Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SISTEMA DE ENSINO DIDÁTICA Aspectos Pedagógicos e Sociais da Prática Educativa Livro Eletrônico 2 de 117www.grancursosonline.com.br Aspectos Pedagógicos e Sociais da Prática Educativa DIDÁTICA Gustavo Silva Sumário Aspectos Pedagógicos e Sociais da Prática Educativa ............................................................................3 1. Aspectos Pedagógicos e Sociais da Prática Educativa Segundo as Tendências Pedagógicas .......................................................................................................................................................................3 1.1. Tradicional ....................................................................................................................................................................3 1.2. Escola Nova Diretiva e não Diretiva .............................................................................................................3 1.3. Tecnicista .....................................................................................................................................................................4 1.4. Liberal Renovada Progressivista ..................................................................................................................5 1.5. Libertária ......................................................................................................................................................................6 1.6. Libertadora ..................................................................................................................................................................6 1.7. Histórica-crítica ........................................................................................................................................................7 2. Educação Integral: Concepções Teóricos-Metodológicas ..................................................................8 2.1. Teoria Crítica e Pós-Crítica ................................................................................................................................11 3. Planejamento Educacional: Projeto Político-Pedagógico ................................................................13 4. Avaliação Educacional: Aprendizagem, Institucional e em Larga Escala. Funções da Avaliação: Diagnóstica, Somativa, Classificatória e Formativa .........................................................18 5. Escolarização na Socioeducação .................................................................................................................... 24 6. Organização do Trabalho Pedagógico e da Gestão Escolar: Projeto Político- Pedagógico da Escola e Coordenação Pedagógica na Educação Básica .....................................30 6.1. Orientação Pedagógica para Elaboração do Projeto Político Pedagógico na Escolares ...........................................................................................................................................................................36 6.2. A Orientação Educacional e a Construção do Projeto Político-Pedagógico na Escola: Concepção, Princípios e Eixos Norteadores .................................................................................41 6.3. Gestão Educacional Decorrente do Projeto Político-Pedagógico ..........................................44 6.4. Processo de Planejamento: Importância, Dimensões, Componentes e Instrumentos 45 Resumo ................................................................................................................................................................................61 Questões de Concurso ...............................................................................................................................................62 Gabarito ...............................................................................................................................................................................81 Gabarito Comentado ................................................................................................................................................... 82 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FELIPE MATEUS GONCALVES FERREIRA - 12112029410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 3 de 117www.grancursosonline.com.br Aspectos Pedagógicos e Sociais da Prática Educativa DIDÁTICA Gustavo Silva ASPECTOS PEDAGÓGICOS E SOCIAIS DA PRÁTICA EDUCATIVA 1. Aspectos pedAgógicos e sociAis dA práticA educAtivA segundo As ten- dênciAs pedAgógicAs 1.1. trAdicionAl A tendência tradicional foi a primeira que o contexto brasileiro instituiu. A sua filosofia tem a máxima valorização do professor, que é a figura central, enquanto o aluno recebe o conheci- mento que é passado. Como dá pra ver, ele é um receptor passivo e o ensino está relacionado com a memorização do conteúdo. Os seus pressupostos teóricos são ensino humanístico de cultura geral; ensino tradi- cional de caráter verbalista, autoritário e inibidor da participação do aluno; conteúdos enci- clopédicos e descontextualizados; valorização do conteúdo, do intelectual, da disciplina, do diretivismo; educação centrada no professor, que deve ter domínio dos conteúdos; ensinar é repassar conhecimentos; criança: capacidade de assimilação igual a do adulto, porém me- nos desenvolvida. E os de aprendizagem são: a aprendizagem é receptiva e mecânica, desconsidera as carac- terísticas próprias de cada idade. Os programas devem ser organizados em sequência lógica, sem se considerar as características próprias de cada idade. O aluno responde as situações novas de forma semelhante às respostas dadas em situações anteriores. A relação professor e aluno: autoridade do professor que exige atitude receptiva do aluno. Impede qualquer canal de comunicação. O professor transmite o conteúdo em forma de ver- dade. A disciplina é imposta pela coação. Breve resumo da tendência tradicional: • Preparação intelectual e moral dos alunos; • Predomina a palavra do professor (agente transmissor); • Ênfase nos conteúdos. 1.2. escolA novA diretivA e não diretivA Outras modalidades da pedagogia liberal são a Escola Nova Diretiva e Não Diretiva. A pri- meira tem por objetivo a valorização de aspectos afetivos e atitudes por isso, se preocupa com participação do aluno e os conhecimentos que ele traz. Há uma valorização dos aspectos afetivos, socialização e foco em atividades autoavaliativas. Conduzir o estudante no processo de aprendizagem com menos interferência possível. O foco aqui é promover o autodesenvolvi- mento e a realização pessoal. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FELIPE MATEUS GONCALVES FERREIRA - 12112029410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://blog.pitagoras.com.br/valorizacao-do-professor/ 4 de 117www.grancursosonline.com.br Aspectos Pedagógicos e Sociais da Prática Educativa DIDÁTICA Gustavo Silva Os pressupostos teóricos são: favorece o amadurecimento emocional, a autonomia e as possibilidades de autorrealização do aluno, pelo desenvolvimento da valorização do seu “eu”; aprendizagem significa modificação das próprias percepções; valoriza as experiências dos alu- nos; as atividades acontecem de acordo com a realidade do aluno (segundo suas experiências individuais); o ensino é centrado no aluno; o professor é um mero facilitador da aprendizagem; a motivação da aprendizagem é o desejo de adequação pessoal na busca de autorrealização. E os de aprendizagem são: Aprender é modificar as percepções da realidade. A relação professor e aluno: educação centralizadano aluno e o professor é quem ga- rantirá um relacionamento de respeito (facilitador da aprendizagem). O aluno necessita de aceitação plena. Breve resumo da tendência não diretiva: • Desenvolvimento pessoal e relações interpessoais; • A escola tem o papel de formadora de atitudes, preocupando-se mais com a parte psi- cológica do que com a social ou pedagógica; • Educação centrada no aluno. • Professor visto como um facilitador da aprendizagem. 