validade, existência e potencial, externo e interno, 
absoluto e fluido, intensidade e tempo. A espacialidade 
do bailarino é latente e fluída porque concebe a dança na 
espacialidade da existência.
Quanto ao conceito de dinâmica, trata-se de uma das teorias mais 
abrangentes, pois é a configuração da energia vital, incorporada em 
inúmeras artes e ofícios, e isso, obviamente, envolve os processos físicos, 
emocionais e psicológicos da dança. Logo, a dinâmica é o estudo da força, 
estando ligados por graus variados de intensidade/energia, no plano do 
movimento mecânico, com tom emocional que permitirá a variação de 
personagens – lúdico, romântico, dramático, sensual etc. (MOTTA, 2006).
IMPORTANTE:
Não se deve pensar e trabalhar reduzindo-o a algum tom 
expressivo, ligando-o a determinadas ações, porque o 
movimento, como princípio orientador é, em si mesmo, 
uma liberdade de expressão, dando cor ao movimento.
Fundamentos de Ritmo e Dança
19
Portanto, a definição conceitual de parâmetros de dinâmica é um 
investimento na vontade de poder, que perpassa todas as suas ações e 
é crucial para sua postura. Essa energia gera o poder do gesto, estando 
presente em cada movimento, forma e espaço como uma intensidade 
aumentada, um estado fisiológico de um estado artístico, ao mesmo 
tempo em intoxicação máxima e extrema acuidade. Então, a dinâmica 
acaba implicando uma mobilidade extrema, levando à expansão extrema, 
à ânsia de expressar o que se sabe, ou seja, uma necessidade de se livrar 
e demonstrar alguma forma de si mesmo por meio de sinais e atitudes, 
bem como a capacidade de falar sobre si mesmo. 
Por fim, contemplando sobre a definição de tempo e ritmo, Motta 
(2006) afirma que a base de todas as conquistas é o ritmo, e a importância 
do ritmo está na corporificação em quase toda a experiência humana 
e todos os organismos, caracterizada por uma constante agitação, e o 
próprio ritmo que constitui a energia subjacente para realização da tarefa 
de movimento é a sua manutenção para esportes ou condições que 
mudam, bem como a força externa é necessária. Esse é um princípio 
comum da Física. Logo, o ritmo é conceituado como sendo o intervalo 
entre o momento no qual a força começa a agir, ou seja, a fase de 
descontração, e a fase de relaxamento, sendo aquela que termina a ação 
da força.
Motta (2006) estendeu a definição de ritmo para considerá-
lo também uma atividade mental. Por meio do esforço de conceber e 
imaginar, podemos transferir o conceito de ritmo para o âmbito da arte em 
geral, vendo-o como o impulso motor do movimento, sendo conceituado 
como o “material” que sentimos quando apreciamos as expressões, 
através de uma obra de arte. Por exemplo, o que é comumente referido 
como “movimento” são essas linhas, essa estátua, esse edifício, essa 
imagem e assim por diante. No entanto, esse movimento depende do 
equilíbrio colocado pelo artista na obra, que é avaliada pelo contraste de 
princípios, movimentos e reações, a sensação de medir intervalos e, em 
suma, o ritmo. 
De acordo com Rengel, Schaffner e Oliveira (2017), existem muitas 
maneiras de ajudar por meio dos elementos do movimento, como a 
Fundamentos de Ritmo e Dança
20
alfabetização, o raciocínio matemático, o desenho, a linguagem oral 
(oral e escrita), a criação do movimento e o autoconhecimento (o corpo, 
suas limitações e habilidades). Por exemplo, através da proposição do 
sujeito, da representação de objetos ou elementos naturais e do jogo 
representacional, pode-se apresentar a dimensão maior do que é o 
movimento, compreendendo suas inúmeras possibilidades.
IMPORTANTE:
Precisamos olhar dentro de vieses estéticos e históricos 
contextualizados para conceitos amplos sobre a 
organização do movimento do corpo, do tempo, do espaço, 
do uso dos elementos. Os elementos que constituem a 
dança são criados e pesquisados de acordo com códigos 
estabelecidos. A dança pode nos ajudar a sermos mais 
criativos e motivados na sociedade em que vivemos, 
sabendo que criar dança não é apenas algo mecânico. Ela 
funciona bem, sendo um campo de conhecimento, como 
o conhecemos, uma forma de interagir com o mundo. A 
dança é entendida como um campo de conhecimento 
porque fornece recursos para a permanência e a 
sobrevivência humana. Ela produz algo (na forma de dança, 
ou escrita sobre dança) a partir de sua capacidade de 
dar, transformar e ampliar sentido em relação ao mundo 
(RENGEL; SCHAFFNER; OLIVEIRA, 2017).
Assim, ainda de acordo com Rengel, Schaffner e Oliveira (2017), 
pode-se dizer que o ambiente em que a dança ocorre é um processo 
de comunicação especializado, gerando conhecimento, testando 
diferentes habilidades, como: sensorio-motor, intelectual, sensual, 
emocional, entrelaçado, entre outras. Assim, o ato de dançar com as 
pessoas acaba gerando ideias com padrões específicos, logo, a dança é 
composta de corpo, som, espaço, jogada, corpos dançantes, entre outras 
características, propondo a criação e a resolução em movimentos de 
discutir a possibilidade de organizar a realidade, ou seja, o contexto.
Fundamentos de Ritmo e Dança
21
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo deste 
capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve 
ter aprendido sobre as teorias dos movimentos para a 
dança, em que foram apresentados alguns elementos, os 
elementos estruturantes da dança, que são divididos em 
três categorias, sendo elas: movimento corporal, espaço e 
tempo. Estudamos também sobre o conceito de movimento 
para dança, em que foi apresentado que a dança não se 
trata apenas de manipular o movimento, é empoleirar-se. 
Todo movimento é dançável, quando um potencial poético 
o ocupa, e em todas as necessidades humanas, o exercício 
desempenha um papel central nos diferentes níveis de 
organização de estruturas físicas, mentais, específicas 
e emocionais, por meio de um espaço em um momento 
específico, com diferentes intensidades. Outros conceitos 
estudados foram os de forma e dinâmica na dança, a forma 
trata-se de configurações fenomenais, que podem ou não 
ser de natureza física. Como a imanência do movimento, 
a forma existe para a configuração da vida, uma forma de 
expressar sua totalidade. E a dinâmica trata-se de uma 
das teorias mais abrangentes, pois é a configuração da 
energia vital, incorporada em inúmeras artes e ofícios, e 
isso, obviamente, envolve os processos físicos, emocionais 
e psicológicos da dança.
Fundamentos de Ritmo e Dança
22
Ritmo, técnica e expressividade da dança 
OBJETIVO:
Neste capítulo, vamos aplicar o ritmo, a técnica e a 
expressividade na dança. E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Vamos lá. Avante!
Ritmo, técnica e expressividade
Uma busca pela palavra “dança” em um dicionário abre muitas 
possibilidades para o leitor compreender o seu significado. A mais simples 
delas refere-se à dança como uma série de movimentoscorporais rítmicos, 
geralmente, acompanhados pelo som da música. No entanto, a dança 
também é interpretada como a arte e/ou técnica da dança, estilo, gênero 
ou forma particular de dançar, ao mesmo tempo em que é estabelecida 
a relação do termo “dança”, com diferentes gêneros de organização de 
tais movimentos corporais com ritmo, como a dança macabra, dança da 
fecundidade, dança moderna, dança de salão, entre outras (SCHIFINO, 2011).
Figura 5 – Danças
Fonte: Freepik .
