Prévia do material em texto
Ciencia Latina Revista Científica Multidisciplinar, Cidade do México, México. ISN 2707-2207/ISSN 2707-2215 (on-line),Novembro-Dezembro,2022,Volume 6, Número 6 p 10554 DOI: https://doi.org/10.37811/cl_rcm.v6i6.4148 Nomofobia e sua relação com habilidades sociais em adolescentes Richard Manuel Salcedo Cadena rsalcedo5738@uta.edu.ec https://orcid.org/0000-0002-6799-3938 Universidade Técnica de Ambato Ambato-Equador Mariela Lara Salazar cristinamlara@uta.edu.ec https://orcid.org/0000-0002-1314-6901 Universidade Técnica de Ambato Ambato-Equador RESUMO A nomofobia é o pânico que as pessoas sentem por não ter um telefone celular, a ponto de preferirem criar redes de sociabilidade no mundo virtual, limitando assim o desenvolvimento de habilidades sociais em seu ambiente. O objetivo do estudo foi determinar a relação entre a nomofobia e as habilidades sociais em adolescentes de uma unidade educacional na cidade de Ambato, Equador. Para isso, foram aplicados o Questionário de Nomofobia (NMP-Q) na versão em espanhol e o Teste de Escala de Habilidades Sociais a 171 alunos, dos quais 86 eram do sexo feminino e 85 do sexo masculino. O estudo tem uma abordagem quantitativa, é descritivo e correlacional. A amostragem não probabilística foi usada para estabelecer a população. Os resultados obtidos indicam que 69% dos entrevistados apresentam um nível moderado de nomofobia, enquanto 79% apresentam um nível médio de nomofobia em relação ao desenvolvimento de habilidades sociais. Há uma correlação negativa entre as variáveis, pois quanto maior o nível de nomofobia, menor a capacidade de desenvolvimento de habilidades sociais dos entrevistados. Palavras-chave: nomofobia; relações sociais; adolescentes; telefone celular; dispositivos eletrônicos. Correspondência: rsalcedo5738@uta.edu.ec Assine o DeepL Pro para traduzir arquivos maiores. Mais informações em www.DeepL.com/pro. https://doi.org/10.37811/cl_rcm.v6i6.4148 mailto:rsalcedo5738@uta.edu.ec https://orcid.org/0000-0002-6799-3938 mailto:cristinamlara@uta.edu.ec https://orcid.org/0000-0002-1314-6901 mailto:rsalcedo5738@uta.edu.ec https://www.deepl.com/pro?cta=edit-document&pdf=1 Ciencia Latina Revista Científica Multidisciplinar, Cidade do México, México. ISN 2707-2207/ISSN 2707-2215 (online),Novembro-Dezembro,2022,Volume 6, Número 6 p 10555 Artigo recebido em 15 de outubro de 2022 Aceito para publicação: 15 de novembro de 2022 Conflitos de interesse: Nenhum a declarar Todo o conteúdo da Ciencia Latina Revista Científica Multidisciplinar, publicado neste site, está disponível sob licença Creative Commons. . Como citarSalcedo Cadena, R. M., & Lara Salazar, M. (2022). Nomofobia e sua relação com as habilidades sociais em adolescentes. Ciencia Latina Revista Científica Multidisciplinar, 6(6), 10554-10565. https://doi.org/10.37811/cl_rcm.v6i6.4148 https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.es https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.es https://doi.org/10.37811/cl_rcm.v6i6.4148 Ciencia Latina Revista Científica Multidisciplinar, Cidade do México, México. ISN 2707-2207/ISSN 2707-2215 (on-line),Novembro-Dezembro,2022,Volume 6, Número 6 p 10554 Salcedo Cadena e Lara Salazar Nomofobia e sua relação com habilidades sociais em adolescentes RESUMO A nomofobia é o pânico que as pessoas sentem quando estão sem um telefone celular, a ponto de preferirem construir redes de sociabilidade na virtualidade, limitando assim o desenvolvimento de habilidades sociais em seu ambiente. O objetivo do estudo foi determinar a relação entre a nomofobia e as habilidades sociais