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Teorias da Aprendizagem Cognitivista Humanista Behaviorista SKINNER PAVLOV WATSON VIGOTSKY PIAGET GARDNER AUSUBEL BRUNNER MASLOW WALLON ROGERS A aprendizagem é uma mudança relativamente permanente no comportamento, resultante da experiência. A teoria da aprendizagem surgiu no início do século XX. Freud e seus seguidores usaram técnicas de relato verbal, como análise de sonhos e livre associação. Eles tinham como objetivo avaliar os processos mentais inconscientes que acreditavam ser os principais determinantes do comportamento. Muitos psicólogos eram críticos da abordagem psicodinâmica de Freud Seu desenvolvimento foi em parte decorrente da insatisfação entre alguns psicólogos com o uso generalizado da introspecção, como a que está sendo usada pelos estruturalistas. OBSERVAÇÃO PROBLEMA HIPÓTESES EXPERIMENTOS RESULTADOS CONCLUSÕES Tipos de Aprendizagem A aprendizagem não associativa, é uma resposta a algo no ambiente. A alteração em resposta ao estímulo é uma modalidade de aprendizagem. Exemplos de aprendizagem não associativa são queimar-se ao tocar em uma frigideira (aprender que queima), ser picado por uma abelha (saber que esses insetos picam). John B. Watson Embora tenha reconhecido que os pensamentos e as crenças existem, acreditava que não poderiam ser estudados usando métodos científicos. Argumentou que a teoria freudiana não era científica e, por fim, sem sentido. Ele também rejeitou qualquer iniciativa psicológica, incluindo o estruturalismo, que incidia sobre coisas que não podiam ser observadas diretamente, como as experiências mentais das pessoas. Método Científico De acordo com Watson, o comportamento observável era o único indicador válido da atividade psicológica. A aprendizagem associativa é a vinculação de dois eventos que, em geral, acontecem uns após o outro. As associações se desenvolvem por meio do condicionamento, um processo no qual os estímulos ambientais e as respostas comportamentais se conectam. A aprendizagem por observação consiste em adquirir ou mudar um comportamento após a exposição a outro indivíduo que executa tal comportamento. Por exemplo, você pode aprender os passos de um novo tipo de dança assistindo a um vídeo no YouTube. Observando os outros pessoalmente ou nos meios de comunicação, as pessoas podem aprender bons ou maus hábitos. Podem aprender o que apreciar ou o que temer. Associativa A aprendizagem nos ajuda a resolver desafios adaptativos. Considere a necessidade de beber água. Ao longo do tempo, cada pessoa aprende a associar o som da água fluindo com beber. Se estivermos perdidos no deserto e desesperadamente sedentos, ouviríamos água corrente, com a esperança de que localizando o som poderíamos encontrar a fonte. A essência da aprendizagem está na compreensão das associações, como entre o som de água e ser capaz de matar a sede. Aprendemos essas associações preditivas por meio do condicionamento, o processo que conecta estímulos ambientais ao comportamento. Os psicólogos estudam dois tipos de Aprendizagem Associativa: Condicionamento clássico ou respondente; Condicionamento operante. 1 Apresentou-se ao Pequeno Albert objetos neutros que provocaram uma resposta neutra. Esses objetos incluíam um rato branco e uma máscara de fantasia. Condicionamento Respondente No condicionamento clássico, também conhecido como condicionamento pavloviano ou respondente, um estímulo neutro induz a uma resposta, porque foi associado a um estímulo que já produz tal resposta. Em outras palavras, você aprende que um evento prediz o outro. Por exemplo, aprende que determinada música toca durante cenas assustadoras em um filme. Então, você se sente ansioso quando ouve música. O termo pavloviano é derivado do nome de Ivan Pavlov. Pavlov estava interessado no reflexo salivar. Essa resposta automática e não