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CCUURRSSOO OONN--LLIINNEE –– DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL –– TTEEOORRIIAA EE EEXXEERRCCÍÍCCIIOOSS 
PP// RREECCEEIITTAA FFEEDDEERRAALL 
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11 
AULA 04 
 
FATOS E ATOS JURÍDICOS 
 
= SEGUNDA PARTE = 
 
Meus Amigos e Alunos. 
Iniciamos hoje mais uma etapa em nossos estudos. Marchamos para a 
parte final de nosso curso. Esta é a nossa penúltima aula. Portanto, recebam 
todos, antecipadamente, um grande abraço, como se eu estivesse aí com vocês. 
Desejo tudo de bom para vocês. Muitas ALEGRIAS e SUCESSO nesta 
empreitada que vocês se propuseram, com muita tranquilidade e paz durante os 
estudos e na hora da realização das provas. 
Bem... como vimos na aula anterior, Fato Jurídico é aquele que a lei 
atribui alguns efeitos. Ele pode ser dividido em Fato Natural e Fato Humano. Já 
analisamos o Fato Jurídico Natural (também chamado de Fato Jurídico em 
Sentido Estrito), sua classificação, a Prescrição e a Decadência, etc. Na aula de 
hoje vamos nos ater ao Fato Jurídico Humano, que é o acontecimento que 
depende da vontade humana (há quem diga que o termo ‘vontade humana’ 
seria uma redundância, pois somente o homem teria ‘vontade’; no entanto o 
termo tem sido aceito normalmente), abrangendo tanto os atos lícitos como os 
também ilícitos. 
Eu diria que a aula de hoje é mais “light” do que a anterior; ela é menos 
teórica. É mais dinâmica e estaremos diante de muitos casos que vivenciamos 
em nosso dia a dia. Portanto, antes de começar a aula propriamente dita eu 
sempre relembro meus alunos que este é um curso preparatório para o 
AFRF/2009. Assim, não devemos nos perder em detalhes, em episódios que 
podem ocorrer em nossas vidas e em casos particulares, mas que não trazem 
nenhuma repercussão para a nossa prova. Portanto o importante é conhecer 
cada um dos institutos e suas peculiaridades. 
No entanto, se por um lado esta aula é bem mais dinâmica e menos 
teórica, por outro lado é bem mais longa... 
Vamos então que interessa. 
Como vimos, o Fato Jurídico Humano (aquele que depende da vontade 
do ser humano) também pode ser subdividido em Ato Jurídico (em sentido 
amplo) e Ato Ilícito. A consequência da prática de um ato lícito é a obtenção de 
um direito. Já a prática do ato ilícito gera o dever de reparar os danos. Vamos 
analisar as particularidades de cada item desta subdivisão: 
 
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1) ATO JURÍDICO EM SENTIDO AMPLO (também chamado pela 
doutrina de Ato Jurídico Voluntário). Pode ser classificado em: 
 
a) Ato Jurídico em Sentido Estrito (ou meramente lícitos) ⎯ quando se 
tem por objetivo a mera realização da vontade do agente. Exemplos: o 
reconhecimento de um filho, a fixação de domicílio, o perdão, a confissão, 
etc. A vontade é importante para a realização do ato, mas não quanto à 
produção dos efeitos desde ato, pois os efeitos decorrem da lei. Caso esta a 
explicação não tenha ficado claro, não se preocupem... mais abaixo vamos 
pormenorizar melhor este item. 
 
b) Negócio Jurídico ⎯ quando se procura criar normas para regular 
interesses das partes, harmonizando vontades que aparentam ser 
antagônicas e que se subordinam às disposições comuns. A ação humana 
visa alcançar uma finalidade específica. Exemplos: um contrato (de locação, 
de compra e venda, etc.), um testamento, a adoção, etc. Observem que em 
todos este atos os efeitos são os desejados pelas partes. 
 
2) ATO ILÍCITO (também chamado de Fato Jurídico Involuntário) ⎯ 
quando a conduta (consciente e voluntária) do ser humano transgride um dever 
jurídico, acarretando consequências jurídicas alheias à vontade do agente, como 
a reparação do dano (que veremos na próxima aula, oportunidade em que 
também analisaremos a Responsabilidade Civil). O ato ilícito, embora seja um 
fato jurídico (pois causa repercussão no direito) não é ato jurídico, pois a 
característica essencial do ato jurídico é que este tem de ser lícito. O ato ilícito, 
ao invés de direitos, cria deveres (indenização, reparação do dano). 
Vamos, então, analisar o ato jurídico em sentido estrito e o negócio 
jurídico, que são espécies do gênero ato jurídico em sentido amplo. Lembrando 
que negócio jurídico é o tema mais importante, conforme veremos. 
ATO JURÍDICO EM SENTIDO ESTRITO 
Como vimos acima, no Ato Jurídico em Sentido Estrito há uma 
realização de vontade do agente, mas as suas consequências são as previstas 
em lei e não as que porventura queiram as partes. Por isso ele é pobre em 
conteúdo. Quem pratica um ato jurídico em sentido estrito obtém apenas o 
efeito já preestabelecido na lei e não os desejados pelas partes interessadas. 
O exemplo clássico é o reconhecimento de um filho. Digamos que uma 
pessoa (“A”) teve um relacionamento amoroso fora do casamento. Desse 
relacionamento nasceu um filho (“B”). “A” quer apenas reconhecer “B” como seu 
filho. Mas ao reconhecê-lo como tal, independentemente da sua vontade (e 
também da vontade do filho), surgem diversos efeitos legais, obrigatórios, 
como o direito ao nome, poder familiar, obrigação de prestar alimentos, direitos 
sucessórios, etc. Assim, reconhecido um filho, os efeitos decorrentes do ato 
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não dependem da vontade da pessoa que fez o reconhecimento, mas sim da lei. 
Por tal motivo, não se pode reconhecer um filho sob condições, a termo ou com 
encargos. 
Vamos supor que no exemplo dado, o pai reconhece o filho, mas faz 
algumas ressalvas: eu quero reconhecê-lo como meu filho, mas... eu sou 
casado... tenho outros filhos com minha esposa... não gostaria que esta pessoa 
reconhecida fosse meu herdeiro... (Pergunto: isso pode?) Mais... também não 
gostaria que esta pessoa tivesse o meu nome... afinal de contas é um filho 
havido fora do casamento.... (Pergunto: isso pode?) E mais... além disso... não 
gostaria de ter que pagar a pensão alimentícia... Mas o resto eu aceito... 
(Pergunto novamente: isso pode? Aliás... o que seria este “resto”?). Resposta a 
todas as indagações: NÃO!!!. Lógico que o pai não pode fazer isso. Uma vez 
reconhecido um filho, o pai não pode dizer que não deseja que ele seja seu 
herdeiro, ou que não tenha o seu nome, ou se escuse de pagar a pensão 
alimentícia. Como vimos, a situação “reconhecer um filho”, traz como 
consequências legais e obrigatórias todos aqueles efeitos acima citados. O pai 
pode desejar ou não aqueles efeitos. Tanto faz... Os efeitos ocorrerão, 
independentemente da vontade do agente, pois eles são impostos pela lei. 
Outro exemplo: quando uma pessoa notifica outra, obtém o efeito previsto 
na lei de constituir o devedor em mora. Querendo ou não este efeito. Isto é, 
mesmo que o notificante não queira este efeito, ele ocorre independentemente 
de sua vontade. 
Resumindo: O Ato Jurídico em Sentido Estrito é o que gera 
consequências jurídicas previstas em lei, independentemente da vontade das 
partes interessadas, não havendo regulamentação da autonomia privada. 
A doutrina acrescenta que estes atos são unilaterais, ou seja, basta uma única 
manifestação de vontade para que se tornem perfeitos. 
NEGÓCIO JURÍDICO 
Conceito 
Negócio Jurídico é uma espécie do gênero ato jurídico em sentido 
amplo. É o ato destinado à produção de efeitos jurídicos, desejados pelo 
agente e tutelados pela lei. É toda ação humana, de autonomia privada, com 
o qual o particular regula por si os próprios interesses, havendo uma 
composição de interesses. 
Objeto 
O exemplo clássico de Negócio Jurídicoé o contrato. Qualquer tipo de 
contrato. Num contrato as partes contratantes acordam que devem conduzir-se 
de determinado modo, uma em face da outra. Vamos tomar como exemplo um 
contrato de locação. Nele, uma das partes se compromete a fornecer a outra, 
durante certo lapso de tempo, o uso e gozo de uma coisa infungível. Por outro 
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lado a outra parte se obriga a remunerar este uso. Trata-se do aluguel. Os 
efeitos deste negócio devem ser totalmente previstos e desejados pelas 
partes. Qual o valor da locação? Qual o prazo da locação? Qual o dia que deve 
ser efetuado o pagamento? Qual o local em que o pagamento vai ser efetuado? 
O locatário deve pagar o IPTU? E o condomínio do prédio? Quais as obrigações 
de cada parte durante o contrato? Todos estes itens (entre outros) são os 
efeitos do contrato. Todos eles podem ser “negociados” entre os contratantes 
(ao menos em tese). E, como regra, eles devem estar previstos e devem ser 
desejados pelas partes interessadas. Guardadas as devidas proporções, o 
mesmo também pode ocorrer em um contrato de compra e venda. E em todos 
os contratos de uma maneira geral. Assim, Negócio Jurídico é o principal 
instrumento que as pessoas têm para realizar seus interesses. 
Lembrem-se de que o contrato é apenas uma das várias espécies de 
Negócio Jurídico. Aliás, o contrato é um Negócio Jurídico Bilateral. No entanto, o 
Negócio Jurídico também pode ser Unilateral. Neste caso o exemplo clássico é o 
testamento. Quais os efeitos de um testamento? – Resposta: Tudo aquilo que o 
testador desejar (desde que não contrarie a lei, a moral e os bons costumes)! 
Ocorre que o testamento, embora possa se produzir os mais diversos e variados 
efeitos, funciona apenas a vontade do testador, daí ele ser unilateral 
(diferentemente de um contrato, em que se leva em consideração a vontade de 
ambos os contratantes). 
DISTINÇÃO – Negócio Jurídico e Ato Jurídico em Sentido Estrito 
Vamos reforçar a idéia: não devemos confundir negócio jurídico com o ato 
jurídico em sentido estrito. Ambos decorrem de uma manifestação de vontade. 
No entanto no ato jurídico em sentido estrito o efeito da manifestação da 
vontade está previsto na lei e não pode ser alterado. Este não é exercício de 
autonomia privada. Logo, o interesse objetivado não pode ser regulado pelo 
particular e a sua satisfação se concretiza no modo determinado pela lei. Já no 
negócio jurídico, o efeito da manifestação da vontade é o desejado pelas partes; 
o fim procurado pelas partes baseia-se na autonomia da vontade privada. O 
negócio leva em consideração o fim procurado pela parte (ou partes) e a esse 
fim a ordem jurídica adapta os efeitos. Resumindo de forma bem objetiva: no 
Ato Jurídico em Sentido Estrito a pessoa pratica uma conduta e os efeitos desta 
conduta são automáticos, independente da vontade de quem o pratica; já no 
Negócio Jurídico a pessoa pratica uma conduta e os efeitos da conduta são os 
desejados pelas partes. 
CLASSIFICAÇÃO DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS 
 Existe uma vasta classificação dos Negócios Jurídicos. Levando-se em 
consideração o que tem caído nos concursos públicos e segundo a melhor 
doutrina sobre o tema (embora não haja uma uniformidade), classificamos os 
Negócios Jurídicos em: 
A) Quanto ao número de manifestações de vontade: 
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1) Unilaterais – quando a declaração de vontade emana de uma ou mais 
pessoas, mas na mesma direção colimando um único objetivo. Ou seja, o ato se 
aperfeiçoa com uma única manifestação de vontade; havendo apenas um polo 
na relação jurídica. Exemplos: testamento, renúncia, desistência, promessa de 
recompensa, confissão de dívida, instituição de uma fundação, etc. Eles podem 
ser subdivididos em: 
a) Receptícios – quando a declaração tem de se tornar conhecida do 
destinatário para produzir os efeitos. Exemplo: a revogação de mandato (ou 
seja, de uma procuração) – se eu revogo uma procuração eu devo comunicar 
isso à pessoa a quem eu outorguei os poderes. Percebam que o ato é unilateral 
(pois a revogação só depende da minha vontade), mas eu devo comunicar a 
minha decisão à outra parte para gerar efeitos jurídicos (por isso o ato é 
chamado de receptício). Um outro exemplo: a escolha nas obrigações 
alternativas. Alguns contratos possuem um duplo objeto alternativo: eu posso 
escolher uma coisa ou outra. Mas esta minha escolha deve ser comunicada à 
outra parte para surtir efeitos. 
b) Não-receptícios – quando o conhecimento do fato por parte da outra 
pessoa é irrelevante. Exemplo: um testamento – quando eu faço o meu 
testamento, nada mais precisa ser feito; não preciso comunicar ninguém desse 
fato, nem mesmo os beneficiados pelo testamento. Outro exemplo: renúncia de 
herança – basta que eu renuncie à herança de forma expressa. Não é necessário 
que os demais interessados na herança sejam comunicados deste fato para que 
o ato seja válido e operante. 
2) Bilaterais – quando a declaração de vontade emana de duas 
manifestações de vontade, em sentido oposto, mas coincidentes sobre o objeto 
(consentimento mútuo ou acordo de vontades). Neste caso há dois polos na 
relação jurídica. Exemplos: perdão (“A” pode perdoar “B”; mas este perdão 
somente surtirá efeitos se “B” aceitar o perdão); contratos como a compra e 
venda (comprador e vendedor), ou a locação (locador e locatário), etc. Podem 
ser subdivididos em: 
a) simples – quando somente uma das partes aufere vantagens, 
enquanto a outra arca com os ônus (ex: doação). 
b) sinalagmáticos – quando há uma reciprocidade de direitos e 
obrigações para as partes (gera obrigações para ambas), estando elas em 
situação de igualdade (ex: compra e venda, locação, etc.). 
3) Plurilaterais – contratos que envolvem mais de duas partes. 
Exemplos: contrato de sociedade com mais de dois sócios, consórcios de bens 
móveis e imóveis, etc. 
B) Quanto às vantagens: 
1) Gratuito – só uma das partes aufere vantagem. A pessoa assume 
determinada obrigação sem aguardar qualquer espécie de contraprestação. São 
atos de liberalidade. Exemplo: doação simples. 
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2) Oneroso – ambos os contratantes possuem ônus e vantagens 
recíprocas. A pessoa somente assume a obrigação por esperar em contrapartida 
a outra obrigação. Exemplos: locação, compra e venda, etc. Os contratos 
onerosos se dividem em: 
a) comutativos – as prestações de cada um dependem de um 
acontecimento certo e determinado. 
b) aleatórios – há uma incerteza em relação às vantagens e sacrifícios 
das prestações; depende de um acontecimento incerto, havendo, 
portanto, um risco (ex: o contrato de seguro, para a seguradora é 
aleatório, pois o pagamento ou não da indenização depende de um fato 
específico previsto no contrato – o sinistro). 
Obs: Todo negócio oneroso é bilateral, pois a prestação de uma das partes 
envolve uma contraprestação. Mas nem todo ato bilateral é oneroso. Exemplo: 
doação pura e simples é negócio bilateral (possui duas vontades: doador e 
donatário), porém gratuito. 
C) Quanto ao tempo em que devam produzir efeitos: 
1) Inter vivos – destinados a produzir efeitos durante a vida dos 
interessados. Exemplos: locação, compra e venda, mandato, casamento, etc. 
2) Causa mortis – somente produz efeitos (criando o direito) após a 
morte dodeclarante. Exemplos: testamento, codicilo (que é uma disposição de 
última vontade de pequenas coisas, como um anel, roupas, etc.), etc. 
Obs: O contrato de seguro (ao contrário do que parece) é um negócio jurídico 
inter vivos, sendo que o evento morte funciona apenas como um termo. 
D) Quanto a seus efeitos: 
1) Constitutivos – se sua eficácia se opera ex nunc (ou seja, se efetiva a 
partir do momento da conclusão do negócio). Exemplos: contrato de compra e 
venda. 
2) Declarativos – se sua eficácia é ex tunc (ou seja, se efetiva a partir 
do momento em que se operou o fato a que se vincula a declaração de vontade, 
retroagindo no tempo). Exemplos: divisão de condomínio, reconhecimento de 
filho, etc. 
Observação - Ainda na aula de hoje falarei mais sobre esses efeitos – ex tunc e 
ex nunc. Estas expressões em latim merecem uma atenção toda especial da 
nossa parte (não só no Direito Civil, mas no Direito como um todo). Aguardem 
um pouco mais que tudo irá ficar ainda mais claro sobre estas importantes 
expressões. 
E) Quanto à subordinação: 
1) Principais – são aqueles que têm existência própria e não dependem 
de qualquer outro. Exemplos: compra e venda, locação, doação, etc. 
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2) Acessórios – são aqueles que têm a sua existência subordinada à de 
um contrato principal. Exemplo clássico: fiança. A fiança só existe por causa de 
um contrato principal; ela não tem existência jurídica autônoma (lembrem-se da 
regra: “o acessório segue o principal”). Se eu sou o locador de um imóvel, quero 
que o locatário (inquilino) apresente um fiador, que ficará responsável pelo 
pagamento da dívida, caso o locatário não cumpra com a obrigação. Logo o 
contrato de locação é o principal e a fiança é o contrato acessório, que somente 
existe por causa do principal. Outro exemplo: cláusula penal (que é a multa que 
pode ser pactuado no contrata, caso este não seja cumprido). 
F) Quanto às formalidades: 
1) Solenes (formais) – obedecem a uma solenidade especial, a uma 
forma prescrita em lei para se aperfeiçoarem. Exemplos: casamento, 
testamento, etc. Em alguns casos a formalidade é a própria essência do ato, 
como a escritura pública de compra e venda de imóvel acima de certo valor (art. 
108, CC). 
2) Não solenes (forma livre) – a lei não exige formalidades para seu 
aperfeiçoamento, podendo ser celebrado por qualquer forma, inclusive verbal. 
Exemplos: locação, compra e venda de bens móveis, etc. Em regra os contratos 
têm forma livre, salvo exceções expressas na lei. 
G) Quanto às pessoas: 
1) Impessoais – independe de quem sejam as partes e de eventual 
qualidade especial destas para a prática do ato. Exemplo: contrato uma pessoa 
para pintar um muro (qualquer pessoa pode pintar um muro; não há uma 
habilidade especial para isso). 
2) Intuitu personae – o ato se realiza em função das qualidades 
especiais de uma pessoa. Exemplo: desejo ser operado por cirurgião de minha 
confiança; desejo ser defendido no Tribunal do Júri pelo advogado “X”; quero 
que o famoso pintor “Z” pinte um quadro para mim, etc. 
H) Quanto à causa: 
1) Causais – estão vinculados a uma causa. Exemplo: o registro da 
escritura de um imóvel está sempre ligado à existência da escritura de compra e 
venda deste imóvel; se a compra e venda for defeituosa, o registro também o 
será. 
2) Abstratos – estão desvinculados de qualquer outro negócio. Exemplo: 
compro uma casa pagando com um cheque; a emissão deste é desvinculada; se 
a compra e venda for considerada nula, o cheque continuará valendo, 
principalmente se estiver nas mãos de terceiros. 
Obs: Como podemos perceber, um mesmo negócio jurídico pode se enquadrar 
em mais de uma categoria de classificação, sem que haja incompatibilidade 
nisso. 
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ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO NEGÓCIO JURÍDICO 
Alguns elementos do negócio jurídico são chamados de essenciais 
porque constituem elementos de existência e validade. Se o negócio possui 
tais elementos ele será válido e produzirá efeitos. Se faltar alguns desses 
elementos o negócio será inválido e não produzirá efeitos. Já outros elementos 
são chamados de acidentais, pois são requisitos de eficácia do negócio. Neste 
momento inicial vamos apresentar apenas um gráfico para melhor classificar os 
elementos constitutivos. Depois vamos analisar cada um destes elementos 
detidamente. 
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS 
 I – Elementos Essenciais – são os dizem respeito à existência e 
validade do Negócio Jurídico, dando-lhe a estrutura e a substância. 
A) Gerais – porque eles são comuns a todos os negócios. Vamos 
enumerá-los: 
1) Capacidade das Partes. 
2) Objeto Lícito, Possível, Determinado ou Determinável. 
3) Consentimento (vontade). 
B) Especiais – porque dizem respeito à forma prescrita ou não defesa 
em lei. São aplicáveis apenas a alguns negócios. 
II – Elementos Naturais – são os efeitos ou as consequências 
decorrentes do próprio Negócio Jurídico. 
 III – Elementos Acidentais – são elementos facultativos; podem ou não 
ser estipulados e dizem respeito, não à existência ou validade propriamente dita 
do Negócio Jurídico, mas sim a sua eficácia. 
 1) Condição. 
 2) Termo. 
 3) Modo ou Encargo. 
 
I – ELEMENTOS ESSENCIAIS GERAIS 
Segundo a doutrina, antes da análise dos elementos de validade (art. 104, 
CC) é necessária a presença dos pressupostos de existência do Negócio 
Jurídico. Estes não estão previstos na lei, sendo uma construção doutrinária: 
a) Objeto Idôneo – o objeto deve ser apto a celebrar o negócio jurídico 
desejado; se ele for fisicamente impossível (ex: vender um terreno na Lua), 
conduzirá à inexistência do negócio. 
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b) Vontade Humana – para que haja o negócio jurídico é imprescindível a 
declaração de vontade humana. Como veremos adiante, se houver uma coação 
física irresistível, a vítima não está realizando a sua vontade, mas a vontade do 
coator. 
Já os elementos de validade do negócio jurídico estão previstos na lei 
(art. 104, CC). São eles: capacidade das partes (elemento subjetivo), objeto 
lícito, possível, determinado ou determinável (elemento objetivo) e forma 
prescrita ou não defesa em lei. A doutrina ainda acrescenta o consentimento 
(vontade). A capacidade, o objeto e a vontade são chamados de elementos 
gerais, porque são elementos comuns a todos os Negócios Jurídicos. Já a forma 
é elemento especial, pois diz respeito apenas alguns negócios. Nem todos os 
Negócios Jurídicos exigem uma forma especial. Por isso vamos analisamos a 
forma em um item autônomo. Por enquanto, vamos nos ater aos Elementos 
Essenciais Gerais. 
A) CAPACIDADE DO AGENTE 
Se todo negócio jurídico pressupõe uma declaração de vontade, a 
capacidade do agente é indispensável, pois é a aptidão para intervir nos 
negócios jurídicos. Trata-se da capacidade de fato ou de exercício (pessoa 
dotada de consciência e vontade reconhecida pela lei como apta a exercer todos 
os atos da vida civil), já analisada anteriormente. Os arts. 3o e 4o do Código Civil 
apresentam o rol das pessoas absoluta ou relativamente incapazes. Já 
analisamos quem podem ser estas pessoas. Se alguém ficou com alguma 
dúvida, retorne a aula sobre Pessoas Naturais. É imprescindível o conhecimento 
dessa matéria para a compreensão do que falaremos a seguir.No caso de eventual incapacidade, esta deverá ser suprida pelos meios 
legais. Enquanto os absolutamente incapazes são representados em seus 
interesses por seus pais, tutores e curadores, os relativamente incapazes 
(embora já possam participar pessoalmente dos negócios jurídicos) devem ser 
assistidos pelas pessoas a quem a lei determinar. O ato praticado pelo 
absolutamente incapaz sem representação é nulo. Já o ato realizado pelo 
relativamente incapaz sem assistência é anulável. Ainda hoje veremos a 
distinção entre o ato nulo e o anulável. Lembrando que o vício da incapacidade é 
um instrumento que age a favor do incapaz, para protegê-lo. 
Incapacidade 
• Absolutamente incapazes (art. 3o, CC) devem ser representados → 
falta de representação → Negócio Jurídico Nulo (art. 166, I, CC). 
• Relativamente incapazes (art. 4o, CC) devem ser assistidos → falta de 
assistência → Negócio Jurídico Anulável (art. 171, I, CC). 
É interessante acrescentar que o art. 105, CC determina que a 
incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em 
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benefício próprio, nem aproveita aos outros interessados. Isto porque a intenção 
da lei é proteger o incapaz contra a maior experiência e má-fé de terceiros que 
desejam tirar proveito desta situação. Assim não pode uma pessoa capaz 
realizar um negócio com um incapaz e ele próprio (o capaz) requerer a 
invalidade do negócio com fundamento de que a outra parte é incapaz. A 
incapacidade é uma exceção (forma de defesa) pessoal. Por isso somente pode 
ser alegada pelo próprio incapaz ou seu representante legal. Mas, como quase 
tudo, aqui também tem exceção à regra. Se a obrigação for indivisível (ex: 
entregar um cavalo), mesmo que as demais partes forem capazes, não será 
possível separar o interesse dos contratantes. Neste caso, a incapacidade de um 
deles poderá tornar anulável o ato praticado, mesmo que o vício tenha sido 
alegado por uma pessoa capaz. Portanto, nesta hipótese, o vício se estenderá 
para toda a obrigação, sendo o negócio anulado. 
Recordando sobre a Pessoa Jurídica. Ela deve ser representada por 
uma Pessoa Física (ou Natural) ativa e/ou passivamente, exteriorizando sua 
vontade, nos atos judiciais ou extrajudiciais. Ou seja, é necessário que haja uma 
Pessoa Física para assumir os compromissos e assinar os contratos dessa 
Pessoa Jurídica. De uma forma geral esta Pessoa Física deve exprimir a vontade 
da Pessoa Jurídica; deve executar os seus objetivos. E em regra essa pessoa é a 
indicada no ato constitutivo (ou seja, no estatuto ou no contrato social) da 
Pessoa Jurídica. Na sua omissão, a representação será exercida por seus 
diretores. Trata-se, assim, de uma representação imprópria. 
Representação 
Os artigos de 115 a 120 CC tratam da representação. Esta é uma 
relação jurídica pela qual certa pessoa se obriga diretamente perante terceiro, 
através de ato praticado em seu nome por um representante. O art. 115, CC 
delimita as situações possíveis para a sua realização: conferido por lei ou pelo 
próprio interessado (mandato). Assim, são espécies de representantes: 
a) Legais – a própria norma jurídica confere poderes para uma pessoa 
administrar bens alheios; servem aos interesses do incapaz. Exemplos: pais, 
tutores e curadores, em relação aos bens dos filhos, tutelados e curatelados. 
b) Judiciais – são as pessoas nomeadas pelo Juiz para exercer certo 
cargo em um determinado processo. Exemplos: administrador judicial de uma 
falência, inventariante, etc. 
c) Convencionais – são aqueles que tem um mandato, expresso ou 
tácito, verbal ou escrito do representado. Exemplos: procuração outorgada 
(fornecida) a um advogado para patrocinar um processo judicial. Somente nesta 
espécie de representação é possível o substabelecimento. Substabelecer 
significa transferir a uma outra pessoa os poderes que o mandatário recebeu do 
mandante. Exemplo: “A” (representado ou mandante) outorgou poderes para 
“B” (representante ou mandatário) realizar um negócio perante “C”. Como “B” 
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não também poderá realizar este negócio neste dia, transferiu os poderes que 
recebeu para “D”. 
O representante deve provar às pessoas com quem tratar (em nome do 
representado) a sua qualidade e a extensão de seus poderes, sob pena de não o 
fazendo, responder pelos atos que excederem à representação. Prevê o art. 
116, CC que a manifestação de vontade pelo representante, ao efetivar um 
negócio em nome do representado, nos limites dos poderes que lhe foram 
conferidos, produz efeitos jurídicos em relação ao representado. Ou seja, o 
representante pratica o ato; mas é o representado que irá adquirir os direitos ou 
assumir as obrigações decorrentes da representação. 
O art. 117, CC autoriza o chamado “contrato consigo mesmo” (ou 
autocontrato), isto é, uma só pessoa está revestida das duas qualidades 
jurídicas diferentes, de forma simultânea: ora por si, ora representando um 
terceiro. Mas isso somente é possível se houver permissão da lei ou do 
representado. Para a proteção do representado esta prática somente é possível 
se houver a sua permissão ou se a lei não se opuser, sob pena de anulação. O 
exemplo clássico ocorre no cumprimento do chamado mandato em causa 
própria, onde o mandatário é também o beneficiário. Exemplo: A confere 
mandato para B para vender seu apartamento, com autorização para que B 
venda o imóvel para ele mesmo = B. Neste caso, quando for feita a escritura, B 
intervirá, ora representando A (como mandatário), ora em seu próprio nome 
(comprando o imóvel). Notem, que mesmo nesta hipótese, B manifesta sua 
vontade sob dois ângulos diferentes (como vendedor, representando A e como 
comprador, em nome próprio). Observem que são duas vontades jurídicas 
diferentes. 
Já o art. 119, CC prevê que se o representante concluir um negócio e 
houver um conflito de interesses com o representado, sendo que tal fato era ou 
devia ser do conhecimento de quem com aquele tratou, o negócio também será 
anulável. 
B) OBJETO LÍCITO, POSSÍVEL, DETERMINADO OU DETERMINÁVEL 
O direito somente atribui efeitos à vontade humana quando se procura 
alcançar objetivos lícitos. Assim, além da capacidade das partes, para que um 
negócio jurídico se repute válido e perfeito, deverá versar sobre um objeto 
lícito, conforme a lei, não sendo contrário aos bons costumes, à ordem pública 
e à moral. Exemplo: na locação de um imóvel para fins residenciais, este é o 
objeto do contrato. Assim, eu não posso desvirtuar o que foi pactuado e 
explorar naquele imóvel (que era para fins residenciais) uma atividade ilícita, 
como por exemplo, a exploração da prostituição. Desta forma, se o objeto do 
contrato foi ilícito, nulo será o negócio jurídico. Outro exemplo: compra e venda 
de objeto roubado. Também neste caso haverá a nulidade absoluta do ato. 
Além disso, o objeto deve ser possível, realizável. Se o negócio implicar 
prestações impossíveis, também será considerado nulo. Esta a impossibilidade 
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pode ser jurídica (ex: venda de herança de pessoa viva – art. 426, CC) ou física 
(ir à lua e voltar em duas horas, etc.). Segundo a doutrina para tornar nulo o 
negócio a impossibilidade deve ser absoluta, ou seja, impraticável por quem 
quer que seja.Se a impossibilidade for apenas relativa, isto é, puder ser 
realizada por alguém (mesmo que não seja o devedor), não haverá obstáculo 
para o negócio. 
Finalmente deve ser o mesmo determinado ou, ao menos, 
determinável, ou seja, possível de determinação no futuro. E outras palavras: 
o objeto deve ser previamente conhecido e individualizado ou devem existir 
critérios que permitam sua futura individualização. Assim, admite-se a venda de 
coisa incerta (mas não indeterminada). No entanto ela deve ser indicada ao 
menos pelo gênero e pela quantidade, ainda que não seja mencionada a 
qualidade, pois esta pode ser determinada posteriormente pela escolha. 
 
 
 
C) CONSENTIMENTO (Vontade). Da Interpretação do Negócio Jurídico. 
A manifestação de vontade exerce papel importante no negócio jurídico, 
sendo um elemento básico. Portanto, é necessário que esta vontade seja 
espontânea, livre de qualquer vício. Mas nem sempre um contrato traduz a 
exata vontade das partes. Por isso, algumas vezes ele deve ser interpretado, 
para se chegar a real intenção das partes. Interpretar o negócio jurídico é 
delimitar o alcance da declaração de vontade. No entanto as cláusulas 
contratuais não devem ser interpretadas de forma isolada, mas no contexto do 
contrato, em conjunto com as demais cláusulas. 
O consentimento pode ser expresso ou tácito. Será expresso quando for 
declarado por escrito ou verbalmente, mas de maneira explícita. Será 
considerado tácito se resultar de um comportamento do agente que demonstre, 
implicitamente, sua anuência, sua concordância com a situação, desde que o 
negócio, por sua natureza ou por disposição legal, não exija forma expressa. 
O silêncio pode importar em anuência, se as circunstâncias e os usos o 
autorizarem e não for necessária a declaração de vontade expressa (art. 111, 
CC). Ou seja, o silêncio somente terá valor jurídico, como um fato gerador de 
um negócio, se a lei assim o permitir. Caso contrário o silêncio não tem força de 
declaração de vontade. Portanto, no Direito, não é totalmente aceito o brocardo: 
“quem cala consente”. Em alguns casos (raros) ele se aplica, como na hipótese 
da doação pura, onde o silêncio do beneficiário é considerado como aceitação, 
concluindo o contrato. Na prática é o Juiz, diante de um caso concreto, que 
deverá verificar se o silêncio representou ou não a vontade. 
Outro princípio básico relativo às declarações de vontade é de que se 
atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da 
• Objeto ilícito, impossível, ou indeterminado → Negócio 
Jurídico Nulo (art. 166, II CC). 
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linguagem (art. 112, CC). Ou seja, os negócios, de uma forma geral, podem 
conter alguma cláusula duvidosa ou algum ponto controvertido, sendo 
necessária uma interpretação. Pelo Código esta interpretação deve procurar se 
situar mais na vontade real dos contratantes, procurando as consequências e 
os efeitos desejados por eles, indagando sua real intenção, do que no sentido 
literal do negócio (que seria o exame gramatical de forma “fria” de um texto do 
contrato). 
Além disso, os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a 
boa-fé e os usos do lugar de sua celebração (art. 113, CC). Trata-se de 
referência à boa-fé objetiva que representa um dever de conduta das partes, de 
acordo com a lealdade, honestidade, confiança, etc. (a expressão “boa-fé” 
deriva do latim bona fide, que significa boa confiança, ou seja, é a convicção de 
alguém que acredita estar agindo de acordo com a lei, na prática ou na omissão 
de determinado ato). 
O art. 114, CC estabelece uma ressalva. Os negócios jurídicos benéficos 
(também chamados de gratuitos, pois envolvem uma liberalidade, como uma 
doação pura e simples) e a renúncia interpretam-se estritamente. Ou seja, 
segundo a lei tais atos se limitam apenas ao que foi estabelecido pelas partes, 
sem incluir outras questões. Isto é, nem o Juiz poderá dar a estes negócios uma 
interpretação mais ampla, devendo ficar restrito ao que foi estipulado pelas 
partes. Um exemplo clássico disso é a fiança nos contratos de locação: sua 
natureza é gratuita, portanto é considerado um Negócio Jurídico benéfico; por 
tal motivo, se houver alguma dúvida quanto a sua abrangência, esta deve ser 
resolvida fazendo-se uma interpretação restritiva, ou seja, em favor daquele 
que prestou a fiança (no caso o fiador), não se ampliando as obrigações do 
mesmo (confiram o art. 819, CC). 
Finalmente, acrescente-se, que há outros dispositivos estabelecendo 
regras sobre a interpretação da vontade. O art. 423, CC, por exemplo, prevê 
que quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, 
acolhe-se a interpretação mais favorável ao aderente. Merece destaque 
especial também o art. 47 do Código de Defesa do Consumidor (CDC) que 
dispõe que “as cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais 
favorável ao consumidor”. 
DEFEITOS 
Defeito é todo vício que macula o negócio jurídico, tornando-o passível de 
anulação. Segundo Francisco Amaral é a imperfeição que nele pode surgir, 
decorrente na formação de vontade ou na sua declaração. Pode ser grave 
(quando vicia o ato de forma definitiva) ou leve (quando o ato pode ser 
remediado pelo interessado). 
Podemos dizer que um ato é válido, quanto ao consentimento, “quando 
eu pratico uma conduta que eu queria realizar, desejo os seus efeitos e esta 
conduta não causa prejuízo a ninguém”. Às vezes eu posso ter feito algo que 
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não era o que eu queria fazer (e quantas vezes isso ocorre conosco...); quero 
comprar algo e me engano... ou sou enganado. Outras vezes quero fazer algo e 
faço exatamente aquilo que eu queria fazer. Mas o que eu fiz afeta direitos de 
terceiros, prejudicando essas pessoas, que não foram partes do negócio 
principal, mas que foram lesados com a minha conduta. É importante notar que 
em qualquer uma destas duas situações (fiz algo que não queria ou fiz algo que 
eu queria, mas prejudiquei interesses de terceiros) surgem os chamados 
defeitos relativos à vontade. 
Assim: se existe uma vontade, porém sem a correspondência com aquela 
que o agente quer exteriorizar, o Negócio Jurídico será viciado ou deturpado, 
tornando-se anulável (art. 171, II, CC), se no prazo decadencial de 04 anos 
for movida ação de anulação (art. 178, II, CC). São os chamados vícios de 
consentimento (erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão). Nestes casos há 
uma desavença entre a vontade real e a vontade declarada. 
Existem outras hipóteses em que se tem uma vontade funcionando 
normalmente, havendo até correspondência entre a vontade interna e a 
manifestação, mas, no entanto, ela se desvia da lei ou da boa-fé. O que foi 
colocado no contrato infringe a lei e prejudica terceiros. Também são passíveis 
de anulabilidade no prazo decadencial de 04 (quatro) anos. São os chamados 
vícios sociais (fraude contra credores). A simulação também é considerada por 
parte da doutrina como um vício social, uma vez que objetiva iludir terceiros. 
Porém o atual Código resolveu discipliná-la em outro capítulo, referente à 
invalidade do negócio jurídico (e não no capítulo referente aos defeitos do 
negócio). 
Vamos, mais uma vez, apresentar um gráfico para melhor 
classificar os defeitos relativos à vontade. Depois vamos analisá-los um a um. 
E vamos ver qual a consequência deste ato viciado. Dependendo do vício o ato 
pode ser nulo, anulável ou até mesmo válido. Mais adiante, ainda na aula de 
hoje, veremos asdiferenças entre um Ato Nulo e um Ato Anulável, todas as 
hipóteses que caracterizam uma e outra situação e os efeitos decorrentes destas 
situações. Esses tópicos têm vital importância para efeito de concursos. 
Conforme veremos mais adiante, na resolução dos testes, é muito comum a 
incidência deste tema em concursos públicos. Assim: 
 
DEFEITOS 
1) Ausência de Vontade → Negócio Nulo. 
2) Vícios de Consentimento → A vontade não é expressada de 
maneira absolutamente livre → Erro ou Ignorância, Dolo, Coação, 
Lesão e Estado de Perigo. 
3) Vícios Sociais → A vontade manifestada não tem a intenção pura 
e de boa-fé que enuncia → Fraude contra Credores. Quanto à 
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Simulação, devemos tomar cuidado. Embora muitos doutrinadores 
ainda afirmem ser um vício social, o atual Código Civil a coloca em 
outro capítulo (da invalidade do negócio jurídico – art. 167, CC), 
conforme veremos adiante. 
Observação – Se não for respeitado o prazo decadencial de 04 (quatro) anos, o 
defeito não poderá ser mais alegado, sendo o ato convalidado por decurso de 
prazo. 
ERRO OU IGNORÂNCIA (arts. 138 a 144, CC) 
Este é o primeiro defeito relativo ao consentimento. O aluno que conseguir 
entender o seu alcance não sentirá nenhuma dificuldade de entendimento dos 
demais defeitos. Por isso muita atenção. 
Primeiramente: Erro e Ignorância são sinônimos? Não!! O Código Civil 
equipara o erro à ignorância quanto aos efeitos; ou seja, o Código não 
distingue um instituto do outro, mas afirma que as suas consequências são 
idênticas no campo do Direito. Assim, embora o Código não faça é a doutrina 
quem faz distinção entre o Erro e a Ignorância. E esta diferença já caiu em 
exames. 
Erro é a falsa noção que se tem sobre um elemento que influencia a 
formação de vontade do declarante. Pode recair sobre as qualidades de uma 
coisa ou sobre uma pessoa. Ocorre quando o agente pratica o ato baseando-se 
em falso juízo ou engano. Pensei que era uma coisa... mas na realidade é outra. 
Já a Ignorância é o completo desconhecimento do declarante acerca do 
objeto ou da pessoa. Assim, às vezes usamos a expressão “erro”, mas 
queremos nos referir não só ao erro propriamente dito, como também à 
ignorância. 
Na verdade o erro é um registro falso da realidade. Observem que no erro 
a pessoa se engana sozinha. Ninguém a induz a erro. Mas não é qualquer erro 
(ou ignorância) que torna o negócio anulável. Ele há de ser a causa 
determinante ou principal. Ou seja, se a situação real estivesse esclarecida e era 
conhecida, o negócio não seria feito. Assim, o erro (ou a ignorância) pode ser 
classificado em: 
A) ERRO ESSENCIAL OU SUBSTANCIAL ⎯ quando se refere à natureza do 
próprio ato; recai sobre circunstâncias e aspectos principais, relevantes do 
negócio de forma que se eu soubesse do defeito jamais teria praticado o ato. A 
doutrina afirma que neste caso o erro deve ser escusável e real. Escusável 
porque ele é aceitável, desculpável; tem por fundamento uma razão plausível, 
ou seja, qualquer pessoa com atenção ou diligência normal seria capaz de 
cometê-lo em face das circunstâncias. Ex: é aceitável uma pessoa leiga 
confundir o diamante com zircônio. Mas não se admite este confusão para um 
joalheiro, que tem conhecimento técnico para fazer a distinção (para ele seria 
um erro inescusável e, portanto, sem possibilidade de anular o ato). Real 
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porque deve acarretar um prejuízo efetivo para o interessado. O Código Civil 
especificou as modalidades de erro substancial (permitindo a anulação do 
negócio jurídico) no art. 139, CC. Vejamos: 
1) Erro sobre a natureza do negócio jurídico (error in negotio) – o 
erro recai sobre a modalidade de contrato que eu celebrei. Pensei fazer um 
determinado contrato... mas fiz outro. Exemplo: empresto um determinado bem 
para uma pessoa, mas ela entende que houve uma doação. Observem que não 
houve um acordo de vontades: uma das partes pensa que está realizando um 
contrato (empréstimo) e o consentimento do outro se dirige a um outro contrato 
(doação). Outros exemplos: quero vender uma coisa, mas acabo doando; quero 
alugar um apartamento (o aluguel é oneroso), mas acabo fazendo um comodato 
(que é um empréstimo gratuito), etc. Esta situação é muito difícil de ocorrer na 
prática. No entanto pode muito bem cair em concursos... como já caiu. 
2) Erro sobre o objeto principal da declaração (error in corpore) – a 
manifestação de vontade recai sobre objeto diferente do que se tinha em mente. 
Exemplo: comprei um lote em um condomínio que pensava ser muito 
valorizado, no entanto trata-se de um outro condomínio, que tem o mesmo 
nome, mas está situado em local diverso, muito distante de onde eu queria. 
Notem, mais uma vez, que ninguém me enganou. Eu errei sozinho (quando 
alguém me engana trata-se de um outro defeito, o dolo, como veremos 
adiante). O erro, neste caso, atingiu a substância do ato; portanto o ato é 
anulável. No entanto, o art. 144, CC dispõe que o erro não prejudica a validade 
do negócio jurídico quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade se 
dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da vontade real do 
manifestante. Aproveitando o exemplo acima: comprei o lote no condomínio 
errado (erro substancial); no entanto o vendedor, entendendo a situação, acaba 
entregando o lote no condomínio onde eu queria inicialmente. Ora, o negócio 
acabou sendo executado em conformidade com a minha vontade real inicial. 
Portanto, não havendo qualquer prejuízo, não se anula o negócio. 
3) Erro sobre as qualidades essenciais do objeto principal (error in 
substantia ou in qualitate) – a pessoa adquire o objeto que imaginava; porém 
engana-se quanto as suas qualidades; o motivo determinante do contrato é a 
qualidade de um objeto que depois se constata que não existe. Exemplos: 
compro um relógio pensando que ele é de ouro, mas o mesmo é apenas 
“folheado”; compro uma blusa pensando que e de lã animal, mas na verdade é 
sintética (e a pessoa é alérgica e este tipo de tecido); compro um cavalo de 
carga pensando ele era um legítimo “puro-sangue” de corridas, etc. Observem 
que nestes exemplos eu também errei sozinho. 
4) Erro quanto à identidade ou à qualidade da pessoa a quem se 
refere a declaração de vontade (error in persona) – geralmente este defeito 
é relativo aos contratos personalíssimos (intuitu personae). Atingem a 
identidade física ou moral, podendo o ato ser anulado, desde que a consideração 
pessoal era condição essencial para a realização do negócio. Exemplo: contratei 
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um cantor pensando que ele era ótimo... mas não era. Notem que no caso de 
um contrato em que a prestação pode ser cumprida por qualquer pessoa (como 
por exemplo, pintar um muro), mesmo que o contratante tenha se enganado na 
designação da pessoa, tal fato não será suficiente para a anulação do negócio. O 
erro quanto à pessoa pode ser relativo ao: 
a) Casamento: 
• erro quanto identidade do outro cônjuge, sobre a sua honra, boa 
fama, etc. (ex: casar-se com pessoa e descobrir depois se tratar de 
criminoso procurado, viciado em tóxicos, etc.). 
• ignorância de defeito físico irremediável ou moléstia grave, 
transmissível. 
Em ambas as situações o casamento pode ser anulado por “vício essencialsobre a pessoa”. 
b) Testamento: 
• deixo uma jóia para X, que salvou minha vida. Descubro, 
posteriormente, que foi Z e não X quem salvou minha vida. Se eu 
soubesse que foi Z quem me salvou, eu não teria doado aquela jóia a 
X. Eu queria doar a jóia a quem realmente salvou minha vida, ou 
seja, Z. Neste exemplo o defeito é chamado de “erro quanto ao fim 
colimado ou por falsa causa”. O art. 140, CC determina que o falso 
motivo (ou falsa causa) somente vicia a declaração de vontade, 
quando for expressamente declarado como razão determinante da 
realização do negócio. Ou seja, o motivo somente tem relevância 
jurídica se for instituído expressamente no contrato, como razão 
para celebração deste. Vejamos um outro exemplo: um homem já 
idoso recebe a notícia de que teve um filho quando era mais moço, 
mas na ocasião a mãe não lhe informou do fato. O idoso, tentando 
ajudar esta pessoa lhe doa uma casa, mas estabelece o motivo: 
somente assim está procedendo porque esta pessoa seria seu filho. 
Desta forma, caso comprovado posteriormente que a pessoa não era 
seu filho, a doação pode ser anulada, pois havia um falso motivo que 
foi expresso como razão determinante do negócio, viciando, assim, a 
vontade. 
 