1.3. tecnicistA Outra linha entre as tendências pedagógicas é a tecnicista. Nesse modelo de Pedagogia, a tecnologia educacional tem um peso enorme sobre o ensino. O professor e o aluno são respectivamente executor e receptor. O aprendizado é focado em projetos elaborados sem nenhuma ligação com o contexto social que as pessoas estão inseridas. Aqui, se destaca um certo autoritarismo. Os pressupostos teóricos são: aprendizagem é modificação de desempenho; o aluno é submetido a um processo de controle do comportamento, a fim de ser levado a atingir obje- tivos previamente estabelecidos; o ensino é organizado em função de pré-requisitos; Ensino: processo de condicionamento/reforço da resposta que se quer obter, acontece através da: operacionalização dos objetivos e mecanização do processo; não se preocupa com o proces- so mental do aluno, mas sim com o produto desejado; busca-se a “eficiência”, a “eficácia”, a “qualidade”, a “racionalidade”, a “produtividade” e “neutralidade” na escola, que deve funcionar como uma empresa. E os pressupostos de aprendizagem são: aprendizagem baseada no de- sempenho o aluno sai da situação de aprendizagem diferente de como entrou. Condiciona- mento operante (Skinner). Relação professor e aluno: PROFESSOR: Administra as condições de transmissão da ma- téria. É um elo entre a verdade científica e o aluno. Não há comunicação pessoal com o alu- no e vice-versa. As relações afetivas e pessoais pouco importam para o desenvolvimento do O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FELIPE MATEUS GONCALVES FERREIRA - 12112029410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 5 de 117www.grancursosonline.com.br Aspectos Pedagógicos e Sociais da Prática Educativa DIDÁTICA Gustavo Silva processo ensino-aprendizagem. ALUNO: Indivíduo responsivo. Não participa da elaboração do programa educacional. Breve resumo da tendência Tecnicista: • Preparação de mão de obra; • O essencial não é o conteúdo, mas as técnicas; • Escola modeladora de comportamento (influência do behaviorismo); • Aprendizagem baseada no desempenho; • Princípios: objetividade, racionalidade, eficiência, produtividade, neutralidade científica (influência do taylorismo/fordismo) 1.4. liberAl renovAdA progressivistA Grandes mudanças, se comparada com a Tendência Tradicional (TT), podem ser perce- bidas na Tendência Liberal Renovada Progressivista (TLRP). Por exemplo, se antes o profes- sor era o núcleo do processo de ensino-aprendizagem, a peça mais importante de todo esse processo, o protagonista, na TLRP esses papéis foram ofertados ao aluno. É ele agora quem ganha o enfoque principal. A educação é pensada para ele, mas também por ele. Percebe-se na Tendência Liberal Renovada Progressivista o enfoque no aluno, a possibili- dade natural no seu aprendizado, mas também no seu momento de ensinar, de testar, de tentar, de experimentar, de aprender fazendo inferências, modificando o meio, transformando-o. Essas ofertas ao aluno surgem como necessidade que ele apresentava quando ainda sem voz. Com toda certeza não se impõe o aprendizado, constrói-se ele. E essa construção deverá ser feita por todos, professores, alunos e comunidade escolar, através da prática alicerçada na teoria. O papel da escola é o de promover a satisfação dos alunos em relação aos interesses por eles apresentados, mas também de atender as exigências da sociedade, tudo isso num processo onde todos participam ativamente da construção do conhecimento, recebendo-o e promovendo-o. A relação professor-aluno é marcada pela horizontalidade. O professor, diferen- temente da TT, não é o protagonista, e sim o aluno. Aqui o professor ganha o papel de facilita- dor e ajuda o aluno no seu desenvolvimento livre e espontâneo. A disciplina é definida como atitudes solidárias, participativas, respeitáveis. Breve resumo dessa tendência: • Valoriza-se mais os processo cognitivos do que o conteúdo; • O aluno só aprende fazendo (processo ativo); • É baseada na motivação e na estimulação de problemas; • Biopsicologização do ensino (influência de Piaget). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FELIPE MATEUS GONCALVES FERREIRA - 12112029410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 6 de 117www.grancursosonline.com.br Aspectos Pedagógicos e Sociais da Prática Educativa DIDÁTICA Gustavo Silva 1.5. libertáriA A tendência libertária é contra o autoritarismo e a favor do autogerenciamento. Como o próprio nome diz, ela dá liberdade para o aluno. Ele aprende principalmente com base na tro- ca do grupo, o que ajuda bastante na transformação da sua personalidade, pra que se torne mais independente. Os pressupostos teóricos são: questionamento da ordem social existente; preocupação com a educação política dos indivíduos e com o desenvolvimento de pessoas mais livres; pro- funda ligação entre educação e os planos de mudança social; o ensino deve desenvolver todas as possibilidades da criança (integralidade), sem abandonar nenhum aspecto mental ou físico, intelectual ou afetivo; defesa da auto-gestão; rejeitam toda forma de governo. E os pressupos- tos de aprendizagem são: Crescimento pessoal e grupal. Aprendizagem informal, via grupo e a negação de toda a forma de repressão. Relevância da experiência, da atividade prática que é incorporada e utilizada em situação nova. Relação professor e aluno: não diretividade, sem obrigações e ameaças. O professor é um orientador e catalizador (dinamizador), e os alunos livres. Ele se mistura ao grupo para uma reflexão comum, não devendo impor suas concepções e ideias, não transformar o aluno em objeto. Papel da escola: Transformação da personalidade num sentido libertário e autogestionário. Breve resumo dessa tendência: • Tem relação com ideais anarquistas; • Princípio do antiautoritarismo; • Princípio da autogestão: não há o controle da atividade de um indivíduo por outro, como ocorre na alienação, e sim um controle do indivíduo por ele mesmo no interior de uma coletividade que se autogoverna. Supõe a gestão da educação pelos envolvidos no pro- cesso educacional; isso significa a devolução do processo de aprendizagem às comuni- dades onde o indivíduo se desenvolve (bairro, local de trabalho). 1.6. libertAdorA A problematização da realidade faz parte do dia a dia desse aluno. Isso o ajuda a entender a sua relação e papel social como pessoas tanto na natureza quanto com seus colegas, familiares e por aí vai. A reflexão crítica e a participação do estudante como protagonista na aquisição de conhecimento são muito bem-trabalhadas. Ele deixa de ser só um receptor pra disseminar o con- teúdo. A ideia é que o aluno consiga transformar a sua realidade com esse pensamento. Os pressupostos teóricos são: teoria do conhecimento aplicada à educação, que é sus- tentada por uma concepção em que educador e educando aprendem juntos numa relação dinâmica na qual a prática, orientada pela teoria, reorienta essa teoria, num processo de O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FELIPE MATEUS GONCALVES FERREIRA - 12112029410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-seaos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 7 de 117www.grancursosonline.com.br Aspectos Pedagógicos e Sociais da Prática Educativa DIDÁTICA Gustavo Silva constante aperfeiçoamento; a educação é sempre um ato político; educação problematizado- ra, conscientizadora; o fundamental na educação é que os educandos se reconheçam enquan- to sujeitos histórico-sociais, capazes de transformar a realidade; a categoria pedagógica da conscientização preocupa-se com a formação da autonomia intelectual do sujeito para intervir na realidade; crítica à “educação bancária”. Os pressupostos de aprendizagem são: educação problematizadora como força motivadora da aprendizagem. Aprender é um ato de tomar co- nhecimento da realidade concreta e só tem sentido se resulta de uma análise crítica dessa realidade, ou seja, resolvendo situação problema. 1.7. HistóricA-críticA A histórica-crítica, que propõe a interação entre o conteúdo e a realidade que se vive. Para os defensores dessa ideia, isso ajudaria a transformar a sociedade, sem aquele modelo tra- dicional de ensino que fica ligado só na reprodução do conteúdo. A avaliação vem com um diagnóstico contínuo, pra recolher dados sobre o desenvolvimento dos alunos. A ideia é que essas informações sirvam como base pra adaptar a prática pedagógica. Ela ainda coloca o estudante a par dos resultados pra ajudar na mudança. Os pressupostos teóricos são: defende a escola como socializadora dos conhecimentos e saberes universais; a ação educativa pressupõe uma articulação entre o ato político e o ato pedagógico; interação professor-aluno-conhecimento e contexto histórico-social; a intersubje- tividade é mediada pela competência do professor em situações objetivas; a interação social é o elemento de compreensão e intervenção na prática social mediada pelo conteúdo; con- cepção dialética da história (movimento e transformação); pressupõe a práxis educativa que se revela numa prática fundamentada teoricamente; a natureza e especificidade da educação refere-se ao trabalho não material, que na escola pública não se subordina ao capital; a tarefa desta pedagogia em relação à educação escolar implica: a) Identificação das formas mais de- senvolvidas em que se expressa o saber objetivo produzido historicamente, reconhecendo as condições de sua produção e compreendendo as suas principais manifestações, bem como as tendências atuais de transformação; b) Conversão do saber objetivo em saber escolar de modo a torná-lo assimilável pelos alunos das camadas populares no espaço e tempo escola- res; c) Provimento dos meios necessários para que os alunos não apenas assimilem o saber objetivo enquanto resultado, mas apreendam o processo de sua produção, bem como as ten- dências de sua transformação. Os pressupostos de aprendizagem são: aprender é desenvolver a capacidade de processar informações e lidar com os estímulos do ambiente, organizando os dados disponíveis da experiência. Aprendizagem significativa, baseada nas estruturas cogniti- vas já estruturadas nos alunos. Relação professor e aluno: Papel do aluno como PARTICIPADOR e do professor como ME- DIADOR entre o saber e o aluno. – Abrir perspectivas a partir dos conteúdos relacionados com O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FELIPE MATEUS GONCALVES FERREIRA - 12112029410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 8 de 117www.grancursosonline.com.br Aspectos Pedagógicos e Sociais da Prática Educativa DIDÁTICA Gustavo Silva o estilo de vida dos alunos, tendo consciência inclusive dos contrastes entre sua própria cultu- ra e a do aluno. Breve resumo dessa tendência: • O professor visto como um mediador; • Os conhecimentos são construídos pela experiência pessoal e subjetiva; • Há a preparação do aluno para o mundo adulto e suas contradições, fornecendo-lhe um instrumental por meio da aquisição de conteúdos e da socialização, para uma participa- ção organizada e ativa na democratização da sociedade. • Concepção dialética e relação com o materialismo histórico; • Existe a centralidade da educação escolar na socialização do conhecimento sistematizado. • A educação é entendida como mediação no seio da prática social global. 