aprendida ocorre quando um estímulo é apresentado a um animal com fome, incluindo um ser humano. Para seu trabalho sobre o sistema digestório, Pavlov criou um aparelho que coletava saliva de cães. Com esse dispositivo, ele mediu as diferentes quantidades de saliva produzidas quando colocava variados tipos de alimentos na boca de um cão. John B. Watson desenvolveu suas ideias sobre o behaviorismo após ler o trabalho de Pavlov, que ganhou o Prêmio Nobel, em 1904, por sua pesquisa sobre o sistema digestório. As fobias e adições têm componentes aprendidos O CONDICIONAMENTO RESPONDENTE ajuda a explicar muitos fenômenos comportamentais, incluindo as fobias e adições. FOBIAS E SEU TRATAMENTO - A fobia é um medo adquirido e desproporcional à ameaça real de um objeto ou de uma situação. As fobias mais comuns incluem o medo de altura, de cães, de insetos, de cobras e do escuro. Segundo a teoria do condicionamento clássico ou respondente, elas se desenvolvem por meio da generalização de uma experiência de medo, como quando uma pessoa picada por uma vespa desenvolve medo de todos os insetos voadores. Pensamento científico Experimento de Watson com o "Pequeno Albert" HIPÓTESE: As fob ias podem ser exp l icadas pe lo cond ic ionamento c láss ico . MÉTODO DE PESQUISA: 2 Durante os ensaios condicionados, quando Albert pegava o rato branco (EC), um som de ressoar alto (ENC) o assustava (RNC). RESULTADOS : Por f im , o pareamento do rato (EC ) com o ressoar do som (ENC) levou o rato por s i só a produz ir medo (RC ) . A resposta de medo se general izou aos outros est ímulos apresentados inicialmente com o rato, como as máscaras de fantasia . C O N C L U S Ã O : O c o n d i c i o n a m e n t o c l á s s i c o p o d e l e v a r a s p e s s o a s a a p r e n d e r a t e m e r o b j e t o s i n i c i a l m e n t e n e u t r o s . FONTE: Watson, J. B., & Rayner, R. (1920). Conditioned emotional reactions. Journal of Experimental Psychology, 3, 1-14. mais forte ficará a RC. Intensidades O E C d e 1 . 0 0 0 H z p r o d u z salivação máxima (RC). Quanto mais próxima de 1.000 Hz for a intensidade, Quanto mais distante de 1.000 Hz for a intensidade, mais fraca ficará a RC. Força da RC Intensidades de EC Intensidades de som mais baixas som mais altas de som O condicionamento respondente - Significado evolutivo O condicionamento respondente envolve mais do que eventos que ocorrem ao mesmo tempo A explicação original de Pavlov do condicionamento clássico foi que quaisquer dois eventos apresentados em contiguidade (i.e., ao mesmo tempo) produziriam uma associação aprendida. Qualquer objeto ou fenômeno é convertível em um estímulo condicionado quando associado a algum estímulo não condicionado. Pavlov e seus seguidores acreditavam que a força da associação era determinada por fatores como a intensidade dos estímulos condicionados e não condicionados. Por exemplo, quanto mais intenso eram os estímulos, maior seria a aprendizagem. Porém, os teóricos do condicionamento clássico enfrentaram um problema. Eles não podiam explicar por que, apesar de Pavlov apresentar carne ao cão, o cão não associava Pavlov à carne. Em outras palavras, eles não sabiam por que o cão nunca salivava com a simples visão do apresentador, mesmo quando ele não estava entregando carne. Em meados dos anos 1960, uma série de desafios à teoria de Pavlov sugeriu que alguns estímulos condicionados eram mais propensos a produzir aprendizagem do que outros. A contiguidade não era suficiente para criar associações EC-ENC. A pesquisa realizada pelo psicólogo John Garcia e colaboradores mostrou que determinados pares de estímulos são mais propensos do que outros a associar-se. Por exemplo, quando os animais recebem quantidades não letais de veneno em sua comida, fazendo-lhes mal, eles aprendem rapidamente a evitar os gostos ou cheiros associados a essa