em adolescentes de uma unidade educacional da cidade de Ambato - Equador. Para isso, foram aplicados o Questionário de Nomofobia (NMP-Q) na versão em espanhol e o Teste de Escala de Habilidades Sociais a 171 alunos, dos quais 86 são mulheres e 85 são homens. O estudo tem uma abordagem quantitativa; é descritivo e correlacional. A amostragem não probabilística foi usada para estabelecer a população. Os resultados obtidos indicam que 69% dos pesquisados apresentam um nível moderado de nomofobia, enquanto 79% mostram um nível médio em relação ao desenvolvimento de habilidades sociais. Há uma correlação negativa entre as variáveis, pois quanto maior o nível de nomofobia, menor a capacidade de desenvolvimento de habilidades sociais dos sujeitos. Palavras-chave: nomofobia; relações sociais; adolescentes; telefone celular; dispositivos eletrônicos. Salcedo Cadena e Lara Salazar Ciencia Latina Revista Científica Multidisciplinar, Cidade do México, México. ISN 2707-2207/ISSN 2707-2215 (online),Novembro-Dezembro,2022,Volume 6, Número 6 p 10556 INTRODUÇÃO A inclusão de novas tecnologias e o uso de dispositivos eletrônicos tornaram-se ferramentas fundamentais que as pessoas usam para se comunicar e estabelecer relações sociais. Porém, quando os seres humanos se tornam dependentes delas para realizar grande parte de suas atividades diárias, surge o efeito chamado Nomofobia (Pascual, E. el al., 2020). O termo nomofobia refere-se à dependência de telefones celulares e descreve o medo irracional de não ter acesso a esse recurso durante a interação. Isso se agrava quando o adolescente entra em pânico por não ter o telefone em mãos; nessa situação, ele fica altamente estressado, o que, por sua vez, causa mudanças em seu comportamento, promovendo a perda da capacidade de estabelecer relações interpessoais (Sosa Manchego L. M., 2020). Esse termo foi concebido a partir de um estudo demoscópico realizado na Grã- Bretanha e é uma abreviação nascida da contração do termo britânico No-mobile- phonephobia (Quesada Varela & Carballo Pintos, 2017); criando, assim, uma nomenclatura que visa a representar as sensações e os sentimentos observados nas pessoas por meio da interação com dispositivos móveis e novas tecnologias (Maziero, M. et al., 2016). O estudo desse tópico é altamente relevante porque é atual, uma vez que grande parte da população adolescente tem um telefone celular, ao qual tem acesso desde muito cedo e que, com o tempo, se torna uma parte indispensável de sua vida diária, afetando o desenvolvimento de habilidades sociais (García Martínez, V. et al., 2014). Pesquisas relacionadas sobre nomofobia mostram que, desde a integração de computadores e dispositivos móveis nas atividades cotidianas, as pessoas mudaram significativamente seus costumes, hábitos e maneiras de se relacionar, como resultado da experiência de novas formas de comunicação, influenciando seu comportamento e a expressão de suas emoções (García Umaña, 2017). De acordo com o relatório emitido pela Ditrienda (2020), 90% das pessoas no mundo têm um smartphone e 95% o utilizam diariamente, em média 3 horas e 22 minutos, dos quais 91% dos usuários usam dispositivos móveis para acessar a Internet. Nomofobia e sua relação com habilidades sociais em adolescentes Ciencia Latina Revista Científica Multidisciplinar, Cidade do México, México. ISN 2707-2207/ISSN 2707-2215 (online),Novembro-Dezembro,2022,Volume 6, Número 6 p 10557 Sabe-se que o uso de telefones celulares começa cada vez mais cedo, pois crianças e adolescentes acessam os dispositivos móveis dos pais, conectam-se à internet e às redes