Ainda de acordo com Schifino (2011), a dança é compreendida como 
interpretação ou replicação dos movimentos que são inerentes para os 
seres humanos, sendo assim, tão antiga quanto eles. Aos poucos, passou 
Fundamentos de Ritmo e Dança
23
a ser disciplinada, assumindo a aparência de uma cerimônia formal, 
instalando um foco na harmonia estética dos movimentos corporais até 
então naturais e instintivos, colocando o homem diante da chamada 
“dança espetacular”, o espetáculo. 
A linguagem da expressão do corpo e também da dança é 
compreendida em múltiplos níveis simultâneos e, no sentido óbvio, 
podendo ainda ser uma força muito importante com a linguagem 
simbólica, usando a movimentação, o tempo e o espaço, bem como toda 
capacidade cognitiva e física de usar as emoções que se diferenciam 
pelo uso do ritmo e da harmonia, pois quando os músculos dançam, 
os sentidos e os pensamentos entram em ação, alinhando-se entre si, 
transmitindo pensamentos e emoções (MELO; INGUAGIATTO, 2017).
Ainda de acordo com Melo e Inguagiatto (2017), a dança permite 
que o praticante se concentre na atividade e nas emoções a ela 
associadas, resultando em uma perda de consciência e percepção do 
tempo momentâneo, criando uma assimilação completa do momento, o 
que proporciona ao praticante benefícios intrínsecos e extrínsecos. 
Figura 6 – Concentração na dança
Fonte: Freepik .
Fundamentos de Ritmo e Dança
24
Silva e Schwartz (1999) afirmam que a dança é visualizada como 
uma forma de comunicação, autoafirmação e, sobretudo, de expressão de 
emoção, elemento de lazer ou participação na formação dos bailarinos, 
que complementa uma relação direta com o público, com o dançarino e 
o que ele representa para o público enquanto dança.
IMPORTANTE:
Nesse contexto, é necessário compreender como é 
desenvolvido o conteúdo expressivo nas aulas de dança, 
pois traz importância e riqueza à dança, dando aos 
praticantes uma maior oportunidade de ganhos qualitativos 
e mais interessantes de forma a favorecer ainda mais as 
relações existentes, de forma a torná-las significativas, 
apesar de toda a riqueza de expressividade na prática da 
dança, sendo assim, possível perceber o valor que esse 
elemento pode ter, tornando essa arte mais completa e 
sensível (SILVA; SCHWARTZ, 1999).
Dessa maneira, ainda de acordo com Silva e Schwartz (1999), a dança 
é constituída por gestos e movimentos rítmicos, sendo uma atividade 
que é considerada um elemento importante e indispensável da dança. 
Assim, esta é uma expressão de harmonia universal em movimento, o 
que se assemelha à ideia de que é uma forma rara de participação em 
plena atividade humana, ou seja, corpo, mente e espírito. Desse modo, 
é enfatizado que a dança é uma comunicação que não requer quaisquer 
jogos de palavras.
Ainda, a dança pode ser visualizada como uma criação individual ou 
coletiva, com base no movimento físico e funcional de cada indivíduo, mas 
combinada com a expressão individual em que cada indivíduo mostra sua 
criatividade. Portanto, todos precisam ter a capacidade de expressar-se, 
para que eles e os outros possam entender essa expressão.
Fundamentos de Ritmo e Dança
25
Figura 7 – Interação na dança
Fonte: Freepik .
A dança é uma forma de todas as pessoas expressarem a cultura, 
bem como sua relação com os indivíduos e a natureza. A dança também 
tem outras qualificações, não sendo apenas uma arte, mas sim um modo 
de vida. Além disso, é um modo de ser, que está entrelaçado com todos 
os aspectos da vida cotidiana, como religião, trabalho, festa, morte etc. 
Juntos e apaixonados, dançar era um modo de vida no mundo.
Figura 8 – Expressão cultural da dança (dança indiana)
Fonte: Pixabay .
Fundamentos de Ritmo e Dança
26
Contemplando um pouco sobre a expressividade na dança, as 
características da prática variam de acordo com os objetivos propostos. 
Quando o assunto é dança, os estilos mais comuns hoje são: moderno, 
jazz, sapateado, dança do ventre, funk, country, clássico etc. Há também 
danças folclóricas, usadas, principalmente, fora das academias, como em 
escolas ou certas comunidades, de maneira a preservar a cultura.
Figura 9 – Danças folclóricas
Fonte: Pixabay .
SAIBA MAIS:
No mesmo sentido, quanto à definição de expressividade, 
existem vários parâmetros para conceituá-la. Alguns optam 
por conceituá-la como uma forma de linguagem corporal; 
outros, como uma forma de comunicação e prática voltada 
para o desenvolvimento de todo potencial humano 
associado ao movimento do corpo, como a dança.
Logo, para alguns, a expressão trata-se da emissão de todos os sinais 
e mensagens conscientes ou inconscientes. Expressar algo tem múltiplos 
significados para o físico, emocional, a sensibilidade e a capacidade de 
dar e receber. Ao analisar os parâmetros da expressividade pedagógica, 
Fundamentos de Ritmo e Dança
27
propõe-se resgatar e desenvolver todas as potencialidades inerentes ao 
movimento humano. Ademais, possibilita que os alunos expressem suas 
emoções, pensamentos e desejos por meio do corpo. Tudo isso permite 
que eles aprendam mais sobre si mesmos e se integrem melhor com 
aqueles ao seu redor, permitindo que trabalhem com seus corpos como 
um só (SILVA; SCHWARTZ, 1999).
Ainda de acordo com Silva e Schwartz (1999), a expressão do corpo 
salva e desenvolve todas as possibilidades humanas (corpo e mente), 
encerradas no movimento corporal. Este é uma linguagem que todos têm 
para se expressar, e a expressão corporal é a salvação dessa linguagem 
pessoal. Logo, o corpo tem a capacidade de expressar-se, e essa 
capacidade na expressão física apresenta-se por meio da experiência 
corporal. Essa experiência corporal equivale à forma como o corpo é 
apresentado.
Figura 10 – Dança como expressividade
Fonte: Freepik .
Desse modo, percebe-se que a imagem corporal equivale a entrar 
no esquema do próprio corpo. Na expressão corporal, o esquema no 
próprio corpo significa integrar esse corpo de forma holística, em sua 
disponibilidade motora, ou seja, o esquema corporal que transmite a 
imagem do corpo do cotidiano para a visão de mundo. 
O movimento expressivo representa uma forma que o corpo assume 
tal como existe, mas também por meio do sentimento e do movimento, 
Fundamentos de Ritmo e Dança
28
através das emoções do coração. Assim, o corpo e o mundo existem e 
se comunicam por meio dos diversos modos e formas propostos pelo 
movimento expressivo em um espaço rítmico, para que o espaço que 
existe entre o corpo e o mundo possa ser preenchido expressivamente 
(SILVA; SCHWARTZ, 1999).
Contemplando sobre as técnicas de dança, Nascimento (2017) 
afirma que o reconhecimento da importância da técnica da dança na 
formação do bailarino (independentemente do futuro profissional no 
repertório do balé clássico ou em corporações mais modernas) e a paixão 
pelo ensino da dança.
IMPORTANTE:
Defende-se a ideia de que um dançarino com qualidade 
passa por um processo de aprendizagem, expressão 
e performance, tendo, ainda, o seu corpo como sujeito 
principal, e o pressuposto de que a integração é uma 
memória, uma forma de internalização não verbal, sendo 
configurados culturalmente (NASCIMENTO, 2017).
