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Inserir Título Aqui Inserir Título Aqui Enfermagem em Centro Cirúrgico Ambiente e Terapêutica Cirúrgica Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª M.ª Sandra Regina Lins do Prado Revisão Textual: Prof.ª Dra. Selma Aparecida Cesarin Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos: • Estrutura Organizacional da Unidade de Centro Cirúrgico; • Bioengenharia; • O Procedimento Anestésico Cirúrgico; • Recursos Humanos em Centro Cirúrgico. Ambiente e Terapêutica Cirúrgica Fonte: Getty Im ages Objetivos • Conceituar Centro Cirúrgico e analisar localização, estrutura física, equipamentos da Sala de Cirurgia e aspectos de Bioengenharia; • Resgatar a história da Cirurgia e a relação com a Enfermagem; • Definir as classificações e as terminologias cirúrgicas; • Apresentar os instrumentais cirúrgicos mais utilizados; • Discutir os Recursos Humanos com foco no papel do Enfermeiro Coordenador e Assistencial do Centro Cirúrgico. Caro Aluno(a)! Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl- timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas. Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns dias e determinar como o seu “momento do estudo”. No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Bons Estudos! UNIDADE Ambiente e Terapêutica Cirúrgica Contextualização Nesta Unidade, aprenderemos que o Centro Cirúrgico representa uma unidade de grande relevância no contexto hospitalar, devido à alta complexidade de atendimento prestado ao paciente cirúrgico e aos diversos processos ligados à cirurgia. Para que se possa prestar uma assistência livre de danos e riscos, é necessário um planejamento estrutural rigoroso com princípios da Bioengenharia e Projetos Multidisci- plinares, em que o Enfermeiro deve estar envolvido desde a concepção do Projeto Arqui- tetônico, que tem como principal referência a RDC nº 50 e a RDC 307/2002, ambas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, até a execução e manutenção. Conceituamos, também, o que é uma Sala Cirúrgica e todos os equipamentos e mate- riais necessários para uma cirurgia. Realizamos um resgate da história da cirurgia e pudemos verificar que o Enfermeiro era o responsável pelo ambiente seguro, confortável e limpo para o transcorrer do proce- dimento anestésico-cirúrgico desde os registros mais antigos da Grécia. Mas as atividades que antes se resumiam ao auxílio na restrição do paciente, limpeza e manutenção do ambiente, hoje são focadas nas competências gerenciais na previsão, provisão de recursos materiais e humanos, na articulação dos diversos profissionais da equipe interdisciplinar e na interação com o paciente e a família. Aprendemos, também, que o Enfermeiro deve saber as terminologias e as classificações cirúrgicas, pois, no trabalho diário, dependerá desses conhecimentos para o planejamento e o preparo do material, na realização do mapa cirúrgico, na escolha dos tipos de técnica de limpeza e desinfecção terminal e na prioridade de atendimentos cirúrgicos. Revisamos um pouco os instrumentos cirúrgicos, que são classificados conforme o tempo cirúrgico: diérese, operação proposta, hemostasia, exposição e síntese, bem como suas funções. Finalizando a Unidade, resgatamos a importância dos Recursos Humanos e suas atri- buições durante o ato operatório como foco no papel central da Equipe de Enfermagem. Ela é composta pelo Auxiliar e pelo Técnico de Enfermagem, que ali exercem a função de circulante de Sala de Operação e Auxiliar de Anestesia. Há, também, o Instrumentador Cirúrgico e o Enfermeiro Coordenador e Enfermeiro Assistencial do Centro Cirúrgico, sendo que suas atribuições são de extrema relevância em todas as fases perioperatórias e determinante para que a cirurgia aconteça dentro dos princípios de segurança e qualidade. 6 7 Estrutura Organizacional da Unidade de Centro Cirúrgico A Unidade de Centro Cirúrgico é conceituada como sendo o conjunto de elementos destinados às atividades cirúrgicas, bem como à recuperação anestésica e pós-operatória imediata, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (BRASIL, 2002). Representa um lugar de importância relevante no contexto hospitalar, devido à alta complexidade de atendimento prestado para pacientes que necessitam de tratamento cirúrgico, em caráter eletivo ou emergencial. De acordo com a organização hospitalar, podem fazer parte do Bloco Cirúrgico o próprio Centro Cirúrgico, a Sala de Recuperação Anestésica e a Central de Materiais e Esterilização – CME (BRASIL, 2002). Assim, o planejamento dessa Unidade deve ser responsabilidade de uma Equipe Mul- tiprofissional da qual o Enfermeiro deve fazer parte e elaborado com base na Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 307/2002, da Agência Nacional de Vigilância Sani- tária – Anvisa, que atualizou e complementou a RDC 50/2002 para que as atividades desenvolvidas ocorram de modo harmonioso, sincronizado e eficiente, visando à segu- rança e ao conforto dos recursos humanos e dos pacientes. O Centro Cirúrgico (CC), sob a ótica do profissional Enfermeiro, é considerado uma das Unidades mais complexas do Hospital, devido à sua especificidade e à presença de agentes estressores, bem como às possibilidades de riscos à saúde. Esta Unidade é constituída por um conjunto de Áreas e instalações que permitem efetuar as cirurgias nas melhores condições de segurança para o paciente, e de conforto e segurança para as Equipes que o assistem (BRASIL, 2002). A Unidade de CC deve estar localizada em uma Área do Hospital que ofereça a segu- rança necessária às técnicas assépticas, portanto, distante de locais de grande circulação de pessoas, de ruído e de poeira. Recomenda-se que seja próximo às Unidades de Internação, Pronto-Socorro e Unidade de Terapia Intensiva, de modo a contribuir com a intervenção imediata e melhor fluxo do paciente (POSSARI, 2009). O Centro Cirúrgico é considerado um SETOR de alta complexidade e uma Unidade que tem relação com todas as outras unidades do Hospital, como suprimentos, setor de compras, almoxarifados, farmácia e outras Unidades Assistenciais (Clínica Cirúrgica mas- culina e feminina, Pediatria, Unidade de Terapia Intensiva adulta e infantil, hemodiálise). Isso traz impactos no gerenciamento de todos os recursos do CC, que deve ter como princípio “devolver” os clientes às suas Unidades de origem nas melhores condições possíveis de integridade física e emocionais após o trauma anestésico-cirúrgico. Considerando as peculiaridades e as finalidades de cada um dos elementos que com- põem a Unidade de Centro Cirúrgico, bem como a necessidade e a importância de controle microbiológico nesse Setor, o ambiente é dividido em áreas que Carvalho e Moraes (2010) descrevem como áreas restritas, semirrestritas e não restritas, como se pode observar a seguir: 7 UNIDADE Ambiente e Terapêutica Cirúrgica • Não restritas: São aquelas de circulação livre no Centro Cirúrgico, não exigindo cuidados especiais, nem uniforme privativo. Exemplos: vestiários, corredores de entrada para o pessoal e pacientes e sala de espera dos acompanhantes; • Semirrestritas: Entendem-se aquelas que possibilitam a circulação tanto do pes- soal quanto de equipamentos, de maneira a não interferir nas rotinas de controle e manutenção da assepsia médico-cirúrgica.