2. educAção integrAl: concepções teóricos-MetodológicAs A proposta de Educação Integral deve ser assumida por todos os agentes envolvidos no processo formativo das crianças, jovens e adultos. Nesse contexto, a escola se converte em um espaço essencial para assegurar que todos e todas tenham garantida uma formação inte- gral. Ela assume o papel de articuladora das diversas experiências educativas que os alunos podem viver dentro e fora dela, a partir de uma intencionalidade clara que favoreça as aprendi- zagens importantes para o seu desenvolvimento integral. Uma proposta de Educação Integral confere centralidade ao aluno. Isso significa que todas as dimensões do projeto pedagógico (currículo, práticas educativas, recursos, agentes educa- tivos, espaços e tempos) são construídas, permanentemente avaliadas e reorientadas a partir do contexto, interesses, necessidades de aprendizagem e desenvolvimento e perspectivas de futuro dos estudantes. A Educação Integral reconhece as crianças e os jovens como sujeitos de direito, atores so- ciais com expressão e linguagens singulares. São criadores e produtores de culturas próprias construídas na interação com seus próprios pares e no intercâmbio entre idades e gerações. Propostas de Educação Integral oportunizam tempo e espaço para a livre criação de suas culturas e valorizam e reconhecem saberes, fazeres e sentimentos expressados por meio do universo simbólico e artístico. A escola é um poderoso ambiente integrador que possibilita aos estudantes oportunidades intencionais e estruturadas para seu desenvolvimento pleno, considerando todas as dimen- sões da formação. Quando esse entendimento é compartilhado entre toda a equipe escolar, o trabalho colaborativo pode ganhar força e se torna um caminho importante para que o grupo possa colocar em prática essa perspectiva de ensino. Considerar a escola como um espaço que também apoia a formação de professores é valorizar sua capacidade de refletir sobre o trabalho e a prática. A Educação Integral favorece O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FELIPE MATEUS GONCALVES FERREIRA - 12112029410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://educacaointegral.org.br/metodologias/eixo/escola/ https://educacaointegral.org.br/metodologias/como-elaborar-uma-proposta-pedagogica-com-foco-em-educacao-integral/ 9 de 117www.grancursosonline.com.br Aspectos Pedagógicos e Sociais da Prática Educativa DIDÁTICA Gustavo Silva o estabelecimento de tempos e espaços para que a equipe possa, a partir da experiência con- creta, reformular seus conhecimentos e saberes. A abertura para o novo pode ser utilizada pelos próprios professores para diversificar as modalidades didáticas que utilizam no dia a dia. Isso não significa abandonar a aula da manei- ra como sabem fazer, mas incorporar metodologias como educação por projetos, trabalhos em times, sala de aula invertida, entre outras. Quando o papel do professor ganha uma dimensão ímpar como mediador do conheci- mento, muito mais do que mero transmissor de informações, ele é estimulado a trabalhar o conteúdo de forma conectada com o desenvolvimento de competências dos estudantes. Também ganha espaço a busca por alternativas para personalizar as experiências de apren- dizagem, respeitando a diversidade entre os estudantes para que todos tenham as mesmaschances de desenvolvimento. Professores podem se beneficiar da integração curricular que é estimulada na Educação Integral. Com ela, o currículo pode ser trabalhado em abordagens comuns entre cada área de conhecimento e, em todas, a aprendizagem é baseada em vivências e experiências viabiliza- das por propostas educativas desafiadoras e conectadas com a vida do estudante. A concepção de Educação Integral reconhece que o desenvolvimento pleno de um indiví- duo só é possível quando se observam suas diferentes dimensões formativas. Além dos as- pectos cognitivo e intelectual, os processos pedagógicos devem também articular as dimen- sões física, afetiva e socioemocional, social e cultural. Isso significa que, para além do desenvolvimento intelectual comumente privilegiado no modelo educacional tradicional, o ensino deve se ocupar também do aspecto multidimensio- nal humano. É a junção dessas diversas dimensões formativas que atua de maneira propulso- ra para o desenvolvimento dos estudantes. Assim, o ideal formativo da Educação Integral considera que as dimensões físicas, sociais, culturais, intelectuais e emocionais sejam intencionalmente reconhecidas e estimuladas. Ar- ticular essas dimensões do desenvolvimento integral assegura às crianças e jovens a com- preensão de questões do corpo e de autoconhecimento. Além disso, permite a leitura crítica do mundo, das questões sociais, da atuação individual no coletivo, do exercício da cidadania, considerando, inclusive, o pensamento analítico-crítico, possibilitando sua atuação com dis- cernimento e responsabilidade em todos os contextos sociais e culturais. Uma vez que a BNCC explicita o que se deseja alcançar ao longo do processo de ensino- -aprendizagem da Educação Básica, as redes e escolas devem definir os caminhos, propostas e estratégias para se chegar aos resultados pretendidos. Considerando que desde o seu texto introdutório a Base apresenta a concepção de Educação Integral, as escolas devem direcionar a (re)construção dos seus currículos contemplando o desenvolvimento humano global. Para isso, a construção de conhecimento articulada pelo currículo escolar deve consi- derar não apenas os aspectos cognitivos dos estudantes. Ao invés de valorizar currículos O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FELIPE MATEUS GONCALVES FERREIRA - 12112029410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://www.sistemamaxi.com.br/o-que-a-bncc-diz-sobre-o-ensino-socioemocional/ https://www.sistemamaxi.com.br/preciso-adequar-curriculo-a-bncc/ 10 de 117www.grancursosonline.com.br Aspectos Pedagógicos e Sociais da Prática Educativa DIDÁTICA Gustavo Silva transmissivos, focados no trabalho com uma enorme quantidade de conteúdos conceituais, a escola precisa considerar as diferentes dimensões formativas dos sujeitos e a combinação entre áreas do conhecimento. Um currículo integrador coloca o aluno na centralidade dos processos educativos. Esse é um dos princípios da concepção de Educação Integral. O desenvolvimento global dos su- jeitos está ligado aos seus contextos de vida, por isso é importante reconhecer os saberes locais e mapear os potenciais educativos – agentes, espaços, objetos, dinâmicas e saberes de um lugar. Além disso, quando se defende a concepção de Educação Integral, a escola é concebida como espaço de gestão democrática, pressupondo que as decisões e o acompanhamento das atividades sejam realizados de forma coletiva com a comunidade escolar. Esse é um outro pilar característico da Educação Integral, demandando que currículo seja, então, resultado de uma reflexão coletiva e contextualizada. É importante destacar que o currículo na Educação Integral não corresponde à oferta de maior tempo de permanência na escola. A diferença entre Educação Integral e ensino em tem- po integral diz da reorientação estrutural de todo o processo de ensino-aprendizagem, e não da justaposição ou expansão de turnos. Mesmo que escola opte pelo aumento da carga horaria dos alunos na escola, a nomeada educação em tempo integral, é preciso existir uma construção educativa propositiva para que a Educação Integral aconteça. Ou seja, o princípio orientador da forma de ensinar não se relacio- na somente com o tempo, mas com as intencionalidades das práticas pedagógicas escolares. O dicionário indica também que a educação é todo “processo formal de transmissão de conhecimentos em escolas, cursos, universidades etc.”. É nesse sentido que o conceito de educação integral, da forma como o utilizaremos aqui, desafia e amplia a própria acepção da palavra educação. Afinal, educação é muito mais do aquilo que acontece dentro da escola, en- quanto somos crianças ou jovens; nos educamos a vida toda, em nosso modo de falar, andar, olhar uns para os outros e viver em comunidade. O termo educação integral é fruto de um pensamento coletivo de priorização da educação na vida das pessoas; não por acaso, em sociedades plenamente desenvolvidas, a educação é vista como prioridade absoluta. Mais importante do que entender o que o termo em si signifi- ca, é compreender o porquê da urgência de enxergamos cada indivíduo como um sujeito em constante formação. A centralidade diz respeito ao planejamento do processo educativo. Para a educação in- tegral, o estudante deve ser o centro desse planejamento. Assim, tanto o currículo quanto as atividades e os locais de aprendizado devem ser construídos a partir dos interesses e deman- das do estudante. Por quê? Simplesmente porque a educação integral entende que cada estudante é único, e essa singularidade deve ser considerada em sua trajetória educativa, não só porque o olhar da O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FELIPE MATEUS GONCALVES FERREIRA - 12112029410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://www.sistemamaxi.com.br/educacao-integral-segundo-a-bncc/ https://educacaointegral.org.br/glossario/ensino-aprendizagem/ 11 de 117www.grancursosonline.com.br Aspectos Pedagógicos e Sociais da Prática Educativa DIDÁTICA Gustavo Silva criança e do jovem contribui para que a educação aconteça de forma mais participativa, mas prin- cipalmente porque ele é potente e pode ser a mola propulsora de transformações significativas. 