Lembrem-se: “Ninguém pode se escusar de cumprir a lei alegando que 
não a conhece” = Princípio da Obrigatoriedade (art. 3o da LICC), que 
visa garantir a estabilidade e a eficácia do sistema jurídico, que ficaria 
comprometido se fosse admitida em toda e qualquer hipótese a alegação 
de ignorância de lei em vigor. 
Somente o erro substancial, essencial, escusável, real, anula o 
negócio jurídico. O erro deve ser de tal forma que, caso a verdade fosse 
conhecida, o ato não seria realizado, importando efetivo prejuízo ao 
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interessado. Mas o contratante que se achou em erro e promove a invalidade do 
contrato pode ser condenado a ressarcir eventuais prejuízos que causar à outra 
parte por não ter procedido com a diligência necessária ao prestar o seu 
consentimento. Somente a parte interessada (a que errou) pode arguir a 
anulação do ato. 
B) ERRO ACIDENTAL ⎯ é aquele concernente às qualidades secundárias ou 
acessórias da pessoa ou do objeto. Mesmo ocorrendo esta espécie de erro, o 
negócio jurídico não será anulado. O ato continua válido, produzindo efeitos, 
porque o defeito não incide sobre a declaração de vontade. Ele decorre do não-
emprego da diligência ordinária que deve ter um “homem médio”. Mesmo 
sabendo do defeito, a pessoa teria realizado aquele negócio. Exemplo: comprar 
um carro de ano de fabricação muito diferente é um erro essencial; porém 
comprar um carro de número de série diferente é apenas um erro acidental. Da 
mesma forma, comprar um carro usado com uma cor um pouco diferente (preto 
ou azul escuro) também é acidental, não anulando o negócio. Outros 
exemplos: compro uma casa pensando que tem quatro janelas, mas só tem 
três; doei um relógio a uma pessoa pensando que ela é solteira, mas é casada, 
etc. 
O chamado erro de cálculo (que é a inexatidão material) também não é 
causa de anulação do negócio, mas de simples retificação da declaração de 
vontade, nos termos do art. 143, CC. Pode incidir sobre o peso, a medida, a 
quantidade, o valor do bem, etc. É uma espécie de erro acidental, não incidindo 
sobre a declaração de vontade e não viciando o consentimento. Exemplo: 
comprei 12 camisas, sendo que o valor de cada uma delas é de R$ 45,00; logo 
deveria pagar R$ 540,00, mas acabei pagando somente R$ 450,00. É evidente 
que houve um erro na elaboração aritmética dos dados do negócio, pois as 
partes sabiam do valor do negócio, errando apenas no momento da realização 
do cálculo final. 
Erro de Fato e Erro de Direito 
O erro de fato é aquele que recai sobre uma circunstância de fato. Ele 
pode ser essencial ou acidental. Tudo o que falamos acima se refere ao erro de 
fato. 
Já o erro de direito diz respeito à existência de norma jurídica. Ele consiste 
na ignorância da lei, no falso conhecimento e também na sua interpretação 
errônea. Como regra ele não admite escusa; não admite desculpas. Não pode 
ser alegado. No entanto admite-se, excepcionalmente o erro de direito (e, por 
consequência, o negócio jurídico pode ser anulado), se o ato não implicar em 
recusa à aplicação da lei e for o motivo único ou principal do Negócio Jurídico 
(art. 139, III, CC). Isto é, não pode o ato recair sobre a norma cogente (ou 
seja, impositiva, de ordem pública), mas tão-somente sobre normas 
dispositivas (ou seja, sujeitas ao livre acordo das partes). Além disso, deve ser 
grave a ponto de afetar e viciar a manifestação de vontade do agente. 
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Geralmente o erro recai sobre uma situação de fato (como vimos, um contrato 
propriamente dito, ou o objeto deste contrato, ou uma pessoa, etc.). Este é o 
erro de fato sobre uma situação concreta. Já o erro de direito é aquele que 
diz respeito à existência (ou não) de uma norma jurídica. A pessoa supõe que 
uma lei não existe ou que ela não esteja mais em vigor. Exemplos: firmar um 
contrato de locação com base em uma lei, pensando que ela ainda está 
vigorando, no entanto já foi revogada; pessoa contrata a importação de 
determinada mercadoria ignorando que existe uma lei proibindo tal importação. 
Como a ignorância foi a causa determinante do ato, pode ser alegada para 
anular o contrato, sem com isso se pretender que a lei seja descumprida. Um 
outro exemplo que sempre é muito citado pelos autores, mas que não posso 
afirmar se é verídico é o seguinte: um argentino vem para o Brasil trazendo um 
lança-perfume. Na Argentina este produto não é proibido e a pessoa não sabia 
que era proibido no Brasil; se soubesse não teria trazido. 
Erro X Vício Redibitório 
Essa é uma distinção muito importante, pois já vi cair em diversos 
concursos. De fato, pode confundir um pouco o candidato. O vício redibitório, é 
o defeito oculto na coisa, que a torne imprópria para o uso a que se destina ou 
lhe diminua o valor. No vício redibitório não há qualquer erro no momento da 
celebração do negócio; o que há é um defeito no objeto (e não na vontade do 
adquirente), que não foi notado, já que era oculto. Já no erro há um engano por 
parte do adquirente; é um vício de ordem subjetiva, pois foi a vontade que foi 
viciada pela falsa percepção da realidade, não havendo vício no objeto. 
 
DOLO (arts. 145 a 150, CC) 
Dolo é o emprego de um artifício astucioso por uma pessoa para enganar 
a outra. No dolo, o agente emprega artifícios, manobras ardilosas ou 
maliciosas, para levar alguém à prática de um ato que o prejudica, beneficiando 
o autor do dolo ou terceiros. Para a sua caracterização exige-se a vontade de 
enganar alguém (a doutrina chama isso de animus decipiendi). 
O dolo inicialmente pode ser classificado em: 
• Dolus Bonus (dolo bom) ⎯ é um comportamento tolerado nos 
negócios em geral. Consiste em reticências, exageros nas boas qualidades 
da mercadoria ou dissimulações de defeitos. É o artifício que não tem a 
finalidade de prejudicar ninguém... as pessoas não se sentem enganadas. 
Por tal motivo ele não é anulável, desde que não venha a enganar o 
consumidor, mediante propaganda abusiva. Aliás, o Código de Defesa do 
Consumidor proíbe a propaganda enganosa, apta a induzir o consumidor em 
erro. 
• Dolus Malus (dolo mau) ⎯ consiste em manobras astuciosas (atos, 
palavras ou até o próprio silêncio) para enganar alguém e lhe causar 
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prejuízo. Vicia o consentimento e por isso é anulável (na hipótese de ser 
essencial) ou obriga a satisfação de perdas e danos (na hipótese de ser 
acidental, como veremos adiante). O dolo mau pressupõe: a) prejuízo para 
o autor do ato; b) benefício para o autor do dolo ou terceiro. 
Obs. Não há normas absolutas para se distinguir na prática o dolus bonus do 
dolus malus. É o Juiz quem vai decidir, analisando as peculiaridades de cada 
caso concreto. 
O dolus malus se divide em (art. 146, CC): 
• Dolo Principal, essencial ou substancial (dolus causam) ⎯ é aquele 
que dá causa ao negócio jurídico, sem o qual ele não se teria concluído, 
acarretando, então, a anulabilidade do negócio jurídico. Se não houvesse 
o induzimento, a pessoa não faria o negócio. Para que seja possível a 
anulação é necessário que: a) haja a intenção de induzir a outra parte a 
praticar um negócio lesivo; b) os artifícios maliciosos sejam graves, por 
indicar fatos falsos, suprimir ou alterar os verdadeiros ou por silenciar 
algum fato que se devesse relatar ao outro contratante; c) seja a causa 
determinante na declaração de vontade; d) haja uma relação de causa e 
efeito entre a indução do erro e a prática do negócio; e e) se o dolo foi 
proveniente de terceiro, que seja do conhecimento do outro contratante. 
 
• Dolo Acidental (dolus incidens) ⎯ leva a vítima a realizar o negócio 
jurídico, porém em condições mais onerosas, não afetando sua declaração 
de vontade (embora venha a provocar desvios). Não se constitui vício de 
consentimento porque não influi diretamente na realização do negócio. O 
negócio teria sido praticado de qualquer forma, independentemente das 
manobras astuciosas, embora de outra maneira, em condições menos 
onerosas à vítima. O dolo acidental leva à distorções comportamentais que 
podem alterar o resultado final do negócio, no entanto não anula o 
negócio, apenas obriga a satisfação de perdas e danos ou a uma 
redução da prestação pactuada. 
O dolo ainda pode ser classificado em: 
• Positivo (ou comissivo) ⎯ resulta de uma ação dolosa; são os 
artifícios positivos. Exemplo: falsas afirmações sobre as qualidades de uma 
coisa: pode comprar este “cachorrinho” que eu garanto... ele vai ficar bem 
pequeno... ele é da espécie “toy”... passados alguns meses aquele 
“cachorrinho” se tornou um “cachorrão”. 
• Negativo (ou omissivo) ⎯ é a manobra astuciosa que constitui uma 
omissão intencional, induzindo o outro contratante a realizar o negócio. 
Trata-se da ocultação de uma circunstância relevante e que a parte 
contratante deveria saber. E, sabedora, não teria efetivado o negócio. 
Exemplos: seguro de vida em que se omite uma doença grave e o segurado 
vem a falecer dias depois – neste caso houve uma evidente intenção de 
lesar a seguradora, beneficiando os sucessores; venda de um cavalo de 
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raça já doente e que vem a morrer logo depois da realização do negócio, 
etc. Nestas hipóteses o silêncio funciona como um mecanismo de atuação 
dolosa. Acarretará a anulação do negócio se o dolo for principal, pois é 
necessária a relação de causalidade entre a omissão intencional e a 
declaração de vontade. 
Observações Importantes: 
• Dolo de Terceiro (art. 148, CC) – Em algumas situações o dolo pode 
ser proveniente de uma terceira pessoa, estranha ao negócio. Em geral não 
afeta o contrato, uma vez que o terceiro não é parte do negócio. Somente 
enseja a sua anulação se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse 
ter conhecimento. Exemplo: “C” instiga “A” a comprar o relógio de “B” 
assegurando que ele é de ouro; porém o relógio é apenas dourado e “C” 
sabe disso, estando em conluio com “B”. Neste caso o terceiro (“C”) e o 
contratante (“B”) são tidos como autores do dolo. O negócio é anulável. No 
entanto se “B” (contratante favorecido) não tinha conhecimento da conduta 
dolosa por parte do terceiro, não se anula o negócio, mas “A” pode 
reclamar as perdas e danos de “C” (o terceiro causador da situação). 
• Dolo dos Representantes (art. 149, CC) – A lei fornece soluções 
diferentes para duas situações. No caso da representação obrigatória ou 
legal (pais, tutores ou curadores), o representado fica obrigado a 
responder civilmente somente até a importância do proveito que teve. Isto 
porque o seu representante foi “imposto” pela lei (ou de forma judicial), 
sem que ele pudesse se rebelar contra isso. Por isso seria injusto 
responsabilizar o representado por tudo. Por ser incapaz, ele não pôde 
escolher o seu representante e nem vigiar os seus atos, não tendo ciência 
se ele está agindo de forma maliciosa. No entanto, no caso de 
representação convencional ou voluntária (que é o caso do mandato) o 
representado responderá solidariamente com o representante por tudo, 
inclusive perdas e danos. Isto porque aquele que escolhe um representante 
e lhe confere uma procuração, cria um risco para o mundo exterior; o 
procurador irá agir usando o nome do representado. Por tal motivo deve, 
inicialmente, escolher bem a pessoa que irá representá-lo. Além disso, deve 
vigiar os atos da pessoa que escolheu para ser seu representante. 
Escolhendo mal (culpa in eligendo) ou não fiscalizando (culpa in vigilando) o 
seu representante, o representado responde solidariamente pela reparação 
total do dano (e não apenas limitado à responsabilidade do proveito que 
teve, como no caso da representação legal). 
• Dolo recíproco (ou bilateral) – Ocorre quando ambas as partes agem 
com dolo (comissivo ou omissivo), desejando obter vantagem em prejuízo 
da outra. Configura-se a chamada torpeza bilateral. Nesta hipótese ocorre 
a neutralização do delito, pois há uma compensação entre os dois ilícitos. 
Isto é, não haverá a anulação do ato, pois ninguém pode se valer da 
própria torpeza. O ato é considerado válido para ambos (art. 150, CC). 
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• Dolo x Erro – O erro deriva de um equívoco da própria vítima, sem 
que a outra parte tenha concorrido para isso. Já o dolo é intencionalmente 
provocado na vítima pelo autor do dolo. Em outras palavras: no erro eu 
errei sozinho; no dolo alguém me enganou, isto é eu errei, mas fui induzido 
a cometer este erro pela conduta da outra parte. 
• O dolo do direito civil (artifício para enganar alguém) não deve ser 
confundido com o dolo do direito penal. Este é a intenção de praticar um 
ato que se sabe contrário a lei. O sujeito quis ou assumiu o risco de 
produzir o resultado. Está previsto no art. 18 do Código Penal. Também não 
se confunde com o dolo do direito processual. Este decorre de conduta 
processual contrária a boa-fé, sendo reprovável; trata-se da chamada 
litigância de má-fé (prevista nos arts. de 16 a 18 do Código de Processo 
Civil). 
• Não se admite invocação do dolo para se anular um casamento. Isto 
porque em relação ao Direito de Família as regras são um pouco 
diferentes. O art. 1.550, inciso III, CC prevê que um casamento somente 
pode ser anulado por vício de vontade nos termos dos artigos 1.556 a 
1.558. Os dois primeiros artigos se referem ao erro essencial sobre a 
pessoa do outro cônjuge. E o último se refere a coação. Portanto, por 
exclusão, não se pode alegar dolo para se anular um casamento. No 
entanto, observem que não há uma proibição expressa de se reconhecer o 
dolo no casamento. Isto se extrai por dedução lógica. Por talmotivo, é 
possível na prática que algum Juiz reconheça o dolo de um dos cônjuges 
para a realização do casamento. Imaginem a situação em que um homem 
se casa com sua namorada, pois ela diz que está grávida. Depois do 
casamento, ele descobre que a namorada mentiu. Diante dessa situação 
entendo que ele até poderia alegar o dolo para anular seu casamento. 
 
COAÇÃO (arts. 151 a 155, CC) 
Coação é toda pressão física ou moral exercida sobre um indivíduo (vida, 
integridade física), seus bens ou honra, para forçá-lo, contra a sua vontade, a 
praticar um ato ou realizar um negócio jurídico. O que caracteriza a coação é o 
emprego da violência (física ou psicológica) para viciar a vontade. Na coação o 
agente sofre intimidação, oferecendo-se à vítima (também chamada de paciente 
ou coacto) duas alternativas: emitir declaração de vontade que não pretendia 
originalmente ou resistir e sofrer as consequências decorrentes da concretização 
da ameaça ou de uma chantagem. 
Espécies: 
a) Coação Física (vis absoluta) ⎯ é o constrangimento corporal que 
retira toda capacidade de querer de uma das partes, implicando ausência total 
de consentimento ou manifestação de vontade, acarretando nulidade absoluta 
do ato (ex: amarrar a vítima, segurar sua mão e fazê-la assinar contrato, etc.). 
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A vítima não chega a manifestar uma vontade, agindo de forma mecânica. 
Segundo a doutrina, a manifestação de vontade é um requisito para a 
existência do negócio jurídico. Portanto, não havendo essa vontade, o negócio 
seria inexistente. Assim, doutrinariamente a coação física não é um vício de 
consentimento, pois sequer houve a vontade. 
b) Coação Moral (vis compulsiva) ⎯ atua sobre a vontade da vítima, 
sem aniquilar-lhe o consentimento, pois ela conserva uma relativa liberdade, 
podendo optar entre a realização do negócio que lhe é exigido e o dano com que 
é ameaçada (ex: se não assinar o contrato, vou incendiar sua casa; vou 
estuprar sua mulher, vou mostrar uma foto sua em uma situação 
constrangedora, etc.). Trata-se de modalidade de vício de consentimento 
expresso na lei, posto que há manifestação de vontade, embora sob pressão. 
O art. 152, CC prevê que o Juiz, ao apreciar a coação, deve ter em 
conta aspectos subjetivos, como o sexo, a idade, a saúde, a condição e o 
temperamento do paciente, bem como nas demais circunstâncias que possam 
influir na gravidade da coação. 
Efeitos 
 Coação Física – não há consentimento algum → ausência de vontade → 
ato inexistente (não há previsão expressa na lei, mas é mencionada pela 
doutrina). 
 Coação Moral – há um consentimento, mas o mesmo é viciado → ato 
anulável (expressamente prevista no Código Civil). 
É importante deixar claro que nem toda ameaça se configura em um vício de 
consentimento. Assim, são necessários os seguintes requisitos para a 
caracterização da coação moral e a consequente anulação do negócio jurídico 
(art. 151, CC): 
• seja a causa determinante do negócio jurídico – ou seja, nexo causal 
entre o meio intimidativo e o ato realizado pela vítima; se não houvesse a 
coação, não haveria o negócio. 
• temor justificado – deve causar um medo ou um fundado receio na 
vítima. Os melhores exemplos a respeito são: ameaça de morte, 
chantagens, cárcere privado, desonra, mutilação, escândalos públicos, etc. 
Exemplo: Se você não me der tanto eu colocarei “aquelas fotos suas” na 
internet... Já o grau de ameaça para o reconhecimento (ou não) do defeito 
e a consequente anulação do ato deve ser apreciado pelo Juiz, caso a 
caso. 
• dano iminente – suscetível de atingir a pessoa da vítima, sua família, 
seus bens, etc. O termo família abrange não só a que resulta de 
casamento, como também decorrente de união estável. O dano pode 
atingir pessoa não pertencente à família da vítima, hipótese em que o Juiz 
decidirá com equidade, se houve ou não a coação. 
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• dano considerável e sério – a ameaça deve ser grave (vida, liberdade, 
honra, patrimônio) e séria, capaz de assustar a vítima (ou paciente), nela 
incutindo um fundado temor. O dano pode ser patrimonial ou moral. Se a 
ameaça for indeterminada ou impossível não é capaz de anular o ato 
 
Coação exercida por terceiro 
A coação exercida por terceiro vicia o negócio jurídico se dela tivesse ou 
devesse ter conhecimento a parte a que aproveite (art. 154, CC). Assim, 
havendo uma cumplicidade entre o coator e o beneficiário, além da anulação do 
negócio, ambos ainda responderão de forma solidária pelos prejuízos sofridos. 
Porém prevalece o princípio da boa-fé, não se anulando o ato de que a parte 
não sabia ou que não podia saber sobre eventual coação por parte de terceiro 
(art. 155, CC). No entanto, mesmo nesta hipótese, o autor da coação 
responderá pelas perdas e danos sofridos pela vítima. 
Excluem a Coação – art. 153, CC (ou seja, não se configura coação): 
• Ameaça do exercício normal de um direito (exercício regular de direito). 
Exemplo: se você não pagar a dívida, vou protestar o título e ingressar 
com uma ação de execução ou requerer a sua falência. Ora, assim agindo 
(protestando o título e ingressando com uma ação) eu apenas estarei 
exercendo um direito que me é assegurado pela lei. Portanto não há 
coação. 
• Temor reverencial ⎯ o simples receio de desgostar ou magoar os pais, ou 
pessoas a quem se deve respeito e obediência também é incapaz de viciar 
o negócio. 
 
ESTADO DE PERIGO (art. 156, CC) 
É uma inovação do atual Código. Configura-se o estado de perigo quando 
alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de 
grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação 
excessivamente onerosa (art. 156, CC). A vítima não errou, não foi induzida 
a erro ou coagida, mas pelas circunstâncias de um caso concreto, foi compelida 
a celebrar um negócio que lhe era extremamente desfavorável. Trata-se de uma 
hipótese de inexigibilidade de conduta diversa, ante a iminência do perigo por 
que passa o agente, não lhe restando outra alternativa senão praticar o ato. 
Tratando-se de pessoa não pertencente à família do contratante o Juiz decidirá 
de acordo com as circunstâncias de um caso concreto. 
Uma pessoa, temerosa de grave dano moral ou material (situação 
equiparada ao estado de necessidade, mas que com ele não se confunde), 
acaba assinando contrato, mediante uma prestação exorbitante. Exemplo: um 
pai teve filho sequestrado, sendo o que bandido lhe pediu 100 mil reais para o 
resgate. Um “amigo” sabendo do problema, se oferece para comprar suas jóias; 
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estas valem 500 mil, mas ele oferece por elas apenas 100 mil reais, que é o 
valor do resgate. O que faria um pai nesta hora?? Acaba vendendo as jóias para 
o “amigo” (na verdade é um ‘amigo da onça’, como costumamos dizer). Isto 
porque o valor oferecido é muito inferior ao de mercado. Posteriormente o pai 
pode anular o negócio com base no estado de perigo. Outros exemplos: vítima 
de acidente automobilístico que assume obrigação exagerada para ser salva de 
imediato; venda de imóvel por valor ínfimo para poder pagar cirurgia de filho, 
que corre risco de morte, etc. É necessário, em todos os exemplos fornecidos, 
que a outra parte tenha conhecimento da situação de desespero do primeiro e 
se aproveitedessa situação. Em algumas situações é a própria pessoa em 
perigo quem promete uma extraordinária recompensa para ser salva, como no 
exemplo de um náufrago. A doutrina também sempre lembra o famoso exemplo 
histórico do rei inglês Ricardo III quando lutava em uma batalha (Bosworth 
Field) e seu cavalo foi morto. Caído, o rei gritava: “Um cavalo, um cavalo, meu 
reino por um cavalo!” (A horse, a horse, my kingdom for a horse!) O rei 
prometeu seu reino por um cavalo, pois estava premido por uma necessidade de 
salvar a si do perigo de estar em uma batalha sem ter um cavalo e assim 
ofereceu todo seu reino em troca do animal. Portanto acabou assumindo uma 
obrigação excessivamente onerosa, pois é evidente que seu reino valia mais do 
que um cavalo. Só para completar a história: Ricardo III acabou perdendo a 
batalha, o reino e também a própria vida. Mas eu pergunto: Se ele tivesse 
ganho a batalha será que cumpriria a obrigação?? 
Há alguns exemplos em que o perigo não foi provocado e nem houve má-
fé das partes. Exemplo: pai que oferece uma quantia exorbitante para o 
tratamento de seu filho, que sofre de uma grave doença; náufrago que oferece 
ao seu salvador uma recompensa exagerada pelo seu salvamento. Nestes casos 
não seria correto que o salvador ficasse sem uma remuneração e nem que o 
obrigado empobrecesse. O contrato apenas foi celebrado de forma 
desvantajosa. Portanto a doutrina (não há previsão legal) costuma afirmar que 
quando o prestador de serviços está de boa-fé, não pretendendo tirar proveito 
do perigo de dano, o negócio deve ser conservado, mas com a redução de 
eventual excesso contido na obrigação assumida, equilibrando-se um pouco as 
prestações das partes. 
Requisitos para a configuração do Estado de Perigo: 
a) situação de necessidade de salvar a si ou a pessoa de sua família. 
b) iminência de dano atual e grave, capaz de transmitir o receio de que, se 
não for afastado, as consequências temidas ocorrerão. 
c) nexo de causalidade entre a declaração e o perigo de grave dano. 
d) conhecimento do perigo pela outra parte, que se aproveita para tirar 
alguma vantagem. 
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e) obrigação assumida excessivamente onerosa, ou seja, desproporcional, 
causando grande desequilíbrio contratual. Lembrando que se a onerosidade é 
razoável, o negócio pode ser considerado como válido. 
Realizado um contrato sob um Estado de Perigo, a sanção é a anulação 
deste contrato – arts. 171, II e 178, II, ambos do CC. O prazo é decadencial 
(pois atinge o direito propriamente dito) de 04 anos. A anulação se justifica 
pela ofensa ao senso de justiça que deve estar presente nos contratos em razão 
da sua função social; a parte agiu contra o princípio da boa-fé objetiva, pois se 
aproveitou da situação de necessidade para tirar vantagem do negócio. 
 
LESÃO (art. 157, CC) 
 Trata-se de outra inovação do atual Código. Lesão é o prejuízo que um 
contratante experimenta quando, em um contrato comutativo (onde as partes 
conhecem as prestações de cada um e há uma certa equivalência entre elas), 
deixa de receber valor correspondente ao da prestação que forneceu. Este 
instituto visa proteger o contratante em posição de inferioridade ante o 
prejuízo por ele sofrido na conclusão do contrato, devido a também 
desproporção existente entre as prestações. Decorre do abuso praticado em 
situação de desigualdade, punindo a chamada “cláusula leonina” (alguns autores 
também a chamam de “cláusula draconiana” – que é uma referência ao famoso 
e rigoroso legislador ateniense Dracon) e o aproveitamento indevido na 
realização do contrato. 
 Como se percebe, há uma deformação da declaração de vontade por 
fatores pessoais do contratante, diante da inexperiência ou necessidade, 
exploradas indevidamente pela outra parte. Exemplo: pessoa está em vias de 
ser despejado e, premido pela necessidade de abrigar sua família e não ver seus 
bens deixados ao relento, acaba realizando um outro contrato por valor muito 
acima do mercado, negócio esse que, se tivesse condição de melhor refletir 
sobre os seus efeitos, jamais faria. O objetivo é reprimir o enorme desequilíbrio 
nas relações contratuais. 
 O art. 157, CC prescreve que ocorre a lesão quando uma pessoa, sob 
premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação 
manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. Aprecia-se, 
assim, a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em 
que o contrato foi celebrado, pois o contrato é prejudicial desde o seu 
nascedouro. Cabe ao Juiz (somente o Juiz pode rescindir ou modificar o 
contrato), diante de um caso concreto, avaliar eventual desproporção entre as 
prestações. Segundo a doutrina, para a caracterização da lesão dispensa-se a 
verificação de dolo ou de má-fé da parte que se aproveitou, sendo que também 
não é relevante se a desproporção foi superveniente à formação do negócio. 
São requisitos para a configuração da Lesão: 
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• Objetivo (material) – manifesta desproporção entre as prestações 
recíprocas, gerando enriquecimento para uma das partes e 
consequentemente o empobrecimento para outra. 
• Subjetivo – premente necessidade ou inexperiência da pessoa lesada. 
Saliente-se que a necessidade do contratante não está relacionada com 
sua condição econômica, sendo que o lesado pode ser mais rico que o 
beneficiário; trata-se da necessidade contratual. No mesmo sentido, a 
inexperiência também deve ser relacionada ao próprio contrato. 
Inexperiência não significa falta de cultura, pois a pessoa pode até ser 
culta e inteligente; o que ocorre é a falta de conhecimentos técnicos ou 
habilidades relacionadas ao contrato. 
Ocorrendo a lesão, a sanção é a anulação do ato – arts. 171, II e 178, 
II, CC. O prazo é decadencial – atinge o direito propriamente dito – de 04 
(quatro) anos. 
É importante acrescentar que não se decretará a anulação do negócio se 
for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a 
redução do proveito (lesão especial ou qualificada – art. 157, §2o, CC). 
Exemplo: a pessoa favorecida reconhece que exorbitou e concorda com a 
redução da prestação que lhe era extremamente favorável. Evita-se, assim, a 
anulação do ato. No entanto, cabe ao Juiz averiguar se o suplemento foi 
suficiente. Desta forma prestigia-se o princípio da conservação dos contratos. 
Observação importante. Somente se pode alegar lesão nos contratos 
aleatórios de forma excepcional, quando a vantagem que uma das partes obteve 
é exagerada em relação ao risco normal de um contrato. Lembrando que 
contrato aleatório é aquele em que a prestação de uma das partes não é 
conhecida com exatidão no momento da celebração do contrato. Depende de 
uma álea (alea – do latim = sorte, azar, incerteza, perigo, etc.), que é um fator 
desconhecido; depende de um risco futuro e incerto. 
Estado de Perigo x Lesão – diferença básica 
 No estado de perigo há um perigo de morte e o contratante, entre as 
consequências do grave dano que o ameaça (ou a pessoa de sua família) e o 
pagamento de uma quantia exorbitante, opta pelo último (com a intenção de 
minimizar ou sanar o mal). Já na lesão o contratante, devido a uma 
necessidade econômica, realiza negócio desproporcional; há uma situação de 
hipossuficiência de uma das partes e o aproveitamento desta circunstância pela 
outra. 
 
FRAUDE CONTRA CREDORES (arts. 158 a 165, CC) 
Constitui fraude contra credores a prática maliciosa, pelo devedor, de 
atos que desfalquem seu patrimônio, como fim de colocá-lo a salvo de uma 
execução por dívidas em detrimento dos direitos creditórios alheios. 
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Ressalvadas as hipóteses de credores com garantia real (conforme se 
analisa no Direito das Coisas: penhor, hipoteca e anticrese – não está no nosso 
edital) os demais credores estão em idênticas condições no recebimento de seus 
créditos. Se o patrimônio do devedor não for suficiente para o pagamento de 
todos os credores haverá um rateio (chamado pela doutrina, especialmente no 
Direito Comercial, de par conditio creditoris). E, no caso do devedor praticar 
atos com a finalidade de frustrar o pagamento devido, ou tendentes a violar a 
igualdade entre os credores, ocorrerá a fraude contra credores. Observem que 
não é a vontade que se encontra viciada, pois a pessoa faz exatamente o que 
queria fazer; o vício reside na finalidade ilícita do ato, ou seja, prejudicar seus 
credores. Por isso é que a fraude contra credores é chamada de vício social (e 
não um vício de consentimento, como vimos nos demais defeitos até agora). 
Exemplo clássico: pessoa contrai um empréstimo; porém, em data próxima ao 
vencimento da obrigação, doa todos os seus bens, ficando sem patrimônio para 
saldar a dívida. 
A garantia de um credor de que irá receber é o patrimônio do devedor. Se 
este maliciosamente desfalca o seu patrimônio, a ponto de não mais garantir o 
pagamento do que deve, colocando-se em uma situação de insolvência, 
configurada está a fraude contra credores. 
São Elementos Constitutivos da Fraude: 
• Objetivo (eventus damni) ⎯ trata-se do prejuízo causado ao credor, que 
deve provar que com a prática do ato o devedor se tornou insolvente (*) ou 
já praticou o ato em estado de insolvência, não tendo mais condições de 
honrar suas dívidas. 
• Subjetivo (consilium fraudis) ⎯ trata-se do “conluio fraudulento”, da má-
fé; da intenção deliberada de prejudicar, com a consciência de que de seu 
ato advirão prejuízos a uma terceira pessoa (que é o credor). O art. 159, 
CC prevê duas situações onde há presunção relativa (juris tantum – admite 
prova em contrário) de má-fé do terceiro adquirente: a) for notória a 
insolvência do devedor; b) quando o terceiro adquirente tinha motivos para 
conhecer a má situação financeira do devedor. 
São suscetíveis de fraude os negócios realizados: 
• A título gratuito ⎯ doação de bens, remissão de dívidas (o devedor é 
também credor de terceiro e deixa de cobrar seu crédito, perdoando este 
terceiro), renúncia de herança ou usufruto, etc. Basta a prática de um desses 
atos, colocando o devedor em situação de insolvência(*), para se presumir a 
fraude. O ato pode ser anulado pelos credores quirografários(*), que não 
precisam provar o conluio fraudulento (ou seja, o consilium fraudis, a má-fé), 
pois na simples prática do ato já está implícita e presumida a má-fé. Exemplo: 
Estou devendo uma determinada importância, mas não desejo pagá-la, embora 
tenha bens para saldar minha dívida. Então começo a “doar” meus bens para 
sobrinhos e primos. Basta esta doação dos bens, me colocando em estado de 
insolvência, para se presumir a fraude. Portanto, neste caso, não se exige a 
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prova da má-fé. O ato pode ser anulado pelos credores quirografários(*). 
Outro exemplo: Tenho algumas dívidas, mas não tenho dinheiro para pagá-las. 
De repente, um tio muito rico falece e me deixa uma grande herança. Parte dela 
será para pagar meus credores. Sabendo disso, eu renuncio a esta herança. 
Nesta hipótese também está implícita a fraude. Mesmo renunciando à herança, 
meus credores têm direito à herança. No entanto, depois de pagas todas as 
dívidas, o que sobrar (se sobrar algo) eu poderei fazer o que quiser, inclusive 
renunciar. 
• A título oneroso ⎯ se o negócio foi oneroso, saiu um bem do patrimônio 
do devedor (ex: um imóvel), mas entrou outro bem (o dinheiro). Portanto, em 
tese, ainda não houve a fraude. No entanto, desde que insolvente ou for notória 
a insolvência (ex: já havia protestos contra o devedor), ou há presunção 
(relativa) de que irá dissipar o que recebeu (ex: venda do único imóvel além do 
bem de família em data próxima do vencimento das obrigações e não há outros 
bens para solver o débito; venda realizada entre parentes próximos, amizade 
íntima, o preço vil na venda do bem, etc.). Será reputada uma venda 
fraudulenta se não houver dinheiro suficiente para pagar o credor. Assim, se 
houver sobra patrimonial que permita honrar seus débitos, não haverá fraude 
contra credores. Se o comprador não tinha como saber o estado de insolvência 
do vendedor (estava de boa-fé) não se anula o negócio (protege-se o 
comprador, pois, como vimos, nosso Código protege quem age de boa-fé). 
• Pagamento antecipado das dívidas ⎯ por si só, também não se 
configura fraude contra credores. Mas se um devedor insolvente paga uma 
dívida que ainda não venceu, em detrimento de outras que já se venceram, 
frustrando a igualdade entre os credores, há fraude contra credores, sendo que 
o primeiro pagamento deve ser anulado e o beneficiário é obrigado a repor o 
que recebeu. Também configura fraude contra credores quando o devedor, já 
insolvente, resolve privilegiar um dos credores quirografários, dando-lhe uma 
garantia real (ex: a hipoteca de uma casa). Ora, como a garantia real se 
sobrepõe aos demais créditos, o devedor também estará frustrando a igualdade 
entre os credores. 
(*) CONCEITOS – Algumas palavras que falamos acima são importantes para 
um melhor entendimento da matéria: 
• Credor Quirografário (do grego chirografo – chiro – mão; grafo - grafia - 
escrito = escrito à mão, assinado) ⎯ é o credor sem garantias especiais. 
Ele conta apenas com a garantia comum a todos os credores: o patrimônio 
do devedor. 
• Insolvência ⎯ é um estado de fato e ocorre quando a soma do patrimônio 
ativo do devedor é inferior à do passivo; o valor das dívidas excede o valor 
dos bens. 
Ação Pauliana 
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• Os atos eivados de fraude contra credores são anuláveis através de 
ação própria, chamada de ação pauliana (também chamada de 
revocatória). Ela deve ser proposta pelos credores quirografários (e que 
já o eram ao tempo da alienação fraudulenta) contra (art. 161, CC) o 
devedor insolvente e também contra a pessoa que celebrou negócio 
jurídico com o fraudador ou contra terceiros adquirentes que hajam 
procedido de má-fé (há um litisconsórcio passivo necessário). 
• O principal efeito desta ação é revogar o negócio lesivo aos interesses 
dos credores, repondo o bem no acervo sobre o qual se efetuará o 
concurso de credores. O prazo decadencial para o ajuizamento da 
ação é de 04 anos a contar da celebração do negócio (arts. 171, II e 
178, II, CC). 
Observações 
Vimos que os Negócios Jurídicos, quando praticados com determinados 
vícios (erro ou ignorância essencial, dolo essencial, coação moral, lesão, estado 
de perigo, etc.) podem ser anulados. Mas, para que isso ocorra, é necessário 
ingressar com uma ação própria. A única ação que tem um nome especial é a 
proveniente de fraude contra credores (que chamamos de pauliana). Nos 
demais casos de anulação fala-se apenas em “ação de anulação por erro 
essencial de objeto”, “ação de anulação por dolo substancial”... vai depender da 
hipóteseconcreta. A ação pauliana é uma espécie de ação anulatória, de 
natureza desconstitutiva. 
Alguns autores também chamam esta ação de revocatória. No entanto 
tomem cuidado com este termo, pois na Lei de Falências também há uma ação 
com este nome e pode confundir. 
Fraude contra Credores X Fraude à Execução – Distinção 
Não podemos confundir tais institutos. Ambos possuem elementos 
comuns como a fraude na alienação de bens pelo devedor, com desfalque em 
seu patrimônio, colocando-se em situação de insolvência e prejudicando o 
credor. No entanto eles se diferenciam, pois a fraude à execução (ou fraude de 
execução) é um instituto do Direito Processual Civil. 
A fraude contra credores é um defeito no negócio jurídico (vício social, 
pois atinge terceiros); portanto é tema referente ao Direito Civil. No momento 
em que foi realizada a alienação fraudenta, ainda não havia sido proposta 
nenhuma ação (embora já possam existir títulos protestados). 
Já a fraude à execução é um incidente processual; já há um processo. 
Ocorre quando ao tempo da alienação do bem (de forma fraudulenta), já corria 
contra o devedor demanda (ação judicial) capaz de reduzi-lo à insolvência. Os 
bens que foram alienados já estariam comprometidos tendo-se em vista a ação 
proposta. Ou seja, o devedor já havia sido citado para uma ação (de 
conhecimento ou de execução - é indiferente a espécie de ação) em que o autor 
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persegue o recebimento de seu crédito. Na fraude à execução o credor não 
precisa mover ação pauliana, uma vez que o ato (venda ou doação do bem) não 
é apenas anulável, mas ineficaz perante o processo de execução. Na fraude à 
execução o vício é mais grave, sendo considerado como um ato atentatório à 
dignidade e administração da Justiça, podendo ser declarado ineficaz e 
reconhecido pelo Juiz no próprio processo, mediante um simples pedido da parte 
lesada. Vejamos um quadro comparativo: 
FRAUDE CONTRA CREDORES FRAUDE À EXECUÇÃO 
1) Defeito do Negócio Jurídico – 
Vício Social – Regulada pelo 
Direito Privado (CC). 
1) Incidente de um Processo – 
Regulada pelo Direito Público 
(CPC). O vício é mais grave. 
2) Quando pratica o ato o 
devedor ainda não foi proposta 
ação alguma. 
2) A prática do ato foi após a 
propositura de uma ação judicial 
(processo de conhecimento ou 
execução). 
3) Para combater a fraude deve 
ser proposta ação pauliana, 
visando a anulação do negócio 
jurídico. 
3) Para combater a fraude 
deve-se expor os fatos e requerer 
ao Juiz a ineficácia do ato, no 
curso do próprio processo que 
está em andamento (alegação 
incidental). 
4) Tratando-se de alienação 
onerosa exige-se prova da má-fé 
do terceiro (consilium fraudis). 
4) Não se exige prova da má-fé 
do terceiro, uma vez que esta é 
presumida. 
 