comida (Garcia & Koelling, 1966). Do mesmo modo, muitas pessoas podem se lembrar de uma vez em que comeram um alimento em particular e depois tiveram mal-estar, com náuseas, dor de estômago e vômitos. Seja ou não a comida que causou a doença, a maioria das pessoas responde a essa sequênciade eventos demonstrando aversão ao sabor condicionado. Aversão ao sabor condicionado. (a) Após comer um cogumelo venenoso, (b) essa mulher vomitou e, assim, aprendeu a ser mais cuidadosa ao escolher cogumelos selvagens. O condicionamento operante (B. F, Skinner) Como o condicionamento operante muda o comportamento? O condicionamento clássico é um processo relativamente passivo e automático. Nossos comportamentos muitas vezes representam meios para fins específicos. Eles são instrumentais – feitos com um propósito. Compramos comida para comê-la, estudamos para conseguir boas notas, trabalhamos para receber dinheiro, e assim por diante. Um comportamento específico leva a um desfecho particular. Esse tipo de aprendizagem é chamado de condicionamento operante, ou condicionamento instrumental. B.F. Skinner, o psicólogo mais estreitamente associado a esse processo, escolheu o termo operante para expressar a ideia de que os animais operam em seus ambientes para produzir efeitos. O condicionamento operante é o processo de aprendizagem em que as consequências de uma ação determinam a probabilidade de ela ser repetida. Assim, no condicionamento operante, o ser humano ou animal faz associações entre eventos que pode controlar. Em contraste, no condicionamento clássico, faz-se associação entre acontecimentos que não podem ser controlados. Câmara operante. Este diagrama mostra a câmara operante de B.F. Skinner Skinner se opôs aos aspectos subjetivos da LEI DO EFEITO de Thorndike. De acordo com ele, estados de “satisfação” não são observáveis empiricamente. Para descrever um evento observável que produza uma resposta aprendida observável, Skinner cunhou o termo reforço. Um reforçador é um estímulo que ocorre depois de uma resposta e aumenta a probabilidade de esta ser repetida. Skinner acreditava que o comportamento – comer, estudar, dirigir no lado correto da pista e assim por diante – ocorre porque foi reforçado. A caixa de Skinner Para avaliar o condicionamento operante, Skinner desenvolveu um dispositivo simples. É constituído por uma pequena câmara ou gaiola. No interior, uma alavanca ou chave de resposta está ligada a uma fonte de alimento, e uma segunda chave ou alavanca de resposta está ligada a um suprimento de água. Um animal, normalmente um rato ou pombo, é colocado na câmara ou gaiola. Modelagem Ao realizar o condicionamento operante, você não pode fornecer o reforçador até que o animal apresente a resposta adequada. Um animal em uma caixa de Skinner tem tão pouca coisa para fazer que, mais cedo ou mais tarde, pressiona normalmente a alavanca ou chave. Um grande problema com o condicionamento operante fora da caixa de Skinner é que o mesmo animal pode demorar um pouco para executar a ação que você está buscando. Em vez de esperar que o animal realize a ação espontaneamente, você pode usar uma técnica de condicionamento operante para ensiná- lo a fazê-lo. Esse poderoso processo é chamado de MODELAGEM. Ele consiste em reforçar comportamentos que são cada vez mais semelhantes ao comportamento desejado. Suponha que você está tentando ensinar seu cão a rolar. Inicialmente, você recompensa o cão por qualquer comportamento que se assemelhe – mesmo que apenas ligeiramente – ao rolar, como deitar. Uma vez que esse comportamento é estabelecido, você reforça comportamentos de modo mais seletivo. Reforçar aproximações sucessivas por fim produz o comportamento desejado. Em outras palavras, o animal aprende a discriminar qual comportamento está sendo reforçado. A modelagem tem sido usada para condicionar animais