É obrigatório o uso de roupa privativa e calçados adequados. Exemplos: sala de guarda de material administrativo, sala de estar, copa e expurgo; • Restritas: São aquelas áreas que apresentam limites definidos para a circulação de pessoas, equipamentos e materiais. É obrigatório o uso da roupa privativa, calçados adequados, além de máscaras e gorros conforme normas da Unidade. As técnicas assépticas devem ser utilizadas de maneira rigorosa, a fim de diminuir os riscos de infecção. Exemplos: corredores internos, lavabos e a Sala de Operação. A capacidade cirúrgica do Centro Cirúrgico, ou seja, o número de Salas de Operação, é baseada na proporção entre o número de leitos cirúrgicos ou gerais do hospital. A RDC nº 307/2002, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA), deter- mina 1 Sala de Operação para cada 50 leitos não especializados ou 15 leitos cirúrgicos (BRASIL, 2002). Vejamos um exemplo: um hospital que tem 200 leitos distribuídos em diversas espe- cialidades deverá ter, no mínimo, 4 Salas de Operação. Para o dimensionamento ideal e o planejamento estrutural, deve-se levar em consi- deração alguns aspectos, como: horário de funcionamento do CC, especialidade cirúr- gica (Cardiologia, Neurocirurgia, Ortopedia etc.), duração média da cirurgia, número de cirurgias por dia, Hospital Escola e quantidade de Artigos Médicos e instrumentais cirúrgicos disponíveis. Essas informações podem subsidiar a tomada de decisão sobre a dinâmica de funcio- namento da Unidade, assim como a composição da estrutura física que veremos a seguir. Composição da Estrutura Física do Centro Cirúrgico Com base na Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 307/2002, da Agência Na- cional de Vigilância Sanitária – Anvisa, que atualizou e complementou a RDC 50/2002, e no Manual da Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico – SOBECC do ano de 2013, sobre as áreas que compõem o Centro Cirúrgico, além da Sala de Operação, que será descrita em um item separado, temos. • Vestiários: São barreiras físicas, considerando que são definidas como aqueles ambi- entes que minimizam a entrada de microrganismos (M.O.) externos. Devem ser pro- vidos de armários para a guarda de pertences dos usuários e conter sanitários com lavabo e chuveiro; • Sala administrativa: Local destinado ao controle administrativo da Unidade, concen- trando a Chefia de Enfermagem e a Secretaria; 8 9 • Área de recepção do paciente: Área reservada para recepcionar e transferir paci- entes da maca proveniente da Unidade de Internação para o Centro Cirúrgico; • Sala de espera: Área destinada aos familiares ou acompanhantes do paciente, enquanto aguardam o término da cirurgia e a alta dele da Sala de Recuperação Pós-anestésica; • Corredores: Área que permite acesso a todas as dependências do CC e ainda o deslocamento das pessoas, materiais, resíduos de serviços de saúde-RSS e Equipe. Deve ter, no mínimo, 2 metros de largura, não podendo ser utilizado para estacio- namento de macas, carrinhos e equipamentos fora de uso; • Área de escovação ou lavabos: Prevê-se um lavabo com duas torneiras com fechamento sem as mãos para cada duas Salas Cirúrgicas. Os tanques devem ser instalados numa altura de 90cm, para favorecer a mecânica corporal no ato da escovação. É recomendável dispensadores de sabão líquido, solução degermante e suporte para escovas; • Farmácia satélite: Destinada a armazenar medicamentos diversos, soros, soluções desinfetantes, materiais descartáveis, lâminas de bisturi e fios de sutura, entre outros; • Sala para guarda de material da anestesia: Onde são guardados os aparelhos de anestesia e as bandejas para os diversos tipos de anestesia; • Sala para estocar material esterilizado: Onde se armazena o material esterili- zado para uso no Centro Cirúrgico, como pacotes de roupa, compressas, gazes, caixas de instrumentais; • Sala de cilindros e aparelhos de anestesia: Os gases são centralizados em muitas instituições hospitalares, podendo não ser necessária a presença nesta sala; • Sala para guarda de aparelhos e equipamentos: Destina-se a guardar aparelhos que não estão em uso na Sala de Cirurgia, como bisturi elétrico, aspirador portátil, focos auxiliares, unidade móvel de Raios X, suportes de soro, talas de imobilização e coxins, entre outros; • Sala de anatomia patológica: Área destinada à realização de exames anatomopa- tológicos específicos e rápidos; • Laboratório para revelação de Raio X: É uma sala escura, que gera resíduos químicos do grupo B e, por isso, deve ser revestida por paredes especiais; • Sala para Depósito de Material de Limpeza (DML): Área destinada à reserva de aparelhos, utensílios e produtos usados na limpeza do Centro Cirúrgico; • Sala de expurgo: Local destinado a receber e lavar os materiais usados na cirurgia. Deve ter um recipiente com Sistema de Descarga para desprezar as secreções dos frascos de aspiração; • Rouparia: deve ficar localizada próxima aos vestiários para armazenar a roupa pri- vativa de uso na Unidade e, às vezes, lençóis de maca e mesa cirúrgica ficam juntos ou em outra rouparia interna; • Sala de estar ou conforto: Utilizada pelos profissionais entre intervalos de cirur- gias e como área de descanso e, às vezes, refeições. Sendo assim, é recomendado uma pia e materiais de apoio, como frigobar e micro-ondas; 9 UNIDADE Ambiente e Terapêutica Cirúrgica • Sala de Recuperação Pós-Anestésica: Essa área deve ser anexa ao CC, no mesmo pavimento, para rápida transferência do paciente, supervisão e comunicação da Equipe de Anestesia; • As portas de todos os locais do CC devem ter dimensão mínima de 1,20cm x 2,10cm, a fim de permitir a passagem das macas, das camas e dos equipamentos cirúrgicos, ser revestidas de material lavável e ter cor neutra, suave e fosca. Devem, ainda, ser de material de baixa combustão e ter proteção de aço inoxidável, a fim de prevenir danos, por esbarrões de macas. As portas das Salas de Operação devem ter visor, facilitando visualizar o interior da Sala, sem a necessidade de abri-las durante o ato cirúrgico. Segundo a SOBECC (2013), o Centro Cirúrgico deve ter, ainda, rota de fuga para emergência preestabelecida, aprovada e sinalizada em todas as Áreas com tinta luminosa, devendo ser de conhecimento de todos os profissionais. A Figura 1, a seguir, mostra uma planta física de um Centro Cirúrgico com 3 Salas de Operação e todas as demais Áreas de Apoio descritas na RDC 307/2002. Corredor Externo Co rre do r E xt er no Corredor Interno Recuperação Pós-Anestesia Sala de Operações Sala de Operações Sala de OperaçõesSala de Operações Expurgo Rouparia Posto de Enfermagem Sala de Material de Limpeza Sala de Estar Sala de Guarda de Equipamentos Sala de Guarda de Medicamentos, Material Esterilizado e Pronto Uso Copa Vestiário Masculino Vestiário Feminino Sala de Material Esterilizado LavaboLavabo Troca-Macas Co rre do r I nt er no Figura 1 – Planta Física do CC Fonte: Adaptada de MALAGUTTI; BONFIM, 2013 Esses componentes de estrutura física podem sofrer alterações de acordo com o porte e as características específicas de cada Instituição, mas, é importante o Enfermeiro se envolver nas discussões de planejamento e adequações de estrutura física, bem como ter domínio da Legislação específica da área citada ao longo do texto. 10 11 Bioengenharia A Bioengenharia engloba as características físicas do Projeto do CC, que incluem iluminação, ventilação, temperatura, umidade, sistema elétrico e sistema de segurança (BIANCHI; TURRINI, 2010, p. 27). A Arquitetura para a Saúde é uma especialidade que está muito integrada à Engenharia Hospitalar que, entre as questões funcionais e de segurança, também tem se preocupado com a sustentabilidade das edificações e os impactos ambientais (SOBECC, 2013). Vamos ver, a seguir, cada umas das recomendações com foco nas questões supracitadas . Revestimentos de paredes e pisos Os materiais de acabamento deverão corresponderaos requisitos de limpeza e saniti- zação contidos no Manual de Processamento de Artigos e Superfícies em Estabeleci- mentos Assistenciais de Saúde, do Ministério da Saúde, que considera como regra geral para o revestimento de paredes, pisos e tetos de ambientes de áreas críticas e semicríticas: • Materiais resistentes à lavagem e ao uso de desinfetantes; • Superfícies lisas, não porosas; • Sem apresentar fendas ou ranhuras; • Realçar a sujeira, absorver a luz; • Ser impermeáveis; • Resistir aos choques; • Ser duráveis; • Facilitar a limpeza ; e • Oferecer conforto acústico. Para o revestimento do piso, o mais indicado é o condutivo, nas Salas de Cirurgia, quando houver o uso de misturas anestésicas inflamáveis com o oxigênio ou óxido nitroso, bem como quando houver agentes inflamáveis de desinfecção. Esse tipo de revestimento tem a propriedade de dissipar as cargas elétricas estáticas geradas no ambiente. Os materiais, cerâmicos ou não, quando utilizados nas áreas críticas, não podem ter índice de absorção de água superior a 4% e, além disso, o rejunte, se existir, deverá apre- sentar o mesmo índice de porosidade. As paredes devem ser pintadas com tinta hospitalar, devido à alta durabilidade, com agente fungicida, baixo odor e fácil manutenção. Suas cores devem ser suaves e claras. As mais usadas são azul e verde claro. Segundo a Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar (ABDEH), os rodapés devem ter um formato que possibilite a completa limpeza do canto formado com a parede. 