Ainda de acordo com Nascimento (2017), o reconhecimento de 
que a técnica da dança é uma forma muito específica de usar o corpo 
tornou-se um padrão de movimento que pode ser imitado, apropriado e 
copiado de forma rigorosa. Nesse sentido, a importância da técnica parao 
bailarino e sua utilização no processo de treinamento é justificada. Assim, 
as técnicas de dança requerem forma e regras na sua aprendizagem e 
transmissão, situando-as em dimensões próprias e com propriedades 
distintivas.
Fundamentos de Ritmo e Dança
29
Figura 11 – Técnica na dança
Fonte: Freepik. 
Nascimento (2017) afirma que as especificidades e as características 
estruturais de cada técnica de dança são identificadas e consideradas as 
mais formais por estarem inseridas no programa de estudos e em todos 
os níveis do ensino na maioria das escolas de dança artística profissional, 
mediante a contextualização histórica, a clarificação de conceitos e 
sua terminologia, que possibilitam a visualização de vários aspectos de 
convergência, divergência e/ou lateralidade entre elas.
VOCÊ SABIA?
O sufixo nominal tecnia, de origem grega, traduz os conceitos 
de arte e artesanato de maneira geral. A técnica pode ser 
definida como sendo um conjunto de processos baseados 
no conhecimento científico e não na experiência, utilizados 
para obter determinado resultado (NASCIMENTO, 2017).
Fundamentos de Ritmo e Dança
30
A técnica corporal é projetada para aumentar a eficácia das 
habilidades que o corpo realiza por meio de treinamento específico. Essa 
reflexão terá em conta as chamadas “técnicas mais formais” (técnicas 
de dança clássica e técnicas de dança moderna) para sustentar a ideia 
de que o corpo, por meio dessas técnicas e formação, irá registar várias 
capacidades e habilidades que um corpo não trabalhado não teria.
Dessa maneira, a aprendizagem e o domínio das técnicas são meios 
que nos ajudam a formular objetos complexamente extraordinários, 
bem como arrebatadores e complexamente simples, com a intenção de 
querer comunicar algo. Assim, deverá ser entendido como um processo 
transversal de transmissão de saberes e treino, por meio do qual o corpo 
irá funcionar de forma simultânea como agente, objeto e instrumento 
(NASCIMENTO, 2017).
Na dança, qualquer movimento corporal eficaz e significativo 
pressupõe uma aprendizagem por meio de treino ou um processo de 
integração. Nessa perspectiva, as habilidades motoras (ritmo, equilíbrio, 
força, flexibilidade, velocidade, postura, resistência, coordenação etc) 
são indexadas de forma a dotar o corpo de habilidade/qualidade atlética 
superior. Isso pode ser alcançado através da assimilação e do registro 
físico de diferentes linguagens, códigos e princípios.
Figura 12 – Treinos para dança
Fonte: Freepik .
Fundamentos de Ritmo e Dança
31
Apresentando um pouco sobre o ritmo na dança, partindo da ideia 
de que a dança equivale a movimentos rítmicos, a geração temporal 
acrescenta significados e/ou símbolos específicos e diferentes às palavras 
(e seus movimentos correspondentes). Além disso, a história evolutiva 
do movimento “dança” foi adicionada à palavra, e essa história evolutiva 
acabou sendo o significado de outra palavra entre as muitas outras que já 
existiam. Dessa forma, podemos ver que a palavra “dança” não é apenas 
uma palavra, é um conceito.
VOCÊ SABIA?
A dança é generalizada como sendo uma combinação de 
movimentos no espaço e no tempo, segundo a respectiva 
música ou ritmo, em que a dança contempla não apenas 
o ato de movimentos, mas também ritmos, melodia e 
harmonia.
Assim, Paulino e Bareicha (2018), afirmam que é possível desenvolver 
a expressividade do movimento no tempo e no espaço que há na escola, 
na qual a dança busca caminhos para desvincular-se de uma prática 
que tem como pauta, “seguir o mestre” ou “faça como eu”, que privilegia 
coreografias com referências televisivas, não se preocupando com uma 
criação subjetiva que é apresentada nas respostas dos estudantes.
Assim, a dança como gesto subjetivo da expressividade, em relação 
à definição de cultura da dança, analisa sua origem e significado, sendo 
fácil vê-lo como efeito positivo de um exercício físico, cujos resultados 
contribuem para uma vida saudável, ou estão associados ao campo da 
recreação.
A dança existe desde o início da vida humana, quando as pessoas 
dançavam para a celebração da vida, bem como da colheita, dos deuses 
e de tudo o que era importante, no que se refere a aspectos essenciais 
da existência, portanto, no movimento corporal, nos estados emocionais 
e na evolução de uma pessoa. A comunicação espontânea por meio 
dessa arte é usada para traduzir sentimentos que as palavras não podem 
expressar. Como tal, a dança representa estilos próprios de movimento e 
Fundamentos de Ritmo e Dança
32
postura observados nas mais diversas épocas e grupos sociais (PAULINO; 
BAREICHA, 2018).
Ainda de acordo com Paulino e Bareicha (2018), os movimentos 
e gestos humanos refletem seus padrões comportamentais, que são 
determinados por sua localização cultural, geográfica e histórica. 
Compreender o significado, decodificar o significado do comportamento 
humano, pressupõe um conjunto de valores, informações e sentimentos 
previamente conhecidos. Dessa maneira, a dança é uma celebração, 
uma forma de comunicação, uma linguagem muito além das palavras, a 
encarnação dos instintos de vida.
VOCÊ SABIA?
O sentido da dança, hoje, ainda que priorize a repetição 
de padrões, pode estar relacionado à expressão humana 
e precisa ser estabelecido por meio de experiências que 
permitam aos bailarinos criar livremente. Assim, pode-
se dizer que a dança está presente em momentos e 
movimentos, refletindo imagens e criando formas. O corpo 
dançante é um ato de expressão, e seu tempo e espaço só 
podem ser o presente.
O significado de expressividade tem a ver com o ato de mostrar, 
expressar, manifestar ou revelar ideias por meio da linguagem e dos 
gestos. Todos esses significados podem ser resumidos na expressão 
“tirar”, e cada um tem seu jeito de dizer. A expressividade, como exercício 
que permite limpar suas emoções de forma criativa, pode ser associada 
ao movimento e à dança, em que o corpo é exposto de dentro para fora, 
de forma subjetiva (PAULINO; BAREICHA, 2018).
Logo, a dança conta com a expressividade da presença física nos 
encontros corporais, o que exige atenção à estética consciente acessível 
para a dança. Esta não exclui o corpo, tampouco a cultura, porém é 
baseada em quem realiza a dança. Assim, o ensino da dança estende-
se ao ensino da significação social e cultural sem pares de capacidade/
deficiência (PAULINO; BAREICHA, 2018).
Fundamentos de Ritmo e Dança
33
IMPORTANTE:
Na relação do corpo com o espaço escolar, a dança e a 
expressividade estão relacionadas ao conceito de presença, 
que surge no que se refere à interação dos sujeitos e 
objetos no presente e no espaço, com impacto direto no 
ser humano. O fortalecimento do corpo e o processo de 
apontar para essa relação na proposta educativa da dança 
faz o aluno se relacionar com o ambiente, tornando-se um 
ser expressivo, revelado pela necessidade de se comunicar 
e o desejo de conviver com os outros.
Assim, ainda de acordo com Paulino e Bareicha (2018), tal abordagem 
colabora de maneira significativa para que a investigação em relação à 
educação e à dança não seja pautada em metodologias que venham a 
ditar um passo a passo para ser seguido. Ao usá-la para a estruturação 
de uma linguagem específica, na qual o movimento trata da expressão, 
e o aluno descobre suas sensações e movimentos, entendendo que é 
participante ativo das suas ações.