a realizar proezas incríveis: pombos que jogam tênis de mesa, cães que tocam piano, porcos que fazem tarefas domésticas como pegar roupas e passar aspirador, e assim por diante. Modelagem. Consiste em reforçar comportamentos que são cada vez mais semelhantes ao comportamento desejado. Essa técnica pode ser utilizada para treinar animais a realizar comportamentos extraordinários. Aqui, um cão treinado pratica esqui aquático em um show de barco. Reforço positivo e negativo O reforço sempre incentiva um comportamento. Por meio da administração de um estímulodepois de um comportamento, o reforço positivo aumenta a probabilidade de o comportamento ser repetido. O reforço positivo muitas vezes é chamado de recompensa. “Positivo” simplesmente significa que algo está sendo adicionado, e não que o reforço é bom. Comportamentos recompensados aumentam em frequência, como quando as pessoas trabalham mais em resposta a um elogio ou aumento de salário. Em contraste, o reforço negativo aumenta um comportamento por meio da remoção de um estímulo desagradável. Por exemplo, quando um rato precisa pressionar uma alavanca para desligar um choque elétrico, o ato de pressionar a alavanca foi negativamente reforçado. ”Negativo” significa simplesmente que algo está sendo removido, não que o reforço seja ruim. Punição negativa e positiva A punição reduz a probabilidade de que um comportamento se repita. Isso pode ocorrer por meios positivos ou negativos. Mais uma vez, “positivo” ou “negativo”, aqui, significa se algo foi adicionado ou removido, não se é bom ou ruim. A punição positiva diminui a probabilidade de ocorrência do comportamento por meio da administração de um estímulo. Normalmente, o estímulo na punição positiva é desagradável. Receber um jato de água no rosto e ter alguém gritando seu nome são meios de punição positiva. A punição negativa diminui a probabilidade de ocorrência do comportamento por meio da remoção de um estímulo normalmente agradável. Quando um jovem perde privilégios por dirigir em velocidade excessiva, ele recebeu uma punição negativa. Se esse mesmo jovem receber uma multa, a multa servirá como uma punição positiva. Nesse caso, as formas negativas e positivas de punição podem produzir o mesmo resultado: o jovem terá menos probabilidade de pisar fundo da próxima vez que estiver atrás do volante. Para uma visão geral dos tipos positivo e negativo de reforço e punição. Piaget acreditava que cada fase tinha como base a anterior por meio de dois processos de aprendizagem: a assimilação, em que uma nova experiência é colocada em um esquema existente, e a acomodação em que um novo esquema é criado ou um já existente é drasticamente alterado de modo a incluir novas informações que, de outra maneira, não se encaixariam no esquema. Por exemplo, uma criança de 2 anos vê um dogue alemão e pergunta: “O que é isso?”. O pai responde que é um cachorro. Mas ele não se parece em nada com o chihuahua da família. A criança precisa assimilar o dogue alemão ao esquema de cachorro existente. A mesma criança de 2 anos pode ver uma vaca pela primeira vez e gritar: “Cachorrinho!”. Afinal de contas, a vaca tem quatro patas e pelos e é aproximadamente do mesmo tamanho de um dogue alemão. Assim, com base no esquema de cachorro que a criança desenvolveu, o rótulo “cachorrinho” pode ser considerado lógico. Mas seu pai lhe diz: “Não, querida, isso é uma vaca! Veja, ela não diz ‘au-au!’, diz ‘muu!’, e é muito maior do que um cachorro”. Como a criança não consegue ajustar facilmente essa nova informação ao esquema de cachorro existente usando o processo de assimilação, ela deve agora criar um novo esquema, vaca, por meio do processo de acomodação. Jean Piaget Por meio de observações cuidadosas de crianças pequenas, Jean Piaget (1924) desenvolveu uma influente teoria sobre o desenvolvimento do raciocínio. Muitas