sociais sem nenhuma restrição, o que é um fator de risco que promove a dependência dos sujeitos em relação aos dispositivos móveis e, consequentemente, afeta o estabelecimento de relações interpessoais (Carrasco Rivas & et al., 2017). Um estudo realizado em duas universidades mexicanas sobre monofobia compara o nível de dependência de telefones celulares entre os alunos da Universidad Autónoma del Estado de Hidalgo (UAEH) e da Universidad Juárez Autónoma de Tabasco; Foi determinado que o uso excessivo de telefones celulares teve um impacto no desempenho acadêmico dos alunos, bem como em seu bem-estar socioemocional, pois eles apresentam sintomas e ansiedade quando estão longe do dispositivo móvel; também se reconhece que o uso excessivoos distanciou de sua realidade (Medina Morales & Veytia Bucheli, 2022). No contexto equatoriano e em um estudo realizado pelo INEC (2021) sobre indicadores de tecnologia da informação e comunicação no Equador, 62,9% têm um telefone celular ativado e 81,8% desse número é um smartphone. Desse grupo, 11% têm menos de 15 anos de idade e possuem um dispositivo móvel e o utilizam pelo menos uma vez por dia (61%) e uma vez por semana (36,5%). Isso acarreta um alto risco de que a população adolescente desenvolva traços de nomofobia e isolamento social, desconectando-se da realidade ao permanecer conectada à Internet. METODOLOGIA A pesquisa tem uma abordagem quantitativa porque utilizou a coleta e a análise de dados relacionados às variáveis nomofobia e habilidades sociais e, por meio de cálculos estatísticos, estabeleceu padrões de comportamento na população em estudo. O tipo de pesquisa é descritivo, pois oferece a possibilidade de coletar informações quantificáveis e determinar as características da população pesquisada, por meio da classificação, análise e interpretação dos resultados. É correlacional, pois busca determinar a relação entre duas variáveis. O estudo sobre nomofobia e a relação com habilidades sociais em adolescentes foi realizado entre setembro e dezembro de 2022. O Salcedo Cadena e Lara Salazar Ciencia Latina Revista Científica Multidisciplinar, Cidade do México, México. ISN 2707-2207/ISSN 2707-2215 (online),Novembro-Dezembro,2022,Volume 6, Número 6 p 10558 O número total de participantes foi de 171 alunos da Unidad Educativa Ambato de los Ángeles, com idades entre 13 e 18 anos. Desse grupo, 86 são do sexo feminino, o que corresponde a 51%, e 85 são do sexo masculino, representando 49% da população. Para determinar a população, a amostragem por conveniência, também conhecida como amostragem não probabilística, foi usada para estabelecer a população, onde os sujeitos são selecionados por sua acessibilidade conveniente e proximidade com o pesquisador. Os critérios para a seleção do grupo que participou do estudo foram: (1) pertencer à instituição educacional onde a pesquisa está sendo realizada, (2) que tenham um telefone celular e (3) que tenham entre 13 e 18 anos de idade. Para a coleta de dados relacionados à nomofobia, foi usado o Nomophobia Questionnaire (NMP-Q) na versão em espanhol, que consiste em 20 itens e emprega a escala Likert em um formato de resposta com intervalo de 1 a 7, em que "1" representa discordar totalmente, enquanto "7" é concordar totalmente. Esse instrumento avalia quatro dimensões: incapacidade de se comunicar (6 itens); perda de conexão (5 itens); impossibilidade de acessar informações (4 itens); abandono do conforto (5 itens). A pontuação foi classificada em três níveis: médio, moderado e grave. Segundo o alfa de Cronbach, o instrumento tem um coeficiente de 0,95%, o