2.1. teoriA críticA e pós-críticA “O pensamento crítico dos filósofos da Escola de Frankfurt (EF) tem em comum o direcio- namento de suas críticas à ordem política e econômica do “mundo administrado”. Essa ordem vigora aos moldes de um aparato tecnológico que, de certa forma, incide na sociedade o seu condicionamento padronizado, homogêneo e, sobretudo, sem a perspectiva de empreender a vida de cada indivíduo de forma autônoma. Com isso, cada pensador dessa linha contribuiu para o fomento da Teoria Crítica (TC). Das obras marcantes restritas a cada autor tem-se: Max Horkheimer concentrou seu pensamento em “Eclipse da Razão”, onde uma coletânea de textos perpetua assaz a sua bagagem teórica, embora o filósofo sempre se encontrou produzindo artigos e outros textos que o identificou como um árduo intelectual engajado em âmbito acadêmico. Teodor Wiesengründ Adorno, que embora tenha se inserido na TC após o seu exílio, comprometeu-se em expor seu pensamen- to crítico na mesma perspectiva que os demais, porém devem ser pontuadas, em sua refle- xão, algumas divergências ou dissonâncias. Em sua obra “Dialética Negativa” (DN), Adorno enfrenta toda uma tradição histórico-filosófica, incidindo nela a desconstrução da concepção de “dialética”.” A primeira geração de cientistas sociais pertencentes à Escola de Frankfurt desejava que todo conhecimento social produzidono âmbito do Instituto de Pesquisas Sociais transbordas- se para fora do círculo acadêmico, de modo que pudesse ser utilizado para produzir interven- ções práticas na sociedade, com o objetivo de provocar mudanças ou transformações sociais. as teorias curriculares pós-críticas emergiram a partir das décadas de 1970 e 1980, partin- do dos princípios da fenomenologia, do pós-estruturalismo e dos ideais multiculturais. Assim como as teorias críticas, a perspectiva pós-crítica criticou duramente as teorias tradicionais, mas elevaram as suas condições para além da questão das classes sociais, indo direto ao foco principal: o sujeito. Desse modo, mais do que a realidade social dos indivíduos, era preciso compreender tam- bém os estigmas étnicos e culturais, tais como a racialidade, o gênero, a orientação sexual e todos os elementos próprios das diferenças entre as pessoas. Nesse sentido, era preciso estabelecer o combate à opressão de grupos semanticamente marginalizados e lutar por sua inclusão no meio social. As teorias pós-críticas consideravam que o currículo tradicional atuava como o legitima- dor dos modus operandi dos preconceitos que se estabelecem pela sociedade. Assim, a sua função era a de se adaptar ao contexto específico dos estudantes para que o aluno compreen- desse nos costumes e práticas do outro uma relação de diversidade e respeito. Além do mais, em um viés pós-estruturalista, o currículo passou a considerar a ideia de que não existe um O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FELIPE MATEUS GONCALVES FERREIRA - 12112029410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 12 de 117www.grancursosonline.com.br Aspectos Pedagógicos e Sociais da Prática Educativa DIDÁTICA Gustavo Silva conhecimento único e verdadeiro, sendo esse uma questão de perspectiva histórica, ou seja, que se transforma nos diferentes tempos e lugares. De acordo com Moreira e Candau (2014), com as mudanças do mundo contemporâneo, estudos curriculares têm definido currículo de formas muito diversas e várias dessas defini- ções permeiam o que tem sido denominado currículo no cotidiano escolar, onde “a escola deve promover um processo de ampliação dos horizontes culturais dos estudantes” (MOREIRA e CANDAU, 2014, p. 14). Desta forma, é necessário que a escola se desafie a constituir-se como um espaço que permeie diferentes conhecimentos e saberes para a promoção de uma educa- ção intercultural, construindo e reconstruindo estratégias e práticas pedagógicas. Enquanto o currículo tradicional busca a estabilidade, o currículo pós-crítico pede mudan- ças, um movimento que deve ser feito tanto por professores como por alunos, uma recons- trução de saberes e de vivências. Busca-se proliferar problematizações e investigações para representar grupos sociais marginalizados e inferiorizados em favor de outros, fugindo da ho- mogeneização e assimilação cultural historicamente imposta, dando visibilidade à diversida- de cultural. O currículo não é uma ação neutra, mas sim, um espaço para elaboração de novas possi- bilidades, de seguir caminhos desconhecidos, de modificar sentidos preestabelecidos e viver novas conexões. Com base nos estudos de Paraíso (2004) entendemos que é através das lutas e resistências dos movimentos sociais com questões culturais, diversidade e multicultu- ralidades é que nos traz à tona os desafios e as problemáticas de diferentes perspectivas de conflitos no currículo. É esta luta para a produção de novos significados que nos faz perceber que o currículo, ao mesmo tempo que traça novos desafios, produz novos discursos e novas possibilidades, é o mesmo que separa, que nega e que exclui. As teorias pós-críticas ampliam e, ao mesmo tempo, modificam aquilo que as teorias crí- ticas nos ensinaram. As teorias pós-críticas continuam a enfatizar que o currículo não pode ser compreendido sem uma análise das relações de poder nas quais ele está envolvido. Nas teorias pós-críticas, entretanto, o poder torna· se descentrado. O poder não tem mais um único centro, como o Estado, por exemplo. O poder está espalhado por toda a· rede social. As teorias pós-críticas desconfiam de qualquer postulação que tenha como pressuposto uma situação finalmente livre de poder. Para as teorias pós-críticas o poder transforma-se, mas não desa- parece. Nas teorias pós-críticas, o conhecimento não é exterior ao poder, o conhecimento não se opõe ao poder. O conhecimento não é aquilo que põe em xeque o poder: o conhecimento é parte inerente do poder. Em contraste com as teorias críticas, as teorias pós-críticas não li- mitam a análise do poder ao campo das relações econômicas do capitalismo. Com as teorias pós-críticas, o mapa do poder é ampliado para incluir os processos de dominação centrados na raça, na etnia, no gênero e na sexualidade (SILVA, p. 148-149). As teorias pós-críticas divergem de forma significativa do pensamento crítico no entendi- mento da noção de emancipação. Partindo da tipologia proposta por Laclau (2004), Maia (2011) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FELIPE MATEUS GONCALVES FERREIRA - 12112029410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 13 de 117www.grancursosonline.com.br Aspectos Pedagógicos e Sociais da Prática Educativa DIDÁTICA Gustavo Silva refere que o entendimento pós-crítico de emancipação distancia-se de uma visão totalizante e estável, portadora de uma oposição radical, mantendo, no entanto, uma operacionalidade social e uma produtividade política, sendo que a emancipação, no dizer de Santos (1999b), é um pensa- mento de rebeldia. Para Lyotard, (2006, p. 23), como escreveu no livro A condição pós-moderna, publicado em 1979, havia então o “perigo de o modelo crítico se reduzir a uma utopia, a uma esperança quando centrada na radicalidade da luta de classes como pilar social do princípio da divisão”. Se a teoria pós-crítica joga muito mais na “dimensão intrassubjetiva, isto é, a pluralidade das identidades que constituem um mesmo indivíduo e suas personalidades múltiplas” (COR- CUFF, 2001, p. 25) do que na dimensão intersubjetiva, ou da relação entre indivíduos ao nível da realidade social, a discussão adquire centralidade radical em torno do não universal, em que “a dificuldade de pensar o tempo está ligada à superabundância de acontecimentos do mundo contemporâneo” (AUGÉ, 2006, p. 29), afirmando-se, desse modo, “os não lugares como os espaços da sobremodernidade que só conhece indivíduos, mas estes não são identificados, socializados e localizados (ibid., p. 93). Este arquétipo do viajante introduz a relativização do tempo e estabelece uma nova perspectiva relativamente ao lugar do sujeito na sociedade, em- bora, para Horkheimer (2006, p. 46), e consequentemente para a teoria crítica, “o tempo é (…) meramente uma condição subjetiva das nossas percepções humanas (…), e como tal, fora do sujeito, nada é”. É nesta situação dilemática da relação entre o universal e o relativo, sem que seja necessário introduzir uma análise excludente, que Foucault (2010, p. 27) propõe como método a redução historicista: “Por outras palavras, em vez de partir dos universais para de- les fenômenos concretos, ou em vez de partir dos universais como grelhas de inteligibilidade para algumas práticas concretas, gostaria de partir dessas práticas e, de certa maneira, passar os universais para a grelha dessas práticas (…). O historicismo parte do universal e passa-o, de certa forma, pelo ralador da história. O meu problema é precisamente o contrário (…) não interrogar os universais utilizando a história como método crítico, mas a partir da decisão dainexistência dos universais para saber que história se pode fazer”. 