Assim, percebe-se que a experiência com a dança e o movimento 
nas instituições de ensino poderá ser aumentada em reflexões relacionadas 
à expressividade, sendo destacada como um fator essencial das práticas 
pedagógicas que venham a se debruçar em relação à corporeidade 
(PAULINO; BAREICHA, 2018).
Fundamentos de Ritmo e Dança
34
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos.Você deve ter aprendido 
que a dança envolve ritmo, técnicas e expressividade, pois 
refere-se a uma série de movimentos corporais rítmicos, 
geralmente, acompanhados pelo som da música. No 
entanto, também é interpretada como a arte e/ou técnica. 
Assim, é constituída por gestos e movimentos rítmicos, 
sendo uma atividade que é considerada um elemento 
importante e indispensável da dança. Assim, a é uma 
expressão de harmonia universal que está em movimento, 
se assemelhando à ideia de que a dança é uma forma rara 
de participação em plena atividade humana, ou seja, corpo, 
mente e espírito. Com relação à expressividade na dança, 
ela pode ser encontrada em vários estilos, sendo eles: 
moderno, jazz, sapateado, dança do ventre, funk, country, 
clássico etc. Há também danças folclóricas, usadas, 
principalmente, fora das academias, nas escolas ou em 
certas comunidades, de maneira a preservar a cultura. Por 
fim, sobre as técnicas de dança, existe o reconhecimento 
de que a técnica da dança é uma forma muito específica de 
usar o corpo, sendo um padrão de movimento que pode 
ser imitado, apropriado e copiado de forma rigorosa. Nesse 
sentido, a importância da técnica para o bailarino e sua 
utilização no processo de treinamento é justificada.
Fundamentos de Ritmo e Dança
35
A importância do ritmo para a dança
OBJETIVO:
Neste capítulo, vamos discernir sobre a importância do 
ritmo para a dança. E então? Motivado para desenvolver 
esta competência? Vamos lá. Avante!
O ritmo e sua importância para a dança
De acordo com Yajima (1996), a dança vai muito além de uma série 
de passos e saltos com certo ritmo, uma vez que é a arte de conectar o 
corpo com a alma, tendo sido a maior expressão de alegria coletiva desde 
os tempos antigos. 
Danças folclóricas que são transmitidas há séculos, contam 
histórias e difundem a cultura do povo. A dança é uma linguagem corporal 
universal por meio da qual é traduzida toda a cultura e história de um povo. 
A dança, portanto, é a personificação da essência humana na capacidade 
física, mental e emocional para sua necessidade inerente de expressar-se 
e também de comunicar-se com os outros.
Figura 13 – A dança e as expressões
Fonte: Pixabay .
Fundamentos de Ritmo e Dança
36
Ainda segundo Yajima (1996), a dança deve ser baseada nas leis 
que regem a mecânica do corpo, devendo ser a expressão global deste, 
em que a emoção, a sensibilidade e a criatividade passam a ser o foco 
central, ou seja, tornam-se a maior expressão, o que enseja ao ser humano 
a possibilidade para uma pessoa se autorrealizar e autoconhecer. Dessa 
forma, a dança não se apresenta mais como um privilégio de classe, mas 
como uma forma de desenvolvimento e progresso humano.
A dança é expressada por meio de movimentos corporais, 
organizados em sequências significativas de experiências, transcendendo 
o poder das palavras e da pantomima. Modificadores não são suficientes 
e, antes que você perceba, sua mão faz um gesto e seu pé começa a se 
mover.
VOCÊ SABIA?
A dança deve ser uma tarefa que venha priorizar o estudo 
do movimento, da comunicação, da expressão e do ritmo, 
tendo como instrumento o corpo e suas potencialidades 
motrizes.
Yajima (1996) afirma que os seres humanos têm quatro impulsos 
primários indivisíveis diretamente relacionados à comunicação, que são o 
sentimento, o ritmo, o movimento e a expressão. Assim, o ritmo trata-se 
da essência dos estados emocionais, que, por sua vez, são determinados 
pelos sentimentos, tornando-os interligados e interdependentes. 
Figura 14 – Ritmo na dança
Fonte: Freepik .
Fundamentos de Ritmo e Dança
37
Contudo, o movimento tem sua existência no ritmo, assim como 
o ritmo existe no movimento. A sensação de movimento significa que 
estados emocionais, ritmos e movimentos dão origem ao desejo humano 
de expressar, ou seja, os humanos dançam.
Logo, ao adquirir o ritmo do movimento, a dança promove a 
educação sensorial e melhora a sensibilidade auditiva e física para 
movimentos rítmicos. Ao atingir um posicionamento espaço-temporal 
dinâmico, danças cuidadosamente coreografadas incorporam uma 
série de direções, planos e eixos que levam os alunos a locais espaço-
temporais mais emocionais e contribuem para outros movimentos 
no futuro. As tendências de movimento trazidas pela criança, foram 
incorporadas ao contexto da dança porque ela só é efetivada por meio 
do movimento expressivo, pois utiliza corpo e movimento como dose de 
expressão (YAJIMA, 1996).
DEFINIÇÃO:
Segundo Fior (2015), a palavra “ritmo” vem do grego rythmós, 
etimologicamente significando movimento ondulatório 
regular, ou movimento ondulatório, designando o que move-
se e o que flui, ou movimento regular. Assim, é apontado que 
o ritmo trata-se da essência do movimento livre e espontâneo, 
sua expressividade, criatividade e poder pessoal.
Figura 15 – Dança com movimentos ritmados
Fonte: Pixabay .
Fundamentos de Ritmo e Dança
38
Desse modo, o ritmo é, essencialmente, uma ciência do ritmo 
, sendo uma parte da teoria da música que estuda a relação entre 
expressão e tempo. O ritmo, portanto, entra na cultura dos seres vivos, 
especialmente dos seres humanos, fazendo-se presente na circulação, 
atividade glandular, respiratória, nos ciclos de anos, semanas, meses, 
dias, estações do ano, bem como no movimento das estrelas e da Terra. 
Embora pareça simples, o conceito de ritmo tem vários outros pontos, 
definições e componentes conceitualmente complexos (FIOR, 2015).
VOCÊ SABIA?
O ritmo está presente na natureza, bem como na vida 
dos seres humanos, na vida vegetal e na vida animal, no 
funcionamento orgânico do homem, em sua representação 
física, na expressão interior exteriorizada por gestos, 
existindo em movimento, seja ele qual for. Permite, assim, 
infinitas combinações, com diferentes durações e/ou 
combinações de formas distintas de movimento, alternando 
com diversas maneiras de repouso.
Ainda segundo Fior (2015), o ritmo refere-se à falta de interação 
ou irrelevância com toda a equipe, a correlação harmoniosa entre as 
várias partes de uma obra literária ou artística e um movimento regular 
e controlado. Uma pessoa se move, age, sente e reage de diferentes 
maneiras, e seus objetivos são atualizados a cada momento, mudando 
dinamicamente, de modo que as respostas e o recrutamento de partes 
do corpo estão relacionados à imagem corporal, fazendo com que essa 
autoimagem não torne-se um estado ideal ou estático simplesmente 
porque está sujeito a mudanças de ritmo.
Ao que se refere ás influências de fatores extrínsecos nos 
comportamentos de ritmo desde o nascimento, os organismos com 
ritmos espontâneos são confrontados com a realidade da estrutura do 
tempo, seja por questões físicas ou pela alternância do dia e da noite, ou 
por influência de normas socioculturais. Diante da realidade da estrutura 
do tempo, os organismos devem se adaptar, encontrando o equilíbrio, 
processo conhecido como “sintonização”.
Fundamentos de Ritmo e Dança
39
IMPORTANTE:
A sintonização está envolvida, principalmente, no campo 
comportamental global e na organização de importantes 
ritmos de vida, como a alimentação e o sono, para 
estabelecer gradualmente o ritmo circadiano e, nesse 
sentido, as atitudes familiares são muito importantes.