que, de acordo com a interpretação dos níveis de confiabilidade, mostra que ele tem uma confiabilidade muito alta (Guanilo & Guerra, 2022). O Teste de Habilidades Sociais, EHS, foi usado para obter informações sobre habilidades sociais. Esse instrumento é composto por 33 itens e avalia seis fatores: autoexpressão em situações sociais (8 itens); defesa dos direitos como consumidor (5 itens); expressão de raiva ou discordância (4 itens); dizer não e interromper interações (6 itens); fazer solicitações (5 itens); iniciar interações positivas com o sexo oposto (5 itens). A pontuação é representada em três níveis, baixo, médio e alto, dependendo da pontuação obtida. Esse instrumento, de acordo com a interpretação dos níveis de confiabilidade do Alfa de Cronbach, equivale ao coeficiente de 0,90% (Gismero González, 2022), que, como o anterior, tem um índice de confiabilidade muito alto. Nomofobia e sua relação com habilidades sociais em adolescentes Ciencia Latina Revista Científica Multidisciplinar, Cidade do México, México. ISN 2707-2207/ISSN 2707-2215 (online),Novembro-Dezembro,2022,Volume 6, Número 6 p 10559 Para obter as informações, os instrumentos foram aplicados em sala de aula sob a supervisão do Departamento de Orientação ao Aluno e a orientação do pesquisador. Aqui foi recomendado que as respostas fossem respondidas com o máximo de objetividade e que não se demorasse muito em nenhuma pergunta; no momento em que surgiram dúvidas e preocupações, o pesquisador forneceu as informações necessárias para continuar o desenvolvimento do teste. O tempo necessário para preencher os questionários foi estimado entre 15 e 20 minutos cada. A participação foi voluntária e anônima, e os testes foram aplicados com a autorização do gabinete do reitor, após uma análise dos instrumentos pelo DECE, que recomendou sua aplicação por apresentarem declarações que não afetavam a sensibilidade ou a privacidade dos entrevistados. RESULTADOS Em relação ao nível de nomofobia, 19% (33) tinham nomofobia leve; 69% (118) tinham nomofobia moderada; e 12% (20) tinham nomofobia grave. Tabela nº 1: Níveis de nomofobia Níveis de nomofobia Nível leve de nomofobia (NLN) Nível moderado de nomofobia (NMN) Nível grave de nomofobia (NSN) 69% 12% (n=33) (n=118) (n=20) De acordo com os resultados, 19% apresentam um nível leve de nomofobia, em que os indivíduos podem se sentir ligeiramente ansiosos quando não têm o celular ou ficam sem sinal por um determinado período de tempo; eles podem sentir a necessidade de procurar uma maneira alternativa de acessar o dispositivo ou se conectar a uma rede sem fio. Nesse caso, não há grande dependência, apenas certa impaciência (Luy Montejo et al., 2020). 69% apresentam um nível moderado de nomofobia, o que, em relação ao resultado obtido, significa que os entrevistados têm um alto grau de tendência à ansiedade ou ao medo de não ter acesso a um telefone celular (Matoza et al., 2016). Doze por cento da amostra apresentaram um nível grave de nomofobia; nesse caso, o uso excessivo do telefone celular está intimamente relacionado à perda da noção de tempo, bem como à negligência de atividades básicas, inclusive Salcedo Cadena e Lara Salazar Ciencia Latina Revista Científica Multidisciplinar, Cidade do México, México. ISN 2707-2207/ISSN 2707-2215 (online),Novembro-Dezembro,2022,Volume 6, Número 6 p 10560 Os efeitos negativos das relações sociais são representados por discussões, calúnias, isolamento social, fadiga, entre outros (Mathey, 2017). Para estabelecer os níveis de nomofobia com base nos resultados obtidos, é levada em consideração a faixa de