11 UNIDADE Ambiente e Terapêutica Cirúrgica As orientações de que os cantos nos Hospitais e, sobretudo, nos Centros Cirúrgicos, devessem ser arredondados com o objetivo de facilitar a limpeza e evitar o acúmulo de poeira mudaram, pois o canto arredondado em nada facilita o processo de limpeza, quer ele seja feito com máquinas, quer com o rodo envolto pelo pano, que apresenta nas suas extremidades cantos de 90º. Deve-se ficar atento para que o rodapé não apresente sali- ências na união com a parede, para que seja evitado o acúmulo de pó e a difícil limpeza. Os materiais de acabamento devem ser resistentes aos agentes químicos de higiene e limpeza terminal usados nesta Unidade que, além de serem mais concentrados, são utilizados com frequência maior que em outros Setores. Durante uma jornada de trabalho, uma Sala de Operação pode ser limpa, em média, 8 vezes ou mais, dependendo dos intervalos de cirurgias. Deve se tomar cuidado, também, quanto à manutenção dos revestimentos, pois a apli- cação de ceras e produtos de limpeza que geram filmes poderia isolar os revestimentos, eliminando sua capacidade dissipativa. A condutividade deve ser controlada pela Engenharia Clínica, para se assegurar que o Sistema está realmente funcionando. Iluminação A iluminação artificial geral deve ser preferencialmente fria, com temperatura e cor que permita a reprodução das cores. As luminárias devem ser embutidas no teto para não ter acúmulo de sujidade e facilitar a limpeza e, além disso, devem ser blindadas para evitar acidentes. A iluminação artificial da sala de operação é feita por intermédio da luz geral do teto, com lâmpada fluorescente e luz direta por foco central ou fixo. A iluminação do campo cirúrgico é realizada com o foco central ou com os auxiliares e frontais. Esses focos permitem alta luminosidade em todo o campo operatório, com ausência de sombra. O foco tem por finalidade: oferecer luz semelhante à luz natural, de modo a não alterar a cor da pele e as mucosas do paciente, fornecer iluminação adequada ao campo cirúrgico, sem projeção de sombras e emissão de reflexos e produzir o mínimo de calor possível no campo operatório. É indispensável que o Centro Cirúrgico seja provido de um Sistema de luz de emer- gência, que deve ser acionado automaticamente em caso de interrupção do fornecimento de energia elétrica. Segundo a SOBECC (2013), deve haver um Sistema de gerador de iluminação que dure no mínimo uma hora para assegurar a continuidade das cirurgias com segurança. 12 13 Instalações elétricas Segundo a SOBECC (2013), os circuitos elétricos devem ser separados para possibilitar diferentes usos. Preconizam-se 3 conjuntos com 4 tomadas cada, em paredes distintas, e uma tomada para aparelhos de raios X. As tomadas devem estar localizadas a 1,5m do piso, devendo possuir sistema de aterramento para prevenir choque e queimaduras. Durante a limpeza da sala de operação, os interruptores devem ser protegidos para evitar danos à fiação elétrica pela entrada de água e produtos químicos. Ventilação, temperatura e umidade Nenhuma outra Área do Hospital requer mais cuidado no controle de assepsia do ambiente do que o Centro Cirúrgico. O sistema de ventilação e de ar condicionado deve atender às exigências da NBR 7256/2005, com as seguintes intenções: • Prover o ambiente de aeração em condições adequadas de higiene e saúde; • Remover partículas potencialmente contaminadas liberadas no interior das Salas Cirúrgicas; • Impedir a entrada no Centro Cirúrgico de partículas potencialmente contaminantes oriundas de áreas adjacentes; • Proporcionar umidade relativa adequada e temperatura ambiente de conforto e segurança para o paciente e para a equipe de saúde; • Manter o nível sonoro mínimo de instalação e utilização do Sistema de Ventilação/ Ar Condicionado. O Enfermeiro deve considerar que o Sistema de Ventilação deve proporcionar tempe- ratura ambiente em torno de 22 - 23°C, vez que cirurgias realizadas com temperatura a seguir de 21°C podem provocar hipotermia nos pacientes. Já a umidade relativa do ar deveria ser em torno de 55 a 60%. Um ambiente com baixo teor de umidade relativa favorece a propagação de faíscas elétricas e proporciona, também, a perda excessiva de água por parte do paciente. Por outro lado, ambientes com umidade relativa acima de 70% tornam-se propícios ao desenvolvimento de bactérias (BIANCHI; TURRINI, 2007). Ventilação artificial Deve ter como características: • Promover a renovação constante do ar, fornecendo segurança ao paciente e à Equipe de Saúde; • Manter a temperatura da sala entre 20 e 25ºC e a umidade relativa do ar em torno de 60%, proporcionando conforto ambiental. 13 UNIDADE Ambiente e Terapêutica Cirúrgica Preconiza-se que as entradas de ar estejam localizadas o mais alto possível em relação ao nível do piso, e afastadas das saídas, que são localizadas próximas ao piso. Ambas as aberturas devem ser providas de filtros. Acabamos de ver as características estruturais mais importantes do CC, e agora veremos detalhes de uma Sala Cirúrgica junto com os equipamentos obrigatórios. Sala Cirúrgica com equipamentos A Sala Cirúrgica ou Sala de Operação (Figura 1) tem planta física, equipamentos e materiais necessários e adequados para o procedimento anestésico cirúrgico, regulamen- tados pela Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Resolução da Diretoria Colegiada – RDC n. 50, como veremos a seguir. Sala de Cirurgia ou Salas de Operação (S.O) Área destinada à realização de intervenções cirúrgicas e endoscópicas. Ao planejar a Sala de Cirurgia, dois aspectos devem ser considerados: a quantidade de equipamentos específicos a serem utilizados durante a realização do procedimento cirúrgico e a facilidade de circulação dos componentes da equipe dentro da sala. Assim, a Sala planejada para Cirurgia Geral deve ter área mínima de 25m2, e as Salas de Cirurgias especializadas devem ter uma dimensão mínima de 36m2. Essas Salas devem ter anexa uma Sala de Apoio de 12m2 para a guarda de aparelhos específicos da especialidade. As Salas para as cirurgias oftálmicas e otorrinolaringológicas devem ter uma dimensão mínima de 20m2. Com relação ao transplante de órgãos, em virtude do avanço nessa área, é necessário um planejamento na estrutura do Centro Cirúrgico, projetando Salas Especiais para a as- sistência ao paciente doador e ao receptor do órgão. A área utilizada paraintervenção no paciente doador deve ser de 25m2, enquanto a utilizada para o receptor deve ser de 36m2. Salas para Cirurgias Robóticas devem ter no mínimo 48m2. As Salas Cirúrgicas devem ter um pé direito de 2,70m. Na Figura 2, pode-se visualizar uma Sala de Operação e os equipamentos mais importantes. 