A jurisprudência dominante em nossos Tribunais é de que a fraude à 
execução somente se caracteriza quando o devedor é citado para a ação e a 
partir daí realiza os atos fraudatórios. Antes disso seria apenas a fraude contra 
credores. Pessoalmente entendo que não é necessária a citação, bastando a 
propositura da ação. Com isso previne-se a hipótese em que a ação é proposta, 
mas o réu se oculta para não ser citado e neste ínterim realiza os atos 
fraudatórios; posteriormente, já em estado de insolvência, aparece para ser 
citado... sem bens. 
Fraude contra Credores X Simulação 
 Ambas atingem direitos de terceiros, prejudicando-os. A diferença básica 
reside no fato de que enquanto na simulação a alienação é fictícia, na fraude 
contra credores a alienação é real. 
Fraude contra Credores X Dolo 
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 A fraude se consuma sem a participação do lesado no negócio; no dolo a 
pessoa lesada pelas manobras desleais é parte do negócio. 
 
SIMULAÇÃO (art. 167, CC) 
Simulação é a declaração enganosa da vontade, visando obter resultado 
diverso do que aparece, com o fim de criar uma aparência de direito, para iludir 
terceiros ou burlar a lei. Simular significa fingir. Há um conluio entre os 
contratantes. Exemplo clássico: um homem, casado, possui uma amante e 
deseja doar um apartamento para ela. No entanto a lei não permite tal prática 
(e nem a sua esposa permitiria). Assim ele faz um contrato de compra e venda, 
com escritura e registro, tudo aparentemente perfeito; mas na verdade, ele não 
vendeu o bem, ele fez uma doação. Ele fingiu celebrar uma compra e venda, 
mas na realidade realizou uma doação, posto que não houve uma contra-
prestação em dinheiro. 
É importante notar que o novo Código Civil não trata mais a 
simulação como sendo um defeito referente à vontade ou 
consentimento. Aliás, esta particularidade tem caído muito nos atuais 
concursos. Acompanhem, lendo no próprio Código: o Capítulo IV trata dos 
Defeitos do Negócio Jurídico (Erro ou Ignorância, Dolo, Coação, Estado de 
Perigo, Lesão e Fraude contra credores). Esse capítulo tem início no art. 138 e 
vai até o art. 165. Já a Simulação está prevista no art. 167, inserida no Capítulo 
V, referente à Invalidade do Negócio Jurídico (que veremos logo adiante). 
Além disso, o art. 168, CC determina que a simulação é hipótese de nulidade 
do ato. No entanto parte da doutrina ainda a classifica como vício social. 
Concluindo: Se cair em um concurso, reparem no que está disposto no 
cabeçalho da questão; se esta afirma “...de acordo com o disposto no atual 
Código Civil...” podemos concluir que não se trata de um vício social. 
Feita esta observação, continuemos... Na simulação há um desacordo 
entre a vontade declarada e a vontade interna e não manifestada. As partes 
fingem, criando uma aparência, uma ilusão externa, que oculta a real intenção 
dos contratantes. Na simulação as duas partes contratantes estão combinadas 
(observem o exemplo clássico que demos a respeito ‘do marido e da amante’) e 
se destina a iludir terceiros (a esposa ou os filhos). Desta forma o ato somente 
estará viciado (causando a nulidade) quando houver intenção de prejudicar 
terceiros ou violar disposição de lei. A despeito do novo Código, a doutrina 
continua classificando a simulação da seguinte forma: 
1) Absoluta ⎯ ocorre quando a declaração enganosa de vontade exprime 
um negócio jurídico, mas não há intenção de realizar negócio jurídico algum. 
Exemplo: proprietário de uma casa alugada que, com a intenção de facilitar o 
despejo contra seu inquilino, finge vendê-la a terceiro. Outro: marido e mulher 
vão se separar; possuem um patrimônio de 100; mas o marido diz estar 
devendo 50 para um amigo, mostrando o título; este título não representa 
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qualquer negócio; não há esta dívida. Com isso o marido prejudica a esposa 
na partilha de bens. Em ambos os exemplos não houve negócio algum por trás 
do ato fraudulento; tudo foi fingido. 
 
2) Relativa ⎯ as partes pretendem realizar um negócio; mas este é 
proibido pela lei ou prejudica interesses de terceiros. Assim, para escondê-lo, 
praticam outro negócio. Portanto, neste caso há dois negócios: a) o simulado 
(que é o aparente, aquele que se declarou, mas não se quer de verdade); e b) 
o dissimulado (que é o oculto, aquele verdadeiramente desejado pelas das 
partes). O negócio aparente serve apenas para ocultar a efetiva intenção dos 
contratantes. Exemplos: marido que finge vender um imóvela uma pessoa, 
mas na verdade está doando o bem a sua amante; uma pessoa realiza a 
venda de um imóvel com preço na escritura inferior ao real para pagar menos 
imposto e burlar o Fisco. 
A Simulação (seja absoluta ou relativa), acarreta a nulidade do negócio 
simulado (ou seja, do negócio aparente). No entanto, no caso da simulação 
relativa subsistirão os efeitos do negócio dissimulado, se ele for válido na 
substância e na forma. Na verdade o que a lei determina é que o negócio 
dissimulado (ou seja, a vontade real do contratante) será mantido, desde que 
ele seja válido na forma e na substância. Exemplo: pai deseja doar um imóvel 
a um de seus filhos (seria o negócio dissimulado), mas não quer que este bem 
seja trazido à colação quando de sua morte. Simula, então, uma compra e 
venda (trata-se agora do negócio simulado). Neste caso, se forem obedecidos 
os requisitos legais da doação (que é o negócio dissimulado, pois esta era a 
real intenção do pai desde o início), ela será mantida. Notem que neste caso o 
bem doado deve sair da parte disponível do patrimônio do pai. Ou seja, ao 
contrário do que geralmente se pensa, um pai pode favorecer um filho em 
detrimento de outro. Mas isso deve ser feito de forma legal e dentro da 
chamada “parte disponível” do ascendente. 
 
A simulação ainda pode ser classificada em: 
a) Subjetiva (por interposta pessoa ou ad personam) ⎯ ocorre quando a 
parte contratante não é o indivíduo que tira proveito do negócio. É o testa-de-
ferro (também chamado de “homem de palha”). Exemplo: “A” vende um imóvel 
a “B”, para que este transmita o bem posteriormente a “C”, sendo que a 
intenção, desde o início, era transferir o bem para “C”, mas isto, por algum 
motivo não era permitido. Tal simulação somente se efetivará quando se 
completar a transmissão do bem ao real adquirente. 
b) Objetiva (ou simulação de conteúdo) ⎯ relativa à natureza do negócio 
pretendido, ao objeto ou a um dos elementos contratuais. O ato contém uma 
declaração, confissão ou cláusula não verdadeira. Exemplo: as partes, em uma 
escritura de compra e venda de um bem imóvel, declaram preço inferior ao do 
negócio real com a intenção de pagar menos imposto sobre a transmissão do 
bem. Outros exemplos: colocar data diversa em um documento (ex: pré ou pós 
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datar contratos); doação de bem imóvel pertencente a um homem casado à sua 
amante, dando-se a aparência de uma compra e venda, etc. 
c) Inocente ⎯ quando não há a intenção de violar a lei ou de lesar outrem. 
Por isso, mesmo havendo a simulação, a conduta costuma ser tolerada, não se 
anulando o negócio. Exemplo clássico: uma senhora, sem herdeiros necessários, 
possui apenas três sobrinhos e deseja doar um imóvel para um deles. No 
entanto ela não quer ‘melindrar’ os demais sobrinhos. Assim, finge fazer uma 
compra e venda em relação a este sobrinho, mas na verdade o que ela fez foi 
doar imóvel ao sobrinho preferido. Observem que a senhora não lesou ninguém. 
Os sobrinhos não são seus herdeiros necessários. Se ela quisesse doar 
diretamente o bem a um deles, poderia fazê-lo sem problema algum. 
d) Maliciosa ⎯ envolve o propósito deliberado de prejudicar terceiros ou de 
burlar o comando legal, viciando o ato que perderá a validade, sendo 
considerado nulo de pleno direito. 
A doutrina vem entendendo que o Código Civil não mais distingue a 
simulação inocente da maliciosa, pois ambas produziriam o mesmo resultado: 
nulidade de eventual negócio simulado e manutenção do negócio dissimulado, 
se for o caso. 
Observações Importantes 
1) Estabelece o art. 168 e parágrafo único, CC que as nulidades do art. 
167, CC (simulação) podem ser alegadas por qualquer interessado ou pelo 
Ministério Público quando lhe caiba intervir. Se o Juiz conhecer do ato ou de 
seus efeitos e a encontrar provada, deve pronunciar a nulidade, não lhe sendo 
permitido supri-las, mesmo que haja requerimento das partes. 
2) A nulidade do ato simulado não pode prejudicar terceiros de boa-fé que 
tenham negociado com um dos simuladores (conforme o art. 167, §2º, CC). 
Simulação X Reserva Mental 
 Na reserva mental não há um acordo entre as partes para enganar 
terceiros. Na verdade há a emissão de uma declaração unilateral de vontade 
não desejada, nem em seu conteúdo nem em seu resultado. O agente quer algo 
e declara, conscientemente, coisa diferente. Portanto há uma não-coindência 
entre a vontade real e a declarada, com o propósito de enganar a outra parte. 
Exemplo: uma pessoa empresta dinheiro a outra, sendo que esta está 
desesperada, a ponto de cometer um suicídio. Na verdade a primeira pessoa 
não deseja realizar um contrato de mútuo (ou empréstimo), mas sim de ajudar 
a segunda pessoa, doando-lhe o dinheiro. No entanto não quer que a outra 
saiba que o empréstimo, na verdade, é uma doação. Assim, ela finge que está 
emprestando, mas ela mesmo já sabe que o devedor não terá condições de lhe 
pagar o empréstimo. Portanto o empréstimo, na verdade foi a fundo perdido, ou 
seja, uma doação. Outro exemplo: pessoa se casa, não com o intuito de contrair 
matrimônio, mas sim para não ser expulsa do País. O art. 110, CC prescreve: a 
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manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito reserva 
mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha 
conhecimento. É importante deixar claro que a reserva mental pode ser 
fraudulenta ou inocente, se houver ou não intenção de prejudicar. Lembrando 
que na simulação há sempre um consenso entre os simuladores (o que não 
ocorre na reserva mental). 
 
II – ELEMENTOS ESSENCIAIS ESPECIAIS 
Já vimos todos os elementos essenciais gerais. Recordando: Capacidade 
das partes, Objeto lícito, possível, determinado ou determinável e 
Consentimento. Vimos também os possíveis defeitos em cada um desses 
elementos e os seus efeitos. Veremos agora o elemento essencial especial, 
que é a forma prescrita ou não defesa em lei. Cuidado com esta expressão! 
Forma prescrita é a determinada pela lei; forma não defesa em lei é a forma 
NÃO PROIBIDA pela lei. Aqui, a expressão “defesa” tem o sentido de 
proibição. 
Forma é o meio pelo qual se externa a manifestação de vontade nos 
negócios jurídicos; é o conjunto de formalidades, solenidades, para que o ato 
tenha eficácia jurídica. 
Forma prescrita ou não defesa em lei 
Em regra a vontade pode se manifestar livremente, não havendo uma 
forma especial. Pode-se recorrer à palavra falada, escrita, ao gesto e até mesmo 
ao simples silêncio (em alguns casos raros como vimos atrás). O art. 107, CC 
determina que: “A validade da declaração de vontade não dependerá de forma 
especial, senão quando a lei expressamente a exigir”. 
Todavia, em casos determinados, para dar maior segurança nas relações 
jurídicas, a lei prescreve a observância de uma forma especial. Exemplo: o art. 
108, CC determina que qualquer negócio jurídico que tenha por objetivo 
constituir, transferir, modificar ou renunciar direitos sobre imóveis de valor 
superior a 30 vezes o maior salário mínimo vigente no País, somente pode ser 
efetivado mediante escritura pública. 
 
 
Assim, forma especial (ou solene) é o conjunto de solenidades que a lei 
estabelece como requisito para a validade de determinados atos jurídicos. Tem 
por finalidade garantir a autenticidade do ato, facilitando sua prova e 
assegurando a livre manifestação de vontade das partes. É interessante 
acrescentar que para alguns atos jurídicos a lei impõe apenas uma forma para 
ser realizado(escritura pública para os imóveis). No entanto a lei permite que 
um ato seja realizado de diversas maneiras. O exemplo clássico é o 
Reforçando: Consensualismo é a regra. Formalismo é a exceção. 
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reconhecimento voluntário de filho havido fora do matrimônio. Ele pode ser 
feito: a) no próprio termo do nascimento; b) por escritura pública ou 
instrumento particular; c) por testamento ou d) por manifestação expressa e 
direta perante o Juiz. Por exigir formalidade especial e permitir diversas 
maneiras de reconhecimento, costuma-se dizer que ela é uma forma especial 
plural. 
Importante. Não devemos confundir forma com prova. Enquanto a forma 
serve para indicar a vontade interna do agente, a prova serve para demonstrar 
a existência do ato. 
Nulo é o negócio jurídico quando não se revestir da forma prescrita em lei 
ou quando preterir alguma solenidade que a lei considere essencial para sua 
validade (confiram o art. 166, inciso V, CC). 
 
 
Ante o que foi aqui falado sobre a forma dos negócios jurídicos em geral, 
concluímos que eles podem ter: 
1) Forma Livre (ou geral) – para os contratos consensuais (também 
chamados de não-formais) → pode ser usado qualquer meio de exteriorização 
da vontade (desde que não prevista uma forma especial): como vimos, palavra 
escrita ou falada, gestos e até mesmo o silêncio. Exemplos: admite-se a forma 
verbal para a doação de bens móveis de pequeno valor (art. 541, CC); mandato 
verbal (art. 656, CC); mútuo, etc. 
2) Forma Especial (ou solene) – para os contratos formais ou solenes 
→ conjunto de formalidades que a lei estabelece como requisito para a validade 
de certos atos. Citamos alguns exemplos (entre outros) de Negócios Jurídicos 
que exigem uma formalidade especial: 
• casamento ⎯ para se casar é imprescindível todo um conjunto de 
formalidades, um rito totalmente formal e adequado, inclusive quanto ao 
regime de bens escolhido. 
• pacto antenupcial ⎯ deve ser realizado por escritura pública. 
• adoção ⎯ é imprescindível o registro de pessoas naturais. 
• compra e venda e doação de imóveis ⎯ tais atos devem ser formalizados 
por uma escritura pública e posteriormente transcritos no Registro de 
Imóveis. 
• bem de família (hipótese prevista pelo Código Civil – arts. 1.711/1.722) 
⎯ formalizado por meio de uma escritura pública e posterior registro. 
Lembrando que se for o chamado bem de família instituído pela lei 
8.009/90 dispensa-se as formalidades. 
• testamento ⎯ deve ser feito por escrito, com rito adequado e número de 
testemunhas determinado. 
• hipoteca ⎯ formalizada no registro de imóveis. 
Concluindo: Se houver desobediência quanto à forma (prescrita ou 
não defesa em lei) = Nulidade Absoluta do Negócio Jurídico 
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• criação de uma fundação ⎯ escritura pública ou testamento. 
• reconhecimento de filho havido fora do casamento ⎯ pode ser feito no 
próprio termo do nascimento, por escritura pública ou particular, por 
testamento ou manifestação expressa e direta perante o Juiz (daí dizer 
que é uma forma especial e plural). 
 
3) Forma Contratual – é a pactuada pelas partes; às vezes um contrato 
pode ser realizado de forma particular, mas as partes podem convencionar que 
ele será realizado por instrumento público. Exemplo: posso realizar um contrato 
de locação por instrumento (contrato) particular. No entanto, para dar maior 
segurança ao ato, podemos pactuar que o mesmo será feito em cartório, por 
instrumento público. 
 
Com isso terminamos a análise dos Elementos Essenciais (gerais e 
especiais), que dizem respeito à validade do Negócio Jurídico. Veremos agora 
os Elementos Naturais, que são bem simples e dizem respeito apenas aos 
efeitos do Negócio. Logo a seguir veremos os Elementos Acidentais, que dizem 
respeito à eficácia do Negócio Jurídico. 
Vamos a eles. 
 
III – ELEMENTOS NATURAIS 
Os Elementos Naturais são os efeitos ou as consequências decorrentes do 
negócio jurídico, sem que seja necessária a menção expressa a estes efeitos, 
pois a norma jurídica já determina as consequências jurídicas. 
Exemplo: Em uma compra e venda os elementos naturais são: obrigação 
do comprador de pagar o preço e a obrigação do vendedor de entregar a coisa. 
Além disso, o vendedor tem responsabilidade pela evicção da coisa (evicção é a 
perda da coisa em virtude de sentença judicial), pelo vício redibitório (que é o 
defeito oculto na coisa), etc. Outro exemplo: Em um contrato de locação há a 
obrigação do locador de entregar o bem locado. Por outro lado o locatário 
deverá pagar pontualmente os aluguéis. Enfim, cada parte deverá cumprir o 
disposto nas cláusulas do contrato. Em outras palavras, cada contratante deve 
cumprir as obrigações que assumiu. 
 
IV – ELEMENTOS ACIDENTAIS (arts. 121/137, CC) 
Os elementos acidentais do negócio jurídico são as cláusulas que se lhe 
acrescentam com o objetivo de modificar uma ou algumas de suas 
consequências naturais, ou seja, na geração dos efeitos jurídicos que lhe sejam 
próprios. 
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São elementos ditos acidentais porque o ato negocial pode estar perfeito 
sem eles; sua presença é dispensável para a existência do negócio. Dizem 
respeito à eficácia do negócio jurídico. Desta forma são declarações 
acessórias de vontade. Um contrato pode ter ou não esses elementos. São 
elementos acidentais: 
• Condição 
• Termo 
• Modo ou Encargo 
 
A) CONDIÇÃO – arts. 121/130, CC 
Condição, nos termos do art. 121, CC, é a cláusula acessória que, 
derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do ato 
jurídico a evento futuro e incerto (ex: eu lhe darei o meu carro, se eu ganhar 
na loteria). A condição afeta a eficácia (produção de efeitos) do negócio e não a 
sua existência (uma vez que a vontade foi legítima). 
Os requisitos para a configuração da condição são: 
a) Aceitação voluntária das partes. 
b) Evento futuro (futuridade) do qual o negócio jurídico dependerá. 
c) Incerteza do acontecimento (que poderá ou não ocorrer). 
O titular de direito eventual, embora ainda não tenha direito adquirido, já 
pode praticar alguns atos destinados à conservação, com o intuito de resguardar 
seu futuro direito, evitando que eventualmente sofra prejuízos (ex: requerer 
inventário, pedir uma garantia, etc.). Antes de se realizar a condição, o ato é 
ineficaz. A condição pode ser classificada em: 
1) QUANTO AO MODO DE ATUAÇÃO (é a que tem maior incidência nos 
concursos): 
 
a) SUSPENSIVA (art. 125, CC) ⎯ é a condição cuja eficácia do ato fica 
suspensa (protelada, adiada) até a realização do evento futuro e incerto. Adia-
se, temporariamente, a eficácia do negócio. Exemplo: eu lhe darei uma jóia se 
você ganhar a corrida; enquanto você não ganhar, eu não preciso entregar o 
bem, pois a condição suspende a doação. Outros exemplos: eu lhe darei uma 
casa logo após o seu casamento; eu lhe darei um carro, se você passar no 
concurso... 
 - enquanto a condição não for verificada (realizada, concretizada) ela é 
chamada de pendente. 
 - o cumprimento (ou a ocorrência) da condição é chamado de 
implemento. 
 - chamamos de frustração, quando a condição não é realizada. 
 
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Pendente a condição, não há direito adquirido, mas uma simples 
expectativa de direito ou um direito eventual. Exemplo: “A” doa a “B” um 
objeto sob uma condição suspensiva. Antes do implemento da condição, “B” 
vende o bem a “C”. Esta venda é considerada nula. “B” não poderia vender este 
bem antes da ocorrência da condição. Somente com o implemento da condição 
aperfeiçoa-se o ato negocial de forma retroativa, desde a celebração (efeito ex 
tunc – falarei mais sobre esta expressão adiante), exceto nos contratos reais 
(que necessitam da entrega da coisa ou do registro do contrato). 
Pelo art. 126, CC é possível que, na pendência de uma condição suspensiva, 
sejam feitas novas disposições. Mas estas somente terão validade se não forem 
incompatíveis com a condição original. 
 
b) RESOLUTIVA (art. 127, CC) ⎯ é a condição que subordina à ineficácia 
do negócio jurídico a um evento futuro e incerto. A eficácia do ato se opera 
desde logo (chamamos isso de entabulamento), mas se resolve com a 
ocorrência de um evento futuro e incerto. Lembrem-se: resolver = extinguir. 
Portanto o implemento da condição extingue os efeitos do ato. Exemplo: deixo-
lhe uma renda enquanto você estudar; se você parar de estudar, você perde 
esta renda. O direito que você tinha em relação a esta renda se extingue (ou se 
resolve). Enquanto a condição não se realizar, vigorará o negócio jurídico. 
Verificada a condição, extingue-se o direito para todos os efeitos. Outro 
exemplo: empresto-lhe uma casa para você nela residir enquanto for solteiro. 
Isto quer dizer que no dia em que você se casar perderá o direito de usar a 
casa; portanto, resolve-se, extingue-se o seu direito. É interessante esclarecer 
que pelo art. 128, CC esta extinção do direito, como regra, não atinge os atos já 
praticados. 
2) QUANTO À PARTICIPAÇÃO DOS SUJEITOS: 
a) Casual ⎯ se depender de fato alheio à vontade das partes; ou seja, de 
um acontecimento fortuito. Exemplo: eu lhe darei um anel de brilhantes se 
chover amanhã. 
b) Potestativa ⎯ se decorrer da vontade (ou do poder) de uma das 
partes. Subdivide-se em: 
- puramente potestativa ⎯ quando decorre de um capricho ou 
arbítrio do proponente; decorre da vontade absoluta de uma das partes, 
segundo um critério exclusivo de sua conveniência. Exemplo: eu lhe darei 
um carro se eu levantar o braço, ou se eu quiser. A doutrina costuma 
chamá-la de cláusula “si voluero” (se me aprouver). São proibidas pelo 
nosso Direito – art. 122, CC. 
- meramente (ou simplesmente) potestativa ⎯ depende da 
prática de algum ato do contraente e de um fator externo. Exemplo: eu lhe 
darei uma jóia se você cantar bem; ou se você passar num concurso; eu lhe 
pagarei quando revender a coisa, etc. Um dos contratantes tem poder sobre 
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a ocorrência do evento, mas não um poder absoluto, pois depende, ainda, 
de fatores ligados ao outro contratante. Por este motivo a cláusula é válida 
(ao contrário da puramente potestativa em que decorre da vontade 
exclusiva, do puro arbítrio de uma das partes). A condição meramente 
potestativa pode-se tornar promíscua, quando inesperadamente ocorrer 
algum problema (anteriormente inexistente) que a torne inexequível. 
Exemplo: dou-lhe uma importância em dinheiro se você escalar 
determinada montanha; antes de realizar a condição a pessoa quebra a 
perna, impossibilitando a escalada (que anteriormente seria possível). 
Observação – pode haver uma combinação entre todas as espécies de 
condição. Exemplo: a condição pode ser suspensiva e casual ao mesmo tempo, 
ou suspensiva e potestativa. Também resolutiva e casual e resolutiva e 
potestativa. 
3) QUANTO À POSSIBILIDADE: 
a) Física e juridicamente possível ⎯ é a que pode ser realizada conforme 
as leis físico-naturais e as normas jurídicas. 
b) Física e juridicamente impossível ⎯ é a que não se pode efetivar por 
ser contrária à natureza (ex: eu lhe darei um carro se você filtrar toda a água 
do mar; ou capturar vivo um dragão, etc.) ou à ordem legal (ex: eu lhe darei 
um carro se você renunciar à pensão alimentícia). 
Importante 
Invalidam os Negócios Jurídicos: as condições físicas e juridicamente 
impossíveis, quando suspensivas (art. 123, I, CC). Isto porque não haveria 
seriedade na proposta. Nosso direito considera como condições inexistentes 
(art. 124, CC) as condições impossíveis quando forem resolutivas e também as 
de não fazer coisa impossível (ex: dou-lhe uma importância em dinheiro se você 
não usar qualquer aparelho auxiliar para ir às profundezas do oceano). 
4) QUANTO À LICITUDE: 
a) Lícita ⎯ quando não for contrária à lei, à moral e aos bons costumes; ou 
seja, a condição é permitida ou tolerada em nosso direito. Dispõe o art. 122, 
primeira parte do CC, que são lícitas todas as condições não contrárias à lei, à 
ordem pública ou aos bons costumes. 
b) Ilícita ⎯ quando for condenada pela norma jurídica, pela ordem pública, 
pela moral e pelos bons costumes. Exemplo: eu lhe darei uma jóia se você me 
deixar viver em adultério; ou se você mudar de religião; ou se você não se 
casar, etc. A condição perplexa ou contraditória é a que não faz sentido, 
deixando o intérprete confuso (perplexo), por isso ela priva de todo efeito o ato, 
sendo considerada inválida. Exemplo: eu lhe vendo um apartamento, mas você 
não poderá morar nele. 
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Cuidado ⎯ Invalidam o Negócio Jurídico as condições ilícitas 
ou de fazer coisa ilícita (conforme o art. 123, II, CC). 
É importante salientar que há condições que não são aceitas pelo nosso 
Direito. Alguns atos que não admitem condição, pois são ligados a uma norma 
de direito público, cogente. Estes atos geralmente estão presentes no Direito de 
Família e Sucessões e são chamados de atos puros. Exemplos: 
• condição de não se casar ⎯ não é admissível uma condição proibindo 
o casamento. Porém ela até pode ser aceita se for elaborada da seguinte 
maneira: eu lhe darei um apartamento se você não se casar com Paulo. 
Ou eu lhe darei uma casa se você casar com Leandro. Quanto à condição 
da obrigatoriedade de permanecer em estado de viuvez, ainda causa 
muita polêmica, não sendo aceita por todos. 
• exílio ⎯ não se pode proibir que uma pessoa more em uma cidade ou 
que ela tenha morada perpétua em outro lugar. Porém nada impede de se 
pactuar a condição de que a pessoa vá residir em outro lugar, fora de uma 
capital (ex: eu lhe darei uma casa se você se mudar da capital do Estado). 
• religião ⎯ a condição para mudança de religião atenta contra a 
liberdade de consciência assegurada pela nossa Constituição, sendo, por 
tal motivo, proibida. 
• profissão ⎯ não pode haver condição para que não se exerça 
determinada profissão. Porém pode haver para que se siga uma certa 
profissão (ex: se você se formar em Direito, eu lhe darei meu anel de 
grau). 
• aceitação ou renúncia de herança ⎯ este ato deve ser puro e 
simples, sem nenhuma condição. 
• reconhecimento de filhos, emancipação ⎯ também não pode haver 
qualquer condição para se reconhecer um filho (ex: eu o reconheço como 
meu filho, desde que você aceite não receber pensão alimentícia ou 
renuncie o direito de eventual herança); ou emancipação (eu emancipo 
você, desde que você não se case). 
Observação – É preciso que não haja interferência maliciosa de qualquer 
dos interessados no desfecho da situação prevista. Se um dos contratantesinterferir (dolosamente, intencionalmente) na ocorrência do evento, para que 
ele se realize ou não se realize, a penalidade é a de que se considere realizado o 
fato no sentido oposto daquele pretendido pelo agente malicioso (art. 129, 
CC). Exemplo: eu lhe darei determinada importância em dinheiro se o motorista 
chegar no local combinado até o meio dia; se a outra parte aprisiona o 
motorista para que ele não chegue no horário previsto, reputa-se verificada a 
condição, pois a mesma foi maliciosamente obstada pela parte contrária. 
B) TERMO – arts. 131/135, CC 
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Termo é a cláusula que subordina os efeitos do negócio jurídico a um 
acontecimento futuro e certo. Trata-se do dia em que começa e/ou extingue a 
eficácia do negócio jurídico, subordinando-se a um evento futuro e certo 
(embora a data deste evento possa ser determinada ou indeterminada). Assim 
como na condição, alguns negócios não admitem o termo (ex: aceitação ou 
renúncia de herança, emancipação, reconhecimento de filhos, etc.). Há varias 
espécies de termo: convencional (estabelecido pelas partes), de direito (decorre 
da lei), de graça (dilação de prazo concedida pelo devedor), etc. No entanto a 
classificação mais importante para efeito de concursos é a divisão em: 
a) Termo Inicial ou Suspensivo (dies a quo) ⎯ quando fixa o momento 
em que a eficácia do negócio deve ter inicio, retardando o exercício do 
direito (ex: a locação terá início dentro de dois meses; eu lhe darei um 
carro no Natal deste ano, etc.). No termo inicial já há o direito adquirido 
(diferentemente da condição suspensiva onde há uma mera expectativa 
de direito, impedindo-se a sua aquisição). O termo inicial não suspende a 
aquisição do direito, que surge imediatamente, mas só se torna 
exercitável com a superveniência do termo. Em outras palavras: O termo 
suspende o exercício, mas não a aquisição do direito (art. 131, CC). 
O exercício do direito fica suspenso até o instante em que o acontecimento 
futuro e certo, previsto, ocorrer. 
Observação: se o termo inicial for impossível, demonstra que não há uma 
vontade real de criar a obrigação, gerando, portanto, a sua nulidade. Ex: eu lhe 
darei um carro no dia 31 de fevereiro; ou no dia de “São Nunca”. 
b) Termo Final ou Resolutivo (dies ad quem) ⎯ se determinar a data 
da cessação dos efeitos do negócio jurídico, extinguindo as obrigações 
dele oriundas (ex: uma cláusula que diga que a locação se findará no 
prazo de 30 meses). Antes de chegar o dia estipulado para seu 
vencimento, o negócio, subordinado a um termo final, vigorará 
plenamente e seu titular poderá exercer todos os direitos dele 
provenientes. Com a chegada do termo final não se destrói o negócio; 
apenas lhe retira a eficácia. 
Não confundir termo com condição suspensiva. 
A condição suspensiva trata de evento futuro e incerto. Além de suspender 
o exercício do direito, ela suspende também sua aquisição. Já o termo se vincula 
a um evento futuro e certo. Não suspende a aquisição do direito, apenas adia o 
seu exercício. 
O termo ainda pode ser classificado em: 
c) Certo ⎯ quando estabelece uma data determinada do calendário (ex: a 
locação terá início no dia 1º de janeiro do próximo ano). 
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d) Incerto ⎯ se se referir a um acontecimento futuro, mas com uma data 
incerta. Ex: eu lhe darei um imóvel quando fulano falecer; o evento é 
futuro e certo (pois a morte é sempre certa), porém a data é incerta. 
Não confundir também termo com prazo. 
Prazo é o lapso de tempo compreendido entre a declaração de vontade e 
a superveniência do termo em que começa o exercício do direito ou extingue o 
direito até então vigente. Ou seja, prazo é o intervalo entre o termo inicial 
e o termo final. É contado por unidade de tempo (hora, dia, mês e ano), 
excluindo-se o dia do começo (dies a quo) e incluindo-se o dia do vencimento 
(dies ad quem), salvo disposição legal ou convencional em contrário (art. 132, 
CC). Para resolver algumas questões relativas ao prazo, o Código Civil apresenta 
as seguintes regras (arts. 132, 133 e 134, CC): 
• Se o vencimento se der em feriado ou domingo, prorroga-se até o primeiro 
dia útil subsequente. 
• Se o termo vencer em “meados” de um mês, isto deve ser entendido como 
sendo o seu 15o dia, qualquer que seja o mês, pouco importando que ele 
tenha 29 ou 31 dias. 
• Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou 
no imediato, se faltar exata correspondência. Exemplo: prazo de mês 
estabelecido no dia 10 de abril se expira no dia 10 de maio. No entanto há a 
ressalva: quando não há a exata correspondência no ano ou mês posterior. 
Exemplo: fiz um contrato de ano no dia 29 de fevereiro (ano bissexto). No 
ano seguinte não haverá o dia 29 de fevereiro. Logo o vencimento recairá 
no dia 1° de março. Outro exemplo: fiz um contrato de mês no dia 31 de 
maio. Não existe o dia 31 de junho. Portanto o prazo recairá no dia 1° de 
julho. 
• Prazo fixado em hora é contado de minuto a minuto. 
• Nos testamentos presumem-se os prazos em favor do herdeiro. 
• Nos contratos, presumem-se em favor do devedor (salvo se do teor do 
instrumento ou das circunstâncias resultar que se estabeleceu em benefício 
do credor, ou de ambos os contratantes). Sendo estabelecido em favor do 
devedor, este poderá pagar o débito antes do vencimento, mesmo contra a 
vontade do credor (ainda que este não possa exigir o pagamento antes do 
vencimento). 
• Nos negócios jurídicos entre vivos, onde não foi estabelecido um prazo, o 
mesmo pode ser executado desde logo. A doutrina entende que a expressão 
“desde logo” não deve ser entendida “ao pé da letra”, como sinônimo de 
imediatamente, pois às vezes é necessário que haja um certo tempo (por 
menor que seja) para que a prestação seja cumprida. E isso irá depender 
da natureza do negócio, do lugar onde a obrigação será cumprida (pode ser 
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em lugar distante do local da celebração do negócio) ou mesmo de suas 
circunstâncias. 
Observação – a exemplo da condição, também é possível haver uma 
combinação entre todas as espécies de termo. Exemplo: o termo pode ser inicial 
e certo ao mesmo tempo; inicial e incerto; final e certo; final e incerto. 
C) ENCARGO OU MODO – arts. 136 e 137, CC 
Encargo (também chamado de modo) é a cláusula acessória, que em 
regra, aparece em atos de liberalidade inter vivos (ex: doação) ou causa 
mortis (ex: herança, legado), impondo um ônus ou uma obrigação à pessoa 
(natural ou jurídica) contemplada pelos referidos atos, mas sem caráter de 
contraprestação exata. Por isso, o encargo deve ser menor que o benefício 
concedido. Na realidade é uma limitação trazida a uma liberalidade. Trata-se de 
uma obrigação de fazer. Exemplo: dôo um terreno à municipalidade para que 
nele seja edificado um hospital; dou-lhe dois terrenos desde que em um deles 
seja construída uma escola, etc. Também poderá ser instituído nas declarações 
unilaterais de vontade, como por exemplo, na promessa de recompensa 
(“perdeu-se cachorrinho... recompensa-se bem”). Observem que o benefício 
vem acompanhado de um encargo. Um exemplo muito comum, inclusive em 
nossa vida particular é o comodato. Este é um contrato de empréstimo de 
coisa infungível (que não pode ser substituídapor outra igual). É um contrato 
gratuito. Porém eu posso colocar um encargo. Exemplo: deixo você morar de 
graça em meu apartamento (se eu cobrar por isso, deixa de ser um comodato e 
passa a ser locação). No entanto eu posso colocar o seguinte encargo: desde 
que você pague o condomínio e o IPTU. O pagamento destas despesas trata-se 
de um encargo, que não irá retirar a natureza gratuita do comodato, pois não 
estará havendo uma contraprestação. 
Uma característica do encargo é a sua obrigatoriedade. Por isso, caso o 
encargo não seja cumprido, posso exigir o seu cumprimento por meio de uma 
ação judicial específica. 
O art. 136, CC dispõe que o encargo não suspende a aquisição nem o 
exercício do direito. Exemplo: aberta a sucessão o domínio e a posse dos bens 
transmitem-se desde logo aos herdeiros nomeados, com a obrigação de cumprir 
o encargo; se este não for cumprido a liberalidade será revogada. 
Interessante a análise do art. 137, CC. Se o objeto do encargo for ilícito 
ou impossível, é tido como não escrito, libertando o negócio jurídico de qualquer 
restrição e ele vale normalmente (como se fosse uma doação pura e simples). 
Exemplo: eu dou um terreno a Pedro desde que ele assuma a paternidade de 
um filho que eu tive fora do casamento. Esta cláusula seria juridicamente 
impossível. No entanto não há uma ligação entre o encargo (assumir a filiação) 
e a doação em si. Portanto se Pedro aceitar a doação e depois não assumir a 
paternidade, o negócio valeu. A cláusula é tida como não escrita. Isto porque 
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não há uma ligação entre aceitar a doação e reconhecer o filho. Outro exemplo: 
eu lhe dou uma casa com o encargo de se construir uma escada até o céu. Ora, 
como isso é impossível, vale a doação pura e simples, como se não houvesse o 
encargo. No entanto o dispositivo contém uma ressalva: salvo se o encargo se 
constituir no motivo determinante da liberalidade. Exemplo: eu lhe dou uma 
casa, no entanto esta deve ser mantida como depósito de entorpecente. 
Observem que nesta hipótese a casa (objeto da doação) possui uma ligação 
imediata com o encargo (manutenção como depósito de entorpecente). Por isso 
o efeito é a nulidade total do negócio jurídico. 
É importante não confundir as três espécies de elementos acidentais 
(condição, termo e encargo). Às vezes as diferenças são muito sutis e o 
examinador aproveita esse fato para confundir o candidato. Assim, costumo 
fornecer em aula um quadrinho que realça as diferenças entre os institutos 
vistos. O quadro a seguir, portanto, tem a finalidade de facilitar o estudo, 
evidenciando as diferenças dos institutos: 
 
CONDIÇÃO 
SUSPENSIVA 
TERMO ENCARGO 
1. Evento futuro e 
incerto. 
1. Evento futuro e certo. 1. Impõe sempre um 
ônus. 
2. Enquanto não 
verificada, não se adquire 
o direito a que o ato visa. 
2. Já se adquire o direito, 
apenas se retarda o seu 
exercício. 
2. Não se suspende a 
aquisição nem o exercício 
do direito. 
3. Emprego da conjunção 
se (eu lhe darei isso, se 
você fizer aquilo). 
3. Emprego da conjunção 
quando (eu lhe darei 
isso quando você fizer 18 
anos). 
3. Emprego das locuções: 
para que, a fim de que, 
com a obrigação de, 
mas, etc. 
4. Pode ser aplicada a 
quaisquer atos. 
4. Pode ser aplicada a 
quaisquer atos. 
4. Aplica-se somente a 
atos de liberalidade 
(doação, herança, etc.). 
 
INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO 
Vimos até agora os Elementos Constitutivos do Negócio Jurídico 
(Essenciais, Naturais e Acidentais). A partir daqui veremos o que causa a 
Ineficácia do Negócio Jurídico. 
 
Para a realização de um ato jurídico, a lei civil impõe que sejam 
observados determinados preceitos. Em alguns casos, os atos praticados pelas 
partes podem não produzir os efeitos desejados, posto que realizados em 
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desacordo com o ordenamento jurídico. Segundo a doutrina tradicional a 
expressão invalidade (ou ineficácia) é empregada para designar o negócio 
que não produziu os efeitos desejados pelas partes. O grau de invalidade do 
negócio depende da natureza da norma ofendida. Assim, abrange: 
 
• Inexistência do Ato 
• Nulidade 
⎯ Absoluta (ato nulo) ou Relativa (ato anulável) 
A) ATO INEXISTENTE – ocorre quando lhe falta algum elemento 
estrutural; é inidôneo à produção de qualquer efeito jurídico. Exemplo: compra 
e venda na qual não se estipulou preço; ou não se identificou o comprador ou o 
vendedor; ou simplesmente não há objeto, etc. Não é necessária a declaração 
da ineficácia por decisão judicial, porque o ato jamais chegou a existir. Não se 
invalida o que não existe. Costuma-se dizer: ato inexistente é o nada no mundo 
jurídico. O vício é tão sério que o ato é considerado como inexistente. 
B) NULIDADE – de uma forma ampla nulidade é a sanção imposta pela 
lei que determina a privação de efeitos jurídicos do ato negocial, praticado em 
desobediência ao que ela prescreve. Para que se possa declarar um negócio 
jurídico nulo ou anulável, é preciso que ele ao menos tenha entrado (embora 
com vícios) no mundo jurídico para surtir os efeitos manifestados. Duas são as 
espécies de nulidades: nulidade absoluta e nulidade relativa (ou 
anulabilidade). No final deste assunto também fornecerei um quadro 
comparativo entre ambos (ato nulo e anulável). 
1) Nulidade Absoluta (nulo) ⎯ o ato não produz qualquer efeito 
por ofender gravemente os princípios de ordem pública. Há um interesse social 
para que se prive o negócio de seus efeitos. O ato é absolutamente inválido; 
não precisa ser anulado, pois já nasce nulo; o Juiz somente declara o ato nulo, 
podendo fazê-lo a requerimento de qualquer interessado (ação declaratória) ou 
de ofício (ex officio), ou seja, sem ser provocado. A declaração de nulidade é 
uma penalidade ao desrespeito da norma. Pelo art. 169, CC os atos nulos não 
podem ser convalidados, nem ratificados, exceção feita à hipótese do art. 170, 
CC que veremos mais adiante. E também não se convalescem pelo decurso de 
tempo. Não produzem efeito algum. 
Exemplos: venda de imóvel por contrato particular; venda realizada por 
absolutamente incapaz; objeto de um contrato ilícito ou impossível, etc. 
2) Nulidade Relativa (anulabilidade) ⎯ quando a ofensa não 
atinge de forma direta o interesse social, mas sim o interesse particular de 
pessoas; o ato é anulável. Enquanto não for declarado como tal pelo Juiz, 
produz efeitos normalmente. A lei oferece aos interessados as seguintes 
alternativas: a) de requerer a anulação do ato; b) confirmar ou sanar o vício 
(evitando-se o seu desfazimento); c) deixar que continue a produzir seus 
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efeitos normalmente. A anulação só atinge os atos após a declaração de 
anulação. A parte precisa requerer a anulação; o Juiz não pode reconhecer de 
ofício (ou seja, sem ser provocado). O ato anulável prende-se a uma 
desconformidade que a norma considera menos grave, pois viola preceitos 
individuais, provocando uma reação menos extrema. 
Exemplos: venda realizada sob coação, ou por pessoa relativamente incapaz 
sem assistência, etc. 
Confirmação 
Como vimos, o negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, 
salvo direito de terceiros (art. 172, CC). O instituto da confirmação do negócio 
anulável (também chamado de convalidação), tem porobjetivo aproveitar o 
negócio jurídico defeituoso, que poderia ser anulado. Convalidar é sanar o 
defeito que inquina o ato. Pela confirmação integra-se o negócio jurídico, dando-
se validade àquilo que as partes teriam contratado, se pudessem prever a 
anulabilidade. Embora o atual Código não seja explícito, entende a doutrina que 
os efeitos da confirmação do negócio são retroativos (ex tunc). Reforçando: o 
ato nulo não pode ser confirmado (art. 169, CC). A convalidação pode se dar: 
a) Pela ratificação (ou confirmação) do ato. Determina o art. 173, CC 
que o ato de confirmação deve conter a substância da obrigação confirmada e a 
vontade expressa de confirmá-la. Portanto, deve ser a mesma clara e precisa, 
para que não paire qualquer dúvida a respeito. No entanto ela pode ser 
expressa ou tácita, quando o devedor, ciente do vício, já cumpriu parte da 
obrigação (art. 174, CC) – a vontade de confirmar está implícita neste ato, 
dando início ao cumprimento do ato. Exemplo: marido vendeu um apartamento 
que pertencia ao casal, sem a outorga uxória; trata-se de um ato anulável. Se 
posteriormente à venda do imóvel a esposa assina a documentação, está 
confirmando o negócio. A confirmação (expressa ou tácita) implica em renúncia 
a todas eventuais ações judiciais. 
b) Pelo decurso de tempo (ex: decadência – art. 178, CC). 
 
Gráfico das Diferenças 
(admitido pela doutrina tradicional) 
 
Ato Nulo 
 
Efeitos ex tunc 
 
 
A decisão que declara a nulidade retroage 
à data da celebração do negócio nulo. 
Efeito erga omnes (contra todos). Matéria 
de ordem pública. 
Ato 
Anulável 
 
Efeitos ex nunc 
 
A decisão de anulabilidade opera efeitos a 
partir da anulação. Efeitos somente entre 
as partes contratantes. Matéria de ordem 
privada. 
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 Percebam as duas expressões em latim (ex tunc e ex nunc). Elas são 
muito importantes. Não só no Direito Civil, como em todos os ramos do Direito. 
Já vi estas expressões caírem em quase todas as matérias. Portanto, muita 
atenção. 
Ex nunc ⎯ significa “de agora em diante”, desde agora; portanto quando 
se diz que algo tem efeito ex nunc, quer se dizer que os efeitos são daqui para 
frente; eles decorrem a partir da declaração de anulabilidade, ou seja, os efeitos 
não retroagem. Lembre-se ex nunc – nunca retroage = expressão nunc 
“lembra” nunca. Este é um “macete” muito usado por professores para que os 
alunos gravem a diferença. No entanto, cuidado: nunc não significa nunca. 
Nunc significa agora, no momento presente (portanto, de agora em diante). A 
dica é só para ajudar uma melhor associação. Vejamos o que diz o art. 177, 
CC: A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença, nem se 
pronuncia de ofício; só os interessados a podem alegar, e aproveita 
exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de solidariedade ou 
indivisibilidade. Ou seja, como regra a alegação de anulação só aproveita a 
quem alegou este fato. Mas se a obrigação é solidária ou indivisível, esta 
alegação também irá beneficiar os demais, mesmos que eles não a tenham 
alegado. 
Ex tunc ⎯ significa “desde então”, desde aquele momento. Lembrem-se: 
ex tunc – tudo; tunc – trás, vai para trás. Ou seja, os efeitos da declaração da 
nulidade do ato retroagem à data da sua celebração, como se ele não tivesse 
existido. Esta expressão também pode se referir a uma cláusula que admite a 
retroatividade da lei, alcançando situações já consolidadas sob o império de lei 
anterior. Implica na anulação do ato alcançado por seus efeitos. 
Erga omnes ⎯ é uma expressão latina que significa: contra todos, o que 
é válido em relação a todos, extensível a todos. 
Vejamos agora quais as hipóteses de nulidade (ato nulo ou nulidade 
absoluta) e de anulabilidade (ato anulável ou nulidade relativa): 
São nulos os negócios quando (art. 166, CC): 
• praticados por absolutamente incapaz (ex: venda realizada por menor de 
16 anos, enfermo mental interditado, etc.). 
• for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto (ex: contrato para 
fazer uma viagem até o a estrela Alfa-Centauro, venda de um carro 
roubado, etc.). 
• o motivo determinante, comum a ambas as partes for ilícito. 
• não se revestir da forma prescrita em lei (ex: pacto antenupcial feito por 
contrato particular, testamento feito de forma verbal, etc.). 
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• for preterida solenidade que a lei considere essencial para sua validade 
(ex: testamento realizado sem testemunhas, compra e venda de imóvel 
sem fazer a escritura, etc.). 
• tiver por objeto fraudar lei imperativa. 
• a lei taxativamente o declarar nulo ou lhe negar efeito (ex: casamento 
de pai com filha adotiva; cláusula que permite ao credor ficar com o imóvel 
hipotecado, etc.). 
• o negócio jurídico for simulado (art. 167, CC) – pessoa finge vender uma 
casa a uma pessoa, mas na verdade esta doando para o seu cúmplice de 
adultério. Lembrem-se, no entanto, que o negócio subsistirá no que se 
dissimulou, se for válido na forma e substância. 
São anuláveis os negócios (art. 171, CC): 
• por incapacidade relativa do agente, sem a devida assistência de seus 
representantes legais (ex: venda feita por pródigo sem ser assistido). 
• por vício resultante de erro, dolo, coação, lesão, estado de perigo ou 
fraude contra credores (ex: venda sob coação moral; com erro essencial, 
etc.). 
• por falta de legitimação (ex: venda de imóvel sem outorga do outro 
cônjuge, casados sob o regime em comunhão universal de bens). 
• se a lei assim o declarar, tendo em vista uma situação particular (ex: 
art. 496, CC – É anulável a venda de ascendente para descendente, salvo 
se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente 
houverem consentido; art. 550, CC – É anulável a doação do cônjuge 
adúltero ao seu cúmplice de adultério pelo outro cônjuge ou seus herdeiros, 
até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal). 
 
Prazo Decadencial 
Pelo art. 178, CC é de quatro anos o prazo de decadência para 
pleitear-se a anulação do negócio jurídico. Conta-se esse prazo: a) no caso 
de coação, do dia em que ela cessar; b) no de erro, dolo, fraude contra 
credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio 
jurídico; c) no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade. 
É importante salientar que quando a lei dispuser que determinado ato é 
anulável, sem estabelecer um prazo para pleitear-se essa anulação, este 
prazo será de dois anos, a contar da conclusão do ato (art. 179, CC). Exemplo: 
o próprio art. 496, CC citado acima. Como vimos, ele prevê que é anulável a 
venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o 
cônjuge do alienante expressamente houverem consentido. Reparem que o 
dispositivo diz que o ato é anulável, mas não prevê o prazo para se requerer a 
anulação. Logo, entende-se que este prazo é de dois anos, por força do art. 
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179, CC. Um outro exemplo é o do art. 533, inciso II, CC (que fala da troca ou 
permuta). 
Observações 
01) Sendo o Negócio Jurídico Nulo ou Anulável é imprescindível a 
manifestação do Poder Judiciário a esse respeito. Ou seja, é o Juiz quem irá 
declarar se o ato é nulo, anulável ou se ele é válido, dependendo da situação em 
concreto. 
02) A teoriadas nulidades sofre algumas exceções no que diz respeito ao 
casamento. Assim, mesmo um casamento considerado nulo, pode gerar efeitos 
em algumas situações especiais. 
Regras Comuns à Nulidade e à Anulabilidade 
• Pelo art. 182 do CC, anulado um negócio jurídico as partes serão restituídas 
ao estado em que se encontravam antes do negócio (status quo ante). 
Exemplo: anulada a compra e venda de um relógio, tanto a importância em 
dinheiro eventualmente entregue, como objeto do negócio (o relógio), serão 
devolvidos às partes. Se for um bem imóvel o registro imobiliário deve ser 
cancelado. Isso não sendo possível (a coisa não mais existe ou é inviável a 
reconstituição da situação anterior), o lesado será indenizado com o valor 
equivalente à coisa. 
• A nulidade (absoluta ou relativa) pode ser total (atingindo todo o negócio 
jurídico) ou parcial (afeta somente parte do negócio). A nulidade parcial de um 
ato não prejudicará a parte válida do negócio, se for destacável, ou seja, se esta 
puder existir autonomamente (art. 184, CC). Trata-se da aplicação do princípio 
da conservação do negócio jurídico. Exemplo: nulidade da cláusula de fiança não 
anula todo o contrato de locação. 
• A nulidade relativa do instrumento não induz à do ato se este puder ser 
provado por outro meio (art. 183, CC). Ou seja, mesmo que viciado um 
contrato, este pode ser provado de outras maneiras. Exemplo: anulação do 
contrato de locação não anula a própria locação; esta pode ser provada por 
meio de recibos e testemunhas. 
• A nulidade da obrigação principal implica a nulidade das acessórias. Mas o 
contrário não. Exemplo: nulidade de cláusula onde se estabelece a locação 
residencial porque o locatário é menor invalida todas as outras cláusulas, 
inclusive a fiança. Já a nulidade no contrato de fiança não atinge o contrato de 
locação, propriamente dito. 
Quadro comparativo entre nulidade a anulabilidade 
Ato Nulo 
(nulidade absoluta) 
Ato anulável 
(nulidade relativa – anulabilidade) 
1. Interesse da coletividade; 1. Interesse do prejudicado; 
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matéria de ordem pública. Eficácia 
erga omnes (extensíveis a todos); 
opera-se de pleno direito. 
matéria de ordem privada. Os efeitos 
são extensíveis apenas para quem 
alegar, salvo nas hipóteses de 
indivisibilidade e solidariedade. 
2. Pode ser arguida por qualquer 
interessado ou pelo Ministério Público. 
2. Somente pode ser alegada pelo 
prejudicado, legítimo interessado. 
3. Não pode ser suprida pelo juiz. 
No entanto ele pode reconhecê-la de 
ofício. 
3. O juiz não pode reconhecê-la de 
ofício. No entanto, alegada, ele pode 
saná-la. 
4. O vício não pode ser sanado pela 
confirmação, nem se convalesce pelo 
decurso do tempo. 
4. O vício pode ser sanado pela 
confirmação (expressa) ou pelo decurso 
do tempo (tácita). 
5. Em regra não prescreve. 
Exceções: quando a lei assim o 
permitir, negócios de fundo 
patrimonial, etc. 
5. Prescreve em prazos mais ou 
menos exíguos ou em prazos 
decadenciais. 
 
6. Efeito ex nunc (desde aquele 
momento). A declaração de nulidade 
retroage à data da celebração do 
negócio. 
6. Efeito ex tunc (de agora em 
diante). Não retroage. Os efeitos se 
operam somente a partir da anulação. 
 
CONVERSÃO DO NEGÓCIO NULO 
O art. 170, CC admite a conversão do negócio jurídico nulo em outro de 
natureza diferente: “Se o negócio jurídico nulo contiver requisitos de outro, 
subsistirá este quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o 
teriam querido, se houvessem previsto a nulidade”. O negócio não pode 
prevalecer da forma como pretendida pelas partes. Ele é nulo. Mas como seus 
elementos são idôneos para caracterizar um outro negócio, transforma-se neste, 
desde que não haja uma proibição expressa. 
Essa matéria é bem teórica. Por isso vamos exemplificar bem: duas 
pessoas celebram um contrato de compra e venda de um imóvel por meio de 
um instrumento particular. Ora, o negócio seria nulo (nulidade absoluta), pois a 
compra e venda de um imóvel exige instrumento público (e não particular), que 
no caso é a escritura pública (para imóveis com valor superior a 30 salários 
mínimos – art. 108, CC). Um negócio nulo, como regra, não gera efeitos. Mas 
neste caso, é possível salvar este negócio, aplicando a teoria da conservação 
(pois visa a manutenção da vontade externada), mediante atividade de 
requalificação do negócio jurídico: basta considerá-lo como sendo uma 
promessa de compra e venda (e não como um contrato de compra e venda 
propriamente dito). A promessa é um compromisso bilateral de contrato ou um 
contrato preliminar. Observem que o art. 462, CC não exige as mesmas 
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formalidades do contrato definitivo. No entanto é necessário que os contratantes 
queiram o outro contrato, se souberem da nulidade do que celebraram e que o 
negócio nulo tenha os elementos do outro negócio a ser convertido. Resumindo: 
o contrato de compra e venda é nulo; porém a vontade das partes fica 
preservada convertendo-se a compra e venda em uma promessa de compra e 
venda, sendo que o negócio requalificado é considerado válido (o compromisso 
não exige a forma pública), gerando efeitos. 
Obrigações Contraídas por Menores 
• As obrigações contraídas por menores entre 16 e 18 anos são anuláveis se 
contraídas sem assistência de seus representantes (os quais devem intervir 
pessoalmente nos atos). 
• Os menores devem ser assistidos por curadores especiais quando 
intervierem em atos nos quais possa haver um conflito de interesse com seus 
representantes legais (art. 119, CC). Exemplo: pai e filho, este com 17 anos, 
querem vender imóvel que possuem em condomínio. Neste caso, para a 
venda do bem o filho deve ser assistido por um curador especial, pois ‘pode’ 
haver um conflito de interesses entre o menor e seu pai. O prazo decadencial 
para pleitear-se a anulação do ato praticado com esta infringência é de 180 
dias a contar da conclusão do negócio ou da cessação da incapacidade. 
• Quanto aos atos ilícitos em que forem culpados, os menores entre 16 e 18 
anos, são equiparados aos maiores. Vamos deixar claro: somente se o 
ilícito for civil; isso não se aplica ao ilícito penal, pois a imputabilidade penal é 
com 18 anos, conforme o art. 228, CF/88: “São penalmente inimputáveis os 
menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial”. 
• O menor entre 16 e 18 anos não pode eximir-se de uma obrigação ou 
requerer a anulação da mesma, invocando a sua idade, se dolosamente a 
ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se espontaneamente se 
declarou maior ao assumir a obrigação (art. 180, CC). Exemplo: rapaz com 
17 anos queria alugar um apartamento (seria inquilino). Para isso seria 
necessária a assistência de seus pais. Porém, falsifica seu documento de 
identidade e se apresenta como maior. Passados alguns meses, deixa de 
pagar o aluguel. Acionado, alega ser incapaz. Tal argumento não será 
cabível, pois ele se apresentou como maior quando assumiu a obrigação. 
• Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada, pagou a um 
incapaz, se não provar que reverteu em proveito dele a importância paga 
(art. 181, CC). Ou seja, uma pessoa celebrou um contrato com um incapaz. 
Este negócio foi anulado. O incapaz não será obrigado a restituir eventual 
quantia paga. Exceto se a outra pessoa provar que a quantia reverteu em 
proveito dele mesmo (o menor). 
PROVA DO NEGÓCIO JURÍDICO 
Meus amigos e alunos. 
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O tema “prova do negócio jurídico” não está especificado no Edital do 
AFRF/2009. No entanto ele pode estar implícito no item Negócio Jurídico. Ou 
seja, o examinador pode dizer que quando se referiu ao Negócio Jurídico 
englobou, também, a sua prova. Pelo sim e pelo não vamos completar o tema e 
dar esta matéria. Como se costuma dizer: “cautela e caldo de galinha não faz 
mal a ninguém”. Até porque a esta matéria não é muito extensa. Vamos a ela. 
Uma vez praticado determinado negócio jurídico, pode surgir a 
necessidade de prová-lo. Não basta alegar um fato. Exige-se a prova deste 
fato. Há um brocardo de diz: allegare nihil et allegatum et non probare paria 
sunt (nada alegar e alegar algo e não prová-lo se equivalem). Deve-se provar 
apenas o fato e não o direito a ser aplicado, pois é atribuição do Juiz conhecer e 
aplicar o Direito (iura novit curia). As Ordenações do Reino (Filipinas) já 
mencionavam que “a prova é o farol que deve guiar o Juiz nas suas decisões 
sobre as questões de fato”. 
Conceituando = Prova é o conjunto de meios empregados 
para demonstrar, legalmente, a existência de negócios jurídicos. Para 
um processo a serve a prova para estabelecer a verdade diante do 
Juiz. 
Princípios 
• O ônus da prova incumbe a quem alega o fato e não a quem o contesta. 
Esta é a regra → Código de Processo Civil – art. 333, I e II. Se o autor 
alegar um fato, mas nada provar, o réu (como regra) será absolvido. 
• Eu disse acima “como regra”, pois alguns fatos independem de prova, 
como os fatos notórios, que são os fatos da cultura geral, de 
conhecimento de todos. Ex: datas históricas (natal, ano novo, etc), os dias 
da semana (depois da segunda-feira, vem terça-feira...), personagens 
históricos (Tiradentes, D. Pedro II), etc. 
• Também devem ser considerados verídicos os fatos incontroversos, sobre 
os quais não há debate entre as partes. Ex: um fato foi alegado pelo autor 
e não foi contestado pelo réu. As partes concordam com os fatos; tornou-
se incontroverso, embora possam não concordar com o resultado jurídico 
deles. 
• Se, para a validade do negócio jurídico a lei exige forma especial, sua 
prova só poderá ser feita pela exibição do documento (ex: a compra e 
venda de imóveis só se prova pela escritura pública). 
• Se o negócio for de forma livre (não solene), a prova pode ser feita por 
qualquer meio permitido pela ordem jurídica (até mesmo verbal). 
A prova deve ser: 
a) Admissível → não proibida por lei e aplicável ao caso em análise. 
b) Pertinente → idônea para demonstrar os fatos. 
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c) Concludente → para esclarecer pontos controvertidos ou confirmar as 
alegações feitas no processo. 
O art. 212 do Código Civil enumera quais são os meios de prova. Mas o faz 
de forma exemplificativa (e não taxativa). Vejamos: 
A) Confissão 
É o reconhecimento do fato pela parte que pratica o ato contrário a seu 
interesse e favorável ao adversário. Ela pode ser judicial ou extrajudicial (fora 
do processo). Não tem eficácia a confissão feita por incapaz (art. 213, CC) ou se 
tratar de direitos indisponíveis. Também não valerá se feita por um só dos 
cônjuges quando o fato versar sobre bens imóveis. É irrevogável, mas pode ser 
anulada se for oriunda de erro de fato ou coação (art. 214, CC). 
B) Documentos Públicos ou Particulares 
As declarações constantes de documentos assinados presumem-se 
verdadeiros em relação aos signatários (art. 219, CC). Documento público é o 
elaborado por autoridade pública no exercício de suas funções. Ex: certidão 
(reprodução do que se encontra transcrito em determinado livro ou documento), 
traslado (cópia do que se encontra lançado em um livro ou em um processo). 
Particulares são os elaborados pelas pessoas em geral. 
- Nos contratos celebrados com a cláusula de não valerem sem instrumento 
público, este passa a ser da substância do ato, e só ele poderá provar este 
mesmo ato. 
- As obrigações convencionais de qualquer valor, constantes de instrumentos 
particulares, e assinados pelas partes, fazem prova se assinados por duas 
testemunhas. 
- Para fazer prova perante terceiros, estes documentos precisam ser 
registrados no registro público (Cartório de Títulos e Documentos). 
- Todos os documentos e instrumentos de contrato que tiverem de produzir 
efeitos no Brasil devem ser escritos em língua portuguesa (art. 215, §3o, CC). 
Se feito em outra língua devem ser traduzidos por tradutor juramentado (art. 
224, CC). 
 
C) Testemunhas 
Testemunha é a pessoa natural (ou física) que, não sendo parte 
diretamente interessada no objeto do litígio (estranha ao feito), é chamada para 
depor sobre fato ou para atestar um ato jurídico, assegurando, perante outra, 
sua veracidade (testemunha judiciária) ou para se pronunciar sobre o conteúdo 
do documento que subscrevem (testemunha instrumentária), como as 
testemunhas que são colocadas na realização de um testamento, nas certidões 
de nascimento, nas escrituras públicas, etc. A prova testemunhal somente será 
admitida em atos negociais cujo valor não ultrapasse o décuplo (dez vezes) do 
maior salário mínimo vigente no País no tempo da celebração e qualquer que 
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5555 
seja o valor do contrato como complemento de prova documental (art. 227, 
CC). 
A prova testemunhal para surtir efeitos no âmbito do Processo Civil deve 
atender aos seguintes requisitos: a) deve ser pessoa física, não se admitindo o 
testemunho de pessoa jurídica, cujas informações integram a prova 
documental; b) deve ser pessoa estranha ao feito, não se confundindo com as 
partes; c) deve ter conhecimento dos fatos, direta ou indiretamente, para 
atestar sobre sua existência; d) deve ter capacidade jurídica para depor, 
preenchendo os respectivos pressupostos legais. Este tema é tratado no Código 
de Processo Civil, sendo que o seu art. 405 estabelece quem pode ser 
testemunha. 
Não podem testemunhar os (art. 228, CC): 
• menores de 16 anos. 
• que por enfermidade ou deficiência mental não têm discernimento para a 
prática dos atos da vida civil. 
• cegos e surdos, quando a ciência do fato dependa do órgão dos sentidos 
que lhes falta. 
• interessados no objeto do litígio (ex: fiador de um dos litigantes; 
sublocatário em ação de despejo, etc.). 
• inimigo capital ou amigo íntimo das partes. 
• condenados por crime de falso testemunho (sentença penal transitada em 
julgado, em face do princípio da inocência). 
• ascendentes e os descendentes, inclusive adotivos, em qualquer grau. 
• cônjuges. 
• colaterais até o terceiro grau, por consanguinidade (irmãos, tios, 
sobrinhos, etc.) ou afinidade (sogra, genro, cunhado, etc.) de alguma das 
partes. 
 
☺ Observações ☺ 
01) Quando um menor de 16 anos presta declarações em juízo, eles são 
considerados como informantes (e não como testemunhas, propriamente 
ditas). A contrário senso, as pessoas com 16 anos ou mais já podem ser 
testemunhas, Se a testemunha tiver entre 16 e 18 anos, pode prestar 
depoimento mesmo sem a assistência de seus representantes legais. No 
entanto, apesar de ser considerada testemunha, se ele mentir não irá responder 
pelo crime de falso testemunho, uma vez que é inimputável. 
02) A capacidade para ser testemunha não se confunde com a 
capacidade civil. Como já sabemos, o cego, o mudo, o surdo bem como o 
enfermo, não são incapazescivilmente, mas o serão para testemunhar, caso 
tais deficiências resultem na impossibilidade de percepção sensorial adequada 
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do fato a ser narrado (ex: o cego não pode ser ‘testemunha ocular’ de um 
crime). 
03) Devemos lembrar ainda que ninguém é obrigado a depor sobre fatos 
“a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar segredo; a que não 
possa responder sem desonrar a si próprio, seu cônjuge, parente ou amigo 
íntimo e que os exponha a perigo de vida de demanda ou de dano patrimonial 
imediato” (art. 229, CC). 
 
D) Presunção 
É a ilação que se extrai de um fato conhecido para se demonstrar um 
desconhecido. Exemplo: um credor somente entrega o título (ex: uma nota 
promissória) quando a dívida é paga. Portanto, se um devedor estiver de posse 
do título, há a presunção de que ele já pagou a dívida. Classifica-se a presunção 
em: 
- Absoluta (juris et de jure – de direito e por direito) ⎯ não admite 
provas em contrário. Ex: incapacidade jurídica daquele que foi 
interditado; conhecimento da lei por todos; simulação de venda de 
ascendente para descendente sem consentimento dos demais 
descendentes, etc. 
- Relativa (juris tantum – resultante do direito) ⎯ a lei estabelece um 
fato como verdadeiro até prova em contrário. Ex: filho havido pela 
mulher casada presume-se do marido, mas permite que o marido 
conteste a paternidade, por meio de ação negatória de paternidade. 
- Simples ou Hominis – deixada a critério do Juiz, que se funda naquilo 
que ordinariamente acontece, na experiência de vida, embora não seja 
absoluta. Ex: a presunção do amor familiar leva a crer que a mãe não 
queira prejudicar seu filho. 
Observações 
As presunções, que não as legais, não se admitem nos casos em que a lei 
exclui a prova testemunhal (art. 230, CC). 
Não confundir presunção com indício. Indício (do latim indicium = rastro, 
sinal) é apenas um meio para se chegar à presunção. A reunião de indícios pode 
dar corpo à presunção. 
 
Perícias ⎯ são os exames (grafotécnico, balístico, residuográfico, etc.) ou 
as vistorias (em veículos, terrenos, casas, etc.). 
 
Cuidado: 
 Como vimos, a prova deve ser admissível, ou seja, não proibida pela lei. E 
reforçando: O ônus da prova incumbe a quem alega o fato e não a quem o 
contesta. 
A escritura pública é um documento dotado de fé pública, lavrado por 
tabelião de notas, redigido em língua nacional e contendo todos os requisitos 
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(objetivos e subjetivos) exigidos pela lei: qualificação das partes, manifestação 
de vontade, data e local da efetivação e assinatura dos contratantes, das 
testemunhas e do tabelião. Segundo o art. 215, caput, CC ela faz prova plena. 
O instrumento particular é o realizado somente com a assinatura dos 
próprios interessados, desde que estejam na livre disposição e administração de 
seus bens, sendo subscrito por duas testemunhas. Possui força probante entre 
as partes. O reconhecimento da firma representa apenas a autenticação do ato. 
Para ter efeito contra terceiros (erga omnes) deve ser registrado no Cartório de 
Títulos e Documentos. 
O art. 231, CC prevê que aquele que se nega a submeter-se a exame 
médico necessário não poderá aproveitar-se de sua recusa. Este dispositivo, 
somado ao artigo seguinte, pelo qual “a recusa à perícia médica ordenada pelo 
juiz poderá suprir a prova que se pretendia obter com o exame” tem grande 
aplicação aos casos de investigação de paternidade. Assim, negando-se o 
pretenso pai a submeter-se ao exame de DNA e provado o relacionamento 
amoroso entre o investigando e a mãe da criança, gera a presunção de 
veracidade, comprovando-se a paternidade. Portanto, neste caso, há uma 
inversão do ônus da prova. 
Em relação à interpretação, citamos como regras: 
• Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas 
consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem, ou seja, deve-se 
procurar conhecer qual a real intenção da pessoa quando manifestou sua 
vontade. 
• Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os 
usos do lugar de sua celebração. 
• Os negócios jurídicos benéficos (gratuitos) e a renúncia interpretam-se 
restritivamente. 
 
Vamos agora apresentar o nosso quadro sinótico, que é um resumo 
do que foi falado na aula de hoje. Esse resumo tem a função de ajudar o 
aluno a melhor assimilar os conceitos dados em aula e também de facilitar a 
revisão da matéria para estudos futuros. 
QUADRO SINÓTICO 
FATOS E ATOS JURÍDICOS 
(2a Parte) 
 
I – FATO COMUM – Ação humana ou fato da natureza sem repercussão na 
órbita do Direito. 
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II – FATO JURÍDICO – acontecimento ao qual o Direito atribui efeitos = 
aquisição, resguardo, modificação, transmissão e extinção de Direitos. 
III – CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS FATOS JURÍDICOS 
A) Fato Jurídico Natural (Fato Jurídico em Sentido Estrito ou Stricto 
Sensu) → já visto na aula anterior: 
1) Ordinário (ex: nascimento, morte, etc.). 
2) Extraordinário (ex: caso fortuito ou força maior). 
B) Fato Jurídico Humano (ATO): 
1) Ato Jurídico em Sentido Amplo (lato sensu) ou Voluntário (Ato 
Lícito), englobando (veremos este item com mais detalhes logo 
adiante): 
a) Ato Jurídico em Sentido Estrito (stricto sensu) – efeitos 
decorrentes da lei. 
b) Negócio Jurídico – efeitos decorrentes da vontade das 
partes. 
2) Ato Ilícito (ou Involuntário): 
- Penal → sanção pessoal. 
- Administrativo → sanção pessoal. 
- Civil → sanção patrimonial – reparação do dano. 
IV – ATO JURÍDICO EM SENTIDO AMPLO (ou Fato Jurídico Humano 
Voluntário). 
A) Ato Jurídico em Sentido Estrito: 
• Realização de vontade do agente, mas que gera consequências 
jurídicas previstas em lei (não depende da vontade das partes; não há 
autonomia da vontade). Geralmente eles são unilaterais (possuem 
apenas uma manifestação de vontade) e potestativos (influem na 
esfera jurídica de outra pessoa sem que esta pessoa possa evitar). 
Exemplos: reconhecimento de filho, perdão, fixação de domicílio, 
notificação, etc. 
B) Negócio Jurídico: 
1) É destinado à produção de efeitos jurídicos desejados pelo agente 
e tutelados pela lei. É toda ação humana, de autonomia privada, com 
o qual o particular regula por si os próprios interesses, havendo uma 
composição de interesses. Podem ser bilaterais (ex: contratos) e 
unilaterais (testamentos). 
2) Classificação Doutrinária Principal. 
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a) Quanto ao número de manifestações de vontade: unilateral 
(apenas uma manifestação de vontade – ex: testamento, renúncia, 
desistência, etc.), bilateral (duas manifestações de vontades em 
sentido oposto, mas coincidente sobre o objeto – ex: contratos) ou 
plurilateral (mais de duas partes ex: consórcio de um veículo). 
b) Quanto às vantagens: gratuito (somente uma das partes 
aufere vantagem) ou oneroso (ambos os contratantes possuem ônus 
e vantagens recíprocas). Este ainda se divide em: comutativo 
(prestações certas e determinadas) ou aleatório (há uma incerteza 
em relação às vantagens eônus das partes – risco). 
c) Quanto ao tempo em que devem produzir efeitos: inter 
vivos ou causa mortis. 
d) Quanto aos efeitos: constitutivo (ex nunc) ou declaratório (ex 
tunc). 
d) Quanto à subordinação: principal (possui existência própria) 
ou acessórios (sua existência se subordina a do principal). 
e) Quanto às formalidades: solene (obedece a uma formalidade 
especial) ou não-solene (não se exige formalidades para seu 
aperfeiçoamento). 
f) Quanto às pessoas: impessoais (independem de quem sejam as 
partes e de eventual qualidade) ou intuitu personae (o ato se realiza 
em função da qualidade especial de um dos contratantes). 
g) Quanto à causa: causais (vinculados a uma causa) ou abstratos 
(desvinculados de qualquer outro negócio). 
V – ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO NEGÓCIO JURÍDICO 
A) Elementos Essenciais – dizem respeito à existência e validade do 
Negócio Jurídico, dando-lhe a estrutura e a substância. Dividem-se em: 
1) Gerais – são comuns a todos os negócios jurídicos. 
a) Capacidade das Partes. 
b) Objeto Lícito, Possível, Determinado ou Determinável. 
c) Consentimento (que diz respeito à vontade das partes). 
2) Especiais – dizem respeito à forma prescrita ou não defesa em lei, 
aplicáveis a apenas alguns negócios. 
B) Elementos Naturais - são os efeitos ou as consequências decorrentes do 
próprio Negócio Jurídico. 
C) Elementos Acidentais – são os elementos facultativos. Podem ou não 
ser estipulados e dizem respeito, não à existência ou validade propriamente 
dita do Negócio Jurídico, mas sim à sua eficácia. 
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1) Condição. 
2) Termo. 
3) Encargo ou Modo. 
VI – ELEMENTOS ESSENCIAIS GERAIS 
A) Capacidade do Agente (art. 104, I, CC) → maior de 18 anos ou 
emancipado (art. 5o e parágrafo único, CC). 
• Defeitos relativos à capacidade: 
a) absolutamente incapazes (art. 3o, CC) → necessitam de 
representação. Caso não haja → ato nulo (art. 166, I, CC). 
b) relativamente incapazes (art. 4o, CC) → necessitam de 
assistência. Caso não haja → ato anulável (art. 171, I, CC). 
B) Objeto (art. 104, II, CC) → lícito, possível, determinado ou 
determinável. 
• Defeito no objeto → ato nulo (art. 166, II, CC). 
C) Consentimento – manifestação de vontade. 
• Defeitos em relação à vontade: 
a) ausência de consentimento → ato nulo (para alguns autores 
– inexistente). 
b) vícios de consentimento → erro ou ignorância, dolo, coação, 
lesão e estado de perigo. 
c) vícios sociais → fraude contra credores (a simulação, pelo 
Código é hipótese de invalidade). 
VII – ELEMENTOS ESSENCIAIS ESPECIAIS 
Forma prescrita ou não defesa em lei → (art. 104, III, CC). 
 • Defeitos na forma → ato nulo (art. 166, IV e V, CC). 
VIII – ELEMENTOS NATURAIS 
• Decorrência normal dos contratos – são os efeitos do Negócio 
Jurídico. 
IX – ELEMENTOS ACIDENTAIS (arts. 121/137, CC) – são declarações 
acessórias de vontade, modificando uma ou algumas das consequências 
naturais; dizem respeito à eficácia do Negócio Jurídico. 
A) Condição – subordina a eficácia do Negócio Jurídico a um evento 
futuro e incerto. Embora ainda não haja direito adquirido, já se pode 
praticar atos destinados à conservação do direito futuro. Classificação: 
1) Quanto ao modo de atuação: 
a) Suspensiva – a eficácia do ato fica suspensa até a realização do 
evento futuro e incerto. 
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b) Resolutiva – a ocorrência de um ato faz com que se resolva 
(extinga) o direito. 
2) Quanto à participação dos sujeitos: 
a) casual – a realização da condição depende de fato alheio à 
vontade das partes. 
b) potestativa – a realização da condição decorre da vontade das 
partes. 
B) Termo – subordina a eficácia do Negócio Jurídico a um evento futuro 
e certo. Classificação: 
a) Inicial (suspensivo) – quando fixa o momento em que a eficácia 
do negócio se inicia. 
b) Final (resolutivo) – quando fixa o momento em que a eficácia do 
negócio termina. 
c) Certo – estabelece uma data determinada. 
d) Incerto – o acontecimento é futuro e certo, porém a data é 
indeterminada. 
C) Modo ou Encargo – cláusula que pode impor ônus a atos de mera 
liberalidade (ex: doações ou heranças com encargo, etc.). 
X – DEFEITOS NO CONSENTIMENTO 
A) Ausência de Vontade → negócio nulo (ou inexistente para alguns 
autores) 
B) Vícios de Consentimento 
1. Ignorância ou Erro (arts. 138/144, CC). O Código Civil equipara 
ambos quanto aos seus efeitos. Porém a doutrina assim os distingue: Erro 
é a falsa noção que se tem de um objeto ou de uma pessoa. Ocorre 
quando o agente pratica o ato baseando-se em falso juízo ou engano. Já a 
Ignorância é o completo desconhecimento acerca do objeto ou da 
pessoa. 
1.1 – Erro Essencial ou Substancial – quando se refere à natureza do 
próprio ato; recai sobre circunstâncias e aspectos principais, relevantes 
do negócio de forma que se eu soubesse do defeito jamais teria 
praticado o ato. Consequência → ato anulável (art. 171, II, CC); prazo 
decadencial de 04 (quatro) anos (art. 178, II, CC). Modalidades: 
a) Erro sobre a natureza do negócio jurídico – o erro recai sobre a 
modalidade do contrato que eu celebrei. Ex: penso fazer um contrato de 
locação (oneroso) e a outra pessoa entende que houve um comodato 
(gratuito). 
b) Erro sobre o objeto principal da declaração – a manifestação de 
vontade recai sobre objeto diferente do que se tinha em mente. 
Exemplo: comprei um lote em um condomínio que pensava ser muito 
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valorizado, no entanto trata-se de um outro condomínio, com o mesmo 
nome, mas em local diverso, muito distante de onde eu queria. 
c) Erro sobre as qualidades essenciais do objeto principal – a pessoa 
adquire o objeto que imaginava, porém engana-se quanto as suas 
qualidades; o motivo determinante do contrato é a qualidade de um 
objeto que depois se constata que não existe. Exemplos: penso comprar 
um relógio de ouro, mas o mesmo é apenas “folheado” a ouro, compro 
cavalo de carga pensando se tratar de “puro-sangue”, etc. 
d) Erro quanto à identidade ou à qualidade da pessoa a quem se 
refere a declaração de vontade – somente é anulável se a consideração 
pessoal era condição essencial para a realização do negócio. O erro 
quanto à pessoa pode ser relativo ao: Casamento (erro quanto 
identidade do outro cônjuge, sobre a sua honra, boa fama, etc.) ou 
Testamento. 
1.2 – Erro de Direito – é o engano quanto à existência ou 
interpretação da norma jurídica. Como regra ele não pode ser alegado 
(art. 3o, LICC). Admite-se, excepcionalmente se o ato não implicar em 
recusa à aplicação da lei e for o motivo único ou principal do Negócio 
Jurídico (art. 139, III, CC). Não pode o ato recair sobre a norma 
impositiva, mas tão-somente sobre normas dispositivas (ou seja, 
sujeitas ao livre acordo das partes). 
1.3 – Erro Acidental – é o concernente às qualidades secundárias ou 
acessórias da pessoa ou do objeto. O ato continua válido, produzindo 
efeitos, porque o defeito não incide sobre a declaração de vontade. 
 