3. plAnejAMento educAcionAl: projeto político-pedAgógico O Projeto Político Pedagógico, ou PPP, é um documento que garante a autonomia para as instituições de ensino em relação à proposta de orientação de suas práticas educacionais, es- tabelecendo os objetivos do ambiente educacional, podendo incluir desde a proposta curricu- lar até a gestão administrativa no mesmo. Sua criação é obrigatória e para melhor entendimen- to, nós separamos e definimos cada uma das palavras deste termo. Toda escola tem objetivos que deseja alcançar, metas a cumprir e sonhos a realizar. O conjunto dessas aspirações, bem como os meios para concretizá-las, é o que dá forma e vida ao chamado projeto político-peda- gógico – o famoso PPP. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FELIPE MATEUS GONCALVES FERREIRA - 12112029410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 14 de 117www.grancursosonline.com.br Aspectos Pedagógicos e Sociais da Prática Educativa DIDÁTICA Gustavo Silva Projeto: representa o conceito de algo a ser finalizado, como o processo para cumprir uma meta de curto, médio ou longo prazo. É um projeto porque reúne propostas de ação con- creta a executar durante determinado período de tempo. Político: envolve a ideia de que os estudantes, futuros cidadãos, precisam que a escola lhes incorporem em questões relacio- nadas à sua função social; fator importante na formação de seus conhecimentos. É político por considerar a escola como um espaço de formação de cidadãos conscientes, responsá- veis e críticos, que atuarão individual e coletivamente na sociedade, modificando os rumos que ela vai seguir. Pedagógico: define a organização dos métodos educacionais, tais como atividades e projetos realizados em sala de aula essenciais na aprendizagem dos alunos. É pedagógico porque define e organiza as atividades e os projetos educativos necessários ao processo de ensino e aprendizagem. Ao juntar as três dimensões, o PPP ganha a força de um guia aquele que indica a direção a seguir não apenas para gestores e professores mas também funcionários, alunos e famílias. Ele precisa ser completo o suficiente para não deixar dúvidas sobre essa rota e flexível o bas- tante para se adaptar às necessidades de aprendizagem dos alunos. Por ter tantas informa- ções relevantes, o PPP se configura numa ferramenta de planejamento e avaliação que você e todos os membros das equipes gestora e pedagógica devem consultar a cada tomada de decisão. Portanto, se o projeto de sua escola está engavetado, desatualizado ou inacabado, é hora de mobilizar esforços para resgatá-lo e repensá-lo. Infelizmente, muitos gestores veem o PPP como uma mera formalidade a ser cumprida por exigência legal – no caso, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 1996. Essa é uma das razões pelas quais ainda há quem prepare o documento às pressas, sem fazer as pesquisas essenciais para retratar as reais necessidades da escola, ou simplesmente copie um modelo pronto. O PPP contempla todo o trabalho desenvolvido na instituição ao longo do ano letivo. Ele é o norte e, por isso, deve ser elaborado de acordo com a realidade da escola. É fundamental que o Projeto Político-Pedagógico seja atualizado anualmente. Isso faz com que ele se mantenha vivo dentro da instituição. Pois é a partir dos indicadores trazidos por ele que a escola vai ter a consciência empresarial do que realmente precisa. Assim, pode determinar e executar um plano de ação que lhe apresente vantagens reais. Porém, infelizmente, é comum ver o PPP engavetado e tornando-se algo meramente buro- crático. E isso é um equivoco, já que os indicadores servem justamente para identificar os pro- blemas e trabalhar soluções. Ou seja, a escola precisa saber o que fazer com os dados que ob- têm para chegar nos melhores resultados. Uma escola que quer proporcionar uma educação eficiente e de qualidade deve ter saber a importância que o Projeto Político-Pedagógico tem. É um caminho flexível e que se adapta às necessidades que os alunos e a própria instituição apresentam. Portanto, pode ajudar bastante na tomada de decisões estratégicas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FELIPE MATEUS GONCALVES FERREIRA - 12112029410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 15 de 117www.grancursosonline.com.br Aspectos Pedagógicos e Sociais da Prática Educativa DIDÁTICA Gustavo Silva Deve apresentar outras informações como a forma de avaliação dos alunos e os projetos que serão desenvolvidos ao longo do ano. Assim como os temas que geram debates e as aulas temáticas que serão desenvolvidas e ministradas pelos professores. Outro ponto importante é o método de ensino e os nomes dos autores em que se baseia o processo de aprendizagem, por exemplo. Além disso, qual é o modelo pedagógico da escola e como esse trabalho será desenvolvido por ela. Ou seja, o PPP é responsável tanto por fazer uma avaliação geral da educação como por direcionar as etapas a serem seguidas durante o ano. É importante lembrar que o Projeto Polí- tico-Pedagógico da escola é um guia para a execução das atividades, mas deve manter a flexi- bilidade necessária para lidar com imprevistos. Você também deve apresentar os métodos da escola para gerenciamento de crises e outras orientações para lidar com eventuais problemas que são possíveis de serem previstos. A missão se refere aos valores e princípios em que a escola se baseia. Essa parte do do- cumento pode começar com um histórico da instituição, por exemplo. Desde a sua fundação, por quais mudanças passou e outras informações relevantes, que reforcem as suas diretrizes. A missão em si costuma se resumir a uma frase que mostra o objetivo principal da institui- ção. Para isso, considera o modelo pedagógico usado e o que se deseja alcançar em relação aos alunos, comunidade e à própria equipe. Como os valores e princípios tendem a se consolidar ao longo do tempo, essa é uma parte do PPP que não precisa ser atualizada anualmente. A não ser que a escola passe por mudan- ças significativas em sua missão naquela comunidade. No entanto, não se deve engessar a instituição com base no seu histórico, pois toda escola precisa estar aberta à evolução e à melhorias. A identificação da escola é essencial, visto que o Projeto Político-Pedagógico é um docu- mento oficial e que deve ser registrado na Secretaria de Educação da unidade federativa da região. Logo, esses são os requisitos mínimos para a validade do documento. Os recursos, nesse caso, não se referem apenas às questões e métricas financeiras. Elas até podem ser citadas, mas, aqui, o importante são os recursos humanos. Ou seja: quantos e quem são os professores e demais funcionários, qual a infraestrutura da escola e os recursos tecnológicos para atender à necessidade de aprendizado dos alunos. Isso ajuda no mapeamento de aplicação de recursos e nas formas de otimizar os gastos. Por meio dessa parte, é possível otimizar os gastos, despesas e planejar melhor as compras. Além disso, ajuda a ser mais eficaz para definir os horários de aulas, etc. Na teoria, esse documento deve ser elaborado por todos que fazem parte do crescimento e desenvolvimento da instituição. Ou seja: pais, mestres, coordenação, diretoria, etc. O que acontece naturalmente em uma gestão participativa. Mas, infelizmente, é comum que os gestores escolham fazer o PPP por meio de consulto- res externos ou até mesmo por cópias compradas de outras escolas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FELIPE MATEUS GONCALVES FERREIRA- 12112029410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://wakke.co/7-metricas-financeiras-que-voce-precisa-usar-na-sua-escola/ https://wakke.co/descubra-como-deixar-a-gestao-de-compras-mais-eficiente/ 16 de 117www.grancursosonline.com.br Aspectos Pedagógicos e Sociais da Prática Educativa DIDÁTICA Gustavo Silva O ideal seria que sua elaboração fosse colaborativa. Isso é, com a colaboração de várias pessoas de diferentes competências e atribuições, por mais que a escola tenha a autonomia de fazer o que achar melhor. Algumas escolas mantêm o projeto guardado e dificultam o acesso a ele. O que é um gran- de equívoco, pois o seu conhecimento pela comunidade escolar é o que vai torná-lo efetivo. Por exemplo, o ideal é imprimir o documento e fixá-lo nos murais da escola. Assim como deixá-lo disponível no site da escola. Outra boa opção é compartilhar ele com todos os profes- sores, funcionários e familiares dos alunos. Você pode fazer isso logo no começo do período letivo, junto com a matrícula. o PPP deve ser elaborado coletivamente — ou seja, é normal gerar debates. Isso porque to- das as opiniões devem ser consideradas e discutidas até que todos entrem em um consenso. Desconsiderar a opinião da comunidade em geral cria um distanciamento com a realidade. Portanto, não passe por cima dos conflitos de forma autoritária. Escolas que têm um sistema de gestão escolar conseguem apurar diversas informações que auxiliam no PPP. Por exemplo, os aspectos acadêmicos, financeiros, de controle biblio- tecário e de integração entre alunos, responsáveis, professores, etc. Dentre os mais variados planos de ação que uma escola pode executar, a aplicação de simulados é muito eficiente. Inclusive, com uma tecnologia atual, é possível ter índices menores