14 15 Figura 2 – Sala de Operação Fonte: Getty Images Equipamentos de uma Sala de Operação Os equipamentos e materiais cirúrgicos variam de acordo com a intervenção a ser realizada. Sendo assim, os equipamentos podem ser classificados em fixos e móveis: • Fixos são aqueles adaptados à estrutura física da Sala de Cirurgia, como: foco central, negatoscópio, sistemas de canalização de ar e gases, e prateleira (podendo estar ou não presente); • Móveis são aqueles que podem ser deslocados de uma para outra sala de operação, a fim de atender o planejamento do ato cirúrgico de acordo com a especificidade, ou mesmo serem acrescidos durante o desenvolvimento da cirurgia, tais como: » Mesa cirúrgica e acessória: colchonete de espuma, perneiras metálicas, suporte de ombros e braços; » Equipamentos utilizados para posicionar o paciente: tais como coxins de areia ou espuma de diferentes tamanhos; » Aparelhos de anestesia, contendo kits de cânulas traqueais e de Guedel, laringos- cópios e esfigmomanômetros; » Aparelhos monitores, microscópios e máquina para circulação extracorpórea, dentre outros; » Mesas auxiliares para instrumental cirúrgico, de Mayo e para pacotes de roupa estéril; » Bisturi elétrico; » Aspirador de secreções; » Foco auxiliar; » Balde inoxidável, hamper e bacia; » Escada de dois degraus; » Carro para materiais de consumo e soluções antissépticas; » Fontes de oxigênio, ar comprimido, vácuo e óxido nitroso. 15 UNIDADE Ambiente e Terapêutica Cirúrgica Além dos materiais e equipamentos, o Enfermeiro deve planejar os materiais esteri- lizados para uso na Sala de Cirurgia, que deve incluir aqueles considerados básicos ao atendimento de uma cirurgia geral, e os específicos, de acordo com o tipo de cirurgia, conforme apresentado a seguir. Material esterilizado • Pacote de aventais; • Pacote de campos duplos ou simples; • Pacotes de compressas grandes e pequenas; • Pacote de impermeável (para mesa do instrumentador); • Caixa de instrumentais; • Pacote de cuba rim; • Kit de sondas e drenos diversos; • Kit de luvas de diferentes tamanhos; • Kit de borracha para aspirador; • Caixas de fios de sutura de diferentes tipos e números; • Equipos de soro, seringas, agulhas e cateteres para punção venosa, cateter para aspiração e outros. Acabamos de aprender toda a estrutura física, os equipamentos e os materiais necessá- rios para a realização de uma cirurgia. Agora, vamos resgatar um pouco da história das primeiras cirurgias? O Procedimento Anestésico Cirúrgico É muito importante compreendermos a história da Cirurgia e da Anestesia para refle- tirmos sobre as bases conceituais e os avanços que fundamentam nossa prática atual. Cirurgia (do grego, kheirourgia: kheiros, mão e ergon, obra) é o ato de realizar a “cura utilizando as mãos”. O termo cheirourgos designava não só o médico que operava (o cirurgião), como também cozinheiros e tocadores de cítara. O vocábulo sofreu modificações: cirurgien, surgien (francês) e surgeon (inglês) (TUBINO, 2009). Por muito tempo, as cirurgias eram praticadas por médicos e por barbeiros, sendo que estes últimos realizavam procedimentos mais invasivos e “impuros”, como as ampu- tações e a sangria, com a autorização da Igreja, que exercia grande influência sobre a Política e a Saúde até a Idade Média. As primeiras cirurgias foram as trepanações (retirada de uma área da calota craniana), que remontam ao Período Pré-histórico e eram realizadas por feiticeiros. 16 17 O cuidado cirúrgico com a incisão era utilizado, no Egito, desde 2.500 a.C. As Cirurgias Plásticas, como a rinoplastia, eram frequentemente realizadas na Índia, pelo cirurgião Susruta, desde o século IV a.C. O mais famoso médico chinês – Hua T’o, no século II, anestesiava seus pacientes para cirurgias abdominais utilizando Cannabis sativa fervida com vinho. O cirurgião bizantino Paulo de Égina compilou o conhecimento médico grego em seus escritos e praticava a traqueostomia, a tonsilectomia, a flebotomia e a redução do tamanho das mamas. O cirurgião espanhol muçulmano Abw’l Qasim al Zahrawi, Albucasis (930-1013), escreveu o primeiro livro ilustrado de cirurgia e introduziu o uso do ferro em brasa para cauterização de feridas, influenciando os cirurgiões da época, que adotaram a técnica (TUBINO, 2009). Surgem em Londres, no final da Idade Moderna, as primeiras Salas Cirúrgicas, loca- lizadas no último andar dos Hospitais, para aproveitamento da luz natural e para evitar que os outros pacientes ouvissem os gritos dos pacientes sendo operados (AFONSO et al., 2006). Com o descobrimento dos anestésicos: óxido nitroso e éter, em 1842 e, posteriormente, o clorofórmio (1847), as cirurgias mais complexas puderam ser realizadas, pois eles possi- bilitaram o controle da dor. Segundo Tubino (2009), a primeira operação sob anestesia geral foi realizada em um jovem com tumor cervical benigno, pelo cirurgião John Warren e pelo anestesiologista William Morton, em 16 de outubro de 1846, em Harvard, Estados Unidos. O Procedimento Anestésico Cirúrgico tornou-se cada vez mais frequente na Socie- dade contemporânea. As Novas Tecnologias permitem o diagnóstico precoce para diversas doenças, cujo tratamento, muitas vezes, é o cirúrgico. As cirurgias por vídeo, minimamente invasivas, é uma realidade estabelecida no mundo, que já está se acostumando às cirurgias robóticas nos grandes centros de pesquisas. Além disso, a violência urbana, representada pelos acidentes automobilísticos, pelos atropelamentos, pelos ferimentos com arma de fogo (FAF) e pelos ferimentos com arma branca (FAB), contribui para o crescimento no número de procedimentos de urgência e emergência, nos Hospitais das grandes cidades. O parto cesáreo, embora indicado para situações específicas, também é rotineiramente adotado. Dessa forma, o cuidado aos pacientes cirúrgicos tornou-se uma prioridade. A decisão pela cirurgia, quer seja em situação de emergência ou não, é cercada por expectativas e sentimentos que geram alto grau de estresse e ansiedade nos pacientes e familiares, independentemente de sua complexidade. 17 UNIDADE Ambiente e Terapêutica Cirúrgica História da cirurgia e Enfermagem Durante toda a história da cirurgia, a Enfermagem esteve presente, desde as primeiras amputações realizadas pelos cirurgiões-barbeiros até as atuais cirurgias robóticas. Desde os primórdios, o Enfermeiro era o responsável pelo ambiente seguro, confortável e limpo para ocorrer o procedimento anestésico-cirúrgico (SOBECC, 2013). Mas, as atividades que antes se resumiam ao auxílio na restrição do paciente, limpeza e manutenção do ambiente, hoje são focadas nas competências técnico-científicas dos profissionais envolvidos, na previsão, na provisão de recursos materiais e humanos, no relacionamento multi e interdisciplinar e na interação com o paciente e a família (MORAES; CARVALHO, 2007). Para que uma cirurgia transcorra como a descrita, é necessário observamos os três tempos cirúrgicos principais, a saber: diérese (incisão); operação proposta, propriamente dita, e síntese (fechamento). Cada intervenção cirúrgica recebe uma denominação específica que tem relação com o procedimento a ser realizado. Assim, é composta por um prefixo que faz referência ao órgão/tecido manipulado e um sufixo que se refere à finalidade do procedimento. Para melhor compreensão e contextualização dos conteúdos, a seguir, vamos abordar o tema de terminologias cirúrgicas. Terminologias cirúrgicas O Enfermeiro deve saber a terminologia cirúrgica, pois o desempenho do seu tra- balho diário depende desse conhecimento. A troca de um prefixo ou um sufixo poderá acarretar erros gravesno preparo do material. As terminologias Cirúrgicas como um conjunto de termos próprios duma Ciência e nomenclatura é o estudo da identificação e delimitação de conceitos peculiares a qualquer Ciência, profissão, arte, ofício e da designação de cada um deles por certo termo. Pode-se utilizar o termo “Nomenclatura Cirúrgica” para também determinar as termi- nologias que para Carvalho (2007, p.150), têm como principais objetivos: • Fornecer, por meio da forma verbal ou escrita, uma definição do termo cirúrgico; • Descrever os tipos de cirurgia; • Preparar os instrumentais e os equipamentos cirúrgicos de forma apropriada para cada tipo de cirurgia; • Padronizar uma linguagem que seja de alcance coletivo. Nas Terminologias Cirúrgicas, os termos são formados por um prefixo, que designa a parte do corpo relacionada à cirurgia, e por um sufixo, que indica o ato cirúrgico realizado. A seguir, vejamos como se dá a formação das terminologias mais comuns na prática assistencial em saúde. 