das ideias de Piaget têm sido consistentemente consideradas corretas. No entanto, os pesquisadores questionaram algumas de suas afirmações. Um aspecto crucial da pesquisa de Piaget é que ela presta a mesma atenção na maneira como as crianças cometem erros e como obtêm sucesso nas tarefas. Esses erros, ilógicos pelos padrões adultos, fornecem informações sobre como a mente jovem dá sentido ao mundo. Ao analisar sistematicamente o raciocínio das crianças, Piaget desenvolveu a teoria de que elas passam por quatro estágios de desenvolvimento, que refletem diferentes modos de pensar sobre o mundo. Essesestágios são chamados de sensório-motor, pré-operatório, operatório-concreto e operatório-formal. introduziu a ideia de que o desenvolvimento cognitivo ocorre em etapas. Estágios do desenvolvimento cognitivo Do ponto de vista de Piaget, não é que as crianças sabem menos do que os adultos. Em vez disso, as opiniões delas sobre como o mundo funciona são baseadas em diferentes conjuntos de suposições em comparação aos adultos. Pesquisadores contemporâneos argumentam que essa “imaturidade” desenvolvimental no raciocínio nos estágios iniciais têm funções muito importantes para o crescimento da capacidade mental das crianças (Bjorklund, 2007). Piaget propôs que novos esquemas são formados durante cada fase de desenvolvimento. Os esquemas são maneiras de pensar com base na experiência pessoal. Para Piaget, os esquemas são formas organizadas de dar sentido à experiência, e eles mudam conforme a criança aprende novas informações sobre objetos e eventos no mundo. 0-2 anos Sensorio motor E x p l o r a o m u n d o pelos sentidos e ações Olha, escuta, pega, morde, joga. DESENVOLVE Permanência do objeto. Estágios de desenvolvimento cognitivo Piaget 7 - 1 1 a n o s Operatório concreto Conserva e reverte seu pensamento e classificam objetos, pensam logicamente, DESENVOLVE Conservação 1 2 + a n o s Operatório formal Utiliza pensamento abstrato para situação hipotética considera possibilidade lógica DESENVOLVE Lógica abstrata Raciocinio moral 2-7 anos Pré-operatório Representa objetos com palavras ou imagens, usa o raciocíno intuítivo. DESENVOLVE Egocentrismo Faz de conta Estágio sensório motor (do nascimento aos anos) Estágio pré operatório ( - anos) Do nascimento até cerca de 2 anos de idade, de acordo com Piaget, as crianças estão no estágio sensório-motor. Durante esse período, elas estão firmemente situadas no presente e adquirem informações principalmente por meio de seus sentidos e da exploração motora. Assim, a compreensão dos objetos dos bebês muito jovens ocorre quando eles reflexamente reagem ao input sensorial desses objetos. Por exemplo, aprendem sugando um mamilo, agarrando um dedo ou vendo um rosto – ou seja, por meio da percepção e observação dos resultados de suas ações. Eles progridem de reflexivos a refletivos. Em outras palavras, tornam-se capazes de representar mentalmente seu mundo e experiências com esquemas cada vez mais complexos. Conforme as crianças começam a controlar seus movimentos motores, elas desenvolvem seus primeiros esquemas. Esses modelos conceituais refletem os tipos de ações que podem ser executadas em determinados tipos de objetos. Por exemplo, o reflexo de sucção começa como uma reação ao input sensorial do mamilo: as crianças simplesmente respondem reflexamente sugando. Logo elas percebem que podem sugar outras coisas, como uma mamadeira, um dedo, um brinquedo ou um cobertor. Piaget descreveu a sucção de outros objetos como um exemplo de assimilação do esquema de sucção. Mas sugar um brinquedo ou um cobertor não resulta na mesma experiência que a sucção reflexa de um mamilo. A diferença entre essas experiências leva a criança a alterar o esquema de sucção de modo a incluir novas experiências e informações. Em outras palavras, ela deve ajustar continuamente o