No que diz respeito aos efeitos por meio de ritmos espontâneos, 
pode-se levantar a possibilidade de que a relação entre os organismos 
materno e infantil tem um papel essencial na instalação dos autômatos 
rítmicos mais primitivos, como o equilíbrio rítmico da cabeça ou do tronco. 
Esses ritmos são oscilações tônicas ou transições pulsáteis que resultam 
em alternâncias entre tensão e relaxamento, de acordo com a atividade 
espontânea do retículo (FIOR, 2015).
No que diz respeito ao ritmo e à emoção, a forma de vivenciar a 
relação com os outros desempenha um papel muito importante no 
movimento, pois, inversamente, a espontaneidade dos gestos, de quedepende o seu caráter harmonioso de ritmo, pode ser bloqueada.
Logo, o autor enfatiza que a forma como as mães intervêm nesse 
sentido, decidindo quando amamentar, brincar e dormir, têm impacto 
tanto no ritmo espontâneo de prioridade quanto no timing da criança. Se a 
mãe for muito rígida e não souber o próprio ritmo da criança, pode causar 
confusão e afetar o equilíbrio emocional desta. Ao contrário, se a mãe 
faz a criança agir em seu próprio ritmo como lhe aprouver, sem algum 
ajuste e controle, a criança encontrará muitas dificuldades em cumprir as 
exigências do ambiente. Essa dissonância também pode ser uma fonte de 
distração, alterando seu próprio ritmo.
Fundamentos de Ritmo e Dança
40
IMPORTANTE:
É necessário ter considerações com relação ao significado 
do ritmo no universo, no âmbito educacional, no movimento, 
na música, entre outras áreas, para que seja possível realizar 
um estudo da função do ritmo na atividade educativa. A força 
e o impulso que caracteriza a vida, bem como o movimento, 
manifestam-se na natureza, na vida humana, animal e 
vegetal, acontecendo nas funções orgânicas do homem, 
em suas tarefas de se locomover, nas manifestações da sua 
expressão interior pelo gosto, pela forma na modelagem, no 
movimento, pela cor no desenho e pintura, conto, som e na 
música (FOGAÇA JÚNIOR; REIS, 2017).
Assim, Fogaça Júnior e Reis (2017) observam que o ritmo trata-se da 
vibração, definindo o movimento natural e único, segundo a percepção 
individual de cada indivíduo. Os movimentos rítmicos, aqueles que 
satisfazem a essência do organismo humano, derivam de sua própria 
expressão e refletem as sensibilidades de cada um. O movimento humano 
se desdobra de forma simultânea no tempo e no espaço, representando 
um todo com organização interna e caracterizado pela duração, ou seja, o 
movimento acontece em um determinado espaço e tempo.
Olhando para o corpo humano (visto como sendo uma unidade 
indivisível, corpo e mente), no que diz respeito às suas possibilidades de 
se mover no espaço, percebe-se que não desloca-se em único bloco, 
mas sim em um único movimento de forma descontínua, realizando uma 
série de movimentos que constituem uma divisão natural de apoio. Vários 
clipes entram em cena na ação da ação, realizando um trabalho global, 
mas as subdivisões ocorrem ao mesmo tempo.
Assim, o ritmo é visto como a organização ou estrutura de um 
fenômeno que se desenrola ao longo do tempo. A organização do tempo 
pode assumir dois níveis diferentes de significado: o nível de percepção 
direta e o nível de representação mental, no qual a criança atinge o 
segundo nível mais tarde porque ocorre em função da evolução de sua 
inteligência. No desenvolvimento da percepção do tempo, a prática 
requer sensibilidade ao movimento. 
Fundamentos de Ritmo e Dança
41
VOCÊ SABIA?
Além de especificar o ritmo do que flui, do que se move, 
a palavra “ritmo” tem a ver com a ideia de mensuração. 
Isso fala do ritmo mediante o momento em que o fluxo 
apresenta uma descontinuidade e, quando percebido, 
provoca uma comparação, uma medida entre as peças do 
fluxo. Com isso, o ritmo também está ligado ao conceito de 
ordem, o que significa regularidade de elementos iguais ou 
comparáveis (FOGAÇA JÚNIOR; REIS, 2017).
A coordenação do movimento acontece na combinação de ritmo e 
espaço e, além das condições estruturais internas, o desenvolvimento do 
automatismo rítmico também se dá em resposta à correspondência entre 
as condições espaciais em que se desenrolam. As condições temporais 
impostas pelo ambiente, ou seja, por meio da experiência rítmica do 
movimento para adaptar a informação ao espaço, devem ser mantidas 
através do trabalho de consciência temporal.
Para tornar possível a percepção do tempo, é necessário, primeiro, 
ter informações de tempo no nível da experiência corporal. O denominado 
“gesto de coordenação” é um gesto rítmico, ou seja, uma boa estrutura de 
tempo, que lhe confere uma certa sensação de harmonia. É pelo ritmo 
de seus corpos que as crianças entram na organização do tempo. Dessa 
forma, é enfatizado que o tempo e o espaço são componentes do ritmo, 
abordando a necessidade de considerar o desenvolvimento cognitivo dos 
tópicos de aprendizagem.
Fundamentos de Ritmo e Dança
42
VOCÊ SABIA?
Ainda de acordo com Fogaça Júnior e Reis (2017), o ritmo 
é uma unidade estendida de uma dimensão de tempo, 
sendo um ritmo contínuo em intervalos iguais de tempo, 
como circulação e respiração (ritmo biológico de um 
indivíduo); ou as fases da lua e a rotação da Terra (ritmo 
físico). De acordo com os autores, o papel do ritmo não é 
limitado à dimensão temporal, pois é introduzido em todas 
as manifestações comportamentais e ocorre em diversos 
domínios: motor (coordenação de movimentos), auditivo 
(reconhecimento de estímulos auditivos), visual (sistemas 
envolvidos em exploração) e de aprendizagem escolar 
(leitura, escrita e computação). 
Figura 16 – O ritmo no tempo
Fonte: Freepik .
Por meio desse autor, pode-se ver que o tempo trata-se de uma 
estrutura essencial em sua constituição, mas não apresenta outra. 
Também pode-se verificar a magnitude do ritmo que se apresenta na 
biologia e fisiologia do indivíduo.
Fundamentos de Ritmo e Dança
43
VOCÊ SABIA?
Todos são dotados de um instinto rítmico que manifesta-se 
antes do nascimento, mediante os batimentos do coração e, 
depois, com o ato de respirar ou falar. O ritmo, por meio do 
espaço, da forma, do relaxamento, da tensão, do movimento 
e do repouso, sequenciou as diferentes formas básicas do 
movimento humano no decorrer da sua existência.
De acordo com Fernandes (2016), para ser integrado com a ação, o 
ritmo deve passar pelo corpo, e os resultados são apreciáveis, para que a 
aliança entre o estímulo rítmico e a ação seja coerente. Com base nessa 
reflexão, diz-se que o sentido do ritmo é, basicamente, muscular, o que 
nos faz pensar nas possibilidades da música e da Educação Física em 
termos de ritmo.
Logo, para isso, foi criada a rítmica, sendo esta uma abordagem 
global da educação baseada no ritmo da música, vivendo materialmente 
e sensualmente. O ritmo é uma abordagem à educação musical em que 
os sentidos e o conhecimento da música são desenvolvidos por meio da 
participação física no ritmo musical. Ou seja, é notório por sua utilização 
em diversas modalidades como dança, ginástica e capoeira, em que o 
conhecimento da canção aliado à Educação Física ajuda a formar uma 
harmonia adequada (FERNANDES, 2016).