18 19 Prefixo O prefixo permite identificar a estrutura corpórea que está relacionada à intervenção cirúrgica (POSSARI, 2009). Tabela 1 Prefi xo Relaciona-se A/À Oto Ouvido Oftalmo Olho Rino Nariz Bléfaro Pálpebra Adeno Glândula Tráqueo Traqueia Cárdia Esfíncter (esofagogástrico) Gastro Estômago Êntero Intestino delgado Cólon Intestino grosso Hepato Fígado Cole Vias biliares Procto Reto e ânus Espleno Baço Láparo Parede abdominal Nefro Rim Pielo Pelve renal Cisto Bexiga Hístero Útero Salpingo Tuba uterina Colpo Vagina Ooforo Ovário Orqui Testículo Ósteo Osso Angio Vasos sanguíneos Flebo Veia Fonte: POSSARI, 2009 Sufixo Segundo Possari (2009), o sufixo indica a intervenção cirúrgica a ser realizada. Os principais sufixos usados são: • Tomia: Significa incisão, corte, abertura de parede ou órgão; • Stomia: Significa fazer uma nova “boca”, comunicar um órgão tubular ou oco com o exterior; 19 UNIDADE Ambiente e Terapêutica Cirúrgica • Ectomia: Significa extirpar parcial ou totalmente um órgão; • Plastia: Significa reparação a plástica da forma ou função do segmento afetado; • Rafia: Significa sutura; • Pexia: Significa fixação de uma estrutura corpórea; • Scopia: Significa visualizar o interior de um órgão cavitário ou cavidade com o auxílio de aparelhos especiais (endoscópios). Vamos agora juntar os prefixos e os sufixos e ver alguns exemplos de terminologias cirúrgicas. Cirurgias com sufixo tomia • Laparotomia: Abertura da cavidade abdominal; • Ureterolitotomia: Abertura do ureter para remoção de cálculo; • Flebotomia: Incisão na veia para introdução de cateter; • Toracotomia: Abertura da cavidade torácica; • Cardiotomia: Abertura da cárdia. Cirurgias com sufixo stomia • Traqueostomia: Formação de uma abertura na traqueia para comunicação com o meio externo. Assim, faz-se uma sutura das bordas na abertura da pele do pescoço; • Gastrostomia: Formação de uma abertura no estômago e colocação de uma sonda através da parede abdominal, geralmente utilizada para alimentação; • Jejunostomia: Formação de uma abertura no jejuno e colocação de uma sonda através da parede abdominal, geralmente utilizada para alimentação; • Ileostomia: Abertura cirúrgica do íleo, através da parede abdominal, para desviar o trânsito intestinal; • Colostomia: Abertura cirúrgica do cólon, através da parede abdominal, para des- viar o trânsito intestinal; • Nefrostomia: Formação de uma abertura na pelve renal e colocação de uma sonda exteriorizada na região lombar. Cirurgias com sufixo ectomia • Tireoidectomia: Extirpação parcial ou total da tireoide; • Mastectomia: Retirada da mama; • Esofagectomia: Remoção parcial ou total do esôfago; • Gastrectomia: Extirpação parcial ou total do estômago; • Colicistectomia: Remoção da vesícula biliar; • Esplenectomia: Remoção do baço; • Colectomia: Remoção parcial ou total do cólon; • Histerectomia: Extirpação do útero; • Salpingectomia: Extirpação da tuba uterina; 20 21 • Ooforectomia: Extirpação do ovário; • Prostatectomia: Remoção da próstata; • Safenectomia: extirpação da safena. Cirurgias com sufixo plastia • Blefaroplastia: Correção cirúrgica da pálpebra; • Rinoplastia: Correção cirúrgica do nariz; • Queiloplastia: Reparo de defeito nos lábios; • Mamoplastia: Correção cirúrgica das mamas; • Ritidoplastia: Cirurgia indicada para corrigir rugas da face. Cirurgias com sufixo pexia • Retinopexia: Fixação da retina descolada; • Nefropexia: Elevação e fixação do rim; • Cistopexia: Elevação e fixação da bexiga; • Orquipexia: Fixação do testículo na bolsa escrotal. Cirurgias com sufixo scopia • Broncoscopia: Visualização direta dos brônquios; • Esofagogastroduodenoscopia: Visualização direta do esôfago, estômago e duodeno; • Laparoscopia: Visualização da cavidade abdominal; • Retossigmoidoscopia: Visualização do canal anal, reto e sigmoide; • Colonoscopia: Visualização do intestino grosso, válvula ileocecal e porção terminal do íleo; • Cistoscopia: Visualização da bexiga. Como toda regra tem exceção, existem terminologias cirúrgicas que não seguem o padrão já descrito. Seguem os termos mais comuns, segundo Carvalho e Bianchi (2007): • Amputação: Retirada total ou parcial de um membro ou órgão; • Exérese: Extirpação parcial ou total de um segmento corpóreo; • Anastomose: Comunicação cirúrgica realizada entre dois vasos sanguíneos ou entre duas vísceras ocas; • Artrodese: Imobilização cirúrgica de articulação; • Biópsia: Extração de parte do tecido vivo para exames com finalidade diagnóstica; • Cauterização: Destruição de tecido por meio de agente cáustico ou calor/bis- turi elétrico; • Circuncisão ou postectomia: Excisão do prepúcio para facilitar a exposição da glande; • Paracentese: Punção de um espaço cheio de líquidos, utilizando uma agulha ou tro- carte, com a finalidade de aspirar o líquido ali contido; 21 UNIDADE Ambiente e Terapêutica Cirúrgica • Toracocentese: Punção/aspiração do espaço intrapleural para remover líquidos anômalos, como é o caso dos hidrotórax, hemotórax ou empiema. Em algumas situações, são utilizados os epônimos que designam doenças ou cirur- gias pelo nome do cirurgião que idealizou e aprimorou a técnica cirúrgica. Vejamos dois exemplos bem comuns: • Operação de Manchester: Para correção de prolapso de útero e cistocele; • Cirurgia de Werthein: Histerectomia total abdominal com linfadenectomia seletiva. O ato cirúrgico é todo o procedimento realizado na Unidade de Centro Cirúrgico, com pelo menos uma incisão, com ou sem sutura, incluindo as cirurgias videoscópicas. Não são considerados procedimentos cirúrgicos aqueles que acontecem fora do Centro Cirúrgico (sutura na Unidade de Pronto Socorro), procedimentos sem incisão (punções), biópsias endoscópicas, episiotomias e circuncisões (POSSARI, 2009). Classificação da cirurgia O tratamento cirúrgico pode ser classificado quanto à (POSSARI, 2009; SOBECC, 2013; COSTA; COUTINHO, 2007): 1. Momento operatório; 2. Porte cirúrgico; 3. Finalidade da cirurgia a ser realizada; 4. Potencial de contaminação. Momento operatório Nesta classificação, a determinação do momento propício para a realização da cirurgia depende da evolução clínica do paciente e, assim, pode ser classificado em: • Emergência: Considerada para os pacientes que requerem atendimento imediato, em que o distúrbio pode trazer danos à vida do doente, como: hemorragia intensa, abdome agudo obstrutivo e queimaduras extensas; • Urgência: O paciente deve ser atendido num breve período, entre 24 e 30 horas, como na infecção aguda da vesícula biliar e nos cálculos renais ou ureterais; • Eletiva: O paciente deve ser operado, mas caso a cirurgia não possa ocorrer, o paciente não corre risco de morte ou agravo em seu estado, como nos reparos de cicatrizes, hérnias simples e perineoplastia, entre outros; • Opcional: Quando a decisão é do paciente. É ele que escolhe ser operado, como nas cirurgias cosméticas, na lipoescultura e na mamoplastia.As cirurgias também podem ser classificadas quanto ao porte cirúrgico, como se observa a seguir. 