pontuação, que varia entre 20 e 140 pontos. Se o valor for < = 20, o nível de nomofobia é leve; se o valor for < = 59, o nível de nomofobia é moderado; e se o valor for < = 140, o nível de nomofobia é grave. Tabela nº 2: Interpretação dos níveis de nomofobia Interpretação dos níveis de nomofobia Ausência de nomofobia Nível leve de nomofobia Nível moderado de nomofobia Nível grave de nomofobia < = 20 < = 59 < = 99 < = 140 Os resultados referentes ao desenvolvimento de habilidades sociais, após a aplicação do teste EHS, indicam que 10% (17) apresentam um nível baixo; 79% (135) apresentam um nível médio e 11% (19) indicam um nível alto de habilidades sociais. Tabela nº 3: Níveis de desenvolvimento de habilidades sociais Níveis de desenvolvimento de habilidades sociais Baixo nível de EHS Níveis médios de EHS Alto nível de EHS 10% 79% 11% (n=17) (n=135) (n=19) Para identificar o nível de desenvolvimento das habilidades sociais, o valor percentil alcançado é tomado como referência; portanto, se o Pc for < = 25, o nível de EHS é baixo; se o Pc for < = 75, o nível de EHS é médio; e se o Pc for > 75, o nível de EHS é alto. Tabela nº 4: Interpretação dos níveis de habilidades sociais Interpretação dos níveis de habilidades sociais Baixo nível de habilidades social Nível médio de habilidades sociais Alto nível de habilidades social < = 25 < = 75 > 75 De acordo com os resultadosobtidos, é evidente que há uma relação estreita entre os níveis de nomofobia e o nível de desenvolvimento de habilidades sociais, o que é Nomofobia e sua relação com habilidades sociais em adolescentes Ciencia Latina Revista Científica Multidisciplinar, Cidade do México, México. ISN 2707-2207/ISSN 2707-2215 (online),Novembro-Dezembro,2022,Volume 6, Número 6 p 10561 mostrado na tabela a seguir. Salcedo Cadena e Lara Salazar Ciencia Latina Revista Científica Multidisciplinar, Cidade do México, México. ISN 2707-2207/ISSN 2707-2215 (online),Novembro-Dezembro,2022,Volume 6, Número 6 p 10562 Os resultados obtidos para as duas variáveis e expressos na tabela a seguir: Tabela nº 5 Tabela de contingência nomofobia - habilidades sociais Tabela de contingência nomofobia - habilidades sociais Variáveis Níveis Nomofobia NLN NMN 69% NSN 12% Habilidades social NAHS 10% NMHS 79% NBHS 11% Os resultados mostram que, quando é observado um nível leve de nomofobia (NLM = 19%), o nível de habilidades sociais é alto (NAHS = 10%); quando é observado um nível moderado de nomofobia (NMN = 69%), o nível de habilidades sociais é médio (NMHS = 79%); e quando é evidenciado um nível grave de nomofobia (NSN = 12%), o nível de habilidades sociais é baixo (NBHS = 11%). DISCUSSÃO Uma vez analisados os resultados, fica evidente que os sujeitos que participaram da pesquisa apresentaram um alto percentual de níveis moderados tanto de nomofobia (69%) quanto de desenvolvimento de habilidades sociais (79%), como consequência da dependência excessiva que os adolescentes têm de seus telefones celulares, pois, ao estarem conectados a dispositivos móveis em um ambiente virtual interagindo com outros, os sujeitos passam a ignorar as pessoas próximas a eles. Isso está relacionado ao que Osio Flores et al, (2014) no artigo intitulado Is nomophobia a problem of the 21st century, uma vez que esse estudo mostra que a tecnificação e o acesso indiscriminado à Internet, às redes sociais e aos dispositivos móveis estão gerando patologias viciantes relacionadas ao mau uso que os adolescentes fazem da telefonia móvel; em casos graves, pode-se observar que os indivíduos andam distraídos e não prestam atenção aos eventos que ocorrem em