2. Dolo (arts. 145/150, CC). Artifício empregado para enganar a outra 
parte. Emprego de manobras ardilosas ou maliciosas, para levar alguém à 
prática de um ato que o prejudica, beneficiando o autor do dolo ou 
terceiros. Se recair sobre aspectos essenciais ou substanciais → ato 
anulável (art.171, II, CC); prazo decadencial (art. 178, II, CC). Se recair 
sobre aspectos acidentais ou secundários → ato válido, porém obriga a 
satisfação de perdas e danos (art. 146, CC). 
Modalidades: 
2.1 – Dolo Principal, essencial ou substancial ⎯ é o que recai sobre 
aspectos essenciais do negócio; é o que dá causa ao negócio jurídico, 
sem o qual ele não se teria concluído (o ato é anulável). 
2.2 - Dolo Acidental ⎯ é o que leva a vítima a realizar o negócio, 
porém em condições mais onerosas, não afetando sua declaração de 
vontade. O negócio teria sido praticado de qualquer forma, embora de 
outra maneira. Não anula o negócio, apenas obriga a satisfação de 
perdas e danos ou uma redução da prestação pactuada. 
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2.3 – Dolus Bonus (dolo bom) ⎯ é um comportamento tolerado nos 
meios comerciais. Consiste em reticências, exageros nas boas qualidades 
da mercadoria ou dissimulações de defeitos. Não é anulável, desde que 
não venha a enganar o consumidor mediante propaganda abusiva. 
2.4 – Dolus Malus (dolo mau) ⎯ consiste em manobras astuciosas para 
enganar alguém e lhe causar prejuízo. Por isso é anulável. Pressupõe: 
a) prejuízo para o autor do ato; b) benefício para o autor do dolo ou uma 
terceira pessoa. 
2.5 – Positivo (ou comissivo) ⎯ resulta de uma ação dolosa; são os 
artifícios positivos. Exemplo: falsas afirmações sobre as qualidades de 
uma coisa. 
2.6 – Negativo (ou omissivo) ⎯ resulta de uma omissão dolosa; 
ocultação de algo que a parte contratante deveria saber no momento da 
realização do contrato. Exemplo: em seguro de vida o segurado omite 
doença grave e vem a falecer dias depois. 
2.7 – Dolo recíproco ⎯ quando ambas as partes agem com dolo, 
configurando-se torpeza bilateral; ocorre a neutralização do delito. Isto 
é, no caso de dolo recíproco não haverá a anulação para nenhuma das 
partes. O ato é considerado válido. 
 
3. Coação (arts. 151 a 155, CC). É a pressão física (ato nulo) ou moral 
(anulável) exercida sobre alguém para obrigá-lo a praticar (ou deixar de 
praticar) determinado ato. Na coação o agente sofre intimidação, 
oferecendo-se à vítima duas alternativas: emitir a declaração de vontade 
que não pretendia originalmente ou não o fazer o ato e sofrer as 
consequências decorrentes da concretização de uma ameaça ou de uma 
chantagem. Modalidades: 
3.1 – Coação Física (vis absoluta) ⎯ é o constrangimento corporal que 
retira toda capacidade de querer, implicando ausência total de 
consentimento, acarretando nulidade do ato (ex: amarrar a vítima, 
segurar sua mão e fazê-la assinar contrato). Não está previsto em lei; 
trata-se de um entendimento doutrinário. 
3.2 – Coação Moral (vis compulsiva) ⎯ atua sobre a vontade, sem 
aniquilar-lhe o consentimento, pois se conserva uma relativa liberdade, 
podendo optar entre a realização do negócio que lhe é exigido e o dano 
com que é ameaçada (ex: se não assinar o contrato, vou incendiar sua 
casa; vou estuprar sua mulher, vou mostrar uma foto sua em uma 
situação constrangedora, etc.). 
3.3 – Efeitos 
a) Coação Física – não há consentimento algum → ausência de 
vontade → ato nulo. Entendimento doutrinário. 
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b) Coação Moral – há um consentimento viciado → ato anulável 
(art. 171, II, CC); prazo decadencial de 04 (quatro) anos, contado 
do dia em que cessar a coação (art. 178, I, CC). 
3.4 – Excluem a Coação: 
a) ameaça do exercício normal de um direito ⎯ exercício regular de 
direito. 
b) simples temor reverencial ⎯ o receio de desgostar os pais, ou 
pessoas a quem se deve respeito e obediência. 
 
4. Estado de Perigo (art. 156, CC). Configura-se o estado de perigo 
quando alguém, premido da necessidade de salvar a si, ou a pessoa de sua 
família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação 
excessivamente onerosa. A vítima não errou, não foi induzida a erro ou 
coagida, mas pelas circunstâncias de um caso concreto, foi compelida a 
celebrar um negócio que lhe era extremamente desfavorável. Tratando-se 
de pessoa não pertencente à família do contratante o Juiz decidirá segundo 
as circunstâncias. Realizado um contrato sob um Estado de Perigo, a 
sanção é a anulação – arts. 171, II, CC; prazo decadencial de 04 (quatro) 
anos (art. 178, II, CC). 
 
5. Lesão (art. 157, CC). Ocorre quando uma pessoa, sob premente 
necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente 
desproporcional ao valor da prestação oposta. Aprecia-se a desproporção 
das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que o contrato foi 
celebrado. Tem o intuito de proteger o contratante em posição de 
inferioridade ante o prejuízo por ele sofrido na conclusão do contrato, 
devido a desproporção existente entre as prestações. Decorre do abuso 
praticado em situação de desigualdade, punindo a chamada “cláusula 
leonina” Ocorrendo a lesão, a sanção é a anulação do ato (arts. 171, II, 
CC); prazo decadencial de 04 (quatro) anos (art. 178, II, CC). 
5.1 – Não se decretará a anulação do negócio se for oferecido 
suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução 
do proveito (art. 157, §2o, CC). 
C) VÍCIOS SOCIAIS 
1. Fraude contra credores (arts. 158 a 165, CC). Prática maliciosa, pelo 
devedor, de atos que desfalcam seu patrimônio, com o fim de colocá-lo a 
salvo de uma execução por dívidas em detrimento dos direitos creditórios 
alheios. Se o patrimônio do devedor não for suficiente para o pagamento de 
todos os credores haverá um rateio. E, no caso do devedor praticar atos 
com a finalidade de frustrar o pagamento devido, ou tendentes a violar a 
igualdade entre os credores, ocorrerá a fraude contra credores. Não é a 
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vontade que se encontra viciada; o vício reside na finalidade ilícita do ato 
(por isso trata-se de um vício social). Elementos: 
a) Objetivo (eventus damni) – o credor deve provar que com a 
prática do ato o devedor se tornou insolvente ou já praticou o ato em 
estado de insolvência, não tendo mais condições de honrar suas 
dívidas. 
b) Subjetivo (consilium fraudis) – trata-se da má-fé; da intenção 
deliberada de prejudicar, com a consciência de que de seu ato advirão 
prejuízos a uma terceira pessoa (que é o credor). O art. 159, CC prevê 
duas situações onde há presunção relativa (juris tantum – que admite 
prova em contrário) da má-fé do terceiro adquirente: primeiro: quando 
for notória a insolvência do devedor; segundo: quando o terceiro 
adquirente tinha motivos para conhecer a má situação financeira do 
devedor. Exemplo: estou devendo uma determinada importância e não 
desejo pagá-la. Tenho bens para saldar minha dívida. Então começo a 
“doar” meus bens. Basta a prática de um desses atos em estado de 
insolvência, para se presumir a fraude. Nesta hipótese não se exige 
prova da má-fé (está implícita). 
1.1 – Ação Pauliana – os atos eivados de fraude contra credores são 
anuláveis através de ação própria, chamada de pauliana. Deve ser 
proposta pelos credores (e que já o eram ao tempo da alienação 
fraudulenta) contra o devedor insolvente e também contra a pessoa que 
celebrou negócio jurídico com o fraudador ou contra terceiros 
adquirentes que hajam procedido de má fé. A consequência é a 
anulabilidade (arts. 171, II, CC); prazo decadencial de 04 (quatro) anos 
(art.178, II, CC). Ver na própria aula o quadro comparativo entre 
fraude contra credores e fraude à execução. 
 
2. Simulação (art. 167, CC). É a declaração enganosa da vontade, 
visando a obter resultado diverso do que aparece, com o fim de criar uma 
aparência de direito, para iludir terceiros ou burlar a lei. É importante notar 
que o novo Código Civil não trata mais a simulação como um defeito social. 
Esta particularidade tem caído nos concursos. Observem que ela está 
situada no Capítulo V, referente à Invalidade do Negócio Jurídico. Além 
disso, determina que a simulação é hipótese de nulidade do ato. Na 
simulação há um desacordo entre a vontade declarada e a vontade interna 
e não manifestada. As partes fingem, criando uma aparência, uma ilusão 
externa, que oculta a real intenção dos contratantes. Na simulação as duas 
partes contratantes estão combinadas para enganar terceiros. 
XI – PRAZO 
É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação 
do negócio jurídico, contado (arts. 171, II e 178 I e II, ambos do CC): a) no 
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caso de coação, do dia em que ela cessar; b) no de erro, dolo, fraude 
contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o 
negócio jurídico; c) no de atos de incapazes, do dia em que cessar a 
incapacidade. 
XII – INVALIDADE (INEFICÁCIA) DO NEGÓCIO JURÍDICO 
1 – Ato Inexistente – quanto falta algum elemento estrutural do 
negócio; é inidôneo à produção de efeitos jurídicos. 
2 – Nulidade – é a sanção imposta pela lei que determina a privação de 
efeitos jurídicos do ato negocial, praticado em desobediência ao que ela 
prescreve. Espécies: 
a) Nulidade Absoluta (arts. 166/170, CC) – o ato é nulo, não 
produzindo qualquer efeito, por ofender gravemente os princípios de 
ordem pública. Efeito ex tunc (retroage). 
b) Nulidade Relativa (arts. 171/179, CC) – o ato é anulável. 
Enquanto não for declarado como tal pelo Juiz, produz efeitos 
normalmente. Efeito ex nunc (não retroage). 
XIII – PROVA DO NEGÓCIO JURÍDICO 
Prova → conjunto de meios empregados para demonstrar, legalmente, a 
existência de negócios jurídicos. 
Princípios → em regra o ônus incumbe a quem alega o fato; independem 
de prova os fatos notórios; consideram-se verídicos os fatos incontroversos. Se, 
para a validade do negócio jurídico a lei exigir forma especial, sua prova só 
poderá ser feita pela exibição do documento. O art. 212, CC enumera as provas 
de forma exemplificativa. 
Exemplos: confissão; atos em juízo; documentos públicos ou 
particulares; exames periciais; vistorias; testemunhas; presunção: a) absoluta 
(juris et de jure – não admite prova em contrário), b) relativa (juris tantum – 
admite prova em contrário), c) simples ou hominis (baseia-se na experiência de 
vida, ficando a critério do Juiz). 
TESTES 
 Lembrando que estes testes já caíram em concursos anteriores e têm a 
finalidade de revisar o que foi ministrado hoje, completando a aula. Muitas 
informações relativas à matéria, principalmente algumas situações especiais 
estão nas respostas dos testes. Algumas dúvidas que o aluno porventura tenha 
ficado em aula podem ser esclarecidas com os exercícios. Além disso, o aluno 
vai “pegando a malícia dos testes”; o quê exatamente o examinador quer com 
tal questão. Daí a importância de fazer os testes e ler todas as respostas com 
atenção. Por tal motivo o gabarito é totalmente comentado. 
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Nesta aula, tendo-se em vista uma finalidade didática, tentei separar os 
testes por assunto para melhor situar a matéria. Portanto, cuidado ao 
conferir o gabarito. Vamos então a eles: 
 