de reprovação. Todo projeto que constar no PPP deve ter um plano de ação estabelecido. Ou seja, a es- cola precisa definir como pretende alcançar determinado objetivo e também qual será o pra- zo. Além disso, é necessário indicar quais agentes vão fazer parte das ações (professores, gestores escolares, pais, alunos…). O plano de ação pode envolver diversas atividades, como palestras, eventos, atividades extracurriculares, projetos comunitários e até mesmo a compra de equipamentos para a ampliação de espaços estudantis. Cabe à escola definir quais ações melhor se encaixam em cada objetivo, desde que sejam coerentes e estejam dentro da realida- de da rotina e estrutura da escola e da comunidade escolar. As metas e objetivos da escola podem ser alcançadas antes do prazo, mudarem com o tempo ou deixarem de fazer sentido para a comunidade escolar. Dessa forma, a instituição de ensino precisa revisar o PPP para reavaliar os projetos propostos no documento. O PPP é um documento que deve acompanhar as mudanças da escola. Por isso, ele deve passar por cons- tantes atualizações, com objetivo de manter-se alinhado ao contexto da comunidade escolar. É fundamental que o documento siga orientações, diretrizes, currículos, normas e demais dispositivos legais dos órgãos educacionais de todas as esferas (federal, estadual e munici- pal). Nesse sentido, adequar o PPP à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) será importan- te para alcançar um ótimo desenho de aprendizagem. O PPP deve conter também qual será a formação oferecida pela escola para que os profes- sores adquiram a capacitação necessária para colocar os planos de ação em prática. Dessa forma, a instituição de ensino contribui para a formação continuada dos docentes. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FELIPE MATEUS GONCALVES FERREIRA - 12112029410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://wakke.co/afinal-como-organizar-o-processo-de-matricula-escolar/ https://wakke.co/escolaweb/ 17 de 117www.grancursosonline.com.br Aspectos Pedagógicos e Sociais da Prática Educativa DIDÁTICA Gustavo Silva As metas e objetivos da escola podem ser alcançadas antes do prazo, mudarem com o tempo ou deixarem de fazer sentido para a comunidade escolar. Dessa forma, a instituição de ensino precisa revisar o PPP para reavaliar os projetos propostos no documento. O PPP é um documento que deve acompanhar as mudanças da escola. Por isso, ele deve passar por constantes atualizações, com objetivo de manter-se alinhado ao contexto da comu- nidade escolar. Após a elaboração e implementação do plano de ação, é importante que a escola analise o andamento das atividades. Não fazer esse processo pode ser um erro, pois impede que a instituição de ensino avalie quais ações estão dando certo e o que pode ser feito para melhorar o desempenho escolar a curto, médio e longo prazo. O projeto político-pedagógico, também chamado de PPP, é um documento que definirá diretrizes, metas e métodos para que a instituição de ensino consiga atingir os objetivos a que se propõe. O PPP visa melhorar a capacidade de ensino da escola como uma entidade inserida em uma sociedade democrática e de interações políticas. O documento traz, em detalhes, todos os objetivos, diretrizes e ações que devem ser va- lorizados durante o processo educativo, fim último da escola. Nesse sentido, o PPP precisa expressar claramente a síntese das exigências sociais e legais da instituição e os indicadores e expectativas de toda a comunidade escolar. Em outras palavras, a cultura da escola precisa estar demonstrada nesse documento, no qual devem constar, com clareza, os valores da instituição, sua situação presente e caminhos para melhorar os pontos negativos. O PPP funciona como um guia para as ações a serem de- senvolvidas na escola. Cabe à escola construir sua proposta pedagógica, de modo a atender aos membros da comunidade em que se localiza. Para atingir os resultados esperados e necessários, o projeto político-pedagógico precisa ser elaborado de forma democrática e colaborativa. Isso significa permitir e estimular a presença e a participação da comunidade, dos alunos, das famílias e de demais agentes nos debates relacionados à fixação das metas e objetivos. Essa própria integração entre diversos setores sociais no processo de produção e consolida- ção do PPP já é, por si só, um exercício de democracia que só tem a engrandecer o trabalho final e aprimorar os resultados das estratégias adotadas. O contexto em que a escola está situada e a comunidade que é atendida por ela são pontos fundamentais para a definição de metas e objetivos no projeto político-pedagógico. A missão pouco significará se não estiver condizente com a realidade da instituição e das famílias que ela atende. Por isso, faz-se necessário, para orientar as ações que serão desenvolvidas, conhecer o pa- norama da comunidade. Isso pode ser feito de várias formas. A equipe de elaboração do PPP pode, por exemplo, fazer um levantamento de dados utilizando os documentos da matrícula O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FELIPE MATEUS GONCALVES FERREIRA - 12112029410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://blog.elevaplataforma.com.br/qual-a-importancia-do-projeto-politico-pedagogico/ https://blog.elevaplataforma.com.br/qual-a-importancia-do-projeto-politico-pedagogico/ http://www.proesc.com/blog/familia-e-escola/ http://www.proesc.com/blog/matricula-digital-economia-para-educacao/ 18 de 117www.grancursosonline.com.br Aspectos Pedagógicos e Sociais da Prática Educativa DIDÁTICA Gustavo Silva dos alunos ou, então, elaborar uma pesquisa,a fim de obter informações mais específicas, como a situação socioeconômica das famílias. Aqui, também deve ser descrita a participação das famílias no processo de ensino e apren- dizagem: o que se espera delas e quais compromissos e parcerias elas podem assumir com a escola. Muito interessa a pais e responsáveis saber a média de aprovação de determinada série, por exemplo. Esse tipo de informação, em conjunto com outros dados internos da ins- tituição, também deve constar no PPP. O número de alunos que a escola tem (total e por seg- mento), taxas de reprovação, médias de notas e avaliações: todos esses indicativos, aliados a dados mais amplos (regionais, municipais etc.), colaboram para fortalecer a imagem e a transparência da gestão escolar. É fundamental que seja feita uma descrição minuciosa da estrutura física, dos colabora- dores e dos recursos tecnológicos de que a escola dispõe. Só assim será possível partir da realidade, com suas faltas e seus problemas, em busca de soluções possíveis. As diretrizes de um projeto assemelham-se ao percurso de um caminho. Por onde seguir, e como seguir, são as perguntas a serem feitas na hora de elaborar esse item do PPP. Os conteúdos ministrados e o método de ensino que a escola adota devem ser descritos. O PPP não é composto apenas por ideias e propostas. Para que ele de fato funcione, deve conter planos de ação, isto é, as estratégias que serão implantadas para atingir os objetivos. Devem ser elencadas as ações a serem desenvolvidas, os setores responsáveis pela execução das tarefas e os recursos necessários para isso. Ao tornar esse guia formal e claro sobre como a escola precisa se posicionar na sociedade, o plano político-pedagógico pode ser consultado por profissionais, alunos, pais, prefeitura e secretarias de educação. Isso deve ser feito periodicamente, a cada tomada de decisão impor- tante e estratégica para o rumo do aprendizado nas instituições de ensino. Por consequência, esse processo de gestão se torna muito mais simplificado, ágil e fácil. Assim, escolas, diretores, gestores e outros profissionais responsáveis tomam suas atitudes da maneira mais adequada e coerente com o pensamento vigente na instituição. Não é fácil engajar toda a comunidade e contar com a participação de todos os agentes sociais envolvidos no processo, mas, quanto mais pessoas participarem dos debates relativos à elaboração do PPP e se envolverem com a questão, melhor será para os resultados pretendi- dos e para a comunidade escolar como um todo. 4. AvAliAção educAcionAl: AprendizAgeM, institucionAl e eM lArgA escAlA. Funções dA AvAliAção: diAgnósticA, soMAtivA, clAssiFicAtóriA e ForMAtivA De forma geral, a avaliação escolar pode ser definida como um meio de obter informa- ções sobre os avanços e as dificuldades de cada aluno, constituindo-se em um procedimen- to permanente de suporte ao processo ensino-aprendizagem, de orientação para o professor O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FELIPE MATEUS GONCALVES FERREIRA - 12112029410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://www.proesc.com/blog/matricula-digital-economia-para-educacao/ http://www.proesc.com/blog/familia-e-escola/ http://www.proesc.com/blog/8-indicadores-de-qualidade-na-gestao-escolar/ http://www.proesc.com/blog/10-motivos-para-escola-investir-na-satisfacao-dos-pais-e-alunos-2/ 19 de 117www.grancursosonline.com.br Aspectos Pedagógicos e Sociais da Prática Educativa DIDÁTICA Gustavo Silva planejar suas ações, a fim de conseguir ajudar o aluno a prosseguir, com êxito, seu processo de escolarização. Os instrumentos de avaliação mais usados são provas escritas ou orais, seminários, tarefas, pesquisas e dinâmicas de grupos. No processo de avaliação dos diversos graus de ensino, as notas e conceitos são decisivos para a continuidade dos estudos. O processo de avaliação continua praticamente a mesma coisa, não mudou muito em re- lação aos processos realizados no passado. Cada vez mais professores buscam em sala de aula fazer com que os alunos decorem fórmulas, equações, regrinhas, etc., e entendem que, ainda hoje, avaliar o aluno significa aplicar provas, registrar notas, etc. Contudo, o método de avaliação mais utilizado é o sistema de provas, sistema pelo qual os alunos, em sua maioria, são massacrados e ameaçados de reprovação. Tal método tem como principal objetivo verifi- car erros e acertos do aluno, não se preocupando com o que ele realmente aprendeu durante o seu processo de ensino aprendizagem. Dessa forma, a avaliação no processo ensino-aprendizagem tem sido considerado um tema delicado por possuir implicações pedagógicas que extrapolam os aspectos técnicos e metodológicos e atinge aspectos sociais, éticos e psicológicos importantes. A prática ava- liativa poderia tanto estimular, promover, gerar avanço e crescimento, quanto desestimular, frustrar, impedir o avanço e crescimento do sujeito que aprende. Segundo Cipriano Luckesi, em Avaliação da aprendizagem escolar, a avaliação escolar, assim como as outras práticas do professor, seria dimensionada por um modelo teórico de mundo e de educação, traduzido em prática pedagógica, tenha o professor consciência disto ou não. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996, inova em relação à anterior, por tratar a frequência e a avaliação do rendimento escolar em planos distintos. Prevê-se que deve haver avaliação “contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos as- pectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais”. Algumas regras forçaram a mudança do sentido que se atribuía à avaliação, orientando para não mais uma avaliação com vistas a promover ou reter alunos, mas uma avaliação que permita: “possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado.” Expressão relacionada à avaliação do rendimento escolar dos alunos, realizada no âmbito dos sistemas nacionais ou estaduais de avaliação do ensino básico. Esse tipo de avaliação, segundo estudiosos, teria ganhado força nos anos 90 apoiada em estudos sobre desenvolvi- mento industrial, tecnologia e educação, cuja preocupação, estava relacionada com o perfil educativo-cultural da força de trabalho e com os novos paradigmas da organização da pro- dução e do trabalho, que colocavam a questão da “qualidade” como o grande desafio para o sistema educativo-cultural. A avaliação educacional faz parte de uma proposta política educacional que tem como objetivo a construção de uma educação pública popular e democrática. Essa proposta está O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FELIPE MATEUS GONCALVES FERREIRA - 12112029410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 20 de 117www.grancursosonline.com.br Aspectos Pedagógicos e Sociais da Prática Educativa DIDÁTICA Gustavo Silva fundamentada numa concepção de Estado que entende a educação como direito e processo essencial para a formação dos cidadãos. Um exemplo de avaliação educacional é o SAEB – Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica –, implantado em 1990 sob a responsabilidade do Ministério da Educação (MEC), que vem realizando, periodicamente, a avaliação do desempenho escolar dos alunos e das condições pedagógicas e gerenciais da educação básica, de modo a gerar informações e propiciar uma base para a tomada de decisões pelos órgãos gestores da educação. Dentro dessa perspectiva, os três níveis de avaliação em educação citados são neces- sários: (01) “a avaliação da aprendizagem” que tem por objetivo diagnosticar, acompanhar e certificar oeducando em seu percurso de aprender na vida escolar. Importa o sucesso de cada um e de todos os educandos em suas aprendizagens e seus consequentes desempenhos; (02) importa, por outro lado, que a “instituição” esteja constantemente avaliando-se e sendo ava- liada, cujos resultados devem subsidiar novas e necessárias decisões, tendo em vista que seu desempenho, como instituição, apresente resultados cada vez mais satisfatórios, o que sig- nifica que os educandos, que passam por ela, aprendam o que necessitam aprender; (03) por último, há que se olhar para o “sistema nacional de ensino”, no que se refere à sua qualidade e eficiência. Chegamos, então, ao âmbito da “avaliação de larga escala”, o que implica que o país inteiro esteja atento aos resultados de suas variadas atividades institucionais de ensino. O país necessita de cuidar de sua educação em todas as instâncias, desde as políticas públicas, passando pelos projetos e financiamentos, chegando à sala de aula e aos educandos. Todas essas formas de avaliação são fundamentais para a educação no país. A avalia- ção da aprendizagem nos permite acompanhar nossos educandos individualmente em suas aprendizagens, carências e necessidades de ajuda em seu percurso de formação; a avalia- ção institucional é a aliada dos gestores da educação na busca da efetividade significativa de suas instituições seja no atendimento aos educandos, seja também na elevação socio- cultural da comunidade onde se encontra situada; e, por fim, a avaliação de larga escala nos retrata como país está no que se refere à qualidade do ensino e sua efetividade. Esses três níveis de avaliação são necessários para que, de um lado, olhemos para nossos educandos, mas também para o sistema de ensino que os atende. Se se deseja qualidade, não há como fugir dos atos avaliativos, pois que eles nos dizem se os resultados de nossa ação já são satisfatórios ou se exigem mais e mais investimentos, sejam eles financeiros ou de efetiva ação institucional e pedagógica. Então, a avaliação da turma, portanto, para além da avaliação da aprendizagem individual, é o início da avaliação de larga escala, o que coloca a questão de que, junto com o educando individual que fracassa, o sistema fracassa, pois que ele é o responsável pela produção de efeitos significativos na educação. O educador, em sala de aula, atendendo aos educandos na turma ou individualmente, do ponto de vista ascendente, é o primeiro elo do sistema de ensino e, na direção descendente, ele é o seu último elo. O “sistema” necessita de cuidar das O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FELIPE MATEUS GONCALVES FERREIRA - 12112029410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 21 de 117www.grancursosonline.com.br Aspectos Pedagógicos e Sociais da Prática Educativa DIDÁTICA Gustavo Silva “instituições” (escolas) para que estas cuidem dos “educadores” e estes cuidem dos “educan- dos”. O sucesso depende da cadeia inteira de responsabilidades e a avaliação é e deve ser a aliada de todos, subsidiando as mais diversas e variadas tomadas de decisões, tendo em vista o sucesso. De acordo com os estudos de Bloom (1993) a avaliação do processo ensino-aprendiza- gem, apresenta três tipos de funções: diagnóstica (analítica), formativa (controladora) e soma- tiva (classificatória). a) A avaliação diagnóstica (analítica) é adequada para o inicio do o período letivo, pois permite conhecer a realidade na qual o processo de ensino-aprendizagem vai acontecer. O pro- fessor tem como principal objetivo verificar o conhecimento prévio de cada aluno, tendo como finalidade de constata os pré-requisitos necessários de conhecimento ou habilidades impres- cindíveis de que os estudantes possuem para o preparo de uma nova etapa de aprendizagem. “Para que a avaliação diagnóstica seja possível, é preciso compreendê-la e realizá-la com- prometida com uma concepção pedagógica. No caso, considerarmos que ela deva estar com- prometida com uma proposta pedagógica histórico-crítica, uma vez que esta concepção está preocupada com a perspectiva de que o educando deverá apropriar-se criticamente de conhe- cimentos e habilidades necessárias à sua realização como sujeito crítico dentro desta socie- dade que se caracteriza pelo modo capitalista de produção. A avaliação diagnostica não se propõe e nem existe uma forma solta isolada. É condição de sua existência e articulação com uma concepção pedagógica progressista”. (LUCKESI 2003, p.82). Diagnóstico é um conceito muito utilizado para se referir a um processo analítico em que se recolhe e analisa dados para avaliar problemas de naturezas diversas. Na educação, essa observação e identificação é também um instrumento pedagógico. Essa é proposta da avalia- ção diagnóstica de aprendizado: uma forma de aferir e analisar se as atividades educacionais propostas alcançaram os resultados esperados. A partir de um diagnóstico correto, identifi- cando o real nível de conhecimento dos estudantes, escolas e educadores podem definir as melhores estratégias pedagógicas. Normalmente aplicada nos momentos iniciais de uma fase da educação, o objetivo dessa avaliação é conhecer melhor os estudantes, definindo e com- preendendo suas necessidades. Diferentemente das formas clássicas de avaliação de apren- dizagem, conhecidas como avaliações somativas, a diagnóstica tem um aspecto preventivo. De modo geral, a avaliação diagnóstica deve servir como guia para possíveis realinhamen- tos e adequações das abordagens e estratégias de ensino. As informações obtidas por meio desse tipo de avaliação evidenciam os déficits do processo educativo. Isso permite às ins- tituições de ensino qualificarem as atividades que irão favorecer o aprendizado dos alunos, avaliando possíveis mudanças nas