22 23 Porte Cirúrgico • Pequeno porte: até 1h de duração, pouca perda de sangue (exemplo: postectomia); • Médio porte: 1-2h de duração, com perda de sangue (exemplo: prótese de quadril, colecistectomia); • Grande porte: acima de 2h de duração, com perda significativa de sangue (exemplo: revascularização do miocárdio). Além disso, o evento cirúrgico é classificado quanto à finalidade, como veremos. Finalidade • Paliativo: Tratamento cirúrgico que visa a compensar os distúrbios para melhorar as condições do paciente e/ou aliviar a sua dor, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida. Exemplo: paciente tem um tumor esofágico inoperável, sendo necessária uma gastrostomia para a introdução de dieta; • Radical: Tratamento cirúrgico por intermédio do qual é feita a remoção parcial ou total de um órgão ou segmento corporal. Exemplo: apendicectomia, gastrectomia parcial, prostatectomia radical e mastectomia radical; • Plástico: Realizado com a finalidade estética ou corretiva. Exemplo: ritidoplastia, blefaroplastia, mamoplastia, abdominoplastia, perineoplastia e correção de orelha de abano; • Diagnóstico: Caracteriza-se pela extração de fragmentos de tecidos para exame microscópio (para diagnóstico), videolaparoscopia diagnóstica e videotoracoscopia diagnóstica (por nódulo pulmonar). Podemos classificar, ainda, quanto ao potencial de contaminação, que é importante para a Enfermagem, porque influenciará a realização do Mapa Cirúrgico, a ordem de rea- lização das cirurgias, o procedimento de limpeza e a desinfecção da sala cirúrgica após o término da cirurgia e os equipamentos de proteção individual que a Equipe deverá utilizar. Vejamos os critérios a seguir. Potencial de contaminação É uma classificação que leva em consideração a quantidade de microrganismos presen- tes no tecido que foi operado. Assim, a classificação deve ser feita no término das cirurgias, que podem ser classificadas em: • Cirurgias limpas: São aquelas realizadas em tecidos estéreis, em que não ocorrem penetrações no trato digestivo, respiratório ou urinário. Exemplo: artroplastia do quadril e cirurgia cardíaca; • Potencialmente contaminada: São aquelas realizadas em tecidos colonizados por flora microbiana, como nas cirurgias com drenagem, em que podem ocorrer penetração do trato digestivo, respiratório ou urinário, sem contaminação significativa. Exemplo: histerectomia total abdominal e cirurgia do intestino delgado; • Contaminada: São aquelas realizadas em tecidos traumatizados recentemente e abertos, colonizados por flora bacteriana abundante, presença de inflamação aguda na incisão e cicatrização de segunda intenção, grande contaminação, como tubo digestivo e na obstrução biliar ou urinária. Exemplo: cirurgia de cólon, debridamento de queimadura e cirurgia intranasal; 23 UNIDADE Ambiente e Terapêutica Cirúrgica • Infectada: Todas as cirurgias que são realizadas na presença de processo infeccioso, tecido necrótico, corpos estranhos, feridas de origem suja. Exemplo: cirurgia do reto e do ânus, com pus, cirurgia abdominal em presença de pus e conteúdo de cólon, nefrectomia com infecção e presença de vísceras perfuradas. Na sequência, vejamos como os tempos cirúrgicos são classificados. Tempos cirúrgicos Denominam-se tempos cirúrgicos ou operatórios, segundo Silva, Rodrigues e Cesaretti (1999), os procedimentos ou manobras consecutivas realizadas pelo cirurgião desde o início até o término da cirurgia. De modo geral, todas as intervenções são realizadas em quatro tempos básicos, que são: • Diérese (dividir, separar, cortar): Consiste na separação dos planos anatômicos ou tecidos para possibilitar a abordagem de um órgão ou região, é o rompimento da continuidade dos tecidos; • Hemostasia (hemo = sangue; satatis = deter): É o processo por meio do qual se previne, detém ou impede o sangramento; • Exérese ou cirurgia propriamente dita: É o tempo cirúrgico principal, que con- siste na realização do tratamento cirúrgico, seja em caráter curativo, seja paliativo, estético ou corretivo, seja com fim diagnóstico; • Síntese cirúrgica (junção; união): É o procedimento utilizado para aproximar ou coaptar as bordas de uma ferida, com a finalidade de estabelecer a contiguidade dos tecidos e facilitar as fases do processo de cicatrização. Os instrumentadores cirúrgicos devem dominar bem os tempos cirúrgicos para plane- jamento dos instrumentais só de observar o andamento da cirurgia, já que a mesa cirúrgica é montada considerando esses tempos cirúrgicos. Agora, vamos conhecer um pouco mais sobre os instrumentais cirúrgicos. Instrumentais cirúrgicos Vejamos, primeiramente como se dá a classificação dos instrumentais e como se dá o uso durante o ato operatório. Quadro 1 – Classifi cação do Instrumental Cirúrgico Instrumentos de Diérese • Bisturi de lâmina; • Bisturi elétrico; • Tesoura reta; • Tesoura curva; • Serra; • Cisalha; • Pinça goiva; • Costótomo; • Agulha de Punção; • Ruginas; • Entre outros. 24 25 Instrumentos de Hemostasia • Pinças hemostáticas curvas; • Pinças hemostáticas retas; • Pinças mixter; • Pinças intestinais; • Eletrocautério; • Pinça Satinski; • Pinça de Potts; • Pinça de Bakey; • Pinça de Cooley; • Pinça de Bullidog; • Entre outras. Instrumentos de Síntese • Porta agulhas; • Agulhas; • Fios; • Grampos; • Grampeador mecânico; • Entre outros. Instrumentos de preensão • Pinça de Backaus; • Pinça anatômica; • Pinça dente de rato; • Pinça Allis; • Pinça de coração; • Pinça de Durval; • Entre outros. Instrumentos Auxiliares • Válvula vaginal; • Afastador de Farabeuf; • Afastador de Volkman; • Afastador de Finocketto; • Entre outros. Instrumentos Especiais • Bisturi de argônio; • Rios Laser; • Entre outros. Já sabemos a classificação dos instrumentos, agora vamos relembrar o nome de cada um deles. Vamos rever o conceito de cada uma das fases e os instrumentais mais utilizados. Os diversos tipos de instrumentos devem ser agrupados da seguinte maneira: diérese, hemostasia, preensão, separação, síntese e especiais. Instrumentais de diérese Diérese consiste na separação dos planos anatômicos ou tecidos para possibilitar a abordagem de um órgão ou região. Apresentaremos os instrumentais mais utilizados com as imagens que estão descritas por letra e o nome do instrumental no texto que faz referência à letra da Figura por grupo dos instrumentais. 25 UNIDADE Ambiente e Terapêutica Cirúrgica Utilizados na diérese, temos numa abordagem ampla: tesouras e cabo de bisturis em seus vários tamanhos e modalidades. Em A – Tesoura Reta, em B – Tesoura curva e em C – Cabo de Bisturi. Figura 3 – Instrumentais de diérese Fonte: Adaptada de Getty Images Instrumentais hemostáticos Os instrumentais hemostáticos são destinados ao trabalho de pinçamentos de vasos sangrentos. Em D – Halsted, em E – Kelly, em F – Rochester, em G – Moynihan, e outros. Figura 4 – Instrumentais hemostáticos Fonte: Adaptada de ALMEIDA, 2010 | FRAGA, 2017 Instrumental de preensão O instrumental destinado à prensa ou preensão está direcionado à função de prender e segurar vísceras e órgãos. Estão nesse grupo as pinças. Em H – Babcock, em I – Allis, em J – Collin, em K – Duval, e outros. 26 27 Figura 5 – Instrumental de preensão Fonte: Adaptada de ALMEIDA, 2010 | FRAGA, 2017 Instrumental de exposição ou afastadores No grupo dos afastadores encontram-se variados tipos, tais como: Gosset, Finochietto, Farabeuf e outros. Os afastadores estáticos são aqueles que utilizamos para a visibilidade no campo cirúrgico. O afastador em L – Gosset é utilizado a fim de manter exposta a cavidade abdominal, e o em M – Finochietto para a cavidade torácica. Quando queremos facilitar o ato operatório, o auxiliar deverá lançar mão aos afastadores dinâmicos, tais como o em N – Farabeauf, que é usado em cirurgia da parede abdominal. Figura 6 – Instrumental de exposiçãoou afastadores Fonte: Adaptada de ALMEIDA, 2010 | MAZZONI; VIDIGAL et al. 2014 Instrumental de síntese Nos instrumentais para síntese são agrupados os porta-agulhas (O e P da Figura 7) e os vários tipos de agulha. Também se utilizam os grampeadores cirúrgicos, embora eles não sejam instrumen- tais, já que são descartáveis e são considerados materiais de síntese. 