A) TEORIA GERAL – ELEMENTOS ESSENCIAIS – DEFEITOS 
A.01) (OAB/SP – 2007) O reconhecimento de paternidade e a fixação de 
domicílio são exemplos de qual dos conceitos a seguir? 
a) negócio jurídico. 
b) ato jurídico stricto sensu. 
c) fato não-jurídico. 
d) fato natural. 
e) direito natural. 
A.02) Assinale a alternativa INCORRETA 
a) não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade 
dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou 
renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a cem vezes o maior 
salário mínimo vigente no País. 
b) o silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o 
autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa. 
c) nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas 
consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem. 
d) os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos 
do lugar de sua celebração. 
e) os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente. 
A.03) Quanto aos Negócios Jurídicos, podemos dizer que: 
a) são seus elementos essenciais: agente capaz, objeto lícito, possível 
determinado ou determinável, consentimento e forma prescrita e defesa em 
lei. 
b) o testamento é exemplo de negócio jurídico bilateral, pois ele somente 
estará perfeito com a aceitação da herança. 
c) as pessoas absolutamente incapazes podem praticá-los, mas devem ser 
assistidas por seus pais, tutores ou curadores. 
d) o negócio jurídico é uma ação humana de autonomia privada destinado à 
produção de efeitos desejados pelo agente. 
e) o ato ilícito é aquele que acarreta consequências jurídicas alheias à vontade 
do agente, mas somente pode se configurar se houver crime. 
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A.04) (CESPE - OAB/SP – 2008) Segundo a doutrina, são pressupostos 
de validade do negócio jurídico: 
a) manifestação de vontade de boa-fé; agente legitimado para o negócio; 
objeto lícito, possível e determinado, ou juridicamente determinável. 
b) manifestação de vontade; agente emissor de vontade; objeto; forma. 
c) a manifestação de vontade livre; agente emissor de vontade capaz e 
legitimado para o negócio; objeto lícito, possível e determinado, ou 
determinável; forma legalmente prescrita ou não defesa em lei. 
d) agente emissor de vontade capaz e legitimado para o negócio; objeto lícito, 
possível e determinado, ou determinável; forma. 
A.05) Dadas as seguintes hipóteses: 
I – Queria comprar um vinho italiano, mas comprei um vinho nacional. 
II – Queria comprar um quadro do mestre Picasso, mas o vendedor, 
entregou uma cópia, sabendo deste fato. 
III – Faço uma escritura de compra e venda, mas na realidade desejo doar 
um bem, para favorecer uma amante. 
Temos, respectivamente, os seguintes vícios dos negócios jurídicos: 
a) erro, dolo e fraude contra credores. 
b) dolo, erro e simulação. 
c) erro, dolo e fraude contra credores. 
d) dolo, fraude contra credores e simulação. 
e) erro, dolo e simulação. 
A.06) (Analista do Ministério Público da União – Processual – 2007) 
Com relação aos defeitos do Negócio Jurídico, é CORRETO afirmar: 
a) o erro substancial, recaindo sobre o objeto principal do negócio jurídico, 
causa a sua anulabilidade. 
b) o dolo acidental, em regra, anula o negócio jurídico, mas não obriga à 
satisfação das perdas e danos. 
c) ao apreciar a coação, não se terá em conta o sexo, a idade, a condição, a 
saúde e o temperamento do paciente. 
d) se ambas as parte procederem com dolo, ambas podem alegá-lo para 
anular o negócio ou reclamar indenização. 
e) o temor reverencial é causa de coaçãomoral e por isso anula o negócio 
jurídico. 
A.07) A frase “os negócios de transmissão gratuita de bens ou a 
remissão de dívidas, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles 
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reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados 
pelos credores quirografários como lesivos dos seus direitos”, refere-se 
a: 
a) simulação absoluta. 
b) alienação fraudulenta. 
c) dolo substancial. 
d) fraude à execução. 
e) fraude contra credores. 
A.08) É causa de anulação de um negócio jurídico: 
a) erro acidental. 
b) dolus bonus. 
c) coação moral. 
d) simulação. 
e) temor reverencial. 
A.09) A emissão de título de crédito que não representa qualquer 
negócio, feita pelo marido, em favor de amigo, antes da separação 
judicial, para prejudicar a mulher na partilha de bens, é passível de 
nulidade absoluta, por estar configurada a: 
a) simulação relativa objetiva. 
b) simulação absoluta objetiva. 
c) reserva mental. 
d) simulação relativa subjetiva. 
e) simulação inocente. 
A.10) (Tribunal de Contas da União – Analista de Controle Externo – 
ESAF - 2006) “A” vende uma casa a “B” para que este a transmita a “C” 
(descendente do alienante), a quem se tem a intenção de transferi-la, 
desde o início do negócio jurídico entabulado. Tal venda poderá ser 
invalidada por ter havido: 
a) simulação relativa objetiva. 
b) simulação absoluta. 
c) simulação maliciosa. 
d) simulação relativa subjetiva. 
e) simulação inocente. 
A.11) (ESAF – AFRF) Se o de cujus, antes de falecer, não tendo deixado 
herdeiros necessários, doou um terreno a terceira pessoa, simulando 
uma venda, a quem pretendia deixar o bem aparentemente a título de 
legado, ter-se-á simulação: 
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a) relativa subjetiva. 
b) absoluta. 
c) relativa objetiva. 
d) maliciosa. 
e) inocente. 
A.12) Sob premente necessidade, Antônio Carlos acabou por adquirir 
um bem imóvel de Caio com preço manifestamente superior ao seu 
valor real, sendo que pagou a quantia combinada à vista. Neste caso, é 
correto afirmar que este negócio jurídico: 
a) pode ser anulado, pois contém vício de consentimento denominado dolo. 
b) não pode ser anulado; apesar de conter vício, este é relativo e o negócio foi 
válido. 
c) pode ser anulado, pois contém vício de consentimento denominado lesão. 
d) pode ser anulado, pois contém vício de consentimento denominado estado 
de perigo. 
e) pode ser anulado, pois contém vício social denominado fraude contra 
credores. 
A.13) (MAGISTRATURA – São Paulo/2003) A propósito dos defeitos que, 
segundo o atual Código Civil podem tornar anuláveis os negócios 
jurídicos, analise as seguintes relações: 
I – O erro, a coação e o estado de perigo. 
II – A lesão, a fraude contra credores e a coação. 
III – O estado de perigo, a lesão e o dolo. 
IV – O dolo, o erro e a simulação. 
Pode-se afirmar que são integralmente VERDADEIRAS as afirmativas: 
a) I e II, somente. 
b) III e IV, somente. 
c) I, II e III, somente. 
d) I, II, III e IV. 
e) todas estão erradas. 
A.14) (Procurador do Estado – 2006) Antônio Carlos, possuía dois imóveis. Em 
um deles residia. O outro colocou para ser alugado, como realmente o foi para 
José Pedro. Logo depois de firmado este contrato de locação surgiu uma pessoa 
também interessada na compra deste imóvel em condições que lhe eram muito 
favoráveis, mas desejava o imóvel sem inquilinos. Desta forma Antônio Carlos, 
visando facilitar o despejo de José Pedro, fingiu vender o imóvel a Bernardo. No 
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entanto esta compra era fictícia, pois não houve intenção real de vender o 
imóvel. Este contrato de venda e compra está viciado: 
a) pela simulação, podendo ser anulado a requerimento de quem tenha 
legítimo interesse. 
b) pela simulação e assim que declarado como tal pelo Juiz não gerará efeitos, 
porque é nulo de pleno direito. 
c) pelo dolo essencial, em face da má-fé de Antônio Carlos, causando a 
nulidade do negócio. 
d) pelo dolo essencial, em face da má-fé de Antônio Carlos, causando a 
anulação do negócio. 
e) pela simulação inocente de Antônio Carlos, não sendo causa de invalidade 
do negócio jurídico. 
A.15) (FCC - Magistratura do Trabalho – Mato Grosso do Sul – 2006) 
Sobre os defeitos do Negócio Jurídico: 
I – O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como 
razão determinante. 
II – O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de 
vontade. 
III – São os negócios jurídicos nulos por dolo, quando este for a sua causa. 
IV – Na se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, 
nem o simples temor reverencial. 
RESPONDA: 
a) somente II e IV estão incorretas. 
b) somente III e IV estão incorretas. 
c) somente III está incorreta. 
d) todas estão incorretas. 
e) todas estão corretas. 
A.16) (Analista Judiciário - TRT 3a Região/MG – 2005 - FCC) O erro de 
direito: 
a) torna o negócio jurídico nulo. 
b) se não implicar em recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal 
do negócio jurídico, será considerado anulável. 
c) não se considera defeito do negócio jurídico, porque ninguém se escusa de 
cumprir a lei alegando que não a conhece. 
d) só torna o negócio jurídico anulável quando for reconhecido que as partes 
pretenderam fraudar a lei imperativa. 
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e) pode ser reconhecido de ofício pelo Juiz. 
A.17) No que concerne aos defeitos do negócio jurídico é CORRETO 
afirmar: 
a) o falso motivo vicia a declaração de vontade em qualquer hipótese, 
causando a anulação do negócio jurídico por erro. 
b) a transmissão errônea da vontade por meios interpostos não é anulável nos 
mesmos casos em que o é a declaração direta. 
c) a ameaça do exercício normal de um direito e o temor reverencial podem 
gerar a anulação do negócio jurídico por coação. 
d) o dolo acidental não gera a anulação do negócio jurídico, podendo ensejar, 
apenas, reparação por perdas e danos. 
A.18) (Agente Polícia Civil - DF – 2005) Nos negócios jurídicos em geral, 
o dolo acidental gera a: 
a) nulidade do negócio jurídico. 
b) anulabilidade do negócio jurídico. 
c) ineficácia do negócio jurídico. 
d) inexistência do negócio jurídico. 
e) apenas à satisfação de perdas e danos. 
A.19) (ESAF – FISCAL DO TRABALHO) O dolo que leva a vítima realizar ato 
negocial, porém em condições mais onerosas ou menos vantajosas, não 
afetando sua declaração de vontade, nem influindo diretamente na realização 
daquele ato, que seria praticado independentemente do emprego do artifício 
astuciosos, portanto não anulável, mas que permite uma indenização relativa 
àquilo que foi objeto do artifício, denomina-se DOLO: 
a) bonus. 
b) principal. 
c) recíproco. 
d) acidental. 
e) de cálculo. 
A.20) (Auditor Fiscal do Trabalho – 2006) A fixação de preço de venda 
baseada na quantia unitária computando-se de forma inexata o preço 
global, autoriza a retificação da declaração volitiva, não anulando o ato, 
visto que se configurou: 
a) erro quanto ao fim colimado. 
b) dolo acidental. 
c) erro de cálculo. 
d) erro acidental in qualitate. 
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e) dolus bonus. 
A.21) Assinale a alternativa INCORRETA: 
a) o Código Civil admite o erro de direito como inescusável, mesmo não 
implicando recusa à aplicação da lei, sendo o motivo único ou principal do 
negócio jurídico. 
b) em tema de obrigatoriedade das leis a teoria da necessidade social é a 
regra mais aceita porque se encontra fundamentada no fato de ser a lei 
obrigatória, devendo ser cumprida por todos, não de forma presumida ou ficta, 
a fim de se garantir a paz social e a garantia das relações jurídicas. 
c) a lei tem como regra geral o caráter permanente, mantendo-se em vigor até 
ser revogada por outra lei, caracterizando assim o princípio de que uma lei 
continua a vigorar até que outra a revogue. 
d) quanto à natureza jurídica da pessoa jurídica a corrente majoritária acolheu 
a tese da Teoria da Realidade Técnica, onde a pessoa jurídica existe de fato e 
não como uma mera abstração. 
A.22) Assinale a alternativa CORRETA: 
a) o erro de cálculo impede uma visão clara do negócio jurídico, por isto 
autoriza a sua anulação. 
b) se ambas as partes, quando da celebração do negócio jurídico, procederem 
com dolo, a nulidade do negócio poderá ser arguida por qualquer das partes. 
c) configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de 
salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra 
parte, assume obrigação excessivamente onerosa. 
d) ocorre a lesão, nos termos do Código Civil, quando uma pessoa tem o seu 
patrimônio desfalcado em razão do cumprimento de vultosa obrigação 
assumida. 
A.23) (Tribunal de Contas da União – Analista de Controle Externo – 
ESAF - 2006) “A”, tendo seu filho “B” sido sequestrado, pagou vultosa soma 
em dinheiro a titulo de resgate. Para tanto “A” teve de vender obras de arte de 
sua propriedade a preço muito inferior ao do mercado a “C”. Essa venda poderá 
ser anulada desde que “C”, aproveitando-se da situação, tenha conhecimento da 
grave circunstância em que “B”, filho de “A”, se encontra, alegando-se que 
houve: 
a) coação. 
b) estado de perigo. 
c) dolo. 
d) lesão. 
e) erro essencial. 
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A.24) Assinale a alternativa INCORRETA: 
a) dentre as inovações mais marcantes do Código Civil está a inserção do 
negócio jurídico como conceito e modelo de ato jurídico peculiar ao direito civil, 
em que predomina a autonomia da vontade, com as exceções cabíveis. 
b) tanto o testamento, que é unilateral, como o contrato, que é bilateral, são 
espécies de negócios jurídicos. 
c) a negócio jurídico é anulável por erro, dolo, coação, simulação, estado de 
perigo, lesão e fraude contra credores. 
d) partindo da premissa de que o negócio jurídico é o ato voluntário de efeitos 
também voluntários e de que o ato jurídico, em sentido estrito, é o ato 
voluntário de efeitos legais, pode-se afirmar que o dirigismo contratual 
provoca uma redução do âmbito de incidência do conceito de negócio jurídico. 
e) o Negócio Jurídico simulado gera a nulidade absoluta do mesmo. 
A.25) Assinale a alternativa CORRETA: 
a) a coação física é causa de anulação do ato jurídico. 
b) o dolo positivo causa anulabilidade do ato enquanto o negativo não causa 
repercussão quanto à validade do ato. 
c) a fraude contra credores é causa de nulidade do ato. 
d) quando as partes fingem fazer um ato que é mera aparência, mas que na 
verdade não existe, trata-se da simulação absoluta, que causa nulidade do ato. 
e) agindo uma das partes com dolo, o negócio será reputado inválido, não 
importando qual a modalidade do dolo em questão, pois a parte sabia do 
defeito e insistiu que o negócio fosse feito mesmo assim. 
A.26) (Controladoria Geral da União – 2006) Se A adquire de B uma 
obra de arte, por influência de C que o convence de sua raridade, sem 
que B, ouvindo tal disparate, alerte o comprador, o negócio é suscetível 
de anulação por: 
a) dolo negativo. 
b) dolo de terceiro. 
c) simulação relativa objetiva. 
d) reserva mental. 
e) lesão. 
A.27) Assinale a alternativa INCORRETA: 
a) o elemento objetivo da lesão consiste na manifesta desproporção entre as 
prestações recíprocas, geradoras de lucro exagerado. 
b) a lesão é modalidade de defeito do negócio jurídico caracterizado pelo vício 
do consentimento. 
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c) o elemento subjetivo da lesão é caracterizado pela inexperiência ou 
premente necessidade do lesado. 
d) o prazo para de alegar algum vício relativo à lesão é de quatro anos, sendo 
decadencial. 
e) mesmo que a parte favorecida concordar com a redução do proveito, o Juiz 
não poderá deixar de decretar a anulação do ato. 
A.28) Quanto aos Negócios Jurídicos, podemos dizer que: 
a) são seus elementos essenciais: agente capaz, objeto lícito, possível 
determinado ou determinável, consentimento e forma prescrita e defesa em 
lei. 
b) o erro, o dolo e a coação os tornam nulos de pleno direito. 
c) as pessoas absolutamente incapazes, para praticá-los, devem ser assistidas. 
d) se ambas as partes agiram com dolo, nenhuma pode alegar esse eventual 
defeito para tentar anular o ato. 
e) se o erro for acidental o ato é reconhecidamente anulável. 
A.29) (Magistratura – Minas Gerais – 2004) Na regulamentação dos 
defeitos do negócio jurídico, significativas foram as alterações 
introduzidas pelo Novo Código Civil. Leia com ATENÇÃO as proposições 
abaixo. 
I – O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a 
quem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na 
conformidade da vontade real do manifestante. 
II – Configura-se a lesão quando alguém, premido da necessidade de 
salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra 
parte, assume obrigação excessivamente onerosa. 
III – Subsistirá o negócio jurídico se a coação decorrer de terceiro, sem que 
á parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento, mas o 
autor da coação responderá por todas as perdas e danos que houver 
causado ao coacto. 
IV – Negócio jurídico viciado por lesão, não se decretará a anulação do 
negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida 
concordar com a redução do proveito. 
Marque a alternativa CORRETA. 
a) as proposições I, III e IV são verdadeiras. 
b) todas as proposições são verdadeiras. 
c) as proposições I, II e IV verdadeiras. 
d) as proposições I, II e III são verdadeiras. 
e) todas as proposições são falsas. 
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A.30) (Concurso para Advogado da REFAP/SA – 2007) O Código Civil 
estabelece que os negócios jurídicos são anuláveis por dolo, quando 
esta for a sua causa. Quando da realização de um negócio jurídico, 
pode-se afirma, sobre a ocorrência do dolo que: 
a) não se pode configurar a partir de uma omissão. 
b) se ambas as partes procederem com dolo, caberão indenizações recíprocas, 
respeitando-se as proporções. 
c) se for acidental, só obriga à satisfação de perdas e danos. 
d) se for de terceiro, nunca torna o negócio jurídico anulável. 
e) se for do representante convencional, obriga o representado a responder 
por perdas e danos subsidiariamente. 
A.31) (ESAF – Assistente Jurídico) “A” fez um seguro de vida. No 
entanto omitiu uma moléstia grave que tinha e por causa desta acabou 
falecendo poucos meses depois. A seguradora pleiteou a anulação do 
negócio jurídico por estar configurado o dolo: 
a) acidental.b) bonus. 
c) positivo. 
d) negativo. 
e) secundário. 
A.32) (CESPE - OAB/SP – 2008) João, ao celebrar um contrato de 
seguro, omitiu intencionalmente que era portador de uma grave 
moléstia para assegurar a celebração do negócio jurídico, que não teria 
sido realizado não fosse a omissão do fato. Na situação hipotética 
apresentada, a conduta de João caracteriza 
a) lesão absoluta. 
b) lesão relativa. 
c) dolo negativo. 
d) dolo secundário. 
A.33) (OAB/SP – 2007) Sobre a fraude contra credores, é ERRADO 
afirmar que: 
a) o credor deverá provar o consilium fraudis e o eventus damni a fim de 
anular a venda praticada pelo devedor insolvente. 
b) se diferencia da fraude de execução, visto que esta só se configura caso o 
negócio seja praticado no decorrer de um processo de execução movido em 
face do devedor. 
c) o prazo decadencial para anular o negócio fraudulento é de quatro anos. 
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 7777 
d) o credor quirografário que receber do devedor insolvente o pagamento da 
dívida ainda não vencida, ficará obrigado a repor, em proveito do acervo sobre 
que se tenha de efetuar o concurso de credores, aquilo que recebeu. 
A.34) (Fundação Getúlio Vargas - Fiscal de Rendas do Estado do Mato 
Grosso do Sul – 2006) Com a intenção deliberada de prejudicar outrem, 
pós-data-se o instrumento de negócio jurídico. Aponte o vício ligado a 
esse procedimento. 
a) dolo acidental 
b) erro substancial 
c) simulação 
d) erro acidental 
e) fraude contra credores 
A.35) (OAB/PR-2007) Sobre o negócio jurídico, assinale a alternativa 
CORRETA: 
a) o Código Civil admite hipóteses de anulação do negócio jurídico por erro de 
direito. 
b) o negócio jurídico de disposição patrimonial onerosa poderá ser anulado por 
fraude contra credores, ainda que o adquirente não saiba da insolvência do 
alienante, nem tenha motivos para conhecê-la. 
c) somente a comprovação de má-fé por parte do adquirente propicia a 
anulação do negócio jurídico de disposição patrimonial gratuita sob o 
fundamento da fraude contra credores. 
d) a simulação absoluta gera nulidade do negócio jurídico, ao passo que a 
simulação relativa gera a sua anulabilidade. 
A.36) (CESPE/UnB – Procurador do Estado do Ceará - 2008) Acerca dos 
fatos jurídicos, assinale a opção CORRETA. 
a) configura-se o estado de perigo quando uma pessoa, por inexperiência, ou 
sob premente necessidade, obriga-se a prestação manifestamente 
desproporcional ao valor da prestação oposta, gerando lucro exagerado ao 
outro contratante. Nessa situação, a pessoa pode demandar a nulidade do 
negócio jurídico, dispensando-se a verificação de dolo ou má-fé da parte 
adversa. 
b) a fraude contra a execução é um defeito do negócio jurídico, 
caracterizando-se como vício de consentimento e viciando, como 
consequência, a declaração de vontade dos partícipes do negócio jurídico. 
c) a simulação relativa é um vício social que acarreta a nulidade do negócio 
jurídico, que não pode subsistir, mesmo que seja válido na substância e na 
forma. 
CCUURRSSOO OONN--LLIINNEE –– DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL –– TTEEOORRIIAA EE EEXXEERRCCÍÍCCIIOOSS 
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 7788 
d) o negócio jurídico realizado com infração a norma de ordem pública, mesmo 
depois de declarado nulo por sentença judicial, por se tratar de direito 
patrimonial e, portanto, disponível, pode ser ratificado pelas partes, 
convalidando-se, assim, o ato negocial. 
e) a reserva mental caracteriza-se pela não-coincidência entre a vontade real e 
a declarada, com o propósito de enganar a outra parte. Se for desconhecida 
pelo destinatário, a manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor 
haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou. 
B) ELEMENTOS ACIDENTAIS 
B.01) (Auditor Fiscal do Trabalho – 2006) “A” cede uma casa a “B”, 
para que nela resida, enquanto for solteiro. É negócio Jurídico que 
contém cláusula: 
a) condição suspensiva. 
b) modo ou encargo. 
c) condição simplesmente potestativa. 
d) condição promíscua. 
e) condição resolutiva. 
B.02) (Fundação Getúlio Vargas - Fiscal de Rendas do Estado do Mato 
Grosso do Sul – 2006) Assinale o nome do fato jurídico em que os 
efeitos de um negócio jurídico podem ser extintos pela ocorrência de 
um evento futuro e incerto. 
a) termo inicial. 
b) condição suspensiva. 
c) encargo. 
d) condição resolutiva. 
e) termo final. 
B.03) A expressão: “dôo dois terrenos situados à Rua “X”, no Bairro do 
Macuco, nesta cidade, à própria municipalidade, para que em um deles 
seja construída um posto de saúde”, encerra uma liberalidade gravada 
com: 
a) encargo. 
b) condição suspensiva. 
c) termo suspensivo. 
d) condição resolutiva. 
e) condição potestativa. 
CCUURRSSOO OONN--LLIINNEE –– DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL –– TTEEOORRIIAA EE EEXXEERRCCÍÍCCIIOOSS 
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 7799 
B.04) “A” doou um terreno a uma instituição. No entanto impôs o 
encargo de nele construir uma creche. É correto afirmar: 
a) o encargo, enquanto não cumprido, suspende a aquisição do direito pelo 
donatário ao objeto da doação. 
b) o encargo, enquanto não cumprido, suspende o exercício do direito do 
donatário. 
c) a imposição de encargo, neste caso, se equipara ao termo inicial, salvo se 
imposto como condição suspensiva. 
d) o encargo, neste caso, se equipara à condição resolutiva, salvo se imposto 
como termo final. 
e) o encargo, não suspende a aquisição, nem o exercício do direito do 
donatário, se não for imposto expressamente como condição suspensiva. 
B.05) (CESPE - OAB/SP – 2008) Não comporta condição o ato de: 
a) mútuo. 
b) compra e venda. 
c) aceitação ou repúdio à herança. 
d) doação. 
e) locação. 
B.06) (CESPE - OAB/SP – 2007) Segundo a lei, o negócio jurídico, cujos 
efeitos estão aguardando a ocorrência do termo inicial, produz: 
a) anulabilidade. 
b) expectativa de direito. 
c) nulidade absoluta. 
d) interrupção do direito. 
e) direito adquirido. 
B.07) Aos negócios jurídicos podem ser apostos elementos acidentais, 
devendo-se salientar que: 
a) invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados as condições 
física ou juridicamente impossíveis, quando resolutivas. 
b) considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o 
motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio 
jurídico. 
c) o termo inicial suspende a aquisição e o exercício do direito. 
d) invalidam os negócios jurídicos as condições impossíveis, quando 
resolutivas, e as de não fazer coisa impossível. 
B.08) (OAB/PR-2007) Assinale a alternativa CORRETA: 
CCUURRSSOO OONN--LLIINNEE –– DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL –– TTEEOORRIIAA EE EEXXEERRCCÍÍCCIIOOSS 
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 8800 
a) o termo inicial suspende a aquisição do direito subjetivo. 
b) a condição suspensiva, quando implementada, interrompe a possibilidade 
de exercício de um direito subjetivo que já existia quando da celebração do 
negócio jurídico. 
c) em regra, enquanto o encargo não é cumprido, o beneficiário do ato de 
liberalidade não adquire o direito subjetivo. 
d) se o objeto do encargo for ilícito ou impossível, é tido como não escrito, 
libertando o negócio jurídico de qualquer restrição. 
B.09) Termo Inicial e Condição Suspensiva: 
a) se distinguem, quanto aos seus efeitos, pois o primeiro suspende o exercício 
do direito, enquanto a segunda impede a sua aquisição. 
b) apesar de possuírem conceitos diferenciados, produzem os mesmos efeitos 
jurídicos. 
c) se distinguem, quanto aos seus efeitos, pois o primeiro impede a aquisição 
do direito, enquanto a segunda impede a sua aquisição. 
d) ambas as situações impedema aquisição do direito, mas não o seu 
exercício, distinguindo-se apenas porque o termo diz respeito a evento futuro 
e certo e a condição a evento futuro e incerto. 
C) TEORIA DAS NULIDADES 
C.01) (Magistratura do Trabalho – Rio de Janeiro – 2004) Assinale a 
assertiva CORRETA: 
a) os atos jurídicos são anuláveis: por incapacidade relativa do agente, por 
vício resultante de erro, dolo, coação, simulação, lesão e fraude contra 
credores. 
b) os atos jurídicos são anuláveis: por incapacidade relativa do agente, por 
vício resultante de erro, dolo, coação, simulação, estado de perigo, lesão, 
fraude contra credores. 
c) os atos jurídicos são anuláveis: por incapacidade relativa do agente, por 
vício resultante de erro, dolo, coação, simulação, estado de perigo, lesão, 
fraude contra credores e nos demais casos expressos em lei. 
d) os atos jurídicos são anuláveis: por incapacidade relativa do agente, por 
vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão, fraude contra 
credores e nos demais casos expressos em lei. 
e) os atos jurídicos são anuláveis: por incapacidade relativa do agente, por 
vício resultante de erro, dolo, coação, simulação, estado de perigo, lesão, 
fraude contra credores e quando o motivo determinante, comum a ambas as 
partes, for ilícito. 
CCUURRSSOO OONN--LLIINNEE –– DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL –– TTEEOORRIIAA EE EEXXEERRCCÍÍCCIIOOSS 
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 8811 
C.02) Considerando a matéria sobre invalidade do negócio jurídico no 
Código Civil de 2002, assinale a assertiva CORRETA: 
a) o negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação pelas partes. 
b) quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer 
prazo para pleitear-se a anulação, o prazo será de 04 anos, a contar da data 
da conclusão do ato. 
c) o negócio jurídico simulado é anulável. 
d) as hipóteses de defeitos ocorridos no negócio jurídico configuram a sua 
nulidade, que deve ser declarada pelo Juiz. 
e) o testamento de uma pessoa é válido e eficaz, ainda que esta pessoa ainda 
não tenha falecido. 
C.03) (FCC – 2005) Analise as afirmativas abaixo e, em seguida, 
assinale a alternativa CORRETA: 
 I – Todo negócio jurídico ineficaz é também considerado nulo. 
 II – À luz do Código Civil, o negócio jurídico simulado é anulável, 
subsistindo, porém, o negócio que se dissimulou, se atender aos requisitos 
pertinentes à sua existência e validade. 
 III – À luz do Código Civil, pode-se dizer que o prazo de 04 (quatro) anos 
para anular negócio jurídico eivado de coação é um prazo prescricional, 
iniciando-se sua fluência a partir do dia em que cessou a coação. 
 IV – A prescrição pode ser arguida em qualquer grau de jurisdição, pela 
parte a quem aproveita, admitindo-se, assim, que seja reconhecida tanto 
em sede de apelação como de Recurso Especial ou Recurso Extraordinário. 
ASSINALE 
a) todas as afirmativas estão corretas. 
b) somente as afirmativas I e III estão corretas. 
c) somente as afirmativas II e III estão corretas. 
d) todas as afirmativas estão incorretas. 
e) III e IV estão corretas. 
C.04) Sobre a Teoria das Nulidades, é ERRADO afirmar: 
a) o negócio nulo pode ser objeto de conversão, a fim de que o novo negócio 
ganhe validade e eficiência. 
b) a invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte 
válida, se esta for separável. 
c) em regra é de 04 (quatro) anos o prazo para pleitear-se a nulidade 
absoluta do negócio jurídico. 
d) negócio anulável admite ratificação tácita. 
CCUURRSSOO OONN--LLIINNEE –– DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL –– TTEEOORRIIAA EE EEXXEERRCCÍÍCCIIOOSS 
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 8822 
e) quando a anulabilidade do ato resultar da falta de autorização de terceiro, 
será validado se este a der posteriormente. 
C.05) (FCC – Promotor de Justiça/AM – 2005) No tocante à invalidade 
dos negócios jurídicos, analise as assertivas abaixo afirmar que: 
I – Nulo é o negócio jurídico simulado, mas subsistirá, o que se dissimulou, 
se válido for na substância e na forma. 
II – Anulável é o negócio jurídico que tiver por objetivo fraudar a lei 
imperativa. 
III – Nulo é o negócio jurídico resultante de erro de direito. 
IV – Anulável é o negócio jurídico celebrado em estado de perigo. 
V – Nulo é o negócio jurídico em que ficar configurada a lesão. 
Estão CORRETOS os itens: 
a) I e V. 
b) II e III. 
c) II e IV. 
d) IV e V. 
e) I e IV. 
C.06) (JUIZ FEDERAL – 3ª Região/2003) O prazo para pleitear a 
anulação do negócio jurídico é: 
a) prescricional. 
b) decadencial. 
c) peremptório. 
d) preclusivo lógico. 
e) preclusivo temporal. 
C.07) (Magistratura – Minas Gerais – 2004) Acerca da validade dos 
negócios jurídicos é CORRETO afirmar que: 
a) quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer 
prazo para pleitear-se a anulação, será este de 02 (dois) anos, a contar da 
data da conclusão do ato. 
b) o negócio jurídico nulo é suscetível de confirmação bastando para a 
convalidação o simples decurso do tempo. 
c) o negócio jurídico é anulável por vício resultante de erro, dolo, coação, 
simulação, fraude, lesão estado de perigo ou fraude contra credores. 
d) na simulação, o negócio jurídico dissimulado subsistirá quando o fim a que 
visavam as partes permitir supor que o teriam querido, ainda que no negócio 
simulado não tenha sido observada a forma do dissimulado. 
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 8833 
e) Resultando a anulabilidade do ato da falta de autorização de terceiro, 
impossível será sua convalidação ainda que posteriormente obtida a anuência. 
C.08) (Ministério Público – Minas Gerais – 2006) Será NULO o negócio 
jurídico quando celebrado: 
a) em detrimento de lei que o proíba, sem, contudo, cominar uma sanção. 
b) com procedimento doloso de ambas as partes. 
c) por inexperiência de uma das partes que se obriga a prestação 
manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. 
d) por necessidade de uma das partes em salvar pessoa de sua família de 
grave dano, assumindo obrigação excessivamente onerosa. 
e) pelos ébrios habituais. 
C.09) (FCC - Advogado da I.R.B. – Brasil Resseguros – 2006) Assinale a 
opção VERDADEIRA: 
a) se um menor, entre 16 e 18 anos, ao celebrar um contrato, se declarar 
maior, não se exime da obrigação assumida. 
b) o estado de perigo e a lesão são atos prejudiciais praticados em estado de 
necessidade, visto que na base do estado de perigo há o risco patrimonial e na 
lesão tem o risco pessoal. 
c) o erro acidental induz anulação do negócio por incidir sobre a declaração de 
vontade, mesmo se for possível identificar a pessoa ou a coisa a que se refere. 
d) a escritura pública, lavrada em notas de tabelião, embora seja documento 
dotado de fé pública, não faz prova plena. 
e) o novel Código Civil não admite a conversão do ato nulo em outro de 
natureza diferente. 
C.10) (Fundação Getúlio Vargas – Advogado Banco de Santa Catarina. 
Questão idêntica também caiu na prova para Analista Judiciário – 2005) 
Observe as afirmações abaixo e assinale a alternativa CORRTA. Todo 
Negócio Jurídico será considerado como NULO de pleno direito: 
I – Quando for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial 
para a sua validade. 
II – Quando praticado com vício resultante de erro, dolo e simulação. 
III – Quando praticado com vício resultante de coação ou fraude contra 
credores. 
IV – Quando praticado por pessoa relativamente incapaz. 
ASSINALE: 
a) se somente a afirmativa I estiver correta. 
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 8844b) se somente a afirmativa II estiver correta. 
c) se somente a afirmativa IV estiver correta. 
d) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. 
e) se todas as afirmativas estiverem corretas. 
C.11) (FCC - Tribunal Regional Eleitoral do Paraná – Analista Judiciário 
– 2004) Assinale a alternativa CORRETA, de acordo com as disposições 
prescritas no Código Civil Brasileiro (Lei n° 10.406/02). 
a) a renúncia da prescrição somente poderá ser expressa e só valerá sendo 
feita, sem prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se consumar. 
b) em regra é de 03 (três) anos o prazo para se pleitear a anulação de um 
negócio jurídico. 
c) não comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede 
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico. 
d) as nulidades absolutas devem ser pronunciadas pelo Juiz, quando conhecer 
o negócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, sendo-lhe 
permitido supri-las a requerimento das partes. 
e) os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os 
praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda 
quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como 
lesivos dos seus direitos. 
C.12) (OAB/RS – 2006) Sobre a validade do negócio jurídico, assinale a 
assertiva VERDADEIRA: 
a) o negócio jurídico celebrado por pessoa absolutamente incapaz é nulo de 
pleno direito, porém sujeito à ratificação. 
b) quando a solenidade exigir forma prescrita em lei, se formalizado por outros 
meios, desde que alcançado o objetivo, mesmo que preterida alguma 
solenidade essencial, é plenamente válido o ato praticado. 
c) há negócios jurídicos que, mesmo celebrados por incapazes, poderão gerar 
efeitos. 
d) o negócio jurídico depende da vontade da lei em relação à produção de 
efeitos. 
e) quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer 
prazo para pleitear-se a anulação, este prazo será de 04 (quatro) anos a 
contar da data da conclusão do negócio. 
C.13) (Fundação Getúlio Vargas – ICMS/RJ – 2008 – SEFAZ/RJ) Quando 
a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo 
para pleitear-se a anulação esta será de: 
a) um ano. 
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 8855 
b) dois anos. 
c) três anos. 
d) quatro anos. 
e) cinco anos. 
C.14) (OAB/SP – 2007) Sobre a conversão do negócio jurídico, é 
CORRETO afirmar que se trata de instituto: 
a) aplicável apenas aos negócios anuláveis. 
b) que visa converter o negócio nulo em outro válido, mas que não tem 
previsão no nosso ordenamento. 
c) aplicável à fraude contra credores. 
d) que visa converter o negócio nulo em outro válido, sendo que tem previsão 
expressa no Código Civil. 
C.15) (OAB/RS – 2006 – adaptada) Em relação à teoria das nulidades 
do negócio jurídico, assinale a assertiva CORRETA. 
a) o dolo de uma das partes no negócio jurídico será sempre causa de 
anulação do mesmo. 
b) o pagamento efetuado pelo devedor de forma antecipada a um credor faz 
presumir a fraude contra credores. 
c) o negócio jurídico simulado como regra é passível de anulabilidade. 
d) em face do decurso de tempo o negócio jurídico nulo poderá ser objeto de 
convalidação. 
e) é anulável o negócio jurídico concluído pelo representante em conflito de 
interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento 
de que com aquele tratou. 
C.16) (FCC - Analista Judiciário – Tribunal de Justiça de Pernambuco – 
2007) O Negócio Jurídico não é nulo quando: 
a) for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para sua 
validade. 
b) celebrado por pródigos. 
c) o motivo determinante, comum a ambas as partes, foi ilícito. 
d) não revestir a forma prescrita em lei. 
e) for indeterminado o seu objeto. 
C.17) (CESPE - OAB/SP – 2008) É nulo o negócio jurídico quando 
a) viciado por erro, dolo, coação, estado de perigo ou lesão. 
b) praticado por relativamente incapaz, sem a devida assistência legal. 
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 8866 
c) tiver por objetivo fraudar lei imperativa. 
d) praticado para fraudar credores. 
C.18) (Analista Judiciário – TRT 13ª Região/PB – 2006 – FCC) Considere 
as hipóteses: 
I – Erro, dolo ou coação. 
II – Objeto impossível. 
III – Estado de perigo ou lesão 
IV – Simulação e Objeto indeterminável. 
V – Objetivo de fraudar lei imperativa. 
São causas de nulidade absoluta do negócio jurídico, dentre outras, as 
indicadas SOMENTE em: 
a) I e III. 
b) II e IV. 
c) II, III, e V. 
d) III, IV e V. 
e) II, IV e V. 
C.19) (Tribunal de Contas da União – Analista de Controle Externo – 
ESAF - 2006) Assinale a opção CORRETA: 
a) a forma especial única do negócio jurídico implica uma solenidade mais 
geral imposta pela norma jurídica, sendo que o seu não acatamento implica 
em anulabilidade. 
b) é nulo ato praticado por pessoa relativamente incapaz sem a devida 
assistência de seus legítimos representantes. 
c) a nulidade (absoluta ou relativa) opera ipso iure. 
d) a nulidade absoluta, por ser de ordem pública, não pode ser suprida pelo 
Juiz, ainda que a requerimento dos interessados, sendo insuscetível de 
confirmação, nem se convalesce pelo decurso do tempo. 
e) são elementos indispensáveis à configuração do ato ilícito apenas a 
ocorrência de um dano e fato lesivo voluntário. 
C.20) (OAB/SP – 2009) Considerando-se os dispositivos do Código Civil 
relativos ao negócio jurídico e ao direito das obrigações, é correto afirmar que, 
se um humilde camponês, por meio de um contrato de compra e venda, adquirir 
algumas glebas de terra de seu vizinho, no valor de R$ 15.000,00, porém 
aceitar como documentação o simples recibo firmado pela outra parte, o referido 
contrato de compra e venda 
a) será anulável. 
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 8877 
b) será inexistente. 
c) será perfeitamente válido. 
d) terá existência fática, porém é nulo. 
C.21) (Magistratura do Trabalho – Mato Grosso – 2007) No atinente à 
invalidade do negócio jurídico, NÃO É CORRETO afirmar que: 
a) a anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença e aproveita 
exclusivamente aos interessados que a alegarem, ainda que se trate de caso 
de indivisibilidade. 
b) o ato nulo opera-se de pleno direito e não admite confirmação; a nulidade 
pode ser arguida pelas partes, por terceiros interessado, pelo Ministério 
Público, quando lhe couber intervir, ou pode ser pronunciada de ofício pelo 
Juiz, bem assim pode ser reconhecida a qualquer tempo. 
c) o ato anulável atinge interesses particulares, legalmente tutelados; não se 
opera de pleno direito e admite confirmação expressa ou tácita; a 
anulabilidade somente pode ser arguida pelas partes interessadas. 
d) é anulável o negócio jurídico por incapacidade relativa do agente, bem 
assim por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou 
fraude contra credores. 
e) a confirmação expressa, ou a execução voluntária de negócio anulável 
importa em extinção de todas as ações de que contra ele dispusesse o 
devedor. 
C.22) (Magistratura do Trabalho – 3a Região/MG) Assinale a alternativa 
INCORRETA: 
a) a invalidade do instrumento não induz a do negócio jurídico, sempre que 
este puder provar-se por outro meio. 
b) o ato anulável pode ser ratificado pelas partes, salvo o direito de terceiro, 
mas a ratificação não retroage à data o ato. 
c) são causas de anulação do ato jurídico, na sistemática do Código Civil: a 
incapacidade relativa do agente; os vícios do consentimento e os vícios sociais.d) a nulidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, 
se esta for separável. 
e) ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada pagou a um 
incapaz, se não provar que reverteu em proveito dele a importância paga. 
C.23) (Magistratura do Trabalho 3a Região/MG – 2008) Sobre os fatos 
jurídicos, escolha a opção correta, após análise das afirmativas abaixo: 
I – A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela 
outra em benefício próprio, nem aproveita aos co-interessados capazes, salvo 
se, neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum. 
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 8888 
II – O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito e a 
ele se aplicam, no que couber, as disposições relativas à condição 
suspensiva. 
III – É nulo o negócio jurídico simulado. Haverá simulação nos negócios 
jurídicos quando aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas 
diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem, 
contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira, os 
instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados. 
IV – Quando existe incapacidade relativa do agente, o negócio jurídico é 
anulável, o mesmo ocorrendo por vício resultante de erro, dolo, coação, 
estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. 
a) todas as afirmativas estão erradas. 
b) uma afirmativa está correta. 
c) duas afirmativas estão corretas. 
d) três afirmativas estão corretas. 
e) quatro afirmativas estão corretas. 
C.24) (CESPE/UnB – Juiz de Direito Substituto/PI - 2007) Quanto aos 
negócios jurídicos, assinale a opção CORRETA. 
a) encargo é a cláusula acessória aderente aos negócios jurídicos gratuitos. O 
encargo impõe uma contraprestação do beneficiário, que, enquanto não for 
cumprida, se traduz em óbice à aquisição ou ao exercício do direito. 
b) na celebração de um negócio jurídico, a vontade manifestada de uma das 
partes não subsiste, se esta faz reserva mental de não querer aquilo que 
manifestou, ainda que a outra parte não tenha conhecimento da mesma, pois, 
além de haver a intenção de prejudicar, existe o vício de consentimento 
ensejando a nulidade do negócio. Assim, essa discrepância entre a vontade e a 
declaração do agente acarreta a invalidade do negócio, por erro na declaração 
de vontade. 
c) a nulidade absoluta de um negócio jurídico poderá ser arguida por qualquer 
interessado, bem como pelo Ministério Público nos casos em que couber 
intervir, ou, ainda, ser decretada pelo Juiz, de ofício, quando conhecer do 
negócio ou dos seus efeitos e a encontrar provada. Declarada essa nulidade 
por sentença judicial, ela produzirá efeitos ex tunc, alcançando a declaração de 
vontade no momento da emissão. 
d) quando, na celebração de um negócio jurídico bilateral ou unilateral, o 
representante legal ou convencional de uma das partes agir com dolo 
intencional, para acarretar a nulidade desse ato negocial, exige-se o efetivo 
conhecimento da parte que dele se aproveite, pois o dolo provocado pelo 
representante recebe o mesmo tratamento legal destinado ao dolo de terceiro. 
CCUURRSSOO OONN--LLIINNEE –– DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL –– TTEEOORRIIAA EE EEXXEERRCCÍÍCCIIOOSS 
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 8899 
e) o silêncio importará em manifestação positiva de vontade, quando, em um 
contrato de adesão, houver prazo obrigatório assinalado para manifestação da 
parte, sob pena de, não o fazendo, a contraparte considerar que houve 
demonstração de aceitação do negócio jurídico, desde que a parte tenha ampla 
oportunidade de tomar conhecimento de todos os termos e cláusulas do 
contrato. 
C.25) (CESPE/UnB – OAB Exame Unificado – 2008) Acerca dos fatos 
jurídicos, assinale a opção CORRETA. 
a) o negócio jurídico concluído pelo representante legal em conflito com 
interesses do representado é anulável, ainda que o terceiro, pessoa com a qual 
o representante celebra o negócio, não tenha conhecimento de tal conflito. Se 
restar caracterizada a má-fé desse terceiro, o negócio jurídico é eivado de 
nulidade absoluta. 
b) o negócio jurídico deve ser interpretado conforme a boa-fé, mas os usos e 
costumes do lugar de sua celebração não podem ser levados em consideração. 
c) a validade de uma declaração de vontade depende, como regra, de forma 
especial, exceto quando a lei expressamente não a exigir. 
d) a nulidade absoluta, por ser de ordem pública, não se convalesce pelo 
decurso do tempo nem pode ser suprida pelo juiz, ainda que a requerimento 
dos interessados, sendo insuscetível de confirmação. 
D) FORMA E PROVA DO NEGÓCIO JURÍDICO 
D.01) (Controladoria Geral da União – 2006) O reconhecimento voluntário 
de filho havido fora do matrimônio pode ser feito no próprio termo do 
nascimento, por escritura pública ou instrumento particular, por testamento ou 
por manifestação expressa e direta perante o Juiz. Portanto, a forma do 
reconhecimento de filho é: 
a) especial plural. 
b) especial única. 
c) geral. 
d) especial genérica. 
e) contratual. 
D.02) (Advocacia Geral da União – ESAF) Quando uma norma jurídica 
permitir a formalização de um negócio por vários modos, possibilitando 
que a parte opte por um deles, ter-se-á a forma: 
a) genérica. 
b) plural. 
c) única. 
CCUURRSSOO OONN--LLIINNEE –– DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL –– TTEEOORRIIAA EE EEXXEERRCCÍÍCCIIOOSS 
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 9900 
d) livre. 
e) contratual 
D.03) (Controladoria Geral da União – 2006) Assinale a opção FALSA. 
a) a presunção deixada a critério e prudência do magistrado, que se funda 
naquilo que cotidiana, habitual ou ordinariamente acontece, denomina-se 
simples, comum ou hominis. 
b) arbitramento é o exame pericial tendo em vista determinar o valor da coisa 
ou da obrigação a ela ligada, muito comum na desapropriação, nos alimentos, 
na indenização dos danos por atos ilícitos. 
c) a prova deve ser admissível, pertinente e concludente. 
d) a confissão é irrevogável, logo não poderá ser anulada se oriunda de erro 
de fato ou de coação. 
e) as testemunhas instrumentárias devem pronunciar-se sobre o conteúdo do 
instrumento que subscrevem. 
D.04) (Magistratura – Minas Gerais – 2004) O novo Código Civil regula o 
negócio jurídico no livro III, título I. Sobre a disciplina dos negócios 
jurídicos é CORRETO afirmar que: 
a) as condições de não fazer coisa impossível e as condições física ou 
juridicamente impossíveis, quando suspensivas, têm-se por inexistentes. 
b) não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade 
dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou 
renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a 10 (dez) vezes o 
maior salário mínimo vigente no País. 
c) o silêncio não importa anuência, ainda quando as circunstâncias ou os usos 
o autorizem e não for necessária declaração de vontade expressa. 
d) é nulo de pleno direito o negócio concluído pelo representante em conflito 
de interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do 
conhecimento de quem com ele contratou. 
e) a incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra 
em benefício próprio, nem aproveita aos co-interessados capazes, salvo se, 
neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum. 
D.05) (Técnico Judiciário – TRT 15ª Região – Campinas – 2006) A 
respeito dos Atos Jurídicos, assinale a alternativa INCORRETA. 
a) o silêncio não importa anuência, ainda que as circunstâncias ou os usos 
autorizarem e não for necessária a declaração de vontade expressa. 
b) o instrumento público é da substância do ato, no negócio jurídico celebrado 
com cláusula denão valer sem ele. 
CCUURRSSOO OONN--LLIINNEE –– DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL –– TTEEOORRIIAA EE EEXXEERRCCÍÍCCIIOOSS 
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 9911 
c) a impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for 
relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver 
subordinado. 
d) a validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, 
senão quando a lei expressamente a exigir. 
e) a validade do negócio requer: agente capaz; objeto lícito, possível, 
determinado ou determinável e forma prescrita ou não defesa em lei 
D.06) (Magistratura do Trabalho - 14ª Região - 2004) Tomando por 
base as afirmações abaixo assinale a alternativa CORRETA: No tocante à 
prova dos atos jurídicos, é correto afirmar: 
I – A confissão é irrevogável e por consequência não pode ser anulada. 
II – A prova do instrumento particular não pode ser suprimida por outras de 
caráter legal. 
III – Não podem ser admitidos como testemunhas os menores de 18 anos. 
IV – Salvo casos expressos a prova exclusivamente testemunhal somente 
será admitida nos negócios jurídicos cujo valor não ultrapasse o teto de 20 
vezes o maior salário mínimo vigente no país ao tempo da celebração do 
referido negócio. 
ASSINALE 
a) apenas a afirmativa I está correta. 
b) apenas as afirmativas I e II estão corretas. 
c) apenas as afirmativas I, II e III estão corretas. 
d) as afirmativas I, II, III e IV estão corretas. 
e) as afirmativas I, II, III e IV estão incorretas. 
D.07) (Magistratura do Paraná) De acordo com o disposto no Código 
Civil é correto dizer-se que: 
a) para a validade das declarações de vontade não há necessidade de forma 
especial, ainda que assim o exija expressamente a lei. 
b) ao titular de direito eventual, no caso de condição suspensiva, não é 
permitido exercer os atos destinados a conservá-los. 
c) todas as condições que a lei expressamente não vedar são lícitas, sendo 
defesas, porém, aquelas que privarem de todo efeito o ato, ou o sujeitarem ao 
arbítrio de uma das partes. 
d) embora o contrato contenha a cláusula de não valer sem instrumento 
público, poderá validamente ser celebrado por instrumento particular, se os 
contratantes forem capazes. 
CCUURRSSOO OONN--LLIINNEE –– DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL –– TTEEOORRIIAA EE EEXXEERRCCÍÍCCIIOOSS 
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D.08) (Magistratura do Trabalho – 8a Região/PA – 2007) Marque a 
alternativa INCORRETA: 
a) a interpretação dos negócios jurídicos deve estar baseada no princípio da 
boa-fé e nos usos do lugar de sua celebração. 
b) dentre as hipóteses legais de cessação da incapacidade para os menores 
estão o casamento, o exercício de emprego público efetivo e a colação de grau 
em curso de ensino superior. 
c) se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo 
averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão 
simultaneamente mortos. 
d) o uso comum dos bens públicos só pode ser gratuito, pois são destinados à 
utilização pela sociedade que já paga impostos, sendo vedado o uso oneroso 
dessa classe de bens. 
e) o Direito Civil estende às pessoas jurídicas a proteção dos direito de 
personalidade, no que couber, havendo possibilidade de, inclusive, sofrer dano 
moral. 
D.09) (Magistratura do Trabalho – 15a Região – Campinas – 2008) 
Assinale a alternativa INCORRETA. 
a) os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos 
do lugar de sua celebração, sendo que os contratos benéficos devem ser 
estritamente. 
b) os prazos de meses e anos sempre expiram no dia de igual número do de 
início. 
c) considera-se não escrito o encargo ilícito, salvo se constituir o motivo 
determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico. 
d) os prazos fixados por hora são contados de minuto a minuto. 
e) na lesão o vício de consentimento decorre do abuso praticado em situação 
de desigualdade de um dos contratantes, por inexperiência ou por premente 
necessidade, havendo uma grande desproporção nas obrigações assumidas. 
D.10) (ESAF – Fiscal do Trabalho) A presunção deixada ao critério e 
prudência do magistrado, que se funda naquilo que ordinariamente 
acontece, denomina-se PRESUNÇÃO: 
a) simples ou hominis. 
b) relativa. 
c) sem precedentes. 
d) juris tantum. 
e) juris et de jure. 
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 9933 
OBS: as questões adiante seguem o padrão que a CESPE/UnB 
também costuma usar (embora nem sempre), julgando as 
assertivas e colocando CERTO ou ERRADO. 
Questão 01 (CESPE – BACEN) Julgue os seguintes itens: 
a) Os defeitos de um negócio jurídico, relativos à vontade, decorrem de 
vícios de consentimento e de vícios sociais. 
b) É anulável o negócio jurídico decorrente de erro, ainda que acidental. 
c) O dolo, que pode se caracterizar por omissão, é causa de anulabilidade do 
negócio, desde que, entre outros requisitos, tenha sido a sua causa 
determinante. 
d) É anulável, por ser decorrente de coação, o pagamento de título vencido 
efetuado pela devedora, uma senhora com setenta anos de idade, receosa 
que o credor cumprisse a ameaça que lhe fizera, qual seja, a promover a 
execução judicial da dívida. 
e) É defeso ao Juiz pronunciar, sem alegação da parte interessada, a 
anulação do ato decorrente de erro, dolo ou coação moral. Todavia, caso se 
trate de simulação ou fraude contra credores, poderá o magistrado, de ofício, 
pronunciar a nulidade do ato. 
Questão 02 (CESPE/UnB) Julgue os itens a seguir: 
a) Não serão anuláveis por fraude contra credores os contratos de disposição 
gratuita dos bens do devedor insolvente quando a insolvência for notória, ou 
houver motivo para ser conhecida do devedor ou do outro contratante. 
b) Existem atos jurídicos que, mesmo celebrados por incapazes, poderão 
gerar efeitos. 
c) Os negócios jurídicos nulos não podem ser confirmados, mas podem sofrer 
conversão substancial em negócios jurídicos válidos. 
Questão 03 (CESPE/UnB - TCU – Analista de Controle Externo – 2008) 
Julgue o item a seguir: 
a) Ameaçada de morte por um primo, homem de notória violência, Abgail 
assinou contrato de compra e venda, transferindo-lhe a propriedade de uma 
fazenda de cacau na Bahia. Transcorridos seis anos, sem que cessasse a 
coação, esse primo faleceu, e ela decidiu imediatamente constituir advogado 
para buscar a anulação judicial do negócio. Nessa situação, caso logre êxito 
em provar a coação sofrida, é possível que Abgail obtenha decisão favorável 
ao seu pleito, pois o prazo decadencial de quatro anos para requerer a 
anulação é contado da data em que cessou a coação e não da data da 
realização do negócio. 
CCUURRSSOO OONN--LLIINNEE –– DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL –– TTEEOORRIIAA EE EEXXEERRCCÍÍCCIIOOSS 
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Questão 04 (CESPE/UnB – Juiz Federal Substituto – 5a Região/2007) 
Julgue os itens a seguir, relativos aos negócios jurídicos e à prescrição. 
a) Para a caracterização da fraude contra credores e a consequente anulação 
do ato jurídico, faz-se necessário que o devedor esteja em estado de 
insolvência ou na iminência de alcançá-lo e pratique maliciosamente negócios 
que desfalquem seu patrimônio em detrimento da garantia que este 
representa para os direitos creditórios alheios. 
b) Se, no curso de um processo, o Juiz verificar a ocorrência de prescrição, 
este deverá proferir sentença reconhecendo o fato e extinguindo o processo 
sem resolução de mérito, ainda que se trate de direitos patrimoniais e o réu, 
em contraditório, no prazo assinalado para a resposta, tenha renunciado à 
prescrição já consumada ou tenha-se mantido inerteante o ônus de se 
defender. 
c) Condição é cláusula de um negócio jurídico, a qual, derivada 
exclusivamente da vontade das partes, subordina a eficácia ou a resolução do 
negócio jurídico à ocorrência de evento futuro e certo. 
Questão 05 (CESPE/UnB – INSS/2008 – Analista do Seguro Social com 
Formação em Direito) Acerca dos fatos e negócios jurídicos no direito 
civil, julgue os próximos itens. 
a) O vendaval que destrói uma casa é exemplo de negócio jurídico unilateral. 
b) Ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou 
resolutiva, é permitido praticar os atos destinados a conservar tal direito. 
c) Com relação à validade do negócio jurídico, considera-se que, não 
dispondo a lei em contrário, a escritura pública apenas é essencial à validade 
dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação 
ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a sessenta 
vezes o maior salário mínimo vigente no país. 
Questão 06 (CESPE/UnB Procurador Federal/2006) Acerca dos fatos 
jurídicos, julgue os itens que se seguem. 
a) Caracteriza a lesão, ensejando a anulação do negócio jurídico ou, para 
evitá-la, a exigência de complementação do preço, a situação em que ocorre 
a desproporção entre as prestações de um negócio jurídico no decorrer da 
avença, oriunda do aproveitamento, por uma das partes contratantes, da 
situação de inferioridade em que se encontra a outra parte. 
b) No negócio jurídico, a vontade deve corresponder à declaração, a qual é 
mera exteriorização da vontade subjetiva do agente. Assim, havendo 
divergência entre a vontade e a declaração, o negócio jurídico é nulo, mesmo 
quando o destinatário desconhece a verdadeira intenção da outra parte, a 
qual permanece em reserva mental. 
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 9955 
Questão 07 (Magistratura da Bahia – 2007) Em relação aos fatos 
jurídicos, julgue os itens subsequentes: 
a) A lesão inclui-se entre os vícios de consentimento decorrente de abuso 
praticado em situação de desigualdade de um dos contratantes, por estar sob 
premente necessidade, ou por inexperiência. Esse vício afeta a vontade do 
agente e a manifestação de vontade em desacordo com a realidade, quer 
porque o declarante a desconhece, quer porque o declarante está impelido 
pela necessidade, e tem como consequência a nulidade absoluta do negócio 
jurídico. 
b) O instituto da conversão é a transformação de um negócio jurídico nulo 
em outro de natureza diversa e traduz o princípio da conservação dos atos 
negociais; nele aproveita-se a finalidade do ato desejado pelas partes sempre 
que for possível e não for obstado pelo ordenamento jurídico. Entretanto, 
para que ocorra a conversão de um negócio jurídico nulo em outro de 
natureza diversa, faz-se necessário que o negócio reputado nulo contenha os 
requisitos do outro negócio e que a vontade manifestada pelas partes faça 
supor que, se tivessem ciência da nulidade do negócio realizado, mesmo 
assim, teriam querido celebrar o negócio convertido. 
c) Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada pagou a um 
incapaz, se não provar que reverteu proveito dele a importância paga. 
 