práticas escolares por meio de intervenções pedagógicas, por exemplo. Dentre os principais objetivos da avaliação diagnóstica, podemos identificar seu propósito de contribuir para a promoção da aprendizagem, redirecionando as ações do processo. Isso O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FELIPE MATEUS GONCALVES FERREIRA - 12112029410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://conteudos.sistemadeensinoph.com.br/lp-infografico-5-dicas-para-melhorar-intervencoes-pedagogicas?utm_source=conteudo&utm_medium=cta&utm_campaign=avaliacao-diagnostica 22 de 117www.grancursosonline.com.br Aspectos Pedagógicos e Sociais da Prática Educativa DIDÁTICA Gustavo Silva acontece por meio da apreensão de dificuldades de aprendizagem e da análise da adequação entre o programa de ensino e o conhecimento prévio dos alunos. Dessa forma, o resultado da avaliação funciona como subsídio para o trabalho do professor, seja reorientando da aprendi- zagem ou conduzindo-a para as etapas seguintes. Assim, mais do que notas referentes a conteúdos conceituais, a avaliação diagnóstica deve permitir* análises diversas que considerem, inclusive, competências e habilidades em todas as dimensões formativas da Educação Integral. Investigar, avaliar e levantar o que de fato a turma já sabe e o que ainda ela não sabe permite traçar estratégias efetivas para o processo educacional. Ou seja, a avaliação diagnóstica possibilita o desenvolvimento de capacidades e aptidões, criando intervenções pedagógicas, realizando mudanças que favoreçam o aprendi- zado ou, ainda, adotando novas práticas de ensino. É possível observar que a avaliação diagnóstica possui três objetivos. O primeiro é identi- ficar a realidade de cada aluno que irá participar do processo. O segundo é verificar se o aluno apresenta ou não habilidades e pré-requisitospara o processo. O terceiro objetivo está relacio- nado com a identificação das causas, de dificuldades recorrentes na aprendizagem. Assim é possível rever a ação educativa para sanar os problemas. Esta forma de avaliação pode ser utilizada antes e durante o processo ensino-aprendiza- gem, tendo diferentes finalidades. Sendo realizada antes do processo, tem como foco sondar se o aluno apresenta os conhecimentos necessários para que a aprendizagem possa ser ini- ciada. Se ocorrer durante o processo, será utilizada para identificar as causas das falhas de aprendizagem e possibilitar a implementação de recursos para corrigi-las. b) A avaliação formativa(controladora) é aquela que tem como função controlar, devendo ser realizada durante todo o período letivo, com o intuito de verificar se os estudantes estão alcançando os objetivos propostos anteriormente. Esta função da avaliação visa, basicamen- te, avaliar se o aluno domina gradativamente e hierarquicamente cada etapa da aprendizagem, antes de avançar para outra etapa subsequente de ensino-aprendizagem. É com a avaliação formativa que o aluno toma conhecimento dos seus erros e acertos e encontra estimulo para continuar os estudos de forma sistemática. Para que esta forma de avaliação ocorra é necessário que seja controlada, porque orienta o estudo do aluno ao traba- lho do professor, também podemos dizer que é motivadora porque evita as tensões causadas pela as avaliações tradicionais. A principal função dessa avaliação é se destacar das avaliações internas nos moldes tra- dicionalistas, classificatórios. Para isso, precisa avaliar o aluno continuamente e em ocasiões diferentes. Ao mesmo tempo, deve produzir dados para o professor. Mais do que simplesmente “verificar” se o aluno aprendeu (em alguns casos, decorou) a ma- téria, essa modalidade de avaliação permite detectar os pontos fracos do ensino- aprendizagem, O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FELIPE MATEUS GONCALVES FERREIRA - 12112029410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://conteudos.somospar.com.br/lp-e-book-guia-competencias-habilidades-na-educacao-basica?utm_source=conteudo&utm_medium=cta&utm_campaign=avaliacao-diagnostica https://www.somoseducacao.com.br/educacao-integral/ 23 de 117www.grancursosonline.com.br Aspectos Pedagógicos e Sociais da Prática Educativa DIDÁTICA Gustavo Silva inclusive do próprio método do professor, e possibilitar meios de formação que respondam às características individuais dos alunos. Para a educação moderna, a avaliação formativa é indispensável. Ela dá mais agilidade à reorientação do “como” se ensina e se aprende. Respeita o ritmo de aprendizagem de cada aluno e fornece dados ricos para o professor ajustar a sua prática didático-pedagógica. c) A avaliação somativa (classificatória), tem como função básica a classificação dos alu- nos, sendo realizada ao final de um curso ou unidade de ensino. Classificando os estudantes de acordo com os níveis de aproveitamento previamente estabelecidos. Atualmente a classificação dos estudantes se processa segundo o rendimento alcançado, tendo por base os objetivos previstos. Para Bloom (1983), a avaliação somativa “objetiva ava- liar de maneira geral o grau em que os resultados mais amplos têm sido alcançados ao longo e final de um curso”. É através deste tipo de avaliação que são fornecidos aos estudantes os chamados fee- dback que informa o nível de aprendizagem alcançado, se este for o objetivo central da ava- liação formativa; e presta-se à comparação de resultados obtidos, visando também a atribui- ção de notas. Essas três funções da avaliação devem ser vinculadas ou conjugadas para se garantir a eficiência e eficácia do sistema de avaliação e assim tendo como resultado final a excelência do processo ensino-aprendizagem. Por outro lado, é importante lembrar, que é necessário em todos os casos levar em conta a realidade administrativa da instituição como, por exemplo, o número de alunos, objetivos, conhecimento técnico do professor, materiais. Para quantificar e categorizar os resultados da avaliação somativa,, geralmente as insti- tuições de ensino estabelecem critérios como conceitos ou notas médias a serem atingidos pelos alunos. A atribuição desses conceitos deve levar em consideração os componentes cur- riculares que serão ensinados na escola, sendo estes definidos a partir da matriz curricular do Regimento e do Projeto Político Pedagógico (PPP). Desta forma, ao final de um ciclo ou de um processo, a instituição poderá analisar o de- sempenho de cada aluno verificando se os objetivos de aprendizagem foram atingidos, mas também poderá analisar o desempenho de turmas e séries específicas. As avaliações somativas são bastante pontuais e devem servir ao propósito de evidenciar o aprendizado obtido ou não pelos alunos ao final de um processo pedagógico, mas também indicar a necessidade de reformulação do próprio processo. Alguns objetivos das avaliações somativas são: • Informar e permitir a análise do desempenho individual de cada aluno, consolidando o aprendizado ou indicando a necessidade de um trabalho específico de recuperação; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FELIPE MATEUS GONCALVES FERREIRA - 12112029410, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 24 de 117www.grancursosonline.com.br Aspectos Pedagógicos e Sociais da Prática Educativa DIDÁTICA Gustavo Silva • Permitir o entendimento da heterogeneidade de uma turma de alunos ao final de um pro- cesso, identificando quais grupos se adaptaram melhor à metodologia utilizada e quais precisarão de outros estímulos e abordagens; • Permitir diagnosticar a razão dos resultados obtidos e a reflexão dos professores sobre a própria prática e métodos adotados, implementando as reformulações necessárias. Com toda a certeza, a avaliação somativa é um instrumento de gestão pedagógica fun- damental. De forma pontual, normalmente ao final dos ciclos de aprendizagem (bimestre, tri- mestre, semestre ou ano letivo), ela avalia e valida a promoção dos estudantes para a próxima etapa de sua jornada educacional. Sem dúvida, a avaliação somativa é o sistema de avaliação da aprendizagem mais aplica- do nas escolas brasileiras. Inegavelmente, o sistema de avaliação somativa, ou cumulativa, como também é conhecido, é análogo ao sistema comparativo. Contudo, a somativa amplia o foco da avaliação para todos e para tudo o que foi ensinado e, consequentemente, deveria ter sido aprendido. Enfim, ela é própria para mensurar o fim dos ciclos de aprendizagem, especialmente o ano letivo. Em síntese, vale lembrar que os processos e as práticas inerentes aos sistemas de avalia- ção escolar devem manter o foco na aprendizagem e no desenvolvimento humano de crianças e adolescentes. Por outro lado, a avaliação somativa também promove e fomenta a proximidade com as famílias, ao informá-las sobre os resultados do processo de ensino-aprendizagem de seus filhos. Por exemplo, essa comunicação ocorre por meio do boletim ou relatório de desempe- nho escolar. 5. escolArizAção nA socioeducAção A escolarização é representada pelo conjunto de saberes e aprendizados adquiridos na escola. Isto é, desenvolver as competências cognitivas de cada estudante e futuramente, pre- parar estes indivíduos para o mercado de trabalho. Além disso, entram aqui a aprendizagem de conteúdos relativos a diversas áreas do conhecimento, como a gramática, as ciências, etc. Para compor o processo da escolarização, os educadores utilizam ferramentas como: • Metodologias de ensino; • Materiais didáticos; • Dinâmicas entre professor
Compartilhar