que entende por sucção. Mas você não pode sugar algo como uma caixa de leite – assim, forma-se um novo esquema das coisas que fornecem o líquido, mas não podem ser sugadas. Esse novo esquema é criado por meio do processo de acomodação. De acordo com Piaget, um conceito cognitivo importante desenvolvido nesse estágio é a permanência do objeto. Esse termo se refere ao entendimento de que um objeto continua existindo mesmo quando está escondido da vista. Piaget observou que até os 9 meses, a maior parte das crianças não procura por objetos escondidos debaixo de um cobertor. Por volta dos 9 meses, elas vão procurar. Ainda assim, suas habilidades de busca têm limites. No estágio pré-operatório, de acordo com Piaget, as crianças podem começar a pensar em objetos que não estão sob sua vista imediata e desenvolvem modelos conceituais de como o mundo funciona. Durante essa fase, elas começam a pensar simbolicamente. Por exemplo, podem fingir que um graveto é uma espada ou uma varinha mágica. Piaget acreditava que o que as crianças não podiam fazer nessa fase era pensar “operacionalmente”. Ou seja, não eram capazes de imaginar os desfechos lógicos de realizar determinadas ações em determinados objetos. Não baseavam seu raciocínio na lógica. Em vez disso, executavam um raciocínio intuitivo baseado em aparências superficiais. Por exemplo, as crianças nesse estágio não têm compreensão da lei da conservação da quantidade: mesmo quando a aparência de uma substância muda, a sua quantidade pode permanecer inalterada. Se você derramar um copo de água baixo e largo em um copo alto e fino, você sabe que a quantidade de água não muda. No entanto, se você perguntar a crianças no estágio pré-operatório qual copo contém mais água, elas vão pegar o copo alto e fino, porque a água está em um nível mais alto. As crianças cometerão esse erro mesmo quando virem alguém colocar a mesma quantidade de água em cada copo ou verterem o líquido elas mesmas. Elas são enganadas pela aparência de uma linha de água mais elevada. Não são capazes de raciocinar como o diâmetro mais fino do copo mais alto leva o nível da água a ter uma aparência mais alta. Acredita-se que essa falta de habilidades de conservação seja decorrente de uma limitação cognitiva-chave do período pré-operatório: a centração. Essa limitação ocorre quando uma criança pré-escolar não é capaz de pensar em mais de um detalhe de uma tarefa de resolução de problemas de uma vez. A criança “centra-se” apenas em um detalhe ou aspecto do problema, limitando a sua capacidade de pensar logicamente. Piaget acreditava que outra limitação cognitiva característica do período pré-operatório era o egocentrismo. Esse termo se refere à tendência das crianças pré-operatórias de ver o mundo por meio de suas próprias experiências. São capazes de entender como os outros se sentem e têm a capacidade de se preocupar com os outros. Contudo, tendem a se envolver em processos de raciocínio que giram em torno de suas próprias perspectivas. Por exemplo, uma criança de 3 anos pode brincar de esconde-esconde ficando ao lado de uma grande árvore e fechando os olhos. A criança acredita que, se ela não pode ver as outras pessoas, estas não podem vê-la. Em vez de ver esse raciocínio egocêntrico como uma limitação, os estudiosos modernos concordam com Piaget de que tais habilidades “imaturas” preparam as crianças para tomar ciência de seu entorno imediato e aprender o máximo possível sobre como suas próprias mentes e corpos interagem com o mundo. Um foco egocêntrico a impede de tentar expandir seus esquemas antes de entender todas as complexas informações dentro de sua própria experiência (Bjorklund, 2007). TEORIA DA MENTE Os seres humanos têm uma habilidade inata para compreender que os outros têm mentes e que essas mentes têm desejos, intenções, crenças e estados. As pessoas também são