Os exercícios a seguir não caíram em concursos, mas têm a função de 
melhor fixar a matéria dada em aula. 
I – Estabeleça Associação: 
a) Erro ou Ignorância; b) Dolo; c) Coação; d) Estado de Perigo; e) Lesão; f) 
Simulação; g) Fraude contra Credores. 
01 – ( ) sob premente necessidade ou por inexperiência uma pessoa se 
obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação 
oposta. 
02 – ( ) pratica maliciosa pelo devedor de atos que desfalcam seu 
patrimônio com o fim de colocá-los a salvo de uma execução por dívidas em 
detrimento dos direitos do credor. 
03 – ( ) artifício empregado para levar alguém à prática de um ato que 
o prejudica, beneficiando o autor do ato ou uma terceira pessoa. 
04 – ( ) declaração enganosa de vontade com vistas à obtenção de um 
resultado diverso do que se manifesta ostensivamente. 
05 – ( ) pressão física ou psicológica exercida sobre alguém para 
obrigá-lo a praticar ou deixar de determinado ato. 
CCUURRSSOO OONN--LLIINNEE –– DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL –– TTEEOORRIIAA EE EEXXEERRCCÍÍCCIIOOSS 
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 9966 
06 – ( ) falsa noção ou completo desconhecimento que se tem acerca 
de um objeto ou pessoa. 
07 – ( ) sob premente necessidade de salvar a si ou pessoa de sua 
família de grave dano conhecido pela outra parte assume obrigação 
excessivamente onerosa. 
II – Estabeleça Associação: 
a) Condição Suspensiva; b) Condição Resolutiva; c) Condição Casual; d) 
Condição Potestativa; e) Termo; f) Modo ou encargo. 
01 – ( ) Subordina os efeitos de um negócio jurídico a evento futuro e 
incerto, dependente da natureza. 
02 – ( ) Evento futuro e incerto que, se realizado, extingue os efeitos 
do ato. 
03 – ( ) Subordina os efeitos do negócio jurídico a evento futuro e 
certo. 
04 – ( ) Cláusula acessória aderente a atos liberatórios que impõe um 
ônus à pessoa contemplada pelos referidos atos. 
05 – ( ) Ato jurídico futuro e incerto que depende da prática de um ato 
de vontade do contraente. 
06 – ( ) Cláusula cuja eficácia fica suspensa até o implemento de 
evento futuro e incerto. 
GABARITO COMENTADO 
A) TEORIA GERAL – ELEMENTOS ESSENCIAIS – DEFEITOS 
A.01) Alternativa correta: letra “b”. Revejam o gráfico referente aos Fatos 
Jurídicos. O reconhecimento de um filho e a fixação do domicílio são Fatos 
Jurídicos. Estes se dividem. Dentro da desta divisão os mesmos se situam entre 
os atos jurídicos stricto sensu, pois os efeitos decorrentes da prática deste ato 
são os previstos na lei. 
A.02) Alternativa incorreta: letra “a”. O erro nesta afirmação repousa no 
fato de que o valor é de apenas 30 (trinta) vezes o maior salário mínimo vigente 
no País (art. 108, CC). As demais afirmativas são textos expressos da lei: letra 
“b” (art. 111, CC); letra “c” (art. 112, CC); letra “d” (art. 113) e letra “e” (art. 
114, CC). 
A.03) Alternativa correta: letra “d”. De fato, o Negócio Jurídico é uma 
espécie do gênero ato jurídico em sentido amplo. É o ato destinado à produção 
de efeitos jurídicos, desejados pelo agente e tutelados pela lei. É toda ação 
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humana, de autonomia privada, com o qual o particular regula por si os próprios 
interesses, havendo uma composição de interesses. A letra “a” está errada. Para 
fazer um teste de concurso não se pode ser afoito. Se a alternativa for lida com 
atenção, vamos verificar que o examinador disse “forma prescrita e defesa em 
lei”. O correto seria afirmar forma prescrita (determinada, prevista) ou não 
defesa (não vedada, não proibida) pela lei (conforme o art. 104, III, CC). A letra 
“b” está errada, pois o testamento é ato jurídico unilateral. Neste só há a 
vontade de uma pessoa (a do testador), não sendo necessária a aceitação da 
herança para que o testamento esteja perfeito. A letra “c” também está errada, 
pois as pessoas absolutamente incapazes devem ser representadas (e não 
assistidas). A letra “e” está errada, pois apesar do ato ilícito é um ato praticado 
em desacordo com a ordem jurídica, violando direitos e criando o dever de 
reparar eventual dano (moral ou patrimonial). No entanto, apesar do ato ilícito 
ser aquele que acarreta consequências jurídicas alheias à vontade do agente, é 
um ato praticado na esfera do direito civil, penal e administrativo (e não 
somente penal como afirmado na questão). 
A.04) Alternativa correta: letra “c”.Reparem que o art. 104, CC adotou a 
teoria tricotômica (exige apenas três elementos): a) agentes capazes; b) objeto 
lícito, possível, determinado ou determinável e c) forma prescrita ou não defesa 
em lei. No entanto a questão pede os requisitos doutrinários. E a doutrina, além 
dos elementos legais (art. 104, CC), acrescenta o chamado elemento volitivo, 
ou seja, o consentimento, a manifestação de vontade livre (vontade sem vícios). 
A.05) Alternativa correta: letra “e”. Item I – eu errei sozinho, logo trata-se 
de um erro; além do mais diz respeito a elemento essencial ou substancial, pois 
se eu soubesse da procedência real do vinho não o teria comprado (portanto o 
ato é anulável – art. 171, II, CC). Item II – eu fui enganado pelo vendedor, pois 
ele sabia da falsidade, logo trata-se de um dolo, que no caso também é 
essencial ou substancial (portanto o ato também é anulável). Item III – finjo 
fazer um contrato, mas fiz outro – trata-se de uma simulação. Notem que a 
simulação, neste caso, acarreta em nulidade absoluta do ato (art. 167, CC). 
A.06) Alternativa correta: letra “a”. O erro é a falsa noção que se tem de 
algo ou alguém. A pessoa erra sozinha e se soubesse do erro anteriormente, 
não iria realizar o negócio. Se o erro recair sobre aspectos essenciais (ou 
substanciais) do ato, este será anulável. É o que dispõe o art. 138, CC. O artigo 
seguinte fornece hipóteses em que o erro é substancial, sendo que uma das 
hipóteses é o relativo ao objeto do negócio (compro um cavalo comum 
pensando que é “puro sangue”). A letra “b” está errada, pois o dolo acidental 
não anula o negócio jurídico, no entanto sua ocorrência obriga à satisfação de 
eventual perdas e danos (arts. 145/146, CC). A letra “c” está errada, pois na 
coação deve-se observar todas as situações mencionadas na lei para se decretar 
a anulação do ato (art. 152, CC). Se ambas as partes agirem com dolo (torpeza 
bilateral) nenhuma delas poderá alegá-lo para reclamar a anulação do ato ou 
indenização (art. 150, CC), portanto a letra “d” está errada. Finalmente a letra 
CCUURRSSOO OONN--LLIINNEE –– DDIIRREEIITTOO CCIIVVIILL –– TTEEOORRIIAA EE EEXXEERRCCÍÍCCIIOOSS 
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“e” está errada, pois o art. 153, CC determina que o temor reverencial (ex: 
receio de desgostar os pais ou a pessoas a quem se deve respeito) excluem a 
coação. 
A.07) Alternativa correta: letra “e”. A frase em questão se refere à hipótese 
prevista literalmente no artigo 158 CC, que trata da fraude contra credores. 
A.08) Alternativa correta: letra “c”. O erro acidental e o dolus bonus (letras 
“a” e “b”) não anulam o contrato; este continua sendo válido, apesar da 
presença de qualquer um dos vícios apontados. Da mesma forma o temor 
reverencial que, não configurando sequer coação, não pode influir na validade 
do negócio jurídico. O art. 153, CC prevê que não se considera coação a ameaça 
a exercício normal de um direito nem o simples temor reverencial (letra “e” 
errada). Finalmente, o atual Código determina que o negócio simulado é nulo 
(art. 167, CC) estando a letra “d” errada. Portanto, das situações fornecidas 
somente a coação moral (também chamada de vis compulsiva) é caso de 
anulação do Negócio Jurídico (como exemplos citamos a ameaça de mal futuro e 
injusto, a chantagem, etc.). Lembrando também, que a coação física (vis 
absoluta) causa a nulidade do ato. 
A.09) Alternativa correta: letra “b”. Na hipótese ocorreu a Simulação 
Absoluta Objetiva. Atualmente a simulação está prevista no capítulo referente à 
invalidade do negócio jurídico (art. 167, CC). Conceitua-se como sendo uma 
declaração enganosa de vontade, com o objetivo de criar um negócio jurídico 
falso, a fim de prejudicar terceiros. No caso da questão, o título de crédito 
emitido (por exemplo, uma nota promissória), não representa negócio algum. 
Trata-se, portanto, de uma simulação objetiva, pois recai sobre o objeto no 
negócio, ou seja, o próprio título de crédito. Seria subjetiva se a parte 
contratante não fosse o indivíduo que tira proveito do negócio (“vendo” uma 
casa a uma pessoa; mas esta deve repassá-la a outra pessoa após um ano). Na 
questão apresentada, trata-se, também de uma simulação absoluta, pois o título 
nada representa. Digamos que o marido realmente devesse ao amigo 10 mil, 
mas colocou no título que está devendo 50 mil. Neste caso continua sendo 
simulação, passível de nulidade, mas somente em relação ao que excedeu ao 
valor correto. Assim, nesta hipótese a simulação seria objetiva e relativa (pois 
houve o negócio, mas não exatamente da forma como apareceu). Havendo a 
simulação o negócio jurídico é reputado como nulo. O art 167, §1º, II do CC 
prevê que haverá simulação quando o documento contiver declaração, 
confissão, condição ou cláusula não verdadeira. Já reserva metal está prevista 
no artigo 110 CC. 
A.10) Alternativa correta: letra “d”. Simulação relativa subjetiva. É 
simulação porque houve uma declaração enganosa de vontade, visando 
prejudicar terceiros. É relativa porque o negócio existiu, embora tenha 
prejudicado interesses de terceiros (diferentemente da simulação total, onde 
não há intenção de realizar negócio algum). É subjetiva porque a pessoa que irá 
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tirar proveito do negócio não é a que aparece no contrato inicialmente 
(diferentemente da simulação objetiva que diz respeito ao negócio propriamente 
dito). 
A.11) Alternativa correta: letra “e”. A doutrina costuma classificar este fato 
como “simulação inocente”. Isto porque embora tenha havido uma simulação 
(fingiu fazer uma compra e venda, mas doou o terreno), não prejudicou quem 
quer que seja. Observem que, como o falecido não tinha herdeiros necessários 
(descendentes, ascendentes ou cônjuge), poderia doar o bem a quem bem 
entendesse. Além disso, sua intenção era mesmo deixar o bem por testamento 
(trata-se de um legado). A venda simulada apenas antecipou sua vontade. 
A.12) Alternativa correta: letra “c”. O que ocorreu no caso foi a lesão, que é 
um vício de consentimento, ou seja, há uma divergência entre o que você 
realmente desejava e aquilo que você acabou realizando, previsto no art. 157, 
CC: quando uma pessoa, sob premente necessidade ou por inexperiência, se 
obriga a uma prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação 
oposta. O art. 178, inciso II, CC determina que é de quatro anos o prazo de 
decadência para se pleitear a anulação da lesão, contado do dia em que se 
realizou o negócio. Lembrem-se de que não se decretará a anulação do negócio 
se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a 
redução do proveito. 
A.13) Alternativa correta: letra “c”. Estão corretas as afirmações I, II e III. 
Notem que as alternativas tratam dos chamados defeitos relativos de 
consentimento. O erro, a ignorância e o dolo podem ser anuláveis, embora em 
algumas situações possa o ato ser considerado válido, mesmo com a ocorrência 
do defeito (ex: erro acidental). A coação pode tornar o ato anulável, embora em 
algumas situações também possa ele ser nulo (ex: coação física). O estado de 
perigo, a lesão e a fraude contra credores são hipóteses que tornam o ato 
anulável (art. 171, II, CC). No entanto, a simulação torna o negócio nulo (art. 
167, CC). 
A.14) Alternativa correta: letra “b”. No caso houve uma declaração 
enganosa da vontade, visando obter resultado diverso do que aparece, com o 
fim de criar uma aparência de direito, para iludir terceiro. Houve, portanto, uma 
simulação. Esta simulação foi absoluta, pois apesar de exprimir um negócio 
jurídico (compra e venda), não houve intenção alguma de realizar este negócio. 
Fingiu vender o imóvel, mas na verdade o mesmo não foi vendido de fato. 
Recorde-se queatualmente a simulação não é mais um defeito social do negócio 
jurídico, mas hipótese de invalidade do negócio jurídico (art. 167, CC), 
acarretando a nulidade do ato negocial. 
A.15) Alternativa correta: letra “c”. Somente a afirmação III está incorreta. 
A proposição I está correta e prevista no art. 140, CC, quando fala do erro ou 
ignorância. Para ser capaz de viciar um negócio jurídico (e trazer como 
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consequência a anulação do mesmo) erro deve ser essencial, razão 
determinante da prática do ato. Se isto não ficar comprovado, o falso motivo 
não irá viciar a vontade, não acarretando a anulação do negócio. Lembrem-se 
do seguinte exemplo: “A” doou uma casa a “B” pelo fato deste lhe ter salvo a 
vida; posteriormente “A” descobre que não foi “B” quem lhe salvou a vida, mas 
sim “C”. Neste caso a doação pode ser anulada foi o falso motivo foi a razão 
determinante para a doação. Da mesma forma a proposição II também esta 
correta, pois se trata do texto literal do art. 143, CC. O erro de cálculo é uma 
espécie de erro acidental, não sendo causa de anulação do negócio, mas de 
simples retificação. A afirmação III está errada. O art. 145, CC prevê que se 
houver dolo (essencial) em um negócio jurídico, este poderá ser anulado (e não 
ser considerado nulo). Portanto o erro na questão é bem sutil. Finalmente a 
afirmativa IV está correta, pois é o que prevê o art. 153, CC. 
A.16) Alternativa correta: letra “b”. O erro de fato diz respeito a uma 
situação de fato não conhecida pela outra parte. Já o erro de direito é aquele 
que diz respeito à existência (ou não) de uma norma jurídica (pessoa supõe que 
uma lei não exista, ou que a mesma já foi revogada, etc.). A regra em nosso 
direito é de que ninguém pode se escusar de cumprir uma lei alegando que não 
a conhece. No entanto, em casos especialíssimos o erro de direito é admitido. O 
art. 138, CC determina que são anuláveis os negócios jurídicos, quando as 
declarações de vontade emanarem de erro substancial (ou essencial, ou 
principal). Já o art. 139, inciso III, CC prevê que o erro é substancial quando, 
em sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo 
único ou principal do negócio jurídico. Ou seja, o erro de direito somente pode 
recair sobre normas dispositivas (e nunca sobre as impositivas ou imperativas). 
Neste caso o ato é anulável. A letra “a” está errada, pois nem mesmo o erro de 
fato substancial faz com que o ato seja nulo. No máximo será anulável. A letra 
“c” está errada, pois ela traz uma regra; no entanto a questão deseja a exceção 
desta regra. A letra “d” está errada, pois traz uma incongruência: o erro é uma 
falsa noção de algo; se eu, com o meu comportamento, desejo fraudar a lei 
(como está na questão), isto já não é erro. Pode ser outro vício. Mas não o erro. 
A letra “e” também está errada, pois sendo um vício passível de anulação, não 
pode ser reconhecido de ofício (ou seja, sem ser provocado) pelo Juiz. Só os 
atos nulos podem ser reconhecidos de ofício pelo Juiz (art. 168, parágrafo único, 
CC). 
A.17) Alternativa correta: letra “d”. Nos termos do art. 146, CC, o dolo 
acidental é aquele em que o negócio seria realizado, embora por outro modo.Ele 
somente obriga à satisfação das perdas e danos. Portanto não gera a anulação 
do negócio. A letra “a” está errada, pois nos termos do art. 140, CC, o falso 
motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão 
determinante. A letra “b” está errada, pois o art. 141, CC prevê que a 
transmissão errônea da vontade por meios interpostos é anulável nos mesmos 
casos em que o é a declaração direta. A letra “c” está errada, pois o art. 153, CC 
determina que não se considera coação a ameaça do exercício normal de um 
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direito, nem o simples temor reverencial. Portanto, nestes caso não se anula o 
negócio jurídico. 
A.18) Alternativa correta: letra “e”. O dolo acidental é aquele que leva a 
vítima a realizar o negócio, porém em condições mais onerosas. Ele não afeta a 
declaração de vontade. O negócio teria sido praticado de qualquer forma, 
embora de outra maneira. Por isso, não se anula o negócio; apenas obriga a 
satisfação de perdas e danos ou a uma redução da prestação pactuada, nos 
termos do art. 145, CC. 
A.19) Alternativa correta: letra “d”. A questão trata do conceito de dolo 
acidental, também chamado de dolus incidens ou secundário. 
A.20) Alternativa correta: letra “c”. A questão trata do erro de cálculo que é 
uma inexatidão material, aritmética, também conhecido como error quantitate 
(e não qualitate como na alternativa “d”). É uma espécie de erro acidental, não 
incidindo sobre a declaração de vontade; não vicia o consentimento, não sendo 
causa de anulação do negócio jurídico, mas de simples retificação do mesmo 
(art. 143, CC). 
A.21) Alternativa incorreta: letra “a”. Questão bem doutrinária. De acordo 
com o art. 139, CC, o erro pode recair sobre uma coisa, uma pessoa ou um 
direito. Para que o erro de direito (error juris) seja substancial (e, portanto, 
escusável, passível de anulação), é necessário que o erro tenha sido o motivo 
único ou principal do negócio jurídico e que não implique recusa à aplicação da 
lei. De fato a redação da alternativa é meio confusa. Mas o texto da questão é 
contrário ao que dispõe o inciso III do citado artigo, por isso esta alternativa 
está errada e é a deve ser assinalada. A letra “b” está perfeita, apesar também 
de alto grau de doutrina. Veja que às vezes as questões de direito exigem o 
conhecimento de doutrina. Por isso a leitura da nossa aula é importante, não 
bastando somente a leitura da “lei seca, nua e crua”. Trata esta alternativa da 
justificativa da importância do Princípio da Obrigatoriedade das Leis. Quanto à 
alternativa “c” está perfeita. Trata-se da aplicação do Princípio da Continuidade 
das Leis. Finalmente notem que a letra “d” trata da teoria da natureza jurídica 
da personalidade da Pessoa Jurídica. Está correta. Se restaram dúvidas, revejam 
a matéria na aula sobre Pessoa Jurídica. 
A.22) Alternativa correta: letra “c”. O Estado de Perigo está previsto no art. 
156, CC. É causa de anulação do ato jurídico. Diferentemente da lesão (art. 157, 
CC), exige que a outra parte contratante tenha conhecimento do grave dano 
que aflige o prejudicado, para que o negócio jurídico possa ser anulado. 
Observem que o conceito de lesão fornecido na letra “d” está muito incompleto, 
pois faltou dizer que a obrigação foi assumida em razão de premente 
necessidade ou por inexperiência. Isso seria fundamental para a caracterização 
do conceito deste defeito, conforme o texto legal. Por tal motivo esta alternativa 
não está correta. A letra “a” está errada, pois o erro de cálculo apenas autoriza 
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a retificação da declaração de vontade e não a sua anulação (art. 143, CC). A 
torpeza bilateral (ou dolo recíproco) ocorre quando as duas partes agem com 
dolo. Neste caso não se autoriza a anulação para nenhuma das partes (art. 150, 
CC); o negócio é reputado válido para ambas. Há uma neutralização do defeito. 
Portanto a alternativa “b” também está errada. 
A.23) Alternativa correta: letra “b”. Trata-se do estado de perigo, nos 
termos do art. 156, CC. 
A.24) Alternativa incorreta: letra “c”. O Negócio Jurídico nulo, como regra, 
não gera efeitos, podendo ser declarado como tal a qualquer momento, não se 
convalescendo com o decurso de tempo, nostermos do art. 169, CC (lembre-se, 
que neste caso, a ação é imprescritível). Já o negócio jurídico anulável pode ser 
confirmado pelas partes, ou convalidado pelo decurso do tempo (art. 172, CC), 
se ninguém o anulou no prazo previsto em lei (decadência). O erro, como vimos 
pode ser anulável (se essencial) ou válido (se acidental). O mesmo ocorre com o 
dolo. Já a coação pode acarretar a nulidade absoluta (coação física) ou relativa 
(coação moral). No entanto, a simulação torna o negócio jurídico nulo, conforme 
prevê o art. 167, CC. Acrescente-se que o negócio jurídico simulado pode 
subsistir (ou seja, produzir efeitos) se ele respeitar a substância e a forma, 
como nos exemplos dados em aula (revejam o tema). Portanto a letra “c” está 
errada e é a que deveria ter sido assinalada, pois no mínimo, a simulação não 
poderia estar naquela relação de atos anuláveis. A letra “a” está correta, pois no 
negócio jurídico predomina a vontade das partes, ao contrário do ato jurídico em 
sentido estrito, cujos efeitos são vinculados pela lei. A letra “b” está perfeita, 
fornecendo exemplos de negócio jurídico unilateral (testamento, renúncia, 
promessa de recompensa, etc.) e bilateral (contratos, perdão, etc.). A letra “d” 
está correta, trazendo um alto grau de doutrina, no entanto dá para perceber a 
grande distinção entre o ato jurídico em sentido estrito (efeitos impostos pela 
lei) e o negócio jurídico (efeitos desejados por quem pratica o ato). Finalmente a 
letra “e” também está correta, pois o Negócio Jurídico Simulado gera, como 
regra, a sua nulidade. 
A.25) Alternativa correta: letra “d”. Trata-se do conceito doutrinário de 
simulação, que é previsto no art 167, CC. A letra “a” está errada, pois a coação 
física torna o ato nulo (já a coação moral é anulável). As letras “b” e “e” 
também estão erradas, pois não é o dolo positivo ou negativo que torna o 
negócio anulável ou válido, mas sim se ele é essencial ou acidental. Assim, um 
ato realizado com dolo positivo pode ser anulável (se for essencial) ou válido (se 
for acidental). O mesmo ocorre com o dolo negativo. Já a fraude contra credores 
causa anulabilidade do negócio, portanto errada a alternativa “c”. 
A.26) Alternativa correta: letra “b”. Trata-se do dolo de terceiro, previsto no 
art. 148, CC. Em algumas situações o dolo pode ser proveniente de uma terceira 
pessoa, estranha ao negócio. Em geral não afeta o negócio, uma vez que o 
terceiro não é parte do negócio. Somente enseja a anulação do negócio se a 
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parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento. No problema 
B ouviu o “disparate” e não alertou o comprador. Por isso é anulável. No entanto 
se B não teve conhecimento da conduta dolosa por parte do terceiro, não se 
anula o negócio, mas o prejudicado pode reclamar as perdas e danos do 
causador da situação. 
A.27) Alternativa incorreta: letra “e”. Mais uma questão sobre a Lesão. Com 
vimos, a lesão é prevista no art. 157, CC. Trata-se de um vício de 
consentimento (há uma desavença entre o que você desejava fazer e aquilo que 
você realmente acabou fazendo). São seus elementos: objetivo que é a 
manifesta desproporção entre as prestações de cada uma das partes e subjetivo 
– dolo de aproveitamento, ou seja, a pessoa se aproveita da premente 
necessidade ou da inexperiência alheia, levando-a a realizar negócio prejudicial. 
A sanção no casa da lesão é a anulação do ato (arts. 171, II e 178, II, CC – 
prazo decadencial de 04 anos). O que está errado na questão é a alternativa 
“e”, pois o Código Civil, em seu §2º do art. 157 permite que não se decrete a 
anulação do negócio se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte 
favorecida concordar com a redução do proveito (chamamos isso de lesão 
especial ou qualificada). 
A.28) Alternativa correta: letra “d”. É o que se chama de dolo recíproco, 
configurando-se a torpeza bilateral. O art. 150, CC prescreve que se ambas as 
partes procederem (agirem) com dolo, nenhuma poderá alegá-lo para anular o 
negócio ou reclamar indenização. Há uma neutralização de eventual defeito e o 
mesmo se torna válido. A letra “a” está errada. Já vimos uma questão parecida 
com esta. Observem que o examinador afirmou “forma prescrita e defesa em 
lei”. Mas o correto seria dizer forma prescrita (determinada, prevista) ou não 
defesa (não vedada, não proibida) em lei (conforme o art. 104, III, CC). Na 
letra “b”, o erro e o dolo podem tornar o ato anulável, mas nunca nulo (art. 171, 
II, CC). A letra “c” também está errada, pois as pessoas absolutamente 
incapazes devem ser representadas (e não assistidas). O erro acidental não 
anula o ato; ele é considerado válido, apesar do vício (art. 138, CC – só é 
anulável se for substancial). Portanto a alternativa “e” também está errada. 
A.29) Alternativa correta: letra “a”. Somente a proposição II é falsa. A 
afirmação I é verdadeira (texto expresso do art. 144, CC); a afirmação II está 
errada, pois o conceito nela fornecido é o do estado de perigo (art. 156, CC) e 
não o da lesão (art. 157, CC); a afirmação III está correta (trata-se de texto 
expresso do art. 155, CC); por fim o item IV está correto (conforme o art. 157, 
§2o, CC). 
A.30) Alternativa correta: letra “c”. O dolo acidental é aquele em que o 
negócio seria realizado, embora por outro modo, menos oneroso. Ele não anula 
o negócio jurídico, pois não afeta a declaração de vontade. Porém, nos termos 
do art. 146, CC, obriga apenas à satisfação de eventuais perdas e danos. A letra 
“a” está errada, pois o dolo pode ser praticado por uma ação (dolo positivo – 
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ex: falsas afirmações sobre a qualidade de um objeto) ou por omissão (dolo 
negativo - ocultação de algum fato que o contratante deveria saber). Reparem 
que o art. 147, CC menciona o silêncio intencional como espécie de dolo. A letra 
“b” está errada, pois o art. 150, CC determina que se houver dolo recíproco 
(torpeza bilateral), nenhuma das partes poderá alegá-lo para anular o negócio 
ou reclamar indenização. A letra “d” está errada, pois o art. 148, CC permite a 
anulação do negócio por ato de terceiro (art. 148, CC). No entanto, neste caso 
somente enseja a anulação do negócio se a parte a quem aproveite dele tivesse 
ou devesse ter conhecimento. “A” instiga “B” a comprar algo de “C”. “A”, em 
conluio com “C” sabe que o objeto está estragado. “A” responde por dolo. 
Finalmente a letra “e” também está errada, pois, nos termos do art. 149, CC, se 
houver dolo do representante convencional o representado responderá 
juntamente com ele pelas perdas e danos, de forma solidária (os dois 
respondem ao mesmo tempo) e não de forma subsidiária (primeiro responde 
um, se este não pagar responde o outro). 
A.31) Alternativa correta: letra “d”. Dolo negativo (ou omissivo) é a 
manobra astuciosa que constitui uma omissão intencional, induzindo o outro 
contratante a realizar o negócio. Oculta-se uma circunstância relevante que a 
outra parte deveria saber. E, sabedora, não teria efetivado o negócio. 
A.32) Alternativa correta: letra “c”. Dolo negativo. 
A.33) Alternativa correta: letra “b”. A fraude contra credores é uma prática 
maliciosa do devedor, desfalcando seu patrimônio, com a finalidade de colocá-lo 
a salvo de uma ação de cobrança, prejudicando assim, eventuais credores desta 
pessoa. Estes atos são anuláveis (art. 171, II, CC). Os elementos principais da 
fraude contra credores para a decretação a anulação do negócio são: o eventus 
damni (ou seja, o ato prejudicial ao credor, por tornar o devedor insolvente – 
elemento objetivo) e o consilium fraudis (ou seja, a má-fé, que é o intuito 
deliberadode prejudicar terceiros – elemento subjetivo). O prazo decadencial 
para se pleitear a anulação é de quatro anos, contados do dia em que se 
realizou o negócio (art. 178, II, CC). O art. 162, CC determina que se o credor 
que receber do devedor insolvente o pagamento da dívida ainda não vencida, 
ficará obrigado a repor aquilo que recebeu. No entanto a fraude à execução é 
um instituto do Direito Processual Civil, sendo um incidente processual. Ocorre 
quando ao tempo da venda irregular do bem já corria uma ação contra o 
devedor capaz de reduzi-lo à insolvência. Não é necessário que seja um 
processo de execução como aponta a alternativa “c”. Pode ser qualquer espécie 
de ação movida contra o devedor (art. 593 do Código de Processo Civil). E é 
exatamente isso que está errado na questão. 
A.34) Alternativa correta: letra “e”. Colocar data diversa em documentos, 
com intenção de prejudicar outrem é exemplo clássico de fraude contra 
credores. 
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A.35) Alternativa correta: letra “a”. O erro é uma falsa noção da realidade 
por uma das partes, macula de anulabilidade o negócio jurídico quando for 
substancial e escusável (art. 138, CC). O erro de direito é a ignorância, o falso 
conhecimento ou a má interpretação de uma norma jurídica, vicia o 
consentimento apenas se o erro foi o único motivo ou o motivo principal do 
negócio jurídico (art, 139, III, CC). Não se trata de uma escusa ao cumprimento 
da lei (art. 3º, LICC), mas sim, de um cumprimento defeituoso por um erro na 
manifestação volitiva única ou principal, visto que somente poderá incidir em 
normas dispositivas (sujeita ao livre acordo das partes) e jamais em norma 
cogente ou impositiva. A letra “b” está errada. A fraude contra credores feita a 
título oneroso é anulável desde que feita por devedor cuja insolvência seja 
notória ou que exista motivos para conhecê-la, dispensando, neste caso, o 
consilium fraudis (art. 159, CC). A letra “c” está errada. Se o ato de desfalque 
do patrimônio for a título gratuito (art. 158, CC) é necessário que o devedor 
seja insolvente ou que se reduza a ela com os atos fraudulentos. Assim, é 
preciso não somente a comprovação da má-fé, como também os elementos do 
eventus damni (ato de desfalque) e a insolvência (anterior ou posterior ao ato). 
A letra “c” também está errada. A simulação absoluta é aquela em que o sujeito 
declara uma vontade criando a expectativa de um negócio jurídico, que em 
verdade, ele não tem intenção nenhuma de realizá-lo. Enquanto que na 
simulação relativa um negócio jurídico se efetiva, porém, sob a aparência de 
outro, fictício. Com o advento do Código Civil de 2002, ambas as hipóteses são 
vícios que geram a nulidade do negócio jurídico (art. 167, CC). 
A.36) Alternativa correta: letra “e”. Na reserva mental, prevista no art. 110, 
CC, há emissão de uma declaração unilateral de vontade não desejada, nem em 
seu conteúdo nem em seu resultado. O agente quer algo e declara, 
conscientemente, coisa diferente, com o intuito de enganar a outra parte; pode 
ser fraudulenta ou inocente. A letra “a” está errada, pois está confundido estado 
de perigo (art. 156, CC) com lesão (art. 157, CC). A letra “b” está errada, pois a 
afirmação inicialmente confunde os termos fraude contra a execução com fraude 
contra credores, este sim previsto no art. 158, CC. E mais: na realidade ele não 
é um vício de consentimento (não atinge a vontade), mas sim um vício social. A 
letra “c” também está errada. Inicialmente porque atualmente a simulação não 
é mais considerada como um vício social, mas sim como uma forma de 
invalidação do negócio jurídico. Além disso, segundo o art. 167, CC, é nulo o 
negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na 
substância e na forma. Por último a letra “d” também está errada, pois nos 
termos do art. 169, CC o negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, 
nem se convalesce pelo decurso de tempo, portanto, não pode ratificado nem 
convalidado. 
B) ELEMENTOS ACIDENTAIS 
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B.01) Alternativa correta: letra “e”. Condição Resolutiva é a que subordina a 
ineficácia do negócio jurídico a um evento futuro e incerto; é a condição que, se 
realizada, extingue os efeitos do ato (lembrem-se que resolver significa 
extinguir). O exemplo fornecido no problema é o clássico (art. 127, CC). A letra 
“a” está errada, pois a condição suspensiva (art. 125, CC) é a que a eficácia do 
ato fica suspensa até a realização do evento futuro e incerto (ex: eu lhe darei 
um carro se você passar no concurso). A alternativa “b” está errada, pois modo 
ou encargo (arts. 136 e 137, CC) é uma cláusula acessória, em regra, aderente 
a atos de liberalidade (ex: doação ou herança), que impõe um ônus ou uma 
obrigação à pessoa beneficiada (dou-lhe um grande terreno, desde que você 
nele edifique também uma “capelinha”). A letra “c” está errada, pois a condição 
simplesmente potestativa depende da prática de algum ato do contraente e de 
um fator externo (ex: eu lhe darei uma jóia se você cantar bem). Não confundir 
com a condição puramente potestativa, quando decorre de um capricho ou 
arbítrio do proponente (ex: eu lhe darei um carro se eu levantar o braço), que 
são proibidas pelo nosso Direito (art. 122, CC). Por último, a letra “d” também 
está errada, pois condição promíscua é aquela em que no momento inicial é 
potestativa, mas perde tal característica por fato superveniente, alheio à 
vontade do agente. O exemplo clássico disso é o seguinte: eu lhe darei dez 
milhões de reais de você, campeão mundial de futebol jogar no próximo torneio; 
no entanto antes da competição o jogador se lesiona, não podendo jogar o 
campeonato. 
B.02) Alternativa correta: letra “d”. Condição resolutiva. Evento futuro e 
incerto=condição (eliminam-se as alternativas “a”, “c” e “e”). Como a ocorrência 
do evento extingue (resolve) os efeitos do negócio jurídicos, elimina-se também 
a alternativa “b”. Revejam também a resposta da questão anterior. 
B.03) Alternativa correta: letra “a”. O encargo ou modo é uma cláusula 
acessória que se refere a atos de liberalidade (ex: doação ou testamento), 
impondo uma obrigação à pessoa beneficiada. No caso a obrigação da 
municipalidade (a beneficiada) em construir um posto de saúde. Observem que 
para a identificação do encargo encontramos as expressões “para que”, “afim de 
que”, traduzindo uma liberalidade mediante um ônus. 
B.04) Alternativa correta: letra “e”. Vejam que estas últimas questões 
poderiam ser respondidas apenas com uma simples leitura do quadro 
comparativo entre Condição, Termo e Encargo, fornecido em aula. O encargo 
não suspende a aquisição, nem o exercício do direito do donatário, salvo se for 
imposto expressamente como condição suspensiva. Na condição, enquanto não 
cumprida, não se adquire o direito (ex: eu lhe darei um carro se você entrar em 
uma faculdade pública; enquanto você não ingressar na faculdade não adquire o 
direito ao carro). Já no termo a pessoa adquire o direito, mas se retarda o 
exercício deste direito (ex: eu lhe darei um carro quando você fizer 20 anos; um 
dia você vai completar esta idade; já adquiriu o direito; mas o exercício deste 
direito é adiado). 
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 110077 
B.05) Alternativa correta: letra “c”. Em algumas hipóteses, ligadas 
diretamente a normas de direito público, nosso direito não aceita que se 
coloquem condições. Estes atos geralmente estão presentes no Direitode 
Família e das Sucessões e são chamados de atos puros. Exemplos: condição de 
não se casar, condição para se reconhecer filhos, de emancipação, de exílio ou 
morada perpétua em determinado lugar, mudança de religião (atenta contra a 
liberdade de consciência assegurada pela Constituição), proibição de exercer 
determinada profissão. Entre estes atos estão também a aceitação ou a 
renúncia da herança. Estes atos devem ser puros e simples, sem condições 
(confiram o art. 1.808, CC). 
B.06) Alternativa correta: letra “e”. Termo é o dia em que começa e/ou se 
extingue a eficácia do negócio jurídico, subordinando-se a um evento futuro e 
certo (embora a data deste evento possa ser determinada ou indeterminada). O 
Termo inicial (ou suspensivo) é aquele que fixa o momento em que a eficácia do 
negócio jurídico tem início. Ele retarda o exercício do direito, mas não a 
aquisição do direito. A pessoa já possui o direito (direito adquirido), mas o 
exercício desse direito fica suspenso até o termo fixado. Ex: um contrato de 
locação terá início no dia 1° de janeiro do ano vindouro. Até lá, a pessoa já 
adquiriu o direito à locação, mas este direito está suspenso até o dia pactuado. 
Já se fosse uma condição suspensiva a pessoa teria uma expectativa de direito. 
B.07) Alternativa correta: letra “b”. Questão muito difícil, pois trata de 
temas que caem pouco em concursos, de texto literal do Código e sem nenhuma 
aplicabilidade prática. É o tipo da questão para derrubar um candidato. Mas esta 
questão serve para mostrar que quando um examinador quer, ele pode fazer 
uma prova “para arrebentar”. Vamos a ela. A letra “b” está correta, pois quando 
um Negócio Jurídico estipular um encargo ilícito ou impossível, considera-se ele 
como não escrito, portanto o ato de liberalidade (uma doação ou herança) 
valeu. No entanto há uma ressalva: se este encargo se constituir o motivo 
determinante da liberalidade; neste caso se invalida o próprio Negócio Jurídico. 
É o que prevê o art. 137, CC. A letra “a” está errada, pois invalidam os negócios 
jurídicos que lhes são subordinados as condições física ou juridicamente 
impossíveis, quando suspensivas (e não resolutivas como está na questão – art. 
123, inciso I, CC). Vejam como o examinador foi sutil... Já a letra “c” está 
errada, pois como vimos, o termo inicial suspende o exercício, mas não a 
aquisição do Direito (art. 131, CC). A letra “d” também está errada. O art. 124, 
CC prevê que “têm-se por inexistentes (e não invalidam, como diz a questão) as 
condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não fazer coisa impossível”. 
B.08) Alternativa correta: letra “d”. Trata-se da aplicação do art. 138, CC. A 
letra “a” está errada. O termo é a cláusula que subordina a eficácia (termo 
inicial ou suspensivo) ou a ineficácia (termo final ou resolutiva) do negócio 
jurídico a evento futuro e certo. O termo inicial suspende o exercício do direito, 
mas não a sua aquisição (art. 131, CC). A letra “b” está errada. Condição é a 
cláusula que subordina a eficácia (condição suspensiva) ou a ineficácia (condição 
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resolutiva) do negócio jurídico a evento futuro e incerto. Quando implementada 
uma condição suspensiva, adquire-se o direito a que ela visa (e não, como 
constou na questão, interrompe o exercício do direito que já existia). A letra “c” 
também está errada. Encargo ou modo é a cláusula que impõe ao adquirente 
um ônus em decorrência da coisa adquirida. O encargo não suspende a 
aquisição, nem o exercício do direito subjetivo (art. 136, CC). 
B.09) Alternativa correta: letra “a” (art. 131, CC). 
C) TEORIA DAS NULIDADES 
C.01) Alternativa correta: letra “d”. As hipóteses de anulabilidade do 
negócio jurídico estão arroladas no art. 171, CC. Observando bem a questão, 
veremos que nas demais alternativas o que está errado é a palavra simulação, 
pois ela torna o negócio nulo (art. 167, CC) e não anulável. 
C.02) Alternativa correta: letra “a”. Uma das diferenças entre o ato anulável 
e o nulo é que neste último as partes, mesmo de comum acordo, não podem 
convalidar ou ratificar o negócio, pois houve uma grave ofensa a um princípio de 
ordem pública (ex: compra e venda realizada por menor de 16 anos). Nem 
mesmo o Juiz poderá convalidar o negócio considerado nulo (art. 168, parágrafo 
único, CC). A letra “b” está errada, pois quando a lei dispuser que determinado 
ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, este prazo 
será de 02 (dois) anos, a contar da data da conclusão do ato (art. 179, CC). A 
letra “c” também está errada, pois o Negócio Jurídico simulado é nulo (e não 
anulável), conforme o art. 167, CC. A letra “d” também está incorreta, pois 
quanto aos defeitos do Negócio Jurídico, tudo pode acontecer, dependendo da 
hipótese (ex: erro acidental = negócio válido; dolo essencial = negócio anulável; 
simulação ou coação física = negócio nulo), assim não se pode dizer que é 
sempre hipótese de nulidade. A letra “e” está errada, pois o testamento de uma 
pessoa, enquanto ela estiver viva, pode até ser válido, no entanto só produzirá 
efeitos (será eficaz) após a morte do de cujos. 
C.03) Alternativa correta: letra “d”. Todas as alternativas estão incorretas. A 
afirmação I está errada, pois confunde ineficácia (que é o gênero) com a 
nulidade (que é a espécie). A ineficácia abrange a inexistência e a nulidade do 
ato, sendo que esta pode ser absoluta (ato nulo) ou relativa (ato anulável). 
Assim, um ato pode ser considerado ineficaz pela inexistência e desta forma não 
poderá ser considerado nulo. A afirmação II está errada, pois a simulação gera a 
nulidade absoluta do ato. A afirmação III está errada, pois o prazo é decadencial 
(e não prescricional). A afirmação IV também está errada, pois a prescrição 
pode ser arguida em qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem aproveita, 
admitindo-se que ela seja reconhecida até mesmo em grau de Apelação. No 
entanto a jurisprudência e a doutrina entendem que não é cabível a alegação de 
prescrição na fase de liquidação em processo de execução e nem pode ser 
alegada perante o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Supremo Tribunal 
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 110099 
Federal (STF), pois estes Tribunais são consideradas como Instâncias Especiais e 
Extraordinárias. Falamos sobre este assunto na aula passada. Mas é sempre 
interessante recordar. 
C.04) Alternativa incorreta: letra “c”. É de 04 (quatro) anos o prazo para a 
alegação de anulação (e não de nulidade absoluta, como na questão) de um 
Negócio Jurídico. Lembrem-se de que este prazo é decadencial (art. 178, CC) e 
não prescricional. A alternativa menciona “negócio nulo”. Porém este não é 
suscetível de confirmação e nem se convalesce pelo decurso de tempo. A letra 
“a” está correta, pois o Código Civil admite a conversão do negócio jurídico nulo 
em outro de natureza diferente (art. 170, CC), para que tenha validade e 
eficácia; trata da aplicação da teoria da conservação do negócio jurídico. É 
necessário que os contratantes queiram o outro contrato, se souberem da 
nulidade daquele que celebraram. A vontade das partes, no caso concreto, 
estaria preservada e o negócio seria então requalificado. A letra “b” também 
está correta; é o que prevê o art. 184, CC. Há outras questões que tratam deste 
tema mais adiante. Por exemplo: eu fiz um contrato de locação, que continha 
uma cláusula prevendo a fiança. Posteriormente (por algum motivo qualquer – 
incapacidade do fiador) declara-se a nulidade da fiança; isto não trará como 
consequência a nulidade de todo o contrato de locação. A fiança é uma parte 
destacável do contrato de locação; assim, ainvalidade dela não atingirá o 
contrato principal. Trata-se, mais uma vez, da aplicação da teoria da 
conservação. A letra “d” também está correta. Um negócio jurídico anulável 
pode ser convalidado de forma expressa (ex: pai que fornece a assistência 
depois do negócio concretizado; é a ratificação expressa) ou de forma tácita 
(ex: não se alega a anulabilidade no prazo de quatro anos; assim não 
procedendo, operou-se a decadência, isto é não se poderá, nunca mais, alegar 
este vício; portanto o ato se convalidou pela inércia do interessado – é a 
ratificação tácita, pois o ato se convalidou pelo decurso de tempo). Também a 
letra “e” está correta; se a nulidade relativa de um negócio se der pela falta de 
autorização de terceiro (ex: outorga do outro cônjuge para a venda de um 
imóvel; assistência dos pais para a vende de um imóvel do relativamente 
incapaz, etc.), passará a ter validade se, posteriormente, tal anuência se der. 
C.05) Alternativa correta: letra “e”. Estão corretas as afirmações I e IV. A 
afirmação I está correta, pois se trata do previsto no art. 167, CC. A afirmativa 
II está errada, pois o negócio que tiver por objetivo fraudar a lei é nulo (art. 
166, VI, CC). A afirmação III está errada, pois o erro de direito somente vicia o 
negócio jurídico excepcionalmente e mesmo assim, é anulável (art. 139, III, 
CC). A afirmação IV está correta, pois o negócio celebrado em estado de perigo 
é anulável (art. 156 combinado com o 171, II, CC). Finalmente a afirmação V 
está errada, pois a lesão também é caso de anulação (art. 157 c.c. 171, II, CC). 
C.06) Alternativa correta: letra “b”. O art. 178, CC determina que o prazo 
para se pleitear a anulação do negócio jurídico é decadencial. 
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 111100 
C.07) Alternativa correta: letra “a”. É o que dispõe expressamente o art. 
179, CC. A letra “b” está errada, pois o ato nulo não pode ser convalidado, 
confirmado ou ratificado (art. 169, CC); no entanto o ato anulável pode (art. 
172, CC). A alternativa “c” está errada, pois simulação é hipótese de nulidade e 
não anulação do ato (art. 167, CC). A letra “d” está errada, pois na simulação, o 
negócio jurídico dissimulado subsistirá quando o mesmo for válido quanto à 
substância e a forma (art. 167, CC). Sobre este tema, revejam o exemplo dado 
em aula. Finalmente a letra “e” também está errada, pois o art. 176, CC permite 
a convalidação de ato anulável, com a apresentação posterior da autorização. 
C.08) Alternativa correta: letra “a”. O art. 166, CC arrola diversas hipóteses 
de nulidade do negócio jurídico. Uma delas é o apontado pela alternativa, 
embora com uma redação um pouco diferente. Confiram o inciso VII: “a lei 
taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção”. A 
letra “b” é caso de dolo recíproco; quando isso ocorre nenhuma das partes pode 
alegar o vício para anular negócio (art. 150, CC). A letra “c” é hipótese de lesão 
(art. 157, CC) e a “d” de estado de perigo (art. 156, CC), sendo ambos casos de 
anulação do negócio (e não de nulidade), conforme o art. 171, II, CC. 
Finalmente a letra “e” trata do negócio celebrado por relativamente incapaz (art. 
4°, III, CC), sendo também hipótese de anulação do negócio (art. 171, I, CC). 
C.09) Alternativa correta: letra “a”. O art. 180, CC prevê que o menor, 
entre 16 e 18 anos, não pode, para se eximir de uma obrigação, invocar a sua 
idade se dolosamente a ocultou quando inquirida pela outra parte, ou se, no ato 
de obrigar-se, declarou-se maior. Portanto, neste caso, o menor não se exime 
da obrigação assumida. Lembrando que eximir significa desobrigar, dispensar. A 
alternativa “b” está errada, pois tanto o estado de perigo como a lesão são 
defeitos do negócio jurídico, que podem levar a anulação do mesmo e, por isso, 
não podem ser equiparados ao estado de necessidade que é uma hipótese de 
exclusão do ato ilícito (conforme art. 188, II, CC). Além do mais, na base do 
estado de perigo há o risco pessoal (sua vida, sua família, etc.) e na lesão há o 
risco patrimonial (e não o contrário como na questão). A letra “c” está errada, 
pois o art. 136, CC prevê que somente o erro substancial ou essencial (e não o 
acidental, que incide sobre aspectos secundários) induz a anulação do negócio. 
A letra “d” está errada, pois o art. 215, caput, CC diz exatamente o contrário, ou 
seja, a escritura pública, sendo documento dotado de fé pública, faz prova plena 
sobre um determinado fato. Finalmente a letra “e” também está errada, pois o 
Código Civil admite a conversão do negócio jurídico nulo em outro de natureza 
diferente (art. 170, CC), desde que o nulo contenha os requisitos do outro. 
Lembrando que a expressão novel significa novo. 
C.10) Alternativa correta: letra “a”. Somente a afirmativa I está correta. O 
art. 166, CC arrola as hipóteses de nulidade absoluta do negócio jurídico (ato 
nulo). E o inciso V determina que quando for preterida alguma solenidade 
essencial o ato será considerado nulo, portanto esta afirmativa está correta. As 
afirmativas II e III estão erradas, pois embora a simulação também seja 
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hipótese de nulidade absoluta do negócio (art. 167, CC), o erro, o dolo, a 
coação e a fraude contra credores (além do estado de perigo e da lesão) são 
hipóteses de anulação (art. 171, II, CC). O ato praticado por relativamente 
incapaz também é hipótese de anulação (art. 171, I, CC) e por isso a afirmação 
IV também está errada. 
C.11) Alternativa correta: letra “e”. Notem inicialmente, que esta questão 
mistura assuntos que já foram tratados em aulas anteriores, mas também de 
temas que falaremos em aula posterior. A letra “e” trata da fraude contra 
credores, sendo texto literal do art. 158, CC. A fraude contra credores é uma 
prática maliciosa do devedor, desfalcando seu patrimônio, com a finalidade de 
colocá-lo a salvo de uma ação de cobrança, prejudicando assim, eventuais 
credores desta pessoa. Estes atos são anuláveis. A alternativa “a” está errada, 
pois o art. 191, CC prevê que a renúncia da prescrição poderá ser expressa ou 
tácita. A alternativa “b” está errada, pois o art. 178, CC determina que é de 
quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio 
jurídico, contado: a) no caso de coação, do dia em que ela cessar; b) no de 
erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se 
realizou o negócio jurídico; c) no de atos de incapazes, do dia em que cessar a 
incapacidade. Já o art. 179, CC determina que quando a lei dispuser que 
determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, 
será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato. A letra “c” está 
errada, pois, conforme veremos na próxima aula, o art. 187, CC prevê que 
também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede 
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-
fé ou pelos bons costumes. A alternativa “d” está errada, pois o art. 168, 
parágrafo único, CC permite ao Juiz conhecer de ofício as nulidade absolutas, 
mas ele não pode supri-las, ainda que a requerimento das partes. Ou seja, uma 
nulidade absoluta não pode ser convalidada nem mesmo pelo Juiz e nem se 
convalesce pelo decurso de tempo. 
C.12) Alternativa correta: letra “c”. O ato jurídico é o fato jurídico que 
decorre de uma ação humana. Subdivide-se em ato jurídico em sentido estrito 
(delineado pela lei quanto à forma e cujos efeitos decorrem também da lei, com 
mínima margem de deliberação das partes) e negócio jurídico (onde há maior 
liberdade de deliberação na fixação dos termos e das decorrências jurídicas).Observem que o examinador utilizou a expressão “incapazes”, não se referindo 
se é o absolutamente ou o relativamente incapaz. Há inúmeras hipóteses em 
que um incapaz (relativamente) pratica um ato sem assistência e este ato gera 
efeitos. O ato somente perderá sua eficácia se a outra parte requerer a 
anulação. Se não o fizer o ato continua operante. E após quatro anos contados 
do momento em que cessa a incapacidade ocorre a decadência (art. 178, III, 
CC). Neste caso, mesmo que o ato fosse anulável a princípio, não poderá mais 
ser anulado, pois a parte perdeu o prazo para requerer a anulação do mesmo. A 
alternativa “a” está errada, pois, sendo a pessoa absolutamente incapaz o 
negócio por ela realizado é nulo de pleno direito (art. 166, I, CC). E os negócios 
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nulos não podem ser convalidados, seja pela ratificação, seja pelo decurso de 
tempo (art. 169, CC). A letra ”b” está errada, pois o art. 166, incisos IV e V, CC 
assim determinam. No entanto, mesmo não sendo o caso da questão, é 
conveniente lembrar que o art. 170, CC prevê que se o negócio jurídico nulo 
contiver os requisitos de outro, subsistirá este quando o fim a que visavam as 
partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade. 
Trata-se da Teoria da Conservação. A letra “d” está errada, pois no Negócio 
Jurídico o essencial é a vontade das partes (e não da lei como no ato jurídico em 
sentido estrito). Finalmente a letra “e” está errada, pois pelo art. 179, CC o 
prazo genérico para pleitear-se a anulação de um negócio, na omissão da lei é 
de dois anos (e não de quatro como na alternativa). 
C.13) Alternativa correta: letra “b”. Como vimos nas questões anteriores, o 
art. 179, CC dispõe que: “Quando a lei dispuser que determinado ato é 
anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois 
anos, a contar da data da conclusão do ato”. 
C.14) Alternativa correta: letra “d”. Nos termos do art. 169, CC, o negócio 
jurídico nulo não é suscetível de confirmação e nem se convalesce pelo decurso 
de tempo. No entanto o Código Civil admite a conversão do negócio jurídico nulo 
em outro de natureza diferente (conforme o seu art. 170), para que tenha 
validade e eficácia. Trata da aplicação da teoria da conservação (pois visa a 
manutenção da vontade). No entanto é necessário que o negócio nulo contenha 
os requisitos de outro contrato. Neste caso subsistirá este, quando o fim a que 
visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a 
nulidade. Exemplo: partes celebram contrato de compra e venda de um imóvel 
por meio de instrumento particular; o negócio seria nulo (nulidade absoluta – 
vício de forma), pois uma compra e venda de um imóvel exige que seja feito por 
instrumento público (escritura – imóveis com valor superior a 30 salários 
mínimos). No entanto este contrato inicial pode ser salvo, aplicando-se a teoria 
da conservação: basta considerá-lo como sendo uma promessa de compra e 
venda (e não um contrato de compra e venda, propriamente dito). Notem que 
as demais alternativas estão erradas. A letra “a” prevê a conversão apenas em 
caso de negócio anulável e o art. 170, CC fala em negócio nulo. A letra “b” está 
errada, pois como vimos a conversão tem previsão expressa no Código Civil. A 
letra “c” também está errada, pois afirma ser aplicável à fraude contra credores, 
o que não é o caso. 
C.15) Alternativa correta: letra “e”. O art. 119, CC prevê que é anulável o 
negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o 
representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele 
tratou. Lembrando que o prazo decadencial para a anulação do ato é de 180 
dias a contar da conclusão do negócio ou da cessação da incapacidade. A 
alternativa “a” está errada, pois enquanto o dolo essencial é causa de anulação 
do negócio, o dolo acidental não afeta a declaração de vontade, não acarretando 
a sua anulação (gera apenas a obrigação de satisfação de eventuais perdas e 
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danos). A alternativa “b” está errada, pois o pagamento antecipado de dívida, 
por si só não é fraude. Mas se o devedor insolvente paga dívida ainda não 
vencida em detrimento de outras que já se venceram, frustrando a igualdade 
entre os credores, há fraude contra credores. A letra “c” está errada, pois a 
simulação é causa de nulidade do negócio jurídico (art. 167, CC). A letra “d” 
está errada, pois nos termos do art. 169, CC o negócio jurídico nulo não é 
suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso de tempo. 
C.16) Alternativa correta: letra “b”. Notem que a questão deseja que se 
aponte a alternativa em que não há uma nulidade absoluta. E a única hipótese 
é a do negócio celebrado por pródigo. Esta pessoa é relativamente incapaz. Por 
isso deve ser assistida. Se assim não for o negócio será anulável (e não nulo), 
nos termos do art. 171, I do CC. As demais hipóteses estão previstas no art. 
166, CC, que aponta os casos de nulidade absoluta do negócio jurídico. 
C.17) Alternativa correta: letra “c”. É a única alternativa que trata de uma 
hipótese de nulidade do negócio jurídico (art. 166, VI, CC). As demais são 
hipóteses de anulabilidade do negócio, previstas nos art. 171, I e II, CC). 
C.18) Alternativa correta: letra “e”. Na questão são causas de nulidade 
absoluta: objeto impossível ou objeto indeterminável (art. 166, II, CC), 
simulação (art. 167, CC) e objetivo de fraudar lei imperativa (art. 166, VI). As 
demais (erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão) são hipóteses de 
anulabilidade (nulidade relativa), nos termos do art. 171, II, CC. 
C.19) Alternativa correta: letra “d”. É o que determina os arts. 168 e 169, 
CC. A letra “a” está errada, pois a forma especial de um negócio jurídico é um 
elemento especial do contrato; além disso, sua inobservância gera a nulidade do 
ato (art. 166, V, CC). A letra “b” está errada, pois o ato praticado pelo 
relativamente incapaz sem assistência é anulável (art. 171, I, CC). A letra “c” 
está errada. A expressão latina ipso iure significa “em decorrência do direito”. 
Em uma tradução mais liberal, seria aquilo que se opera por si só. Ela é utilizada 
para representar uma situação em que não é necessária uma decisão judicial 
para a constatação de um fato. No caso a afirmação está errada, pois para 
anular um negócio jurídico é necessário um pronunciamento do Juiz. Observem 
o que diz o parágrafo único do art. 168, CC “as nulidades devem ser 
pronunciadas pelo Juiz...” Finalmente a letra “e” está errada, pois veremos na 
próxima aula que os elementos indispensáveis para a configuração de um ato 
ilícito são: conduta, danos e nexo causal. 
C.20) Alternativa correta: letra “d”. O negócio tem existência fática, pois foi 
elaborado um contrato de compra e venda, sendo entregue a quantia 
combinada e recebido a quitação (recibo). No entanto a transmissão da 
propriedade imóvel só ocorre por meio do Registro da escritura pública. No 
problema não foi feita a escritura e muito menos o registro desta. O art. 104, 
CC, exige, para que o negócio jurídico tenha validade, entre outros requisitos, a 
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 111144 
forma prescrita (ou não defesa em lei). Além disso, o art. 1.245, CC estabelece 
que “Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título 
translativo no Registro de Imóveis. §1o Enquanto não se registrar o título 
translativo, o alienante continua a ser havidocomo dono do imóvel”. Por último, 
o art. 166, IV, CC. Determina que é nulo o negócio que “não revestir a forma 
prescrita em lei”. Concluindo: o negócio existe de fato. Porém é considerado 
nulo, pois não foi respeitada a forma prevista em lei. 
C.21) Alternativa incorreta: letra “a”. O que está errado nesta alternativa é 
a sua parte final “ainda que se trate de caso de indivisibilidade”. Na realidade, o 
art. 177, CC prevê o contrário, ou seja, salvo o caso de solidariedade ou 
indivisibilidade. Ou seja, como regra a alegação de anulação só aproveita a 
quem alegou este fato. Mas se a obrigação é solidária ou indivisível, esta 
alegação também beneficia os demais que não a alegaram. As demais 
alternativas estão corretas: letra “b” (art. 168 e 169, CC); letra “c” (art. 172, 
CC); letra “d” (art. 171, CC) e letra “e” (art. 175, CC). 
C.22) Alternativa incorreta: letra “b”. De fato, se as partes ratificarem o 
ato, este será confirmado e se convalida (art. 172, CC). O atual Código não é 
expresso, porém a doutrina entende que havendo a convalidação, esta retroage 
desde a prática do ato (efeito ex tunc). A letra “a” está correta nos termos do 
art. 183, CC. A letra “c” está correta, pois o art. 171, CC, entre outras causas 
previstas no Código, prevê como passível de anulação (nulidade relativa): a 
incapacidade relativa do agente (art. 4o, CC), os vícios de consentimento (erro, 
dolo, coação moral, lesão e estado de perigo) e os vícios sociais (fraude contra 
credores). A letra “d” está correta nos termos do art. 184, primeira parte, CC. 
Finalmente a letra “e” também está correta, nos termos do art. 181, CC. 
C.23) Alternativa correta: letra “e”. Quatro afirmativas estão corretas (ou 
seja, todas elas). O item I está correto, nos termos do art. 105, CC. O item II 
está correto nos termos do art. 131, CC. O item III está correto nos termos do 
art. 167, CC. O item IV também está correto, nos termos do art. 171, I, CC. 
C.24) Alternativa correta: letra “c”. Trata-se da aplicação do art. 168 e seu 
parágrafo único do CC. Lembrando que efeitos ex tunc são os que retroagem 
desde a prática do ato. A letra “a”, que trata do encargo, está errada por dois 
motivos. Primeiro porque o benefício vem acompanhado de um ônus à outra 
parte e não uma contraprestação. Caso contrário não seria uma liberalidade. 
Mas o principal é que segundo o art. 136, CC, o encargo não suspende a 
aquisição e nem o exercício do direito. A letra “b” está errada, pois também 
possui três erros. Ela trata da reserva mental, prevista no art. 110, CC. Segundo 
este dispositivo a vontade manifestada de uma das partes subsiste, ainda que 
seu autor tenha feito a reserva de não querer aquilo que manifestou. Outra 
coisa: nem sempre na reserva mental há a intenção de prejudicar a outra parte. 
Finalmente: não se trata de um vício de consentimento, muito menos de erro, 
como mencionado na questão, pois o autor do ato sabia muito bem o que estava 
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 111155 
fazendo (ao contrário do erro, em que o autor do ato tem uma falsa noção sobre 
algo ou alguém). A letra “d” também está errada, pois o dolo de terceiro (art. 
148, CC) possui previsão e tratamento diferenciado do dolo do representante 
(art. 149, CC). Finalmente a letra “e” também está errada, pois nos termos do 
art. 111, CC o silêncio importa anuência quando as circunstâncias ou os usos o 
autorizarem e não for necessária a expressa declaração de vontade; no caso da 
questão o silencia não pode funcionar como manifestação positiva de vontade, 
até porque se trata de um contrato de adesão. 
C.25) Alternativa correta: letra “d”. É o que determina os arts. 168, 
parágrafo único e 169 do Código Civil. A letra “a” está errada, pois o art. 119, 
CC determina que é anulável o negócio jurídico concluído pelo representante em 
conflito de interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do 
conhecimento de quem com aquele tratou. Assim, se não houve má-fé por parte 
do terceiro, se este não sabia do conflito, o negócio é considerado válido. A letra 
“b” está errada, pois o art. 113, CC prevê que os negócios jurídicos devem ser 
interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. A letra 
“c” está errada, pois o art. 107, CC diz exatamente o contrário: a validade da 
declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei 
expressamente a exigir. 
D) PROVA DO NEGÓCIO JURÍDICO 
D.01) Alternativa correta: letra “a”. Apesar da questão estar se referindo ao 
reconhecimento de filhos (tema de Direito de Família) na realidade ela trata 
sobre a forma dos Atos Jurídicos. O art. 107, CC prevê que a validade da 
declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei 
expressamente a exigir. Ou seja, em regra a forma é livre. No entanto, para 
se realizar um reconhecimento, como a própria questão já indica, não se pode 
fazê-lo livremente. A lei prevê expressamente forma especial. Outra coisa. 
Muitos atos só podem ser realizados de uma única forma (ex: a compra e venda 
de um imóvel somente pode ser feita por escritura pública). No entanto o 
reconhecimento de filho, como a própria questão também menciona, pode ser 
realizado de diversas maneiras. Portanto ele é plural. Daí a resposta correta: 
especial (e não geral), pois a lei impõe a forma como deve ser feita e plural, 
pois a lei admite várias formas para se realizar o ato. 
D.02) Alternativa correta: letra “b”. Plural. 
D.03) Alternativa correta: letra “d”. Sobre a confissão podemos dizer que: 
a) nos termos do art 212, inciso I do CC um negócio jurídico pode ser provado 
por meio da confissão (salvo se a ele se impõe uma formalidade especial); b) o 
art. 213, CC prevê que não tem eficácia a confissão se provém de quem não é 
capaz de dispor do direito a que se referem os fatos confessados; c) o art. 214, 
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 111166 
CC dispõe que a confissão é irrevogável, mas poderá ser anulada se ela 
decorreu de erro de fato ou de coação. As demais alternativas estão corretas. 
D.04) Alternativa correta: letra “e”. A questão pode ser considerada bem 
difícil. Trata-se de texto literal do Código Civil. E o que está errado na 
alternativa é apenas um detalhe, uma palavra. A letra “e” está correta, pois tem 
previsão expressa no art. 105, CC. A letra “a” está errada, pois o art. 124, CC 
determina que são inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas (e 
não suspensivas como na questão) e as de não fazer coisa impossível. Esta 
alternativa, apesar da previsão expressa na lei tem pouca aplicabilidade prática. 
Por isso, quando este artigo do Código cai em um exame, percebemos que a 
intenção do examinador não é avaliar o conhecimento de um candidato, mas 
“derrubá-lo”. A letra “b” está errada, pois o valor correto seria superior a 30 
vezes o maior salário mínimo vigente (e não 10 como na questão). Trata-se de 
uma inovação no Direito, tem bastante aplicabilidade e vem caindo bem nos 
concursos em geral. A letra “c” está errada, pois o sentido é exatamente o 
contrário. O silêncio poderá ter valor jurídico, importando em anuência (art. 
111, CC), se a lei assim o determinar, como na doação pura, onde o silêncio do 
beneficiário é considerado como aceitação, tornando o contrato perfeito. 
Alternativa importante, com aplicação prática e que costuma cair. A letra “d” 
também está errada, pois nesta situação o negócio jurídico será anulável (e não 
nulo), conforme o art. 119, CC. 
D.05) Alternativa incorreta: letra “a”. O art. 111, CC prevê que o silêncio 
importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for 
necessária a declaração de vontade expressa.A letra “b” está prevista no art. 
109, CC. A letra “c” está prevista no art. 106, CC. A letra “d” está prevista no 
art. 107, CC. A alternativa “e” está prevista no art. 104, CC. 
D.06) Alternativa correta: letra “e”. Questão capciosa, pois todas as 
alternativas contêm um item que as tornam incorretas. O item I está errado, 
pois a confissão, realmente, é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de 
erro de fato ou coação (art. 214, CC). O item II está errado, pois o art. 221, 
parágrafo único, CC prevê que a prova do instrumento particular pode suprir-se 
pelas outras de caráter legal. O item III está errado, pois não podem ser 
admitidos como testemunhas os menores de 16 anos (e não 18 anos como na 
questão – art. 228, CC). O item IV também está errado, pois o valor máximo é 
de 10 salários mínimos (e não 20 como na questão – art. 227, CC). 
D.07) Alternativa correta: letra “c”. O art. 122, CC determina que são lícitas 
todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons costumes. 
Entre as condições defesas (proibidas) se incluem as que privarem de todo 
efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes. A 
letra “a” está errada, pois o art. 107, CC determina que a validade da 
declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei 
expressamente a exigir. A letra “b” está errada, pois o art. 130, CC determina 
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 111177 
que ao titular de direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou 
resolutiva, é permitido praticar os atos destinados a conservá-lo. A letra “d” 
também está errada, pois o artigo 109 determina que no negócio jurídico 
celebrado com a cláusula de não valer sem o instrumento público, este é da 
substância do ato; ou seja, o ato não poderá se celebrado, mesmo que os 
contratantes sejam todos capazes. 
D.08) Alternativa incorreta: letra “d”. Os bens públicos de uso comum do 
povo, em regra são gratuitos. Porém não perdem a característica de “uso 
comum” se o Estado regulamentar seu uso, ou torná-lo oneroso, como por 
exemplo, a cobrança de pedágio nas rodovias. Esta questão mistura diversos 
temas que já vimos. Mas ela é interessante, pois estaremos relembrando temas 
importantes. Vejamos. A letra “a” se refere a aula de hoje e está correta, pois é 
o texto literal do art. 113, CC. A letra “b” está correta, pois trata de algumas 
das hipóteses de emancipação, previstas no parágrafo único do art. 5o, CC. A 
letra “c” está correta, pois trata da comoriência, prevista no art. 8o, CC. E 
finalmente a letra “e” também está correta, nos termos do art. 52, CC. 
D.09) Alternativa incorreta: letra “b”. Na realidade, regra é de que os 
prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início. Portanto a 
questão estaria correta. No entanto o art. 132, §3°, CC faz uma ressalva: se 
faltar exata correspondência, recairá no dia imediato. Exemplo: fiz um contrato 
de ano no dia 29 de fevereiro (ano bissexto). No ano seguinte não haverá o dia 
29 de fevereiro. Logo o vencimento recairá no dia 1° de março. Outro exemplo: 
fiz um contrato de mês no dia 31 de maio. Não existe o dia 31 de junho. 
Portanto recairá no dia 1° de julho. Conclusão: a palavra “sempre” tornou a 
alternativa errada. A letra “a”, que trata da interpretação dos negócios jurídicos, 
está correta nos termos dos arts. 113 e 114, CC. A letra “c” está correta nos 
termos do art. 137, CC. A letra “d” está correta (art. 132, §4°, CC), bem como a 
letra “e” (art. 157, CC). 
D.10) Alternativa correta: letra “a”. Presunção simples ou hominis. 
Recordando, são espécies de presunção: a) absoluta ou juris et de jure – não 
admite prova em contrário; b) relativa ou juris tantum – admite prova em 
contrário; e c) simples, comum ou hominis – baseia-se na experiência de vida e 
fica a critério do Juiz (exemplo clássico: o amor familiar presume que a mãe não 
queira prejudicar seu filho). 
 