seu ambiente imediato, reduzindo assim a possibilidade de estabelecer relações interpessoais e a capacidade de se comunicar dentro de um grupo social. No mesmo sentido, o estudo realizado por Barros Bernal et al. (2017) mostra que, atualmente, o acesso à Internet, às redes sociais e aos telefones celulares é Nomofobia e sua relação com habilidades sociais em adolescentes Ciencia Latina Revista Científica Multidisciplinar, Cidade do México, México. ISN 2707-2207/ISSN 2707-2215 (online),Novembro-Dezembro,2022,Volume 6, Número 6 p 10563 O abuso descontrolado dos dispositivos móveis tem um impacto direto nas relações que os adolescentes mantêm em nível pessoal, familiar, acadêmico e social, limitando assim o desenvolvimento adequado das habilidades sociais, e 89,2% dos sujeitos que participaram da pesquisa apresentaram problemas significativos relacionados ao uso de telefones celulares e às relações interpessoais. Sob essas considerações e devido à alta porcentagem de nomofobia e ao desenvolvimento limitado das habilidades sociais apresentadas nos resultados, fica estabelecido que quanto maior a dependência dos telefones celulares, maior a diminuição das relações sociais. No relatório de pesquisa apresentado por Sosa Manchego L. (2020), é enfatizado o fato de que, com a irrupção dos dispositivos móveis e da Internet, a forma de estabelecer relações sociais mudou substancialmente, pois grande parte das pessoas prefere interagir virtualmente, deixando de lado as relações interpessoais devido ao uso excessivo de telefones celulares, perdendo gradualmente a capacidade de estabelecer conversas diretas. Essa análise está relacionada aos resultados obtidos neste trabalho de pesquisa, pois há um número significativo de alunos que sofrem de nomofobia (69%) e, como consequência disso, os resultados refletem que 79% dos participantes da pesquisa apresentam um nível médio no desenvolvimento de habilidades sociais. CONCLUSÕES Ao relacionar as duas variáveis determinadas nesta pesquisa, foi estabelecido que quanto maior o nível de nomofobia (dependência de telefones celulares), menor a capacidade de desenvolver habilidades sociais nos sujeitos; portanto, foi determinado que há uma correlação negativa entre as variáveis. Uma correlação negativa significa que as duas variáveis variam em direções opostas, ou seja, quando um nível leve de nomofobia está presente, o nível de habilidades sociais é alto; quando um nível moderado de nomofobia é observado, o nível de habilidades sociais é médio; e se um nível grave de nomofobia é evidente, o nível de habilidades sociais é baixo. Salcedo Cadena e Lara Salazar Ciencia Latina Revista Científica Multidisciplinar, Cidade do México, México. ISN 2707-2207/ISSN 2707-2215 (online),Novembro-Dezembro,2022,Volume 6, Número 6 p 10564 LISTA DE REFERÊNCIAS Achaerandio Zuazo, L. (2017). Iniciación a la práctica de la investigación (Sétima ed.). Cidade da Guatemala, Guatemala: Magna Terra editores. Barros Bernal, S. M., et al. (2017). Adolescentes do ensino médio com vício em internet e redes sociais e relacionamentos interpessoais. Revista Eletrônica de Psicologia Iztacala, 20(3), 42-68. Carrasco Rivas, F., et al. (31 de julho de 2017). O uso de dispositivos móveis por crianças: entre o consumo e o cuidado familiar. CUHSO - CULTURA - HOMEM - SOCIEDADE, 108-137. doi:DOI 10.7770/CUHSO-V27N1-ART1191 DITRENDIA (2020). Relatório ditriendia: Mobile in Spain and the World 2020. Informativo. Recuperado de https://www.amic.media/media/files/file_352_1050.pdf García Martínez, V., & Fabila Echauri, A. M. (setembro de 2014). Nomofilia vs