capazes de formar, com algum grau de precisão, teorias sobre quais são esses desejos, intenções, crenças e estados mentais. David Premack e Guy Woodruff (1978) cunharam o termo teoria da mente para descrever essa capacidade. Ao lidar com outras pessoas, tentamos reconhecer o estado mental de cada uma delas. Ou seja, podemos inferir o que alguém está sentindo ou pensando. A partir dessa inferência, podemos antecipar o comportamento da outra pessoa. Prever o comportamento da outra pessoa com base no estado mental da pessoa constitui a teoria da mente. Até o final do segundo ano de vida, talvez mesmo com 13 a 15 meses de idade, as crianças tornam-se muito boas em ler intenções (Baillargeon, Li, Ng, & Yuan, 2009). Em outras palavras, mesmo que crianças em idade pré-escolar tendam a se comportar de maneira egocêntrica e ver o mundo por meio de suas próprias perspectivas, as evidênciassugerem que elas têm as habilidades cognitivas para entender as perspectivas dos outros. A compreensão de estados mentais complexos, como o de que as pessoas podem ter crenças falsas, se desenvolve mais tarde na infância. Teo ria da Mente Estágio operatório-concreto ( - anos) Estágio operatório-formal ( anos a idade adulta) Por volta dos 7 anos de idade, de acordo com Piaget, as crianças entram no estágio operatório-concreto. Elas permanecem nessa fase até a adolescência. Piaget acreditava que os seres humanos não desenvolvem a lógica até que começam a realizar operações mentais. O primeiro estágio consiste na realização de operações mentais com objetos concretos reais. Uma operação clássica é uma ação que pode ser desfeita, como acender e apagar uma luz. Enquanto uma criança pré-operatória carece de raciocínio lógico, uma operatória-concreta é capaz de pensar logicamente sobre objetos reais. Segundo Piaget, a capacidade de compreender que uma ação é reversível possibilita que as crianças comecem a compreender conceitos como a conservação da quantidade. As crianças desse período não são enganadas por transformações superficiais na aparência do líquido em tarefas de conservação. Elas são capazes de raciocinar logicamente sobre o problema, e começam a entender com muito mais profundidade como as outras pessoas veem o mundo e se sentem em relação às coisas. Embora esse desenvolvimento seja o começo do raciocínio lógico, Piaget acreditava que as crianças nesse estágio raciocinavam apenas sobre coisas concretas (objetos que podem atuar no mundo). Elas ainda não têm a capacidade de raciocinar abstratamente, ou hipoteticamente, sobre o que poderia ser possível. Piaget acreditava que, depois dos aproximadamente 12 anos de idade, os indivíduos eram capazes raciocinar de maneira sofisticada, abstrata. Assim, o estágio operatório-formal é o estágio final do desenvolvimento cognitivo em Piaget. As operações formais envolvem um raciocínio crítico. Esse tipo de raciocínio é caracterizado pela capacidade de formar uma hipótese sobre algo e testá-la por meio da lógica dedutiva. Envolve também o uso de informações para sistematicamente encontrar respostas para os problemas. Piaget inventou uma maneira de estudar essa capacidade. Ele deu a adolescentes e crianças menores quatro frascos com líquido incolor e uma garrafa de líquido colorido. Em seguida explicou que o líquido colorido poderia ser obtido pela combinação de dois dos líquidos incolores. Observou que os adolescentes foram sistematicamente capazes de tentar combinações diferentes para obter o resultado correto. As crianças mais jovens apenas combinavam aleatoriamente os líquidos. Os adolescentes eram capazes de formar hipóteses e sistematicamente testá-las. Eram capazes de considerar noções abstratas e pensar sobre muitos pontos de vista de uma só vez. Quanto você acha que bebês e crianças pequenas sabem sobre contagem e outras operações matemáticas? Piaget acreditava