27 UNIDADE Ambiente e Terapêutica Cirúrgica Figura 7 – Instrumental de síntese Fonte: Adaptada de PRADO; MENDONÇA; MONTEIRO et al. 2016 Agora que revisamos os nomes dos instrumentais mais comuns e sua classificação, isso nos ajudará a compreender a montagem da mesa cirúrgica, como você verá na Figura a seguir. Mesa cirúrgica A Figura a seguir mostra a organização e sequência de uso dos instrumentais. Exposição Afastador Compressa gaze Kocher Kelly Hausted Hemostasia Com Dente Sem Dente Especial Preensão Tesoura Bisturi Diérese Sequência de Uso Síntese Agulha Fio Porta-agulha Figura 8 – Arrumação da mesa cirúrgica Dependendo da posição do cirurgião perante o paciente, a mesa será montada. A posição mais encontrada nos Centros Cirúrgicos é a mesa do instrumentador sob o paciente. Ela também pode estar posicionada em 90º à mesa cirúrgica ou na extremidade infe- rior dela, ou do lado do cirurgião, também eliminando o instrumentador. 28 29 A montagem da Mesa Cirúrgica tem o objetivo de facilitar e organizar o trabalho do cirurgião. É uma forma de racionalizar o ato cirúrgico, tornando-o mais eficiente. Para a montagem da mesa, o auxiliar e o instrumentador, já paramentados, deverão escolher o local da sala menos movimentado, iniciando sistematicamente a organização da Mesa Cirúrgica. Os preceitos de diérese, hemostasia e síntese são básicos, porém necessários ao bom andamento da cirurgia e evolução da ferida cirúrgica. Vejamos cada um deles: • A diérese deve obedecer a tais princípios no que diz respeito a bordas regulares, que só podem ser realizadas utilizando a técnica apropriada de domínio do cirurgião; • Para alcançarmos a hemostasia, existem fatores que estão relacionados tanto às condições relativas do paciente submetido à intervenção quanto às condições da técnica operatória; • Já a síntese tem por objetivo auxiliar na cicatrização cirúrgica, devendo o cirur- gião utilizar instrumentos corretos e seguir a técnica para que se possa efetivar tal procedimento. A Técnica Cirúrgica e os princípios devem ser seguidos por todos aqueles que trabalham nos tempos cirúrgicos. O paciente é sempre a peça mais importante no ato cirúrgico, e é dever de toda equipe preservar este direito. Revisamos um pouco sobre os instrumentos cirúrgicos, bem como suas funções. Na sequência, veremos sobre os recursos humanos com suas respectivas atribuições durante o ato operatório. Recursos Humanos em Centro Cirúrgico O processo de trabalho no Centro Cirúrgico tem por objetivo a assistência curativa e individualizada na perspectiva do paciente, mas o trabalho coletivo que se dá pela inte- ração das diversas Equipes é uma característica do Centro Cirúrgico também. Nele existe uma diversidade de profissionais atuando de forma integrada antes, durante e depois da cirurgia na sala de operação e, ainda, em situação de estresse e diante da necessidade de cuidados especializados ao paciente, que é de alta complexidade. A Equipe Cirúrgica é composta pelo médico anestesiologista, pelo cirurgião e pelo médico assistente, podendo ter, ainda, o Técnico de Raio X, o Técnico de Laboratório e muitos outros profissionais a atuarem no ato operatório, dependendo das particularidades de uma cirurgia, como os perfusionistas nas cirurgias cardíacas, Técnicos de Gesso nas cirurgias ortopédicas. Veremos a atribuição de cada membro da equipe. 29 UNIDADE Ambiente e Terapêutica Cirúrgica Equipe de Anestesia A Equipe de Anestesia é formada por Médicos Anestesiologistas, responsáveis por todo ato anestésico, com as atribuições iniciais de fazer a avaliação pré-anestésica do paciente, ainda em sua Unidade de Internação e de fazer a prescrição da medicação pré-anestésica. É também de responsabilidade dessa Equipe planejar e executar a anestesia, prevendo com antecedência todos os materiais, equipamentos e medicamentos necessários, bem como preparar e administrar drogas e controlar as condições clínicas e anestésicas do paciente durante a cirurgia. Ao término da cirurgia, é de responsabilidade dessa Equipe o envio do paciente à Unidade de Recuperação Pós-Anestésica e seu controle até o restabelecimento das condições do paciente, para que ele possa retornar à unidade de origem em segurança. Equipe de Cirurgia A Equipe de Cirurgia é a responsável direta pelo procedimento cirúrgico e compõe-se dos seguintes elementos: • Médico cirurgião: é o responsável pelo ato cirúrgico a ser desenvolvido. Cabe-lhe, por- tanto, planejá-lo e executá-lo, comandando-o e mantendo a ordem no campo operatório; • Médico assistente: é o que auxilia na cirurgia. Dependendo do porte dela, pode ser necessário mais de um. Ao Primeiro Assistente compete auxiliar diretamente o Médico Cirurgião e substituí-lo, caso haja necessidade. Equipe de Enfermagem A Equipe de Enfermagem está presente de forma atuante em todas as cirurgias. Ela é composta por quatro categorias profissionais: Enfermeiro Perioperatório, Técnico de Enfermagem, Auxiliar de Enfermagem e Instrumentador Cirúrgico. Todos ocupam o mesmo espaço, mas existe uma divisão técnica do trabalho que determina a atribuição de cada profissional da EQUIPE, como veremos na sequência. Enfermeiro Perioperatório Está tem sido a denominação mais utilizada pela Sociedade Brasileira de Enfermei- ros de Centros Cirúrgicos para se referir ao Enfermeiro que atua no Centro Cirúrgico, desloca-se para realizar uma visita pré-operatória ou realiza o transporte do paciente em pós-operatório imediato para a Unidade de Terapia Intensiva – UTI. Para tanto, a SOBECC (2013) recomenda que o Enfermeiro deva ter o título de Espe- cialista. No Brasil, isso pode acontecer de duas formas: realizando uma Prova de Título pela SOBECC com rígidos critérios, pré-requisitos de experiência na área e aprovação em avaliação teórica, ou por meio de Uma Pós-Graduação lato sensu, que dará o título de Especialista e abordará durante o Curso as Áreas de Central de Material Especializado – CME e Recuperação Pós-Anestésica – RPA. 30 31 Para uma assistência integral ao paciente cirúrgico, os cuidados antes, durante e de- pois da cirurgia sempre deverão estar interligados, baseados nos quatro pilares do pro- cesso de trabalho do Enfermeiro, que é: cuidar/assistir, administrar/gerenciar, educar/ ensinar e investigar/pesquisar. Na prática, a atribuição do Enfermeiro Perioperatório se divide em Enfermeiro Coor- denador e Enfermeiro Assistencial. Ao Enfermeiro Coordenador compete: • Organizar e prover a unidade de recursos materiais e humanos, e manter o ambiente em boas condições de funcionamento; • Planejar as ações assistenciais e administrativas do Centro Cirúrgico por meio de protocolos, normas e rotinas; • Planejar o agendamento cirúrgico e realizar o mapa cirúrgico; • Gerenciar as ações planejadas por meio de metodologia científica e humanística, para eficiência no atendimento ao paciente com foco na segurança e qualidade; • Avaliar qualidade e quantidade de recursos materiais, possibilitando maior eficiência nos processos de compras desses materiais e equipamentos de alto custo; • Prever a necessidade de materiais, equipamentos e instrumentais e prover o Setor de tais elementos; • Planejar a manutenção e atualização dos equipamentos e instrumentais; • Controlar a quantidade por meio do adequado dimensionamento dos recursos humanos, bem como a qualidade da assistência prestada; • Controlar a qualidade de recursos humanos por meio de avaliação de desempenho, bem como a qualidade da assistência prestada por meio de indicadores de qualidade; • Supervisionar e avaliar o desempenhodo pessoal que está sob sua responsabilidade; • Planejar, executar e avaliar programas de educação continuada aos componentes da equipe de Enfermagem; • Implantar e atualizar programas de Cirurgias Seguras e de Sistematização da Assis- tência Perioperatório – SAEP; • Manter um bom relacionamento com os componentes da Equipe Cirúrgica e de Anestesia, visando à assistência ao paciente; • Manter integração com os Enfermeiros das Unidades de