Figura 17 – Ritmo da música
Fonte: Freepik. 
Fundamentos de Ritmo e Dança
44
Ressalta-se também que o ritmo pode ser próprio ou grupal 
(caracterizado pela dança, nado sincronizado e uma série de atividades 
em equipe), mecânico (uniforme, invariável), disciplinado (regulando o 
ritmo, que é predeterminado), espontâneo (performance livre), natural 
(ritmo biológico) e reflexivo (reflexão sobre o tema da performance). 
Assim, todas essas mudanças rítmicas podem ser realizadas por meio de 
diferentes atividades na escola (FERNANDES, 2016).
VOCÊ SABIA?
Segundo Fernandes (2016), em outras atividades, o ritmo 
é uma parte essencial, não sendo obrigatória. No futebol, 
sabemos que o drible é um avanço no ritmo; na natação, 
é importante manter um ritmo harmonioso de golpes e 
chutes para melhorar o fluxo e a velocidade. Além de todos 
os movimentos e acrobacias que pulsam, temos a ginga, 
que segue o ritmo musical.
É importante dominar esses fundamentos para perceber que o 
ritmo é relevante para as tarefas feitas na sala de aula. Desenvolver o 
ritmo também ajuda a adquirir um senso de ritmo, adaptando o ouvido 
a diferentes batidas e ritmos, mantendo um ritmo específico do corpo e 
da voz, memorizando e reproduzindo sons específicos e reconhecendo 
batidas fortes e fracas, expressando ritmo e promovendo o controle do 
movimento por meio da linguagem, regulando a postura impulsiva e 
coordenando-a (FERNANDES, 2016).Pode-se concluir que o conteúdo rítmico é um elemento ainda 
pouco explorado na educação física escolar, e que poucos professores 
sabem realmente quantas possibilidades podem e devem ser feitas 
no ritmo, principalmente a formação, que não mantém os professores 
interessados e não mostra sua fundamental importância nos mais variados 
esportes (FERNANDES, 2016).
Fundamentos de Ritmo e Dança
45
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
sobre o ritmo, que vem do grego rythmós, etimologicamente 
significando movimento ondulatório regular ou movimento 
ondulatório, designando o que flui e o que se move, ou 
movimento regular. Assim, é apontado que o ritmo trata-
se da essência do movimento livre e espontâneo, sua 
expressividade, criatividade e também poder pessoal. Logo, 
o ritmo entra na cultura dos seres vivos, especialmente 
dos seres humanos, fazendo-se presente na circulação, 
atividade glandular, respiratória, nos ciclos de dias, meses, 
semanas, anos, estações e até mesmo no movimento da 
Terra e das estrelas. Embora pareça simples, o conceito de 
ritmo tem vários outros pontos, definições e componentes 
que se revelam conceitualmente complexos. Portanto, 
na dança, o ritmo é fundamental, pois por meio dele a 
dança se torna fluída, conectada e estruturada, dando aos 
movimentos leveza e beleza. 
Fundamentos de Ritmo e Dança
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Iniciação coreográfica da dança
OBJETIVO:
Neste capítulo, vamos entender a iniciação coreográfica da 
dança, sua experimentação, criação e expressão. E então? 
Motivado para desenvolver esta competência? Vamos lá. 
Avante!
A iniciação das coreografias 
A dança é entendida como sendo uma arte que significa a expressão 
de gestos e expressões faciais por meio de movimentos do corpo e 
emoções que são sentidas mediante um determinado estado mental 
(RODRIGUES; MENDES, 2014).
Dançar é viajar no espaço, sentir a liberdade do corpo, comunicar 
consigo mesmo, desfrutar e libertar-se. O convite para dançar é estimular 
as pessoas a romperem com o preconceito, o medo, a vergonha; e o 
movimento é comunicação. Comunicar uma mensagem é usar uma 
linguagem, e a linguagem corporal e os movimentos são as ferramentas 
dessa linguagem. Enviando essa mensagem, não é necessário condição, 
idade ou sexo, todos receberão gestos de comunicação física com 
fantasias e interesse.
IMPORTANTE:
Existem muitos conceitos e significados relacionados à dança, 
mas todos compartilham objetivos comuns como expressão 
emocional, conhecimento do corpo, entretenimento, 
comunicação e educação. A dança é uma arte não só para 
pensar e apreciar a distância, mas para explorar, aprender, 
vivenciar e compreender, tentando orientar o indivíduo a 
vivenciar todos os aspectos do corpo por meio de uma 
relação consigo mesmo, os outros e o mundo.
A dança pode ser vista mediante as seguintes correntes estéticas 
de percepção da realidade: realismo; representação da realidade; dança 
Fundamentos de Ritmo e Dança
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expressionismo com emoções pessoais se aproximando da realidade; 
projeção indireta da realidade em formas decorativas ou artificiais; 
cubismo, com a geometria em gráficos de espaço/tempo; surrealismo, 
uma visão distorcida da realidade; e o impressionismo (RODRIGUES; 
MENDES, 2014).
De acordo com Adur (2013), os bailarinos envolvidos no processo 
criativo coreográfico são mais propensos a serem cidadãos mais 
autônomos de pensamento e ação, e mais críticos em relação à realidade 
ao seu redor. Afinal, de acordo com o conselho do coreógrafo , é muito 
necessário que o bailarino “mergulhe” nessa realidade antes de poder 
expressá-la em seu corpo e arte.
Figura 18 – Coreografias
Fonte: Pixabay. 
É fundamental dar ao bailarino a oportunidade de existir não apenas 
como um simples corpo em movimento, mas como um corpo que se 
move, pensa, cria e se expressa plenamente como artista. Porque, por 
meio desse processo, a dança poderá fomentar um novo diálogo consigo 
mesmo nesse sujeito.
O ato de possibilitar que bailarinos, sejam eles profissionais, 
amadores ou estudantes, participem de maneira ativa do processo 
Fundamentos de Ritmo e Dança
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coreográfico, é fundamental para fomentar não apenas o aprendizado do 
desenvolvimento humano como uma verdade absoluta e imutável, mas 
também saber refletir, quem se sente empoderado, interferindo com esse 
conhecimento, e reafirmá-lo (ADUR, 2013).
Em relação aos objetivos da dança, Rodrigues e Mendes (2014) 
afirmam que há algumas atribuições:
 • Promover a melhoria e o aperfeiçoamento da aptidão física, tais 
como: agilidade, coordenação, flexibilidade, ritmo etc.
 • Propor o desenvolvimento e o aprimoramento da natureza social, 
emocional e emocional, despertando potenciais sociais como 
cooperação, socialização e liderança.
 • Requerer a melhoria da qualidade de vida humana na busca de 
energia e harmonia.
 • Proporcionar o desenvolvimento da consciência corporal.
 • Propiciar a educação do ritmo e o desenvolvimento da consciência.
IMPORTANTE:
Para atingir todos esses objetivos, cabe ao professor inspirar, 
proporcionar, experimentar, provocar e conscientizar seus 
alunos sobre a importância da cultura esportiva e sua 
diversidade (RODRIGUES; MENDES, 2014).
Figura 19 – Professor de dança
Fonte: Freepik .
Fundamentos de Ritmo e Dança
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A criação de movimentos de dança para uma determinada 
coreografia faz parte do objetivo de criar uma dança, pois há um tema 
a transmitir. Para que a dança seja inserida na educação, ela precisa ser 
justificada por conta do que é necessário ser praticado, fazendo com que 
não haja prática pela prática ou movimento pelo movimento.