que as crianças não entendem os números e, portanto, devem aprender a contagem e outras habilidades relacionadas com números por meio da memorização. Para alguns de seus experimentos nessa área, ele mostrou duas fileiras de bolas de gude para crianças de 4 a 5 anos de idade. Ambas as fileiras tinham a mesma quantidade de bolas de gude, mas, em uma delas, as bolas estavam mais afastadas entre si. As crianças, em geral, disseram que a linha mais longa tinha mais bolas. Piaget concluiu que elas entendem a quantidade – os conceitos de mais do que e menos do que – em termos de comprimento. Ele concluiu que as crianças não entendiam a quantidade em termos de números. Desafiando a ideia de Piaget, Jacques Mehler e Tom Bever (1967) argumentaram que crianças de menos de 3 anos de idade podiam compreender os conceitos de mais do que e menos do que. Para demonstrar seu ponto, eles inteligentemente repetiram o experimento de Piaget usando doces M&M. Eles mostraram às crianças duas fileiras de quatro M&M cada e perguntaram se as fileiras eram iguais. Quando as crianças diziam que sim, os pesquisadores então transformavam as fileiras. Por exemplo, acrescentavam dois doces na segunda fileira, mas a comprimiam deixando-a mais curta do que a fileira com menos doces. Em seguida, pediam às crianças que escolhessem a fileira que queriam comer. Mais de 80% escolhiam a fileira com mais M&M, apesar de a fileira ser visualmente mais curta. Desafios a teoria de Piaget Piaget revolucionou a compreensão do desenvolvimento cognitivo e estava certo sobre muitas coisas. Por exemplo, as crianças aprendem sobre o mundo por meio da exploração sensório-motora. Além disso, as pessoas passam do raciocínio ilógico intuitivo a uma compreensão mais lógica do mundo. Contudo, Piaget também acreditava que, conforme as crianças progrediam ao longo de cada estágio, todas usavam o mesmo tipo de lógica para resolver problemas. Sua estrutura, assim, deixa pouco espaço para diferentes estratégias ou habilidades cognitivas entre indivíduos ou entre culturas. O trabalho do contemporâneo de Piaget, Lev Vygotsky, enfatizou as relações sociais sobre os objetos no raciocínio sobre o desenvolvimento cognitivo. Vygotsky focou no papel do contexto social e cultural no desenvolvimento da cognição e linguagem. De acordo com o autor, os seres humanos são únicos porque usam símbolos e ferramentas psicológicas – como a fala, a escrita, os mapas, a arte e assim por diante – por meio dos quais eles criam a cultura. A cultura, por sua vez, determina o que as pessoas precisam aprender e os tipos de habilidades que precisam desenvolver. Cultura e aprendizagem. As pessoas nas culturas ocidentais tecnológicas podem aprender informações diferentes. Cultura e aprendizagem. Ou enfatizar habilidades distintas do que as pessoas em culturas não ocidentais, não totalmente tecnológicas Compreensão das leis da natureza: Matemática 1 Mostraram a uma cr iança de 4 anos duas fileiras de bolas de gude. Cada fileira t i n h a a m e s m a q u a n t i d a d e d e b o l a s , m a s em uma f i le ira as bolas estavam mais distantes umas das outras. 2 Quando perguntada qual fileira tinha ma is bo las de gude , a cr iança de 4 a n o s d i z i a q u e e r a a f i l e i r a m a i s l o n g a . 1 M o s t r a r a m - s e a u m a c r i a n ç a d e 3 anos duas fileiras de doces M&M. Uma fileira tinha mais doces, mas e l e s e s t a v a m m a i s c o n d e n s a d o s . 2 Q u a n d o p e r g u n t a d a q u a l f i l e i r a e l a quer ia comer , a cr iança de 3 anos escolhia a fileira com mais doces, embora fosse mais curta. Social Media Monitoramento de Redes Sociais Criação de Conteúdo e Artes para Redes Sociais Logo Marca + Identidade Visual Express Resumos e Mapas Mentais Interativos Apresentação em Power Point
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