CERTO OU ERRADO 
Questão 01 
a) Certo. Vícios de consentimento: erro, dolo, coação moral, estado de 
perigo e lesão. Vício social: fraude contra credores. A simulação esta no capítulo 
referente à invalidade do negócio jurídico. 
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 111188 
b) Errado. O negócio jurídico somente é anulável se o erro for essencial ou 
substancial (art. 138, CC). Em sendo acidental o negócio é válido. 
c) Certo. A causa determinante é um dos requisitos para a anulabilidade do 
negócio jurídico realizado com dolo (art. 145, CC). 
d) Errado. No caso concreto, mesmo se tratando de uma senhora com 
setenta anos de idade, não se caracterizou em coação, pois a “ameaça” de se 
ingressar com uma ação judicial, na realidade, é considerado como exercício 
regular de um direito, excluindo, portanto, a coação (art. 153, CC). 
e) Errado. O erro (essencial), o dolo (essencial) a coação (moral), o estado 
de perigo, a lesão e a fraude contra credores são atos anuláveis (art. 171, II, 
CC). Nestes casos o Juiz não pode declarar a anulação de ofício; depende de 
alegação da parte interessada. Já a simulação é hipótese de nulidade do ato 
(art. 167, CC), sendo que neste caso o Juiz deve pronunciá-la de ofício (art. 
168, parágrafo único, CC). 
Questão 02 
a) Errado. A fraude contra credores é um vício social que gera a 
anulabilidade do negócio jurídico. São atos que desfalcam o patrimônio do 
devedor, evitando uma futura execução. A insolvência notória ou com motivo 
para ser conhecida são requisitos essenciais para configuração da fraude contra 
credores quando os atos que desfalcam o patrimônio do devedor forem a título 
oneroso (art. 159, CC). Se o ato for de liberalidade, como uma doação (art. 538, 
CC) ou a remissão (perdão) de dívidas (art. 385, CC) não se exige estes 
requisitos (não é necessário nem mesmo que o devedor esteja em situação de 
insolvência, desde que os atos de liberalidade o reduzam a tal). 
b) Certo. Os negócios jurídicos realizados por relativamente incapazes são 
anuláveis (art. 171, I, CC). Estes, ao contrário dos atos nulos, podem se 
convalescer no tempo, como no exemplo de escoar o prazo decadencial para ser 
alegado (arts. 178 e 179, CC). Além disso, podem ser confirmados pelas partes 
(art. 172, CC), tendo eficácia até a sentença que declara a anulabilidade. 
c) Certo. O negócio jurídico nulo, ao contrário do anulável, é insuscetível de 
convalidação ou de confirmação (art. 169, CC). Todavia, pode o negócio jurídico 
nulo se converter em outro válido quando este não for proibido legalmente e 
estando presentes os requisitos do novo negócio e desde que haja a intenção 
dos contratantes em efetivá-lo (art. 170, CC). Assim, o negócio jurídico nulo não 
pode ser confirmado e nem se convalesce no tempo, mas pode se transformar 
em outro negócio estando presentes os requisitos de forma e substância do 
novo contrato, havendo a intenção das partes e desde que não haja proibição 
legal. 
Questão 03 
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 111199 
a) Certo. O art. 178, I, CC prevê que é de 04 (quatro) anos o prazo de 
decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado, no caso de 
coação, do dia em que ela cessar. 
Questão 04 
a) Certo. Trata-se dos requisitos da fraude contra credores previstos no art. 
158, CC. 
b) Errado. A afirmação, sob o ponto de vista do Direito Civil aparentemente 
está correta, pois afirma que o Juiz pode reconhecer a prescrição sem ser 
provocado (o réu se manteve inerte), mesmo que se trate de direitos 
patrimoniais. Quanto à renúncia da prescrição, de fatosó pode ser feita após a 
sua consumação; porém cabe apenas um complemento: ela somente será válida 
se for realizada sem prejuízo de terceiros (art. 191, CC). No entanto o grande 
erro desta afirmação está no âmbito do Direito Processual Civil (um pouco fora 
de nossa matéria). O Juiz, quando reconhece a prescrição, está extinguindo o 
processo com (e não sem) resolução de mérito. Isto por força do art. 269, 
inciso IV do Código de Processo Civil. 
c) Errado. A condição, nos termos do art. 121, CC subordina o efeito do 
negócio jurídico a evento futuro e incerto. 
Questão 05 
a) Errado. Vendaval significa vento forte e tempestuoso, temporal.Trata-se, 
portanto, de um evento da natureza. Logo, não é um negócio jurídico, pois 
neste há um ato praticado pelo homem. Tecnicamente o vendaval pode ser 
classificado como sendo um Fato Jurídico Natural ou Fato Jurídico Stricto Sensu 
(Sentido Estrito), extraordinário (pois está ligado ao caso fortuito ou à força 
maior). 
b) Certo. Trata-se do disposto no art. 130, CC. 
c) Errado. A questão estaria correta, nos termos do art. 108, CC, a não ser 
por um detalhe: o valor estipulado na lei é de 30 vezes o maior salário mínimo 
vigente no País (e não 60 como na afirmativa). 
Questão 06 
a) Certo. Trata-se do instituto da lesão previsto no art. 157 e parágrafos do 
CC. 
b) Errado. De fato, a vontade interna deve corresponder à declaração 
exteriorizada. Quando surge divergência entre ambas, ocorre a simulação, 
tornando o negócio nulo. No entanto, no caso de reserva mental, se o 
destinatário não tinha conhecimento da verdadeira intenção da outra parte, a 
manifestação de vontade subsiste (art. 110, CC). Portanto, neste caso o negócio 
jurídico não é nulo. 
Questão 07 
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 112200 
a) Errado. O aspecto errado da afirmação é que na lesão a consequência é a 
anulabilidade do negócio e não a sua nulidade, conforme o art. 171, II, CC. 
b) Certo. Trata-se de um ótimo e completo esclarecimento acerca do 
instituto da conversão prevista no art. 170, CC. 
c) Certo. Trata-se do texto do art. 181, CC. Ou seja, se uma pessoa celebra 
um contrato com um incapaz e este negócio é anulado, o incapaz não será 
obrigado a restituir eventual quantia paga. Exceto se a outra pessoa provar que 
a quantia reverteu em proveito do próprio incapaz. 
 
I) Estabeleça a Associação: 
01 = e (Lesão - art. 157, CC); 02 = g (Fraude contra Credores - art. 158, 
CC); 03 = b (Dolo - art. 145, CC); 04 = f (Simulação - art. 167, CC); 05 = 
c (Coação - art. 151, CC); 06 = a (Erro ou Ignorância - art. 138, CC) e 07 = 
d (Estado de Perigo - art. 156, CC). 
II) Estabeleça Associação: 
01 = c (condição casual); 02 = b (condição resolutiva); 03 = e (termo); 04 
= f (modo ou encargo); 05 = d (condição potestativa); 06 = a (condição 
suspensiva simples). 
Meus Amigos e Alunos 
Vejamos agora algumas propostas para pequenas dissertações (com 
gabarito logo a seguir) sobre o que foi visto na aula. Recomendamos, no 
mínimo, a leitura da indagação com sua respectiva resposta, o que, por si só, 
já constitui numa excelente forma de recordação e estudo, reforçando e 
complementando o que foi visto em aula. Além disso, é uma ótima forma de 
desenvolver o poder de síntese e de redação do aluno, sendo um excelente 
exercício prático. Vamos então a elas. 
DISSERTAÇÕES 
01) Antônio, residindo em uma cidade do interior, é também proprietário de um 
terreno na praia. Anualmente ele vai para lá, efetua os pagamentos dos 
tributos, providencia a limpeza e a conservação do mesmo. Na sua última visita 
percebeu que alguém construiu uma casa em seu terreno. Dirigiu-se ao Registro 
de Imóveis e verificou a existência de uma escritura de compra e venda lavrada 
em favor de Pedro. Ficou constatado que alguém se passou por Antônio e de 
posse de documentação falsificada vendeu o imóvel para Pedro. O ato praticado 
por Pedro pode ser considerado como Negócio Jurídico? Por quê? 
Resposta: De acordo com o art. 104, CC a validade de um contrato requer 
agente capaz, objeto lícito, possível, determinado ou determinável e forma 
prescrita ou não defesa em lei. No caso concreto o objeto não é lícito, uma vez 
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 112211 
que a escritura pública foi realizada mediante documentos falsos. Faltando um 
dos elementos constitutivos do negócio jurídico este não pode ser considerado 
como válido. No caso ocorreu uma nulidade absoluta (objeto ilícito – art. 166, 
II, CC), não produzindo qualquer efeito jurídico. 
02) Manoel, com 17 anos de idade, recebeu um terreno de herança de seu tio e 
decidiu vendê-lo. Ciente de que seu vizinho tinha interesse na compra do 
terreno, enviou-lhe, por correspondência, uma proposta, com preço 
determinado. Manoel deu prazo de 30 dias para a aceitação do negócio e ainda 
informou que caso o vizinho não se manifestasse no prazo, implicaria em uma 
aceitação tácita. Pergunta-se: Caso o vizinho não se manifeste no prazo dado, 
haverá o negócio jurídico? Por quê? 
Resposta: A omissão do vizinho não faz com que o negócio seja reputado como 
perfeito. Inicialmente deve ser esclarecido que Manoel tem apenas 17 anos, 
portanto relativamente capaz (art. 4o, I, CC), sendo que necessitava de 
assistência para o ato, sob pena de anulabilidade (art. 171, I, CC). Outra coisa: 
A manifestação de vontade para a realização de vontade deve ser expressa. O 
art. 111, CC prevê que o silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou 
os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa. 
Portanto, em direito não se aplica o ditado “quem cala consente”. Assim, o 
silêncio (forma tácita) somente será admissível se a lei assim o determinar, em 
circunstâncias especialíssimas. No caso concreto não há previsão permitindo a 
conduta. Portanto não se pode falar em existência de negócio jurídico. 
03) José e Maria se casaram. Três meses após a celebração Maria descobre que 
José possui extensa folha de antecedentes criminais, inclusive ligado a roubo e 
tráfico de entorpecentes. Após a descoberta do fato, Maria, sentindo-se 
enganada, não desejava mais ficar ligada a José, tornando insuportável a vida 
em comum. Qual a providência a ser tomada pelo advogado de Maria? 
Resposta: No exemplo dado ocorreu uma hipótese típica de erro essencial 
quanto à pessoa do outro cônjuge, permitindo a anulação do casamento. Trata-
se da aplicação dos arts. 138 e seguintes combinados com os arts. 1.556 (O 
casamento pode ser anulado por vício da vontade, se houve por parte de um 
dos nubentes, ao consentir, erro essencial quanto à pessoa do outro) e 1.557, 
incisos I e II (Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge: I - o 
que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal 
que o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao 
cônjuge enganado; II - a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por 
sua natureza, torne insuportável a vida conjugal), todos do CC. Somente o 
cônjuge enganado pode requerer a anulação do casamento, no prazo 
decadencial de três anos (art. 1.560, inciso III, CC), a contar da data da 
celebração do casamento (e não do momento em que Maria soube dos 
antecedentes de José). O erro sempre deve ser referente a um fato existente 
antes do casamento e que o cônjuge somente veio a conhecer depois da 
celebração. 
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 112222 
04) André estava pescando e caiu em um rio com fortes correntezas, perdendo 
os sentidos, mas sendosalvo por Carlos. No hospital lhe informaram que José 
teria sido o seu salvador. André, ciente do fato, doou a José um carro. Dois 
meses depois descobre quem foi o seu verdadeiro salvador (Carlos) e pretende 
anular a doação anterior. Pergunta-se: A anulação pretendida é possível? 
Fundamente. 
Resposta: É possível a anulação do ato nos termos do art. 139, II, CC 
combinado com o art. 171, II, CC. Isto porque a lei considera erro essencial em 
relação à identidade da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde 
que tenha influído nesta de modo relevante. Foi o que ocorreu no caso. André 
somente fez a doação porque pensava que José fosse seu salvador. Neste caso 
o erro é chamado pela doutrina de “erro quanto ao fim colimado ou por falsa 
causa”. 
05) Carlos sofreu um grave acidente automobilístico sendo levado 
urgentemente ao hospital mais próximo do local do evento. Este hospital, que é 
particular, recebe o paciente, mas exige naquele momento, de sua esposa 
Maria, um cheque-caução de valor exorbitante e totalmente desproporcional. 
Diante da situação Maria acaba fornecendo a garantia. Feitos os exames 
verifica-se que todas as lesões sofridas são leves. Mesmo assim o hospital 
determina que o fique em suas dependências para observação. Posteriormente 
alega o hospital que não devolverá o cheque, pois serviu para as despesas no 
hospital. Tal garantia pode ser anulada? Qual o fundamento para isto? 
Resposta: Sim, a garantia pode ser anulada judicialmente, pois a entrega do 
cheque-caução se deu sob o vício “estado de perigo”, previsto no art. 156, CC. 
Maria, necessitando dos préstimos do hospital para salvar a vida de seu marido, 
acabou assumindo obrigação excessivamente onerosa. No caso concreto é de se 
salientar que Maria não errou e nem não foi induzida a erro ou mesmo coagida, 
mas pelas circunstâncias do evento específico foi compelida a celebrar um 
negócio que lhe era extremamente desfavorável. É esta a orientação que nossos 
Tribunais têm fornecido a respeito do tema. Além disso, as despesas realizadas 
com Carlos foram bem inferiores ao exigido. 
06) “A” com 19 anos foi a uma joalheria comprar uma peça para sua noiva. 
“B”, que também está na loja, instiga e convence o comprador da raridade de 
um anel, dizendo até que pertenceu a uma princesa. “C”, o vendedor, ouviu o 
teor da conversa, sabendo que as qualidades propaladas eram falsas. Porém se 
calou. “A”, encantado com as qualidades do objeto, o comprou, mas 
posteriormente descobriu que o anel comprado não tem nada de raro e não 
pertenceu a princesa alguma. Há alguma possibilidade de se anular o ato? Qual 
o fundamento? 
Resposta: Há possibilidade de se anular o ato, posto que o mesmo foi realizado 
por dolo de terceiro, nos termos do art. 148, CC: Também pode ser anulado o 
negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem aproveite (no caso “C”) 
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dele tivesse ou devesse ter conhecimento. Além disso, nos termos da segunda 
parte deste mesmo dispositivo, cabe ação de indenização contra “B”: ainda que 
subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos 
da parte a quem ludibriou. 
07) Antônio é solteiro, não tem descendentes ou ascendentes (logo não tem 
herdeiros necessários como é visto no Direito das Sucessões). Deseja realizar 
uma doação a um de seus sobrinhos, mas não quer que este negócio jurídico 
surta efeitos de imediato, mas sim apenas no futuro. Explique a diferença 
prática entre uma condição suspensiva e um termo inicial neste contrato de 
doação. 
Resposta: Condição é a cláusula que subordina o efeito do ato jurídico a evento 
futuro e incerto. Antes de se realizar a condição, o ato é ineficaz. Os requisitos 
para a condição são a futuridade e a incerteza. O titular de direito eventual pode 
exercer os atos destinados à conservação do direito. Uma das espécies de 
condição é a Suspensiva (art. 125, CC). Esta é uma condição cuja eficácia do 
ato fica suspensa até a realização do evento futuro e incerto. Pendente a 
condição, não há direito adquirido, mas uma expectativa de direito ou um direito 
eventual. Termo é a cláusula que subordina o efeito do ato jurídico a um evento 
futuro e certo (embora a data deste evento possa ser determinada ou 
indeterminada). É o dia em que começa e/ou se extingue a eficácia do negócio 
jurídico. Trata-se do termo inicial (art. 131, CC) se o negócio jurídico fixar o 
momento em que a eficácia do negócio deve iniciar, retardando o exercício do 
direito. No termo inicial já há o direito adquirido (diferentemente da condição 
suspensiva, onde há apenas uma expectativa de direito). Não se suspende a 
aquisição do direito, que surge imediatamente, mas só se torna exercitável 
posteriormente, com a ocorrência do evento futuro e certo. A grande diferença 
prática é que se uma lei nova posterior proibir a doação ao sobrinho após a 
assinatura do contrato de doação sob termo inicial, a doação em si está 
garantida, pois o direito adquirido está resguardado de alterações legais. Esta 
garantia não há na condição, pois não há direito adquirido. 
08) Antônio é proprietário de um sítio e se compromete com seu caseiro José a 
lhe doar toda a plantação de milho caso seu time de futebol vença o 
campeonato. De fato seu time foi para a final, mas esta partida ainda não foi 
jogada. José achando que o título já é uma “barbada”, se antecipa e colhe todo 
o milho da propriedade, vendendo-o. Questionado judicialmente, alega exercício 
regular de direito. A alegação é pertinente? 
Resposta: Não. José não poderia agir desta forma. Antônio realizou um negócio 
jurídico, mas impôs uma condição (arts. 121 e seguintes, CC), sendo que esta 
ainda não foi realizada. Trata-se de uma condição suspensiva (a eficácia fica 
suspensa até a realização do evento futuro e incerto) e casual (não depende da 
vontade das partes). Enquanto a condição não se verificar, não se terá adquirido 
o direito e, portanto, não se poderá alegar exercício regular do direito. José agiu 
de forma ilícita (art. 189, CC) e pode sofrer ação de indenização. 
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09) Carlos é um advogado em início de carreira. Foi contratado por Bernardo 
para uma causa trabalhista contra uma famosa empresa. Ambos pactuaram que 
Bernardo somente pagaria os honorários advocatícios caso a ação fosse 
procedente. Combinaram 30% sobre o valor da causa, sendo que este ainda 
deveria ser atualizado a partir da distribuição da ação até a data do efetivo 
pagamento pelo índice que melhor refletir a inflação da época, índice este 
escolhido por Carlos quando do pagamento. Pergunta-se: é possível identificar 
algum elemento acidental no negócio jurídico? E se os honorários fossem 
combinados da seguinte forma: R$ 5.000,00 fixo, a ser pago quando da 
audiência de instrução? 
Resposta: O contrato inicial possui elemento acidental. No caso a condição, 
pois Carlos vinculou seus honorários a um evento futuro e incerto (eventual 
êxito da ação), nos termos do art. 121, CC. Trata-se de uma condição 
suspensiva (o pagamento está suspenso até a realização da condição) e 
potestativa (não depende de causas naturais). Aliás, o contrato possui outra 
condição potestativa que é a escolha, por parte de Carlos, do melhor índice de 
inflação na ocasião. Se os honorários fossem fixos e pagos quando da audiência, 
o elemento acidental passaria ser o termo (uma vez que o evento – a audiência 
– é futuro e certo), nos termos do art. 131, CC. 
10) Paulo emprestou R$ 150.000,00 a Júlio. Este possui um apartamento no 
valor de R$ 120.000,00 e um carro no valor de R$ 50.000,00. Antes de vencer a 
dívida, Júlio, contente,porque seu único filho fez 18 anos e entrou na faculdade, 
doou seu carro a ele. Pergunta-se: Esta doação pode ser impugnada? E se Julio 
não tivesse a intenção de fraudar e não soubesse que o ato faria com que fosse 
reduzido à insolvência? 
Resposta: A doação pode ser anulada por Paulo. No caso concreto ocorreu 
fraude contra credores, pois a doação do automóvel feita por Júlio o reduziu à 
insolvência, não tendo bens suficientes para saldar sua dívida. O negócio 
realizado foi a título gratuito (doação), por isso, nos termos do art. 158, CC, não 
se exige a prova da má-fé (consilium fraudis). Basta a prova da prática do ato 
danoso (eventus damni). Portanto, mesmo que o devedor ignore esta situação, 
o ato poderá ser anulado. A ação adequada para tanto é a “ação pauliana”. 
11) Carlos deve a Daniel a importância de R$ 100.000,00, representado por 
uma nota promissória emitida no dia 10 de janeiro de 2009, com vencimento 
para o dia 10 de julho de 2009. Como a obrigação não foi cumprida no prazo, 
Daniel protestou o título e ingressou com ação de execução contra Carlos. No 
curso da ação Daniel descobriu que Carlos, no dia 10 de abril de 2009, doou a 
seu sobrinho João, o único bem livre e desembaraçado que possuía. Qual a 
medida judicial que o advogado de Daniel deverá adotar. 
Resposta: No caso concreto ocorreu a fraude contra credores. Por isso a ação 
correta é a “Pauliana”. Notem que há uma “pegadinha” na questão. Uma das 
diferenças entre a fraude contra credores e a fraude a execução, é o momento 
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em que a fraude foi realizada. Na primeira hipótese a fraude ocorre antes da 
propositura da ação e na segunda após a propositura da mesma. No caso 
concreto Daniel ficou sabendo da fraude após ter ingressado com a Ação de 
Execução. No entanto a fraude em si ocorreu antes da propositura da ação. Daí 
ser hipótese de ação pauliana. Lembrando que como houve uma doação, não é 
necessária a prova da má-fé. 
12) Pedro, maior e capaz, tem uma viagem para o estrangeiro. Como necessita 
vender um imóvel, deixa uma procuração para João com fins específicos para 
vender o imóvel a “X”, com quem já havia conversado. Ocorre que João achou 
um outro interessado, “Y”, que ofereceu uma melhor proposta. João vendeu o 
imóvel para “Y”. Pergunta-se: É possível a aquisição de direitos por interposta 
pessoa? Em que situações? O negócio jurídico celebrado é válido? 
Resposta: É possível a aquisição de direitos por interposta pessoa, como no 
problema fornecido. Trata-se do direito de representação, garantido no art. 115, 
CC. A representação é a relação jurídica pela qual certa pessoa se obriga 
diretamente perante terceiro, através de ato praticado em seu nome por um 
representante. Este dispositivo delimita as situações possíveis para a sua 
realização: conferido por lei ou pelo próprio interessado (mandato). No caso 
concreto João excedeu os poderes que lhe foram conferidos, vendendo o imóvel 
a pessoa a quem Pedro não havia determinado. Houve um conflito de interesses 
entre o representante e o representado. Desta forma, nos termos do art. 119, 
CC o ato pode ser anulado, se a pessoa que realizou o negócio (“Y”) sabia da 
intenção de Pedro. O prazo decadencial para se requerer a anulação é de 180 
dias. 
13) (OAB/SP – 2008) Helena celebrou um contrato de empréstimo (mútuo), 
obrigando-se a arcar com o pagamento de taxa de juros mensal muito superior 
à usual do mercado. Assim procedeu, pois necessitava de recursos para pagar 
uma cirurgia que sua mãe necessitava. Helena poderia anular o negócio ou 
alterar a taxa de juros pactuada? Qual o fundamento legal? 
Resposta: Helena pode alegar a ocorrência de lesão, pois sob premente 
necessidade se obrigou a prestação desproporcional, nos termos do art. 157, 
CC. Na hipótese da parte favorecida concordar com a redução da taxa de juros, 
não haverá a anulação do negócio. Mantém-se o negócio, porém, a taxa de 
juros será modificada, adotando-se critérios de equidade para fixação da taxa de 
juros, nos termos do art. 157, §2o, CC. Prestigia-se, assim, o princípio da 
conservação dos contratos. 
 
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GABARITO “SECO” DOS TESTES 
 
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A.02 – A 
A.03 – D 
A.04 – C 
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A.06 – A 
A.07 – E 
A.08 – C 
A.09 – B 
A.10 – D 
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