Internação, todos os Setores do Hospital e outros serviços extra hospitalares; • Colaborar no desenvolvimento do ensino, por meio de planejamento da Unidade como campo de estágio para alunos; • Colaborar com atualização e pesquisas realizadas na Unidade; • Elaborar e atualizar o regulamento interno e o Manual de procedimentos; • Apresentar relatório mensal e anual sobre as atividades realizadas no Centro Cirúrgico; • Tomar decisões administrativas e assistenciais baseadas em evidências científicas sobre o tema. 31 UNIDADE Ambiente e Terapêutica Cirúrgica Ao Enfermeiro Assistencial compete: • Realizar plano de cuidado de Enfermagem e supervisionar sua continuidade da assistência; • Realizar a visita pré-operatória; • Iniciar o SAEP; • Receber o plantão e tomar as providências necessárias relativas às atividades assistenciais; • Providenciar o transporte do paciente para o Centro Cirúrgico com tempo suficiente; • Receber o paciente, avaliando suas condições clínicas e emocionais, certificando os documentos, prontuários, pulseiras de identificação e exames; • Coordenar as atividades assistenciais prestadas pelos componentes da equipe de Enfermagem; • Controlar o consumo de psicotrópicos; • Elaborar o programa ou mapa operatório para o dia seguinte, com base nos pedidos de cirurgia recebidos; • Supervisionar a limpeza diária e semanal da sala de cirurgia e demais elementos da planta física do Centro Cirúrgico; O Enfermeiro deve, ainda, tomar medidas para evitar a infecção da ferida operatória, devendo supervisionar ações referentes ao paciente, os componentes das equipes que atuam no Centro Cirúrgico, material esterilizado, instrumentais e equipamentos. São elas: • Avaliar o preparo físico realizado no pré-operatório; • Orientar o uso correto da roupa privativa do Centro Cirúrgico de todos os profis- sionais e pessoas que venham da área externa; • Controlar o número de pessoas na sala durante o ato cirúrgico, bem como o trânsito desnecessário dela; • Avaliar periodicamente as condições de uso dos instrumentais e equipamentos; • Monitorar a incidência da infecção de ferida operatória; • Desenvolver trabalhos e protocolos conjuntos com a CCIH. Auxiliar e Técnico de Enfermagem Como o CC é uma Unidade de alta complexidade, o Cofen recomenda que os cuidados de Enfermagem diretos ao paciente crítico sejam realizados por Técnicos de Enfermagem, ficando para os Auxiliares de Enfermagem as atribuições de transporte de pacientes, técnicos de materiais e técnicos em anestesia, bem como ações relacionadas à limpeza e ao controle de higiene do ambiente. Na prática dos Hospitais Privados, já se pode observar essa realidade, mas em Hos- pitais Públicos, nos quais os profissionais são concursados para uma função específica, o Auxiliar e o Técnico de Enfermagem exercem a atribuição de circulante de sala, apoiados na Lei 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício da Enfermagem e dá outras providências. 32 33 No parágrafo 11, sustenta que os auxiliares exerçam atribuições de Auxiliares de Nível Médio, que na prática é a mesma atribuição do Técnico de Enfermagem, como descreveremos a seguir: • Auxiliar o Enfermeiro, sempre que necessário; • Verificar o estado de conservação e o funcionamento dos aparelhos e dos equipa- mentos, solicitando conserto e troca imediatos. Verificar a temperatura e iluminação da SO; • Controlar o estoque de material esterilizado e as respectivas datas de esterilização; • Exercer as atribuições de circulante de sala; • Prover a sala de operação com recursos adequados às necessidades do paciente, segundo as especificidades de cada intervenção anestésico-cirúrgica; • Montar a Sala de Operação; • Auxiliar o paciente no transporte da maca para a Mesa de Cirurgia e vice-versa, assim como no seu posicionamento, procurando manter sua privacidade e perme- abilidade de cateteres e sondas; • Participar dos treinamentos e dos programas de atualização fornecidos pela Instituição; • Desenvolver procedimentos técnicos, como sondagem vesical, punção venosa, na ausência do Enfermeiro; • Observar o bom funcionamento do Sistema de Gases; • Estar atento para a placa dispersiva de energia do bisturi elétrico; • Auxiliar na paramentação da Equipe Cirúrgica, e ficar atento à técnica asséptica na abertura dos materiais estéreis; • Auxiliar o Anestesiologista na indução e na reversão do procedimento anestésico; • Em situações emergenciais ou imprevistas, solicitar a presença do Enfermeiro; • Realizar o controle de débito de materiais utilizados na SO; • Encaminhar o paciente para a Unidade de origem, tomando os cuidados pertinentes com drenos, sondas ou cateteres; • Realizar o registro de todas as informações no prontuário ou impresso padronizado pela Instituição; • Responsabilizar-se pela identificação e pelo encaminhamento das peças cirúrgicas aos Laboratórios especializados; • Ao término do procedimento cirúrgico, proceder a desmontagem da SO e encami- nhar os materiais contaminados ao CME. Instrumentador cirúrgico Está tramitando no Congresso Nacional um Projeto de Lei, nº 642/2007, para Regu- lamentação da profissão de Instrumentador Cirúrgico, que aguarda deliberação da mesa diretora e votação no Senado. Enquanto isso, permanece a determinação da Resolução 214/1998, do Conselho Federal de Enfermagem, que define a Instrumentação Cirúrgica como atividade de Enfer- magem, não sendo, entretanto, ato privativo dessa profissão. 33 UNIDADE Ambiente e Terapêutica Cirúrgica Explana também sobre o profissional de Enfermagem que atua como Instrumentador Cirúrgico que, por força de Lei, deve subordinar-se exclusivamente ao Enfermeiro respon- sável pelo Centro Cirúrgico, ou seja, é membro da Equipe de Enfermagem e sua habilitação profissional é feita pelo Coren. Com isso, o instrumentador poder ser um funcionário do próprio hospital, exclusivo da equipe médica ou, ainda, ser funcionário das empresas fornecedoras de produtos médicos. O instrumentador cirúrgico tem como principais atribuições: • Verificar os materiais e os equipamentos necessários ao ato cirúrgico; • Preparar a mesa com os instrumentais e outros materiais necessários à cirurgia; • Ajudar na colocação dos campos operatórios; • Fornecer materiais e instrumentais ao Cirurgião e ao Assistente, solicitando-os, sempre que necessário, ao circulante de sala, devendo para isso estar atento aos tempos cirúrgicos; • Observar e controlar para que nenhum instrumental permaneça no campo operatório; • Zelar para a manutenção da mesa, conservando limpos os instrumentais durante o ato cirúrgico, bem como protegendo-os para evitar contaminação. Nas Instituições que o instrumentador faz parte da equipe de Enfermagem do hospital, ele deve prever os materiais necessários à cirurgia, separá-los após o uso, lavá-los e refazer a caixa de instrumentais, zelando pela conservação de tais materiais. Acabamos de descrever as atribuições gerenciais e assistenciais dos recursos humanos que atuam nos Centros Cirúrgicos, principalmente, na Sala de Operação, e fica evidente o papel central da Equipe de Enfermagem, atuante antes, durante e depois do ato anes- tésico cirúrgico. 34 35 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Leitura Infecção em Centro Cirúrgico Vale a pena a leitura, e caso esteja atuando como Enfermeiro de Centro Cirúrgico, vai se surpreender com novas tecnologias e argumentos científicos dos especialistas nessa Área. https://bit.ly/3h3Ec5gResoluçãO-RDC Nº 50, DE 21 de fevereiro de 2002 Para leitura complementar, acesse o portal da ANVISA e leia a RDC 50 e a 312 da Lei que consta a descrição de todos os itens de uma sala de operação. https://bit.ly/367psMk Exigências necessárias para pisos hospitalares https://bit.ly/3w7Keq3 Terminologias Cirúrgicas https://bit.ly/2SGDKke 35 UNIDADE Ambiente e Terapêutica Cirúrgica Referências AFONSO, M. 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