Para tanto, isso pode ser feito pela escolha de temas periódicos, 
como dia dos pais, aniversários da cidade, datas de feriados como a Páscoa, 
e leitura de textos, como poesias, histórias infantis, entre outros, ou a partir 
de sentimentos de amor, saudade e medo, conhecimento interdisciplinar. 
Portanto, a música escolhida é a música de fundo e deve corresponder ao 
propósito de criação da dança. A música deve ser escolhida de acordo com 
um objetivo, um propósito a ser seguido, promovendo a compreensão do 
próprio corpo (RODRIGUES; MENDES, 2014).
Ainda segundo Rodrigues e Mendes (2014), na expressão corporal, 
uma pessoa fala com o corpo por meio de um gesto ou conjunto de 
gestos. Além das expressões físicas, os professores também podem 
utilizar expressões faciais, utilizando o rosto como extensão do corpo 
durante os movimentos físicos. Porém, nessa forma de expressão, o rosto 
deve estar visível durante a dança, como sorrir, beijar, abraçar o próprio 
corpo em determinados momentos da música.
Figura 20 – Expressões corporais na dança
Fonte: Freepik .
Fundamentos de Ritmo e Dança
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Ainda podem ser utilizados objetos cênicos como cocos, lascas 
de madeira, tambores e muito mais para explorar o som de palmas, 
batendo no chão ou partes do corpo. Outra característica interessante é 
a organização da voz com a voz do corpo. Nesse caso, a voz é utilizada 
como indicador do ritmo e pulso da dança. Esses recursos podem parecer 
mistos, nos quais os alunos falam ou cantam e, depois, dançam sob 
aplausos, sem música.
IMPORTANTE:
Coreografia é proveniente da palavra grega chorea, que 
quer dizer dança. Gragh e graphein também vêm do 
grego e significam escrever, escrever, então, a coreografia 
trata-se da escrita da dança ou a composição da dança. 
O coreógrafo é quem coreografa a dança e, na Grécia, o 
poeta tem o mesmo papel que o coreógrafo (RENGEL; 
SCHAFFNER; OLIVEIRA, 2016).
Ao aprender um passo de dança ou uma coreografia específica, é 
saudável deixar o movimento fluir naturalmente e não ter muitos comandos 
e regras que atrapalhem o movimento do bailarino. Por exemplo, em 
curvas e rotatórias,a sensação de giro, já inerente ao corpo humano, 
deve ser explorada e modelada gradualmente para que a tecnologia 
amadureça. Além disso, ao aprender uma determinada dança, deve-se 
explorar o sentido do movimento natural do corpo, de forma a conduzi-lo 
gradativamente à execução de uma determinada dança. 
Figura 21 – Dança com coreografia
Fonte: Commons Wikimedia. 
Fundamentos de Ritmo e Dança
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A fluidez dos movimentos do bailarino depende de seu domínio da 
técnica e análise, bem como de sua ousadia em movimentar-se livremente 
como um todo, o que torna a performance da dança singularmente 
expressiva. Em sua curta existência, como outras expressões artísticas, 
não pode ser repetida.
IMPORTANTE:
No que diz respeito às formas e aos espaços, a forma é 
a estrutura do movimento, a imagem produzida pelo 
movimento do corpo, projetada no espaço na dança. 
Esses desenhos, assim como os traços das figuras, podem 
apresentar linhas retas ou onduladas, e os movimentos 
retilíneos são estanques, intermitentes e limitados.
Esses são os movimentos básicos usados para desenvolver e 
preparar o corpo para movimentos ondulatórios flexíveis, infinitos e 
curvos. Esses movimentos podem ser divididos em movimentos lineares 
e ondulatórios.
 • Movimentos lineares – são movimentos, geralmente, compostos 
de ângulos de várias partes do corpo. Os movimentos retos são 
os melhores para o início do ensino da dança, pois começam a 
explorar as diversas manifestações do corpo e, então, iniciam o 
processo de compreensão do vocabulário do corpo, assim como 
a criança começa a falar com mais facilidade e se profissionaliza à 
medida que os anos passam.
 • Movimentos ondulatórios – são os movimentos construídos a 
partir da flexibilidade do corpo do bailarino. Caracteriza-se por 
todas as partes do corpo, mostrando curvas e ondas.
Quanto à direção, cabe ao professor explorar ao máximo a 
possibilidade do caminho que os alunos percorrem na dança, para que o 
mesmo aluno não fique no mesmo lugar do começo ao fim, e a monotonia 
da dança acabe, pois todos podem estar na frente e atrás do espaço 
cênico, percebendo que a dança é feita de um coletivo. 
Fundamentos de Ritmo e Dança
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Logo, estar à frente não significa dançar melhor, e dançar atrás não 
significa não ser o melhor. Geralmente, a coreografia tem um lado frontal, 
e os alunos de ensaio de um professor sempre estão voltados para um 
lado. De certa maneira, isso leva os alunos a serem treinados e quando 
solicitados a realizar a mesma dança de maneira oposta, pois não sabem 
mais onde estava na formação original, ou mesmo de onde foi originado 
(RODRIGUES; MENDES, 2014).
As direções de exploração foram anterior, posterior, direita, 
esquerda, obliquamente anterior à direita, obliquamente posterior à 
direita, obliquamente anterior à esquerda e obliquamente posterior à 
esquerda (RODRIGUES; MENDES, 2014).
Em relação aos planos, a partir da posição em pé, ou seja, sobre 
dois apoios para os pés, o corpo pode ocupar espaço no plano de meia 
altura do tronco, ou em um, dois, três, quatro ou cinco apoios dorsal ou 
ventral. 
Quanto à execução dos movimentos, o coreógrafo pode utilizar os 
seguintes conjuntos relacionados a um ou mais temas para realizar os 
movimentos:
 • Movimentos clássicos – o mesmo gesto repetido por um período 
de tempo após o início.
 • Movimentos contrastivos – diferentes gestos executados 
simultaneamente.
 • Movimentos simétricos – com o mesmo gesto ao mesmo tempo.
 • Movimentos assimétricos –gestos diferentes em momentos 
distintos.
Fundamentos de Ritmo e Dança
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IMPORTANTE:
Em termos de forma, deslocamento e partes do corpo, 
os gestos e a escolha da forma de ação devem seguir 
uma ou várias formas. Quanto mais formações e mais 
deslocamentos da série, mais rica ela se torna. A formação 
são as diferentes posições ocupadas pelos alunos durante 
todo o processo de dança, podendo formar formas como 
círculos, colunas e filas. As partes do corpo que realizam os 
movimentos na dança são denominadas de “segmentos do 
corpo”, como cabeça, braços, tronco, pernas, ombros, pés 
etc (RODRIGUES; MENDES, 2014).
Quanto mais movimento você tiver para explorar o segmento que 
deseja mover, mais preciso e menos barulhento será o gesto, porque o 
aluno perceberá o que é capaz de fazer com cada parte do corpo, bem 
como com o corpo inteiro. Começa com o pensamento cartesiano, desde 
o desenvolvimento das partes até a compreensão do todo. Não há regras 
para que isso aconteça, porém cabe ao professor explorar movimentos 
que afetem todo o corpo do aluno, não apenas as pernas e os braços 
(RODRIGUES; MENDES, 2014).
Adur (2013) afirma que a dança, e qualquer manifestação 
inerentemente humana, reflete dia após dia o impacto de uma sociedade 
que se preocupa inteiramente com a serenidade. Um tipo de paz que 
significa sem pensar, sem reflexão e sem questionamento, aceitando 
obedientemente o que está à nossa frente. 