nomofobia, a irrupção do telefone celular nas dimensões da vida dos jovens, uma questão pendente para os estudos de comunicação. Razón y Palabra. García Umaña, A. (2017). Impacto social e educacional do comportamento contemporâneo da mídia digital: Nomofobia, causas e consequências. Dilemas contemporâneos: educação, política e valores, 1-21. García, E. A. (2017). Impacto social e educacional do comportamento contemporâneo da mídia digital: Nomofobia, causas e consequências. Revista Dilemas Contemporáneos: Educación, Política y Valores, v(1). Gismero González, E. (2022). Madri, Espanha: TEA Ediciones. Gismero González, E. (2022). EHS. Escala de Habilidades Sociais (Quarta ed.). Hogrefe TEA Ediciones. González Cabrera, J., León Mejía, A., Pérez Sancho, C., & Calvete, E. (2017). Adaptação em espanhol do Nomophobia Questionnaire (NMP-Q) em uma amostra de adolescentes. Dialnet, 45(4), 137-144. Guanilo, R. F., & Guerra, E. (2022). Estrutura fatorial, validade e confiabilidade da escala de nomofobia em estudantes de uma universidade estadual na região metropolitana de Lima. Objetivos y Representações, 10(2), 15-72. doi:https://doi.org/10.20511/pyr2022.v10n2.1572 http://www.amic.media/media/files/file_352_1050.pdf http://www.amic.media/media/files/file_352_1050.pdf Nomofobia e sua relação com habilidades sociais em adolescentes Ciencia Latina Revista Científica Multidisciplinar, Cidade do México, México. ISN 2707-2207/ISSN 2707-2215 (online),Novembro-Dezembro,2022,Volume 6, Número 6 p 10565 INEC. (2021). Boletín Técnico N°-04-2021 Indicadores de tecnologia da informação e comunicação. Diretoria de Estatísticas Sociodemográficas, 1-25. Inga, M. T., Inga, K. P., & Salazar, F. (2016). Métodos de coleta de dados para pesquisa. Guatemala: Faculdade de Engenharia - Universidade Rafael Landívar. Luy Montejo, C., & et al. (2020). Nomofobia e dependência tecnológica em estudantes universitários. STUDIUM VERITATIS JOURNAL, 18(24), 43-69. Mathey, A. K. (14 de março de 2017). Dependencia al celular entre los y las estudiantesde la Facultad de Educación de una Universidad de Chiclayo- 2016 [Tese]. Chiclayo, Peru: Repositório Digital. Matoza, C., et al. (2016). Nível de nomofobia em estudantes de medicina no Paraguai, ano de 2015. Ciência e Investigação Médica Estudantil Latino-Americana (CIMEL), 21(1), 28-30. Maziero, M. B., & Antunes de Oliveira, L. (2016). Nomofobia: uma revisão da literatura. Unoesc & Ciência, 8(1), 73-80. Medina Morales, G., & Veytia Bucheli, M. (2022). El impacto de la adicción al celular o nomofobia en estudiantes univesitarios:caso dos univesridades mexicanas. Ciencia Latina Revista Científica Multidisciplinar, 6(1), 1-16. doi:https://doi.org/10.37811/cl_rcm.v6i1.1639p2124 Osio Flores, A. (2014): A nomofobia é um problema do século XXI? Archivos Bolivianos de Medicina, 22(90), 56-63. Pascual, E. el al. (setembro de 2020). Novos vícios: Nomofobia ou "não sem meu celular". Revista Internacional de Ciências das Finanças (24), 41-45. Quesada Varela, V. J., & Carballo Pintos, I. C. (2017). Nomofobia: o que é isso? AGAMFEC, 23(1), 37-39. Recuperado de https://revista.agamfec.com/wp- content/uploads/2017/08/08/cadernos2017vol1.pdf Rodríguez Rodriguez, J. C. (2020). Vício em Internet e inteligência emocional: análise de um relacionamento. International Journal of New Education(6), 1-15. doi:DOI 10.24310/IJNE3.2.2020.10243 Sosa Manchego, L. (2020). Fatores problemáticos relacionados à nomofobia. Sinergias educativas, 1-19. Sosa Manchego, L. M. (2020). Fatores problemáticos relacionados à nomofobia. Educational Synergies (Sinergias educacionais), 1-19.