Portanto, “nadar contra a corrente” não é uma tarefa fácil, pois 
a inércia insiste que permaneçamos em comum, mesmo contra nossa 
vontade. Assim para os profissionais dessa arte, tanto coreógrafos quanto 
bailarinos, é preciso persistência e coragem para conseguir romper com 
os padrões coreográficos estabelecidos pelo passado, historicamente tão 
fixados na dança (ADUR, 2013).
Fundamentos de Ritmo e Dança
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VOCÊ SABIA?
Sobre a composição coreográfica, é possível entender 
como um processo de coreografia a existência das fases 
e etapas, em que o docente ou coreógrafo organiza ideias 
e temáticas nas quais é preciso escolher um repertório, 
formulando movimentos em sequência definida, formando 
a coreografia (RODRIGUES; MENDES, 2014).
Alguns dos principais fatores importantes na criação da dança são a 
escolha do tema, a finalidade da criação da dança, a escolha da música de 
acordo com a faixa etária, a contagem de acentos, a divisão das frases, a 
escolha dos movimentos, a escolha de figurinos e cenários, se necessário, 
e a escolha dos movimentos. 
Alguns dos principais fatores para a criação da coreografia são: 
faixa etária (crianças, adolescentes, adultos), tema (concreto ou abstrato), 
nível de desenvolvimento cognitivo e social, objetivos, número de alunos, 
nível de habilidade (iniciante, intermediário ou avançado), movimento, 
estilo, espaço, vestuário, elementos, potencial criativo, contextualização 
e dimensões estéticas e expressivas.
No entanto, segundo Rodrigues e Mendes (2014), sabe-se que 
além dos movimentos, a série coreográfica é enriquecida pelo número 
de formações de dança. Também é sugerido que, como coreógrafo, seja 
estudada a música antes do início da sessão de dança para entender 
quando o coreógrafo precisa se soltar e recuperar movimento, simetria e 
assimetria, angularidade e redondeza. 
Fundamentos de Ritmo e Dança
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VOCÊ SABIA?
A coreografia é entendida como um conjunto de 
movimentos executados por inspiração emocional por 
meio da percepção de uma composição musical. Pode 
ser entendida como um processo coreográfico em que 
professores e/ou coreógrafos vão organizando ideias, 
temas, selecionando repertório musical e/ou aprendendo 
e vivenciando a existência de palcos e/ou palcos da música 
a ser interpretada. São danças que criam e elaboram os 
movimentos que formam a dança em uma ordem definida.
Além de seguir a sequência dos métodos de ensino, a coreografia 
também deve atentar para a análise das letras das músicas, tomar cuidado 
para não usar músicas populares e verificar se a música é apropriada 
para a idade antes de traduzi-las em línguas estrangeiras (RODRIGUES; 
MENDES, 2014).
Ainda, é necessário evitar colocar um aluno na frente e todos os 
outros alunos atrás do início ao fim da coreografia, evitar realizar o mesmo 
movimento em todas as frases, tomando cuidado para não deixar os 
alunos inseguros e desconfortáveis. Abuse dos movimentos diretos, 
evitando movimentos onduladosna primeira aula ou quando os alunos 
forem expostos pela primeira vez à dança. Explore os três níveis (em pé, 
sentado, deitado) e use objetos fixos, como bastões, bolas, cadeiras, 
sempre que possível; e que não sejam excluídos com base no sexo, 
habilidades físicas ou motoras (RODRIGUES; MENDES, 2014).
Fundamentos de Ritmo e Dança
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RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos 
resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido sobre a 
iniciação das coreografias na dança, onde foi pontuado que 
a composição coreográfica pode ser entendida como um 
processo de coreografia de existência de fases ou etapas 
em que o professor e/ou coreógrafo está organizando 
ideias e temas, criando e elaborando os movimentos 
em sequência definida, formando a coreografia. Ainda, 
estudamos alguns dos principais fatores importantes na 
criação da dança, que são a escolha do tema, a finalidade 
da criação da dança, a escolha da música de acordo com a 
faixa etária, a contagem de acentos, a divisão das frases, a 
escolha dos movimentos, a escolha de figurinos e cenários, 
se necessário, e a escolha dos movimentos. Outros fatores 
da criação da coreografia são: faixa etária, tema, nível de 
desenvolvimento cognitivo e social, objetivos, número de 
alunos, nível de habilidade, movimento, estilo, espaço, 
vestuário, elementos, potencial criativo, contextualização e 
dimensões estéticas e expressivas.
Fundamentos de Ritmo e Dança
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REFERÊNCIAS
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possibilidades de transformação do bailarino. 2013. Monografia 
(Graduação em Educação Física) – Universidade Federal do Paraná, 
Curitiba, 2013. 
FERNANDES, C. A. Diagnóstico do interesse e da inserção do 
conteúdo ritmo na prática de professores de educação física em escolas 
públicas e particulares de Fortaleza. 2016. Monografia (Graduação em 
Educação Física) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2016.
FIOR, M. O ritmo e sua importância na educação física infantil. 
2015. Monografia (Especialização em Educação Física) – Universidade 
Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2015. 
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ritmo nas aulas de Educação Física. In: CONGRESSO NORTE PARANAENSE 
DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR, 8., 2017, Londrina. Anais [...]. Londrina: 
UEL, 2017. p. 1-14.
LABAN, R. Domínio do movimento. 5. ed. São Paulo: Summus, 1978.
MELO, F.; INGUAGIATTO, M. L. Imagem e esquema corporal: um 
relato de experiência na dança de salão. Escola Bahiana de Medicina 
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br:8443/jspui/handle/bahiana/289. Acesso em: 18 set. 2022.
MOTTA, M. A. Teoria fundamentos da dança: uma abordagem 
epistemológica à luz da teoria das estranheza. 2006. Dissertação (Mestrado 
em Ciência da Arte) – Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2006.
NASCIMENTO, V. Técnicas de dança: treino do corpo e transmissão 
de saberes. Interacções, Santarém, v. 13, n. 46, p. 72-80, 2017. 
PAULINO, B. R.; BAREICHA, P. S. A. Movimento e expressividade 
– Dança educativa para alunos com deficiência intelectual. Revista do 
Programa de Pós-graduação em Artes da EBA/UFMG, Belo Horizonte, 
v. 8, n. 16, p. 138-162, 2018. 
Fundamentos de Ritmo e Dança
58
RENGEL, L. et al. Elementos do movimento na dança. Salvador: 
UFBA, 2017.
RENGEL, L. P.; SCHAFFNER, C. P.; OLIVEIRA, E. Dança, corpo e 
contemporaneidade. Salvador: UFBA, 2016.
RODRIGUES, I. C. R.; MENDES, A. A. Aspectos práticos da dança 
ministrada nas aulas de Educação Física. EFDeportes.com, Buenos Aires, 
n° 189, p. 1, 2014. 
SCHIFINO, R. B. Dança: palavra ou conceito? A perspectiva adotada 
pelas academias particulares de Goiânia (1973-1999). In: SIMPÓSIO 
NACIONAL DE HISTÓRIA, 26., 2011, São Paulo. Anais [...]. São Paulo: Anpuh, 
2011. p. 1-10.
SILVA, M. G. M. S. S.; SCHWARTZ, G. M. A expressividade na dança: 
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YAJIMA, A. A. A importância da dança como conteúdo da 
educação física escolar nas séries iniciais do primeiro grau. 1996. 
Monografia (Graduação em Educação Física) – Universidade Federal do 
Paraná, Curitiba, 1996.
Fundamentos de Ritmo e Dança
	Teoria dos movimentos para a dança
	Movimentos para a dança 
	Ritmo, técnica e expressividade da dança 
	Ritmo, técnica e expressividade
	A importância do ritmo para a dança
	O ritmo e sua importância para a dança
	Iniciação coreográfica da dança
	A iniciação das coreografias

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